quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Azul.CA.31.08

Daily News

Carrefour fecha cinco hipermercados em São Paulo, Brasília, Uberaba e Vitória
Valor 31.08.2011 - O Carrefour fechou na segunda-feira cinco lojas de hipermercados - duas na cidade de São Paulo, nos bairros do Ipiranga e Morumbi - e três em Brasília, Uberaba (MG) e Vitória (ES). As unidades foram desativadas de forma definitiva.
Os funcionários devem ser transferidos para outros pontos da rede, mas não há garantias de que todos serão aproveitados, segundo a varejista. Pelas contas do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, cerca de 600 pessoas trabalhavam nas duas lojas da capital paulista.
Em nota, a empresa informa que "o Carrefour Brasil vem realizando um amplo processo de reestruturação de suas operações. Essas mudanças na rede estão alinhadas com o redesenho do modelo de negócio iniciado em 2010". Há outras duas lojas da companhia próximas aos pontos fechados e a expectativa da cadeia é que os consumidores migrem para esses pontos.
No início deste mês, o Valor já havia antecipado o processo de fechamento de lojas da rede do grupo no país e sobre o aumento no volume de demissões na empresa nos últimos três meses.
O comando do Carrefour no Brasil está reorganizando a operação local, e isso tem levado a rede a fechar lojas, mudar as bandeiras dos pontos e a demitir pessoal. Esse movimento faz parte de um conjunto de medidas tomadas para melhorar o desempenho da rede, que registrava até o ano passado níveis de rentabilidade operacional abaixo do registrado por outras companhias do setor.
Entre julho e início de agosto, o Carrefour demitiu 410 pessoas em São Paulo, segundo o Sindicato dos Comerciários de São Paulo. Entre maio e a primeira semana de agosto, foram 808 pessoas.
Segundo informa o site do Carrefour, a rede tem 170 lojas no país.
A companhia admite a possibilidade de vender algumas lojas próprias a redes interessadas no pontos, segundo comentou semanas atrás, em visita ao Brasil, o CEO mundial do Carrefour, Lars Olofsson. A unidade do Ipiranga que foi desativada é própria e poderia ser vendida ou alugada.


O Vudu do Walmart está dando certo, mas até quando?
Site de venda de filmes já é o terceiro maior dos Estados Unidos, um ano após ser comprado pelo Walmart
Loja do Walmart: venda de filmes começa a encorpar a operação online. O Walmart, maior varejista do planeta, nunca foi um sucesso no mundo virtual. O “Walmart do e-commerce” é, há muitos anos, a Amazon, cuja audiência é quase sete vezes maior que a da empresa de Bentonville. Mas, pelo menos em um nicho, o Walmart está chamando atenção: o de download de filmes.
Nos Estados Unidos, em apenas um ano, o Walmart elevou sua fatia nesse mercado de mero 1% para 5,3%, de acordo com a IHS, uma consultoria especializada em mídias digitais. O salto o colocou na terceira posição no ranking de download de filmes. E, nesse negócio, a varejista é maior que a Amazon, que ocupa a quinta posição, com 4,2% de participação.
É claro que o Walmart ainda está bem longe dos líderes desse mercado. A Apple iTunes, por exemplo, detém 65,8% desse mercado. Já o Zune, da Microsoft, segue com 16,2%. O IHS não inclui o Netflix na amostra, por considerá-lo uma locadora de filmes online, e não um varejista que oferece download permanente.
O feitiço do Walmart: A disparada do Walmart nesse nicho não é uma questão de mágica, e sim de Vudu – mais especificamente, o site de downloads de filme comprado há um ano por 100 milhões de dólares.
Esta foi a plataforma que permitiu ao Walmart avançar no mercado americano de downloads, que movimentou 385 milhões de dólares no ano passado. Antes mesmo de ser vendida para a família Walton, o Vudu já gozava de um grande prestígio entre os cinéfilos, sobretudo pela qualidade de seus filmes em alta definição.
Sob o comando do Walmart, contudo, o Vudu aprofundou uma série de ações que o fizeram deslanchar. Uma delas foi investir em versões compatíveis com diversos aparelhos de TV, DVD, Blu-ray e videogames. Enquanto os filmes da Apple iTunes, por exemplo, só rodam nos aparelhos de sua marca, os downloads do Vudu são compatíveis com cerca de 300 modelos de eletrônicos.
Outra vantagem do Vudu é a força do Walmart nas vendas físicas de DVDs. A varejista fatura cerca de 3,5 bilhões de dólares por ano com esse negócio. Isso aumenta seu poder de barganha junto às distribuidoras - e Hollywood acaba concedendo condições vantajosas também para seu negócio online, o que faz com que o Vudu ofereça preços atraentes para o download de cópias digitais.
Esta é a parte boa da história, mas há três dúvidas na cabeça dos analistas. A primeira é: tudo bem que o IHS não inclua o Netflix no ranking, mas a locadora virtual existe e é tão importante que já fez estragos no mundo real – levando, por exemplo, a outrora poderosa Blockbuster à bancarrota.
A diretoria do Vudu limita-se a afirmar que seus clientes recorrem ao Netflix apenas para “filmes antigos”. Os lançamentos, segundo os executivos, são adquiridos via Vudu.
Outro ponto é que, com todo o suor, o Vudu é hoje o maior dos pequenos sites de download. Sua disposição de enfrentar a Apple iTunes, por exemplo, foi comparada pela americana Forbes à bíblica luta de Davi contra Golias. A revista aventa a possibilidade de que, um dia, os próprios produtos da Apple ofereçam o Vudu, assim como já fazem com o Hulu e o Netflix.
Por último, os não sabem como sucesso do Vudu pode beneficiar o negócio principal do Walmart – se é que poderá ajudá-lo de algum modo. Por ora, o feitiço do Walmart no mercado de filmes digitais está dando certo. Se ele vai se voltar contra a varejista ou, simplesmente, perder a força, é algo que nem os adivinhos de Wall Street têm claro.


Fusão cria líder do varejo farmacêutico
Folha 31.08.2011 - União das Drogarias São Paulo e Pacheco, líderes em SP e RJ, cria rede com R$ 4,4 bi de faturamento e 691 lojas.
Nova DPSP supera Raia/Drogasil; negócio ajuda a competir com farmácias dentro de supermercados.
A drogaria São Paulo anunciou ontem a fusão de suas operações com o grupo Pacheco. O negócio vai garantir à companhia o retorno à liderança do setor de varejo farmacêutico, perdida após a união entre Drogasil e Raia, anunciada no início do mês.
A DPSP nasce com R$ 4,4 bilhões de faturamento anual -segundo dados dos 12 meses encerrados em junho, contra R$ 4,1 bilhões da Raia Drogasil. A rede será a sétima maior do varejo brasileiro, com 691 lojas e presença em cinco Estados.
Líderes em São Paulo e no Rio de Janeiro, as drogarias decidiram unir forças para expandir suas operações em outros Estados brasileiros.
"Existe uma grande oportunidade de crescimento do setor no Brasil, e acreditamos que, com os grupos juntos, esse processo pode ser melhor e mais efetivo", diz Gilberto Ferreira, da São Paulo, que será presidente da DPSP.
Pacheco e São Paulo ainda têm lojas em Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Por terem focos distintos, a sobreposição de lojas entre as companhias será "praticamente inexistente", diz Ferreira.
Segundo ele, a expansão pode ser feita via crescimento orgânico ou aquisições.
A gestão da DPSP será compartilhada entre o Grupo Carvalho (São Paulo) e o Grupo Barata (Pacheco), que terão iguais poderes na definição e na implementação das estratégias da companhia.
A Folha apurou, no entanto, que a Pacheco ficou com participação um pouco acima de 50% no novo grupo. O Conselho de Administração será presidido por Samuel Barata, da Pacheco.
Supermercados: Para o professor da pós-graduação da ESPM Júlio Moreira, a concentração das drogarias é incentivada pelo aumento da concorrência com grandes redes de supermercados.
De acordo com ele, companhias como Walmart e Pão de Açúcar vêm investindo na aberturas de farmácias próximas de suas lojas.
"Vender remédios e produtos cosméticos dá uma margem de ganhos muito maior do que comercializar alimentos e detergentes, por exemplo", afirma. "É uma forma de proteção contra esse novo inimigo."
O Pátria Investimentos e o escritório Machado Meyer atuaram como assessores financeiro e legal respectivamente da São Paulo. O Banco Espírito Santo e o escritório Pinheiro Neto trabalharam para a Pacheco.


Drogaria São Paulo e Pacheco se unem
Valor 30.08.2011 - Após seis meses de negociação, a Drogaria São Paulo e a Drogarias Pacheco anunciaram ontem a união das operações, num movimento que deve abrir espaço para a abertura de capital da nova companhia criada com a fusão, a Drogarias DPSP. "Esse é um processo natural. Vemos um IPO [oferta pública inicial de ações] de forma muito positiva e estaremos nos preparando para isso a partir de 2012", afirmou ontem Gilberto Martins Ferreira, presidente da nova rede de farmácias e ex-presidente da Drogaria São Paulo.
Com R$ 4,4 bilhões de faturamento em 12 meses e 691 pontos em cinco Estados, a Drogarias DPSP se torna a maior varejista do setor de farmácias em faturamento bruto. Em segundo lugar está a empresa criada da união de Drogasil e Droga Raia, que soma R$ 4,1 bilhões em vendas e 700 lojas. A Brazil Pharma, do banco BTG Pactual, passa a ocupar o terceiro lugar em número de lojas, com 681 unidades e receita de R$ 514 milhões de janeiro a junho. A Pague Menos tem o terceiro maior faturamento, com R$ 2,2 bilhões em 2010.
As famílias Barata e Carvalho, da Pacheco e da DSP, respectivamente, devem ocupar o mesmo número de cadeiras no conselho de administração da nova companhia -- que será gerido por Samuel Barata, presidente da Pacheco, a maior rede de farmácias do Rio de Janeiro. Ainda não está determinado o número de conselheiros de cada grupo, mas com essa divisão, o poder decisório será repartido igualmente, dizem as companhias. Com a união, estima-se que a nova rede passe a ter 8,7% do mercado de farmácias. A Raia Drogasil tem 8,3%.
De acordo com informações no mercado, a Pacheco será acionista majoritária, com cerca de 55% do controle da Drogarias DPSP - e o restante fica com a Drogaria São Paulo. As empresas não informam os números. "O importante é que se trata de uma união de iguais, com mesmo poder de decisão e com negócios muito complementares", diz Ferreira. "A sobreposição é baixíssima, inferior a 10 lojas, e isso foi fundamental na hora de tratarmos desse acordo".
Mais de 95% das lojas das duas cadeias somadas estão nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, mas elas ocupam territórios diferentes. Enquanto a Pacheco é forte no Rio e interior do Estado, a Drogaria São Paulo espalhou-se por todo o território paulista. Em Minas, a Pacheco ocupou o norte da região e a sua sócia está no sul do Estado. Além disso, a Drogaria São Paulo tem duas lojas na Bahia e a Pacheco, três pontos no Espírito Santo.
Nós próximos meses, será feita a integração das operações e as marcas das duas redes devem ser mantidas. O plano é ir para novos Estados por meio de crescimento orgânico, inclusive para o Nordeste.
Ainda não está decidido, no entanto, a segmentação das bandeiras por região geográfica. Mas para acelerar esse processo de crescimento, a companhia admite que está aberta a novas fusões. "Esse modelo de união das forças faz todo o sentido. O conhecimento que cada um tem do negócio fica. Se oportunidades dentro desse formato aparecerem, vamos olhar", diz o presidente da Drogarias DPSP. Entre as redes que são consideradas ativos interessantes hoje estão a Panvel, com foco no sul do país, e a Drogaria Araújo, a maior de Minas Gerais.
O Pátria Investimentos e o escritório de advogados Machado Meyer atuaram como assessores financeiro e legal, respectivamente, da Drogaria São Paulo. O Banco Espírito Santo e o escritório Pinheiro Neto trabalharam para a Pacheco.


Concentração chega ao varejo farmacêutico
DCI 31.08.2011 - A dinâmica que orienta o varejo supermercadista, que por meio de fusões e aquisições consolidou os maiores players do mercado, está vigorando no setor farmacêutico. Ontem foi a vez das Drogarias São Paulo e Pacheco de se unir e garantir a própria liderança, que havia sido perdida no início deste mês com o nascimento da Raia Drogasil. "O caminho é este. E no nosso caso não há sobreposição de lojas, como no caso da outra", afirmou o presidente da Drogaria São Paulo, Ronaldo de Carvalho.
A fusão anunciada nesta terça-feira criou a DPSP, empresa com 691 lojas em cinco estados e receita bruta de R$ 4,4 bilhões.
No início de agosto, a união da Droga Raia à Drogasil havia levado ambas as empresas ao primeiro lugar do ranking da Associação Brasileira de Farmácias (Abrafarma). "A nova fusão é uma resposta a essas duas empresas", diz o presidente-executivo da entidade, Sérgio Mena Barreto.
As quatro companhias que se uniram este mês já ocupavam o topo dos níveis de grandeza do setor - representavam os quatro primeiros lugares, e agora ocupam os dois mais altos. Para o professor Rafael D'Andrea, do Insper, o movimento de concentração é similar ao do varejo de alimentos. "É a primeira onda de consolidação: as grandes redes se unem", afirma o especialista.
Estimativas de mercado apontam a existência de 60 mil a 65 mil pontos de venda de produtos farmacêuticos no Brasil. O mercado movimenta atualmente R$ 40 bilhões anuais, montante cuja metade fica retida em cerca de cinco mil lojas.
Com a concentração do setor, os distribuidores perdem mercado, pois as redes passam a lidar diretamente com os laboratórios, e os pequenos varejistas, isolados nos bairros, perdem espaço para uma concorrência colossal.


IPO é o próximo passo da Drogaria São Paulo e da Pacheco, diz presidente
Exame 31.08.2011 - Nova líder do setor de farmácias nasce com a intenção de abrir capital e se expandir pelo Brasil. Ferreira, presidente da DPSP: empresa nasce líder, mas o foco é crescer.
São Paulo – A união da Drogaria São Paulo com a Pacheco ainda nem terminou de ser anunciada, e as empresas já começam a se preparar para um novo passo: a abertura de capital. “É algo que devemos iniciar em 2012”, afirmou Gilberto Martins Ferreira, presidente da DPSP – a empresa criada pela fusão antecipada pelo blog Primeiro Lugar, de EXAME.
A rede já nasce como a maior do país em faturamento, com 4,4 bilhões de reais. Com isso, a liderança da Raia Drogasil, formada pela fusão da Droga Raia e da Drogasil e com vendas de 4,1 bilhões de reais, durou apenas um mês.
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista de Ferreira a EXAME.com. Nela, o executivo apresenta os próximos passos da nova gigante do setor de farmácias.
EXAME.com – Há planos para abrir o capital da empresa?
Gilberto Martins Ferreira – Sim, a ideia é abrir o capital. Isso é um processo que queremos iniciar em 2012. Até o final do ano, nossa prioridade é estruturar melhor a empresa, dar prosseguimento à integração da Drogaria São Paulo e da Pacheco. O importante é que as empresas estão bem preparadas. Ambas são auditadas há mais de dez anos.
EXAME.com – Como um IPO pode ajudar os planos da nova rede?
Ferreira – As duas empresas são muito conservadoras em relação ao nível de endividamento. As famílias controladoras preferem estruturas de capital mais sólidas do que as baseadas em dívida. E isso é algo que o IPO permite. Além disso, os controladores acreditam no setor farmacêutico. Abrir o capital é um modo de convidar as pessoas a participar de nosso crescimento.
EXAME.com – A união da Drogaria São Paulo com a Pacheco foi uma resposta à criação da Raia Drogasil, que havia se tornado a líder do setor?
Ferreira – Não. As conversas começaram há oito meses. O que ocorreu é que o acordo da Drogasil saiu primeiro. Os acionistas da São Paulo e da Pacheco se conhecem há mais de 30 anos e já vinham falando da grande oportunidade de expansão que teriam juntos. Foi um processo muito tranquilo.


Itambé vai investir em MG para crescer em leite longa vida
Valor 30.08.2011 - Nova linha de produção atenderá principalmente aos mercados de Brasília, Goiás e São Paulo, diz Gontijo, da Itambé.
A maior fábrica de leite em pó da mineira Itambé vai ganhar até janeiro uma nova atividade. O conselho da empresa aprovou na semana passada a construção de uma linha de processamento de leite UHT na planta de Uberlândia com capacidade de produzir até 300 mil litros por dia.
A ampliação faz parte de um movimento que se acentuou nos últimos dois anos no Estado que é o maior produtor de leite do país. Nesse período, mais de R$ 1 bilhão foram investidos no incremento do parque industrial mineiro, segundo estima o Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Silemg).
O objetivo da Itambé, segundo o presidente da cooperativa, Jacques Gontijo, é atender principalmente aos mercados de Brasília, Goiás e São Paulo. A Itambé - que já investe R$ 30 milhões na construção de um centro de Distribuição em Pará de Minas, para aumentar o espaço da fábrica no município ainda não definiu qual será o aporte necessário para a remodelagem da planta de Uberlândia, disse Gontijo.
Assim como a companhia, os demais laticínios do Estado reforçam sua capacidade de processamento para aproveitar o aquecimento da demanda doméstica. Nestlé, Laticínios Porto Alegre, Cemil, Laticínios Jussara e Embaré são alguns dos fabricantes instalados em Minas que fizeram as maiores injeções de recursos na ampliação ou construção de novas unidades em Minas nos últimos dois anos.
Um balanço prévio do sindicato mostra que somente 16 empresas investiram no período R$ 356 milhões. O Silemg tem 160 laticínios afiliados. "O crescimento da renda no país cria um cenário muito promissor", diz o presidente do sindicato, diz Alessandro Rios. "Nos últimos dois anos tem havido grandes investimentos, em parte como reflexo do aumento do poder de compra, e consequentemente do consumo de leite e derivados."
O mercado interno cresce de maneira sustentada a taxas de 4% a 5% ao ano - ritmo seguido de perto pela produção. Mas o problema até poucos anos para empresas de Minas era que muitas delas estavam estranguladas.
Muitas não tinham mais quase nenhuma capacidade ociosa e, assim, assistiram a uma transferência significativa de leite in natura para os laticínios paulistas cuja capacidade de processamento compensava a limitação dos concorrentes mineiros. Atualmente os mineiros industrializam 70% do leite produzido aqui.
A decisão de investir para recuperar a desvantagem coincidiu com um marco para o setor, que em 2008 tornou-se pela primeira vez auto-suficiente na produção de leite, de acordo com Rios. Isso abriu a perspectiva, afirma ele, para que no médio prazo o Brasil passasse a ser um exportador mais consistente.
Não que seja o momento de falar de exportações. Aliás, o contrário. Com um câmbio muito favorável às compras no exterior, a entrada de leite da Argentina e também do Uruguai disparou e até o meio do ano já tinha totalizado 1 milhão de litros. O déficit deve atingir os US$ 500 milhões.
Mas talvez mais do que a auto-suficiência, a onda de investimentos também coincidiu com a decisão do governo de Minas de entrar na guerra fiscal, principalmente contra os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
"Somos muito prejudicados principalmente por São Paulo e ficamos praticamente impedidos de vender para o Estado", reclama Gontijo, da Itambé, sintetizando uma crítica repetida diariamente por indústrias e produtores mineiros do setor de laticínios. A medida do governo trouxe certo alívio ao setor que há anos se queixa de alíquotas de ICMS mais altas cobradas por São Paulo e Rio, principalmente, sobre o leite e derivados vindos de fora de seus territórios.
O setor em Minas Gerais se sente particularmente afetado. O Estado é maior produtor de leite do país, respondendo por 27% dos mais de 30 bilhões de litros produzidos nacionalmente.
"Há cerca de dois anos, passamos a adotar uma política para proteger os produtores e as indústrias de laticínios de Minas que são prejudicadas pela guerra fiscal", diz o secretário adjunto da Fazenda de Minas, Pedro Meneguetti. A política consiste em dar um desconto no ICMS aos produtores e aos laticínios mineiros de modo a compensar a penalização que eles teriam quando vendem para outros Estados. "Demos condições para que o leite e os derivados mineiro cheguem nas mesmas condições ao consumidor que os produzidos e industrializados em outros Estados", afirma.
Meneguetti não diz quanto Minas deixou de arrecadar nesse período por conta do benefício. "Se o Estado não desse esse benefício não teríamos emprego, indústria, produtor rural" argumenta o secretário adjunto.
Pressionados pelos produtores e também pelos laticínios, o governo de Antonio Anastasia tenta convencer o governo de Geraldo Alckmin - ambos do PSDB - a adotarem uma alíquota interestadual comum.
"Apesar dessa situação que nos prejudica, estamos investindo, estamos fazendo a nossa parte para que esses investimentos gerem emprego e renda", afirma Alessandro Rios.


JBS prevê elevar produção em 5% no país e reduzir custos
GPdeLondrina 30.08.2011 - Ao mesmo tempo, a companhia prevê economias de 200 milhões de reais anualizados com reduções de custos e eficiências fiscais. O plano será colocado em prática a partir de 1o de setembro
O JBS, maior produtor de carne bovina do mundo, informou nesta terça-feira que adotará uma estratégia de integração operacional que prevê elevar em pelo menos 5 por cento a sua produção no Brasil, por meio da utilização mais eficiente da capacidade de seu parque industrial.
Ao mesmo tempo, a companhia prevê economias de 200 milhões de reais anualizados com reduções de custos e eficiências fiscais. O plano será colocado em prática a partir de 1o de setembro.
'Isso será alcançado com o remanejamento dos trabalhos de seis unidades, em razão de fatores como ineficiência fiscal, decorrente da legislação tributária de alguns Estados, a proximidade entre unidades e a busca por um portfólio de produtos mais eficiente, ampliando sua presença no mercado doméstico', afirmou a companhia em comunicado.
A companhia informou que suspenderá 'integralmente' as atividades da unidade em Presidente Epitácio (SP), 'devido a ineficiência fiscal no Estado'. A produção da planta paulista será transferida para as unidades da companhia em Mato Grosso do Sul.
O abate e desossa da unidade de Teófilo Otoni (MG) serão transferidos para as unidades de Iturama e Ituiutaba, ambas em Minas Gerais.
A empresa ainda remanejará o abate e desossa de Maringá (PR) para Naviraí (MS) e transferirá as atividades de desossa de Água Boa (MT) e Alta Floresta (MT) para Barra do Garças (MT) e Diamantino (MT), sendo que, nesta última, o abate será duplicado, passando para 2.000 cabeças por dia.
O JBS também remanejará a desossa de Pimenta Bueno (RO) para a unidade de Vilhena (RO).
'Com essa estratégia, a JBS concretiza mais um passo na captura de sinergias existentes entre suas unidades no Brasil e espera elevar em pelo menos 5 por cento sua produção no país', afirmou a nota.
O frigorífico afirmou que não prevê a retomada das operações em tais unidades enquanto permanecerem as atuais condições, especialmente da legislação tributária.
Com objetivo de minimizar os impactos sociais nas comunidades, a JBS disse que oferecerá oportunidade de transferência para uma 'parcela substancial dos colaboradores envolvidos', além de auxiliar na recolocação daqueles que forem demitidos.
'O resultado entre as demissões e as contratações nas unidades que receberão as linhas de abate e desossa será positivo, com a criação de 500 novos postos de trabalho.'


Universidade de Mogi investe R$ 45 milhões em São Paulo
Valor 31.08.2011 - Tradicional na região em que foi fundada há quase 50 anos, a Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) está ampliando sua presença em São Paulo. A instituição de ensino superior está investindo R$ 45 milhões para construção de seu segundo campus na capital paulista, onde planeja ter 10 mil alunos em cinco anos.
Aberta há apenas quatro anos, a unidade da UMC em São Paulo já tem 9 mil estudantes. "Conseguimos esse crescimento exponencial graças aos convênios que firmamos com empresas. Concedemos descontos que de 30% a 65% nas mensalidades para os alunos que trabalham nas empresas conveniadas", explicou José Augusto Peres, vice-reitor acadêmico da Universidade de Mogi das Cruzes, contratado em 2008 após 11 anos trabalhando na Universidade Nove de Julho (Uninove). "Esse modelo de parceria trouxe da Uninove", complementou Peres.
Hoje, 92% dos alunos do campus de São Paulo são provenientes das 300 parcerias que a UMC tem com empresas, associações e entidades de classe. A mensalidade média, que é de R$ 650 (sem incluir o curso de medicina), cai para R$ 410 com os convênios. "Nos últimos dois anos, nosso faturamento em São Paulo cresceu duas vezes e meia por causa das parcerias", disse o vice-reitor acadêmico da UMC, cuja receita bruta no ano passado foi de R$ 150 milhões. Com os descontos, a margem de lucratividade caiu, mas segundo Peres, o lucro foi mantido devido ao aumento no volume de matrículas.
No fim deste ano, a atual unidade paulista deve ultrapassar, em número de alunos, a de Mogi das Cruzes, que possui 10 mil matriculados. "O nosso foco é São Paulo, que tem uma demanda 50% maior", afirmou Peres. O campus de Mogi chegou a ter 18 mil alunos nos anos 80, quando o mercado de faculdade particulares era menor. Segundo o Semesp, sindicato das faculdades privadas de São Paulo, havia na década de 80 no Brasil 682 instituições particulares de ensino superior. Em 2003, já eram 1.652 - e nesse ano a UMC decidiu apostar em São Paulo. "Surgiram muitas faculdades com preços que concorriam com a UMC e os alunos preferiam aquelas localizadas em São Paulo. Em 2003, um terço dos nossos alunos era de São Paulo", disse o vice-reitor.
Na nova unidade paulista, cujos recursos do investimento virão de caixa próprio e financiamentos, a ideia é também ter parcerias com empresas. "A inadimplência de alunos conveniados é de 4% a 6% porque eles têm emprego. Já com os demais estudantes essa taxa varia de 10% a 12%", afirmou Peres.
A nova unidade começa a funcionar no segundo semestre de 2012. A previsão é que com os campi de São Paulo e de Mogi o faturamento da UMC alcance R$ 230 milhões em cinco anos.
O vice-reitor destacou que a UMC não tem planos de participar de processos de fusões e aquisições do setor de educação. "Toda semana, recebemos proposta. Mas a família fundadora quer crescer de forma orgânica. A nossa reitora é bem jovem e tem disposição para investir na expansão", disse Peres, referindo-se à Regina Céli de Melo, 38 anos. Ela é filha do fundador da UMC, Manoel Bezerra de Melo, que hoje tem 80 anos e mora em Fortaleza, sua cidade-natal.


Bradesco BBI diz que UOL vale menos do que oferta da Folhapar
Exame 31.08.2011 - Análise do banco de investimentos chegou ao valor de R$ 16,83, abaixo dos R$ 17 propostos.
O Bradesco BBI, banco de investimentos contratado para avaliar as ações do UOL na proposta de fechamento de capital lançada pela Folhapar, chegou a um valor inferior ao indicado pela controladora. De acordo com um comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a ação do UOL foi avaliada em 16,83 reais, abaixo dos 17 reais propostos anteriormente pela Folhapar.
“Nos termos do Laudo de Avaliação, o valor econômico por ação do UOL, apurado segundo a metodologia do fluxo de caixa descontado (apontada pelo avaliador como a mais adequada para a definição do preço justo), é de R$ 16,83”, mostra a nota. A Folhapar disse que confirma a intenção de realizar a OPA (Oferta Pública de Aquisição) ao preço de 17 reais, com reajuste pela Selic a partir de 26 de julho, data do lançamento da oferta.
As ações do UOL encerraram a sessão desta terça-feira negociadas a 16,74 reais. Em 1º de agosto, um grupo de acionistas que detém aproximadamente 70% das ações do UOL em circulação no mercado enviou uma carta para a Folhapar para pedir um preço mais atraente na oferta que pretende fechar o capital na bolsa de valores.


UOL pagará R$ 17 por ação para fechar capital
Valor 31.08.2011 - A Folhapar, controladora do portal de internet Universo Online (UOL), informou ontem que vai manter o preço de R$ 17 por ação na oferta pública para aquisição das ações (OPA) em circulação no mercado, visando o fechamento de capital da empresa.
A Folhapar havia encomendado um laudo de avaliação do UOL ao Bradesco BBI, com ressalva de que, independentemente do resultado, o preço da OPA seria limitado a R$ 17.
O banco apontou o valor econômico por ação, apurado segundo a metodologia do fluxo de caixa descontado, como o mais adequado para a definição do preço justo. Como, por esse critério, o valor ficou em R$ 16,83, a Folhapar decidiu confirmar a OPA, fixando o preço em R$ 17 por ação. O valor será corrigido pela Selic desde 26 de julho, quando foi anunciada a intenção de fechar o capital do UOL, até a data de realização do leilão da oferta na bolsa.
A oferta abrange 18,392 milhões de ações ordinárias (que dão direito a voto) e 30,727 ações preferenciais (sem direito a voto), que correspondem a 40,89% do capital total. A operação deve movimentar R$ 835 milhões caso todos os papéis em circulação sejam comprados. O UOL abriu o capital no fim de 2005, quando captou cerca de R$ 624,7 milhões.


Governo suspenderá PIS-Cofins de teles que investirem em fibra ótica
Valor 31.08.2011 - O governo vai suspender o recolhimento de PIS e Cofins das empresas de telefonia que investirem em redes de fibras óticas até o fim de 2014. A medida resultará em uma desoneração de cerca de R$ 4 bilhões distribuídos entre o fim deste ano e dezembro de 2014 e visa estimular a implementação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Ao todo, o governo estima em R$ 70 bilhões os investimentos totais que serão estimulados a partir de agora. A desoneração acaba de ser anunciada pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que participou de reunião na Fazenda com os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento). Além deles, técnicos do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação também participaram.
"Um volume bem grande de investimento ocorrerá a partir de agora em TV a cabo e internet, algo que queremos incentivar, de maneira a avançar bastante nos objetivos do PNBL", afirmou Bernardo, que relutou em anunciar que a desoneração acarretará em R$ 4 bilhões a menos em receitas ao governo. "Falamos de construção de rede de telecomunicação, entre internet, telefonia, TV a cabo, é para infraestrutura, a parte de fibra e de construção civil, porque precisa fazer um túnel, um duto", disse.
As cerca de 600 empresas que aguardam um sinal da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para construírem redes de TV a cabo serão beneficiadas pela medida.
Na reunião, Mantega pediu a Bernardo uma semana de prazo para formatação do texto, que depois será encaminhado a presidente Dilma Rousseff. "Se a presidente entender que há urgência, faremos uma Medida Provisória, e o efeito será imediato", afirmou Bernardo.
"Nós combinamos que vai ter um processo de habilitação por parte do Ministério das Comunicações e condicionaremos a habilitação a construção em áreas desassistidas. Se uma empresa quiser levantar uma rede de fibra ótica na Esplanada [dos Ministérios, em Brasília] terá de fazer também no interior do Pará", afirmou o ministro. "Se quiser fazer só no interior do Maranhão, do Pará, terá habilitação. Se quiser só na Esplanada, não receberá", disse.
A intenção do ministério é "atualizar" as redes já existentes e também aumentar a cobertura de fibra ótica no país, medidas incluídas no PNBL, programa-chave do Ministério das Comunicações.


Terminais de contêineres vão investir R$ 1,6 bi em ampliações
Valor 30.08.2011 - Os terminais de contêineres privatizados no fim dos anos 90 preparam-se para um novo ciclo de crescimento. Quatro deles, situados no Rio, Salvador e Paranaguá, têm programados investimentos totais de R$ 1,6 bilhão em expansões nos próximos anos. Os recursos permitirão aumentar a capacidade de movimentação de carga. Com obras e novos equipamentos, os terminais vão se adequar para receber as últimas gerações de navios, de 7 mil e até 9 mil TEUs (contêiner equivalente a 20 pés).
Os navios de 7 mil TEUs podem ter mais de 300 metros de comprimento e mais de 40 metros de largura. No fim da década de 90, quando os terminais de contêineres foram repassados ao setor privado em concessão, o padrão era outro: os navios de contêineres tinham cerca de 180 metros de comprimento e capacidade de cerca de 2 mil TEUs. Os ganhos de escala na indústria marítima levaram os terminais a abrir um longo processo de negociação com as autoridades portuárias e com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para adequar os contratos de concessão à nova realidade.
Hoje, para atracar dois navios modernos de forma simultânea, um terminal precisa ter dois berços com cerca de 400 metros de comprimento cada um. No Rio, a expansão vai fazer com que surja o maior cais contínuo para contêineres da América do Sul, diz o empresário Richard Klien, do grupo Multiterminais. Atualmente, o grupo de Klien mais a Libra Terminais têm, no porto do Rio, cais com 1.258 metros, extensão que aumentará 60%, chegando a 1.960 metros. No total, a Multi vai investir R$ 492 milhões em seu projeto de expansão, com recursos próprios e financiamento na modalidade "project finance", afirmou Klien.
A capacidade dos terminais da Multi e da Libra, instalados no Rio, vai aumentar 66% e atingir 2 milhões de TEUs Luiz Henrique Carneiro, presidente da MultiRio e MultiCar, empresas do grupo que movimentam contêineres e carros, respectivamente, previu que o projeto de expansão da Multi no porto do Rio deve estar pronto no segundo semestre de 2014. Carneiro disse que a expansão vai gerar ociosidade nos terminais, o que é positivo porque tende a acabar com as filas de espera de navios. O resultado, segundo ele, será o aumento da competitividade, que pode levar à redução de preços. "É a lei da oferta e da procura", afirmou.
Juntos, os terminais da Multi e da Libra têm capacidade para movimentar cerca de 1,2 milhão de TEUs por ano no Rio, número que vai aumentar cerca de 66% chegando a 2 milhões de TEUs por ano. Wagner Biasoli, presidente da Libra Terminais, também falou do projeto: "Estamos bem aparelhados para fazer a expansão porque o Rio vai precisar." No total, se prevê que a Libra vai investir R$ 763 milhões na expansão das operações da empresa no Rio. Desse total, R$ 423,2 milhões serão aplicados nas obras em diferentes etapas. Há ainda cálculo de que a empresa pode aplicar R$ 340 milhões em equipamentos e instalações, mas Biasoli disse que essa é uma "estimativa".
O executivo reconheceu que o aquecimento do mercado da construção civil representa aumento de custos acima da inflação para as obras de expansão do terminal e disse que, no caso do projeto da Libra, será importante utilizar a areia dragada de um canal que desemboca na Baía de Guanabara. Os dois projetos ainda aguardam a obtenção de licenças ambientais. O projeto da Libra tem fases que serão executadas a curto prazo, caso da ampliação do cais, mas há outras, como a expansão da retroárea do terminal em 54 mil metros quadrados, que está prevista para o médio prazo e vai depender da demanda, disse Biasoli.
No Paraná, o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) tem projeto de expansão de R$ 170 milhões que vai permitir ao terminal atingir capacidade de 1,5 milhão de TEUs por ano a partir do primeiro trimestre de 2013, disse Luiz Antonio Alves, diretor financeiro do TCP. Em 2010, o terminal movimentou 700 mil TEUs.
Em Salvador, a Wilson, Sons vai investir R$ 180 milhões para duplicar a capacidade do terminal da empresa. O Tecon Salvador, da Wilson, Sons, tem capacidade de movimentar 250 mil TEUs, segundo dados de 2010. E poderá movimentar 112% a mais, ou 530 mil TEUs por ano, a partir de março, disse Demir Lourenço Júnior, diretor-executivo do terminal.
Do total a ser investido no projeto, R$ 160 milhões serão aplicados no próprio terminal e R$ 20 milhões em depósito para contêineres vazios, com capacidade para 8 mil TEUs, situado a 17 quilômetros do porto de Salvador. Lourenço disse que a expansão do terminal inclui reforço estrutural do cais, dragagem e pavimentação de 45 mil metros quadrados do pátio atual, além da aquisição de equipamentos.
O terminal passará a ter um cais com 377 metros de comprimento e 15 metros de calado e outro com 240 metros e 12 de calado. A área total do terminal vai aumentar cerca de 60%. Lourenço disse que a expansão está sendo acompanhada de um trabalho comercial para fazer o terminal recuperar cargas, como as frutas produzidas no vale do rio São Francisco, exportadas por outros portos do Nordeste.


Vale Fertilizantes confirma conversa com Petrobras
Estadão 30.08.2011 - A Vale Fertilizantes anunciou há pouco ao mercado que vem mantendo tratativas preliminares com a Petrobras com relação a uma potencial operação envolvendo seus ativos nitrogenados no Complexo Industrial de Araucária, no Paraná.
Segundo comunicado ao mercado, até agora não há nenhuma espécie de entendimento definitivo entre as partes, não tendo sido celebrado nenhum instrumento vinculativo que determine os termos e as condições relativos à potencial operação.
A Agência Estado antecipou a transação em reportagem publicada no dia 29 de julho, afirmando que o interesse da Petrobras era de que a Vale utilizasse como moeda de troca para obter a prorrogação do contrato do arrendamento das minas de carnalita, minério do qual se extrai o potássio, em Sergipe, a unidade de nitrogenados que a mineradora herdou da Fosfértil, empresa que adquiriu no ano passado.


Ferrous investe em terminal de embarque
Valor 30.08.2011 - Mozart Litwinski, presidente: estratégia é não acelerar os investimentos enquanto não entrar o novo sócio da companhia, que está previsto para este ano
A Ferrous Resources do Brasil, mineradora com sede em Belo Horizonte (MG), vai investir US$ 30 milhões na construção de um terminal de embarque e modal ferroviário para carregamento inicial próprio e de terceiros de 8 milhões de toneladas de minério de ferro em vagões da ferrovia MRS para escoar o produto pelos portos de Sepetiba e Itaguaí, no litoral fluminense. Ontem, a companhia recebeu a licença de instalação (LI) do empreendimento e a licença de operação da mina Santanense, uma das cinco que a empresa possui. Segundo Mozart Litwinski, presidente da Ferrous, a obra do terminal deve ficar pronta até novembro.
O pátio com silos vai ser instalado junto a mina de Viga, da Ferrous, em Congonhas, ao lado da mina de Casa de Pedra da CSN e da ferrovia da MRS. A obra vai requerer a construção de um pequeno ramal ferroviário com pouco mais de dois quilômetros para conectar o terminal aos vagões da MRS. Isto vai permitir a empresa escoar o minério de ferro do tipo sinter-feed - um tipo de minério concentrado, que não pode ser transportado por mineroduto - até o porto de Sepetiba, da Vale.
Este ano, a Ferrous deve comercializar 2,5 milhões de toneladas de minério, das quais 1 milhão será vendido no mercado interno enquanto o restante 1,5 milhão de toneladas de sinter-feed serão exportadas para a China. A Ferrous ganhou em 2011 licitação para embarcar 750 mil toneladas de sinter-feed por semestre pelo porto da Vale, pagando US$ 28 por tonelada embarcada.
A exportação de minério garante receita à companhia de pelo menos US$ 250 milhões, informou Litwinski. Segundo ele, a venda de minério para o mercado interno também está sendo um bom negócio para a Ferrous. O preço do minério "na boca da mina" está sendo vendido entre US$ 75 a US$ 100 a tonelada, ante US$ 50 a US$ 60 a tonelada há um ano e meio atrás. Ele atribui a alta à forte demanda pelo produto.
"O minério no mercado nacional é consumido por quem está comprando para exportação", informou. Entre as clientes da Ferrous está a Namisa, uma mineradora onde a CSN é sócia, com 60% do capital, de um grupo de empresas japonesas e da Coreia.
Litwinski disse que a Ferrous vai fechar o ano com uma capacidade instalada de 4 milhões de toneladas anuais. Para 2012, a expectativa é vender 6 milhões de toneladas de minério e alcançar capacidade instalada de 8 milhões de toneladas anuais. A meta da Ferrous é produzir 25 milhões de toneladas até o final de 2014.
Este ano, a empresa já conseguiu a licença de instalação da mina de Viga, a mais importante dentro as cinco que possui no quadrilátero ferrífero e ontem, recebeu licença de operação para a mina Santanense, no município de Itatiaiuçu, na Serra Azul, área do quadrilátero ferrífero de Minas Gerais. A mina tem capacidade total de 105 milhões de toneladas (produção bruta lavrada). A produção da Santanense completa a das minas de Esperança e Viga.
O presidente da mineradora adiantou que até setembro deve anunciar o nome do sócio estratégico da Ferrous. Este processo, iniciado este ano, está a cargo do Deustche Bank.
Litwinski informou que a companhia tem US$ 300 milhões em caixa. "Estamos gastando só com investimentos fundamentais, como o terminal e licenças ambientais. Também temos faturado com a venda de minério. "Nossa estratégia é a de não acelerar os investimentos enquanto não entrar o novo sócio", declarou. O plano de investimento total da Ferrous é de US$ 3,7 bilhões.


HNS sai como principal vencedora do leilão de posições de satélites
Valor 30.08.2011 - A HNS Américas Comunicações, do grupo americano Hughes, saiu como o grande vencedora do leilão que ofertou hoje quatro posições de satélites para atender o país. Com postura mais agressiva, a companhia não apresentou nenhum lance inferior a R$ 35,2 milhões, o que já correspondeu a 792% de ágio sobre o preço mínimo de R$ 3,9 milhões, estabelecido para cada uma das quatro órbitas ofertadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A atuação mais forte do grupo americano na disputa impactou diretamente no resultado do leilão. Segundo o órgão regulador, os quatro lances vencedores renderam um ágio médio de 1.511%, com o valor previsto de arrecadação de R$ 254,4 milhões. “Os proponentes veem no futuro a necessidade de muita capacidade satelital. Isso mostra que o país tem um excelente mercado”, disse o presidente da comissão especial de licitação e gerente-geral de Satélites da Anatel, João Carlos Albernaz.
Mais da metade do valor a ser pago pelo direito de explorar os satélites será desembolsado pelo grupo Hughes com apenas o lance vencedor da primeira fase do leilão. A HNS arrematou a primeira posição na órbita, após uma disputa acirrada com a Sky, pelo valor de R$ 145,2 milhões que correspondeu ao ágio de 3.579%. Esta fase teve os maiores valores, por garantir ao vencedor a preferência de escolha das posições de satélites disponíveis. Nesta etapa, o lance maior da Sky foi de R$ 121,7 milhões.
Depois de frustrada a expectativa de adquirir o direito de escolha da órbita mais interessante para o grupo, a Sky decidiu não continuar na disputa pelas demais operações de satélite no território nacional. “A gente perdeu a única posição orbital que interessava do ponto de vista econômico e técnico”, disse o vice-presidente de Engenharia da Sky, Luiz Fernando Barcellos. Ele afirmou que, caso a empresa permanecesse na disputa, poderia de vencer uma das etapas seguintes que não era de interesse estratégico da empresa.
Com o lance de R$ 35,2 milhões, a HNS adquiriu ainda o quarto e último direito de operar satélite oferecido na licitação. A proposta respondeu pelo o ágio de 792% sobre o preço inicial. As outras duas posições de satélite foram arrematadas pela operadora Star One, que venceu com lances no valor de R$ 37 milhões - ágio de 837%. Os valores bateram as propostas iniciais da HNS Americas de R$ 35,2 milhões.
O modelo de exploração do satélite, proposto pela Anatel, prevê a prestação de multisserviços de telecomunicações (voz, dados e vídeo). Os satélites licitados deverão cobrir 100% do território nacional e parte da capacidade deverá ser dedicada para atender o mercado brasileiro. Os direitos de exploração valerão por 15 anos, prorrogáveis por uma vez.
A liberação de novas licenças de satélites é considerada crucial pela Anatel para garantir a ampliação da capacidade de prestação de serviços no país, em especial durante a realização dos eventos internacionais que o Brasil sediará nos próximos anos (Copa do Mundo e Olimpíadas).


Link Investimentos firma parceria com a TTNET para acelerar os negócios
Exame 30.08.2011 - Corretora terá acesso à infraestrutura da empresa em servidores próximos à bolsa.
A Link Investimentos anunciou uma parceria com a TTNET (Trading Technologies International) com o objetivo de acelerar a velocidade dos seus negócios. Com a parceria, os clientes da corretora terão acesso à suíte completa de software para envio de ordens e ferramentas de algoritmos de execução alocadas em servidores próximos à BM&FBovespa para otimizar as operações.
“A plataforma TTNET acelera o acesso dos usuários aos mais diversos mercados internacionais de futuros distribuídos pelo mundo e melhora a estabilidade da plataforma de negócios através de data centers próprios de alta performance e com resiliência”, disse a Link em uma nota. O novo produto visa diminuir o intervalo entre o envio da ordem e a execução.


BMG recebe aporte de R$ 1,5 bi para cobrir rombo do banco Schahin
Estadão 30.08.2011 - R$ 800 milhões, que seriam do FGC, entraram no capital dia 11; R$ 700 milhões serão aportados pela família controladora em setembro.
Altamiro Silva Junior e Leandro Modé, de O Estado de S. Paulo.
O banco mineiro BMG será capitalizado em R$ 1,5 bilhão, principalmente para cobrir o rombo do Banco Schahin, comprado em abril. Desse total, R$ 800 milhões entraram no capital dia 11. Segundo fontes de mercado, o dinheiro veio do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que intermediou a negociação com o Schahin. O novo aporte, de R$ 700 milhões, deve ser feito em setembro com recursos da família que controla o BMG.
A informação do novo aporte é do diretor financeiro e de relações com investidores, Ricardo Gelbaum. Ele não confirma a informação de que os R$ 800 milhões vieram do FGC. O Fundo não comenta. O empréstimo teria sido acertado em abril, na compra do Banco Schahin, um negócio de R$ 230 milhões.
O FGC - entidade criada pelos bancos com objetivo de garantir parte dos depósitos em caso de quebra de alguma instituição - intermediou as negociações, pois o Schahin estava descapitalizado e tinha Índice de Basileia abaixo do mínimo exigido pelo Banco Central (BC), de 11%. Esse indicador mede quanto o banco pode emprestar sem comprometer seu capital próprio. Os cerca de R$ 700 milhões restantes são recursos próprios da família Pentagna Guimarães.
O Estado apurou que o novo aporte já estava acertado desde que a negociação com o Schahin foi finalizada - uma negociação, aliás, que só saiu, segundo uma fonte que acompanhou as conversas, "aos 48 minutos do segundo tempo". Até o último momento, os ex-controladores do Schahin dificultaram a venda.
Um exemplo: brigaram para manter o controle do prédio onde funciona a sede do banco, na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo. "O negócio quase emperrou por causa de um edifício de alguns milhões de reais, valor irrisório diante do tamanho do negócio", disse uma fonte.
Com a capitalização no BMG, o banco mineiro fará uma injeção de recursos no Schahin, segundo Gelbaum. O aumento de capital vai elevar o Índice de Basileia do BMG, que fechou julho em 13,6%, para algo entre 14% e 15%. Para o Schahin, o executivo preferiu não dar previsões.
Dentro de suas aquisições recentes, o BMG comprou também 50 lojas do banco carioca Morada, que está sob intervenção do BC desde abril. Segundo Gelbaum, essa aquisição foi possível porque a rede de lojas não pertence ao banco, mas à outra empresa dos controladores do Morada. Junto com as negociações do Schahin, o BMG chegou a negociar também a compra dos ativos do Morada, mas as conversas não evoluíram.
O BMG também comprou, em julho, a Cifra Financeira, além de ter assumido, no mesmo mês, o comando da GE Financeira e da GE Promotora, compradas em setembro de 2010. Com as aquisições, o BMG destaca que terá aumento em sua rede de distribuição. Da GE, vieram 54 lojas. Da Cifra, foram mais 200. Incluindo a rede própria e correspondentes, o BMG tem agora 3,4 mil pontos de venda.
Sobre a queda dos ganhos do BMG, que passou de lucro de R$ 201 milhões no segundo trimestre de 2010 para prejuízo de R$ 26 milhões em igual período deste ano (ver ao lado), Gelbaum afirmou que uma série de fatores contribuiu para o resultado.
Entre eles, o ambiente mais competitivo no mercado de crédito consignado, com os bancos grandes reforçando apostas no segmento, o aumento dos juros e a estratégia do banco de reduzir a cessão de carteiras. "Este ano está sendo um ano de ajustes para o banco", disse.
A redução no ritmo de cessões de carteiras de crédito ocorre porque, a partir de janeiro de 2012, entram em vigor novas regras do BC para o segmento. Mesmo assim, as cessões são a principal fonte de captação do BMG, representando cerca de 61% dos recursos.


Pine e Mercantil vão testar demanda do mercado por títulos
DCI 31.08.2011 - Os bancos médios ficaram um bom tempo longe das captações via mercado de capitais, tanto no exterior quanto no âmbito doméstico. Mas mesmo com o cenário global indefinido, estas instituições já colocam em andamento novas emissões. O Banco Pine anunciou captação externa de US$ 25 milhões no exterior, e o Banco Mercantil do Brasil fechou a captação interna de R$ 390 milhões em Fundo de Investimentos em Direitos Créditos (FIDC), que possui lastros no contrato de crédito consignado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A operação do Banco Pine, especializado no segmento de upper middle (médias empresas robustas), alcançou prazo de 10 anos. "Vamos assinar essa operação em um mês", informou o diretor-financeiro do Banco Pine, Norberto Zaiet Jr.. "Apesar de o terceiro trimestre estar envolto em um cenário de incertezas, a crise externa não afetou em nada nosso segmento", justifica o diretor de Originação e Crédito Corporativo do Banco Pine, Clive Botelho.
No Mercantil, a captação de R$ 390 milhões em FIDCs deu tranquilidade à instituição em meio ao cenário externo instável. "Isso elimina a necessidade de uma captação no exterior ainda este ano", declarou ao DCI o diretor-financeiro do banco, Cristiano Gomes.
Já a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) divulgou ontem que o faturamento das empresas de cartões cresceu 26% no segundo trimestre.


Rio Bravo suspende oferta do The One
Valor 30.08.2011 - A gestora Rio Bravo, coordenadora da oferta do fundo imobiliário The One, comunicou ontem que suspendeu a captação em decorrência de suspeitas de irregularidades em relação ao empreendimento que seria objeto de investimento.
O fundo, cuja perspectiva era captar R$ 128 milhões, tinha como objetivo a aquisição de até oito lajes corporativas no edifício The One, situado na Rua Ministro Jesuíno Cardoso, na região da Faria Lima, em São Paulo. Os rendimentos dos cotistas viriam da locação ou arrendamento. O empreendimento está sendo desenvolvido pela Odebrecht Realizações Imobiliárias, por meio de sua controlada Mesarthin Empreendimento Imobiliário, incorporadora que também tem como acionistas a Zabo Engenharia.
A Zabo Engenharia foi uma das construtoras que tiveram os alvarás de aprovação e execução suspensos pela Prefeitura de São Paulo na última terça-feira em função de questionamentos em relação a pagamentos de outorga onerosa - contrapartida dada à Prefeitura para construir acima do gabarito. Ao todo, foram embargados 21 prédios residenciais e comerciais na capital paulista.
A Zabo Engenharia esclarece em nota "que realizou o pagamento da contrapartida financeira das outorgas onerosas com títulos da dívida municipal". A construtora ainda afirma que entrou na Justiça com pedido de depósito judicial do valor integral das outorgas questionadas para que suas obras não sofram descontinuidade.
A Rio Bravo informa que irá averiguar o eventual impacto que esses fatos possam trazer ao empreendimento The One e, consequentemente, à oferta, e que, após as averiguações, divulgará eventuais alterações da oferta ao mercado.
Todas as ordens de compra de cotas referentes à segunda emissão do fundo The One poderão ser canceladas com a restituição de eventuais valores aos investidores.
O fundo foi constituído em 25 de novembro de 2010 e, em 3 de janeiro deste ano, realizou sua primeira emissão de cotas, por meio de distribuição pública
com esforços restritos de colocação. A carteira contava com um patrimônio de R$ 10,86 milhões.
A oferta atual compreendia a distribuição de até 121.905 cotas, ao preço unitário de R$ 1.050,00.
Procurada, a Rio Bravo não quis comentar o assunto.


Trisul divulgará dados não auditados
Valor 31.08.2011 - O conselho de administração da Trisul aprovou ontem a divulgação do balanço trimestral da incorporadora imobiliária, mesmo sem a conclusão da checagem dos dados pela auditoria independente, a Ernst & Young Terco.
Conforme a ata da reunião do conselho da companhia, os números só serão apresentados ao mercado após a autorização do conselho fiscal.
As demonstrações financeiras da Trisul deveriam ter sido divulgadas até o dia 15, quando se encerrou o prazo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
De lá para cá, a companhia já adiou a divulgação duas vezes. Na primeira, a Trisul disse que não tinha conseguido entregar o demonstrativo em tempo hábil para que a auditoria fizesse seu trabalho por causa do seu processo de revisão orçamentária de obras.
No segundo adiamento - que ocorreu na segunda-feira - a Trisul informou que os dados seriam apresentados aos seus investidores "nas próximas semanas". Em comunicado, a companhia alegou que os números ainda estavam "em processo de exame e revisão pelos auditores independentes da companhia".
Assim como ocorre com outras empresas do setor de incorporação imobiliária, a revisão no orçamento das obras tem comprometido a margem bruta da Trisul desde os últimos três meses do ano passado. No final de 2010, o lucro bruto da empresa representou apenas 13,3% da receita reconhecida, ante um percentual de 29,6% do terceiro trimestre. De janeiro a março deste ano, a margem bruta da Trisul ficou em 15,6%.


Venda de imóveis novos despenca em SP
Folha 31.08.2011 - Dados do Sindicato da Habitação apontam queda de 31% na cidade e 28% na região metropolitana no 1ë semestre. Valorização imobiliária deve continuar, porém de forma mais tênue, seguindo a inflação, de acordo com a entidade.
A venda de imóveis novos residenciais já acumula queda de 31,3% no primeiro semestre na capital paulista e de 28% na região metropolitana de São Paulo -que engloba outros 38 municípios- na comparação com o mesmo período no ano passado.
"A redução mostra que os preços estão batendo no teto", afirma João Crestana, presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), responsável pelo levantamento.
Na cidade, as moradias de dois dormitórios tiveram a maior participação nas vendas, representando 40,3% do total, seguidas pelas unidades com três quartos (29,5%).
Já a quantidade de lançamentos subiu (3,0%) na capital, mas recuou (9,0%) na Grande São Paulo.
Na avaliação de Crestana, a valorização imobiliária deve continuar, porém de forma mais tênue, ficando mais próxima dos índices de inflação.
O preço do metro quadrado de área útil dos imóveis novos na capital paulista subiu 8,6% em junho, considerando a média do valor nos últimos 12 meses, ante dezembro, seguindo a mesma metodologia.
No mesmo período, o INCC (Índice Nacional da Construção Civil) teve alta de 5,6%.
Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, justifica a média ponderada por um período tão longo para evitar distorções pontuais.
O percentual aponta a desaceleração nos preços, já que, ao longo do ano passado, comparando os meses de dezembro de 2010 com 2009, a alta havia sido de 27,7%.
A especialista em mercado imobiliário Ana Maria Castelo, da Fundação Getulio Vargas, também vê, na média, uma acomodação, mas pondera que há locais em que a demanda reprimida ainda pode provocar uma expressiva valorização das moradias.
Como não vislumbra uma possibilidade de queda, não vê motivos para quem já se programou para realizar o sonho da casa própria adiar a compra, decisão que deve ser mais cautelosa, na sua opinião, para os investidores.


CEB terá recurso do BNDES para evitar apagão na Copa
Valor 31.08.2011 - Com o quarto pior índice de satisfação do consumidor entre as empresas das doze cidades-sede, a Companhia Energética de Brasília (CEB) acertou um empréstimo de R$ 800 milhões com o BNDES para quitar parte de suas dívidas e executar investimentos. Auxiliares do governador Agnelo Queiroz (PT) garantem que o acordo já recebeu sinal verde da presidente Dilma Rousseff. Segundo eles, os recursos deverão ser liberados em um prazo de dois a três meses. Entre as garantias dadas pela CEB, como contrapartida ao empréstimo, está um terreno avaliado em R$ 274 milhões no novíssimo bairro do Noroeste, que tem um dos mais caros metros quadrados do país.
Atualmente, a dívida da CEB está em R$ 877 milhões. Desse total, 45% é de curto prazo (vencimento em até cinco anos) e será paga com o empréstimo. O restante se destinará a investimentos, incluindo os necessários para a Copa do Mundo de 2014. "O nosso sistema de distribuição está trabalhando no limite. Temos subestações operando no máximo ou até acima da capacidade. Entre 30% e 40% dos transformadores estão nessa situação", afirma o diretor de engenharia da empresa, Mauro Martinelli.
De acordo com pesquisa feita anualmente pela Aneel para medir a satisfação do consumidor, a CEB só supera a Cemat (MT), a Amazonas Energia (AM) e a Coelba (BA), entre as distribuidoras que atendem as doze cidades-sede da Copa. A atual diretoria da CEB culpa as gestões anteriores - o governo do Distrito Federal tem dívidas acumuladas de R$ 185 milhões com a área de distribuição da estatal.
O sistema que atende Brasília é essencialmente radial, ou seja, só existe um caminho para a eletricidade chegar de um ponto a outro. A intenção da CEB é mudar esse sistema para um eletroanel.
Para isso, há obras em andamento no valor de R$ 54 milhões, que incluem novas linhas e subestações. Outros quatro empreendimentos, que somam R$ 43 milhões, já foram licitados e estão em processo de contratação: a subestação da Hípica (para atender a ampliação do aeroporto e o futuro veículo leve sobre trilhos), a subestação de Samambaia Oeste, a linha Samambaia-Samambaia Oeste e uma linha subterrânea para interligar as subestações Núcleo Bandeirante, Hípica e Embaixadas Sul.
Além disso, a CEB assinou contrato de R$ 54 milhões com a Terracap, estatal que constrói o Estádio Nacional, a arena em estágio mais avançado entre as cidades-sede. Haverá uma nova subestação compacta para atender ao estádio e ampliação nas subestações Sudoeste e Brasília Centro.
O prazo para a conclusão das obras é maio de 2013. "Tem de estar tudo pronto para a Copa das Confederações. Estamos com o cronograma em dia", garante Martinelli.


Geração solar a caminho de leilões
Valor 30.08.2011 - Da esquerda para direita, os empresários Brandão, Farhat e Reinas, da Rio Alto Energia, tentaram participar do último leilão, com térmica solar à biomassa
Depois do sucesso que foi a inclusão da energia eólica na matriz brasileira, com diversas fábricas de aerogeradores se instalando no país, começam os primeiros movimentos de forma mais orquestrada para que também a energia solar seja uma alternativa viável. Já há investidores como a Rio Alto Energia com projetos que poderiam ter competido no último leilão do governo federal, em que a própria eólica foi negociada a menos de R$ 100 o MWh. Para se ter ideia do tamanho da ambição, na Espanha o preço da energia solar gira em torno de € 300 o MWh.
O projeto da Rio Alto não foi habilitado, segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, porque não há ainda previsão legal para a participação desse tipo de energia, apesar de a empresa ter tentado se cadastrar como térmica movida a biomassa. Tolmasquim ainda é um pouco cético sobre a questão do preço que, segundo ele, é o entrave para que se faça um leilão específico para solar, a exemplo do que se fez no primeiro leilão de eólica. Mas acrescenta: "É questão de tempo para a solar participar dos leilões. Falta massa crítica, projetos suficientes para um leilão".
O projeto da Rio Alto, dos empresários Rafael Brandão, Sergio Reinas e Edmond Farhat, prevê uma usina termo solar no sertão da Paraíba com capacidade de gerar 50 megawatts (MW). A estimativa de investimentos é de R$ 350 milhões e recentemente o grupo fechou parceria com o Banco Paulista para o empreendimento. "Teríamos tido condições de competir no último leilão até o fim", disse Reina. "Já temos licença de instalação emitida, negociações com fornecedores como a Siemens caminhando e também de financiamento com o Banco do Nordeste." O projeto está em fase avançada e a negociação com fornecedores para as turbinas solares também caminha a passos largos. A Siemens estuda a possibilidade de até mesmo fabricar esse tipo de equipamento no país.
Os empresários dizem que o motivo de se conseguir no Brasil um preço mais competitivo que a Europa está no custo da terra, que no sertão da Paraíba não tem uso produtivo; na fabricação brasileira dos equipamentos; no projeto termo solar, que é diferente do fotovoltaico (usado principalmente em residências); na pequena distância para conexão à rede (cerca de quatro quilômetros da subestção da Chesf); e ainda da alta produtividade (cerca de 60%).
A produção em grande escala de energia solar requer grandes pedaços de terra. Para o projeto Coremas, da Rio Alto, são cerca de 60 hectares. Para ter o fator de capacidade de 60%, a energia é gerada durante 12 horas, sendo parte com energia direta do sol e outra parte com o uso de biomassa. No sertão paraibano há grande quantidade de dejetos de coco, que podem ser usado como combustível na usina. O preço não prevê um segundo uso da unidade.
A ideia é fazer uma espécie de estufa, com as turbinas solares ficando cerca de dois metros acima do solo e possibilitando a plantação na área. Segundo os executivos da Rio Alto, esse tipo de uso das unidades termo solares é super comum nos Estados Unidos. Será inclusive de lá que será trazida a tecnologia de polímero flexível, que substitui o espelho nessas unidades termo solares. A empresa tem ainda em projetos outros 250 MW para serem desenvolvidos.


Usinas ganharão pacote de incentivos
Valor 30.08.2011 - O Ministério da Fazenda está preparando medidas de incentivo fiscal e linhas de financiamento para os produtores de cana-de-açúcar que produzam etanol. O governo vai desonerar, com a redução das alíquotas do PIS/Cofins, uma parte da cana produzida e destinada à moagem. Além disso, será criada uma linha de financiamento para a renovação de canaviais de usinas, com recursos do BNDES.
"Houve uma reunião na segunda-feira no Palácio do Planalto para discutir a quantidade da mistura do etanol anidro no combustível. No decorrer das conversas, o Ministério da Fazenda assumiu um compromisso de anunciar rapidamente essas medidas de auxílio ao produtor", disse ontem o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone.
O setor sucroalcooleiro terá linhas de financiamento do BNDES para apoiar o tratamento e a renovação de canaviais das usinas. A área não renovada dos canaviais representou 14,5% da área destinada ao plantio. Essa extensão deveria ter sido renovada por possuir mais de cinco anos. "Queremos aumentar o volume de financiamento, a taxas de juros mais adequadas, de modo que os canaviais possam ser renovados na sua plenitude", disse Bertone.
O pequeno produtor já foi agraciado, segundo Bertone, com facilidade de crédito. "Os produtores individuais foram agraciados com medidas no plano de safra 2011/2012. A principal delas foi a liberação de verba para renovação de canaviais na ordem de R$ 1 milhão por produtor por ano, durante quatro anos", afirmou.
De acordo com Bertone, como os pequenos produtores já haviam recebido medidas de auxílio, o governo entendeu que havia necessidade de ajudar as usinas, que correspondem por quase 80% da produção nacional.
O gerente-executivo da Diretoria de Agronegócio do Banco do Brasil, Álvaro Tosetto, disse que a instituição aumentou suas linhas de financiamento, assim como os valores disponíveis aos produtores. Segundo ele, o crédito para investimento e custeio foi ampliado.
"No ano passado o máximo disponível para custeio era de R$ 250 mil e para investimentos R$ 300 mil. Na safra 2011/2012 criamos mais opções. Uma, com juros menores, dá até R$ 1 milhão. Outra, com juros maiores libera valores pedidos pelos produtores, desde que eles cumpram algumas exigências", disse.


Juntas, PwC e Datagro miram açúcar e etanol
Valor 30.08.2011 - Nastari, da Datagro, e Ana, da PwC: foco é ter projetos de redução de custos.
A PricewaterhouseCoopers (PwC) anunciou ontem uma parceria global com a brasileira Datagro, a maior consultoria de açúcar e etanol do país. As duas vão atuar juntas em projetos de redução de custos nas usinas sucroalcooleiras dentro e fora do Brasil. O movimento da PwC reflete o peso que o agronegócio vem tomando na carteira de clientes das consultorias no país. A Ernst & Young Terco também estuda abrir um segundo escritório no interior de São Paulo para atender esse segmento.
A parceria com a Datagro vai ajudar a PwC a atingir a meta de triplicar o tamanho da área de agronegócio nos seus negócios no país até 2016, diz Ana Malvestio, sócia da PwC. Atualmente, esse setor responde por 7% a 8% dos negócios da empresa no Brasil. O acordo com a Datagro, até o momento está restrito a projetos de redução de custos nas usinas, pode ser ampliado com outros serviços. Mas a decisão ainda não foi tomada.
A escolha de focar em custos, diz Plínio Nastari, presidente da Datagro, deveu-se ao fato de que essa é a principal questão do segmento na atualidade. Desde 2002, diz ele, os gastos para se produzir açúcar e etanol subiram quase quatro vezes. "Enquanto isso, a gasolina, que compete com o etanol nos postos de combustíveis, não tem aumento nominal de preços desde setembro de 2005 e não há indicativos de que isso vá ocorrer no curto prazo", justifica o executivo.
Atualmente, os projetos de redução de custos representam de 25% a 30% dos negócios da consultoria brasileira. Nastari prevê que nos próximos oito anos, essa área deve crescer de três a quatro vezes dentro da empresa, acima dos níveis de expansão esperados para toda a indústria sucroalcooleira, que é de dobrar em oito anos, diz o executivo.
A PWC, que tem entre seus clientes em cana grandes grupos como o francês LDC Bioenergia e ETH Bioenergia, da Odebrecht, vai agregar na parceria sua expertise em consultoria tributária e societária e em gestão de riscos. A Datagro agregará seu know how nas áreas agrícola e industrial do negócio de cana-de-açúcar, no qual atua há 33 anos com escritórios no Brasil e em Nova York e com clientes em 41 países.
Globalmente, as duas empresas enxergam oportunidades para prestar serviço juntas em empresas na América do Sul e na América Central. "Há um universo de produtores de açúcar que ainda não diversificaram para o etanol", diz Nastari. Nesse contexto, as duas empresas também vislumbram mercado potencial na Índia, o segundo maior produtor mundial de açúcar.
Fora do Brasil, a PwC tem entre seus clientes a petroleira British Petroleum, que investe em bioenergia em todo mundo e que opera no Brasil com 83% de duas usinas sucroalcooleiras em Minas Gerais, adquiridas neste ano por US$ 680 milhões. Em sua carteira de agronegócios, a empresa ainda tem as americanas Cargill e Bunge, diz Ana Malvestio.
A estrutura de agronegócio da PwC existe pelo menos há 34 anos no Brasil com o estabelecimento de um escritório em Ribeirão Preto. Além de cana-de-açúcar, carro-chefe da área, a consultoria também atua nos segmento de soja, algodão e café - esse último tem como maior cliente a Coxupé, maior cooperativa de café do Brasil. "Hoje, a operação de agronegócio no Brasil é referência para outros escritórios da PwC no mundo", diz a sócia da consultoria.
Com escritório em Campinas (SP), a Ernst & Young Terco estuda implantar outra unidade no interior de São Paulo com foco nos clientes de cana-de-açúcar, segmento que já é carro-chefe da empresa dentro de sua carteira de agronegócios, diz Renato Gennaro, sócio da consultoria para essa área. Ele conta que hoje 20% da equipe brasileira tem experiência em agronegócio. "Atendemos esse segmento em todos os serviços que prestamos, inclusive em auditoria. Somente em consultoria, prevemos que cresceremos 30% em agronegócio nos próximos anos", diz Gennaro.


Eletrobras prepara estatuto para Nível 2 de governança corporativa
Valor 31.08.2011 - A Eletrobras está preparando seu estatuto social para o Nível 2 de governança corporativa da BM&FBovespa. As mudanças serão submetidas a assembleia de acionistas, marcada para o próximo dia 9 de setembro.
Apesar de já ter convocado a reunião que aprovará as modificações no documento, a companhia ainda não chamou a assembleia que tratará da adesão propriamente. Consultada, a empresa não comentou o assunto.
Na proposta da administração para as alterações, a Eletrobras afirma que "a evolução das boas práticas de governança trouxe novas exigências do mercado, investidores e acionistas". Assim, a companhia pondera que "algumas novas leis e resoluções governamentais recém editadas trazem a necessidade de inserir no estatuto da companhia cláusulas que regulamentam um novo perfil de atuação da companhia e um modelo de governança mais aderente aos padrões de governança mundialmente reconhecidos e recomendados por órgãos como o IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e Nível 2 de Governança Corporativa".
No ano, as ações preferenciais classe B da estatal de energia acumulam baixa de 17,4% e as ordinárias, queda de 24,5%. O valor de mercado da companhia encerrou a terça-feira em exatos R$ 23 bilhões - apenas 30% do valor patrimonial.
No balanço de 2009, a auditoria externa da Eletrobras apontou deficiências nos controles usados para garantir a qualidade das informações usadas na elaboração das demonstrações financeiras da companhia, a holding estatal do setor elétrico.


Aneel aprova nova forma de avaliar serviços de energia elétrica
Estadão 30.08.011 - Além de fazer um ranking geral das empresas, a agência vai fazer outra lista, baseada na comparação de distribuidoras que têm concessões semelhantes
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira, 30, mais uma forma de avaliar os indicadores de duração e frequência de interrupção dos serviços de energia elétrica das distribuidoras. Além de fazer um ranking geral das empresas, a Aneel vai fazer outro ranking, baseado na comparação de distribuidoras que têm concessões semelhantes.
Na prática, funcionará da seguinte forma: um cliente da Eletropaulo, por exemplo, além de saber qual a posição da empresa no ranking geral da Aneel, vai saber também se a prestação de serviço da distribuidora está melhor ou pior quando comparada a outra companhia semelhante.
Essa nova metodologia será um dos critérios de peso o 3º Ciclo de Revisão Tarifária, que deve ser aprovado pela agência até o fim de setembro. Isso porque esse novo ranking será um dos parâmetros do chamado "fator X", que é um elemento de dedução na definição do preço da tarifa de energia. Quanto maior o fator, maior o desconto do fator X e, consequentemente, menor a tarifa.


Novas hidrelétricas aquecem mercado de máquina pesada
Valor 31.08.2011 - Há cerca de dois meses, o cais de Vitória do Xingu, no Pará, recebe quase que semanalmente uma quantidade expressiva de maquinário pesado usado em construção. São máquinas e equipamentos que saem do porto de Belém e fazem uma viagem de aproximadamente 80 horas pelo rio Xingu até chegar ao local, de onde partem para as obras do maior projeto hidrelétrico em curso no país: a usina de Belo Monte.
O primeiro lote aportou ali no dia 5 de julho com dez tratores, sete motoniveladoras, sete rolos compactadores, cinco pás carregadeiras, cinco escavadeiras e três retroescavadeiras - equipamentos da chamada linha amarela da indústria de bens de capital.
Até o momento, aproximadamente 700 máquinas pesadas foram contratadas para Belo Monte, incluindo uma encomenda de 540 caminhões fechada com a Mercedes-Benz. Já as máquinas da linha amarela são da Caterpillar, compradas por meio da Sotreq, revendedora da fabricante americana. Segundo o consórcio responsável pelas obras da usina - liderado pela Andrade Gutierrez -, metade do maquinário tem entrega prevista até dezembro.
Empresas avaliam que as necessidades das hidrelétricas em obras vão além do volume que já foi contratado
Belo Monte é o empreendimento mais importante, mas não é o único que está ajudando a engordar as carteiras de pedidos na indústria de bens de capital. Para a construção da usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, foram contratados 44 tratores, 65 escavadeiras, 15 gruas e 229 caminhões.
Na usina de Teles Pires, cuja licença ambiental de instalação foi concedida pelo Ibama este mês, a Odebrecht, responsável pelas obras, já comprou 80 caminhões, onze tratores, 14 escavadeiras e 19 máquinas de perfuração de solo, além de 18 caminhões tipo fora-de-estrada da Randon.
Essa última encomenda se soma a outros 30 caminhões entregues pela Randon nas obras da usina de Santo Antônio. "Nossa relação com hidrelétricas vem desde a construção das barragens de Itaipu, quando nossas máquinas também foram utilizadas", conta Norberto Fabris, diretor de implementos e veículos da empresa, sediada em Caxias do Sul (RS).
Executivos do setor de máquinas e equipamentos avaliam que as necessidades das hidrelétricas em obras vão além do que já foi contratado, algo que abre a possibilidade para novos negócios nos próximos meses. Yoshio Kawakami, presidente da Volvo Construction Equipment (VCE) na América Latina, cita planos de colocar os caminhões articulados da marca em Teles Pires. Diz também que Belo Monte ainda vai ter "necessidade significativa" desse tipo de veículo, capaz de operar em áreas de difícil acesso. "É uma oportunidade que vemos, mas ainda não fechamos nada."
O braço de máquinas para construção do grupo sueco Volvo - que espera alcançar neste ano uma receita superior a US$ 700 milhões na América Latina - já negociou de 30 a 40 caminhões para as obras das usinas de Santo Antônio e Jirau, também no rio Madeira.
Na Randon Veículos, Fabris diz que negocia mais vendas relacionadas a obras de hidrelétricas, mas de porte inferior aos últimos contratos anunciados. "Existe a possibilidade de algo mais", afirma o executivo, que prevê vender 110 caminhões neste ano.
De acordo com o consórcio construtor de Belo Monte, novos lotes de caminhões poderão ser encomendados no futuro, mas no momento não há previsão de outros pedidos. Dos 540 caminhões negociados com a Mercedes-Benz, 398 são do tipo fora-de-estrada, que podem enfrentar condições extremas de operação.
Estimativas da Sobratema, entidade que coleta informações sobre esse mercado, apontam consumo de 77,82 mil equipamentos de construção este ano. Disso, 27,35 mil unidades da linha amarela. Segundo índices conjunturais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de bens de capital para construção evoluiu 19% no primeiro semestre.
A expectativa de investimentos robustos em infraestrutura já levou alguns fabricantes estrangeiros - como as asiáticas Hyundai, Doosan, Sany e XCMG - a anunciar planos de montar fábricas no país.

Megga Mágnas
Folha 31.08.2011 - O grupo brasileiro importador de máquinas Megga vai fazer uma joint venture no valor de R$ 50 milhões com a japonesa Amada, fabricante de equipamento para corte de chapas metálicas.
O acordo envolve a instalação de um "centro técnico", próximo a Jundiaí (SP), onde serão dados treinamentos para capacitar usuários do maquinário adquirido.
"Existe ainda uma grande defasagem no Brasil em relação à tecnologia", diz o presidente do Grupo Megga, Stefan Lee, que embarcou ontem para a Ásia para assinar o contrato.
Além do centro tecnológico, o restante do recurso será destinado ao financiamento de clientes no Brasil.
"O recurso será usado como se fosse um fundo. O brasileiro ainda tem dificuldade para obter financiamento para comprar máquina."
Inicialmente os juros ficarão abaixo de 1% ao mês, de acordo com Lee.