terça-feira, 29 de outubro de 2013

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Daily News

Aliados de Haddad tentam aprovar na Câmara novo IPTU
Estadão—A base aliada do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), na Câmara Municipal porá nesta terça-feira, 29, em segunda votação, o aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
A Prefeitura conta com apoio apertado para aprovação do projeto que eleva o imposto em no máximo 20% para residências e 35% para o comércio e indústria em geral em 2014 - o contribuinte paulistano também pagará aumento em 2015 e 2016.
Haddad espera contar com até 30 votos para aprovar a proposta (necessita de 28 favoráveis).
Na conta da administração municipal, os votos virão de: PT, DEM, PTB, PMDB, PP, Pros, PC do B, PRB, PHS e PV, que tem agora com o vereador Ricardo Teixeira, que deixou a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente após decisão judicial que o impede de seguir no cargo.
Em reunião na tarde desta terça-feira, a bancada do PSD, partido do ex-prefeito Gilberto Kassab, rachou. Pelo menos três vereadores que votaram pelo aumento na semana passada prometem votar contra. São eles: Coronel Camilo, Marta Costa e Edir Salles.
Os vereadores Marco Aurélio Cunha, José Police Neto e David Soares, todos da legenda, já foram contrários à alta. Com a mudança, a gestão municipal tenta segurar os votos dos vereadores Goulart (PSD) e Souza Santos (PSD).

Ouro fecha em baixa com cautela antes de Fed decidir
Estadão|Dow Jones Newswires—Os contratos futuros de ouro negociados na Comex, a divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), fecharam em queda nesta terça-feira, 29, com os investidores adotando a cautela antes da decisão de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos).
O contrato de ouro mais negociado, com entrega para dezembro, caiu US$ 6,70 (0,5%), fechando a US$ 1.345,50 a onça-troy.
Nesta tarde, o Fomc começa a reunião de dois dias para avaliar a situação da economia e decidir os rumos da política monetária.
Após a falta de consenso entre a administração Barack Obama e o Congresso e a consequente paralisação do governo dos Estados Unidos, cresceu a corrente dos economistas que aposta que não é hora de retirar estímulos como o programa do BC norte-americano, que injeta mensalmente US$ 85 bilhões no mercado com a compra de ativos.
O comunicado com a decisão de política monetária do Fed será divulgado às 16h (horário de Brasília) da quarta-feira, 30, e a expectativa é de que seja semelhante ao da reunião de setembro, com destaque para a cautela e os problemas fiscais dos EUA.
"Apesar de ser possível o ouro entrar em rali se o comunicado do Fed for mais dovish (priorizando o desemprego em vez da inflação), esse rali deve acabar se a demanda física pelo metal na Ásia e na China não for particularmente forte", disse o analista de metais preciosos do Standard Bank, Walter de Wet.

Dólar oscila pouco e cai 0,05% sob influência de rolagem
Estadão|Dow Jones Newswires—Como vem ocorrendo nos últimos dias, o dólar à vista negociado no balcão oscilou nesta terça-feira, 29, em margens estreitas no Brasil, influenciado por fatores internos e externos.
A rolagem pelo Banco Central (BC) de mais 20 mil contratos de swap que vencerão em 1º de novembro, o leilão diário de 10 mil contratos de swap e a expectativa que antecede a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) conduziram os negócios.
Após subir pela manhã, o dólar fechou a R$ 2,1810 no balcão, em leve baixa de 0,05% - na contramão do exterior, onde a moeda norte-americana sustentava ganhos ante divisas de outros países.
Na máxima do dia, atingiu R$ 2,185 (+0,14%) e, na mínima, marcou R$ 2,176 (-0,27%). No mercado futuro, o dólar para novembro registrava leve alta de 0,07%, a R$ 2,1825.
A tendência do dólar mudou com o leilão diário de swaps do BC (operação equivalente à venda de moeda no mercado futuro). Na operação, o BC vendeu 10 mil contratos, injetando US$ 496,3 milhões no sistema.
No exterior, a divulgação de dados sobre a economia dos EUA, que vieram piores do que o esperado, reforçou a leitura de alguns profissionais de que o Fed deve esperar 2014 para desmontar seu programa de estímulos.
Neste cenário, o dólar atingiu as mínimas da sessão, com investidores à espera do quinto leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de novembro, realizado entre 14h30 e 14h40. Neste caso, o BC vendeu mais 20 mil contratos de swap, em um total de US$ 989,6 milhões.
"O principal fator para o dólar no Brasil não acompanhar o exterior é o 'efeito BC'", comentou um profissional. "A 'ração diária' de moeda (pelos leilões de swap) e a rolagem dos contratos que vencerão, mesmo que não seja integral, têm impacto", acrescentou.

Quanto o Goldman Sachs pode embolsar com o IPO do Twitter
Exame—O Goldman Sachs pode embolsar 20 milhões de dólares com a abertura de capital do Twitter. A informação é do Wall Street Journal. O valor que o Goldman pode receber equivale a mais que o dobro do que cada um dos outros bancos que participam do negócio deve levar.
O Goldman deve ficar com 38,5% da remuneração, segundo o Wall Street Journal, citando pessoas próximas ao assunto. Espera-se que o preço do papel fique entre 17 e 20 dólares, levantando cerca de 1,6 bilhão de dólares para o Twitter.
Os bancos devem ficar com 3,25% do total arrecadado. O Morgan Stanley deve ficar com 18% da remuneração. O JPMorgan Chase com 15% e o Bank of America Merrill Lynch e o Deutsche Bank com 8% cada. A Allen & Co deve levar 7% e a Code Advisors, 0,5%.
O Twitter espera vender 70 milhões de ações. Acredita-se que a rede pode fixar seu preço de entrada na bolsa no começo de novembro.

Concorrência com Tigre e Amanco afugenta gigante do PVC
Relatório Reservado—Está para nascer uma empresa capaz de vazar o duopólio Tigre e Amanco, responsáveis por mais de 80% das vendas de tubos e conexões de PVC no Brasil. Que o diga a belga Aliaxis - uma das maiores fabricantes mundiais do setor, com presença em mais de 50 países. O grupo, que chegou por aqui há cinco anos disposto a bater de frente com a dupla dinâmica, parece ter jogado a toalha. A Nicoll, controlada pelos belgas, estaria se preparando para deixar o mercado brasileiro. Procurada, a empresa negou a saída do país. No entanto, segundo uma fonte vinculada à Nicoll, a despedida deve ocorrer no fim do ano. Caso ela se confirme, será a crônica de uma partida anunciada. No ano passado, a Nicoll decidiu suspender a produção de tubos e conexões em São José dos Pinhais (PR), passando exclusivamente a comercializar produtos importados da Europa.
Em 2008, por meio da Nicoll, a Aliaxis desembolsou R$ 80 milhões na compra da Provinil, fabricante de tubos e conexões que pertencia à Companhia Providência. Desde então, teria investido mais de R$ 100 milhões na modernização da fábrica do Paraná, sem o retorno esperado. Sob a gestão dos belgas, a empresa não conseguiu romper o teto de 7% de market share. Problemas logísticos e dificuldades para aumentar a rede de distribuição - Tigre e Amanco têm notória primazia sobre o varejo - também foram fatores determinantes para o encerramento da produção no Brasil. O fechamento da fábrica paranaense já denunciava uma drástica mudança de estratégia da Aliaxis no Brasil. Naquele momento, os belgas abriram mão da pretensão de disputar mercado com Tigre e Amanco, na tentativa de trocar escala por maior rentabilidade. Ao que tudo indica, o tubo entupiu de vez.

Cteep não deve participar de leilão da linha de Belo Monte
Reuters—A transmissora de energia Cteep não decidiu se participará do leilão da linha de transmissão principal da hidrelétrica Belo Monte, que deve ocorrer no início de 2014, e condiciona a participação em novos projetos ao recebimento de indenização por ativos antigos renovados.
"A decisão não está tomada não, mas, em princípio, sem receber a indenização, será muito difícil a participação", disse o diretor de Empreendimentos da empresa, Luiz Roberto de Azevedo, em teleconferência sobre resultados nesta terça-feira.
A Cteep aguarda a decisão sobre indenização que tem a receber por ativos de transmissão existentes até maio de 2000 - chamados de Rede Básica do Sistema Existente (RBSE) - e renovados no final do ano passado.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) encerrou em outubro audiência pública sobre a metodologia de cálculo da indenização e o diretor da Cteep disse esperar que a resolução formal saia em até 1 mês, numa perspectiva otimista.
Após a publicação da metodologia, ainda deve levar "meses para decidir como e quando pagar" as indenizações, segundo executivos da Cteep. "Esse é um processo muito detalhado", acrescentou o diretor Financeiro da Cteep, Reynaldo Passanezi Filho, que assumirá a presidência da companhia em novembro.
A Cteep já garantiu o recebimento de indenização pelos ativos de transmissão renovados e existentes após maio de 2000, de cerca de 2,8 bilhões de reais, conforme divulgado na época.
A empresa só aceitou renovar a concessão de seus ativos segundo as regras determinadas, no fim de 2012, após o governo federal voltar atrás e definir que ativos antigos, existentes até maio de 2000 também poderiam receber indenização por investimentos não amortizados.
Desde o início desse ano, a empresa têm optado por não participar de leilões de novos projetos até que tenha definição sobre a indenização adicional a receber.
LINHA DO MADEIRA
A linha de transmissão da energia das usinas do Madeira, de responsabilidade da IE Madeira, subsidiária da Cteep, está pronta desde agosto e em operação há cerca de 10 dias, segundo o diretor de Operações da Cteep, Celso Cerchiari.
A Cteep já está recebendo receita pela operação da linha desde agosto, quando disponibilizou o empreendimento para testes. A expectativa é que a linha entre definitivamente em operação comercial em novembro, considerando o cronograma estimado para os ensaios e testes.
A linha de transmissão, que liga Porto Velho (RO) a Araraquara (SP), ficou pronta com atraso, atribuído pelos empreendedores à demora com licenciamento ambiental.
Diante do atraso, a IE Madeira já recebeu uma penalidade. "Hoje, o que temos, é um desconto dos primeiros quatro meses equivalente a uma RAP (Receita Anual Permitida) e meia, por conta desse atraso", disse Cerchiari.
Segundo o executivo, a empresa buscará recuperar a RAP perdida durante o prazo do contrato de concessão, entrando com recurso, após a manifestação da Aneel sobre o tema.
A Cteep tem 51 por cento da IE Maeida, enquanto Furnas e Chesf, subsidiárias da Eletrobras, tem 24,5 por cento, cada.
A ação da Cteep, que reportou prejuízo no terceiro trimestre na noite de segunda-feira, caíam 4,4 por cento, às 12h30, a 31,98 reais. No mesmo horário, o Ibovespa cedia 1,03 por cento.

Telecom Italia continuará italiana, diz presidente da Telefónica
Reuters—O presidente da Telefónica, Cesar Alierta, ofereceu nesta terça-feira garantias sobre o futuro da Telecom Italia, enquanto a espanhola amplia participação na rival italiana.
A Telefónica fechou acordo em setembro para ampliar gradualmente o controle da Telco, holding que controla a Telecom Italia, levantando resistência de alguns políticos italianos e sindicatos preocupados com a segurança nacional, a perda de empregos e o ritmo dos investimentos em tecnologia.
Após um encontro com o primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, nesta terça-feira, Alierta disse a jornalistas: "a Telecom Italia continuará sendo uma empresa italiana e a Telefónica irá garantir os empregos."
Alierta disse ainda que seu grupo garantirá a continuidade dos investimentos em fibra óptica e redes de internet móvel de quarta geração (4G) da Telecom Italia, que tem uma dívida de aproximadamente 29 bilhões de euros (40 bilhões de dólares) e enfrenta uma profunda recessão em seu mercado doméstico.
A Telco, detida pela Telefónica e um consórcio de três grupos financeiros italianos, detém 22,4 por cento da Telecom Italia, mas controla de fato a companhia porque indica a maioria de seus conselheiros.
O novo presidente-executivo da Telecom Italia, Marco Patuano, indicado após o acordo da Telco ser anunciado, está revisando a estratégia da empresa e apresentará um novo plano de negócios numa reunião de Conselho no dia 7 de novembro.
Mais cedo nesta terça-feira, o ministro italiano da Indústria, Flavio Zanonato, disse que a Itália pretendia proteger a segurança dos dados que trafegam pela rede de telefonia fixa da Telecom Italia e que não era contrário a investimentos estrangeiros no país.
Depois do acordo envolvendo a Telco, a Itália disse que poderia ampliar seus poderes para vetar mudanças estratégicas nos setores de energia, transportes e telecomunicações. Também disse que tomaria medidas para reduzir o teto que dispararia uma oferta pública de aquisição de ações obrigatória em caso de tomada de controle, o que poderia complicar as ambições da Telefónica na Itália.
Alierta disse que não discutiu com Letta novos limites para a tomada de controle ou um plano de separação do negócio de telefonia fixa, a maior infraestrutura de telecomunicações da Itália, que emprega cerca de 20 mil pessoas.

Problemas na transmissão paralisam Nasdaq por 40 minutos
Estadão|Dow Jones Newswires—O Nasdaq OMX Group teve problemas na transmissão dos valores dos principais índices do mercado de ações, incluindo o Nasdaq 100 e o Nasdaq Composite , o que levou os operadores a congelarem as negociações.
Por quase uma hora, os índices ficaram paralisados e os negócios foram retomados por volta das 14h45 (de Brasília).
Representantes do Nasdaq OMX ainda não se manifestaram sobre os problemas.
"Parece ser um problema com a divulgação dos índices de preços", disse Steve Sosnick, operador sênior da Interactive Brokers Hill.

Bolsas da Europa fecham em alta com balanços positivos
Estadão|Dow Jones Newswires—As bolsas da Europa fecharam em alta nesta terça-feira, 29, impulsionadas por balanços positivos e pela expectativa de manutenção da política de estímulos do Federal Reserve após a reunião que termina amanhã. O índice Stoxx 600 subiu 0,40%, para 320,77 pontos.
Nesta terça-feira, a direção do Fed começa a reunião de dois dias para avaliar a situação da economia e decidir os rumos da política monetária.
Após a falta de consenso entre a administração Barack Obama e o Congresso e a consequente paralisação do governo dos Estados Unidos, cresceu a corrente dos economistas que aposta que não é hora de retirar estímulos como o programa do BC norte-americano, que injeta mensalmente US$ 85 bilhões no mercado com a compra de ativos.
"Os mercados não esperam que o Fed reduza estímulos antes do primeiro trimestre de 2014", disse Thomas Vhiegle, da corretora Mandarine Gestion.
Os investidores também reagiram positivamente a novos balanços, especialmente o da petroleira britânica BP.
O índice FTSE-Mib, da Bolsa de Milão, liderou os ganhos e subiu 2,27%, fechando na máxima intraday aos 19.256,90 pontos, com a ajuda da forte performance das ações do setor bancário: Intesa Sanpaolo (+3,53%), Monte dei Paschi (+2,03%), Unicredit (+5,01%) e Banco Popolare (+4,62%).
O índice DAX da Bolsa de Frankfurt ganhou 0,48% e fechou a 9.022,04 pontos, após atingir a máxima recorde intraday de 9.022,21 pontos pouco antes do fechamento do pregão. A Infineon foi destaque de alta, avançando 2,5%, seguida do Commerzbank (+1,9%).
O índice FTSE avançou 0,73% e encerrou a sessão a 6.774,73 pontos. O avanço foi liderado pelas ações da BP (+5,62%), cujo lucro líquido caiu 34% no terceiro trimestre. A empresa, porém, anunciou uma série de medidas que agradou os investidores.
Na Bolsa de Paris, o índice CAC-40 teve alta de 0,62% e fechou a 4.278,09 pontos. Os bancos foram destaque positivo, com Société Générale (+1,7%), BNP Paribas (+1,5%) e Crédit Agricole (+1,4%). A Michelin recuou 3,7%, liderando as perdas do índice após reportar vendas trimestrais decepcionantes em balanço divulgado ontem.
Em Madri, o índice IBEX-35 ganhou 1,31% e fechou a 9.863,90 pontos. Já o índice PSI-20, da Bolsa de Lisboa, subiu 0,63%, fechando a 6.235,14 pontos.

Pesquisa indica vitória de Bachelet em 1º turno no Chile
Estadão|Associated Press—A ex-presidente chilena Michelle Bachelet venceria as eleições em primeiro turno se elas acontecessem agora, segundo uma pesquisa de intenção de votos do instituto CEP.
Bachelet, de centro-esquerda, lidera com 47% das intenções de voto, 33 pontos porcentuais à frente da segunda colocada, a conservadora Evelyn Matthei.
Na edição anterior da pesquisa, Bachelet aparecia com 44% das intenções de voto, enquanto sua principal concorrente figurava com 12%.
Além de a intenção de voto na ex-presidente ser maior do que a intenção de voto em todos os demais candidatos juntos, uma distribuição proporcional dos votos dos indecisos garantiria a Bachelet uma suficiente para que ela vença em primeiro turno, segundo a pesquisa CEP.
O instituto entrevistou 1.437 chilenos aptos a votar nas eleições de 17 de novembro. A margem de erro da pesquisa é de três pontos porcentuais para mais ou para menos.

Dell completa transação para fechar capital
Reuters—A Dell irá deixar a Nasdaq após o fechamento do pregão desta terça-feira, enquanto seu fundador, Michael Dell, e a empresa de private equity Silver Lake completam seu controverso plano de compra da fabricante de PCs em dificuldades.
O fechamento de capital da empresa, que sofreu oposição de grandes acionistas como Carl Icahn, que pediu um preço maior de compra, põe fim a décadas de negociação das ações da Dell em bolsa.
Assim como seus concorrentes, a Dell foi prejudicada com a velocidade do declínio das vendas de PCs globalmente nos últimos anos, enquanto consumidores passaram a gastar mais dinheiro com smartphones cada vez mais poderosos e tablets ultrafinos.
A companhia, que era a maior fabricante de PCs do mundo na última década, viu suas ações caírem de um pico de mais de 50 dólares durante seu período de maior popularidade, em 2000. A operação de compra foi aprovada a um preço de 13,75 dólares por ação, além de um adicional de 0,13 dólar em dividendos especiais.
Michael Dell, que fundou a empresa com seu colega de dormitório em 1984 e a transformou em um modelo de administração de produção de computadores e de cadeia de fornecimento, está agora tentando transformá-la em uma fornecedora de serviços de computação para empresas. É uma guinada tão grande que ele acredita ser melhor realizá-la longe do escrutínio das bolsas.
"Hoje, a Dell entra em um emocionante novo capítulo como uma empresa de capital fechado", disse o presidente da companhia, Michael Dell. "Nossos 110 mil funcionários no mundo todo estão 100 por cento focados em nossos clientes e executando de forma agressiva nossa estratégia de longo prazo para o benefício deles."

Real se recupera do tombo, mas previsões não são animadoras
Deutsche Welle—Moedas de países emergentes, como o real, sofreram uma desvalorização significativa em relação ao dólar nos últimos meses. O real se recuperou um pouco desde então, mas as previsões de economistas não só para a moeda, como para toda a economia brasileira, são pessimistas.
Especialistas no assunto disseram à DW Brasil que o real, hoje cotado a 2,18 por dólar, depois de ter atingido 2,45 em agosto, deve ficar entre 2,20 e 2,30 nos próximos meses. A partir daí deve haver uma deterioração gradual, segundo eles.
"Mais para o final de 2014, a preferência do governo seria deixar o real enfraquecer um pouco mais, ou seja, ele deve ficar por volta de 2,40 por dólar", diz o economista da ING para a América Latina, Gustavo Rangel. Segundo ele, o governo ainda se preocupa muito com a competitividade da indústria local. "O Banco Central continua mantendo os juros altos, e o foco deles é controlar a inflação e também limitar perdas adicionais do real."
A moeda brasileira, que no início do ano manteve por um bom tempo uma cotação de 2 reais por dólar, entrou em queda livre a partir de maio, quando o Banco Central dos EUA, o Federal Reserve, anunciou que poderia deixar de injetar um estímulo adicional de 85 bilhões de dólares por mês na economia americana após ela mostrar sinais de melhora.
Essa ameaça de menos capital assustou os mercados, e não demorou muito para que investidores mais conservadores colocassem o pé no freio. Muitos deles optaram por tirar dinheiro investido na economia brasileira.
Mesmo com a ameaça de então já posta de lado pelo governo americano – ao menos por enquanto –, o susto deixou alguns investidores receosos em investir em países de economias emergentes, como o Brasil.
"Foi só um susto, e agora o real tem um pouco mais de tempo para se recuperar. No entanto, a expectativa é que o Banco Central americano tome uma decisão quanto a esse assunto já em dezembro ou em março do ano que vem", diz o economista Peter Kinsella, estrategista de câmbio do Commerzbank.
Governo brasileiro toma boas medidas
Os especialistas concordam que o governo brasileiro tem tomado boas medidas, tanto no que diz respeito à inflação quanto ao câmbio. Na reunião de outubro do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central elevou a taxa Selic de 9% para 9,5% ao ano, dando continuidade a um aumento progressivo desde abril deste ano.
Além disso, em recente discurso no Fundo Monetário Internacional, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que o governo deve continuar com o programa de atuação diária no mercado cambial – que tem um potencial de até 60 bilhões de dólares – até o fim de 2013.
"Essas intervenções têm ajudado a evitar uma maior volatilidade da moeda", afirma Kinsella, explicando que, daqui em diante, o real não deve sofrer nenhum movimento drástico. "Eu não me surpreenderia se o real ficasse por volta de 2,15 por dólar até maio de 2014."
Rangel diz que o anúncio de intervenções diárias no câmbio, assim como o aumento contínuo e agressivo dos juros, foram notícias bem recebidas pelo mercado. "Havia um certo receio dos investidores de que o atual governo não fosse deixar o Banco Central elevar os juros na medida necessária, mas Tombini mostrou que vai continuar fazendo o que for necessário para reduzir a inflação e deixá-la dentro da meta estipulada."
A situação se complica daqui pra frente
O riscos, porém, vêm de fora, alertam os especialistas. Até recentemente, Brasil e outras economias emergentes desfrutaram de ganhos relativamente fáceis, mas, a partir de agora, a situação se complica um pouco, afirma Kinsella.
"Está mais difícil para as economias emergentes crescerem. Os países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos e os europeus, já estão mostrando mais sinais de crescimento, e isso significa que parte do capital até recentemente investido nos países emergentes deve retornar para as economias dos países desenvolvidos", avalia Kinsella. "É bem provável que os próximos dois anos sejam difíceis para o real e para a economia brasileira como um todo."
Por exemplo, no começo de outubro, a agência Moody's reduziu a perspectiva do rating soberano brasileiro de "positivo" para "estável". Os analistas da Moody's explicaram que a decisão se deve à queda no nível de investimentos e ao fraco desempenho da economia, bem como ao crescimento da dívida pública em relação ao PIB.
Rangel disse que não há mesmo motivos para otimismo, mas ele vê "um certo exagero" nas expectativas negativas do mercado em relação ao Brasil. "O país de fato não está crescendo e nem vai crescer no nível que poderia, mas também não é tão ruim quanto muita gente estava esperando."
A estagnação econômica é um problema que não atinge só o Brasil. "O crescimento do PIB de outros países emergentes, como a China, por exemplo, também tem sofrido recentemente desaceleração", diz Kinsella. "Depois de anos de crescimento, esses países estão agora tendo mais dificuldades para continuar crescendo a partir desses novos níveis que eles já atingiram. Por isso, precisam de mudanças estruturais mais rígidas, como por exemplo, reformas trabalhistas e fiscais, principalmente no Brasil."

Taxas de juros no país sobem pelo quarto mês seguido em setembro—BC
Reuters—A taxa de juros e o spread bancário com recursos livres subiram em setembro ante agosto em meio ao maior aperto da política monetária para combater a inflação, com a inadimplência ficando estável e expansão moderada do crédito.
Segundo informou o Banco Central nesta terça-feira, que a taxa média de juros no segmento de recursos livres encerrou setembro em 28,4 por cento, acima dos 28,0 por cento verificados em agosto. No crédito total, que incluem também o crédito direcionado, os juros ficaram em 19,5 por cento no mês passado, 0,2 ponto percentual a mais do que em agosto. Em ambos os casos, esse foi o quarto mês seguido de alta
O BC também informou o spread bancário --diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetivamente cobrada do consumidor final-- ficou em 17,8 pontos percentuais no mês passado, ante 17,6 pontos em agosto. Levando em conta os recursos totais, o spread ficou estável em 11,3 pontos percentuais no mês passado.
As taxas de juros têm sido influenciadas pelo atual ciclo de aperto monetário para o combate à inflação. No mês passado, o BC voltou a elevar a Selic em 0,5 ponto percentual, a 9,5 por cento, indicando ainda continuidade dessa contração e que levará a taxa básica de juros de volta ao patamar de dois dígitos.
Em setembro, a inadimplência ficou estável em 5,1 por cento no segmento de recursos livres, informou ainda o BC, enquanto que os atrasos acima de 90 dias nos pagamentos ficaram, levando em conta os recursos totais do mercado de crédito, em 3,3 por cento frente, ligeiramente acima dos 3,2 por cento verificados em agosto.
O BC informou ainda que o estoque total de crédito no Brasil subiu 0,8 por cento em setembro ante agosto, chegando a 2,598 trilhões de reais, ou 55,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

Reajuste de combustível já foi autorizado por conselho da Petrobras
Valor—Sérgio Quintella, integrante do conselho de administração da Petrobras, afirmou hoje que o reajuste dos preços dos combustíveis já foi autorizado pelo conselho de administração da companhia.
Questionado sobre o mecanismo de reajustes de preços dos combustíveis que a diretoria da estatal vai apresentar aos conselheiros no dia 22 de novembro, Quintella afirmou que será apresentado um mecanismo “inteligente”, que evite oscilações para baixo e para cima.
Segundo ele, a fórmula a ser apresentada deverá amortecer flutuações como a do câmbio.
Questionado se o modelo vai ajustar e equilibrar defasagens passadas, o conselheiro limitou-se a dizer que essa era uma boa pergunta.
Quintella também evitou informar se o modelo pode ser comparado ao praticado em outros países, como a Colômbia. Perguntado se seria um modelo “jabuticaba” — que só existe no Brasil —, ele riu e não descartou a hipótese.

OGX encerra negociação sem acordo com credores de US$3,6 bi
Reuters—A petroleira OGX concluiu conversas com detentores de 3,6 bilhões de dólares em bônus da empresa com vencimento em 2018 e 2022 sem obter um acordo para reestruturar a dívida após meses de negociações, disse a empresa em um comunicado na madrugada desta terça-feira.
A OGX, controlada pelo empresário Eike Batista, se prepara para entrar com pedido de recuperação judicial a partir desta terça-feira, disseram três fontes com conhecimento da situação à Reuters na segunda-feira.
Representantes da assessoria de imprensa e da área de relações com investidores da OGX não estavam imediatamente disponíveis para comentários.
Uma das fontes disse na segunda-feira que a OGX planeja excluir do pedido de recuperação judicial sua unidade de gás natural OGX Maranhão, que atualmente negocia venda de uma participação para a empresa de energia Eneva. A Eneva era anteriormente conhecida como MPX e também foi fundada por Eike Batista.
A OGX, que possui dívida total de 5 bilhões de dólares, não quis comentar na segunda-feira a possibilidade de entrar com pedido de recuperação judicial.
Se confirmado, o processo de recuperação judicial da OGX será o maior da história de uma empresa latino-americana, segundo dados da Thomson Reuters. A decisão ocorre enquanto se aproxima do fim o prazo de 30 dias que a OGX tem para não ser declarada inadimplente, após não ter honrado o pagamento de cerca de 44 milhões de juros sobre bônus no exterior no começo de outubro.
O pedido não seria só um indicativo do tamanho da queda de Eike, mas também forneceria um duro teste à lei de recuperação judicial do Brasil, aprovada há oito anos, sobre se ela oferece a proteção adequada aos credores.
As ações da OGX terminaram a segunda-feira estáveis na Bovespa, cotadas a 0,29 real.

Bolsa de Buenos Aires suspende negociação de ações do grupo Clarín
Valor—A Bolsa de Valores de Buenos Aires suspendeu a negociação dos papéis do grupo de mídia Clarín, o principal conglomerado de informações da Argentina, que deverá ser desfeito em função da decisão desta terça-feira, 29, da Suprema Corte do país, que declarou constitucional a lei de meios de 2009.
O grupo é cotado em bolsa desde 2006, fatura cerca de US$ 2 bilhões ao ano e é controlado por Ernestina Herrera de Noble, José Aranda, Lúcio Pagliari e o CEO Hector Magnetto, que rompeu com o governo da presidente Cristina Kirchner em 2008. Juntos, possuem 71% do capital.
Ainda não foi divulgada o teor completo da sentença, que determinará de que forma o grupo irá se desfazer de seu patrimônio. Segundo o comunicado da bolsa, a suspensão é temporária.

Caixa da OGX acaba em semanas se petroleira não conseguir dinheiro novo
Reuters—A endividada petroleira OGX, do empresário Eike Batista, ficará sem recursos na última semana de dezembro se não conseguir levantar dinheiro novo, conforme informações do plano de reestruturação aos detentores de bônus que fracassou.
O documento, disponibilizado no site de Relações com Investidores da OGX nesta terça-feira, informou ainda que a empresa precisa de 250 milhões de dólares para suas necessidades de liquidez até abril de 2014, seja via nova dívida ou aumento de capital.
A empresa tinha 82 milhões de dólares em disponibilidades no fim de setembro e seus assessores financeiros na negociação com os credores externos --Blackstone e Lazard-- estimam desembolsos de 89 milhões de dólares apenas a fornecedores até o fim do ano, considerando somente pagamentos críticos a prestadores de serviço no campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos.
A expectativa é que Tubarão Martelo inicie produção em meados de novembro, com vendas do petróleo do campo em janeiro.
O valor atribuído à toda OGX, pelo plano, é de 2,7 bilhões de dólares --principalmente composto pelo valor presente líquido de Tubarão Martelo (1,4 bilhão de dólares) e do campo Atlanta (1,1 bilhão de dólares).
Num cenário sem a venda de ativos de gás da OGX no Maranhão e sem a conclusão de um investimento da malaia Petronas na petroleira de Eike, os detentores de bônus perdoariam parte relevante da dívida e converteriam o saldo em ações da OGX, ficando com entre 42 e 57 por cento de participação na companhia.
O percentual da empresa que ficaria nas mãos dos credores externos dependeria do acerto da OGX com a empresa de construção naval OSX, também de Eike, relacionado às plataformas construídas para a petroleira. A OSX ficaria com entre 14 e 30 por cento da OGX.
Mais cedo nesta terça, a OGX informou que concluiu conversas com detentores de 3,6 bilhões de dólares em bônus da empresa com vencimento em 2018 e 2022 sem obter um acordo para reestruturar a dívida.
A OGX se prepara para entrar com pedido de recuperação judicial ainda nesta semana, disseram três fontes com conhecimento da situação à Reuters na segunda-feira.
Uma das fontes disse que a OGX planeja excluir do pedido de recuperação judicial sua unidade de gás natural OGX Maranhão, que atualmente negocia venda de uma participação para a empresa de energia Eneva --anteriormente conhecida como MPX e também foi fundada por Eike.
A OGX, que possui dívida total de 5 bilhões de dólares, não quis comentar na segunda-feira a possibilidade de entrar com pedido de recuperação judicial.
Se confirmado, o processo de recuperação judicial da OGX será o maior da história de uma empresa latino-americana, segundo dados da Thomson Reuters.
A decisão ocorre enquanto se aproxima do fim o prazo de 30 dias que a OGX tem para não ser declarada inadimplente, após não ter honrado o pagamento de cerca de 44 milhões de juros sobre bônus no exterior no começo de outubro.

Fifa adia segundo período de venda de ingressos para a Copa
Valor—A Fifa mudou do dia 5 de novembro, terça-feira, para a segunda-feira seguinte, dia 11, o início da segunda fase de vendas dos ingressos da Copa do Mundo.
A mudança nas datas ocorre uma dia após publicação no "Diário Oficial da União", do acordo entre a Caixa e o Ministério do Esporte para o monitoramento e auditoria do sorteio da primeira parte dos ingressos para a Copa, que acontece hoje.
Segundo comunicado da Fifa, publicado no site da entidade nesta terça-feira, a mudança foi feita "a fim de assegurar o envolvimento das autoridades brasileiras na supervisão dos procedimentos de atribuição de ingressos após o primeiro período de vendas, de acordo com a Lei Geral da Copa, a Fifa teve de adiar o sorteio, que só começará hoje (terça-feira, 29 de outubro de 2013)."
Ainda de acordo com o texto da entidade, "devido a esse atraso, será impossível informar todos os solicitantes de mais de 6,2 milhões de ingressos quanto ao resultado do sorteio dentro do prazo previamente comunicado, de 4 de novembro de 2013. Assim, a Fifa decidiu postergar o início do próximo período de venda da data original de 5 de novembro para a data de 11 de novembro de 2013, a partir das 9h (horário de Brasília)."
"Como no próximo período as vendas ocorrerão por ordem de pedido, é essencial para nós que todos os solicitantes de ingressos da primeira fase tenham sido informados do andamento da sua solicitação antes do reinício das vendas", explica Thierry Weil.
"Não podemos correr o risco de que um torcedor não saiba do resultado da sua solicitação antes da colocação das entradas restantes à venda. Obviamente, a nossa prioridade é garantir que cada solicitante tenha a mesma chance de sucesso."
O segundo período da primeira fase de venda acabará no dia 28 de novembro, às 9h (horário de Brasília).
Sorteio
O sorteio eletrônico ocorre em Manchester, na presença de representantes da Caixa Econômica Federal e do Ministério do Esporte, além de um tabelião. Na parte inicial do sorteio, todos os pedidos feitos por solicitantes com direito a acesso prioritário de acordo com a Lei Geral da Copa -ou seja, pessoas idosas, estudantes e beneficiários do Bolsa Família- serão sorteados com vistas aos mais de 300 mil ingressos da categoria 4 reservados a essas pessoas.
Em seguida, serão distribuídos os demais ingressos da categoria 4 e os outros ingressos de todas as outras categorias, jogo a jogo. O sorteio dos carnês de seleções específicas ocorrerá a seguir. A loteria, com até 1.000 procedimentos individuais, pode levar mais de 24 horas.
Até 10 de novembro de 2013, todos os solicitantes saberão por e-mail ou mensagem de texto se tiveram ou não a sua solicitação efetivada. Cerca de um milhão de ingressos estão disponíveis nos dois períodos da primeira fase de venda. Assim que o sorteio for concluído, a Fifa anunciará quantos ingressos ainda estarão disponíveis para venda entre 11 e 28 de novembro.
"Sabemos que vamos ser obrigados a decepcionar uma multidão de torcedores fervorosos, mas mesmo se tivéssemos três vezes mais ingressos ainda ficaríamos muito aquém de satisfazer os desejos de todos", acrescenta Thierry Weil. "Gostaríamos apenas de incentivar os torcedores a tentarem novamente nos outros períodos de venda."
O site da Fifa é a única plataforma de venda de ingressos para a Copa do Mundo de 2014. Segundo a entidade, "qualquer ingresso de qualquer tipo que esteja sendo oferecido por outras empresas, ou em outras plataformas, não faz parte nem tem relação com o programa oficial de venda de ingressos".
Caixa
Após o Procon pedir mais transparência no sorteio de ingressos na Copa, a Caixa Econômica fez acordo com o Ministério do Esporte para auditar o processo de escolha dos torcedores.
O sorteio deverá acontecer nos casos em que houver uma demanda maior que a oferta por ingressos. Até dia 10 de outubro, mais de 700 mil pessoas pleitearam entradas para a abertura e final da Copa - mais de dez vezes a capacidade dos estádios.
O acordo entre a Caixa e o Ministério do Esporte foi publicado no "Diário Oficial da União". A Lei Geral da Copa já previa o "acompanhamento" dos sorteios por parte de órgão federal.
A parceria prevê a "integração de esforços entre os partícipes, visando a uma ação conjunta para a auditagem do processo de sorteio de seleção aleatória dos contemplados à aquisição dos ingressos para a Copa".
A auditagem, contudo, só valerá para os ingressos da categoria 4, destinada a brasileiros estudantes, idosos ou beneficiados pelo Bolsa Família. Serão pelo menos 300 mil ingressos nessa categoria.
Em nota, o Ministério do Esporte e a Caixa afirmaram que a auditoria acontecerá em razão da Lei Geral da Copa.
"O acordo de cooperação assinado pelo Ministério do Esporte com a Caixa Econômica Federal cumpre a determinação estabelecida no º 4o do Art. 26 da Lei Geral da Copa (Lei 12.663/2012), que trata do acompanhamento de órgão federal competente durante o sorteio de ingressos. O sorteio e a comercialização dos ingressos é de responsabilidade da FIFA", diz o Ministério do Esporte.
O Departamento de Imprensa da FIFA afirmou, em nota, que representantes do governo estarão presentes no sorteio.

Por que o Tesouro Direto deixa a previdência no chinelo
Exame—Ainda que os planos de previdência pareçam o caminho mais natural para muitas pessoas que pensam onde investir para a aposentadoria, cada vez mais consultores financeiros têm sugerido o Tesouro Direto como a melhor opção de investimento para este fim. A preferência pelos títulos do governo, mais especificamente pelas NTN-Bs, é explicada por diversas razões.
Confira a seguir algumas delas e entenda por que esse pode ser o investimento ideal para quem não gosta de correr muitos riscos e quer ter uma boa renda quando a hora de pendurar as chuteiras chegar.
O título do Tesouro permite sempre um rendimento acima da inflação
O Tesouro Nacional possui títulos com diferentes formas de remuneração. Dentre eles, o mais indicado para a aposentadoria é a Nota do Tesouro Nacional série B, ou NTN-B, que paga ao investidor uma taxa de juro pré-fixada mais a variação da inflação (medida pelo IPCA) durante o período do investimento.
Como o título promete um pagamento acima da inflação, ele sempre dará ao investidor um ganho real, proteção fundamental para quem investe para a aposentadoria já que em um prazo de 20 ou 30 anos, a alta da inflação é totalmente imprevisível.
Ainda que planos de previdência também invistam em títulos públicos, seus custos são maiores
Os fundos de previdência investem em NTN-Bs e outros títulos públicos, por isso, teoricamente, também contariam com a vantagem da proteção contra a inflação. Mas seus custos são altos. “A maioria dos fundos de previdência tem boa parte ou quase a totalidade de sua carteira composta por NTN-Bs. Justamente por isso, o que se cobra de taxa de administração é muito elevado”, afirma Fernando Meibak, sócio da consultoria Moneyplan.
No investimento no Tesouro é cobrada uma taxa de custódia, de 0,3% ao ano, e pode ou não ser cobrada uma taxa de administração pela corretora por meio da qual você compra o título. Como existem corretoras que isentam a taxa, o investidor tem a opção de pagar apenas 0,3% ao ano (veja o ranking das taxas cobradas por corretora).
Já os planos de previdência, na melhor das hipóteses, cobram taxas de 1% ao ano. Sendo que, em alguns casos, as taxas chegam a superar os 3% e alguns planos ainda descontam de cada aporte uma taxa de carregamento, que fica entre 1% e 4% do valor investido. Esses custos parecem pequenos à primeira vista, mas têm um efeito devastador sobre os rendimentos no longo prazo.
Além disso, por mais que a maioria dos fundos de previdência invista em NTN-Bs, eles podem investir em outras aplicações de renda fixa e até 49% da carteira em renda variável. A estratégia pode ser interessante já que no longo prazo investimentos arriscados podem trazer mais retorno, mas para quem é mais conservador essa pode não ser a melhor opção, já que o investidor corre o risco de não ter um ganho sempre acima da inflação como com os títulos do governo.
No Tesouro você conhece seu rendimento, enquanto nos planos de previdência não se sabe qual será a performance
Uma das maiores vantagens dos títulos públicos é o fato de o investidor ter a garantia de que receberá o retorno contratado no início do investimento, caso ele fique com o título até seu vencimento. “A NTN-B vai render aquilo: IPCA mais juros. Na previdência não se sabe qual será a performance ao longo do tempo porque seu desempenho é influenciado por uma série de motivos”, explica Fernando Meibak.
Mesmo que o plano de previdência invista apenas nos títulos do Tesouro, como os participantes do fundo podem querer sacar seus recursos, o gestor pode precisar vender os títulos antes do seu vencimento para pagar os investidores.
Uma NTN-B que prometa 5% de juro ao ano mais IPCA só vai pagar isso se o título não for vendido até o vencimento. Mas caso seu detentor deseje se desfazer dela antes do vencimento, estará sujeito a aceitar o que o mercado estiver disposto a oferecer pelo título. Nesse caso, o título pode acabar sendo vendido por um valor menor que o preço de compra, por causa do efeito da chamada marcação a mercado (entenda como a marcação a mercado afeta o rendimento dos títulos).
Ou seja, enquanto no investimento direto em uma NTN-B ter ou não prejuízo só depende de você, nos planos isso dependerá dos outros participantes. Isso ficou bem evidente recentemente. Como as NTN-Bs com prazos mais longos estão com preços em queda, muitos investidores quiseram resgatar as cotas de fundos que vinham tendo retorno negativo, obrigando gestores a venderem os títulos em um momento péssimo.
“O mercado exige que o fundo precifique sua carteira todo dia e como muitos clientes não entendem o processo de marcação a mercado eles ficam ansiosos para sair do fundo a cada oscilação. Nos planos, a pessoa fica sujeita às mudanças de humor dos outros cotistas”, diz Tatiana Engelmann, CFP®, planejadora financeira certificada pelo IBCPF.
Uma pesquisa da consultoria NetQuant, divulgada em maio na revista EXAME, mostrou que nos últimos cinco anos (contados até aquele mês), enquanto as NTN-Bs renderam 125%, os planos de previdência de renda fixa tiveram rentabilidade de 54% e os planos de previdência multimercados, de 50%. Ainda de acordo com o levantamento, que analisou 536 planos, um quarto deles perdeu da inflação no período.
Imposto de renda pago no Tesouro pode ser menor
Muitas instituições vendem os planos de previdência exaltando a vantagem do benefício fiscal dos planos da modalidade PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), que permite que as contribuições feitas durante o ano sejam deduzidas do rendimento tributável do imposto de renda, até o limite de 12% da renda. Ocorre que, apesar da dedução no imposto de renda do ano seguinte, o investidor precisará pagar o IR de qualquer forma quando resgatar seu investimento lá na frente.
“É uma postergação do imposto para quando o investidor sacar os benefícios no futuro, e isso é muito discutível”, afirma Meibak. Segundo ele, esse abatimento só será uma vantagem em relação ao Tesouro se o participante investir o valor economizado com o imposto, já que ao longo de 10 anos essa economia poderia trazer um rendimento razoável.
Outro argumento a favor da previdência seria o fato de no Tesouro a tributação mínima do imposto de renda ser de 15% (em prazos superiores a dois anos) enquanto nos planos o investidor poder chegar à alíquota mínima de 10% se mantiver o investimento por mais de dez anos e se for usada a tabela de tributação regressiva do imposto, na qual a alíquota é reduzida quanto maior o prazo do investimento.
Por esse motivo, à primeira vista os planos podem parecer mais vantajosos em termos fiscais, mas há um detalhe que faz toda a diferença. Enquanto no Tesouro o IR de 15% recai sobre o rendimento apenas, nos planos de previdência ele incide sobre o valor total investido. “Uma coisa é tributar 15% sobre o ganho e outra 10% sobre tudo o que se saca. Até se fosse uma tributação de 40% sobre o ganho no Tesouro ainda assim seria mais vantajoso, porque só incide sobre o rendimento”, explica Meibak.
Taxas da NTN-B estão muito atrativas
Outro ponto a favor das NTN-Bs é a remuneração que elas estão oferecendo neste momento. “A NTN-B tem sido muito recomendada por causa da garantia de juro real independentemente do que acontece com inflação. E o nível de juro real oferecido, de quase 6%, é muito interessante e não existe nenhum país”, afirma Tatiana.
Atualmente, a NTN-B Principal (que não paga juros semestralmente, apenas no vencimento) com vencimento em 2035 está sendo vendida com uma taxa de juro anual de 5,81%. “Com esse nível de juro real faz muito sentido ter esse titulo se o cliente tiver um horizonte de investimento longo, lembrando que caso ele se desfaça do título antes do vencimento, ele pode perder dinheiro”, comenta a CFP®.
Pese também na sua decisão
Ainda que o Tesouro Direto ofereça muitas vantagens, se você já investe em um plano de previdência, resgatar os recursos pode não ser vantajoso por causa dos custos que você terá para fazer o saque. Esses custos podem variar muito de acordo com a modalidade do plano (PGBL, VGBL) o tipo de tributação de imposto de renda escolhido (regressivo ou progressivo), o período do investimento e a renda investida.
Em matéria anteriormente publicada, EXAME.com mostrou como mensurar quanto você pagará ao resgatar os recursos do seu plano de previdência e como avaliar em quais casos vale a pena fazer isso. 
Caso você perceba que a penalização será grande, talvez seja interessante manter os investimentos no plano, mas passar a destinar os novos aportes ao Tesouro Direto.
Tatiana Engelmann ainda alerta para outra questão: o benefício dos planos de previdência em relação ao planejamento sucessório. Enquanto no Tesouro Direto, em caso de falecimento do investidor, os herdeiros precisarão pagar o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD) para receber os recursos, os planos de previdência do tipo VGBL são transmitidos aos beneficiários sem necessidade de inventário e de pagamento do ITCMD.
No entanto, como em muitos estados o ITCMD é de 4% e pode ser isento até um determinado limite (em São Paulo o limite é de 48 mil reais), a isenção desse imposto no VGBL pode não ser o suficiente para compensar todas as outras desvantagens dos planos apresentadas acima, como os maiores custos. Fora isso, a maior facilidade do planejamento sucessório pode não ser uma vantagem tão grande para alguém que não está pensando prioritariamente nos seus herdeiros, mas sim em qual investimento garantirá uma maior rentabilidade.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Azul.CA 28.05

Daily News


Câmara aprova texto-base da MP que desonera setores da economia

Valor 28.05.2013 - A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira o texto-base da Medida Provisória (MP) 601, que contém medidas do Plano Brasil Maior e estende os benefícios fiscais da desoneração da folha de pagamento a diversos segmentos da economia. O texto do relator da MP, senador Armando Monteiro (PTB-PE), amplia o prazo de prorrogação do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários (Reintegra).
Na MP original, o regime vigoraria até 3 de dezembro de 2013 (um ano a mais que o previsto). Monteiro o estendeu até 31 de dezembro de 2017. Ele também colocou um dispositivo que determina que os recursos obtidos pelas empresas exportadoras por meio do programa não sejam mais tributados.
O senador também ampliou os setores beneficiados com a desoneração da folha salarial. Entre os quase 20 novos segmentos contemplados no relatório estão o comércio varejista de artigos de óptica e o de produtos farmacêuticos; atividades de montagem e desmontagem industrial; setor de pescados salgados; produtos do setor gráfico; segurança privada; agências de publicidade; além do setor de computadores portáteis (notebooks).
A medida zera a alíquota de 20% sobre a folha de pagamentos. Em troca, as empresas pagam um percentual sobre o faturamento bruto, resultando num desembolso menor para a Previdência Social. Os setores que foram beneficiados em anúncio feito no início do ano foram "puxados" para o relatório dessa MP para apressar a tramitação dessas ações no Congresso Nacional.

Câmara aprova texto-base da MP que desonera setores da economia

Valor 28.05.2013 - A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira o texto-base da Medida Provisória (MP) 601, que contém medidas do Plano Brasil Maior e estende os benefícios fiscais da desoneração da folha de pagamento a diversos segmentos da economia. O texto do relator da MP, senador Armando Monteiro (PTB-PE), amplia o prazo de prorrogação do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários (Reintegra).
Na MP original, o regime vigoraria até 3 de dezembro de 2013 (um ano a mais que o previsto). Monteiro o estendeu até 31 de dezembro de 2017. Ele também colocou um dispositivo que determina que os recursos obtidos pelas empresas exportadoras por meio do programa não sejam mais tributados.
O senador também ampliou os setores beneficiados com a desoneração da folha salarial. Entre os quase 20 novos segmentos contemplados no relatório estão o comércio varejista de artigos de óptica e o de produtos farmacêuticos; atividades de montagem e desmontagem industrial; setor de pescados salgados; produtos do setor gráfico; segurança privada; agências de publicidade; além do setor de computadores portáteis (notebooks).
A medida zera a alíquota de 20% sobre a folha de pagamentos. Em troca, as empresas pagam um percentual sobre o faturamento bruto, resultando num desembolso menor para a Previdência Social. Os setores que foram beneficiados em anúncio feito no início do ano foram "puxados" para o relatório dessa MP para apressar a tramitação dessas ações no Congresso Nacional.

Descontada, ação da Biosev é recomendada pelo JP Morgan

Valor 28.05.2013 - Os papéis, que estrearam na bolsa em abril, são negociados com desconto de 42% em relação a concorrente São Martinho.
O aumento da oferta de cana de açúcar deve melhorar o desempenho operacional da empresa
O banco americano JP Morgan iniciou a cobertura das ações da BIosev (BSEV3) pouco mais de um mês depois da estreia dos papéis na Bovespa. A recomendação é de alocação acima da média do mercado (overweight), com preço-alvo de 22 reais – o que representa um potencial de valorização de 59%.
“Acreditamos que a Biosev oferece uma reviravolta operacional bem cronometrada com o retorno de rendimentos, além de uma forte safra de cana de açúcar no Brasil”, explicam Cassio Lucin e Thomas McElwee, que assinam o relatório.
Cassio e Thomas explicam que o aumento da oferta de cana de açúcar em 2013/2014 deve melhorar o desempenho operacional da empresa, elevando a utilização da capacidade e aumentando as margens.
Desconto: Os analistas afirmam que preferem os papéis da São Martinho (SMTO3) no setor, mas que, como a Biosev oferece maior crescimento operacional nos próximos dois anos (embora com mais riscos) com um valuation descontando, o momento é propício para a entrada. Atualmente, a Biosev é negociada com um desconto de 42% em relação a São Martinho.

IPO da Azul vai financiar expansão e sanar dívidas

Infomoney 27.05.2013 - Segundo a empresa, os recursos captados na oferta primária serão usados para expansão de seus negócios, incluindo investimentos em aeronaves para aumento de frota.
A Azul, terceira maior companhia aérea do país, pediu registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
A oferta incluirá um lote primário, de ações novas, e um lote secundário, de títulos detidos por atuais acionistas. O Santander será o coordenador líder da operação, que contará com Morgan Stanley, Itaú BBA, Goldman Sachs e BB Investimentos.
A empresa, que diz ter 29,3 por cento do mercado brasileiro de aviação civil, vai se listar no Nível 2 de governança corporativa da BM&FBovespa. A oferta ocorrerá simultaneamente no Brasil e no exterior, com a venda de ações preferenciais e recibos de ações (ADRs).
Com IPO, Azul pretende ampliar os negócios, com aumento do número de rotas e reforço de capital de giro
Segundo a empresa, os recursos captados na oferta primária serão usados para expansão de seus negócios, incluindo investimentos em aeronaves para aumento de frota, crescimento do número de rotas e reforço do capital de giro.
Segundo prospecto preliminar publicado nesta segunda-feira, os recursos também serão usados para pagar empréstimos contraídos com a companhia Bozano, acionista da empresa, e para pagar o arrendamento de cinco aeronaves.
A extensa lista de acionistas vendedores na oferta secundária inclui diversas classes do fundo Saleb, a Bozano Holdings e os acionistas individuais Regis da Silva Brito, Miguel Dau e João Carlos Fernandes, entre outros.
Fundada em 2008 pelo empresário David Neeleman, a Azul completou uma fusão com a Trip no final de maio do ano passado.
No documento divulgado nesta segunda-feira, a companhia informa ter fechado 2012 com receita líquida consolidada de 2,7 bilhões de reais ou 4,1 bilhões de reais em base pro forma, considerando as operações da Trip.
Em 2012, a empresa teve prejuízo de 170,8 milhões de reais; considerando a Trip, o prejuízo foi de 383,8 milhões de reais.
O valor da oferta ainda não foi divulgado, mas é estimado em cerca de 1 bilhão de reais pelo IFR, serviço da Thomson Reuters.

Banco do Brasil inicia negociação privada de suas ações

Brasil Econômico 27.05.2013 - O intuito é suprir o pagamento de parte da remuneração variável dos membros de sua diretoria executiva por meio de ações.
O Banco do Brasil informou nesta segunda-feira (27/5) que iniciará, a partir de hoje, a negociação privada de ações de sua própria emissão, com o intuito de suprir o pagamento de parte da remuneração variável dos membros de sua diretoria executiva por meio de ações. A negociação foi aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários.

Argentina deverá receber energia da AES Uruguaiana        

JornaldoCommercio 28.05.2013 - Após retomar as atividades no começo de fevereiro e interrompê-las novamente ao final de março, a expectativa é de que a termelétrica AES Uruguaiana volte, em breve, a gerar a energia. No entanto, ao invés de enviar sua produção para o Brasil, como aconteceu da última vez, o destino da energia da usina será a vizinha Argentina.
O presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Reativação e Funcionamento da Termo AES Uruguaiana, deputado estadual Frederico Antunes (PP), espera para junho o retorno da operação do complexo. Antunes explica que a térmica ainda aguarda o tratado definitivo entre os governos brasileiro e argentino, que ainda está sendo negociado, para voltar a funcionar. Uma das propostas sugeridas é de que a estrutura abasteça, futuramente, por sete meses a Argentina (abril a outubro) e por cinco meses (novembro a março) o Brasil.
As atividades da usina em fevereiro e março deste ano foram sustentadas por um acordo emergencial, em virtude dos problemas de oferta de energia enfrentados pelo Brasil. Para operar nesse período, a térmica foi alimentada com Gás Natural Liquefeito (GNL), um combustível de elevado custo, que chegava à Argentina por navios e depois era encaminhado para Uruguaiana por gasodutos. Em fevereiro, o Custo Variável Unitário (CVU) da térmica foi de R$ 881,72 por MWh, muito superior à média de outras usinas brasileiras.
O alto custo de operação da termelétrica é uma das preocupações do coordenador do grupo temático de energia da Fiergs, Carlos Faria. Ele adverte que, por decisão do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o ônus da geração da usina em fevereiro e março será repassado apenas aos consumidores da região Sul do País e não a todos os clientes do sistema interligado nacional.
Segundo o presidente da Fiergs, Heitor Müller, foi encaminhado um documento à ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, assinado pelos dirigentes das federações das indústrias do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, tentando reverter a questão. Müller argumenta que a térmica foi despachada por motivos de segurança energética, em decorrência de reservatórios de hidrelétricas, localizados fora da região Sul, estarem com níveis baixos. Se a situação não se modificar, o custo da geração da usina deverá ser incorporado nos próximos reajustes das distribuidoras de energia do Sul do País.
Indagada sobre o assunto, a assessoria de imprensa da AES Uruguaiana relatou que os encargos da térmica serão repassados a todos os consumidores do sistema interligado nacional. No entanto, uma fonte que acompanha o assunto afirma que ainda não há definição sobre o tema, mas a tendência é de que realmente o custo incida apenas sobre os consumidores da região Sul.
A usina AES Uruguaiana iniciou as atividades em 2000 e pode alcançar uma capacidade instalada de 639 MW (cerca de 16% da demanda média de energia do Estado). Antes de recomeçar a produzir em 2013, o ficou quase quatro anos inativo em função da interrupção do fornecimento de gás natural por parte da YPF. O Grupo AES manteve a manutenção e preservação dos equipamentos da térmica. Aproximadamente R$ 17 milhões foram investidos para que a estrutura voltasse a gerar energia.
Bndes anuncia habilitadas para disputar recursos do Inova Energia
Um total de 117 empresas líderes está habilitado a concorrer aos recursos disponibilizados pelo Plano de Apoio à Inovação Tecnológica no Setor Elétrico (Inova Energia), do governo federal, lançado em abril. O programa é uma parceria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), da Agência Brasileira da Inovação (Finep) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O resultado preliminar foi anunciado na sexta-feira pelo Bndes e representa uma seleção sobre as 373 empresas que se inscreveram para disputar os recursos do programa. O diretor de Inovação da Finep, João De Negri, comemorou o fato de a demanda ter atingido cerca de R$ 12 bilhões, superando o volume inicial de recursos disponibilizado para o programa, de R$ 3 bilhões. Segundo ele, esse modelo de apoio do governo é feito em
diversos países, entre os quais os Estados Unidos e na Europa.
“O resultado foi extremamente exitoso e mostra que o Brasil tem uma enorme demanda por projetos de inovação. Foram disponibilizados para as empresas em torno de R$ 3 bilhões e nós recebemos uma demanda quatro vezes superior aos recursos ofertados. Isso significa que há uma dinâmica de longo prazo do processo inovador das empresas industriais brasileiras que estão dispostas a tomar riscos e a apostar no futuro”, disse.
De Negri destacou que projetos de inovação costumam amadurecer entre cinco e 10 anos, o que reforça a percepção de que as empresas estão pensando no longo prazo e que “as atividades de longo prazo da economia brasileira estão aquecidas”.
Após a filtragem das propostas que não se enquadravam às regras e objetivos do programa, a demanda das empresas habilitadas atingiu R$ 7,8 bilhões. O diretor da Finep esclareceu, porém, que isso não significa que não sejam bons projetos. “Esses projetos são bons, podem ser financiados com critérios do governo federal, em nova linha de financiamento do Inova Energia, em uma segunda fase.”
As empresas cujos projetos foram homologados na primeira etapa apresentarão agora seus planos de negócios detalhados à equipe formada por técnicos do Bndes, Finep e Aneel. As três instituições indicarão os instrumentos financeiros de incentivo mais adequados a cada projeto, que englobam crédito, apoio não reembolsável, subvenção e participação acionária.

Eike adia oferta de aquisição da CCX para 12 de julho

Valor 27.05.2013 - O empresário Eike Batista adiou a oferta pública de aquisição (OPA) das ações disponíveis no mercado da CCX, empresa de carvão de seu grupo, para 12 de julho. A expectativa inicial era de que o leilão ocorresse já no mês que vem.
Em janeiro, o bilionário informou que pretendia tirar a empresa da bolsa, cerca de um ano após abrir seu capital. A companhia é a menor dentre as empresas abertas do grupo EBX e enfrenta dificuldades por causa da queda nos preços do insumo, causada por uma sobreoferta vinda da Austrália.
De acordo com o edital enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na sexta-feira, estão disponíveis cerca de R$ 280,7 milhões em ações da CCX no mercado. Os papéis serão comprados a, no máximo, R$ 4,31 cada. Em sua oferta pública inicial, eles foram vendidos a R$ 8,50 a unidade.
As ações serão trocadas por papéis de outras empresas do grupo, como a MMX, a LLX, a OSX e a MPX. As relações de troca, porém, ainda não foram divulgadas nessa versão do edital. O período de 36 dias dentro dos quais os investidores poderão aderir à OPA deve se iniciar em 5 de junho.

Desconfiança sobre os negócios de Eike lança dúvida sobre carvão gaúcho       

Zero Hora 27.05.2013 - Eike Batista, 56 anos, um dos principais empresários do país, é supersticioso. Adotou o sol dos incas – símbolo da força e do otimismo – como logotipo de seu conglomerado e tem por hábito concluir as siglas que batizam seus empreendimentos com a letra X. A presença do símbolo matemático da multiplicação serviria para dar sorte e impulsionar o lucro nos negócios. Por um tempo foi exatamente o que ocorreu: investidores injetaram US$ 26 bilhões nas empresas do grupo de 2005 a 2013, e o brasileiro chegou a figurar como sétimo homem mais rico do planeta no ranking da revista Forbes.
– Não sei se vou passar ele pela direita ou pela esquerda. Mas eu vou passar – disse Eike há dois anos, quando perguntado se pretendia alcançar algum dia o primeiro lugar no ranking dos homens mais ricos do mundo, ocupado então pelo mexicano Carlos Slim.
O que parecia uma meta alcançável – afinal, o magnata brasileiro estava em sétimo na lista – transformou-se no sonho de uma noite de verão. Hoje, se Eike quiser chegar ao topo vai precisar multiplicar sua fortuna em quase sete vezes. O declínio, no entanto, não é só uma perda pessoal. Representa o mau desempenho do empresário nos negócios, um infortúnio, portanto, para os investidores. A crise que começou em junho passado na petroleira OGX, empresa com maior valor de mercado do Grupo EBX, acabou contaminando o desempenho de outras companhias. Em grande parte devido à estrutura de interdependência, na qual uma empresa é cliente da outra, mas também porque os investidores não parecem mais acreditar nas promessas de Eike.
– Ele prometeu demais e não conseguiu entregar. Para um empreendedor, não basta ser bom em projetos, precisa saber executar – resume Frederico Vontobel, da Vokin Investimentos, escritório que não recomenda para clientes os papéis de nenhuma das empresas de Eike.
Mesmo empresas que não estão diretamente ligadas à petroleira – e portanto fora do epicentro da crise – sofrem com a desconfiança do mercado. É o caso da MPX, companhia de energia e gás responsável por iniciativas do empresário no Rio Grande do Sul. As ações tiveram queda de 35% em um ano, apesar de o cronograma de atividades estar em dia.
Dúvidas sobre carvão gaúcho
– A MPX segue trabalhando com perspectivas de consolidar os projetos das duas usinas termelétricas em Candiota – afirma Cesar de Faria, diretor presidente da Copelmi, responsável por operar a mina do Seival que
abastecerá as duas usinas e parceira da MPX no empreendimento.
A empresa de Eike já tem licença dos órgãos ambientais para execução das obras. Precisa vencer o próximo leilão de energia, previsto para 29 de agosto. Caso saia vencedora, a iniciativa representará um investimento de, ao menos, R$ 6,5 bilhões no Estado, gerando um aumento de 1,3 mil MW em capacidade instalada. Uma das iniciativas para resgatar a confiança nos negócios de Eike foi o aumento da participação de sócios no capital das empresas, caso da E.ON na MPX, vista com bons olhos por especialistas. Em abril deste ano, a companhia alemã ampliou de 11,7% para 36,1% sua participação na empresa. Considerados especialistas em carvão, os europeus seriam uma garantia do interesse de Eike no mineral gaúcho.
– Os dois projetos estão avançados. Fazemos reuniões semanais com a empresa para chegarmos ao leilão de energia da forma mais competitiva possível – afirma Rui Dick, gerente-executivo da Secretaria da Infraestrutura do Estado.
Todos esses contatos são feitos com executivos da empresa. O próprio Eike, até onde se sabe, jamais pisou em solo gaúcho para tratar de interesses que representam cerca de um terço do valor da fortuna estimada em US$ 10,6 bilhões.
Efeito dominó: O modelo de interdependência adotado por Eike Batista é tido por especialistas como arriscado. Como uma empresa é cliente da outra, uma crise em qualquer das unidades pode interferir no desempenho das demais. O tombo da OGX na bolsa acabou arrastando outras ações do grupo EBX
1. Projeto mais ambicioso do grupo, a OGX tem dificuldades de cumprir as metas de produção. A desconfiança dos investidores fez o preço das ações despencar.
2. A empresa de indústria naval OSX foi criada para ter a OGX como principal cliente. A perspectiva de uma produção mais modesta da petroleira tem impacto direto na demanda do estaleiro.
3. Efeito semelhante ocorre com a LLX, empresa de logística do grupo. Idealizada para viabilizar o transporte de petróleo da OGX, o desempenho da empresa foi diretamente afetado pela diminuição de demanda. Atrasos no porto de Açu, da LLX, comprometem o escoamento da produção de ferro da mineradora MMX.
4. A mineradora MMX contrata energia da MPX. Mas com a logística para venda prejudicada – principalmente pelos atrasos no porto de Açu –, é obrigada a reduzir a produção.
5. A geradora de energia MPX compra gás da OGX, mas a exploração e a distribuição dependem de capital.
Desafio: teste seus conhecimentos e faça um quiz sobre a vida e os negócios de Eike Batista
Mesmo relutante, Eike Batista tem agido em diferentes frentes para tentar recuperar a saúde financeira e a credibilidade nos negócios. Entre as gigantes do Grupo EBX, o primeiro passo foi dado com a empresa de energia MPX, que vendeu parte do capital à alemã E.ON. Para reduzir o endividamento e continuar investindo, outras empresas também estão à procura de novos sócios. O desempenho ruim no primeiro trimestre do ano comprovou que o empresário subestimou o poder corrosivo da desconfiança sobre seus negócios. Um acordo firmado em março com o banco de investimentos BTG Pactual, de André Esteves, garantiu uma linha de crédito de US$1 bilhão a Eike, além de um acordo de consultoria financeira para as empresas do grupo.
– O mercado está bastante cético. Recuperar a confiança é mais difícil do que conquistá-la – afirma Carlos Müller, da Geral Corretora.
A procura por parceiros inclui mesmo as empresas que tiveram um bom desempenho recentemente. É o caso do time de vôlei masculino RJX, que, apesar de conquistar o título de campeão brasileiro na última temporada, busca alternativas para não ter de reduzir custos. Vale até fechar o capital de empresas. O empresário já indicou que pretende comprar todas as ações da mineradora de carvão CCX nos próximos meses.
– No ano passado, chegou a ser anunciado o fechamento da LLX, mas Eike desistiu da operação – lembra Valter Bianchi, da Fundamenta, administradora de investimentos.
A estratégia adotada por Eike também inclui o famoso "desinvestimento" – quando se vende ou se passa adiante um ativo. É o caso do navio Pink Fleet. Como a proposta de passeios turísticos pela Baía de Guanabara não deu certo, Eike pretende doá-lo à Marinha. Um dos jatinhos privados da AVX também entrou na lista de ofertas e está à venda em um site americano. O valor pedido pela aeronave não foi divulgado.

Cemig analisa aquisições em geração, transmissão e distribuição

Valor 27.05.2013 - A Cemig está avaliando aquisições de ativos nas áreas de geração, transmissão e distribuição que, segundo a diretoria, vão colocar a empresa em ‘outro patamar’. Um desses negócios poderá ser anunciado ainda em junho, segundo Fernando Henrique Schüffner Neto, diretor de novos negócios da companhia.
As declarações foram feitas durante encontro anual com investidores da empresa, que acontece em conjunto com a reunião da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), em Uberlândia, Minas Gerais.
O presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais, afirmou que a companhia fez aquisições de cerca de R$ 2 bilhões nos últimos três anos. “Nos próximos três anos, teremos de fazer bem mais e vamos fazer”, disse.
O executivo comentou ainda que o objetivo da empresa é voltar ao patamar de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) que tinha até agosto do ano passado, um mês antes de o governo federal ter anunciado seu plano de redução das tarifas de energia elétrica.
Morais lembrou que, ao longo das discussões sobre a Medida Provisória nº 579, a empresa perdeu quase R$ 10 bilhões em valor de mercado. Ele definiu a MP como “um pequeno tropeço, uma pequena adversidade”.
A Cemig não aderiu às novas regras do governo, no caso das geradoras, e, por isso, se a posição do governo se mantiver, a companhia perderá o direito a três hidrelétricas - São Simão, Jaguara e Miranda.

Retomada de térmicas anima setor de carvão       

Diário do Nordeste 27.05.2013 - A retomada da contratação das termelétricas reanimou a indústria de carvão. A Tractebel, a maior geradora privada do País, e a MPX, do empresário Eike Batista, são algumas das empresas que estudam incluir projetos no leilão de energia nova A-5 deste ano, que contratará a demanda das distribuidoras em 2018. O leilão também poderá culminar em novos investimentos na expansão da capacidade de produção de carvão mineral.
Justificativa para o uso de térmicas movidas a carvão mineral, segundo afirma o governo, é pelo abastecimento de energia hoje comprometido Foto: Divulgação
É o caso da estatal gaúcha Companhia Riograndense de Mineração (CRM). Fornecedora de 3,3 milhões de toneladas por ano de carvão para a térmica Candiota (RS), da Eletrobrás CGTEE, a companhia avalia investir R$ 200 milhões para ampliar em quase 2 milhões de toneladas ao ano sua produção, caso feche novos contratos para os projetos do leilão. O presidente da CRM, Elifas Simas, revelou que negocia o fornecimento de carvão a um empreendimento da Tractebel e outros dois da MPX, no Rio Grande do Sul. Os dois projetos da MPX somam 1,320 mil MW de capacidade instalada, e a CRM negocia para se tornar "fornecedora backup" de carvão para as térmicas. Já o projeto da Tractebel é de uma usina de 350 MW, e a estatal seria a fornecedora principal. A CRM também foi procurada pela CTSul para discutir o suprimento a uma usina de 650 MW em Cachoeira do Sul (RS).
Segundo Simas, o carvão que abastecerá as novas usinas virá da mina a céu aberto de Candiota, a maior jazida brasileira. O presidente da Empresa de Pesquisa (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou que o carvão desse tipo de mina é o mais competitivo para geração de energia pelo baixo custo. A fase III de usina Candiota, que entrou em operação comercial em 2011, tem custo de geração de R$ 54,99/MWh, um dos mais baixos entre as térmicas em operação no setor elétrico brasileiro.
Carvão x Matriz limpa: Para Tolmasquim, o fato de o Brasil ter retomado a contratação das térmicas não significa que o País não terá matriz limpa.
"As fontes renováveis representam entre 80% e 90% da matriz", disse. Segundo ele, se o governo tivesse de escolher entre uma usina a gás natural e uma a carvão, escolheria o projeto a gás pelo baixo custo e impacto ambiental menor.
Energia limpa adiada: A justificativa para o uso do carvão vem do abastecimento de eletricidade, que está comprometido e fez o governo federal, por ora, abrir mão da expansão da matriz energética com base apenas em fontes limpas.
A tendência ficou clara quando a EPE excluiu as usinas eólicas do leilão de energia nova, que contratará a demanda das distribuidoras em 2018 (A-5), marcado para agosto. Isso foi significativo porque o leilão A-5 aponta a direção da expansão da matriz no País.
"Esse é o momento de equilibrarmos a matriz e darmos mais espaço para as térmicas", afirmou Tolmasquim.
Eólicas apostam no mercado livre: Rio. Com o espaço reduzido nos leilões do governo, a indústria da energia eólica pode encontrar na autoprodução e no mercado livre oportunidades para desenvolver projetos. A expressiva queda do preço de geração eólica a partir de 2009 chamou a atenção das grandes indústrias, que buscam reduzir as despesas com energia.
O que se observa hoje é um setor mais otimista. Ao transformar a energia barata das hidrelétricas amortizadas da Cesp, da Copel, da Eletrobrás e da Cemig em cotas e repassá-las às distribuidoras, o governo diminuiu a oferta para os consumidores livres. "O número de "players" no mercado livre foi reduzido", afirma o diretor financeiro e de relações com investidores da Renova Energia, Pedro Pileggi. A Renova é o veículo de investimentos em energias renováveis da Light, controlada pela Cemig. Segundo o executivo, esse movimento provocou uma mudança estrutural no mercado.
Financiamento: Mas o grande desafio para os projetos eólicos é equacionar o financiamento. O BNDES exige contratos de venda de energia de longo prazo, em torno de 16 anos. Isso contraria a lógica das grandes indústrias, que preferem contratos de menor prazo. Para superar o entrave, a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Élbia Melo, diz que os produtores independentes estão buscando acordos de venda de energia para os grupos de maior porte, para viabilizar o financiamento.

YPF perde caso sobre interrupção de exportações de gás ao Brasil

Folha 27.05.2013 - A estatal de energia da Argentina, YPF, perdeu um caso de arbitragem internacional bilionário por ter suspendido as exportações de gás natural para o Brasil, disse a empresa nesta segunda-feira (27) em um comunicado à bolsa de Buenos Aires.
A YPF suspendeu as exportações de gás para o Brasil desde 2004 e rescindiu os contratos com a AES Uruguaiana (AESU) e com a operadora de gasoduto Transportadora de Gas del Mercosur (TGM) em 2009.
A Câmara de Comércio Internacional, um painel de arbitragem com sede em Paris, decidiu em favor das empresas, que haviam entrado com uma ação contra a YPF, juntamente com a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás), por cerca de 1,4 bilhão de euros (US$ 1,8 bilhão), disse uma fonte da indústria.
Naquela época, a YPF era controlada pela espanhola Repsol, mas há um ano foi expropriada pelo governo argentino.
"Esta decisão é somente sobre a responsabilidade das partes, deixando de fora a determinação dos danos que poderiam existir e que podem ser objeto de um novo processo de arbitragem perante o mesmo tribunal", disse a empresa em um comunicado à bolsa.
Exportações suspensas: A Argentina suspendeu suas exportações de gás natural para o Brasil e Chile em 2004, quando a produção do combustível começou a cair.
A TGM, que opera um gasoduto argentino até a fronteira com o Brasil, tem entre seus acionistas para a argentina Tecpetrol, a francesa Total, a malaia Petronas e a norte-americana CMS Energy.
A AESU pertence ao grupo brasileiro AES, enquanto que 51% do capital da Sulgás são controlados pelo Estado do Rio Grande do Sul e o restante é de propriedade da Petrobras.
A decisão desfavorável à YPF vem em um momento em que a empresa está à procura de parceiros para financiar um plano estratégico ambicioso para US$ 7 bilhões anuais até 2017 para elevar sua reduzida produção de petróleo.

Bancos partem para disputa de fortunas e de gestores

Brasil Econômico 27.05.2013 - Cenário macroeconômico mais desafiador e falta de profissionais especializados fazem bancos acirrarem disputa não só por milionários.
"Não é possível fazer um bom negócio com uma pessoa ruim." A máxima do megainvestidor Warren Buffet ilustra bem a dificuldade que as áreas de ‘ private bankings' e ‘wealth management' têm tido, nos últimos meses, em elaborar novas estratégias para atender e atrair clientes milionários, em um mercado com tão poucos profissionais especializados e cenário macroeconômico desafiador.
A expectativa é de que o crescimento dessa área seja menor do que no ano passado e o primeiro trimestre começou fraco, com crescimento de apenas 1,5%. Não é à toa, que uma dança das cadeiras tenha se configurado no segmento no início do ano.
"O troca-troca desses executivos aconteceu por questões pontuais. Mas existe pressão pela velocidade com que se obtém os resultados", afirma Luis Felipe Granato, gerente da Michael Page especialista em finanças. "Além disso, os bancos estrangeiros trouxeram novo formato de salários com incentivo de longo prazo. Isso significa que a remuneração passa a ser atrelada a ações das instituições, como forma de retenção."
O medo é que o concorrente ofereça melhores condições (como bônus) e o profissional - escasso - troque de mesa. "Estamos prestes a ver uma guerra salarial", Granato. O mais recente movimento ilustra bem a situção quando o UBS foi aos quadros do HSBC buscar a executiva Sylvia Coutinho que deixou o cargo em que era responsável pelas áreas de varejo e gestão de fortunas para a América Latina no banco inglês para assumir a presidência do banco suíço no Brasil.
A dança das cadeiras nas áreas de private neste ano começou no Itaú, com a saída de Celso Scaramuzza, que levou Flávio Souza assumir o seu lugar; seguiu pelo JP Morgan, com Cláudio Berquó, que acumulou a função de Celso Portásio; passando pelo BNP Paribas com a aposentadoria de Hiram Maisonnave que, fez com que o seu braço direito, Mauro Rached, ficasse à frente da área. Chegando ao último movimento com a saída de Sylvia Coutinho do HSBC.
Segundo João Albino Winkelmann, diretor do Bradesco Private, o mercado está muito mais competitivo e os bancos estão disputando de forma mais acirrada os mesmos clientes. "Isto é positivo para o cliente e para a indústria, que vai se sofisticando, aprimorando, investindo cada vez mais na formação da sua equipe. O preparo técnico e a capacitação do 'banker' é percebido como diferencial relevante", afirma.
Foi pensando exatamente em dar mais subsídios para os clientes que o HSBC transferiu o diretor de research, Alexandre Gartner, para o private. Outro movimento que, em breve será anunciado, é o de Rui Forcada, sênior banker que estava há anos nos Estados Unidos e, a partir de julho, será diretor em Curitiba. "Queremos aumentar a representatividade desse negócio e a lucratividade em quase três vezes", diz Gabriel Porzecanski, diretor de private banking do HSBC.
A expectativa é que o crescimento da indústria seja de 15% neste ano. Apesar de ser um bom número, é mais fraco do que os 22% observados em 2012."A convergência de juros é um dos fatores e as perspectivas de atividade menos aquecida em fusões e aquisições, que foi a principal origem de liquidez no ano passado, também deverão influenciar um crescimento menos robusto. Mesmo assim, o Brasil ainda continuará a ser um dos mercados de wealth e private que mais crescem no mundo", complementa Winkelmann, que viu os recursos sob gestão da área crescer 27% em 2012.
Segundo dados da Anbima, no primeiro trimestre, o total de ativos sob gestão em todo o mercado cresceu 1,56% para R$ 535,4 bilhões. Maria Eugênia Lopez, diretora do Private Banking do Santander, diz que os recursos em circulação encolheram porque a economia não mostra crescimento. "O PIB ainda não reagiu e os eventos de liquidez foram raríssimos e quase não houve pagamento de dividendos", acrescenta. "O alto retorno com liquidez e baixo risco acabaram. O cliente, se quiser retornos superiores, acima do CDI, precisa abrir mão da liquidez,alongar portfolio, correr mais risco. Nesta hora o profissional mais preparado fará a diferença."
Maria Eugênia afirma que a palavra de ordem no Santander é fidelizar. "Não existe glamour trazer conta corrente e resolver problemas com cartão de crédito, mas isso faz com que o cliente veja o banco como parceiro. Taxa de retorno alta é consequência." Já Porzecanski conta que a aposta do HSBC - além de fortalecer equipe - é oferecer um leque de serviços que o banco oferece em Nova York, Miami, Genebra, Zurique, Londres, Hong Kong e Cingapura.

Dilma impõe tolerância zero para atraso em obras

Valor 27.05.2013 - O governo fechou o cerco às concessionárias de rodovias que assumiram, em 2008, a responsabilidade de ampliar e cuidar de sete trechos de estradas federais. A partir de agora, a ordem do Ministério dos Transportes é adotar tolerância zero com os atrasos de obras nessas concessões - que somam 3,1 mil km e foram realizadas durante a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em entrevista ao Valor, o ministro dos Transportes, César Borges, afirmou que as multas frequentemente impostas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) não se mostraram eficientes para impedir os atrasos nas obras e que, de agora em diante, a ordem é instaurar processos administrativos contra as empresas. Essa ação já está em curso. Procurada pelo Valor, a ANTT confirmou que acaba de abrir processos contra as concessionárias Autopista Litoral Sul (BR-101 SC), Autopista Planalto Sul (BR-116 PR/SC), Autopista Fernão Dias (BR-381 MG/SP), Autopista Régis Bittencourt (BR-116 SP/PR), ViaBahia (BR-116 BA) e Transbrasiliana (BR-153 SP). Apenas uma rodovia - BR-101 RJ, da Autopista Fluminense - não foi notificada pela agência.
É uma medida dura e que tem o aval da presidente Dilma Rousseff. Ao receber a notificação, o concessionário tem dez dias para justificar as causas do atraso e apresentar um termo de ajustamento de conduta. Se os argumentos não convencerem, o processo pode levar à caducidade do contrato e à relicitação do trecho. "Minha posição é de inflexibilidade com o descumprimento dos contratos. Agora, ou executa ou abriremos processo administrativo", diz Borges.
A primeira notificação foi enviada à Autopista Litoral Sul, do grupo Arteris. "A empresa tem seus argumentos, que agora poderá relatar formalmente. Mas, no fundo, as alegações não me parecem procedentes", diz o ministro. César Borges afirma ainda que o governo vai bancar obras em rodovias concedidas na década de 90, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, para evitar aumento no preço dos pedágios. Sobre as ferrovias da estatal Valec, adianta que uma nova licitação de trilhos será lançada nos próximos dias e que um empréstimo de até 40 mil toneladas de barras de aço está em vias de ser viabilizado por meio de um acordo com a Transnordestina.

Grupo Amazonas cria sandália para concorrer no mercado chinês

IstoéDinheiro 27.05.2013 - Empresa vai exportar produto manufaturado ao principal concorrente das empresas brasileiras do setor calçadista.
Um dos maiores obstáculos ao fabricantes nacionais de calçados é a forte concorrência dos produtos chineses, que chegam ao Brasil com preços altamente competitivos. Pois o  Grupo Amazonas, de Franca, no interior de São paulo, resolveu competir com os chineses de uma forma diferente: na própria China. A empresa decidiu comercializar sua recém-criada marca Amazon Sandals para os consumidores chineses.
"Muitos falam sobre essa questão de o Brasil não exportar produtos de valor agregado. O que percebemos, porém, é que os chineses buscam marcas diferenciadas, pois preço e quantidade eles já têm”, afirma Ariano Novaes, responsável pelo marketing da companhia. A estratégia é apresentar as sandálias na China como um produto sustentável. Isso porque a Amazon Sandals é produzida com material biodegradável e que se decompõe com cinco anos de uso.  O investimento no projeto não é revelado.
O produto está sendo comercializado na China desde o final de abril.  Novaes afirma que a chegada à China faz parte de um processo de internacionalização que também inclui a inauguração de lojas na Austrália e no Bali até o final do ano.
Sandálias da Copa: Além dos planos internacionais, o Grupo Amazonas conseguiu licenciamento para homologar a sandália como produto oficial da Copa das Confederações e da Copa do Mundo 2014. Com a autorização, a empresa vai comercializar cinco milhões de pares durante os torneios, o que representa em faturamento cerca de R$ 80 milhões. A empresa comercializa as “flip flops” em 17 países e estima que a nova marca ajude a elevar o faturamento da empresa em 22% neste ano.

Cade aprova aquisição de 50% da Itambé pela Vigor

Folha 27.05.2013 - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a aquisição de 50% da Itambé pela Vigor Alimentos, segundo informações disponíveis no Diário Oficial da União desta segunda-feira (27).
Em fevereiro, a Vigor informou que havia fechado acordo para aquisição de 50% da Itambé, com o compromisso de investir R$ 410 milhões na empresa adquirida.
A Itambé, com sede em Belo Horizonte, possui cinco fábricas --quatro delas localizadas em Minas Gerais e uma em Goiás--, que processam cerca de 3 milhões de litros de leite por dia.
A Vigor é controlada pela holding J&F, que também possui o frigorífico JBS.
Receita abaixo do custo: A venda de 50% da Itambé para a Vigor foi a alternativa que a empresa de Belo Horizonte encontrou para superar a crise financeira em que se encontrava e que é reflexo da baixa rentabilidade que os produtores de leite enfrentam no país.
Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a receita média está cerca de 10% abaixo do custo total nos Estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Com esse problema, muitas empresas do setor encontram-se com alto endividamento, como é o caso da Itambé. Outra dificuldade enfrentada pelo setor é a baixa produtividade.
Com margens pequenas, os produtores não conseguem investir em modernização e no rebanho. Assim, embora o Brasil seja o terceiro maior produtor de leite do mundo, é o 11º em produtividade.
Por ano, a média de produção por vaca é de 1,69 tonelada de leite. Nos EUA, o campeão, esse índice é de 9,66.

Endividamento dos brasileiros bate novo recorde no 1º trimestre

Estadão 27.05.2013 - Em março, dívidas correspondiam a 43,99% da renda anual; segundo o BC, parte do endividamento nos últimos anos está ligada ao crédito habitacional.
O endividamento dos brasileiros com o sistema financeiro nacional bateu novo recorde ao final do primeiro trimestre de 2013. Segundo o Banco Central, as dívidas das famílias correspondiam, em março, a 43,99% da renda anual. Em fevereiro, recorde anterior, o índice estava em 43,79%. No fim do primeiro trimestre de 2012, era de 42,37%.
Segundo o BC, parte do aumento do endividamento nos últimos anos está ligada ao crédito habitacional. Se forem excluídas as dívidas com a compra de imóveis, o endividamento fica em 30,48% da renda em março, ante 30,54% em fevereiro. Em março do ano passado, estava em 31,17%. Na última sexta-feira, ao divulgar os dados sobre o crédito em abril, o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, afirmou que muitas famílias estão substituindo o pagamento do aluguel (que não entra na estatística da instituição sobre dívidas) pelo financiamento habitacional, um endividamento de longo prazo, com juros mais baixos e que significa aumento de patrimônio.
O BC também divulgou números sobre o comprometimento de renda dos brasileiros, que considera dados mensais de renda e prestações pagas aos bancos. As prestações correspondiam, no terceiro mês do ano, a 21,66% da renda mensal dos trabalhadores, ante 21,84% em fevereiro (dado revisado). Também houve queda em relação a março de 2012, quando o comprometimento estava em 22,91% da renda. Se forem retirados da conta os financiamentos habitacionais, o comprometimento da renda mensal fica em 20,06% em março de 2013, ante 20,24% em fevereiro.

Desoneração da folha não evita demissões

Estadão 27.05.2013 - Setores beneficiados, como autopeças e calçados, cortaram vagas; para outros, menos tributos e mercado ajudaram a abrir postos.
Em abril de 2012, quando anunciou a desoneração da folha de pagamentos de 15 setores-chave da economia nacional para preservar empregos, o governo federal calculou uma renúncia fiscal de R$ 7,2 bilhões. Nos primeiros quatro meses de 2013, com o benefício já estendido a outros setores, R$ 2,8 bilhões deixaram de entrar nos cofres públicos por conta da medida.
Para os desonerados em 2012, a medida foi benéfica, mas ainda é insuficiente. Setores ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, apontam que as contratações também foram impulsionadas pela retomada do mercado no período, mas há casos mais críticos, em que as demissões persistem.
O elogio dos setores à medida é unânime, a divergência está na amplitude de seu efeito. A alta de cerca de 1,5% nos empregos do setor de móveis em 2012 não pode ser creditada à desoneração da folha, segundo Lipel Custódio, diretor da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel).
Apenas cerca de 35% das empresas foram beneficiadas pela medida. "Foi muito em função do mercado e não da desoneração. É um fluxo natural", explica Custódio. A maioria das empresas do setor moveleiro (60%) se enquadra no sistema do Simples Nacional, por serem de pequeno porte e, portanto, não são beneficiadas pela medida. Há também grandes empresas (5%), para quem a substituição da contribuição foi prejudicial, informa o diretor da Abimóvel.
A desoneração começou a valer para o setor de móveis em julho passado. Em abril, o governo anunciou a desoneração em um prazo de 90 dias para os setores de indústria têxtil, móveis, plásticos, materiais elétricos, autopeças, ônibus, naval, bens de capital - mecânico, aéreo, hotéis e "design house". Desde o início de 2012, a medida já abarcava os setores de confecções, couro e calçados, tecnologia da informação e call center.
Posteriormente, o governo anunciou novas desonerações, que hoje somam mais de 40 setores, mas algumas só passaram a valer em 2013. Os setores são desonerados do pagamento da contribuição patronal de 20% sobre a folha de pagamento e passam, com o benefício, a contribuir com 1% ou 2% do faturamento, dependendo do caso.
Competitividade. Só no primeiro trimestre deste ano, o setor de elétrica e eletrônicos abriu mais de 3 mil postos de trabalho. "Provavelmente parte veio da desoneração da folha, porém nem tudo. Alguns setores tem contratado porque estão caminhando bem", comenta o gerente do departamento de economia da Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Luiz Cézar Rochel. Em igual período de 2011, o setor contratou 1.210 pessoas.
Segundo Rochel, a desoneração ajudou a aumentar a competitividade, mas não foi suficiente para superar outras questões importantes do chamado Custo Brasil. "Mas teve um aspecto financeiro muito positivo, que foi a redução do custo trabalhista. O que as empresas avaliam é que o ganho de competitividade não foi suficiente".
Na indústria de autopeças, a desoneração não evitou o corte de 11 mil postos entre março de 2012 e março deste ano. O número, do Relatório de Pesquisa Conjuntural do Sindipeças, representa corte de 4,8% nas vagas formais. O acumulado do primeiro trimestre de 2013 mostra um recuo de 1,93%. O setor emprega hoje 214 mil pessoas.
Desempenho parecido teve a indústria de calçados. Em 2012, o número de trabalhadores do setor caiu 2%, de 337 mil em 2011 para 330 mil. Foi o segundo ano seguido de queda no número de vagas no setor. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados, Heitor Klein, diz que a desoneração foi favorável às empresas, mas insuficiente para enfrentar problemas de competitividade.
Apesar do cenário de baixo crescimento e inflação alta, os principais sindicatos vão pedir aumento real nas negociações salariais do segundo semestre, que concentra a data-base de categorias importantes como bancários, metalúrgicos e petroleiros. A disposição para greves é firme, mas há sindicatos confiantes no ganho real sem paralisação. As centrais sindicais trabalham para encerrar o primeiro semestre com bons acordos para garantir negociações positivas no resto do ano.
A expectativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) é que o cenário seja parecido ao de 2012, quando 94,6% das categorias obtiveram ganho real. "O porcentual deve continuar na faixa de 1% a 3% de ganho real", diz o diretor do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. "Não creio que tenha algo que justifique mudança desta performance. A inflação não fugiu do controle e a economia não apresenta crescimento espetacular, nem recessão."
Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o desemprego em baixa deve reforçar a tendência de greve. "Onde não tem acordo, a tendência é que acirre as greves". Ele ressalta que no início do ano várias categorias fecharam acordo após paralisações e cita os metalúrgicos de Gravataí (RS), a construção civil da baixada santista e a da capital paulista.
Ele pondera que a inflação em alta dificulta a busca por ganho real. "Está mais difícil, mas a orientação é que as categorias busquem o aumento para fortalecer o mercado interno".
"Não podemos deixar de lutar para repor a inflação e buscar aumento real para todas as categorias", concorda o presidente da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP), Adi dos Santos Lima. Para ele, é importante avaliar os últimos períodos do mercado e não só a conjuntura atual.
"A indústria, o comércio, os bancos nesses últimos anos ganharam muito dinheiro e tiveram incentivos com o governo desonerando a folha de pagamento e reduzindo imposto", lembra. Adi acredita em menos greves neste ano. "Não haverá necessidade, mas se houver os trabalhadores vão pressionar".

Padilha gastou 10 milhões com propaganda que precisou ser corrigida

Veja 27.05.2013 - A direção do PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliam que a falta de uma bandeira pode ser um obstáculo para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, se tornar um candidato viável ao governo de São Paulo em 2014. Pressionado pelo partido para criar uma marca forte no ministério que o projete na disputa, o ministro autorizou o gasto de 10 milhões de reais com uma campanha publicitária que apresenta a pasta como fiscal dos planos de saúde. Só o que ninguém parecia saber é que essa atribuição já tem dono: a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – que possui um canal próprio para denúncias.
Mesmo assim, a campanha estreou no dia 5 de maio. Na propaganda, ator global Milton Gonçalves aparece pedindo ao cidadão que ligue para o Disque 136 em casos de descumprimentos de prazos dos planos de saúde. O telefone informado na campanha, porém, é da Ouvidoria do SUS, que controla a qualidade dos serviços públicos de saúde – portanto, sem relação direta com planos privados. A propaganda foi ao ar antes que o Disque 136 estivesse adequado para receber as reclamações.
Segundo relatos, os atendentes chegavam a orientar o cidadão a procurar a prefeitura de sua cidade, porque aquele telefone era destinado apenas a assuntos relacionados ao SUS. Somente após três dias no ar, foi feito um redirecionamento para a central 0800 da ANS – e o Disque 136 passou a ser um intermediário dispensável entre a ANS e o cidadão. “Você será redirecionado para a ANS, órgão responsável por regular e fiscalizar os planos de saúde”, diz a gravação do SUS.
Em nota, o ministério afirmou que “a melhoria do acesso e qualidade do atendimento dos planos de saúde é um dos dezesseis objetivos estratégicos do Ministério da Saúde aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde”. A ANS afirmou não ver problemas na campanha do ministério. “Ressaltamos que em nenhum momento a autonomia da Agência sofreu interferência”, informou.

Farmacêutica Valeant compra Bausch & Lomb por U$8,7 bi

Brasil Econômico 27.05.2013 - A Bausch & Lomb é especializada na fabricação de lentes de contato e de produtos usados na sua manutenção.
A empresa canadense financiará parte da operação com uma emissão de ações no valor de US$ 1,5 a 2 bilhões.
O grupo farmacêutico canadense Valeant anunciou nesta segunda-feira (27/05) um acordo para a compra da fabricante americana de produtos oftalmológicos Bausch & Lomb por US$ 8,7 bilhões.
Graças a este acordo, a Valeant irá pagar cerca de US$ 4,5 bilhões ao principal acionista da Bausch & Lomb, o fundo de investimento Warburg Pincus, e US$ 4,2 bilhões para abater as dívidas do grupo, informou em um comunicado.
A Bausch & Lomb é especializada na fabricação de lentes de contato e de produtos usados na sua manutenção.
A Valeant, especializada em produtos dermatológicos, espera que a operação a possibilite economizar 800 milhões de dólares por ano a partir do final de 2014.
Trata-se da maior compra realizada até o momento pela Valeant, que adquiriu o grupo canadense Biovail por 3,2 bilhões de dólares em 2010.
A empresa canadense financiará a operação em parte com uma emissão de ações de US$ 1,5 a 2 bilhões de dólares. O restante será financiado pelo banco Goldman Sachs.
O acordo entrará em vigor no terceiro trimestre.

Renan cumpre acordo com partidos e deixa MPs caducarem

Valor 28.05.2013 - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai cumprir o acordo firmado com os partidos da Casa de não colocar em votação medidas provisórias (MPs) que tenham menos de sete dias de validade. Renan vai deixar caducar duas MPs que estão em votação na Câmara nesta terça-feira, mas que chegariam ao Senado fora do prazo estabelecido.
O senador foi flagrado por jornalistas em ligação com a secretária-geral da Mesa do Senado, Cláudia Lyra, afirmando que não vai ler as MPs 601 e MP 605. “Não, não vou ler. Não vou ler nenhuma das duas [MPs]. Nenhuma”, disse. Questionado sobre a decisão, Renan Calheiros foi incisivo: “A questão não é política, é matemática”.
A partir da leitura em plenário, as MPs podem ser colocadas em votação. Dessa forma, mesmo que as duas propostas sejam aprovadas ainda hoje pela Câmara, não vão ser apreciadas pelo Senado e as medidas provisórias perderão a validade.
A MP 601 estende o Regime Especial de Reintegração de Valores (Reintegra) até 2017 e amplia o número de setores beneficiados pela desoneração da folha de pagamentos. A MP 605 prevê medidas do governo para garantir a redução da tarifa da conta de luz.
A decisão de não apreciar medidas provisórias que cheguem à Casa com menos de sete dias para serem analisadas foi anunciada por Renan Calheiros durante a votação da MP dos Portos, quando os senadores tiveram pouco mais de 12 horas para aprovar a matéria.

IPO da Azul vai financiar expansão e sanar dívidas

Infomoney 27.05.2013 - Segundo a empresa, os recursos captados na oferta primária serão usados para expansão de seus negócios, incluindo investimentos em aeronaves para aumento de frota
A Azul, terceira maior companhia aérea do país, pediu registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
A oferta incluirá um lote primário, de ações novas, e um lote secundário, de títulos detidos por atuais acionistas. O Santander será o coordenador líder da operação, que contará com Morgan Stanley, Itaú BBA, Goldman Sachs e BB Investimentos.
A empresa, que diz ter 29,3 por cento do mercado brasileiro de aviação civil, vai se listar no Nível 2 de governança corporativa da BM&FBovespa. A oferta ocorrerá simultaneamente no Brasil e no exterior, com a venda de ações preferenciais e recibos de ações (ADRs).
Com IPO, Azul pretende ampliar os negócios, com aumento do número de rotas e reforço de capital de giro
Segundo a empresa, os recursos captados na oferta primária serão usados para expansão de seus negócios, incluindo investimentos em aeronaves para aumento de frota, crescimento do número de rotas e reforço do capital de giro.
Segundo prospecto preliminar publicado nesta segunda-feira, os recursos também serão usados para pagar empréstimos contraídos com a companhia Bozano, acionista da empresa, e para pagar o arrendamento de cinco aeronaves.
A extensa lista de acionistas vendedores na oferta secundária inclui diversas classes do fundo Saleb, a Bozano Holdings e os acionistas individuais Regis da Silva Brito, Miguel Dau e João Carlos Fernandes, entre outros.
Fundada em 2008 pelo empresário David Neeleman, a Azul completou uma fusão com a Trip no final de maio do ano passado.
No documento divulgado nesta segunda-feira, a companhia informa ter fechado 2012 com receita líquida consolidada de 2,7 bilhões de reais ou 4,1 bilhões de reais em base pro forma, considerando as operações da Trip.
Em 2012, a empresa teve prejuízo de 170,8 milhões de reais; considerando a Trip, o prejuízo foi de 383,8 milhões de reais.
O valor da oferta ainda não foi divulgado, mas é estimado em cerca de 1 bilhão de reais pelo IFR, serviço da Thomson Reuters.

Banco do Brasil inicia negociação privada de suas ações

Brasil Econômico 27.05.2013 - O intuito é suprir o pagamento de parte da remuneração variável dos membros de sua diretoria executiva por meio de ações.
O Banco do Brasil informou nesta segunda-feira (27/5) que iniciará, a partir de hoje, a negociação privada de ações de sua própria emissão, com o intuito de suprir o pagamento de parte da remuneração variável dos membros de sua diretoria executiva por meio de ações. A negociação foi aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários.

Eike adia oferta de aquisição da CCX para 12 de julho

Valor 27.05.2013 - O empresário Eike Batista adiou a oferta pública de aquisição (OPA) das ações disponíveis no mercado da CCX, empresa de carvão de seu grupo, para 12 de julho. A expectativa inicial era de que o leilão ocorresse já no mês que vem.
Em janeiro, o bilionário informou que pretendia tirar a empresa da bolsa, cerca de um ano após abrir seu capital. A companhia é a menor dentre as empresas abertas do grupo EBX e enfrenta dificuldades por causa da queda nos preços do insumo, causada por uma sobreoferta vinda da Austrália.
De acordo com o edital enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na sexta-feira, estão disponíveis cerca de R$ 280,7 milhões em ações da CCX no mercado. Os papéis serão comprados a, no máximo, R$ 4,31 cada. Em sua oferta pública inicial, eles foram vendidos a R$ 8,50 a unidade.
As ações serão trocadas por papéis de outras empresas do grupo, como a MMX, a LLX, a OSX e a MPX. As relações de troca, porém, ainda não foram divulgadas nessa versão do edital. O período de 36 dias dentro dos quais os investidores poderão aderir à OPA deve se iniciar em 5 de junho.

Desconfiança sobre os negócios de Eike lança dúvida sobre carvão gaúcho       

Zero Hora 27.05.2013 - Eike Batista, 56 anos, um dos principais empresários do país, é supersticioso. Adotou o sol dos incas – símbolo da força e do otimismo – como logotipo de seu conglomerado e tem por hábito concluir as siglas que batizam seus empreendimentos com a letra X. A presença do símbolo matemático da multiplicação serviria para dar sorte e impulsionar o lucro nos negócios. Por um tempo foi exatamente o que ocorreu: investidores injetaram US$ 26 bilhões nas empresas do grupo de 2005 a 2013, e o brasileiro chegou a figurar como sétimo homem mais rico do planeta no ranking da revista Forbes.
– Não sei se vou passar ele pela direita ou pela esquerda. Mas eu vou passar – disse Eike há dois anos, quando perguntado se pretendia alcançar algum dia o primeiro lugar no ranking dos homens mais ricos do mundo, ocupado então pelo mexicano Carlos Slim.
O que parecia uma meta alcançável – afinal, o magnata brasileiro estava em sétimo na lista – transformou-se no sonho de uma noite de verão. Hoje, se Eike quiser chegar ao topo vai precisar multiplicar sua fortuna em quase sete vezes. O declínio, no entanto, não é só uma perda pessoal. Representa o mau desempenho do empresário nos negócios, um infortúnio, portanto, para os investidores. A crise que começou em junho passado na petroleira OGX, empresa com maior valor de mercado do Grupo EBX, acabou contaminando o desempenho de outras companhias. Em grande parte devido à estrutura de interdependência, na qual uma empresa é cliente da outra, mas também porque os investidores não parecem mais acreditar nas promessas de Eike.
– Ele prometeu demais e não conseguiu entregar. Para um empreendedor, não basta ser bom em projetos, precisa saber executar – resume Frederico Vontobel, da Vokin Investimentos, escritório que não recomenda para clientes os papéis de nenhuma das empresas de Eike.
Mesmo empresas que não estão diretamente ligadas à petroleira – e portanto fora do epicentro da crise – sofrem com a desconfiança do mercado. É o caso da MPX, companhia de energia e gás responsável por iniciativas do empresário no Rio Grande do Sul. As ações tiveram queda de 35% em um ano, apesar de o cronograma de atividades estar em dia.
Dúvidas sobre carvão gaúcho
– A MPX segue trabalhando com perspectivas de consolidar os projetos das duas usinas termelétricas em Candiota – afirma Cesar de Faria, diretor presidente da Copelmi, responsável por operar a mina do Seival que abastecerá as duas usinas e parceira da MPX no empreendimento.
A empresa de Eike já tem licença dos órgãos ambientais para execução das obras. Precisa vencer o próximo leilão de energia, previsto para 29 de agosto. Caso saia vencedora, a iniciativa representará um investimento de, ao menos, R$ 6,5 bilhões no Estado, gerando um aumento de 1,3 mil MW em capacidade instalada. Uma das iniciativas para resgatar a confiança nos negócios de Eike foi o aumento da participação de sócios no capital das empresas, caso da E.ON na MPX, vista com bons olhos por especialistas. Em abril deste ano, a companhia alemã ampliou de 11,7% para 36,1% sua participação na empresa. Considerados especialistas em carvão, os europeus seriam uma garantia do interesse de Eike no mineral gaúcho.
– Os dois projetos estão avançados. Fazemos reuniões semanais com a empresa para chegarmos ao leilão de energia da forma mais competitiva possível – afirma Rui Dick, gerente-executivo da Secretaria da Infraestrutura do Estado.
Todos esses contatos são feitos com executivos da empresa. O próprio Eike, até onde se sabe, jamais pisou em solo gaúcho para tratar de interesses que representam cerca de um terço do valor da fortuna estimada em US$ 10,6 bilhões.
Efeito dominó: O modelo de interdependência adotado por Eike Batista é tido por especialistas como arriscado. Como uma empresa é cliente da outra, uma crise em qualquer das unidades pode interferir no desempenho das demais. O tombo da OGX na bolsa acabou arrastando outras ações do grupo EBX
1. Projeto mais ambicioso do grupo, a OGX tem dificuldades de cumprir as metas de produção. A desconfiança dos investidores fez o preço das ações despencar.
2. A empresa de indústria naval OSX foi criada para ter a OGX como principal cliente. A perspectiva de uma produção mais modesta da petroleira tem impacto direto na demanda do estaleiro.
3. Efeito semelhante ocorre com a LLX, empresa de logística do grupo. Idealizada para viabilizar o transporte de petróleo da OGX, o desempenho da empresa foi diretamente afetado pela diminuição de demanda. Atrasos no porto de Açu, da LLX, comprometem o escoamento da produção de ferro da mineradora MMX.
4. A mineradora MMX contrata energia da MPX. Mas com a logística para venda prejudicada – principalmente pelos atrasos no porto de Açu –, é obrigada a reduzir a produção.
5. A geradora de energia MPX compra gás da OGX, mas a exploração e a distribuição dependem de capital.
Desafio: teste seus conhecimentos e faça um quiz sobre a vida e os negócios de Eike Batista
Mesmo relutante, Eike Batista tem agido em diferentes frentes para tentar recuperar a saúde financeira e a credibilidade nos negócios. Entre as gigantes do Grupo EBX, o primeiro passo foi dado com a empresa de energia MPX, que vendeu parte do capital à alemã E.ON. Para reduzir o endividamento e continuar investindo, outras empresas também estão à procura de novos sócios. O desempenho ruim no primeiro trimestre do ano comprovou que o empresário subestimou o poder corrosivo da desconfiança sobre seus negócios. Um acordo firmado em março com o banco de investimentos BTG Pactual, de André Esteves, garantiu uma linha de crédito de US$1 bilhão a Eike, além de um acordo de consultoria financeira para as empresas do grupo.
– O mercado está bastante cético. Recuperar a confiança é mais difícil do que conquistá-la – afirma Carlos Müller, da Geral Corretora.
A procura por parceiros inclui mesmo as empresas que tiveram um bom desempenho recentemente. É o caso do time de vôlei masculino RJX, que, apesar de conquistar o título de campeão brasileiro na última temporada, busca alternativas para não ter de reduzir custos. Vale até fechar o capital de empresas. O empresário já indicou que pretende comprar todas as ações da mineradora de carvão CCX nos próximos meses.
– No ano passado, chegou a ser anunciado o fechamento da LLX, mas Eike desistiu da operação – lembra Valter Bianchi, da Fundamenta, administradora de investimentos.
A estratégia adotada por Eike também inclui o famoso "desinvestimento" – quando se vende ou se passa adiante um ativo. É o caso do navio Pink Fleet. Como a proposta de passeios turísticos pela Baía de Guanabara não deu certo, Eike pretende doá-lo à Marinha. Um dos jatinhos privados da AVX também entrou na lista de ofertas e está à venda em um site americano. O valor pedido pela aeronave não foi divulgado.

Cemig analisa aquisições em geração, transmissão e distribuição

Valor 27.05.2013 - A Cemig está avaliando aquisições de ativos nas áreas de geração, transmissão e distribuição que, segundo a diretoria, vão colocar a empresa em ‘outro patamar’. Um desses negócios poderá ser anunciado ainda em junho, segundo Fernando Henrique Schüffner Neto, diretor de novos negócios da companhia.
As declarações foram feitas durante encontro anual com investidores da empresa, que acontece em conjunto com a reunião da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), em Uberlândia, Minas Gerais.
O presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais, afirmou que a companhia fez aquisições de cerca de R$ 2 bilhões nos últimos três anos. “Nos próximos três anos, teremos de fazer bem mais e vamos fazer”, disse.
O executivo comentou ainda que o objetivo da empresa é voltar ao patamar de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) que tinha até agosto do ano passado, um mês antes de o governo federal ter anunciado seu plano de redução das tarifas de energia elétrica.
Morais lembrou que, ao longo das discussões sobre a Medida Provisória nº 579, a empresa perdeu quase R$ 10 bilhões em valor de mercado. Ele definiu a MP como “um pequeno tropeço, uma pequena adversidade”.
A Cemig não aderiu às novas regras do governo, no caso das geradoras, e, por isso, se a posição do governo se mantiver, a companhia perderá o direito a três hidrelétricas - São Simão, Jaguara e Miranda.

Retomada de térmicas anima setor de carvão       

Diário do Nordeste 27.05.2013 - A retomada da contratação das termelétricas reanimou a indústria de carvão. A Tractebel, a maior geradora privada do País, e a MPX, do empresário Eike Batista, são algumas das empresas que estudam incluir projetos no leilão de energia nova A-5 deste ano, que contratará a demanda das distribuidoras em 2018. O leilão também poderá culminar em novos investimentos na expansão da capacidade de produção de carvão mineral.
Justificativa para o uso de térmicas movidas a carvão mineral, segundo afirma o governo, é pelo abastecimento de energia hoje comprometido Foto: Divulgação
É o caso da estatal gaúcha Companhia Riograndense de Mineração (CRM). Fornecedora de 3,3 milhões de toneladas por ano de carvão para a térmica Candiota (RS), da Eletrobrás CGTEE, a companhia avalia investir R$ 200 milhões para ampliar em quase 2 milhões de toneladas ao ano sua produção, caso feche novos contratos para os projetos do leilão. O presidente da CRM, Elifas Simas, revelou que negocia o fornecimento de carvão a um empreendimento da Tractebel e outros dois da MPX, no Rio Grande do Sul. Os dois projetos da MPX somam 1,320 mil MW de capacidade instalada, e a CRM negocia para se tornar "fornecedora backup" de carvão para as térmicas. Já o projeto da Tractebel é de uma usina de 350 MW, e a estatal seria a fornecedora principal. A CRM também foi procurada pela CTSul para discutir o suprimento a uma usina de 650 MW em Cachoeira do Sul (RS).
Segundo Simas, o carvão que abastecerá as novas usinas virá da mina a céu aberto de Candiota, a maior jazida brasileira. O presidente da Empresa de Pesquisa (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou que o carvão desse tipo de mina é o mais competitivo para geração de energia pelo baixo custo. A fase III de usina Candiota, que entrou em operação comercial em 2011, tem custo de geração de R$ 54,99/MWh, um dos mais baixos entre as térmicas em operação no setor elétrico brasileiro.
Carvão x Matriz limpa: Para Tolmasquim, o fato de o Brasil ter retomado a contratação das térmicas não significa que o País não terá matriz limpa.
"As fontes renováveis representam entre 80% e 90% da matriz", disse. Segundo ele, se o governo tivesse de escolher entre uma usina a gás natural e uma a carvão, escolheria o projeto a gás pelo baixo custo e impacto ambiental menor.
Energia limpa adiada: A justificativa para o uso do carvão vem do abastecimento de eletricidade, que está comprometido e fez o governo federal, por ora, abrir mão da expansão da matriz energética com base apenas em fontes limpas.
A tendência ficou clara quando a EPE excluiu as usinas eólicas do leilão de energia nova, que contratará a demanda das distribuidoras em 2018 (A-5), marcado para agosto. Isso foi significativo porque o leilão A-5 aponta a direção da expansão da matriz no País.
"Esse é o momento de equilibrarmos a matriz e darmos mais espaço para as térmicas", afirmou Tolmasquim.
Eólicas apostam no mercado livre: Rio. Com o espaço reduzido nos leilões do governo, a indústria da energia eólica pode encontrar na autoprodução e no mercado livre oportunidades para desenvolver projetos. A expressiva queda do preço de geração eólica a partir de 2009 chamou a atenção das grandes indústrias, que buscam reduzir as despesas com energia.
O que se observa hoje é um setor mais otimista. Ao transformar a energia barata das hidrelétricas amortizadas da Cesp, da Copel, da Eletrobrás e da Cemig em cotas e repassá-las às distribuidoras, o governo diminuiu a oferta para os consumidores livres. "O número de "players" no mercado livre foi reduzido", afirma o diretor financeiro e de relações com investidores da Renova Energia, Pedro Pileggi. A Renova é o veículo de investimentos em energias renováveis da Light, controlada pela Cemig. Segundo o executivo, esse movimento provocou uma mudança estrutural no mercado.
Financiamento: Mas o grande desafio para os projetos eólicos é equacionar o financiamento. O BNDES exige contratos de venda de energia de longo prazo, em torno de 16 anos. Isso contraria a lógica das grandes indústrias, que preferem contratos de menor prazo. Para superar o entrave, a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Élbia Melo, diz que os produtores independentes estão buscando acordos de venda de energia para os grupos de maior porte, para viabilizar o financiamento.

YPF perde caso sobre interrupção de exportações de gás ao Brasil

Folha 27.05.2013 - A estatal de energia da Argentina, YPF, perdeu um caso de arbitragem internacional bilionário por ter suspendido as exportações de gás natural para o Brasil, disse a empresa nesta segunda-feira (27) em um comunicado à bolsa de Buenos Aires.
A YPF suspendeu as exportações de gás para o Brasil desde 2004 e rescindiu os contratos com a AES Uruguaiana (AESU) e com a operadora de gasoduto Transportadora de Gas del Mercosur (TGM) em 2009.
A Câmara de Comércio Internacional, um painel de arbitragem com sede em Paris, decidiu em favor das empresas, que haviam entrado com uma ação contra a YPF, juntamente com a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás), por cerca de 1,4 bilhão de euros (US$ 1,8 bilhão), disse uma fonte da indústria.
Naquela época, a YPF era controlada pela espanhola Repsol, mas há um ano foi expropriada pelo governo argentino.
"Esta decisão é somente sobre a responsabilidade das partes, deixando de fora a determinação dos danos que poderiam existir e que podem ser objeto de um novo processo de arbitragem perante o mesmo tribunal", disse a empresa em um comunicado à bolsa.
Exportações suspensas: A Argentina suspendeu suas exportações de gás natural para o Brasil e Chile em 2004, quando a produção do combustível começou a cair.
A TGM, que opera um gasoduto argentino até a fronteira com o Brasil, tem entre seus acionistas para a argentina Tecpetrol, a francesa Total, a malaia Petronas e a norte-americana CMS Energy.
A AESU pertence ao grupo brasileiro AES, enquanto que 51% do capital da Sulgás são controlados pelo Estado do Rio Grande do Sul e o restante é de propriedade da Petrobras.
A decisão desfavorável à YPF vem em um momento em que a empresa está à procura de parceiros para financiar um plano estratégico ambicioso para US$ 7 bilhões anuais até 2017 para elevar sua reduzida produção de petróleo.

Bancos partem para disputa de fortunas e de gestores

Brasil Econômico 27.05.2013 - Cenário macroeconômico mais desafiador e falta de profissionais especializados fazem bancos acirrarem disputa não só por milionários.
"Não é possível fazer um bom negócio com uma pessoa ruim." A máxima do megainvestidor Warren Buffet ilustra bem a dificuldade que as áreas de ‘ private bankings' e ‘wealth management' têm tido, nos últimos meses, em elaborar novas estratégias para atender e atrair clientes milionários, em um mercado com tão poucos profissionais especializados e cenário macroeconômico desafiador.
A expectativa é de que o crescimento dessa área seja menor do que no ano passado e o primeiro trimestre começou fraco, com crescimento de apenas 1,5%. Não é à toa, que uma dança das cadeiras tenha se configurado no segmento no início do ano.
"O troca-troca desses executivos aconteceu por questões pontuais. Mas existe pressão pela velocidade com que se obtém os resultados", afirma Luis Felipe Granato, gerente da Michael Page especialista em finanças. "Além disso, os bancos estrangeiros trouxeram novo formato de salários com incentivo de longo prazo. Isso significa que a remuneração passa a ser atrelada a ações das instituições, como forma de retenção."
O medo é que o concorrente ofereça melhores condições (como bônus) e o profissional - escasso - troque de mesa. "Estamos prestes a ver uma guerra salarial", Granato. O mais recente movimento ilustra bem a situção quando o UBS foi aos quadros do HSBC buscar a executiva Sylvia Coutinho que deixou o cargo em que era responsável pelas áreas de varejo e gestão de fortunas para a América Latina no banco inglês para assumir a
presidência do banco suíço no Brasil.
A dança das cadeiras nas áreas de private neste ano começou no Itaú, com a saída de Celso Scaramuzza, que levou Flávio Souza assumir o seu lugar; seguiu pelo JP Morgan, com Cláudio Berquó, que acumulou a função de Celso Portásio; passando pelo BNP Paribas com a aposentadoria de Hiram Maisonnave que, fez com que o seu braço direito, Mauro Rached, ficasse à frente da área. Chegando ao último movimento com a saída de Sylvia Coutinho do HSBC.
Segundo João Albino Winkelmann, diretor do Bradesco Private, o mercado está muito mais competitivo e os bancos estão disputando de forma mais acirrada os mesmos clientes. "Isto é positivo para o cliente e para a indústria, que vai se sofisticando, aprimorando, investindo cada vez mais na formação da sua equipe. O preparo técnico e a capacitação do 'banker' é percebido como diferencial relevante", afirma.
Foi pensando exatamente em dar mais subsídios para os clientes que o HSBC transferiu o diretor de research, Alexandre Gartner, para o private. Outro movimento que, em breve será anunciado, é o de Rui Forcada, sênior banker que estava há anos nos Estados Unidos e, a partir de julho, será diretor em Curitiba. "Queremos aumentar a representatividade desse negócio e a lucratividade em quase três vezes", diz Gabriel Porzecanski, diretor de private banking do HSBC.
A expectativa é que o crescimento da indústria seja de 15% neste ano. Apesar de ser um bom número, é mais fraco do que os 22% observados em 2012."A convergência de juros é um dos fatores e as perspectivas de atividade menos aquecida em fusões e aquisições, que foi a principal origem de liquidez no ano passado, também deverão influenciar um crescimento menos robusto. Mesmo assim, o Brasil ainda continuará a ser um dos mercados de wealth e private que mais crescem no mundo", complementa Winkelmann, que viu os recursos sob gestão da área crescer 27% em 2012.
Segundo dados da Anbima, no primeiro trimestre, o total de ativos sob gestão em todo o mercado cresceu 1,56% para R$ 535,4 bilhões. Maria Eugênia Lopez, diretora do Private Banking do Santander, diz que os recursos em circulação encolheram porque a economia não mostra crescimento. "O PIB ainda não reagiu e os eventos de liquidez foram raríssimos e quase não houve pagamento de dividendos", acrescenta. "O alto retorno com liquidez e baixo risco acabaram. O cliente, se quiser retornos superiores, acima do CDI, precisa abrir mão da liquidez,alongar portfolio, correr mais risco. Nesta hora o profissional mais preparado fará a diferença."
Maria Eugênia afirma que a palavra de ordem no Santander é fidelizar. "Não existe glamour trazer conta corrente e resolver problemas com cartão de crédito, mas isso faz com que o cliente veja o banco como parceiro. Taxa de retorno alta é consequência." Já Porzecanski conta que a aposta do HSBC - além de fortalecer equipe - é oferecer um leque de serviços que o banco oferece em Nova York, Miami, Genebra, Zurique, Londres, Hong Kong e Cingapura.

Dilma impõe tolerância zero para atraso em obras

Valor 27.05.2013 - O governo fechou o cerco às concessionárias de rodovias que assumiram, em 2008, a responsabilidade de ampliar e cuidar de sete trechos de estradas federais. A partir de agora, a ordem do Ministério dos Transportes é adotar tolerância zero com os atrasos de obras nessas concessões - que somam 3,1 mil km e foram realizadas durante a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em entrevista ao Valor, o ministro dos Transportes, César Borges, afirmou que as multas frequentemente impostas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) não se mostraram eficientes para impedir os atrasos nas obras e que, de agora em diante, a ordem é instaurar processos administrativos contra as empresas. Essa ação já está em curso. Procurada pelo Valor, a ANTT confirmou que acaba de abrir processos contra as concessionárias Autopista Litoral Sul (BR-101 SC), Autopista Planalto Sul (BR-116 PR/SC), Autopista Fernão Dias (BR-381 MG/SP), Autopista Régis Bittencourt (BR-116 SP/PR), ViaBahia (BR-116 BA) e Transbrasiliana (BR-153 SP). Apenas uma rodovia - BR-101 RJ, da Autopista Fluminense - não foi notificada pela agência.
É uma medida dura e que tem o aval da presidente Dilma Rousseff. Ao receber a notificação, o concessionário tem dez dias para justificar as causas do atraso e apresentar um termo de ajustamento de conduta. Se os argumentos não convencerem, o processo pode levar à caducidade do contrato e à relicitação do trecho. "Minha posição é de inflexibilidade com o descumprimento dos contratos. Agora, ou executa ou abriremos processo administrativo", diz Borges.
A primeira notificação foi enviada à Autopista Litoral Sul, do grupo Arteris. "A empresa tem seus argumentos, que agora poderá relatar formalmente. Mas, no fundo, as alegações não me parecem procedentes", diz o ministro.
César Borges afirma ainda que o governo vai bancar obras em rodovias concedidas na década de 90, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, para evitar aumento no preço dos pedágios. Sobre as ferrovias da estatal Valec, adianta que uma nova licitação de trilhos será lançada nos próximos dias e que um empréstimo de até 40 mil toneladas de barras de aço está em vias de ser viabilizado por meio de um acordo com a  Transnordestina.

Grupo Amazonas cria sandália para concorrer no mercado chinês

IstoéDinheiro 27.05.2013 - Empresa vai exportar produto manufaturado ao principal concorrente das empresas brasileiras do setor calçadista.
Um dos maiores obstáculos ao fabricantes nacionais de calçados é a forte concorrência dos produtos chineses, que chegam ao Brasil com preços altamente competitivos. Pois o  Grupo Amazonas, de Franca, no interior de São paulo, resolveu competir com os chineses de uma forma diferente: na própria China. A empresa decidiu comercializar sua recém-criada marca Amazon Sandals para os consumidores chineses.
"Muitos falam sobre essa questão de o Brasil não exportar produtos de valor agregado. O que percebemos, porém, é que os chineses buscam marcas diferenciadas, pois preço e quantidade eles já têm”, afirma Ariano Novaes, responsável pelo marketing da companhia. A estratégia é apresentar as sandálias na China como um produto sustentável. Isso porque a Amazon Sandals é produzida com material biodegradável e que se decompõe com cinco anos de uso.  O investimento no projeto não é revelado.
O produto está sendo comercializado na China desde o final de abril.  Novaes afirma que a chegada à China faz parte de um processo de internacionalização que também inclui a inauguração de lojas na Austrália e no Bali até o final do ano.
Sandálias da Copa: Além dos planos internacionais, o Grupo Amazonas conseguiu licenciamento para homologar a sandália como produto oficial da Copa das Confederações e da Copa do Mundo 2014. Com a autorização, a empresa vai comercializar cinco milhões de pares durante os torneios, o que representa em faturamento cerca de R$ 80 milhões. A empresa comercializa as “flip flops” em 17 países e estima que a nova marca ajude a elevar o faturamento da empresa em 22% neste ano.

Cade aprova aquisição de 50% da Itambé pela Vigor

Folha 27.05.2013 - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a aquisição de 50% da Itambé pela Vigor Alimentos, segundo informações disponíveis no Diário Oficial da União desta segunda-feira (27).
Em fevereiro, a Vigor informou que havia fechado acordo para aquisição de 50% da Itambé, com o compromisso de investir R$ 410 milhões na empresa adquirida.
A Itambé, com sede em Belo Horizonte, possui cinco fábricas --quatro delas localizadas em Minas Gerais e uma em Goiás--, que processam cerca de 3 milhões de litros de leite por dia.
A Vigor é controlada pela holding J&F, que também possui o frigorífico JBS.
Receita abaixo do custo: A venda de 50% da Itambé para a Vigor foi a alternativa que a empresa de Belo Horizonte encontrou para superar a crise financeira em que se encontrava e que é reflexo da baixa rentabilidade que os produtores de leite enfrentam no país.
Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a receita média está cerca de 10% abaixo do custo total nos Estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Com esse problema, muitas empresas do setor encontram-se com alto endividamento, como é o caso da Itambé.
Outra dificuldade enfrentada pelo setor é a baixa produtividade.
Com margens pequenas, os produtores não conseguem investir em modernização e no rebanho. Assim, embora o Brasil seja o terceiro maior produtor de leite do mundo, é o 11º em produtividade.
Por ano, a média de produção por vaca é de 1,69 tonelada de leite. Nos EUA, o campeão, esse índice é de 9,66.

Endividamento dos brasileiros bate novo recorde no 1º trimestre

Estadão 27.05.2013 - Em março, dívidas correspondiam a 43,99% da renda anual; segundo o BC, parte do endividamento nos últimos anos está ligada ao crédito habitacional.
O endividamento dos brasileiros com o sistema financeiro nacional bateu novo recorde ao final do primeiro trimestre de 2013. Segundo o Banco Central, as dívidas das famílias correspondiam, em março, a 43,99% da renda anual. Em fevereiro, recorde anterior, o índice estava em 43,79%. No fim do primeiro trimestre de 2012, era de 42,37%.
Segundo o BC, parte do aumento do endividamento nos últimos anos está ligada ao crédito habitacional. Se forem excluídas as dívidas com a compra de imóveis, o endividamento fica em 30,48% da renda em março, ante 30,54% em fevereiro. Em março do ano passado, estava em 31,17%. Na última sexta-feira, ao divulgar os dados sobre o crédito em abril, o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, afirmou que muitas famílias estão substituindo o pagamento do aluguel (que não entra na estatística da instituição sobre dívidas) pelo financiamento habitacional, um endividamento de longo prazo, com juros mais baixos e que significa aumento de patrimônio.
O BC também divulgou números sobre o comprometimento de renda dos brasileiros, que considera dados mensais de renda e prestações pagas aos bancos. As prestações correspondiam, no terceiro mês do ano, a 21,66% da renda mensal dos trabalhadores, ante 21,84% em fevereiro (dado revisado). Também houve queda em relação a março de 2012, quando o comprometimento estava em 22,91% da renda. Se forem retirados da conta os financiamentos habitacionais, o comprometimento da renda mensal fica em 20,06% em março de 2013, ante 20,24% em fevereiro.

Desoneração da folha não evita demissões

Estadão 27.05.2013 - Setores beneficiados, como autopeças e calçados, cortaram vagas; para outros, menos tributos e mercado ajudaram a abrir postos.
Em abril de 2012, quando anunciou a desoneração da folha de pagamentos de 15 setores-chave da economia nacional para preservar empregos, o governo federal calculou uma renúncia fiscal de R$ 7,2 bilhões. Nos primeiros quatro meses de 2013, com o benefício já estendido a outros setores, R$ 2,8 bilhões deixaram de entrar nos cofres públicos por conta da medida.
Para os desonerados em 2012, a medida foi benéfica, mas ainda é insuficiente. Setores ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, apontam que as contratações também foram impulsionadas pela retomada do mercado no período, mas há casos mais críticos, em que as demissões persistem.
O elogio dos setores à medida é unânime, a divergência está na amplitude de seu efeito. A alta de cerca de 1,5% nos empregos do setor de móveis em 2012 não pode ser creditada à desoneração da folha, segundo Lipel Custódio, diretor da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel).
Apenas cerca de 35% das empresas foram beneficiadas pela medida. "Foi muito em função do mercado e não da desoneração. É um fluxo natural", explica Custódio. A maioria das empresas do setor moveleiro (60%) se enquadra no sistema do Simples Nacional, por serem de pequeno porte e, portanto, não são beneficiadas pela medida. Há também grandes empresas (5%), para quem a substituição da contribuição foi prejudicial, informa o diretor da Abimóvel.
A desoneração começou a valer para o setor de móveis em julho passado. Em abril, o governo anunciou a desoneração em um prazo de 90 dias para os setores de indústria têxtil, móveis, plásticos, materiais elétricos, autopeças, ônibus, naval, bens de capital - mecânico, aéreo, hotéis e "design house". Desde o início de 2012, a medida já abarcava os setores de confecções, couro e calçados, tecnologia da informação e call center.
Posteriormente, o governo anunciou novas desonerações, que hoje somam mais de 40 setores, mas algumas só passaram a valer em 2013. Os setores são desonerados do pagamento da contribuição patronal de 20% sobre a folha de pagamento e passam, com o benefício, a contribuir com 1% ou 2% do faturamento, dependendo do caso.
Competitividade. Só no primeiro trimestre deste ano, o setor de elétrica e eletrônicos abriu mais de 3 mil postos de trabalho. "Provavelmente parte veio da desoneração da folha, porém nem tudo. Alguns setores tem contratado porque estão caminhando bem", comenta o gerente do departamento de economia da Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Luiz Cézar Rochel. Em igual período de 2011, o setor contratou 1.210 pessoas.
Segundo Rochel, a desoneração ajudou a aumentar a competitividade, mas não foi suficiente para superar outras questões importantes do chamado Custo Brasil. "Mas teve um aspecto financeiro muito positivo, que foi a redução do custo trabalhista. O que as empresas avaliam é que o ganho de competitividade não foi suficiente".
Na indústria de autopeças, a desoneração não evitou o corte de 11 mil postos entre março de 2012 e março deste ano. O número, do Relatório de Pesquisa Conjuntural do Sindipeças, representa corte de 4,8% nas vagas formais. O acumulado do primeiro trimestre de 2013 mostra um recuo de 1,93%. O setor emprega hoje 214 mil pessoas.
Desempenho parecido teve a indústria de calçados. Em 2012, o número de trabalhadores do setor caiu 2%, de 337 mil em 2011 para 330 mil. Foi o segundo ano seguido de queda no número de vagas no setor. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados, Heitor Klein, diz que a desoneração foi favorável às empresas, mas insuficiente para enfrentar problemas de competitividade.
Apesar do cenário de baixo crescimento e inflação alta, os principais sindicatos vão pedir aumento real nas negociações salariais do segundo semestre, que concentra a data-base de categorias importantes como bancários, metalúrgicos e petroleiros. A disposição para greves é firme, mas há sindicatos confiantes no ganho real sem paralisação. As centrais sindicais trabalham para encerrar o primeiro semestre com bons acordos para garantir negociações positivas no resto do ano.
A expectativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) é que o cenário seja parecido ao de 2012, quando 94,6% das categorias obtiveram ganho real. "O porcentual deve continuar na faixa de 1% a 3% de ganho real", diz o diretor do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. "Não creio que tenha algo que justifique mudança desta performance. A inflação não fugiu do controle e a economia não apresenta crescimento espetacular, nem recessão."
Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o desemprego em baixa deve reforçar a tendência de greve. "Onde não tem acordo, a tendência é que acirre as greves". Ele ressalta que no início do ano várias categorias fecharam acordo após paralisações e cita os metalúrgicos de Gravataí (RS), a construção civil da baixada santista e a da capital paulista.
Ele pondera que a inflação em alta dificulta a busca por ganho real. "Está mais difícil, mas a orientação é que as categorias busquem o aumento para fortalecer o mercado interno".
"Não podemos deixar de lutar para repor a inflação e buscar aumento real para todas as categorias", concorda o presidente da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP), Adi dos Santos Lima. Para ele, é importante avaliar os últimos períodos do mercado e não só a conjuntura atual.
"A indústria, o comércio, os bancos nesses últimos anos ganharam muito dinheiro e tiveram incentivos com o governo desonerando a folha de pagamento e reduzindo imposto", lembra. Adi acredita em menos greves neste ano. "Não haverá necessidade, mas se houver os trabalhadores vão pressionar".

Padilha gastou 10 milhões com propaganda que precisou ser corrigida

Veja 27.05.2013 - A direção do PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliam que a falta de uma bandeira pode ser um obstáculo para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, se tornar um candidato viável ao governo de São Paulo em 2014. Pressionado pelo partido para criar uma marca forte no ministério que o projete na disputa, o ministro autorizou o gasto de 10 milhões de reais com uma campanha publicitária que apresenta a pasta como fiscal dos planos de saúde. Só o que ninguém parecia saber é que essa atribuição já tem dono: a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – que possui um canal próprio para denúncias.
Mesmo assim, a campanha estreou no dia 5 de maio. Na propaganda, ator global Milton Gonçalves aparece pedindo ao cidadão que ligue para o Disque 136 em casos de descumprimentos de prazos dos planos de saúde. O telefone informado na campanha, porém, é da Ouvidoria do SUS, que controla a qualidade dos serviços públicos de saúde – portanto, sem relação direta com planos privados. A propaganda foi ao ar antes que o Disque 136 estivesse adequado para receber as reclamações.
Segundo relatos, os atendentes chegavam a orientar o cidadão a procurar a prefeitura de sua cidade, porque aquele telefone era destinado apenas a assuntos relacionados ao SUS. Somente após três dias no ar, foi feito um redirecionamento para a central 0800 da ANS – e o Disque 136 passou a ser um intermediário dispensável entre a ANS e o cidadão. “Você será redirecionado para a ANS, órgão responsável por regular e fiscalizar os planos de saúde”, diz a gravação do SUS.
Em nota, o ministério afirmou que “a melhoria do acesso e qualidade do atendimento dos planos de saúde é um dos dezesseis objetivos estratégicos do Ministério da Saúde aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde”. A ANS afirmou não ver problemas na campanha do ministério. “Ressaltamos que em nenhum momento a autonomia da Agência sofreu interferência”, informou.

Farmacêutica Valeant compra Bausch & Lomb por U$8,7 bi

Brasil Econômico 27.05.2013 - A Bausch & Lomb é especializada na fabricação de lentes de contato e de produtos usados na sua manutenção.
A empresa canadense financiará parte da operação com uma emissão de ações no valor de US$ 1,5 a 2 bilhões.
O grupo farmacêutico canadense Valeant anunciou nesta segunda-feira (27/05) um acordo para a compra da fabricante americana de produtos oftalmológicos Bausch & Lomb por US$ 8,7 bilhões.
Graças a este acordo, a Valeant irá pagar cerca de US$ 4,5 bilhões ao principal acionista da Bausch & Lomb, o fundo de investimento Warburg Pincus, e US$ 4,2 bilhões para abater as dívidas do grupo, informou em um comunicado.
A Bausch & Lomb é especializada na fabricação de lentes de contato e de produtos usados na sua manutenção.
A Valeant, especializada em produtos dermatológicos, espera que a operação a possibilite economizar 800 milhões de dólares por ano a partir do final de 2014.
Trata-se da maior compra realizada até o momento pela Valeant, que adquiriu o grupo canadense Biovail por 3,2 bilhões de dólares em 2010.
A empresa canadense financiará a operação em parte com uma emissão de ações de US$ 1,5 a 2 bilhões de dólares. O restante será financiado pelo banco Goldman Sachs.
O acordo entrará em vigor no terceiro trimestre.