sexta-feira, 29 de julho de 2011

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Daily News

Fusão de Raia e Drogasil agrada analistas
Valor 29.07.2011 - Apesar das dúvidas sobre os termos do negócio, a disparada das ações de Drogasil e Raia na bolsa já mostra que o mercado recebeu positivamente uma possível associação entre ambas.
Na semana, os papéis da Drogasil sobem 20,3% e os da Raia têm alta de 7,8%.
Em relatório, os analistas Marcel Moraes e Antonio Gonzalez, do Credit Suisse, destacam que o mercado ainda não consegue estimar qual será a relação de troca estabelecida entre as ações das duas companhias. Além disso, não se sabe quando o negócio será fechado, quais executivos ficarão na gestão e os valores de absorção de sinergias.
Nas estimativas do banco, considerando os valores atuais de mercado, os grupos controladores de Drogasil e Raia teriam fatia de 44% na nova companhia. A nova empresa terá fortalecido seu poder de competição em São Paulo e na região Sudeste.
O BTG Pactual aponta que as vendas da nova empresa, conforme os dados de 2010, serão de R$ 3,9 bilhões. Esse valor é 72% superior ao obtido pela atual líder de mercado, a Drogaria São Paulo. A empresa resultante da associação contará com 696 lojas em oito Estados brasileiros. A fatia de mercado deverá ser de 17% em São Paulo e de 8,4% em âmbito nacional.
Na visão de Frederico Oliveira de Castro, analista da Perfin Investimentos, as duas redes são complementares. Apesar de haver sobreposição em São Paulo, em particular, a Raia tem presença no Paraná e no Rio Grande do Sul, regiões que não contam com a Drogasil. Por sua vez, a Drogasil já se expandiu para Goiás e Distrito Federal, onde a Raia não está.
O analista Fabio Monteiro, do BTG, informa que a sobreposição de lojas das duas redes, pelo critério de menos de um quilômetro de distância, pode alcançar 130 unidades. No entanto, ele avalia que a estratégia mais inteligente será manter as duas marcas em São Paulo, para que as vendas por metro quadrado sejam mantidas nos mesmo níveis.
Castro, da Perfin, lembra ainda que a Raia tem indicadores de venda por metro quadrado menores que a Drogasil e, com a associação, poderá melhorar a sua eficiência, com gestão de estoques para reduzir perdas e melhorar os seus preços.
Já para a Drogasil, diz, esta é uma oportunidade de buscar novas frentes de crescimento.
O BTG estima sinergias anuais entre as empresas de R$ 62 milhões, o que representa 28% do Ebitda combinado das duas estimado para 2011. O banco também destaca ganhos de margem, por conta do maior poder de barganha com os fornecedores e da menor exposição aos distribuidores.
Para o mercado, o fato de a Raia ter entre seus acionistas fundos de participações - Pragma e Gávea - auxilia na visão e estruturação do negócio.
Para algumas fontes, após movimentações recentes do mercado, as ações das companhias alcançaram preço justo, o que viabilizou o estreitamento das conversas.
De um lado, as ações da Raia subiram porque, com os recursos captados na oferta inicial, ela conseguiu mais poder na negociação com fornecedores. Já as da Drogasil, após resultados que trouxeram desaceleração nas vendas e pressão nas margens, tiveram quedas recentes e, por conta disso, sobem mais no acumulado da semana.
Além disso, o mercado lembra que, em dois pregões de abril, um dos integrantes da família fundadora da Drogasil, Carlos Pires Oliveira Dias, reduziu em 5,3% sua participação na empresa, com vendas de ações em leilões na bolsa.
Por conta das operações, ele passou a ter 30,3% na companhia - 20,9% em seu nome e 9,4% via Regimar Comercial. O preço médio dessas vendas foi de R$ 12,40, que passou a ser visto pelo mercado como um sinalizador de preço para a Drogasil, uma vez que foi o valor pelo qual o controlador concordou com a venda. Desde as operações, o papel nunca mais superou esse patamar.

Nutrilatina,
Folha 29.07.2011 - A Nutrilatina, de suplementação alimentar, acaba de investir cerca de R$ 15 milhões em um centro de pesquisas científicas, em sua fábrica em Curitiba (PR).
Com o investimento, a empresa pretende desenvolver novos produtos.
A companhia estuda fazer aquisições para acelerar o crescimento. A Nutrilatina afirma faturar cerca de R$ 1 bilhão e crescer 35% ao ano.

Fracassa plano do Aché de se unir com a inglesa Glaxo para crescer
Valor 29.07.2011 - O laboratório Aché passa por um período de "inferno astral", o que poderá comprometer o projeto de expansão da companhia. Depois de deixar escapar a Mantecorp para a Hypermarcas no fim do ano passado, as negociações para a formação de uma joint venture entre a farmacêutica nacional e a inglesa GlaxoSmithKline (GSK), que estavam bem adiantadas, também naufragaram, segundo fontes familiarizadas com essa operação.
Considerada estratégica para as duas empresas, essa parceria daria maior robustez ao laboratório nacional, que está há alguns meses à procura de um investidor de peso para expandir seus negócios no país. A multinacional, que também tinha feito proposta para levar a Mantecorp, pretende ampliar sua atuação no Brasil, sobretudo na área de medicamentos de prescrição médica, segmento no qual o Aché tem uma participação relevante.
Ao Valor, o presidente da GSK no Brasil, Cesar Rengifo, disse que a farmacêutica mantém forte interesse no Brasil, mas não comentou a operação com o laboratório nacional. Procurado, o Aché disse que não iria comentar o assunto.
"Os planos da Glaxo no Brasil são bem maiores. Não interessa à multinacional ter uma participação minoritária em uma empresa. As negociações devem ter esbarrado nesse quesito", afirmou uma fonte do setor. O Aché também tem interesse em avançar em medicamentos genéricos, segmento que não está nos planos de crescimento da GSK no país.
Com uma estratégia de expansão bem definida dentro e fora do país, o Aché também estava se preparando para ir à Bolsa. Os executivos da farmacêutica chegaram a fazer no início deste ano apresentações a investidores, com planos de negociar entre 20% e 25% das ações da companhia. Mas, um novo revés, desta vez pelas condições desfavoráveis do mercado de capitais, levou a farmacêutica a abortar essa decisão temporariamente, segundo uma fonte familiarizada com a operação.
Considerado um ativo atraente para as multinacionais, o Aché não tem interesse em se desfazer do seu controle. A farmacêutica pertence às famílias Dellape Baptista, Siaulys e Depieri, que fizeram uma reorganização societária, com a criação de três Fundos de Investimento em Participações (FIP) - um para cada uma das famílias que compartilham o controle da companhia.
Com faturamento líquido de cerca de R$ 1,5 bilhão em 2010, a farmacêutica engrossou nos últimos anos o movimento de consolidação do setor. Em 2003, o laboratório incorporou a alemã Asta Médica do Brasil. Mas foi em 2005 que o grupo deu seu maior salto, com a compra da Biosintética Farmacêutica, que possibilitou à companhia entrar no segmento de genéricos - hoje os produtos são vendidos sob a marca comercial Genéricos Biosintética. No ano passado, a empresa adquiriu 50% da Melcon, de Anápolis (GO).
Fundada em 1966, a farmacêutica conta com dois complexos industriais, um em Guarulhos (Grande São Paulo) e outro na capital paulista, no bairro Jurubatuba. O portfólio da empresa conta com 250 marcas em cerca de 600 apresentações de medicamentos sob prescrição, genéricos e isentos de prescrição. A empresa, terceira maior nacional em receita, ainda é pequena em genéricos.

Minoritários pressionam UOL por oferta melhor
Exame 28.09.2011 - Grupo de acionistas está descontente com a oferta de 17 reais por ação feita pelo controlador do UOL para o fechamento do capital da empresa.
UOL: queda de braço entre controlador e minoritários para fechamento de capital.
Um grupo de acionistas minoritários decidiu pressionar o controlador do UOL, a Folhapar, para que melhore a proposta apresentada para o fechamento de capital da empresa de internet. Na terça-feira, o UOL divulgou que a Folha quer comprar todas as ações em circulação no mercado por 17 reais cada, em uma operação que levaria ao cancelamento do registro de companhia aberta do UOL. Para que a operação não naufrague, entretanto, ao menos dois terços dos detentores de 40,9% das ações do UOL deverão aderir à oferta.
Segundo o sócio de um fundo que investe nas ações do UOL, os acionistas minoritários começaram a se organizar para pressionar o controlador a oferecer um preço mais atrativo pelos papéis. Fundos como Leblon Equities, Credit Suisse, Cyrte Investments, Banco Fator e DLM Invista já foram procurados. “A proposta apresentada é muito baixa”, diz o gestor de um desses fundos. O valor de 17 reais é inferior ao preço de venda dos papéis na oferta inicial de ações do UOL (18 reais), realizada em 2005. O grupo planeja conseguir que a Folha eleve a oferta para algo entre 22 e 25 reais – valor considerado justo pela maioria dos analistas que cobrem a ação.
O mercado já percebeu que o valor oferecido pode não ser suficiente para atrair os minoritários e especula sobre um eventual aumento. Tanto que as ações preferenciais do UOL negociadas na BM&FBovespa (UOLL4) fecharam cotadas a 17,50 nesta quinta-feira. Procurada, a assessoria de imprensa do UOL não se manifestou.
A grande incógnita no mercado sobre o fracasso ou sucesso da oferta é em relação a João Alves de Queiroz Filho, conhecido como Júnior e controlador da Hypermarcas (HYPE3). Ele comprou no final do ano passado a participação de 29% das ações ordinárias do UOL que pertenciam à Portugal Telecom e também possui 21% das preferenciais. Se quiser, Júnior inviabiliza a operação porque a Folha não conseguiria a aprovação de dois terços dos acionistas sem sua adesão.
No entanto, se ele aderir à oferta, os minoritários pedirão que seus votos só sejam contabilizados a partir de sua participação em ações preferenciais – já que as ordinárias não estão em circulação no mercado. Isso ainda daria aos fundos alguma chance de rejeitar a proposta da Folha.
Se o UOL não conseguir a adesão de dois terços dos minoritários, os acionistas poderão contratar um laudo de avaliação independente que revelará o valor justo dos papéis. O UOL é bastante conhecido como uma empresa de mídia de prestígio. Nenhum outro site brasileiro consegue gerar tantas receitas com publicidade on-line.
Menos conhecida dos brasileiros é a parte de hosting e de serviços de infraestrutura do UOL. Esse segmento cresceu muito com a aquisição da Diveo por 700 milhões de reais no final do ano passado. A fusão consolidou o UOL na liderança das empresas que atuam com serviços de telecomunicações, internet e dados para grandes empresas.

Fatia de emergentes cresce no Casino
Valor 29.07.2011 - Os países emergentes já passaram a representar neste primeiro semestre 44% das vendas do grupo francês Casino, sócio do Pão de Açúcar, contra 38% no fim do ano passado. Foram justamente esses mercados, na América Latina e na Ásia, que permitiram a forte progressão de 18,8% do faturamento da varejista francesa nos primeiros seis meses do ano, que atingiu € 16,1 bilhões.
As vendas internacionais aumentaram 41%, impulsionadas pela integração das Casas Bahia no Brasil (que representou uma contribuição de € 240 milhões aos resultados do Casino) e pela consolidação das operações na Tailândia que haviam sido compradas do Carrefour. Essas operações contribuíram com 26,8% para o crescimento.
"A performance do grupo no primeiro semestre demonstra a eficácia de seu modelo econômico. Nosso perfil de crescimento foi reforçado pela maior participação nos países emergentes, com redes líderes, e também pelo mix de atividades favoráveis na França", afirmou o presidente do Casino, Jean-Charles Naouri, se referindo à estratégia na França voltada para os supermercados de bairro, as lojas de descontos e a venda on-line de produtos não-alimentares.
No Brasil, as vendas aumentaram 61,5% no segundo trimestre (em relação ao mesmo número de lojas nesse período em 2010 o crescimento foi de 11%). O Casino também aposta no desenvolvimento rápido de suas atividades na Colômbia, onde o faturamento da filial Exito subiu 21% no segundo trimestre. O grupo francês abriu 24 lojas no país nos primeiros seis meses do ano.
Na Ásia, onde o grupo está presente na Tailândia e no Vietnã, as vendas cresceram 10,3% no segundo trimestre (e 47,5% no semestre). No Vietnã, o faturamento explodiu, com aumento de 52,2%, impulsionado pela abertura de cinco hipermercados no fim de 2010.
Na França, único país desenvolvido onde o Casino está presente, as vendas também aumentaram, mas a performance foi bem diferente: o crescimento no primeiro semestre foi de 5,9% (se levado em conta o mesmo número de lojas no mesmo período do ano passado, o aumento foi de 3,7%).
Na apresentação dos resultados aos investidores ontem, em Paris, Naouri comemorou a conquista, apesar da conjuntura econômica, de 0,2 ponto de fatia de mercado na França, que atinge agora 13%, segundo a Kantar Worldpanel. O Carrefour lidera com 22%.
Naouri afirmou que espera ampliar a fatia das vendas do Casino na França reforçando ainda mais a rede de supermercados de bairro e também sua filial de lojas de descontos, a Lider Price.
A performance das vendas do Casino neste primeiro semestre na França, mercado que está em crise, foi bem superior à obtida pelo pelo rival Carrefour, que registrou queda de 0,4%, considerando o critério "mesmas lojas" e taxas de câmbio constantes.
Mas se por um lado o desempenho das vendas foi positivo mesmo na França, o lucro líquido do Casino caiu quase 23% no semestre, atingindo € 134 milhões.
Vários fatores explicam a queda do lucro: a diminuição das margens, causada pela redução nos preços dos produtos no ano passado (para encorajar o consumidor a comprar) e a alta dos preços dos fornecedores, encargos fiscais excepcionais na Colômbia e o aumento das despesas financeiras de sua dívida, que aumentou com a compra das operações do Carrefour na Tailândia e os recentes aumentos de participação no capital do Pão de Açúcar.
No esforço de reduzir a dívida financeira, de € 6,8 bilhões no primeiro semestre, Naouri afirmou que o Casino vai obter mais de € 1 bilhão com um programa de cessão de ativos imobiliários este ano. A previsão divulgada em novembro era de atingir € 700 milhões.
"Nosso modelo de desenvolvimento permite confirmar nosso objetivo de aumento anual de progressão do faturamento superior a 10% nos próximos três anos e conservar uma estrutura financeira sólida", disse Naouri. O Brasil, claro, é um aliado fundamental para concretizar esse desempenho.

Casino diz que não abre mão do Pão de Açúcar
Estadão 29.07.2011 - Presidente do grupo francês diz que não venderá participação na empresa brasileira para ninguém e que não pedirá a destituição de Abilio Diniz.
O presidente do grupo francês Casino, Jean Charles Naouri, reiterou ontem durante a divulgação dos resultados da empresa que tomará o controle do Grupo Pão de Açúcar em 2012, como prevê o acordo de acionistas. "Não venderemos nossa participação nem ao Walmart nem a nenhum outro. Esperamos 13 anos para adquirir o Pão de Açúcar e não será agora que vamos vendê-lo", disse o executivo.
Nas últimas semanas, Naouri opôs-se energicamente a um projeto de fusão do grupo brasileiro com o concorrente francês Carrefour. A transação, que envolveria recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi defendido pelo empresário e sócio de Naouri, Abilio Diniz, e duramente criticada pela opinião pública.
O fim do embate entre os dois sócios, no entanto, não fez o Casino recuar em relação aos pedidos de arbitragem contra Diniz na Câmara de Comércio Internacional. Naouri exige que o pacto de acionistas seja respeitado.
O acordo firmado em 2005 criou a empresa Wilkes, em que cada um dos dois sócios detém 50% de participação. Na estrutura organizacional do grupo, a Wilkes fica acima da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), que, por sua vez, controla todas as empresas do grupo Pão de Açúcar, incluindo as novas aquisições, como Ponto Frio e Casas Bahia. Em junho de 2012, Abilio Diniz terá de vender uma ação de controle para o Casino, que passaria a ter mais de 50% do capital da Wilkes, tornando-se controlador de todo o grupo.
"É preciso respeitar os acordos. Esperamos das outras partes envolvidas que respeitem os acordos", declarou Naouri. Ele também confirmou que a reunião do conselho de administração da Wilkes, prevista para o dia 2 de agosto, foi cancelada.
Questionado sobre o papel de Diniz nas atividades do Pão de Açúcar, Naouri negou-se a "emitir considerações pessoais" sobre o sócio. Em vez disso, preferiu enfatizar sua confiança na gestão do grupo, dizendo que suas relações com os executivos brasileiros são "excelentes". E disse não ter planos de pedir a saída de Diniz da presidência do conselho do Pão de Açúcar.
Resultado. O balanço semestral do Casino divulgado ontem demonstrou a importância dos mercados emergentes na operação da rede varejista. No primeiro semestre, o lucro consolidado da empresa cresceu 6%, para 571 milhões, abaixo da previsão de analistas de 580 milhões. Já o lucro em operações internacionais saltou 55%, respondendo pela primeira vez por mais da metade do ganho total do grupo. Segundo o relatório, o crescimento foi impulsionado por aquisições na Tailândia e no Brasil (no caso, a compra das Casas Bahia). No País, o Casino registrou um aumento de 61,5% em suas vendas totais no segundo trimestre.
No mercado doméstico, o grupo francês teve seu resultado ofuscado. Segunda maior varejista da França, a empresa registrou uma queda de 23% no lucro líquido durante o primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado, após uma redução de preços para atrair clientes. "Os resultados mistos do Casino confirmam o quanto o mercado francês permanece difícil", afirmaram analistas do banco Espírito Santo em nota. "O desenvolvimento dos negócios internacionais permanece animador, mas com incertezas quanto à situação no Brasil."
As vendas do Casino avançaram 19%, para 6,1 bilhões. A empresa elevou a previsão de ganhos com a venda de ativos para 1 bilhão, contra 700 milhões anteriormente. O grupo encerrou junho com endividamento de 6,8 bilhões. O Casino tem 10 mil lojas em 10 países, com maior presença em países emergentes do que muitos de seus rivais.

Casino adota discurso de relação amistosa com sócio Abilio Diniz
Valor 29.07.2011 - Naouri, presidente do Casino: "Tenho confiança de que a direção continuará o excelente trabalho realizado no país".
O presidente do grupo francês Casino, Jean-Charles Naouri, quer agora apagar as brasas que restaram do incêndio provocado pelo polêmico projeto de fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour, proposto por seu sócio no varejo do Brasil, Abílio Diniz. Ontem, em Paris, Naouri adotou um tom extremamente conciliador e afirmou ter "confiança na direção do grupo no Brasil". Ele confirmou também que a reunião prevista para o dia 2 de agosto do conselho da Wilkes - holding do Pão de Açúcar controlada pelo Casino e por Diniz - foi oficialmente cancelada nesta quarta-feira após o fracasso das negociações.
Naouri venceu a batalha ao conseguir o abandono da proposta de fusão com o rival Carrefour e agora dá sinais de que é preciso levar adiante as atividades no Brasil em um clima, pelo menos nas aparências, sereno. As relações entre os sócios foram abaladas, como afirmam fontes francesas ligadas ao caso, mas oficialmente o tom é bem diferente e, após tantas críticas, Naouri não poupou elogios ontem.
"A direção do Pão de Açúcar é muito profissional e competente. Não acredito que haverá uma paralisia da gestão no Brasil. Tenho confiança de que a direção continuará o excelente trabalho realizado no país nos últimos anos", disse Naouri, ao ser questionado pelo Valor sobre as atuais relações com o parceiro brasileiro.
Ele não quis fazer nenhum comentário sobre Diniz durante a apresentação aos investidores, ontem, dos resultados semestrais do Casino. Mas afirmou que para o grupo francês, que assumirá o controle do Pão de Açúcar no fim de junho de 2012, não há nenhum motivo, pelo menos na situação atual, para tirar Diniz da direção da varejista brasileira quando houver a tomada de controle. O executivo francês reiterou ontem que isso ocorrerá no próximo ano.
Naouri também desmentiu vários rumores que vêm saindo na imprensa nos últimos dias e que ele chamou de "hipóteses fantasiosas que semeiam a confusão". Ele negou que o Casino queira comprar a participação de Diniz no Pão de Açúcar, "que aliás não está à venda", diz ele, e também rejeitou categoricamente a possibilidade de que o grupo francês venda suas ações da varejista brasileira "ao Walmart ou a qualquer outro" concorrente do mercado.
"Nós esperamos 13 anos (para assumir o controle do Pão de Açúcar) e não é agora que vamos vender nossa participação", afirmou Naouri. Atualmente, o grupo francês possui 43,1% do capital da varejista brasileira.
O presidente do Casino chegou a provocar alguns sorrisos na plateia de investidores, reunidos em um anfiteatro próximo à avenida Champs-Elysées, ao afirmar que as relação com a direção do Pão de Açúcar (ou seja, com Diniz) "são excelentes" e baseadas na "confiança e no respeito". Nos bastidores parisienses, os comentários são bem diferentes. E o Casino mantém o pé atrás, sem excluir a eventual retomada da proposta sob outra forma.
A tentativa de Naouri de restabelecer uma relação de paz com Diniz é evidente, apesar dos processos de arbitragem em Paris terem sido mantidos. A iniciativa de apaziguar os ânimos tem um bom motivo: para o grupo francês, o mercado brasileiro é uma peça-chave em sua estratégia de manter um crescimento forte e rentável nos mercados emergentes, que representam o pilar do desenvolvimento das atividades do grupo.

Devagar, a mexicana Elektra aumenta rede de lojas no Nordeste
Valor 29.07.2011 - Salinas, controlador da Elektra e do banco Azteca: "Nosso projeto no Brasil permanece intacto. Não vamos sair do país".
A rede varejista Elektra, do empresário mexicano Ricardo Salinas, adquiriu parte das lojas da cadeia pernambucana Tradição Móveis e Eletros, controlada por Eugênio Alencar Muniz, numa negociação finalizada algumas semanas atrás. Entre os 62 pontos que estavam à venda, e que valiam cerca de R$ 60 milhões, a Elektra ficou com 12 pontos e outras 20 unidades foram vendidas para a Laser Eletro, rede sediada em Pernambuco.
É um número menor que o verificado em negociações recentes do varejo de eletroeletrônicos, mas reflete o modelo de crescimento adotado pela Elektra no país. Devagar e sem movimentos muito bruscos.
"Nossa trajetória é segura e sem sobressaltos. Mas essa aquisição foi uma oportunidade interessante que nos permitiu ampliar a area de atuação e nos ajudou a quase duplicar a rede de pontos da Elektra no país", afirmou Francisco Cordeiro, diretor de operações da rede.
Em dezembro de 2010, com dois anos e meio de operação no Brasil, a varejista somava 35 lojas e hoje são 61 pontos todos em Pernambuco. O Banco Azteca, o braço financeiro do grupo, tem uma agência e postos de atendimento dentro das lojas.
Quando a rede abriu a sua primeira loja no Brasil, em abril de 2008, o projeto anunciado era alcançar 1,5 mil lojas em 2015. As estimativas acabaram sendo reavaliadas por causa da desaceleração econômica global, puxada pela crise nos Estados Unidos, que afetou os negócios de Salinas naquele país e no México.
O atual movimento de compra de pontos é parte da atual estratégia da cadeia mexicana de crescer com discrição por meio da aquisição de pequenas cestas de lojas de grupos regionais nos estados do Nordeste. Segundo o comando da rede, nos próximos doze meses, o plano é abrir unidades na Paraíba, Alagoas e Sergipe e, posteriormente, numa segunda fase, na Bahia, Rio Grande do Norte e Ceará.
O Valor apurou que a companhia tem avaliado a compra de lojas controladas por redes de médio porte, com 30 a 40 pontos, no Ceará e em Pernambuco, segundo uma fonte próxima à Tradição Móveis e Eletros. Apesar das metas iniciais de expansão não serem mais comentadas, Salinas diz que o projeto da rede é de longo prazo. "O plano de crescimento da Electra no Brasil permanece intacto. Estamos com cerca de 60 lojas e com uma equipe de pessoas também bem maior", afirmou Ricardo Salinas, em resposta por email ao Valor, durante viagem de descanso. Salinas negou o interesse em vender a operação no Brasil, de acordo com informações que circularam entre executivos do varejo nos últimos dias. "Isso é completamente falso. Nada mudou".
A companhia fez recentes tentativas de adquirir redes maiores no país, mas não deu certo. A política da rede de não comprar cadeias varejistas com passivo (trabalhista ou com fornecedores) emperrou algumas negociações. A Elektra chegou a firmar um contrato de intenção de compra da Lojas Maia. A Elektra aceitava pagar US$ 170 milhões, mas se recusava a arcar com os US$ 30 milhões de dívidas que a Maia queria incluir no acordo. "Salinas disse para o pessoal da Maia: 'Você sabe o tamanho do meu passivo? Zero'", contou um ex-executivo da Elektra. O negócio não avançou.
Em relação ao Baú da Felicidade, de Silvio Santos, nunca se chegou a apresentar uma proposta formal. "O Silvio mudava muito de ideia, e ainda tinha que negociar para não ficar com as dívidas do Baú".
Analistas acreditam que uma expansão mais acelerada da mexicana, por meio de aquisições de redes médias, levará a Elektra a esbarrar, inevitavelmente, em negociações envolvendo dívidas. Se manter o plano atual de compra de pontos de forma isolada, ela não terá esse problema. Mas acabará crescendo mais devagar.

Gol revisa para baixo projeção de resultado neste ano
Brasil Econômico 28.07.2011 - Mesmo com a alta do petróleo, companhia afirma que não está repassando os custos para o consumidor e que este cenário "pode permanecer"
A Gol divulgou nesta quinta-feira (28/7) a revisão de suas projeções financeiras para 2011 e a margem operacional deve ficar entre 1% e 4%. Antes, o valor esperado estava entre 6,5% a 10%.
Segundo a companhia, a revisão foi feita "tendo em vista o atual cenário competitivo no mercado brasileiro e a alta de certos custos", como o valor médio pago pelo passageiro por quilômetro voado.
Esperava-se que esse valor ficasse entre R$ 19,50 e R$ 21, mas a Gol revisou para baixo, entre R$ 18,50 e R$ 19,80.
Também influenciou na revisão a taxa média cambial e o aumento dos preços dos combustíveis, que também devem pressionar a margem operacional neste ano.
"As projeções financeiras da companhia serão revisadas visando incorporar a evolução de seu desempenho operacional, financeiro e eventuais mudanças nas tendências de taxa de juros, câmbio, PIB e petróleo", afirma a Gol em comunicado.
Mesmo com a alta do petróleo, a companhia afirma que não está repassando os custos para o consumidor e que este cenário "pode permanecer".

Reforma faz porto ficar mais perto dos clientes
Valor 29.07.2011 - Erasmo Pitombeira: "A reforma deve deixar o porto mais competitivo em relação a outros terminais brasileiros".
O Porto do Pecém, no município de São Gonçalo do Amarante, a 60 quilômetros de Fortaleza, vai ganhar obras de ampliação estimadas em R$ 1,1 bilhão. As mudanças começam com a criação de um novo terminal de uso múltiplo (TMUT), que vai ser inaugurado na próxima semana e deve quintuplicar a capacidade de movimentação de contêineres nos próximos anos.
A obra, avaliada em R$ 420 milhões, inclui a ampliação do quebra-mar do porto em mais de mil metros. Em 2010, foram movimentados 159,1 mil TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés). Com o TMUT, a capacidade de transporte será ampliada para 795 mil TEUs.
A segunda fase de ampliação do porto está prevista para começar ainda este ano e vai consumir mais de R$ 600 milhões. Serão implantados dois berços de atracação, de 350 metros cada um, e uma correia transportadora para o transporte de granéis sólidos, com investimentos de R$ 156 milhões, e capacidade para movimentar 2,4 mil toneladas/hora.
"A reforma deve deixar o porto mais competitivo em relação a outros terminais brasileiros, vai melhorar a operação de cargas e potencializar uma das maiores vantagens do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), que é a proximidade de grandes centros consumidores dos produtos brasileiros, como a Europa e os Estados Unidos", avalia Erasmo Pitombeira, presidente da Cearáportos, empresa que administra o local.
A rota marítima entre o Ceará e o Norte da Espanha, por exemplo, leva apenas seis dias. De Santos (SP), a mesma viagem pode durar de nove a dez dias.
A implantação do TMUT faz parte da primeira fase de expansão do porto, que dotará o local com um terminal para movimentação de cargas conteneirizadas e de carga geral, segundo Pitombeira. "A obra possibilitará uma movimentação de contêineres em uma escala cinco vezes maior que a atual."
O Porto do Pecém deve movimentar 3,8 milhões de toneladas até o final de 2011. A previsão para 2012 é chegar a 5,6 milhões de toneladas. No ano passado, o terminal recebeu 529 navios, com uma média de 44 embarcações ao mês. "A movimentação de navios em 2011 deve ser 15% maior que no ano passado."
Além do novo terminal, está em fase final de implantação uma correia transportadora para o transporte de granéis sólidos, com investimentos de R$ 156 milhões. Com seis quilômetros de extensão e capacidade para movimentar 2,4 mil toneladas por hora, o sistema equivale ao trabalho de 200 caminhões por hora, carregados com 12 toneladas cada um.
A segunda fase de ampliação do porto, prevista para começar ainda em 2011, deve consumir R$ 610 milhões. Serão construídos dois berços de atracação e obras de alargamento, com pavimentação, do quebra-mar. Os dois berços contarão com 87 mil metros quadrados de retroárea para estoque de contêineres e plugagem de unidades refrigeradas.
A mudança vai trazer mais 420 tomadas para recipientes destinados a produtos perecíveis, totalizando 1,3 mil pontos de alimentação. "Há 650 trabalhadores nas obras e 1,2 mil profissionais nas empresas que operam no porto. A estimativa é que a geração de vagas tenha um crescimento de 20%, em 2012."
De acordo com o presidente da Cearáportos, uma das prioridades do governo do Estado é dotar o terminal de infraestrutura adequada para atender os grandes investimentos previstos no local, como a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), a Zona de Processamento de Exportação de Pecém (ZPE-Pecém), a Refinaria de Petróleo Premium II, da Petrobras, além da Ferrovia Transnordestina, que terá um trecho até o complexo.
A CSP, que vai produzir aço em forma de placas, é resultado da parceria entre as empresas sul-coreanas Dongkuk e Posco e a brasileira Vale. A previsão de inauguração do empreendimento, avaliado em US$ 4 bilhões, é em 2015. "A fase de terraplenagem começou em junho e o início das obras civis está previsto para 2012", adianta Marcos Chiorboli, vice-presidente da CSP e gerente do departamento de siderurgia da Vale.
A capacidade produtiva da CSP, que ocupará uma área de 500 hectares, será de três milhões de toneladas de placas de aço ao ano, com possibilidade de duplicar esse potencial em uma segunda etapa. Serão gerados 23 mil empregos diretos e indiretos na construção e 14 mil vagas na operação. Segundo a CSP, a siderúrgica deve contribuir, nas duas fases, com um aumento de R$ 9,3 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará.
A siderúrgica é uma das primeiras empresas comprometidas a integrar a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Pecém. A unidade será a primeira do gênero no Estado, com uma área de 4,2 mil hectares. O governo estadual pretende investir cerca de R$ 30 milhões no local para atrair mais companhias.
"A ZPE terá uma localização estratégica, com rodovias, ferrovia e, principalmente, com um porto em franca ampliação", afirma Cristiane Peres, diretora-presidente da Empresa Administradora da Zona de Processamento de Exportação do Pecém S/A (Emazp), criada em dezembro de 2010.
"A maioria das companhias que nos procura é do Ceará e já trabalha com exportação, mas a ZPE também é uma ótima oportunidade para investimentos estrangeiros". A área é a segunda em estágio mais avançado de implantação, depois do Acre, das 23 ZPEs existentes no país. Além da CSP, pelo menos outras cinco empresas estariam interessadas em se instalar no local.
Segundo Cristiane, os investidores ganharão agilidade nos processos de importação e exportação, além da redução do custo tributário. "A possibilidade de importação de máquinas e equipamentos com isenção de impostos contribui para a redução do tempo de retorno do investimento". As empresas instaladas em ZPEs são isentas da cobrança de IPI, Cofins, impostos de importação e taxas de frete de transporte marítimo.

Fiat desiste de Suape e vai para Goiana
Valor 29.07.2011 - Sete meses após inaugurar a pedra fundamental de sua fábrica em Pernambuco, que seria erguida em Cabo de Santo Agostinho, região metropolitana do Recife, a Fiat Automóveis mudou de ideia. Diante de melhores condições de infraestrutura que lhe foram apresentadas, a montadora de origem italiana decidiu transferir o empreendimento para o município de Goiana, que fica na parte norte da Zona da Mata do Estado, a 65 quilômetros da capital. O anúncio oficial da mudança deve ser feito nos primeiros dias de agosto.
A troca de endereço começou a ser aventada há cerca de dois meses, quando executivos da Fiat sobrevoavam diversas áreas em busca de um local para a instalação de um centro de desenvolvimento e de uma pista de testes de carros. Por falta de espaço no terreno do Cabo de Santo Agostinho, que tem 440 hectares, os dois empreendimentos teriam que ficar separados da fábrica. Foi então que, apresentados a uma área plana de 1,2 mil hectares em Goiana, os representantes da montadora tiveram a ideia de integrar todo o complexo em um só local.
Outro fator que teria aguçado o interesse da Fiat por Goiana foi a possibilidade de repetir na cidade pernambucana a experiência de Betim (MG), onde a instalação da fábrica em 1976 transformou a realidade local. "Betim era muito pequena e a cidade cresceu em função da Fiat. A ideia em Goiana é justamente essa: pegar uma área nova e desenvolver", afirmou uma fonte diretamente envolvida nas negociações com a montadora.
Com 75 mil habitantes, Goiana só ganhou alguma projeção no cenário estadual nos últimos anos, quando foi escolhida como destino da fábrica de hemoderivados da estatal federal Hemobrás, um investimento de R$ 540 milhões. Na carona, o governo estadual incentivou a criação de um polo farmacoquímico na região, o que resultou na atração de uma fábrica de vacinas da Novartis, orçada entre US$ 300 milhões e US$ 500 milhões. Apesar do anúncio, o projeto da multinacional ainda não saiu do papel. Já a Hemobrás, após quase três anos de atraso, começou a ser erguida.
O complexo automobilístico da Fiat deverá levar investimentos superiores a R$ 7,1 bilhões para o município, sendo R$ 3 bilhões referentes à própria fábrica e o restante de toda a cadeia de fornecedores. Na engenharia financeira desenhada pela montadora, R$ 3,73 bilhões viriam do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), R$ 1,21 bilhão seriam financiados pela Sudene e R$ 790 milhões pelo Banco do Nordeste. O restante, cerca de R$ 1,43 bilhão, viriam do caixa da empresa.
Ao optar pelo novo endereço, a montadora não ficará mais no Complexo Portuário de Suape, onde está o terreno escolhido anteriormente. A empresa, contudo, poderá ser beneficiada com a construção de um novo porto e um novo aeroporto no litoral norte pernambucano, projetos que estão em análise de viabilidade econômica. "Esses projetos (porto e aeroporto) são independentes da Fiat, mas é evidente que se tornam um atrativo a mais para a empresa", afirmou uma fonte do governo de Pernambuco que preferiu não ter seu nome publicado.
A mudança de cidade, aliás, também agradou bastante o governo, que vinha enfrentando dificuldades em seu plano de interiorização do desenvolvimento. Além disso, o Estado poderá economizar uma boa parte dos R$ 350 milhões referentes às obras de terraplenagem do terreno anterior, de relevo bastante irregular. Procurada, a assessoria de imprensa da Fiat informou que a empresa ainda está definindo o local da nova fábrica e que não iria se manifestar.

Santos Brasil dobra lucro trimestral para R$ 40 milhões
Brasil Econômico 28.072011 - Operadora portuária apresentou resultado líquido de R$ 40 milhões no segundo trimestre, com alta de 100% sobre o desempenho do intervalo abril-junho de 2010.
A receita líquida no trimestre passado foi de R$ R$ 275 milhões, enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) registrou R$ 115,8 milhões.
O volume de carga nos terminais da empresa em Santos (SP), Imbituba (SC) e Vila do Conde (PA) cresceu 20% sobre o segundo intervalo trimestral do ano passado, indo a cerca de 238,4 mil contêineres, sendo 80% deles cheios.
A Santos Brasil diz que o aumento se deveu ao crescimento da exportação de açúcar, intensificado em junho

Marquise e MPX investem pesado no Estado
Valor 29.07.2011 - Carla Pontes, da Marquise: desafio de realizar a ampliação do Porto de Pecém com o terminal em funcionamento.
Empresas cearenses, como a construtora Marquise, e de outros Estados, como a MPX, movimentam negócios com a ampliação do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). A MPX, braço da área de energia do grupo do empresário Eike Batista (EBX), tem três empreendimentos em construção no Ceará - dois deles estão no porto e concentram investimentos de cerca de R$ 4 bilhões. A Marquise, responsável pela construção de um novo terminal multiuso no local, quer expandir a atuação no Sudeste como um dos grandes players da construção pesada.
"As usinas da MPX representarão um incremento de 90% na produção de energia no Ceará", diz Marcus Temke, diretor de implantação e operações. A Energia Pecém e a MPX Pecém II são usinas termelétricas a carvão mineral. A primeira, construída em parceria com a portuguesa EDP, terá capacidade de gerar 720 MW. Possui contrato de venda de 615 MW, garantindo receita fixa anual de R$ 261,3 milhões, a partir de 2012.
Já a MPX Pecém II terá capacidade de gerar 365 MW. Tem contrato de venda de 276 MW, com receita de R$ 248 milhões ao ano, a partir de 2013. Os dois empreendimentos somam investimentos de R$ 4,1 bilhões. Devem gerar 6,5 mil empregos diretos no pico das obras.
Na cidade de Tauá, a 337 quilômetros de Fortaleza, a MPX Tauá, primeira usina de energia solar em escala comercial do país interligada à rede elétrica, deve ser inaugurada em agosto. Apresenta capacidade de geração de 1 MW e projeto de ampliação para até 50 MW. "Com a potência inicial de 1 MW, será possível abastecer 1,5 mil casas", diz Temke.
O investimento na usina, de cerca de R$ 10 milhões, tem apoio de R$ 1,2 milhão do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Foi feita ainda uma parceria com a Universidade Estadual do Ceará (Uece) para o monitoramento dos dados de operação da planta e capacitação de universitários na área de produção de energia solar.
A ampliação do porto também é um dos mais importantes projetos da Marquise, segundo a gestora do grupo, Carla Pontes. "O nosso maior desafio foi executar uma obra que consumiu cerca de 1,5 milhão de m3 de rocha e 40 mil m3 de concreto, com o terminal em pleno funcionamento", lembra Carla.
Formado por dez empresas, o grupo Marquise existe há 36 anos e está presente em 11 Estados, principalmente nas áreas de incorporação imobiliária e serviços ambientais. Com 5 mil colaboradores, faturou R$ 608 milhões em 2010. O mercado de engenharia de infraestrutura é hoje o principal foco de negócios da holding - a expectativa é que o segmento responda por metade do faturamento total, em até três anos.
A obra do Pecém integra o plano do grupo de elevar para R$ 1 bilhão o faturamento anual até 2014 e expandir a atuação no Sudeste. Além do novo terminal, a empresa ganhou licitações para executar a reforma e ampliação do Aeroporto de Confins, em Minas Gerais, e a construção de um rodoanel no Maranhão, além do shopping Parangaba, em Fortaleza, que deve entrar em operação em 2012, com 32 mil m2 de área bruta locável.
Para Kleber Leite, diretor da Bratt Consultoria Organizacional & RH, de Fortaleza, os projetos estruturantes do Pecém vão demandar mão de obra qualificada superior a 120 mil profissionais nos próximos anos, na região que se estende de São Gonçalo do Amarante ao município vizinho de Caucaia. "As empresas estão procurando candidatos para a indústria, construção civil e serviços, em funções como pedreiros, eletricistas, fiscais de obras e engenheiros, além de operadores de máquinas e técnicos em edificações."

OSX tem prejuízo de R$ 10,949 mi no 2º trimestre
Estadão 28.07.2011 - A OSX inverteu seu resultado e registrou prejuízo de R$ 10,949 milhões no segundo trimestre. No mesmo período do ano passado foi apurado lucro de R$ 23,124 milhões. No segundo trimestre o Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante ("FMM") aprovou a prioridade de apoio financeiro ao projeto da Unidade de Construção Naval do Açu, com uma linha de crédito de longo prazo (18 a 20 anos), que pode chegar a R$ 2,7 bilhões, com uma taxa entre 2% e 4% ao ano em dólar.
Além disso, a empresa segue com a execução da carteira firme de pedidos de sete equipamentos (5 FPSOs e 2 WHPs) para atender a nossa cliente OGX. Entre abril e junho a empresa registrou receita financeira líquida de R$ 14,811 milhões ante R$ 49,123 milhões no mesmo período do ano passado. No semestre, a receita financeira líquida somou R$ 37,435 milhões.

Veolia Water planeja 30% da receita vinda da AL
Valor 29.07.2011 - Gillizoli, diretor da Veolia Water no Brasil: atenção da empresa está em petróleo, etanol e contratos de operação de unidades de tratamento.
O mercado de emergentes em expansão e a instabilidade da economia europeia fizeram a Veolia, quase 160 anos depois de ser fundada na França - ainda durante o império de Napoleão III - finalmente olhar para a América Latina com mais interesse. Em três anos, os executivos planejam que a participação da região no faturamento mundial de sua unidade de água, a Veolia Water - especializada em serviços de tratamento e reúso de água para indústria e setor público - chegue a ambiciosos 30%. Hoje, as três Américas juntas só alcançam 8,1% das receitas da divisão, que somam € 12 bilhões.
Com mais de 70% de faturamento concentrado na Europa e atuação tímida no Brasil, o passo mais recente em direção à América Latina foi a inauguração, neste mês, de uma estação de tratamento de água em Huachipa, no Peru. O contrato é o primeiro da Veolia Water no país e tem valor de US$ 270 milhões. A obra é um consórcio com a participação da Camargo Corrêa. Somado à entrada em território peruano, a Veolia Water já tem contratos em sete países da América Latina: Venezuela, Argentina, Colômbia, Equador, México e Brasil (além de Peru). "Nosso projeto de expansão no país e na região segue o crescimento local da indústria. Se houver mais refinarias ou fábricas, por exemplo, fica mais provável que nossa atuação no mercado seja intensificada", diz Adriano Longo, diretor de negócios para a região - que diz estar no Brasil o maior potencial da empresa.
No país, a Veolia Water planeja crescer nos mercados de siderurgia, mineração e de petróleo e gás. Entre os principais clientes da empresa estão Companhia Siderúrgica Nacional, Suzano, Monsanto, ArcelorMittal e Petrobras. Para disputar alguns dos vultuosos contratos com a estatal de petróleo, a companhia estabeleceu parceria em consórcios com uma de suas principais concorrentes, a Enfil - cuja receita líquida foi de R$ 240 milhões em 2010. É o caso da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. O contrato de fornecimento de equipamentos, construção e operação assistida da estação de tratamento de água, incluindo filtros de carvão e desmineralização, é de US$ 450 milhões. Somado a outros dois serviços feitos para a Petrobras em refinarias, o valor dos contratos da parceria Enfil e Veolia chega a US$ 970 milhões.
Segundo os diretores da empresa francesa, já foram assinados 35 contratos com a Petrobras. Além das refinarias, a empresa visa novos contratos para dessalinização de água do mar - injetada nas próprias perfurações, depois do tratamento, para pressionar a saída do óleo. Outros gigantes de gestão de água estão atentos a esse tipo de serviço e planejam intensificar suas ações neste e nos próximos anos.
Além dos investimentos no setor de petróleo e gás, chamam atenção da empresa a intensificação do plantio de cana-de-açúcar para a fabricação de etanol. Segundo Giangiacomo Gillizioli, diretor-geral da Veolia Water no Brasil, a empresa pretende atuar no tratamento do "vinhedo" - o resíduo da extração da cana, um líquido geralmente descartado sem tratamento na terra pelos produtores. Segundo Gilliziolo, conforme seja feito o tratamento desse resíduo, é possível gerar água, adubo e até energia. "Há muito o que pode ser feito com o vinhedo, em vez de simplesmente ser jogado na terra de qualquer modo e degradá-la ao longo do tempo", explica Gillizioli.
Um terceiro instrumento para crescer no mercado brasileiro é algo que já se repete em escala global: operar unidades de tratamento de água que a empresa constrói. Em todo o mundo, quase 70% do faturamento é oriundo de contratos de operação, e não dos relacionados a engenharia e construção. "Funciona como uma 'concessão privada' de operação. A empresa nos delega toda a administração do sistema de água e nós a operamos", explica.
A Veolia Water ainda identificou no Brasil a necessidade de vários clientes em diminuir o número de fornecedores a um só (o chamado "one stop shop"). Por isso, firmou há três meses uma parceria com a Clariant, especialista em soluções químicas de remediação de efluentes em unidades industriais para tratamento e reúso.

Com prorrogação, a Cesp poderá investir mais, diz secretário paulista
Valor 29.07.2011 - A prorrogação dos contratos de concessão das usinas hidrelétricas agrada o governo paulista. Segundo o secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal, a decisão do governo federal deve ser tomada logo porque será necessário estabelecer com cada uma das geradoras quais as condições dos acordos para a continuidade dos contratos. "Por enquanto temos dificuldade de pensar em que condições essa prorrogação seria feita, porque primeiro precisamos da definição do modelo que o governo vai adotar", diz ele.
O governo de São Paulo é o maior acionista da geradora Cesp, empresa com capacidade de 7.456 MW de geração. A concessão de duas de suas principais usinas, a de Ilha Solteira e a de Jupiá, que representam 67% do total de sua geração, vence em 2015. Por causa dessa pendência, a tentativa de privatização da empresa no começo de 2008 fracassou. "Não tem nem como falar em privatização mais agora. Primeiro tem que definir isso [a concessão das usinas], e depois pensamos", diz.
Segundo Aníbal, é possível estabelecer condicionantes para a renovação das concessões, como a redução das tarifas e investimentos das geradoras em compensações ambientais. A modicidade tarifária, no entanto, teria de ser algo realista, longe do que, segundo o secretário, foi cogitado por alguns setores. "É possível haver modicidade tarifária, mas nada do que se aproxime aos delírios que já vi por aí, de gente achando que vai reduzir 80%", diz ele.
Sobre as compensações ambientais, ele lembra que a maioria das usinas foi construída numa época em que não havia uma preocupação tão forte com a sustentabilidade como existe atualmente. "Podemos pensar em ações como o plantio de árvores, por exemplo", diz ele. Apesar dos planos de privatização terem sido adiados, o secretário salienta que a Cesp está passando por um processo de reestruturação, o que deve deixar a empresa com um nível baixo de endividamento. Segundo Aníbal, com a prorrogação das concessões das usinas, a empresa pode investir mais em modernização para torná-las mais produtivas.
Aníbal acredita que a renovação também é a saída mais viável para o governo federal, pois a opção de levar as usinas para licitação não deve ter sucesso no mercado. "Quem vai comprar tudo isso de energia? Ninguém teria dinheiro para comprar essas usinas."

Eletrobras defende renovação de concessões
Valor 29.07.2011 - O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, deixou de lado a neutralidade que vinha mantendo até agora e defendeu a prorrogação das concessões de energia elétrica que vencem a partir de 2015.
Em entrevista exclusiva ao Valor, Costa afirmou que a decisão final - de prorrogar os contratos ou fazer novos leilões dos empreendimentos - caberá exclusivamente ao governo, mas foi taxativo ao dizer que, em sua avaliação, a alternativa mais vantajosa é a renovação das concessões, o que implica alterar as regras atuais da lei do setor energético.
"Para o benefício do país, a renovação é o melhor caminho. O volume de concessões que vai vencer é elevado e isso [leiloar as concessões] tumultuaria muito o processo", disse Costa. "O bom senso indica que essas concessões vão ser renovadas. É uma temeridade pensar em relicitar tudo."
Controlada pela União, a estatal é dona de 39% da capacidade total de geração do país, mas está com boa parte de seus ativos em xeque. Dos 18,2 mil megawatts (MW) de geração de energia com contratos que vencem em 2015 (o que equivale a 17% da capacidade instalada atual do país), mais de 11,7 mil MW saem das turbinas de hidrelétricas que pertencem à Chesf, Furnas e Eletronorte, todas controladas pela Eletrobras. No caso da Chesf, os projetos que estão em jogo representam 85% da estrutura da companhia. Em Furnas, as concessões com validade até 2015 equivalem à metade da capacidade da empresa.
A alternativa de leiloar todos esses empreendimentos, como prevê a lei vigente, acabaria com o equilíbrio de um setor hoje altamente regulado, disse Costa. Entre as maiores dificuldades, estaria a definição do valor a ser pago às empresas cujas concessões estão vencendo. "Há um valor de investimento feito que ainda não foi depreciado. Só isso geraria uma discussão infindável", afirmou.
A opção pela renovação dos contratos, afirmou o presidente da Eletrobras, contempla a redução do custo da energia, promessa feita pelo governo, seja qual for o destino que dará às concessões. A Eletrobras já fez suas contas. Segundo Costa, a conta de luz do consumidor deverá ter redução entre R$ 4 a R$ 6. "Numa conta de luz de R$ 200, por exemplo, isso significa desconto de cerca de 2%. É essa a média da queda", disse.
A Eletrobras planeja investir R$ 10 bilhões em novos projetos só neste ano. Até 2015, serão injetados R$ 41,3 bilhões, podendo chegar a R$ 50 bilhões, conforme o desempenho da estatal em novos leilões. Costa afirma que a demora do governo federal em decidir os rumos das concessões no setor não tem atrapalhado seus planos.
"Estamos nos preparando para os dois cenários possíveis", afirmou. Na hipótese de o governo decidir por fazer novos leilões, uma decisão já está tomada: "Teríamos que brigar para reter nossos projetos, mas também entraríamos na disputa de outras concessões".
Apesar do silêncio do governo sobre o assunto, a posição declarada pelo presidente da Eletrobras encontra eco no Ministério de Minas e Energia e na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Técnicos do ministério e da agência ouvidos pelo Valor defendem claramente a prorrogação das concessões.

Nova fábrica da Cargill será construída em Castro
GPdeLondrina 29.07.2011 - A cidade de Castro, na região dos Campos Gerais, será a sede da nova fábrica de processamento de milho da multinacional Cargill. O anúncio oficial deve ocorrer em 5 de agosto, no Parque de Exposições Dario Macedo. Na ocasião, o governador Beto Richa assina um protocolo de intenções com a Cargill. A empresa anuncia um investimento da ordem de R$ 350 milhões na nova unidade.
De acordo com o prefeito de Castro, Moacyr Fadel, o investimento pode chegar a R$ 1,2 bilhão com a vinda – ainda não confirmada – de seis empresas satélites. Os detalhes da planta só deverão ser informados no evento do próximo dia 5. Fadel afirma que as negociações com a prefeitura de Castro se intensificaram nas últimas três semanas, mas o local exato da construção ainda não foi definido. “Seis áreas estão sendo analisadas, todas de interesse da empresa”, afirma Fadel. Como contrapartida pela escolha da cidade, a nova planta ficará isenta de todos os impostos municipais por dez anos.
Além disso, a prefeitura vai colaborar na construção da infraestrutura interna da nova unidade. “A comunidade e os empresários da cidade nos ajudaram nesse processo. Essa unidade vai gerar 800 empregos diretos e indiretos”, diz o prefeito. Segundo ele, se as condições climáticas forem favoráveis, as obras começam em 1.º de janeiro. De acordo com dados do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral-PR), Castro cultiva milho em 5,5 mil hectares, o que corresponde a 20% de toda a área plantada nas cidades da região dos Campos Gerais.
Amido e adoçante: A escolha por Castro ocorre sete meses após o primeiro anúncio de que a empresa construiria fábrica no Paraná. Outras cidades do estado disputaram a planta, inclusive Ponta Grossa, que já tem uma unidade de soja da Cargill. O milho processado nessa nova unidade, que começa a operar em 2013, será usado na fabricação de amidos e adoçantes.
Segundo a Cargill, o investimento deve ampliar em 30% a capacidade atual de moagem de milho da empresa para a América do Sul. Em março do ano passado, a multinacional investiu R$ 197 milhões na ampliação da fábrica de amidos e adoçantes que possui em Uberlândia (MG).

Vale anuncia lucro recorde de R$ 10,27 bi no segundo trimestre
Estadão 28.07.2011 - No acumulado do ano, lucro tem crescimento de 126% e já chega a R$ 21,5 bilhões.
A Vale registrou no segundo trimestre deste ano lucro líquido de R$ 10,275 bilhões, 54,9% superior ao obtido no segundo trimestre de 2010. Foi o maior já verificado pela companhia em segundo trimestre. Na comparação dos dois períodos, a receita líquida da mineradora cresceu 34,9%. No segundo trimestre de 2011, ela atingiu R$ 25,614 bilhões.
 Os preços mais elevados dos produtos no segundo trimestre contribuíram positivamente para a receita da Vale, com US$ 1,344 bilhão, segundo o balanço. No acumulado do semestre, o lucro avançou 126,7%, somando R$ 21,566 bilhões. A receita líquida aumentou 53,7%, para R$ 49,187 bilhões. O balanço foi o primeiro da gestão do novo presidente, Murilo Ferreira, que em maio substituiu a Roger Agnelli, no cargo ao longo dos últimos dez anos.
A Vale informou ter reduzido a dívida líquida para US$ 11,232 bilhões no segundo trimestre do ano, abaixo dos US$ 17,724 bilhões do mesmo período do ano anterior. No trimestre anterior, o primeiro de 2011, a dívida líquida foi de US$ 11,936 bilhões. A dívida bruta total em 30 de junho era de US$ 24,459 bilhões, segundo o comunicado da empresa.
A companhia revelou ter pago em abril a primeira parcela do dividendo mínimo de 2011 aos acionistas, de US$ 2 bilhões. A Vale registrou resultado financeiro líquido positivo de US$ 648 milhões no trimestre. No mesmo período do ano passado, os indicadores foram negativos: US$ 491 milhões.
A mineradora anunciou também ter realizado investimentos de US$ 4,036 bilhões no segundo trimestre, o que representa crescimento de 47,1% em relação ao primeiro trimestre. Na comparação com o segundo trimestre de 2010, a alta foi de 69,9%. A companhia informou ter investido 28% do total orçado para 2011, com aportes de US$ 6,779 bilhões no primeiro semestre. Ela programou investimentos de US$ 24 bilhões este ano.
Preço maior. No segundo trimestre, a mineradora operou com o preço médio de US$ 145,30 por tonelada na venda de minério de ferro, o que representa aumento de 15,14% diante dos US$ 126,19 no primeiro trimestre e de 58% na comparação com o mesmo período de 2010. O preço médio de pelotas ficou em US$ 206,07 por tonelada - alta de 13,6% na comparação com o trimestre anterior e de 34% em relação ao período de 2010.
As vendas do minério pela Vale somaram 60,642 milhões de toneladas no segundo trimestre, volume correspondente a um incremento de 6,23% frente ao mesmo período do ano passado (57,081 milhões de toneladas vendidas). As vendas de pelotas apresentaram ligeiro recuo no período, de 12,946 milhões para 12,861 milhões de toneladas.
A mineradora informou que as operações no segundo trimestre continuaram influenciadas pela chuva intensa em Carajás (PA), o que também desacelera o processo de descarga de trens no terminal marítimo de Ponta da Madeira, por causa do grau mais elevado de umidade do minério. A companhia diz que houve problemas com um virador de vagões em manutenção no trimestre.
Com a venda de ferro, a Vale obteve receita de US$ 9,102 bilhões no segundo trimestre, cifra superior aos US$ 5,435 bilhões apurados no mesmo período de 2010. As vendas de pelotas geraram US$ 2,113 bilhões, inferior aos US$ 1,610 bilhões do mesmo intervalo do exercício anterior.
A participação da China no total de minério de ferro e pelotas vendido pela Vale no segundo trimestre registrou pequena queda, passando para 41,7%. No trimestre imediatamente anterior, a fatia chinesa era de 42,3%. A Vale exportou para a China 30,6 milhões de toneladas de minério no segundo trimestre, contra 29 milhões de toneladas no trimestre anterior. As vendas para a Ásia somaram 45 milhões de toneladas, respondendo por 61,2% das vendas da mineradora. No trimestre anterior, a fatia asiática era de 60,7%.
Já a fatia da Europa apresentou leve recuperação, de 20,4% para 20,6%.

Usiminas sobe 2,11% depois de compra da CSN
Valor 29.07.2011 - O aumento de participação da CSN no capital social da Usiminas, comunicado anteontem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ajudou a puxar a alta dos papéis da siderúrgica mineira. Ontem, as ações ordinárias (com direito a voto) da Usiminas encerraram o pregão cotadas a R$ 21,29, alta de 2,11%. As ações preferenciais (sem direito a voto) subiram 1,90%, para R$ 11,24.
Com as aquisições, a CSN, controlada pelo empresário Benjamin Steinbruch, passou a deter 10,84% das ações ordinárias e 10,20% das preferenciais da Usiminas.
A siderúrgica mineira liderou ontem a alta entre as empresas do setor listadas na bolsa. As ações ordinárias da Gerdau subiram 1,83%, enquanto os papéis preferenciais encerraram o dia com ganho de 0,99%. CSN, que só tem ordinárias em circulação, subiu 0,18%.

Vale tem lucro de R$ 10,2 bilhões no segundo trimestre
Brasil Econômico 28.07.2011 - Diretoria executiva propõe ao Conselho de Administração da Vale a distribuição de US$ 3 bilhões em dividendos adicionais.
A Vale informou nesta quinta-feira (28/7) que registrou lucro líquido de R$ 10,27 bilhões no segundo trimestre do ano, um salto de 54,9% sobre a cifra apurada em igual período em 2010.
Se for considerado o balanço dos três primeiros meses do ano, que foi um recorde, o resultado foi 9% inferior. Os R$ 10,27 bilhões correspondem ao maior valor da história da empresa para um segundo trimestre.
No acumulado do semestre, a Vale apresenta um ganho líquido de R$ 21,56 bilhões, o que representa um salto de 126,7% em relação ao ano anterior.
De acordo com a mineradora, o efeito líquido de trazer a preços de mercado as transações com derivativos foi positivo R$ 575 milhões no trimestre, ante R$ 399 milhões no período de janeiro a março de 2011.
A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 14,80 bilhões no segundo trimestre, um aumento de 41,9%.
O "excelente desempenho reflete a qualidade superior de nossos ativos em um ambiente caracterizado por forte demanda global e preços elevados de minerais e metais", afirma a Vale.
A receita operacional líquida atingiu a marca de R$ 25,06 bilhões no período, o que equivale a um salto de 35% em relação ao ano anterior.
As vendas de produtos minerais ferrosos - minério de ferro, pelotas, manganês e ferro ligas - alcançaram a maior cifra para um segundo trimestre, a R$ 18,84 bilhões, uma expansão de 16,8% ante o primeiro trimestre.
Já no caso dos metais base - cobre, níquel, cobalto, metais preciosos, bauxita, alumina, alumínio -, a receita foi 10% menor na mesma base de comparação, somando R$ 3,55 bilhões.
Segundo a mineradora, foram investidos US$ 4 bilhões no período, sendo US$ 3,1 bilhões gastos com execução de projetos de pesquisa e desenvolvimento

Como uma aliança global de hotéis de luxo quer crescer no Brasil
Exame 29.07.2011 - Depois de estrear no país com uma parceria com a rede Tivoli, a Global Hotel Alliance (GHA) estuda novas oportunidades.
Quem viaja de avião está acostumado com as alianças entre as empresas aéreas, que permitem o acúmulo de milhas nas companhias participantes, entre outros benefícios, formando uma ampla rede de destinos. Com um conceito semelhante, a Global Hotel Alliance (GHA) quer expandir seus negócios no Brasil. “Começamos com foco nos Estados Unidos e Europa, que são mercados altamente rentáveis, depois passamos a explorar os países do BRIC. Agora vamos partir para Argentina e Chile”, disse a EXAME.com o inglês Chris Hartley, presidente da aliança.
Nesta sexta-feira (28/7), 14 presidentes dos 300 hotéis membros da aliança se encontram no Tivoli, em São Paulo, para discutir as estratégias de crescimento no Brasil, novos produtos, serviços e escritórios ao redor do mundo. A rede portuguesa, aliás, foi a primeira a ingressar na aliança, no ano passado.
A GHA surgiu em 2006 com o intuito de proporcionar mais competitividade à redes globais de hotéis premium e luxo. “São marcas tradicionais, mas não tão grandes. Em muitos casos são familiares, sem a pretensão de ser como Grand Hyatt, Intercontinental, Hilton e também não querem ser vendidos. A maneira para dar mais competitividade a esses hotéis foi a aliança”, explica Chris, que comanda uma equipe de apenas 20 pessoas na aliança.
As redes participantes, com diárias médias entre 360 e 4.500 reais, somam 650.000 quartos em 51 países. Entre eles há a chinesa Marco Polo, a americana Omni, a alemã Kempinski e a italiana Lungarno, que se juntou à aliança em 15 de julho, para conseguir aproveitar a quantidade de turistas brasileiros por meio do Tivoli.
Mercado brasileiro – A estável economia brasileira, que recebe um número crescente de viajantes tanto a turismo como a negócios, e a proximidade da Copa do Mundo de 2014 e dos jogos olímpicos de 2016 fazem com que o país seja um dos mercados prioritários para a aliança. No primeiro trimestre do ano, os hotéis da GHA registraram um aumento de 75% no número de reserva de brasileiros em comparação com o mesmo período de 2010.
“Porém, não há mais parcerias em vista no Brasil”, diz Chris. “Aqui é um mercado que não tem tantas redes premium ou de luxo, fora os grande grupos globais. O que pode acontecer no futuro é que algumas redes locais se juntem e aí nós passaríamos a geri-las. Por enquanto, não fazemos parcerias com hotéis individuais.”
Segundo ele, entre os presidentes das redes hoteleiras que chegam ao Brasil, muitos têm interesse em trazer suas marcas para cá. “Acho difícil que alguma rede invista diretamente no Brasil. O setor não faz mais isso”, diz. “O que pode acontecer é uma parceria com construtores locais para depois a marca chegar ao mercado.”
Investimentos – Cada rede de hotéis paga uma taxa de adesão (valor não revelado) e investe anualmente algo entre 500.000 e 1 milhão de dólares. Com o total de 300 redes, estima-se que o valor possa chegar a 300 milhões de dólares. O montante é distribuído para todas as redes participantes para melhoria de serviços.
“Numa aliança, conseguimos diminuir custos com tecnologia e todo o tipo de equipamento necessário para os hotéis”, explica Chris. Na prática a GHA tem o argumento de ter um alcance maior e pode comprar “no atacado” por um preço mais baixo. “Negociamos também com agências de viagem online para ter preços mais acessíveis.” Agora é esperar para ver se tanto luxo vai ficar mais ao alcance da população ou vai continuar restrito a uma pequena parcela.

CS terá que pagar mais para assumir Hedging-Griffo
Valor 29.07.2011 - Brady Dougan, do Credit Suisse: cortes de pessoal para garantir retornos atraentes em ambiente incerto.
O Credit Suisse terá de desembolsar duas vezes mais em real ou três vezes mais em dólar, dependendo da moeda usada, para adquirir os 49% da gestora Hedging-Griffo que restam nas mãos de acionistas minoritários, comparado ao que pagou há cinco anos.
Quando o grupo suíço adquiriu 50% mais uma ação da gestora Hedging-Griffo, em 2006, desembolsou US$ 294 milhões ou cerca de R$ 635 milhões, e ficou com a opção de comprar o restante no prazo de cinco anos.
Agora, o banco estima que o custo atual para exercitar sua opção este ano é de R$ 1,270 bilhão ou US$ 856,2 milhões. Em seu relatório financeiro do segundo trimestre, o Credit Suisse explica que os acionistas minoritários têm o direito de oferecer suas ações este ano a um preço baseado numa fórmula que depende do desempenho da subsidiária - e visivelmente o resultado tem sido bom.
A opção é exercível em 31 de dezembro e, se acionada, dará ao Credit Suisse total controle da gestora no primeiro trimestre de 2012.
O grupo suíço informa que contabilmente pretende imputar o valor do pagamento ao longo deste ano no balanço. Além disso, tem uma "call option" para exercitar a aquisição total.
Ontem, o banco divulgou lucro de US$ 957,6 milhões no segundo trimestre, queda de 52% em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 1,986 bilhão). As receitas recuaram 25% na mesma base de comparação, a US$ 7,888 bilhões, ante resultado de US$ 10,499 bilhões registrados entre abril e junho do ano passado.
Somente no segmento de banco de investimento, a queda de receitas antes de impostos caiu 71% ante o mesmo trimestre de 2010, afetada pela crise da dívida soberana europeia. "Nosso desempenho na área de banco de investimento ficou abaixo do que esperávamos", comentou o diretor executivo do banco, Brady Dougan.
Dougan também anunciou o corte de 2 mil funcionários, parte de um plano que prevê cortes de até US$ 1,247 bilhão. O banco tem cerca 50 mil funcionários mundialmente. "Para garantir retornos atraentes em um ambiente econômico incerto e desafiador, continuamos a ser proativos na busca de eficiência nos custos do banco", disse o executivo. Com o corte, o Credit Suisse se junta ao UBS e ao Goldman Sachs, que anunciaram demissões para reduzir despesas.

Órama quer abrir portas de grandes gestores a investidor
Valor 29.07.2011 - Horn, da Órama: objetivo é levar o modelo de popularização da Ágora em ações para o segmento de fundos.
Quem sempre ouviu falar dos gestores mais badalados do mercado, mas nunca teve condições de aplicar nesses fundos, tem uma chance a partir de hoje. A Órama Investimentos vai oferecer aplicações em cinco carteiras de ações e 13 de multimercados de casas famosas com Gávea, JGP, BTG Pactual, BBM, Opportunity ou IP a partir de R$ 5 mil pela internet. Se fosse aplicar diretamente em todas as carteiras, o investidor precisaria de R$ 1,420 milhão, já que a média para investir nessas carteiras é de R$ 50 mil. No Gávea e no JGP, são R$ 300 mil. Pela Órama, bastarão R$ 90 mil para ter todos.
A proposta é dar ao varejo acesso a fundos antes limitados aos milionários clientes de private banks, diz Guilherme Horn, sócio da Órama, empresa formada pelos ex-fundadores da corretora Ágora, vendida ao Bradesco em 2008. A Órama, uma distribuidora de valores, nasce com a proposta de democratizar os fundos de investimento. "Já fizemos isso com ações na Ágora", diz Horn.
Além de permitir a aplicação com um valor mais baixo, a Órama quer também oferecer serviços que auxiliem o investidor na escolha. Para isso, terá um sistema que ajudará o investidor a definir seu perfil de risco e, a partir desse perfil, indicará uma lista com três ou quatro fundos. O sistema fará seis perguntas como o apetite por risco, o tempo de aplicação estimado, a necessidade de liquidez e a rentabilidade desejada e dará automaticamente as sugestões. "Quem tiver R$ 20 mil poderá aplicar nas quatro opções e formar sua carteira", afirma Horn.
Além disso, contará com conteúdo educacional para o investidor menos experiente e explicações detalhadas sobre cada tipo de fundo. "Temos dez anos de experiência, desde a Ágora, em educar investidores", diz Horn.
A Órama representa uma novidade em um setor concentrado em bancos, que acabam oferecendo as carteiras mais sofisticadas apenas aos grandes clientes. "Com isso, os gestores independentes não conseguem chegar ao varejo, pois não contam com uma estrutura pulverizada de distribuição, enquanto o investidor menor não tem acesso aos melhores fundos do mercado", afirma Horn, que é também sócio da Personale Investimentos, empresa de gestão dos ex-sócios da Ágora - entre eles Selmo Nissenbaum, antigo controlador da corretora. Ele explica que a Órama não distribuirá nenhum fundo da Personale.
O foco inicial será em fundos multimercados e de ações. A Órama terá um fundo de cotas para cada carteira alvo. O investidor comprará contas desse fundo de cotas, que aplicará na carteira do Gávea, JGP ou BNY Mellon Arx. O fundo de cotas cobrará 0,6% ao ano de taxa de administração, que se somará à dos fundos-alvo - em geral de 2% ao ano mais taxa de performance. Cada fundo replicará também as condições de carência para resgate ou taxas de entrada ou saída das carteiras originais. "Isso elimina o risco de descasamento do fundo de cotas", explica Horn.
A Órama receberá também uma parcela da taxa de adminstração do fundo, o chamado "rebate", afirma Horn. "Mas não será isso que orientará nossa oferta para o cliente", diz. Para isso, um comitê analisará mensalmente as carteiras do mercado em busca das melhores opções de cada categoria. A partir dessa análise, elas poderão entrar na lista de sugestões da casa.
Haverá apenas uma carteira de renda fixa para o investidor deixar o dinheiro até decidir onde investir, também com taxa de administração de 0,6% ao ano. Mais adiante, a gestora pretende ampliar para outras estratégias, como renda fixa crédito e fundos de previdência.
Outra novidade serão vídeos com representantes de todos os gestores de fundos, em que eles explicam de maneira didática como funciona cada carteira. Além disso, uma vez por mês, os gestores comentarão em vídeo os resultados dos fundos e as mudanças nas carteiras. "Será uma carta mensal virtual, de no máximo 3 minutos, falando por que o fundo foi bem ou não foi e qual expectativa para o mês seguinte", diz. O projeto é criar um canal, a TV Órama, a exemplo da TV Ágora, pioneira no mercado de corretoras. "Vamos mostrar quem faz a gestão, como faz, não é como nos grandes bancos, onde não se sabe quem é o gestor", diz. "Queremos aumentar a transparência das informações".
O sistema permitirá ainda comparar as carteiras listadas e, mais adiante, as demais do mercado. "Teremos também um sistema de suporte, por telefone e por chat, para responder perguntas e as mais comuns serão colocadas no site com as respostas", diz Horn. A expectativa da Órama é chegar a 20 mil clientes com uma aplicação média de R$ 10 mil e um patrimônio total de R$ 200 milhões no primeiro ano. "Nosso desafio será construir a marca e ganhar a confiança do mercado", admite Horn. "Foi assim com a Ágora em 2000, quando começamos a oferecer home broker, todos falavam se alguém ia por dinheiro numa empresa online e terminamos como a maior corretora do mercado", diz.
Por isso, os sócios decidiram começar a empresa tendo como base uma distribuidora de valores, uma instituição financeira com patrimônio e regulada pelo Banco Central. "O cliente faz seu cadastro conosco e transfere o dinheiro do banco para a Órama e então opera via internet", diz. Uma vantagem é que, uma vez feito o cadastro, o investidor pode trocar de fundo à vontade em um único ambiente. "Se fosse aplicar direto, seria preciso um cadastro para cada fundo." Além disso, o investidor poderá compensar as perdas entre os fundos com seus ganhos, já que o administrador é o mesmo.
O modelo da Órama é a gigante americana Fidelity, que distribui mais de 4 mil fundos. "Mas sabemos que são modelos muito diferentes", admite Horn, lembrando que nos Estados Unidos os bancos têm um papel menor na distribuição de fundos e as empresas independentes é que dominam o mercado, ao contrário do Brasil.

Internacionalização faz Neoris mirar alta de 50%
DCI 29.07.2011 - Consultoria brasileira, a Neoris virou atração em outros países e passou a registrar crescimento de 50% ao ano com a internacionalização de seus serviços. Ao migrar para a integração de sistemas, a empresa passou também a colecionar clientes como Usiminas, Embraer, Bradesco, CPFL Energia e Carrefour, entre outros.
Considerada uma das sobreviventes da "bolha" da Internet na virada do século e que acabou com a esperança de expansão de muitas empresas na área de tecnologia da informação (TI), a marca passou a figurar no ranking da empresa de inteligência de mercado IDC como uma das principais consultorias de TI da América Latina. "A partir da crise da chamada época 'ponto-com', migramos os serviços. A meta agora é expandir a empresa rumo ao interior [do País]", diz Nicolau Branco, vice-presidente de Operações da Neoris. Além disso, o plano envolve melhoria da posição em vários países, dentre os quais se destacam Brasil, Colômbia e Argentina, em que mantém a liderança em desenvolvimento de aplicativos customizados.

Consultoria ainda é mito no setor
Valor 29.07.2011 - Jonathan Horwat, gerente do Banco Santander: "Desfiz o mito do fantasma do crédito como uma dívida impagável".
Não foi uma nem duas, mas várias as vezes em que Jonathan Horwat, 28 anos, gerente de uma das agências do Banco Santander em Santo André, no ABC paulista, ofereceu uma linha de crédito para capital de giro a um dos seus clientes pequenos empresários. Invariavelmente, Horwat recebia um "não" como resposta.
Responsável pela carteira de pequenas empresas desde 2009, Horwat sabia que o tempo mudaria esse cenário. Mas, mais do que isso, ele trabalhava com a perspectiva de que o empresário tomaria consciência de que precisaria buscar uma consultoria financeira mais detalhada para perceber a realidade que envolve o mundo das pequenas e médias empresas no Brasil.
Depois de muita conversa e visitas aos seus clientes, o gerente pediu que o empresário olhasse com atenção um estudo que ele havia feito da empresa com o auxílio de um programa exclusivo do Banco Santander para analisar e acompanhar o desempenho dos negócios.
"Ele tinha uma sobra de caixa que não era suficiente para investir, mas também acomodava uma parcela de um crédito para capital de giro. Mostrei isso ao empresário e desfiz o mito do fantasma do crédito como uma dívida impagável", conta o gerente. E acrescenta: "Hoje, ele é um dos clientes mais ativos do banco e pega operações para quitação em 18 meses".
Na visão de Horwat, há um grande desconhecimento da maioria dos clientes de que existem operações de crédito sob medida para cada perfil de empresa. E que, ao contrário do que pensam muitos empresários, esses instrumentos ajudam a expandir o negócio, desde que com uma orientação especializada.
Segundo o profissional, grande parte dos empresários tem conhecimento profundo do próprio negócio, mas não tem nada especificado no papel.
Se o gerente não faz perguntas específicas aos empresários, dificilmente extrairá informações indispensáveis para concessão de crédito, como volume de entradas e saídas, níveis de endividamento e margens praticadas.
Horwat reforça que há empresários que receiam aceitar pagamento com cartão no comércio e precisam ser orientados de que esse é um meio seguro, cujos valores podem ser antecipados pela instituição financeira.
"É tudo uma questão de informação e confiança. Por isso somos treinados para sermos consultores de negócios e não apenas um gerente do banco", declara Jonathan Horwat.

Governo procura atrair negócios
Valor 29.07.2011 - O governador Cid Gomes, do Ceará: projetos estruturantes, com grandes cadeias produtivas, aumentam o PIB do Estado e geram mais trabalho e renda
A prospecção de novos empresas para o Ceará envolve toda a cúpula do governo estadual. O próprio governador Cid Gomes esteve na China este mês, onde se reuniu com empresários de diferentes setores - automobilístico, portos, estaleiros e outros. O objetivo é atrair empreendimentos que envolvam diversas atividades. "A implantação de uma refinaria e da siderúrgica no Ceará são projetos estruturantes que trazem uma cadeia produtiva imensa, o que aumenta o Produto Interno Bruto (PIB) e gera, consequentemente, mais trabalho e renda para a população cearense", afirma o governador.
O desenvolvimento de cadeias produtivas no Ceará estimula a expansão das indústrias locais e atrai companhias de outros Estados. Além de Fortaleza, há investimentos em municípios como Pacajus, Horizonte e Quixeré. A catarinense Malwee inaugura em outubro uma planta têxtil avaliada em R$ 45 milhões, a cearense Mercurius Engenharia dobrou de tamanho em função da demanda por parques eólicos, enquanto a eslovena Keter vai montar uma usina de biomassa no interior do Estado.
"Vamos construir uma nova fábrica de cimento em Quixeré, avaliada em R$ 400 milhões", diz Adauto Farias Jr., diretor-presidente da Companhia Industrial de Cimento Apodi, que acaba de instalar uma planta na área do Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante. A Apodi planeja faturar R$ 118 milhões no primeiro ano de atividades. A fábrica de cimento e concreto usinado do Pecém exigiu investimentos de R$ 100 milhões e tem capacidade instalada de 45 mil toneladas ao mês. Em quatro meses, já responde por 10% das vendas cearenses.
"A nova unidade de Quixeré, será capaz de entregar três vezes mais cimento que a planta próxima ao porto, com uma autonomia de até 4,5 mil toneladas ao dia", diz Farias. A fábrica, planejada para operar a partir de 2014, também vai extrair calcário, principal matéria-prima para a produção do componente para a construção. As duas unidades devem gerar 800 empregos diretos.
Entre as razões para a Apodi instalar os complexos no Ceará, estão o promissor mercado nordestino, a localização das minas de calcário na região e a origem dos acionistas - 50% da composição acionária da empresa é da família Dias Branco, que controla o Grupo M.Dias Branco, da área de alimentos. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), o Nordeste foi a segunda região que mais produziu no país em 2010, com 11,2 milhões de toneladas, à frente do Sudeste, com 29,8 milhões de toneladas.
Em Horizonte, uma unidade da cearense Santana Textiles é responsável por 42% dos 7 milhões de metros de tecidos produzidos ao mês pela indústria. "Toda a produção é focada em jeans e o portfólio de produtos inclui mais de 90 itens", explica Antônio Sampaio, gerente de negócios. "Em 2012, vamos abrir uma unidade nos Estados Unidos."
A empresa tem quase 3 mil colaboradores, sendo 1 mil funcionários somente no Ceará. Até 2012, a fábrica de Horizonte vai receber R$ 10 milhões de investimentos em atualização tecnológica. Outras indústrias do setor de linhas, como a Bonfio e Linhanyl, vão construir unidades fabris em Horizonte.
Em Pacajus, a Malwee, também do setor têxtil, inaugura em outubro sua sexta fábrica no país, com investimentos de R$ 45 milhões. A cidade possui cerca de 30 cartas de intenção de empresas que pretendem se instalar no município - pelo menos dez já tiveram protocolos de implantação assinados pela prefeitura. "Contratamos mais de 400 funcionários, que estão em treinamento", afirma o CEO Guilherme Weege.
Com uma capacidade produtiva de 50 milhões de peças/ano, a Malwee pretende fabricar 35% a mais com a nova fábrica. Em três anos, a unidade terá 40 mil m2 de área construída e empregará 3 mil pessoas. "O Ceará tem experiência na área têxtil e oferece mão de obra qualificada", diz. "E o mercado consumidor está crescendo no Norte e Nordeste, com boas oportunidades para a empresa."
A cidade de Pacajus deve ganhar ainda uma usina de biomassa este ano. O empreendimento da empresa Keter, da Eslovênia, deve gerar até cinco MW de energia a partir de produtos orgânicos, como esterco produzido por aves. A Cialne, uma das maiores avícolas do Ceará, deve fornecer parte do material.
"Dobramos a estrutura física da companhia e aumentamos em 30% a quantidade de colaboradores especializados", afirma Dante Bonorandi, diretor-presidente da Mercurius Engenharia, especializada em parques eólicos. A empresa cearense, com um faturamento de R$ 100 milhões em 2010, tem cerca de 2 mil colaboradores, sendo 50 engenheiros. O interesse pela geração de energia limpa no Ceará e em outros Estados fez a receita da Mercurius aumentar cerca de 20% no ano passado, ante 2009. "O potencial brasileiro torna esse mercado cada vez mais promissor." Em 2011, a companhia deve investir R$ 50 milhões em recursos humanos e novas tecnologias.
Segundo um estudo da consultoria imobiliária Jones Lang LaSalle Brasil , com a chegada de novas empresas, a área para escritórios em Fortaleza, em 2012, deverá alcançar 570 mil m2, um crescimento de 16% em relação a 2011.
A maior parte desse estoque está no bairro da Aldeota, um dos mais valorizados da cidade, que terá um acréscimo de mais de mil unidades comerciais até o próximo ano, seguido pela região de Meireles, onde se concentra a maior parte dos hotéis. "Duas grandes empresas, doa setores de bens de consumo e alimentos, estão procurando pontos para instalar um centro de distribuição seco e um galpão refrigerado", adianta Pedro Candreva, diretor da Jones Lang LaSalle.

Indústria de calçados sofre com importação de matéria-prima
DCI 29.07.2011 - A concorrência com os importados, que tanto incomoda o setor de calçados, agora também atinge os fabricantes de matérias-primas e insumos calçadistas. O setor faturou US$ 3 bilhões em 2010 e exportou US$ 563 milhões, mas registrou importações em torno de US$ 1,2 bilhão no último ano.
A indústria química também se ressente da entrada de produtos importados. A produção e as vendas internas seguem em baixa, apesar do consumo, que subiu 34% no primeiro semestre. As importações, entretanto, já levam o setor a déficit de US$ 11 bilhões, segundo a Abiquim.
A expectativa de que a indústria de transformação cresça menos do que o Produto Interno Bruto (PIB) este ano é fato preocupante, afirma o diretor do Departamento de Economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini. De acordo com ele, quando a indústria tem uma expansão superior ao percentual de avanço econômico é sinal de que a alta do PIB será expressiva. "Porém, a indústria de transformação está estagnada e aponta um crescimento de 3 pontos percentuais abaixo do estimado para o PIB", analisa. O mercado, economistas e o governo federal aguardam que o PIB aumente entre 4% e 4,5% neste ano com relação a 2010.
A avaliação do diretor da Fiesp tem como base a sinalização de estabilidade da indústria paulista, de acordo com o Indicador de Nível de Atividade (INA) de junho, divulgado ontem pela Fiesp.

Bancos coroam invasão chinesa no Brasil
Folha 29.07.2011 - Com dinheiro sobrando, instituições financeiras miram parcerias com as brasileiras de pequeno e médio portes.
Após a vinda do Banco da China, em 2010, mais duas instituições manifestaram desejo de operar no Brasil. Dois anos depois de desbancar os EUA da posição de principal destino das exportações brasileiras, a China passa a mirar também o mercado financeiro nacional.
Com a vinda, em 2010, do Banco da China, um dos maiores do mundo, outras duas instituições manifestaram desejo de operar no Brasil --e aguardam autorização do Banco Central.
O Banco de Desenvolvimento, uma espécie de BNDES local, também quer expandir sua atuação aqui, segundo a Folha apurou.
Além disso, com dinheiro sobrando em casa, os chineses se tornaram parceiros ideais para bancos de pequeno e médio porte brasileiros, que precisam reforçar o capital.
Intermediador de negócios entre empresas nacionais e chinesas, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Tang, diz ter em mãos um raio-X financeiro de duas instituições de pequeno porte que operam no Brasil e que estão interessadas em ter os chineses como sócios.
"Temos bancos chineses que ainda não estão no país e que podem firmar parcerias com os brasileiros", diz Tang.
Ele lembra ainda que o Fundo Soberano da China também veio para o Brasil em 2010 comprar uma parte do banco BTG Pactual. "A atuação chinesa na área financeira ainda é tímida porque os bancos não conhecem o Brasil", justifica Tang.
Mas ele diz que o interesse é crescente. "A Sany [empresa de máquinas e equipamentos para construção pesada, que já opera no país] quer criar aqui uma empresa de leasing para financiar a venda dos seus produtos."
Na avaliação do embaixador Sérgio Amaral, presidente do Conselho Empresarial Brasil-China, a vinda das instituições financeiras é uma evolução natural da relação entre os dois países. "Isso mostra que foi feita uma aposta estratégica no Brasil."
Aquisições: "Os bancos chineses estão usando o excesso de liquidez da China. Eles usam recursos estratégicos para financiar as suas próprias empresas", diz Rubens Sawaya, professor e coordenador do curso de economia da PUC-SP.
A compra parcial de empresas é a porta de entrada preferida deles em mercados pouco conhecidos. Segundo dados do Conselho Empresarial, 46% dos recursos chineses investidos no Brasil em 2010 foram nessas compras.
Do restante, 21% foram para compra integral, 23% para construir instalações novas e 10% em parcerias locais.
Os negócios entre a China e o Brasil crescem em ritmo acelerado. "Em 2009, o total de investimentos aqui era reduzido: US$ 392 milhões", diz Tang. Em 2010, o Conselho Empresarial registrou o montante de US$ 12,7 bilhões em projetos confirmados.

Como encontrar uma oportunidade de negócio
Entenda por que fazer uma análise do mercado e encontrar um diferencial competitivo é importante para a sua ideia vingar
Ter uma boa ideia ou dispor de dinheiro nem sempre é suficiente para garantir o sucesso de uma empresa. Para que um empreendimento decole, é necessário identificar uma boa oportunidade de negócio. Pode ser uma demanda não atendida, um segmento não explorado ou até um produto completamente novo - desde que o consumidor esteja disposto a experimentá-lo. O importante é ter um diferencial. Confira as orientações de especialistas e encontre o seu.
1. Faça a lição de casa
Para ter certeza de que seu produto ou serviço é relevante para o mercado, o primeiro passo é pesquisar. Se você tem uma ideia em mente e tem experiência no ramo, fica mais fácil analisar a viabilidade do seu negócio. Mas nem por isso deve dispensar um estudo do mercado para avaliar se há demanda para o seu produto ou servilço, se sua oferta se enquadra em uma tendência local, nacional ou até internacional, e se o setor em questão está em fase de expansão, estável ou mesmo em declínio.
“Se não tiver essa percepção, ele vai jogar dinheiro no lixo”, avisa o consultor de marketing do Sebrae, José Carmo Oliveira. Se você vai desbravar um mercado desconhecido, antes de se aventurar, é preciso se preparar. Busque apoio de instituições e associação de classe próximas ao setor e visite feiras e eventos.
2. Explore nichos diferentes
Se a pesquisa prévia mostrar que o seu mercado está aparentemente saturado pela concorrência, não desanime. Tente entender se sua oferta pode ser adaptada a outras faixas etárias, gêneros e classes econômicas. Se o seu projeto era abrir uma academia e você descobriu que o seu bairro está lotado delas, por que não investir em um nicho específico, como mulheres ou idosos? “Basta verificar se dá para adptar a oferta a um novo público em termos geográficos ou demográficos”, aconselha o consultor.
O coordenador do centro de empreendedorismo do Instituo de Ensino e Pesquisa (Insper), Marcos Hashimoto, cita como exemplo o caso da Gol, que entrou em mercado de gigantes oferendo o preço como diferencial. A empresa padronizou as aeronaves, eliminou serviços de bordo, e, consequentemente, a cozinha, para reduzir valores e colocar mais assentos. A venda de passagens promocionais também gerou a propaganda boca-a-boca. “A concorrência não poderia migrar para este modelo de uma hora para a outra."
3. Encontre o seu diferencial
Se você descobriu um filão de mercado para implantar sua ideia, é hora de fazer um plano de negócios. Ele te dará noções da dimensão da oportunidade e do potencial diferencial que ela traz. A inovação não precisa ser algo completamente diferente do que já foi feito, segundo Oliveira. Pode ser uma adptação ou uma melhoria em algo que já existe.
“É o upgrade no produto, no serviço, na forma de pagamento, no preço ou nas condições de entrega”, explica o especialista. Mas é preciso estar pronto para uma reação da concorrência. Por isso, inicie um negócio com outras cartas na manga. “Ser pioneiro é vantagem temporária”, destaca Hashimoto.

Até 2016, trânsito trava nas 10 rodovias da região metropolitana de São Paulo
Exame 28.07.2011 - As projeções são da própria Secretaria Estadual de Logística e Transportes de São Paulo: todas as 10 rodovias que desembocam na região metropolitana de São Paulo vão trancar em no máximo cinco anos se nada for feito para aliviar o trânsito de veículos nessa área, principalmente o de cargas.
Isso significa que sete rodovias estaduais, entre elas Bandeirantes, Castelo Branco e Anchieta, bem como e as três federais, Régis Bittencourt, Raposo Tavares e Ayrton Senna, vão conviver quase que praticamente o dia inteiro com congestionamentos similares ao que se vê hoje nas marginais dos rios Tietê e Pinheiros nos horários de pico. Não é apenas o ir e vir das pessoas que vai perder mais qualidade. O grande prejudicado será o transporte de cargas: ficará caótico e mais caro abastecer o maior centro consumidor do país.
Para chegar a essa conclusão, a secretaria de transportes utilizou modelos de cálculo do Banco Mundial. A instituição faz cruzamentos entre o número de veículos em circulação e a capacidade das vias. Todos os cálculos mostraram que vai faltar estrada e sobrar veículos. Como é praticamente impossível ampliar qualquer uma das 10 rodovias por causa do adensamento urbano, a saída apontada pela própria secretaria é agilizar os investimentos na expansão de outros tipos de transportes, em especial as ferrovias.
Estão sendo reavaliados projetos antigos, como o ferroanel, cordão de trilhos em torno da capital paulista, e a construção de plataformas de cargas intermodais no interior e na capital. Como as obras públicas costumam esbarrar em toda sorte de entraves (falta de dinheiro, atraso do licenciamento ambiental, conflitos de interesses políticos) é difícil prever se qualquer uma dessas propostas, na planilha há anos, finalmente sairá do papel a tempo de evitar a tranqueira do trânsito.