quinta-feira, 15 de março de 2012

Azul.CA 15.03

Daily News


Justiça livra Rede TV! de arcar com a dívida da Manchete
Exame15.03.2012 - Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou que a emissora não é sucessora da Manchete e, portanto, não deve arcar com suas dívidas
O processo foi aberto pelo antigo proprietário da Manchete, Pedro Jack Kapeller.
A Rede TV! se livrou de mais um possível peso em seu já debilitado orçamento. A 9ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro chegou à decisão, em segunda instância, de que a emissora não é sucessora da TV Manchete e, portanto, não deve arcar com as dívidas trabalhista, tributária e cível da extinta rede de televisão.
O processo foi aberto pelo antigo proprietário da Manchete, Pedro Jack Kapeller, conhecido como Jaquito, e pela Bloch Editores S. A., extinto conglomerado de comunicação. A RedeTV! foi criada em 1999, depois de Amilcare Dallevo Jr. e Marcelo de Carvalho comprarem a concessão da Rede Manchete. A partir de então, começaram uma série de conflitos em relação às dívidas deixadas pela extinta emissora. Kapeller e a massa falida da Bloch Editores S.A. ainda podem recorrer da decisão em Brasília, no Supremo Tribunal Federal ou no Supremo Tribunal de Justiça.


Anac adia julgamento de recursos contra vencedor de Viracopos
Valor 15.03.2012 - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou que adiou em duas semanas a data de publicação do julgamento sobre os recursos apresentados contra o resultado do leilão de concessão de Viracopos, em Campinas (SP) – que teve como vencedor o consórcio composto por Triunfo Participações e Investimentos, UTC Participações e a operadora francesa Egis. Com isso, há uma série de mudanças no cronograma oficial do processo de concessão. A publicação do julgamento, antes prevista para ocorrer amanhã, agora será feita no dia 30 de março. Ficam adiados também pela mesma quantidade de dias a homologação do resultado (agora prevista para o dia 3 de março) e o prazo final para comprovação de atendimento das obrigações previstas por parte do vencedor (para 18 de março). Além disso, a assinatura do contrato de concessão foi postergado por 17 dias, para 21 de maio. Já o cronograma de eventos referentes aos outros dois aeroportos que passaram por leilão de concessão no dia 6 de fevereiro – Guarulhos (SP) e Brasília (DF) – terá suas datas mantidas. Segundo a assessoria de imprensa da Anac, a assinatura do contrato de concessão desses dois aeroportos está prevista para ocorrer no dia 4 de maio.
Questionamentos: Foi contestado apenas o resultado de Viracopos, que teve como vencedor o consórcio Aeroportos Brasil (do qual a Triunfo e a UTC têm 45% de participação cada e a Egis, 10%). Os questionamentos foram apresentados pelo segundo colocado, o consórcio Novas Rotas (liderado pelo grupo Odebrecht) e pela ES Engenharia, que não participou do leilão mas tem brigas judiciais contra uma das subsidiárias da Triunfo. Sobre a contestação do Novas Rotas, uma das questões levantadas é em relação aos documentos apresentados pela francesa Egis. É argumentado que a empresa deixou de apresentar papéis necessários, como certidões trabalhistas, do INSS, de regularidade tributária e financeira. No caso das estrangeiras, era necessário apresentar equivalentes a esses documentos e a Egis teria dito que eles não existiram na França. Para o Novas Rotas, os documentos existem naquele país e deveriam ser apresentados. Outra argumentação do consórcio liderado pela Odebrecht diz respeito à movimentação da operadora Egis. O edital exigia que a empresa operasse em pelo menos um aeroporto com 5 milhões de passageiros ao ano. No caso da Egis, apenas um de seus terminais ultrapassava o número, e ainda um onde ela tem uma posição minoritária. No entanto, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já havia esclarecido que, mesmo com participação minoritária nesses aeroportos, as empresas estariam habilitadas para a disputa.
O consórcio vencedor rebate as argumentações e diz que atendeu os requisitos do edital. "Por esta razão, sua proposta foi homologada pela ANAC em 17 de fevereiro, após criteriosa análise da documentação dos sócios por parte do órgão", diz texto enviado via assessoria de imprensa.


Eike faz OSX disparar com plano de capitalização
Exame 15.03.2012 - Ação subiu 5%, para R$ 17,06. Se fechasse nesse patamar, seria o mais alto desde 6 de julho. Eike pode realizar um aumento de capital de R$ 1 bilhão na OSX e recebeu propostas de financiamento de dois anos no valor equivalente a R$ 1,8 bilhão do Bradesco e do Itaú. A OSX Brasil SA, do bilionário Eike Batista, caminhava para o maior nível em oito meses após anunciar um plano de capitalização de US$ 1 bilhão que apazigua receios em relação à necessidade de caixa da companhia. A ação subia 5 por cento, para R$ 17,06, às 13:42. O fechamento neste patamar seria o mais alto desde 6 de julho. O Ibovespa recuava 0,6 por cento. Eike pode realizar um aumento de capital de R$ 1 bilhão na OSX e recebeu propostas de financiamento de dois anos no valor equivalente a R$ 1,8 bilhão do Banco Bradesco SA e do Banco Itaú BBA SA, de acordo com comunicado da empresa à Comissão de Valores Mobiliários ontem. O executivo fará uma teleconferência amanhã às 11:00 para detalhar a operação, segundo o comunicado.
Os investidores estão “cada vez mais se preocupados com a posição acionária” devido à necessidade de levantar recursos para as plataformas de perfuração que pretende fornecer à OGX Petróleo & Gás Participações SA, escreveram os analistas Paula Kovarsky e Diego Mendes, do Banco Itaú BBA, em relatório enviado a clientes. Com o plano de capitalização, Eike “mostra seu comprometimento com os investidores que subscreveram as ações na oferta inicial pública e sua confiança na companhia.”
A OSX entregou sua primeira plataforma à OGX no ano passado e tem planos de fornecer pelo menos mais US$ 4,1 bilhões em equipamentos antes do final de 2013, segundo informações no website da companhia. A OSX está ganhando “momentum” com pedidos de terceiros, disseram os analistas do Itaú BBA. Entre as construções contratadas, estão a de US$ 263 milhões da Sapura Navegação Marítima SA e a de US$ 732 milhões para construção de 11 navios- tanque de petróleo para a Kingfish do Brasil Navegação SA.


Frango Assado pode trazer 5º maior fast-food dos EUA
Brasil Econômico 15.03.2012 - A rede é considerada a quinta maior do país, atrás apenas do Subway, McDonald's, Burger King e Wendy's. Com 1,4 mil lojas, rede de hambúrguer Carl’s Jr. pode fincar sua bandeira no Brasil. Os R$ 140 milhões em caixa e o apetite da IMC (International Meal Company) para crescer no mercado brasileiro com suas varejistas de alimentação Frango Assado, Viena e Brunella poderão levar a companhia a desbravar o crescente nicho das hamburguerias e trazer ao Brasil o Carl's Jr., cadeia de fast-food com 1,4 mil unidades espalhadas pelos Estados Unidos.
A rede é considerada a quinta maior do país, atrás apenas do Subway, McDonald's, Burger King e Wendy's. Espécie de lanchonete premium, a Carl's deverá disputar mercado com redes como a The Fifties e a PJ Clarke's, e não exatamente com empresas como o McDonald's, embora as redes mais populares tenham apelado a criações mais elaboradas e caras para não perder espaço para a multiplicação de hamburguerias pela região Sudeste.
A IMC fechou recentemente um contrato com a Carl's Jr. para atuar como master franqueada da rede americana no Caribe. Pelo acordo, ela deve abrir 50 unidades da marca na região nos próximos cinco anos. Agora, as duas empresas encontram-se em conversações para trazer a Carl's Jr. ao Brasil. Há espaço para disputar este mercado. A IMC, contudo, quer que o acordo a coloque também como master franqueada local.
Aquisição: Se de um lado a IMC mira uma nova cadeia de lanchonetes para engordar suas vendas no país, de outro a companhia encontra-se na fase final para aquisição das redes de alimentação light Wraps e de sua irmã mais nova Go Fresh. Até o fim deste semestre, a IMC deve levar os dois negócios para casa. "Estamos encerrando o processo de due dilligence na empresa e aguardando uma posição do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)", diz Neil Amereno, diretor de Relações com os Investidores da IMC. Hoje, o Wraps é composto por sete lojas próprias e cinco franquias. Embora a IMC não atue com o modelo de franquia, Amereno garante que os franqueados serão mantidos.
Resultados: Com atuação exclusiva em aeroportos, rodovias e shoppings centers, a IMC fechou 2011 com 276 lojas, contra 214 no mesmo período de 2010. A receita líquida atingiu R$ 898,6 milhões, um aumento de 19,9% em relação a 2010. Já o Ebitda ajustado (lucro antes de impostos, despesas, depreciações e amortizações) foi de R$ 140 milhões em 2011, salto de 16,6% sobre 2010.
"A expansão das operações em aeroportos e rodovias impulsionou os resultados da IMC", afirma Julio Millan, diretor financeiro da IMC. O lucro líquido, por sua vez, caiu de R$ 8 milhões, em 2010, para R$ 2 milhões. A empresa atribuiu a queda às despesas de R$ 40 milhões ocasionadas pelo IPO, feito em março do ano passado.


BHG construirá unidade Tulip Inn em Campo Grande
Valor 15.03.2012 - A Brazil Hospitality Group (BHG), empresa de investimentos em hotéis do fundo de private equity GP Investments, assinou um memorando de entendimentos com a SGGC Participações para a construção de um hotel da bandeira Tulip Inn em Campo Grande, o primeiro empreendimento da BHG na capital do Mato Grosso do Sul. O investimento não foi divulgado.
De acordo com o presidente da BHG, Peter van Voorst Vader, o investimento nesse hotel será compartilhado com a SGGC, especializada no mercado de shopping centers. Entre alguns empreendimentos dessa empresa estão o Shopping Light, em São Paulo, e o São Conrado Fashion Mall, no Rio de Janeiro. O executivo acrescenta que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também poderá ser outra fonte de financiamento. O projeto para o Tulip Inn em Campo Grande inclui 140 apartamentos, restaurante e centro de convenções. O empreendimento deverá ser inaugurado durante o primeiro semestre de 2014. Com ele, a BHG passará a contar com 58 hotéis no país, o equivalente a uma oferta total de 10,8 mil quartos. A BHG também tem participações minoritárias em mais três hotéis.


Azul anuncia Henrique Meirelles como membro do conselho
Brasil Econômico 15.03.2012 - Meirelles disse que espera contribuir para a expansão das atividades da companhia. A Azul Linhas Aéreas Brasileiras anunciou nesta quinta-feira (15/3) a entrada de Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central (BC), no conselho de administração da companhia.
O executivo, que assume a posição este mês, terá que participar a cada três meses das reuniões do conselho, dividindo as principais decisões da companhia com os demais membros.
"Além de ser um executivo reconhecido e um líder nato, certamente aprenderemos com ele mais sobre a economia e o mercado financeiro brasileiro. Essa será sua grande contribuição para a Azul", afirmou David Neeleman, fundador e presidente do conselho da Azul.
Já Meirelles disse que espera contribuir para a expansão das atividades da companhia, dentro das melhores práticas de gestão buscadas pela empresa.


Vendas nos sites de compras coletivas recuam 32%
Brasil Econômico 15.03.2012 - Em fevereiro, foram anunciadas 12.237 ofertas, baixa de 3% em ritmo anual, quando foram vendidos 1,2 milhão de cupons.  O comportamento reflete o feriado de carnaval, que compreendeu a semana de 19 a 25 de fevereiro. O faturamento do setor de compras coletivas recuou em fevereiro deste ano, segundo levantamento do InfoSaveMe. O segmentou faturou R$ 66,5 milhões em fevereiro, declínio de 32% na comparação com o mês anterior.  Segundo documento da entidade, a diferença de desempenho em relação a janeiro já era esperada e refletiu o impacto no comércio eletrônico do feriado de carnaval (na semana de 19 a 25).
Em fevereiro, foram anunciadas 12.237 ofertas, baixa de 3% em ritmo anual, quando foram vendidos 1,2 milhão de cupons. O ticket médio foi de R$ 54,18, contra R$ 46,37 um mês antes.
No total, as vendas representaram uma economia de R$ 157,7 milhões nos bolsos dos consumidores. Em janeiro, os consumidores economizaram R$ 186 milhões.
O levantamento apontou também que o segmento faturou com ofertas temáticas para quem quisesse aproveitar ou fugir da folia.  Nos 18 dias de fevereiro que antecederam a semana do feriado, os 10.135 cupons vendidos das 231 ofertas relacionadas à data somaram R$ 1,3 milhão em faturamento, com um ticket médio de R$ 120,34. A categoria de Hotéis e Viagens foi a que mais se destacou no mês, somando quase R$ 20 milhões, ou 30% do índice total.  Na sequência, as categorias Saúde e Beleza e Produtos aparecem em segundo lugar, ambas com 20%, respondendo por cerca de R$ 13,5 milhões cada.


Para o Santander, economia brasileira vai crescer 3,5% em 2012
Valor 15.03.2012 - O banco Santander manteve a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 3,5% neste ano, apesar de considerar que a atividade econômica atualmente atravessa fase de moderação. Na avaliação de Adriana Dupita, economista do banco, a economia brasileira acelerará no segundo semestre, respondendo às ações de política monetária do Banco Central (BC), de redução da taxa básica de juros (Selic) e de retirada de medidas macroprudenciais. Nesse contexto, segundo ela, em algum momento ao longo de 2012 o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) convergirá para o centro da meta estabelecido pelo governo, de 4,5%. “Um crescimento econômico de 3,5% é um número bastante bom para o atual contexto da economia mundial, com a Europa em dificuldades e os Estados Unidos em recuperação”, afirmou a economista em palestra do Santander na Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec-RIO).
Um dos catalisadores desse crescimento, disse Adriana, será o consumo das famílias. Ela acrescentou que, com algumas das principais economias do mundo mantendo juros próximos a zero, o Brasil terá espaço para continuar o processo de redução da taxa básica. Atualmente a Selic está em 9,75% ao ano.
De acordo com Adriana, a atual moderação da economia brasileira ainda é reflexo da política monetária contracionista praticada pelo BC no primeiro semestre do ano passado, com aumento da Selic e o lançamento de medidas macroprudenciais.


Norsk Hydro engaveta projeto de alumina no Pará
Brasil Econômico 15.03.2012 - Somente no quarto trimestre de 2011, os preços do alumínio por tonelada métrica despencaram 15%, passando de US$ 360 para US$ 305
Preços em baixa, descompasso entre demanda e produção e crise mundial afetam apostas da empresa no segmento.  Os preços do alumínio em queda no mercado internacional e a possível estagnação da demanda pelo minério levaram a norueguesa Norsk Hydro a engavetar o projeto da Companhia de Alumina do Pará (CAP), refinaria que entraria em operação na cidade de Barcarena (PA) em 2015, com produção inicial de 1,86 milhão de toneladas métricas de alumina por ano, mas com capacidade para chegar a 7,44 milhões de toneladas anuais. O anúncio não foi uma surpresa ao mercado. O vice-presidente executivo da Hydro, Johnny Undeli, responsável pelas divisões de bauxita e alumina da companhia, havia dado o alerta durante congresso internacional do setor, na semana passada. No balanço de 2011, divulgado em fevereiro, a empresa também trouxe a projeção de um mercado de alumina praticamente estável no primeiro trimestre de 2012.
O motivo é simples: a curto e médio prazos o mar não está para peixes. "O ano de 2012 será muito desafiador para a indústria de bauxita e alumina. Várias refinarias já estão perdendo dinheiro", disse Undeli no seminário.
Um possível desequilíbrio entre produção e demanda de alumínio, agravado pela crise econômico-financeira dos principais países compradores do minério - Estados Unidos, Europa e Japão - são os fatores destacados em comunicado enviado ontem ao mercado. A produção mundial de alumina e de alumínio primário (resultado da redução da alumina por meio de alta carga energética) subiu 13% no ano passado em relação a 2010, atingindo 90 milhões e 45 milhões de toneladas métricas, respectivamente. Vale destacar que cada quilo de alumina produz meio quilo de alumínio primário.
Enquanto isso, o consumo mundial de alumínio primário cresceu apenas 6%, evidenciando o descompasso. A queda brusca de preço também contribuiu, e muito, para a decisão. Somente no quarto trimestre de 2011, os preços do alumínio por tonelada métrica despencaram 15%, passando de US$ 360 para US$ 305. Ele é fonte para diversas indústrias, entre elas embalagens, transportes, eletricidade, construção civil, bens de consumo, máquina e equipamentos.
Quanto tempo o projeto vai ficar na gaveta ainda não se sabe, mas Undeli destacou que a refinaria é estratégica e importante para o grupo e que no longo prazo é esperado crescimento nos preços do alumínio e um consumo mundial duas vezes maior do minério.


JPMorgan instrui funcionários sobre carta do Goldman Sachs
Exame 15.03.2012 - O presidente do JPMorgan, Jamie Dimon, instruiu os empregados, em comunicado interno, a não procurarem ter vantagem sobre os "supostos problemas" no concorrente.
O executivo Greg Smith iniciou a polêmica com uma carta aberta na columa de opinião em que chamou o Goldman Sachs de um lugar "tóxico e destrutivo"
Londres/Hong Kong - O banco de investimento JPMorgan, em uma tentativa de proteger a reputação de Wall Street, pediu aos seus funcionários que não se valessem do escândalo no Goldman Sachs, após a publicação no The New York Times de uma virulenta carta de renúncia. O executivo Greg Smith, que trabalhou com ações de derivativos, colocou o setor bancário no olho do furacão na quarta-feira com uma carta aberta na columa de opinião em que chamou o Goldman Sachs de um lugar "tóxico e destrutivo" onde os diretores se referem abertamente aos clientes como fantoches.
O presidente do JPMorgan, Jamie Dimon, instruiu os empregados, em comunicado interno, a não procurarem ter vantagem sobre os "supostos problemas" no concorrente e pediu que se concentrassem na qualidade do trabalho e não na polêmica, que a imprensa norte-americana está chamando de "Muppetgate", em referência a "muppet", "fantoche" em inglês.
"Que fique claro que não quero ninguém tirando proveito dos supostos problemas do concorrente ou de quem quer que seja. Esse não é o jeito de trabalharmos", escreveu Dimon, segundo cópia a que a Reuters teve acesso. O e-mail de Dimon, mandando antes de os funcionários na Ásia chegarem para trabalhar nesta quinta-feira, foi enviado primeiramente para o comitê operacional mundial e depois repassado para mais setores do JPMorgan, segundo fontes que tiveram acesso ao comunicado. O JPMorgan se negou a comentar o assunto.


Cisco compra desenvolvedora de software NDS por US$ 5 bi
Folha 15.03.2012 - A Cisco Systems anunciou nesta quinta-feira que comprará, por US$ 5 bilhões, a desenvolvedora de softwares NDS, que faz programas para redes de televisão multicanais.
Fundada em 1988 em Israel e com sede em Londres, 51% da empresa é de controle do fundo de private equity Permira , enquanto a News Corp tem participação de 49%. A companhia mantém um grande centro de pesquisa em Jerusalém.  A Cisco pagará cerca de US$ 5 bilhões, incluindo dívidas, por toda a NDS. A aquisição, que deve ser concluída no segundo semestre de 2012, teve a aprovação do conselho das duas companhias.  O negócio tem um valor 35% superior ao da NDS quando a companhia deixou a Bolsa em 2009.  A NDS desenvolve sistemas interativos para o envio seguro de entretenimento e informação para televisores digitais, decodificadores digitais, computadores e dispositivos móveis. A
NDS também fornece sistemas de segurança para aplicativos de internet.


PF deflagra operação contra sonegação em portos e aeroportos
Folha 15.03.2012 - A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram na manhã desta quinta-feira uma operação para desarticular uma organização criminosa que utilizava portos e aeroportos em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Paraná para importar mercadorias sem o pagamento dos impostos devidos.
A estimativa é que a organização criminosa tenha movimentado cerca de 220 toneladas de mercadorias. O valor do prejuízo aos cofres públicos ainda não foi contabilizado, mas a Receita Federal estima que a fraude seja superior a US$ 50 milhões.  Vinte pessoas foram presas, entre elas cinco servidores da Receita, empresários, "laranjas" e despachantes aduaneiros. No Estado de São Paulo, duas pessoas foram presas na capital, nove em Santos, uma em Sorocaba e uma em Campinas. Foram presas ainda cinco pessoas no Rio de Janeiro e duas em Curitiba.
A 3ª Vara da Justiça Federal de Santos (SP) expediu ainda 42 mandados de busca e apreensão.
A pedido da PF, a Justiça Federal em Santos decretou o sequestro de bens e o bloqueio de recursos financeiros dos suspeitos. Ao todo, 60 servidores da Receita Federal e 200 da Polícia Federal participam da ação.  Investigação: As investigações da operação Navio Fantasma começaram em janeiro de 2011, após a alfândega de Santos ter percebido que mercadorias importadas supostamente encaminhadas para aquele local não chegavam para o desembaraço.
O grupo agia importando mercadorias que declarava para o fisco como sendo de baixo valor agregado, como partes e peças para manutenção de navios atracados no porto. Na realidade, importavam tablets, telefones celulares, relógios e armações de óculos de grife.
A operação verificou ainda a entrada irregular de mercadoria de importação controlada, como equipamentos médicos e munição.
Os envolvidos responderão pelos crimes de formação de quadrilha, descaminho, facilitação de contrabando ou descaminho, corrupção ativa, corrupção passiva, inserção de dados falsos em sistemas de informação e falsidade ideológica, com penas que variam de 1 a 16 anos de reclusão.



ALL prevê ano agrícola "duro" e nega conflito de interesses com a Cosan
Valor 14.03.2012 - A América Latina Logística (ALL) está esperando piora no cenário da agricultura neste ano. O motivo do pessimismo dos executivos em relação ao mercado, que é responsável por cerca de 70% do faturamento da empresa, são as quebras de produção ocorridas na região Sul. É esperada queda de 5% na safra agrícola deste ano. Para Rodrigo Campos, diretor financeiro e de relações com investidores da ALL, há previsões positivas sobre a produção do Mato Grosso, embora os números do Estado não compensem as quedas previstas. "Esperamos um ano duro no setor agrícola", disse Campos em reunião promovida pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais ocorrida ontem em São Paulo. No entanto, diz ele, não necessariamente a empresa perderá receitas devido à queda da produção. "Queremos crescer ganhando participação de mercado", resume. Ainda sobre o mercado agrícola, Campos respondeu questionamentos sobre a possível entrada da Cosan no bloco de controle da ALL - que continua gerando dúvidas no mercado. Há menos de um mês, a Cosan anunciou oferta por 49% do bloco de controle da ALL. A produtora de açúcar e etanol é cliente da ALL para transporte de cargas e, segundo o executivo, a alteração societária não poderá gerar conflitos de interesses entre as duas companhias. "A Cosan não vai participar de decisões que envolvam esses clientes [ Rumo e Raízen, que têm participação da Cosan]".
"Não é uma tentação da ALL [a entrada da Cosan]. É, sim, dos acionistas. Do nosso ponto de vista [da ALL], não vejo alterações expressivas". Apesar disso, ele reforçou o discurso de executivos da ALL ao afirmar que a entrada da Cosan é positiva - desta vez, acrescentando um novo argumento. "A Cosan tem um bom relacionamento regulatório com o governo."
A ALL se disse otimista em outros mercados além do agrícola. Está sendo observada no setor industrial, diz Campos, uma retomada da atividade econômica - ao contrário do ano passado, diz, quando era notada a desaceleração. No fim do ano, deve colaborar para os resultados da ALL nesse setor a entrada em operação dos serviços contratados pela Eldorado para a fábrica de celulose em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. O contrato para o transporte de cargas para a unidade, assinado no ano passado, representará 7% do mercado industrial da ALL.
Os desembolsos da companhia começam a diminuir a partir de 2013, principalmente devido ao fim dos investimentos do projeto de Rondonópolis (extensão ferroviária que inclui um terminal de cargas na cidade de Mato Grosso) - que, só neste ano, exigirá investimentos de R$ 150 milhões.
A previsão é que o fim dos investimentos, somado ao maior caixa, diminua a alavancagem no começo de 2013. Além disso, os investimentos no projeto da Vetria Mineração (empresa em parceria com Vetorial e Triunfo Participações e Investimentos anunciada no fim do ano passado), diz Campos, só começarão daqui a um ano e meio. Por enquanto, a empresa está buscando certificação de empresas internacionais para suas minas em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, e apresentando o projeto a investidores.


Suspeitas sobre Unip fazem MEC reavaliar exame federal
Folha 14.03.2012 - Ministério estuda ampliar o Enade para os alunos do penúltimo semestre. Universidade é suspeita de selecionar apenas os melhores estudantes para prestar a prova federal; instituição nega. O Ministério da Educação reavaliará os critérios do Enade (avaliação federal do ensino superior), na tentativa de reduzir a possibilidade de fraude na prova. A medida ocorre duas semanas depois de o MEC ter começado a investigar a Unip, uma das maiores universidades do país, por suspeita de que a instituição seleciona apenas os melhores alunos para prestar o Enade. A investigação está em andamento; a universidade, que nega irregularidades, tem até hoje para apresentar sua defesa ao ministério. Partiu do ministro Aloizio Mercadante a ordem para reestudar os critérios do exame. Entre as possibilidades, segundo a Folha apurou, está obrigar alunos do penúltimo semestre dos cursos superiores a também prestar o Enade. Até 2011, só os do último semestre faziam a prova. A apuração preliminar do ministério é que uma das possíveis práticas da Unip era reprovar estudantes com notas medianas e baixas do penúltimo semestre. Dessa forma, eles não passavam para o último semestre, quando a prova é obrigatória. Após o período de inscrição do Enade, o aluno era então aprovado. Na avaliação do ministério, o novo formato dificultaria a prática, pois o aluno teria de ser retido pela instituição no ano anterior ao exame.
A intenção de reduzir a possibilidade de fraude se deve ao fato de que o Enade é usado como critério de fiscalização. Cursos com notas baixas são inspecionados e podem até fechar.
O MEC diz ter começado a investigar a conduta da Unip em julho de 2011, ao receber ofício do Ministério Público. No início do mês, porém, uma instituição particular apresentou denúncia formal contra a Unip no MEC. Um dos indícios da fraude, segundo a denúncia, é que a reprovação na Unip cresce só nos cursos que serão submetidos em determinado ano ao Enade. Quando o curso não é avaliado, a reprovação cai.


Estácio faz trocas na diretoria
Valor 14.03.2012 - A Estácio, grupo de ensino carioca que tem o GP Investments como maior acionista, anunciou ontem uma série de mudanças em sua estrutura de executivos.
Após três anos e meio, Eduardo Alcalay deixou a presidência executiva da Estácio e passa a ser o presidente do conselho. "É um processo natural de formação de liderança na companhia. Passo a focar em questões estratégicas de crescimento como aquisições", disse Alcalay, que volta a ser executivo do GP em abril.  A presidência da Estácio passa a ser ocupada por Rogério Frota Melzi, que até então era diretor financeiro e de relações com investidores. Com passagem pela Ambev, Melzi acumulará a área de RI.  Antonio Bonchristiano, que liderava o conselho, passa a ser o vice-presidente. Além disso, Virgílio Gibbon assume a diretoria financeira e Gilberto Castro passa a ser o diretor de operações da Estácio.


Amil fecha parceria comercial com Qualicorp
Valor 14.03.2012 - Bueno, da Amil: acordo garante boa parcela do mercado de planos por adesão.
Uma das principais fontes de expansão do mercado de saúde privada, o segmento de planos por adesão, ligados a associações e entidades de classe, levou a Amil e a Qualicorp a acertarem os ponteiros. Ontem, as companhias anunciaram uma parceria comercial, em que a operadora Amil vai utilizar o canal de vendas da corretora e gestora Qualicorp para distribuir planos por adesão.
Na prática, significa uma ofensiva da Amil em um setor em que a empresa ainda atuava timidamente. Para a Qualicorp, foi a inclusão na sua carteira de parceiros - que já conta com a SulAmérica, Bradesco, Unimed, Omint, Golden Cross e Intermédica - da maior operadora de planos de saúde do país. Em teleconferência com analistas, o presidente da Amil, Edson Bueno, disse que o acordo "demorou" para sair, mas está confiante de que ele garantirá uma boa participação de mercado no segmento de adesão para a operadora. O preço dos produtos, segundo Bueno, será intermediário entre o valor dos planos individuais (mais caros) e os corporativos.
O mercado não teve acesso aos termos do acordo entre as companhias. Em 2011, segundo dados públicos, a Amil pagou cerca de 5,2% do total dos prêmios em comissões para corretores. Durante a negociação, o grande potencial do canal de distribuição da Qualicorp pode ter pressionado para cima o valor das comissões a serem pagas. Mas, para Guilherme Assis, da Raymond James, o poder de barganha da Qualicorp com a Amil é menor do que, por exemplo, com o Bradesco ou com a SulAmérica. "A Amil já tem um forte controle de custos, moeda da Qualicorp."
A parceria com a Amil afastou o fantasma do risco regulatório da Qualicorp. A partir de 2009, a Agência Nacional de Saúde (ANS) passou a exigir uma administração profissional (como a da Qualicorp) para os planos por adesão. "O acordo com a Amil sinaliza que a legislação veio pra ficar", pontuou Assis.  No mês passado, uma das maiores corretoras de seguros do mundo, a Aon, fez sua estreia na comercialização de planos por adesão. Anunciou uma parceria com a Hapvida, operadora focada na classe média. A Aon informou, na ocasião, que iria oferecer comissões de até 40% acima do que é praticado no mercado para os corretores, e de até o dobro, para as plataformas de venda.
O destaque do balanço da Amil, divulgado ontem, foi, segundo alguns analistas, o alto poder da empresa de ditar preços para seus produtos. Em boa medida, essa capacidade respondeu pelo aumento de 18,6%, para R$ 9,27 bilhões, da receita operacional ajustada (além das contraprestações líquidas, inclui a prestação de serviços a terceiros) em 2011; e de 22,5%, para R$ 2,5 bilhões, entre outubro e dezembro, um recorde trimestral. Houve um avanço de cerca de 15% no tíquete médio da operadora ao longo de 2011, quando a Amil conseguiu reduzir em 1,1 ponto, para 71,3%, a taxa de sinistralidade. Após desaceleração no crescimento do número de beneficiários no terceiro trimestre, a Amil voltou a apresentar aumento (de 2,1%) no número de vidas cobertas nos três últimos meses de 2011, atingindo 5,8 milhões no fim de dezembro.


Meirelles ajudará a conquistar credibilidade internacional, diz JBS
Estadão 14.03.2012 - Ex-presidente do Banco Central assumiu a presidência do conselho de administração da holding J&F Participações. A chegada do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles à presidência do conselho de administração da holding J&F Participações visa ajudar a empresa de alimentos JBS a conquistar credibilidade internacional. A afirmação é do membro do conselho de administração da JBS, José Batista Junior. "O Henrique (Meirelles) vai trazer estabilidade com relação à confiança dos investidores internacionais da JBS, principalmente na questão da rentabilidade, apresentação de resultados e ganho para acionistas", disse o executivo a jornalistas, antes de iniciar sua apresentação, em evento da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria. Batista declarou que Meirelles pode "quebrar paradigmas" em barreiras comerciais, já que, por sua atuação à frente do BC, "representará um pouco do governo brasileiro". "Henrique está mais do que preparado para representar a estabilidade, a confiança e a credibilidade que a empresa possui", disse Batista, lembrando o passado de presidente do Bank Boston e do Banco Central. "Tenho certeza que ele trará a segurança para alcançarmos maior confiança em relação aos investidores".
O executivo admitiu que ele e Meirelles se conhecem há muito tempo; ambos nasceram em Anápolis (GO) e inclusive em 2010 os dois desistiram de atuar na vida pública - Meirelles tentou ser deputado federal pelo Estado e Junior chegou a cogitar a possibilidade de se lançar a candidato a governador. Junior, que foi presidente da empresa de alimentos antes da abertura de capital em 2007 e deu início à internacionalização da companhia, também comentou que por estar mais afastado das operações quer ser nomeado candidato ao governo de Goiás pelo PSB em 2014. Hoje ele é vice-presidente do partido no Estado. "É um desejo antigo conhecer a gestão pública brasileira. Todo projeto para dar certo tem que ter o lado público e o privado".
Projeção: O diretor de Relações com Investidores da JBS Jeremiah O''Callaghan já no começo de sua apresentação adiantou que o faturamento da companhia em 2011 ultrapassou R$ 61 bilhões (ou US$ 40 bilhões). A empresa divulgará os resultados do quarto trimestre e do ano de 2011 no dia 21 de março, após o fechamento do mercado.


A receita é doce, mas tem menos açúcar
Valor 14.03.2012 - Pimenta, da Força Ingredientes, que está adaptando o novo insumo ao Brasil.
O açúcar responde por pouco mais de um quarto do custo do refrigerante, ou 26%. É a matéria-prima mais cara na sua produção. Pesa mais do que a embalagem, que gira em torno de 20% do custo, e do que o aroma, que dá sabor ao produto e representa 8% do total. Agora, uma nova substância chamada Sweetgem, que funciona como reforçador do sabor do açúcar e pertence à multinacional suíça Firmenich, promete reduzir em até 30% o volume de açúcar consumido pela indústria de refrigerante. A partir do Sweetgem, uma emulsão, o fabricante coloca só um pouco de açúcar na receita para obter o mesmo sabor do produto convencional. O percentual surpreende porque, até hoje, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes (Abir), o uso de reforçadores do sabor doce ("sugar enhancers", em inglês) atinge no máximo 20% de redução de açúcar, sem que o "perfil sensorial da bebida" - ou seja, o seu paladar e consistência -, seja afetado. Uma redução de 30% é considerada "agressiva" por especialistas.
Segundo apurou o Valor, a Firmenich negocia com a Coca-Cola a adoção da substância em nível global. As empresas não atenderam a reportagem até o fechamento desta edição. No Brasil, a filial da Firmenich ainda está em processo de registro da marca Sweetgem no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Mas, antes disso, a mineira Força Ingredientes, fabricante de insumos para a indústria alimentícia e um dos distribuidores da Firmenich no país, já está oferecendo o Sweetgem para fabricantes de bebidas de menor porte (no país, a Firmenich tem exclusividade na negociação com Ambev, Schincariol e Coca-Cola).
"Vamos introduzir outros ingredientes à substância da Firmenich, como estabilizantes e corantes, para oferecer uma solução sob medida à indústria de refrigerantes", diz o diretor da Força Ingredientes, Jairo Pimenta. A empresa, que tem fábrica em Belo Horizonte, está investindo R$ 3,5 milhões na construção de uma nova unidade industrial na Zona Franca de Manaus, que irá substituir a partir de junho a unidade mineira. "Em Manaus, onde já estão instalados outros fornecedores da indústria de bebidas, seremos mais competitivos por conta de incentivos fiscais federais e estaduais", diz Pimenta.
A Força negocia a venda do reforçador do sabor do açúcar para a goiana Imperial, fabricante da marca Pitchula, popular no Centro-Oeste e Norte do país. "Estamos aguardando um lote da substância para fazer, em abril, um teste piloto no nosso refrigerante", diz o diretor industrial da Imperial, Roneidson Brandão. "Ficamos bastante impressionados com o produto", diz Brandão. Em 2011, a Imperial faturou R$ 250 milhões e tem o guaraná como carro-chefe. A Força Ingredientes também está oferecendo a nova substância à paulista Dolly, entre outras fabricantes regionais. A chegada do Sweetgem ao país acontece em meio à discussão do projeto de lei 196/2007, de autoria do senador Jayme Campos (DEM/MT), que determina que rótulos de refrigerantes especifiquem o teor calórico e apresentem frase de advertência quanto aos riscos da obesidade infantil. A Abir é contra a medida.
Entre os principais clientes da Força estão Vilma Alimentos, Seven Boys, Itambé e Mabel. A empresa fatura cerca de R$ 50 milhões ao ano e, segundo Pimenta, quer reforçar a sua divisão de serviços. "Para fabricar um único aroma são necessários mais de 60 ingredientes", diz. "A indústria de alimentos não tem condições de gerenciar isso e oferecemos esse serviço". A empresa vai investir mais R$ 1 milhão para montar dois novos centros de distribuição, em Recife (PE) e Sorocaba (SP) este ano. Em 2013, a empresa pretende instalar uma linha de produção para o redutor de sódio (25% de redução).


MVC investe em parcerias para atingir receita de R$ 400 milhões em 2015
Valor 14.03.2012 - Lima, da MVC: "Nosso objetivo com as alianças estratégicas não é investir menos, mas é muito mais ganhar tempo".A MVC, fabricante de produtos em plásticos de engenharia com sede em São José dos Pinhais (PR), decidiu formar parcerias para crescer a alcançar a meta de R$ 400 milhões em receita líquida anual em 2015. Controlada pelas gaúchas Artecola, com 74% de participação, e Marcopolo, com 26%, a empresa anunciou a segunda joint venture em menos de quatro meses e já negocia uma terceira associação, que deve ser formalizada em cerca de três meses.
Segundo o diretor-geral da companhia, Gilmar Lima, as parcerias fechadas buscam acelerar a incorporação de novas tecnologias ou a abertura de novos mercados para a MVC não ficar tão dependente do setor automotivo, que até 2011 respondeu por cerca de 80% das receitas. "Nosso objetivo com as alianças estratégicas não é investir menos, mas é muito mais ganhar tempo", afirma o executivo, que neste ano revisou de R$ 25 milhões pata R$ 30 milhões o volume de investimentos programado para o ciclo 2010-2015. A aliança firmada este mês foi com a mexicana Stabilit, do grupo Verzatec. A Stabilit MVC vai produzir, na fábrica da sócia brasileira em Caxias do Sul (RS), a partir de outubro, perfis em plástico reforçado que podem substituir estruturas metálicas em obras de construção civil, explica o diretor-geral da MVC.
A MVC tem 51% da joint venture com os mexicanos, assim como no caso da associação com a BFG, do Bahrein, anunciada em novembro do ano passado e que em junho começa a fabricar componentes para trens em São José dos Pinhais. O primeiro cliente da BFG Brasil será a fábrica da Bombardier instalada em Hortolândia, no interior paulista. A próxima associação, conforme Lima, já está em negociação e será focada na produção de chapas prensadas a quente para caminhões e tratores. A unidade também ficará no Paraná, onde a empresa concentra a área de pesquisa e desenvolvimento e o plano é colocá-la em operação já em janeiro do próximo ano. Os nomes dos possíveis parceiros são mantidos em sigilo.
Em 2011 a MVC apurou receita líquida de R$ 121 milhões, com alta de 15% sobre o ano anterior, e a projeção para 2012 é alcançar R$ 160 milhões. A empresa dá lucro há quatro anos consecutivos, tem acesso a linhas de financiamento de longo prazo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), mas já avalia uma abertura de capital nos próximos anos. "Um IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês) está no nosso radar porque nossos números para o futuro são ambiciosos e estamos entrando em mercados que exigem uma estrutura de capital de giro mais reforçada", explica Lima. Mas, por enquanto, a empresa ainda está avaliando se e quando será necessário ir a mercado para obter uma nova alternativa de financiar sua expansão. Além das fábricas em São José dos Pinhais e Caxias do Sul, a MVC tem unidades em Catalão (GO) e Sete Lagoas (MG), dedicadas à produção de componentes para o setor automotivo. Em dezembro, inaugurou também uma unidade em Camaçari (BA), que fornece, para a espanhola Gamesa, peças para torres de geração de energia eólica.
Neste ano, com o aumento da produção de casas para o programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, o segmento de construção civil deverá responder por cerca de 30% das receitas, enquanto o setor automotivo deve cair um pouco e ficar em torno de 55%.

Tarpon zera participação na Arezzo
JCRJ 14.03.2012 - A Arezzo informou nesta terça-feira (13) que a Tarpon Investimentos alienou todas as ações que ela detinha da empresa. Em nota enviada ao mercado, a companhia ressaltou que os fundos e carteiras pelos quais a Tarpon detinha participação na Arezzo não eram titulares de bônus de subscrição ou de opções de compra. O comunicado não especifica, entretanto, quando essa venda de participação foi realizada. A Tarpon havia ingressado na Arezzo em novembro de 2007.


Distribuidores de remédios evitam abrir filial
Folha 14.03.2012 - Os distribuidores dos laboratórios farmacêuticos não pretendem investir na abertura de filiais em outros Estados do país. Em 2012, o principal foco do setor será a qualificação dos profissionais, para 33,3% das companhias, de acordo com levantamento da Abradilan (Associação Brasileira dos Distribuidores de Laboratórios Nacionais). As distribuidoras nacionais devem manter sua estratégia de atuar em apenas um Estado do país. Para operar em outro Estado, a maioria dos executivos opta por abrir nova empresa, em vez de ter uma filial, afirma o diretor-executivo da associação, Geraldo Monteiro.
"Depende muito da estratégia de cada um, mas há empresários com companhias diferentes em até oito Estados", diz Monteiro. Entre os motivos que são alegados para o uso dessa prática está a facilidade para administrar separadamente cada operação. "Em geral, os empresários registram nomes muito semelhantes para suas companhias. É uma questão burocrática", diz.
De acordo com a pesquisa, a segunda prioridade, para 16,7% das empresas, é a ampliação dos centros de distribuição já existentes.
Outros 11,1% das companhias do setor não pretendem fazer nenhum aporte em 2012.
A entidade, que diz ser responsável pela distribuição de cerca de 19% do mercado de genéricos no Brasil, ouviu 120 empresários durante o mês de janeiro deste ano.
Entre as associadas da Abradilan estão Dismed, JC Distribuidora, STI, Maxifarma, entre outras.


Lucro da Positivo atinge R$ 45,7 milhões no 4º trimestre
Brasil Econômico 13.03.2012 - A companhia projeta um investimento menor para este ano, passando de R$ 64,6 milhões em 2011 para R$ 59,6 milhões em 2012 .
As vendas de PCs alcançaram 2,4 milhões unidades no ano passado, crescimento de 21,5% em comparação a 2010.  A Positivo Informática reportou lucro líquido de R$ 45,7 milhões no quarto trimestre de 2011, valor 273,4% superior ao ganho de R$ 12,3 milhões visto um ano antes.
Mesmo assim, a empresa viu seu lucro líquido cair 74,1% no consolidado de 2011, totalizando R$ 24,7 milhões.   A receita líquida cresceu 4,6% em relação ao quarto trimestre de 2010, para R$ 617,5 milhões. No ano, a receita atingiu R$ 2,079 bilhões, o que representa uma queda de 10,9% frente a 2010. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 52,2 milhões no último trimestre de 2011, contra apenas R$ 1 milhão no mesmo período do ano anterior. Em 2011, o Ebitda alcançou R$ 70,4 milhões, montante 50,8% inferior ao apurado no ano anterior.  A Positivo esclarece que os números referentes às contas de receita líquida, lucro e ao Ebitda foram ajustados neste documento. "A estas contas foi somada a parcela referente à subvenção para investimentos que foi contabilizada como passivo circulante e que será reconhecida no resultado à medida que os investimentos obrigatórios em P&D relativos a esse montante sejam amortizados", destacou em demonstrativo financeiro.  Segundo a empresa, as vendas de PCs alcançaram 2,4 milhões unidades - sendo 902,4 mil desktops e 1,5 milhão de notebooks -, caracterizando um crescimento de 21,5% em comparação a 2010. A companhia projeta um investimento menor para este ano, passando de R$ 64,6 milhões em 2011 para R$ 59,6 milhões em 2012.


Lucro da Cremer cresce 71% e soma R$ 4,8 milhões
Brasil Econômico 14.03.2012 - O segmento hospitalar foi responsável por grande parte da receita nos últimos três meses de 2011, ao contabilizar R$ 77,4 milhões.
No consolidado do ano, o lucro líquido caiu 42,1%, totalizando R$ 18,6 milhões.
A Cremer, fornecedora de produtos para cuidados com a saúde, registrou lucro líquido de R$ 4,8 milhões no quarto trimestre de 2011, valor 71% superior ao ganho de R$ 2,8 milhões apurado um ano antes.  No consolidado do ano, o lucro líquido caiu 42,1%, totalizando R$ 18,6 milhões.
A receita líquida teve expansão de 40,8% no trimestre e atingiu R$ 128,2 milhões. Em 2011, a receita foi de R$ 457,7 milhões, o que representa um aumento de 21,9% frente a 2010.
Dentre os segmentos de atuação, o hospitalar foi responsável por grande parte da receita nos últimos três meses de 2011, ao contabilizar R$ 77,4 milhões, seguido pelo segmento de varejo (R$ 30,5 milhões).  O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 16,5 milhões no quarto trimestre e R$ 65,5 milhões em 2011, caracterizando avanços de R$ 76,6% e de 18,1%, respectivamente, na base anual. A companhia realizou investimentos em ativo imobilizado no valor de R$ 27,1 milhões no ano passado.


EZTec avalia que atuais patamares de margens são sustentáveis
Valor 14.03.2012 - Após registrar, em 2011, margens bruta e líquida recordes desde a abertura de capital, a EZTec avalia que a manutenção desses resultados é sustentável, conforme o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Emílio Fugazza. No ano passado, a EZTec registrou margem bruta de 50,5% e margem líquida de 44,2%. "O que já está vendido demonstra que as margens vão ficar nesses patamares", diz Fugazza.  No quarto trimestre de 2011, a margem dos resultados a apropriar era de 53,2%. Isso também indica que margem bruta futura está sustentável no patamar entregue, de acordo com o executivo. Em 2010, a margem bruta foi de 46,8% e a margem líquida, de 38,3%. As metas para 2011 de margens bruta e líquida de 40% e 30%, respectivamente, foram reiteradas para 2012.
Conforme Fugazza, os recordes de rentabilidade obtidos no ano passado decorrem da assertividade da companhia nos produtos, "desde a compra do terreno até a entrega da obra para o cliente", além do controle de custos e do reconhecimento de marca EZTec pelo comprador. Os empreendimentos comerciais, com margens médias acima dos projetos residenciais, também contribuíram para os indicadores superarem as metas. O retorno sobre o patrimônio líquido foi de 29,9% no ano passado.
Em 2011, o lucro líquido da companhia cresceu 35% quando comparado a 2010, para o valor recorde de R$ 328,967 milhões. A receita líquida, de R$ 744,185 milhões, também a maior já registrada pela empresa, com alta de 16,9%. No ano passado, a geração de caixa medida pelo Ebitda subiu 27,7%, para R$ 289,273 milhões.
Quando se considera que os lançamentos anuais superiores a R$ 1 bilhão, registrados a partir de 2010, ainda não estão totalmente refletidos na receita - que, no setor, cresce conforme o avanço das obras -, o aumento do indicador tende a ser maior em 2012 do que em 2011, segundo Fugazza. Do total da receita líquida do ano passado, 15% refere-se a lançamentos de 2008, 28% a projetos de 2009, 31% de 2010 e 26% de 2011. "Em 2012, o volume de empreendimentos em construção aumenta consideravelmente e as vendas também crescem", diz o executivo.  De outubro a dezembro do ano passado, a companhia registrou recordes trimestrais de receita líquida (R$ 213,272 milhões), lucro bruto (R$ 110,251 milhões) e lucro líquido (R$ 97,554 milhões).
Até ontem, a EZTec lançou 11,1% do ponto médio da meta de lançar de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,4 bilhão em 2012. A resposta do mercado foi positiva tanto no lançamento residencial quanto no comercial, segundo Fugazza. Das 450 unidades do projeto residencial de médio padrão Bosque Ventura Boulevard, em Guarulhos (SP), lançado em 8 de março, 80% já foi vendido. "As vendas de dezembro até o momento foram muito positivas." O foco das atenções da companhia tem sido a venda de produtos lançados no quarto trimestre do ano passado e de estoques. As promoções para vender estoques contribuem para o cumprimento da estratégia, segundo ele.
No fim de dezembro, a EZTec tinha caixa líquido de R$ 241,350 milhões, ante R$ 135,1 milhões um ano antes. A expectativa da companhia é que sua posição de caixa líquido se estabilize nos próximos trimestres, com mais investimentos em terrenos e aumento do volume de obras. O estoque de terrenos da companhia correspondia ao VGV de lançamentos de R$ 4,8 bilhões em 31 de dezembro de 2011. Cerca de 80% desse total está na cidade de São Paulo.
No ano passado, a EZTec entregou 11 empreendimentos, com Valor Global de Vendas (VGV) próprio de R$ 419,7 milhões.  A companhia informou que deu início às obras do EZ Towers, projetos de lajes corporativas na zona Sul de São Paulo, com duas torres triple A. O EZ Towers não faz parte da faixa de VGV de lançamentos projetada para 2012. Somente após a definição da forma de venda do empreendimento é que o lançamento desse projeto será anunciado. "O EZ Towers é uma peça importantíssima no nosso planejamento estratégico. Entre três e seis meses, vamos ter definição mais clara do rumo nas operações", diz Fugazza.


Gigante têxtil mira o ramo imobiliário
Folha 14.03.2012 - Coteminas, da família de José Alencar, desativa fábricas no Rio Grande do Norte e constrói complexo com hotel e shopping. Empreendimento terá investimento de R$ 1 bi; Josué Gomes da Silva nega que empresa vá deixar o setor têxtil. Em meio à crise do setor têxtil -causada pela valorização do real e pela concorrência das importações da China-, a Coteminas, uma das maiores empresas do Brasil nessa área, está desativando duas fábricas no Rio Grande do Norte para explorar um dos segmento que mais crescem no país: o imobiliário.
A empresa usará o terreno de 885 mil metros quadrados que tem em São Gonçalo do Amarante, próximo a Natal, para construir um complexo imobiliário que incluirá residências, escritórios, shopping center, hotel, centro de convenções, teatro e escola. Localizado no mesmo município em que foi entregue à iniciativa privada a construção do novo aeroporto internacional do Estado, destinado a atender a demanda da Copa de 2014, o empreendimento está orçado em R$ 1 bilhão e projeta um fluxo diário de até 45 mil pessoas.
A ideia é que a primeira fase do projeto esteja pronta para "aproveitar o movimento da Copa". O restante dependerá da demanda no setor, mas a expectativa é que tudo esteja concluído em cinco anos, segundo o presidente da empresa, Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar.
O empresário, que é colunista da Folha, nega que esteja abandonando o setor têxtil, que enfrenta um dos seus piores momentos.
"Vamos continuar produzindo a mesma quantidade em outra unidade", disse à Folha. "Estudos de mercado apontaram qual era a melhor utilização do terreno."
Ele admite que a indústria têxtil perdeu importância relativa na economia, mas destaca que "uma coisa não atrapalha a outra". Questionado se não abre caminho para mudar de área, desconversa: "O futuro a Deus pertence".
Desde 2006, as importações brasileiras da área têxtil e de confecções superam as exportações. O deficit comercial vem crescendo num ritmo acelerado. A produção registrou queda no ano passado em relação a 2010, apesar do crescimento nas vendas, e os empresários do ramo negociam com o ministro Guido Mantega (Fazenda) medidas de socorro ao setor.
Transferência: A Coteminas abriu a primeira fábrica em São Gonçalo na década de 1980. Depois construiu uma segunda unidade ao lado. Nas duas trabalham 1.100 pessoas e são desenvolvidas cinco das sete etapas da produção da empresa, da fiação à confecção final de produtos de cama, mesa, banho e vestuário.
Segundo Silva, num primeiro momento somente estão sendo desativadas as fases de fiação e tecelagem. O restante depende de uma redistribuição da empresa, pois é preciso manter o abastecimento da outra fábrica no Estado, responsável pela confecção dos produtos. Ele diz que provavelmente as unidades da Paraíba vão suprir a produção desativada inicialmente em São Gonçalo. Nas outras etapas, a transferência será mais lenta.
Silva diz que ao menos metade dos funcionários será reaproveitada em outras unidades. Cerca de 550 dispensados farão cursos de capacitação para atender à nova demanda na área de comércio, hotelaria e escritórios.


Lucro da Brookfield cai 11%
Valor 14.03.2012 - A menor parcela de obras executadas dos empreendimentos vendidos pela Brookfield Incorporações em 2011 em relação à fatia construída dos imóveis comercializados em 2010 fez com que o lucro líquido da companhia caísse 10,1% no ano, para R$ 326,8 milhões, segundo o diretor financeiro e de relações com investidores, Cristiano Machado. No quarto trimestre, o lucro líquido recuou 11,5%, para R$ 75,1 milhões.
Em 2010, o resultado teve impacto de R$ 11 milhões da venda do projeto Faria Lima, em São Paulo, que na data de comercialização tinha 75% da obra executada. No ano passado, a Brookfield vendeu outro projeto de grande porte: 80% da Torre Sigma e do mall do projeto Brookfield Towers, desenvolvido no terreno que pertenceu à Giroflex, em São Paulo, que contribuiu com R$ 42 milhões no lucro. A execução das obras desse projeto correspondiam a menos de 10% do total.
No ano, a receita líquida aumentou 13,5%, para R$ 3,727 bilhões. O Ebitda cresceu 6,9%, para R$ 796 milhões, mas a margem Ebitda caiu de 22,7% em 2010 para 21,4% em 2011. A margem bruta foi de 27,3%, abaixo dos 28,9% de 2010. "Não esperamos mudança relevante na margem bruta", diz.
A Brookfield mantém as metas, para 2012, de vendas de R$ 4 bilhões a R$ 4,4 bilhões e de lançamentos de R$ 4,250 bilhões a R$ 4,750 bilhões. "Em janeiro e fevereiro, vendemos mais que nos dois primeiros meses do ano passado. Os produtos colocados no mercado têm sido muito bem absorvidos", diz Machado. Segundo ele, não houve mudanças, neste ano, da velocidade de vendas, que "continua boa". "Somos a empresa com maior velocidade de vendas anualizada do setor, de 61%", diz.
No fim de dezembro de 2011, a dívida líquida da companhia era de R$ 2,294 bilhões. A relação entre a dívida líquida e o patrimônio líquido ficou em 76%. "Isso já era um efeito esperado, pois fomos uma das empresas que mais cresceram de 2010 para 2011. É necessário capital para crescer, o que eleva o endividamento", explica Machado. Até o fim do ano, a relação entre dívida líquida e patrimônio líquido aumenta "um pouco", mas se estabiliza no fim de 2012. Conforme o executivo, a empresa ainda não começará a gerar caixa operacional neste ano por ter crescido muito, mas o consumo de recursos será menor que o do ano passado, com tendência de diminuir trimestre a trimestre. "Há chance de gerarmos caixa em 2013", diz. Ele ressalta que parte do consumo de caixa, em 2011, deveu-se também à recompra de R$ 81 milhões em ações.


Gafisa nomeia Andre Bergstein como diretor financeiro e de RI
Brasil Econômico 13.03.2012 - Anteriormente, Bergstein atuou na área imobiliária da Plural Capital. Bergstein se reportará a Duilio Alceu Calciolari, diretor-presidente da companhia.
A Gafisa anunciou nesta terça-feira (13/3) a contratação de Andre Bergstein como diretor financeiro e diretor de relação com investidores.
Anteriormente, Bergstein atuou na área imobiliária da Plural Capital, sociedade focada na gestão de investimentos e assessoria financeira, com sede em São Paulo.
Até então, o posto de diretor financeiro e de relação com investidores era ocupado por Alceu Duilio Calciolari, que renunciou, permanecendo apenas como diretor-presidente da companhia.


Plural lança fundo com foco em shopping
Valor 14.03.2012 - O crescimento do emprego e da renda e o processo de queda da taxa básica de juros têm impulsionado os investimentos em shopping centers.
A Plural Capital acaba de lançar um fundo imobiliário voltado para esse setor, com previsão de captar até R$ 300 milhões. A iniciativa marca a entrada da Plural na área de fundos imobiliários, liderada por Michel Gutnik Steinberg. Os recursos levantados pela nova oferta serão investidos na ABL Shopping, empresa que ficará responsável por desenvolver, adquirir, administrar e comercializar os empreendimentos imobiliários. A oferta é destinada a investidores superqualificados, com aplicação mínima de R$ 1 milhão.  Além do fundo imobiliário, a ABL Shopping contará com aportes de outros três sócios: do Fundo de Investimento em Participação (FIP) destinado a investidores estrangeiros; do sócio da ABL Empreendimentos e Participações Vicente Pierotti; e dos próprios sócios da Plural.
Segundo o Valor apurou, no total, os investimentos devem somar entre R$ 400 milhões e R$ 450 milhões, e serão alocados inicialmente em sete empreendimentos, que respondem por uma área bruta locável (ABL) de 200 mil a 250 mil metros quadrados. Os recursos serão desembolsados de acordo com o desenvolvimento das obras.
Por envolver maior risco, o retorno mínimo para os fundos de desenvolvimento imobiliário é de ganho real anual de 20% ao ano, podendo ultrapassar 25% ao ano.
O foco da ABL Shopping é investir em empreendimentos voltados para as classes B e C, localizados em grandes centros urbanos.
O primeiro investimento do fundo deve ser no shopping Pátio Alcântara, na cidade de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, que conta com terminal de ônibus agregado, e tem inauguração prevista para agosto deste ano. A ABL Empreendimentos e Participações, sócia nos projetos, detém uma participação no Boulevard Shopping São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro, em sociedade com a Partage, do grupo Sendas, que conta com 29.319 metros quadrados de ABL.
A Plural já trabalha com a emissão de títulos atrelados ao setor imobiliário como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras Hipotecárias, por meio da securitizadora, além de prestar assessoria financeira para operações nesse setor. A gestora ainda está com outra oferta em análise na Comissão de valores Mobiliários (CVM) do fundo imobiliário Rio Negro, com foco em renda, em que foi responsável pela estruturação da operação em parceria com a XP Investimentos, que será responsável pela gestão.
O setor de shopping centers é um dos focos da Plural na área imobiliária.
Com o aumento do poder de compra dos brasileiros, o setor está aquecido atraindo investimentos de fundos. Das 10 ofertas em análise na CVM, três são voltadas para esse segmento, com previsão de captação de R$ 1,422 bilhão.


Cedae quer arrecadar R$ 3 bilhões com venda de 30% das ações
JB 14.03.2012 - Procurado pelo JB, o governo do estado do Rio de Janeiro não se pronunciou a respeito da venda de 30% das ações da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (CEDAE) em uma oferta pública prevista para acontecer em agosto. A estatal atua em 65 dos 92 municípios fluminenses e abastece uma população de mais de 9 milhões de pessoas, além de efetuar o esgotamento sanitário para mais de 5 milhões. O objetivo da operação, que será coordenada pelo Banco do Brasil, Credit Suisse e BTG Pactual, é arrecadar cerca de R$ 3 bilhões. O valor arrecadado com a transação irá para o Tesouro Estadual. Segundo dados do governo do estado, a Cedae chegou a amargar prejuízos mensais de R$ 30 milhões. Em 2007, quando tomou posse a atual administração, a empresa iniciou um processo de reestruturação e, desde então, vem apresentando resultados positivos. De acordo com o último balanço patrimonial, referente ao ano de 2010, a arrecadação bruta da empresa chegou a R$ 2, 73 bilhões, valor recorde, e o lucro líquido a R$ 90,46 milhões.  A receita operacional bruta obteve um crescimento de atingiu R$  3,44 bilhões.


Aportes das usinas em cogeração despencam
Valor 14.03.2012 - Depois de investirem alguns bilhões de reais em cogeração de energia elétrica a partir do bagaço de cana na segunda metade da década passada, os grupos que atuam no segmento sucroalcooleiro do país reduziram as apostas nesta frente em 2011 e o corte promete ser mais profundo neste ano. Responsável pela maior parte dos financiamentos para esse tipo de projeto, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estima que a demanda nesta frente será da ordem de R$ 300 milhões em 2012, 65% menos que os R$ 860 milhões desembolsados no ano passado. A tendência segue o recuo dos aportes industriais como um todo no segmento, que tem capacidade ociosa e tem procurado ampliar investimentos na área agrícola, para promover a renovação e a expansão de canaviais. Mas também é influenciada pelos preços mais baixos da energia, que em 2011 caíram 28% nos leilões do mercado regulado.
Anexas ao maquinário que produz açúcar e etanol, as usinas normalmente dispõem de caldeiras que queimam o bagaço da cana e geram eletricidade para o consumo da própria usina. O excedente é 'exportado' mediante contratos de venda que podem ser feitos no mercado livre ou no mercado regulado pelo governo. Neste último é negociada 75% da eletricidade consumida no país.
O último marco para os investimentos das usinas em cogeração foi em 2008, quando o governo fez leilões exclusivos para negociar energia de biomassa, que resultaram em preços remuneradores. "Daí em diante o segmento investiu pesado para atender à demanda sinalizada pelo governo", diz Zilmar José de Souza, gerente de bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Entre 2008 e 2011, o BNDES desembolsou R$ 5,7 bilhões para financiar projetos de cogeração de energia, mas no ano passado o recuo foi acentuado. Os R$ 860 milhões desembolsados, que diante da previsão para 2012 parecem muito, já representaram uma queda de 42% sobre 2010.
Além da crise de crédito de 2008, que teve impacto nos investimentos em geral - e que guarda relação com a escassez de etanol no mercado doméstico em alguns períodos do ano passado -, o mercado de energia também não ajudou, reforçam especialistas.
Segundo dados compilados pela consultoria FG Agro, o preço médio da energia vendida nos leilões realizados em 2008 foi de R$ 152,92 por megawatt (MW) médio. Mas depois recuou para R$ 142,99 em 2009, R$ 142,99 em 2010 e R$ 102,23 em 2011. Nesse contexto, no último ano o segmento vendeu apenas 4% do ofertado no mercado regulado, ante participação média de 16% nos leilões realizados entre 2008 e 2010.
"O custo da energia produzida por uma unidade de cogeração 'retrofit' [ampliada a partir de uma já existente] é de R$ 140 por MW médio. Por isso, em 2011 não realizamos venda em nenhum leilão", diz João Alberto Abreu, diretor de cogeração da Raízen, maior grupo sucroalcooleiro do país.
O executivo ainda não considera a possibilidade de postergar o projeto da companhia de elevar sua capacidade de cogeração dos atuais 900 MW médios para 1.300 MW em cinco anos. "Nossa estratégia está baseada na venda de 70% da nossa energia no mercado regulado e 30% no mercado livre. Mas os investimentos novos vão depender da venda antecipada dessa energia a preços que tragam rentabilidade", diz Abreu.
Os preços atrativos nos leilões exclusivos para biomassa de 2008 começaram a declinar principalmente porque o governo alterou as regras a partir de 2009 e passou a permitir a concorrência de outras fontes de energia, como a eólica, nessas disputas.
"Com o agravamento da crise na Europa, em 2011, as companhias eólicas do bloco vieram disputar o mercado brasileiro mais agressivamente e pressionaram os preços para baixo", diz Luiz Cláudio Barreira, da FG Agro.
Apesar de ainda não haver estimativas oficiais, o mercado já se preocupa com o risco de haver, a partir de 2014, ociosidade no parque de cogeração em construção no país. As vendas nos leilões já vêm contemplando volumes de energia abaixo da capacidade das usinas.
Nos leilões do mercado regulado de 2011, foram vendidos, no total, 2,559 mil MW médios, dos quais as usinas, apesar de informarem terem disponíveis 269 MW médios, arremataram apenas 102 MW médios - ou seja, em tese metade da capacidade disponível naquele momento, segundo levantamento da FG Agro. "Esse buraco vai começar a aparecer a partir de 2014", prevê Barreira.
Com a maior capacidade instalada de cogeração de energia a partir do bagaço de cana do país, a ETH Bioenergia vendeu até agora cerca de 70% da energia que vai produzir até 2014, quando atingirá sua capacidade total de 2,5 mil gigawatts/hora/ano.
Três das nove usinas do grupo comercializaram energia em leilões em 2010 e 2011, e o restante, em leilões de 2008. "Obviamente, não deixaremos os 30% restantes para vender em 2014. A condição do mercado tem que melhorar", afirma o responsável pela área comercial, logística e de suprimentos da ETH, Marcelo Mancini.


Aneel autoriza reajuste médio de 6,68% para Ampla
JCRJ 14.03.2012 - Os moradores de 66 cidades do Rio de Janeiro que são atendidos pela distribuidora Ampla vão pagar em média 6,68% mais caro pela energia elétrica a partir de quinta-feira (15). O reajuste foi aprovado nesta terça-feira (13) pela diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Para as residências, o aumento será de 6,28% e para as indústrias, de 7,7%. A Ampla atende 2,7 milhões de unidades consumidoras.
Segundo a Aneel, os índices de reajuste são calculados considerando a variação de custos que a empresa teve no período. A fórmula inclui custos de distribuição, sobre os quais incide o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) e o Fator X, que é calculado com base na produtividade das concessionárias e determina a redução que deve ser aplicada no cálculo do reajuste da tarifa.


Celesc recebe licença para ampliar PCH Celso Ramos
JCRJ 14.03.2012 - A Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina) informou nesta terça-feira (13) que a sua subsidiária integral, a Celesc Geração, obteve da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) licença ambiental prévia para repotencialização da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Celso Ramos.
O empreendimento, em operação desde 1963, está localizado no município de Faxinal dos Guedes na região Oeste de Santa Catarina. Atualmente,  possui potencia instalada de 5,8 MW em duas unidades no Rio Chapecozinho.  De acordo com informações da diretoria técnica da Celesc Geração, a ampliação da PCH Celso Ramos se dará pela inserção de duas unidades geradoras adicionais, com turbinas tipo Francis, que elevarão a capacidade geradora instalada dos atuais 5,8 MW para 12,6 MW, constituindo-se numa elevação de 117% na capacidade geradora desta unidade.


Lucro da AES Eletropaulo sobe 16,7% em 2011
Brasil Econômico 14.03.2012 - O mercado cativo registrou crescimento de 3,9% no ano. O mercado total na área de concessão da AES Eletropaulo apresentou em 2011 crescimento de 4,1%, totalizando 45.101 GWh.  O lucro líquido obtido pela AES Eletropaulo no ano passado foi de R$ 1,572 bilhão, frente a R$ 1,348 bilhão em 2010, configurando um acréscimo de 16,7% no comparativo entre os períodos. A receita líquida de 2011 alcançou R$ 9,836 bilhões, um aumento de 1,4% em relação aos R$ 9,697 bilhões observados no ano anterior. O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) teve alta de 18%, com R$ 2,848 bilhões em 2011 contra R$ 2,413 bilhões em 2010. O resultado da companhia foi influenciado pelo pagamento compensatório da Cia Brasiliana para a AES Eletropaulo referente à alienação das quotas da AES Eletropaulo Telecom para Tim.
Além disso, o desempenho refletiu o impacto positivo da reversão da provisão de ICMS sobre perdas comerciais; recebimento da terceira parcela do acordo com a prefeitura de São Paulo; reversões de provisões trabalhistas e tributária; e reconhecimento da correção monetária e juros de mora sobre a contribuição ao Finsocial.
Também houve efeito negativo devido à reversão para obrigações especiais das receitas com ultrapassagem de demanda e excedente de reativo auferidas no período de 4 de julho ao final de dezembro de 2011, além do efeito positivo da postergação da aplicação do 3º Ciclo de Revisão Tarifária para a companhia.
O mercado total na área de concessão da AES Eletropaulo apresentou em 2011 crescimento de 4,1%, totalizando 45.101 GWh. O valor é resultado do bom desempenho registrado pelas classes residencial e comercial. O mercado cativo registrou 3,9% de crescimento no ano.
Já os clientes livres cresceram de 4,7% no período, influenciados pela migração de clientes cativos para o ambiente livre. O mercado livre é um segmento do setor elétrico em que as operações de compra e venda de energia elétrica acontecem através de contratos bilaterais e em condições livremente negociadas. A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) é a responsável pela estruturação das regras e procedimentos de comercialização.


Telebras e Algar Telecom assinam acordo para troca de infraestrutura
JCRJ 14.03.2012 - A Telebras assina nesta terça-feira (13) com a Algar Telecom, empresa de telecomunicações do Grupo Algar, o primeiro contrato para troca de infraestrutura de fibras ópticas apagadas (swap). Isso permitirá que a empresa complemente 42,5 km de backbone (núcleo central da rede) entre Baureri e São Caetano, passando pela cidade de São Paulo, além de viabilizar a implantação de um anel metropolitano na região com 129 km de fibras ópticas. Em contrapartida, a Telebras vai compartilhar 501 km de rede entre Paulínia, em São Paulo, e Curitiba, no Paraná. A iniciativa visa ampliar a capilaridade da rede para o atendimento do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL). O documento será assinado pelo presidente da Telebras, Caio Bonilha, e pelo diretor Técnico Operacional, Vilmar José Pereira da Silva. Pela Algar Telecom assinam o presidente, Divino Sebastião de Souza, e o diretor adjunto de Negócios com Operadoras, Marcelo Almeida Nunes.
Também participa do evento o presidente do Conselho do Grupo Algar, Luiz Alberto Garcia. A assinatura será às 14h30, na sede da estatal, em Brasília.


Eike e Petrobrás se associam pela primeira vez em acordo de US$ 1,6 bi
Estadão 14.03.2012 - OSX, empresa do grupo de Eike Batista, deve fechar nas próximas semanas um acordo com a empresa Sete Brasil, da qual a Petrobrás é sócia, para a construção de duas sondas para o pré-sal.  A Petrobrás e o empresário Eike Batista devem se associar pela primeira vez, nas próximas semanas, num contrato de fornecimento de equipamentos para exploração do pré-sal. O elo será a OSX, empresa de serviços offshore do grupo, que negocia a construção de duas sondas de perfuração, num valor estimado em US$ 1,6 bilhão, com a Sete Brasil, empresa de investimentos da qual a Petrobrás é sócia.  Posteriormente, as sondas construídas pelo grupo de Eike devem ser afretadas (alugadas) para a própria Petrobrás. "A Sete Brasil está em fase de negociação com o estaleiro OSX e acredita muito no interesse comum entre as empresas de tornar este projeto possível", disse à Agência Estado João Carlos Ferraz, presidente da Sete Brasil.
O negócio selará uma nova fase de relacionamento de Eike com a Petrobrás, antes marcado pela disputa por investidores e pelo recrutamento de executivos da estatal. Desde a criação da petroleira concorrente, a Petrobrás viu estrelas de seus quadros serem contratadas a peso de ouro por Eike - como é o caso do próprio diretor-geral da OGX, Paulo Mendonça.
Dificuldades. Em 2005, Eike também teve atritos com a companhia por causa de uma térmica no Ceará. O empresário construiu a usina e contava com a Petrobrás como cliente para fechar as contas até a maturação do projeto. Eike não recebeu um dos pagamentos e ameaçou entrar na Justiça por quebra de contrato. A térmica acabou sendo vendida posteriormente.
Os atritos, no entanto, parecem ter ficado no passado. O empresário fez questão de demonstrar isso prestigiando, no mês passado, a posse de Graça Foster na presidência da Petrobrás. Segundo uma fonte do grupo, a associação agora é possível diante do crescimento da OSX, que já atende às necessidades da OGX e conquista capacidade para oferecer serviços também fora do conglomerado.
Além do negócio de US$ 1,6 bilhão para a construção das sondas, o possível afretamento delas não custaria à Petrobrás menos de US$ 1 milhão por dia. Os últimos contratos de afretamento fechados pela estatal em fevereiro foram de até 15 anos e ultrapassaram este valor.
Perguntado sobre a possibilidade de afretamento das sondas à Petrobrás, Ferraz respondeu: "Por que não?".  Um megaequipamento desse tipo não fica pronto em menos de três anos, no melhor dos cenários. As sondas seriam construídas na Unidade de Construção Naval do Açu (UCN Açu, ao lado do Superporto do Açu), mais um estaleiro que pode ser enquadrado na denominação "virtual". Ou seja: as sondas precisam começar a ser montadas com o estaleiro ainda em construção.
Perfil: A possibilidade de Eike construir as sondas e depois afretá-las à Petrobrás, em vez de usá-las dentro de casa, na OGX, faz sentido se for mantido o atual perfil de sua petroleira. Hoje, 92% dos ativos de petróleo e gás da companhia estão em águas rasas ou em campos terrestres.
As sondas alvo da negociação são para águas ultraprofundas, com até 2 mil metros, perfil do pré-sal. Os blocos marítimos da OGX ficam em lâminas d’água cerca de 20 vezes menores que na área do pré-sal da Bacia de Santos, onde a Petrobrás atua.
As duas sondas alvo das conversas com a OSX são as únicas das 30 do portfólio da Sete Brasil ainda sem contrato de afretamento com a Petrobrás. Todas as outras 28 sondas prestarão serviço à estatal.
"A Petrobrás é uma gigante que está em todas as áreas, e a EBX, um grupo de grande complexidade. É natural que as duas passem a ser ao mesmo tempo parceiras e concorrentes. Para a OSX, com a exigência de conteúdo nacional da Petrobrás, abre-se um mercado enorme", diz Ricardo Corrêa, analista de petróleo da corretora Ativa.


OSX capta US$ 500 milhões no mercado internacional
Brasil Econômico 13.03.2012 - A construção do FPSO OSX-3 encontra-se em andamento em Cingapura. Os recursos serão utilizados na construção do FPSO OSX-3, que terá capacidade produtiva de 100.000 barris de petróleo por dia.
A OSX-3 Leasing B.V, subsidiária da OSX Brasil, captou US$ 500 milhões no mercado internacional, mediante a emissão de títulos de dívida - Senior Secured Bonds -, cujos recursos líquidos serão utilizados na construção do FPSO OSX-3. O FPSO OSX-3 terá capacidade produtiva de 100.000 barris de petróleo por dia, e de armazenamento de até 1.300.000 bbls, sendo arrendado para a OGX para operação na Bacia de Campos pelo prazo de 20 anos. A construção do FPSO OSX-3 encontra-se em andamento em Cingapura, no estaleiro da Jurong, conforme o contrato turn-key de engenharia, construção, suprimento e instalação (EPCI) celebrado julho do ano passado. As condições financeiras da captação realizada pela OSX Leasing B.V. preveem vencimento final em março de 2015 e juros de 9,25% ao ano, pagos trimestralmente.
A companhia terá a opção de resgate total antecipado dos títulos entre 15 e 24 meses da emissão a 103% do valor de face, ou entre 24 a 36 meses a 102% do valor de face.
Na emissão de títulos de dívida, a Pareto Securities atuou como coordenador global, "Joint Lead Manager" e "Bookrunner", e a DNB Markets foi "Joint Lead Manager" e "Bookrunner".


BNDES vai conceder empréstimo de R$ 15 bi para sondas de petróleo
Folha 14.03.2012 - O BNDES se prepara para conceder um dos maiores empréstimos da sua história à Sete Brasil, contratada pela Petrobras para construir 28 sondas de prospecção de petróleo.
Pelas contas do banco, o financiamento, ainda sob estudo dos técnicos, chegará a R$ 15 bilhões.
Já a Sete Brasil espera uma cifra ainda maior: US$ 13,5 bilhões (R$ 23,6 bilhões).
O valor foi estimado com base em metade do custo total das sondas (US$ 27 bilhões) -a empresa considera viável o BNDES financiar 50% da construção.
Pelas regras do banco, só são passíveis de financiamentos bens e serviços produzidos no Brasil.
Considerando uma "curva de aprendizagem" da indústria doméstica de fornecedores, a Sete Brasil prevê que a meta de conteúdo local das sondas comece em 55% e avance gradualmente até 65%.
Segundo a empresa, o BNDES já deu garantias de que vai financiar a construção das sete primeiras sondas, encomendadas ao estaleiro Atlântico Sul (PE) -que sofre com atrasos em suas entregas e tem problemas para formar mão de obra. A companhia estima que os desembolsos do BNDES vão ocorrer de 2012 a 2020.


ANP conclui investigação e mantém proibição a Chevron
Valor 14.03.2012 - A petroleira norte-americana Chevron e a ANP (Agência Nacional do Petróleo) divergem sobre as causas do acidente que provocou o vazamento no campo de Frade, na bacia de Campos, informou nesta terça-feira a diretora-geral do órgão regulador, Magda Chambriard.  A agência concluiu as investigações sobre o incidente e manteve a decisão que impede a petroleira de realizar perfurações de poços para encontrar petróleo.  Em sua primeira entrevista a jornalistas desde que assumiu a direção-geral da agência, Magda afirmou que a Chevron ainda não soube identificar as reais causas do vazamento e, por isso,
também não foi capaz de provar que está capacitada para mitigar riscos e voltar às operações de perfuração.  A agência, porém, está esperando que a Chevron apresente novas conclusões que levem a uma convergência de dados.  "Acredito que a Chevron resolva isso em breve", afirmou a diretora-geral da ANP.  Magda não deu detalhes sobre as conclusões das investigações, justificando que está dando tempo para a petroleira fazer sua defesa.
Mas recentemente, em entrevista exclusiva à agência Reuters, ela disse que o projeto do poço exploratório da Chevron no campo de Frade não mostrava uma falha geológica que pode ter sido determinante para o vazamento de petróleo no local.  "Esse desenho do poço teria funcionado perfeitamente não fosse uma falha que estava ali que não estava no projeto do poço. Por que essa falha não estava ali no desenho? A sísmica mostrava ou não?", disse Magda na ocasião, antes de se tornar diretora-geral da ANP, ao ser indagada se a ANP conhecia as condições de pressão do reservatório que a Chevron perfurou.  O relatório da Polícia Federal sobre o acidente, pelo qual indiciou Chevron, Transocean (dona da sonda que operava no local) e funcionários envolvidos na perfuração, concluiu que o poço onde ocorreu o vazamento não poderia ter sido perfurado. Mas antes de realizar a perfuração, a petroleira recebeu aval da ANP, como de praxe na indústria petrolífera brasileira.
A nova diretora-geral disse ainda que a Chevron terá amplo espaço para se defender no caso --o principal executivo da companhia disse nesta terça-feira, nos EUA, que espera ter um tratamento "justo" no Brasil.  O vazamento de ao menos 2.400 barris de petróleo no campo de Frade, em novembro, resultou na abertura de processos judiciais contra a Chevron, em autuações e pedido de indenização no valor de R$ 20 bilhões. Nova rodada: Chambriard disse também que ainda não conversou com a presidente Dilma Rousseff sobre a realização de uma nova rodada de licitação de blocos de petróleo.  Ela acrescentou que a agência aguarda a aprovação do governo para seguir com o próximo leilão.
"Eu trabalho com o horizonte do setor de petróleo, mas a presidente Dilma trabalha com o horizonte de todo o Brasil", afirmou, ao ser indagada sobre paralisação das rodadas de petróleo.
Toda a definição sobre blocos foi concluída, sob aprovação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), e falta apenas o aval da presidente Dilma para a realização da 11ª rodada, que não inclui blocos no pré-sal.  No portfólio apresentado pela agência para ser leiloado, áreas da margem equatorial, que possuem semelhanças com a cobiçada costa africana, são as principais apostas para atrair o interesse de investidores.  A diretora afirmou que a ANP buscará a partir dos leilões uma descentralização da exploração de petróleo no Brasil, com produção hoje concentrada no Sudeste.


Braço imobiliário da Odebrecht vai lançar R$ 6,5 bi este ano
Valor 13.03.2012 - Altit: "Nós conseguimos ter custos de captação compatíveis aos do grupo Odebrecht e aos das melhores empresas".A Odebrecht Realizações Imobiliárias, empresa do grupo Odebrecht, pretende lançar R$ 6,5 bilhões em 2012. Esse total supera os lançamentos realizados pela maior parte das incorporadoras de capital aberto no ano passado e representa 85% de crescimento em relação aos R$ 3,5 bilhões lançados pela empresa em 2011. A empresa tem focado sua atuação no desenvolvimento de empreendimentos de grande porte.
Os projetos previstos para serem lançados em 2012 foram maturados nos últimos dois anos. A Odebrecht Realizações desenvolve empreendimentos residenciais, comerciais, de hotéis e uso misto, com foco nas grandes capitais. "Nós nos preparamos para ter crescimento sustentável, orgânico, com visão de longo prazo", diz o presidente da empresa, Paul Altit.
Em 2012, a Odebrecht Realizações vai lançar a primeira fase de projeto que abrange torres residenciais e comerciais, shopping center e hotel, no terreno que pertenceu à Monark, nas proximidades do MorumbiShopping, em São Paulo. Ainda não estão definidos quais os tipos de produtos entre os previstos serão incluídos na primeira etapa. Os aportes nesse projeto serão feitos em parceria com investidores - fundos e famílias -, além de futuros usuários, cujos nomes não são revelados.  Entre os maiores projetos da Odebrecht Realizações está também a Vila dos Atletas, no Rio de Janeiro. A Vila dos Atletas é desenvolvida pela Ilha Pura, empresa em que a Odebrecht Realizações detém 50% de participação e a Carvalho Hosken, os demais 50%.
A empresa atua ainda no que Altit chama de incorporação sob medida, ou seja, feita para clientes únicos. É o caso do escritório que está construindo para a Organização Odebrecht, na Marginal Pinheiros, em São Paulo.
No segmento de baixa renda, a empresa atua por meio da Bairro Novo, focada em projetos enquadrados no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Velho, Brasília, Fortaleza e Camaçari (BA). A Bairro Novo participa com parcela de 25% a 30% dos lançamentos totais da Odebrecht Realizações. Criada a partir de parceria com a Gafisa - que optou por deixar a sociedade após a compra da Tenda -, a Bairro Novo atua desde o desenvolvimento de infraestrutura urbana até a produção de imóveis.
A partir do fim de 2012 ou início de 2013, a Bairro Novo começará a lançar também produtos para o segmento econômico, mas acima das faixas do Minha Casa, Minha Vida, de acordo com Altit. Os preços máximos vão variar conforme cada mercado de atuação, mas deverão ficar no patamar de R$ 300 mil a R$ 350 mil. Com a inclusão de imóveis de valor mais elevado, a parcela da Bairro Novo na Odebrecht Realizações poderá saltar para 40% já a partir de 2013 ou no máximo em 2014, segundo estimativa de Altit. A área imobiliária do grupo foi separada na empresa Odebrecht Realizações Imobiliárias em 2007. A holding da empreiteira possui 84,5% de participação, e a Gávea Investimentos, de Armínio Fraga, os demais 14,5%. Conforme Altit, o grupo traz para a empresa a "credibilidade" e a "arquitetura de relacionamento nos níveis privado e público". "Nós conseguimos custos de captação compatíveis aos do grupo e aos das melhores empresas", ressalta o executivo. Em função do crescimento previsto para os próximos três anos, o conselho de administração da empresa avalia a possibilidade de nova capitalização, que poderá ser feita pelos próprios sócios, pela entrada de outros investidores ou por meio de injeção de recursos nas sociedades de propósito específico (SPEs) que desenvolvem os projetos. No curto prazo, a Odebrecht Realizações não prevê abrir seu capital, mas a possibilidade não é descartada no longo prazo. "Precisamos ter mais escala, evoluir enquanto empresa", diz Altit.


Investidores apostam em oferta maior do Itaú pela Redecard
Exame 13.03.2012 - Mudança na base acionária revela expectativa por um valor acima de R$ 35. Mercado aguarda o laudo de avaliação da Rothschild & Sons.
Os investidores minoritários da Redecard (RDCD3) esperam uma nova oferta do Itaú Unibanco (ITUB3; ITUB4) para tirá-la da bolsa. Ao menos é o que indica a mudança na base acionária nas últimas semanas. Os acionistas que já tinham os papéis parecem ter embolsado os lucros após a ação subir para 35 reais, dando espaço para quem aposta em uma possível revisão do valor proposto no início de fevereiro.
“Uma mudança significativa de quase 16% na participação total da Redecard (ou seja, 31% da base acionária minoritária) já ocorreu desde o anúncio da intenção de fechar o capital da Redecard pelo Itaú Unibanco”, relata o analista Leonardo Milane, do Santander, em um relatório. O mercado aguarda o laudo de avaliação da Rothschild & Sons, que foi contratada para definir um preço justo para a oferta. Até agora, o Itaú disse ter calculado o preço com base na média dos preços-alvos dos analistas. A expectativa é de que o relatório aponte um valor parecido ao do Itaú, o que poderia então levar os minoritários a exigir uma nova avaliação.
“Nós não acreditamos na hipótese do Itaú desistir do fechamento ou destruir valor na Redecard, pois consideramos que o uso de “métodos alternativos” para atingir os objetivos estratégicos provavelmente custaria mais em termos de tempo e dinheiro do que simplesmente aumentar o preço da proposta”, explica o Santander.


BTG Pactual tem 77,4% da Estapar
Valor 13.03.2012 - O BTG Pactual é o controlador da rede de estacionamento Estapar, com participação de 77,4%. Os fundadores da empresa Hélio Francisco Alves Cerqueira e Helio Cerqueira Junior, detêm 4,1%, informou a Estapar, em nota.  A empresa não quis dar entrevista. Para atingir esses percentuais, os sócios promoveram algumas operações nos últimos três anos. Em 2009, BTG Pactual comprou 50% do controle da Estapar, com um aumento de capital de R$ 29,4 milhões. No ano seguinte, adquiriu mais 45% da rede de estacionamento com outro aumento de capital no valor de R$ 12,6 milhões, segundo o balanço de 2010 divulgado em dezembro de 2011.
Há cerca de duas semanas, a gestora de fundo de private equity BR Investimentos, do economista Paulo Guedes, comprou pouco mais de 12% da Estapar, tornando-se assim o segundo maior acionista. A californiana Templeton, fundo que investe em mercados emergentes, é desde dezembro, dona de cerca de 7% da Estapar. Para entrar no capital da Estapar, as duas gestoras também promoveram aumento de capital de cerca de 23%, segundo o Valor apurou.  A Estapar fechou 2010 e 2009 com prejuízos de R$ 2,6 milhões e R$ 3,8 milhões, respectivamente.


Brasil Insurance adquire ZPS por R$ 16,1 milhões
Brasil Econômico 13.03.2012 - A ZPS, com sede em São Paulo, é uma corretora de seguros que atua nos segmentos de Saúde, Dental, Auto e Vida em Grupo.
A empresa passará a deter 99,80% das quotas representativas do capital social da corretora ZPS.  A Brasil Insurance Participações e Administração firmou contrato para aquisição do controle da ZPS/MW Corretora de Seguros (ZPS) por R$ 16,1 milhões. Do valor total, 50% serão pagos em dinheiro e 50% em ações da Brasil Insurance. A parcela inicial será de R$ 7,8 milhões somados a quatro parcelas anuais variáveis, em função dos resultados futuros da ZPS. A operação está alinhada com a estratégia de crescimento da Brasil Insurance, através da compra de participações em empresas de intermediação de seguros e resseguros. A ZPS, com sede em São Paulo, é uma corretora de seguros que atua nos segmentos de Saúde, Dental, Auto e Vida em Grupo.
Segundo comunicado, a aquisição trará à companhia aproximadamente 50 mil vidas e cerca de 2 mil veículos, expandindo a base de clientes da Brasil Insurance na cidade.
A corretora comercializou em 2011 aproximadamente R$ 55 milhões em prêmios de seguros.


Apostas concentram-se em negócios 'imunes' à inflação
Valor 13.03.2012 - O corte de 0,75 ponto percentual na taxa Selic na semana passada, para 9,75% ao ano, deve seguir injetando gás no mercado de ações. A visão geral é que o juro mais baixo diminui o custo de oportunidade, o que estimula a busca por investimentos com um pouco mais de risco, caso da bolsa, avalia Breno Guerbatin, sócio-gestor da Studio Investimentos. Aplicações atreladas ao CDI vão render menos e os investidores, incomodados, devem buscar a bolsa, acrescenta Pedro Quaresma, sócio e analista da gestora de recursos STK Capital.  O juro vem caindo desde agosto do ano passado, mas o efeito disso na atividade demora a aparecer. A economia está crescendo abaixo do potencial e os dados de produção industrial em janeiro ainda vieram fracos, mas é preciso olhar para o que vai acontecer daqui para frente, acredita Quaresma. "Sabemos que, quando há uma campanha forte de corte de juros, inevitavelmente vai afetar a economia", destaca. E como a bolsa antecipa o futuro, se a expectativa é de expansão da atividade, o mercado de ações tende a reagir.
A percepção de que o país vai conviver com juro mais baixo por mais tempo já explica parte da valorização do mercado de ações neste início do ano, na avaliação de Guerbatin, da Studio. Ainda assim ele acredita que há boas oportunidades num horizonte de médio prazo. Empresas ligadas ao consumo doméstico, que se beneficiam do crescimento econômico e do maior acesso ao crédito, emergem como as mais atrativas nesse ambiente, na visão dos gestores. Mas é preciso ficar atento ao risco de inflação, ponderam. "O maior medo é que a queda de juros gere um processo inflacionário", diz Quaresma, da STK. Quando isso acontece, empresas podem ter dificuldade para reajustar preços, comprimindo as margens. Na pesquisa Focus divulgada ontem, a primeira após o corte de 0,75 ponto na Selic, as estimativas para o IPCA aumentaram, passando de 5,24% para 5,27% em 2012 e de 5,20% para 5,50% em 2013.  Num ambiente em que o maior risco tende a ser o de pressão de preços, Quaresma aposta em companhias cujo modelo tenha uma proteção natural contra a inflação. Entre as principais posições da gestora, ele cita o caso da Multiplus, que administra programas de fidelidade. A empresa, além de ser sensível à queda de juro via aceleração do crédito, tem sua receita protegida contra a inflação. "Se os preços aumentam, os gastos nos cartões de crédito também crescem, o que gera mais milhas nos programas. Assim, a empresa tem mais pontos para vender", explica.
Multiplus também é uma aposta da Studio. Segundo Guerbatin, essa é uma tese de consumo menos óbvia. Além da proteção natural contra a inflação, ele destaca que, com uma economia mais aquecida, as pessoas viajam mais, impulsionando o acúmulo de pontos nos programas de fidelidade.
O mesmo acontece com as empresas de cartão de crédito Redecard e Cielo. Como a receita é calculada com base em um percentual das transações, se os preços sobem, a empresa captura esse aumento na sua receita. Esse também é um segmento que cresce na esteira da economia, acrescenta o gestor da Studio.  Companhias com marcas fortes e poder de barganha para reajustar preços complementam a tese de investimentos para esse ambiente em que há risco inflacionário, afirma Guerbatin. Nessa linha, Quaresma, da STK, aposta no setor de shopping center, por meio da Aliansce. A empresa é beneficiada tanto pelo aumento do consumo, já que cobra um aluguel vinculado às vendas dos lojistas, quanto pelo poder de negociação dos contratos de aluguel, uma vez que as taxas de ocupação dos shoppings que administra estão elevadas.  Ambev e Souza Cruz também têm posição privilegiada, uma vez que detêm participação relevante no mercado em que atuam, continua o gestor da STK. Essas companhias têm poder de mercado para repassar aumento de custos, além de uma situação confortável de geração de caixa para pagar bons dividendos. Mas ele pondera que esses papéis estão nas máximas históricas, o que reduz a atratividade.
Empresas que pagam bons dividendos continuam atrativas em cenário de queda de juros, segundo Quaresma, por serem imunes ao risco de inflação, caso das concessionárias de rodovias, setor elétrico e da própria Cielo. Guerbatin, da Studio, pondera que essas ações se beneficiam de um ambiente de Selic menor, porque o potencial de retorno da ação comparado ao custo de oportunidade aumenta, não necessariamente por mudanças nos fundamentos. "Prefiro as ações que se beneficiam do aumento do consumo", diz.


Karsten e Altenburg planejam franquias e mais lojas próprias
Valor 13.03.2012 - Alvin Neto, presidente da Karsten, diz que vai comercializar franquias até 2013.Depois de lançarem algumas poucas unidades em caráter de teste, agora Karsten e Altenburg programam não só um aumento mais significativo de lojas próprias, como também já fazem os primeiros estudos para o lançamento de um canal de franquias.
A Karsten tem se mostrado mais adiantada no processo de franquias. Já há planos para começar esse projeto em 2013, mas o presidente da empresa, Alvin Neto, prefere ainda não dar detalhes sobre o investimento inicial para cada loja, área geográfica de maior interesse nem o valor de royalties ou perspectivas de faturamento. Mas afirma que este modelo será comercializado entre o fim de 2012 e início de 2013 e espera-se que daqui três a quatro anos a empresa tenha 25 lojas Trussardi entre próprias e franqueadas.
No fim do ano passado, o grupo Karsten abriu três lojas Trussardi em um modelo de parceria com clientes chamado de lojas em lojas. Nesta formato, há uma área dentro da loja do cliente que é exclusiva da marca Trussardi, com "check out" próprio. A operação é do cliente, mas a Karsten possui uma promotora Trussardi que acompanha o negócio e as informações de giro. As inaugurações ocorreram em Recife, Brasília e Florianópolis e há previsão de mais 12 lojas deste tipo neste ano, com uma meta de se chegar em até 50 em três anos.
Entre abril e maio, a Karsten dará outro passo no varejo, com inauguração de uma loja-conceito da Trussardi na capital paulista, criando a primeira loja monomarca, de fato, própria.
A busca pelo varejo vem aos poucos sendo o novo alvo das fabricantes do setor têxtil do ramo de cama, mesa e banho. O direcionamento busca a lucratividade e uma espécie de contraponto ao movimento do próprio varejo. Hoje, tanto o varejo de grande quanto o de médio porte já adquirem produtos manufaturados prontos na Ásia para vender em suas lojas no Brasil, deixando de comprar produtos da indústria nacional.
Na Altenburg, o projeto de franquias também avança e deve sair no médio prazo, mas o diretor comercial da empresa, Gláucio Braga, não dá detalhes. "O projeto está sendo estudado. Contratamos pessoas, mas está bem no começo. Hoje temos uma equipe estudando varejo e uma unidade de negócios voltada para isso".
Neste ano, a Altenburg programa a abertura de 16 novas lojas próprias, todas em São Paulo. Isso triplicaria o volume atual de lojas. No fim de 2011, a Altenburg já dava pistas do seu apetite maior pelo varejo ao inaugurar duas novas unidades na capital paulista, nos bairros de Moema e Itaim Bibi.
As novas lojas previstas devem seguir a ideia de inserção em bairros nobres e em shopping centers. "São Paulo tem bastante potencial e dá muita visibilidade para a marca. É a vitrine do Brasil", explica Braga sobre a opção de concentrar as novas lojas em um único Estado.
Em 2008, a Altenburg havia aberto uma loja-piloto em Balneário Camboriú (SC) para testes. Desde então vinha timidamente investindo nisso. Mas no ano passado, segundo Braga, houve uma revisão desses negócios e a empresa fechou 2011 com um total de quatro unidades: 3 em São Paulo e uma em Santa Catarina.
A revisão envolveu estudos sobre o modelo de loja, a variedade de produtos a ser ofertada e discussões sobre a localização, preços, entre outras. Dentre as diretrizes, o executivo explica que há preocupação de que os pontos de venda das lojas monomarcas estejam a uma determinada distância do varejo multicanal e que as lojas Altenburg tenham uma política "justa" de preços. Isto é, não vender mais barato do que varejo multimarcas. "É preciso ter um mark up (margem de lucro) dentro da realidade do mercado", diz Braga, considerando que a indústria também depende da existência do canal multimarcas para o seu faturamento. "Estamos indo com muito cuidado, pois a distribuição é importante nas lojas multimarcas. Para chegar a todos os pontos do Brasil você não faz isso só com pontos próprios e franquias".


Valeant adquire fatia em laboratório de SP
Valor 13.03.2012 - Conforme Picosse, presidente da Valeant, empresa estreia em biotecnologia.
A multinacional Valeant anunciou ontem a compra de 19,99% de participação no laboratório Pele Nova, em Ribeirão Preto (SP), a quarta aquisição da companhia no Brasil em menos de dois anos - a última foi no mês passado, somando investimentos de R$ 350 milhões no país. Essa é a primeira compra de participação minoritária feita pela farmacêutica no Brasil. Nos outros três laboratórios, a Valeant adquiriu 100% dos negócios.
A Pele Nova é uma empresa de biotecnologia, focada em pesquisa e desenvolvimento. "Essa foi uma aquisição focada. A Pele Nova desenvolve um medicamento para regeneração de pele em pacientes com feridas crônicas [sobretudo as provocadas pela diabetes]. O que temos hoje são medicamentos voltados para cicatrização", disse ao Valor Carlos Picosse, presidente da companhia no Brasil. O valor dessa transação está estimada em US$ 10 milhões.
O Regederm, produto desenvolvido pela Pele Nova, em parceria com a Universidade de Ribeirão Preto, já tem seu registro feito na Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) e deverá ser lançada no mercado até o fim do mês. "Vamos criar um mercado de regeneração de pele", disse Picosse.
O laboratório de Ribeirão Preto começou a fazer pesquisas com o látex da seringueira Hevea brasiliensis, no início dos anos 90, que demonstrou inúmeras aplicações na área médica. A companhia tem em seu "pipeline" outros produtos, voltados para área dermocosmética, medicamento tópico, além de duas frações proteicas para indicação anti-inflamatória e dermocosmética. Segundo Marília Mello, diretora de novos negócios da Valeant, o novo produto da companhia já tem patente concedida no Brasil e Europa. "Estamos com outras quatro patentes em análise no Brasil, outras três na Europa e nos EUA, além de uma no Canadá e Japão", afirmou Marília.
Decidida a entrar no mercado brasileiro, a Valeant, de origem americana (no ano passado uniu-se à canadense BioVail), comprou há quase dois anos dois laboratórios. O primeiro foi o Delta, instalado em Indaiatuba (SP), em abril de 2010. Essa aquisição serviu como base para a companhia começar a desenvolver genéricos no Brasil. Quase um mês depois, o grupo anunciou a compra da Bunker, com sede na capital paulista, por cerca de R$ 100 milhões. No mês passado, o grupo desembolsou R$ 150 milhões na compra da empresa Probiótica, especializada em nutrição esportiva.
Os negócios da Valeant no Brasil representam cerca de 3% do faturamento global do grupo. A meta é atingir 7% em três anos. O faturamento da empresa no país foi de R$ 263,4 milhões em 2011, segundo a IMS Health. A expansão se dará por aquisições e compra de medicamentos. O movimento de consolidação da Valeant é global, com ênfase em países com potencial de expansão, como o Brasil, e também com possibilidade de diversificação de negócios. No mundo, a Valeant fatura cerca de US$ 3 bilhões. Fundada em 1960, originalmente como ICN (International Chemical Nuclear). Em 2005, resolveu se reorganizar e passou a se chamar Valeant. Nos últimos três anos, o grupo realizou importantes aquisições em países da Europa e do Hemisfério Norte.


Na Bahia plano privado é raro e mais caro
Valor 13.03.2012 - Jorge Pinheiro, presidente da operadora Hapvida: "Há uma enorme carência de leitos na Bahia e só entramos no Estado após investir em uma rede própria".A Bahia é um mercado sui generis quando se trata de saúde privada. Apenas 10% da população local tem plano de saúde, bem abaixo da média nacional, de 25%. O principal motivo dessa fatia menor é o preço do convênio médico, que em Salvador, a capital baiana, chega a ser 60% superior na modalidade individual e 30% nos planos empresariais quando comparado ao resto do Nordeste e Norte.
Apesar de a Bahia ser o Estado mais rico do Nordeste, o preço elevado nos planos de saúde ocorre por, basicamente, dois fatores: a "judicialização", com um grande volume de processos de usuários de planos de saúde contra suas operadoras; e carência de hospitais, clínicas e laboratórios. A combinação é que eleva o custo dos serviços médicos. "Em Salvador, a operadora paga pelo menos R$ 45 por cada consulta médica. Já em São Paulo, há consultas na casa dos R$ 20", disse Jorge Oliveira, presidente da Promédica, maior operadora da Bahia, com 120 mil usuários.
Os procedimentos cirúrgicos realizados na Bahia são em média cinco vezes mais caros se comparados aos outros Estados do Nordeste. "Em muitos procedimentos cirúrgicos fica mais barato levar o paciente para fazer em São Paulo do que realizar em Salvador", disse Marcus Vinícius Lopes, diretor de mercado da Unimed-Salvador.
"Muitas vezes o procedimento é coberto pelo plano, mas o usuário entra com liminar. Isso acontece muito com cirurgia bariátrica porque a pessoa não quer se submeter aos exames preliminares que verificam se realmente ele tem condições de realizar a cirurgia", complementou o presidente da Promédica.
As características do mercado baiano pressionam as margens das operadoras e seguradoras. A "judicialização" da cobertura de saúde no Estado é ímpar. No ano passado, foram concedidas na Bahia 6.320 liminares em favor dos usuários de planos que pleitearam judicialmente cobertura de atendimento médico ou fornecimento de materiais ou medicamentos não cobertos pelo convênio.
Para efeito de comparação: a Unimed Salvador que atende 37 mil usuários foi processada com 152 liminares no ano passado. Nesse mesmo período, a Unimed Sergipe, dona de uma carteira com 80 mil beneficiários, ou seja praticamente o dobro da operadora baiana, teve apenas 12 liminares.
A demanda por liminares é tão grande que o Tribunal de Justiça da Bahia montou uma equipe com três médicos que fazem plantão 24 horas, sete dias por semana, para ajudar os juízes em suas decisões.
"Nessas ações há termos médicos muito técnicos e normalmente com urgência. É uma situação delicada porque pode haver risco de vida. Antes, os juízes tinham que pedir ajuda para médicos amigos para esclarecer as dúvidas, o que poderia levar mais tempo", disse a médica Jamile Feraz, coordenadora da equipe médica do TJ da Bahia, que já atuou como auditora em operadoras de planos de saúde.
"Há cerca de cinco anos uma liminar obrigou a Medial a pagar um spa para um paciente que foi diagnosticado com estresse. Na ação constava que era uma clínica de repouso, mas na verdade era um spa e o juiz provavelmente não teve tempo de analisar exatamente o que era", disse Valter Hime, ex-presidente da Medial e atual consultor da Swett & Crawford Brasil, corretora de resseguro de saúde.
"Realmente houve um período com muitas liminares, mas isso está mudando aos poucos", diz Jamile, médica do Tribunal de Justiça da Bahia. "É difícil conseguir derrubar uma liminar na área da saúde. Cabe recurso no Juizado Especial, mas raramente dá certo", disse Dagoberto Lima, advogado especializado em saúde suplementar.
A maioria das ações judiciais parte dos usuários de plano individual com carências a serem cumpridas. O diretor da Unimed-Salvador ressalta que um caso comum é a mulher fazer um plano de saúde já grávida, sem informar a operadora. Mesmo sem cumprir o prazo mínimo para procedimento de parto previsto no contrato, o paciente acaba conseguindo uma liminar da justiça baiana. "Há uma cultura generalizada de proteger o usuário, um discurso em prol da vida humana, mesmo quando há um claro rompimento de cláusula contratual", disse Lopes.
Diante desse cenário, poucas operadoras oferecem planos individuais. Na Bahia, há 1,4 milhão de pessoas com assistência saúde, sendo que 1,1 milhão são planos concedidos por companhias para seus funcionários como benefício.
A exceção fica por conta da Hapvida, operadora cearense que durante uma década atuou timidamente, sem ações comerciais, na Bahia, e no ano passado fez fortes investimentos para crescer no mercado local. A operadora investiu R$ 100 milhões em aquisições e construção de uma rede própria de hospitais, clínicas e laboratórios. "Há uma enorme carência de leitos na Bahia e só entramos no Estado após investir em uma rede própria. Hoje, 95% das nossas internações e 75% das consultas e exames são realizadas na nossa rede verticalizada que tem capacidade para atender 300 mil vidas", diz Jorge Pinheiro, presidente da Hapvida.
Há um ano, essa empresa tinha apenas 15 mil clientes na Bahia e hoje já são 80 mil beneficiários. "A 'judicialização' continua sendo um grande problema. Estamos em um trabalho forte junto com os médicos para que eles ajudem a esclarecer para os usuários os seus direitos", diz o presidente da Hapvida, que tem no total 1,2 milhão de beneficiários.
O fato de a operadora cearense ter uma rede própria, não se sujeitando aos custos dos hospitais locais, ajuda a controlar a taxa de sinistralidade - ou seja, o tamanho do gasto com internações e outras despesas médicas. Na Hapvida, essa taxa fica na casa dos 73%. Na Unimed Salvador, que não tem rede própria, essa taxa é de 85%.
Em outros Estados, a "judicialização" também está presente. Estudo da Unimed BH, feito entre 2005 e 2007, mostra que na maioria das decisões judiciais o consumidor obtém vitória, contra as operadoras de planos de saúde. No Rio, 92% das sentenças são favoráveis aos usuários. Em Minas Gerais e São Paulo, esse percentual é de 85% e no Rio Grande do Sul, 79%.


Produção de biodiesel ainda derrapa
Valor 13.03.2012 - Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura: "Faltando um marco regulatório".A ausência de uma política melhor definida pelo governo federal para o biodiesel frustrou a expectativa dos fabricantes do biocombustível de fazer do país o maior produtor mundial em 2011. O prêmio de consolação é a possibilidade de o Brasil ter se tornado o maior consumidor no ano passado. Empresas e especialistas pedem um novo marco regulatório para o segmento e reforçam as críticas sobre a falta de competitividade do biodiesel em relação ao diesel comum, cujos preços não seguem o humor do mercado externo.
Apesar de o mercado ter previsto produção de 2,8 bilhões de litros de biodiesel no ano passado, o volume ficou em 2,554 bilhões, 5,3% mais que em 2010, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Com a crise internacional na Europa, a conquista do primeiro lugar, antes ocupado pela Alemanha, parecia fácil. No entanto, o país caiu para a terceira colocação, segundo estimativas da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio). A "derrota" foi para a Argentina, com 3,2 bilhões de litros, e Estados Unidos, com 3 bilhões. A Alemanha deverá ficar em quarto. As informações oficiais de cada país deverão sair neste mês. Os produtores atribuem a derrota ao fato de o Brasil não ser exportador. "A Argentina exporta mais de 50% da produção para a Europa", lembra o presidente da Aprobio, Erasmo Battistella. Para ele, a indústria - que tem 55% de capacidade ociosa, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME) - carece de incentivos à exportação, além de objetivos mais claros para o desenvolvimento do ramo.
A Aprobio pleiteia junto ao ministério a oficialização de metas para dez anos, como aumento do percentual da mistura no diesel comum para 20% - hoje a taxa está em 5% -, redução da carga tributária, avanços no sistema de leilões para a comercialização e estímulos à participação da agricultura familiar no fornecimento de matérias-primas e a própria diversificação das fontes para a produção do biocombustível.
"Está faltando um marco regulatório", avalia o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires. Para ele, a política de preços do governo tem colocado os combustíveis renováveis em desvantagem em relação aos fósseis, ao evitar que as oscilações do petróleo cheguem ao mercado interno. "No nosso caso, estamos expostos às variações das matérias-primas", insiste Battistella, que além de comandar a Aprobio preside a empresa BSBIOS e a Associação Brasileira dos Produtores de Canola. Mais de 70% do biodiesel produzido no país é feito a partir da soja, "que é uma commodity e tem um risco inerente", observa Pires.
Pires lembra que os combustíveis renováveis eram uma das principais bandeiras do primeiro mandato do ex-presidente Lula. "Desde que foram anunciadas as reservas do pré-sal, o governo esqueceu de certa forma dos combustíveis renováveis". O MME afirmou, em nota, que ampliar o uso de energias renováveis faz parte da política energética nacional do governo federal. Já em relação ao novo marco regulatório, o ministério afirmou estar ciente da solicitação do segmento. "No entanto, o pleito mais recorrente e mais enfatizado é o aumento do percentual de mistura do biodiesel no diesel comum, o que em si não representa, propriamente, um novo marco regulatório", frisou o MME, destacando que o governo está avaliando as possibilidades, apesar de não trabalhar com prazos definidos. No momento, o ministério estuda os resultados alcançados até agora.
O segmento também está ansioso pela aprovação da nova resolução da ANP para o biodiesel, cujo texto final deverá ser submetido à diretoria e à procuradoria-geral da agência nas próximas semanas para depois ser publicado no Diário Oficial da União (DOU). Segundo a agência reguladora, a área técnica está agora analisando as sugestões e comentários recebidos na audiência pública, realizada no último dia 16. Os assuntos mais polêmicos são as determinações em relação à temperatura e à umidade que deverão ser seguidas por produtores e distribuidores.
"É impossível, com a umidade do ar, ter um mesmo teor ao longo de toda a cadeia até o consumidor final", disse o presidente da Associação Nacional das Empresas distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes, Alísio Vaz, para quem as novas regras chegam em boa hora. "Somos muito favoráveis à especificação do biodiesel. Houve problemas de degradação de qualidade do diesel em função da proliferação de bactérias", afirmou.


Apesar do dólar, Heringer bate recordes
Valor 13.03.2012 - A Heringer S.A, uma das três maiores empresas de fertilizantes do Brasil, registrou recordes no volume de entregas e no faturamento em 2011. Já o lucro líquido foi afetado pela variação cambial e registrou crescimento modesto. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também foi o maior da história, conforme a empresa. Cresceu 66% em relação a 2010 e atingiu R$ 352,5 milhões, com margem de 7,5%. No quarto trimestre de 2011, o Ebitda foi de R$ 125,8 milhões, com margem de 7,6%.
A receita líquida atingiu R$ 4,7 bilhões no ano passado, aumento de 33,6% em relação ao ano anterior, quando ficou em R$ 3,5 bilhões. O volume de entregas atingiu 4, 86 milhões de toneladas em 2011, um crescimento de 7,2% ante 2010. A empresa destacou o crescimento do volume de entregas para as culturas de milho (15,4%), café (18,5%), reflorestamento (16,8%) e cana-de-açúcar (6,9%).
O lucro líquido totalizou R$ 63,8 milhões, alta de 3,4% na comparação com os R$ 61,8 milhões realizados em 2010. De acordo com o diretor-presidente da Heringer, Dalton Carlos Heringer, o lucro só não foi maior em consequência da variação cambial, que resultou em uma despesa financeira maior.
Já o lucro bruto de R$ 659,5 milhões em 2011 superou em 41,8% o obtido no ano anterior.
O crescimento nos principais indicadores é creditado à boa fase da agropecuária no ano passado. Além disso, o aumento das vendas dos chamados produtos especiais também colaborou para o desempenho positivo da companhia, de acordo com Heringer.
Foi registrada alta de 30,5% nas entregas de produtos especiais, que passaram de 1,321 milhão de toneladas, em 2010, para 1,724 milhão de toneladas em 2011. A participação destes produtos no total de vendas saltou de 29% para 35% na mesma comparação.
O market share da empresa nas vendas de produtos finais em 2011 foi de 17,2% - no último trimestre atingiu 19,8%, acima dos 19,7% do mesmo período do ano anterior.
Diante dos números recordes de 2011, a Heringer espera um 2012 de estabilidade. "Acreditamos que os fundamentos para 2012 ainda são bastante razoáveis. A expectativa de preços médios das commodities agrícolas é de um patamar um pouco abaixo de 2011. Mas o setor vem experimentando uma fase muito propícia", diz Heringer.


Anatel quer voltar a vender licença de TV a cabo em abril
Estadão 13.03.2012 - Regulamento da nova lei de TV por assinatura deve ser avaliado pelo conselho diretor da agência no próximo dia 22. Desde 1999 a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) não vende licenças de TV a cabo. O presidente da agência, João Rezende, afirmou hoje que o processo deve ser retomado no mês que vem. "A agência falhou ao ficar 13 anos sem discutir essa questão", disse ele, que participou de evento da Associação Brasileira de Prestadoras de Serviço de Telecomunicações Competitivas (TelComp), em São Paulo.
O conselho diretor da Anatel deve apreciar no próximo dia 22 a regulamentação da nova Lei de TV Paga, aprovada ano passado. "Hoje, 20% dos domicílios do Brasil têm TV por assinatura", disse Rezende. "Em cinco anos, esse porcentual deve subir para 40% a 50%."
A licença custará R$ 9 mil, e servirá para todo o País, desde que o projeto técnico seja submetido à Anatel. "Logo em seguida passaremos para o processo de outorgas", explicou o presidente da agência. "Começaremos a conceder outorgas no final de abril, dependendo da documentação apresentada pelas empresas."
Atualmente, existem pouco mais de 250 cidades brasileiras com operações de TV a cabo. "Existem cerca de 600 pedidos na agência", afirmou Rezende. "Se 20% se viabilizarem, serão 120 novos players." Existem empresas que até já chegaram a cabear cidades menores, começaram a oferecer banda larga e só esperam o sinal verde da Anatel para incluir o serviço de TV.
A Associação NeoTV, que reúne empresas independentes de TV por assinatura, tem 86 associados. Desse total, 41 já operam o serviço, três são programadoras e os outros 42 aguardam o início da venda de licenças pela Anatel. "Temos mais 20 pedidos de associação", disse Mariana Filizola, diretora-geral da associação. "Mas, quem é mais conservador, deve esperar a regulamentação da Ancine."
A Lei n.º 12.485, que definiu as novas regras de TV paga, está sendo regulamentada por duas agências: Anatel e Agência Nacional do Cinema (Ancine). A Ancine regulamenta todas as questões de conteúdo, como as cotas para produções nacionais.
O diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, afirmou durante o evento RioContentMarket, há duas semanas, que a regulamentação definida pela Ancine deve ficar pronta "em meados de abril".
O anúncio da Anatel foi bem recebido. "Estamos vendo a medida como bem positiva", disse João Moura, presidente executivo da TelComp. "Muitas empresas estudam o assunto." Para Alexandre Annenberg, presidente da Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), o impacto no mercado deve ser significativo: "Tem muita gente ansiosa para poder trabalhar".
4G. João Rezende disse que o edital das frequências da telefonia celular de quarta geração (4G) deve ser publicado até 20 de abril. Com isso, o leilão aconteceria após 45 dias, no começo de junho. Anteriormente, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e a presidente Dilma Rousseff haviam dito que o leilão aconteceria em maio.
Mas o presidente da Anatel nega atraso. "A data definida é que o edital deve ser publicado em abril", afirmou. O objetivo do governo é que a nova tecnologia esteja disponível nas cidades que sediarão a Copa.
Rezende disse também que a Anatel vai começar a discutir a faixa de 700 MHz, que hoje é ocupada pela TV analógica. O decreto que instituiu a TV digital definiu que esses canais devem ser devolvidos pelas emissoras até 2016. Nos Estados Unidos, essa faixa é usada para o 4G.


Fundos apostam em 'novo Pão de Açúcar'
Folha 13.03.2012 - Investidores globais viram disputa societária entre Casino e Abilio Diniz como oportunidade de ganhar dinheiro. Fundo investigado por fraude na compra da GVT pela Vivendi está entre os investidores do Pão de Açúcar. A disputa no comando do Pão de Açúcar, intensificada no ano passado com a tentativa frustrada de fusão com a unidade brasileira do Carrefour, abriu uma oportunidade para investidores estrangeiros ganharem dinheiro.  Fundos estrangeiros de perfil agressivo e investidores globais passaram a comprar ações preferenciais (sem voto) do Grupo Pão de Açúcar apostando em um desfecho favorável à empresa e aos acionistas com o fim da crise.  No domingo, a Folha revelou que o Casino planeja dar início a uma reestruturação na América Latina, reunindo em uma só empresa as subsidiárias da Argentina, do Uruguai, da Colômbia e do Brasil (Grupo Pão de Açúcar).  O passo inicial prevê a conversão de ações preferenciais (sem direito a voto) do Pão de Açúcar em ações ordinárias (com voto).  A mudança seria tomada após 22 de junho deste ano, quando Abilio Diniz irá transferir uma ação ordinária ao Casino, que ficará com o comando. Na prática, a reestruturação põe fim ao acordo assinado entre Abilio e o grupo francês, que já espera a saída do executivo brasileiro.
Desde o fim de maio de 2011, as ações preferenciais do Pão de Açúcar tiveram uma valorização de 35,52% -saltaram de R$ 62,13 para R$ 84,20. Só neste ano, subiram 25,7%. Ontem, os papéis terminaram a R$ 84,20, com baixa de 2,7%.  O próprio Casino já tinha dado sinais ao mercado de sua confiança no desfecho da crise, quando comprou US$ 363 milhões em ações preferenciais do Pão de Açúcar em junho de 2011.
O grupo francês foi elevando sucessivamente sua participação acionária e hoje esbarra na obrigação de manter ao menos 30% das ações pulverizadas no mercado. Circulam no mercado atualmente 39% das ações e cada um dos sócios tem cerca de 20% de ações preferenciais.
Fundos: A diferença está nas mãos de investidores estrangeiros que adquiriram lotes inferiores a 5% do total das ações da companhia no mercado. Por isso, essas transações não precisaram ser comunicadas.
Segundo a Bloomberg, entre os 17 fundos que mais têm ações do Pão de Açúcar, 8 não tinham papéis da rede varejista até junho.
Um dos fundos que mais compraram ações do Pão de Açúcar é o inglês Tyrus, que costuma se posicionar em empresas com disputas societárias ou de setores que terão mudança regulatória.
O Tyrus já é o segundo maior fundo com ações preferenciais do Pão de Açúcar, com 6,5 milhões de papéis adquiridos entre agosto e dezembro de 2011 (4% do total).
Também chamam a atenção o francês Carmignac Gestion, que comprou 1,90% em setembro de 2011, e os ingleses Henderson Group (0,85% adquirido entre setembro e dezembro de 2011) e Gartmore Investment (0,74% comprado no final do ano passado).
Não é a primeira vez que o Tyrus opera com empresas no brasileiras. Em 2009, ele foi investigado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) por operar em nome da francesa Vivendi, que adquiriu o controle da operadora de telefonia GVT, comprando ações no mercado.
Na ocasião, o Tyrus adquiriu menos de 5% das ações da GVT, mas tinha opções de compra de ações garantidas à Vivendi que somavam 19,6%. Outros fundos também operaram para a Vivendi, que, em novembro de 2009, anunciou a compra da GVT, pondo fim à disputa que travava com a Telefônica.
Os espanhóis pretendiam comprar a GVT em leilão na Bolsa. Para evitar um julgamento, a Vivendi fez acordo com a CVM e pagou R$ 150 milhões. A Telefônica move ação por danos sofridos.


Eternit tem lucro 11% maior no quarto trimestre
JCRJ 13.03.2012 - A Eternit fechou o quarto trimestre de 2011 com lucro líquido R$ 32,050 milhões, crescimento de 11% frente ao registrado em igual período do ano anterior.
Já o Ebitda (geração operacional de caixa) da companhia, nos últimos três meses de 2011, foi de R$ 39,828 milhões, incremento de 17% em relação a intervalo equivalente de 2010. A margem Ebitda, por sua vez, também registrou acréscimo, de 2 pontos percentuais, indo para 18%.
A receita líquida da empresa, no mesmo intervalo de tempo, foi de R$ 219,989 milhões, expansão de 4%. Já no acumulado do ano, a companhia viu seu lucro cair 5%, ao encerrar o ano em R$ 97,193 milhões. Enquanto isso, o Ebitda de 2011 foi de R$ 140,107 milhões, queda de 3% frente a 2010, ao passo que a margem Ebitda recuou 2 p.p., para 17%.  A receita líquida da companhia, por sua vez, registrou avanço de 8% ao fim de 2011, fechando o ano com o montante de R$ 820,238 milhões.


Rio espera liberação de R$ 3,6 bilhões para infraestrutura
JCRJ 13.03.2012 - O Rio de Janeiro espera, para esta semana, a aprovação, na Assembleia Legislativa (Alerj), do projeto de lei que prevê a contratação de uma linha de financiamento junto ao Banco do Brasil no valor de R$ 3,6 bilhões. O recurso será destinado à execução do Programa Melhoria da Infraestrutura Rodoviária e Urbana e da Mobilidade das Cidades do Estado do Rio de Janeiro (Pró-Cidades) e visa à realização de importantes obras de infraestrutura, mobilidade urbana e preparar o estado para receber os grandes eventos dos próximos anos. O anúncio foi feito pelo vice-governador e coordenador de Infraestrutura do estado, Luiz Fernando Pezão, durante almoço em sua homenagem na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), na última sexta-feira (9). Entre o recebimento da Medalha Bicentenário do Barão de Mauá e o Diploma, Pezão ressaltou que o Estado precisa muito da parceria com o empresariado para continuar o desenvolvimento harmônico do Rio de Janeiro. Há inúmeros projetos de Parceria Público-Privada (PPP) em andamento. Já foi publicada uma proposta de parceria para a construção e manutenção de nove hospitais, por exemplo.
“A renovação do estado é visível. Estamos com uma série de obras nas ruas e com dificuldades para pegar novos financiamentos. Abrimos R$ 14 bilhões de capacidade de endividamento e hoje entidades como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco Mundial (Bird) e a Corporação Andina de Fomento (CAF) não estão conseguindo atender as nossas necessidades”, afirmou Pezão, ressaltando que entre as obras beneficiadas estão as Linhas 3 e 4 do metrô, as Casas de Custódia, a recuperação do Complexo Lagunar da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá.
No evento, Pezão disse ainda que empresas como a Cedae, hoje a segunda empresa na área de saneamento do País e se preparando para a abertura de capital, estava falida no início do governo. No final de 2011, a empresa saldou com a União uma dívida de R$ 2,2 bilhões, que já existia há mais de uma década e impedia que a Cedae pudesse acessar linhas de financiamento para a melhoria nas áreas de tratamento e distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto.
O evento contou com a presença do secretário de Obras, Hudson Braga, que representou o governador Sérgio Cabral, Hudson Braga; do presidente da Alerj, deputado Paulo Melo; do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Jonas Lopes; da presidente do Tribunal Regional do Trabalho, Maria de Lourdes Salaberry; do presidente do Tribunal de Justiça, Manoel Alberto Rebelo dos Santos; do presidente da Ceade, Wagner Victer; e do diretor-presidente do Jornal do Commercio, Maurício Dinep.


Drama da oferta reduzida de soja continua em 2012/2013
Folha 13.03.2012 - A produção mundial de soja da safra 2011/12 não para de ser revista para baixo.
Primeiro, foi a estiagem do verão norte-americano, que reduziu a colheita dos Estados Unidos dos 89 milhões de toneladas inicialmente previstos para os 83 milhões colhidos no fim de 2011.
Agora, são os números da safra da América do Sul que ficam menores a cada dia. Demorou, mas, na semana passada, o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) finalmente reconheceu que a estiagem causada pelo fenômeno La Niña fez um estrago maior do que se esperava. Para o Brasil, a safra foi reduzida para 68,5 milhões de toneladas, bem abaixo dos 75 milhões estimados poucos meses atrás, devido ao impacto da seca na região Sul e no sul de Mato Grosso do Sul.  Já a produção da Argentina, avaliada inicialmente em 52 milhões de toneladas, é calculada em 46,5 milhões.
E o Paraguai, que tinha potencial para quase 8 milhões de toneladas, não deve colher mais do que 5 milhões.  Com isso, a safra mundial de soja, cuja primeira projeção era de 263 milhões de toneladas, agora é estimada em 245 milhões.  A perda, de 18 milhões de toneladas, ou 7%, é resultado da queda de cerca de três sacas por hectare na produtividade média mundial.  É muita coisa. Essa retração também pressiona os estoques mundiais, calculados em 57 milhões de toneladas, ante quase 69 milhões de toneladas no ciclo anterior.
Para o produtor brasileiro, o resultado positivo de tudo isso é que o preço de venda para 2013 (isso mesmo, safra 2012/13), que começa a ser negociado antecipadamente entre empresas, já é tratado acima dos valores médios fechados para entrega em 2012.  Em Rio Verde, no sudoeste de Goiás, por exemplo, o preço médio da safra 2011/12 até agora é de R$ 44 por saca de 60 quilos. Para 2013, há negócios a R$ 47, o que também já começa a sinalizar aumento na área plantada na próxima temporada.  E o drama da escassez de abastecimento não termina tão cedo. Só o que muda são os atores. Com a quebra de safra na América do Sul, o suprimento da segunda parte do ano passa a ser dos Estados Unidos.  O problema, para a oferta de soja, é que os norte-americanos, devido aos altos rendimentos das lavouras de milho e dos atuais preços internacionais, devem cultivar cerca de 38 milhões de hectares com o grão, a maior área desde 1944.  Uma parte desse avanço do milho ocorrerá sobre soja e algodão. Para a soja, as primeiras pesquisas indicam número muito parecido com o do ano passado, em torno de 30,4 milhões de hectares.
Por isso, se os Estados Unidos não tiverem clima bom e produtividade excelente, seus estoques de soja deverão continuar baixos.  Mas tudo isso é assunto para os próximos capítulos da novela climática da safra 2012/13, que está apenas começando.


O marketing da Kraft para vender amendoim
Valor 13.03.2012 - De cavanhaque, óculos de aviador e confiança desmedida, Doug realiza proezas que desafiam a morte consideradas demasiado arriscadas para o garoto-propaganda. Infelizmente, os feitos de Doug sempre terminam da mesma maneira: com ele sendo esmagado e transformado em creme de amendoim. Os profissionais de marketing da Kraft Foods esperam que as desventuras de Doug agucem o apetite do consumidor para a entrada da companhia no apinhado mercado americano de creme de amendoim. No que pode ser a mais atrasada extensão de marca na história, a Kraft está usando a marca Planters, existente há 100 anos, para acelerar o crescimento de seus maduros negócios no setor de alimentos. As prateleiras dos supermercados já estão lotadas de marcas como a líder Jif, produzido pela JM Smucker; Skippy, da Unilever; e Peter Pan, da Foods ConAgra; bem como marcas de cremes de amendoim dos próprios supermercados. "Eles podem ter um longo caminho pela frente para se estabelecerem", diz Gary Rodkin, CEO da ConAgra. "Nós vamos continuar a dificultar o caminho deles".
No marketing da Planters não estão mães exigentes ou meninos voadores que nunca envelhecem. A Kraft tem como alvo os adultos, que consomem dois terços do US$ 1,8 bilhão em cremes de amendoim vendida nos EUA a cada ano, diz Triona Schmelter, diretor de marketing da Planters. A Kraft estava em busca de um mascote adulto e decidiram adotar o desajeitado Doug. "O creme de amendoim era uma progressão natural", diz Schmelter.
Plano da multinacional nos EUA é voltado para adultos, que consomem US$ 1,8 bilhão do produto
Como muitos de suas rivais, a Kraft está penando para gerar crescimento em sua unidade de produtos alimentícios e ainda este ano desmembrará essa operação de sua unidade de salgadinhos, de crescimento mais rápido, criando duas empresas de capital aberto. Embora o faturamento dos produtos alimentícios da Kraft na América do Norte tenham crescido quase 5% em 2011, isso deveu-se em parte a aumentos de preços.
A Kraft não tinha investido muito na Planters, facilitando que salgadinhos de marcas dos próprios supermercados e produtos da Diamond Foods, em mais rápido crescimento no mercado, fizessem uma festa em seu quintal. De 2005 a 2010, as vendas da Planters em supermercados americanos caíram 12%, de acordo com a SymphonyIRI Group, especializada em pesquisas de mercado. Sua participação no mercado de salgadinhos tipo "snack nuts" (amendoim, amêndoa, castanha, nozes) chegou a 24% em 2011, abaixo dos 32% em 2006.
O marketing da Planters também teve seus tropeços. Embora suave e de monóculo, no fim da década de 2000 "Mr Peanut" (outro garoto-propaganda) tinha se tornado apenas mais um sujeito em roupa de espuma. "Ele perdeu sua identidade do ponto de vista publicitário", diz Caroline Winterton, líder desenvolvimento de marcas mundiais da Planters na Being, agências que assumiu a publicidade da marca em 2010. Os novos comerciais criaram um "Mr Peanut" pequeno e em forma de amendoim. Reformulado, ajudou a lançar uma linha de salgadinhos naturais saudáveis. As vendas subiram um pouquinho naquele ano. A equipe de marketing da Planters começou então a pensar em novos produtos. A perspectiva de produzir creme de amendoim era considerada há anos. Mas a Kraft nunca quis fazer o investimento na produção e comercialização necessários para uma Planters em dificuldades, para entrar num mercado tão competitivo. "Não há marcas Jif ou Skippy de amendoim competindo conosco [no setor de tradicional de amendoim]", diz Anthony Vernon, presidente das operações da Kraft na América do Norte. Mas "as equipes mostraram que a marca Planters foi reconhecida pelos consumidores de creme de amendoim".
A situação da economia também ajudou. Consumidores impactados pela recessão e em busca de proteína mais barata fizeram as vendas de creme de amendoim crescer 9% em 2011. Então a Kraft decidiu assumir os riscos. A companhia lançou o creme de amendoim Planters em junho, num evento com o chef Marcus Samuelsson, que apresentou receitas para adultos como o iogurte com creme de amendoim e até mesmo sopa com o produto.
Após seis meses no mercado, no ano passado, a Planters ficou em sexto lugar. A participação de mercado neste ano subiu partir de 1,8% em 2011 para "em torno de 5 a 6%", segundo Schmelter, e a Kraft abriu uma terceira unidade de processamento.
Embora o reconhecimento de marca da Planters e as palhaçadas virais do "Peanut Butter Doug" na internet e no Facebook tenham ajudado a fazer a nova linha de produtos decolar, um crescimento sustentável será difícil, imagina Ken Harris, analista de varejo da Kantar, uma firma de pesquisas de mercado. Atrair consumidores de rivais estabelecidos exigirá um grande esforço de marketing e mais gastos, diz ele. Até agora, a Planters não alocou verbas para transferir Doug da internet para comerciais no horário da TV nobre e não divulga se planeja fazê-lo.
A Planters não é a única empresa a tentar crescer no mercado de produtos cremosos. Richard Smucker, CEO da Smucker disse em fevereiro a investidores que cremes especiais (de amendoim, castanha etc) gera US$ 260 milhões por ano em vendas e está crescendo mais rápido do que o mercado mundial de creme de amendoim. Por isso, ele pretende lançar dois cremosos de avelã no ano que vem. Diz Howard: "O negócio é inovação e marketing".


Esquema fez mais vítimas entre militares da Aeronáutica
Valor 13.03.2012 - O caso da Filadélphia chama a atenção devido a algumas peculiaridades. Em primeiro lugar, a maioria das vítimas é militar da Aeronáutica. Além disso, as aplicações financeiras estão atreladas a empréstimos consignados oferecidos por bancos, de acordo com a PF e os reclamantes ouvidos pelo Valor. Na maior parte dos casos relatados, a instituição responsável pelo crédito consignado foi o Banco Intermedium.
Em entrevista à reportagem, o diretor-executivo do Banco Intermedium, João Vitor Menin, e a diretora de varejo, Virgínia Cansado, explicaram que a Filadélphia realmente era um correspondente bancário da instituição desde 2008 e ajudava na captação de clientes para concessão de crédito consignado. "Chegamos à Filadélphia por meio de um trabalho de prospecção, com o objetivo de ganhar fatia no mercado de consignado", diz Menin. Segundo ele, a Filadélphia tinha atuação nacional e trabalhava com "outros seis ou sete bancos, como Santander e BMG ". "Era um correspondente até cobiçado pelos bancos, muito atuante", diz. Procurados, o Santander confirmou que a empresa era um de seus correspondentes bancários, mas foi descredenciada em agosto de 2009, ao passo que o BMG respondeu que teve parceria com a Filadélphia de junho de 2009 a igual mês de 2011. De acordo com o BMG, nesse período, os negócios entre as partes foram inexpressivos.
Em junho de 2009, a CVM já havia determinando a suspensão da oferta de investimento por parte da Filadélphia
A Filadélphia foi também correspondente bancário da Caixa Econômica Federal até agosto de 2009 - quando o contrato foi encerrado a pedido da própria empresa, conforme explicação da assessoria de imprensa do banco público -; da financeira Lecc a, com sede no Rio de Janeiro (RJ), de fevereiro de 2009 a junho de 2011; e do Bradesco, até fim de 2009.
Menin e Virgínia, do Intermedium, ressaltaram que, recentemente, assim que surgiu a suspeita de fraude por parte da Filadélphia, suspenderam a parceria com a empresa. "Mesmo não tendo certeza de que houve fraude, suspendemos a prestação de serviço", afirma.  O caso reforça a importância de o investidor procurar informações sobre as instituições, antes de aplicar seu dinheiro. Em 30 de junho de 2009, por exemplo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já havia publicado uma deliberação na qual determinava a "imediata suspensão da oferta de investimento em cotas de pretenso fundo de investimento" por parte da Filadélphia.
A autarquia obrigava ainda o encerramento da atividade de administração profissional de carteira de valores mobiliários "pela Filadélphia e pelos Srs. Carlos Henrique Vieira, Rosa Cristina Nagib Vieira e Marilice Pimentel da Silva". Segundo a deliberação da CVM, as pessoas citadas "vinham ofertando cotas de fundo irregularmente constituído (...) inclusive com promessa de rentabilidade e garantia de retirada, por meio da página na rede mundial de computadores:
www.filadelphiaemprestimos.com.br ".
Perguntados sobre a continuidade da parceria com a Filadélphia, mesmo após esse alerta da CVM, os executivos do Intermedium argumentaram que, na época, questionaram a empresa. "Mas era apenas uma suspeita; não podíamos nos basear em uma investigação que estava no início", justifica Menin. "Até hoje o processo é inconclusivo. A gente acompanha os processos." Indagados, no entanto, se chegaram a procurar a CVM, responderam que não.
A CVM, por sua vez, confirmou ao Valor que a Filadélphia não tem autorização para oferecer aplicações financeiras e administrar carteiras de investimentos. Na deliberação de 2009, é citada uma multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento da lei. É válido deixar claro que esse valor não será revertido aos supostos prejudicados.
Segundo a CVM, na hipótese de eventual prejuízo, a indenização deve ser buscada junto ao Poder Judiciário. "Esta Comissão poderá ser intimada a oferecer parecer ou prestar esclarecimentos", explicou a CVM, em nota. A autarquia disse ainda que não poderia fornecer mais informações porque o caso está sob sua investigação.
Um militar de Boa Vista (RR) que preferiu não se identificar lembra que, quando fechou o contrato de empréstimo consignado, em agosto de 2011, a Filadélphia não deu opção quanto ao banco que concederia o crédito. "Achei estranho, porque eles insistiram que tomasse o crédito com o Intermedium. Mais tarde, descobri que era um banco de outro Estado, de Minas. Se soubesse disso antes, não teria assinado."  Ele garante ainda que nunca mais viu esse contrato, assim como colegas que supostamente também tinham aplicado no fundo da Filadélphia. "Ninguém tem o contrato do consignado. Depois que assinei, pedi o documento à Filadélphia, mas nunca recebi", garante. O empréstimo tomado foi de R$ 65 mil, a uma taxa de juros de 1,95% ao mês e prazo de 60 meses. O valor foi integralmente direcionado à aplicação da Filadélphia. Há mais um problema. O militar está passando por séria dificuldade financeira e diz que o principal motivo é que o percentual de desconto automático em sua folha de pagamento referente apenas ao crédito consignado (sem considerar outros débitos, como tributos) é de mais de 50%. Relatos parecidos foram feitos por outras supostas vítimas, segundo os advogados ouvidos pelo Valor, que questionam a legalidade desses percentuais.  A advogada Maria Bernadete Vilela cita decisões de Tribunais de Justiça Estaduais e do Superior Tribunal de Justiça que fixam o limite de 30% da consignação em folha de pagamento. Há, por exemplo, jurisprudência do STJ que diz que, "tendo em vista o caráter alimentar dos vencimentos e o princípio da razoabilidade, mostram-se excessivos, na hipótese, os descontos referentes às consignações em folha de pagamento em valor equivalente a 50% da remuneração líquida". "Existem casos em que a margem consignável está em cerca de 70% do salário, o que está comprometendo o sustento das famílias dos prejudicados", afirma a advogada Dolane Patricia Santana. Ela afirma que o Tribunal de Justiça do Estado de Roraima já concedeu liminares suspendendo os descontos em folha de pagamento referentes ao empréstimo consignado nesses casos. "Na maioria das situações que vi, o desconto do crédito consignado ronda os 50%", afirma Maria Bernadete. O Intermedium esclarece que não há irregularidade quanto a essa questão. Por e-mail, o banco enviou a Medida Provisória 2.215-10, de 31 de agosto de 2001, na qual diz se basear para conceder empréstimos. A MP dispõe sobre a reestruturação da remuneração dos militares das Forças Armadas. No capítulo IV, diz que, "na aplicação dos descontos, o militar não pode receber quantia inferior a 30% da sua remuneração ou proventos". Procurada, a Força Aérea Brasileira citou a mesma MP para explicar os descontos em folha e não quis fazer nenhum comentário adicional sobre o caso.
O militar de Boa Vista revela que soube do investimento da Filadélphia por meio de um conhecido da Aeronáutica, que falava dessa oportunidade desde 2009. Ele diz que inúmeros colegas aplicaram recursos no suposto fundo. "O problema é que muitas pessoas aqui têm família, filhos e estão passando necessidade", diz, ao justificar que não quis se identificar por medo. "Não sei o que pode acontecer depois. Tenho medo, essa gente tem dinheiro. Não ando mais tranquilo na rua."


CPFL Renováveis planeja oferta de ação de R$ 1,5 bi
Valor 12.03.2012 - A CPFL Renováveis prepara uma oferta inicial de ações. Em princípio, o desejo da empresa é captar cerca de R$ 1,5 bilhão. A maior parte dos recursos deve ir para o caixa. No entanto, uma parte será de venda de participações dos atuais acionistas. Procurada pelo Valor, a CPFL Renováveis disse que não comenta especulações de mercado.
Na semana passada, por conta da divulgação de balanço, a empresa informou que prevê investimentos de R$ 1,6 bilhão neste ano na construção dos projetos em andamento e também afirmou estar de olho em novas aquisições. A empresa possui um plano de projetos superior a 2,3 mil MW.
A CPFL Renováveis surgiu em agosto passado, quando CPFL Energia e Ersa uniram suas operações de geração de energia alternativa. Desde o início, uma oferta de ações já era esperada, uma vez que o bloco acionário da empresa abriga investidores financeiros. A empresa já tem registro de companhia aberta e emitiu debêntures.
A CPFL Energia é dona de 63% do capital da Renováveis e não deverá vender ações na oferta.
O restante do capital está dividido entre outros seis investidores, que deverão vender pelo menos parte de suas fatias: Pátria Investimentos (9,43%); a gestora americana Eton Park (9,24%); FIP Brasil Energia, gerido pelo BTG Pactual (7,63%); Bradesco BBI, por meio do BBI FIP Multisetorial Plus (4,99%); GMR Empreendimentos Energéticos (3,23%) e DEG, o banco de desenvolvimento do grupo financeiro alemão KfW (2,48%).
A empresa encerrou 2011 com lucro líquido de R$ 70,9 milhões e receita líquida de R$ 171,9 milhões. Esses números não incluem as transações de todos os ativos desde o início do ano. O resultado pro forma (que inclui todo o ano de 2011) ficaria no patamar dos R$ 468 milhões em receita.
A CPFL surgiu com 33 pequenas centrais hidrelétricas em operação, quatro usinas de biomassa e quatro eólicas, que juntas produziam 648 MW e faturavam R$ 500 milhões por ano.
Neste ano, a empresa comprou oito parques eólicos, sendo quatro em início de construção, no Rio Grande do Sul, e quatro já em operação, no Ceará.


Marisa breca investimentos e aberturas de lojas em 2012
Exame 12.03.2012 - Varejista estima inaugurar 33 novos pontos de venda neste ano; aportes devem somar R$ 130 milhões. Em 2010, a Marisa abriu 53 lojas. No ano passado, o número chegou a 59 novas unidades; mas para 2012, a varejista de moda planeja dar uma freada nas inaugurações e estima abrir 33 lojas no decorrer do ano. A redução no número de novas lojas está em linha com os investimentos previstos pela rede, que serão 125 milhões de reais a menos na comparação com o ano anterior. “Os investimentos previstos para o ano estão na ordem de 130 milhões de reais”, afirmou Marcio  Goldfarb, presidente da varejista, em teleconferência com  analistas, nesta sexta-feira. Segundo ele, a expansão acelerada da rede ocasionou a canibalização de algumas lojas. “12% das novas lojas inauguradas entre os anos de 2010 e 2012 não apresentaram o desempenho que esperávamos”, disse o executivo. Outro ponto que impactou do número de lojas inauguradas para o ano é o projeto “Mais por metro quadrado”, que visa aumentar a produtividade do portfolio de lojas.
“A partir de abril, vamos começar a oferecer, em algumas de nossas unidades, calçados. Cerca de 60 lojas terão essa nova sessão ao longo do ano”, afirmou Paulo Borsatto, diretor de relações com investidores da varejista.
Resultados: No ano passado, o lucro da varejista caiu 14,9% na comparação com o ano anterior, totalizando 177,5 milhões de reais. A queda foi ainda maior no último trimestre do ano, quando os ganhos da rede despencaram 58,6%, somando 36,3 milhões de reais, em relação ao mesmo período do ano anterior.
A receita líquida da varejista no ano cresceu 18%, atingindo 2,5 bilhões de reais. Em 2011, a Marisa inaugurou 59 lojas, aumentando em quase 60.000 metros a área de vendas da rede.
De acordo com a varejista, 2011 foi um ano desafiador, particularmente o segundo semestre quando houve uma contínua desaceleração do crescimento das vendas da rede vendas.


Como a Kirin quer pôr ordem na Schin
Estadão 12.03.2012 - Do marketing à compra de insumos, grupo japonês quer mudar tudo na cervejaria.  Numa teleconferência para analistas de mercado na semana passada, João Castro Neves, presidente da Ambev, foi provocado a dizer como enxerga a concorrência entre as cervejas no País este ano. "Agora temos não apenas a Heineken como empresa aberta, listada em Bolsa. Mas também a Kirin, que divulgou recentemente suas diretrizes de crescimento no Brasil, com uma previsão de aumento de 3% em seu volume este ano", disse oexecutivo.  As metas da Kirin para a Schincariol, comprada pela empresa japonesa no ano passado, não chamaram a atenção apenas do presidente da Ambev. "Parece que agora eles querem arrumar a casa", disse outroconcorrente, que preferiu não se identificar.  Em um documento publicado em fevereiro, a Kirin enumera os problemas que encontrou ao assumir a companhia, antes controlada pela família Schincariol. "Os resultados de 2011 ficaram abaixo do previsto", disse Senji Miyake, presidente da Kirin Holdings, no documento.
A companhia, segundo Miyake, ficou quase estagnada. "Embora o mercado de cerveja tenha crescido em volume 3,4% e o de bebidas não alcoólicas 7,9%, houve uma evolução de apenas 2% nas vendas da empresa", diz o documento da Kirin, comentado por Miyake.
O crescimento abaixo da média do mercado está relacionado, aponta o documento, com o fato de a intenção da família de vender o negócio ter se tornado pública em fevereiro do ano passado.
Por quase seis meses, até o início de agosto, quando foi fechado o negócio com a Kirin, a Schincariol ficou em compasso de espera. "Até mesmo material de venda, como cadeira e guarda-sol, eles pararam de fornecer. No Nordeste, houve distribuidor querendo até mudar de bandeira e passar para outra cervejaria", disse um concorrente.
Depois de anunciada a compra de parte da companhia, estendeu-se uma batalha jurídica que só terminou em novembro, quando a multinacional comprou o restante do controle acionário, assumindo 100% da cervejaria. Ou seja, antes de oficializado o negócio, a Schin ficou parada por mais três meses. Nem mesmo o reajuste de preços, conforme a Kirin, foi suficiente para melhorar o desempenho da empresa. "Os reajustes refletiram a inflação e a alta de impostos, mas não cobriram os custos com matérias-primas", diz o documento.
Além dos prejuízos da estagnação do resultado, a Schin, na visão de sua nova dona, também tem problemas relacionados à marca. A Nova Schin, que é forte no Nordeste, não consegue ganhar mercado no restante do País.
Para resolver essa discrepância, a Kirin pretende mudar o foco dos investimentos em ações promocionais e de propaganda, hoje considerados altos e de pouco efeito."Eles realmente não esperavam tantos problemas de governança", afirma um executivo do setor.
A empresa não entra em detalhes, mas conforme o documento, será espartana em relação ao marketing. "Vamos otimizar os gastos e ficar em linha com a realidade do mercado." Nova Schin e Devassa serão as apostas em termos de marca. A japonesa também quer diminuir o número de produtos fabricados, apostar em itens de maior valor agregado e corrigir a política de preços. Estão previstos investimentos no parque fabril, em equipamentos e - principalmente - na racionalização de compra de insumos.
Sob o comando do novo presidente, Gino Di Domenico (ex-diretor de operações, na presidência da cervejaria desde fevereiro), a Kirin formou uma equipe de gestão de casos de risco, "altamente preparada para lidar com questões relativas a impostos, problemas legais e ambientais".
Os planos, segundo Miyake, são fazer a Schin entrar nos trilhos o quanto antes para gerar, ainda este ano, alta nos volumes de cerveja de 3% (prevê-se evolução do mercado de 2,8%). As vendas líquidas, segundo ele, deverão chegar a R$ 3,3 bilhões - 12% a mais em relação ao resultado de 2011, de R$ 2,9 bilhões.
É um plano ambicioso, segundo analistas. Mas é um desafio para o qual a empresa japonesa parece estar preparada - a Kirin, desde 2007, já investiu US$ 12,9 bilhões em aquisições fora do Japão. Após a compra da Schin, por US$ 3,95 bilhões, a dívida da empresa ultrapassou US$ 12 bilhões. Com as vendas no mercado japonês em queda, a aposta no exterior, que já responde por um quinto do faturamento, é a única alternativa da Kirin. Na visão do comando de Tóquio, a Schin não tem outra saída senão entrar na linha.


Multiner e Bertin podem perder concessão de termelétrica
Estadão 12.03.2012 - A Multiner pode perder a concessão de três usinas termelétricas, enquanto a Bertin poderá perder de uma sua, devido a atrasos nos projetos e a falta de procedimentos exigidos nestes casos, como a compra de lastro de energia e o depósito de garantias na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Segundo o diretor geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, os processos de cassação das outorgas devem ser avaliados pela diretoria da autarquia entre o final deste mês e o início de abril. "CCEE encaminhou os processos (para a Aneel), porque as usinas ficaram em situação de default no mercado de curto prazo. As termelétricas Itapebi (146 MW), Monte Pascoal (145 MW), da Multiner, foram contratadas pelo leilão A-3 de 2007 e deveriam ter entrado em operação em 2010. A empresa ainda possui a Pernambuco IV, que deveria estar gerando energia desde o ano passado. Já o Grupo Bertin possui a termelétrica José de Alencar, que também deveria ter entrado em operação no ano passado.
No último relatório semanal sobre o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), calculado com base no custo marginal de operação e utilizado como referência nas operações no mercado livre, a CCEE, que divulga esse preço, afirma que os Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado (CCEAR) das usinas Itapebi, Monte Pascoal e Pernambuco IV "foram resolvidos pelas respectivas distribuidoras signatárias". Além disso, disse que a usina José de Alencar formalizou na Aneel o pedido de revogação de sua concessão.
Hubner disse, no entanto, que as empresas "estão tentando uma negociação com distribuidoras", já que as distribuidoras registram atualmente elevado nível de sobrecontratação de energia. Segundo ele, as empresas com uma solicitação na Aneel referente a essa questão, mas até o momento o assunto não foi discutido pela autarquia. O diretor da Aneel salientou que os empreendedores que não entregam as usinas contratadas no leilão sofrem penalidades "pesadas", mas uma parte significativa delas se refere à penalidades entre as distribuidoras e a geradora.
Adiamento do A-3: Tendo em vista o atraso significativo dessas e de outras usinas, bem como a sobrecontratação das distribuidoras, a Aneel está fazendo uma série de análises de demanda e oferta efetiva de energia e esse foi o principal motivo que levou o governo a adiar o leilão A-3, que contratará energia para 2015, inicialmente marcado para o final de março e postergado para junho. "Estamos reavaliando isso tudo e precisávamos de um tempo maior, por isso adiamos um pouco (o leilão)", disse Hubner.
Questionado sobre uma eventual revisão dos preços máximos definidos para o leilão, que têm atualmente inviabilizado a participação de algumas fontes de energia no leilão, Hubner comentou que a Aneel discute com o Ministério de Minas e Energia o assunto e avalia que a questão pode ser resolvida com a realização de leilões regionais ou por fonte.
"Mas tem sempre uma contradição, porque buscamos também o menor preço para o consumidor, mas também temos a preocupação que para o País tem algumas fontes que agregam", disse. O diretor da Aneel também destacou o fator geográfico, de eventual concentração de novas usinas na região Nordeste, por exemplo, que pode acarretar numa elevação dos custos de transmissão, fator que atualmente não é levado em consideração na contratação da energia nos leilões. "Estamos debatendo essas questões para ver como conseguimos manter o atual nível de competição nos leilões, dando espaço para as fontes mais baratas - que é nosso interesse - mas também olhar a questão de custos", acrescentou.


PepsiCo muda estrutura no alto escalão
Valor 12.03.2012 - A PepsiCo anunciou hoje mudanças na estrutura de seu alto escalão. O atual CEO da parte de alimentos (PepsiCo Americas Foods), John Compton, foi nomeado presidente, em cargo recém-criado, que será responsável pela parte operacional e estratégica da companhia.  Brian Cornell voltou à companhia para substituir Compton e atuar como CEO da parte de alimentos.
Os executivos vão se reportar à presidente do conselho e CEO Indra Nooyi. A mudança no alto escalão tem como objetivo criar novas estratégias para aumentar as vendas da multinacional, que apresenta dificuldades para crescer nos últimos anos. Compton vai assumir responsabilidade sobre todas as áreas da PepsiCo (bebidas, snacks e nutrição), operações globais (TI, ganhos globais, cadeia de fornecedores e produtividade), serviços de marketing e estratégia corporativa. Ele tem a missão de inovar, construir as marcas e buscar maneiras de reduzir gastos estruturais, informa a PepsiCo.
Já Cornell será encarregado pelas marcas Frito-Lay América do Norte, Quaker Foods & Snacks América do Norte, PepsiCo Mexico, Alimentos na América do Sul, grupos de consumo, além de todas as atividades do programa Power of One nas Américas. Ele recentemente atuava como presidente e CEO do Sam's Club, bandeira do Walmart.
As mudanças levam a PepsiCo para uma integração completa nos setores de bebida e de alimentos, informou a empresa em comunicado.
A PepsiCo possui 22 linhas diferentes de produtos, que geram mais de US$ 1 bilhão em vendas no varejo cada. A receita líquida da empresa supera os US$ 65 bilhões. Algumas marcas do portfólio da empresa são Quaker, Tropicana, Gatorade, Frito-Lay e Pepsi Cola.


Agonizante, Agrenco tenta cartada para sobreviver
Valor 12.03.2012 - Michael Bishop, diretor executivo da Agrenco: plano é garantir que grandes produtores de soja de Mato Grosso usem fábrica da empresa em Alto Araguaia.
Michael Bishop, diretor-executivo da Agrenco, trading de commodities em recuperação judicial desde 2008, trava uma luta solitária. Em um escritório praticamente vazio, no 7º andar de um edifício comercial no Itaim Bibi, bairro nobre da capital de São Paulo, o CEO tenta tirar do papel um plano capaz de finalmente resgatar a empresa do limbo e evitar a venda de suas unidades industriais.
Além de encontrar uma maneira de a Agrenco pagar sua dívida, estimada em US$ 1,6 bilhão, Bishop precisa convencer o mercado de que a empresa superou sua história de promessas descumpridas, acusações de fraudes e planos fracassados (ver matéria abaixo). E essa pode ser a tarefa mais difícil.
Bishop assumiu o comando da Agrenco em dezembro, depois que o antigo CEO, Fernando Lauria, e o diretor financeiro, Leonardo Coelho, renunciaram após poucos meses no cargo. Três conselheiros também deixaram a empresa, que no fim do ano demitiu 85% de seus funcionários.
O executivo garante que encontrou um caminho. A saída seria um acordo "em fase final de negociação" com um grupo de "seis ou sete" grandes produtores rurais de Mato Grosso e um fundo de investimento estrangeiro, cujas identidades são mantidas em sigilo. "Posso dizer apenas que são os maiores produtores de soja do Brasil. Esse grupo tem um patrimônio pessoal líquido de quase R$ 5 bilhões", garante Bishop. Basicamente, os sojicultores processariam parte de sua produção na unidade de Alto Araguaia (MT), que possui uma capacidade de esmagamento de 3 mil toneladas diárias. Em troca, receberiam, além da parte das receitas geradas pela operação, direito a uma subscrição futura de ações da Agrenco Limited - a holding que controla a empresa em recuperação judicial no Brasil. A operação seria financiada pelo fundo de investimento, que teria como garantia o patrimônio dos agricultores. Segundo o executivo, com a retomada das operações, paralisadas desde novembro passado, a empresa voltaria a gerar caixa e os papéis da companhia se recuperariam, permitindo à Agrenco acessar a linha de crédito de R$ 130 milhões que a companhia tem com o fundo Global Yield Fund Limited (GEM) e concluir a segunda unidade da companhia, em Caarapó (MS), com capacidade para processar 2,5 mil toneladas diárias. "Juntas, as unidades podem faturar bem mais de R$ 1 bilhão", calcula.
O empréstimo com o GEM, aprovado no ano passado, em assembleia geral de credores, condiciona a liberação dos recursos ao preço dos certificados de depósitos de ações, os BDRs, negociadas na BM&FBovespa. Como os papéis desabaram desde então, o acesso ficou limitado. "Dos R$ 130 milhões, conseguimos sacar pouco mais de R$ 40 milhões, mas o dinheiro ainda está disponível. Basta que as BDRs se valorizem", afirma Bishop. A princípio, os sojicultores mato-grossenses entrariam no negócio como pessoas físicas. "A tendência é que suas empresas fiquem fora, mas isso ainda não está definido". Também não estão concluídos o modelo jurídico do plano, os preços a serem pagos pela matéria-prima, o tamanho da participação dos agricultores na receita e quem vai gerir a operação, mas a promessa é que o acordo seja oficializado ainda em março.
No mercado, há enormes desconfianças sobre a existência de um acordo com os produtores. Isso porque a Agrenco comunicou o negócio - como se tivesse sido fechado - apenas dois dias antes de os credores votarem uma proposta que obrigaria a empresa a vender suas duas fábricas para pagar dívidas.
A votação acabou em um "empate técnico". Segundo a Lei de Falências, é necessário que a proposta seja aprovada por credores que representem mais da metade da dívida da empresa e, cumulativamente, pela maioria simples dos votantes. Esse critério vale para duas classes de credores: as com garantia geral e os quirografários.
Pelo critério do valor, a proposta passou pelas duas classes. Em termos do número de votantes, houve a aprovação por parte dos primeiros, mas um empate no caso dos credores sem garantia. Com isso, a decisão está agora nas mãos de um juiz. Entre os credores, o novo acordo com produtores anunciado por Bishop soou como um blefe com o único objetivo de ganhar tempo, apurou o Valor.
Bishop assegura que o plano é firme. "O que aconteceu foi uma coincidência. Na mesma semana da assembleia, fiz a reunião muito positiva com os produtores e representantes dos fundos. A ideia era fechar tudo antes". De todo modo, acrescenta, "as chances de o plano sair do papel são enormes". O CEO afirma que o acordo com os agricultores será firmado mesmo que a justiça aprove a proposta de venda das fábricas. "Podemos recorrer da decisão ou, simplesmente, levar uma nova proposta de recuperação aos credores".
Antes de vencer a batalha com os credores, no entanto, Bishop terá de enfrentar uma disputa dentro do próprio grupo Agrenco. As subsidiárias brasileiras que estão em recuperação judicial são controladas diretamente pela Agrenco NV, subsidiária da Agrenco Limited, com sede na Holanda.
E, com a falência já decretada em seu país de origem, a Agrenco NV não teria interesse em brigar pela sobrevivência das unidades industriais no Brasil. Comandada por um síndico da massa falida, o objetivo da empresa agora é se desfazer das fábricas para que as subsidiárias brasileiras possam pagar suas dívidas e voltar à suas atividade iniciais de armazenamento e comercialização de soja.
Entre os credores, o conflito ficou explícito após Bishop pedir o afastamento de Thomas Felsberg, advogado que estava conduzindo a recuperação judicial da empresa, sob a alegação de que ele não estaria mais representando os interesses da Agrenco. No entanto, Bishop também depende de uma decisão judicial para conseguir afastar Felsberg, uma vez que o advogado responde à Agrenco NV e não às subsidiárias brasileiras sob seu comando. "Estamos com a corda no pescoço, em cima de um banquinho". A metáfora, usada por Bishop para definir a situação da empresa, pode ser estendida também à sua posição na companhia. Se levado a cabo, o plano que prevê a venda das fábricas inclui também seu afastamento do cargo.


Lucro líquido da Campari cresce 1,9% em 2011
Valor 12.03.2012 - O lucro líquido da fabricante italiana de bebidas Grupo Campari apresentou uma ligeira alta de 1,9% em 2011 na comparação com 2010, passando de 156,2 milhões de euros para 159,2 milhões de euros. Em taxas constantes de câmbio, o incremento foi de 1,4%. As vendas da empresa aumentaram 9,6% no ano passado, e alcançaram 1,2 bilhão de euros. O lucro operacional subiu 9,7%, para 295,5 milhões de euros.
O Brasil representa 8,3% da carteira da empresa, e a expansão das vendas no país ficou em 9,2% no ano passado – com crescimento orgânico de 8,9%. As marcas Skyy, Campari, Dreher e Cynar puxaram as vendas. A região das Americas responde por 33,5% das vendas do grupo, que cresceram 5,4%.
Para 2012, a empresa se diz “cautelosa”, mas “otimista” e cita um “começo de ano devagar” no Brasil.
No portfólio da empresa estão marcas como Campari, Skyy Vodka, Cynar, Cinzano e Frangelico. No Brasil, a empresa tem também os rótulos Dreher, Old Eight e Drury’s. A Campari está presente em 190 países e emprega 2.200 pessoas.


Visteon vai vender negócio de iluminação automotiva por US$ 92 milhões
Valor 12.03.2012 - A fabricante de autopeças americana Visteon Corporation informou hoje que vai vender seu negócio de iluminação automotiva para o Varroc Group por US$ 92 milhões à vista. A transação, que está sujeito à aprovação de órgãos reguladores, deve ser concluída até o terceiro trimestre. Em comunicado, a Visteon afirma que a unidade que será vendida engloba um vasto portfólio de componentes de iluminação externa, que é fornecido a montadoras globalmente. Com receitas de US$ 531 milhões em 2011, tem operações na Europa, América do Norte e Ásia.
De acordo com o presidente do conselho de administração da Visteon, Donald J. Stebbins, a venda da unidade permitirá à corporação concentrar suas atividades em segmentos considerados prioritários, como o de climatização e o eletrônico.
O negócio com o grupo Varroc, que tem atuação global no segmento de componentes automotivos, inclui a transferência de fábricas na República Tcheca, México e Índia — e provavelmente a parcela da Visteon em uma joint venture na China.


Cecrisa aprova cancelamento de registro de companhia aberta
Valor 12.03.2012 - A Cecrisa, que produz porcelanatos e revestimentos cerâmicos com as marcas Portinari e Cecrisa, informou hoje que foi aprovado pelos acionistas o cancelamento do registro de companhia aberta da empresa, em assembleia realizada na última sexta-feira.
Conforme fato relevante, o pedido de cancelamento já foi protocolado pela diretoria da companhia junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).


Lucro da Hypermarcas recua 41% no 4º tri
Folha 12.03.2012 - A fabricante de bens de consumo Hypermarcas informou no sábado que registrou lucro líquido de R$ 49,6 milhões no quarto trimestre de 2011, o que representa queda de 41% em relação ao mesmo período de 2010. Isso ocorreu em razão de dívidas assumidas para financiar aquisições.


Casino diz não ter planos de unir operações na América Latina
Exame 12.03.2012 - Empresa francesa não quer unir o Pão de Açúcar com outras operações do grupo na região. O Casino também espera que Abilio Diniz, do Pão de Açúcar, deixe a companhia após a reorganização e acredita que Diniz possa vender sua participação, diz a Folha de S.Paulo
Brasília - O grupo francês Casino Guichard- Perrachon SA negou uma notícia de que tem planos de unir a maior varejista do Brasil, a Cia. Brasileira de Distribuição Grupo Pão de Açúcar, com as outras operações do grupo na América Latina. A Folha de S.Paulo publicou reportagem em sua edição de ontem dizendo que o grupo francês pretende converter as ações preferenciais do Pão de Açúcar em ações ordinárias como primeira etapa do plano de unir suas operações no Brasil, Colômbia, Argentina e Uruguai em uma única subsidiária na América Latina. A Folha não disse onde obteve a informação.
A FSB Comunicações, empresa externa de relações públicas que atende o Casino no Brasil, disse em comunicado por e-mail que neste momento a companhia não tem qualquer plano de reorganizar suas operações na América Latina. O Casino espera que Abilio Diniz, presidente do conselho do Pão de Açúcar, deixe a companhia após a reorganização e acredita que Diniz possa vender sua participação, segundo o jornal. O Pão de Açúcar abandonou em julho de 2011 um plano de combinar suas operações com a unidade brasileira do Carrefour SA após o Casino, que divide o controle da varejista brasileira com Diniz, rejeitar a oferta.


No Brasil, L'Oréal entra no varejo com a Kiehl's
Valor 12.03.2012 - Tisserand, novo presidente da L'Oréal: "Destinamos R$ 150 milhões apenas para infraestrutura nos próximos dois anos". A L'Oréal Brasil começa o ano com movimentos inéditos na trajetória da subsidiária. Um deles será a entrada no varejo. Vai abrir sete lojas até dezembro e a previsão é de chegar a 50, em quatro anos. As lojas irão vender apenas a linha de luxo Kiehl' s, importada dos Estados Unidos. Com fábricas no país há mais de 50 anos, o grupo francês atua com 23 famílias de produtos no mercado brasileiro, dos quais 95% são produzidos localmente.
Outra novidade é o foco na pesquisa científica da biodiversidade brasileira, com o objetivo de produzir matéria-prima para cosméticos e perfumes. Os estudos serão desenvolvidos no novo centro de pesquisas da L'Oréal, no Rio, anunciado em dezembro. "Destinamos R$ 150 milhões apenas para infraestrutura nos próximos dois anos. E [desse total] R$ 70 milhões serão só para o novo centro de pesquisas", diz ao Valor o francês Didier Tisserand, que assumiu a presidência da subsidiária brasileira em setembro. O plano de R$ 150 milhões também considera R$ 40 milhões para ampliar a capacidade de produção das duas fábricas (em São Paulo e no Rio).
O engenheiro, que está há 21 anos na L'Oréal, é casado com uma ex-colega de trabalho, alemã. O casal tem duas gêmeas inglesas e uma caçula, nascida no Japão. Ele veio do comando da empresa na Espanha. E diz que a transferência ao Brasil foi um misto de definição da matriz e da vontade que alimentava de trabalhar em um dos países que formam os Brics.
"A contribuição do que chamamos de novos mercados [América Latina, Ásia e Europa Oriental] passou de 19% do faturamento, em 2010, para 38% em 2011", diz Tisserand. No mundo, a L'Oréal cresceu 5,1% em 2011. Nos emergentes, 9,5%. "Na América Latina o crescimento foi de 13,2%", disse.
No Brasil, a empresa cresceu "mais de 10%" e fechou o ano passado com faturamento de R$ 1,8 bilhão. Com a crise na Europa e retração do mercado americano, o Brasil ganhou mais peso no grupo.
Tisserand não aceita provocação quando o tema é concorrência, mas, ao que tudo indica, o grupo francês, com faturamento no ano passado de € 20,3 bilhões, quer crescer em todos os segmentos de produtos de beleza no Brasil. Vai entrar em nichos onde a também francesa L'Occitane atua com lojas bonitas e cheirosas. E também vai disputar com as nacionais Natura e O Boticário.
"Queremos ampliar os produtos para o país e para as brasileiras. Impressionante como a mulher brasileira vive a beleza. Elas fazem um movimento com os cabelos, com sensualidade. O cabelo é a principal preocupação da mulher brasileira", diz em bom português, ora com uma ou outra palavras em espanhol e italiano, herança dos idiomas dos países onde trabalhou.
Tisserand já esteve em Porto Alegre e agora vai visitar Recife. "Queremos ver como as mulheres se tratam. Vamos a muitas partes do país pois aqui as mulheres, dependendo da região, têm gostos diferentes, usam perfumes diferentes", observa.
Ele visitou favelas cariocas e fala, impressionado: "No Complexo do Alemão há 350 salões de beleza, oferecem produtos e técnicas de qualidade", diz, referindo-se ao conjunto de favelas situado na zona norte da capital.
Embora a proposta seja também exportar o que for criado aqui, o centro de pesquisas - sexto no mundo do grupo - vai fundamentalmente desenvolver fórmulas para o mercado local. A previsão é que o centro possa entrar em operação em 2014. Cinquenta especialistas já estão sendo treinados nos laboratórios na sede do grupo, nas fábricas e também em Paris. Quando pronto, vai ter de 150 a 200 pesquisadores, segundo Tisserand.
A fábrica do Rio já tem um laboratório, que desde 2008 cria produtos voltados para o país na área capilar e de desodorantes. Mas o centro de pesquisas vai mais adiante e tem o objetivo de permitir pesquisas avançadas, junto com universidades, em laboratório mais completo com linha capilar e beleza.
A fábrica do Rio tem 30 mil m² de terreno e 24 mil m² de área construída. Vai crescer com a compra de um terreno ao lado da atual, ganhando mais 43% de espaço. A unidade paulista conta com 143 mil m² de área total e 45,9 mil m² de área construída.
Em 2011, a unidade fabril carioca sofreu uma reorganização interna com o objetivo de aumentar a produção de protetores solares. "Uma nova tendência de uso no Brasil que está sendo crescente, uma mudança de mentalidade", destaca Tisserand. A fábrica está recebendo um novo maquinário, tem capacidade para produzir até 40 milhões de unidades de produtos para cabelo, por ano. O Brasil é o primeiro mercado no ranking da L'Oréal neste segmento. Mesmo aumentando a produção, as novas lojas da L'Oréal terão apenas a linha nova iorquina da Kiehl's. Estes produtos são considerado de "luxo acessível", pela L'Oréal. As embalagens lembram produtos farmacêuticos. A Kiehl's, fundada em 1851, começou em uma farmácia. A empresa era familiar e foi comprada pela L'Oréal em 2000. O preço médio dos produtos aqui será R$ 79, informa a empresa.
As lojas da marca Kiehl's poderão ser franqueadas. Duas já estão em operação em São Paulo, uma no Shopping Iguatemi e outra em Higienópolis. A terceira chega à capital paulista ainda em 2012, no Shopping Morumbi. Em abril, será aberta a primeira loja no Rio, na sofisticada galeria Fórum Ipanema. Até o final do ano serão inauguradas outras três, no Shopping Leblon, Fashion Mall, Barra Shopping.  Também em 2012 a Kiehl's chega à capital mineira (BH Shopping e Shopping Pátio Savassi). Já há lojas no México, na Argentina e no Chile. São 860 no mundo.


Novo presidente do Carrefour vem ao Brasil saber mais sobre o Atacadão
Newtrade 12.03.2012 - O Atacadão é a atualmente a operação mais rentável do grupo Carrefour no mundo. Enquanto as vendas nos hipermercados apresentaram queda de 3,1% no último trimestre de 2012 a bandeira de autosserviço registrou crescimento de 11,5% no período.
Foi o modelo de negócio que mais cresceu e garantiu o resultado positivo da rede em 2011. Por isso o novo presidente mundial do Carrefour, o francês Georges Plassat , chegou ontem ao País para uma visita de quatro dias. O executivo, que foi nomeado para o posto no mês passado e assume o lugar do sueco Lars Olofsson em junho, quer colher informações para um plano de reestruturação que vai implantar em todo o mundo.
Ontem mesmo Plassat esteve em lojas do Atacadão, a atual menina dos olhos da rede. O modelo de operação do poderá ser exportado para mais países. Atualmente o Atacadão já tem lojas na Argentina e na Colômbia, países que Plassat deverá visitar depois que deixar o Brasil.


Eternit cresce 17% no Ebitda e avança em diversificação de negócios
MonitorMercantil 12.03.2012 - Segundo Martins, ‘a meta a médio e longo prazo é consolidar a companhia como a mais diversificada indústria de materiais de construção do país’ (Foto: divulgação)
A Eternit anunciou nesta segunda os resultados do quatro trimestre e do ano de 2011 (4T11 e 2011). A receita líquida consolidada da empresa alcançou R$ 220 milhões no 4T11, um crescimento de 4,4% em relação ao 4T10. Entre os motivos para esse resultado, destacam-se o aumento de volumes vendidos de telhas de concreto e louças sanitárias, aliado ao aumento de preços na mineração e recuperação nas demais linhas.  O desempenho no período foi superior aos resultados do setor. A empresa operou em plena capacidade na mineração do crisotila, em torno de 85% na linha de produção de fibrocimento e por volta de 70% na produção de telhas de concreto.
O Ebitda consolidado (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 39,8 milhões no 4º trimestre de 2011, com alta de 17,1% em comparação ao mesmo período do ano anterior e com margem de 18%. No período, o lucro líquido da Eternit foi de R$ 32,1 milhões, 10,5% superior ao 4T10. A margem líquida foi de 15%, um ponto percentual acima do quarto trimestre de 2010.
- A Eternit está confiante no crescimento da economia brasileira e, sobretudo, do setor em que está inserida. A partir deste momento, a meta a médio e longo prazo é consolidar a companhia como a mais diversificada indústria de materiais de construção do país, chegando a ter cerca de 50% de seu faturamento ligado à diversificação do portfólio - comenta Élio A. Martins, presidente do Grupo Eternit.  O executivo também ressalta que os últimos quatro anos mostraram que a Eternit acertou em sua estratégia. Sua capacidade de inovar e desenvolver diferenciais permitiu-lhe dobrar seu faturamento, colocando-a em novo patamar. É a única empresa do setor de materiais de construção com este modelo.  - Crescimento com governança e foco nas necessidades do mercado nortearão o próximo ciclo da Eternit para que seja uma das maiores e mais diversificadas indústria de materiais para construção - reforça Martins.  O volume vendido do mineral crisotila foi de 79 mil toneladas no 4T11 uma diminuição de 1,4% quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Os volumes de venda foram distribuídos de forma equilibrada entre os mercados interno e externo, no período, pois a empresa mantém sua estratégia de priorizar o abastecimento do mercado interno e exportar o excedente de sua produção. Limitado à sua capacidade de produção, as vendas do mineral, no ano de 2011, totalizaram 296,7 mil toneladas - uma redução de 3,2% quando comparado a 2010, devido a redução dos níveis de estoques de segurança em 2010, o que proporcionou uma volume de vendas maior.  As vendas para o mercado interno atingiram 162,5 mil toneladas, em linha com 2010, enquanto o volume vendido para o mercado externo foi de 134,2 mil toneladas, uma retração de 6,0%, em função da distribuição de vendas entre mercados. A mineradora Sama encerra o ano de 2011 com uma participação mundial no mercado de crisotila de 15%, um ponto percentual maior em relação a 2010.
O fibrocimento (incluindo componentes para sistemas construtivos) atingiu 214,8 mil toneladas em vendas no 4T11 - 7,5% inferior ao volume registrado no 4T10, devido ao início de recuperação dos níveis de preço, no final do 3T11 para o 4T11.  Em 2011, o volume vendido atingiu 859,3 mil toneladas, que representa crescimento de 3,9% quando comparado ao mesmo período do ano anterior. A Eternit ganhou um ponto percentual na participação no mercado brasileiro de fibrocimento e encerrou 2011 com 32%, mantendo assim, sua liderança no setor.  As vendas de telhas de concreto aumentaram 9,6%, alcançando 1,6 milhões de metros quadrados vendidos no 4T11. A inauguração da nova fábrica em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, impactou positivamente os índices de vendas do produto.  O volume vendido de telhas de concreto, em 2011 se deu em ritmo crescente e acumulou 5,9 milhões de metros quadrados, com alta de 13,5% em relação ao ano de 2010. A Tégula mantém sua liderança no mercado brasileiro de telhas de concreto e encerra o ano de 2011 com market-share de 35%. Vale lembrar que a aquisição da Tégula ocorreu no dia 11 de fevereiro de 2010.
Os volumes vendidos de outros produtos (componentes para sistemas construtivos, caixas d’água de polietileno, telhas metálicas, louças, assentos sanitários, filtros para tubulações de água e mármore sintético), representaram 7,6% da receita líquida consolidada no 4T11. Em 2011, o total de proventos pagos somou R$ 80,5 milhões, que representa um dividend yield de 7,5%. A Eternit continua sendo uma das empresas com maior índice de retorno aos seus acionistas, dentre as companhias de capital aberto no Brasil. A Eternit encerrou o ano de 2011 com payout de 73,6%.
Em 2011, os investimentos da Eternit totalizaram R$ 46 milhões, sendo: R$ 13 milhões destinados ao aumento de capacidade da controlada Tégula; R$ 2 milhões na instalação da linha piloto para produção para mármore sintético; R$ 2 milhões na aquisição do terreno, no Porto de Pecém (CE) para a construção da fábrica multiprodutos; R$ 5 milhões na área administrativa, e R$ 24 milhões na manutenção do parque industrial do Grupo Eternit.


BTG tenta vencer J.P. na casa decimal em emissão da prefeitura
Valor 12.03.2012 - O J.P. Morgan foi o vencedor da licitação realizada pela Prefeitura de São Paulo na semana passada para coordenar uma emissão de R$ 500 milhões em títulos, mas pode não levar o contrato. O BTG Pactual, segundo colocado no leilão, entrou com recurso para contestar o resultado.
A captação da prefeitura terá lastro em créditos tributários e não tributários do programa de parcelamento incentivado (PPI). Em entrevista ao Valor, o secretário de finanças do município, Mauro Ricardo Costa, afirmou que o programa possui recebíveis de R$ 2,7 bilhões. Com a emissão dos títulos, conseguiria antecipar parte desse valor. O instrumento que será usado para realizar a captação não foi definido no edital, mas provavelmente será uma emissão de debêntures.
Ao recorrer do resultado, o Pactual alegou que o lance dado pelo concorrente não teria respeitado as regras. A licitação previa que o vencedor seria o que cobrasse a menor comissão, em termos percentuais, sobre o valor da emissão. O J.P. Morgan ofereceu uma taxa de 0,325%, contra 0,33% do BTG. O edital previa, no entanto, que as propostas deveriam ser feitas com apenas duas casas decimais.
A decisão sobre a licitação deve ser tomada em até cinco dias após a apresentação dos argumentos das duas partes. Procurados, os bancos não comentaram o assunto. A prefeitura informou que poderá se manifestar somente após o protocolo do recurso.
Em ano eleitoral, a Prefeitura de São Paulo intensificou o uso do mercado de capitais como fonte de recursos. No início do ano, a Secretaria de Finanças promoveu licitação para estruturar um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) no valor de R$ 300 milhões, com lastro em recebíveis do contrato de concessão com a Sabesp. Na ocasião, o HSBC foi o único a apresentar proposta e venceu a disputa, com uma comissão de 0,80% do valor da operação. O leilão realizado na semana passada, ao contrário, teve bastante disputa e atraiu cinco interessados, incluindo o HSBC, que desta vez ficou em último. Também participaram da concorrência os bancos Fator e ABC Brasil. O vencedor da licitação terá de arcar com todas as despesas da operação, como advogados, auditoria e agência de rating, além de taxas de registro e publicações. O valor restante ainda terá de ser dividido caso o banco decida chamar outras instituições para coordenar a oferta. Mas se os papéis forem integralmente vendidos no mercado, a prefeitura pagará um prêmio de distribuição equivalente a 50% da comissão. O apetite do J.P. Morgan no leilão é mais um sinal do interesse dos bancos de investimento estrangeiros no mercado de emissões locais de títulos de renda fixa, dominado por instituições nacionais. O J.P. aparece em 8º lugar no ranking de distribuição da Anbima, considerando as operações dos últimos três meses, com um volume de R$ 525 milhões. No ano passado, o banco contratou Ricardo Leoni, que estava no Santander, para comandar a área. Outras instituições como Goldman Sachs e Barclays também montaram times para estruturar emissões no mercado brasileiro.


Ryerson une-se à Açofran e entra na América do Sul
Valor 12.03.2012 - Líder na distribuição e processamento de metais na América do Norte - aços planos, longos e especiais, alumínio e ligas de níquel -, a americana Ryerson Inc. acaba de pôr os pés no Brasil, estreando sua operação na América do Sul. Com faturamento na casa de US$ 4 bilhões, a empresa comprou 50% da brasileira Açofran Aços e Metais. Fundada em 1982, a Açofran é uma pequena distribuidora de São Paulo, do ramo de aços ferramenta e aços especiais longos, controlada por três sócios: Ivo Godoi Jr., Eduardo Tesche e Omar Silva.
O negócio foi viabilizado por meio de uma injeção de capital, cujo valor não foi revelado. A Açofran é a sexta aquisição da Ryerson em dois anos. A companhia, sediada em Chicago, Estado de Illinois, é controlada pelo fundo Platinum Equity. Além dos EUA e Canadá, está presente no México e na China.
A Açofran será uma porta de entrada no mercado brasileiro, admite a direção da Ryerson. "Vamos continuar a explorar vias para expandir nossa presença global e diversificar nosso portfólio", disse em comunicado o presidente e CEO da Ryerson, Mike Arnold. Para ele, "o Brasil é um mercado grande e crescente e esse investimento dá a Ryerson um importante ponto de partida na América do Sul". Essa operação, destacou, vai permitir ao grupo entrar em novos mercados e atender melhor seus clientes globais. Com faturamento de R$ 20 milhões, a Açofran movimenta 2 mil toneladas ao ano. Com a união, espera tirar proveito do know-how da nova sócia para crescer no mercado brasileiro e avançar em outros segmentos de atuação, como os de óleo e gás, energia e infraestrutura. "Nossa meta é triplicar a receita em cinco anos", afirmou Eduardo Tesche, que foi definido como novo CEO da empresa. A Açofran foi criada no início dos anos 80 por um grupo familiar que ficou à frente do negócio até 2008. É especializada em corte e distribuição de aços especiais, aço-ferramenta e de construção mecânica, este último aplicado na indústria automotiva. O setor automotivo é responsável por metade das vendas, informou Tesche.
O mercado em que atua movimenta cerca de 20 mil toneladas de aços-ferramenta e 600 mil de aços para construção mecânica ao ano. Seus principais concorrentes são Açotubo, Sacchelli e GGD Metals, todas com gestão familiar. A empresa se abastece no mercado interno (Villares Metals e Gerdau), mas importa de 50% a 60% dos produtos que vende, aproveitando-se do câmbio e de condições comerciais favoráveis. Após adquirirem a empresa, Tesche e Godoi Jr. decidiram prepará-la para buscar um sócio estratégico. Antes disso, trouxeram para o projeto Omar Silva, que estava deixando suas funções de vice-presidente industrial na Usiminas, depois de 40 anos de atividades. "Durante seis meses conversamos com vários grupos e acabamos optando pela Ryerson", diz Godoi Jr., que é executivo no grupo Promon. Segundo ele, que atuará apenas no conselho da Açofran, assim como Omar Silva, a união com o grupo americano trará, além de capital, expertise operacional e no setor de distribuição. "Considerando sua escala, alcance global e compromisso com o crescimento, a Ryerson é a parceira ideal". A Ryerson terá três representantes no conselho da Açofran: o CEO Mike Arnold, Kevin Richardson (presidente de negócios da região Sudeste) e Terence Rogers, diretor de finanças (CFO) da companhia. Richardson diz que o objetivo é ampliar as linhas de produtos e mercados finais da Açofran e explorar oportunidades para desenvolver o investimento na América do Sul por meio de mais aquisições". Antes, desde janeiro de 2010, a Ryerson adquiriu cinco empresas nos EUA: Texas Steel Processing, Cutting Edge Metal Processing, SFI-Gray Steel, Singer Steel e Turret Steel Industries.
Neste ano, informa Tesche, a empresa espera crescimento de 25% nas vendas na comparação com 2011. "As importações afetaram muito o setor de autopeças no ano passado". Para ele, o mercado deve ter recuperação com as medidas do governo para frear a entrada de produtos finais. Além disso, a Ryerson deve abrir acesso a clientes dela no país, como autopeças, montadoras e sistemistas.


Imóvel de R$ 700 mil entra em consórcio
Folha 12.03.2012 - Com valorização imobiliária, Banco do Brasil e Itaú mais do que dobram o teto para empréstimos na modalidade. Proprietário que quer mudar para unidade melhor localizada também é alvo das empresas do setor  Com carta de crédito de R$ 600 mil, Aline e Henrique Guizelini querem um imóvel maior. O segmento de consórcios está se adaptando ao boom do mercado imobiliário. Os dois maiores bancos do país, Banco do Brasil e Itaú Unibanco, mais que dobraram o valor máximo da carta de crédito, passando de R$ 300 mil e R$ 250 mil, respectivamente, para R$ 700 mil.
"Os clientes procuravam contratar mais de uma carta de crédito para adquirir um imóvel. Criamos esse grupo para atender a essa demanda", afirma Luis Matias, vice-presidente de consórcios do Itaú Unibanco.  Segundo o executivo, houve uma "forte adesão" em São Paulo, que responde por 35% dessas cotas. "A valorização imobiliária no Estado naturalmente proporcionou essa demanda por grupos com valores mais altos".
O preço médio do metro quadrado de lançamentos com dois dormitórios teve alta de 112% na capital paulista nos últimos cinco anos, segundo dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio).  O diretor de empréstimos e financiamentos do BB, Marcelo Augusto Dutra Labuto, também aponta que o público-alvo são clientes que vivem em regiões onde o preço dos imóveis teve forte alta.  "Além disso, foi identificado um crescente interesse na aquisição de imóveis comerciais, que possuem geralmente um custo total mais elevado", acrescenta.
Outros bancos que atuam no setor -Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Santander- mantêm produtos até R$ 300 mil.  'Upgrade: Francisco Coutinho, diretor-executivo da Rodobens Consórcio, outra grande empresa que atua nesse segmento com limite de R$ 400 mil, afirma que "os interessados nas cartas com maior valor são pessoas que buscam um 'upgrade'" na casa própria. "Geralmente, são famílias que já têm imóvel próprio e adquirem o consórcio para mudar para um maior ou mais bem localizado."  É o caso do biomédico Henrique Alberto Guizelini, 44, que entrou num consórcio após ter quitado seu primeiro imóvel, de 42 metros quadrados. "Comprei uma carta de R$ 600 mil. Eu e minha mulher pensamos em ter um filho e, para isso, queremos um apartamento maior", diz.
Guizelini achou melhor a modalidade, que considera mais "amigável" porque não há cobrança de juros como no financiamento imobiliário. Há, no entanto, outros custos (veja texto abaixo).
O tíquete médio do setor ainda está longe de patamares tão elevados, tendo chegado a R$ 106,7 mil em 2011, com alta de 12,4% ante o ano anterior e 28,1% na comparação com 2009, dado mais antigo disponível, de acordo com a Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios).
Cálculos: Para William Rachid Junior, superintendente da área de consórcio da Porto Seguro, também forte nesse segmento, os R$ 400 mil de teto oferecidos pela empresa são suficientes para atender o mercado porque, acima disso, seria "mais difícil fechar a conta", referindo-se ao fundo comum.
Esse fundo é constituído a partir do pagamento das parcelas de todos os consorciados, com o objetivo de efetuar os pagamentos dos bens adquiridos pelos contemplados por sorteio ou lance.
Coutinho, da Rodobens Consórcio, diz que a abertura de cotas maiores é estudada, mas a inadimplência é uma preocupação.  "Precisamos avaliar se esses clientes vão ter condições de continuar no plano do consórcio. Em um grupo de R$ 700 mil, um cliente que atrasa representa muito", explica o executivo. 60 obras em estradas serão licitadas até o mês de maio  Empresários da indústria de construção pesada de São Paulo esperam a liberação de cerca de 60 obras para licitação até o mês de maio.  O número de projetos que receberão recursos no curto prazo foi informado pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagem) em reunião na semana passada com diretores das companhias ligadas ao Sinicesp (que reúne empresas de construção), de acordo com Silvio Ciampaglia, presidente do sindicato.  Mais de R$ 10 bilhões serão investidos pelo governo estadual no programa de recuperação de rodovias até 2014, segundo a entidade.  "Agora nos foi mostrado um panorama mais correto das obras que vão ser postas em concorrência. Serão cerca de 60 entre março e maio", afirma Ciampaglia.  "Estávamos aguardando isso e nos foi dito que as licitações serão, em breve, publicadas no Diário Oficial", acrescenta ele. Demoram em média dois meses entre a licitação e a assinatura de um contrato, segundo Ciampaglia.  "Isso significa que entre junho e agosto os contratos estarão em andamento."  O volume de vagas de trabalho geradas deve ficar em torno de 6.000, de acordo com cálculos de Ciampaglia. A parte mais importante das obras corresponde à recuperação de rodovias estaduais.  "O governo anterior investiu muito em estradas vicinais, que atendem mais os municípios. Agora vem a recuperação da malha de rodovias estaduais", afirma.


Herdeira do Bradesco amarga derrota na justiça e perde chance de subir na Forbes Exame 12.03.2012 - Lia Maria Aguiar lutava para ter acesso a um lote de ações do banco, vendido pelo pai ao banqueiro Antônio Carlos de Almeida Braga. Filha do fundador do Bradesco, Lia Maria Aguiar é ocupa a 34º colocação na lista dos bilionários brasileiros. Por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Lia Maria Aguiar, herdeira do fundador do Bradesco, Amador Aguiar, não deve pular algumas posições à frente na lista de bilionários brasileiros da Forbes. Na última terça, o STJ rejeitou o pedido de anulação de um negócio feito pelo banqueiro há quase 30 anos, responsável por transferir um gordo lote de ações do banco a entidades controladoras. Os papéis foram cedidos a Antônio Carlos de Almeida Braga em 1983, em troca da incorporação da Atlântica Seguros ao Bradesco. Braga revendeu sua participação cinco anos depois. Hoje, as ações pertencem à Fundação Bradesco, à Cidade de Deus e à Nova Cidade de Deus. Em 2003, Lia Maria Aguiar e sua irmã Lina Maria Aguiar entraram com um processo para reverter a transação. A justificativa é que as ações eram parte de sua herança. Depois de amargar derrota em primeira e segunda instância, Lina jogou a toalha. Lia permaneceu na briga. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, seu advogado disse que ela ainda irá recorrer. Hoje, Lia está na 34ª posição na lista dos bilionários brasileiros, com um patrimônio avaliado em 1,1 bilhão de dólares. Sua irmã aparece no 32º lugar, com 1,4 bilhão de dólares. A riqueza das duas tampouco veio fácil: filhas adotivas, elas tiveram que lutar na Justiça para terem direito à herança, depois de não serem incluídas no testamento de Amador Aguiar. O banqueiro destinou todos os bens à segunda esposa, Cleide de Lourdes Campaner Aguiar.


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