sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Azul.CA.06.01

Daily News

Divórcio ameaça fusão de farmácias
Estadão 06.01.2012 - Briga de casal dono da Ultrafarma pode embolar conversas com Pague Menos. Um divórcio mal resolvido pode embolar as conversas sobre uma eventual fusão bilionária entre as redes de farmácias Pague Menos e Ultrafarma, que ainda estariam em estágio inicial. Os advogados de Áurea Lima, ex-mulher de Sidney Oliveira, da Ultrafarma, vão questionar a suposta negociação na Justiça. Já divorciado, o casal ainda briga pela divisão dos bens e até outro dia Áurea tentava afastar Oliveira do comando da empresa.  Ainda sócia da Ultrafarma, com 90% das ações em seu nome, Áurea quer que a Justiça faça o ex-marido dar informações sobre as tais conversas entre as duas empresas. "Para ela essa história é uma surpresa. Como o casal está em litígio por causa da partilha dos bens, vamos pedir que Oliveira informe o que está fazendo", afirma José Diogo Bastos, advogado de Áurea.  Bastos recusou-se a comentar a briga do casal, porque o processo corre em segredo de Justiça na 2ª Vara da Família do Fórum Central de São Paulo. Mas disse que vai entrar com a representação na semana que vem, depois do recesso forense. As informações de que Sidney Oliveira e Francisco Deusmar de Queirós, dono da Pague Menos, teriam iniciado conversas para avaliar uma fusão entre as duas empresas surgiu no fim do ano passado. Imediatamente, chamou a atenção de empresários e executivos do setor.  Num momento em que as grandes redes de farmácias estão se juntando ou comprando umas às outras para ganhar escala, a fusão da Pague Menos (faturamento anual de R$ 2,8 bilhões) com a Ultrafarma (R$ 400 milhões de receita por ano) garantiria a terceira posição no ranking do setor, atrás da DPSP (união das drogarias Pacheco e São Paulo) e da Raia Drogasil.
Procurada, a assessoria de imprensa da Pague Menos negou que as empresas estejam negociando algum acordo. Os assessores da Ultrafarma disseram que Oliveira está fora do País, não tinham como checar as informações e a empresa não comentaria especulações de mercado, muito menos o problema do empresário com a ex-mulher.
Disputa. Os rumores sobre a negociação jogaram mais lenha na fogueira de uma briga que se arrasta há anos nos tribunais. Divorciados desde 2009, Áurea e Oliveira não conseguem se entender sobre a divisão do patrimônio formado durante 18 anos de vida conjugal, período em que construíram a Ultrafarma e compraram muitos imóveis.
De acordo com pessoas próximas do casal, Áurea quer vender sua parte na empresa ao ex-marido e ficar com metade dos imóveis. Mas ela acha que Oliveira quer pagar menos do que as ações valem e não concorda com os imóveis que ele oferece. Os advogados de Áurea já se queixaram à Justiça de dificuldades para conseguir informações internas da Ultrafarma. Um perito nomeado pela Justiça teria relatado o mesmo problema em relatório. Por conta disso, no ano passado Áurea pediu à Justiça o afastamento do ex-marido e sua substituição por um administrador escolhido pelo juiz que cuida do caso. O pedido não foi aceito. Em 2009, depois de uma briga com a ex-mulher, Oliveira publicou um anúncio de meia página nos jornais anunciando que ia deixar a Ultrafarma em razão "de problemas societários". No dia seguinte, voltou atrás. O empresário criou a Ultrafarma a partir do zero e transformou a empresa num sucesso de venda de medicamentos por telefone e pela internet. Com forte exposição na mídia, patrocínio e produção de programas de TV, aproximou-se de artistas e políticos e conseguiu projeção para sua empresa. Menor do que as gigantes que começaram a se formar com as fusões do ano passado, a Ultrafarma poderia ser a porta de entrada da Pague Menos, muito forte no Nordeste, no cobiçado mercado paulista. 

Construtoras se armam para disputa de aeroportos
Valor 06.01.2011 - "Quando mineiro fica calado, é sinal que está aprontando", diz Chaves, gerente da Fidens, que se prepara para o leilão. A um mês da esperada concessão de aeroportos do governo federal, companhias de menor porte reúnem armas para enfrentar a força das grandes empreiteiras. Segundo especialistas, empresas com pouca experiência em grandes obras podem - de acordo com a forma com que se organizem - ganhar flexibilidade para surpreender ao dar lances no leilão que passará à iniciativa privada os aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília em 6 de fevereiro. Enquanto percebem a movimentação dos concorrentes, grandes grupos temem a vitória do que já chamam de "aventureiros".
Com R$ 733 milhões de receita líquida (o equivalente a 4,5% da receita da Construtora Norberto Odebrecht, a maior no Brasil), a construtora mineira Fidens Engenharia é um exemplo de empresa de menor porte que pretende disputar o processo. Para cumprir o requisito da experiência em operação aeroportuária, exigido pelo governo em edital, entrará no processo junto com a americana ADC & HAS - operadora que já trabalhou em conjunto com a Andrade Gutierrez em outros projetos e chegou a conversar com a Odebrecht. Segundo Nilton Chaves, gerente de novos negócios da Fidens, a empresa pretende apresentar preços competitivos na disputa - vence o consórcio que ofertar o maior valor pago ao governo em troca da outorga do aeroporto. Perguntado sobre como conseguirá chegar às altas ofertas, Chaves responde que a empresa tem o diferencial de poder "economizar" nas obras. Mesmo assim, ele rejeita a definição de "aventureiro" afirmando que a companhia está reunindo os conhecimentos necessários. "Estamos nos preparando. Quando mineiro fica muito calado, é sinal de que está aprontando alguma". Para injetar capital no negócio e poder oferecer boas propostas no leilão, a Fidens também negocia a entrada de um fundo de investimento da gestora sul-africana Old Mutual na sociedade. Para o advogado e especialista em direito aeronáutico Guilherme Amaral, dependendo da forma como se articulam com outros grupos - como fundos de investimento -, empresas menores podem ganhar capital para ofertas mais ousadas. Também pode influir, comenta, o fato de empresas com mais experiência em grandes obras estarem mais limitadas por regras internas de risco e retorno sobre investimentos. Por isso, diz, é possível que haja surpresas no leilão. "Pode haver uma empresa grande, mas limitada pelas próprias regras, e outra pequena, ávida por risco e disposta a tomá-lo". Foi isso que ocorreu no Aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN), primeiro federal a ser concedido, quando empresas não tradicionais no cenário da infraestrutura dominaram a disputa - a maior em faturamento, a Triunfo, só ofereceu uma proposta. Três grupos de médio porte seguiram adiante em quase 90 lances (o ágio final sobre o valor mínimo ficou em 228%). A advogada Cláudia Bonelli, sócia na área de direito administrativo, regulatório e PPPs do escritório TozziniFreire, concorda com a ideia. Para ela, empresas menores podem ter mais flexibilidade para a disputa. "As maiores se cercam de técnicos e consultores, têm um plano mais estruturado e buscam uma certa taxa de remuneração, dizendo que a partir de certo momento [dos lances] o negócio não compensa. Já as de menor porte podem ter mais flexibilidade para as propostas mais ousadas, caso tenham sociedades com força de capital", diz a especialista.
Entre os grupos menos tradicionais, está também o fluminense MPE (receita líquida de R$ 935 milhões) - que concorreu pelo leilão do aeroporto do Rio Grande do Norte. A companhia pretendia participar da nova disputa com a mineira ARG e a baiana Global, mas foi surpreendido por uma regra do edital que exige experiência de pelo menos cinco anos em aeroportos de grande porte. Agora, busca um operador para uma parceria. No mercado, também comenta-se que a Carioca Engenharia (receita de R$ 898,5 milhões) ainda estuda os projetos. O grupo Galvão, com um faturamento mais alto (R$ 2 bilhões, aproximadamente), mas com pouca experiência em concessões, é outro interessado. Em entrevista ao Valor em novembro, o presidente do conselho de administração, Dario Galvão, afirmou que há uma parceria para análise técnica dos projetos com a alemã Flughafen München GmbH, operadora do aeroporto de Munique. As duas ainda estudam as regras para a concessão dos terminais. Além disso, há o grupo Engevix (R$ 1,27 bilhão de receita líquida), que arrematou o aeroporto nordestino e estuda as novas concessões com a argentina Corporación América.
O que mais pode limitar a participação de grupos, menores ou maiores, é o alto valor de investimentos exigido pelos projetos. A Triunfo Participações e Investimentos já alavancada por um grande número de empreendimentos (a dívida líquida sobre Ebitda está em 3,32, o que chama atenção de analistas, embora alguns acreditem que 3,5 ainda seja tolerável), chegou a disputar o leilão do aeroporto nordestino - mas só ofereceu um lance. Carlo Alberto Bottarelli, presidente da Triunfo, disse, durante apresentação dos resultados da empresa do terceiro trimestre, que a empresa mantém o plano de participar de novas concessões, tanto em rodovias como aeroportos. No entanto, "sempre de maneira responsável" - ressalta em texto divulgado. Ajudam as menores o fato de os investimentos na infraestrutura contarem com ajuda do BNDES, que financiará até 70% - segundo o próprio governo. Além disso, o valor da outorga poderá ser parcelado. O lance mínimo definido pelo governo é de R$ 3,42 bilhões para Guarulhos, R$ 1,47 bilhão para Campinas e R$ 582 milhões para Brasília. Grandes empresas estão preocupadas especialmente com o que chamam de "aventureiros". Seria uma definição para companhias com pouca experiência que entram no processo a todo custo, mas que depois enfrentam dificuldades para entregar as obras e outras exigências do contrato com o governo. "É um demérito desnecessário chamar de aventureiro. Quem entrar no leilão, tem que comprovar uma série de especificações", diz Amaral. Entre as empreiteiras tradicionais, é dada como certa no mercado a participação da Odebrecht Transport. Segundo o Valor apurou, a empresa está finalizando estudos e, se decidir disputar os projetos, participará com a Changi - operadora de Cingapura. Também é dada como certa a participação de grupos como Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa (via CCR) e CR Almeida (via EcoRodovias em parceria com Fraport).

Nova fábrica amplia produção de vagões
Valor 06.01.2011 -Muylaert, diretor da Usiminas Mecânica: empresa quer 30% do mercado. A Usiminas decidiu entrar de vez no mercado ferroviário e vai iniciar, até junho, a produção em larga escala de vagões em Congonhas, Minas Gerais. Inicialmente, a meta é sair de uma posição de pouca relevância para uma participação de 30% de um setor que, segundo estimativas do mercado, deverá consumir mais de 40 mil vagões de carga nos próximos dez anos. A nova fábrica está sendo adaptada para produzir anualmente até 3 mil vagões de quatro modelos. Estão sendo feitos no local investimentos de R$ 32 milhões em infraestrutura por outra empresa, a RCC Holding, que vai arrendar o galpão ao braço de bens de capital da Usiminas - a Usiminas Mecânica - por um prazo de 15 anos. Se tudo der certo, o contrato poderá ser renovado por mais 15 anos.
O memorando de entendimento entre as partes para tornar o empreendimento viável foi anunciado ontem. Guilherme Muylaert, diretor executivo da Usiminas Mecânica, diz que a empresa vai ocupar uma instalação que chegou a produzir vagões no passado e que agora está sendo reformada com base em um projeto apresentado pela própria Usiminas. "É quase uma adaptação a nossos desejos", diz Muylaert, ao referir-se aos trabalhos realizados pela RCC. A Usiminas já produz vagões em uma fábrica instalada em Santana do Paraíso, também em Minas Gerais, onde tem uma carteira de encomendas de mais de 700 equipamentos. Nesse volume, estão incluídos 447 vagões a serem usados para escoar, até o porto de Santos (SP), a produção da fábrica de celulose que está sendo erguida em Três Lagoas (MS) pela Eldorado Brasil, além de outras 220 unidades para atender a Vale. Mas a própria Usiminas avalia que isso é muito pouco para um mercado que movimenta perto de 4 mil vagões por ano. Daí surgiu a decisão de expandir a capacidade produtiva.
A unidade de Congonhas será integrada à fábrica de fundição da Usiminas Mecânica em Ipatinga (MG), que recebeu no ano passado investimentos de quase R$ 50 milhões em uma linha automatizada de truques ferroviários - conjunto de peças como travessas, laterais, hastes de ligação, engates e braçadeiras. Em todo o processo será utilizado o aço produzido pela Usiminas, incluindo a fabricação das caixas dos vagões, que consomem em torno de 10 toneladas por unidade. A ideia é agregar valor aos produtos siderúrgicos.
Com toda essa integração - desde o suprimento de aço e componentes até a fabricação do produto final -, Muylaert acredita que a Usiminas terá boas condições de competir no mercado de implementos ferroviários, hoje dominado pela AmstedMaxion, que fechou 2011 com um volume de 3,58 mil vagões. Outro diferencial competitivo citado é a proximidade da fábrica de Congonhas a uma ferrovia da MRS, o que permitirá colocar os vagões produzidos diretamente na linha férrea. Além dos vagões, a Usiminas Mecânica tem negócios relacionados à produção de pontes, estruturas metálicas, equipamentos e montagens industriais. Segundo seu diretor, a carteira de pedidos da empresa já chega a R$ 1,2 bilhão.

Usiminas Mecânica anuncia nova fábrica de vagões em Congonhas
JCRJ 06.01.2012 - A Usiminas Mecânica, empresa de bens de capital do grupo Usiminas, acaba de assinar um memorando de entendimento com a empresa RCC Holding para a viabilização de uma fábrica de vagões no município de Congonhas,em Minas Gerais. O acordo prevê que a RCC Holding invista R$ 32 milhões na infraestrutura da nova fábrica, que ocupará um terreno de 102 mil m², dos quais 11 mil m² serão de área construída.
Com a concretização do projeto, a companhia planeja iniciar as operações  a partir do 2º trimestre de 2012. A capacidade instalada será de até 3 mil vagões/ano, possibilitando a fabricação de até quatro modelos simultaneamente. O objetivo da Usiminas Mecânica é agregar ainda mais conteúdo tecnológico à sua produção de vagões. A estrutura planejada para a nova fábrica inclui sistema de jateamento e pintura, oficina para montagem e teste de freio e área para armazenamento de vagões prontos. A localização do empreendimento também é um diferencial competitivo: às margens da MG-030 e próxima a uma ferrovia de bitola mista da MRS, permitindo a disponibilização dos vagões produzidos diretamente na linha férrea. Com a efetivação do projeto, o aço para fabricação dos vagões será fornecido pela Usiminas. Além disso, componentes, como travessas, laterais, hastes de ligação, engates e braçadeiras, serão produzidos pela Linha de Moldagem Automatizada da Fundição da Usiminas Mecânica, inaugurada em dezembro de 2011, em Ipatinga (MG).
“A nova fábrica, somada aos investimentos já realizados na linha de fundição, poderá posicionar a Usiminas Mecânica em um novo patamar de valor agregado na produção de vagões. Ampliaremos as oportunidades de negócios a partir de soluções mais completas”, destaca o diretor executivo da empresa, Guilherme Muylaert. A estimativa é que, no início da operação, sejam contratados cerca de 180 profissionais.No pico da produção, a unidade contará com aproximadamente 600 empregados.

Siderúrgicas brasileiras vivem processo de desnacionalização
Estadão 06.01.2012 - Dos cinco grandes grupos do setor, três já têm estrangeiros como principais controladoresA indústria siderúrgica brasileira está em vias de passar por uma nova onda de desnacionalização. Inicialmente controlado pelo Estado, o setor de aço hoje está concentrado em cinco grandes grupos, que detêm mais de 90% da capacidade do mercado. Dos cinco, três têm empresas estrangeiras como principais controladoras. O caso mais recente foi a entrada da ítalo-argentina Techint na Usiminas.  Esse movimento deve continuar. Executivos da siderurgia brasileira que viajam ao exterior já notam o interesse de grupos de países como Índia e China e da Europa em ingressar no Brasil, em novos negócios ou companhias já existentes.  "Hoje o que mais tenho ouvido em várias missões é ‘o Brasil é o País do futuro, então vamos colocar nossas plantas lá, porque é lá que vai haver o consumo’. Vemos isso vindo da China, da Índia e da Comunidade Europeia", diz o presidente da ArcelorMittal Aços Longos América do Sul, Augusto Espeschit.
Além da ArcelorMittal e da Usiminas, que teve 27,7% repassados ao grupo Techint, compõe o clube das gigantes controladas por estrangeiros a ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), usina com participação minoritária da Vale inaugurada no Rio em 2010.  Diante de um excesso de capacidade de produção de 500 milhões de toneladas de aço no mundo, grandes grupos estrangeiros têm voltado os olhos para o Brasil e avaliam que o País está diante de uma oportunidade ímpar para dar um salto no consumo de aço, embalado pelo desafio de solucionar os problemas de infraestrutura e de déficit habitacional e pelo crescimento de uma classe média ávida pelo consumo. Enquanto a China mais do que triplicou o consumo aparente de aço per capita para 427 quilos por habitante entre 2001 e 2010, o Brasil passou de 93,3 para 129,8 quilos.
Motivos. Os indutores do aumento da demanda no País são múltiplos. A construção de moradias do Programa Minha Casa Minha Vida, investimentos ligados à Copa e à Olimpíada, a reativação da indústria naval e uma série de projetos de montadoras de automóveis atraem a atenção dos estrangeiros, avaliam Guilherme Cardoso e Pedro Landim, chefe e gerente da área de Insumos Básicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).  "Se uma empresa no mundo está querendo botar de pé uma siderúrgica, certamente sobre a mesa dela estará o Brasil", diz Cardoso. Ele revela que a expectativa do banco é que a crise internacional provoque adiamentos de projetos do setor no Brasil, mas não cancelamentos.  Em dezembro último, o banco traçou as estimativas de investimentos em siderurgia para o período entre 2012 e 2015. Em quatro anos, o montante deve chegar a cerca de R$ 32 bilhões, patamar pouco abaixo dos R$ 33 bilhões previstos anteriormente para o quadriênio 2011-2014.  Cardoso observa que, como o País ainda tem capacidade ociosa na produção de aço bruto, uma expansão em unidades de laminação seria suficiente. "Em algum momento a capacidade de produção de aço bruto no Brasil vai ter de aumentar para atender à demanda interna", avalia.
A recente avalanche de importação de aço, produtos siderúrgicos e bens industrializados que contêm o insumo pode, no entanto, colocar um freio nos ímpetos do investidor estrangeiro. Para o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Melo Lopes, a dificuldade de competir com os importados deve fazer com que, por enquanto, empresas estrangeiras prefiram entrar aqui comprando participações. 

Bradesco levanta US$ 750 milhões no mercado externo
Brasil Economico 06.01.2012 - O Bradesco fez emissão de bônus sênior de cinco anos a uma taxa de 4,5% e, segundo fonte próxima à operação, levantou US$ 750 milhões.
Os coordenadores dessa operação foram o BB Securities, Bank of America, Bradesco BBI, BTG Pactual, Citigroup e HSBC. Já o BB está fazendo captação, em dólar, com títulos perpétuos e contratou os bancos HSBC Holdings Plc, Citigroup Inc, BNP Parribas e Standard Chartered e a BB Securities para coordenar reuniões com investidores que começaram na quarta-feira. As duas operações foram feitas no rastro da captação da Vale, que levantou US$ 1 bilhão no mercado internacional, e do Tesouro que captou US$ 825 milhões do título Global 2021.

Executivo da Ternium à frente de Usiminas
Valor 06.01.2012 - Esta semana e a próxima serão de decisões fundamentais para o futuro da Usiminas. A nova acionista Ternium, fabricante de aço do grupo ítalo-argentino Techint, negocia com os sócios japoneses, liderados pela Nippon Steel, o novo comando executivo da siderúrgica mineira e o modelo de gestão. Quem deverá presidir a empresa é um executivo argentino indicado pela Ternium, apurou o Valor com fontes do setor. O novo presidente da Usiminas, bem como o presidente do conselho, segundo, serão definidos e anunciados no dia 16, mesma data do fechamento financeiro da operação de venda de 27,7% do capital ordinário da siderúrgica. O grupo Techint, por meio de empresas controladas, desembolsará R$ 5 bilhões por ações que eram de Votorantim e Camargo Corrêa, o bloco V/C, e do Clube dos Empregados, o CEU. Em dezembro, após firmar a intenção de compra, um time de mais de 30 pessoas da Ternium realizaram em Belo Horizonte o trabalho de auditoria (due diligence) dos ativos da Usiminas.  A Ternium, que tem operações na Argentina, Colômbia, México e Estados Unidos, negocia com os japoneses ter pelo menos dois executivos no alto comando da Usiminas - além do novo CEO, na cadeira ocupada por Wilson Brumer desde abril de 2010, uma outra diretoria seria a vice-presidência financeira/administrativa ou de planejamento estratégico.
O nome apontado como o mais cotado entre os argentinos para a linha de frente na nova controlada brasileira é o de Julián Eguren, atualmente diretor-geral das operações da América do Norte da Ternium e presidente-executivo da Ternium México - que incorporou as antigas siderúrgicas Hylsamex e Imsa - desde 2008. Com 48 anos, Eguren é formado em administração de empresas, com pós-graduação na renomada escola americana MIT. O executivo trabalha desde 1987 na organização Techint, onde ocupou vários cargos. Antes da Ternium México, foi presidente da Sidor, por quatro anos, siderúrgica venezuelana que era controlada pela Ternium e foi reestatizada pelo presidente Hugo Chaves em 2008. Na Sidor, entrou como diretor comercial em 2000. Também passou pelas fabricantes de tubos Tavsa, na Venezuela, Tamsa, do México, e Siderca, na Argentina - todas pertencentes ao grupo ítalo-argentino. Ricardo Juan Pedro Soler, 60 anos, também é mencionado como outro executivo a integrar o alto comando da Usiminas. Também administrador de empresas, Soler tem a vantagem de ter passado sete anos no Brasil, de 1999 a 2006, como vice-presidente executivo e do conselho da Confab, empresa de tubos da Techint no país. Com mestrado em administração na Stanford, EUA, Soler ocupa o cargo de diretor-financeiro da Tenaris, companhia de tubos da Techint, desde outubro de 2007. Começou a trabalhar no grupo em 1973.
Outros nomes de destaque do grupo argentino são Martin Berardi, que ocupa a vice-presidência da Siderar, braço da Ternium na Argentina; Paolo Basseti, diretor-geral da Ternium Brasil e Pablo Brizzio, atual diretor administrativo e financeiro da Ternium. Segundo as fontes, a Nippon Steel "vai dar um voto de confiança aos argentinos" para comandar a Usiminas. Já têm uma parceria tranquila no México. Dessa forma, caberia aos japoneses a presidência do conselho de administração, atualmente sob comando de Israel Vainboin, e três ou quatro outras diretorias. Entre elas, pleiteia a financeira para um executivo brasileiro de sua confiança.  Com capacidade de produção de 6,8 milhões de toneladas de aço bruto ao ano (planos e longos) e de laminação de quase 10 milhões de toneladas, a Ternium obteve receita líquida de US$ 7,4 bilhões em 2010. A Usiminas tem capacidade de produzir 9,5 milhões de toneladas por ano.

CCR assina aditivo que altera regra de reajuste de pedágios
Estadão 06.01.2012 - Um dos aditivo altera o índice usado para os reajustes de Índice Geral de Preço de Mercado (IGP-M) para Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) As controladas da CCR AutoBAn, ViaOeste, SPVias e Renovias assinaram hoje com a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) aditivos modificativos aos contratos de concessão para alterar as regras para o reajuste dos pedágios nas rodovias administradas por essas empresas.  Os aditivos alteram de Índice Geral de Preço de Mercado (IGP-M) para Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) o índice usado para os reajustes e o procedimento e forma de revisão contratual para verificação da existência de desequilíbrio econômico-financeiro e sua recomposição, decorrentes da utilização do novo índice de reajuste tarifário.
Assim, segundo a CCR, será caracterizado desequilíbrio econômico-financeiro do Contrato de Concessão a favor das Concessionárias ou a favor do Poder Concedente, caso se verifique diferença entre o montante anual da receita de pedágio auferida por meio das tarifas reajustadas pelo IPCA, efetivamente cobradas pelas Concessionárias, e o montante que teria sido recebido caso as tarifas tivessem sido reajustadas pelo IGPM.
O desequilíbrio será apurado no mês de julho de cada ano, considerando o mesmo período do reajuste contratual das tarifas de pedágio (desequilíbrio anual). O reequilíbrio será realizado a cada dois anos (reequilíbrio bienal), mas poderá ser reavaliada de comum acordo pelas partes a partir do quinto ano, a periodicidade do reequilíbrio.

Sistema de aeroporto no Rio terá padrão internacional
Exame 06.01.2012 - O sistema conhecido como STMB deixará o Galeão no mesmo patamar que os dos aeroportos Charles de Gaulle, na França, e dos terminais de Nova York e de Frankfurt. Com a implantação do novo Sistema de Transporte e Manuseio de Bagagens (STMB) no Terminal 2 do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, o Galeão/Antônio Carlos Jobim, o local alcançará o "nível 5" no Sistema de Segurança e Inspeção de Bagagens (SSIB). Conforme explica o coordenador de Sistemas Mecânicos da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Fernando Carramaschi, com isso o tratamento das bagagens no terminal carioca estará no mesmo patamar que os dos aeroportos Charles de Gaulle, na França, e dos terminais internacionais de Nova York e de Frankfurt. O sistema deverá estar em situação operacional em 2013 e em plena capacidade de operação na Copa do Mundo de 2014, quando o terminal 2 do Galeão concentrará voos internacionais.
As principais novidades envolverão o embarque. O sistema de classificação, inspeção, distribuição e armazenamento será feito de forma automática, assim como o endereçamento das bagagens. Cada unidade será identificada por peso e dimensão, entre outras características. Carramaschi destaca que o sistema de desembarque de bagagens também será modernizado. Quanto à segurança, todas as bagagens embarcadas serão submetidas ao "raio X", sem exceção. No caso de uma bagagem ser reprovada, haverá inspeção por um técnico (sem a abertura da bagagem) e, se ainda assim, houver dúvidas, a unidade será submetida à inspeção por meio de um tomógrafo. "Esse equipamento coloca em 3D tudo o que tem dentro da mala", explica o coordenador, sobre a função do tomógrafo. Se ainda persistirem dúvidas, será chamado o "dono" da bagagem, para que abra a mala. Se o responsável não for identificado ou não comparecer, a bagagem será destruída. O sistema terá capacidade de operar, no pico, com o embarque de 4 mil bagagens por hora. Esse processo será acompanhado pela Polícia Federal (PF). "Há ganhos no processamento e na confiabilidade", afirma Carramaschi. Além disso, esses critérios rígidos de segurança e no cuidados na identificação, classificação e manuseio do material despachado representará um "carimbo de qualidade" à bagagem, facilitando o trâmite no destino. Carramaschi explica que esse forte controle reduzirá os riscos de extravio. A Infraero iniciou hoje a fase de verificação dos documentos de habilitação das empresas que formam o consórcio que ofereceu o melhor preço para fornecer e instalar o STMB do Terminal 2 do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, o Galeão/Antônio Carlos Jobim. A operação está sendo firmada por meio do Regime Diferenciado de Contratações (RDC), o novo sistema que atende obras da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. O grupo que apresentou o menor valor para executar o projeto foi o consórcio Tecnenge/Vanderlande, com proposta final de R$ 59,5 milhões. Se todos os requisitos forem cumpridos - a apresentação de atestados de regularidade fiscal, trabalhista e de capacitação, entre outros -, esse consórcio será declarado habilitado e considerado definitivamente como vencedor. O superintendente de licitações e compras da Infraero, José Antônio Pessoa Neto, explica que o grupo Vanderlande, de origem holandesa, já operou, por exemplo, no aeroporto Charles de Gaulle, na França.

5 obras em aeroportos da Copa que não avançaram nem 10%
Exame 06.01.2012 - Faltando pouco mais de dois anos para o megaevento esportivo, obras importantes como a no sistema de pistas do aeroporto de Guarulhos (SP) teve apenas 5% de execução No fim do mês passado o governo publicou no Diário Oficial da União (DOU) uma lista com diversas adequações no orçamento da Infraero. Segundo a publicação, em 2011, a empresa que administra os aeroportos brasileiros deixou de investir 742,8 milhões de reais em aeroportos nas cidades que serão sede de jogos da Copa do Mundo de 2014.
Elismar Lopes, superintendente de Contratos da Infraero explica que estes investimentos não foram feitos por várias razões. Uma delas foi o atraso nas obras. A pouco mais de dois anos do início do mundial, diversas intervenções importantes nos aeroportos não passaram dos 20% de execução física. Como os trabalhos não avançaram tanto quanto fora previsto pela Infraero, o valor realmente investido ficou abaixo do inicialmente previsto, gerando os ajustes no orçamento. De acordo com Lopes, o dinheiro pertence à empresa, e não foi perdido. Ele integra os 6,5 milhões que o governo promete investir em aeroportos de cidades-sede da Copa até 2014. Dentre os muitos casos de atrasos, há, por exemplo, o do projeto de adequação e ampliação do sistema de pistas e pátios do aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, cuja conclusão estava prevista para julho de 2011. As obras têm apenas 5% de execução física. Veja abaixo cinco obras em aeroportos das cidades-sede da Copa 2014 que não chegaram aos 10% de execução. Aeroporto Internacional Tancredo Neves (MG): O aeroporto localizado em Confins, região metropolitana de Belo Horizonte, passa por reforma, modernização e ampliação do Terminal de Passageiros, que começou em setembro do ano passado. Balanço do PAC divulgado no fim do ano estabelecia como meta concluir 12% do trabalho até 31 de dezembro. Segundo publicado no DOU, até agora, apenas 1% da obra foi executado. A promessa de conclusão é dezembro de 2013. Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP): O principal aeroporto do país, localizado na cidade de Guarulhos, na grande São Paulo, passa por obras de adequação e ampliação de seu sistema de pista e dos pátios para aeronaves. Segundo balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) feito em 2009, a conclusão prevista para a obra seria julho de 2011. De acordo com a publicação do DOU, a obra, que ficou paralisada entre 2008 e 2009, tem atualmente 5% de execução física. A promessa de conclusão passou para outubro de 2013.
Aeroporto Internacional JK (DF): O primeiro balanço do PAC, divulgado em 2007, traz na lista das obras em aeroportos a reforma e ampliação do terminal sul de passageiros, do pátio de aeronaves, do sistema viário e edificações complementares do aeroporto em Brasília. Naquele ano, o Tribunal de Contas da União encontrou diversas irregularidades no edital de licitação e recomendou alterações à Infraero. Com o edital remodelado, as obras foram retomadas, e a previsão de conclusão era agosto de 2010. Segundo publicado no DOU, 8% da obra foi executado até agora. A nova data prometida pelo governo para conclusão dos trabalhos é dezembro de 2013. Aeroporto Santos Dumont (RJ): A reforma e modernização do terminal de passageiros do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, já se arrasta desde 2004. A etapa atual de modernização, que começou em 2011, segundo publicado no DOU, avançou apenas 1%. De acordo com o portal da Copa 2014 da Presidência da República, as obras não são essenciais para garantir o bom funcionamento do aeroporto no período do evento esportivo. O governo promete a conclusão da reforma para julho de 2013.  Aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN): Curiosamente, a obra de construção do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Natal, embora seja recente, é a mais adiantada. A terraplanagem e os trabalhos na pista começaram em maio de 2011, e já avançaram 9%. O aeroporto, que será construído e administrado pela iniciativa privada, deve ficar pronto em novembro de 2013.

ATP S.A. anuncia impulso do crescimento dos correspondentes bancários
MonitorMercantil 06.01.2012 - Para Darcy, ex-BC, ‘com os próximos eventos esportivos no Brasil, torna-se necessário oferecer maior número de locais para estrangeiros trocarem moedas’ (Foto: BC - arquivo) A ATP S.A. anunciou ter encerrado 2011 com um inovador trabalho de logística na parceria com o projeto Caixa Aqui, da Caixa Econômica Federal, para promover inclusão social e bancária em todo o país.  O sucesso do projeto é resultado da qualidade e eficiência nas operações de implantação de soluções desenvolvidas pela ATP, que visam adequação tecnológica para instituições financeiras e o acesso de grandes contingentes da população aos serviços bancários. O Caixa Aqui inclui locais de difícil acesso onde não existem agências, como a região do Xingu. O projeto conta com pontos instalados em quase todos os municípios brasileiros e para o início de 2012 a meta é implantar ao menos um ponto em cada cidade do território nacional.  Essa parceria com o correspondente no país da Caixa Econômica Federal, o Caixa Aqui, que já está presente em 5.500 pontos, recentemente passou a promover a inclusão bancária de mais de 360 mil moradores do Xingu, que nesta região só é possível com recursos de comunicação via satélite. O transporte dos equipamentos necessários para a implantação do projeto na região foi feito por via aérea, estradas de terra e por barcos. Além de trabalhar com a implantação de correspondentes e outros importantes canais de atendimento a clientes de instituições financeiras, como é o caso de implantação de projetos de outsourcing em plataforma de auto-atendimento, nós trabalhamos com custódia, compensação por imagem que é um ponto muito forte da ATP. O sucesso do projeto Caixa Aqui agora é a nossa vitrine - diz o presidente da ATP S.A., o economista Sergio Darcy, ex-diretor do Banco Central.  Para Darcy, com os próximos eventos esportivos no Brasil, torna-se necessário oferecer maior número de locais para que os visitantes estrangeiros possam cambiar suas moedas ou ainda pagar pequenas contas no varejo, sem ter que enfrentar filas gigantescas nas agências bancárias.  O fluxo turístico depende de ofertas de conveniência e facilidade para que os visitantes possam voltar outras vezes - afirma.  Os correspondentes no país vêm se mostrando uma importante solução para os estabelecimentos financeiros e para os varejistas. São fonte de pesquisa para que o banco abra uma futura agência no local e resultam em aumento no movimento para o estabelecimento comercial onde está instalado.  Atualmente, existem mais de 165 mil correspondentes espalhados por todo o Brasil, que também levam os serviços e produtos da ATP até mesmo onde não existem agências bancárias. Nos últimos 10 anos, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o volume de transações bancárias triplicou nos correspondentes.
Para iniciar o ano com os recursos necessários para cobrir as despesas típicas dessa época, a Caixa Econômica Federal está anunciando oferecer diversas linhas de empréstimos. O principal objetivo dos produtos é permitir, ao consumidor, quitar as contas que pesam no bolso e que podem comprometer o orçamento familiar, como matrícula e material escolar; pagamento de tributos como IPTU, IPVA; e das despesas decorrentes das festas do final do ano.  As linhas de crédito da Caixa atendem aos mais variados públicos. Os atrativos são as taxas de juros e o prazo para o pagamento. Os créditos poderão ser obtidos em toda a rede de agências do banco, terminais de auto-atendimento, Internet Banking, central de atendimento telefônico e correspondentes Caixa Aqui.  Entre as linhas de créditos para as despesas de início do ano estão o Crédito Direto Caixa (CDC), modalidade de empréstimo com limites pré-aprovados, que pode ser obtido diretamente nos terminais de auto-atendimento ou pelo Internet Banking. O crédito tem valor mínimo de R$ 300 e máximo de R$ 30 mil. O prazo para pagamento varia de acordo com o valor escolhido, com prestação mínima de R$ 20, debitada automaticamente na conta do cliente. 

Fundo da Union fica sem banco custodiante
Valor 06.01.2011 -Além de um volume que pode chegar a R$ 750 milhões em créditos por recuperar, os cotistas do problemático fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) da Union começaram o ano com um problema adicional para resolver: encontrar um banco custodiante. Os cotistas decidiram rescindir o contrato com o Bradesco e contratar o Santander para realizar a custódia, no fim do ano passado. O banco, porém, acabou se recusando a prestar o serviço - o motivo não está claro. Atualmente, o Bradesco continua na custódia, mas já comunicou que deixará a função. A BRL Trust, administradora do FIDC, convocou uma assembleia para segunda-feira, dia 9, para discutir o assunto. O agente de custódia é a instituição financeira responsável pela guarda dos ativos financeiros do fundo.
Não é a primeira vez que os serviços de custódia provocam polêmica no FIDC, que viu praticamente todos os seus ativos - recebíveis originados pela Union, uma empresa de factoring - virarem pó em um período de menos de um ano. De janeiro a dezembro de 2009, o nível de créditos vencidos saiu de 1% para 65,3% da carteira. Em novembro passado, 94% dos créditos detidos pelo FIDC não haviam sido pagos. Na época do calote, os investidores reclamaram que o Bradesco, que já fazia a custódia do fundo, havia repassado à Union a guarda física dos papéis. Procurado na ocasião, o banco negou a informação. Na proposta de assembleia marcada para segunda-feira, a administradora propõe a liquidação do fundo caso não encontre nenhuma instituição para realizar a custódia dos ativos e passivos. O problema é que o FIDC da Union já se encontra em liquidação antecipada, fase em que apenas são cobrados os créditos em poder do fundo. De acordo com o informe mais recente, referente a novembro passado, o FIDC possuía um caixa de R$ 9 milhões. No pior momento, essa posição chegou a apenas R$ 1 milhão. O volume de créditos a recuperar, no entanto, caiu de R$ 780 milhões, em agosto de 2009, para R$ 620 milhões, conforme o último dado disponível.
A maior parte da baixa contábil foi feita no início de 2011, mas ainda não seria definitiva, já que todas as operações do fundo ainda estão sendo apuradas, segundo uma fonte que acompanha a operação. Os cotistas do fundo, vários deles investidores estrangeiros, também contrataram suas próprias auditorias em busca de irregularidades.

PBio espera recuperação em etanol
Valor 06.01.2012 - PBio investiu para ter 2 bilhões de litros até 2015; meta é 5,6 bi, diz Rossetto.A Petrobras Biocombustível (PBio) deverá registrar, em sua terceira safra sucroalcooleira, o mesmo volume de produção de etanol de seu ciclo de estreia. Os três grupos nos quais a estatal mantém participações preveem produzir, juntos, 1 bilhão de litros na temporada 2012/13 - nível de 2010/11. Segundo o ex-ministro Miguel Rossetto, presidente da PBio, o quadro não evoluiu por causa da quebra desta safra 2011/12, que atingiu não só os parceiros da PBio - Total, Guarani (Tereos) e Nova Fronteira (São Martinho) -, mas todo o Centro-Sul. O executivo garante, no entanto, que todos os sócios estão em processo de expansão, de forma que está mantida a meta de duplicar para 2 bilhões de litros a produção até 2015 com os investimentos feitos até agora. O objetivo anunciado em 2011 de investir outros US$ 1,9 bilhão em mais projetos novos e aquisições para atingir 5,6 bilhões de litros até 2015 não foi revisto até o momento. Mas Rossetto admite que ainda não há viabilidade econômica para construir usinas novas, os chamados "greenfields". Aquisição de unidades tambem é uma estratégia que depende de "oportunidades de mercado" - portanto, de pouca previsibilidade. Na safra 2011/12, em finalização, a produção de etanol da PBio será de 790 milhões de litros, 21% menor que a registrada no ciclo 2010/11. De todas as parceiras da estatal, a mineira Total - que é a de menor porte - foi a menos afetada pela quebra de safra. A unidade processou 970 mil toneladas de cana, ante as 1 milhão previstas inicialmente. Em 2012/13, a usina situada no município de Bambuí deve moer 1,2 milhão de toneladas. Já a usina goiana Boa Vista (Nova Fronteira) previa moer 2,4 milhões de toneladas e produzir 214 milhões de litros de etanol. O resultado foi processamento de 2,2 milhões de toneladas e fabricação de 180 milhões de litros. A Guarani (Tereos), com sete usinas em São Paulo, também previa moer 17,1 milhões de toneladas, mas processou 16,2 milhões, queda de 5,2% e 19% abaixo de sua capacidade. Em 2012/13, a empresa espera moer 18,3 milhões de toneladas de cana. A PBio prevê também que até a metade deste ano vai bater o martelo para a implantação de uma usina de etanol em Moçambique, anexa à já existente usina de açúcar que a companhia tem com a Guarani. O biocombustível será feito a partir do melaço resultante do processo de fabricação do açúcar e deve ser produzido em um volume suficiente para atender quase 100% da demanda moçambicana de 25 milhões de litros - o governo local instituiu para 2012 a mistura de 10% do etanol na gasolina.
A execução do projeto, diz Rossetto, vai demandar aportes próximos de US$ 25 milhões, mas sua execução depende da definição de três condições básicas em conjunto com o governo de Moçambique. A primeira delas, explica o presidente da PBio, é a condição de remuneração do etanol. "O país africano importa 100% da gasolina que consome. A intenção é que essa remuneração ao etanol seja competitiva com a da gasolina e agregue a geração de emprego e renda que o projeto levará ao país", avalia Rossetto. Os outros dois pontos dizem respeito à logística de distribuição e apoio tributário à produção por parte do governo.

Brasileiros procuram aquisições nos vizinhos
DCI 06.01.2012 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) verificou um fluxo crescente de empresas brasileiras na busca de apoio do banco, por meio de uma nova linha específica de financiamento. E, neste contexto, o Hemisfério Sul tem atraído o interesse dos brasileiros, conforme aponta o diretor de Pesquisa da BRAiN, o economista André Sacconato. Para ele, comprar ativos em países como Estados Unidos e Europa é como uma faca de dois gumes: "É mais barato, mas pouco rentável. Eu não veria a Europa com bons olhos pelos próximos dez anos, além do que o mercado nestes países não é interessante para investimentos", argumenta.

Migração ameaçada
Valor 06.01.2012 - A migração da empresa de fornecimento de gás Comgás para o Novo Mercado está paralisada por conta de uma discussão com um acionista minoritário a respeito do valor das ações preferenciais (sem direito a voto). O futuro da empresa está nas mãos do fundo Poland, do tradicional investidor brasileiro Luiz Alves, detentor de 40,3% das preferenciais da Comgás, ou 47% dos papéis dessa espécie em circulação no mercado. Em 19 de outubro, a companhia anunciou o início dos estudos sobre a adesão ao nível máximo de governança da BM&FBovespa e em 2 de dezembro disse ter concluído que o movimento era positivo e seria adotado. Para tanto, a Comgás informou que as preferenciais devem ser convertidas em ordinárias (com direito a voto) sem nenhum deságio, na relação de uma para uma. No passado, houve operações que embutiam desconto sobre as preferenciais, mas nunca prêmio. Desde o anúncio em dezembro, a ação preferencial da empresa acumula alta de 19,1%. O valor de mercado da companhia subiu de R$ 4,16 bilhões para os atuais R$ 4,83 bilhões - passando pela máxima de R$ 5,34 bilhões nesse intervalo. Mas o processo, que foi bem recebido pelos analistas, não encontrou a mesma receptividade com Luiz Alves, investidor de longa data da companhia. Em setembro do ano passado, 39% do patrimônio do Poland estava alocado na empresa. O fundo se beneficia dos tradicionais gordos dividendos que a empresa - controlada pela British Gas e pela Shell - costuma pagar. É justamente esse o ponto de preocupação do fundo. A posição na empresa, que a valores atuais soma mais de R$ 450 milhões, é praticamente toda em ações preferenciais - que recebem 10% a mais de dividendo do que as ordinárias. Em 2011, por exemplo, o detentor da ação PN classe A recebeu R$ 4,04 em dividendos por papel, enquanto o de ON ganhou R$ 3,67 por ação, segundo a Economática. O Poland é defensor da ideia inédita de que as preferenciais deveriam valer 10% a mais que as ordinárias na relação de troca para a migração ao Novo Mercado, seguindo a lógica dos dividendos. E sem a aprovação do Poland a operação não sai. Procurado, contudo, Luiz Alves preferiu não comentar o assunto. Limitou-se a dizer que a companhia tem apenas o desejo de migrar para o Novo Mercado, uma vez que ainda não convocou as assembleias de acionistas que oficializarão esse passo. "Que eu saiba não há nenhuma proposta, pois não há assembleia marcada. O que tem é um desejo da companhia." Como as ações preferenciais não possuem direito a voto, a Lei das Sociedades por Ações prevê que elas tenham dividendo superior como compensação. Outro direito que as preferenciais não detêm, em comparação às ordinárias, é o de oferta pública em caso de venda do controle. A legislação garante que o dono de ação ordinária pode vender seus papéis por 80% do valor que o controlador receber, direito conhecido como "tag along". No Novo Mercado, além de regras de governança como garantia de 20% do conselho ser formado por membros independentes, os acionistas todos podem votar - já que o segmento só aceita ações ordinárias - e os minoritários podem vender seus papéis exatamente pelo mesmo preço do controlador em caso de alienação.
Roberto Lage, diretor financeiro e de relações com investidores da Comgás, explicou que a empresa vem fazendo um esforço de entrar em contato com toda a base acionária para discutir a migração e verificar o interesse. "Estamos propondo esse passo, mas se o minoritário não tem interesse nós não vamos [ao Novo Mercado]." Como se trata de uma conversão de espécie de ação e mudança de direitos, a operação precisa ser aprovada numa assembleia comum, em que votam as ordinárias, e também numa assembleia só de preferencialistas. Na primeira, o controlador, dono de 96% das ordinárias, aprova o assunto. Na segunda, porém, a decisão fica praticamente nas mãos do Poland, já que os controladores não votarão, deixando a questão para os minoritários. Segundo Lage, a decisão de aderir ao Novo Mercado chegou num momento em que a companhia julga-se suficientemente "madura" para essa etapa. O objetivo é buscar maior visibilidade para a empresa, maior liquidez para os papéis e, com isso, abrir novos canais de financiamento. Contudo, afirmou que não há, no momento, nenhuma oferta de ações programada - nem secundária nem primária. Além disso, explicou que os recursos para o plano de investimento de 2012 a 2014 já estão garantidos, inclusive com linhas do BNDES. "Acreditamos que essa operação só tem boa notícia para todos, para a empresa, para os investidores e para o mercado."
A despeito da visão positiva da iniciativa, Lage acredita que é "natural" que o investidor queira ter certeza de que não terá perda no processo. Por isso, explicou ele, a intenção é dialogar para mostrar que a operação é positiva e tende a agregar valor à companhia. "Os direitos que os atuais preferencialistas ganhariam superaria essa diferença dos dividendos."
Por enquanto, portanto, não há nenhum cronograma para que a operação avance. "Não vou para uma assembleia se não tiver certeza que é de interesse da maioria. Pelo menos de 50% mais um", afirmou Lage. Em meio aos resultados mornos apresentados pela Comgás em 2011, o anúncio da intenção de entrada no Novo Mercado foi decisivo para que as ações da empresa encerrassem o ano no azul. Uma reversão no processo teria efeito inverso, diz Erick Hood, da SLW Corretora. "Não digo que cairia tudo que subiu com o anúncio, mas certamente teria efeito negativo sobre as ações", avaliou o analista. Até 19 de outubro, quando a empresa comunicou ao mercado o desejo de ingressar no segmento mais elevado de governança corporativa, os papéis acumulavam queda de 7,8% no ano, cotados a R$ 34,02, frente a um recuo de 20,7% do Ibovespa. A partir de então, a ação disparou, fechando 2011 com alta acumulada de 18,7%, a R$ 43,80, contra um declínio de 18,1% no índice de referência da bolsa.
Essa elevação ocorreu em meio à divulgação dos resultados do terceiro trimestre, quando a Comgás registrou lucro de R$ 40,3 milhões, 78,5% menor do que o observado no mesmo período de 2010. O ganho de R$ 0,34 por ação frustrou o consenso de mercado apurado pela Bloomberg, de R$ 0,57. Em relatório datado de 25 de outubro, o J.P. Morgan justificou sua avaliação "underperform" - isto é, abaixo do mercado - para as ações da Comgás, por conta do cenário fraco para a demanda futura de gás e da menor atratividade em relação às companhias elétricas, quando se consideram apenas os papéis "defensivos", bons pagadores de dividendos. "No entanto, a migração para o Novo Mercado pode dar um impulso positivo às ações", escreveram os analistas Pedro Manfredini e Gabriel Salas na ocasião.
Hoje, os analistas ouvidos pelo Valor são unânimes em afirmar que a valorização decorrente do anúncio da migração para o Novo Mercado foi esgotada.
"Neste ano, o desempenho das ações dependerá essencialmente do impacto da crise europeia sobre a atividade industrial brasileira", afirmou Hood, da SLW. Nos nove primeiros meses de 2011, o segmento industrial respondeu por 80% do volume comercializado pela Comgás. Diante dessa incerteza, o potencial de alta é limitado. O preço-alvo médio para os próximos 12 meses estimado pelos analistas é de R$ 50, segundo base de dados da Bloomberg - valorização de 14,4% em relação ao fechamento de ontem (R$ 43,70). Das oito casas consultadas, quatro aconselham a manutenção das ações. A outra metade se divide entre a recomendação de compra e a de venda do papel.

Analista do Citi atrai IPOs quentes
The Wall Street Journal 06.01.2012 - Em julho, quando o site imobiliário Zillow Inc. estava procurando um banco para administrar sua oferta inicial de ações de US$ 80 milhões, o Citigroup Inc. estava no topo da lista. O principal atrativo: o famoso analista de internet do banco, Mark Mahaney. Mahaney "é amplamente considerado um dos analistas mais importantes cobrindo a internet, então sim, isso foi um elemento crucial" da escolha do Zillow pelo Citi, disse Spencer Rascoff, diretor-presidente da Zillow, ao The Wall Street Journal. Analistas têm tido uma importância crescente, apesar de regras criadas nos EUA para reduzir a pressão para que ajudassem seus bancos a obter negócios.

Indústria japonesa enfrenta ameaça de declínio irreversível
Valor 06.01.2011 -Yoshihiko Noda, primeiro-ministro do Japão: "Corremos o perigo sem precedentes de esvaziamento da economia". Sob pressão das políticas domésticas e dos concorrentes estrangeiros, o setor por trás do milagre japonês do pós-guerra está transferindo suas atividades para outros países, aumentando as preocupações com a capacidade da nação de vencer uma estagnação que já dura duas décadas. Em junho, Akio Toyoda, presidente da Toyota Motor do Japão, fez uma dura avaliação ao ativo econômico mais estimado de seu país: sua competitividade enquanto potência econômica. "Se olharmos a situação de uma maneira lógica", disse ao anunciar uma reorganização das operações domésticas da Toyota, que estavam no vermelho como resultado da valorização do iene, "veremos que não faz sentido produzir no Japão". Os sinais de alerta estão soando nos escritórios e fábricas do Japão corporativo. O câmbio, os cortes no fornecimento de energia provocados pelo tsunami de março, políticas fiscais e comerciais desfavoráveis e a ascensão implacável da China e da Coreia do Sul estão pressionando os outrora incontestados fabricantes de automóveis e produtos eletrônicos nipônicos a abandonar o país por paragens onde os custos são menores. Políticos, líderes empresariais e a imprensa alertam que, se nada for feito, os setores responsáveis por grande parte do crescimento do Japão após a Segunda Guerra Mundial poderão mergulhar num declínio irreversível - e acabar com as chances do país de sair de uma estagnação econômica de 20 anos. "Corremos o perigo sem precedentes de esvaziamento da economia", disse em setembro o primeiro-ministro Yoshihiko Noda. Lamentar o declínio do setor industrial não é novidade, nem uma característica única do Japão. A parcela da população envolvida na produção de objetos físicos, assim como acontece em outros países ricos, vem encolhendo há anos: de 27% em 1970 para os atuais 17%. Isso deixa o país em algum lugar entre o Reino Unido e os Estados Unidos, onde apenas um em cada dez trabalhadores está no setor industrial; e a Alemanha e a Itália, onde esse número é de aproximadamente 20%, segundo estatísticas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), sediada em Paris. Mesmo assim, para o Japão a perspectiva da irrelevância industrial é especialmente preocupante. Desde o estouro da bolha econômica do país na década de 1990, a renda real por trabalhador caiu 10% e a perda de mais empregos bem pagos no setor industrial vai acelerar a tendência de queda. Embora a taxa oficial de desemprego permaneça baixa, em pouco mais de 4%, o governo calcula que ela poderá aumentar mais de três vezes se as empresas reduzirem suas forças de trabalho para se adequar aos atuais níveis da demanda.
Até agora, isso foi adiado por leis trabalhistas favoráveis aos trabalhadores, subsídios empregatícios do governo, às vezes chamados de esmolas para funcionários ociosos, e o legado dos esquemas do pós-guerra de "emprego para a vida toda", mas é improvável que seja evitado para sempre. De um modo amplo, os problemas industriais coincidem com o papel menor do país no cenário mundial. Duas décadas atrás, sua produção econômica respondia por 14% do PIB mundial; hoje, esse número é inferior a 9%. Até mesmo na Ásia ele vem sendo eclipsado pela China enquanto potência econômica e diplomática. Talvez ainda mais preocupante seja o fato de que muitos parecem acreditar que o país não tem para onde retroceder se o setor industrial fracassar; que seus trabalhadores são adequados unicamente ao "monozukuri", o conceito quase místico de "fazer coisas". Essas pessoas apontam para uma escassez de campeões nacionais em setores como o de softwares e o de finanças, e no ineficiente setor de serviços, onde a produção por trabalhador é menos da metade do nível dos Estados Unidos. Quando as companhias do setor industrial tropeçam - como aconteceu com a Toyota nos recalls de 2009 ou com o escândalo contábil em andamento na Olympus -, cresce a sensação nacional de embaraço. "A identidade do Japão está ligada ao setor industrial", diz Yoshikazu Tanaka, fundador da Gree, uma companhia de jogos sociais. "Se você não produz objetos materiais, as pessoas o tratam com se estivesse fazendo algo duvidoso." De fato há evidências de que a transferência da produção para fora do país sofreu uma aceleração. Desde que o iene começou sua valorização de 40% em relação ao dólar, em meados de 2007, as saídas líquidas de investimentos estrangeiros diretos passaram de uma média de US$ 30 bilhões a US$ 50 bilhões na primeira metade da década de 2000, para US$ 130 bilhões em 2008. Elas continuam acima da tendência de longo prazo. Em termos domésticos, os investimentos pelas empresas vêm caindo. A diferença de desempenho entre as companhias que transferiram agressivamente operações para fora e as que não fizeram isso é grande. A Toyota produz cerca de 50% de seus carros no Japão, onde vende menos unidades do que exporta, e a expectativa da companhia é que seu lucro líquido cairá pela metade no ano fiscal que se encerra em março. Por outro lado, a Nissan, que produz no Japão apenas um quarto de seus veículos, prevê um queda nos lucros de 9%. "Se o Japão quiser empregos, terá de fazer alguma coisa para estabelecer uma taxa de câmbio normal", alertou recentemente o presidente-executivo da Nissan, Carlos Ghosn. Ele quer que o governo desista das esporádicas, e na maioria das vezes ineficientes, intervenções no mercado, como vem fazendo desde o fim de 2010, em favor de um teto cambial ao estilo suíço, que defenderia a todo custo.
Os problemas foram agravados pelos desastres naturais do ano passado. O terremoto seguido de tsunami, em março, e as enchentes mais recentes na Tailândia, danificaram fábricas japonesas e provocaram uma confusão nas cadeias de fornecimento. Muitas companhias se recuperaram mais rapidamente que o esperado - a produção industrial nacional retornou para perto dos níveis normais em agosto, após cair 15% em abril -, mas os efeitos sobre os negócios no país serão prolongados. Um dos problemas é o custo da energia. A destruição da usina nuclear de Fukushima Daiichi pelo tsunami levou a cortes no fornecimento de energia em todas as partes do país, uma vez que outras usinas foram forçadas a se desligar para testes de segurança. Isso levantou a possibilidade de racionamentos por longos períodos e alta dos preços num país onde as empresas já pagam 40% mais pela energia do que as empresas americanas, e 2,5 vezes mais que as companhias sul-coreanas, uma consequência, em parte, da estrutura monopolista do setor energético. A Tokyo Electric Power, dona da usina de Fukushima, quer aumentar as tarifas em Tóquio e áreas subjacentes em 15%, para cobrir seus custos de compensação e limpeza - uma proposta que vem enfrentando resistência das empresas. "O problema da eletricidade é tão grande quanto o da força do iene", diz Minoru Usui, presidente da Seiko Epson, fabricante de impressoras e projetores de vídeo. Tsunamis e os mercados de câmbio podem estar fora do controle, mas a indústria e autoridades também vêm provocando seus próprios problemas. Muitas empresas, por exemplo, apoiaram as chamadas tecnologias galápagos - dispositivos eletrônicos japoneses que têm pouco apelo porque são elaborados tendo em vista principalmente as exigências locais. Um caso clássico é o telefone celular. O Japão já tinha celulares capazes de surfar na internet quase dez anos antes do surgimento do iPhone, mas mesmo assim os produtores locais nunca pensaram nos mercados internacionais e não atualizaram seus projetos. Hoje, eles perdem participação até mesmo em casa, onde o mundialmente popular aparelho da Apple é o modelo mais vendido. Enquanto isso, empresários afirmam que a política do governo desencoraja os investimentos e as contratações em casa. Eles citam as regras trabalhistas onerosas, os altos impostos corporativos (41%, em comparação à média de 26% dos países da OCDE), e o fato de que os exportadores pagam tributos maiores que os concorrentes de Coreia do Sul e outros países.
O custo enorme dos reparos da costa de Tohoku depois do tsunami contribuirá para o endividamento público já sem paralelos do Japão de 200% do PIB, dificultando ainda mais a redução da carga tributária das empresas. Mas é claro que nem toda a indústria do país está "condenada". Paradoxalmente, os desastres de 2001 serviram de lembrete que o país mantém vantagens competitivas em áreas importantes, mas frequentemente subestimadas, como a de materiais e componentes de precisão. Muitas pessoas ficaram surpresas ao tomar conhecimento, por exemplo, de que uma única fabricante japonesa de semicondutores, a Renesas, fornece quase metade dos microcontroladores usados em automóveis em todas as partes do mundo. Quando a fábrica, que produz dispositivos que movem assentos, fecham portas e acionam vidros, foi paralisada pelo terremoto, as linhas de montagem de centros automobilísticos como o de Nagoia no Japão e do Alabama, nos EUA, também foram paralisados. A força dos fabricantes de componentes japoneses também ficou evidente no voo comercial inaugural do jato 787 Dreamliner da Boeing, em outubro, do qual um terço das peças de alta tecnologia é fabricado no Japão. A Toray, companhia que fornece os elementos leves de fibra de carbono que tornam o modelo mais eficiente do ponto de vista de consumo de combustível, pode não ser um nome tão conhecido como a Sony, mas representa o que indiscutivelmente é a parte mais competitiva do setor industrial japonês.
Até agora, a maioria das empresas vem optando por continuar produzindo seus produtos mais sofisticados e de alto valor agregado no Japão, transferindo a produção de produtos de margens menores para países onde os custos são mais reduzidos. A estratégia vem funcionando em maior ou menor grau para grupos independentes, mas especialistas duvidam que isso vá preservar empregos em grande escala, especialmente na medida em que grandes economias emergentes, como a China, sobem degraus na cadeia industrial de valor, para fabricar produtos cada vez mais sofisticados. Waichi Sekiguchi, articulista do jornal japonês "Nikkei" e membro do Beyond Galapagos Study Group, uma associação de especialistas do setor industrial, afirma que a competitividade dos custos e o iene são problemas secundários, uma vez que as próprias mudanças tecnológicas tornaram o modelo de negócios dos fabricantes japoneses, focado na engenharia, obsoleto. "Esse modelo funcionou maravilhosamente bem quando a competição global girava em tornos de produtos individuais e os vencedores eram as companhias que fabricavam os melhores produtos aos preços mais baixos", diz ele. "Mas isso não faz tanto sentido no mundo da eletrônica digital, onde quem manda é a rede." Sekiguchi demonstra seu ponto de vista em "Reimagining Japan" (repensando o Japão), uma coletânea de análises e recomendações de políticas publicada no ano passado pela consultoria McKinsey. Outros colaboradores do livro afirmam que o foco excessivo em salvar o setor industrial pode até ser danoso se atrair recursos de alternativas mais promissoras para fugir do beco sem saída econômico. "A fabricação de porcas a parafusos é o passado do Japão, e não seu futuro", afirma Masayoshi Son, fundador do grupo japonês de telecomunicações Softbank. "Nenhum setor que depende muito de mão de obra pode revitalizar o Japão. Para o país, setores que exigem muito conhecimento são o único caminho à frente. E mesmo assim as políticas de nosso governo não estão dirigidas para esses setores." A política oficial é voltada principalmente para a preservação do que sobrou do "monozukuri". No fragmentado setor eletrônico, o governo está tentando acelerar a consolidação e criar campeãs nacionais: recentemente apoiou a fusão das pequenas operações de produção de telas de cristal líquido da Sony, Toshiba e Hitachi. Ele espera que a nova empresa possa competir melhor com os grupos da Coreia do Sul e Taiwan. Mesmo assim, os planejadores econômicos também reconheceram a necessidade de diversificação e estão mirando outras áreas além do setor industrial, como as de turismo, produção de mangás (as histórias em quadrinhos japonesas) e moda. O estilo de vida japonês é popular em todas as partes do mundo, mesmo assim sua indústria cultural exporta apenas cerca de 2% da produção. Yoshihiko Miyauchi, presidente-executivo da Orix, uma companiha de serviços financeiros e defensor da liberalização do altamente protegido setor de serviços, lista outras áreas em que o país é forte, mas que está pouco representado globalmente - serviços de entrega a lojas de conveniência e o segmento de cuidados médicos. "O Japão poderia ter a Clínica Mayo da Ásia", diz ele, referindo-se ao renomado hospital privado de Minnesota, que atrai pacientes de todas as partes do mundo. Quanto ao setor industrial, ele prefere ver as companhias transferindo a produção para fora do país e prosperar, do que ficar e enfraquecer. "Quando as companhias japonesas saem para o mundo, elas ficam mais fortes. São as companhias que tentam brigar em casa que estão tendo dificuldades."

Devolução de lixo hospitalar para os Estados Unidos foi adiada
DCI 06.01.2012 - A devolução de dois contêineres, retidos no Porto de Suape em Pernambuco, com lixo hospitalar vindo dos Estados Unidos foi adiada, informou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O envio das 46 toneladas de tecidos hospitalares estava marcado para o próximo sábado (7), mas foi postergado para o dia 21 por falta de documentação. De acordo com a Anvisa, a companhia marítima alemã Hamburg Süd, responsável pelo transporte dos contêineres ao Brasil, solicitou a emissão de documento pelas autoridades alfandegárias ou do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos avalizando o retorno da carga.

Parte dos criadores da Doux suspende alojamento de aves e suínos
Valor 06.01.2012 - Cansados de conviver com três anos de sucessivos atrasos de pagamento pelos lotes de animais entregues para abate, cerca de 500 dos 2,2 mil criadores integrados da Doux Frangosul no Rio Grande do Sul suspenderam o alojamento de aves e suínos. A manifestação começou há cerca de dez dias e tende a crescer se até o início da próxima semana a multinacional francesa não apresentar uma solução para o problema, disse nesta sexta-feira o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS), Elton Weber. “A situação ficou mais tensa nos últimos dias”, disse o dirigente. De acordo com ele, os atrasos já chegam a cem dias além do prazo usual de 40 dias para pagamento pelos animais após a entrega. O atraso corresponde a três a quatro lotes de frangos e a dois a três lotes de suínos não pagos. “É tempo demais”, comentou Weber, que espera um chamado da empresa para uma reunião na segunda ou na terça-feira da próxima semana para discutir o assunto. A crise entre a Doux e os integrados gaúchos começou em fevereiro de 2009, quando a empresa alegou dificuldades nas exportações decorrentes da crise econômica global iniciada no ano anterior. Desde então os atrasos continuam, apesar das várias propostas de regularização apresentadas pela companhia, que no fim de 2010 chegou a tomar um empréstimo bancário de R$ 20 milhões para pagar as dívidas. Em 2010, conforme o último balanço disponível, a multinacional teve receita bruta de R$ 1,52 bilhão, sendo 75% com vendas ao exterior, e lucro líquido de R$ 27,1 milhões. Em nota distribuída por intermédio de sua assessoria, a Doux disse que “vem cumprindo o plano de valores em atraso, estipulado no último cronograma de pagamentos apresentado em 29 de dezembro de 2011 aos representantes dos criadores”. A empresa também “reforça o empenho constante em regularizar a situação com todos os produtores integrados o mais breve possível”.

Tráfego nas concessões da EcoRodovias cresce 11,3% em 2011
Valor 06.01.2012 - A EcoRodovias divulgou hoje que o tráfego consolidado no ano de 2011 cresceu 11,3% em número de veículos pagantes em suas cinco concessões, frente ao ano de 2010. O crescimento de 11,3% foi registrado tanto em relação aos veículos de passeio (ou leves) como os comerciais (pesados). Considerando o ajuste da bidirecionalidade nos veículos de passeio na Ecopistas, de 01 de janeiro a 17 de fevereiro de 2010, o crescimento consolidado foi de 9,2%. O ajuste decorre do fato de que, até essa data, o pedágio ainda não era cobrado nos dois sentidos. A companhia também divulgou a assinatura do termo aditivo que modifica o contrato de concessão da concessionária Ecovias dos Imigrantes. Assim como foi feito com concessionárias do grupo CCR (em fato relevante divulgado ontem pela companhia), a Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) celebrou com a EcoRodovias o contrato de alteração do índice de reajuste do pedágio de IGP-M pelo IPCA na concessão Ecovias dos Imigrantes. A partir de 1º de julho de 2012, haverá reconhecimento do desequilíbrio da equação financeira. De acordo com o grupo, a periodicidade do reconhecimento do desequilíbrio será a cada dois anos, sendo que esta periodicidade poderá ser revista a partir do quinto ano da assinatura deste termo.

Brookfield agrada mercado com vendas acima do esperado
Folha 06.01.2012 - A Brookfield fechou 2011 com vendas contratadas de R$ 4,4 bilhões, alta de 21,1% em relação a 2010 e acima da projeção de R$ 3,8 bilhões a R$ 4,2 bilhões estabelecida para o ano.  Já os lançamentos foram de R$ 3,9 bilhões no ano passado, 31,8% maiores ante 2010 e equivalentes a 98% do piso da meta anual da empresa, de R$ 4 bilhões a R$ 4,2 bilhões.  "Embora não tenha atingido o ponto mínimo da meta de lançamentos (por apenas 2%), a Brookfield superou a previsão de vendas em quase 5%, uma métrica mais importante", afirmou o analista Guilherme Rocha, do Credit Suisse. No quarto trimestre, os lançamentos da companhia foram destaque, somando R$ 1,8 bilhão, crescimento anual de 62,2%. "Destacamos o fato da empresa ter conseguido acelerar os lançamentos no quarto trimestre, lançando 46% do total do ano no último quarto", ressaltam os analistas do Itaú BBA, em relatório. A velocidade de vendas -- medida pela relação de venda sobre oferta -- também agradou o mercado ao encerrar o quarto trimestre em 28%.
Segundo Rocha, do Credit Suisse, a companhia "fez um bom trabalho em aumentar esforços para acelerar a aprovação de projetos e manter a velocidade de vendas em níveis elevados".

Black Rock aumenta participação na Dasa
Valor 06.01.2012 - A Black Rock, maior gestora de fundos do mundo, informou que adquiriu mais papéis da empresa de medicina diagnóstica Dasa, alcançando uma participação equivalente a 5,11% do total de ações ordinárias da companhia. A gestora de recursos observou ainda que aumentou sua fatia na Dasa apenas como forma de investimento, e que, portanto, não visa a mudanças no controle acionário ou da estrutura da empresa. Na semana passada, a Dasa anunciou um aporte de US$ 22 milhões para a aquisição de 70 equipamentos médicos para unidades de São Paulo, maior investimento desse tipo já feito pela companhia. Paralelamente ao projeto de modernização, a Dasa também tem planos de abrir 40 laboratórios em 2012.

Por que a Tok&Stok precisa se repaginar (com ou sem dono novo)
Exame 06.01.2012 - Loja da Tok & Stok em São Paulo: BTG assessora operação de venda da companhia. Por trás dos vários ambientes decorativos espalhados pelas 35 lojas da rede Tok&Stok em São Paulo, se encontra uma estratégia de negócios que precisa de uma nova demão de tinta, segundo os especialistas. Repaginar a rede fica ainda mais complicado, no momento em que a Tok&Stok volta a ser alvo de rumores de que está à venda. A informação é do jornal Valor Econômico. O negócio, porém, enfrentaria um desalinhado cenário societário entre os donos e fundadores da rede, Regis e Ghislaine Dubrule. Os dois estariam discordando sobre a hora certa de se desfazer do negócio da família.
Os empresários teriam contratado o BTG Pactual para assessorar a venda da empresa, por estimados 900 milhões de reais. Essa não seria a primeira vez (nem a segunda) que os donos colocam a empresa à venda e sondam potenciais interessados. Arrumando a casa: Seja sob um novo dono, seja com os Dubrule, o fato é que a Tok&Stok já tem uma lista de tarefas estratégicas a partir deste ano, de acordo com o especialista em varejo Eugênio Foganholo, da consultoria Mixxer Desenvolvimento Empresarial. A primeira delas é saber para quem a empresa quer vender. “A marca Tok&Stok é forte, tem bons produtos e sabe que atende, em especial, solteiros e jovens casais. Falta saber de quais classes sociais eles são”, afirma Foganholo. Com isso definido, a empresa pode oferecer seus produtos a preços alinhados aos que seu público alvo quer e pode pagar.
Outro desafio é o de vender produtos de maior valor agregado, como móveis. Isso porque, neste segmento, a empresa perde consumidores para centros comerciais que oferecem maior opção de lojas e fabricantes.  “Dificilmente quem visita a loja da Tok&Stok uma vez compra um produto mais caro lá sem procurar outras opções no mercado”, diz o especialista.
Concorrentes: Por último, a Toks&Stok precisa reforçar a marca para concorrer com quem está entrando no setor de decoração e com as antigas conhecidas dos consumidores: as lojas de material de construção. Essas redes decidiram apostar nas vendas de produtos de decoração para os mesmos clientes que estavam lá procurando itens para reformar ou construir. “Desde então, tem aumentado suas receitas com as vendas desses itens e se dedicado a ampliar os negócios no ramo”, diz o consultor. O ano passado, a Tok&Stok faturou cerca de 800 milhões de reais em um negócio considerado tão lucrativo quanto complexo pelo mercado. “Exige muitos fornecedores, lojas grandes e um amplo mix de produtos. Mas é promissor o suficiente para atrair qualquer investidor”, diz ele.

AGCO adquire Santal, visando mercado de cana
Brasil Economico 06.01.2012 - A Santal hoje detém 5% do mercado de colheitadeiras de cana. A americana AGCO, fabricante de tratores e implementos, anuniou nesta sexta-feira (6/1) que adquiriu 60% da Santal Equipamentos por US$ 31 milhões, empresa sediada em Ribeirão Preto. A Santal é especializada em colheitadeiras para cana-de-açúcar, produto que a empresa americana ainda não fabricava em linha de montagem nacional. Com a aquisição, a companhia deverá lançar produtos nesse ramo, com suas duas marcas, Massey Ferguson e Valtra. Esta última já líder de vendas em tratores para o setor sucroalcooeiro.
"Os produtos da Santal são reconhecidos por sua força, qualidade e eficiência pelos consumidores, incluindo os maiores produtores de açúcar no Brasil", declarou em nota Martin Richenhagen, presidente executivo da AGCO. A Santal hoje detém 5% do mercado de colheitadeiras de cana, que hoje é dominado pela John Deere. A empresa também fabrica plantadeiras, equipamentos de transporte e peças de reposição. A operação depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Cencosud paga primeira parcela pela compra da Prezunic
Exame 06.01.2012 - Chilenos desembolsaram R$ 391 milhões de reais pela rede de supermercados fluminense A Cencosud pagou a primeira parcela da aquisição da brasileira Prezunic, de acordo com a agência de notícias Bloomberg. A rede chilena desembolsou 391 milhões de reais. A aquisição, anunciada em novembro passado, custará um total de 875 milhões de reais à Cencosud.
Do total, 189,3 milhões de reais referem-se às dívidas da rede fluminense assumidas pelo seu novo dono. O restante será pago em quatro parcelas anuais.
O acordo marca a entrada da Cencosud no Rio de Janeiro, onde a Prezunic possui 31 supermercados e um centro de distribuição. Fundada em 1952, a Cencosud chegou ao Brasil em 2007, ao comprar a rede sergipana G. Barbosa. Hoje, a Cencosud já ocupa um lugar de destaque no varejo brasileiro, a ponto de ter sido apontada, no ano passado, como uma desafiante de Abilio Diniz, do Pão de Açúcar, em sua tentativa de se unir às operações brasileiras do Carrefour.

Passagens aéreas ficam 53% mais caras em 2011, diz IBGE
Folha 06.01.2012 - O aumento de custo das empresas aéreas e a forte demanda por voos contribuíram para elevar o preço das passagens em 52,91% em 2011, a maior aceleração entre os itens que compõem o IPCA  (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que nesse período foi de 6,50%. A explicação é da coordenadora de índices de preços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Eulina Nunes dos Santos.
Entre as elevações nos custos das companhias aéreas em 2011, a especialista do IBGE destaca o encarecimento entre 35% e 40% do querosene de aviação no ano passado. "As empresas argumentaram que por muito tempo não repassaram os aumentos de custos aos consumidores, e fizeram isso em 2011", diz a especialista. Em 2010 as passagens aéreas subiram 3,17%. Eulina ressalta que a demanda também exerceu forte influência no reajuste das passagens aéreas. Eventos sazonais, como Rock in Rio e Cirque du Soleil, motivaram famílias a viajar de avião. "São eventos locais, que acontecem por algumas semanas, mas que levam muitos a se deslocarem pelo país. As empresas aéreas aproveitam-se disso para aumentar as passagens", afirma Eulina. Como o IPCA abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre um e 40 salários mínimos, o IBGE apura apenas os preços das passagens de viagens de lazer. A alta das passagens aéreas em 2011 influenciou em 0,19 ponto percentual o índice. Foi a sétima maior influência entre os itens não alimentícios. As passagens aéreas ainda têm pouco peso no IPCA, mas à medida que os níveis de renda e emprego avançam, a tendência é que elas ocupem maior espaço na destinação das rendas das famílias", ressalta Eulina. Enquanto as passagens aéreas subiram fortemente, o grupo transporte em 2011 avançou 6,05%, após alta de 2,41% em 2010. No ano passado, a quebra de parte da safra de cana-de-açúcar contribuiu para alta de 15,75% do etanol, principal fator negativo da inflação de transportes no período. O grupo foi responsável por 1,13 ponto percentual do IPCA em 2011.

Corinthians fecha parceria com clube da Argentina
Brasil Economico 06.01.2012 - O principal objetivo do Corinthians com a iniciativa é trazer talentos argentinos para reforçar a equipe no Brasil.  Corinthians fecha parceria com clube da Argentina.  O Corinthians anunciará nas próximas semanas seu mais novo negócio e ele vem da Argentina. Mas quem pensa que é um novo contrato com o atacante Carlos Tevez se engana. O clube de Parque São Jorge fechou uma parceria com o Santa Fé Fútbol Club, que a partir deste ano passa a se chamar Sport Clube Corinthians Santa Fé e trocará suas cores azul e vermelha pelo preto e branco do time paulista. O principal objetivo do Corinthians com a iniciativa é trazer talentos argentinos para reforçar a equipe no Brasil, utilizando para isso toda a estrutura que tem o time argentino para a formação de novos talentos. Apesar de ser um clube amador do futebol argentino, que trabalha principalmente com jovens de 12 a 18 anos, o Santa Fé conta com campos de treinamento no padrão Fifa, além de academia, consultório médico e outras instalações necessárias para o desenvolvimento dos atletas. "É um excelente clube formador de novos talentos e o acordo visa a transferência de atletas em uma única via, que é de lá pra cá", diz Luis Paulo Rosenberg, diretor de marketing do Corinthians, que não revelou valores da iniciativa corintiana. O contrato é de três anos com possibilidade de renovação por mais três. O símbolo do Santa Fé também será igual ao do time paulista, trocando apenas a bandeira do estado de São Paulo pela da Argentina. Profissionais do Corinthians como olheiros e representantes da equipe técnica passarão pelo menos dez dias por mês no clube argentino para acompanhar os trabalhos com os novos talentos.
Intercâmbio: De acordo com Fernando Alba, diretor de futebol de base do Corinthians, 70% das negociações envolvendo os dois clubes ficarão com o time paulista e o restante com os argentinos.
"Tem empresas com atuação nos dois países que já estão interessadas no negócio", diz Alba. A parceria com o Santa Fé não é uma novidade na estratégia do Corinthians. Em 2009, o clube fechou um contrato de três anos com o Jmalucelli Futebol S.A., clube empresa de Curitiba, que passou a se chamar S.C. Corinthians Paranaense. Nesse caso, o objetivo divulgado pela diretoria corintiana era o intercâmbio técnico e de jogadores, além de aumentar o número de torcedores no Paraná. O principal retorno que o Corinthians teve com o acordo foi a contratação sem custos do meio-campo Jucilei, que foi vendido no ano passado para o Anzhi Makhachkala, da Rússia, por R$ 23 milhões.

MercadoLivre vai abrir centro de tecnologia em SP
Folha 06.01.2012 - O portal de comércio eletrônico MercadoLivre vai abrir, nos próximos meses, um centro de desenvolvimento tecnológico em São Paulo.  A operação terá foco em produtos locais e contratará 20 programadores em 2012.  O centro será o primeiro do gênero no país, já que a companhia até agora centralizava na Argentina a produção de sistemas para todos os 13 países latinos em que mantém operações.  O Brasil representou US$ 120 milhões (R$ 220,8 milhões) -- 60% do faturamento da empresa, de US$ 212,4 milhões (R$ 390,8 milhões) -- de janeiro a setembro de 2011.
"Entre os produtos estão os classificados de veículos, imóveis e serviços e incluir atributos como geolocalização", afirma Stelleo Tolda, diretor de operações do portal na América Latina.
Sistemas móveis também serão desenvolvidos pelo centro de tecnologia. Segundo Tolda, hoje 3% do tráfego do portal vem a partir de celulares, smartphones e tablets.
A intenção é desenvolver a versão móvel do sistema de pagamento eletrônico MercadoPago para que consumidores possam fazer suas compras pelo celular.
Pelo sistema, o comprador paga a compra com cartão de crédito, por exemplo, ao Mercado Pago, que repassa o crédito ao vendedor.  Os principais concorrentes do MercadoPago, o Buscapé e o UOL (portal de internet controlado pelo Grupo Folha, que edita a Folha), já lançaram versões móveis de seus sistemas de pagamento eletrônico no ano passado.

Jaguar Land Rover busca área para instalar fábrica no Brasil
Folha 06.01.2012 - A marca de carros de luxo Jaguar Land Rover está em busca de um terreno no Brasil para a instalação de uma fábrica. Segundo o "Wall Street Journal", a companhia considera três centros industriais do país.  "O Brasil e o resto da América do Sul são um mercado muito interessante. É um mercado emergente, crescendo muito rápido", afirmou o presidente da Jaguar Land Rover, Ralf Speth. Segundo ele, a unidade brasileira deve ser uma réplica da fábrica indiana da empresa.  A previsão é que, inicialmente, a fábrica monte veículos da marca Land Rover. O valor do investimento não foi informado.
A Land Rover vendeu 8.185 veículos em 2011 e encerrou o ano com 0,24% de participação de mercado, segundo dados da Fenabrave (federação dos distribuidores de veículos).
Já a Jaguar vendeu 14 unidades no país no período de janeiro a outubro do ano passado, de acordo com a Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores). A associação ainda não divulgou o total de 2011.
Divulgação: Land Rover Freelander, que é produzido em unidade na Índia; marca pretende iniciar fábrica no Brasil. A Jaguar Land Rover foi comprada por US$ 2,3 bilhões pela indiana Tata Motors em 2008. A empresa, assim como a maior parte dos fabricantes, vem mudando a estratégia de suas operações para dar maior foco a mercados emergentes.  No ano passado, o grupo inaugurou uma fábrica na Índia para montar o modelo Land Rover Freelander.  Speth afirmou que mantém esforços para conseguir finalizar uma parceria para começar a produzir na China, onde espera investir cerca de US$ 100 milhões.

Temer aluga casa avaliada em R$ 4,5 milhões em SP
Estadão 06.01.2012 - Uma casa avaliada em R$ 4,5 milhões é usada para abrigada equipe de segurança do vice-presidente da República, Michel Temer, na capital paulista. O imóvel foi alugado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) por R$ 19,5 mil mensais, segundo reportagem da Folha de S.Paulo publicada nesta sexata-feira, 6. A casa, localizada no bairro de Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, fica ao lado da casa onde Temer passa os finais de semana com a mulher, Marcela, que fica na capital quando Temer faz viagens oficiais. Ao todo, o custo total com a manutenção da residência é de R$ 55 mil. De acordo com a reportagem, o imóvel tem 780 metros quadrados, suítes e piscina. Cinquenta e duas pessoas trabalham na casa. O GSI informou, em nota, que a proximidade do imóvel influenciou na escolha, “dentre outros fatores”.

Ganho real da poupança fica em 0,94% em 2011, diz Economatica
Estadão 06.01.2012 - O ganho nominal da caderneta no ano passado foi de 7,5% contra um IPCA de 6,5% no ano. A rentabilidade real da poupança, descontada a variação do índice de inflação medida pelo IPCA, ficou estável em 2011 na comparação com o ano anterior. O ganho real da poupança descontada o indicador, foi de 0,94%, mesmo nível de 2010.  O ganho nominal da caderneta no ano passado foi de 7,5% contra um IPCA de 6,5% no ano. O pior desempenho real da poupança aconteceu no ano de 2002 quando o investidor teve ganho real negativo de 2,9%. O segundo pior momento foi em 2004, com ganho real de apenas 0,46%. O ganho real significa quanto o poder aquisitivo do investidor aumento em um determinado período.

Genéricos devem ter alta de até 15% em São Paulo, estima associação
Estadão 06.01.2012 - Segundo a associação, os produtos mais afetados serão os mais baratos, consumidos pela população de baixa renda. O preço dos remédios genéricos poderão ter elevação de até 15% no estado de São Paulo. A estimativa é da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos. De acordo com a entidade, o aumento se deve a alteração no sistema de cobrança do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no estado, que entrou em vigor no começo do ano. Até o final de 2011, o ICMS sobre os medicamentos em São Paulo era calculado com base no valor que o varejista final, as redes de farmácias, pagavam aos distribuidores. Agora, a conta é feita a partir do valor máximo, permitido pelo governo, do medicamento. Não houve mudança na alíquota, que continua em 18%. Segundo a associação, os produtos mais afetados serão os mais baratos, consumidos pela população de baixa renda. “Vai haver uma cobrança menor de imposto sobre os produtos mais caros, e vai aumentar a arrecadação sobre o genérico. É uma ação Robin Wood ao contrário”, destaca o presidente da associação, Odnir Finotti. Em outubro, uma pesquisa da Fundação Procon de São Paulo constatou que os genéricos estavam, em média, 58,47% mais baratos do que os medicamentos de marca. “O genérico continuará sendo vantajoso. A questão é saber se as pessoas que estão comprando os medicamentos vão poder comprar o tanto quanto compravam antes”, disse Finotti. Em nota, a Secretaria da Fazenda de São Paulo informou que, com a nova norma, ocorrerá uma tributação mais adequada sobre o efetivo preço praticado nas farmácias. “Será possível também impedir a utilização de eventual prática evasiva de subfaturar o preço da indústria, para conseguir menor tributação”. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) destacou que a nova forma de cálculo da base do imposto só se justificaria se fosse seguida da redução da alíquota do imposto. “A utilização de uma base de cálculo mais elevada irá aumentar significativamente a arrecadação e só se justificaria se viesse acompanhada de redução da alíquota nominal para 12%, dispensando a utilização das respectivas tabelas, como já foi feito pelo estado do Paraná”, disse em nota. A Anvisa alertou também que o novo cálculo pode impactar no preço dos remédios do Programa Farmácia Popular do governo federal.

Brasil pode ser 3º maior mercado automobilístico em 2016, aponta KPMG
Estadão 06.01.2012 - A pesquisa da KPMG aponta ainda que a expectativa é que até 2017 o Brasil esteja exportando mais de um milhão de veículos ao ano. O Brasil poderá chegar em 2016 como o terceiro colocado no ranking dos maiores mercados automobilísticos do mundo, segundo pesquisa realizada pela KPMG International. Depois de terminar 2011 com a venda de 3,63 milhões de veículos, o País aparece na quinta posição.  A pesquisa da KPMG aponta ainda que a expectativa é que até 2017 o Brasil esteja exportando mais de um milhão de veículos ao ano. "O resultado da pesquisa demonstra claramente a imagem que o mercado automobilístico de todo o mundo projeta para Brasil: a de um país com a economia sólida e ótimas perspectivas para os negócios. Ao final, o mercado automobilístico encontrou um lugar propício no Brasil", afirmou, em nota, Charles Krieck, sócio-líder das áreas de Industrial Markets e Audit da KPMG no Brasil.

Serviço de saúde em cartão pré-pago prevê receita de R$ 15 bilhões
DCI 03.01.2012 - Segundo pesquisa realizada pela Datafolha e pela Unimed a pedido da Appi, empresa responsável pela plataforma tecnológica da Cielo, somente o segmento de cartões pré-pagos de saúde tem o potencial de faturar R$ 15 bilhões por ano. De olho nessa fatia, a Appi cria a Ônix, empresa que atuará no credenciamento e na operação deste sistema. Segundo o diretor da divisão de pré-pagos da Appi, Alberto Techera, a perspectiva é de atingir 15% de participação de mercado e crescimento de 60% ao ano a partir de 2013. O cartão pré-pago pode ser carregado da mesma maneira do de telefonia móvel, de acordo com um valor preestabelecido. Cada consulta, independentemente da especialidade médica, tem um valor tabelado, e os exames variam de acordo com o tipo, também de valor pré-fixado. "Desta forma, não existe uma despesa mensal fixa, como nos planos de saúde", revela Techera, que comenta o objetivo de agregar as classes C e D, com renda de R$ 500 a R$ 2.500. A taxa a ser cobrada pela Ônix é um percentual do valor da recarga que varia de 5% a 7,5%.
O diretor conta que a Appi percebeu o potencial a partir da resolução da Agência Nacional de Saúde (ANS) que proibiu a comercialização de cartões pré-pagos pelos convênios médicos. "Abriu uma brecha, e identificamos a oportunidade de montar uma adquirente", diz Techera, que revela que a nova companhia é responsável pela plataforma que vai viabilizar a aceitação dos cartões pelos consultórios médicos.

Direcional firma contrato para Minha Casa, Minha Vida no Amapá
JCRJ 03.01.2012 - A Direcional Engenharia anunciou nesta segunda-feira (2) que firmou, no dia 30 de dezembro, contrato junto à Caixa Econômica Federal e ao Governo do Estado do Amapá visando à implementação de empreendimento residencial no âmbito do “Programa Minha Casa, Minha Vida”, para atendimento às famílias com renda mensal de até R$ 1.600,00 (mil e seiscentos reais), na cidade de Macapá. Segundo a companhia, o contrato compreende a primeira fase do “Residencial Macapaba” e prevê a construção de 2.148 unidades habitacionais com valor global de R$ 117,8 milhões.

Megainvestidor Sam Zell compra controle do grupo paranaense Thá
Valor 03.01.2012 - O megainvestidor americano Sam Zell está de volta ao setor imobiliário residencial brasileiro. Depois de se desfazer da Gafisa, de boa parte do portfólio da Bracor e em processo de desinvestimento da Brazilian Finance & Real Estate, o bilionário está comprando o controle da Thá, um grupo paranaense com atuação nas áreas de incorporação, engenharia e vendas de imóveis.
A operação está sendo feita por meio da Equity International, braço de "private equity" de Zell que em outubro levantou US$ 650 milhões para seu quinto fundo de investimento. Procurada pela reportagem, a Equity International afirmou que tem como política não comentar operações até que "estejam totalmente fechadas". O Valor teve acesso a um e-mail enviado por Sandro Westphal, presidente da Thá, aos funcionários na sexta-feira, falando da transação com o fundo. "É nesse espírito renovado que anuncio que a partir de 2012 temos um novo acionista-controlador no grupo Thá, o Equity International", afirmou o executivo na mensagem de fim de ano. Por meio da assessoria de imprensa, a Thá afirmou que não se pronunciaria neste momento.
Há cinco anos, a Thá chegou a ensaiar abertura de capital e lançamento de ações, mas desistiu do projeto. A Equity International assume agora um grupo de 116 anos, com ação bastante diversificada. Além da incorporação de imóveis residenciais - negócio conhecido por Zell no Brasil desde 2005, quando ingressou no capital da Gafisa -, a Thá tem uma empresa de engenharia e de vendas imobiliárias, que são ramos novos para a Equity International no país.
Por aqui, ainda estão no portfólio de Zell uma pequena fatia da empresa de shopping center BR Malls, alguns imóveis da Bracor (de imóveis empresariais para aluguel), a AGV (logística) e a GuardeAqui (armazenagem de móveis), último investimento feito pelo bilionário no Brasil, em fevereiro de 2011. Ao longo do ano passado, a Equity fez uma série de desinvestimentos no país, vendendo a Gafisa e quase todo o portfólio da Bracor. Na semana passada, o fundo também anunciou que deve sair da Brazilian Finance, voltada para o financiamento imobiliário, em uma operação de venda para o banco PanAmericano. Zell tinha interesse em permanecer na companhia, mas encontrava dificuldade, já que o mandato do fundo é para investimentos imobiliários.
Em entrevista ao Valor em fevereiro do ano passado, Thomas McDonald disse acreditar que os preços no país estavam altos, atingindo um patamar parecido com o que o México vivenciou cinco anos atrás. Apesar disso, o executivo falava que ainda tinha apetite para o Brasil. Na Thá, o Equity International vai passar a explorar também a prestação de serviços, que se dá por meio dos segmentos de engenharia e imobiliária. Essas áreas prestam serviços tanto para o grupo quanto para terceiros, o que fez com que a Thá acabasse ultrapassando as fronteiras do Paraná. Entre os clientes estão, por exemplo, as varejistas Walmart e Carrefour.
No segmento de incorporação residencial, a atuação da Thá ainda está restrita à região Sul. Além do Paraná, o grupo tem erguido prédios em Santa Catarina.
Há cinco anos, a Thá chegou a ensaiar abertura de capital e lançamento de ações no mercado, mas desistiu do projeto no meio do caminho. O presidente da empresa, Westphal, achava que precisava crescer mais para não prejudicar a operação. Por isso, uma associação com fundo de participações também já era estudada há bastante tempo, pelo menos desde 2005. Em 2007, quando fez captação via eurobônus, a Thá teve contato com investidores na Europa e nos Estados Unidos, tornando seu nome conhecido no cenário internacional. Em setembro de 2010, Westphal foi a Nova York para conversar com investidores americanos e chineses sobre apoio em futuros lançamentos imobiliários. Em fevereiro do ano passado, o grupo vendeu 60% da imobiliária Thá para a Lopes, após dez meses de negociação. Em comunicado, informou que o negócio poderia chegar a R$ 45 milhões. O grupo já está na quinta geração da família Thá, de origem italiana, mas a administração da empresa acabou sendo profissionalizada há sete anos. Westphal, que é funcionário da Thá há quase 15 anos, está no comando do grupo faz três anos. Em seu site, a Thá informa que em 2009 faturou R$ 708 milhões.

PDG cumpre piso da meta de lançamentos em 2011
Valor 03.01.2012 - A PDG Realty cumpriu sua meta para 2011, com lançamentos de R$ 9 bilhões, 28,6% acima do observado em 2010.  O volume ficou no piso da projeção estabelecida pela companhia, que girava entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões. No quarto trimestre, o ritmo de lançamentos foi um pouco menor, com expansão de 20,5%, totalizando R$ 2,54 bilhões.
Embaladas pela forte demanda por imóveis no país, as vendas contratadas da incorporadora cresceram 14,7% em 2011, totalizando R$ 7,48 bilhões. Segundo relatório operacional divulgado pela empresa, o ritmo de contratação foi mais acelerado nos últimos três meses do ano.  De outubro a dezembro, as vendas contratadas somaram R$ 2,04 bilhões, uma expansão de 16,1% sobre o resultado do quarto trimestre de 2010. A velocidade de vendas (medida pelo indicador de vendas sobre oferta, ou VSO) recuou de 30% no último trimestre de 2010 para 27% no mesmo período de 2011. Porém, apesar do recuo, a PDG acredita que o porcentual ainda da pode ser considerado muito positivo.  Isso porque o resultado ao fim de 2010 ainda refletia o VSO de 33% no terceiro trimestre daquele ano, quando, em meio à demanda aquecida, a companhia ainda estava com estoque baixo de imóveis, em função da diminuição dos investimentos em 2009. Em 2011 como um todo, a velocidade de vendas ficou em 57%.
Entre as vendas contratadas no último trimestre de 2011, R$ 677 milhões foram de lançamentos do próprio período, enquanto R$ 1,36 bilhão correspondem a lançamentos dos trimestres anteriores.
Das vendas contratadas no ano, 36% foram para o segmento econômico e 35% referem-se a empreendimentos voltados a consumidores de média renda.

Helibras inicia nacionalização do EC 725
Valor 03.01.2012 - Eduardo Marson, presidente: "O objetivo é integrar os fornecedores locais à cadeia global de fornecimento da Eurocopter". A Toyo Matic, empresa brasileira especializada em usinagem de peças complexas, produziu a primeira peça crítica do helicóptero EC 725, versão mais recente da família Super Puma/Cougar, que será fabricado no Brasil para as Forças Armadas Brasileiras. Trata-se do punho que segura as pás na cabeça do rotor do helicóptero, feito em material de titânio.
O desenvolvimento da peça no Brasil, segundo o presidente da Helibras, Eduardo Marson, marca o início do processo de nacionalização gradual do helicóptero, que prevê 50% de conteúdo nacional até 2020. "A Eurocopter  [empresa do grupo controlador da Helibras] está transferindo tecnologia e capacitação ainda não disponíveis no mercado brasileiro, em áreas como materiais estruturais compostos, sistemas aviônicos e integração dos sistemas de armamento do helicóptero", informou. O desenvolvimento da primeira peça levou dois anos, e contou com o suporte técnico da Eurocopter.
Outra empresa que integra o processo de absorção de tecnologia do EC 725, a Inbra Aerospace, de Mauá (SP), está desenvolvendo a parte de capôs e carenagens do cone de cauda e estrutura intermediária em material composto. Em São José dos Campos, a Akaer foi selecionada para fazer projetos de engenharia na integração e instalação de sistemas mecânicos e elétricos do helicóptero.
O presidente da Helibras diz que a seleção das empresas parceiras locais ainda não está concluída e destaca que o processo não se aplica apenas ao EC 725. "Nosso objetivo é integrar os fornecedores locais à cadeia global de fornecimento da Eurocopter". Até o momento, 14 empresas brasileiras já se integraram ao projeto do EC 725 e participarão do fornecimento de mais de 150 partes e peças da aeronave. Dos 50 helicópteros contratados, três foram entregues em dezembro de 2010. O quarto helicóptero, que chegou na semana passada ao Brasil, será utilizado como plataforma de integração de sistemas e desenvolvimento das versões operacionais, a cargo da Helibras. A empresa também recebeu o conjunto de partes e peças do helicóptero de número 17, que irá inaugurar a linha de produção do modelo EC 725, em Itajubá (MG). Nos últimos 12 meses, a Helibras contratou mais de 50 engenheiros para trabalhar no desenvolvimento da engenharia de integração de sistemas dos novos helicópteros. Segundo Marson, cerca de 100 engenheiros e técnicos deverão ser treinados nas instalações da Eurocopter na França em 2012. A Helibras também vem tentando acelerar o crescimento dos cursos universitários e técnicos de aeronáutica e tecnologia aeroespacial no Brasil, fundamental para viabilizar o processo de transferência tecnológica em  helicópteros. Em outubro, entidades federais e mineiras de fomento e pesquisa assinaram convênio para o financiamento do projeto de um Centro de Tecnologia de Helicópteros (CTH) em Itajubá. A Helibras também está duplicando sua fábrica de Itajubá e contratando novos funcionários. Nos últimos dois anos, o quadro de empregados aumentou de 290 para 600 e a previsão é que atinja 1000 até 2015. Segundo Marson isso é fundamental para cumprir os programas como o da modernização dos modelos Pantera e Esquilo do Exército, e para o crescimento da oferta de serviços em todas as regiões do Brasil. Na semana passada a FAB assinou contrato de suporte logístico da frota de EC 725 para as Forças Armadas, a avaliado em R$ 149 milhões.
Previstas para serem entregue no próximo mês, as novas instalações de fabricação dos EC 725 tiveram investimento de R$ 420 milhões. O contrato dos 50 helicópteros das Forças Armadas está avaliado em € 1,8 bilhão. O prédio do banco de testes, um dos principais para o início das operações do novo complexo, está pronto e vai permitir criar um polo de manutenção, reparo e revisão completa de helicópteros no Brasil. "Também estamos ampliando a área de serviços e suporte ao cliente, que já responde por 27% da receita. Nosso objetivo é que esse segmento represente 50% dentro de três anos".
A Helibrás quer aproveitar sua nova capacidade de produção para fornecer o EC 225, uma versão civil do EC 725, para os mercados offshore regional e de segurança pública. "A Helibras vai se tornar uma exportadora estratégica na América Latina e outros países onde o Brasil possui vantagens geopolíticas e econômicas, vendendo produtos e serviços a preços melhores do que os que a Eurocopter poderia conseguir", afirmou. A Helibras fechou o ano com entrega de 33 aeronaves e 35 vendidas. Em 2010, as entregas somaram 42. A diferença para este ano, segundo Marson, se deve ao efeito pós-crise, que provocou um acúmulo de demanda reprimida. A Helibras lidera o mercado brasileiro de helicópteros a turbina, com participação de 53% e mais de 550 aeronaves em operação no país.

Agora é pra valer: Gradiente volta às prateleiras em abril deste ano
Exame 03.01.2011 - Segundo Eugênio Staub, fase pré-operacional da companhia já começou e os produtos estarão disponíveis para os consumidores a partir do segundo trimestre do ano.
Daniela Barbosa, de  São Paulo - Após inúmeros rumores de quando a marca Gradiente voltaria às prateleiras, nesta segunda-feira, Eugênio Staub, presidente do conselho da IGB Eletrônica, companhia que detém os direitos da marca, assumiu um compromisso e afirmou que os novos produtos da Gradiente chegarão ao mercado em abril deste ano. Segundo ele, desde o ano passado, a companhia já está em operação e caminha para se consolidar como uma empresa completa. “Toda a parte administrativa já está funcionando. Não posso dar detalhes da operação, mas posso adiantar que tem muita gente que nem imagina que a marca Gradiente um dia deixou de existir”, afirmou o empresário, em teleconferência com a imprensa, nesta segunda-feira. A Companhia Brasileira de Tecnologia Digital (CBTD), arrendatária da Gradiente, deve começar a gerar receita já a partir do segundo trimestre de 2012. De acordo com Staub, neste momento o faturamento deve ser menor se comparado com as receitas já somadas pela Gradiente no passado. “Mas temos projeções para os próximos dez anos de crescer esses números”, disse. A IGB, atualmente, tem dívidas que somam cerca de 500 milhões de reais. Boa parte desse valor, no entanto, aproximadamente 390 milhões de reais, será quitada com o arrendamento da marca à CBTD. O restante, débitos de refis, a companhia luta na Justiça para ser extinto. A companhia espera ainda receber da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) cerca de 235 milhões de reais referentes a um processo ganho pela companhia.  A ação ainda será julgada pela Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Atrasos: Com relação aos atrasos para voltar a operar, Staub afirmou que não se trata de um processo simples. “Estava programado para voltarmos a operar no Natal de 2010, mas não foi possível. Não queríamos que a Gradiente chegasse a essa situação, mas como chegou, estamos tentando ter a melhor solução possível para o problema”, disse.  Liderada por Staub, a Gradiente, desde 2007, acumula uma série de problemas financeiros. A concorrência acirrada foi, no entanto,  fator determinante para a queda da companhia. Hoje, o mercado de eletroeletrônico é ocupado principalmente por empresas asiáticas. Para driblar a concorrência, a Gradiente vai apostar em um novo segmento: o de informática. A princípio, a companhia vai focar no desenvolvimento de notebooks e tablets, com o intuito de se diferenciar das demais companhias. O carro-chefe da empresa continua sendo o segmento de eletroeletrônicos, principal ramo de atuação da companhia. Dentre as apostas da companhia, está a produção de tablets. A CBTD planeja produzir 30.000 unidades neste primeiro momento e ir aumentando a produção nos próximos anos. Em 2013, a produção total pode chegar a 120.000 unidades, quatro vezes mais que no primeiro ano de produção, segundo documento enviado à Secretária de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Amazonas (Seplan).
Acionistas: A IGB possui hoje aproximadamente 2.500 acionistas minoritários que detêm 50% da IGB e passarão, se optarem, a ser acionistas da HAG, empresa criada pela família do empresário Staub. A nova companhia, que será listada na Bovespa, terá 100% do capital da CBTD, que por sua vez é arrendatária da Gradiente. “A ideia é que a HAG seja 40% nossa e 60% dos acionistas minoritários da IGB”, disse Staub. De acordo com comunicado divulgado ao mercado, atualmente, a HAG vai propor que cada uma das ações da IGB , quando recebida em permuta, confira o direito a dez ações de emissão ofertante.  “A companhia ensejará a cobrança em favor da emissora de 0,025 centavos por ação emitida”, disse o comunicado.

Porto de Santos vai dobrar capacidade até 2013
Estadão 03.01.2012 - Maior porto da América Latina vai movimentar a mesma quantidade de contêineres que todos os outros portos brasileiros juntos.
O Porto de Santos, maior da América Latina, vai dobrar de tamanho até 2013. Sozinho, terá capacidade para movimentar a mesma quantidade de contêineres que todos os outros portos brasileiros juntos: 8 milhões de teus (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). Hoje esse número está em 3,2 milhões de teus, afirma o presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José Roberto Correia Serra. Segundo ele, o aumento da capacidade é resultado de uma série de ampliações, compra de equipamentos de última geração e a entrada em operação de novos projetos privados. Dois deles vão representar 65% de toda ampliação de Santos. O maior é a Embraport, terminal construído na margem esquerda do complexo santista pela Odebrecht Transport, DP World e Grupo Coimex. O empreendimento, de R$ 2,3 bilhões, terá capacidade para 2 milhões de teus e 2 bilhões de litros de etanol. Na margem direita, está sendo construído o novo terminal da Brasil Terminais Portuários (BTP), controlado pela Europe Terminal. Também vai movimentar contêineres e granéis líquidos, a exemplo da Embraport. Na primeira fase, serão 1,1 milhão de teus e 1,4 milhão de toneladas de líquidos. O investimento total é da ordem de R$ 1,8 bilhão, especialmente por causa das soluções ambientais - o terminal está sendo construído numa área usada por mais de 50 anos como descarte de resíduos do Porto de Santos. Tanto no caso da Embraport como no da BTP, as operações serão antecipadas para outubro do ano que vem, afirma Serra. Nesse primeiro ano, os dois projetos vão acrescentar cerca de 700 mil teus à capacidade do porto. O restante fica para 2013. O presidente da Codesp lembra que outros operadores do porto, como Santos Brasil, Libra e Tecondi, fizeram investimentos importantes, que vão resultar em aumento da expansão. A compra de equipamentos, por exemplo, eleva a quantidade de movimentos que as empresas podem fazer por hora.  Há ainda investimentos na infraestrutura existente para ampliar a capacidade de movimentação de granéis (líquidos e sólidos). A Copape, localizada na Ilha do Barnabé, iniciou as obras de construção de dois píeres, no valor de R$ 80 milhões. Além disso, a Codesp vai investir R$ 200 milhões no reforço de 1 quilômetros (km) de cais nos trechos operados pela Copersucar e pela Cosan. A obra vai permitir que navios de açúcar e soja aproveitem ao máximo sua capacidade e saiam mais cheios dos terminais, diz Serra.Gargalo. Segundo ele, com esses investimentos, o importante agora é focar na operação do porto e no acesso terrestre, que não dá conta nem para atender o volume atual. "Do jeito que está não dá para aproveitar todo o aumento da capacidade." Uma prioridade será ampliar a participação da ferrovia em Santos - com expansão do sistema de cremalheira e com o Ferroanel. O executivo diz que apenas 1% da movimentação de contêiner e 10% dos granéis é feita pelos trilhos. O objetivo é elevar a participação média para 25%.
Hoje o porto recebe cerca de 14 mil caminhões por dia, nas duas margens. Cerca de 85% desses veículos chegam entre 8 da manhã e 18 horas. "Falta inteligência de agendamento da carga no porto. O caminhão sai do destino e acha que pode desembarcar em Santos a qualquer hora. Isso precisa mudar." Caso contrário, diz Serra, não adiantará nada investir nas perimetrais de Santos (margens direita e esquerda) e no mergulhão (passagem subterrânea no Valongo).
Além disso, Santos começará a implementar o sistema de tráfego marítimo para controlar desde a chegada do navio, atracação no cais até a saída de Santos. "Esse programa permitirá o tráfego duplo no canal de acesso do porto. Também podemos monitorar a pirataria, a meteorologia, as ondas, os ventos, etc. Com isso, haverá redução do tempo de entrada e saída das embarcações e ganhos de custos."
A implementação do Porto sem Papel, pela Secretaria de Portos, também deverá ajudar a acelerar as operações em Santos. Trata-se de um sistema que vai integrar os seis órgãos públicos - Polícia Federal, Receita Federal, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autoridade portuária, Vigilância Agropecuária Internacional e Marinha do Brasil - de forma a evitar a duplicação de informações e de formulários.

Concessões de 2012 exigirão investimentos de R$ 90 bi
Valor 03.01.2012 - A União e governos estaduais têm planos de leiloar em 2012 concessões na área de infraestrutura que exigirão investimentos de R$ 90,2 bilhões ao longo dos contratos. Projetos e valores foram mapeados pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base, que vê essa quantia como "pequena diante dos gargalos existentes, da quantidade de oportunidades disponíveis e do potencial de investimento privado". Para a entidade, o valor das concessões e de parcerias público-privadas (PPPs) poderia facilmente duplicar ou até triplicar.
No âmbito federal, dois importantes leilões ocorrem nas próximas semanas. Para o dia 18 de janeiro, está agendada a disputa do trecho de 476 quilômetros no Espírito Santo da BR-101, com investimento de R$ 2,1 bilhões nos 25 anos de contrato. Em 6 de fevereiro, haverá o leilão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília. A previsão é de investimentos de R$ 15,9 bilhões.
....Em março, estão previstos leilões de transmissão de energia, com projetos como o sistema de Teles Pires. Depois, empreendimentos de monta podem ser licitados, embora aguardem definição: o porto de Manaus, com investimento de R$ 1,4 bilhão; os trechos mineiros das rodovias BR-040, BR-116 e BR-381; e a outorga de 70 áreas para uso das frequências de 3,5 GHz nas telecomunicações. A maior expectativa é sobre o desfecho do trem de alta velocidade Rio-São Paulo-Campinas, cujo edital deve sair até março, desta vez com uma licitação para o fornecimento da tecnologia e outra para a operação do empreendimento - e contratação das obras civis.
Os governos de São Paulo e de Minas Gerais avançam em projetos bilionários. Em São Paulo, seis projetos de trens de passageiros e de metrô - em diferentes fases de estudo, projeto ou modelagem - somam perspectivas de investimentos de R$ 13,1 bilhões. É provável que nem todos estejam prontos para licitação em 2012. Em Minas, há dois projetos em estudo: a ampliação do sistema de produção de água do rio Manso e a concessão para construir, manter e operar a infraestrutura de tratamento e destinação final de resíduos sólidos de Belo Horizonte.

Ações da CCR ganham fôlego para romper resistência
Brasil Economico 03.01.2012 - Se as projeções não se confirmarem, o investidor deve apertar o botão de stop em R$ 11,78. Depois de passar 2011 tentando romper o patamar dos R$ 12,40, as ações da CCR agora têm uma configuração mais adequada para ultrapassar a barreira de preço.
De acordo com Leandro Martins, analista-chefe da Walpires Corretora, assim que os papéis da companhia deixarem a resistência para trás (ponto que, se superado, indica a possibilidade de continuidade de movimento de alta), devem buscar os R$ 13,50, como primeiro objetivo, e os R$ 15, como segundo. "Acho que é possível que as duas metas sejam atingidas ainda neste semestre", afirma o especialista. Martins lembra que as ações da CCR passaram, em novembro do ano passado, por um desdobramento (split) na proporção de três novos papéis para cada um existente - na tentativa de aumentar a liquidez dos ativos -, o que levou a uma correção nos gráficos. No pregão de segunda-feira (2/1), as ações chegaram perto da resistência de R$ 12,40, mas voltaram a recuar, fechando a sessão com alta de 0,16% e cotadas a R$ 12,24. O analista-chefe da Walpires acrescenta que, se as projeções não se confirmarem, o investidor deve apertar o botão de stop em R$ 11,78, que também é o suporte (patamar que, se perdido, aponta para uma chance de queda em sequência). "Sempre é bom dar números redondos, mas gosto de dar uma gordurinha maior para queimar."

Gradiente deve voltar às lojas em abril
Folha 03.01.2012 - Marca será controlada por nova companhia e terá ações negociadas na Bolsa de Valores de SP ainda este ano.  Atuais acionistas da IGB (antiga Gradiente) poderão trocar papéis pelos novos em uma oferta pública de ações. Os produtos Gradiente voltarão ao mercado no segundo trimestre deste ano, após quatro anos da interrupção da produção da marca e alguns adiamentos no prazo. De acordo com o presidente da IGB Eletrônica (antiga Gradiente), Eugênio Staub, a marca ressurgirá com um faturamento inicial esperado bem abaixo do já registrado pela empresa. Ele não informou, porém, que produtos a Gradiente venderá. "O plano de negócio é muito conservador. A empresa não está buscando a fatia que tinha antes no mercado, pelo menos nos primeiros anos", afirmou. A marca será operada agora pela CBTD (Companhia Brasileira de Tecnologia Digital), cujo controle será divido entre os atuais acionistas da IGB e o Fundo de Investimento em Participações Enseada, que injetará R$ 68 milhões na nova companhia. O FIP é composto pelos dois fundos de pensão de estatais Petros (da Petrobras) e Funcef (Caixa), pela agência de fomento Afeam, do Amazonas, e pela fabricante de componentes Jabil, dos EUA. Uma vez feito esse aporte, o fundo terá 60% da nova empresa. Os outros 40% serão da HAG (Holding dos Acionistas da Gradiente), que será controladora da IGB. Até março, a HAG entrará com pedido de abertura de capital na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e quer que suas ações sejam negociadas no Novo Mercado.
Em seguida, fará um pedido de registro de oferta pública de ações (OPA), que vai permitir a troca de papéis da IGB por ações da HAG, na proporção de uma ação para dez. A operação, porém, vai exigir o pagamento de R$ 0,025 por ação emitida.
Dívidas: A IGB arrendou a marca Gradiente e outros ativos à CBTD. Com isso, pagará integralmente os R$ 389,6 milhões em débitos com credores, além de uma dívida de R$ 91 milhões com a Receita.
Para a reestruturação, a empresa conta ainda com o recebimento de até R$ 235 milhões em processo contra a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus).

Metais devem começar ano com preços mais estáveis
Valor 03.01.2012 - O ano de 2011 representou para as matérias-primas industriais períodos de grande incerteza, gerando confusão no mercado - que muitas vezes não conseguia traçar perspectivas de curto prazo. Em uma visão panorâmica,  os preços dos metais encolheram, a ponto de as cotações voltarem aos patamares verificados em 2009 no mercado internacional, quando a crise dos títulos de hipotecas "subprime" ainda era um dos personagens principais do cenário econômico mundial. O desempenho do petróleo, no caminho inverso, foi positivo ao longo do ano, com as cotações alcançado um patamar mais elevado. O futuro para os dois grupos de commodities industriais continua incerto, mas os fundamentos apontam para uma alta nos preços, de um modo geral. O clima mais ameno que foi se desenhando nos últimos meses deve ser estendido ao menos para o início deste ano. "Para os metais, mais suscetíveis às expectativas de demanda, o ano se dividiu em duas partes. Depois de agosto, o mercado ficou bem mais nervoso", afirmou o gerente-sênior da Ernst & Young Terco, Stephen Collins.O cobre foi um exemplo dessa reviravolta em 2011. Depois de superar o patamar dos US$ 10 mil a tonelada métrica no começo do ano, na última sessão de julho a cotação do metal marcava US$ 9,750 mil a tonelada métrica. No último dia do ano, bem mais baixo, o cobre fechou a US$ 7,570 mil a tonelada. De janeiro a dezembro, os preços do metal recuaram 21,68%. O retorno aos níveis registrados em 2009 é claro: o metal encerrou aquele ano aos US$ 7,377 mil a tonelada métrica. O desempenho dos preços do alumínio também mostra de forma acentuada as contradições entre o primeiro e o segundo semestre. O metal iniciou 2011 aos US$ 2,476 mil a tonelada métrica. No fim de julho, estava US$ 2,608 mil a tonelada métrica. No último dia do ano, no entanto, a cotação recuou para US$ 1,992 mil a tonelada métrica. O declínio no ano ficou em 19,29%
"As commodities metálicas levaram um solavanco. A recuperação das economias não aconteceu, como o mercado esperava", explicou o analista do Standard Bank, Leon Westgate.
Já no início de 2011, os investidores se assustaram com os efeitos que o terremoto do Japão poderia causar no consumo global de matérias-primas. Depois, a China foi se movimentando na direção de apertos monetários, temendo o avanço da inflação e de uma bolha no mercado imobiliário. Enquanto isso, as economias europeias e a americana não demonstravam vigor para uma recuperação firme. No terceiro trimestre a aversão ao risco dos mercados estourou com os sinais de piora da crise da dívida na Europa. Os metais sofreram um ajuste estrutural, para baixo. Segundo Westgate, os fundamentos econômicos dessas commodities, que apontam para um aperto na oferta, foram colocados em segundo plano em 2011. O foco do mercado se voltou para o lado da demanda: passou a nortear os negócios o risco de os países emergentes não conseguirem sustentar as vendas dos metais, diante da forte desaceleração nas economias em crise.
"A Europa é uma grande região consumidora e empresta muito dinheiro aos países em crescimento. Sem liquidez nos bancos da região, um cenário muito ruim pode vir à tona", enfatizou o analista.
Para o petróleo, o momento mais marcante foi a chamada "Primavera Árabe", quando a população de diversos países produtores de petróleo no norte da África e Oriente Médio se revoltaram contra o sistema político. Os temores com relação à capacidade de abastecimento do petróleo deram impulso às cotações. "Vimos a instabilidade político-econômica abalar os preços, que subiram aos US$ 120, e nunca mais voltaram ao patamar dos US$ 80, onde estavam", explicou o analista da Ativa Corretora, Ricardo Correa. Ao longo do ano, o Brent, em Londres ganhou 12,89%, encerrando o ano em US$ 106,87. O WTI, em Nova York, por sua vez, avançou 7,35%, fechando aos US$ 99 na última sessão. de 2011. Para este ano, os analistas não esperam que os momentos difíceis no cenário macroeconômico global sejam encarados como algo que já ficou para trás. Há, no entanto, expectativas de uma maior estabilidade. Os primeiros momentos de 2012 devem carregar o clima mais ameno que se desenhou no último mês do ano anterior, com acordos entre os países europeus para amenizar os efeitos da crise da dívida. Os sinais de  melhora no cenário macroeconômico americano também trouxeram mais ânimo aos mercados, ao mesmo tempo que o governo da China sinalizou novos incentivos ao crescimento econômico do país. Mesmo com a  situação complicada de alguns bancos europeus, ações do Banco Central Europeu (BCE) para garantir a liquidez do sistema trouxeram mais calma aos mercados.
"Esperamos que a trovoada esteja acabando. Os preços dos metais devem ficar estáveis durante este ano", afirmou Collins. Os baixos estoques de cobre no mercado têm estimulado a perspectiva de que a demanda global pode estar entrando em uma nova fase de recuperação, provavelmente guiada pelos avanços verificados na economia americana. Grande parte dos analistas consultados pelo Valor esperam alta nos preços dos metais nas próximas semanas. Segundo relatório recente do Goldman Sachs Group, as cotações do cobre devem apresentar elevação de 26% nos 12 meses do ano. Mas Westgate ressalta: "É difícil saber de onde virá o crescimento da demanda neste ano. Qual país realmente sustentará os preços das commodities". Para ele, hoje há dúvidas no mercado sobre a capacidade de as  economias emergentes manterem o passo de consumo e investimentos. Na visão do analista, o cobre deve flutuar de US$ 7,5 mil a US$ 8,9 mil neste ano. Mas suas projeções apontam para um caminho mais pessimista, em  níveis mais baixos. Já para o petróleo, 2012 começa sob a luz dos movimentos do Irã e a ameaça de seu programa nuclear. Além disso, os fundamentos apontam para oferta apertada. Para Correa, as cotações da commodity devem ficar na  média dos US$ 100.

Cypress vê aumento de aquisições no exterior
Valor 03.01.2012 - Há muitas oportunidades fora do Brasil a bons preços", diz Alves, da Cypress.O próximo ano é candidato a uma enxurrada de negócios entre empresas nacionais e private equities, mas também de um forte movimento de companhias brasileiras olhando o exterior. "Acho que veremos empresas com faturamento entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões fazendo compras em outros países. Há muitas oportunidades fora do Brasil a bons preços", diz Luiz Felipe Alves, sócio da butique financeira Cypress. A empresa encerrou 2011 assessorando financeiramente oito negócios fechados que, juntos, somaram cerca de R$ 1 bilhão. As operações foram nos segmentos de TI, imobiliário, turismo e saúde. Atualmente está com cinco processos em "due diligence" em empresas de tecnologia e varejo. Para 2012, a meta é concluir entre oito e dez operações, mas alcançar crescimento de 80% nas receitas.
Também a Cypress está de olho em fechar negócios no exterior. Procura um parceiro global para ter como um sócio que auxilie a conclusão de transações entre empresas domésticas e internacionais. "Queremos nos manter independentes, sem estarmos ligados a um banco. Mas uma parceria internacional, com um sócio alinhado será interessante", diz Alves.
A butique está prestes a fechar uma outra parceria com uma instituição global para realizar no Brasil operações de fusão reversa, em que uma empresa brasileira se une a uma "holding casca" não operacional já listada no mercado de balcão americano e passa a negociar ações - e atrair investidores - por lá. Essa operação é uma alternativa para pequenas e médias companhias, uma vez que o Bovespa Mais, mercado de acesso brasileiro, ainda não decolou. Alves acredita ser possível ainda a listagem na bolsa londrina, que tem já tradição em operações em seu mercado de acesso, o AIM.
A Cypress assessora empresas para fusões e aquisições e preparação para abertura de capital. "A transação é feita à medida que seja a melhor opção para cada cliente", diz Alves. A empresa também prepara companhias para a abertura de capital. A assessoria financeira tem entre seus clientes empresas com receitas ente R$ 50 milhões e R$ 1 bilhão. Alves diz que tem percebido maior maturidade nas companhias que os procuram. "Estão mais abertas a mudanças de administração, governança corporativa e auditoria, por exemplo", diz. Em 2011, a Cypress assessorou a compra da incorporadora Pinheiro Pereira pela João Fortes Engenharia; a aquisição de 60% da Polifibra pelo Grupo BMG; a compra da Net Tour Viagens pelo Carlson Wagonlit Travel e também a compra da BicLabel Technologies pela CTI Invest, entre outros.


Busscar protocola plano de recuperação judicial
Valor 03.01.2012 - A fabricante de carrocerias de ônibus Busscar, com sede em Joinville (SC), protocolou em 30 de dezembro o plano de recuperação financeira para retomar a produção que está praticamente paralisada há dois anos. Segundo Euclides Ribeiro, advogado da ERS Consultoria e Advocacia - que representa a empresa no processo -, os próximos 30 dias serão de prazo para aprovar e negociar o projeto com credores.
O plano prevê o desconto de 15% no pagamento das dívidas com trabalhadores, que somam mais de R$ 110 milhões segundo os cálculos de Ribeiro. O maior abatimento previsto pelo plano de recuperação financeira é para os bancos e credores financeiros, com redução de 60%. Somadas, as dívidas ultrapassam cerca de R$ 630 milhões.
Um estudo feito pela empresa de consultoria Deloitte projeta faturamento de R$ 860 milhões em 2014, ano em que a Busscar sairia do prejuízo e conquistaria lucro se começasse a produzir ainda neste mês. Pelo plano de recuperação financeira, a empresa teria condições de vender 1.818 unidades já neste ano.
Segundo o plano entregue à Justiça, a Busscar necessitaria um capital de giro de R$ 100 milhões para retomar as atividades. Segundo Ribeiro, a empresa busca no mercado investidores e outras formas de financiamento para retomar a produção. O plano não descarta a venda da Tecnofibras, que tem um parque fabril de 28 mil metros quadrados de área coberta e capacidade de transformar 360 toneladas mensais em plástico reforçado com fibra de vidro usado em ônibus e outros veículos.  Um programa de exportação de 3 mil ônibus para a Guatemala financiado pelo BNDES também é relacionado como alternativa de receita para a empresa. O contrato é de cerca de R$ 400 milhões, dos quais R$ 130 milhões seriam destinados à Busscar. Segundo o texto do plano de recuperação judicial, o financiamento ainda não foi totalmente desembolsado em virtude de questões que não envolvem a empresa, já que se trata de um financiamento ao importador.  Até 2008, a Busscar tinha cerca de 15% de participação no mercado de ônibus no Brasil, segundo dados apresentados no plano de recuperação judicial. Com base em dados de dezembro de 2011, a empresa emprega 2,2 mil pessoas - sendo metade na operação da Tecnofibras e o restante nas operações da Busscar e Climabuss, tendo, no passado, atingido sua capacidade total aproximado de 6,2 mil funcionários diretos.

EBFlora quer parceria com produtores
Valor 03.01.2012 - Marco Tuoto: regra ainda é ter floresta própria, mas tendência deve mudar. A EBFlora, empresa que atua no segmento de manejo de plantações e gere investimentos nessa área, tem conversado com companhias brasileiras de base de florestal com vistas a consolidar no país uma tendência que já é modelo de negócios no mercado internacional: a "terceirização" de florestas. "A regra no país ainda é ter a floresta própria. Mas isso começa a mudar", diz Marco Tuoto, principal executivo da EBFlora. Nos Estados Unidos e Europa, o associação entre produtores de celulose e papel, painéis e outros produtos de base florestal e fundos ou empresas de manejo tornou-se bastante comum e deu origem a um negócio bilionário representado por empresas que investem em madeira e são conhecidas por "Timos" (do inglês Timberland investment management organizations). Por aqui, avalia Tuoto, é improvável que os produtores de base florestal transfiram a maior parte de seus ativos, para terceiros, uma vez que o fornecimento regular de madeira é essencial para a manutenção e melhora das taxas de rentabilidade. Porém, já existe um movimento de desmobilização de ativos que deverá impulsionar os negócios de companhias como a EBFlora. "As empresas começam a perceber que o volume de capital imobilizado por estar elevado demais e que vender uma parte dos ativos florestais reforça o caixa", acrescenta. Além da indústria, o investimento em madeira tem atraído donos de pequenas fortunas no país. A própria EBFlora tem como principal co-investidor o representante de uma família ligada a um importante grupo econômico nacional. Conforme Tuoto, algumas particularidades do investimento, como a característica de funcionar como proteção natural contra a inflação e oferecer estabilidade em tempos de crise, têm atraído adeptos. "A madeira é uma commodity. Se os preços caírem e não for interessante vender, é possível manter a floresta de pé e não ter gastos com estoques, como ocorre na agricultura, por exemplo", explica. Segundo Tuoto, em projetos florestais que se iniciam do zero (os chamados "greenfield"), a taxa de retorno real (portanto, descontada a inflação) pode variar de 10% a 14%. Em caso de madeiras nobres como a teca, a rentabilidade real sobe ao intervalo de 12% 1 14%. "Nos Estados Unidos, entre a década de 80 e 2010, a taxa média de retorno ficou em torno de 15% ao ano e o investimento ficou com uma das melhores posições no ranking de retorno/risco", afirma. Por outro lado, pondera o executivo, há riscos inerentes ao investimento em florestas, entre os quais biológicos e ambientais, e não se trata de um negócio com elevada liquidez. Para o investidor em florestas de eucalipto, o prazo mínimo é de seis anos - tempo necessário para o primeiro corte das árvores. O investimento em teca (madeira nobre e tropical que tem preços elevados no mercado), esse prazo se aproxima de 25 anos. A EBFlora, que recebeu investimento inicial entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões, conta com 4 mil hectares de florestas plantadas e tem como meta manter o ritmo de 2 mil hectares adicionais por ano até 2015. Para os próximos anos, conta Tuoto, a expectativa é de que a demanda por madeira vá superar a oferta, o que deverá levar à valorização da matéria-prima no país.

Consórcio terá porto na hidrovia para etanol
DCI 03.01.2012 - Com investimento de R$ 432,3 milhões, o consórcio Lógum, formado por grandes empreiteiras (Odebrecht, Camargo Corrêa) e a Transpetro, pretende oferecer gradualmente a troca da rodovia pela Hidrovia Tietê Paraná para o transporte do etanol no oeste paulista, com a construção do Estaleiro Rio Tietê - um investimento que possibilitará, segundo pessoas do setor ouvidas pelo DCI, um maior desenvolvimento do setor na região. "A expectativa é de que a operação comece em 2013, reduzindo o custo de transporte em R$ 20 por tonelada", disse o presidente da União dos Produtores de Bioenergia do Oeste Paulista (Udop), Celso Junqueira.

Vale busca mais agilidade nas minas e portos
Valor 03.01.2012 - Ferramenta virtual desenvolvida pela Vale em parceria com a americana GlobalSim será aplicado nas minas de ferro e terminais portuários da companhia.
Na Fórmula 1, principal categoria do automobilismo mundial, os pilotos costumam utilizar simuladores para conhecer os circuitos antes de cada grande prêmio. O simulador faz o piloto sentir-se dentro do carro e na pista, a mais de 300 km por hora. No mercado de logística de cargas, os simuladores também ganham espaço como forma de melhorar a performance dos operadores. Na mineração, a Vale tem simuladores para trens, caminhões fora de estrada e agora implanta uma ferramenta que reproduz, em ambiente 3D, a operação de um equipamento portuário, a recuperadora de roda de caçambas. São rodas dentadas de 39 metros de altura que recolhem o minério de ferro depositado nos pátios das minas e nos terminais portuários de onde o produto segue para o embarque nos navios.
O novo simulador foi desenvolvido pela Vale em parceria com a americana GlobalSim, empresa com experiência na área de realidade virtual. Surgiu uma solução customizada, no Porto de Tubarão, no Espírito Santo, para treinar os operadores das recuperadoras de roda de caçambas. É o primeiro simulador de um equipamento portuário dentro da companhia. O simulador recebeu investimentos de R$ 3 milhões e permite reproduzir, em ambiente virtual, o processo de recuperação de granéis sólidos (vários tipos de minério de ferro, pelotas e carvão). O treinamento a ser feito neste simulador busca qualificar os operadores, o que tende a levar a uma melhoria de produtividade. A ideia é que quanto mais regular seja a operação da recuperadora mais próximo do limite de capacidade poderá operar todo o sistema de carregamento do minério nos portos da empresa.
Esse sistema é formado pelas recuperadoras, por esteiras e carregadores que depositam o minério nos porões dos navios. Com um sistema azeitado, é possível carregar as embarcações mais rápido, evitando pagamentos extras aos armadores (demurrages) e liberando mais cedo os berços de atracação para outros navios. A Vale estima que ao treinar novos operadores no simulador vai evitar acidentes e perdas nas taxas de embarque (tonelada de minério embarcado por hora). Os operadores experientes poderão passar por reciclagem para melhorar performance e segurança, avalia a empresa.
Este mês a Vale começa a treinar os operadores das recuperadoras no simulador instalado no centro de engenharia da Vale no Porto de Tubarão, pertencente à empresa. Neste prédio, já existe outro simulador em operação voltado para treinamento de maquinistas de trem. A Vale também desenvolveu simulador para caminhão fora de estrada, que transitam nas minas.
No caso do simulador da recuperadora de roda de caçamba, o desenvolvimento do simulador exigiu filmar todo o pátio do Porto de Tubarão e digitalizar as imagens. O trabalho com o simulador começa pelo Espírito Santo, mas o plano é instalar em 2012 equipamentos de realidade virtual semelhantes nos demais terminais portuários da empresa no Rio e em São Luís, no Maranhão. No total, a Vale tem 217 operadores de recuperadoras nos terminais de Tubarão, da Companhia Portuária Baía de Sepetiba (CPBS) e do Terminal da Ilha Guaíba (TIG), ambos no Rio, além do Terminal Portuário da Ponta da Madeira, em São Luís. A meta é treinar 100% dos operadores. Gustavo Mucci, gerente geral de inovação e desenvolvimento portuário da Vale, disse que o simulador vai permitir aos operadores simular a operação nas mais variadas situações. "A ideia é que o operador se sinta imerso no ambiente virtual. Poderá fazer a simulação como se estivesse operando à noite, durante o dia, com diferentes tipos de minério, com vento ou chuva", afirmou Mucci. Cada operador vai receber 16 horas de aulas teóricas e 8 horas de aulas práticas e haverá módulos básicos e avançados. Mucci disse que o simulador permitirá obter ganhos porque, treinado na prática, o operador muitas vezes leva anos para adquirir maior habilidade e exigir menos da máquina. O simulador pode contribuir também para manter a vida útil do equipamento, afirmou o executivo. Segundo ele, o trabalho com simulador nas operações portuárias começa com a recuperadora de roda, mas será estendida a outros equipamentos portuários. "Temos novos projetos para 2012 sendo um deles o desenvolvimento de simulador para descarregador de navio", disse Mucci.

Decisões políticas guiam economia global em 2012
Brasil Economico 03.01.2012 - Congresso americano decide até 29 de fevereiro se estende benefícios fiscais para o ano todo Rompimento do euro ainda não é parte do cenário base de analistas em 2012. Políticos da Europa e Estados Unidos tentam evitar mesmos erros políticos do ano passado.
As decisões políticas nos Estados Unidos e na Europa são o principal elemento para definir a expansão da economia mundial no ano de 2012. Diante de pessimismo dos analistas, líderes da Zona do Euro e políticos americanos iniciam o ano com agenda cheia. Segundo o gabinete da presidência da França, na próxima segunda-feira (9/1) Nicolas Sarkozy realiza reunião com a chanceler alemã, Angela Merkel.
O encontro visa preparar o tema do Conselho Europeu, que será realizado no dia 30 de janeiro, e reunirá os chefes de governo dos países-membros da União Europeia.
É esperado que os líderes apresentem maiores detalhes do plano de integração fiscal firmado em dezembro, além de garantias de que o Banco Central Europeu (BCE) deverá continuar atuando para apoiar os mercados de dívida. Em 9 de dezembro, os líderes europeus estabeleceram acordo para reforçar a disciplina fiscal dos países. O Reino Unido ficou de fora do tratado, mas todos os membros da Zona do Euro apoiaram a proposta. Essas medidas visam evitar a concretização de um cenário pessimista. Para o Morgan Stanley, um fracasso nas negociações pode desencadear uma recessão mundial, com a economia apresentando contração acima de 1% em 2012. O cenário base do departamento de pesquisas do banco, contudo, assume que os líderes não cometerão mais erros.
No primeiro dia do ano, as dívidas soberanas dos países europeus continuam sob a suspeita dos mercados. Os Credit Default Swaps (CDS, espécie de seguros contra calotes) dos títulos soberanos gregos com prazo de 5 anos têm alta de 3,98% nesta segunda-feira, a 8.789,39 pontos, segundo dados da consultoria britânica CMA.  Os CDS da dívida da Áustria têm alta de 1,02%, a 186,04 pontos, e os da Alemanha avançam 0,66%, a 102,17. "A crise da dívida na Zona do Euro centrou as atenções dos mercados financeiros em 2011. E deve continuar sendo o foco principal para os investidores em 2012", afirmam os analistas do Citigroup, em relatório aos clientes. Os economistas do banco estimam que, em 2012, a Espanha e a Itália vão necessitar, conjuntamente, de € 600 bilhões em financiamento.
Na Espanha, o novo governo de Mariano Rajoy anunciou na semana passada um corte de gastos de € 8,9 bilhões, o maior da história do país, além de uma alta em todas as faixas do imposto de renda.
Nos Estados Unidos, o embate entre políticos também ameaça a economia global. No final de dezembro, os políticos concordaram em prorrogar até o final de fevereiro o desconto nos impostos sobre a folha de pagamento de cerca de 160 milhões de trabalhadores americanos. Contudo, os políticos devem decidir até 29 de fevereiro se estendem o benefício para o ano todo. Segundo cálculos do Morgan Stanley, a remoção do benefício corresponderia a um aperto fiscal de mais de 1% do PIB dos EUA, o que pode minar a recuperação do país.  "Um erro político como esse deprime ainda mais a confiança e a demanda doméstica", afirma em relatório o analista do banco americano Joachim Fels.

Em nove anos, Brasil acumula superávit comercial de US$ 29 bi com Argentina
Estadão 03.01.2011 - Em 2011 o Brasil teve um superávit comercial de US$ 5,8 bilhões com país parceiro do Mercosul. A consultoria econômica Abeceb anunciou que em 2011 o Brasil teve um superávit comercial de US$ 5,803 bilhões com a Argentina, o equivalente a 42% a mais do que o saldo favorável ao mercado brasileiro em 2011. Nos últimos nove anos o Brasil acumulou um superávit de US$ 29,02 bilhões com seu sócio do Mercosul.  O superávit em 2011 a favor do Brasil foi o resultado da exportação de US$ 22,708 bilhões de produtos Made in Brazil para o mercado argentino e da importação de US$ 16,905 bilhões de mercadorias Made in Argentina. Os dados da balança bilateral indicam que as exportações brasileiras para a Argentina aumentaram 22,6% em comparação com 2010.
As vendas argentinas para o mercado brasileiro em 2011 cresceram 17,1% em relação ao ano anterior. Ao longo de 2011 o comércio bilateral brasileiro argentino registrou um crescimento de 20%. Em dezembro, segundo a Abeceb, o comércio bilateral foi de US$ 3,116 bilhões. O Brasil teve um superávit de 426 milhões, o equivalente a 41% a menos do que em dezembro de 2010. A Argentina acumula um crescente déficit com o Brasil desde maio 2003. O último período superavitário argentino com o mercado brasileiro ocorreu entre 1994 e 2002.



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