quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

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Daily News

KPMG espera menos fusões e aquisições em 2012
Valor 14.02.2012 - Mesmo com estrutura de capital equilibrada, as empresas devem reduzir seu apetite por fusões e aquisições ao longo deste ano no mundo. Essa tendência, aparentemente contraditória, está exposta num estudo da firma de auditoria KMPG - intitulado Global M&A Predictor - que mediu a capacidade das empresas para realizar transações e contrapôs ao nível de confiança do mercado.
A conclusão é de que chegou ao fim o crescimento gradual, ano após ano, da confiança do mercado desde o ponto mais baixo da desaceleração em 2009.
Segundo a pesquisa, há previsão de queda global de 12% no endividamento líquido e de redução de 18% nos índices de endividamento líquido sobre o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação). Esses números poderiam significar uma expectativa de melhora das condições para captação de dinheiro no mercado.
Por outro lado, a redução da confiança no desempenho das empresas leva a KPMG a acreditar em uma desaceleração das fusões e aquisições. O índice que mostra a expectativa dos investidores, medido pela relação preço/lucro, recuou 14% desde janeiro de 2011.
Para Luis Motta, sócio da KMPG, o cenário de incertezas na economia global deve fazer com que as empresas retenham a sua geração de caixa para, por exemplo, reduzir o seu endividamento. "A percepção geral é de que o melhor momento para as compras pode não ser este", explica.  Com o forte motor da economia doméstica, o Brasil desvia da rota de desaceleração global até certo ponto. Em algum momento, acredita Motta, as incertezas externas devem afetar o ritmo de operações no país. E isso pode ser sentido já no primeiro semestre do ano. "A crise, que começou no segundo semestre do ano passado, pode ter intimidado o início de negócios que poderiam ser fechados nos primeiros meses deste ano."
Por isso, ele considera duvidosa a expectativa de que o Brasil supere o volume de fusões e aquisições do ano passado, um recorde de 817 operações.

Lucro da Renner cai 3,3% no 4º trimestre para R$ 119,1 milhões
Estadão 14.02012 - No ano, a empresa acumulou lucro de R$ 336,9 milhões, crescimento de 9,4% na comparação com 2010. A Lojas Renner registrou lucro líquido de R$ 119,080 milhões no quarto trimestre do ano, queda de 3,3% ante os R$ 123,169 milhões registrados no mesmo período de 2010. No ano, a empresa acumulou lucro de R$ 336,9 milhões, crescimento de 9,4% na comparação com 2010.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) atingiu R$ 221,1 milhões no quarto trimestre do ano passado, aumento de 24,1% ante os R$ 178,3 milhões apurados no mesmo período de 2011. A margem Ebitda registrou subiu 2,3 pontos porcentuais, para 23,9%. No ano, o Ebitda somou R$ 592,6 milhões, alta de 17,3% e margem de 20,5%.
A receita líquida das vendas de mercadorias foi de R$ 2,896 bilhões em 2011, crescimento de 17,6% sobre as vendas da Renner em 2010. Sob o conceito de mesmas lojas, o crescimento foi de 7,2% sobre o mesmo período de 2010. Esse crescimento, segundo a companhia, foi influenciado pela assertividade das coleções, pelo forte desempenho econômico, principalmente no primeiro semestre do ano, assim como pela boa performance das vendas nas principais datas comemorativas. Somente no quarto trimestre, a receita líquida das vendas de mercadorias foi de R$ 972,2 milhões, aumento de 18% sobre o mesmo período do ano anterior. O crescimento, segundo a companhia, foi influenciado pela entrada da coleção de verão, que foi bem aceita pelos consumidores, assim como pela boa performance de vendas no período de Natal, apesar da alta base de comparação em relação ao ano de 2010. No quarto trimestre, a margem bruta teve aumento de 1,7 pontos percentuais, passando para 52,8% ante o mesmo período de 2010.
O resultado de serviços financeiros, por sua vez, totalizou R$ 20,5 milhões, impactado, principalmente, pelas despesas iniciais da operação dos cartões embandeirados com Mastercard e Visa. A inadimplência foi mais elevada que a do mesmo período do ano anterior, mas mesmo assim continuou em níveis abaixo do histórico. A participação do Cartão Renner ficou em 54,2% no quarto trimestre, quando foram emitidos 646,2 mil novos cartões. Quanto às despesas operacionais, o quarto trimestre de 2011 apresentou despesas com vendas de R$ 233,9 milhões, representando 24,1% da receita líquida ante 23,8% no mesmo período do ano anterior. A consolidação da Camicado também gerou pequenas pressões nas despesas com vendas. As despesas gerais e administrativas, por sua vez, foram de R$ 74,7 milhões, representando 7,7% da receita líquida, abaixo do apresentado no ano anterior, que foi de 7,8%.

BB fecha 2011 com lucro líquido de R$ 12,1 bilhões
Brasil Econômico 14.02.2012 - Lucro recorrente somou R$ 3,025 bilhões nos três últimos meses de 2011.
O Banco do Brasil (BB) anunciou nesta terça-feira (14/2) lucro de R$ 12,126 bilhões em 2011, com alta de 3,6% no confronto com o ano anterior.
Neste sentido, o lucro líquido recorrente saiu de R$ 10,664 bilhões em 2010 para R$ 11,751 bilhões em 2011.
Já no quarto trimestre do ano passado, a instituição financeira apresentou lucro líquido 25,7% menor em relação a igual época de 2010, contabilizando R$ 2,972 bilhões.
Por sua vez, o lucro recorrente somou R$ 3,025 bilhões nos três últimos meses de 2011, frente ganho de R$ 3,704 bilhões um ano antes.
Os ativos totais do BB atingiram R$ 981,2 bilhões ao final de dezembro, com crescimento de 21% em ritmo anual. Por sua vez, a carteira de crédito ampliada, que leva em consideração as garantias prestadas e os títulos e valores mobiliários privados, foi contabilizada em R$ 465 bilhões, alta de 5,3% no trimestre e de 19,8% em doze meses.  Segundo a instituição, a participação do banco no mercado doméstico de crédito foi de 19,2% em dezembro de 2011. Por segmento, as operações de crédito imobiliário para pessoa física totalizaram R$ 7,6 bilhões ao final de dezembro, enquanto o total da carteira de crédito às pessoas físicas somou R$ 130 bilhões e às pessoas jurídicas, R$ 210 bolhões. O índice de Basileia do banco encerrou dezembro em 14,0%, superior ao mínimo exigido pelo Banco Central (11%), e acima dos 13,9% registrados no terceiro trimestre.

Panamericano lucra R$ 13,5 milhões no quarto trimestre
Brasil Econômico 14.02.2012 - No ano, a instituição financeira lucrou R$ 67 milhões.
O Banco Panamericano obteve lucro líquido de R$ 13,5 milhões no quarto trimestre de 2011, contra ganho de R$ 2,84 milhões registrados nos três meses anteriores.
No ano, a instituição financeira lucrou R$ 67 milhões. O banco não forneceu os números de 2010, porque considerou a base de comparação prejudicada devido às irregularidades e inconsistências contábeis descobertas em novembro de 2010. A carteira total de crédito foi contabilizada em R$ 10,8 bilhões ao final de dezembro de 2011, comparada a R$13,3 bilhões no fim de 2010
O destaque ficou para a carteira de crédito no segmento empresas, de R$ 843,9 milhões no quarto trimestre de 2011, com crescimento de 107,5% em relação ao final do trimestre anterior.
O patrimônio líquido do banco ao final de dezembro somava R$ 1,227 bilhão, enquanto o Índice de Basileia saiu de 11,99% no terceiro trimestre de 2011 para 10,18% no último trimestre do ano.

Sírio-Libanês assume oncologia do Santa Paula
Valor 14.02.2012 - Referência em oncologia, o Hospital Sírio-Libanês está negociando parcerias para administrar a área médica de tratamento de câncer de outros hospitais. A primeira iniciativa nesse sentido foi fechada com o Hospital Santa Paula, cujo acionista majoritário é o empresário Edson Bueno, dono da Amil. Há ainda uma negociação avançada com outro hospital que pode ser concluída nesse primeiro semestre.
"Colocamos uma equipe médica nossa dentro do hospital, treinamos e supervisionamos todo o atendimento para os casos oncológicos", explicou André Osmo, superintendente comercial, de Marketing e Comunicação do Hospital Sírio-Libanês. O médico responsável por essas parcerias é o oncologista Paulo Hoff, um dos médicos mais renomados da área.
"Com esse acordo, o público que não tem acesso ao Sírio-Libanês poderá ser atendido pelos médicos da equipe do Paulo Hoff no Santa Paula", explicou Otávio Guebara, diretor clínico do Santa Paula, hospital voltado para o público das classes B e C e localizado na zona sul de São Paulo.
Atualmente, os médicos do Sírio estão trabalhando no próprio Santa Paula, mas o atendimento migrará para o Instituto de Oncologia do Hospital Santa Paula, que será inaugurado em meados do segundo semestre.
O empreendimento com seis andares recebeu investimento de R$ 20 milhões. Desse total, aproximadamente R$ 10 milhões vieram de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), R$ 5 milhões do caixa próprio do Santa Paula e os outros R$ 5 milhões de um fabricante internacional de equipamentos médicos, cujo nome não foi revelado.
A expectativa é que o novo centro de oncologia, erguido em frente ao hospital, aumente entre 20% e 30% o faturamento bruto do Santa Paula, que é de R$ 189 milhões. "O centro terá capacidade para realizar cerca de 500 sessões de quimioterapia, 600 de radioterapia e 1,2 mil consultas por mês", enumerou Guebara.
Atualmente, a capacidade do hospital Santa Paula é de 200 sessões de quimioterapia, mas esse volume não estava sendo atingido. "Havia uma ociosidade. Por isso, também procuramos um parceiro forte na área de oncologia", explicou o diretor do Santa Paula. "Começamos o atendimento em 1º de fevereiro e já houve um aumento de cerca de 10% na demanda de pacientes", acrescentou o diretor do Sírio-Libanês.
Osmo destacou que a expansão para administração da área de oncologia de outros hospitais será conservadora. "Acredito que podemos ter muitos parceiros, mas a expansão será aos poucos porque não é um trabalho fácil capacitar médicos e alocar nossa equipe para muitos hospitais ao mesmo tempo", explicou.

Lucro da Cielo no 4º trimestre sobe 13,8% e soma R$ 504,5 milhões
Estadão 14.02.2012 - No acumulado do ano, o ganho foi de R$ R$ 1,810 bilhão, redução de 1%. A Cielo, empresa que faz credenciamento de lojistas para bandeiras de cartões, anunciou lucro líquido de R$ 504,5 milhões no quarto trimestre de 2011, aumento de 13,8% ante o mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, o ganho foi de R$ R$ 1,810 bilhão, redução de 1%.
O fluxo de caixa medido pelo Ebitda ajustado ficou em R$ 833,2 milhões no quarto trimestre, alta de 16,4% ante o quarto trimestre de 2010. No ano, o Ebitda ajustado cresceu 1,7%, para R$ 2,975 bilhões. Já a receita financeira líquida subiu para R$ 178,7 milhões ante R$ 109,6 milhões. No ano, ficou em R$ bilhão.
Já a receita total (operacional líquida + antecipação de recebíveis) totalizou R$ 1,383 bilhão, aumento de 20,5% em relação ao três últimos meses de 2010. No ano, a receita subiu 10,1%, para R$ 4,795 bilhões.
Pelos terminais da Cielo instalado nos estabelecimentos comerciais foram capturados 1,302 bilhão em transações no quarto trimestre, alta de 17,5% em 12 meses. O volume financeiro de transações totalizou R$ 91,2 bilhões, o que representa avanço de R$ 23,2%. Em 2011, a Cielo capturou 4,622 bilhões de transações, um crescimento de 14,4% em relação ao ano de 2010. O volume financeiro de transações totalizou R$ 315,8 bilhões, representando um acréscimo de 20,7% ante os R$ 261,6 bilhões em 2010.

Ganhos com Hipercard ficariam dentro do Itaú
Valor 14.02.2012 - Por trás da proposta do Itaú de fechar o capital da Redecard existiria o interesse do banco em deslanchar seus cartões Hipercard, projeto que até então andava a passos lentos, enquanto Banco do Brasil, Bradesco e Caixa Econômica Federal aceleram a emissão dos cartões Elo - bandeira nacional concorrente também voltada para clientes de baixa renda. De quebra, o Itaú colocaria para dentro de casa um ganho de escala sem precisar, aparentemente, dividir a receita futura com os acionistas minoritários da Redecard. Procurado, o Itaú informou que seu objetivo é fortalecer a posição da instituição no mercado de pagamentos e gerar maior flexibilidade e agilidade para as duas empresas. Para aumentar o volume de transações com o cartão Hipercard é necessário ampliar sua base de aceitação. A Redecard, que conta um parque de 1,066 milhão de maquininhas (POS) espalhadas pelo país, seria o veículo ideal. O Hipercard tem cerca de 500 mil estabelecimentos credenciados concentrados no Nordeste. A marca Hipercard acumula as funções de emissor (Banco Hipercard), bandeira e tem sua própria rede de adquirência. Hoje, a Redecard faz somente o transporte de dados dos cartões Hipercard e apenas para metade da base de cartões da bandeira, de aproximadamente 15 milhões de unidades. Por esse serviço, cobra uma tarifa fixa baixa, que independe do volume transacionado. Se quiser ganhar um percentual sobre o montante de pagamentos feitos com o Hipercard e faturar mais, a Redecard teria de fazer o trabalho "completo" de adquirência - que envolve autorizar e liquidar a transação. O analista do HSBC Paulo Ribeiro calcula que o volume potencial a ser acrescentado à Redecard pelos cartões Hipercard seria de R$ 18 bilhões em 2012 - equivalente a 10% do montante transações com cartões de crédito que ele estima para a Redecard em 2012. Em relatório, Ribeiro ressalta que o valor a ser agregado pela operação da Hipercard aumentaria em R$ 2 o preço-alvo de R$ 39 que projeta para a ação da Redecard.

Resistência à oferta da Redecard
Valor 14.02.2012 - A definição do preço a ser pago pelo Itaú Unibanco na oferta para fechamento de capital da Redecard começa a ganhar contornos mais tensos, sinalizando que o banco pode ter que desembolsar mais do que os R$ 12 bilhões inicialmente previstos se quiser concluir a operação.
Na sexta-feira, apenas três dias após o anúncio da operação por parte do Itaú, o conselho da credenciadora de cartões de crédito e débito aprovou a lista de três instituições que poderão elaborar o laudo de avaliação que servirá de referência para a operação. Em assembleia da Redecard, ainda a ser convocada, os acionistas poderão escolher entre o Bank of America Merrill Lynch (BofA), o Credit Suisse e o Rothschild & Sons. As duas primeiras instituições já têm uma cobertura sistemática das ações da Redecard. O preço-alvo definido pelo BofA para os próximos 12 meses é de R$ 34,5 por ação, enquanto o Credit Suisse prevê um preço justo de R$ 35.
As avaliações estão alinhadas com os R$ 35 por ação propostos pelo Itaú - prêmio de 9,2% em relação ao pregão do dia 6, anterior ao anúncio da oferta -, sinalizando que o laudo não deve trazer grandes surpresas em relação ao valor estimado pela controladora. Conforme esclarecido pelo banco, o preço de R$ 35 não inclui os dividendos de cerca de R$ 1,10 que serão pagos em março. Em meio às incertezas, a cotação da ação na bolsa gira em torno do preço proposto pelo Itaú mais os proventos - ontem fechou a R$ 36,20.
Ao mesmo tempo, alguns investidores começam a mostrar insatisfação em relação ao preço. A Vontobel, uma gestora de recursos americana que tem cerca de R$ 80 milhões investidos em Redecard - representantes de 0,7% do capital em circulação -, afirmou ao Valor que não vai aderir à oferta. Segundo Sudhir Roc-Sennett, gestor da Vontobel, que administra US$ 20 bilhões, o preço justo para a oferta seria de R$ 55. Isso porque, apesar de o prêmio embutido na proposta, o valor implica uma relação entre preço e lucro de 16 vezes, bastante abaixo do múltiplo de 30 vezes observado na abertura de capital em 2007.
"Entendemos que o ambiente competitivo mudou, com a abertura da concorrência entre credenciadoras de cartões, mas acreditamos que há espaço para buscar o múltiplo de preço e lucro próximo de 20 vezes, que está embutido nesses R$ 55", afirmou o gestor. Questionado sobre a adesão de outros fundos à oferta, Roc-Sennett não quis citar nomes, mas ressaltou: "Os fundos de longo prazo com o mesmo perfil que o nosso provavelmente têm essa mesma visão". Para concluir o fechamento de capital, o Itaú precisa que acionistas representantes de pelo menos dois terços das ações em circulação aceitem a oferta.
Como a empresa tem uma base acionária dispersa, o posicionamento da Lazard Asset, que detém 10% do capital total e quase 20% dos papéis em circulação, será decisivo para a aceitação do valor. Sozinha, a gestora pode solicitar um novo laudo, caso não concorde com a primeira avaliação. A Lazard não quis se pronunciar.
Um gestor de fundo brasileiro com grande fatia de Redecard, disse estar certo de que haverá "uma boa briga" em torno da oferta.

Por que a 5R não quer briga com a BR Malls e a Multiplan (por ora)
Exame 14.02.2012 - Com menos de 1 ano de vida, administradora de shopping centers tem seis projetos em vista.
A 5R, incorporadora e administradora de shopping centers, ainda não completou nem um ano de operação, mas já começa a dar os seus primeiros passos.
Com três empreendimentos em andamentos e outros três que serão lançados no primeiro semestre deste ano, a companhia buscou uma saída para não enfrentar, neste primeiro momento, as grandes desse setor e optou por erguer seus shoppings em cidades menores. Diferente de empresas como Multiplan e BR Malls, que têm como principal foco grandes capitais, os três primeiros shoppings da 5R serão construídos em Rio Grande, no Rio Grande do Sul, e Uberaba e Uberlândia, em Minas Gerais. Os outros que serão lançados devem seguir a mesma estratégia. Esses projetos devem ser anunciados após a empresa conseguir todas as licenças.
"Nosso foco é todo o Brasil, mas algumas regiões oferecem mais facilidades e menos burocracias", afirmou Carlos Fulcher, sócio da 5R.
Nos primeiros projetos, a 5R vai investir cerca de 550 milhões de reais. O montante é bem menor se comparado aos últimos investimentos feitos por concorrentes para a construção de shopping centers em São Paulo.  O grupo Jereissati, por exemplo, está investindo cerca de 400 milhões para a construção de um empreendimento voltado para o público A, na zona sul da capital paulista.
Os outros três empreendimentos a serem lançados pela 5R, ainda neste ano, devem seguir o mesmo patamar de aportes e serão erguidos também nas regiões sul e sudeste do país.
Foco na classe C: Outra estratégia adotada pela 5R é a construção de shoppings voltados para a classe C. "Trata-se da classe que mais aumentou seu consumo nos últimos anos e ainda vai continuar crescendo no país", disse Paulo César Rossi, herdeiro da família Rossi (os donos da Rossi Residencial) e sócio da 5R. Segundo Luiz Fernando Veiga, presidente da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), o setor vive um momento de glória no Brasil e o aumento do consumo, principalmente pela classe C, vem contribuindo para essa boa maré.
"Estamos falando de 40 milhões de pessoas que passaram a frequentar shoppings para fazer compras. Investir nesse público é uma estratégia acertada", disse Veiga.
A 5R só espera ver o retorno dos investimentos a partir de 2013, quando os primeiros empreendimentos forem inaugurados. Por enquanto, todos os aportes foram feitos com caixa da própria companhia, que se diz preparada para mais lançamentos. "Queremos estar entre as cinco maiores desse setor até 2015 e vale lembrar que somos uma companhia de capital fechado", afirmou Fulcher.
Questionado se a entrada da 5R na bolsa também está nos planos, o empresário não descartou a possibilidade. "Tudo vai depender de como o mercado vai se comportar nos próximos anos", disse. E de quando a 5R vai querer brigar com as grandes do setor.

EZTec estima crescimento médio de 12%
Valor 14.02.2012 - Num momento em que a maioria das projeções de analistas que acompanham o setor imobiliário aponta para crescimento de 5% a 10% dos lançamentos das incorporadoras em 2012, a expansão média projetada pela EZTec ante o ano passado é de 12%. A empresa estima Valor Global de Vendas (VGV) de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,4 bilhão. Em 2011, lançou R$ 1,157 bilhão, dentro da faixa projetada de R$ 1 bilhão a R$ 1,2 bilhão. Na avaliação do diretor financeiro e de relações com investidores da EZTec, Emílio Fugazza, nos segmentos de atuação da companhia - média e média-alta renda - ainda há oferta de apartamentos menor que a demanda em algumas regiões da cidade de São Paulo, mercado que responderá por 75,6% dos lançamentos da empresa em 2012.
A companhia fará lançamentos também em Jundiaí e Santo André, onde já está presente, e entrará nos mercados de Guarulhos, Santos e Campos do Jordão, todas cidades paulistas. O crescimento da demanda por imóveis em Santos (SP), em função dos projetos relacionados ao pré-sal, motivou a entrada da empresa nesse mercado. Guarulhos chamou a atenção pelo nível de renda da população. Em Campos do Jordão, a EZTec produzirá imóveis para segunda residência.  Ontem, a companhia anunciou também renovação da meta de margem bruta mínima de 40% e de margem líquida mínima de 30%. A manutenção das metas de margens leva em conta a possibilidade de piora do mercado por conta da crise internacional, de acordo com o executivo. No acumulado de janeiro a setembro do ano passado, a EZTec teve margem bruta de 50% e margem líquida de 44%. Conforme Fugazza, o desempenho desses indicadores no período apontam que a empresa cumpriu "com sobra" as metas para o ano passado.
Na decisão de compra de terrenos, a companhia sempre considera que a área tem de permitir desenvolvimento de projetos com margem bruta mínima de 40%. Antes da valorização expressiva dos terrenos nos últimos anos, a EZTec conseguia indicadores de rentabilidade "muito maiores", segundo Fugazza.
Conforme o executivo, para a companhia este é o momento mais fácil de comprar terrenos desde a leva de IPOs (oferta inicial de ações) do setor, ocorrida principalmente em 2007. "As empresas estão focadas em geração de caixa. Nós estamos gerando caixa desde o segundo trimestre de 2010", diz. A EZTec compra todos os terrenos em dinheiro, sem permuta.

Fábricas de alimentos do Habib's fornecerão para supermercados
DCI 14.02.2012 - Um dos maiores nomes do setor de franquias de fast-food no País, a rede Habib's encontrou um novo nicho de mercado e vira novo competidor no atacado e varejo, ao entrar na disputa de espaço nas prateleiras, como fornecedor de alimentos. Agora será possível encontrar doces e salgados congelados da marca Habib's Gourmet nas prateleiras de redes como Chocolândia, Mambo, e também Walmart, entre outros.
Com 14 centrais de produção que fabricam tudo que é comercializado nas lojas das bandeiras Habib's, Ragazzo e a mais recente Box 30, o Grupo Alsaraiva, que detém essas marcas, firmou na última sexta-feira a parceria com o Walmart, e segundo Alberto Saraiva, presidente do Grupo, a iniciativa surgiu com pedidos dos clientes de sua central de atendimento. "A comercialização desta linha surgiu com o número excessivo de pedidos em nossa central de atendimento. Os clientes sugeriam nas lojas que esses produtos fossem vendidos por outros canais."
Saraiva explica que não foi difícil entrar nesse segmento, pois a empresa tem a experiência da produção e da venda da marca de sorvetes Portofino nesses estabelecimentos. "Somos a terceira marca mais vendida de sorvete em pote de dois litros nos supermercados", ressalta o empresário de origem portuguesa.

Como a Duff, a cerveja do Homer Simpson, pretende se dar bem no Brasil
Exame 14.02.2012 - Criada a partir do desenho animado, Duff espera se tornar a primeira cerveja premium para o público jovem do país.
A cerveja Duff chegou ao Brasil no final de 2011, mas já frequenta o imaginário dos fãs da série Os Simpsons desde que Homer abriu a primeira latinha. Por aqui, a cerveja tenta desviar da liderança da Ambev nas cervejas pilsen e mira o segmento premium e o público jovem. Vender cerveja em um país festeiro e de clima tropical como o Brasil não é tão fácil como parece. A Ambev domina quase 70% do mercado pilsen. Devassa e Proibida – outras duas cervejas de nomes sugestivos – vem tentando crescer, assim como diversas cervejarias menores que também querem abocanhar uma fatia maior do mercado.
E não basta investir no premium para escapar. Um desafio para a Duff é que o Brasil vive um período de consolidação das cervejas especiais, segundo Eduardo Senise, gerente de Marketing do Grupo Ibmec. “Está difícil para o consumidor diferenciar uma da outra, reconhecer a de qualidade e a sem”, disse. A cerveja precisa ter qualidade para continuar sendo consumida depois que a curiosidade passar.
Homer: “As pessoas comprariam por ser do Homer. A marca já nasce com ativos importantes”, disse Júlio Moreira, professor de marketing da ESPM. A cerveja Duff foi lançada em 2006 na Espanha, pelo empresário mexicano Rodrigo Contreras. Em 2009, foi criada a Duff Sudamérica, com sede na Colômbia.
No Brasil, um grupo de empresários fez um contrato de distribuição exclusiva. A cada garrafa produzida por aqui, na cervejaria catarinense SaintBier, eles pagam royalties ao proprietário da marca. Os criadores dos Simpsons e a rede que exibe o desenho não levam um centavo. A FOX, aliás, nunca autorizou que uma cervejaria usasse o nome Duff, mas uma brecha legal possibilitou que a marca fosse registrada fora dos Estados Unidos.
Cada país decide qual será o segmento da bebida. No Brasil, a Duff entrou para concorrer com Guiness e Colorado; já na Alemanha, por exemplo, ela é uma cerveja barata, vendida em supermercados, assim como em Springfield. “No Brasil, se entrássemos com essa estratégia (de ser barata), perderíamos pra todo mundo”, disse Conrado Kaczynski, um dos sócios da Duff Brasil.
Outras cervejas Premium, como Budweiser e Proibida, não estão no mesmo segmento que a Duff, segundo Kaczynski. “Quando se fala em premium, há vários níveis”, disse. O boom das cervejas premium segue um pouco a situação do vinho, segundo Júlio Moreira, professor de marketing da ESPM. “Com maior poder aquisitivo, as pessoa querem sair do basicão”, disse.  Para Eduardo Senise, o fato de a cerveja ser barata em outros países – e no desenho – é um complicador. Mas, ao mesmo tempo, o premium é o único segmento onde a Ambev pode perder um pouco de mercado, segundo Senise.
Juventude: Para Kaczynski, há muitas marcas premium muito boas no Brasil, mas todas são voltadas para o público mais velho, com rótulos tradicionais. “Não tinha nenhuma dessa categoria para o público jovem”, disse. A ideia é transformar a Duff na primeira cerveja premium que os jovens consomem. “O pessoal toma e tira foto com ela”, disse.
“Quem trabalha na Duff é exatamente nosso público alvo”, disse o sócio. A média de idade dos seis sócios da Duff no Brasil varia entre 25 e 30 anos – que também é a idade imaginada para os consumidores.
Por enquanto, nada de Duff nos supermercados, apenas em bares, restaurantes e festas. A cerveja começou a ser distribuída em 30 pontos na cidade de São Paulo – agora ela está em 60 e prevê chegar ao interior e litoral do estado em março. A expectativa é, em mais dois ou três meses, desembarcar no Rio de Janeiro, Sul e Minas Gerais. A lista de bares que já procuraram a marca passa de 500, segundo Kaczynski. “A ideia é expandir logo, porque a demanda é muito grande, pessoas e bares mandam e-mail pedindo”, disse o sócio.
A estimativa de faturamento anual da unidade no Brasil fica entre 6 milhões de reais e 8 milhões de reais. São produzidas cerca de 2.000 caixas por mês – cerca de 16.000 litros. A expectativa é produzir cerca de 5.000 caixas/mês até o final do primeiro semestre e cerca de 10.000 caixas /mês até o final do ano.

Vinícolas buscam vender direto ao consumidor
Valor 14.02.2012 - Para eliminar intermediários e chegar ao consumidor final com preço mais competitivo, vinícolas da região Sul inovam em estratégias de distribuição e vendas, que incluem a abertura de lojas, telemarketing e comércio online. A Viapiana, vinícola boutique da região de Flores da Cunha (RS), fechou parceria com a importadora Porto Mediterrâneo, de Balneário Camboriú (SC), para a distribuição no Brasil. Serão dez novos rótulos da vinícola, a primeira brasileira a fazer parte do portfólio da empresa. Na Serra Gaúcha, a parceria vai gerar a abertura de uma loja - a Porto Mediterrâneo Wine Store e Delicatessen, que terá 150 rótulos de vinhos de sete países. Segundo Júlio Cesar Schmitt Neto, diretor da Porto Mediterrâneo, o projeto prevê ainda lojas em Palhoça, na Grande Florianópolis, e São Francisco do Sul, no Norte de Santa Catarina. A empresa buscou cidades que estavam mal abastecidas no segmento de vinhos e produtos gourmet e próximas a grandes centros urbanos, como a capital de Santa Catarina e Joinville. O investimento para as duas lojas foi de R$ 1,2 milhão. As lojas terão espaço para degustação e cozinha para aulas de harmonização gastronômica com os vinhos. A experiência na venda direta vai ajudar a empresa a ter um controle maior sobre os produtos que têm mais aceitação do público. A importadora também tem projeto para vendas online, que será implementado até junho.
A Dal Pizzol Vinhos Finos, de Bento Gonçalves (RS) tem outra iniciativa para aumentar as vendas diretas ao consumidor. A vinícola vende vinhos, espumantes e suco de uva através de um departamento de telemarketing. O setor corresponde a 51% das vendas e 85% desse volume é comercializado para o consumidor final. A vinícola tem uma produção anual de 300 mil garrafas (225 mil litros).
Em Santa Catarina, a Associação Catarinense de Vinhos Finos de Altitude (Acavits), com 18 produtores, organizou-se em uma cooperativa que vai investir na criação de dois novos centros de distribuição e uma loja própria em Campinas (SP). Segundo Walter Kranz, presidente da cooperativa, o projeto prevê um depósito em condições térmicas adequadas para os produtos. A área tem, ainda, uma loja-conceito com espaço para degustação e promoção dos mais de 150 rótulos. Em 2012, o portfólio deve chegar a 180 rótulos. O depósito também será plataforma para entrega de vendas online para as vinícolas que tem esse sistema de comercialização. "Queremos chegar ao consumidor do Sudeste com um preço mais competitivo e mais rápido. Seremos o nosso próprio distribuidor", diz Kranz.

Com a Europa em crise, Brasil e China garantem lucro da L'Oréal
Exame 14.02.2012 - Ganhos da companhia no ano passado cresceram 8,9%, totalizando mais de US$ 3,2 bilhões. L'Oréal: lucro cresceu 8,9% em 2011.
A  L'Oréal divulgou seu resultado financeiro referente a 2011, nesta segunda-feira, e, apesar de todas as incertezas econômicas no continente europeu, a companhia francesa registrou aumento de 8,9% no lucro, totalizando 3,2 bilhões de dólares. Boa parte desse crescimento, no entanto, foi sustentado pelas operações da empresa em mercados emergentes, como Brasil e China, de acordo com dados divulgados no balanço da L'Oréal. Tanto na Ásia quanto na América Latina, as vendas da companhia cresceram mais de 10% no ano passado. O número representa mais do que o dobro na comparação com outras regiões
Segundo Jean-Paul Agon, presidente da L'Oréal, 2011 foi um ano de sólido de desenvolvimento, o que tornou o grupo ainda mais forte no mercado de cosméticos.
"Alcançamos um crescimento sustentado de vendas e confirmamos nossa posição como líder mundial no setor. Nosso processo de internacionalização continua em todas as divisões. O grupo prossegue sua conquista em novos mercados, com a Ásia e América Latina liderando o caminho", disse o executivo, em nota.
Na Europa, as vendas da L'Oréal caíram mais de 5% em 2011. Já as vendas globais cresceram 4,3%, totalizando 19,5 bilhões de dólares.

Diversificação aumenta receita da JSL
Valor 14.02.2012 - Mesmo sentindo uma pequena desaceleração em setores da indústria como o automotivo, o balanço que os executivos da JSL (antiga Júlio Simões Logística) fazem sobre 2011 é que o ano proporcionou bons resultados à companhia. A JSL fechou o ano com novos contratos que somam R$ 1,8 bilhão. Além disso, o faturamento total cresceu mais que 20%.
A receita com os novos contratos, divulgada ontem, entrará na contabilidade da empresa dividido ao longo dos próximos oito anos. Embora o valor registrado tenha sido menor do que no ano anterior (quando superou R$ 2 bilhões), a receita bruta total da companhia cresceu 21,7% na mesma comparação - para R$ 2,74 bilhões.
Segundo Denys Marc Ferrez, diretor administrativo-financeiro e de relações com o investidor da JSL, não há um grande responsável pelo crescimento - já que a empresa tem receita pulverizada em vários setores. No entanto, a estratégia da JSL em tentar acrescentar novos contratos com clientes já existentes (o chamado 'cross selling') é um dos principais indutores de crescimento. Dos contratos de 2011, 71% do valor total foi negociado junto a clientes já existentes. Por isso, colaborou para o crescimento a diversificação do portfólio de serviços prestados pela companhia. Paralelamente à expansão em setores considerados tradicionais pela empresa (papel e celulose, público, transporte municipal e intermunicipal e automotivo), a JSL estabeleceu como estratégia a entrada em outros setores, como siderurgia e mineração e energia elétrica que, em conjunto com químico, agricultura, bens de consumo e bens de capital, influenciou no resultado.
O principal crescimento na composição do faturamento, inclusive, aconteceu em setores considerados não tradicionais pela companhia: o de siderurgia e mineração. Em 2011, 12,6% da receita bruta veio de contratos no setor - no ano anterior, o número foi de apenas 7,3%. Para Ferrez, não houve esfriamento da economia em 2011. Segundo ele, mesmo que ocorra esse cenário em breve, a situação significaria oportunidade para a empresa e todo o setor logístico - devido à busca dos clientes por soluções logísticas mais rentáveis. "Nessa hora [de esfriamento] também é a oportunidade para o setor, que pode trazer soluções customizadas", diz.
Mesmo com os bons resultados, Ferrez diz que não há no curto prazo nenhuma estratégia para aquisições. Hoje, a empresa negocia apenas a aquisição de operações logísticas da Marfrig - embora a empresa trate a operação como um novo contrato, e não uma compra. A última aquisição da companhia ocorreu em novembro, quando a JSL anunciou a aquisição de 100% da Rodoviário Schio, hoje em processo de integração com a nova controladora. Especializada em transporte rodoviário de cargas com temperatura controlada, principalmente alimentos, a empresa foi comprada por R$ 405 milhões. A aquisição permite que a JSL cresça no setor de alimentos. Com faturamento de R$ 391 milhões em 2010, a Schio tem entre os principais clientes a Unilever, Danone, Nestlé e Marfrig.

Pátria compra 50% da comercializadora Capitale
Valor 14.02.2012 - De olho em um mercado que movimenta quase R$ 30 bilhões no país e em franco crescimento, a gestora de recursos Pátria Investimentos ingressou no segmento de comercialização de energia, com a aquisição de 50% da Capitale Energia. O valor do negócio, realizado via aporte de capital na companhia, não foi divulgado.
Com pouco menos de dois anos de existência, a Capitale se tornou uma das cinco maiores empresas independentes do setor. No ano passado, a companhia registrou faturamento de R$ 215 milhões, com vendas totais de 3.240 GWh, volume equivalente ao consumo de energia anual da cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo.
Para o Pátria, o investimento na Capitale é estratégico. Tanto que a participação será adquirida com recursos predominantemente da própria gestora, em vez de ser realizada por meio dos fundos captados de investidores. A firma possui atualmente mais de R$ 10 bilhões em ativos sob gestão e no ano passado fechou a captação de dois novos fundos de private equity - que investe na compra de participações em empresas -, que juntos somam US$ 2,4 bilhões. Como sócio da empresa de energias renováveis Ersa - que no ano passado se uniu à CPFL na criação da CPFL Renováveis -, o Pátria seguiu de perto o desenvolvimento do segmento de comercialização, segundo Luiz Otávio Magalhães, sócio da gestora. As conversas com a Capitale começaram em junho do ano passado, de acordo com o executivo.
Embora seja uma empresa nova, Daniel Augusto Rossi e Rafael Villano Mathias, sócios da Capitale, trazem na bagagem experiência tanto no setor elétrico como no mercado financeiro. Antes de criarem a companhia, ambos eram executivos da portuguesa EDP no Brasil. Com a chegada do novo sócio, a empresa ganha fôlego para aumentar o volume comercializado, em um setor que cresce a taxas superiores à media da economia. No ano passado, o mercado livre de energia, no qual atuam as comercializadoras, representou 27% do consumo no país. Segundo Mathias, o potencial é de que esse percentual chegue a 50%, caso sejam derrubadas algumas barreiras de entrada de novos consumidores. Pelas regras atuais, apenas clientes que possuem uma demanda mínima de 500 kW, o que equivale a uma fatura média de R$ 50 mil, podem atuar no mercado livre. Os demais consumidores têm apenas a opção do chamado mercado cativo, cuja energia é adquirida pelas distribuidoras nos leilões promovidos pelo governo. "A tendência é de que essas barreiras sejam reduzidas com o passar do tempo", avalia. Mathias lembra que em países como Portugal até mesmo pessoas físicas podem comprar energia no mercado livre.
O objetivo da associação da Capitale com o Pátria vai além da capitalização da empresa, ressalta Rossi. "A gestora conhece o setor e agrega à companhia uma maior experiência em trading, gerenciamento de riscos e controle financeiro", diz. O executivo destaca que o aumento das negociações cria novas oportunidades de ganho na comercialização de energia. Não por acaso, o segmento tem atraído empresas do setor financeiro, como o BTG Pactual, que em 2010 fechou a compra da Coomex, na época a maior comercializadora independente.
A expectativa é de que a entrada dos bancos ajude a transformar o mercado de compra e venda de energia em um negócio preponderantemente financeiro, a exemplo do que já ocorre, por exemplo, nos Estados Unidos.
Diante desse cenário, a Capitale e outras dez comercializadoras criaram o Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE), plataforma de negociação no mercado livre que está em fase final de acertos para dar início às operações. O BBCE fará concorrência à Brix, bolsa de energia de Eike Batista e outros três empresários, que começou a funcionar em julho.
À medida que os preços da energia se tornem mais transparentes e com liquidez, novas possibilidades se abrem para esse mercado, como a criação de instrumentos derivativos com base na oscilação dos preços. Por isso aumenta a necessidade de as comercializadoras terem um parceiro financeiro com experiência em administração de riscos, segundo Rossi.

BTG acelera compras de farmácias
Valor 14.02.2012 - André Sá, presidente da Brazil Pharma, está no comando das aquisições e passou um ano conversando com a Sant'anna.A aquisição anunciada ontem pela Brazil Pharma da rede de drogarias baiana Sant'ana, a maior do Estado, por R$ 347 milhões, faz o braço de varejo de farmácias do banco BTG a terceira maior varejista desse segmento no país, em número de pontos próprios e faturamento bruto. A empresa superou a cearense Pague Menos. Mas na soma total de lojas (são 986 unidades, entre franquias e lojas próprias) o BTG é líder e se distancia mais da Raia Drogasil, segunda colocada com 776 pontos de venda.
A movimentação anunciada - é a segunda aquisição da BR Pharma em três meses - levanta o questionamento a respeito das estratégias que têm sido adotadas pelas maiores redes de drogarias do país na tentativa de ocupar espaços no mercado. As líderes do setor parecem estar hoje em campos opostos. Enquanto a BR Pharma aumenta a cesta de compras de forma acelerada, a Raia Drogasil e a Pacheco/Drogaria São Paulo (DPSP) avançam no trabalhoso processo de integração e fazem raras movimentações de compras desde que se uniram. As duas empresas surgiram após unirem suas operações em agosto de 2011.
Nos últimos meses, Raia e Drogasil anunciaram um negócio de porte pequeno (a compra de cinco lojas da Drogaria Panda, do Mato Grosso, por R$ 4,95 milhões) e a entrada em dois novos Estados, Mato Grosso do Sul e Bahia, com abertura de oito lojas. A DPSP não fez nenhuma aquisição. Apesar da expectativa do mercado em torno da movimentação de Raia Drogasil e DPSP, estas focaram atenção na reestruturação dos negócios para integrá-los, algo que elas esperam que aconteça num período de 12 a 18 meses (a partir de agosto de 2011). É algo fundamental se ambas querem criar uma base única para crescer.
"A Raia Drogasil tem ajuda de três consultorias, Mckinsey, Hay e Thymus. E a integração vai desde um alinhamento de cargos e salários ao tombamento de sistemas [entrada e saída de produtos] de lojas, algo que ainda não foi feito, mas que elas precisam fazer de qualquer jeito", diz um executivo próximo a uma das consultorias contratadas. "Dá para juntar as operações e, ao mesmo tempo, avaliar novos ativos e comprar, desde que isso seja feito com equipes independentes e com objetivos claros", diz Antonio Coriolano, sócio da RetailConsulting. Comandada pro André Sá, a BR Pharma iniciou em 2011 um processo de integração dos negócios adquiridos, mas a empresa foi mais ativa que as concorrentes na busca de novos negócios. Sá tem cuidado de cada compra pessoalmente e passou um ano em conversas com o controlador da rede Sant'ana, José Sant'ana, o "Zezinho". O comando da BR Pharma sabe que tinha que se movimentar para não perder espaço no setor.
Os seus maiores negócios só foram fechados nos últimos quatro meses - compra da Big Ben e da Sant'ana, que somaram quase 250 lojas às 986 unidades (franquias e próprias) da BR Pharma "Não são estratégias comparáveis [BR Pharma, DPSP e Raia Drogasil]. Elas estão em regiões diferentes e estão em momentos diferentes", diz Coriolano. A BR Pharma não atua no Sudeste.
Fontes ligadas à BR Pharma contam que a empresa tomou medidas para integrar as operações, apesar do foco em novas aquisições. A BR Pharma contratou Carlos Dutra (ex-Drogasil) há um mês e meio, e Flavio Sanchez (ex-Ambev) no ano passado, para cuidarem da integração comercial e administrativa, respectivamente.
Com a aquisição da Sant'ana, a BR Pharma se descolou da Raia Drogasil no ranking das maiores cadeias de drogarias em número total de pontos. A diferença, de cerca de 100 lojas, pulou para 200 - a Sant'anna soma 101 lojas na Bahia. O número referente à soma total de lojas próprias da empresa (a BR Pharma possui franquias e pontos próprios), atingiu 627 unidades - superando a Pague Menos, com 500 farmácias hoje.

Promotoria solicita R$ 5,6 bi de suposto cartel cimenteiro
Folha 14.02.2012 - O Ministério Público do Rio Grande do Norte entrou com ação na Justiça contra seis cimenteiras e três associações acusadas de formação de cartel.
A Promotoria pede R$ 5,6 bilhões -a título de indenização- e mais um percentual do faturamento de cada empresa, que pode chegar a 30%.
A ação objetiva indenizar os consumidores prejudicados pelo suposto cartel. Os recursos serão recolhidos ao Fundo de Direitos Difusos, do Ministério da Justiça.
A ação se baseou em investigação da Secretaria de Direito Econômico e pede a condenação da Votorantim Cimentos, Camargo Corrêa Cimentos, Cimpor, Holcim, Itabira Agro Industrial (Nassau) e Cia de Cimento Itambé, além de associações do setor. A Camargo Corrêa diz que não foi notificada e que respeita a lei. As demais empresas não se pronunciaram.

Alemanha quer ampliar parcerias na área de infraestrutura com o Brasil
JCRJ 14.02.2012 - O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, defendeu nesta segunda-feira (13), durante seminário promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a ampliação das parcerias com o Brasil na área de infraestrutura. Segundo ele, esta é uma das estratégias adotadas pelo país para contornar a crise econômica europeia.
“Com 80 milhões de habitantes, a Alemanha é pequena e não tem nada de minérios. Nossos recursos naturais são o nosso saber e a nossa criatividade”, disse o ministro ao mencionar a importância de o Brasil ter tanta matéria-prima. “No campo da infraestrutura, temos excelentes ofertas ao Brasil, não apenas de infraestrutura na forma como é feita há 30 ou 40 anos. Penso também nas redes digitais, onde há ainda tanto a se fazer, e na área de energias renováveis”, acrescentou. Westerwelle argumenta que os países que se desenvolverem no setor de energias renováveis “estarão na ponta e serão as lideranças no mundo”. Ele citou o Brasil como “um dos países que também apostam” nesse tipo de energia. A área de transportes foi uma das mais destacadas pelo ministro alemão. “Na última visita que fiz ao Brasil, em conversa com o então presidente Lula, apresentei algumas propostas para o Trem de Alta Velocidade [TAV]. A oferta ainda está de pé. O que oferecemos é estrutura de ponta principalmente para a área ferroviária e de transportes aéreo. Temos infraestrutura excelente na Alemanha. Talvez uma das melhores do mundo”, argumentou. Muitas dificuldades econômicas e financeiras, segundo ele, já foram superadas pela Alemanha. “Hoje, nossa economia é caracterizada pelas pequenas e médias empresas, que são a coluna vertebral do nosso país. A situação no mercado de trabalho é a melhor desde a nossa unificação, e a força das dívidas [dos países membros da comunidade europeia] poderia ser ainda maior caso tivessem surgido em um momento no qual a Alemanha não tivesse a força que tem para assumir as responsabilidades que assumiu.”
Westerwelle considera que a crise do endividamento virou crise de confiança, mas ressalta que a moeda comunitária é estável e com histórico de sucesso. Ele avalia que as taxas de câmbio e de inflação na Europa estão estáveis, e que o euro está em pé de igualdade com o dólar, a ponto de se tornar a segunda moeda de reserva. “Sabemos, portanto, da grande responsabilidade que implica o papel de nossa moeda e, por isso, fomos obrigados a ajudar tanto os bancos.” “Estamos cientes das preocupações acerca da dívida europeia. O Brasil tem experiência própria com dívida e sabe bem disso. A crise da dívida é uma crise de liquidez que acabou se transformando em crise de confiança. Se houver maior liquidez no mercado, os problemas serão resolvidos”, disse o ministro ao reiterar que contribuições, como as feitas pela Alemanha, “evitarão repetir o agravamento da crise”. As garantias financeiras, estimadas em mais de 200 bilhões de euros, terão boa parte financiada pela Alemanha (22 bilhões de euros). O custo total da crise, acrescentou Westerwelle, deverá beirar os US$ 1 trilhão, incluindo os valores destinados ao resgate de países vizinhos.

Justiça concede liminar que favorece renovação de concessões em portos
Valor 14.02.2012 - A Justiça determinou, em primeira instância, que a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) publique a resolução que permite a renovação dos contratos portuários anteriores a 1993. A liminar concedida pelo juiz substituto da 3ª Vara Federal, Bruno César Apolinário, sustenta que um parecer da Advocacia-Geral da União "expressa anuência com a redação do ato a ser publicado". A decisão é do dia 25 de janeiro e estipula que a Antaq edite a resolução em até 30 dias. A decisão é em primeira instância. Cabe recurso.
O pedido de liminar foi protocolado pela Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), que tem entre suas associadas empresas cujas concessões estão vencidas ou prestes a expirar. São 77 terminais - o equivalente a quase um quarto das 326 instalações portuárias arrendadas no país - espalhados por 15 portos.
Em julho de 2011, a AGU publicou um parecer admitindo que os contratos assinados antes da Lei dos Portos (8.630/93) sejam prorrogados pelo prazo máximo igual ao originalmente pactuado. O objetivo é permitir sua adequação à lei, reduzindo as diferenças em relação aos arrendamentos firmados depois da lei. Apoiada no parecer da AGU, a diretoria da Antaq aprovou, em 29 de setembro de 2011, uma minuta de resolução para regular as prorrogações, mas o texto nunca foi publicado. Na liminar, o juiz afirma que "não há razão plausível para o retardamento na promulgação do novo ato".
"Nós aguardamos praticamente dois meses e resolvemos impetrar o mandado de segurança para suprir uma omissão. Depois que o processo decisório dentro da agência se encerra, o que ela decidiu tem de ser publicado", explica o advogado Igor Sant'Anna Tamasauskas, do escritório Bottini & Tamasauskas Advogados, um dos que representam a ABTP na ação.
Em matéria do dia 19 de janeiro, o Valor destacou que a resolução esbarrou na Casa Civil, que defende a relicitação dos terminais uma vez finalizado o prazo de arrendamento. A posição da pasta foi acompanhada pelos ministérios dos Transportes, da Fazenda e do Planejamento, e pela Secretaria dos Portos (SEP). "O parecer da AGU é cristalino. Temos uma decisão do poder judiciário federal no sentido de que esses terminais arrendados têm direito à adaptação dos contratos", diz Wilen Manteli, presidente da ABTP. Para ele, se o governo acena com a intenção de renovar as concessões do setor elétrico, faz mais sentido ainda pensar o mesmo para o setor portuário. "Se fosse pensar em licitar, iríamos ter o famoso apagão elétrico. Agora, no sistema elétrico precisa haver alteração na lei para que a renovação seja feita. No portuário, não. A Lei dos Portos prevê esse direito".
Até 1993, a operação portuária pelo setor privado limitava-se quase a um contrato de locação de área. A Lei dos Portos instituiu a necessidade de licitação para essa operação e limitou o tempo de concessão em até 50 anos. Antes dela, os arrendamentos eram feitos sem leilão e podiam ser sucessivamente renovados. O novo marco regulatório impôs ainda critérios mais rígidos para a concessão, como a movimentação mínima de carga, e determinou que os contratos antigos fossem adaptados a ela no prazo de 180 dias, por meio da incorporação das novas cláusulas. Entre elas, estava a possibilidade de prorrogação por uma única vez, por prazo máximo igual ao originalmente contratado. O governo, porém, não conseguiu adaptar todos os contratos no período.
Procurada, a Casa Civil disse que a AGU "posicionou-se a favor de realizar licitações". Questionada sobre a suposta diferença de tratamento do governo entre as concessões elétricas e portuárias, não se manifestou. A Antaq não retornou até o fechamento desta edição.

Gasoduto da BA receberá R$ 184,6 milhões para ampliação
Folha 14.02.2012 - A Bahiagás (Companhia de Gás da Bahia) vai investir R$ 184,6 milhões nos próximos três anos para ampliar o gasoduto do Estado em 170 quilômetros.
Neste ano, serão aplicados R$ 52,9 milhões. Em 2013 e 2014, serão R$ 65,5 milhões e R$ 66,2 milhões, respectivamente. Todo o capital aportado será da própria companhia.
"A expansão faz parte de um programa da empresa de interiorizar as linhas", diz o presidente da companhia, Davidson Magalhães.
O gasoduto do Estado tem hoje 650 quilômetros e está em 23 cidades. Em três anos, deve estar em 45, segundo Magalhães.
As principais regiões que irão receber os novos dutos são a Sul e a Sudoeste. "Devemos abastecer os centros industriais de Ilhéus e Vitória da Conquista e a rede hoteleira de Porto Seguro."
Ainda de acordo com Magalhães, a expansão acompanha o projeto do Estado de desconcentrar a indústria da região de Salvador.
O governo da Bahia tem 17% da empresa. O restante é da japonesa Mitsui e da Gaspetro, subsidiária da Petrobras.

Emocionada, nova presidente afirma que sua gestão à frente da Petrobras será de continuidade
JCRJ 14.02.2012 - A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou em seu discurso de posse que dará continuidade à gestão de José Sergio Gabrielli, que esteve à frente da companhia por oito anos. A primeira mulher no mundo a comandar uma empresa de petróleo, disse que se sente preparada para os desafios que o cargo demanda, e que vai seguir metas claras. “O plano de negócios 2011-2015 da companhia define para onde vamos e como e quando atingiremos nossas metas”, declarou. Graça reiterou, ainda, que a Petrobras vai defender o interesse dos acionistas minoritários da companhia, ponto que, segundo analistas, está um pouco de lado e que deveria fazer parte da pauta da petroleira. A presidente da República, Dilma Rousseff, afirmou que a empresa estará em boas mãos com a administração de Graça, pois ela saberá dar segmento às conquistas que a Petrobras obteve sob regência de Gabrielli – período classificado por ela como um dos mais profícuos na existência da companhia. “A Petrobras é estratégica dentro do Brasil, sobreviveu a todos os ventos privatistas, e hoje exerce papel fundamental em nosso modelo de desenvolvimento. Não abriremos mão de exigir conteúdo local nas encomendas da petroleira”, destacou Dilma. Segundo a presidente, a estratégia de produção de equipamentos com alto nível de nacionalização é vencedora, pois induz o desenvolvimento de diversos setores industriais no País.
“É importante destacar que isso ocorre sem prejuizo no desempenho da empresa e aos acionistas, aos quais a Petrobras deve retribuir com rentabilidade. A companhia deve investir no Brasil porque ele é sua fonte de energia e seu maior mercado”, complementou, lembrando que Brasil e Petrobras são parceiros.
Gabrielli, baiano e integrante do Partido dos Trabalhadores (PT), se despediu do cargo agradecendo à Dilma e ao ex-presidente da República Luiz Inácio da Silva pela confiança. Ele se disse triste por deixar a empresa onde aprendeu muito e conheceu boas pessoas, mas feliz pelas conquistas que obteve enquanto presidente e por deixar o cargo nas mãos de uma profissional de extrema capacidade.
Antes de fazer a troca simbólica do crachá da presidência da Petrobras, Gabrielli citou dez feitos que considerou relevantes no período, como a autosuficiência em petróleo, a expansão do investimento em refino, e a consolidação de gás e energia, diretoria antes ocupada por Graça. O ex-presidente da companhia agradeceu, ainda, o apoio do governador da Bahia, Jaques Wagner, estado para o qual deverá retornar, e onde vai exercer algum cargo estratégico na administração pública, para depois, possívelmente, se candidatar a um cargo político.

Estrangeiros aumentam pressão sobre Totvs e Bematech
DCI 14.02.2012 - Duas das maiores empresas de tecnologia da informação (TI) no Brasil, Totvs (software) e Bematech (terminais de pagamentos) vivem momentos parecidos em termos de pressão por conta da concorrência, mas em situações distintas. A Totvs, por exemplo, vê o aumento do apetite de empresas como a alemã SAP e a americana Oracle na área de software para a área financeira. Segundo Guilherme Bujes, diretor de Vendas e Marketing da SAP Brasil, o País se destaca acima dos emergentes. "Passaremos a trazer mais produtos para cá", disse. Já a Bematech, fabricante de terminais financeiros como impressoras fiscais, tem de se adaptar às exigências do fisco para concorrer no mercado financeiro, e resolveu ampliar a sua atuação em outras áreas, ao adquirir a CMNet Soluções, voltada a tecnologia a hotéis.

Redes sociais para investidores lutam para ganhar espaço
Valor 14.02.2012 - Rodrigo Terni, executivo-chefe da Meivox: "As pessoas querem encontrar outros usuários e comparar as estratégias".Sucesso entre investidores do mercado de capitais no exterior, principalmente nos Estados Unidos, onde parte da população está habituada a trabalhar com capital de risco, o modelo de rede social para a área financeira começa a lutar por mais espaço no Brasil. O número de redes com esse perfil no país ainda é baixo, mas a expectativa é que a procura por esse tipo de site de relacionamento aumente à medida que mais pessoas façam investimentos nas bolsas de valores.
Lançada no começo deste mês, a Meivox é uma das redes sociais para investidores desenvolvidas no Brasil. No site - criado pelos empresários Fernando Terni (ex-executivo da Nokia e da Schincariol), Fábio Schaffer e Rafael Lee - em vez de fotos ou comentários sobre o dia a dia, o objetivo é que os usuários divulguem negociações de ações. A partir dessas informações, a Meivox elabora rankings das ações mais negociadas pelos integrantes da rede e também dos usuários que tiveram melhor desempenho.
Apesar de relatar as operações em bolsa, os usuários da rede social não precisam informar os valores investidos. O que a pessoa faz na rede social também não está, necessariamente, associado ao "mundo real". Para registrar a compra de uma ação no site, por exemplo, não é preciso ter comprado de fato aquele ativo, basta a simulação.
A estratégia do site é ter gráficos convencionais sobre os principais índices de ações associados aos rankings elaborados a partir de informações dos usuários. "É uma mistura da análise tradicional de mercado com o sentimento dentro da rede social", afirma Rodrigo Terni, executivo-chefe da Meivox. O investimento inicial para criação do site foi de R$ 500 mil.
Mas por que alguém bem-sucedido no mercado de capitais teria interesse em divulgar sua estratégia em uma rede social? Segundo Terni, mesmo quem já é veterano no mercado financeiro gosta de ter uma segunda opinião. "As pessoas querem encontrar outros usuários e comparar as estratégias", diz. O uso da Meivox é gratuito, mas, futuramente, quem quiser receber o sinal da Bovespa em tempo real terá de pagar entre R$ 25 e R$ 35 por mês. Uma das redes sociais com que a Meivox terá de disputar usuários é a Tapix, lançada em setembro de 2011. Ao contrário da Meivox, que é mais parecida com o Facebook, a Tapix foi desenvolvida com base no conceito de microblog e tem um perfil mais próximo do Twitter.
Um dos maiores desafios da rede social para investidores é firmar parcerias com as corretoras de valores para conseguir mais usuários. "Elas tentam manter os clientes dentro dos fóruns privados", explica Marcelo Mayworm, fundador da Tapix e engenheiro de softwares da Bolsa de Valores de Nova York. A Tapix não cobra mensalidade dos usuários. Atualmente, a maior parte da receita vem de publicidade, mas o site tem planos de criar outras fontes de recursos. "Queremos que profissionais cadastrados na CVM [Comissão de Valores Mobiliários] passem a vender análises e relatórios através da rede social", explica Mayworm. Nesse caso, os profissionais terão de repassar para o site cerca de 5% do valor recebido.  Já no caso da Guiainvest, a opção foi por reunir elementos do Facebook e do Twitter. "Pegamos o que era bom em cada um deles e o que fazia sentido para uma rede social de investidores", explica André Fogaça, sócio- fundador do site. Na Guiainvest, cada ação negociada na Bovespa tem uma página e, "seguindo" o perfil do ativo, é possível receber todas as informações publicadas referentes a ele. A receita da Guiainvest é baseada em  publicidade, mas a rede social também tem uma parceria com a XP Corretora e ganha um percentual sobre a venda de produtos financeiros, como carteira de ações e fundos de investimento.

Executivos mudam de área para aproveitar a bola da vez do Brasil
Valor 14.02.2012 - Sérgio Friedheim deixou uma diretoria da Motorola para atuar pela primeira vez com marketing esportivo na Alpargatas.Com a realização de eventos como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada em 2016 no Brasil, a profissionalização do setor esportivo deixou de ser uma tendência para se transformar em um movimento acelerado.
O aquecimento da área está criando oportunidades em clubes, confederações e empresas patrocinadoras. Consequentemente, atrai profissionais com carreiras que até então passavam longe dos estádios, dispostos a entrar em um mercado novo e que, muitas vezes, representa uma grande paixão.
Sérgio Friedheim já havia sido diretor de cinco diferentes áreas na Motorola quando recebeu a oferta para assumir a gerência de marketing de artigos esportivos da Alpargatas. A decisão não foi fácil, mas o executivo viu na proposta uma oportunidade única. "Saí da minha zona de conforto e achei o desafio muito estimulante", diz. Em setembro do ano passado, deixou a diretoria de 'retail e trade marketing' para a América Latina e uma carreira de 14 anos na área de telecomunicações para cuidar das marcas Topper, Rainha e Mizuno na nova empresa.
A equipe de Friedheim, que dobrou de tamanho para 13 pessoas desde que ele entrou, tem a missão de aumentar o espaço das três marcas, já tradicionais no esporte brasileiro. "Queremos fortalecer a Topper no futebol, relançar a Rainha e entrar com a Mizuno em outros esportes", explica. Atualmente, a Topper patrocina os times do Grêmio, do Atlético Mineiro, a Federação Paulista de Futebol e a Confederação Brasileira de Rugby, além de ter fechado recentemente com a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro.
Ainda que os fundamentos do marketing sejam os mesmos, Friedheim diz que cada área tem suas particularidades e que atuar em um segmento novo faz com que ele aprenda mais a cada dia.
A principal diferença, de acordo com o gerente, é lidar com a paixão do consumidor. "A relação com o cliente é muito mais emocional do que no caso de outros produtos". Esse fator também contribuiu para sua decisão de apostar na nova área. Friedheim, que é corredor e nadador, conta que recebe críticas amigáveis dos colegas por ser o único corintiano da equipe, mas que está satisfeito por lidar com um assunto que desperta reações calorosas dos consumidores. "É muito gratificante trabalhar com marcas que trazem alegria para as pessoas, que criam momentos positivos", ressalta.
O carioca Vinicius Costa também deixou uma carreira de mais de uma década em uma multinacional para apostar no setor esportivo. "Vi a posição de gestor de esporte como carreira do futuro e resolvi investir", explica. De formação técnica, ele entrou na Siemens como estagiário. Em onze anos, formou-se engenheiro de telecomunicações e passou a ser o responsável pela área de assistência técnica de equipamentos hospitalares para a América Latina.  A carreira em Y, no entanto, o fez perceber que suas oportunidades na empresa haviam se tornado restritas e, em 2009, tomou a decisão de mudar de área. O esporte foi a resposta mais fácil, por ser uma paixão cultivada desde cedo.  Costa passou os últimos dois anos em um período de transição, durante o qual fez pós-graduação em marketing no Ibmec e MBA em gestão e marketing esportivo na Trevisan Escola de Negócios, além de ter participado de diversos eventos sobre o assunto, onde conheceu outros profissionais da área. Em julho do ano passado, deixou a Siemens para ser supervisor administrativo do futebol de base do Flamengo, o time do coração.  "Foi uma decisão arriscada", admite. Ele deixou uma carreira estável - além de um salário maior e mais benefícios - para apostar em um futuro incerto, já que o trabalho em clubes de futebol também costuma envolver questões políticas. "Estou confiante no mercado e sei que a experiência em um time como o Flamengo contará muito no futuro", explica.
Na opinião de Costa, o mercado de trabalho vai ter cada vez mais espaço para profissionais com formação na área. "A maioria das pessoas que atua nos clubes trabalha lá há 30 anos. É preciso se adaptar à nova realidade", afirma. Até ferramentas triviais em ambientes corporativos como o e-mail ainda não eram tão difundidas no clube. Embora torça para o time onde trabalha, Costa acha que esse tipo de exigência está acabando. "Assim como qualquer outro setor, eles querem os melhores profissionais", diz.
Além da Copa e da Olimpíada, especialistas destacam eventos como a Copa das Confederações e torneios de federações como responsáveis por abrir espaço para a profissionalização do segmento. "Antes, o esporte no Brasil não buscava uma gestão profissional. Hoje isso existe, mas ainda é incipiente", explica John Alton, sócio da Deloitte. Responsável por projetos relacionados a grandes eventos esportivos, ele diz ter percebido um movimento grande das federações em busca de trabalhos de consultoria.
"O esporte é um produto que o Brasil precisa exportar para o mundo", diz Rodrigo Vianna, diretor da Hays. O consultor diz perceber uma busca ainda mais forte na área de marketing esportivo, com novas empresas surgindo para atender a demanda e grandes companhias recrutando profissionais com experiência. "É um caminho sem volta. Já existe muito espaço e a tendência é que o mercado continue aquecido por bastante tempo", diz.
Formado em ciência da computação, Marcelo Claro sempre procurou aliar tecnologia e marketing na vida profissional. Há três anos, encerrou um trabalho como gerente administrativo e financeiro em uma empresa de biotecnologia e considerou uma mudança de carreira. Conversando com amigos do segmento esportivo, viu a oportunidade de investir na área que sempre gostou. "Adoro esporte desde criança, dos mais tradicionais até os pouco conhecidos no Brasil", revela.
Entre 2009 e 2010, cursou o MBA em gestão e marketing de entidades esportivas da Anhembi Morumbi, em São Paulo. Ao mesmo tempo, lançou a própria empresa de marketing e consultoria voltada para o setor. Atualmente, é diretor executivo no G4 Aliança Paulista, uma associação que reúne os quatro principais times da capital paulista - Palmeiras, Santos, São Paulo e Corinthians, para o qual torce.
A escolha por uma especialização na área é um caminho comum para quem quer apostar no mercado. Nos últimos anos, além de terem ganhado espaço como opção de pós-graduação e educação executiva, os cursos de gestão esportiva receberam pessoas interessadas com formação em áreas não relacionadas ao esporte.
Libia Lender Macedo, coordenadora do MBA cursado por Claro na Anhembi Morumbi, diz que houve mudanças no perfil do aluno que busca o curso, criado em 2008, e que possui parceria com o time espanhol Real Madrid. "Antes eram apenas profissionais de educação física, administração ou turismo. Hoje, recebemos gente de áreas diversas como publicidade, jornalismo e até engenharia", diz.
Além do aquecimento do mercado brasileiro atualmente, Libia acredita que após os eventos de 2014 e 2016 os profissionais com experiência terão ainda mais oportunidades no exterior, com a realização de grandes eventos em países com pouca tradição esportiva como o Qatar.
O gestor da Trevisan no Rio de Janeiro, cidade que oferece o MBA em gestão e marketing esportivo desde 2009, Ricardo Mathias, diz que a profissionalização do setor sempre foi um processo necessário. "Nossas primeiras turmas eram formadas por pessoas que já trabalhavam com o esporte, mas hoje os alunos têm formações diversas", diz.
Em São Paulo, onde a Trevisan oferece o curso desde 2000, o coordenador Antonio Paulo Terassovich diz que nos últimos três semestres as turmas aumentaram de 25 para 40 alunos. A escola tem planos de oferecer duas turmas a partir da segunda metade de 2012.
Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Gestão do Esporte, Geraldo Campestrini, já existe um movimento para a criação do curso de graduação na área. Embora o Brasil possua 800 cursos de educação física, não há registro de nenhum voltado para a gestão esportiva. Na China, por exemplo, há um programa do tipo para cada curso de educação física. "A única forma de a gestão esportiva se solidificar é trabalhar esse tema desde a graduação", explica.
O aquecimento do mercado atraiu até instituições estrangeiras como a Australian College of Physical Education (ACPE), que existe há mais de cem anos no país que sediou a Olimpíada de 2000 e possui campus dentro da vila olímpica de Sydney. Integrante do grupo de ensino superior Study Group, presente no Brasil desde 2006, a universidade decidiu investir no país no ano passado, com a oferta de cursos de graduação e pós-graduação em assuntos como 'sports business' e performance de atletas.
Além disso, recebe estudantes brasileiros em programas de intercâmbio de um ou dois semestres. O gerente regional de recrutamento no Brasil, John O'Connor, diz que está apostando na profissionalização da área no país. "Já vimos esse movimento acontecer na Austrália e estamos esperando que ocorra o mesmo no Brasil nos próximos anos", afirma.

Bônus como percentual de receita deve acabar
Valor 14.02.2012 - Os pacotes de bônus baseados em modelos de participação, bastante usados em tesourarias e áreas comerciais de bancos, tendem a desaparecer, segundo Eduardo Prado, analista sênior especializado em instituições financeiras da Towers Watson, consultoria que estrutura políticas de remuneração.
No sistema de participação, o banco separa, por exemplo, 10% da receita gerada pela área de negócio e distribui como bônus anual aos profissionais.
"Isso provavelmente vai se extinguir. E os bancos terão que usar um modelo baseado não em um percentual de receita, mas no estabelecimento de metas e objetivos", afirma o especialista, que está acompanhando a adaptação de algumas instituições à resolução 3.921 do CMN.
Segundo Prado, o impacto será muito grande. "Todo mundo deixa as coisas para a última hora. E apesar de a resolução ser de novembro de 2010, muitos bancos só começaram a se mexer no segundo semestre de 2011."
O texto da regulamentação diz que os limites de que no mínimo 50% da remuneração variável deve ser paga em ações e que 40% da parcela variável deve ser diferida se restringem aos conselheiros e diretores estatutários.
Mas a resolução estabelece diretrizes que valem para todos os pagamentos, por isso o impacto deve ser notado também em outros níveis hierárquicos.
Segundo a norma, o cálculo da remuneração variável deve levar em conta não apenas o desempenho da unidade de negócios, mas também o resultado geral da instituição (evidenciado pelo lucro líquido recorrente) e a avaliação individual. Devem entrar na conta também os riscos assumidos para obtenção desses resultados, o que torna improvável o uso da receita como métrica de referência para o pagamento de bônus.
A importância de se levar em conta os riscos assumidos para o pagamento da remuneração de todos os escalões dos banco é reforçada pelos casos em que operadores de mesa de tesouraria, aparentemente sozinhos, provocaram perdas de bilhões de euros para o banco francês Société Générale e para o suíço UBS.
Ao falar de como ficará a vida dos administradores dos bancos, o especialista da Towers Watson diz que as instituições estão aumentando os salários fixos, já que a regra do diferimento de 40% da remuneração reduz o valor pago no curto prazo. Como consequência, no entanto, ele diz que pode haver uma redução do pacote total. "Imagine que antes 70% da remuneração era variável (no risco). Se for diminuir para 60% ou 50%, vai ter uma troca e a remuneração total vai ser menor. Os bancos estao fazendo esse tipo de ajuste", explica Prado. Isso deve ocorrer não apenas para manter a "liquidez" do executivo como também pelo espírito da resolução, que é de diminuir o apetite por risco. A determinação de regras e limites para a remuneração de executivos de bancos é uma consequência de decisões tomadas em 2009 pelo G-20 e pelo Financial Stability Board, que foram seguidas pelo Banco Central. A autoridade monetária brasileira considera que a estrutura da remuneração de executivos de instituições financeiras nos Estados Unidos e em alguns países da Europa foi um dos fatores determinantes, entre vários outros, para a crise financeira internacional que eclodiu em 2008.
O BC disse que o Brasil não teve os mesmos problemas e exageros vistos no exterior na área de remuneração, mas decidiu adotar uma regulamentação para o tema para evitar que os casos como aqueles se repitam no país. Durante o período em que a norma ficou em audiência pública, houve discussão se a regulamentação, tal como proposta na minuta, seria um fator inibidor ou incentivador de risco.
Mas o Banco Central lembra que no texto final foi retirada a obrigatoriedade de que 40% da remuneração "dos administradores e dos empregados cujas ações tenham impacto material sobre a exposição ao risco" fosse variável, conforme constava do texto original. Se isso fosse mantido, alguns bancos que sequer pagam bônus teriam que começar a fazê-lo.
Ainda assim, começa a se questionar no exterior se a remuneração por meio de opções de compra de ações alinha de fato o interesse do administrador ao do acionista das empresas.
Segundo um especialista ouvido pelo Valor, é preciso ter bastante cuidado no desenho desses planos para que eles não sejam desvirtuados. A existência de desconto no preço do exercício das opções é um dos fatores que provocam o desalinhamento. Ao ter direito de comprar os papéis a um preço mais barato que o de mercado, o executivo ganha recursos mesmo que as ações fiquem estáveis ou até mesmo caiam até a data de exercício. A concessão de pacotes gigantes de opções também pode ser um problema. Se em um única outorga de opções o executivo ganhar uma bolada suficiente para nunca mais se preocupar com dinheiro, ele deixa de ter o estímulo de retenção na companhia, que seria um dos motivos para se ter um plano de opção de ações.

Vendas no varejo têm crescimento de 1,6% em dezembro
Brasil Econômico 14.02.2012 - No mês, setor de veículos, motos e peças teve expansão de 3,3%. A receita nominal do varejo teve expansão de 1,2% no mês.  As vendas no varejo brasileiro tiveram expansão de 1,6% em dezembro, frente ao mês anterior. O resultado repetiu a expansão observada no mês anterior.
No mês, tiveram destaque os setores de materiais para escritório, informática e comunicação (6,9%), veículos, motos e peças (3,3%) e móveis e eletrodomésticos (2,6%).
A receita nominal do varejo teve expansão de 1,2% no mês.
Considerando o varejo restrito, que exclui os setores automotivo e de materiais de construção, o volume de vendas teve expansão de 0,3% em dezembro, frente a 1,2% no mês anterior.
O dado foi influenciado pelo setor de supermercados e hipermercados, que recuou 1,7%.
Com o resultado, o comércio varejista teve expansão de 6,6% em 2011, frente ao ano anterior.
No ano, os destaques foram o setor de veículos, motos e peças (6,1%), materiais para escritório, informática e comunicação (19,6%) e artigos farmacêuticos, médicos e perfumaria (9,7%).
Em 2011, a receita nominal do varejo teve expansão de 9,4% frente ao ano de 2010.

Gol confirma que estuda emissão de bônus perpétuos
Valor 14.02.2012 - A Gol confirmou hoje que está estudando realizar uma oferta de bônus perpétuos. A companhia não mencionou qual seria o valor dessa emissão, dizendo apenas que os recursos obtidos com a oferta serão destinados “para fins corporativos gerais”, refinanciamento de dívida e reforço do capital de giro. Os bônus perpétuos não terão data de vencimento fixa, podendo ser resgatados, total ou parcialmente, em três anos. A Gol será a garantidora da operação. Ontem, circulavam informações de que o banco JPMorgan teria sido contratado pela companhia para acertar reuniões com investidores em bônus a partir de hoje. Com a maior valorização do pregão, as ações preferenciais (PN, sem direito a voto) da Gol dispararam na segunda-feira. Os papéis PN da empresa subiram 9,85%, para R$ 13,60, com giro financeiro de R$ 62,8 milhões. O valor de mercado da Gol aumentou em R$ 375 milhões, para R$ 3,860 bilhões.

Ações da CSN podem atingir a resistência, em R$ 18,85
Brasil Econômico 14.02.2012 - No fechamento de ontem (13/2), os papéis da siderúrgica valorizaram 1,57%, aos R$ 18,16.  As ações da CSN (CSNA3) podem chegar na sessão desta terça-feira (14/2) ao ponto de resistência (ponto que, se superado, indica a possibilidade de continuidade de movimento de alta da ação) que é de R$ 18,85, caso a tendência de alta de confirme. No fechamento de ontem (13/2), os papéis da siderúrgica valorizaram 1,57%, aos R$ 18,16, se afastando assim do suporte (patamar que, se perdido, aponta para uma chance de queda em sequência) que é de R$ 17,73.
Além disso, as ações da companhia podem seguir rumo ao objetivo de R$ 28,75. "Persistindo as altas, as ações podem rumar a estes valores", destacou Márcio Noronha, analista da Gradual Investimentos. Neste ano, até o dia 10, os papéis tiveram valorização de 18,16%.
Recentemente, a CSN definiu, por meio de sua subsidiária CSN Steel, a compra por € 482,5 milhões, dos ativos do grupo Gallardo.
A empresa também efetuou emissão adicional de bônus no valor de US$ 200 milhões, por meio de sua subsidiária integral CSN Resources. A operação foi realizada através da reabertura dos bônus de US$ 1 bilhão, a uma taxa de juros de 6,5% ao ano e vencimento em julho de 2020.
Quanto ao Ibovespa, Noronha acredita que o índice paulista pode entrar em novo movimento de alta. "A correção pode ter terminado e se observarmos a pontuação de 66.383 pontos, teremos a retomada em direção aos 70 mil nas próximas sessões", comentou.

Brasil Foods faz joint venture para atuar no mercado chinês
Brasil Econômico 14.02.2012 - Joint venture pode representar volumes acima de 140 mil toneladas e receitas de aproximadamente US$ 450 milhões.
A Brasil Foods (BRF) anunciou nesta terça-feira (14/2) joint venture com a Dah Chong Hong Limited (DCH), garantindo atuação na China.
A operação visa a distribuição dos produtos no mercado chinês, processamento local, desenvolvimento da marca Sadia no país e alcance dos canais varejo e food service (serviço de comida industrializada para restaurantes) na China Continental, Hong Kong e Macau.
A BRF Foods comunicou em maio de 2011 que estava em discussões com a empresa chinesa.
A joint venture prevê a participação de 50% para a BRF e 50% para a DCH, com abrangência em produtos in natura e processados, com foco na geração de capacidade e a operação no mercado local.
A empresa brasileira será encarregada pela produção, suporte técnico e marketing dos produtos a serem comercializados.
Enquanto isso, a chinesa vai se concentrar na cadeia de suprimentos e distribuição das operações, serviço de processamento e embalagem e serviços gerais de suporte de operação durante a fase inicial de transição.
A BRF estima que a joint venture represente volumes acima de 140 mil toneladas e receitas de aproximadamente US$ 450 milhões, no primeiro ano, com investimentos em capital de giro.
A DCH configura-se como um dos maiores distribuidores de automóveis, alimentos e produtos de consumo na China e Hong Kong, com estrutura para distribuição de resfriados e congelados.

Daycoval vê lucro 27% maior no quarto trimestre
Brasil Econômico  14.02.2012 -O patrimônio líquido totalizou R$ 1,952 bilhão ao final do trimestre.
O Banco Daycoval registrou lucro líquido de R$ 90,7 milhões entre outubro e dezembro de 2011, aumento de 27,9% na comparação com os mesmos meses do ano anterior.
Em 2011, a instituição lucrou 11,1% a mais, em ritmo anual, saindo de R$ 274,7 milhões para R$ 305,1 milhões.
A receita de operações de crédito somou R$ 376,9 no quarto trimestre de 2011, mostrando crescimento de 28,1% em relação a igual época de 2010.
A carteira de crédito do banco, por sua vez, foi contabilizada em R$ 7,724 bilhões no último trimestre do ano passado, o que significou expansão de 38,8% sobre o mesmo período de 2010.
Enquanto isso, o patrimônio líquido totalizou R$ 1,952 bilhão ao final do trimestre, e o retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) ficou em 18,8%.
Por fim, o índice de Basileia saiu de 19,9% no quarto trimestre de 2010 para 16,5% em igual período de 2011.

BB não tem interesse em comprar fatia do Bradesco na Cielo
Exame 14.02.2012 - BB também descarta fechar capital da operadora, ao contrário da rival Redecard, controlada pelo Itaú. Cielo: operadora continuará dividida entre o Bradesco e o BB, se depender do banco estatal.
O Banco do Brasil descartou qualquer interesse em comprar a participação do Bradesco na operadora de cartões de crédito Cielo.
Diferente do Itaú, que fez uma oferta para comprar a fatia dos acionistas minoritários da Redecard e assim fechar o capital da empresa, o BB descartou a possibilidade de adotar a mesma estratégia. "A operação vai continuar como está. A Cielo vai permanecer como uma companhia de capital aberto", afirmou Aldemir Bendine, presidente do BB, nesta terça-feira, em coletiva com a imprensa.
Na semana passada, o Itaú fez uma oferta para comprar a participação dos acionistas minoritários na Redecard. Segundo o Itaú, a decisão da companhia de fechar o capital da Redecard tem como finalidade ganhar eficiência.

Brasil Insurance aprova meta de R$ 200 mi para aquisições
Exame 14.02.2012 - Empresa de corretoras de seguros ressalta também que propostas de fusão devem ser desconsideradas.
Entre os produtos que a Brasil Insurance oferece estão seguros saúde e odontológico. A Brasil Insurance, empresa de corretagem de seguros, aprovou o valor de 200 milhões de reais como meta para as aquisições durante o ano de 2012, mostra um comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A empresa ressaltou também que as propostas de fusão da companhia devem ser desconsideradas “em virtude das perspectivas de crescimento da empresa”.Entre os produtos que a Brasil Insurance oferece estão seguros saúde e odontológico, seguros de carros e de frotas de grandes riscos, garantias e seguros de riscos. A companhia é composta atualmente por 26 corretoras.

Parada em Sudbury não reduz produção de níquel, diz Vale
Exame 14.02.2012 - Empresa deve retomar até o final de fevereiro a normalidade de suas operações na região, em Ontário. A companhia afirma que está gradualmente retomando as operações. A Vale não espera nenhum impacto na produção anual de níquel refinado como resultado da parada temporária em suas minas de Sudbury, no Canadá, informou a empresa nesta terça-feira. A companhia deve retomar até o final de fevereiro a normalidade de suas operações na região, em Ontário, onde suspendeu atividades após acidente no final de janeiro que provocou a morte de um trabalhador. O funcionário, Stephen Perry, morreu após o desmoronamento de rocha na mina Coleman, da Vale. A companhia afirma que está gradualmente retomando as operações de suas minas subterrâneas em Ontário.
A Vale informou no dia 6 de fevereiro que começou a retomar as operações em suas cinco minas de níquel e cobre em Sudbury após suspender operações na semana anterior.

Lucro do Banrisul cai 1,30% no 4º trimestre de 2011
Folha 14.02.2012 - O Banrisul, banco público do Estado do Rio Grande do Sul, registrou uma queda do lucro líquido de 1,30% no quarto trimestre do ano passado na comparação com o mesmo período do ano anterior, com resultado de R$ 227 milhões ante R$ 230 milhões em 2010. Na comparação com o resultado do trimestre imediatamente anterior (R$ 239 milhões), houve uma queda do lucro líquido de 5,02%. Ao se considerar todo o ano de 2011, entretanto, o lucro líquido do Banrisul totalizou R$ 904 milhões, 22% maior do que os ganhos acumulados em 2010, que foram de R$ 741 milhões.
A carteira de crédito total do banco cresceu 19,73% ao longo do ano passado, para R$ 20,393 bilhões. No último trimestre de 2011, o avanço da carteira foi de 3,76%.
O índice de inadimplência (para dívidas superiores a 60 dias) ficou em 2,76% no final do quarto trimestre, mesmo percentual para o consolidado do ano. No terceiro trimestre de 2011, o indicador atingiu 2,88%, e no fim de 2010, era de 2,45%.  O banco gaúcho aumentou em R$ 216 milhões as provisões para operações de crédito entre dezembro de 2010 e dezembro 2011, totalizando R$ 1,318 bilhão ao fim do ano passado.
No final de janeiro, o Banrisul definiu o preço de um lançamento de US$ 500 milhões em títulos emitidos no exterior, com rendimento ao investidor de 7,5% ao ano.

Pátria entra no mercado de energia elétrica
Folha 14.02.2012 - O Pátria Investimentos, parceiro no Brasil da gigante global de "private equity" (de aplicação em empresas) Blackstone, entra no mercado energético local, adquirindo 50% de uma comercializadora, a Capitale Energia. O valor da operação não foi revelado.
A Capitale, que compra energia de geradoras e revende para clientes como indústrias, foi criada em meados de 2010 e, em 2011, faturou R$ 215 milhões com a venda de 3.240 GWh -total suficiente para abastecer a cidade de Guarulhos (SP) por um ano.  A iniciativa do Pátria é mais um sinal do interesse crescente de instituições financeiras no mercado de energia brasileiro -mais especificamente, em empresas comercializadoras.
Em 2010, o BTG Pactual, de André Esteves, comprou 100% da Coomex, uma das maiores comercializadoras de energia independentes do país, com faturamento anual de R$ 500 milhões à época.
"Há um grande potencial no mercado livre de energia do Brasil. No exterior, em países como Estados Unidos, as principais comercializadoras pertencem a grandes grupos do setor financeiro", diz Luiz Otávio Magalhães, sócio do Pátria.  O chamado mercado livre de energia nasceu no país em 1995, mas ganhou força a partir do apagão de 2001.
O racionamento que foi feito gerou sobra de energia que passou a ser negociada por comercializadoras a valores até 50% abaixo do que no mercado regulado (formado pelas distribuidoras, como Light e Eletropaulo).
Hoje, há cerca de 20 negociadoras independentes. E com a oferta total de energia muito próxima à demanda, os preços no mercado livre já não são tão menores: entre 10% e 20% mais baixos, mas compensam para quem compra grandes quantidades.  Na avaliação da Capitale, o mercado livre, que representa 27% de toda a energia comercializada no país, pode chegar a 40% pelas regras atuais, que permitem a entrada de empresas de médio porte, como shoppings, com conta de luz de pelo menos R$ 50 mil por mês (o equivalente a uma carga de 500 kW).
"E, se as regras mudarem [permitindo a entrada de grupos menores] -e há discussões para isso-, a fatia pode chegar a 50%", afirma Daniel Augusto Rossi, sócio da companhia.
Risco: Mas analistas alertam para o risco do abastecimento via mercado livre.
Como o sistema energético do Brasil é 80% baseado em hidrelétricas -diferentemente do que ocorre em outros países, como os EUA-, uma seca prolongada ou uma falha no fornecimento de gás da Bolívia poderia fazer o preço da energia disparar.  "É preciso ver se as comercializadoras estão preparadas para garantir os contratos nesses casos", diz o consultor Roberto D'Araújo.

Carga tributária de bebidas é superior a 40%
MonitorMercantil 13.02.2012 - Curtir o Carnaval poderia ser algo mais prazeroso se não fosse o tamanho da mordida do Leão nas bebidas, item de maior tributação no período da principal festa do Brasil. Um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), divulgado nesta semana, aponta que a cerveja em lata e garrafa tem carga tributária de 55,60%. Já o refrigerante em lata tem alíquota de 46,47%, enquanto o de garrafa tem 44,55%. Nem a água mineral consegue escapar das garras do Fisco e tem 44,55% do valor total do produto revertido aos cofres públicos.
O presidente da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), Fernando Rodrigues de Bairros, comenta que os mais prejudicados com a alta carga tributária são os pequenos e médios fabricantes, responsáveis por mais da metade dos empregos diretos e indiretos do segmento.
Segundo ele, esses empresários estão tendo várias dificuldades para se manter no mercado, uma vez que a alta carga tributária favorece as multinacionais e cria concorrência desleal com as grandes indústrias do segmento. "Existe consenso dentro do setor que a carga tributária deve ser modificada urgentemente. Entretanto, há vários interesses conflitantes de diversos agentes envolvidos, o que vem dificultando nossas negociações".
Bairros afirma que os impostos federais são os que mais prejudicam o setor. "Se não houver mudanças urgentemente, será impossível manter a competitividade e os pequenos e médios fabricantes na atividade. As alíquotas das grandes corporações são muito próximas as taxas cobradas das empresas que se enquadram no Simples Nacional. Enquanto isso, o pequeno fabricante tem carga tributária digna de grande empresa, ou seja, uma grande distorção".

NEC compra participação majoritária na argentina Global View
Valor 14.02.2012 - A fabricante japonesa de equipamentos de telecomunicações NEC Corporation anunciou a aquisição de 85% de participação acionária da Global View S.A., empresa argentina voltada à oferta de serviços de vigilância por vídeo. O valor da aquisição é mantido em sigilo pelas companhias.  Com a compra, a Global View S.A. torna-se subsidiária da NEC Corporation e passa a operar como NEC Latin America. De acordo com a NEC, a aquisição faz parte da estratégia da companhia para expandir os serviços na área de segurança e reforçar a operação na América Latina.  A companhia registrou um prejuízo fiscal de US$ 1,1 bilhão no terceiro trimestre fiscal encerrado em dezembro e anunciou um plano de reestruturação global para cortar custos, o que incluirá a demissão de 10 mil empregados. Os cortes não incluem a operação na América Latina.

Fraca demanda por algodão e madeira reduz lucro da Olam em 12%
Valor 14.02.2012 - A Olam International registrou um recuo de 12% no lucro no segundo trimestre fiscal, na esteira do desaquecimento da demanda internacional por algodão e madeira.
Segundo relatório apresentado pelo grupo, que tem entre os seus proprietários a Temasek, de Cingapura, a receita líquida sofreu uma retração de US$ 145,4 milhões para US$ 128,5 milhões nos três meses encerrados em dezembro. Concorrentes como a Glencore International e a Noble Group também tiveram o lucro afetado pelo mau desempenho de suas operações com algodão.
"Este foi um período pouco comum", disse Sunny Verghese, CEO da empresa, em entrevista à imprensa. "A maior parte do setor desapontou".
Os ganhos da Olam foram puxados para baixo pelo braço de matérias-primas, que sozinho registrou uma queda de 29% no período, para US$ 35,1 milhões, na comparação com o segundo trimestre do último ano fiscal. O segmento, que representa 22% das vendas da Olam, inclue algodão, lã, borracha, madeira e fertilizantes. "É um setor muito sensível aos ciclos econômicos", disse Verghese.

Carteira de financiamento de veículos cresce 23% em um ano
Folha 14.02.2012 - O saldo de financiamento de veículos novos e usados por meio de CDC atingiu R$ 172,9 bilhões em dezembro, com crescimento de 23,2% em um ano, de acordo com os dados divulgados nesta terça-feira pela Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras).  Essa modalidade respondeu por metade das formas de pagamento de automóveis e comerciais leves em 2011. Já as vendas à vista representaram 38% do total.  A carteira de leasing --escolhido por outros 5%-- mantém a trajetória de declínio, com queda de 39,3% nesse intervalo, para R$ 27,7 bilhões.
A taxa de inadimplência, considerando atrasos acima de 90 dias, em operações de CDC chegou a 5% do saldo da carteira de crédito, ante 2,5% no final de 2010.
"O consumidor nem sempre está suficientemente bem informado antes de assumir um financiamento, esquecendo-se de que o veículo acarreta outras despesas além da prestação mensal, como IPVA, combustível, pedágio e custos com manutenção periodica", afirma Décio Carbonari de Almeida, presidente da Anef.
Para os bancos, destaca o executivo, "não é interessante reaver o bem devido à inadimplência, já que, na maior parte das vezes, os veículos retomados chegam depreciados, com débitos de IPVA e multas.
O levantamento mostrou ainda que a média dos planos de venda a prazo oferecidos aos clientes foi de 41 meses em dezembro, ante 44 meses em 2010.

Vendas baixas em supermercados prejudicam varejo
Estadão 14.02.2012 - Volume de vendas no segmento subiu 4% no ano passado, o pior desempenho desde 2005.
O volume de vendas de supermercados e hipermercados subiu 4% em 2011, o resultado mais fraco desde 2005 (2,1%). Aumentos de preços dos alimentos no início do ano, por conta de commodities mais caras no primeiro semestre, aliados a problemas climáticos que originaram choques de oferta, levaram ao enfraquecimento na variação, segundo o gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Pereira. "Como esta atividade tem o maior peso na composição do varejo restrito, isso (a alta menos intensa) segurou o avanço no volume de vendas em 2011", acrescentou o especialista. O IBGE divulgou nesta terça-feira que as vendas no varejo restrito subiram 6,7% no ano passado. A piora no desempenho de hipermercados e supermercados também ajudou a diminuir o ritmo de avanço no volume de vendas do varejo restrito na margem (em relação a mês imediatamente anterior), que saiu de 1,2% para 0,3% de novembro para dezembro. Somente nesta atividade houve queda de 1,7% no volume de vendas, em dezembro contra novembro.
Outro ponto destacado por Pereira foi a ascensão da nova Classe C. Ele lembrou que estas famílias, ao experimentar renda mensal mais elevada, deixam de considerar alimentos como principal item em seu orçamento doméstico, e passam a diversificar compras. Isso, na prática, diminuiu o consumo de alimentos, o que atinge em cheio as vendas de supermercados e hipermercados.
Fiel da balança: O comportamento do varejo restrito nacional poderia ter sido pior, não fosse a trajetória favorável de móveis e eletrodomésticos. O volume de vendas desses setores no comércio varejista subiu 16,6% no comércio restrito em 2011. Embora tenha sido mais fraca do que a elevação em 2010 (18,3%), a alta se posicionou muito acima da média do varejo restrito nacional no ano passado (6,7%). "Podemos dizer que esta atividade ajudou muito a manter em alta as vendas do comércio varejista no ano passado", avaliou Pereira.
O especialista lembrou os movimentos de incentivo tributário lançados pelo governo, que reduziu impostos em produtos da chamada linha branca, como geladeiras e fogões, no ano passado. "Isso reduziu preços e estimulou compras", comentou.
Sinal vermelho: O volume de vendas de veículos, motos, partes e peças no mercado varejista ampliado subiu 6,1% no ano passado, o pior resultado desde 2005, quando fechou o ano com alta de 1,5%. Para o gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, ocorre uma "saturação" nas vendas de automóveis.
Ele lembrou que muitos consumidores aproveitaram o ano de 2010 para trocar de carro, aproveitando a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos flex autorizada pelo governo naquele ano - que deixou os automóveis mais baratos. Ao longo de 2011, ficou visível o fato de que o brasileiro já tinha efetuado movimento de renovação de frota no ano anterior. "É incomum alguém trocar de carro todo o ano. O que temos agora é uma parada no consumo, um arrefecimento", avaliou.

Sacchelli avalia ativos na Venezuela, Argentina e Chile
Valor 13.02.2012 - Wagner Sacchelli, superintendente da empresa, diz que é possível fechar ao menos uma compra ainda neste semestre.A Aços F. Sacchelli, maior distribuidora nacional de aços especiais para construção mecânica e parceira exclusiva da usina italiana ABS no país, traçou metas ambiciosas para 2012. Além da expectativa de erguer uma nova fábrica no segundo semestre, a empresa, que é dona do maior estoque de aços especiais do mercado brasileiro e recentemente entrou no mercado de produtos acabados, se prepara para internacionalizar a operação.
De acordo com o superintendente da distribuidora, Wagner Sacchelli, o destino é o Mercosul e já há conversas com potenciais alvos. "Estamos olhando ativos na Venezuela, Argentina e Chile", conta o executivo. A companhia já tem em mãos a avaliação por fluxo de caixa de três empresas estrangeiras e está aguardando o resultado das auditorias contábeis (due dilligence) para dar continuidade às negociações. É possível que ao menos uma compra seja efetivada ainda no primeiro semestre. Conforme Sacchelli, a meta é entrar no novo mercado e rapidamente alcançar a posição de liderança - ou ao menos o segundo lugar. "Todas são empresas muito bem posicionadas e queremos manter a posição que já temos no Brasil", afirma. A aquisição será concretizada com recursos próprios, porém a empresa não divulga o quanto poderá desembolsar na transação.
Para 2012, a Sacchelli projeta crescimento de 15% nas vendas - o faturamento da empresa gira em torno de R$ 150 milhões por ano - e planeja investir R$ 20 milhões somente no primeiro semestre. Na segunda metade do ano, em razão dos planos da nova fábrica, os aportes devem subir para R$ 26 milhões. "Esses R$ 20 milhões do primeiro semestre referem-se apenas aos aportes em infraestrutura", ressalta o executivo.
Em uma frente, a empresa vai ampliar as instalações da unidade de distribuição de Jacareí (SP) em 6 mil metros quadrados, o que possibilitará a acomodação de estoques superiores. Em outra, vai remodelar a matriz, em Guarulhos (SP). Como resultado, os estoques de aço, que hoje estão em 45 mil toneladas, chegarão a 60 mil toneladas.
No ano passado, quando a distribuidora investiu R$ 41 milhões, foram comercializadas 41 mil toneladas de aço, das quais 31 mil toneladas importadas. A maior parte desse aço veio da parceira ABS - o aço estrangeiro restante foi proveniente dos Estados Unidos e Coreia, entre outros países. Para este ano, a Sacchelli já se comprometeu a importar aos menos 35 mil toneladas de aço. "Se o mercado se mantiver sob as condições atuais, estimamos crescimento de 15%. Mas, se o ambiente melhorar, esse índice será maior", adianta.
Duas das principais apostas para este ano são o segmento de óleo e gás e a agricultura - a Sacchelli fornece aços especiais para confecção de peças, máquinas e equipamentos que serão utilizados nessas indústrias. A distribuidora também vê potencial de crescimento na área de produtos acabados. Em Jacareí, a Sacchelli começou a produzir, no ano passado, peças acabadas como trefilados, descascados e retificados. "São peças de maior valor agregado. Trata-se de um mercado bastante pulverizado e vamos buscar a liderança em pouco tempo", conta.
Além da melhora em volume, o executivo acredita que os preços do aço passarão por um ajuste - para cima. Em sua avaliação, as siderúrgicas nacionais estão muito pressionadas em razão do "custo Brasil". "Não é interessante para o meu negócio que o aço nacional fique mais caro. Mas é preciso admitir que, neste momento, a siderurgia está apertada demais", diz.

Cerâmica Portinari
Folha 13.02.2012 - A Cerâmica Portinari está investindo R$ 18 milhões em máquinas. Com os novos equipamentos, a capacidade da fábrica passará de 6,7 milhões de m2 para 9,2 milhões.

Guerra dos portos volta à mira da Justiça
DCI 13.02.2012 - Outra faceta da guerra fiscal, a chamada "guerra dos portos", voltou à tona neste começo de ano. Desde 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF), ao conceder 14 ações de inconstitucionalidade (Adin), dá sinais de que benefícios fiscais oferecidos por alguns estados brasileiros, sem aprovação no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), não serão tolerados, inclusive aqueles dados às importações em portos brasileiros. Com a expectativa de que as compras externas irão aumentar em 2012, diferentemente das exportações, industriais liderados por São Paulo, lutam para que uma solução seja tomada o mais breve possível.
De acordo com estudo divulgado ano passado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), de 2001 para 2010, a "guerra dos portos" impediu a economia brasileira de crescer 0,6%, além de que um total de 771 mil novos empregos foi perdido com essa disputa. Se as concessões continuarem, a Fiesp estima que mais 859 mil vagas de trabalho deixarão de ser geradas.
A pesquisa aponta que os estados que concedem benefícios fiscais nas importações são: Santa Catarina, Pernambuco, Paraná, Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Sergipe, Espírito Santo e Alagoas. O ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero afirma que as duas unidades da federação que se tornaram mais conhecidos foram Santa Catarina e Espírito Santo.
"Essa é uma situação absurda porque além dos chineses já terem uma série de vantagens e pagarem carga tributária pequena, juros baixos e câmbio atrativo, eles não pagam o que os demais pagam. Ou seja, o produto similar àquele que está entrando por Itajaí, se vier de São Paulo ou do Rio Grande do Sul, paga ICMS. O produto chinês não paga".

Brazil Pharma compra 70% da Sant'ana Drogaria
Brasil Econômico 13.02.2012 - A operação resultará em aumento de capital no valor de R$ 150 milhões.
A Brazil Pharma informaou nesta segunda-feira (13/2/) que fez um acordo de investimento para a aquisição de ações da Sant'ana Drogaria Farmárcias, por R$ 347 milhões.
A aquisição foi realizada por meio da Farmais, controlada pela Brazil Pharma. Desde modo, a Farmais comprou 70% do capital da Sant'ana, pelo valor de R$ 347 milhões.
Do montante, R$ 247 milhões foram pagos à vista e R$ 100 milhões vão ser retidos para garantir o pagamento de eventuais contingências.
Segundo comunicado, em uma segunda etapa do processo, a Farmais vai incorporar 30% das ações remanescentes da Sant'ana.
Após esse procedimento, será realizada assembléia geral extraordinária sobre a incorporação das ações.  A operação resultará em aumento de capital no valor de R$ 150 milhões, com a emissão de 15 milhões de novas ações que serão entregues à Sant'ana.

Vale pode mostrar ponto de compra hoje
Brasil Econômico 13.02.2012 - Desde dezembro de 2011, as ações preferenciais série A da mineradora (VALE5) vem melhorando o desempenho
A Vale tem a possibilidade de mostrar ponto de compra nesta segunda-feira (13/2). Isso se a ação romper R$ 42,91 (máxima alcançada na última sexta-feira) neste pregão.
Desde dezembro de 2011, as ações preferenciais série A da mineradora (VALE5) vem melhorando o desempenho e, após sete pregões seguidos de valorização, começam a apontar uma tendência de alta.
"No entanto, desde a última quarta-feira as ações vêm acompanhando o Ibovespa e registram movimento de realização de lucros", afirma Daniel Marques, analista gráfico da Ágora Corretora. Na sexta, ao alcançar esta máxima os papéis mostraram o chamado sinal de fundo, o que significa que o processo de queda pode ter chegado
ao fim. "Mas ainda é uma possibilidade, já que a ação precisa romper a máxima de R$ 42,91", enfatiza Marques.
Se esta estimativa se confirmar neste pregão, o especialista alerta que a ação está pronta para ser comprada. Com isso, a resistência (o ponto que, se superado, indica a possibilidade de continuidade de movimento de alta da ação) passa a ser de R$ 44,30, que também é o valor máximo do ano. "Se for rompido o próximo objetivo passa a ser R$ 45". O suporte - patamar que, se perdido, aponta para uma chance de queda em sequência - é de R$ 42,40. "Mas isso só se voltar a subir hoje passa a ser considerado". Para os investidores que já estão comprados no papel o patamar para se proteger de perdas (stop) fica sendo R$ 40,50. "É longe, faltam mais de R$ 2."

Autossuficiência é meta de longo prazo em adubos
DCI 13.02.2012 - O volume de cloreto de potássio importado cresceu 57% em 2011; o de fosfato de amônia, 140%; e o de ureia, 85%, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Em resumo, os macronutrientes primários, indispensáveis na fabricação de adubos, responderam pelo maior déficit na balança comercial do setor químico-industrial: US$ 8,7 bilhões no ano passado, quase o dobro do valor apurado em 2010 (US$ 4,8 bilhões). E o Brasil continua sem perspectivas de chegar a autossuficiência na produção de fertilizantes, apesar do governo federal já a ter fixado como meta para 2020 . Na semana passada, finalmente, a Vale concluiu negociações com a Petrobras para o arrendamento da unidade de carnalita, de onde extrairá o potássio, uma dos principais insumos de fertilizantes com investimentos totais de R$ 4 bilhões. Ela projeta uma produção de 3,4 milhões de toneladas /ano até 2015, quando deverá completar o projeto.
E mesmo assim o quadro é sombrio. O mercado de insumos agrícolas não vê possibilidades de autossuficiência em adubos no País. "A autossuficiência, se um dia for alcançada, será no longuíssimo prazo", afirma o executivo Paulo Ricardo Schuch, da Yara Brazil Fertilizantes - braço brasileiro da multinacional norueguesa do segmento. "O agricultor não está disposto a pagar mais pela produção local".
Em janeiro deste ano, o principal item da pauta de importação em produtos químicos diz respeito aos intermediários para fertilizantes com compras acima de US$ 560 milhões, um aumento de 11,9%, na comparação com igual período do ano anterior.

Uatt tem plano agressivo de expansão no País
DCI 13.02.2012 - O boom do mercado de construção civil e o maior poder aquisitivo da população brasileira foram os impulsionadores do faturamento de empresas especializadas na comercialização de presentes.
Um dos players no mercado nacional, a Uatt, no segmento há cerca de nove anos, viu seu faturamento triplicar de 2008 para cá. Só em 2011, a rede que possui 30 lojas espalhadas pelo Brasil faturou R$ 62 milhões. Para este ano, a meta é a de abrir 40 novas lojas, sendo seis no primeiro semestre no eixo Rio de Janeiro e São Paulo.

Rodobens volta a pisar no acelerador
Estadão 13.02.2012 - Depois de abrir o capital e cometer uma série de erros, incorporadora foi obrigada a fazer 'parada técnica' para corrigir a rota. Enquanto boa parte das incorporadas pisa no freio para arrumar a casa, a Rodobens Negócios Imobiliários acelera. Não é que a empresa tenha passado ilesa pelos problemas comuns às grandes companhias do setor - muitas cresceram rápido demais, perderam o controle dos custos e precisaram parar para se reestruturar. A Rodobens diz que já fez a lição de casa e agora está pronta para voltar a crescer. A decisão de reestruturar a companhia veio após uma série de erros. Os sintomas de que a empresa não ia bem apareceram no fim de 2010. A Rodobens Negócios Imobiliários chegou a um nível de endividamento acima de 100% do patrimônio líquido, patamar perigoso para uma empresa do setor imobiliário.
A ânsia pelo crescimento levou a uma sequência de decisões que sangraram o caixa da companhia. Um dos principais problemas foi a dificuldade da empresa em se adequar aos parâmetros da Caixa Econômica Federal, o grande financiador de empresas e clientes na área de habitação popular, o foco da Rodobens. Com projetos fora do padrão do banco, a empresa não conseguiu aproveitar plenamente os benefícios do crédito associativo, modalidade pela qual a Caixa financia a obra. Assim, a incorporadora consegue antecipar pagamentos que clientes fariam no decorrer da construção. Fora desse sistema, a incorporadora arca com custos da obra, que são maiores do que os valores que têm a receber dos clientes nesse período. E só depois que o empreendimento estiver pronto os clientes são repassados para o banco. Há, portanto, um consumo de caixa.
Na hora de vender, a empresa também errou. Muitas vezes aceitou clientes que não se enquadravam no padrão de renda exigido pela Caixa Econômica para receber financiamento habitacional. Sem conseguir a aprovação de crédito para a casa própria, muitos devolveram as unidades à construtora. O estoque cresceu e trouxe novos custos.
"Para atuar na baixa renda, principalmente dentro do programa Minha Casa, Minha Vida, é fundamental que a sintonia com a Caixa funcione muito bem", avalia o analista da corretora Banif, Flavio Conde. A Rodobens tinha cerca de 95% dos seus lançamentos focados no programa habitacional. Mas os problemas não pararam por aí. O orçamento das obras tinha falhas e os custos saíram maiores que o previsto. Sem conseguir antecipar seus recebíveis, a Rodobens precisou de crédito e se endividou.
"A empresa tinha muitos recebíveis, mas pouco caixa. Não tinha liquidez", afirma o sócio da Fama Investimentos e conselheiro da Rodobens, Maurício Levi. "O aprendizado foi que a gestão do caixa é o mais importante em uma empresa imobiliária. É o sangue da companhia", diz.  Decisão de mudar. Quem apontou a necessidade de se fazer uma "parada técnica" para reestruturar a empresa foram os minoritários, diz Mailson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda, que é membro do conselho da Rodobens. "Mas a decisão de mudar foi aceita por unanimidade entre os membros do Conselho."
A primeira decisão foi brecar. A Rodobens lançou em 2011 apenas R$ 472 milhões em VGV (valor geral de venda, a soma do preço das unidades lançadas), 60% a menos que em 2010.
O início do processo de reestruturação foi a contratação do executivo Marcelo Borges como diretor financeiro, em dezembro de 2010. Ele trouxe à Rodobens uma experiência de 15 anos no mercado financeiro e coordenou a transformação. Em julho, foi promovido a diretor-presidente. A Rodobens foi a fundo na missão de arrumar a casa. Contratou duas auditorias especializadas em engenharia para revisar todos os seu projetos. Foi aí que encontrou um rombo R$48,9 milhões, que levou a empresa a revisar seu resultado do terceiro trimestre. Em vez de lucro, assumiu prejuízo de R$ 18,9 milhões.
A partir do resultado dessa "operação pente fino", a empresa decidiu vender projetos considerados pouco rentáveis. Com a venda de três deles, levantou R$ 274 milhões e reforçou o caixa. A reestruturação conseguiu reduzir o nível de endividamento para 65% no terceiro trimestre de 2011, último dado disponível.
Retorno. Mas a transformação não parou nas questões financeiras. A companhia buscou corrigir problemas de gestão e revisou sua estratégia. Antes de voltar a crescer, a Rodobens reforçou a equipe responsável pelos repasses à Caixa Econômica Federal e decidiu diversificar o perfil de lançamentos. Em vez de só lançar imóveis focados no programa Minha Casa, Minha Vida, a incorporadora vai estruturar projetos com unidades acima de R$ 200 mil. "Estamos em um momento de incertezas. Não me surpreende que eles foquem em um mercado mais seguro. O Minha Casa é um nicho de alto risco, elevado volume e margens baixas", diz um concorrente.
Com o novo formato, a empresa quer voltar aos níveis de 2010. Em entrevista à Agência Estado, O presidente da empresa disse que a companhia deve superar R$ 1 bilhão em vendas em 2012. Ao Estado, porém, Borges não quis dar entrevista. Para os analistas da corretora Planner, a estratégia da Rodobens de encolher para se reorganizar e só depois voltar a crescer foi acertada. "A melhor interpretação não é a de que eles dobrarão os lançamentos neste ano. Eles cortaram pela metade em 2011 e estão voltando agora ao que eram", avalia a corretora.
Além de ampliar lançamentos, diz a Planner, a empresa terá de vender mais para convencer os analistas. Seu valor de mercado, hoje de R$ 514 milhões, é metade do valor verificado no fim de 2007, ano em que abriu o capital. Resta saber se, depois de toda a faxina e com R$ 1 bilhão em lançamentos, a Rodobens voltará a ser uma empresa bilionária.

Ações de despejo em São Paulo disparam em janeiro
Brasil Econômico 13.02.2012 - Falta de pagamento continuou liderando o ranking das ações de despejo.
O número de ações de despejo iniciou 2012 em alta, revelou nesta segunda-feira (13/2) o Sindicato da Habitação (Secovi-SP).
Em janeiro foram protocoladas 1.406 ações, representando o maior volume para o mês desde 2009, quando tinham sido registradas 1.522 ocorrências.
Neste sentido, a quantidade de ações em janeiro cresceu 20,58% na comparação com igual período de 2011 (1.166 processos).
Já em relação a dezembro, mês em que foram contabilizadas 1.042 ocorrências, a alta atingiu 34,93%. O Secovi destacou que a falta de pagamento continuou liderando o ranking das ações de despejo. No primeiro mês do ano foram 1.097 ações, correspondendo a 78,02% do total. Para Roberto Akazawa, gerente do Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, ainda é cedo para afirmar que há uma modificação na tendência de queda das ações locatícias apenas com os resultados de janeiro. "O crescimento considerável de ações verificado no primeiro mês deste ano pode ser um fato pontual", analisa.

TCP planeja aquisições para ampliar atuação na região
Valor 13.02.2012 - Passado um ano desde a compra de 50% das ações pelo fundo de private equity Advent, a direção do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) entrou em 2012 com novas missões. Além da expansão em andamento, que inclui a compra de equipamentos e a construção de um novo berço de atracação de navios, foi criada recentemente uma gerência de novos negócios, para encontrar ativos que estejam na cadeia de suprimentos, como armazéns e transportadoras. O plano faz parte da meta de dobrar o faturamento da companhia em dois anos para, em 2014, ter condições de fazer uma oferta pública inicial de ações, se o mercado estiver favorável para a operação. O volume de movimentação de cargas do terminal cresceu 3% em 2011, na comparação com 2010, e chegou a 701 mil TEUS (contêineres de 20 pés), sendo metade referente a importação e metade a exportação. O faturamento subiu 16%, para R$ 331 milhões. "Não tivemos como crescer mais", explica o diretor superintendente, Juarez Moraes e Silva, sobre a necessidade de expandir a capacidade do terminal. Hoje, segundo o executivo, há demanda para 1 milhão de TEUs. Para 2012, o objetivo, classificado como "conservador", é conseguir aumentar o volume em 5% e o faturamento em 10%, porque a ampliação só terá realmente efeito em parte do exercício. Entre os alvos estão empresas localizadas não só no Paraná, mas no Mato Grosso, São Paulo e Santa Catarina
Silva, que atua no setor há 12 anos e foi mantido no cargo após a aquisição, conta que em 2011 as prioridades estavam na consolidação da nova governança corporativa e em antecipar investimentos, que vão somar R$ 185 milhões até 2013. A ampliação da estrutura foi dividida em duas fases e a primeira incluiu a compra de equipamentos que devem entrar em operação em março e vão ampliar a capacidade para 1,2 milhão de TEUs. A próxima fase prevê a construção de mais um berço (o terceiro) com 315 metros de comprimento, que ainda depende de licença ambiental, e a instalação de mais equipamentos, para chegar a 1,5 milhão de TEUs em 2013. "A licença deve sair nos próximos dias", prevê o executivo. Os principais produtos movimentados atualmente pelo TCP, em exportação, são carnes (frango é o carro chefe), produtos agroflorestais (madeira e papel), veículos e eletroeletrônicos. Na importação, lidera o segmento de veículos, seguido por químicos para a agricultura e alimentos. Com a expansão, a intenção é abrir espaço para novas linhas no terminal. E a intenção de fazer aquisições, segundo Silva, é para "fidelizar os clientes" e também enfrentar a concorrência com portos de Estados vizinhos, como o de Itapoá (SC), que começou a receber recentemente navios de grande porte.
Entre os alvos estão empresas localizadas não só no Paraná, nas proximidades do TCP, mas também no Mato Grosso, interior de São Paulo e Norte de Santa Catarina, que fazem parte da área de influência do terminal. O executivo não revela detalhes sobre o assunto, mas garante que alguma compra deve acontecer ainda em 2012. Além do fundo Advent, que desembolsou R$ 835 milhões pelo negócio, o TCP tem como sócios a Soifer Participações (24%), a Pattac (7%), a Tucuman (7%), a Maritim (5%) e a Galigrain (5%).

Buscapé apresentará novos dados contra Google
Folha 13.02.2012 - O comparador de preços Buscapé deve apresentar nos próximos dias mais documentos à SDE (Secretaria de Direito Econômico) para reforçar a denúncia de abuso de poder do Google.  Em dezembro, o Buscapé entregou ao órgão dados que indicariam que o buscador prioriza seu próprio comparador de preços, o Google Shopping, na lista de buscas.  Nos novos documentos, o Buscapé deverá incluir o argumento de que o Google Shopping nem sempre apresenta os menores preços e, por isso, não poderia aparecer sempre nas primeiras posições.  Nos critérios de busca do Google, o resultado mais relevante, como um produto mais barato, deve aparecer antes.  Segundo pesquisa feita pelo Buscapé, o Google Shopping apresenta preços menores em apenas 2% dos casos.  O Google alega que seus critérios de exibição de resultados levam em consideração o interesse dos usuários e que a boa aceitação do Google Shopping o coloca de forma relevante na lista de resultados.
A SDE não comenta o caso.

Brazil Pharma faz acordo para comprar farmácias Sant'ana
Exame 13.02.2012 - Acordo para compra inclui o pagamento de R$ 347 milhões e posterior emissão de R$ 150 milhões em ações. O primeiro pagamento corresponde a 70% do capital total da Sant'ana.
A Brazil Pharma chegou a um acordo para comprar, via sua controlada Farmais, todas as ações da rede de farmácias Sant'ana mediante o pagamento de 347 milhões de reais e posterior emissão de 150 milhões de reais em ações, informou a companhia em fato relevante nesta segunda-feira. O primeiro pagamento corresponde a 70 por cento do capital total da Sant'ana. Do total, 247 milhões de reais serão pagos à vista e 100 milhões de reais serão retidos para garantir o pagamento de possíveis contingências, sendo o eventual saldo liberado após quatro anos. Em seguida, "dentro do menor prazo possível", a Farmais vai incorporar os 30 por cento restantes da Sant'ana, fazendo com os acionistas desta empresa se tornem sócios da Farmais. Após incorporação da Sant'ana pela Farmais, a Brazil Pharma fará uma assembleia geral extraordinária (AGE) para incorporar as ações e o patrimônio da própria controlada, "de forma a incorporar ao seu patrimônio a totalidade das ações de emissão da Farmais de titularidade dos vendedores".
Isso representará um aumento de capital no montante de 150 milhões de reais da Brazil Pharma, mediante emissão de 15 milhões de ações a serem entregues aos vendedores, com restrições de negociações por três anos.
O acordo foi feito na sexta-feira última, 10 de fevereiro. No mesmo dia, cada papel da Brazil Pharma fechou a 7,94 reais.
"Será oportunamente convocada uma AGE para deliberar a respeito da incorporação das ações da Farmais. Os acionistas da Brazil Pharma (...) que dissentirem da incorporação de ações da Farmais poderão exercer o direito de recesso", afirmou a rede de farmácias em fato relevante. A operação será submetida aos órgãos reguladores da concorrência no Brasil.

Primeira fábrica de Red Bull fora da Europa será no Brasil
Estadão 13.02.2012 - Líder mundial em energéticos, austríaca cresce 20% no País, onde produzirá 206 milhões de latas da bebida ao ano.
No ano passado, o mercado brasileiro consumiu 185 milhões de latas do energético Red Bull, importadas da Áustria, sede da empresa, ou da Suíça, onde a companhia também tem fábrica. Mas, em breve, parte dessa produção virá de Manaus, onde a fabricante de bebidas energéticas investirá R$ 509 milhões em três anos para construir sua primeira fábrica fora da Europa.
A nova unidade - a terceira da companhia - terá capacidade de produção de 64 milhões de litros (ou 206 milhões latas) no primeiro ano. Chegará a 73,7 milhões de litros no segundo e 85 milhões de litros no terceiro, conforme informações da Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Governo do Amazonas. A data da inauguração só será divulgada depois da avaliação do projeto pela Zona Franca de Manaus, que concede a empresas até 88% de redução no Imposto de Importação.
Mercado. O Red Bull foi o primeiro energético a chegar ao mercado nacional, em 1999. Desde então, a companhia vem acumulando crescimento ano após ano. Em 2011, o volume vendido foi 20% maior do que o alcançado em 2010. A marca Red Bull tem 48% do faturamento do mercado, de acordo com dados Nielsen para o mês de dezembro fornecidos pela fabricante. Em segundo vem o Burn, da Coca-Cola, com 18%. As marcas de preços mais baixos têm 25% de participação. Com vendas de R$ 500 milhões ao ano, o segmento tornou-se um dos mais promissores do mercado de bebidas, atraindo até a Ambev, maior cervejaria do País, que lançou no início de 2011 o seu Fusion Energy Drink. De capital fechado, a Red Bull é comandada por Dietrich Mateschitz, que fundou a companhia em 1987, depois de ter conhecido uma bebida à base de cafeína e taurina, em uma viagem à Tailândia. Para Mateschitz, um dos homens mais ricos da Áustria, o segredo da Red Bull está no posicionamento "não convencional" da marca, patrocinadora de eventos como o Red Bull Flugtag, uma competição de engenhocas que são um misto de carro alegórico com asa delta. No automobilismo, a empresa atua com duas equipes na Fórmula 1 , a Red Bull Racing e Scuderia Toro Rosso. No Brasil, a fabricante de energéticos é dona de um clube de futebol, o Red Bull Brasil, baseado em Campinas (SP), que conquistou em 2010 o título da série A3 do Campeonato Paulista. Só no Brasil, a Red Bull apoia mais de 10 atletas em diferentes modalidades, de surfe ao skate. Global. Mundialmente, a empresa vende seus energéticos e a Red Bull Cola (ainda não lançada no Brasil) em 164 países. No ano passado, 4,6 bilhões de latas de Red Bull foram vendidas globalmente - 11,4% mais que em 2010. O volume vendido no Brasil representa 4% do total. O faturamento da companhia aumentou em 12,4%, chegando a 4,2 bilhões em 2011. Tanto o total de latas vendidas quanto a receita foram recordes históricos para a companhia no ano passado.

Valor da companhia pode ser até 4 vezes maior, diz seu presidente
Valor 13.02.2012 - Fora da JBS, a Vigor Alimentos pode valer até quatro vezes mais do que hoje. A avaliação é do próprio presidente da Vigor, Gilberto Xandó, que prepara a abertura de capital da empresa de lácteos e sua retirada da maior companhia de proteínas animais do mundo. "A Vigor poderia valer de três a quatro vezes mais, pelo portfólio e a qualidade de seus produtos, pelas marcas que tem e por brigar em um mercado competitivo como São Paulo, onde tem uma liderança consolidada", afirmou o executivo em entrevista ao Valor.  Os controladores da JBS acreditam que podem ser mais bem remunerados pelo capital da Vigor se a empresa estiver fora da estrutura da multinacional. "Não sei qual será o preço de partida, mas tenho certeza que, em 12 meses, as ações da Vigor vão valer várias vezes mais do que no seu lançamento", disse Wesley Batista, presidente da JBS.
Ele afirma que a decisão foi amadurecida há menos de dois meses, "mas desde que assumi, em fevereiro [de 2011], sempre soube que a Vigor sozinha geraria mais valor para o acionista do que dentro da JBS".
O executivo acredita que o mercado não precifica a Vigor pelo valor adequado. "Quem compra uma ação da JBS, compra ação de uma companhia de carnes e processados. E praticamente ignora uma empresa que é uma joia para nós." Na última quinta-feira, a JBS tornou pública a intenção de desmembrar seu negócio de lácteos, que faturou R$ 1,2 bilhão em 2011, para lista-lo na BM&FBovespa. A multinacional também ofereceu a todos os seus acionistas a possibilidade de trocar papéis do frigorífico pelos que serão emitidos pela Vigor Alimentos.  Se aceitarem a oferta, os acionistas do JBS poderão realizar conversões até alcançar na nova Vigor a mesma participação que possuem hoje no capital do frigorífico. "Na hipótese de todos os acionistas aceitarem a oferta, a Vigor terá uma estrutura societária idêntica à do JBS", explicou Batista.. Quem aderir ao negócio terá uma queda de participação relativamente pequena no capital da JBS, já que a processadora de carnes vale aproximadamente 20 vezes mais do que a Vigor. Na bolsa, a JBS está avaliada em aproximadamente R$ 22 bilhões. Quando fechou seu capital, em 2009, a Vigor valia menos de US$ 1 bilhão. Mas caberá ao Conselho de Administração da JBS atribuir um valor para a Vigor, assim como definir o preço das ações na permuta.  As ações recolhidas pela JBS na operação serão extintas, mas o companhia ficará com os papéis da Vigor eventualmente rejeitados pelos acionistas. Assim, a JBS provavelmente será uma das sócias da empresa de lácteos.  Batista reitera que a holding da família, a FB Participações, que detém 43,2% das ações da JBS, fará as conversões necessárias para alcançar uma fatia semelhante na Vigor. A dúvida reside sobre o que fará o braço de participações do BNDES, que hoje detém cerca de 30% do capital do JBS. "O BNDES aprovou a operação, acha que o negócio cria valor para os acionistas, mas não sei ainda qual será a decisão deles", despista.Xandó espera que a estatal siga o mesmo caminho dos demais controladores. "É lógico que é importante eles entrarem. [O BNDES] é um parceiro de longo tempo do JBS, e seria muito bom que participassem também na Vigor", afirma. O BNDES não quis comentar sua possível adesão à Vigor. O Valor apurou, no entanto, que o banco estatal tomará uma decisão sobre a participação no capital da nova empresa assim que a JBS definir a relação de troca de ações - o que acontecerá apenas após o sinal verde da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Xandó disse ainda que a Vigor ainda não pensa em fazer captações na bolsa de valores. "Nem consideramos essa hipótese agora. O que queremos é consolidar o processo de abertura de capital. Num segundo momento, se precisarmos de recursos para ampliar o negócio, é claro que podemos pensar numa oferta de ações ao mercado", afirmou. O presidente da Vigor também disse que não teme expor a empresa na bolsa em um momento dominado por incertezas nos mercados financeiros. "Vem crise, vai crise, e continuamos a crescer. Não temos qualquer plano de atuar fora do país, e acreditamos que o Brasil ainda tem 20 a 30 anos de forte crescimento".

General Mills compra Yoki por R$ 2 bilhões
Exame 13.02.2012 - Sem sucessor, fundador da empresa familiar preferiu aceitar a oferta de compra. Além de pipoca, Yoki produz 610 itens diferentes, de salgadinhos a sucos prontos.
A General Mills acertou a compra da fabricante de alimentos Yoki por 2 bilhões de reais, segundo matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo de hoje. Conhecida no mercado por sua pipoca de micro-ondas, a empresa faturou cerca de 1,1 bilhão de reais em 2010. Com nove fábricas em seis Estados, a Yoki foi fundada por Yoshizo Kitano e está a venda porque não tinha sucessores e vivia uma rixa familiar. A empresa produz 610 itens diferentes, de salgadinhos a sucos prontos. A aquisição da marca é a primeira da General Mills ao Brasil por uma marca familiar desde 2009, quando vendeu a Forno de Minas para a família fundadora da empresa de Contagem (MG). Atualmente, é a quinta maior empresa de alimentos do mundo e o Brasil, onde atua desde 1996, comercializa apenas produtos importados, como barras de cereais e sorvetes Häagen-Dazs.

Refrigerantes perdem o gás e água de coco ganha espaço
Valor 13.02.2012 - As vendas de refrigerantes andam mornas nos Estados Unidos e a indústria de bebidas, de olho no próximo filão, tem aumentado suas apostas numa velha conhecida das praias brasileiras: a água de coco. Promovida como uma bebida esportiva natural que ajuda a reidratar corpos cansados, a água de coco está chegando a um número cada vez maior de prateleiras nos EUA, em caixas, latas ou garrafas. As vendas do varejo no país subiram quase US$ 400 milhões ano passado, de acordo com estimativas da indústria.
É uma minúscula parcela do mercado americano de bebidas não alcoólicas, que movimenta mais de U$ 100 bilhões, mas o segmento praticamente dobrou sua receita anual desde 2005 - com a ajuda de celebridades da música, modelos e atletas que fizeram propaganda da bebida, mesmo com o surgimento de processos relacionados à saúde.
A Vita Coco, líder em vendas de água de coco nos EUA, afirma que suas vendas mais do que dobraram em 2011, para quase US$ 100 milhões, a maior parte desse total nos EUA, sete anos depois que seu cofundador Michael Kirban começou, de patins, a fazer entregas para lojas em Nova York. A marca, controlada por uma empresa de capital fechado, espera atingir cerca de 55.000 lojas em todo o país até abril, mais do que o dobro alcançado em dezembro. A Coca-Cola Co. planeja exercer sua opção para comprar uma participação majoritária na Zico, a marca de água de coco número dois nos EUA em vendas. A operação deve acontecer nas próximas semanas, seguindo-se a um investimento de US$ 15 milhões na Zico em 2009. A Coca-Cola não revela o valor, mas a decisão de exercer a opção veio depois de a Zico atingir metas de vendas.
A receita da Zico quintuplicou ano passado, diz Deryck van Rensburg, que comanda a unidade de novos empreendimentos da Coca-Cola
Mark Rampolla, o fundador da Zico de 42 anos, diz que a marca, em rápida ascensão, reduziu em 2011 a distância em relação à Vita Coco, que controla entre um terço e metade do mercado nos EUA, de acordo com estimativas da indústria. Ele espera um outro empurrão da Coca-Cola, que tem ajudado a dobrar a distribuição da Zico este ano.
A PepsiCo. Inc., ao mesmo tempo, está iniciando este ano a distribuição da O.N.E., terceira no ranking do mercado, depois de comprar uma participação majoritária na empresa, em 2010, por uma quantia não revelada. A Naked, linha de sucos da PepsiCo., ocupa a posição número 4 em vendas de água de coco. A água de coco, com sua cor clara e sabor levemente doce, é vendida como um meio natural de reidratação, rica em eletrólitos, particularmente potássio, que previnem as câimbras. Há muito tempo popular no Brasil, a água de coco não contém gordura, ao contrário do leite de coco, que é extraído da polpa de cocos mais maduros. A água de coco também tem menos calorias do que a maioria das bebidas com frutas. Com os volumes de venda de refrigerantes encolhendo há mais de cinco anos nos EUA, a Coca-Cola e a PepsiCo. estão cada vez mais dispostas a comprar participações em novos segmentos e novas marcas, antes que cresçam muito e se tornem muito caras. A ciência por trás da água de coco é nebulosa. Um estudo acadêmico da Malásia, publicado em 2002, constatou que a água de coco fresca é um meio de hidratação efetivo, com "menos náusea, menos sensação de estômago cheio e nenhuma indigestão" quando comparada com bebidas à base de carboidratos e eletrólitos ou mesmo água pura. Mas uma empresa privada americana que testa produtos de consumo, a ConsumerLab.com, divulgou ano passado que algumas amostras da Vita Coco e da O.N.E. testadas pela empresa tinham muito menos sódio, um importante eletrólito perdido pelo suor, do que o informado nos rótulos ou do que no Gatorade.
Semana passada, a Vita Coco fechou acordo para pagar US$ 10 milhões para encerrar um processo movido por consumidores, motivado pelo estudo da ConsumerLab, que não fez parte da ação judicial. A Vita Coco, que não admitiu ter cometido nenhuma infração, informou que os níveis nutricionais podem variar em todos os produtos naturais, mas a companhia está ajustando seus rótulos. A PepsiCo., que tem uma opção para comprar 100% da O.N.E., está envolvida num processo semelhante em relação aos rótulos, mas não quis comentar sobre o relatório da ConsumerLab.
A ConsumerLab diz que o teste conduzido em 2011 não foi financiado por empresas do setor. O estudo revelou volumes maiores de sódio na versão engarrafada da Zico. A Zico, por sua vez, foi processada por consumidores que alegaram que as embalagens da empresa não alertam o suficiente que parte de sua água de coco é concentrada. A Zico diz que o processo não tem fundamento. Os produtos da Vita Coco e da O.N.E. não são à base de concentrado. A Vita Coco é controlada por Kirban e outro cofundador, Ira Liran, junto com a Verlinvest, uma firma de investimento belga; juntos, eles controlam 80%, com participações quase idênticas. Os 20% restantes são divididos entre os 125 funcionários da Vita Coco e várias celebridades, entre elas a cantora Madonna, o ator Matthew McConaughey e a estilista de moda Diane von Furstenberg.
A Zico, que tem sede na Califórnia e não é relacionada ao ex-jogador da Seleção Brasileira, está usando um jogador de basquete (e investidor), Kevin Garnett, como garoto-propaganda. Outros investidores minoritários incluem a modelo Gisele Bündchen, e a apresentadora de TV Kelly Ripa e seu marido, o ator Mark Consuelos. O jogador de beisebol Alex Rodrigues, um ex-investidor que costumava receber água de coco da Zico em casa, agora tem uma participação na Vita Coco.
Um dos desafios da indústria tem sido a oferta de cocos, já que os importadores americanos dependiam exclusivamente do Brasil e tiveram de lidar com a escassez da fruta à medida que a demanda aumentou. Em 2009 a PepsiCo. comprou a Amacoco, a maior fabricante de água de coco do Brasil, mas a marca não é vendida na América do Norte.
A O.N.E., com sede em Los Angeles, ficou sem cocos ano passado e transferiu a produção para a Indonésia e para as Filipinas, que devem fornecer mais de 75% da água de coco para a companhia em 2012. O brasileiro Rodrigo Veloso, de 32 anos, cofundador da O.N.E., diz que tenta persuadir os fornecedores de que eles podem ganhar mais dinheiro plantando cocos com maturação de 9 a 10 meses, que contêm mais água e com melhor sabor. Até agora, muitos esperam até 14 meses, quando os cocos têm mais polpa para a produção de leite e óleo, mas jogam a água fora.
A Vita Coco espera importar metade da água de coco de fora do Brasil este ano. A Zico compra cocos da Indonésia, da Tailândia e do Brasil.

Vivenda do Camarão mescla gestão familiar com franquia
Brasil Econômico 13.02.2012 - "A franquia tem duas grandes vantagens: expandir sem ter que colocar capital próprio e contar com o franqueado para também cuidar do negócio".
Diferentemente dos modelos tradicionais, a rede de restaurantes não cobra royalties nem taxa de publicidade de seus franqueados. O retorno se dá pela venda de mercadorias.
O equilíbrio do negócio, dividido entre lojas próprias e franquias, garante o ritmo de expansão da rede de frutos do mar Vivenda do Camarão na faixa dos 25% a 30%.
De origem familiar, os planos de crescimento da rede ganharam novos contornos 13 anos após a inauguração do primeiro restaurante, que ocorreu em 1984.
Com a companhia atingindo a adolescência, o interesse de empresários pelo modelo de negócio da Vivenda do Camarão levou à abertura da primeira franquia.
"A ideia não era crescer como franquia, a rede tornou-se conhecida como loja própria. Mas como houve muita demanda, acabamos apostando em franquia também", contou Diego Perri, sócio-diretor da Vivenda do Camarão.
Perri, filho do fundador da rede, aponta que há vantagens e desvantagens nos dois modelos de negócio, que acabam se completando.
"A franquia tem duas grandes vantagens: expandir sem ter que colocar capital próprio e contar com o franqueado para também cuidar do negócio. Já na loja própria há rentabilidade maior, por não ter que dividir a lucratividade, mas se investe muito mais", explica. Atualmente, a rede conta com 140 restaurantes, divididos em 90 lojas próprias e 50 franquias. "O número maior de lojas próprias dá segurança para o franqueado, ao mostrar que o negócio é sólido", destaca o executivo. A Vivenda do Camarão possui ainda um diferencial em relação ao modelo de franquia. Ao contrário do padrão observado no mercado, a rede não cobra royalties nem taxa de publicidade. O retorno se dá pela venda de mercadorias aos franqueados. Com uma fábrica própria em Cotia, interior de São Paulo, conhecida como Central Processadora de Alimentos (CPA), a rede processa mais de 2 mil toneladas de pescado por ano, que  assegura a produção de 600 mil refeições mensais.
Estratégia: Mesmo com duas franquias no exterior, uma no Paraguai e outra na República Dominicana, a Vivenda do Camarão está focada na expansão nacional.
"Nosso foco é a ampliação no mercado nacional, ainda têm muitos pontos para expandir. Fora do Brasil foram oportunidades que surgiram e não costumamos fechar as portas quando surge uma boa oportunidade", comenta Perri. O executivo ressalta, no entanto, que cada novo negócio recebe uma avaliação criteriosa. "Não vamos simplesmente abrir franquia para crescer, só concedemos a franquia quando é economicamente viável."
Em quase 28 anos de operação, a rede teve apenas duas lojas que fecharam. Presente praticamente no Brasil inteiro, as regiões Norte e Nordeste estão na mira do projeto de expansão, assim como o interior de São Paulo.
De acordo com Perri, o objetivo é fortalecer a marca nessas duas regiões, tendo em vista a melhora da situação econômica. Além disso, ambas regiões estão acostumada com frutos do mar, "teremos aceitação certa."
Negócios: Sem revelar números, a estimativa de crescimento do faturamento anual fica na faixa de 30% a 35%. Quanto aos investimentos, o aporte total neste ano deve alcançar cerca de R$ 15 milhões. No ano passado, foram abertas 21 lojas e a projeção é que sejam inauguradas mais 30 estabelecimentos em 2012. Aos interessados na franquia, uma loja em operação exige investimento de R$ 500 mil, com retorno previsto entre 24 e 36 meses.

Proposta limita poder da Justiça em decisões do Cade
Valor 13.02.2012 - O Judiciário só deveria rever as decisões do Cade e das agências reguladoras a partir da 2ª instância. Essa proposta, que limita o poder de juízes da 1ª instância de conceder liminares em casos de fusões e aquisições que são reprovadas ou aprovadas com restrições pelo Cade e pelas agências, foi feita ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por dois pesquisadores que analisaram mais de 1,5 mil casos envolvendo vários setores da economia.  "Nós propomos que seria desejável que os processos começassem a partir da 2ª instância", afirmou o economista Paulo Furquim, que é professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e foi conselheiro do Cade. Ele reconhece que, hoje, a Constituição não permite que as empresas sejam proibidas de pedir liminares contra decisões das agências na 1ª instância. Por outro lado, a pesquisa feita por Furquim e pelo advogado e professor da USP Juliano Maranhão mostra que as liminares têm efeitos irreversíveis em vários setores da economia.
"Se a decisão de uma agência não for aplicada e uma empresa falir, a concorrência será prejudicada em definitivo", advertiu Furquim. "Infelizmente, o juiz pode ferir um direito coletivo em prol do direito privado da empresa que recorreu contra a decisão da agência." Os professores identificaram 83 mil processos na Justiça envolvendo agências, desde os anos 1990. Para a amostragem, eles selecionaram 1,5 mil processos contra 13 agências. Ao todo, 80% das decisões das agências são mantidas pela Justiça. O problema é que a espera por um julgamento final pelo Judiciário traz uma incerteza para as empresas de um determinado setor. Elas não sabem se a decisão da agência vai ser aplicada ou não e, com isso, passam a tomar providências em meio a um clima de insegurança.
Isso aconteceu em casos famosos, como no mercado de chocolates, onde o veto do Cade à compra da Garoto pela Nestlé está há oito anos em debate na Justiça. Os concorrentes da Nestlé acompanham o andamento do processo para saber se a empresa será mesmo obrigada a vender a Garoto ou se vai poder continuar com a companhia. Eles vão adotar determinadas estratégias no mercado dependendo da decisão final da Justiça.
Também houve incerteza em casos de menor repercussão, como no setor de vigilância privada, onde um cartel foi condenado e os empresários recorreram ao Judiciário. Por 12 vezes, os juízes mudaram de opinião sobre a condenação e, com isso, pairou uma indefinição no setor: a decisão contra o cartel seria aplicada ou não?
Em média, os processos contra as agências demoram 6,5 anos na Justiça. No caso do Cade, a média é um pouco menor: 4,5 anos. No exterior, esses processos costumam demorar um ano apenas.
"Nós verificamos que o Judiciário raramente entra no conteúdo das decisões das agências e quando o faz não é com 'expertise'", afirmou Furquim. "Há custos, incertezas e benefícios da revisão judicial", concluiu. Os benefícios seriam as manifestações dos juízes a respeito do trabalho das agências. Eles servem para aperfeiçoar os procedimentos jurídicos delas. "Ao fim, a eficácia regulatória da agência depende da revisão judicial", explicou o economista.  A pesquisa verificou que as agências que atuam em mais de um setor da economia são as mais contestadas. É o caso do Cade e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Elas sofrem com ações de empresas de diversos setores. Apenas no Cade, mais de 330 decisões antitruste foram contestadas na Justiça. Por outro lado, em 75% desses casos, as decisões do Cade são mantidas pelo Judiciário.
"A Justiça está começando a compreender que é preciso ouvir as agências antes de conceder liminares", avaliou o procurador-geral do órgão antitruste, Gilvandro Araújo.
Outro ponto identificado pela pesquisa é que as agências setoriais sofrem menos com ações na Justiça. "No início, nós achávamos que a transparência da agência poderia influenciar e que aquelas que realizam julgamentos abertos, com a presença do público, sofreriam menos revisão judicial. Mas não é o que acontece", constatou Furquim.
No Cade, na CVM e na Aneel (energia elétrica), as sessões de julgamento são públicas e as decisões são veiculadas na internet. Mas essas são agências com forte judicialização. "Isso porque o Cade e a CVM são agências horizontais, que atuam sobre vários setores da economia", disse Furquim. Essa atuação multissetorial faz com que a empresa não perca nada se contestar uma decisão do Cade ou da CVM na Justiça.
"No caso da Anatel [telecomunicações], por exemplo, a empresa vive lá, é do setor e pode perder se criticar ou contestar a agência", completou o professor. "Mas a transparência está ligada à qualidade do julgamento e melhora a decisão." Curiosamente, a pesquisa revelou que o fato de a decisão da agência ser unânime não é importante para o Judiciário. Ambas as decisões - unânimes ou por maioria - são contestadas na Justiça. Segundo Furquim, o que determina se um caso vai para a Justiça é se a decisão é extrema - se levou ao desfazimento de um negócio ou a venda de um ativo, como uma fábrica ou marca.
Nesse ponto, os acordos feitos entre empresas e agências evitam que os casos sejam levados à Justiça. Foi o que aconteceu, por exemplo, no caso da compra da Sadia pela Perdigão. Diante da possibilidade de veto, a BRF Brasil Foods optou por negociar uma solução com o Cade e se comprometeu a vender ativos à concorrência em troca da aprovação do negócio. Com isso, evitou mais um processo na Justiça.

Empresas correm para protocolar aquisições no Cade antes de nova lei
Valor 13.02.2012 - A aprovação da lei que determina que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) julgue fusões e aquisições de empresas antes da conclusão dos negócios deu início a uma corrida das empresas para protocolarem operações no órgão. Somente na primeira sessão do conselho, em janeiro, foram apresentados 70 casos, contra uma média de 30 operações protocoladas ao longo do ano passado.
A previsão do presidente da autarquia, Olavo Chinaglia, é que o número chegue a 100 casos por mês até 30 de maio, quando a nova lei entra em vigor.
"Já vemos um substancial aumento no número de casos notificados. O motivo da corrida é, de um lado, se beneficiar do regime atual que permite às empresas fechar o negócio desde logo", diz.
"De outro lado, a incerteza quanto à estrutura de que o Cade vai dispor no momento em que a nova lei entrar em vigor", acrescenta.
Entre advogados, há preocupação quanto às condições de trabalho do novo Cade.  Para o professor titular da Faculdade de Direito da USP, Tercio Sampaio Ferraz Junior, a lei não deveria entrar em vigor antes da contratação do pessoal necessário para atender às novas exigências.  "É uma loucura essa lei entrar em vigor", afirma. Faltam funcionários. O Cade pediu 30 pessoas e ainda não vieram. É difícil contratar profissionais especializados nessa área e será preciso um tempo para treiná-los."  Números: 70 casos foram apresentados na primeira sessão de janeiro; 30 é a média nos outros meses do ano;100 casos devem ser apresentados por mês até o final de abril e 30 de maio é a data em que o novo Cade entra em vigor.

Empresas aproveitam cenário para lançar papéis
Folha 13.02.2012 - Se os fundos estão interessados em comprar mais títulos privados para "turbinar" o retorno, as empresas aproveitam para captar com custo menor do que pagariam em empréstimos nos bancos.
Em janeiro, o setor privado levantou R$ 6,7 bilhões -28% mais que em janeiro de 2011.  Destacaram-se Lojas Americanas (R$ 500 milhões), Votarantim Cimentos (R$ 1 bilhão), OGX (R$ 400 milhões), Educacional (R$ 550 milhões), Duke Energy (R$ 150 milhões) e Eletropaulo (R$ 600 milhões), totalizando R$ 3,2 bilhões em debêntures (título longos).  Para fevereiro, há R$ 3,6 bilhões em oferta de debêntures registradas da Plascar, da BR Malls, da Cemig e da Brasil Telecom. A mais esperada é a emissão de R$ 2 bilhões do BNDESPar, braço de participações do BNDES. "O mercado está muito aquecido e a formação de preços está cada vez mais eficiente e sem distorções. Falta melhorar a liquidez no mercado", disse Silvio Samuel, coordenador da Anbima, referindo-se às transações entre investidores após a emissão pelas empresas.

Infraero bancará 49% do ágio pago pelos vencedores do leilão dos aeroportos
Estadão 13.02.2012 - O dinheiro será repassado em parcelas anuais, corrigido pelo IPCA, ao Fundo Nacional de Aviação Civil para financiar a aviação regional do País. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) vai bancar, indiretamente, 49% do ágio médio de 348% pago pelos consórcios que venceram o leilão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília. O governo arrecadou R$ 24,535 bilhões na concessão dos três aeroportos à iniciativa privada. Isso vai ocorrer porque o valor da outorga será pago pela Sociedade de Propósito Específico (SPE), que é formada pelo consórcio vencedor, que detém 51% do controle, e pela Infraero com 49%.  O dinheiro será repassado em parcelas anuais, corrigido pelo IPCA, ao Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) para financiar a aviação regional do País.
Segundo uma fonte envolvida no processo, o elevado ágio na concessão dos aeroportos diminui a lucratividade e os dividendos da Infraero. Porém, por outro, a União não perde. Isso porque a SPE terá que repassar um valor maior de outorga para o FNAC. Além dessa contribuição fixa, os concessionários também recolherão anualmente uma contribuição variável ao sistema, cujo porcentual será de 2% sobre a receita bruta da concessionária do aeroporto de Brasília, 5% de Viracopos e 10% de Guarulhos. A fonte informou ainda que, apesar da "surpresa" com o elevado ágio no leilão da concessão dos aeroportos, a concessão será um bom negócio porque o entendimento é de que a iniciativa privada tem mais agilidade para fazer os investimentos necessários. "Esse ágio alto mostra o potencial do negócio", afirmou, acrescentando que há vários serviços que poderão ser explorados com maior eficiência pela SPE e que ajudarão a alavancar as receitas.

Dona do Frango Assado fecha acordo com CKE para abrir 50 restaurantes
Valor 13.02.2012 - A International Meal Company (IMC), holding brasileira detentora de redes de alimentação como Frango Assado e Viena, firmou uma parceria com a CKE Restaurants para o desenvolvimento, nos próximos anos, de 50 restaurantes Carl's Jr nos mercados do Panamá, Porto Rico, República Dominicana e Colômbia. "Pelo acordo, a IMC será representante exclusiva da rede americana nos mercados citados. "Acreditamos que esse acordo é apenas o primeiro passo para uma parceria estratégica de longo prazo" diz a IMC, em comunicado ao mercado. A CKE Restaurants atua em 26 países e possui 1.292 restaurantes sob a bandeira Carl's Jr.

Lucro da Tam cai 36% no 4º trimestre, para R$ 96 milhões
Brasil Econômico 13.02.2012 - A receita de passageiros em voos domésticos cresceu 3,8%.
A Tam obteve um lucro líquido de R$ 96 milhões no quarto trimestre de 2011, uma queda de 36% em relação aos R$ 150 milhões obtidos no mesmo período do ano anterior.
A receita líquida da empresa aumentou 12% no quarto trimestre, frente ao mesmo período de 2010, somando R$ 3,7 bilhões.
A receita de passageiros em voos domésticos cresceu 3,8%, para R$ 1,64 bilhão. Já a receita com voos internacionais cresceu mais de 28%, para R$ 1,07 bilhão. Os preços das passagens tiveram alta de 8,9% no trimestre, frente ao mesmo período do ano passado, principalmente devido ao aumento de 21% nas passagens internacionais.
As despesas da Tam com combustíveis tiveram aumento de 31,6%, para R$ 1,23 bilhão. Além do aumento natural no volume consumido, o avanço nos gastos foi causado por maiores preços do petróleo e pela valorização do dólar frente ao real. O resultado operacional da empresa, medido pelo Ebit (lucro antes de juros e impostos), avançou 36,5%, para R$ 297,9 milhões.
Mas a valorização do dólar teve impacto também no resultado financeiro da companhia, afetando a parcela da dívida da empresa atrelada à moeda americana. As perdas cambiais líquidas atingiram R$ 85,7 milhões.
No ano de 2011, a Tam acumulou prejuízo líquido de R$ 335,1 milhões, ante um lucro de R$ 637,4 milhões no ano anterior.

Cemig fecha contrato para fornecimento de energia à Gerdau
Valor 13.02.2012 - A estatal mineira Companhia Energética de Minas Gerais  (Cemig) fechou nesta segunda-feira uma contrato com a Gerdau para fornecimento de energia elétrica até 2021. Serão atendidas unidades nas regiões Sudeste e Sul. A Cemig se compromete a enviar de 30 a 70 MW durante a vigência do acordo. A empresa não divulgou, no entanto, o valor do contrato.
Um dos maiores contratos de longo prazo já firmados pela Cemig é de 2008 com a Votorantim. Pelo contrato, de R$ 10,5 bilhões, a estatal fornecerá 670 MW médios até 2028.  
A Cemig tem participação em mais de 100 empresas, além de consórcios e fundo de participações. É um dos grupos mais importantes de energia elétrica do país, com ações negociadas nas bolsas de São Paulo, Nova York e Madri.

UOL dá adeus à bolsa
Exame 13.02.2012 - Após anos de uma relação conturbada com o mercado de capitais, o UOL deixou a Bovespa em janeiro — mas o adeus pode ser, na verdade, um até breve
A abertura de capital de uma empresa é sempre um momento de alegria incontida — basta ver aquelas tradicionais fotos dos fundadores abrindo o pregão, sorrisão no rosto, sob uma chuva de papel picado. Trata-se de um rito de passagem, em que a companhia recebe o selo de aprovação do mercado e inicia o que todos esperam ser uma nova trajetória de expansão.
Com o UOL, maior empresa de internet do Brasil, não foi diferente. Em 16 de dezembro de 2005, quando a companhia listou suas ações na Bovespa, reinava um clima de festa. As ações da empresa subiram 16% no dia da estreia na bolsa. Infelizmente, para o UOL e para quem apostou na empresa naquele dia, houve poucos motivos para celebrar nos anos seguintes.
As ações da empresa teimaram em não andar para a frente — passaram a maior parte do tempo abaixo do preço do dia da abertura de capital. Em julho do ano passado, a Folhapar, controladora do UOL, lançou uma oferta para comprar todas as ações em circulação no mercado. Em janeiro, a empresa fechou seu capital e deu adeus à Bovespa. Não houve chuva de papel picado.
Por motivos intrínsecos à sua natureza, uma operação de fechamento de capital é cercada de certo mistério. Quando uma empresa vai à bolsa, é obrigada pelos reguladores a ser o mais transparente possível sobre seu negócio. Como o interesse, nesse caso, é atrair investidores para uma história de sucesso, as empresas abrem seus resultados, enumeram seus planos de crescimento, sua estratégia para o futuro: a essência da abertura de capital é compartilhar com outros acionistas o que virá à frente. Com o fechamento de capital, acontece o exato oposto. A ideia é justamente convencer os minoritários a vender suas ações — e, como o controlador que faz a oferta vê grande potencial de ganho com a operação, a melhor estratégia para que o negócio saia é manter o bico calado e fazer valer a tese de que o dinheiro posto na mesa é suficiente.
No caso do UOL, a transação ocorreu como manda o figurino. Os investidores, após a resistência inicial, aceitaram o preço proposto. E não ficou claro, até hoje, qual é o plano da Folhapar para o UOL daqui para a frente, nem os motivos que a levaram a tirar suas ações da bolsa. Segundo EXAME apurou, pode-se dizer que seus planos são repletos de ambição — não se descarta, inclusive, a volta à bolsa. Procurado, o diretor-geral do UOL, Marcelo Epstejn, não quis dar entrevista. A relação do UOL com o mercado foi tempestuosa. Meses depois da abertura de capital, um relatório do banco Merrill Lynch derrubou o preço das ações em 24% em apenas um dia. O que chamou a atenção dos investidores foi o fato de que o próprio banco havia estruturado o IPO do UOL.
A desconfiança que surgiu jamais foi desfeita, e as ações patinaram para sempre (o preço pago em janeiro no fechamento de capital foi praticamente o mesmo do dia do IPO). Segundo investidores ouvidos por ­EXAME, a empresa dava pouca importância à troca de informações com o mercado — que, em resposta, penalizava as ações.
Em seus relatórios trimestrais, dizia pouco sobre os negócios. Origem da receita? Constava como publicidade, assinatura e “outros”. Custos? Não eram detalhados. “Você basicamente não sabe de onde o dinheiro vem e para onde o dinheiro vai”, diz Luciana Leocádio, analista da Ativa Corretora. De acordo com executivos ouvidos por EXAME, essa relação fez com que o mercado não reconhecesse aquela que é, na opinião dos controladores, uma brutal transformação no DNA da companhia. O UOL, que nasceu como um portal de conteúdo, foi se tornando uma empresa de tecnologia da informação.
De 2007 para cá, a companhia fez sete aquisições em áreas como data center, comércio eletrônico, hospedagem de sites e até games. A maior delas foi a compra da operadora de data centers Diveo, que custou 693,5 milhões de reais, no fim de 2010. “Junto com a chilena Sonda IT, o UOL é a empresa latino-americana que mais fez aquisições na área de tecnologia nos últimos anos”, diz Fernando Belfort, analista da consultoria Frost & Sullivan. Essa transformação, que tornou a empresa menos dependente da publicidade, poderia ter se refletido positivamente no seu valor de mercado — como isso não aconteceu, a empresa acabou ficando barata na visão dos controladores. “Apesar das aquisições, ninguém sabe o peso que os serviços de TI têm no balanço da companhia”, diz Álvaro Leal, consultor da empresa de pesquisas IT Data.
Diante disso, os controladores decidiram que era hora de “começar do zero”, nas palavras de um executivo próximo à cúpula da empresa. Longe dos olhos dos investidores, o UOL acelerará sua transformação numa líder de serviços de TI. Um caminho que voltou a ser estudado é a fusão da companhia com a provedora de infraestrutura de TI Tivit.
Em 2010, as duas empresas negociaram uma fusão, mas as conversas não foram adiante. Se concretizado, o negócio poderá servir ao UOL de duas maneiras. A primeira é o ganho de musculatura. Com uma receita de aproximadamente 3 bilhões de reais, a companhia resultante dobraria sua participação no setor de serviço de data center, com 12% do mercado, atrás apenas de IBM e HP.
Além disso, a eventual fusão daria ao UOL acesso a grandes clientes, como Gol, Cielo e Votorantim, que fazem parte da carteira da Tivit (procurado, o fundo americano Apax, que controla a Tivit, afirmou que “não é hora de vender a empresa”). “As duas companhias são complementares”, diz um executivo próximo à Folhapar. “Já foi tentado antes, e agora é hora de tentar de novo.”
Futuro: Se o objetivo é começar do zero, onde essa história vai acabar? Segundo EXAME apurou, o plano oferecido à Folhapar pelo banqueiro André Esteves, controlador do BTG Pactual, banco que estruturou e financiou o fechamento de capital, prevê a abertura de capital da empresa na Nasdaq, bolsa americana de tecnologia — desta vez, reconhecida desde a largada como uma líder em TI, sem as nódoas que ficaram após a primeira experiência como companhia aberta. No papel, o plano parece perfeito — mas como os investidores reagirão a uma segunda abertura de capital do UOL? “Injetamos dinheiro na empresa, e foi um mau investimento”, diz um ex-minoritário. “Agora que a brincadeira começa a ficar boa, somos tirados de cena?”
É claro, o mercado tem uma merecida fama de ter memória curta — caso a empresa realmente tente voltar à bolsa, o que decidirá o sucesso ou o fracasso da operação serão seu desempenho e as perspectivas para o negócio. Caso dê certo, será mais um dia de alegria incontida. A quem comprou ações do UOL em 2005, só restará resmungar.

Banco Schahin altera nome da instituição
Brasil Econômico 13.02.2012 - Banco continuará oferecendo a mesma linha de produtos.
O Banco Schahin anunciou nesta segunda-feira (13/2) alteração do nome da instituição, passando para Banco de Crédito e Varejo (BCV).
O banco, que foi adquirido pelo Banco BMG no ano passado, vai adaptar seus produtos a uma nova marca.
Assim, continuará oferecendo a mesma linha de produtos, sendo que seus clientes atuais não sofrerão quaisquer alterações nas operações financeiras já contratadas.
O BCV é uma das Instituições do Grupo Financeiro BMG, que também inclui o Banco BMG, Banco Cifra e Financeira Cifra.

Volume faturado da Copasa cai 1,7% em janeiro
Brasil Econômico 13.02.2012 -  A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) informou nesta segunda-feira (13/2) que o volume faturado de água e esgoto recuou 1,72% em janeiro deste ano, contra o mesmo mês do ano anterior, somando 85,3 milhões de metros cúbicos. Já na variação mensal, o volume faturado da companhia caiu 4,17%.O declínio é explicado, segundo a companhia, pelo menor período de faturamento, que foram 31,2 dias de consumo em janeiro de 2011, contra 29,8 dias de consumo em janeiro de 2012, ou seja, 4,5% menor. Por sua vez, o volume faturado de água teve queda de 2,93% em ritmo anual e 3,87% na comparação mensal, para 52,3 milhões de m³. Enquanto isso, o volume faturado de esgoto foi contabilizado em 32,9 milhões de m³ em janeiro, com alta de 0,26% frente janeiro de 2011 e baixa de 4,65% contra dezembro.
Em janeiro, o número de ligações de água e esgoto apresentou expansão de 5,08% no confronto com janeiro de 2011 e de 0,24% sobre dezembro.
O destaque ficou por conta do número de ligações de esgoto, que cresceu 7,45% no mês passado ante janeiro de 2011 e expandiu 0,15% em relação a dezembro de 2011.
E o número de ligações de água aumentou 3,74% e 0,29%, respectivamente.

Redecard define lista de bancos para avaliar fechamento de capital
Folha 13.02.2012 - O conselho de administração da Redecard indicou os bancos Credit Suisse, Bank of America Merrill Lynch e Rothschild & Sons para que os acionistas minoritários escolham quem irá elaborar o laudo de avaliação do fechamento de capital da empresa.  A lista tríplice será submetida a uma assembleia geral para que uma das instituições seja escolhida.
O Itaú Unibanco anunciou na terça-feira a intenção de fechar o capital da Redecard, do qual é controlador. O preço sugerido foi de R$ 35 por ação.

Três bancos são indicados para fazer laudo da Redecard
Brasil Econômico 13.02.2012 -  Os indicados para fazer o relatório são os bancos Credit Suisse, Bank of America Merrill Lynch e Rothschild & Sons.
O Conselho de Administração da Redecard indicou os bancos Credit Suisse, Bank of America Merrill Lynch e Rothschild & Sons para elaborar o laudo de avaliação do fechamento de capital da empresa.
A instituição financeira que fará o laudo será escolhida pelos acionista da Redecard. No dia 7 de fevereiro, o Itaú Unibanco, acionista majoritário, comunicou ao mercado que pretende comprar ações da Redecard com a finalidade de cancelar o registro da operadora de cartões no Novo Mercado da BM&F Bovespa.

IMC firma parceria com restaurantes Carl's Jr
Brasil Econômico 13.02.2012 - Companhia será representante exclusiva da rede americana nos mercados mencionados.
A operação visa o desenvolvimento de 50 restaurantes Carl's Jr no Panamá, Porto Rico, República Dominicana e Colômbia.
A International Meal Company (IMC), dona das marcas Frango Assado, Viena e Brunella, anunciou nesta segunda-feira (13/2) parceria com CKE Restaurants.
A operação visa o desenvolvimento de 50 restaurantes Carl's Jr no Panamá, Porto Rico, República Dominicana e Colômbia.
A companhia estima que a operação aconteça nos próximos anos. Assim, a IMC passará a ser representante exclusiva da rede americana nos mercados mencionados.
A CKE Restaurants opera atualmente em 26 países e possui 1.292 restaurantes sob a bandeira Carl's Jr.

Codelco interrompe operação em duas unidades por tempestades
Valor 13.02.2012 - A estatal chilena Codelco, uma das maiores produtoras mundiais de cobre, interrompeu as operações nas unidades de Chuquicamata e Radomiro Tomic durante o fim de semana, em decorrência das tempestades que atingiram a região. Em comunicado, a companhia acrescenta que as minas de Ministro Hales e Gaby seguiram operando normalmente.
A Codelco informa ainda que ontem à tarde já estava trabalhando na retomada parcial das atividades em Chuquicamata, com expectativa de restabelecimento do segundo turno o quanto antes.
Já em Radomiro Tomic, as operações na mina foram interrompidas por conta dos riscos e insegurança gerados pela tempestade em todo o seu raio. A atividade de mineração começou a ser retomada paulatinamente ontem à tarde. As duas minas estão localizadas na região do Atacama.

O bilionário Enrique Bañuelos perdeu a briga
Exame 13.02.2012 - Enrique Bañuelos tentou criar um colosso do agronegócio, mas, após perder uma batalha com os sócios, decidiu reduzir seus negócios no Brasil — será o fim de sua aventura?
Quando chegou ao brasil, no fim de 2008, o investidor espanhol Enrique Bañuelos fazia questão de deixar claro que sua ambição era se tornar um dos maiores empresários do país.
Polêmico e ousado, visto com certo pé atrás em razão de suas desventuras no mercado imobiliário espanhol, Bañuelos declarava com uma naturalidade pouco comum para um iniciante em terras novas que pretendia assumir a liderança do competitivo mercado brasileiro de incorporação imobiliária — para depois partir para a conquista de outros setores.
Em seus planos estavam a construção de mais de 5?000 quartos de hotéis, a criação de uma empresa para dominar o setor de agronegócio e diversos outros empreendimentos em áreas como alimentação, energia, turismo, saúde, beleza, moda e, ufa!, lazer. Com uma fortuna de 2 bilhões de dólares na época e bom de lábia, Bañuelos parecia realmente convencido­ de que estava destinado a brilhar no Brasil. Desde sua chegada, no entanto, pouca coisa correu como o planejado. O espanhol comprou, criou e vendeu empresas, ganhou e perdeu dinheiro, fez amigos (poucos) e desafetos (muitos). Mas não conseguiu montar o império que pretendia. Agora, depois de um sério revés, sua aventura brasileira pode estar perto do fim. Segundo EXAME apurou, em janeiro Bañuelos reduziu dramaticamente as operações da Veremonte, a holding que cuida de seus negócios no país. A empresa não terá mais um presidente, cargo até então ocupado pelo executivo Marcelo Paracchini, nem uma equipe para buscar novos negócios.
O suntuoso escritório que ocupava um andar no edifício Plaza Iguatemi, na avenida Faria Lima, um dos mais caros da capital paulista, foi trocado por um prédio bem mais simples a alguns quilômetros dali. Apenas um time para administrar os negócios que Bañuelos ainda tem no país foi mantido. A diminuição da Veremonte fez surgir comentários de que o espanhol estaria prestes a deixar o Brasil. Apesar disso, Bañuelos nega que tenha jogado a toa­lha. Afirma que Paracchini continuará buscando novas oportunidades para ele, mas agora com uma empresa própria, a Plata Capital. Ainda segundo Bañuelos, seu grupo anunciará no primeiro semestre deste ano um novo negócio bilionário — mais calejado e mostrando seu lado prudente, desta vez ele não diz em que setor.   A decisão de reduzir o tamanho da Veremonte foi tomada depois que Bañuelos perdeu uma queda de braço na Vanguarda Agro, maior produtora brasileira de grãos dentre as companhias do setor listadas na Bovespa. Bañuelos dizia que pretendia transformar a Vanguarda, resultado da fusão entre a Maeda, a Brasil Ecodiesel e a antiga Vanguarda Brasil, em uma líder mundial do setor. Seus sócios na empreitada eram o investidor Helio Seibel, o empresário Otaviano Pivetta (controlador da antiga Vanguarda) e Silvio Tini (ex-controlador da Brasil Ecodiesel). A empresa foi criada entre maio e outubro do ano passado. Mas, já no fim de 2011, a coisa começou a desandar. No centro da discórdia estava uma proposta de Bañuelos: a criação de um fundo de terras montado com as fazendas da Vanguarda — fundo que garantiria um rendimento mínimo de 20 milhões de reais por ano para sua Veremonte e ajudaria a reduzir as dívidas de 570 milhões de reais da Vanguarda, que enfrentava problemas de caixa. Mas faltou combinar com os sócios, que detestaram a ideia. Para eles, as taxas eram muito altas (2% de administração e 20% de performance), e o desenho do fundo era feito pensando mais na Veremonte do que na saúde financeira da Vanguarda, que cederia metade de suas terras avaliadas em 1 bilhão de reais. Em novembro, no auge do impasse, os representantes de Bañuelos na Vanguarda renunciaram a seu cargo na empresa.  Briga na justiça: A partir daí, a briga entre o espanhol e seus sócios foi subindo de tom. Bañuelos se sentiu traído por Pivetta, então, maior acionista da Vanguarda Agro, com 27% das ações. Ele afirma que Pivetta não teria cumprido um acordo que o obrigava a apoiar a criação do fundo de terras, além de votar com a Veremonte no conselho de administração da Vanguarda.
O troco de Bañuelos veio pouco mais tarde. Quando vendeu 40% de suas ações na Vanguarda para o espanhol, Pivetta contraiu uma dívida de 90 milhões de reais com o banco BTG Pactual, que deveria ser paga em 23 de dezembro passado. Na mesma data, Pivetta deveria receber uma parcela de 106 milhões de reais de Bañuelos.
O espanhol não pagou a dívida e deixou Pivetta com o pires na mão. Sem dinheiro, Pivetta, que também foi prefeito da cidade mato-grossense de Lucas do Rio Verde, foi obrigado a entregar 10% das ações da Vanguarda que havia dado em garantia ao BTG Pactual. A partir daí, as versões dos dois lados ficam ainda mais divergentes. Marcelo Paracchini diz que Pivetta foi avisado do não pagamento da parcela devida por Bañuelos e que o valor devido foi depositado em juízo. O advogado de Pivetta, Francisco Pinheiro Guimarães, nega. O fato é que a questão foi parar na Justiça — e cada um dos lados diz que foi responsável por levar a briga aos tribunais.
Não bastasse o quiproquó com Pivetta­, Bañuelos também brigou com outro sócio, o investidor Helio Seibel, que fez fortuna no setor madeireiro. A pessoas próximas, Bañuelos atribui a mudança de atitude de Pivetta à influên­cia de Seibel, que estaria insatisfeito com o poder do espanhol no controle da Vanguarda. Além disso, a Veremonte acusa Seibel de ter manipulado o preço de suas ações no fim do ano. No nascimento da Vanguarda Agro, Bañuelos vendeu o equivalente a 8% da empresa para Seibel ao preço de 70 centavos a ação. Para compensar o risco, comprometeu-se a compensar Seibel financeiramente caso as ações caíssem abaixo desse patamar — em troca, garantiu o direito de preferência, a ser exercido se Seibel decidisse vender suas­ ações. Deu tudo errado. A equipe de Bañuelos acusa Seibel de ter vendido quatro lotes de ações sem garantir o direito de preferência. Além disso, alega que uma dessas movimentações aconteceu às vésperas de um anúncio de péssimos resultados da Vanguarda, em 14 de novembro. Como se sabe, acionistas controladores são proibidos de movimentar suas ações até 15 dias antes da divulgação de resultados. Como as ações da empresa caíram abaixo dos 70 centavos, Bañuelos diz que a dívida com Seibel soma 300 000 reais. O outro lado cobra 11 milhões de reais do espanhol.  Sem ter como impor a criação do fundo de terras a seus sócios e afirmando não acreditar no modelo de gestão da Vanguarda, Bañuelos alega que não deve permanecer como sócio da companhia por muito tempo. Em meados de dezembro, ele fez uma grande venda de ações e reduziu sua participação a, aproximadamente, 12%.
“Se em um ano não houver uma mudança na gestão da companhia, vendo tudo”, diz. Caso não consiga uma reviravolta na Vanguarda, algo que hoje parece pouco provável, o espanhol colecionará mais uma frustração em seus planos para o Brasil. Mesmo sua tacada mais acertada não se transformou no sucesso retumbante planejado por ele: a Agre, incorporadora criada por Bañuelos após a compra das empresas Abyara, Agra e Klabin Segall, nunca chegou perto da liderança de mercado. Meses depois de sua formação, Bañuelos se desentendeu com Luiz Roberto Silveira Pinto, o sócio que administrava a companhia, e fez um acordo com a PDG Realty. A Agre foi incorporada em troca de ações da PDG, que se transformou na maior empresa do setor. Com o negócio, Bañuelos ganhou uma participação de aproximadamente 5% no capital da incorporadora — hoje, depois de vender boa parte das ações, detém cerca de 200 milhões de reais em papéis da PDG. Os hotéis não saíram do papel, segundo ele, porque o preço dos terrenos disparou e tornou o negócio inviável. O lançamento de uma empresa de balas e bebidas que prometiam melhorar a pele e ajudar a emagrecer foi abortado dois meses depois de ser anunciado.
Investimentos em companhias de turismo, saúde e até na recuperação do Jockey Club de São Paulo também foram colocados de lado. Bañuelos pode até não deixar o Brasil, onde mantém uma bela cobertura em frente ao parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo. “Em 2009 eu disse que vim para ficar pelo menos 40 anos”, diz ele. “Então tenho mais 37 pela frente.” É esperar para ver se essa promessa ele vai cumprir.

Parceiras, Hyundai e Kia podem ter no Brasil primeira fábrica unificada
Folha 13.02.2012 - Sul-coreano, Kia Picanto traz motor 1.0 "flex", mas viu seu preço pular de R$ 35 mil para R$ 40 mil após alta do IPI
A Kia estuda produzir modelos na nova fábrica que a Hyundai constrói em Piracicaba (SP). As duas marcas sul-coreanas formam um só grupo empresarial.
"Não há nenhuma linha de montagem Hyundai-Kia no mundo, mas com as medidas protecionistas do governo, isso passa a ser uma tendência por aqui", diz Ary Jorge Ribeiro, executivo da Kia Motors do Brasil.
A Hyundai, que investe US$ 150 milhões (cerca de R$ 260 milhões) em sua primeira unidade fabril no país, irá produzir a partir de 2013 um compacto "popular".
O modelo é baseado no Kia Picanto 1.0, que atualmente é importado e, por isso, sofreu com a alta do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) imposta pelo governo desde o final do ano passado.

Etanol reverte movimento de queda e volta a subir em SP
Valor 13.02.2012 -Depois de cair mais de 10% desde o começo de janeiro, os preços do etanol começaram a dar sinais de que podem iniciar um forte movimento de alta. O indicador Esalq/BM&FBovespa para o hidratado em Paulínia (SP) teve seu terceiro dia consecutivo de valorização fechando a R$ 1.172,50 o m3, alta diária de 2,90%. Na semana encerrada na sexta-feira, o mesmo indicador acumulou avanço de 6,4%. Especialistas acreditam que o movimento se deve ao aquecimento do consumo de etanol hidratado diante dos preços mais baixos nos postos de combustíveis. O indicador semanal Cepea/Esalq para o hidratado também fechou em alta (0,49%) a R$ 1,0829 o litro na usina em São Paulo.

Kasinsky, fundador da Cofap, morre aos 94 anos
Valor 10.02.2012 - Ele criou um dos maiores impérios da indústria de autopeças da América Latina e trocou a aposentadoria pela construção de uma fabricante de motocicletas. Mas nunca se deu por satisfeito. Teria seguido adiante num velho sonho de ter uma montadora de carros baratos se tivesse tido a chance. Ao falar sobre o plano de produzir automóveis, durante entrevista ao Valor, em novembro de 2001, o empresário apontou o dedo indicador para o céu e disse: "Mas se Ele resolver me chamar, estou frito".  Naquele dia em que temeu ter que abandonar um plano de vida, Abraham Kasinsky tinha 84 anos. A morte chegou dez anos mais tarde. O empresário morreu ontem, aos 94 anos. O enterro será hoje no cemitério Israelita Butantã, em São Paulo. Filho de imigrantes russos, Kasinsky passou a vida num ritmo de trabalho incansável. Só saiu de cena há pouco menos de dois anos, ao adoecer. Certos temas que marcaram a trajetória de Kasisnky permanecem até hoje nas mesas de discussão da indústria automobilística. A nacionalização de peças, uma polêmica que levou o governo federal a elevar o IPI dos veículos com conteúdo local abaixo de 65%, em dezembro, foi o ponto de partida da carreira do empresário. Kasinsky nasceu no bairro paulistano do Brás e desde cedo foi trabalhar na loja de componentes para automóveis que o pai importava. A empresa, chamada "Posto 3 Leões", também tinha uma bomba de gasolina. Abraham, o mais novo de quatro irmãos e que "nasceu por acaso", segundo a mãe dizia, fazia manchão (remendo) em pneus, num porão. No fundo, o jovem não queria trabalhar com autopeças. Por isso, foi estudar Economia. Formou-se na primeira turma do colégio Álvares Penteado (hoje Fundação Armando Álvares Penteado). Ele decidiu, depois, estudar Medicina.  Mas, com o falecimento do pai, quando ele ainda estava no segundo ano da faculdade de Medicina, foi convencido pelo irmão Bernardo a voltar a trabalhar nos negócios da família. Kasinsky convenceu, então, o irmão que deveriam abandonar a importação de peças e abrir uma fábrica.  Foi assim que em 1955 nasceu a Cofap (Companhia Fabricadora de Peças). Santo André, no ABC, foi o local escolhido porque, segundo contou o próprio Kasisnky, certa vez, o município tinha uma estação de energia capaz de abastecer a fundição do empreendimento. A Cofap despontou como uma importante fabricante de amortecedores, anéis de pistão e peças fundidas e Kasinsky foi o homem que passou quase meio século para construir a empresa que se transformou na maior fabricante de autopeças das América Latina.  A parte mais amarga da vida pessoal de Kasisnky foi um mal-sucedido processo sucessório da administração da Cofap, que terminou com a venda da empresa para multinacionais. Uma parte foi para o grupo alemão Mahle e a outra para a italiana Magneti Marelli. O auge do conflito entre Kasisnky e os dois filhos, Roberto e Renato, que também trabalhavam na empresa, aconteceu em 1992. O pai havia programado a aposentadoria e pretendia abandonar a presidência executiva da Cofap, para depois, assumir o conselho de administração. Arrependeu-se, alegando que não havia encontrado um sucessor à altura. O conflito começou quando ele decidiu permanecer no cargo. Ele já havia doado suas ações para os filhos, mas tentou obtê-las de volta por meio de ação judicial. A briga que tumultuou o processo sucessório e levou à venda da empresa nunca foi resolvida. Roberto foi morar nos Estados Unidos e Renato se transformou num empresário em São Paulo.  Quando foi vendida, em 1998, a Cofap faturava US 1 bilhão por ano e exportava 40% da receita para mais de 90 países. Tinha 18 unidades industriais espalhadas pelo mundo e 35 mil funcionários.  Menos de um mês depois de deixar a Cofap, Kasinsky estava agoniado com a ideia de ficar sem fazer nada. Segundo contava, chegava a ler quatro jornais diariamente, alguns mais de uma vez. Em 2000, aos 82 anos, fundou a fabricante de motocicletas, scooters e triciclos com a marca Kasisnki.
Aos que perguntavam, de onde vinha tanta disposição, o já idoso empresário respondia: "Vem de um homem de origem humilde que sempre sonhou em crescer, cresceu bastante e ainda pensa em crescer mais".
Enquanto pôde, o empresário ia diariamente para seu escritório logo cedo. Em 2009, um grupo chinês, CR Zongshen, comprou a fábrica de motos, mantendo o nome original - Kasinski -, que acabou se tornado uma grife para a empresa. O antigo dono teria se dedicado a uma paixão - cultivar orquídeas - se não tivesse adoecido.

Frigorífico JBS vai separar Vigor e pretende listá-la na Bolsa
Folha 10.02.2012 - O frigorífico JBS informou ontem que pretende separar sua subsidiária integral Vigor e pedir o registro de companhia aberta da empresa, para futura listagem no Novo Mercado da Bovespa. "A administração da JBS considera que, por ser a Vigor sua subsidiária integral e não uma sociedade independente, o mercado não consegue perceber seu real valor no escopo de ativos da companhia", informou o JBS, em fato relevante. Em janeiro, o frigorífico JBS confirmou que suas subsidiárias JBS USA e JBS USA Finance fixaram a oferta de títulos da dívida -o montante foi ajustado para US$ 700 milhões (R$ 1,2 bilhão).
Desse valor, US$ 100 milhões serão destinados para a sede do JBS e outros US$ 200 milhões ao pagamento de dívidas.

Pão Amanhecido
Estadão/Sonia Racy 09.02.2012 - Corria ontem pelo mercado que Abilio Diniz estava prestes a comprar o Carrefour Brasil. Indagado a respeito, o empresário estrilou: “Esse foi assunto do ano passado. Acho que este tipo de coisa nem deve ser perguntado para mim”.

JBS vai separar negócio de lácteos e listar Vigor na bolsa
Valor 10.02.2012 -Três anos depois de retirar-se da bolsa, a empresa de lácteos Vigor está de volta ao mercado. A JBS, que acabou herdando a companhia após incorporar a Bertin, anunciou ontem uma operação que culminará com uma nova listagem da Vigor, desta vez no Novo Mercado. A JBS informou que fará uma oferta pública voluntária para os seus atuais acionistas. Nessa operação, propõe que os acionistas troquem ações ordinárias da JBS por papéis da subsidiária Vigor, que terá o capital aberto. Cada acionista da JBS poderá obter ações da Vigor proporcionalmente à fatia que detém hoje na JBS. Ou ainda, se não quiser aderir à operação poderá preservar as ações que já possui na empresa. A justificativa dada pela JBS para essa operação é a sua avaliação de que o mercado não percebe o "real valor" da Vigor dentro de seu negócio hoje. Essa falta de percepção, no entender da empresa, acontece pelo fato de a companhia de lácteos ser uma subsidiária, não uma instituição independente.
Além disso, em comunicado, a JBS destacou que "a indústria de lácteos costuma ter múltiplos de negociação superiores aos da indústria de processamento de carnes" - esta última a atividade principal da empresa atualmente. Procurada, a JBS não concedeu entrevistas ontem sobre o assunto, mas fará nesta manhã uma teleconferência para esclarecer dúvidas sobre a operação.
O Valor apurou com fontes do segmento que a estratégia, além de ser uma tentativa de valorizar o negócio de lácteos do grupo, abrirá as portas para aquisições em um momento particularmente movimentado. Recentemente, por exemplo, houve especulações sobre a união de duas grandes companhias desse mercado, negada com veemência pelos grupos citados.
Na prática, a JBS está fazendo uma cisão da Vigor e, de acordo com fontes, não optou por esse modelo porque, nesse caso, teria de conceder aos seus acionistas direito de recesso na operação.
A JBS marcará uma reunião de conselho para definir o valor que será atribuído às ações da empresa e da Vigor na operação e, consequentemente, definir a relação de permuta da oferta.
Na bolsa, a JBS está avaliada em R$ 21,75 bilhões, conforme o fechamento de quarta-feira. A Vigor, quando fechou capital, em 2009, valia R$ 970 milhões.
Aparentemente, os planos para a Vigor dentro da JBS começaram a ser traçados há um ano. Em janeiro de 2011, a família Batista, fundadora do frigorífico, criou a FG Holding International, presidida por Joesley Batista, com a finalidade de firmar participação em outras sociedades no Brasil e no exterior, como sócia ou acionista, além de administrar bens próprios. Em janeiro deste ano, assembleia da FG aprovou a mudança de seu nome para Vigor Alimentos, uma companhia cujo estatuto inclui, além das participações em outras sociedades, operações com lácteos. Ainda que não tenha definido quanto valerá a Vigor, a JBS não está totalmente no escuro nesta frente. A ata dessa mesma assembleia informa que a empresa contratou peritos para fazer um laudo de avaliação do valor patrimonial das ações da fábrica Vigor e eles chegaram a R$ 1,191 bilhão. A JBS, única acionista, fez um aumento de capital na Vigor nesse valor, com a emissão de 100 milhões de ações, cada uma a R$ 11,91. O atual presidente da Vigor, Gilberto Xandó, será mantido no cargo. Em novembro, o executivo concedeu entrevista ao Valor na qual adiantou parte da estratégia de reposicionamento e marketing que deverá ser adotadas nesta nova etapa da empresa (ver matéria abaixo). No comunicado divulgado no início da noite de ontem, a empresa esclareceu que a Vigor terá uma estrutura corporativa própria e independente, com um conselho de administração formado por sete integrantes, sendo cinco independentes. A JBS também informou que o pedido de registrou da oferta voluntária já foi feito à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). E disse que a operação depende do consentimento de credores detentores de títulos de dívida emitidos pela JBS USA LLC, JBS USA, JBS, JBS Finance e Bertin. Por conta da operação, o programa de recompra de ações que estava em aberto foi encerrado e os papéis adquiridos, cancelados.

Faturamento da Diageo cresce 26% no Brasil
Valor 10.02.2012 - Os países emergentes impulsionaram as vendas da fabricante de bebidas Diageo - que tem em seu portfólio marcas como o uísque Johnnie Walker e a vodca Smirnoff - no semestre fiscal terminado em 31 de dezembro. Os mercados de América Latina, Ásia-Pacífico e África cresceram, juntos, 18% em vendas, sendo que, na média global, a receita da empresa aumentou 8%, para 5,7 bilhões de libras (US$ 9,04 bilhões). Em volume, o crescimento global de vendas da Diageo foi de 3% no período.
As três regiões somam 40% das vendas da companhia, e a expectativa é que, nos próximos três a cinco anos, respondam por metade das vendas globais da Diageo.
No Brasil, as vendas cresceram 19% em volume e 26% em valor, com destaque para a Smirnoff e para o Johnnie Walker Red Label, cujas vendas aumentaram após a campanha "Keep Walking Brazil", produzida exclusivamente para o mercado doméstico.n "Como líder de mercado, também temos orgulho de saber que estamos contribuindo significativamente para o crescimento da categoria de 'scotch whisky', que, no Brasil, é liderada por Johnnie Walker Red Label, o que fez com que a marca ganhasse aval mundial para a primeira campanha criada especialmente para um mercado específico", declarou ao Valor por e-mail Otto von Sothen, presidente da Diageo no Brasil. O lucro operacional da companhia subiu de 1,7 bilhão de libras no segundo semestre fiscal de 2010 para 1,8 bilhão de libras no mesmo período de 2011. Já o lucro líquido da empresa caiu 20%, de 1,1 bilhão de libras para 953 milhões de libras na mesma comparação.

BC decreta a liquidação da financeira Oboé
Valor 10.02.2012 - O Banco Central decretou, ontem, a liquidação extrajudicial da Oboé Crédito, Financiamento e Investimento, financeira com sede em Fortaleza (CE) e que tinha forte atuação regional. Por extensão, foram liquidadas a Companhia de Investimento Oboé, a Oboé Tecnologia e Serviços Financeiros SA e a Oboé Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários.
O grupo estava desde 15 de setembro de 2011 sob intervenção. A decisão de liquidar foi tomada pelo BC ao constatar que a normalização dos negócios da financeira é inviável. O relatório do interventor, Luciano Carvalho, confirmou que a empresa está insolvente, com mais passivos do que ativos.
A existência de passivo a descoberto foi apenas um dos motivos da intervenção decretada há cinco meses. Na ocasião, foram constatadas ainda violações de normas que disciplinam a atividade das instituições financeiras, o que também foi confirmado pelo interventor. O BC não esclareceu, porém, que normas foram desrespeitadas. A empresa foi acusada ainda de colocar obstáculos à fiscalização.
À época da intervenção, o então presidente e controlador da Oboé, José Newton Lopes de Freitas, negou tanto a prática de irregularidades quanto a situação de insolvência da empresa. Freitas se disse surpreso porque, segundo ele, a financeira vinha exibindo resultados satisfatórios. No fim de junho de 2011, o grupo Oboé tinha patrimônio líquido positivo de R$ 20,305 milhões e ativos totais de R$ 409,642 milhões, segundo dados reportados ao BC. Fundada em 1997, a financeira Oboé é controlada diretamente pela Oboé Holding Financeira. Freitas é controlador indireto. As atividades do grupo abrangiam ainda cartões de crédito, telefonia e informática. Os bens do controlador e de ex-administradores da financeira e de suas controladas tinham sido bloqueados em setembro. Com a liquidação, é possível que sejam usados para pagar credores. Um deles é o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que com a intervenção foi chamado a cobrir depósitos à vista e em poupança de até R$ 70 mil e depósitos a prazo com garantia especial (DPGE) de até R$ 20 milhões.
Os ex-administradores que tiveram bens bloqueados são José Itamar de Vasconcelos Junior, Elisiário Pereira da Graça Junior e Joeb Barbosa de Vasconcelos.

Vinci compra 40% da rede Le Biscuit
Valor 10.02.2012 - Fundada há 44 anos, a Le Biscuit é controlada pela família Sant'Anna: meta é abrir 12 lojas e aumentar vendas em 50% em 2012.A gestora de recursos Vinci Partners, com participação em negócios como Burger King Brasil e Inbrands, fechou acordo para aquisição do controle de 40% da Le Biscuit, varejista de material escolar, artigos de decoração, brinquedos e utilidades para o lar, com sede em Salvador, na Bahia. Pelo contrato assinado na sexta-feira, após seis meses de negociações, trata-se de um investimento realizado por meio do fundo Vinci Capital Partners II, e os recursos devem ser aplicados no projeto de expansão da rede no país, incluindo São Paulo. Fundada há 44 anos, a Le Biscuit tem 20 lojas e é controlada pela família Sant'Anna. Em 2011, faturou R$ 195 milhões, com crescimento de 43% em relação a 2010 - ano em que a rede já havia registrado expansão de 35%. A meta é aumentar o faturamento em 50% neste ano.
Do valor total a ser aplicado no negócio com a venda de 40% do controle, estima-se que entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões deverão ser investidos, basicamente, na abertura de lojas e em um novo centro de distribuição, em Campinas (SP). Os recursos não serão usados para reduzir nível de endividamento, considerado baixo.
"Nós estamos fechando esse negócio para crescermos mais rápido", disse Álvaro Sant'Anna, presidente da Le Biscuit. "Entre 2010 e 2011, decidimos que era preciso buscar apoio se quiséssemos crescer. Tínhamos mais propostas de aberturas de lojas do que poderíamos dar conta. Na busca de parceiros, analisamos projetos de três grandes fundos ", afirmou. "Não queríamos quem pagasse mais. Buscávamos um parceiro que fizesse sentido para a gente", explicou Sant'Anna, que deve continuar na presidência da rede varejista.
Entre os membros da família, apenas Álvaro continua na empresa - o processo de profissionalização começou em 2006. No conselho de administração criado com a entrada da Vinci, a família fundadora da cadeia terá três membros e a gestora, dois membros. A Vinci não planeja fazer alterações no corpo de diretores da rede, com seis executivos. Além disso, a principio, a hipótese de abertura de capital da empresa, como possibilidade de saída do investimento, não está sendo analisada.
Este é o quinto investimento da Vinci na área de varejo e serviços - a gestora ainda tem participação, com recursos próprios e de clientes, na Equatorial Energia, Unidas, Burger King Brasil e InBrands. Em relação aos outros negócios do setor, no entanto, essa é uma parceria de menor porte por parte da gestora, liderada por Gilberto Sayão, ex-controlador do Pactual.
"Nós estamos buscando operações com alto potencial de crescimento, e não necessariamento de grande porte", disse Alessandro Horta, sócio da Vinci Partners. "Achar negócios bem estruturados na área de varejo no país e ainda com perspectivas de ganhos elevados não é tão fácil quanto parece. É isso que nos interessa".
Pelo plano de crescimento desenhado para a varejista, após a entrada de gestora no negócio, estão previstas a abertura de pelo menos 12 lojas no país em 2012. Outros oito pontos estão em fase de negociação, o que pode levar a um total de 20 inaugurações no ano. Se esse número for atingido, a Le Biscuit terá dobrado de tamanho, em número total de lojas no Brasil.
Desse número previsto inicialmente, de 12 novas lojas, a metade deve ser aberta no Estado de São Paulo. Dentro desses seis pontos, dois a três devem ser abertos na cidade de São Paulo - a empresa tem apenas um ponto na capital paulista e o restante das lojas estão no Nordeste. O foco de atuação da empresa será nas regiões onde já atua. Rio de Janeiro deve ficar para um segundo momento. Também é prioridade a abertura de um novo CD na cidade de Campinas (SP), para atender São Paulo, e que deverá ter a operação terceirizada.

Briga entre importadores de talheres e Tramontina deve acabar no Cade
Estadão 10.02.2012 - Concorrência. Associação dos importadores enviou à SDE uma denúncia em que acusa a Tramontina de ter apresentado dados falsos em um processo antidumping contra talheres da China, comparando os preços dos produtos do país com artigos de luxo. Uma desavença entre a Tramontina e os importadores de talheres pode chegar ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Associação Brasileira de Importadores, Produtores e Distribuidores de Bens de Consumo (Abcon) entregou na terça-feira uma denúncia contra a empresa por "infração à ordem econômica" na Secretaria de Direito Econômica (SDE).
A origem da discórdia é o processo contra dumping de talheres da China movido pela Tramontina no ano passado no Departamento de Defesa Comercial (Decom), órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A Abcon acusa a Tramontina de ter apresentado dados falsos no processo antidumping, com o objetivo de prejudicar a concorrência. "A Tramontina pratica infração à ordem econômica ao pleitear abertura de investigação e aplicação de direitos antidumping com base em informações que sabe serem falsas e ardilosamente distorcidas apenas para atender ao seu interesse de fechar o mercado", afirma a Abcon no documento entregue à SDE ao qual o Estado teve acesso. A entidade pede uma medida cautelar para a remoção do processo no MDIC - nos termos apresentados - e a aplicação de multa à empresa. A Tramontina não quis se pronunciar. A SDE confirmou que recebeu a reclamação da Abcon e disse que vai analisar o caso. Se entender que há indícios de infração, a SDE abrirá um processo administrativo contra a empresa. Após o parecer da SDE, o processo segue para o julgamento do Cade. É o órgão antitruste que decidirá se a empresa será punida ou absolvida e qual será a sanção.
"Com a imposição da tarifa antidumping sugerida pela Tramontina, ela inviabiliza a possibilidade de concorrência no mercado de talheres. É abuso de poder para a formação de um monopólio", diz o presidente da Abcon, Gustavo Dedivitis.  A estimativa da Abcon é que a Tramontina detenha cerca de 60% do mercado de talhares brasileiro. A empresa é dona de um faturamento acima de R$ 2,5 bilhões e responde por mais de 90% da produção nacional. Os importados são seus maiores concorrentes. Só em facas, o Brasil importou US$ 2,4 milhões em 2011, uma alta de 47% em relação ao ano anterior, de acordo com dados do MDIC. E 88% dos produtos vieram da China. Preços. A margem de dumping verificada pela Tramontina no processo que está em investigação é de 1.751%. Para a Abcon, a Tramontina comparou o preço médio de facas chinesas com o de produtos de luxo, o que tornaria a diferença de preço maior do que ela é de fato.
O MDIC disse que adota um procedimento de rotina de verificar os dados oferecidos em todos os processos e que o mesmo será feito na investigação movida pela Tramontina. "Os investigadores do Decom realizam visitas in loco, tanto nas empresas brasileiras quanto nos exportadores, a fim de atestar a veracidade das informações prestadas", afirmou em nota. O MDIC também esclareceu que o julgamento do processo é independente da ação no Cade e vice-versa. Para o ex-secretário de Comércio Exterior Welber Barral, a questão do antidumping cabe ao MDIC. O advogado Ademir Pereira Junior, por outro lado, afirma que o caso pode ir para o Cade se for comprovado que poderá haver exclusão de concorrentes e formação de monopólio.

Valec divide em duas fases licitação para compra de trilhos da Norte-Sul
Valor 10.02.2012 - Castello, da Valec: "Ao dividir a licitação, temos boa chance de uma empresa nacional assumir a logística desse material".A Valec está pronta para fazer aquela que deverá ser a sua maior licitação neste ano. Por meio de uma concorrência internacional, a estatal das ferrovias vai adquirir 90 mil toneladas de trilhos. Os 680 quilômetros de pares de barras de aço serão usados para concluir o trecho da Ferrovia Norte-Sul que liga a cidade de Ouro Verde, em Goiás, até Estrela d'Oeste, no interior de São Paulo.  A estatal vai testar um modelo inédito de compra. A licitação, segundo o presidente da Valec, José Eduardo Castello, foi dividida em duas partes. A primeira vai tratar exclusivamente da aquisição dos trilhos e de sua entrega até um porto brasileiro, a ser definido. Em março, a Valec lançará uma segunda licitação, desta vez para contratar o operador logístico que irá transportar as 90 mil toneladas de trilhos até os estaleiros de solda da Ferrovia Norte-Sul, em Goiás. Como o Brasil não tem fábricas de trilhos, a estatal despachou avisos a mais de 20 embaixadas para divulgar a concorrência. Os principais interessados vêm da Áustria, China, Estados Unidos, Índia, Japão e Polônia. "Ao dividir a licitação, temos boa chance de uma empresa nacional assumir a logística desse material", diz Castello.  Essa é segunda vez que a Valec tenta comprar trilhos para a Norte-Sul. O primeiro edital, lançado há um ano, foi cancelado em agosto, depois de o Tribunal de Contas da União encontrar uma série de problemas na concorrência, como algumas regras que restringiam a competitividade.
Diferente da concorrência anterior, o novo edital elimina a figura do "trading", um intermediário que acabava aumentando o preço do material. Desta vez, a estatal vai fechar contrato direto com a siderúrgica internacional.
As mudanças também incluem aspectos técnicos que podem ajudar a reduzir o custo dos trilhos. Um exemplo claro é o tamanho dos trilhos. Castelo afirma que a Valec sempre comprou barras curtas de até 12 metros. "Era assim porque a empresa nunca tinha negociado o transporte dos trilhos pelo meio ferroviário. Isso sempre foi feito pelas rodovias, o que me parece uma política míope", diz.  Os novos trilhos terão 18 ou 24 metros de comprimento. Assim, será reduzido pela metade a quantidade de soldas, por exemplo. Pode parecer só um detalhe, mas cada solda custa R$ 500. Isso significa que, em um quilômetro de trilhos, serão economizados nada menos que R$ 40 mil. "Se pensarmos em todos os 680 quilômetros, são mais de R$ 27 milhões em economia", comenta Castello.
O plano da Valec é que, ao serem deixados no porto, os trilhos sejam transportados por ferrovias que já existem. Para que isso seja possível, a estatal está negociando com representantes das empresas ALL e da Vale. A primeira opera a ferrovia Malha Paulista, que parte do porto de Santos e chega até Estrela D'Oeste. Já a Vale oferece a opção de sair de Santos e subir até Anápolis, em Goiás, ou ainda por meio do Porto de Itaqui, no Maranhão. Dali, o material poderia descer pela estrada de ferro Carajás e chegar ao trecho da Ferrovia Norte-Sul que já é operado pela Vale.  "Se quiserem, a ALL e a Vale poderão participar da licitação. De qualquer forma, o que queremos é garantir ao operador logístico que vencer a licitação o direito de optar por essas vias de transporte ferroviário", diz Castello.
Se tomado como referência o preço da tonelada de trilho fechado na licitação do ano passado, que foi cancelada, o contrato atual pode chegar a R$ 270 milhões, mas a Valec aposta numa redução de pelo menos 30% sobre esse valor, dadas as novas condições embutidas no edital. A previsão é de que, no segundo semestre, uma nova licitação vá para a rua, desta vez para comprar 500 quilômetros de trilhos para tocar a primeira etapa de obras da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol), entre as cidades de Ilhéus e Caetité, na Bahia. O projeto original previa que esse material fosse adquirido em conjunto com os trilhos da Norte-Sul, mas a Valec decidiu seguir a orientação dada pelo TCU. "Vamos comprar as barras para aquilo que realmente está em implantação. A Fiol ainda passa por uma fase de preparo. A recomendação é que não tenhamos trilhos em estoque, o que significaria custo extra."
A expectativa é que, a cada seis meses, a Valec faça uma licitação para aquisição de trilhos. "Vamos fracionar as licitações para que outras empresas possam participar da concorrência"

Conselho da Vale aprova contrato com a Petrobrás de carnalita, diz fonte
Estadão 10.02.2012 - Projeto Carnalita, a ser desenvolvido pela Vale, dependia do aval da petrolífera, já que a área da reserva é de propriedade da estatal.
O Conselho de Administração da Vale aprovou o contrato com a Petrobrás de arrendamento para a exploração de reservas de carnalita, minério do qual se extrai o potássio, em Sergipe, de acordo com uma fonte próxima à negociação. O presidente da mineradora, Murilo Ferreira, teria feito uma ligação para o governador de Sergipe, Marcelo Déda, que está em Brasília, para informá-lo sobre a aprovação.
Com isso, a Vale poderá dar continuidade aos seus planos de crescer no segmento de fertilizantes no Brasil. O "Projeto Carnalita", a ser desenvolvido pela Vale, envolvendo aportes de US$ 4 bilhões, dependia do aval da petrolífera, já que a área da reserva é de propriedade da estatal. O Conselho da Petrobras também precisará aprovar o contrato.
Hoje, a Vale já produz potássio em Sergipe, em Taquari-Vassouras. O nitrogênio, fósforo e o potássio são os três nutrientes básicos para a composição de fertilizantes, e o Brasil é dependente da importação de todos eles. O objetivo do governo é que, com o aumento da produção da Vale, a dependência externa por fertilizantes seja menor.
A meta da mineradora é chegar a uma produção de 3,4 milhões de toneladas de potássio em 2015. Para este ano, a Vale projeta alcançar uma produção de 650 mil toneladas.
De acordo com o plano de investimentos da Vale divulgado no fim do ano passado, do montante de US$ 21,4 bilhões para 2012 9,6% será destinado ao segmento de fertilizantes.

Grupo Cosan deverá reduzir posição de hedge
O grupo Cosan deverá reduzir sua posição de hedge em commodities. Segundo Marcos Lutz, presidente do grupo, a estratégia da empresa deverá ser de "menor exposição ao hedge". Até o dia 31 de dezembro, a Raízen, resultado da joint venture entre Cosan e Shell, tinha 27% de açúcar da futura safra "protegido". No mesmo período do ano anterior, o dobro desse volume estava com hedge.
Segundo Lutz, a estratégia anterior da companhia era garantir um fluxo de caixa maior com maior proteção. Atualmente o grupo não tem essa necessidade.
Lutz voltou a estimar uma moagem de 58 milhões de toneladas de cana para a safra 2012/13 (dados preliminares). No ciclo passado, a moagem ficou em 53 milhões de toneladas. O ciclo 2011/12 foi afetado por problemas climáticos, limitando o esmagamento de matéria-prima das usinas instaladas no Centro-Sul do país.
Em seu relatório de resultado, divulgado ontem, a companhia reportou receita líquida consolidada de R$ 6,3 bilhões no terceiro trimestre do ano 2011/12, aumento de 34% sobre o mesmo período do ano anterior. O lucro líquido subiu 142%, passando de R$ 38,7 milhões para R$ 93,8 milhões.
No consolidado dos nove meses, a receita ficou em R$ 18,3 bilhões, com alta de 36% sobre igual período do ano anterior. O lucro líquido ficou em 2,5 bilhões, 745% maior sobre os nove meses do ano-safra 2010/11. A Raízen Combustíveis responde por mais de 60% da receita da companhia.
Os bons resultados refletem as sinergias com a formação da Raízen, constituída em 1º de julho de 2011, e os esforços da companhia na integração de suas unidades de negócios. "A diversificação de portfólio trouxe beneficio para o negocio. O terceiro trimestre é sempre desafiador porque o período é incertezas por conta da entressafra nos negócios de açúcar e etanol", disse Marcelo Martins, vice-presidente de finanças e relações com investidores do grupo. Um melhor "mix" de produtos vendidos e a alta no preço dos combustíveis puxaram os resultados da Raízen Combustível no terceiro trimestre. O bom desempenho foi impulsionado, sobretudo, pelo aumento em 24,7% nas vendas de gasolina. A quebra da safra de etanol estimulou a comercialização de gasolina.
No terceiro trimestre, a dívida bruta consolidada da Cosan atingiu R$ 4,8 bilhões. A dívida bruta da Raízen, que é proporcionalmente consolidada em 50% pela Cosan, totalizou R$ 5,9 bilhões até 31 de dezembro de 2011, redução de 3,3% em relação a 30 de setembro de 2011.  A Raízen possui um recebível do acionista Shell de US$ 1,1 bilhão, com vencimentos no primeiro e segundo aniversários da sua formação, 1 de junho de 2012 e 1 de junho de 2013, respectivamente.

Petrobras contrata 26 sondas de perfuração
Valor 10.02.2012 - A Petrobras vai contratar 26 sondas de perfuração que serão construídas no Brasil e alugadas por 15 anos a um custo aproximado de US$ 5 bilhões por ano. Desse total, 21 embarcações foram encomendadas à Sete Brasil, que cobrará uma taxa diária média de US$ 530 mil para construir e afretar essas embarcações.
Outras cinco sondas serão construídas pela Ocean Rig com uma diária média de US$ 548 mil. No total, a estatal vai pagar uma taxa anual de US$ 5,062 bilhões pelo aluguel dessas embarcações ao longo do contrato.
Em nota, a Petrobras informou que " a contratação considera a possibilidade da redução das taxas diárias médias em caso de obtenção de isenção de PIS e Cofins e em função das condições definitivas de financiamentos a serem acordadas pelas empresas contratadas como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)".
Caso se confirme a expectativa de redução das taxas diárias de aluguel dessas embarcações, o custo para a Petrobras poderá cair até US$ 535 mil por dia no afretamento das unidades da Ocean Rig e até US$ 500 mil por dia nas da Sete Brasil. Neste caso, o custo anual para a estatal seria de US$ 4,808 bilhões.
As sondas de perfuração são fundamentais para que a Petrobras possa cumprir as metas de produção de petróleo e gás no Brasil, incluindo no pré-sal. Sem esses equipamentos a companhia não está conseguindo evitar a queda de produção de seus campos maduros no pós-sal da Bacia de Campos, fato que vem chamando a atenção de analistas desde o ano passado.

Vendas de gás têm concorrência desleal em dez capitais, diz estudo
Folha 10.02.2012 - Ao menos dez capitais brasileiras já registraram neste ano vendas de botijão de GLP (gás de cozinha) a um valor que indica a prática de concorrência desleal, de acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e de um estudo da USP. O valor mínimo cobrado pelas distribuidoras para pagamento de todos os fatores de produção deveria ser de R$ 27,38 para um botijão de 13 kg, diz o economista e professor da USP Fabio Kanczuk. "Essa prática costuma ser realizada por empresas que têm mais fluxo de caixa, com o objetivo de quebrar as demais. Depois elas aumentam os preços e ficam com uma parcela maior dos lucros", explica Kanczuk. Entre as cidades que apresentaram vendas abaixo do valor indicado pelo estudo estão São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador.
Para o professor, a ocorrência do fenômeno deveria ser observada pela SDE (Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça) e pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
O Cade analisa atualmente dois casos sobre o assunto, de Santa Catarina e Bahia.
Segundo o presidente do Sindigás, Sérgio Bandeira de Mello, as variações de preços mostram alto grau de competitividade, mas não significam, necessariamente, um tipo de concorrência desleal.
Para Amaro Helfstein, diretor da Copagaz, as disputas mais acirradas acontecem em São Paulo e Recife. "Muitas empresas não pagam todos os impostos e deixam de investir em segurança."

Lucro da Petrobras recua 52,4% no 4º trimestre
Brasil Econômico 09.02.2012 - Estatal lucrou R$ 5,049 bilhões no quarto trimestre. No ano, o lucro líquido recuou 5% em relação a 2010, para R$ 33,313 bilhões.
A Petrobras reportou nesta quinta-feira (9/2) lucro líquido de R$ 5,049 bilhões no quarto trimestre, valor 52,4% inferior ao ganho de R$ 10,602 bilhões verificado um ano antes.
O resultado ficou abaixo do projetado pela Ágora Corretora, que previa um lucro líquido de R$ 8,78 bilhões no período.
No ano, o lucro líquido recuou 5% em relação a 2010, para R$ 33,313 bilhões.
A estatal petrolífera afirmou que o resultado reflete as reduções no lucro operacional e no resultado financeiro, parcialmente compensadas pela diminuição na despesa com imposto de renda e contribuição social, bem como pela participação dos acionistas não controladores, em função dos efeitos cambiais sobre o endividamento das Sociedades de Propósito Específico (SPE).
A receita de vendas atingiu R$ 65,257 bilhões entre outubro e dezembro, o que representa um aumento de 20,3% sobre o apurado em igual época de 2010. Com isso, a receita de vendas somou R$ 244,176 bilhões no ano passado. No trimestre, foram produzidos 2,670 milhões de barris por dia de petróleo e gás natural, ficando praticamente estável ao observado um ano antes (2,628 milhões de bbl).
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu 2% no trimestre, mas subiu 5% no ano, totalizando R$ 62,246 bilhões.
Os investimentos alcançram R$ 73 bilhões em 2011, sendo a maior parte dedicada aos segmentos de Exploração & Produção (47%) e Abastecimento (37%).
Neste pregão, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) subiram 0,20%, cotadas a R$ 25,48, e acumulam alta superior a 19% em 2012.

Será a valsa do adeus do rali do início de ano?
Valor 10.02.2012 - O rali de alta do mercado acionário brasileiro - que levou o Índice Bovespa a avançar para 65.917 pontos na máxima do ano - pode estar dando adeus. Não que o investidor tenha algum motivo novo para deixar o otimismo de lado, mas o fato é que a bolsa brasileira se mostra muito atrativa para uma realização de lucros.
De olho nessa oportunidade, o estrangeiro já começou a se desfazer de parte de suas posições. O movimento inicial, contudo, foi modesto. Após 27 pregões consecutivos de entrada líquida de recursos externos na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que resultaram no ingresso total de R$ 8,693 bilhões no ano, o fluxo direto estrangeiro ficou negativo em R$ 158,2 milhões no dia 7. No pregão de ontem, os investidores começaram a atuação de olho na Grécia e, após o anúncio de um acordo político em torno das medidas de austeridade necessárias para um novo pacote de ajuda financeira internacional, as bolsas europeias e americanas passaram a avançar.
Ibovespa encerra em queda 0,46%, aos 65.530 pontos. No Brasil, o mercado brasileiro firmou baixa no período da tarde, com o Ibovespa enfrentando nova resistência nos 66 mil pontos. O principal indicador da bolsa brasileira fechou o dia com queda de 0,46%, aos 65.530 pontos. O giro financeiro atingiu R$ 7,215 bilhões.
"A realização de lucros aconteceu até tarde. Desde o início do ano, o mercado não quis enxergar os problemas da Grécia e foi apenas o fluxo estrangeiro que direcionou a bolsa. Como esses recursos começaram a mostrar fraqueza, vimos uma leve baixa, mas nada que assuste", disse o operador da mesa institucional da corretora Renascença, Luiz Roberto Monteiro.
Para a equipe de análise da Votorantim Corretora, um cenário global sem rupturas já foi incorporado pelo mercado, o que proporcionou os elevados ganhos da bolsa brasileira neste início de ano. Mas é provável que a Europa entre em recessão, a expansão americana seja fraca e a China continue em desaceleração. "Nesse caso, os preços dos ativos podem ter se valorizado de modo exagerado", diz a instituição, em relatório. Desta forma, a Votorantim, que estava com recomendação de compra para a bolsa brasileira, passou a adotar posição "neutra" no atual nível de preço.
Dentro do Índice Bovespa, as principais quedas partiram de papéis como as ordinárias (ON, com direito a voto) da LLX, com perda de 3,43%, cotadas a R$ 3,66. As ações preferenciais (PN, sem voto) classe A da Braskem caíram 3,77%, negociadas a R$ 15,81. Interessante notar que os ativos se desvalorizaram num momento em que a companhia captou US$ 250 milhões por meio da reabertura de seus bônus perpétuos no exterior.
Além disso, as ações do setor imobiliário, como Rossi ON (-3,38% a R$ 10,28) e Cyrela ON (-3,46%, a R$ 17,26), que costumam estar entre as preferências dos estrangeiros, tiveram perdas relevantes.
Na direção oposta, os papéis Hypermarcas ON (2,73%, a R$ 12,02), Marfrig ON (2,39%, a R$ 8,56) e Cemig PN (2,23%, a R$ 36,60) lideraram os ganhos do Ibovespa. Entre os papéis de maior peso no mercado, Vale PNA cedeu 0,61%, a R$ 43,38, com giro de R$ 724 milhões, enquanto Petrobras PN virou a direção ao fim do dia e subiu 0,27%, a R$ 25,50, com volume de R$ 602 milhões, antes da divulgação do seu balanço trimestral.

Invepar x OAS
Folha 10.02.2012 - A Invepar, sociedade entre a construtora OAS e fundos de pensão que venceu o leilão para administrar o aeroporto de Guarulhos, em SP, pode entrar em outras licitações no setor. Estuda a possibilidade de participar do leilão e concessão dos aeroportos do Galeão, no Rio, e de Confins, em Minas Gerais, ainda sem data marcada.

Negociações sobre acordo automotivo com o México caminham para resultado desfavorável ao Brasil
Agência Brasil 09.02.2012 - O clima sobre a renegociação do acordo bilateral de importação de automóveis com o México parece longe de um fim favorável ao Brasil. Hoje (09), representantes dos governos brasileiro e mexicano continuam reunidos para uma nova rodada de discussões visando a alterações nas condições atuais da parceria.
Segundo o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, a conversa desta quinta-feira é apenas o estágio inicial para uma renegociação e nenhuma proposta foi definida até o momento. “Os encontros estão ocorrendo em nível técnico. Por enquanto ainda estamos examinando essa questão. Ainda não há um resultado, e nem é esse o objetivo desse exercício no estágio em que se encontra agora”, disse aos jornalistas.
O tom da conversa tem sido contrário às exigências do governo brasileiro. Segundo um técnico do governo federal, o encontro de ontem (8), entre representantes dos ministérios das Relações Exteriores e de Comércio Exterior, “não teve avanço”. Em comunicado oficial publicado no site da Secretaria de Economia do México, o governo mexicano afirma que não pretende rever o acordo automotivo com o Mercosul. O texto diz que “devido à importância bilateral do ACE 55, o governo mexicano não buscará renegociá-lo”, referindo-se ao Acordo de Complementação Econômica 55, assinado em 2003.
Na nota, o governo do México alega que o acordo permitiu que o comércio de automóveis entre os dois países tenha subido de US$ 1,1 bilhão para US$ 2,5 bilhões, no ano passado. Além disso, houve desenvolvimento da indústria regional de autopeças. No entanto, em 2011, a parceria comercial resultou em um déficit comercial para o Brasil superior a US$ 1 bilhão.
A reuniões de integrantes dos dois governos têm ocorrido desde terça-feira (7), quando negociadores do México chegaram ao Brasil. Na última sexta-feira (3), o presidente do México, Felipe Calderón, telefonou à presidenta Dilma Rousseff, após ameaça do Brasil de romper o acordo. Na conversa, Calderón afirmou ter “enorme interesse” na manutenção do acordo automotivo e concordou com a revisão do tratado.
Na ocasião, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse que a parceria comercial está “desequilibrada” para o lado brasileiro e que tem beneficiado somente os mexicanos.
Em vigor desde 2002, o acordo bilateral permite a importação de veículos, peças e partes de automóveis do México com redução de impostos e institui um percentual mínimo de nacionalização dos veículos vindos do país. A parceria isenta veículos da taxa de importação de até 35%, cobrada sobre carros de fora do México e do Mercosul. Para driblar o desequilíbrio, o governo brasileiro cogitou utilizar a cláusula de saída do acordo, o que significaria a quebra da parceria. No entanto, para evitar a ruptura, o Brasil quer alterações nas condições, tais como maior participação do conteúdo regional na produção dos veículos, além da inclusão de caminhões, ônibus e utilitários no benefício de alíquota reduzida.

PF pede a venda de imóveis de suspeitos do PanAmericano
Folha 10.02.2012 - Inquérito policial enviado ao Ministério Público requer alienação para descapitalizar grupo e ressarcir a União
Entre os 32 bens listados, estão três embarcações de luxo e um apartamento avaliado em R$ 3,5 mi. A Polícia Federal pediu à Justiça a venda antecipada de 32 bens dos indiciados no caso PanAmericano para "descapitalizar a organização criminosa" e ressarcir a União por supostos prejuízos.  O requerimento foi feito pelo delegado Milton Fornazari Junior, que assina o relatório final do inquérito a que a Folha teve acesso.
Entre os bens a serem alienados, estão 29 imóveis de alto padrão em nome de executivos do grupo e três embarcações de luxo. Só um apartamento listado está avaliado em R$ 3,5 milhões.
Antes, a Justiça já havia autorizado o bloqueio de investimentos dos executivos no valor de R$ 21,1 milhões.
Fornazari Junior também pediu a abertura de um novo inquérito para apurar as aplicações de Adalberto Salgado Júnior. Em 2010, o investidor mineiro obteve retorno de 697% em CDS durante 315 dias. A taxa média de retorno anual do mercado era de 12%. Os crimes cometidos pelos 22 indiciados levaram o PanAmericano a um rombo de R$ 4,3 bilhões. O banco foi socorrido pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos).
As fraudes contábeis -que consistiram na maquiagem dos balanços para induzir ao erro a fiscalização do Banco Central- foram responsáveis pela maior parte desse desfalque (R$ 3,8 bilhões).
A PF diz não ter encontrado provas do "envolvimento doloso" de Luiz Sandoval (ex-presidente do Grupo Silvio Santos) nas fraudes contábeis -os demais executivos foram responsabilizados.
O inquérito aponta que houve formação de quadrilha e desvios de recursos do banco por meio de empresas de fachada ligadas aos executivos para lavagem de dinheiro e favorecimento pessoal.
Entre 2008 e 2010, essas empresas receberam R$ 76,9 milhões em pagamentos que, supostamente, seriam bônus. Mas a PF descobriu que somente R$ 20 milhões eram efetivamente remunerações.
Os envolvidos foram acusados de gestão fraudulenta, incluindo Sandoval.
A PF diz ter comprovado que a PanAmericano Administradora de Cartões de Crédito e a PanAmericano Prestadora de Serviços "exerciam atividades típicas de instituição financeira" em suas lojas. As empresas de cartão de crédito não são fiscalizadas pelo Banco Central.
As duas empresas -então controladas pelo Grupo Silvio Santos- foram usadas não somente para acobertar as irregularidades do banco, mas também para quitar dívidas de outras empresas.
Em setembro de 2010, a PanAmericano Administradora de Cartões de Crédito pagou R$ 129,2 mil em impostos devidos pela Silvio Santos Participações, após a distribuição de lucros feita pelo banco. "A controladora [Grupo Silvio Santos] usou dinheiro do banco para pagamentos próprios, sendo ocultada no banco, fraudulentamente, a verdadeira natureza desses pagamentos", diz a PF.
Outro lado: Os acusados no caso afirmam, por meio de seus advogados, que vão concentrar a defesa quando o processo for relatado à Justiça pelo Ministério Público Federal. A maioria negou à polícia ser dona de empresa de fachada.

Negociação sobre acordo automotivo segue no México
Folha 10.02.2012 - As negociações em torno do acordo automotivo com os mexicanos continuam em Los Cabos, no México, na semana que vem.
No domingo de Carnaval, quando chanceleres do G-20 se reunirão pela primeira vez, o tratado voltará à pauta.
Outros temas econômicos virão à baila, além de discussões em torno de governança política. Hillary Clinton já confirmou presença e, apesar de o Chile não fazer parte do G-20, o ministro de Relações Exteriores do país, Alfredo Moreno Charme, também foi convidado pelo governo de Felipe Calderón. O México continua disposto a discutir uma revisão dos termos do acordo, segundo afirma o Itamaraty.
Técnicos e o subsecretário de comércio exterior daquele país estiveram no Brasil até ontem para discutir alterações no tratado.
O Brasil reclama do alto déficit comercial com o México em veículos, superior a US$ 1,5 bilhão em 2011. Com receio de rompimento, Calderón ofereceu à presidente Dilma contrapartidas no acordo.

Boleira
Folha 10.02.2012 - Joana Havelange, diretora-executiva do Comitê Organizador da Copa de 2014, vai curtir o Camarote Brahma no Carnaval do Rio. Ela é filha de Ricardo Teixeira, presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), e neta de João Havelange, ex-presidente da Fifa (Federação Internacional de Futebol).

Lucro da News Corp no segundo trimestre sobe 65%
JB 08.02.2012 - O grupo de mídia News Corporation, pertencente a Rupert Murdoch, informou nesta quarta-feira que seu lucro líquido para o segundo trimestre foi de 1,057 bilhão de dólares, uma alta de 65% interanual que superou as previsões do mercado. Em termos do total de ações e descontando elementos excepcionais, o lucro líquido foi de 39 centavos, enquanto os analistas apostavam que seria de 34.
O volume de negócios, por sua vez, registrou uma alta de 2%, a 8,980 bilhões de dólares, acima das previsões de 8,940 bilhões de dólares, graças às divisões de televisão e cinema e apesar de uma queda de 34% dos lucros dos jornais.

Michelin eleva a 2,5 bi de euros meta de lucro operacional em 2015
Valor 10.02.2012 - A Michelin, segunda maior fabricante mundial de pneus, elevou as metas de resultado para o ano de 2015, na esteira do melhor desempenho em economias emergentes. Junto ao balanço financeiro de 2011, a multinacional de origem francesa informou que espera lucro operacional de 2,5 bilhões de euros em 2015, ante projeção original de 2 bilhões de euros.
“Como resultado do desempenho (em 2011), a Michelin confirma sua ambição de crescer ao menos 25% e gerar fluxo de caixa positivo no período de 2011 a 2015”, informa. Em relação à estratégia, a empresa explica que está capitalizando um determinado número de “vantagens competitivas únicas”, incluindo posição de vanguarda no segmento de pneus premium, e que será beneficiada pelo início de operação das novas fábricas, no Brasil e na China, em 2012. Também como parte desse processo, a Michelin anunciou um novo programa de melhora de competitividade em suas operações e serviços, com investimentos de aproximadamente 1 bilhão de euros nos próximos cinco anos. Para 2012, estão previstos investimentos totais de 1,9 bilhão de euros.
No ano passado, o lucro líquido da francesa alcançou 1,462 bilhão de euros, uma alta de 39,4% ante o resultado final de 2010. As vendas líquidas anuais totalizaram 20,719 bilhões de euros, com expansão de 15,8%. Em volume, o crescimento foi de 6,7%, graças ao forte desempenho global no primeiro semestre e às vendas crescentes em mercados emergentes.