quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Azul.CA.22.08

Daily News
 
Varejo de farmácias passa por fase de consolidação
Valor 22.08.2012 - Sérgio Mena Barreto: crescimento do varejo é puxado principalmente pelas gigantes criadas por meio de fusões.
Renda e emprego em alta, juros em queda, envelhecimento da população e um sistema de saúde que deixa com as famílias a responsabilidade pela compra de medicamentos criam um cenário perfeito para o crescimento das redes de farmácias.
Por conta disso, o mercado de drogarias mais que dobrou nos últimos cinco anos. Em 2011, segundo a consultoria IMS Health, o setor faturou R$ 40 bilhões, com crescimento de 18%. De acordo com previsões da Abrafarma (entidade que representa grandes redes de farmácias), neste ano a previsão é de expansão de 15%. A instituição espera que os negócios dobrem outra vez nos próximos cinco anos.
"Junto do aumento do emprego formal vem o aumento nos beneficiários de planos de saúde. Mais gente vai ao médico, o que leva o consumidor a comprar mais remédios", diz Priscila Tambelli, analista do setor no Banco do Brasil.
De acordo com o presidente da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, esse crescimento é puxado principalmente pelas grandes redes do setor, como as gigantes criadas por meio de fusões como RaiaDrogasil e DPSP (junção da Drogaria Pacheco com a Drogaria SP). As cinco maiores redes têm cerca de 30% do mercado, com receitas de R$ 12 bilhões.
Segundo ele, as grandes redes perceberam mais cedo que os consumidores estavam interessados em buscar nas redes de farmácias produtos de higiene pessoal e cosméticos e adaptaram seu funcionamento para esse fim.
Priscila Tambelli concorda. "Antes elas só vendiam medicamentos. A diferença de preços para supermercados era muito grande. Hoje os preços são bem compatíveis. Alguns até com preços mais baixos. Isso é um fator que faz com que o mercado de drogarias cresça. Tem a praticidade para comprar coisas pequenas que é mais rápido e prático", diz.
Apesar do otimismo, Mena Barreto não vê um crescimento homogêneo. "Há um crescimento forte nas grandes redes. As pequenas estão sofrendo. Estão perdendo espaço ao longo do tempo. As grandes estão tomando espaço das pequenas", diz.
De acordo com o presidente da entidade, as drogarias pequenas e independentes ficaram para trás em questões como gestão e escala. "As pequenas encolhem porque não mudaram a maneira de ver o consumidor. Esse consumidor busca algo que não encontra no supermercado. Muitas vezes essas empresas não dispõem de caixa suficiente para manter um estoque completo", diz.
Edison Tamascia, presidente da Febrafar, entidade que representa 36 redes com mais de 6 mil lojas pelo Brasil, discorda da avaliação da Abrafarma. Para ele, ainda há espaço para farmácias independentes ou grupos menores. "O mercado é de oportunidade. As médias e pequenas vão sobreviver. Elas têm o desafio da profissionalização. As empresas que mudarem para se modernizar, melhorando a administração vão sobreviver", diz.
Depois das grandes fusões envolvendo grandes grupos, é esperada uma fase de acomodação do mercado. Para Tamascia, a consolidação é uma realidade mundial e deve prosseguir, mas com ímpeto menor nos próximos anos. De acordo com o analista do Bradesco, Ricardo Boiati, as empresas formadas pelas recentes fusões ainda estão em processo de integração, como a RaiaDrogasil. Segundo ele, essas empresas, antes de pensarem em novas aquisições podem crescer organicamente, ocupando espaços em regiões como o Nordeste.
"Não vejo uma grande onda de fusões. Temos quatro grandes grupos: Pague Menos, RaiaDrogasil, Pacheco SP e Brazil Pharma. Essas quatro podem crescer organicamente", diz. Segundo ele, a Brazil Pharma tem uma particularidade que é um desafio maior pelo fato de ser formada pela junção de diversos grupos. "A integração é mais difícil porque são muitas empresas. Por ser mais complexo, pode chegar a um resultado melhor na redução de custos e de ineficiências."
Boiati acredita que a fusão da líder RaiaDrogasil tenha criado muitas oportunidades de sinergia, especialmente em logística. "A concentração é forte em São Paulo, então a empresa pode ganhar implementando melhores práticas de logística. É um processo que deve ficar mais claro até o fim do ano que vem", diz.
 
Nova frente parlamentar quer ampliar debate sobre setor
Valor 22.08.2012 - Representantes da indústria farmacêutica buscam chamar a atenção para a carga tributária incidente sobre os remédios, que consideram a mais alta do mundo. "Dados do IBGE mostram que cerca de 55% da população não podem pagar pelos medicamentos que necessitam e o governo não atende essa demanda", diz Geraldo Monteiro, diretor executivo da Associação Brasileira dos Distribuidores de Laboratórios Nacionais (Abradilan).
Monteiro cita também pesquisa do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), segundo a qual 51,7% das pessoas que necessitam de medicamento ou de tratamento têm dificuldade de acesso. O diretor participou do seminário "Medicamentos & Tributos", realizado em São Paulo, no dia 20.
"O Brasil está desalinhado com o mundo inteiro. Em alguns países como Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, por exemplo, a tributação é zero para remédios", acrescenta o deputado Walter Ihoshi (PSD-SP), da Frente Parlamentar de Redução de Imposto. Agora, o setor quer uma frente exclusiva para os medicamentos e fez, durante o encontro, o pré-lançamento da Frente Parlamentar para Desoneração de Medicamentos. "Queremos iniciar um processo de conscientização dos parlamentares e hoje já contamos com 228 deles."
Ele explica que a frente será instalada após o processo eleitoral, e pretende iniciar o debate no Congresso Nacional, para ganhar a opinião pública. Mais contundente, Jorge de Aguilar, diretor-executivo da Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico (Abafarma), acredita que há uma rejeição total por parte do governo no que diz respeito à redução da carga tributária sobre medicamentos. "Defendo a eliminação, e não a redução da carga. Mais de um terço do preço do medicamento é referente à carga tributária", diz.
Darcisio Perondi (PMDB-RS), presidente da Frente Parlamentar da Saúde, que também participou do evento, mostra-se pessimista. " Entre 2003 e 2009, o crescimento real da arrecadação na saúde foi de 57,19%, enquanto o IPCA, índice oficial que mede a inflação do país, aumentou 35,33% no mesmo período", relata. Para exemplificar, ele menciona o tributo embutido em alguns produtos. "A carga tributária sobre a bolsa térmica é de 45%, sobre o medicamento é 37%, o soro, 30%, termômetro, 38%. A saúde tem mais tributação que o setor financeiro", afirma. Segundo o deputado, a arrecadação tributária por grupo de doenças ilustra o peso dos impostos. "Em 2009 a arrecadação tributária com gravidez, parto e puerpério somou R$ 5 bilhões. Lesões e traumatismo mais R$ 3 bilhões, câncer, R$ 2,5 bilhões e alcoolismo, R$ 500 milhões."
Nelson Mussolini, vice-presidente executivo do Sindusfarma, ironizou ao sugerir a substituição das embalagens por caixas brancas. "Quem sabe, assim, a exemplo da linha branca, o setor também consiga isenção de impostos." Mussolini aproveitou o seminário para pedir ao governo que tire da gaveta os pedidos de isenção fiscal para os produtos que foram lançados desde 2008 e que estão parados. "Precisamos da isenção e da redução tributária do PIS/Cofins para as novas drogas. Há produtos mais velhos com isenção tributária e produtos mais novos sem isenção. Estamos criando um problema concorrencial e isso é muito sério", afirma.
Na opinião de Reginaldo Arcuri, presidente executivo do Grupo FarmaBrasil (GFB), o país tem propostas de políticas extremamente importantes, como a política de saúde e industrial, mas não dá condições para que sejam concretizadas. "Na prática, a distribuição dos recursos não colabora para que sejam efetivamente implementadas", comenta.
Pedro Zidói, presidente da Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico (ABC Farma), diz que o setor decidiu tomar iniciativas. Uma delas será informar o consumidor sobre quanto está pagando de impostos a cada vez que compra um remédio. "A entidade enviará para as farmácias um folheto informativo sobre os impostos embutidos no preço do medicamento."
 
Genéricos respondem por 26% das vendas, diz consultoria
NewTrade 20.08.2012 - Em julho, houve alta de 4,31% em volume de unidades em relação a junho. Em 2015, a participação dos genéricos deve chegar a 35%   (Reprodução) Os medicamentos sem marca comercial estão
ganhando cada vez mais espaço nas prateleiras das farmácias, representando hoje 25,95% do total de unidades de medicamentos vendidas no Brasil, segundo a consultoria IMS Health. Para dezembro de 2012, a estimativa
é que esse porcentual alcance entre 27% e 28%, segundo o diretor executivo da Associação Brasileira dos Distribuidores de Laboratórios Nacionais (Abradilan), Geraldo Monteiro.
"A tendência é que esta participação aumente cada vez mais, principalmente entre este ano e 2014, quando vários medicamentos terão suas patentes expiradas. Só em 2012, serão quebradas patentes de medicamentos
para enxaqueca, úlcera, malária e leucemia", explica o executivo. De acordo com ele, em 2015, a participação dos genéricos deve chegar a 35%. "Mas ainda estamos longe do cenário de países desenvolvidos, nos quais a
legislação é bastante diferente e esse porcentual chega até 60%", diz.
Em julho, as vendas de medicamentos genéricos tiveram um aumento de 4,31% em volume de unidades em relação a junho, e de 20,21% comparado a julho de 2011. Já os medicamentos de forma geral registraram c
rescimento de 6,69% em julho comparado a junho, e um aumento de 14,67% em relação a julho do ano passado.
Para o executivo, o crescimento dos genéricos está cada vez maior no ano a ano, comparado ao crescimento dos medicamentos comuns, porque o consumidor brasileiro mudou os hábitos. "Com mais informação, as
pessoas já têm consciência de que não faz sentido pagar mais, quando podem fazer o mesmo tratamento gastando menos".
 
Indústria pretende ser a sexta maior do mundo em 2015
Valor 22.08.2012 - Geraldo Monteiro, diretor executivo da Abradilan: é necessário aumentar recursos destinados à área de saúde.
A indústria farmacêutica brasileira é a oitava maior do mundo, mas deve chegar ao sexto lugar em três anos se mantiver a taxa de crescimento. Só este ano são esperados 12%. O volume de vendas no varejo chegou a R$ 38 bilhões em 2011, sem contar as compras governamentais que representaram mais R$ 11 bilhões.
A previsão do IMS Health, empresa que audita o mercado farmacêutico mundial, é de que até 2017 as vendas atinjam R$ 87 bilhões, com cerca de 135 bilhões de unidades de doses, impulsionadas pelo crescimento do segmento de genéricos, pelas políticas de redistribuição de renda e por programas sociais como a Farmácia Popular. Só a queda de patentes de medicamentos nos próximos quatro anos deve provocar um impacto de mais R$ 1 bilhão nas vendas.
O mercado, que há uma década era dominado pelas multinacionais, hoje está dividido meio a meio. Seis dos dez maiores laboratórios do país ainda são estrangeiros, mas a novidade é que a lista de nacionais, que antes tinha apenas o Aché, conta agora também com EMS, Eurofarma e Hypermarcas.
O setor passou por um processo de concentração. Em 2006 havia 511 laboratórios no país. Hoje são 450. Eles empregam diretamente 75 mil pessoas e indiretamente outras 500 mil em farmácias, fornecedores e hospitais. Os 50 maiores laboratórios representam mais de 80% do setor. O maior dos nacionais não chega nem perto do maior dos multinacionais em faturamento: R$ 1,9 bilhão, para o Aché, contra US$ 50 bilhões, da Pfizer.
O fortalecimento da indústria nacional, que cresce o dobro do mercado farmacêutico, é consequência da implantação do programa de genéricos, há doze anos, do apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e das compras do Ministério da Saúde.
O Profarma do BNDES já investiu R$ 1,9 bilhão em 111 projetos com uma contrapartida de outros R$ 2 bilhões das empresas. Na primeira fase, entre 2004 e 2007, a maior parte dos investimentos foi em modernização das plantas de produção. A segunda fase, que expira em dezembro deste ano, foi a de inovação tecnológica. O banco agora desenvolve a terceira fase, que deve priorizar a biotecnologia.
"Os laboratórios nacionais estão prontos para um novo salto em inovação incremental e hoje há uma dependência do país à importação de produtos biotecnológicos", diz João Paulo Pieroni, gerente do Departamento de Produtos Intermediários, Químicos e Farmacêuticos (Defarma) do BNDES. O déficit comercial do país no setor de fármacos chega a US$ 5 bilhões, segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma).
Enquanto avança na fronteira do desenvolvimento tecnológico, a indústria farmacêutica brasileira esbarra na pesada carga tributária e na falta de acesso de toda a população aos serviços de saúde. Os impostos representam 33% do valor dos medicamentos, de acordo com o Sindusfarma. A média mundial é de 6,8%. "Não há nada parecido no mundo", afirma Nelson Mussolini, vice-presidente executivo do Sindusfarma. A entidade tem 140 associados e representa 75% do setor.
"De cada três caixas de medicamentos que compra, o consumidor paga uma em impostos", afirma Geraldo Monteiro, diretor executivo da Associação Brasileira dos Distribuidores de Laboratórios Nacionais (Abradilan). "Além de aumentar os recursos para a saúde é necessário reduzir a carga tributária dos medicamentos", afirma.
 
Grandes redes devem abrir quase 400 lojas até o Natal
Enéas Pestana, presidente do Grupo Pão de Açúcar: Mantemos o [número] previsto. E estamos tentando adiantar esse processo [de abertura de lojas]".
Num momento em que a economia começa a dar sinais de uma possível retomada neste segundo semestre, as maiores redes de varejo de capital aberto do país colocam na rua projetos mais agressivos de crescimento orgânico. Algumas varejistas vão tentar se recuperar dos últimos resultados apáticos por meio de uma acelerada abertura de centenas de lojas que precisam estar em operação até o Natal. Segundo dados dos últimos balanços, as sete maiores redes do setor se preparam para abrir 382 lojas no segundo semestre do ano no Brasil. São 89 lojas acima do registrado no mesmo período de 2011.
O volume previsto equivale a duas novas lojas por dia sendo inauguradas até o fim do ano. Pontos novos registram aumento de tráfego de consumidores entre 20% e 30%, em média, em relação a lojas antigas.
Dados de balanço mostram que os investimentos já realizados pelo setor em 2012, (que incluem aberturas de pontos e depósitos, reformas e tecnologia), já superam o realizado em 2011. De janeiro a junho, as redes de capital aberto investiram R$ 1,385 bilhão no país, volume 20,4% superior ao aplicado no mesmo intervalo de 2011.
Apenas em novas lojas e aquisições de terrenos, foram R$ 578 milhões na primeira metade de 2012. No mesmo período de 2011 foram R$ 360,4 milhões - uma expansão de 60,4%. Com isso, a parcela de desembolsos em novos pontos dentro da soma total de investimentos passou de 31,3% em 2011 para 41,7% neste ano.
Fazem parte desse conjunto de empresas com planos mais audaciosos o Grupo Pão de Açúcar (que inclui as redes Extra, Casas Bahia e Ponto Frio), Lojas Americanas, Magazine Luiza, Riachuelo e Drogasil.
No grupo de empresas mais conservadoras estão Walmart, Lojas Renner e Marisa. Necessidade de concluir processos de reestruturação de negócios, atrasos na abertura de shoppings e recente desaceleração da economia estão entre os fatores que explicam os planos de inauguração mais cautelosos.
Maior rede de varejo do país, o Pão de Açúcar disse acreditar numa "crescente" demanda e informou que manteve o plano de inaugurações previsto para 2012. Isso levará a companhia a abrir de 65 a 75 lojas (supermercados, hipermercados e loja de atacado) no segundo semestre. O número estimado é cinco vezes maior que o volume de aberturas apurado na segunda metade de 2011. De janeiro a junho de 2012, a empresa abriu cinco pontos e a estimativa para o ano varia de 70 a 80 unidades. O grupo tem o maior projeto de inaugurações entre as empresas analisadas pelo Valor.
No primeiro semestre deste ano, varejistas de capital aberto investiram R$ 578 milhões em lojas e compra de terrenos
Na área de varejo eletroeletrônico, com Casas Bahia e Ponto Frio, o grupo prevê abrir de 50 a 60 novos pontos em 2012. Até julho, foram inauguradas oito lojas. Portanto, 42 unidades, no mínimo, precisam entrar em operação de julho a dezembro. Foram 14 pontos abertos nesse período em 2011.
"Mantemos o [número] previsto. E estamos tentando adiantar esse processo [de aberturas de lojas]", diz Enéas Pestana, presidente do Grupo Pão de Açúcar. "Normalmente, começamos a tratar das inaugurações no começo do ano, e como leva de 6 a 8 meses para conseguirmos abrir [uma loja], a inauguração sempre acaba caindo no segundo semestre. Estou tentando iniciar esse ciclo no meio do ano para ter loja já mais ajeitada antes do segundo semestre", disse ele, em evento na sexta-feira, ao ser questionado pelo Valor.
A necessidade de as redes ampliarem a base de cobertura pelo país, aumentando os ganhos de escala e abrindo espaço para uma alta maior da rentabilidade, explicam a busca por novos pontos. Forte aumento no ambiente competitivo, que leva as companhias a buscarem praças inéditas de atuação, também tem peso no resultado. Em períodos de poucas aquisições no varejo, a expansão orgânica torna-se o caminho único para ocupar essas novas regiões e ampliar a escala de vendas.
Há analistas que acham possível atingir essas metas, mas há riscos nesse processo. "As lojas terceirizam tudo numa obra e a rede só pressiona se o prazo começa a ficar apertado", disse Mauricio Morgado, do Centro de Excelência em Varejo da FGV-Eaesp. "O problema é que muitas vezes, é um corre-corre enorme para entregar o prometido. No ano passado, tivemos lojas abrindo em dezembro, às vésperas do Natal. Um ponto desse só vai operar mesmo em janeiro, quando a venda despenca. Com isso, demora mais para se pagar a loja".
A Lojas Americanas é a segunda rede com o plano mais agressivo, seguido pela Lojas Riachuelo. Na rede de departamentos, foram 28 lojas abertas de janeiro até metade de agosto e faltam, pelo menos, 82 unidades da Lojas Americanas a serem inauguradas em cerca de quatro meses para alcançar a meta de 110 a 120 aberturas em 2012. A companhia informa que tem parte dos pontos no portfólio. "São mais de 80 lojas contratadas ou em estágio avançado de negociação, o que demonstra o comprometimento da companhia na execução do programa de expansão", informa a rede em relatório de resultados.
As próprias empresas trouxeram o assunto para debate junto à analistas na apresentação de resultados neste mês. Uma delas foi a Renner. A companhia abriu sete pontos de janeiro a junho e, para chegar à meta de 25 a 30 novas lojas em 2012, teria que abrir, no mínimo, 18 unidades de julho a dezembro - número inferior aos 21 pontos inaugurados na segunda metade de 2011.
O vice-presidente financeiro da Renner, Adalberto dos Santos disse, dias atrás, na divulgação de balanço, que a empresa "não iria comprometer a operação para bater metas". E se ocorrer a postergação de abertura de shoppings previstos para o fim do ano, a rede vai adiar aberturas para o começo de 2013. "Muitas vezes, as redes atiram para tudo quanto é lado e depois chega a conta", diz Luiz Góes, sócio da consultoria GS&MD.
Concorrente da Renner, a Marisa admite a freada nas inauguração - devem ser 33 neste ano (26 a menos que em 2011) - devido a uma reestruturação das operações. A rede criou o projeto "mais por metro quadrado" para ampliar resultados em lojas já existentes. "Doze por cento das novas lojas inauguradas entre os anos de 2010 e 2012 não apresentaram o desempenho que esperávamos", disse para analistas Marcio Goldfarb, presidente da varejista.
 
Copel perto de acordo com Neoenergia
Valor 22.08.2012 - A estatal paranaense Copel vai adquirir uma fatia, de aproximadamente 30%, na construção e operação da hidrelétrica Baixo Iguaçu, de 350,2 megawatts (MW) de capacidade, no rio Iguaçu (PR), cujo contrato de concessão foi assinado segunda-feira com o Ministério de Minas e Energia (MME). O projeto, de R$ 1,6 bilhão, pertence integralmente à Neoenergia, por meio da concessionária Geração Céu Azul.
Com a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que confirmou a legalidade do licenciamento ambiental do projeto, e a assinatura do contrato de concessão, a Neoenergia deve chegar a um acordo com a Copel.
Uma fonte ligada explicou que as negociações continuam e que a Copel ficará com a fatia de 30% no empreendimento. O presidente em exercício da estatal paranaense, Jaime de Oliveira Kuhn, confirmou o interesse pela usina. "Estamos definindo a participação da Copel no empreendimento, que está situado na base territorial da companhia", afirmou o executivo.
O Valor também apurou que os acionistas da Neoenergia - Previ, Iberdrola e BB Banco de Investimentos - estão satisfeitos com a parceria com a Copel, que já vem sendo costurada há algum tempo. Na visão deles, a parceria em investimentos em geração é importante para diversificar o risco.
O projeto de Baixo Iguaçu foi licitado em 2008. A usina, porém, nunca saiu do papel, porque a licença prévia emitida pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) estava suspensa pela Justiça a pedido do Ministério Público Federal. O órgão alegava que a licença não atendia o Plano Nacional de Recursos Hídricos.
Pelo contrato assinado na segunda com o MME, o prazo para o início de operação da usina foi adiado de 2013 para 2016. A concessão tem duração de 35 anos. A hidrelétrica tem garantia física de 172,8 megawatts médios e fornecerá 70% da energia ao mercado cativo, pelo preço atual de R$ 120,26/megawatt-hora.
Por uma recomendação do governador Beto Richa (PSDB-PR), a Copel busca intensificar a atuação no setor de geração, a exemplo do que fez a Cemig. A estatal quer utilizar sua experiência no rio Iguaçu, onde já controla três hidrelétricas, para agilizar o processo de licenciamento ambiental da usina junto ao IAP. O órgão estadual é subordinado ao governo paranaense, controlador da companhia elétrica.
A composição acionária do empreendimento pode incluir ainda a participação da Eletrosul e Furnas. Procurada, a Eletrosul informou que "a possibilidade de participação no projeto da usina está em análise".
A assinatura do contrato de concessão de Baixo Iguaçu foi um dos últimos atos do presidente da Neoenergia, Marcelo Corrêa, no comando da empresa. Ele deixará o cargo no fim deste mês, quando termina o seu contrato. Ele optou por não renovar o mandato. Depois de mais de oito anos a frente da companhia, Corrêa será substituído interinamente por Solange Ribeiro, atual diretora de regulação da empresa, indicada pelos controladores da Neoenergia. À exceção de Corrêa, toda a diretoria da empresa teve o mandato renovado.
 
Petrobras: não há negociação para reajustar combustíveis
Reuters 21.08.2012 - A Petrobras não realiza nenhuma negociação com o governo para um novo reajuste dos preços dos combustíveis, disse a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, ao ser questionada sobre o
assunto em evento no Rio de Janeiro, e as ações na Bovespa inverteram direção, passando a cair.
"Não, não há nenhuma negociação nesse sentido", afirmou ela nesta terça-feira a jornalistas após cerimônia do Programa Petrobras Esporte & Cidadania.
Em mais de uma oportunidade, Graça Foster, como ela prefere ser chamada, afirmou que a estatal buscará uma paridade com os preços internacionais para os valores dos combustíveis vendidos no Brasil.
Embora não haja um prazo definido para novos reajustes, a estatal pretende com amenizar os efeitos da defasagem das cotações locais dos combustíveis nos resultados da companhia. A Petrobras tem importado grandes
volumes para atender ao mercado interno, o que tem pesado no balanço da empresa.
Ela disse ainda aos jornalistas nesta terça-feira que não comentaria declarações anteriores de ministros de Estado sobre uma alta nos combustíveis.
No início do mês, o ministro Guido Mantega (Fazenda), que é o presidente do Conselho de Administração da Petrobras, disse não há perspectiva de reajuste "no horizonte", horas depois de o ministro Edison Lobão (Minas e
Energia) falar que existia a possibilidade de alta dos valores este ano.
Desde que os ministros se pronunciaram, Graça Foster não havia comentado publicamente o tema.
O aumento que foi dado no preço da gasolina em junho, de 7,8 por cento , não chegou ao consumidor em função da redução da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), mas ele não compensa a
defasagem que a Petrobras tem em relação aos preços internacionais.
Um novo aumento na gasolina agora acabaria tendo efeito no preços nas bombas e, por consequência, na inflação, considerando que a Cide foi zerada.
A defasagem dos preços dos combustíveis foi apontada como um dos motivos, mas não o principal, para o prejuízo registrado pela estatal no segundo trimestre, o primeiro em mais de 13 anos.
Neste ano já foram realizados dois reajustes do diesel, de 4 por cento e 6 por cento nos meses de junho e julho, além da correção nos valores da gasolina.
No entanto, esses reajustes não foram repassados ao consumidor, à exceção de parte da segunda alta do diesel.
As ações da Petrobras reduziram a alta após a declaração da presidente da estatal e inverteram direção momentos depois. Às 12h34, o papel caía 1 por cento, enquanto o Ibovespa tinha alta de 0,98 por cento.
Abreu e Lima: Graça Foster também comentou, durante a entrevista, que as obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, estão voltando à normalidade após uma paralisação devido à greve, e destacou que os
envolvidos na construção vão fazer o possível para não haver atraso no cronograma.
"É um episódio que estamos gerenciando com muita expectativa, parece que hoje está mais calmo que ontem, é fundamental que volte o mais rápido possível, precisamos muito da refinaria", disse Graça Foster.
Questionada sobre o cronograma, ela disse acreditar que pode haver uma recuperação do tempo perdido.
"É possível que tenhamos folga para recuperar esse atraso, mas de qualquer forma é preocupante. Vamos ocupar todos os espaços que temos para que o efeito no cronograma da refinaria seja o menor."
A greve iniciada em 1o de agosto foi encerrada por ordem judicial. Ao voltarem para o trabalho na segunda-feira, centenas de trabalhadores souberam que estavam demitidos, segundo o sindicato.
A greve deste mês foi somente mais uma registrada nas obras da Abreu e Lima. De acordo com uma fonte próxima à Petrobras, protestos ao longo do último ano e meio paralisaram em pelo menos 60 dias as obras da
Rnest, como também é chamada a Abreu e Lima. Hoje, a previsão é de que a refinaria comece a operar em novembro de 2014, segundo a Petrobras. O prazo inicial era novembro de 2011.
 
Petrobras e fornecedores negociam uso de portos
Valor 22.08.2012 - Mello, da CDRJ, diz que uso temporário de áreas está previsto em resolução de 2011.
A Petrobras e fornecedoras estão assumindo áreas ociosas em portos do Sul, Sudeste e Nordeste. Jaraguá Equipamentos, Tomé, Schahin e Techint passaram a acertar, a partir do fim de 2011, contratos de uso temporário de áreas nos portos públicos de Maceió (AL), São Sebastião (SP) e Antonina (PR). Os terrenos serão usados para produzir equipamentos para a Petrobras. A estatal também quer assumir uma faixa do porto do Rio para servir de base aos navios que suprem as plataformas de petróleo. A estatal negocia com a Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) contrato de uso de área com 1,4 quilômetro de cais no porto do Rio por período de cinco anos. O negócio depende de aprovação pela diretoria da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e do sinal verde do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), instância que reúne os atores envolvidos no porto, incluindo governo, operadores, usuários e trabalhadores.
A Petrobras tem interesse em ter uma área do porto sob sua responsabilidade, embora venha usando uma área menor há dois anos. A operação portuária é delegada pela Petrobras a uma empresa contratada e esse modelo será mantido quando a estatal assumir o uso temporário de um trecho do cais. A empresa pode investir cerca de R$ 100 milhões no porto do Rio, segundo estimativas. A Petrobras não quis se manifestar.
Jorge Luiz de Mello, presidente da CDRJ, disse que o primeiro passo na negociação com a Petrobras foi estabelecer uma tarifa a ser cobrada por Docas pelo uso de uma área do porto para serviços de apoio offshore. Segundo ele, o uso temporário de áreas nos portos públicos está previsto na resolução 2240, de 2011. Ela regula a exploração de áreas sob gestão das administrações portuárias nos portos organizados. A resolução surgiu por reivindicação de empresas e de portos com áreas ociosas, como é o caso de Maceió, em Alagoas.
O porto de Maceió acertou o uso temporário de duas áreas com a Jaraguá Equipamentos e com o grupo Tomé, disse Roberto Leoni, administrador substituto do porto de Maceió. "A primeira cessão onerosa [para o uso temporário de uma área] foi assinada pelo Porto de Maceió com a Jaraguá, no fim do ano passado", afirmou Leoni. O terreno a ser ocupado pela Jaraguá tem 26,5 mil metros quadrados e não está pavimentado. Já o terreno destinado à Tomé tem 50 mil metros quadrados e tem parte pavimentada.
Leoni disse que uma das vantagens para o porto com esse tipo de cessão de uso é receber a área de volta, mas com benfeitorias feitas pela empresa privada, ao fim do contrato. A Tomé formou um consórcio com a Ferrostaal para produzir 32 módulos para navios-plataforma em Maceió. A Jaraguá e a Tomé foram procuradas, mas não se pronunciaram.
Outro projeto de uso temporário é o da Techint no porto de Antonina, no Paraná. A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) disse que o pedido de permissão de uso temporário, em favor da Techint, está em processo de análise pela Antaq. São cerca de 100 mil metros quadrados que estavam ociosos, com saída para o mar, mas o cais não será de uso exclusivo da Techint. Um dos projetos da Techint em Antonina é a montagem de plataformas. Em São Sebastião (SP), o acordo passa pelo uso de uma área de 40 mil metros quadrados por período de 18 meses, renováveis por igual período, pela Schahin Engenharia. A entrada em vigor do contrato depende da disponibilização da área, que passa por adequações e obras, segundo a Companhia Docas de São Sebastião.
 
Infraestrutura está no foco das gestoras
Financial Times 22.08.2012 - No vácuo deixado pelos bancos europeus, num momento em que estão encolhendo, gestores de ativos e seguradoras estão de olho em oportunidades em infraestrutura, estimulados pela perspectiva de que os retornos de investimentos em usinas de eletricidade, estradas e oleodutos superarão os de outros ativos.
Um setor que de longa data dependeu de bancos europeus que oferecessem empréstimos de longo prazo com base nas receitas dos ativos financiados está mudando.
No passado, bancos como o Royal Bank of Scotland e o Bank of Ireland já chegaram a vender pacotes de dívida associada a financiamentos de projetos. Mas, diante da crise na zona euro e da nova regulamentação, outros bancos europeus deverão reduzir seus passivos de longo prazo denominados em dólares vendendo suas carteiras de dívida relacionadas com ativos de infraestrutura na América do Norte e na Ásia, ao se concentrar em seus mercados domésticos. No novo ambiente, projetos de infraestrutura, como a ligação ferroviária de alta velocidade entre Nîmes e Montpellier, continuam a atrair financiamento bancário. Todavia, em vista do número de projetos que exigirão financiamento nos próximos anos, é improvável que o mercado de bancos seja, sozinho, capaz de satisfazer a demanda.
Bill Appleby, diretor de financiamento de projetos para Europa, Oriente Médio e África (Emea, em inglês) no Citi, diz que, para preencher a lacuna, agências multilaterais e especializadas em exportação de crédito poderão desempenhar um papel maior no financiamento de novos projetos de infraestrutura.
Ele diz existir também a possibilidade de adoção de um modelo americano, em que projetos europeus seriam financiados primeiramente por bancos no mercado de crédito, e então investidores institucionais assumiriam a dívida, possivelmente no mercado de capitais, após a conclusão de uma obra. Outros apontam para a iniciativa de "títulos associados a projetos" da União Europeia como uma solução.
Mas Mateus Vickerstaff, diretor mundial de infraestrutura e financiamento em ativos no Société Générale, diz que em virtude da diminuição dos rendimentos de dívida soberana e de alguns títulos de empresas, tem surgido um "enorme" interesse de investidores institucionais de longo prazo em infraestrutura.
Russell Sternberg, diretor mundial da BlackRock, uma plataforma de investimento que aplica em fundos, concorda. Os fundos que "têm um elenco de ativos e não conseguem obter retornos no mercado público estão cada vez mais de olho nos mercados privados", diz ele.
O BlackRock está fazendo um esforço mais agressivo em termos de disponibilizar financiamento para projetos de infraestrutura para preencher o vazio deixado pelos bancos europeus. O BlackRock já oferece dívida e ações relacionadas a novos projetos e está de olho em oportunidades de compra de carteiras de dívida em poder de bancos que estão saindo da área de financiamento de projetos.
O grupo também adquiriu recentemente o fundo de aplicações em fundos que investem em participações da Swiss Re, especializado em investimentos em infraestrutura. Segundo dados da Preqin, em anos recentes houve um forte aumento no volume de dinheiro investido em fundos especializados em infraestrutura.
David Krischer, diretor mundial para mercados de capitais do escritório de advocacia Allen & Overy, diz que também se fala bastante sobre o que o setor de seguros pode fazer em termos de financiamento de projetos e em outros mercados de crédito.
"Mas a questão é se eles conseguirão alavancar-se da mesma forma que os bancos", diz ele. Analistas citam que, nos termos da regulamentação de Solvência 2, poderá ser mais difícil, para as seguradoras, realizar investimentos diretos em projetos de infraestrutura. E há outros obstáculos à frente.
Vickerstaff diz que muitos investidores institucionais estão buscando taxas de retorno fixas, quando a dívida de financiamento de projetos tem sido, tradicionalmente, financiada com base em taxas flutuantes. "Muitos também não querem assumir os riscos associados a obras de construção civil", diz ele.
Entre os que estão assumindo uma abordagem mais ativa no setor está a Allianz Global Investors. O braço gestor de ativos da seguradora alemã estabeleceu recentemente uma equipe para prospecção de ativos de infraestrutura para suas controladoras e para seus clientes, muitos dos quais desejam retornos sólidos a longo prazo.
Em junho, a Aviva Investors, braço gestor de ativos da seguradora britânica, firmou a compra de uma carteira de empréstimos de infraestrutura.
A Aviva e a Hadrian's Wall Capital estão colocando em prática uma estrutura inovadora que envolve a emissão de dívida sênior em nível de "grau de investimento" em infraestrutura, que é dividida em duas partes. Uma parte é comprada pelo fundo na forma de títulos associados a infraestrutura, e a outra parte - cuja nota de crédito é reforçada por investimentos do próprio fundo - é colocada no mercado de capitais na forma de títulos seniores associados à infraestrutura.
Mark Parry, gerente sênior de investimentos no Aberdeen Asset Management, diz: "Os projetos de infraestrutura oferecem uma fonte de renda atraente. No entanto, a variedade de tipos de negócios e de estruturas torna importante uma análise rigorosa para garantir que os investidores encontrem a opção mais adequada a eles".
Analistas acreditam que os bancos europeus, particularmente espanhóis e italianos, tentem vender pacotes de dívida associada a financiamento de projetos nos próximos 18 meses. Eles dizem ainda que embora muitos desses bancos tenham conseguido adiar vendas, após terem tomado empréstimos mais baratos junto ao Banco Central Europeu (BCE), eles precisarão descarregar dívida associada a financiamento de projetos, por exemplo, nos EUA.
"O estresse na Europa tem pressionado os bancos do continente a levantar capital por meio da venda de ativos. E financiamentos a infraestrutura nos EUA estão entre os ativos", diz Hector Negroni, sócio da Fundamental Advisors e gestor de investimento em participações e fundos de hedge dedicados a títulos lançados por municípios.
"Isso pode criar um 'estoque sombra', que poderá pesar sobre o mercado, exatamente quando governos municipais nos EUA necessitam de empréstimos para construção de nova infraestrutura. A oferta de crédito novo para infraestrutura está se acumulando, mas [o processo] tem sido dolorosamente lento."
 
CVM absolve 20 acusados no caso Suzano/Petrobras
Estadão A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) absolveu nesta terça-feira 20 acusados de uso de informação privilegiada ("insider") na compra da Suzano Petroquímica pela Petrobras, em 2007, por R$ 2,7 bilhões. O grupo acusado de ganhos irregulares na negociação de papéis da petroquímica incluía o Banco Prosper, a Prosper Gestão de Recursos, executivos e funcionários do grupo, além de oito investidores da família Rzezinski, que operava pela corretora. Na acusação, a procuradoria especializada do órgão regulador do mercado apontou uma série de indícios de que os negócios foram irregulares e realizados a partir de informações relevantes não divulgadas ao mercado. Entre eles, a CVM indicou o relacionamento pessoal entre as famílias controladoras do grupo Suzano e do Grupo Prosper, a "corrida" dos investidores pelo papel e o timing das operações.
Além disso, apontou o fato de a corretora Prosper ter sido a que mais atuou na ponta compradora das ações da Suzano, intermediando 14% das operações. A acusação destacou ainda o ambiente favorável à circulação de informações no grupo Prosper, já que o banco e a corretora ficavam no mesmo andar e as ordens de negociação eram dadas em voz alta.
Embora tenha considerado todos os pontos levantados como indícios relevantes de insider, a diretora Luciana Dias, relatora do caso, votou pela absolvição de todos os envolvidos. Ela considerou plausível a argumentação dos advogados dos acusados. A linha de defesa destacou que o setor petroquímico passava por um momento de consolidação de ativos no Sudeste e seus papéis eram apontados por analistas como uma boa aposta.
Para explicar a coincidência na decisão de investimento dos envolvidos, os advogados destacaram que clubes, fundos e gestores tinham reuniões diárias em que discutiam estratégias de investimento.
Outro ponto crucial para a absolvição foi a demonstração de que os acusados não mudaram seu padrão de investimento. Segundo os advogados do grupo Prosper, as instituições já negociavam ações da Suzano Petroquímica antes de 2007 e continuaram negociando depois da venda da companhia. O Banco Prosper, por exemplo, operou volume cinco vezes maior de ações da Suzano em 2005 e 15 vezes maior em 2006, na comparação com 2007.
"O ambiente na época dos fatos não nos permite identificar se investidores teriam agido com informações privilegiadas ou acompanhado as informações públicas e boatos de mercado, por isso é importante avaliar o perfil de investimento desses investidores", disse Luciana, lembrando que nos casos de insider normalmente há um mudança nesse padrão.
O julgamento do caso ocorre cinco anos após o início das investigações pela CVM. A autarquia identificou compras significativas de ações da Suzano Petroquímica no período de 11 de julho a 3 de agosto de 2007, quando foi divulgado fato relevante sobre a operação com a Petrobras e suspensas as negociações dos papéis na Bovespa.
O resultado desta terça-feira foi diferente do caso da Ipiranga. Em novembro de 2010 a CVM condenou os três acusados de uso de informação privilegiada na negociação de papéis no mercado de valores mobiliários na venda do grupo Ipiranga para Petrobras, Ultra e Braskem, também em 2007. Ao todo foram R$ 2,015 milhões em multas.
 
Grainger anuncia investir US$ 2,5 bi em manutenção, reparo e operação
MonitorMercantil 21.08.2012 - A indústria de mineração, que reúne as atividades de exploração, insumos, produção, escoamento e transformação, deverá investir US$ 64,8 bilhões no Brasil até 2015, segundo levantamento realizado com base em informações divulgadas pelo setor, e compiladas pela pela Grainger, multinacional de distribuição e produtos de MRO (manutenção, reparo e operação). Estes investimentos, na estimativa da empresa, deverão representar um forte impulso às vendas do setor de MRO, podendo alcançar US$ 2,5 bilhões de demanda adicional no prazo de três anos.
- O mercado de MRO hoje oferece cerca de 19 milhões de produtos por ano para a indústria de mineração. Isso representa apenas 1,9% do que identificamos como potencial para o setor. Ou seja: há uma grande fatia de mercado disponível para atuação da Grainger - disse Ernani A. Araujo, presidente da Grainger Brasil.
A Grainger se instalou no Brasil em abril último, com a aquisição da AnFreixo, empresa que pertencia ao Grupo Votorantim, com o objetivo de aproveitar o grande potencial de negócios na área de MRO no País, em setores como o de mineração, no qual o aumento da produção elevará as exportações e terá impacto na geração de emprego e na renda no setor.
Antes de ser incorporada pela Grainger, a AnFreixo já vinha registrando um volume crescente de vendas para o setor mineral. Sob a bandeira da Grainger, a empresa também está ampliando a oferta de produtos, que no mundo possui um catálogo de mais de 2 milhões de produtos disponíveis, o que a tornará ainda mais atrativa para a indústria da mineração.
A expansão do setor mineral também vem sendo acompanhada pela Grainger em outros países. Entre 2006 e 2008, foram investidos US$ 33,6 bilhões em mineração e transformação mineral no mundo, e até 2015 esse número deverá subir para US$ 252 bilhões, o que culminaria também em um grande aumento de empregos e incremento da demanda por produtos de MRO.
- As projeções são muito atraentes no setor de mineração, não só no Brasil como no mundo. E para atender a demanda que deve crescer, a Grainger vai continuar investindo em suas equipes de vendas, priorizando um atendimento de excelência para toda a cadeia -finaliza Araújo.
A W.W. Grainger, Inc., fechou 2011 com vendas de US$ 8,1 bilhões, é a principal fornecedora de produtos de MRO da América do Norte, com presença global em expansão.
 
O reforço dos aeroportos privatizados
Valor 22.08.2012 - Os grupos que vão administrar os três aeroportos privatizados reforçaram suas estruturas com empresas de renome internacional e experiência na gestão de grandes aeroportos. As parcerias podem eliminar o temor de setores do governo quanto à capacidade e competência dos consórcios de gerir os terminais de Juscelino Kubitschek (Brasília), Viracopos (Campinas) e Cumbica (Guarulhos). Em tese, com as mudanças, não há por que duvidar da eficácia do modelo de concessão, que vem sendo atacado em Brasília pelas viúvas do estatismo.
Os consórcios que venceram os leilões de privatização, realizados em fevereiro, só divulgarão os nomes dos parceiros contratados no fim do mês, quando efetivamente começarão a administrar os aeroportos. As associações já foram reveladas ao governo, que vinha exigindo, desde o leilão, o reforço dos grupos. "Não se pode fazer um projeto de concessão e depois ir à praia", justifica um assessor com trânsito no Palácio do Planalto. Liderado pela Triunfo Participações e Serviços e tendo como operadora a francesa Egis Avia, o consórcio que vai cuidar de Viracopos foi um dos que mais se reforçaram. Na área de engenharia, contratou a Naco (Netherlands Airports Consultants), empresa holandesa que assessorou a construção e ampliação de 550 aeroportos em todo o mundo, dentre os quais os de Frankfurt, Pequim e Amsterdã. Caberá à Naco desenvolver o projeto básico do aeroporto de Campinas, que em três décadas será o maior do país. Grupos contrataram projetistas e operadores de renome.
Para a área de operação, o grupo Triunfo acertou consultoria com o Aeroporto de Munique, o 6º maior da Europa, seis vezes premiado como o melhor do velho continente e duas vezes como o melhor no segmento de carga. Há mais de 20 anos esse aeroporto alemão presta consultoria a outros terminais. Sua responsabilidade, em Campinas, será elaborar o plano de transferência operacional da Infraero para a nova gestora, além de revisar o projeto básico e todos os projetos a serem elaborados pela Naco.
O grupo de Viracopos contratou, ainda, a CPEA (Consultoria, Planejamento e Estudos Ambientais) e a WALM para assessorá-lo na área ambiental. As duas empresas ficarão responsáveis, entre outras atribuições, pelo licenciamento e a avaliação de passivos nessa área.
O consórcio que vai administrar Cumbica, o maior aeroportos do país na atualidade, também se reforçou de forma considerável. Liderado pela Invepar, empresa de participações em projetos de infraestrutura de três fundos de pensão (Previ, Petros e Funcef) e da construtora OAS, o consórcio contratou a renomada empresa de consultoria Airport Consulting Vienna.
A companhia austríaca já realizou cerca de 300 projetos de consultoria e participou de 70 processos de concessão de aeroportos. A ideia é que ela auxilie a operadora oficial de Cumbica - a Airport Company South Africa (ACSA), empresa que administra os três principais aeroportos sul-africanos.
A Invepar contratou também a Engecorps, empresa de consultoria em engenharia do grupo espanhol Typsa. Ela atuará como projetista da ampliação de Guarulhos. A empresa tem experiência nos aeroportos de Madri, Lima e Barcelona, entre outros. Para a área de gestão, o consórcio contratou três empresas e um banco, todos com atuação internacional: McKinsey &Company, Accenture, Deloitte e BNP Paribas.
O aeroporto de Brasília, do consórcio liderado pela Engevix e que tem como operadora a argentina Corporación América, contratou a AECOM, gigante americana na área de consultoria de projetos de engenharia. A empresa trabalhou, por exemplo, no plano diretor dos aeroportos de Hong Kong e da cidade australiana de Brisbane. Atuou também em vários aeroportos americanos, entre eles, os de Los Angeles (LAX), Nova York (JFK) e Chicago (O'Hare).
O consórcio de Brasília contratou, também, a Mitre, entidade ligada ao prestigioso Massachusetts Institute of Technology (MIT). A Mitre assessora a FAA (Federal Aviation Administration), a Anac americana, e fará a revisão dos planos operacionais do aeroporto JK.
O resultado dos leilões de concessão frustrou autoridades, entre elas, a presidente Dilma Rousseff, porque entre os grupos ganhadores da disputa não havia projetistas de grande porte nem operadores renomados. Havia, ainda, a desconfiança de que eles não teriam capacidade financeira para assumir os compromissos firmados - um investimento total, durante o prazo de concessão, de R$ 16,1 bilhões nos três aeroportos.
Logo se descobriu que não haveria restrição financeira porque os grupos depositaram as garantias exigidas e, portanto, estavam aptos a participar da empreitada. Como quaisquer empresas que atuam no país, elas têm acesso, a juros favorecidos, aos financiamentos do BNDES. Ademais, por decisão do próprio governo, a Infraero terá participação de 49% no capital das três unidades, sendo responsável, portanto, por quase metade dos recursos a serem investidos.
Boa parte das queixas contra os consórcios vencedores dos leilões foi alimentada por grandes empreiteiras, derrotadas na disputa. A reclamação não deveria repercutir, afinal, o ágio pago pelos ganhadores ficou bem salgado - 348% acima do preço mínimo. Uma crítica possível é a de que o edital não fixou cláusula de barreira que, na prática, impedisse a vitória dos pequenos operadores.
O problema é que a ideia de que o processo foi um fracasso alimentou, nos últimos meses, a fúria de setores importantes do governo contra privatizações e que tais. Desde então, eles vêm atuando nos bastidores para convencer a presidente Dilma a desistir de conceder ao setor privado aeroportos como os do Galeão, no Rio, e de Confins, em Belo Horizonte.
De forma legítima - os editais e leis existentes permitem isso -, entidades oficiais vinham pressionando os consórcios vencedores, desde o resultado dos leilões, a reforçarem suas estruturas de operação e engenharia. O governo cogitou obrigar os grupos, o que foi evitado para evitar contestação judicial. As empresas acabaram reagindo favoravelmente às reivindicações e, hoje, pode-se dizer que estão prontas para ampliar e administrar, com o apoio de firmas de renome mundial, os terminais de JK, Viracopos e Cumbica.
 
Siderúrgicas chinesas adiam recebimento de minério de ferro
Reuters 22.08.2012 - Siderúrgicas chinesas, pressionadas pela fraca demanda do país por aço, descumpriram contratos de fornecimento ou adiaram recebimento de cargas de até 4 milhões de toneladas de minério de ferro neste mês, após a rápida queda nos preços da commodity, afirmaram operadores.
A onda de novos descumprimentos e adiamentos, a segunda deste ano, acontece após uma queda de 23 por cento nos preços do minério de ferro até agora no ano. A commodity tem sido a mais afetada à medida que o crescimento econômico na principal compradora, a China, desacelera. "Em termos de descumprimentos e adiamentos, estamos falando de 3 milhões a 4 milhões de toneladas até agora neste mês", afirmou um operador de mercado físico em Cingapura. Ele comentou ainda que os compradores chineses ou cancelaram ou adiaram recebimento de entregas.
"Há um movimento coordenado de descumprimento de contratos de longo prazo o que explica porque as mineradoras estão registrando tanta atividade no mercado à vista diariamente", disse um trader em Hong Kong, que estima que o volume de não cumprimento de acordos alcançou 2 milhões a 3 milhões de toneladas.
O minério de fero com conteúdo de 62 por cento de ferro caiu 2,7 por cento na terça-feira, para 106,4 dólares a tonelada, o nível mais fraco desde 16 de dezembro de 2009.
Produtores de ação sempre ficam tentados a cancelar recebimentos contratados quando há uma queda sustentável no mercado de minério de ferro à vista, que torna as taxas de contratos --geralmente baseadas na média dos contratos à vista para o mês em questão-- mais caras.
"Reduzimos embarques de mineradoras este ano e compramos principalmente minério doméstico no primeiro semestre pois os preços estão caindo muito rapidamente", disse um representante de uma siderúrgica de médio porte que tem contratos de fornecimento com a Vale e Rio Tinto.
 
Questão ambiental trava projeto da Anglo em MG
Valor 22.08.2012 - Castellari, presidente: trabalho árduo para resolver todas as pendência legais. Um dos grandes entraves enfrentado pela multinacional Anglo American para viabilizar o projeto Minas-Rio é de cunho ambiental. No final de julho, a direção da companhia informou ao mercado novo atraso no cronograma de entrada em operação do empreendimento, prevendo o primeiro embarque de minério de ferro para o segundo semestre de 2014. Este já é, no mínimo, o terceiro adiamento do projeto, previsto inicialmente para operar a partir de 2011, desde que a Anglo comprou as minas da Serra do Sapo de Eike Batista, em 2007, por US$ 5 bilhões.
E pode não ser o último. No comunicado informando sobre a mudança de cronograma, distribuído pela Anglo Ferrous (nome da subsidiária de minério de ferro da Anglo, no Brasil), está escrito que a previsão do novo calendário para o Minas-Rio entrar em operação depende da solução até o final do ano de todos os "desafios não controláveis enfrentados desde o final de 2011" e também "da inexistência de novos eventos incontroláveis".
O projeto Minas-Rio é visto pela mineradora como "um dos maiores e mais complexos projetos de mineração do Brasil e do mundo", pois mesmo já tendo obtido as principais licenças para sua implantação, a empresa continua enfrentando uma série de desafios legais. As batalhas jurídicas no plano ambiental entre a Anglo e Ministérios Públicos paralisaram a implantação da linha de transmissão de 230 KV. Essa linha dará suporte energético à extração do minério e à operação que movimentará o mineroduto de mais de 500 quilômetros, que começa em Conceição do Mato Dentro e vai transportar o produto até o Porto Açú, no litoral do Rio, para ser exportado.
Também estão paradas parcialmente obras da unidade de beneficiamento situada na região de Conceição do Mato Dentro, onde será erguida a instalação de beneficiamento do minério, porque se trata de uma região de cavernas.
Paulo Castellari, presidente Anglo Ferrous, unidade de minério de ferro da Anglo no Brasil, continua trabalhando para resolver as pendência legais o mais rápido possível. O Minas-Rio é importante para a estratégia global da Anglo American, que visa se consolidar como um dos grandes players do mundo no mercado global de minério de ferro. "O projeto envolve recursos minerais da ordem de 5,8 bilhões de toneladas de minério de ferro com grande potencial de expansão", disse Castellari.
A Anglo estuda medidas legais para reverter a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que proibiu o Estado de Minas de conceder qualquer licença ou autorização ambiental relacionada a área de instalação do mineroduto, em Conceição do Mato Dentro, onde está sendo construída a unidade de beneficiamento da mina. O TRF-1 justificou a decisão, em resposta a um pedido suspensivo da medida pela mineradora, informando que o objetivo foi de impedir a destruição de uma caverna da região.
A mineradora tinha requerido ao Conselho de Política Ambiental de Minas Gerais (Copam) a redução do raio da caverna de 250 para cem metros. A Justiça entendeu que isto causaria danos ao patrimônio espeleológico da região. O juiz determinou que as licenças relativas a caverna só poderão ser concedidas após avaliação da cavidade pelo Ibama, pois entende que o Copam e a Supram não dispõem de corpo técnico para avaliar os impactos do projeto.
Já a ação que paralisou a obra da linha de transmissão foi ajuizada pelo promotor Francisco Chaves Generoso, do MP estadual, que pede a suspensão da licença de instalação dada à Anglo pela Supram, por considerar que a área onde será instalada a linha é de Mata Atlântica. Nesse caso, "qualquer ato de supressão do bioma da Mata Atlântica deve ter anuência do Ibama", disse Generoso ao Valor. A liminar foi dada por juiz da 7ª Vara Federal de Belo Horizonte. A Anglo entrou em meados de maio com recurso para derrubá-la.
 
Procon suspende empréstimos de dez bancos em MG
O Globo 22.08.2012 - Dez bancos que possuem unidades em Minas Gerais devem suspender todas as operações de concessão de crédito ou financiamento para novos clientes. A determinação é do Procon de Minas Gerais, que num trabalho conjunto com o Ministério Público do Estado, proferiu a decisão administrativa após a instauração de processo administrativo por causa reclamações de consumidores.
Os clientes afirmavam que algumas instituições financeiras tentavam impedir o fornecimento de informações necessárias para a portabilidade das dívidas a outros bancos. Também, segundo as queixas, os bancos deixavam de informar como o cliente deveria proceder para quitar antecipadamente seus débitos.
As instituições financeiras que tiveram suas atividades de concessão de créditos suspensas em todo o estado de Minas Gerais são Banco BMG S.A., Banco Bonsucesso S. A., Banco Cacique S. A., Banco Cruzeiro do Sul S. A., Banco GE Capital S.A. , Banco Intermedium S. A., Banco Mercantil do Brasil S. A., Banco Rural S. A., Banco Santander (Brasil) S.A. e BV Financeira S. A..
A sanção foi definida após decisão administrativa do Procon e deve ser seguida pelas instituições financeiras, sob possibilidade de penalização na Justiça. Os bancos podem recorrer administrativamente e na Justiça. A decisão é inédita no Brasil e vai vigorar a partir do momento em que as empresas forem notificadas.
Os bancos terão de apontar procedimentos que corrijam as falhas apontadas pelo inquérito. De acordo com o Procon, a instituição bancária que não cumprir a determinação de suspensão pagará multa diária de R$$ 1 mil por operação de crédito que realizar, a ser revertida para o Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor.
De acordo com o Procon, a quitação antecipada de débitos é um direito do consumidor, e a negativa pelas instituições bancárias em fornecer informações ou documentos infringe dispositivos da lei. Além disso, a portabilidade de dívidas está assegurada por determinações do Banco Central.
"A quitação antecipada de débitos e a portabilidade de dívidas somente podem ser feitas se o banco fornecer determinadas informações ao consumidor. Quando essas instituições financeiras negam ou dificultam tais informações, cometem práticas infrativas, pois afrontam direitos essenciais dos consumidores", afirmou o Procon em nota.
Procurada, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou que "não comenta questões envolvendo seus associados individualmente, incluindo suas políticas de negócios".
 
Avanço de cartões esbarra em apreço por dinheiro vivo
Valor 22.08.2012 - A missão de garantir que o dinheiro chegue aos bolsos dos brasileiros sem nenhuma imperfeição está sob os olhos treinados de 63 mulheres. Elas formam a seção de crítica da Casa da Moeda do Brasil e passam 24 horas dedicadas ao escrutínio minucioso das cédulas, em busca das mais diminutas falhas. "As mulheres têm um poder de concentração maior e mais acuidade visual", diz Edmundo Viana da Cruz, superintendente-adjunto do departamento de cédulas, da Casa da Moeda. Os defeitos mais comuns são borrões, erros de enquadramento e outras falhas de impressão.
A seção de crítica atesta que, por mais que avance a tecnologia, na linha de produção do dinheiro brasileiro ainda há espaço para uma etapa quase artesanal. Não é só na fabricação das cédulas, porém, que a tradição se mescla a elementos de ponta. Uma combinação semelhante compõe a dinâmica dos meios de pagamento.
Enquanto os cartões de crédito ou débito ocupam hoje o espaço que já pertenceu aos cheques na carteira do brasileiro, o dinheiro "em espécie" segue bem à frente do dinheiro de plástico como preferência nacional na hora de pagar as compras. Hoje, circulam no Brasil cerca de 4,6 bilhões de notas e 19,6 bilhões de moedas.
Isso não quer dizer que os cartões não venham ganhando espaço nos últimos anos. Em dezembro de 2011, 29,8% das vendas do comércio foram pagas com cartões. Em janeiro de 2004, a fatia era de 16,5%. Os cálculos foram feitos pela Tendências Consultoria, em estudo encomendado pela bandeira Visa, e mostram a relação entre as vendas feitas em cartões com as vendas totais do comércio.
Um levantamento feito pelo Banco Central no ano passado, com base em dados de 2010, confirma o avanço dos cartões nos últimos anos, mas mostra ainda a liderança folgada do dinheiro. O BC calcula que, em 2010, o gasto médio mensal da população com pagamentos de contas e compras de produtos ficou em R$ 807,93. Dessa cifra, 59% foi pago em dinheiro, 36% em cartões e 2% em cheque. Em 2007, o gasto médio de R$ 577 era pago 77% em dinheiro, 19% com cartões e 2% com cheque.
"A participação absoluta de cartões é muito pequena, ainda há espaço para migração para cartões", diz Ruben Osta, diretor-geral da Visa. Segundo ele, indicadores semelhantes de uso dos plásticos nos Estados Unidos e Canadá estão próximos de 60%. "Nosso concorrente principal é o dinheiro."
Mesmo com o ganho progressivo de participação dos cartões como forma de pagamento, em termos absolutos o dinheiro "vivo" em circulação deve crescer nos próximos anos. Antes de 1994, a proporção do meio circulante (moedas e cédulas) em relação ao PIB era 0,8%. Hoje, o percentual está em 4%. O Banco Central espera que a relação chegue a 6% nos próximos dez anos e depois se estabilize, patamar semelhante ao dos Estados Unidos, diz João Sidney de Figueiredo Filho, chefe do departamento do meio circulante do BC.
Dado curioso é que na Europa essa proporção é de 9%, depois de ter avançado em ritmo acelerado nos últimos anos. Isso estaria relacionado à crise econômica do continente, que fortalece a percepção de que cédulas e moedas são uma espécie de porto seguro, avalia Figueiredo.
"Na medida em que as gerações passam, muda o hábito de usar dinheiro", afirma João Pedro Paro, vice-presidente da Mastercard. O avanço dos cartões agora está relacionado à busca de nichos em que possam substituir as formas tradicionais de pagamento, acredita. "Na pessoa jurídica, há espaço para crescer no lugar de pagamentos com boleto", exemplifica.
"A transação eletrônica é mais barata que a manual. Uma migração para cartões pode representar uma economia para o BC", defende Claudio Yamaguti, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Em 2011, a autoridade monetária gastou R$ 790 milhões em manutenção de notas e moedas, para manter um total de R$ 163 bilhões em circulação. Os gastos somam produção, seguro e distribuição do meio circulante.
Se ao gasto do BC forem acrescidos os custos do Banco do Brasil como único custodiante do papel moeda e uma estimativa de gastos dos bancos com distribuição e armazenamento, o custo anual do dinheiro fica em torno de R$ 2,7 bilhões (cerca de R$ 14,30 por brasileiro). "É barato", diz Figueiredo. "A relação entre o custo de manutenção e o meio circulante tem se mantido estável."
Os defensores dos meios eletrônicos apontam para uma correlação entre o maior uso de cartões e um aumento no tíquete médio de vendas. O estudo feito pela Tendências e pela Visa afirma que, se houver um aumento de 10% na participação dos cartões como meio de pagamento nas vendas do comércio, haverá elevação de 2,8% no valor total das vendas. "É um impacto forte nos tíquetes médios de vendas, que traz um 'efeito dominó' no aumento da formalização e da atividade econômica", afirma Andrea Curi, economista da Tendências que conduziu o estudo.
Outra conclusão um tanto óbvia da pesquisa é que os pagamentos com cartões reduzem a sonegação de impostos, pois diminuem a informalidade. Com um avanço de 10% na fatia das vendas pagas com cartões, seriam arrecadados R$ 700 milhões a mais em tributos (PIS/Cofins e ICMS do setor terciário, considerando 2010 como ano-base) do que se os mesmos pagamentos fossem feitos em dinheiro.
Se os cartões custam a avançar sobre o dinheiro, passaram como um rolo compressor sobre o cheque, em especial nas transações de pessoas físicas. Segundo Yamaguti, da Abecs, em 2000, do total de pagamentos não feitos em dinheiro, 71,4% usavam cheque e 28,6% cartões. Uma década depois, o cenário se inverteu, com apenas 14,3% dos pagamentos feitos em cheque e 85,7% em cartões.
 
Cargill investe R$ 130 milhões em produção de biodiesel no Brasil
Valor 21.08.2012 - Maior empresa de agronegócios do mundo e segunda maior exportadora do setor no Brasil, a Cargill investiu R$ 130 milhões em uma nova unidade localizada em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, e inicia
neste mês a produção de biodiesel em escala comercial no país.
Com capacidade para 700 mil litros do biocombustível por dia, a planta foi erguida ao lado de uma das fábricas de esmagamento de soja da companhia no Brasil. Todo o biodiesel será produzido a partir de óleo de soja e
parte do grão que será processado com este fim virá de agricultores familiares da região.
De acordo com Elcio de Angelis, gerente comercial de biodiesel da subsidiária brasileira da multinacional americana, essa rede de fornecedores familiares, formada por cerca de 1,1 mil produtores, responderá por 25% da
matéria-prima demandada pela nova unidade.
Max Slivnik, diretor comercial para mercado interno da unidade de negócio de grãos e processamento de soja da Cargill no país, destaca, ainda, que a planta de Três Lagoas tem as vantagens de estar próxima das principais 
regiões de consumo do país - Sudeste e Sul - e de contar com três modais para escoamento da produção à disposição (rodoviário, ferroviário e fluvial).
 
Frigorífico Minerva segue os passos da BRFoods
Brasil Econômico 22.08.2012- “Esse contato (com investidor) é importante para mostrar que há alinhamento entre discurso e prática”, diz Fernando Galletti de Queiroz
Processo de reestruturação inclui aposta em produtos de marca própria, o Minerva Foods, e reforço da logística.
Num prazo de cinco meses, a partir de agosto, os produtos da Minerva estarão de cara nova em toda a rede de 25 mil pontos de venda onde chegam no Brasil.
É que a companhia acaba de dar pontapé à reestruturação da marca e trabalhará para ser conhecida como Minerva Foods - antes Minerva Alimentos, e reconhecida ainda por parte do mercado como frigorífico Minerva.
Por trás do que parece uma simples mudança de nome, o segundo maior exportador de carne bovina do país quer reforçar identidade no segmento de alimentos com pelo menos dois objetivos: trabalhar, no futuro, a comunicação direta de seus produtos junto ao consumidor final e, também, consolidar o braço de negócios de distribuição de produtos de terceiros.
A nova marca foi lançada ontem em Barretos (SP), onde está a sede da companhia e que recebe a tradicional Festa do Peão. "Realizamos eventos nessa semana para estreitar relacionamentos com investidores, produtores e inclusive operadores portuários", disse Fernando Galletti de Queiroz, diretor presidente da Minerva Foods.
"Para os cerca de 60 investidores que estiveram por aqui, é uma oportunidade de conversarem diretamente com pessoas que ficam no dia a dia da operação, normalmente falam apenas com o departamento de relação com investidores. Esse contato é importante para mostrar que há alinhamento entre discurso e prática", reforçou o empresário da companhia, que obteve receita bruta de R$ 1,141 bilhão no segundo trimestre do ano.
Distribuição: O efeito da nova identidade trará retornos positivos, espera a cúpula da companhia, para o negócio de distribuição de produtos de terceiros que, apenas em 2011, cresceu 70% em volume.
O carro-chefe da distribuição ainda é a carne bovina da Minerva Foods, que representa 70% do volume movimentado no mercado interno.
Já os itens de terceiros representam 25% do volume distribuído. Entram nessa lista, por exemplo, cortes de frango in natura da Sadia e margarina da Bunge. "A maior parte dos produtos é in natura, a única exceção é a margarina", diz Fábio Teixeira, gerente de marketing da Minerva Foods.
Outro movimento importante nesse momento é a preparação de terreno para trabalhar a marca junto ao consumidor final. No entanto, o prazo não é ainda estipulado pelos executivos da empresa.
"Não vamos nos aventurar a falar com o consumidor final nesse momento, antes de definirmos uma estratégia clara. Trabalhar esse público é complexo e vamos trabalhar primeiro a comunicação com a rede varejista, que pode colaborar para formar opinião do consumidor final", explica Teixeira.
Embora haja nova identidade da empresa, as marcas Minerva, Pul (vendida no Uruguai) e Friasa (no Paraguai) continuarão existindo, apenas sob o guarda chuva reforçado da nova denominação da companhia.
O movimento segue o ritmo do mercado, onde concorrentes como o JBS se mexeram para conversar com o consumidor final recentemente. Além disso, ocorre no ano que a Minerva completa duas décadas.
"Trata-se de um marco histórico."Vale lembrar que, apesar da reformulação da marca, a empresa não pretende ampliar atuação em processados por enquanto.
 
Minerva quer reforçar negócio de distribuição de alimentos
Valor 21.08.2012 - O frigorífico Minerva quer ampliar a participação do negócio de distribuição de alimentos em sua receita total. Durante o encontro anual da empresa com jornalistas, em Barretos (SP), o CEO da companhia,
Fernando Galletti, disse que o faturamento com a distribuição de produtos como peixes, vegetais e processados de outras marcas cresceu 70% no ano passado e respondeu por 30% das receitas obtidas no mercado
em 2011.
O executivo disse que a empresa quer elevar essa fatia nos próximos anos, mas não quis relevar qual é a meta. “Posso dizer apenas que vamos crescer nesse segmento. Entendemos que há grandes oportunidades”,
afirmou. Para isso, a empresa quer reforçar sua relação com os pontos de venda. “Queremos nos posicionar como um fornecedor de alimentos perecíveis e não apenas de carne”, afirmou. Como parte dessa estratégia, a
empresa reformulou a sua marca e, a partir de agora, passa a se chamar “Minerva Foods”.
A expectativa é que, em até cinco meses, todos os produtos da empresa já estejam com a nova marca e identidade visual. “Somos uma empresa de comercialização de commodities e queremos ser percebidos como uma
empresa sólida, eficiente e capaz de gerenciar riscos. Sem apelos emocionais”, declarou.
Carne bovina: O frigorífico estima que o preço da carne bovina pode subir “de maneira expressiva” no último trimestre. Durante o encontro em Barretos, o analista de pesquisa de mercado, Fabiano Tito Rosa, explicou que o
produto ficou mais competitivo em relação às outras proteínas (frangos e suínos), que enfrentam uma pressão de custo crescente devido à alta das cotações dos grãos. “A relação entre o preço da carne bovina e o das
outras proteínas é a menor desde o fim de 2009, o que cria um cenário muito positivo para um período em que já há uma tendência sazonal de preços mais altos”, afirma.
O analista não revelou qual é o aumento esperado pela empresa, mas indicou apenas que será “superior à elevação esperada para o preço do boi gordo”, o que deve significar margens operacionais mais altas já no terceiro
trimestre. O analista disse ainda que o preço da carne bovina brasileira está, em média, 20% abaixo do valor praticado pelos principais exportadores no mercado externo.
“Hoje, não temos concorrente”, afirmou. Segundo ele, o movimento reflete o ciclo favorável da pecuária brasileira, caracterizado por maior oferta de animais para abate e preços mais baixos para o boi gordo, enquanto países
como Estados Unidos e Austrália enfrentam um cenário de contração na oferta e preços mais altos.
 
PepsiCo terá de pagar R$ 420 mil por vender Toddynho com detergente
NewTrade 20.08.2012 - Fabricante também terá de adotar medidas de prevenção em suas linhas de produção. Caixa de Toddynho: fabricante terá de pagar R$ 420 mil por vender o produto com detergente no Rio Grande do
Sul (Divulgação) A PepsiCo, fabricante do achocolatado Toddynho, firmou um acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Sul e terá que pagar R$ 420 mil por ter colocado à venda no Estado unidades da bebida misturada com produtos químicos. Em setembro do ano passado, ao menos 39 pessoas relataram ter sofrido queimaduras e irritação após consumirem unidades da bebida que continham um líquido semelhante à água sanitária. Os casos foram registrados em diferentes cidades do Rio Grande do Sul. A Secretaria da Saúde chegou a suspender a comercialização de Toddynho no Estado à época. Pelo acordo, a ação fica suspensa desde
que a PepsiCo pague R$ 390 mil de indenização ao Fundo da Infância e Juventude do Estado e outros R$ 30 mil a uma fundação de educação.
A fabricante também precisará adotar medidas de prevenção em suas linhas de produção e doar equipamentos ao Estado. A PepsiCo confirmou o acordo. No ano passado, a empresa informou que houve uma "falha pontual"
que provocou alterações em 80 unidades de Toddynho fabricadas em Guarulhos (SP). Segundo a fabricante, esse lote foi enviado somente ao Rio Grande do Sul.
Todos os consumidores que procuraram atendimento médico após consumir a bebida foram liberados. O acordo com o Ministério Público não encerra processos individuais das vítimas contra a empresa
 
ABSA e Tam Cargo iniciam operação conjunta
Brasil Econômico 21.08.2012 - A unidade de cargas do grupo tem hoje 14 aeronaves cargueiras e terminará o ano com 16. Grupo Latam Airlines investirá cerca de US$ 100 milhões em operação de cargas no Brasil.
A ABSA, subsidiária da Lan Cargo, e a Tam Cargo iniciaram a integração de suas operações.
As empresas formam a unidade cargueira do Grupo Latam Airlines no Brasil, que vai ser comercializada sob a marca Tam Cargo e operada pela ABSA.
"Com a integração das duas empresas, estamos unindo a robustez do transporte de cargas em aeronaves cargueiras com a celeridade e a capilaridade possibilitada pelas aeronaves de passageiros. O resultado é um
modelo de negócios completo, eficiente e rentável", afirmou Dario Matsuguma, diretor Técnico da Tam Cargo, em comunicado.
A unidade de cargas do grupo tem hoje 14 aeronaves cargueiras e terminará o ano com 16.
Investimentos: Para atender à crescente demanda do mercado doméstico, a Latam Airlines investirá cerca de US$ 100 milhões em sua operação no Brasil.
O valor será direcionado a melhorias em infraestrutura, frota e projetos de tecnologia visando à expansão dos negócios de cargas no país e a concretização da integração entre as empresas.
 
Yap.TV traz ao Brasil serviço de classificação de programas
Brasil Econômico 21.08.2012 - Mais de 600 mil pessoas usaram o aplicativo desde o seu lançamento. A start-up decidiu estender ao resto do mundo a experiência de televisão social e oferecê-la também em português,
espanhol, francês e alemão.  A empresa americana Yap.TV anunciou na segunda-feira (21/8) que seu serviço de classificação de programas de televisão, a partir de recomendações de usuários nas redes sociais, agora está
disponível em 20 países, entre eles Brasil, Argentina e México, e em cinco idiomas.
A start-up, sediada em San Francisco, Califórnia, que até agora só oferecia seu serviço nos Estados Unidos e em inglês, decidiu estender ao resto do mundo a experiência de televisão social e oferecê-la também em
português, espanhol, francês e alemão.
"Além dos Estados Unidos, o serviço agora está disponível em Reino Unido, Alemanha, França, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Irlanda, Noruega, Países Baixos, Polônia, Canadá, México, Brasil, Argentina, Colômbia, Chile,
Nicarágua, El Salvador e Panamá. Outros países e idiomas serão adicionados gradualmente", informou a Yap.TV em um comunicado.
Yap.TV, fundada em 2010 nos Estados Unidos, permite aos usuários de redes sociais como Facebook e Twitter bater papo com amigos e outros membros que partilham os mesmos interesses em filmes, vídeos e sérioes
de TV. "Ninguém nunca criou um guia mundial de televisão social", disse o co-fundador da start-up, Shawn Patrick. "Unimos pessoas em torno dos conteúdos de que gostam", acrescentou.
"Queremos que as pessoas consigam os programas que desejam sem ter que navegar por 900 canais", continuou.
Segundo a empresa, que, entre seus assessores, conta com o co-fundador da Apple, Steve Wozniak, mais de 600 mil pessoas usaram o aplicativo desde o seu lançamento.
 
Concessão de vistos de trabalho aumentou 13% no primeiro semestre
Valor 21.08.2012 - A quantidade de estrangeiros que conseguiram visto de trabalho para o Brasil aumentou 13,2% no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano passado, mostra o balanço divulgado nesta
terça-feira pelo Ministério do Trabalho.
Nos primeiros seis meses do ano 32,9 mil estrangeiros obtiveram permissão para trabalhar no país, sendo 29 mil com vistos temporários e 3,9 mil permanentes. Na primeira metade do ano passado o governo concedeu 26,5
mil autorizações de trabalho estrangeiro no país.
Quase metade dos vistos permanentes concedidos no primeiro semestre deste ano foi de permissões a haitianos, que totalizaram 2,1 mil aprovações pelo Conselho Nacional de Imigração.
Grande parte dos estrangeiros com visto de emprego no país continua sendo absorvida pelo trabalho a bordo de embarcações ou plataformas estrangeiras. Em seguida se destacam as atividades artísticas e desportivas,
além de prestação de serviços de assistência técnica.
Entre os países que mais exportam mão de obra para o Brasil estão os Estados Unidos (4,5 mil autorizações de trabalho); Filipinas (2,3 mil); e Reino Unido (2 mil).
“A vinda de trabalhadores dos Estados Unidos está relacionada aos investimentos feitos pelas empresas e também porque a maior parte de artistas que vêm ao Brasil são daquele país”, afirma o coordenador-geral de
do ministério, Paulo Sérgio de Almeida.
 
Metade da população latino-americana vive em cidades com menos de 500 mil habitantes
Agência Brasil 22.08.2012 - Nos últimos 50 anos, o número de centros urbanos cresceu mais que cinco vezes na América Latina e no Caribe e hoje a metade da população urbana na região (222 milhões de pessoas) vive em cidades com menos de 500 mil habitantes. De acordo com o relatório Estado das Cidades da América Latina e do Caribe, divulgado hoje (21) pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), cerca de 14% dos habitantes da região estão nas megacidades (65 milhões).
O êxodo rural perdeu força e as migrações ocorrem hoje, sobretudo entre centros urbanos. O crescimento populacional também tem caído, o que contribui para a queda do desemprego e da pobreza. Segundo o oficial principal de Assentamentos Humanos do ONU-Habitat, Erik Vittrup, essa oportunidade de tornar as cidades mais inclusivas e melhores para seus habitantes pode ser desperdiçada se não forem revistos os atuais modelos de crescimento e desenvolvimento nas cidades da região. “Os modelos de crescimento das cidades nos anos 90 e anteriores não se adaptam aos desafios atuais. É ridículo que estejamos reproduzindo modelos de cidade focados na expansão horizontal. A vantagem de morar na cidade é a concentração urbana, da estrutura urbana, de serviços”.
Para o representante da ONU, a densidade demográfica reduz custos e impactos ambientais, além de estimular a criatividade e a cultura. Esses benefícios só podem ser sentidos se houver uma boa administração e planejamento urbano.
“Não precisamos de mais terras para uma cidade crescer. Ela pode crescer para cima, por exemplo”, disse. Ele citou também como alternativa o reaproveitamento das zonas centrais subaproveitadas, que já têm infraestrutura e equipamentos prontos.
Se em 1950 havia 320 cidades com pelo menos 20 mil habitantes, meio século depois o número passou para 2 mil. As metrópoles (com mais de 5 milhões de habitantes), que não existiam na América Latina e no Caribe em 1950, hoje somam oito na região: Cidade do México, São Paulo, Buenos Aires, Rio de Janeiro, Lima, Bogotá, Santiago e Belo Horizonte.
As cidades com maior densidade populacional são as que estão crescendo menos em termos populacionais desde a década de 1980 e, ao mesmo tempo, perdendo vantagens competitivas. Já as cidades com menos de 1 milhão de habitantes são as que mais têm crescido, mas também indicam movimento de queda.
O estudo mostra que a especulação imobiliária é um problema comum na maior parte dos países estudados e contribui para a expansão das periferias, do número de rodovias e centros comercias, além de condomínios fechados. Esse tipo de crescimento também estimula o uso de transportes individuais em detrimento da criação de um tecido urbano interconectado. As consequências são congestionamento, poluição e periferias que crescem desordenadamente, sem infraestrutura e sem meios de transporte adequados.
“Com isso, há aumento do preço do transporte, da energia, a degradação do meio ambiente, de dinheiro público que deveria estar sendo investido de outras formas, entre outros problemas”, citou Vittrup.
A pesquisa mostra ainda que o número de veículos individuais duplicou nos últimos dez anos, sem planejamento a longo prazo para lidar com os desafios da mobilidade urbana. O relatório elogia as iniciativas de alguns governos de resgatar as zonas centrais, criar ciclovias, mas lamenta que essas não sejam uma tendência.
 
Brasil precisa mudar os vetores de crescimento
Brasil Econômico 22.08.2012 -"A indústria brasileira está parada desde março de 2010 e devemos ter queda de 2,5% na produção deste ano", destaca Barros. Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco, minimiza baixo crescimento do país neste ano e afirma: “O Brasil cresceu o que o mundo nos permitiu crescer”.
Após o Brasil crescer gradualmente nos últimos 10 anos, impulsionado pelo crédito farto, com avanço de 30% ao ano, políticas sociais, com 50 milhões de novos brasileiros no mercado de consumo, moeda valorizada e alta na renda, o país deve mudar os vetores de expansão.
De acordo com Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco, esses pilares precisam ser reavaliados para buscar mais competitividade, com menos juros, melhores condições de financiamento e reformas na produtividade.
"Durante anos, a carga tributária nos ajudou a crescer, mas agora estamos falando de desonerações. A indústria brasileira está parada desde março de 2010 e devemos ter queda de 2,5% na produção deste ano", destaca Barros.
No entanto, para o ano que vem, as perspectivas são boas. Segundo o economista-chefe, a indústria do país deve crescer 3% por causa do conjunto de políticas de estímulos setoriais, câmbio depreciado, juros menores e medidas protecionistas que, no curto prazo, beneficiam a economia, que deverá crescer 4% em 2013.
"Os estoques voltaram a patamares normais. Além disso, o faturamento real do setor não está no mesmo ritmo da produção e isso tem ajudado muito", aponta.
Neste ano, ele mostra que fatores atípicos irão afetar o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB). Entre eles, estão a forte seca que atingiu as exportações brasileiras, com o PIB do setor agrícola caindo 8,5% no primeiro semestre, crise da construção residencial, com preços altos e queda na demanda, problemas com bancos pequenos e médios e a crise argentina que impactou as exportações.
"Com isso, as exportações terão crescimento próximo de zero neste ano e em relação à China o patamar está negativo em 12 meses. No entanto, não tenho dúvida quanto à recuperação da economia, mas será gradual", diz Barros.
Para 2013, a perspectiva é positiva, com o segmento agrícola registrando o melhor ano de sua história por causa de um ciclo regular de chuvas e preços mais altos.
Em relação aos investimentos, o economista-chefe estima que, após ficarem estagnados neste ano, a projeção é de alta de 7%. Somente a parte dos estrangeiros, o valor deverá passar de R$ 60 bilhões neste ano para R$ 63 bilhões no que vem.
Perspectiva mundial: Na opinião de Octavio Barros, a crise financeira na Europa não é nada comparável a de 2009. Para ele, os investidores aguardam que a Espanha irá pedir um resgate ainda nesta semana e que o Banco Central Europeu (BCE) irá atuar de forma mais efetiva.
Por outro lado, o grande foco agora é a Alemanha, que irá divulgar o PIB nesta semana. "A Alemanha sempre foi a grande locomotiva da Europa e agora está se flexibilizando. Não cabe extravagâncias, pois os bancos do país possuem cerca de € 210 bilhões nas economias emergentes. Não deve haver ruptura na Europa, mas sim uma desaceleração", explica.
Para o segundo semestre, a projeção é de melhora e apesar de estimativa de queda de 0,5% na economia da Zona do Euro, a perspectiva para 2013 é de avanço de 0,5%.
Para os Estados Unidos, o prognóstico está melhor. "Os mercados estão mais confiantes com os dados de consumo e de mão de obra, apesar das incertezas eleitorais e fiscais, mas os fundamentos econômicos mostram um renascimento industrial", pontua o economista.
Ele destaca ainda que os Estados Unidos terão papel importante na retomada mundial e que a economia do país deverá crescer 2,5% no próximo ano.
Já a China, que é o maior investidor no Brasil nos últimos três anos, deverá ter expansão abaixo de 8%. "Ela não vai cumprir o mesmo papel de locomotiva na economia mundial porque enfrentam uma grave crise industrial", completa Barros.
 
CVM dos EUA paga primeira recompensa a denúncia sobre fraude
Estadão 21.08.2012 - Novo programa de estímulo a denúncias sobre fraudes pagou US$ 50 mil a um informante não identificado; informações evitaram fraude milionária. A Securities and Exchange Commission (SEC, a
comissão de valores mobiliários dos EUA) informou nesta terça-feira que pagou sua primeira recompensa dentro de um novo programa que tem como objetivo estimular denúncias sobre fraudes.
A SEC pagou um prêmio de US$ 50 mil a um informante não identificado que, segundo a comissão, forneceu evidências cruciais para interromper uma fraude de milhões de dólares. Por outro lado, a SEC rejeitou a denúncia
de outro informante no mesmo caso, sob a alegação de que os dados fornecidos não eram suficientemente relevantes.
A recompensa equivale a 30% dos US$ 150 mil em multas que a SEC recolheu até agora no caso, a parcela máxima que a comissão pode pagar por lei. Segundo a SEC, um tribunal estabeleceu multas de mais de US$ 1
milhão relacionadas à fraude e a recompensa do programa aumentará quando houver qualquer incremento nos recursos levantados pela comissão.
A SEC não deu detalhes da natureza da fraude, mas disse que o informante, que pediu para ter sua identidade preservada, entregou documentos e outros dados que aceleraram a investigação do caso e ajudaram a
desmantelar o esquema fraudulento.
A SEC é equivalente à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) brasileira, que tem a função de regular o mercado de bolsa de valores e de balcão.
 
KPMG: Número de empresa 'zumbi' sobe 50% em 2012
Estadão 21.08.2012 - A quantidade de empresas em situação de dificuldade financeira aumentou 50% neste ano em relação a 2011, segundo pesquisa da KPMG. O levantamento, feito no Brasil com as principais instituições
financeiras, verificou os casos de companhias que passaram a ser acompanhadas pela área de recuperação de crédito. Isso acontece quando há atrasos nos pagamentos de empréstimos aos bancos.
A pesquisa indica que essas "empresas zumbis", como são conhecidas, não geram caixa suficiente para pagar a dívida nos seus balanços e acabam se tornando foco de novos ciclos de crise. De acordo com o
levantamento, isso vem acontecendo devido à maior dificuldade que os bancos brasileiros vêm encontrando para captar recursos no exterior. Esse é um efeito do cenário macroeconômico negativo, que envolve recessão na
zona do euro, insolvência de alguns países e crise generalizada de confiança.
Para os bancos internacionais que operam no Brasil, ainda de acordo com a KPMG, os problemas muitas vezes acontecem por decisões da matriz de repatriar recursos para cobrir necessidades de capital nos países de
origem, o que resulta em menos capital disponível para empréstimos locais.