quinta-feira, 30 de junho de 2011

Azul.CA30

Daily News

EDF retoma aposta no mercado brasileiro
Valor 30.06.2011 - Henri Proglio, presidente-executivo da companhia e do conselho de administração, diz que não teria vendido a Light se estivesse no cargo em 2005.
Quinze anos depois de participar do programa de privatizações do setor elétrico brasileiro, a Electricité de France (EDF) está buscando novas oportunidades de investimento no país. O presidente executivo da companhia e do conselho de administração, Henri Proglio, admitiu que tem interesse no complexo de hidrelétricas do Tapajós, nova menina dos olhos da Eletrobras, além de projetos de energias renováveis, térmicas a gás e nucleares e na oferta de serviços.
Primeiro presidente da companhia francesa a visitar o Brasil, Proglio admitiu que se estivesse no comando da Light, cinco anos atrás, a empresa não teria sido vendida. "Eu fazia parte do conselho na época e fui contra. Mas isso é passado. Os colaboradores da EDF atualmente são bastante ambiciosos e, por sinal, temos excelentes relações com a Light até hoje. O que achamos é que poderíamos ter estado mais presentes no Brasil durante esses anos. E nossa intenção agora é compensar essa nossa relativa ausência com uma presença mais importante", disse Proglio, em entrevista ao Valor ontem.  A EDF investiu US$ 4 bilhões na Light entre 1996 - quando a empresa foi adquirida por um consórcio formado pela EDF, AES, Houston Industries, CSN e BNDESPar - e 2006, quando vendeu a distribuidora fluminense por US$ 320 milhões. "A história provou que o Brasil valia muito mais do que aquilo que pensavam na época alguns dirigentes do grupo EDF", disse o executivo. Hoje a Light é controlada pela Cemig, com quem Proglio também se reuniu em sua rápida passagem pelo Brasil. O executivo esteve com o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, além da Light e Cemig. E em Brasília foi recebido pelo vice-presidente Michel Temer e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Proglio foi reticente ao falar de possíveis negócios e parcerias que pode fechar no Brasil. "É muito difícil para uma empresa cotada em bolsa fazer um anúncio qualquer a não ser na véspera da conclusão." Contudo, deu uma pista de suas expectativas ao responder quando pretende voltar ao Brasil. "É mais uma questão de meses do que de anos. Rapidamente." Foi o mais próximo de uma resposta mais enfática do executivo que comanda a maior empresa de "utilities" da Europa desde 2009 e é apontado pela imprensa francesa como um homem muito influente, próximo do ex-presidente da França, Jacques Chirac; do atual, Nicolas Sarkozy; e do ex-diretor geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn.  Recentemente Proglio e o presidente da Alstom, Patrick Kron, foram citados como responsáveis pela derrubada de Anne Lauvergeon, presidente do grupo Areva, o maior construtor mundial de reatores nucleares. A EDF é controlada pelo estado francês, que tem 84,48% das ações. A empresa produz 630,4 Terawatts (TWh) de energia em vários países. O volume é maior que toda a geração brasileira em 2009, estatal e privada, que foi de 466,2 TWh.  No Brasil, a francesa tem uma operação pequena considerando seu gigantismo na Europa. Proglio inaugurou oficialmente a usina solar da térmica Norte Fluminense, com capacidade de gerar 860 megawatts (MW) e planeja outra térmica a gás no Rio, de 600 MW.

Anatel dá mais 12 meses para TIM devolver código 23, diz Fonte
Estadão 29.06.2011 - TIM, que já tinha o código 41, adquiriu a Intelig, que tem o código 23, em dezembro de 2009; legislação impede que uma só empresa tenha mais de um código de longa distância A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) concedeu mais um ano para a TIM devolver o código de longa distância 23, da Intelig, revelou uma fonte à Agência Estado. Dessa forma, a operadora ficará com dois códigos: o 41, da TIM, e o 23, da Intelig, até 30 de junho de 2012. A decisão, que foi aprovada nesta quarta-feira, 29, pelo órgão regulador por circuito deliberativo, será publicada amanhã no Diário Oficial da União. A TIM, que já tinha o código 41, adquiriu a Intelig, que tem o código 23, em dezembro de 2009. Uma das condições impostas pela Anatel para dar a anuência prévia para a operação foi a devolução de um dos códigos de seleção de prestadora em 18 meses, prazo que expiraria amanhã. A restrição imposta à TIM é decorrente da legislação do setor, que impede que uma só empresa tenha mais de um código de longa distância na área de prestação de serviço. O objetivo dessa regra é preservar a competição no setor. Conforme antecipou a Agência Estado no mês passado, a TIM entrou com pedido de prorrogação junto à Anatel para ficar com os dois códigos, sob o argumento de que o processo para a empresa se desfazer da sobreposição de outorgas das duas prestadoras que atuam em regime privado envolvem "sistêmicos complexos", ou seja, a empresa defendeu mais tempo para concluir a operação. Na ocasião, a TIM destacou que outros pedidos de natureza semelhante já foram aprovados pela Anatel.
O mercado já esperava essa postura da TIM depois da decisão da Anatel de junho do ano passado que permitiu à Oi que ficasse com dois códigos: o 31, da Telemar, e o 14, da Brasil Telecom (BrT). Na ocasião, a decisão causou bastante polêmica, já que essa determinação foi expressa como uma das condicionantes da anuência prévia, ou seja, era uma das obrigações impostas pela Anatel para que a compra da BrT recebesse o aval do órgão regulador. A Oi teria de devolver o código 14 até junho de 2010. Em entrevista à Agência estado no início do mês, Mario Girasole, diretor de regulamentação da TIM, fez questão de dizer que não é intenção da companhia ficar com os dois códigos de longa distância. Segundo o executivo, a operadora devolverá o 23 e ficará somente com o 41. Girasole ponderou, inclusive, que nem está sendo feito mais publicidade do código 23. Procurada, a TIM informou que ainda não foi comunicada oficialmente da decisão da Anatel.



HP tenta ser vista como uma só
Valor 30.06.2011 - Há pouco mais de um ano, quando deixou a presidência da Intel para assumir o comando da Hewlett-Packard (HP) no Brasil, Oscar Clarke encontrou a gigante de tecnologia da informação (TI) com uma posição consolidada no país e desempenho financeiro global invejável, o que a tornava uma das favoritas entre investidores e analistas de Wall Street. Internamente, no entanto, a companhia apresentava problemas que pareciam capazes de comprometer seu futuro. "A HP tinha perdido o foco na diferenciação de mercado, na inovação. Os funcionários estavam descontentes, dispostos a deixar a companhia até para ganhar menos em outros lugares", diz o executivo ao Valor. O cenário, segundo Clarke, era reflexo da forma de atuar da companhia. Dividida em três unidades de negócios - que por sua vez tinham suas próprias subdivisões -, a HP era administrada como se fosse, na verdade, seis empresas distintas. Cada uma perseguia objetivos próprios em termos de resultados e havia pouca integração, o que incomodava os clientes. "Muitas empresas me disseram que não ampliavam contratos por conta da falta de integração entre as ofertas de equipamentos, software e serviços", diz.  Nos últimos meses, no entanto, o posicionamento vem mudando. A divisão interna foi mantida, mas sob o comando do alemão Léo Apotheker, que assumiu o cargo de executivo-chefe, as unidades têm ficado menos independentes e as metas, mais alinhadas. "A visão é de que somos um time, com um caminho e um objetivo únicos", diz Clarke. No Brasil, Clarke colocou em prática um modelo próprio de integração. Além de fazer mudanças em cargos de direção, ele criou um blog interno para trocar informações com a equipe e detectar as etapas de negócio que apresentavam os principais problemas. Além disso, passou a investir em reuniões para integrar os funcionários. No fim do ano, um encontro reuniu 5 mil dos 8 mil funcionários da companhia. O resultado, diz Clarke, é que muitos profissionais cujo trabalho exigia uma cooperação próxima disseram só ter conhecido uns aos outros pessoalmente na ocasião. Agora, com essa etapa amadurecida, a HP está intensificando a formação de grupos profissionais de divisões diferentes para atuar em um mesmo projeto. "Acabou a competição entre as áreas", afirma. Com faturamento global de US$ 126 bilhões em 2010, a HP tornou-se uma companhia muito complexa na última década, adicionando à sua oferta de equipamentos diversos produtos na área de software, além de serviços de TI. O mentor desse movimento foi Mark Hurd, que comandou a companhia globalmente entre 2005 e 2010. Hurd tinha como base de sua estratégia a compra de ativos para elevar o faturamento rapidamente e o corte de custos para incrementar as margens. A fórmula, na avaliação de Clarke, foi eficiente por algum tempo, mas poderia trazer problemas no futuro se não houvesse uma mudança de rota. "Você precisa investir em desenvolvimento de tecnologia para manter-se à frente em inovação", diz. De acordo com o executivo, o novo ânimo da companhia tem resultado na conquista de mais contratos no Brasil. Sem citar números, Clarke afirma que o país vem ganhando espaço no bloco do Bric, que representa 11% do faturamento global da HP.  Além do crescimento econômico, outro fator favorece o Brasil na estrutura da HP. Ex-executivo-chefe da SAP, Apotheker declara-se um admirador do país. "Tenho falado do potencial do Brasil há mais de 15 anos. Fico feliz que tudo isso esteja virando verdade", disse ele em recente visita ao país, na primeira viagem internacional desde que assumiu a HP. Uma nova vinda de Apotheker está sendo negociada.
Clarke pretende atingir a liderança de todos os mercados em que a HP atua até o fim de 2013. No primeiro trimestre, a HP ultrapassou a Positivo na venda de computadores para uso residencial no país. Perguntado se a posição será mantida, Clarke é prudente. "Vamos esperar os números da consultoria IDC ", diz.

Produtos e cardápios próprios para a estação
Valor 30.06.2011 - Basta a temperatura cair um pouco para surgir a vontade de desfrutar de um ambiente quente, sonhando com um prato de massa ou uma sopa fumegante. As estatísticas revelam: a vontade se traduz em item de compra. O frio estimula o consumo de massas, sopas, chocolates, sobremesas quentes, cafés e chás. Sem contar os vinhos, que concentram no inverno 40% do volume anual de vendas. "Mesmo para os segmentos com alta de consumo garantido na estação, é preciso chamar a atenção do consumidor nessa época do ano", afirma Fábio de Azevedo, consultor de marketing e varejo do Sebrae-SP.
O segredo, dizem os consultores, está em comunicar a existência de um mix de produtos próprios para o frio e investir em ações de marketing. "O importante é comprar bem e planejar a temporada, a fim de não provocar rupturas na oferta e tirar o máximo de proveito dos artigos que só têm visibilidade no frio", declara Azevedo. A recomendação é levada à risca por quem teria no inverno um inimigo imbatível. Com 102 lojas e quatro anos de mercado, a rede de frozen yogurte Yogoberry tem estratégias para diminuir a queda das vendas na estação, entre 10% e 15%. "A baixa só não é maior em função do produto estar incorporado aos hábitos dos consumidores e aos lançamentos feitos nos meses de frio", diz Marcelo Bae, diretor administrativo. Este ano, as novidades ficam por conta dos sabores mais encorpados, como banana com canela, chocolate e cappuccinno, além das caldas quentes de limão e morango. A meta é manter o volume médio de 300 unidades comercializadas/dia por loja e fechar o ano com um faturamento de R$ 100 milhões.  Especializado em alimentação saudável, o restaurante Proteína abriu as portas em fevereiro na capital paulista. "A casa, com capacidade para 150 lugares, vinha mantendo uma ocupação média entre 80% e 95% entre o almoço e o jantar", conta o sócio Mohamed Amg. "Em maio, porém, o movimento despencou 60% e percebi ser preciso agir rápido para não comprometer a saúde do negócio". Amg lançou um festival de sopas e cremes no jantar. No almoço, intensificou a oferta de massas e introduziu no bufê dois tipos de caldos. As vendas subiram 40% em relação a abril. A marca de moda praia carioca Vix, da estilista Paula Hermanny, lançou, pela primeira vez em cinco anos de mercado, uma linha de inverno. "Os clientes me cobravam e resolvi apostar", revela a estilista. "As vendas cresceram 40% em junho e a tendência é que em 2011 o inverno represente mais do que os 12% do nosso faturamento, média registrada nos anos anteriores", afirma.

Resultados da Camil
Valor 30.06.2011 - A receita da Camil Alimentos aumentou 6,8% no exercício terminado em fevereiro, para R$ 1,4 bilhão, na comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, o lucro líquido diminuiu 21%, para R$ 56,43 milhões, comprimido pelo aumento das despesas operacionais.

Maior engarrafadora da AL compra rival no México
Valor 30.06.2011 - A Coca-Cola Femsa vai pagar 6,55 bilhões de pesos mexicanos (US$ 553,5 milhões) em ações pelas operações de engarrafamento de Coca-cola do Grupo Tampico, na primeira transação da companhia envolvendo apenas ações. A maior engarrafadora de produtos Coca-Cola da América Latina dará ao Grupo Tampico, de capital fechado, 63,5 milhões de novas ações da Coca-Cola Femsa avaliadas em 103,20 pesos a unidade, segundo informou a companhia na terça-feira em um comunicado. A Coca-Cola Femsa, localizada na Cidade do México, também assumirá também um endividamento líquido de 2,75 milhões de pesos. Será a maior transação da Coca-Cola Femsa desde 2003 e acontece depois de uma fusão de 27,7 bilhões de pesos entre a segunda e a terceira maiores engarrafadoras do México, ocorrida este ano, que formou a Arca Continental. O uso de ações em vez de dinheiro poderá ajudar a convencer mais engarrafadoras pequenas a serem adquiridas, disse o diretor financeiro Hector Trevino em uma entrevista por telefone. "Há muitas engarrafadoras no México e na América Latina que não querem sair do negócio", afirmou Trevino. "Por outro lado, elas são pequenas e percebem as vantagens de ter uma maior escala e diversificação geográfica." O Grupo Tampico prevê uma receita de 4,4 bilhões de pesos (US$ 371,8 milhões) e vendas de 154 milhões de caixas de refrigerantes em 2011. A Coca-Cola Femsa teve em 2010 uma receita de 103 bilhões de pesos (US$ 8,7 bilhões). O Grupo Tampico, baseado na cidade de Tampico, no estado de Tamaulipas, prevê um lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Lajida) de 967 milhões de pesos (US$ 81,7 milhões) em 2011 [a empresa não tem relação com a americana Tampico Beverages, que fabrica o refresco de frutas de mesmo nome vendido no Brasil]. "Acreditamos que se trata de uma área geográfica do país que terá um crescimento importante e temos planos para fazer o negócio continuar crescendo", disse Trevino. A ação da Coca-Cola Femsa chegou a cair 84 centavos de peso, para 109,10 pesos na Cidade do México ontem. A ação acumulava até terça-feira uma valorização de 7,6% no ano, comparado a uma alta de 26% da Arca Continental, sediada em Monterrey.  A aquisição reforça a posição de liderança da Coca-Cola Femsa no mercado mexicano de bebidas, segundo disse ontem em uma conferência telefônica o presidente executivo Carlos Salazar. Trevino disse a analistas que o negócio poderá ser concluído até o fim do próximo trimestre e vai exigir a aprovação das autoridades reguladoras mexicanas, além do conselho de administração da Coca-Cola Co., que controla quase um terço da Coca-Cola Femsa.  As sinergias anuais deverão alcançar entre 180 milhões e 220 milhões de pesos com o negócio com o Grupo Tampico nos próximos 24 meses, disse Trevino ontem. Segundo ele, o uso de dinheiro para pagar o endividamento da engarrafadora é uma opção. A aquisição passará a contribuir para os lucros num prazo de um ano a 18 meses, segundo Jose Castro, diretor de relações com o investidor. Após comprar a Panamerican Beverages por US$ 3,6 bilhões em 2003, a Coca-Cola Femsa ficou três anos sem realizar um negócio de mais de US$ 100 milhões. Investidores como Jose Miguel Garaicochea, que ajuda a administrar US$ 1 bilhão em uma unidade do Banco Santander na Cidade do México, disseram no mês passado que a companhia deveria considerar aquisições. Com a emissão de novas ações para pagar pelo Grupo Tampico, o controle da Coca-Cola-Femsa sobre a Fomento Económico Mexicano vai cair agora de 53,7% para 51,9%, e a participação da Coca-Cola Co. diminuirá de 31,6% para 30,6%. O volume de ações negociadas em público aumentará de 14,7% para 17,5%, segundo Treviso. Os controladores do Grupo Tampico ganharão um assento no conselho de administração da Coca-Cola Femsa, que será ampliado de 18 assentos para 19. O Grupo Tampico tornou-se o primeiro engarrafador da Coca-Cola no México em 1912. Ele possui centros de distribuição em seis estados mexicanos.

Gleisi nega que haja recurso público em fusão do Pão de Açúcar
Folha 29.06.2011 - A ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) afirmou nesta quarta-feira que "não há recurso público" do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) na fusão entre o Pão de Açúcar e o Carrefour. Segundo a ministra, esta é uma ação de mercado do BNDESPar, braço de participações do banco em empresas privadas, e não passa pelo crivo do governo. Gleisi disse que não haverá verba do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) nem do Tesouro Nacional. "Essa é uma operação enquadrada pelo BNDES. Não é operação de crédito do BNDES, não tem recurso público envolvido, nem FGTS nem Tesouro. É o BNDESPar que vai fazer isso. É ação de mercado, portanto, não tem nada a ver com decisão de governo", disse.


Casino contra-ataca e compra US$ 1 bi em ações do Pão de Açúcar
Folha 30.06.2011 - Sócio francês passa a deter mais que o dobro das ações de Abilio Diniz na varejista brasileira. Advogado do Casino diz que plano entre Abilio, Carrefour, BTG e BNDES para fusão é "golpe de Estado corporativo".  Para fazer frente ao que chamou de "golpe de Estado corporativo", o grupo francês Casino, sócio de Abilio Diniz no comando do Pão de Açúcar, comprou em Bolsa nos últimos dias mais US$ 1 bilhão em ações da rede varejista brasileira e passou a deter mais que o dobro da fatia do empresário na empresa.
A aquisição foi anunciada um dia após Abilio comunicar ao mercado que obteve dinheiro do BNDES e do banco BTG Pactual para levar adiante plano de fusão com o Carrefour no país.
Com a compra de ações, o Casino eleva sua participação de 37% para 43,1% no capital total do grupo Pão de Açúcar, enquanto Abilio se mantém com 21% das ações.
A posição acionária do Casino no Pão de Açúcar se torna tão elevada que, mesmo se a fusão com o Carrefour sair, ele poderá ter influência decisiva na nova empresa. No desenho original, o Casino teria papel menor que o de Abillio e o do Carrefour. "Golpe de Estado": O advogado José Carlos Dias, contratado pelo Casino para defendê-lo em eventuais ações criminais, disse à Folha que o plano que Abilio costurou com o Carrefour, o BTG Pactual e o BNDES equivale "a um golpe de Estado". "Não se pode aceitar o que eu chamo de golpe de Estado corporativo. Fizeram um acordo secreto e estão usando o BNDES para pressionar os franceses", afirma o criminalista, que foi ministro da Justiça no governo de FHC. Para ele, seria vexaminoso e humilhante para a imagem do Brasil a noção de que o país não respeita contratos. O acordo de acionistas assinado em 2005 entre Abilio e Casino previa que o grupo francês passaria a controlar o Pão de Açúcar em 2012. O plano apresentado por Abilio, BTG e BNDES não inclui o Casino na direção dos negócios a partir de 2012.
O advogado diz que não dá para entender as razões que levaram o BNDES a se dispor a investir R$ 3,9 bilhões num negócio que não tem nada a ver com política industrial, seu suposto foco. A assessoria jurídica da Estáter, que fez o plano de fusão, diz que a acusação de "golpe de Estado" é infundada por duas razões: 1) o acordo de acionistas do Pão de Açúcar com o Casino não proíbe nenhuma das partes de negociar com outros parceiros; 2) a proposta de fusão apresentada anteontem não viola o acordo de acionistas porque precisa ser aprovada pelos órgãos corporativos das empresas.

Fusão com Carrefour recebe duras críticas
DCI 30.06.2011 - A perda do poder de barganha começa a atormentar segmentos do setor agroindustrial brasileiro, preocupados com a concentração de mercado caso se dê o casamento do Grupo Pão de Açúcar (GPA) com o Carrefour. Foi ácida a reação do mercado à jogada do empresário Abílio Diniz, que ainda tem o francês Casino avesso às negociações.
Ontem ecoaram aspectos negativos da eventual concentração do setor, e duras críticas ao possível aporte público de R$ 3,91 bilhões, do BNDES. Além disso, o Cade adiou o julgamento do aumento da participação do GPA no capital social da Sendas, e as ações do GPA na Bolsa tiveram a maior queda (3,07%) do dia .


Pão de Açúcar pode levar Casino a renegociar
Folha 30.06.2011 - Diante de tantos obstáculos ao lance surpreendente de Abilio Diniz, empresários e advogados questionavam ontem o real objetivo da proposta de união do Pão de Açúcar com o Carrefour. Um comentário que circulou ontem no empresariado sustentava que Abilio sabe das dificuldades para ver sua estratégia vencedora e que a operação, na pior hipótese, poderá servir para pressionar o sócio Casino e levá-lo a renegociar, em outras bases, o acordo assinado em 2005. Além de se comprometer a ceder o controle à rede francesa no ano que vem, Abilio tem compromisso de não concorrência. Por essa versão, o empresário tentaria convencer o sócio a fazer um novo acordo, sob o argumento de que seria melhor evitar uma longa e desgastante disputa judicial -ainda mais com dinheiro do banco estatal à mesa e tantas dificuldades. A oferta só tem chance de prosperar se o BNDESPar se dispuser a colocar bilhões de reais -um valor diferente, segundo cada ator da operação. E, no BNDES, diz-se que, se o imbróglio com Casino prosseguir, o banco estatal ficará fora. Casino, por sua vez, dá mostra de que não aceitará o descumprimento do acordo de acionistas. Há ainda o aumento da concentração com risco de prejuízo a consumidores e a fornecedores. Até para ser coerente, dado o rigor demonstrado no caso Sadia e Perdigão, o Cade não poderá aprovar a operação, comentava-se ontem em rodas de empresários. No Pão de Açúcar, pessoas que participam das negociações sustentam que a união das redes dará eficiência ao negócio e melhor preço a consumidores. "É um ganha-ganha para todos", diz uma pessoa próxima de Abilio. Quanto ao risco de veto do Cade, um levantamento da empresa mostraria que, das 178 cidades em que Pão de Açúcar e Carrefour estão presentes, apenas em um terço há concentração acima de 30%, "que é o que o Cade não aprova". E isso poderia ser revisto pela companhia.

Por que a H&M ainda não está no Brasil?
Exame 30.06.2011 - Apesar do grande mercado consumidor, rede sueca enfrenta dificuldades financeiras que vão atrasar sua entrada no país A sueca H&M conseguiu se tornar uma das principais empresas de vestuário do mundo com uma fórmula que une as últimas tendências da moda – agradando desde o público mais leigo até os fashionistas – aliadas a um preço baixo. Hoje, a empresa está atrás apenas da Nike, da Adidas e da Zara, sua principal concorrente no conceito fast fashion (que leva as propostas das passarelas para as prateleiras em menos de um mês). Aliás, a espanhola, controlada pela Inditex, está presente no Brasil desde 1999 e hoje conta com 31 lojas, além de novas unidades programadas até o final do ano. E por que a H&M ainda não está no Brasil? A empresa, que não comenta sua estratégia de expansão, apenas afirmou que, no momento, não tem planos para abrir unidades no país nem em outro lugar da América do Sul. “A H&M perdeu a chance de entrar no mercado brasileiro tempos atrás e agora está mais difícil pela situação da empresa e pela competitividade entre as marcas no país”, disse a EXAME.com a inglesa Magdalena Kondej, analista-chefe do setor de vestuário da consultoria Euromonitor. “Mas não há dúvida que cedo ou tarde a rede entrará no mercado sul-americano.” O lucro líquido da H&M caiu 18% no segundo trimestre aos 670 milhões de dólares, prejudicado pelo aumento dos custos de mão de obra na Ásia  -- onde está 75% de sua linha de produção -- e pela alta de preços do algodão. Está longe de ser um resultado ruim, mas é a terceira queda consecutiva da empresa. E para uma expansão num mercado internacional é preciso ter fôlego no caixa. A Inditex, que controla a Zara, por exemplo, viu seu lucro saltar 10% aos 904,5 milhões de dólares.
A entrada da H&M no Brasil envolveria altos custos para a empresa. Seria necessário construir um centro de distribuição, porque seria a primeira experiência num mercado do hemisfério sul. Nenhuma das 2.200 lojas espalhadas em 40 países está na região. Essa mudança implicaria na contratação de mais estilistas para produzir mais peças por conta da inversão de estações nos hemisférios, sem contar a rede de lojas que a H&M precisaria abrir. Ao contrário de outras marcas, como a GAP, a sueca trabalha apenas com lojas próprias. “Quem também tem bons resultados no Brasil é a C&A, por isso se pode dizer que é um modelo que dá certo”, diz Magdalena, da Euromonitor. Segundo a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), o custo Brasil é elevado para qualquer empresa em relação à carga tributária. “O ambiente empresarial brasileiro ainda é muito burocrático”, afirma o consultor José Lupoli Jr. “Mas é indispensável estar presente no Brasil.” A Zara tomou a arriscada decisão de desembarcar no Brasil há 12 anos, quando o país ainda era cercado por incertezas econômicas. A H&M, carregada pelo conservadorismo sueco em sua administração, preferiu optar por investimentos na Europa, Oriente Médio, Estados Unidos e Ásia. Inaugurou suas primeiras lojas na China em 2007. Anos depois a instabilidade econômica mundial prejudicou os mercados globais. A crise nos Estados Unidos abalou todos os setores e a mais recente recessão europeia afetou as empresas da região. Já se sabe que o Brasil sentiu apenas uma “marolinha”, como disse o ex-presidente Lula. Ou seja, quem tem negócios por aqui se deu bem. Segundo a Euromonitor, nos próximos cinco anos a indústria do vestuário vai movimentar 270 bilhões de dólares. Só a China corresponderá por quase um quarto do total, enquanto o Brasil representará 15 bilhões de dólares. Para tentar impulsionar as vendas, a rede firmou uma parceria com a grife italiana Versace, para uma coleção assinada por Donatella Versace, que será lançada em novembro. Parcerias são estratégias recorrentes da marca que já teve coleções assinadas por Stella McCartney e sapatos desenhados por Jimmy Choo. Além disso, a rede conta também com outras “garotas-propaganda”. Em fevereiro deste ano, a primeira-dama dos Estados Unidos Michelle Obama apareceu num programa matutino com um vestido da H&M de 34 dólares, que todos queriam saber qual era a grife. Artistas como Beyoncé e Natalie Portman, fãs da marca, já foram fotografadas com peças da grife sueca. Agora é esperar que a empresa, assim como a Zara, transforme a propaganda em lucro para poder se aventurar no mercado brasileiro.

Ações da Qualicorp sobem 16% no primeiro dia de negociação
Valor 30.06.2011 - As ações da Qualicorp encerraram seu primeiro dia de negociação na BM&FBovespa com alta de 15,8%, cotadas a R$ 15,05. Com isso, a administradora de planos de saúde passou a ser dona da estreia na bolsa mais bem-sucedida do ano até agora, deixando a Arezzo com o segundo lugar. As ações da varejista de calçados subiram 11,8% no primeiro dia de negociação. Entre as empresas que abriram capital no ano passado a única que obteve desempenho melhor do que a Qualicorp foi a BR Insurance, cujos papéis subiram 27,4% na estreia. O comportamento das ações da Qualicorp ontem surpreendeu o mercado. A companhia só conseguiu fechar sua oferta pública inicial oferecendo um desconto de quase 20% sobre o piso da faixa indicativa do prospecto preliminar, que era de R$ 16 a R$ 19. O preço ficou definido em R$ 13, valor que permitiu a empresa levantar R$ 354 milhões na operação.  Para Bruno Lembi, sócio da M2 Investimentos, a forte alta dos papéis da companhia revela como é frágil e complexo o processo de dar preço às ações de companhias novatas. "Antes de abrir o capital as empresa fazem muitas aquisições e estruturações. Os balanços são difíceis de avaliar até para quem é especialista. Isso pode gerar distorções", afirma.
Para ele, a forte demanda do investidor estrangeiro pelos papéis da Qualicorp justifica a alta. "O setor em que a empresa atua é considerado bastante promissor", diz.
As negociações de ontem movimentaram mais de R$ 141 milhões em ações da companhia.
A empresa entrou na bolsa valendo R$ 3,36 bilhões. Isso significa uma alta de 65% sobre o valor implícito na transação de compra de controle da empresa pelo fundo de investimento em participações Carlyle, um ano atrás.  Ontem, a companhia do setor de educação Kroton, que já é listada na bolsa, fixou em R$ 19,25 o preço das units (cesta com ações preferenciais e uma ordinária) de sua oferta subsequente. Isso representa um desconto de 1,5% sobre o preço de fechamento das units na bolsa ontem (R$ 19,55). A operação como um todo pode movimentar até R$ 424,9 milhões, incluindo a colocação do lote suplementar de 15%, que ainda pode ser exercido. Uma pequena parcela do lote adicional, um montante de cerca de R$ 15 milhões, foi vendida em oferta secundária, por meio da qual os recursos vão para os acionistas vendedores. Dona do sistema educacional Pitágoras, a Kroton pretende investir os recursos da oferta primária em aquisição de instituições de ensino superior. Também com ofertas em andamento, a Mahle e a Perenco definem hoje e amanhã, respectivamente, o preço de suas ações.


Laboratório vai importar nova prótese de mamas ao Brasil
Folha 30.06.2011 - O laboratório Cristália acaba de fechar parceria com a inglesa Nagor para a comercialização de implantes mamários no Brasil. O pagamento da prótese poderá ser feito em até 20 vezes sem juros, por meio de um sistema de financiamento da própria empresa brasileira, que faturou R$ 634 milhões em 2010. "Os implantes mamários são as cirurgias plásticas mais realizadas no Brasil", diz o presidente do Cristália, Ogari Pacheco. A expectativa das companhias é faturar R$ 14 milhões com o produto até o final deste ano, o que representa 7% das compras no país. Caso as vendas atinjam um determinado valor, mantido em sigilo por contrato, a fabricante inglesa vai transferir tecnologia para produção da prótese no Brasil.
A Nagor produz anualmente 230 mil implantes mamários de silicone e é a principal fabricante do segmento na Europa.

Imóvel comercial de luxo volta firme na construção
DCI 30.06.2011 - O 2º semestre começa com a construção centrada em prédios comerciais de luxo, em que este ano foram investidos R$ 4,6 bilhões no Brasil, 77% a mais do que em 2010. Esta retomada se dá depois da euforia da construção à classe econômica com o programa "Minha Casa, ..." e dos investimentos federais em obras de infraestrutura. Quem investe pela primeira vez no segmento corporativo de luxo no Rio de Janeiro é a Even, que lançará três empreendimentos comerciais em Campo Grande, Jacarepaguá e Barra da Tijuca. "O foco são grandes empresas, que estão migrando para a zona oeste do Rio " diz Claudio Hermolin, diretor da construtora.  Em São Paulo, crescerão construções comerciais com áreas residenciais. Com valor geral de vendas de R$ 250 milhões, as incorporadoras Stan, SDI e Bramex venderam todas as 176 salas comerciais e 147 unidades residenciais em um pré-lançamento na Av. Faria Lima, na zona sul.

Laboratório SalomãoZoppi quer dobrar rede em quatro anos
Valor 30.06.2011 - Luis Salomão e Paulo Zoppi, fundadores do laboratório batizado com seus respectivos sobrenomes, retornam ao comando.
O laboratório de medicina diagnóstica SalomãoZoppi iniciou um plano para mais que dobrar sua rede até 2015. Hoje, o laboratório paulista, que é cobiçado por grupos consolidadores como Dasa e Fleury, conta com apenas três unidades e a meta é abrir mais cinco em quatro anos. A primeira fase do plano de ampliação acontece amanhã, com a inauguração de uma nova sede com unidade laboratorial, que demandou investimento total de R$ 16 milhões.
Outra novidade é a decisão dos fundadores, os biomédicos Luis Salomão e Paulo Zoppi, de se manterem no comando do laboratório criado há 30 anos. Em março, logo após a saída do executivo Luís Mário Bilenky, que ocupou por cinco meses o posto de CEO, os biomédicos haviam declarado a intenção de contratar outro executivo de mercado para o cargo. "Esse é um momento de crescimento para a empresa. Eles acharam importante voltar para o dia a dia", disse Michel Brull, diretor comercial e operações do SalomãoZoppi Com seis andares, a nova sede do SalomãoZoppi, localizada no bairro do Ibirapuera, abrigará também a central técnica que realiza os exames. "Antes, nossos escritórios e as centrais técnicas eram espalhados pelas nossas unidades. Com o crescimento da empresa e esse projeto de expansão precisávamos centralizar as operações para ser mais eficiente", afirmou Brull.
A previsão de Brull é que as outras quatro unidades, a serem abertas a partir do próximo ano, demandem um investimento total de aproximadamente R$ 16 milhões. A empresa está analisando bairros das zonas leste, oeste e norte, regiões da cidade em que a ainda não tem presença.  A expansão tornou-se necessária porque hoje as três unidades do SalomãoZoppi operam em capacidade máxima, com 400 mil exames/mês e um tempo de espera de cerca de uma semana para a realização de um exame de imagem.  Um dos motivos dessa alta demanda, além do crescimento da economia do país, é que o laboratório é bastante indicado por médicos. Essa é também uma das razões do interesse de grupos consolidadores. "Os fundadores não têm interesse em aquisições. Eles têm uma forte cultura médica e não querem mudar essa identidade", afirmou Brull. Em 2010, o SalomãoZoppi teve receita bruta de R$ 75 milhões e lucro de R$ 7,4 milhões. Neste ano, a previsão é que o faturamento registre aumento de cerca de 25% devido à nova unidade.

Galpão em São Paulo é mais caro que em Londres
Folha 30.06.2011 - Alugar um galpão de alto padrão em São Paulo custa mais caro que em cidades como Londres e Genebra.
O preço de locação na região próxima à rodovia Castelo Branco subiu 22,8% no primeiro trimestre deste ano sobre igual período de 2010, segundo a consultoria Colliers International Brasil. O eixo da Castelo, considerado um dos principais para armazenagem e logística, é o quarto mais caro do mundo. De acordo com a consultoria, que fez o levantamento em 140 cidades de 52 países, o aluguel na região está, em média, em R$ 23,50 o m2.
A demanda por galpões está aquecida em todo o país, e não há como atender no curto prazo, segundo Pedro Candreva, da Jones Lang LaSalle. "Uma multinacional que aumentou a produção de sabonete e pasta de dente para o Norte e o Nordeste não encontra espaço para armazenar nessas regiões", diz. A procura é maior por empresas do varejo e por indústrias automobilísticas. O caminho é as companhias migrarem para regiões menos valorizadas. "É o caso do Vale do Paraíba (SP), onde o aluguel está entre R$ 13 e R$ 16", diz Rafael Camargo, sócio-diretor da Binswanger. Outra tendência do mercado é construir galpões em condomínios. "Nesse modelo, é possível diluir os investidores. É maleável e reduz custos", diz Ricardo Betancourt, presidente da Colliers.


Chinesa entra na disputa com Vale por cobre na África
Valor 30.06.2011 - O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, provocou alta do cobre ao prever a construção de 36 milhões de moradias. O Brasil e a China estão entrando em uma batalha pela necessidade estratégica de cobre da África, cujo ganhador sairá da briga com a aquisição mais cara de uma companhia de mineração diversificada. O Jinchuan Group, maior produtor de níquel na China, está avaliando uma oferta pela Metorex , que tem sede em Johanesburgo, disseram ontem duas pessoas familiarizadas com o negócio. A Metorex é negociada a 6,1% acima do preço proposto pela Vale, de 7,35 rands sul-africanos por ação, o maior prêmio para negócios em discussão na África. Isso faz com que a operação tenha maior probabilidade de conseguir um preço maior, segundo dados compilados pela Bloomberg.
A Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, e o Jinchuan estão interessados nas minas de cobre e cobalto da Metorex na República Democrática do Congo e na Zâmbia, após a demanda da China pelo cobre utilizado em construções e equipamentos eletrônicos ter puxado os preços do metal para um nível recorde neste ano. A oferta da Vale, de 7,9 bilhões de rands (US$ 1,1 bilhão), já dá à Metorex um valor equivalente a 30,2 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da companhia, a maior relação entre as aquisições no setor de mineração diversificada de mais de US$ 1 bilhão, segundo dados da Bloomberg. A oferta pode chegar a 10 rands por ação, disse a First Asset Investment Management Inc. "Os brasileiros e os chineses têm um grande apetite por mineração", disse Andrew Ross, sócio e operador global de renda variável na First New York, empresa de investimentos com sede em Nova York. "Eles se veem em concorrência direta por esses recursos naturais estratégicos", completou o especialista. A assessoria de imprensa da Vale disse que a empresa não comentaria o negócio. Jaques de Bie, porta-voz da Metorex, fez referência ao comunicado da empresa divulgado em 17 de junho, que revelou o interesse "não solicitado" de outra parte. "Não é uma proposta ou uma oferta firme ou uma intenção firme de fazer uma oferta", disse de Bie. "É somente uma expressão de interesse neste momento". Segundo fonte próxima ao assunto, o Jinchuan não tomou uma decisão quanto a uma proposta, pois ainda é muito cedo pra isso. Wang Wanshou, representante do Jinchuan, disse ontem que não tinha nenhuma informação sobre o negócio.
Murilo Ferreira, presidente da Vale afirmou que a empresa precisa aumentar a produção de cobre. A Metorex é dona da mina aberta de cobre e cobalto de Ruashi, na província de Katanga no Congo, além da mina subterrânea Chibuluma, na Zâmbia. A empresa tem reservas de cobre estimadas em 4,74 milhões de toneladas, que incluem 1,8 milhão de toneladas no projeto Lubembe no Congo, disse a companhia em abril. "Bons ativos de cobre são difíceis de encontrar e ativos de cobre da Zâmbia são valorizados", disse John Stephenson, que ajuda a administrar US$ 2,8 bilhões na First Asset Investment em Toronto. "Tanto a Vale quanto o Jinchuan podem aproveitar a exposição ao cobre e isso seria um grande benefício para as duas", completou. A Vale está tentando aumentar a produção de cobre em quase cinco vezes para 1 milhão de toneladas até 2015. A empresa, cuja produção de minério de ferro respondeu por 75% da receita no ano passado, cortou esta semana a projeção para a produção da matéria-prima em 10%. A empresa brasileira já tem presença na Zâmbia por meio da Konnoco, uma parceria com a sul africana Rainbow Minerals. O presidente, Murilo Ferreira, disse a investidores em maio que a companhia precisa acelerar estudos para aumentar a produção de cobre. "A Vale não tem sido bem sucedida na montagem de um negócio de cobre com seus ativos no Brasil", disse Anthony Rizzuto, analista da Dahlman Rose & Co em Nova York. "Estamos falando de uma empresa que precisa pagar para conseguir expandir esse negócio, que eles consideram muito estratégico por natureza". A proposta da Vale, equivalente a 30,2 vezes o Ebitda dos últimos 12 meses, é três vezes maior que o valor mais alto já pago no setor de mineração em uma aquisição de mais de US$ 1 bilhão, segundo dados da Bloomberg. O recorde anterior foi a compra da Jubilee Mines pela Xstrata, por US$ 2,5 bilhões, ou 10,1 vezes o Ebitda, em 2007. O principal acionista da Metorex, o Industrial Development, disse que é "prematuro" discutir outras propostas. O IDC, banco estatal da África do Sul, apoiou a oferta da Vale em maio. "Não temos uma posição sobre uma nova oferta já que nenhuma nova oferta foi apresentada até agora", disse Mbuyazwe Magagula, novo diretor da área de mineração do IDC, em entrevista ontem. Os acionistas votam a proposta da Vale em 22 de julho. O acordo com a Metorex permite que outros possíveis compradores tenham acesso às mesmas informações financeiras apresentadas à Vale, o que deixa a porta aberta para outras propostas.  Vale e Jinchuan estão interessadas nas minas de cobre e cobalto da Metorex no Congo e na Zâmbia. O presidente do conselho do Jinchuan, Yang Zhiqiang, disse em entrevista, em 7 de março, que a empresa, que não tem ações em bolsa, está em busca de participações em mineradoras de outros países. A empresa, com sede na província chinesa de Gansu, produziu 400 mil toneladas de cobre, 130 mil toneladas de níquel e 6 mil toneladas de cobalto no ano passado. "Cobre e cobalto estão em forte demanda na China", disse Bernard Horn Jr., presidente da Polaris Capital Management LLC, de Boston, que administra mais de US$ 4 bilhões em ativos, incluindo mais de 25 milhões de ações da Metorex. "Então certamente não me surpreende que alguns compradores chineses estejam potencialmente interessados nisso". A China ajudou na reconstrução do Congo há três anos para ter acesso ao cobre e ao cobalto. O Congo tem um terço do cobalto mundial, que é usado em implantes médicos e baterias recarregáveis. O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, disse em fevereiro que o país, maior usuário mundial de cobre, tem planos de construir 36 milhões de moradias para a população de baixa renda nos próximos cinco anos. "A demanda por cobre vai continuar a crescer", disse Rizzutto, da Dahlman Rose. "O cobre é um alicerce do desenvolvimento da infraestrutura". "A ação tem sido negociada acima do valor da oferta, então há alguns investidores por aí que estão muito convencidos de que vai haver uma oferta melhor", disse Stephen Meintjes, chefe de pesquisa da Imara SP Reid, em Johanesburgo.
Uma proposta concorrente ficaria em 8 rands por ação, ou 8,8% acima da oferta atual, disse ele. Uma "proposta arrasadora" pode ficar perto de 9 rands, disse Meintjes. Stephenson, da First Asset Investment, estima que a proposta vencedora pode chegar a 10 rands por ação, o que representaria 38 vezes o Ebitda, segundo dados da Bloomberg. O negócio não é caro, levando em conta os lucros futuros de três projetos de mineração o Congo que ainda não começaram a operar, disse Meintjes.

Senado aprova MP para capitalizar o BNDES em R$ 55 bilhões
Folha 29.06.2011 - O Senado aprovou nesta quarta-feira por 38 votos favoráveis e 15 contrários medida provisória que autoriza a União a conceder crédito de R$ 55 bilhões ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para aumentar sua capacidade de financiamento. A oposição protestou contra a MP ao afirmar que os recursos vão ajudar o banco a fazer o aporte de R$ 3,9 bilhões na fusão do Carrefour com o Pão de Açúcar. Senadores governistas afirmaram que a MP não tem qualquer relação com a fusão, embora a oposição tenha tentado derrubar a matéria --mas não teve maioria para impedir a aprovação do texto, que segue para sanção da presidente Dilma Rousseff.
"Estamos agora, exatamente neste momento, assistindo a um episódio dessa natureza, com a fusão de dois grandes grupos econômicos do país com as benesses do poder público, com a generosidade do governo, que faz cortesia com o chapéu do trabalhador brasileiro", disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). O senador Demóstenes Torres (GO), líder do DEM, afirmou não ver motivos para o governo ampliar a capacidade do BNDES subsidiar "determinadas operações" econômicas. "Por que isso vem por medida provisória? Qual é a razão para esses financiamentos, que terão prazos longuíssimos, terem que vir, de forma humilhante em relação ao Congresso Nacional e especialmente ao Senado Federal, trazendo essas propostas sempre por medidas provisórias?", questionou. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), relator da MP no Senado, disse que a matéria não tem qualquer relação entre a possibilidade do BNDES aportar parte da fusão do Carrefour com o Pão de Açúcar.
"Os R$ 55 bilhões de aporte não vão para isso. Eu queria fazer um debate sério com a oposição. Se o governo do presidente Lula não tivesse feito o que fez com o BNDES, não teríamos saído da crise que atingiu o país", afirmou o petista.
A MP aprovada pelo Congresso tem poucas mudanças com relação ao texto original. Uma delas é a extensão do prazo para a contratação de operações de crédito pelo BNDES no PSI (Programa de Sustentação do Investimento) de dezembro de 2011 para 30 de junho de 2012.
O texto elimina, no entanto, a autorização para que o Executivo prorrogue esse prazo, o que terá que ser feito por lei. No novo texto, há duas medidas que obrigam o BNDES a encaminhar ao Congresso relatórios trimestrais sobre operações contratadas e realizadas com subvenção e os créditos da União.

News Corporation vende MySpace por US$ 35 milhões 
Folha 29.06.2011 - A gigante americana News Corporation vendeu a rede social MySpace à empresa Specific Media por US$ 35 milhões, a maioria em ações, segundo uma fonte próxima às negociações. Com a venda, a News Corporation deixa de controlar a rede social que adquiriu seis anos atrás por US$ 580 milhões, quando era a mais popular da internet. O valor de mercado caiu bastante devido à popularização da rede social concorrente Facebook.
A expectativa é que o negócio seja fechado ainda nesta quarta-feira, um dia antes do encerramento do atual ano fiscal da News Corp --que manterá uma fatia de menos de 5% na companhia. A Specific Media confirmou a aquisição, mas não os termos do acordo.
"Existem muitas sinergias entre nossas companhias, já que estamos ambos focados em ampliar as experiências em mídia digital ao abastecer as conexões com relevência e interesse", afirmou o executivo-chefe da companhia, Tim Vanderhook, em nota.
"Queremos combinar nossas plataformas para conduzir a nova geração de inovação digital", disse.


CMN mantém em 6% ao ano a TJLP para 3º trimestre
Estadão 29.06.2011 - Taxa está no menor patamar da história desde o terceiro trimestre de 2009. O Conselho Monetário Nacional (CMN) manteve em 6% ao ano a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) que irá vigorar no terceiro trimestre deste ano. A decisão foi divulgada nesta quarta-feira, 29, no sistema de dados eletrônicos do Banco Central, o Sisbacen. Criada no final de 1994, a taxa está no menor patamar da história desde o terceiro trimestre de 2009.
A TJLP serve de base para a correção dos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Como o valor precisa ser fixado pelo CMN até o último dia útil do trimestre imediatamente anterior ao da sua vigência, o Conselho fez hoje uma reunião virtual para definir a taxa que terá que ser publicado no Diário Oficial da União de amanhã.  A TJLP é calculada a partir de dois parâmetros: meta de inflação calculada pro rata para os doze meses seguintes ao primeiro mês de vigência da taxa, baseada nas metas anuais fixadas pelo CMN, e prêmio de risco do Brasil.

BC teme efeito do emprego sobre a inflação
Valor 30.06.2011 - De acordo com Carlos Hamilton Araújo, diretor do Banco Central: "O mercado de trabalho e o comércio ainda estão muito fortes". O Relatório de Inflação, divulgado ontem, mostrou um Banco Central mais duro e atento aos riscos inflacionários. O ponto mais frágil apontado pela autoridade monetária é o mercado de trabalho, com taxas de desemprego persistentemente baixas, renda do trabalhador em alta, uma série de dissídios programados para o segundo semestre, além do reajuste do salário mínimo programado para o próximo ano -- que pode ser de 14%. Além disso, voltaram ao radar do BC temas críticos, como a indexação da economia, que "eleva os custos da desinflação", e a preocupação com as expectativas de mercado, ainda em alta. "O Copom pondera que o principal risco é que o aumento da inflação nos últimos meses seja transmitido ao cenário prospectivo, em contexto de estreita margem de ociosidade nos mercados de fatores - em especial no de trabalho - e de descompasso entre as taxas de crescimento da oferta e da demanda. Esse risco pode se agravar pela presença, na economia, de mecanismos que favorecem a persistência da inflação", resume o documento oficial. O BC manteve a estratégia de aperto "prolongado" das condições monetárias e reforçou seu compromisso de entregar a inflação no centro da meta em 2012. Ao mesmo tempo, divulgou um estudo mostrando que os efeitos da alta do recolhimento compulsório sobre a demanda agregada e a inflação, anunciada no fim do ano passado, atingiram o seu auge.
Apesar disso, todas as projeções de inflação feitas pela autoridade monetária pioraram e apontam para convergência dos preços apenas em meados de 2013. No cenário de mercado, que considera dados coletados pelo Focus e apenas mais uma alta da Selic, o IPCA esperado para o próximo ano foi a 4,9% - no relatório de março era 4,6%.
Os analistas avaliam que o relatório difere bastante do anterior. Está mais conservador ("hawkish"), dando maior peso às ações tradicionais de política monetária (aumento de juros) em detrimento das ações macroprudenciais, que dominaram o texto do primeiro trimestre.
Essa leitura, em conjunto com os riscos levantados pelo BC, elevou a possibilidade de novas altas dos juros após a reunião de julho, diz Luis Otavio de Souza Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil. "O relatório consolidou a mudança de tom do BC no combate à inflação, que se iniciou na ata da reunião de abril do Copom." Desde aquele encontro, o BC fez a opção por um processo mais longo de aperto monetário e deixou isso claro nos seus documentos. A estratégia diverge das ações adotadas em períodos recentes, quando a autoridade monetária aproveitava os momentos de alta da inflação para aplicar um ajuste monetário forte, que garantiria a convergência rápida dos preços. Assim, consegue menor impacto no crescimento, cuja projeção se mantém em 4% para este ano. Um dos riscos é que qualquer soluço no processo de desaceleração da economia ou eventual novo choque externo poderia tirar a inflação da rota de queda. Prova disso é que o próprio BC vê uma chance de quase 20% de a inflação escapar da meta em 2011 e 2012. O cenário do BC contempla uma desaceleração mais forte da economia no segundo semestre. Mas os sinais até agora indicam um ritmo ainda "incerto" de moderação da atividade, segundo o relatório. O diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, pondera que alguns dados são defasados, como o PIB medido pelo IBGE, mas concorda que não há uniformidade nos números divulgados. "Alguns indicadores apontam em uma direção, outros estão com sinais um pouco diferentes. O IBC-Br trouxe uma boa notícia, mas o mercado de trabalho e o comércio ainda estão muito fortes", diz. Para o diretor do departamento econômico do Bradesco, Octavio de Barros, as pressões salariais, incluindo o reajuste previsto para o salário mínimo no próximo ano, são as maiores fontes de risco para a convergência da inflação à meta. Esse é de fato "um risco muito importante", segundo o diretor do BC, e o ideal é que aumentos salariais estejam em linha com ganhos de produtividade. Ele lembra, no entanto, que há evidências de que alguns setores já têm reajustes acima desse patamar, como no caso dos serviços.  Pela primeira vez, também, o BC admitiu que a alta do salário mínimo no próximo ano, que deve ser de 14%, dependendo da inflação deste ano, traz preocupações. "O aumento do salário mínimo já está incorporado nas nossas previsões, mas tem que ver como isso vai repercutir na economia. Há alguns graus de certezas, mas há outros que não consigo prever, como o impacto nas expectativas de inflação ou em outras negociações trabalhistas", diz o diretor do BC. A indexação também ganhou relevância na análise. O BC avalia que a persistência dos preços reduz a sensibilidade da inflação às flutuações da demanda e contribui para elevar o "ponto de partida" da taxa de inflação em ciclos de moderação econômica, além de elevar os custos da desinflação.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Azul.CA29

Daily News

Private equity deve ser cada vez mais atuante em IPO
Valor 29.06.2011 - Os fundos de private equity devem ter um papel cada vez mais importante nas ofertas de ações realizadas no mercado brasileiro. A avaliação é de Fabio Nazari, sócio responsável pela area de mercado de capitais do BTG Pactual. "Os fundos são tanto uma fonte importante de recursos para as companhias como para a oxigenação do mercado como um todo", defende.
Nazari lembra que o País tem recebido um grande volume de recursos de fundos, e é natural imaginar que em algum momento os investidores sairão das posições adquiridas. Uma das alternativas é justamente o IPO. "É difícil dizer apenas quando ocorrerá esse movimento", diz.
Para analistas, a venda de ações por fundos de private equity em processos de abertura de capital é considerado natural no mercado, desde que o preço dos papéis reflita a situação da companhia e proporcione uma perspectiva de valorização. O bom desempenho na bolsa da maior parte das novatas é um sinal de que o valor das ofertas tem correspondido às expectativas de ambos os lados, segundo Nazari.
"O aporte dos fundos estimula o crescimento da empresa e a acelera o acesso ao mercado de capitais", diz o gerente de análise da Modal Asset Management, Eduardo Marques Roche. Ele afirma, porém, que nem todas as companhias têm demonstrado maturidade suficiente para abrir o capital.
Em alguns casos, mesmo IPOs de empresas que receberam investimentos de private equity - geralmente vistas como mais bem preparadas para ir a mercado - acabaram fracassando. A International Meal Company (IMC), rede de franquias de restaurantes controlada pela Advent, só conseguiu abrir o capital na segunda tentativa, depois de receber um nova rodada de aporte de capital dos sócios.

Fundos levantam R$ 1,8 bi com IPOs
Valor 29.06.2011 - Os fundos de "private equity" têm enfrentado o mau momento da bolsa de valores brasileira e levado adiante os planos de abrir o capital das empresas das quais são sócios. Apesar do desconto pedido pelos investidores, a venda dos papéis nas ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês) proporcionou retornos atraentes aos cotistas.
Apenas este ano, os fundos embolsaram aproximadamente R$ 1,8 bilhão nas aberturas de capital realizadas no mercado brasileiro - o número não inclui a oferta da Arcos Dorados, master-franqueadora do McDonald's, feita em abril na Bolsa de Nova York e uma das maiores.
Das dez aberturas de capital realizadas na bolsa brasileira até o momento em 2011, seis contaram com a participação de fundos na venda. Além de monetizar o investimento, levar as empresas do à bolsa aumenta a liquidez da posição e facilita a saída futura. Em muitos casos os fundos ficaram nas companhias por quatro a seis anos. Mas há exemplos de investimentos-relâmpago, com saída parcial em menos de um ano.
O maior retorno absoluto foi obtido pela Tarpon, que multiplicou por cinco o valor da participação adquirida no final de 2007 na varejista de calçados Arezzo. Na ocasião, a companhia foi avaliada em R$ 305 milhões e acabou chegando à bolsa valendo R$ 1,68 bilhão. O fundo vendeu parte das ações que detinha por pouco mais de R$ 160 milhões.
A Arezzo realizou a abertura de capital mais bem sucedida do ano, mas, mesmo no caso de ofertas que saíram com dificuldade, os private equity conseguiram obter retorno com o investimento. Foi o caso da Qualicorp, empresa de gestão e venda de planos de saúde que no ano passado recebeu um aporte do Carlyle. Apesar de o preço por ação na oferta ter sido definido abaixo do piso da faixa indicativa, o fundo norte-americano garantiu um ganho de 65% em prazo curtíssimo.
O movimento de venda também pode estar ligado à percepção de que a bolsa ainda encontra-se em níveis de preço elevados. O diretor responsável pelo Carlyle no País, Fernando Borges, havia afirmado, meses antes do IPO da Qualicorp, que considerava a bolsa brasileira cara, o que favorecia quem estava na ponta vendedora.
O retorno obtido com a venda nos IPOs é um sinal de que os fundos têm cumprido o papel de adicionar valor às empresas nas quais investem, diz o presidente da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (ABVCAP), Sidney Chameh. Para ele, a decisão de saída das companhias é fruto do ciclo natural de investimento e não está diretamente ligada ao momento da bolsa, segundo Chameh. "Se o fundo consegue uma remuneração atraente no IPO e a empresa ainda tem potencial de crescimento, quem compra também ganha", afirma.
De acordo com a advogada Eliana Chimenti, sócia do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice, não há uma única razão para a saída dos fundos via bolsa. "Existem desde casos em que o gestor ficou satisfeito com a precificação da empresa até a necessidade de monetização do investimento para os cotistas", diz. A queda recente da bolsa não mudou os planos dos fundos que desejam vender parte das ações das empresas que detêm no portfólio, segundo a advogada. O Machado Meyer trabalha atualmente com 15 processos de oferta, várias das quais contam com capital de private equity. Os fundos também devem atuar ativamente na venda de papéis de empresas que já estão listadas no mercado.

BNDES deve apoiar negócio com cerca de R$ 3,9 bilhões
Valor 29.06.2011 - As conversas entre Abilio Diniz e a direção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre uma possível operação de fusão do grupo Pão de Açúcar com o Carrefour começaram há cerca de dois meses.
No dia 21, uma operação de apoio do banco ao futuro negócio, no valor de cerca de R$ 3,9 bilhões, foi enquadrada no BNDES para análise e posterior aprovação pela diretoria, caso o processo de internacionalização do grupo Pão de Açúcar se concretize.
Potencialmente, essa pode vir a ser uma das maiores operações de apoio do banco a uma empresa nacional.
A nova companhia que pode surgir a partir da fusão dos dois grupos varejistas teria o Carrefour como maior acionista.
A BNDESPar, braço de participações do banco de fomento, deve entrar na nova gigante varejista com uma participação minoritária.
Até o momento, os trâmites para aprovação da ajuda ao grupo de Diniz estão seguindo os prazos normais dentro da instituição.
Um enquadramento de um pedido de apoio do banco pode, hoje, ocorrer rapidamente. Todo o trajeto da aprovação de um pleito no banco - apresentação do pedido, enquadramento, análise, aprovação pela diretoria e desembolso - não leva atualmente mais do que seis meses.
Como se trata de assunto prioritário na instituição, de internacionalização de grupos nacionais, o processo pode correr até mais rápido se não houver nenhum obstáculo na avaliação de risco do tomador.
Segundo fontes ouvidas pelo Valor, o banco aceitou ajudar o Pão de Açúcar nessa complexa negociação por temer que o varejo brasileiro seja enfraquecido com a entrada de grandes grupos estrangeiros, como o Walmart, cadeia americana envolvida numa estratégia agressiva de expansão global.
Não é descartado nesse cenário internacional de grupos europeus enfraquecidos pela crise que o Carrefour seja comprado pela empresa americana, dentre outras. E uma concentração de cadeias de supermercados em mãos do capital estrangeiro no Brasil seria ruim para o país, na análise de fontes do próprio banco.
O grupo Pão de Açúcar é visto como uma companhia que organiza bastante a atividade produtiva nacional, pois, além de comercializar marcas genéricas de produtos, move uma enorme rede de fornecedores.
Apoiar uma operação que possa levar à criação de uma grande empresa varejista global verde-amarela é considerado o melhor caminho para o BNDES, como foi o caso do frigorífico JBS, mesmo sendo alvo de críticas pelos financiamentos polpudos que tem colocado à disposição de grandes companhias envolvidas em processos de consolidação. Com uma carteira de renda variável com cerca de 150 participações em empresas, no valor de R$ 90 bilhões, a BNDESPar tem participação estratégica em companhias consolidadas, como a Brasil Foods (fusão da Sadia com a Perdigão), e em frigoríficos, como o Marfrig, na qual colocou R$ 2,7 bilhões em projeto de apoio à subscrição de debêntures e mais R$ 200 milhões para capital de giro.
Embraer, Braskem, Vale, CPFL, Cesp, Cemig, CSN, Paranapanema, Light, Petrobras, Rede Energias, Klabin, ALL, Iochpe e Totvs são exemplos de empresas nas quais o BNDES tem participação relevante. Nessas companhias, a participação do banco é superior a 5% do capital.

Preço da ação da Technos sai a R$ 16,50, abaixo do esperado
Brasil Economico 28.06.2011 - Pertencem à companhia as marcas Technos e Mariner, que atendem por 71% da receita bruta
A Technos, empresa que atua no mercado de relógios e já teve capital negociado em bolsa até 2005, deverá arrecadar R$ 461,5 milhões com suas ofertas primária e secundária de ações.
O valor é inferior aos R$ 673,1 milhões estimados pela companhia por ocasião do anúncio da oferta, no início de junho.
O preço das ações também ficou aquém do esperado. Enquanto a expectativa da companhia era de R$ 20 por papel, o divulgado pela Comissão de Valores Mobiliários no final do pregão desta terça-feira (28/6) foi de R$ 16,50 por ação.
Na oferta primária, serão lançadas 10.945.946 ações ordinárias. A captação deve somar R$ 180,308 milhões.
Já na oferta secundária o mercado deve esperar 17.027.027 papéis, também ordinários. A empresa espera arrecadar R$ 280,945 milhões nessa operação.
Empresa: Pertencem à companhia as marcas Technos e Mariner, que atendem por 71% da receita bruta.
As marcas Mormaii, Euro e Seiko, embora pertençam a outros proprietários, são licenciadas e distribuídas pela Technos, conferindo o restante dos ganhos da empresa.
Em 2010, o resultado bruto da empresa foi de R$ 263,6 milhões, com um lucro líquido ajustado de R$ 50,3 milhões.

Acionistas da Ultrapar aprovam adesão ao Novo Mercado
Brasil Econômico 28.06.2011 - A Ultrapar Participações comunicou que foi aprovada em assembleia nesta terça-feira (28/6) a conversão da totalidade das ações preferenciais da companhia em ações ordinárias, na proporção de uma por uma.
"Foi aprovada por unanimidade dos detentores das ações votantes presentes a adesão da companhia às regras do Novo Mercado da BM&FBovespa", diz o comunicado divulgado ao mercado.
A petroquímica informou que ainda divulgará a data em que suas ações passarão a ser negociadas no Novo Mercado - segmento que propõe a adoção das melhores práticas de governança corporativa.
No prazo de até 30 dias, os acionistas detentores de ações preferenciais que discordarem dessa deliberação poderão exercer o direito de retirada, mediante o reembolso do valor de suas ações.
Durante o prazo do exercício de retirada, as ações preferenciais da Ultrapar continuarão a ser negociadas na bolsa

Sob novo formato, Ultra se prepara para nova expansão
Valor 29.06.2011 - A entrada do grupo Ultra no Novo Mercado marca o início de um novo capítulo na história da companhia, cuja receita líquida atingiu R$ 42,5 bilhões em 2010. O conglomerado, que reúne ativos na área de distribuição de combustíveis (Ipiranga), seu principal negócio, gás GLP (Ultragaz), químicos (Oxiteno) e de logística (Ultracargo), sob o guarda-chuva da holding Ultrapar Participações, trabalha para intensificar seu movimento de internacionalização, além de fortes investimentos no mercado interno - neste ano chegará a R$ 1 bilhão.
À frente da presidência do conselho de administração do grupo, Paulo Cunha, também um dos principais acionistas da companhia, afirmou ao Valor que o Ultra está preparado para se perpetuar. O discurso pode até soar em tom de despedida, uma vez que ele próprio admitiu, pela primeira vez, que está se preparando para deixar a companhia "sem data marcada", mas Cunha prefere não se aprofundar nos detalhes dessa conversa.
O processo sucessório no Ultra está sendo pensado sem pressa. Cunha afirmou que é um processo natural. "Precisamos renovar e estamos promovendo a próxima etapa [a saída do presidente-executivo Pedro Wongtschowski] de forma gradual e segura", afirmou. "A minha [saída] também está sendo programada", afirmou. O acionista não comentou sobre os possíveis sucessores.
O mercado tem acompanhado atentamente os passos dados pelo grupo nos últimos anos em relação aos investimentos e sua política de governança corporativa - considerada ponto alto por analistas ouvidos pelo Valor. Ontem, as ações da empresa encerraram o dia a R$ 27,71, próximo ao marco histórico do grupo, de R$ 28,57 em 14 de abril. No ano, os papéis acumulam aumento de 7,4% e, em 12 meses, valorização de 29,41%.
"A empresa atua em mercados maduros e entrega resultados", afirmou Bruno Varella, analista do Bradesco. A eventual saída de Cunha em nada muda o cenário da empresa, acredita o analista. "É inegável que ele transformou a companhia nesses últimos anos. Mas acreditamos que será uma sucessão planejada."
Para Andres Kikuchi, analista da Link, o grupo tem visão de futuro e está se preparando para um patamar ainda maior, com futuras aquisições.
Anunciada em abril e ratificada ontem em assembleia de acionistas, a ida do grupo ao Novo Mercado leva o Ultra a migrar para um modelo de gestão sem bloco de controle definido. Cada ação preferencial será convertida em uma ordinária (sem prêmio para quem detinha papéis com direito a voto) a partir de agosto. Pelas novas regras, fica estabelecido um limite de 20% para aquisição de papéis por um investidor. Se atingido esse percentual, torna-se obrigatório fazer uma oferta pública pela totalidade das ações em poder do mercado.
Pela nova composição acionária, a Ultra SA detém 24% dos papéis, o fundo britânico Aberdeen fica com 9%, mesmo percentual que o Parth Investiment, Monteiro Aranha com 5%, Previ com outros 6%, Genesis 3%, Dodge & Cox 4% e outros com os 40% restante.
"Acreditamos que essa operação terá chance de perpetuar a companhia. Por isso, preferimos regras estruturadas, objetivas", disse Cunha, acrescentando que esse novo formato abre "mais espaço para investimento", uma vez que a estrutura anterior deixava a companhia mais engessada.
Apesar dessa mudança de formato, a filosofia da empresa continua a mesma, afirmou Cunha. "O 'day after' vai ser igual ao 'day before': trabalho, trabalho, trabalho e trabalho."
Os próximos passos do Ultra visam intensificar o processo de internacionalização da empresa. A companhia vai focar, sobretudo, em ativos para crescer em especialidades químicas e em gás. Por meio da Oxiteno, divisão química do Ultra, a empresa possui unidades no México e Venezuela. Essas fábricas são produtoras de especialidades químicas. No ano passado, o grupo fez uma oferta hostil para a compra dos ativos de gás da Shell na Europa. No entanto, o negócio não foi levado adiante porque ao fazer uma análise mais criteriosa, os negócios não foram considerados interessantes. No momento, o Ultra não está mais de olho em negócios na Europa. "Tem ativos muito interessantes na América Latina", afirmou. Ativos no setor químico no exterior também continuam no radar da empresa.
O mercado interno continua sendo o principal foco de crescimento da companhia. Os investimentos no país este ano estão estimados em R$ 1 bilhão. Deste total, R$ 548 milhões serão na área de distribuição de combustíveis e cerca de R$ 170 milhões em distribuição de gás. A empresa vai focar sua expansão em distribuição de combustíveis nas regiões, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, mais pulverizadas, e avançar sobre os postos de bandeira branca. As perspectivas são de um crescimento do grupo para 2011 da ordem de 20% a 25%, mesmo patamar de expansão observado nos últimos anos.
Menos engessada no Novo Mercado, a companhia terá mais acesso a capital para promover sua expansão. Segundo André Covre, diretor financeiro e de relações com os investidores, a empresa não tem interesse, pelo menos no curto e médio de prazo, de fazer captações externas. "Temos posição de caixa forte e recursos suficientes para fazer novos investimentos", disse.
Desde o início dos anos 2000, o grupo Ultra protagonizou movimentos importantes de consolidação, tornando-se um dos maiores do país. A aquisição da Ipiranga colocou a companhia na vice-liderança em distribuição de combustíveis no país, os ativos de gás que pertenciam à Shell, comprados pela companhia, fortaleceram a posição de liderança da companhia nesse segmento.
No mercado são fortes os comentários de que a companhia poderia adquirir os ativos da AleSat para avançar em distribuição. A empresa não comenta sobre rumores de mercado, mas afirma que está de olho em todas as oportunidades nos quatro setores de sua atuação.

Diniz comanda virada bilionária no varejo
DCI 29.06.2011 - O empresário Abílio Diniz moveu a peça do xeque-mate no tabuleiro do varejo, e agora todos os olhos se voltam ao movimento do Casino na jogada que pode levar o Pão de Açúcar a catapultar sua posição na Europa. Com o lance pela fusão com o Carrefour, arquirrival do também francês Casino, que controla o capital votante do Pão de Açúcar no Brasil, Diniz reitera a seus interlocutores e arrisca todas as fichas para levar a bandeira criada por sua família, o Grupo Pão de Açúcar (GPA), à internacionalização, ao contar com grande apoio do governo brasileiro: linha de até R$ 3,9 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e social (BNDES). Além disso, conta com um braço financeiro de fôlego, onde está seu ex-executivo-chefe Cláudio Galeazzi, sócio do banco BTG Pactual, que prevê R$ 690 milhões na fusão com o Carrefour, vice-líder do ramo no mundo, atrás só do norte-americano Walmart, mas com acionistas interessados da rápida superação dos problemas financeiros.
Caso se dê a fusão, o negócio poderá levar o empresário Abílio Diniz a se tornar o maior acionista individual (pessoa física) do segundo maior grupo varejista mundial. Diniz já havia surpreendido o mercado tempos atrás com Casas Bahia e Ponto Frio, e obrigou os concorrentes do setor de móveis e eletrodomésticos a se reposicionar rapidamente, cabendo o último lance a Luiza Trajano, do Magazine Luiza, ao levar o Baú.
No negócio com o Carrefour , a ideia é que seja criada empresa chamada Novo Pão de Açúcar (NPA). A fusão será submetida à aprovação dos demais acionistas no Brasil e na França, mas já alarma a concorrência, que deve começar a se unir para fazer frente ao conglomerado. Para Eduardo Coutinho, professor de Finanças do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), "é preciso ficar atento ao negócio". Fora isso, a superposição entre pontos comerciais de GPA e Carrefour pode ser um entrave. "Várias lojas vão dar problemas no Brasil", crê o diretor-geral da Demarest e Almeida Advogados, Mário Nogueira. Já Waldir Benffeti, professor de Macroeconomia da Universidade Metodista de São Paulo, é categórico: "O mercado brasileiro aposta nesta fusão".

Sinergia Pão de Açúcar-Carrefour pode atingir R$ 1,8 bi
Exame 28.06.2011 - Estimativa é que os ganhos anuais variem entre R$ 1,3 bilhão e R$ 1,8 bilhão.
As duas redes passam a ter juntas 27% do mercado formal brasileiro de supermercados.
A fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour pode gerar sinergias que chegam a R$ 1,8 bilhão por ano, segundo Claudio Galeazzi, sócio do BTG. A estimativa é que os ganhos anuais variem entre R$ 1,3 bilhão e R$ 1,8 bilhão. "Haverá ganho de escala significativo. As sinergias serão muito relevantes, caso a operação seja aprovada", disse o executivo. O Grupo Pão de Açúcar e o Carrefour têm mais de 1,2 mil lojas juntos, presentes em 178 municípios do Brasil.
As duas redes passam a ter juntas 27% do mercado formal brasileiro de supermercados. O Grupo Pão de Açúcar tem um total de 50 centros de distribuição e o Carrefour tem 17.
Galeazzi lembrou que nos Estados Unidos, o Walmart, maior rede de supermercados do mundo, tem 32% do mercado americano e, por isso, consegue oferecer preços mais baixos aos consumidores. Com o Pão de Açúcar aconteceria o mesmo no Brasil, disse.

BNDES dá R$ 4 bi a Abilio por Carrefour
Folha 29.06.2011 - Pão de Açúcar pode ser acionista de rede francesa com ajuda estatal e do BTG em negócio contestado por sócio Casino.
Operação cria "gigante nacional", mas Casino acusa Abilio de ignorar contrato; concentração pode afetar preços.
Contra a vontade do sócio francês Casino, o empresário Abilio Diniz se associou ao banco BTG Pactual e ao BNDES para comprar as operações do Carrefour no Brasil, formando um gigante sem concorrente à altura e com 32% do varejo supermercadista brasileiro.
Para viabilizar o negócio, o banco BTG Pactual, de André Esteves, propôs uma complexa engenharia financeira que colocará os brasileiros na posição de maiores acionistas do Carrefour no mundo.
No Brasil, Pão de Açúcar e Carrefour passarão a ter 2.386 pontos de venda em 178 municípios, com receita anual de R$ 65 bilhões. Isso se a operação for aprovada.
Já a nova empresa terá 11,7% do Carrefour mundial. Há temor de que o poder da nova rede se reflita nos preços aos consumidores, reduza o poder de barganha de fornecedores e motive a demissão de funcionários.
Campeão Nacional: O dinheiro para viabilizar o negócio -que será questionado no Brasil e no mundo pela defesa da concorrência- virá do BNDESPar, braço de investimento do banco.
Com o argumento de criar um "campeão nacional", o BNDES já se comprometeu a aportar R$ 3,91 bilhões -85% do necessário-, tornando-se sócio da empreitada, com 18% da empresa que nasce. A empresa já é chamada no governo de "AmBev do varejo", em alusão à cervejaria brasileira que dominou o mercado global de bebida.
Os R$ 690 milhões restantes (15% do total) virão de um fundo do BTG Pactual, que ainda emprestará R$ 1,15 bilhão à nova empresa.
Segundo o Pactual, a fusão trará ganho de R$ 1,6 bilhão por ano com sinergias (economia de custo).
Em algumas áreas, como São Paulo e Rio, haverá uma sobreposição de 5% a 8% de algumas lojas, que poderão ser vendidas ou fechadas.
A notícia foi bem recebida pelo mercado. As ações PN (sem voto) do Pão de Açúcar subiram ontem 12,6%, com a expectativa de alta no lucro.
Veto Francês: O negócio obriga os franceses do Casino, o maior acionista do Pão de Açúcar, a perder o comando no Brasil (comprado há cinco anos de Abilio) e ainda a virar sócio do Carrefour no mundo.
Se concretizado de fato, o Casino chegará, indiretamente, a 3,5% do capital do Carrefour. Pode até se tornar o maior acionista individual do rival, caso o fundo Blue Capital, que tem 11%, saia.
O Casino pagou para assumir o controle do Pão de Açúcar a partir de julho de 2012. Sozinho, pode vetar a união com o Carrefour.
O grupo francês diz que a proposta de fusão é ilegal, ocorreu sem sua participação e que recorrerá para inviabilizá-la. Quando soube que Abilio procurara o Carrefour, levou o caso a câmara de arbitragem internacional.
A operação passou longe dos executivos que tocam o dia a dia das empresas. Foi acertada por acionistas. No caso do Carrefour, pelos gestores Blue Capital e Colony e por Bernard Arnault (controlador da Louis Vuitton), que pressionam para recuperar o capital investido.
Na semana passada, o Carrefour aprovou a cisão da marca Dia, bandeira popular, que deverá ser vendida.
Para o Carrefour, a união com o Pão de Açúcar resolve dois problemas graves.
Primeiro, acerta o foco da operação no Brasil, reduzindo a exposição no segmento de grandes hipermercados, modelo que perde apelo nas grandes cidades. Depois, abre caminho para a saída de investidores do Carrefour.

Le Lis Blanc planeja chegar a 120 lojas em 2013
Exame 28.06.2011 - Da rede de lojas da marca, 85% ficam dentro de shoppings centers, mercado que também está em expansão. Para 2011, a meta é fechar o ano com 75 lojas próprias.
A Le Lis Blanc, empresa de vestuário focada no público feminino de alta renda, planeja chegar a 2013 com 120 lojas próprias, segundo o presidente da rede varejista, Alexandre Afrange. Para 2011, a meta é fechar o ano com 75 lojas próprias.
"Estamos com três anos como empresa aberta e temos conseguido entregar os resultados prometidos", disse o executivo, que raramente fala com a imprensa. O executivo destacou que um dos desafios da Le Lis Blanc é ser uma marca fundamentalmente brasileira, com funcionários e estilistas locais, tendo que competir com as grandes redes internacionais.
Com o crescimento da renda, a Le Lis Blanc tem conseguido aumentar vendas. "Ainda tem muito chão para crescer aqui", disse o executivo. Da rede de lojas da marca, 85% ficam dentro de shoppings centers, mercado que também está em expansão.
Sobre uma eventual capitalização para financiar a expansão da rede, Afrange disse que a varejista tem recursos próprios e condições de financiar a abertura de novas lojas sem captar novos recursos. No futuro, a empresa pode até ter operações no exterior. "Vamos estudar isso em algum momento, mas atualmente não é nossa preocupação", disse o executivo, na chegada do prêmio Destaque Agência Estado 2011, referente ao ranking de 2010, elaborado em parceria com a Economática.

Hypermarcas investe para centralizar operações
Valor 29.06.2011 - Bergamo, presidente da Hypermarcas: consolidação da estratégia de focar em medicamentos, cosméticos e fraldas
A Hypermarcas está investindo R$ 250 milhões para ampliação de suas unidades produtivas de medicamentos, cosméticos e fraldas descartáveis, além de centros de logística em Goiás - onde vai centralizar sua operação.
Com esse investimento, a Hypermarcas confirma sua estratégia de atuar exclusivamente nos segmentos de saúde e bem-estar. O grupo está vendendo a empresa de molho de tomate e conservas Etti e os negócios de produtos de limpeza, que tem como marcas principais a Assim e a Assolan, conforme antecipou o Valor em maio.
"Estamos consolidando nossa estratégia de focar nessas três áreas e nos desfazer de alimentos e limpeza", disse Claudio Bergamo, presidente da Hypermarcas. "Escolhemos setores que têm maior potencial de crescimento, que proporcionam uma rentabilidade que permite investir em inovação e marketing", complementou o executivo que anuncia hoje ao mercado o investimento em Goiás. Os segmentos de alimentos e produtos de limpeza hoje representam menos de 10% da receita do grupo.
Dos R$ 250 milhões, 30% são provenientes do caixa da companhia e os outros 70% são do Fundo de Financiamento do Centro-Oeste, que destina recursos do governo federal para empresas que investem nessa região do país. "Além dos incentivos fiscais, escolhemos Goiás por causa da infraestrutura, mão de obra e proximidade com mercados de consumo. Um fator que pesou na escolha foi o Financiamento do Centro-Oeste, que tem juros baixos e longo prazo, algo difícil de conseguir no Brasil", explicou o executivo.
Atualmente, a Hypermarcas conta com 23 unidades fabris, sendo 15 de cosméticos, 5 de medicamentos e outras 3 de alimentos e produtos de limpeza, distribuídas em várias regiões do país. Uma parcela dessas fábricas ligadas as áreas de saúde e bem-estar como, por exemplo, a da Farmasa e da Dorsay Monange, ambas em São Paulo, serão transferidas para Goiás. Já a unidade fabril da Mantecorp, adquirida no fim do ano passado, permanecerá no Rio.
A maior parte do investimento será revertida no complexo de medicamentos, que receberá um aporte de R$ 115 milhões. Essa unidade, localizada na cidade de Anápolis e que abrigava a fábrica da Neo Química, terá capacidade para produzir 6,5 bilhões de comprimidos por ano.
Os outros R$ 135 milhões serão destinados às operações de cosméticos na cidade de Senador Canedo, de fraldas descartáveis em Aparecida de Goiânia e no centro de logística que terá uma área de 50 mil m² a ser erguido em Goiânia.
Com a ampliação das unidades fabris e do centro de logística, cuja conclusão está prevista para daqui a dois anos aproximadamente, a produção da Hypermercas terá um crescimento de cerca de 50%, segundo Bergamo. Os novos complexos da companhia terão capacidade para atender a demanda dos próximos cinco anos.
Neste ano, a Hypermarcas pretende consolidar as 14 aquisições efetivadas nos últimos dois anos. "Em 2011, vamos arrumar a casa, consolidar a operação e capturar a sinergia das aquisições. Só no ano passado, foram feitas nove aquisições", afirmou o presidente da companhia, que encerrou o primeiro trimestre deste ano com uma receita líquida de R$ 647,7 milhões e lucro de R$ 55,2 milhões.
Passada a fase de organização interna, Bergamo não descarta aquisições fora do país. "Estamos preparando a nossa empresa para fazer frente às multinacionais e, quem sabe, no futuro, comprar empresas de fora e nos tornarmos uma multinacional como é a Ambev e o Pão de Açucar, que agora está negociando com o Carrefour ", disse o presidente da Hypermarcas.
Construtora investe R$ 300 mi em 12 torres em Santo André
Folha 29.06.2011 - A MZM Construtora, de Santo André, investirá R$ 300 milhões em um novo empreendimento na cidade.
Serão construídas 12 torres e 2.016 unidades, em um terreno de 56 mil m2.
O preço dos apartamentos, com dois ou três dormitórios e área de 55 m2 a 75 m2, deverá ficar entre R$ 230 mil e R$ 400 mil.
"Foram lançados poucos imóveis com menos de cem metros quadrados na região. É um mercado com muita demanda não atendida", diz o sócio da empresa Francisco Diogo Magnani.
Na cidade de São Paulo, apartamentos semelhantes custam cerca de 50% a mais, de acordo com Magnani.
"O preço deve atrair pessoas que já estão em Santo André e outras que trabalham na capital, mas que aceitarão viver um pouco mais longe", afirma.
A obra será construída no bairro onde era o parque industrial de Santo André.
"A região virou residencial e passa por um processo de revitalização. Pediremos até algumas mudanças nos nomes das ruas para a prefeitura", diz Magnani, que é fundador da MZM Construtora.
O Valor Geral de Vendas do empreendimento, que terá uma primeira parte lançada em outubro, é estimado em R$ 600 milhões.
Descoberta no poço Gávea é principal no pré-sal de Campos, diz Petrobrás
Estadão 28.06.2011 - Consórcio está analisando os resultados obtidos no poço, antes de continuar com o processo de exploração e avaliação da área.
A Petrobrás confirmou a descoberta de dois níveis de petróleo de boa qualidade no poço exploratório 1-REPF-11A-RJS, informalmente conhecido como Gávea, conforme a Repsol Sinopec havia informado mais cedo nesta terça-feira, 28. De acordo com nota da estatal, esta é a principal descoberta realizada no pré-sal da Bacia de Campos.
A Repsol Sinopec é a operadora do consórcio, com 35% de participação, tendo como parceiras a Statoil, com 35%, e a Petrobrás, com 30%. Segundo a Petrobrás, o consórcio está analisando os resultados obtidos no poço, antes de continuar com o processo de exploração e avaliação da área.
A companhia informa ainda que o poço, localizado a 190 quilômetros da costa do Rio de Janeiro, foi perfurado pelo navio sonda de última geração Stena Drillmax I, em águas de 2.708 metros e atingiu a profundidade final de 6.851 metros.
A Petrobrás e suas parceiras informaram às autoridades brasileiras a existência de indícios de hidrocarbonetos no poço exploratório Gávea em março de 2011, para o primeiro nível, e em abril deste mesmo ano, para o segundo nível.

Sete Brasil convida OSX para licitação
Valor 29.06.2011 - O estaleiro OSX foi convidado pela Sete Brasil para participar do processo de licitação para construção de sondas de perfuração. A Sete tem participação minoritária da Petrobras e foi criada para gerenciar as encomendas de embarcações da estatal. "Fomos convidados pela Sete Brasil e vamos fazer uma proposta para construir sondas (de perfuração)", disse o diretor financeiro e de relações com investidores da OSX, Roberto Monteiro.
O espaço para construções de empresas fora do grupo EBX - controlador da OSX - é de 20% e isso deve mudar apenas em 2015. Até lá o estaleiro terá cerca de 80% da capacidade de construção de plataformas flutuantes de produção, armazenamento e transferência (FPSOs) ocupada com encomendas da petroleira OGX, do mesmo grupo.
A OSX recebeu sinal verde do Fundo de Marinha Mercante para negociar uma linha de crédito de R$ 2,7 bi
A diminuição da ocupação pela OGX começa a partir de 2016. Inicialmente o estaleiro de São João da Barra (RJ), que terá 90% do seu investimento financiado pelo Fundo de Marinha Mercante (FMM), terá capacidade de converter simultaneamente seis plataformas FPSOs e oito plataformas fixas capazes de produzir em profundidades pequenas, até 150 metros. Quando o dique seco ficar pronto, será possível construir simultaneamente dois navios do tipo VLCC (navios de grande capacidade de transporte) ou duas a quatro sondas de perfuração, dependendo do tamanho das unidades.
O diretor da OSX disse que isso não significa que não exista espaço para encomendas de outras companhias. "Nossa capacidade para construir navios e sondas estará 100% disponível para o mercado brasileiro. E para construção de plataformas a ocupação pela OGX começará a cair a partir de 2016", diz Monteiro.
A OSX recebeu na semana passada sinal verde do Fundo de Marinha Mercante (FMM) para negociar uma linha de crédito de R$ 2,7 bilhões com um agente financeiro financiamento. Na segunda-feira, recebeu licença de instalação do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) do Rio de Janeiro para construir o estaleiro em São João da Barra, junto ao porto do Açu. A obra está orçada em R$ 3 bilhões, sendo que 10% desse total devem ser aportados pela coreana Hyundai Heavy Industries, que é sócia do projeto.
A Hyundai e a OSX assinaram um acordo para transferência de tecnologia de construção e formação de mão de obra na região. A OSX criou o Instituto de Tecnologia Naval (ITN) em parceria com a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e, segundo Monteiro, serão treinadas 7 mil pessoas entre 2011 e 2013.
A estimativa do grupo é que a obra do estaleiro seja concluída em 2014, mas antes disso haverá uma entrega parcial prevista para o primeiro trimestre de 2013. É quando ficará pronta a área para fazer a montagem da quarta plataforma da OGX.

Rede Accor
Folha 29.06.2011 - A rede Accor fechou parceria de R$ 80 milhões com o grupo mineiro Maio/Paranasa para construir um hotel em Belo Horizonte. Será o primeiro da bandeira Novotel na cidade.
As obras começarão no quarto trimestre deste ano e devem ser concluídas no início de 2014.
As duas empresas inauguraram um outro hotel na capital mineira nesta semana e estão com mais quatro em construção. Elas investirão R$ 380 milhões na cidade nos próximos três anos.
Com os seis novos hotéis, as empresas criarão 1.204 apartamentos. A expectativa é atender a demanda gerada pela Copa do Mundo e pelo crescente setor de turismo de negócios.

Cresce número de famílias endividadas em São Paulo
Folha 29.06.2011 - O número de famílias endividadas cresceu em junho na capital paulista, para 1,684 milhão.
O aumento foi de 2,7% na comparação com maio e de 11,5% em relação ao mesmo mês de 2010, de acordo com levantamento da Fecomercio, que será divulgado hoje.
O resultado mostra que 46,9% das famílias paulistanas estão com dívidas.
Apesar do aumento, ainda não há motivos para preocupação do mercado, devido ao patamar elevado da confiança dos consumidores, segundo técnicos da Fecomercio.
Em junho, 29,4% dos paulistanos afirmaram estar comprometidos com dívidas por mais de um ano.
Entre os consumidores com contas em atraso, 50,6% disseram estar inadimplentes há mais de 90 dias.

Vendas nos supermercados
Folha 29.06.2011 - Depois de dois meses no azul, as vendas nos supermercados do Estado de São Paulo voltaram a registrar resultados negativos.
No mês passado, a queda real (descontada a inflação) foi de 9,7% na comparação com o mês anterior, de acordo com a Apas (Associação Paulista de Supermercados).
O resultado, porém, já era previsto pelo setor. "Como as vendas na Páscoa foram altas, já era esperada essa desaceleração em maio", diz Martinho Moreira, da Apas.
Para o setor, a Páscoa é a segunda melhor data, só perde para as vendas do Natal.

No Brasil, metade dos alunos não tem acesso a computador
Estadão 29.06.2011 - Entre 65 países avaliados, apenas 10 estão em situação pior que a brasileira, indica[br]levantamento do Pisa
Metade dos estudantes brasileiros está "desconectada" e o País soma uma década de atraso em relação aos países ricos no que se refere ao acesso a computadores e internet. Se não bastasse, as escolas brasileiras estão entre as piores em relação ao contato dos alunos com a informática, o que pode comprometer a formação de milhares de jovens.
Esse é o resultado do primeiro levantamento do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) para analisar a relação entre os sistemas de ensino e a tecnologia. Segundo o documento, elaborado com dados de 2009 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), as escolas brasileiras não estão equipadas e o Brasil é o último em uma lista de 38 países avaliados em relação ao número de computadores por alunos na escola.
"O aprendizado do uso do computadores é primordial para o futuro desses jovens. Estudos mostram que pessoas com conhecimento de informática têm 25% mais de chance de encontrar um trabalho", disse Sophie Vayssettes, pesquisadora responsável pelo levantamento, que mediu o acesso ao computador de um estudante de 15 anos em várias partes do mundo.
De um total de 65 países avaliados, apenas 10 estão em situação pior que a do Brasil. Alunos da Romênia, Rússia e Bulgária contam com mais acesso à tecnologia que os brasileiros. No País, em média, 53% dos estudantes de 15 anos têm computadores em casa. Há dez anos, a taxa era de 23%. Apesar do avanço, os números ainda são inferiores à média dos países ricos. Na Europa, EUA e Japão, mais de 90% dos estudantes têm computador. O acesso no Brasil é hoje equivalente ao na Europa no ano 2000.
O estudo aponta ainda a desigualdade do acesso à informática no Brasil. Entre os mais ricos, 86% têm computador e internet em casa - taxa equivalente a dos alunos de países ricos. Entre os mais pobres, apenas 15% têm as ferramentas em casa.

Gestores buscam ganhos em lugares 'exóticos'
Valor 29.0.6.2011 - Mark Mobius, da Franklin Templeton: interesse no Iraque e em Bangladesh.
Os gestores de recursos estão de olho em investimentos no Iraque e em outros países que se recuperam de instabilidades políticas. Isso porque, depois da alta de mercados como o Brasil e a Índia, lugares exóticos estão se tornando mais aceitáveis entre os investidores. Desde a crise financeira, as pessoas vêm tentando compensar o crescimento fraco do mundo desenvolvido alocando mais dinheiro em mercados emergentes como o Brasil, Rússia, Índia e China, que formam os Bric.
Os gestores estão agora se voltando para países mais exóticos, classificados como mercados de fronteira não amadurecidos, em vez de mercados emergentes. Esses países exibem características que prometem crescimento acelerado, como riqueza em recursos naturais ou populações jovens. Entre esses mercados, estão Iraque, Bangladesh e Egito.
"Estamos interessados no Iraque, o problema é que eles não possuem um sistema que permita a entrada dos investidores", disse, em Mônaco, durante um fórum de investimentos, Mark Mobius, especialista em mercados emergentes da gestora americana Franklin Templeton e responsável pelo Templeton Emerging Market Group. Mobius acrescentou que está em busca de oportunidades em Bangladesh.
Um relatório do Citigroup publicado este ano estima que nos próximos cinco anos a Mongólia e o Iraque irão crescer a taxas de dois dígitos, ambos os países conduzidos pela extração de recursos naturais. O Iraque também deve se beneficiar pela reconstrução após a guerra.
Este ano, o Goldman Sachs lançou seu fundo de investimentos "Next 11", que aplica no Paquistão e também na economia mais estável da Turquia, além de outros países identificados como motores do crescimento pelo economista Jim O'Neill, que cunhou o termo Bric. O HSBC lançou um fundo para investimentos em um grupo de seis países que o banco chamou de Civets, incluindo a Colômbia, um país que está saindo de anos de violência política e criminal.
Enquanto isso, o Standard Bank revelou ser um "fã ardoroso" do Zimbábue. "No longo prazo, o que vemos nesses países é bastante promissor", afirma Rudolf Aperbrink, presidente-executivo da HSBC Global Asset Management para a Europa, Oriente Médio e África. "Alguns podem estar um pouco instáveis no momento, mas talvez este seja exatamente o ponto de olhar para eles e formar posições".
A instabilidade política não é motivo para ignorar esses países, diz Allan Conway, diretor de mercados emergentes da administradora britânica de fundos Schroders, que tem US$ 27 bilhões sob gestão. "Temos que ser cautelosos ao assumir que o risco político por si significa que você não deveria investir", explica Conway.
Embora os investidores pareçam estar aceitando mais alguns riscos políticos, a governança corporativa continua sendo uma grande preocupação. A corrupção "ainda é um grande problema" nos mercados emergentes, mas "parece que os mercados não estão dando muita atenção a isso", afirma David Gait, gestor do fundo First State Asia Pacific Sustainability.
Uma pesquisa da Ernst & Young divulgada no mês passado constatou que mais de 80% dos participantes baseados em mercados emergentes veem a corrupção como disseminada nos lugares onde trabalham. Escândalos de corrupção na Índia levaram os fundos mútuos especializados no país para o fim dos rankings de desempenho no ano passado, demonstrando que os mercados emergentes ainda têm uma tendência de volatilidade.
A Rússia é "o mercado emergente mais barato do mundo" em parte por causa das preocupações com a governança, explica Conway, da Schroders. "É preciso ter certeza de que o grau de corrupção não vai ameaçar o investimento que você está fazendo, e que ele também esteja embutido nos preços do mercado", diz.