segunda-feira, 25 de julho de 2011

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Daily Nenws

Papel da Abril Educação sai abaixo do piso da oferta
Valor 25.07.2011 - Em tempo de incertezas no mercado de capitais, a Abril Educação, empresa que reúne editoras e escolas de preparação para vestibulares e concursos públicos, conseguiu prosseguir com sua oferta inicial de ações, mas não alcançou o preço sugerido pelos coordenadores da operação.
A unit da companhia, composta por uma ação ordinária (com direito a voto) e duas preferenciais (sem voto), saiu a R$ 20, abaixo do intervalo indicado no prospecto preliminar da oferta, que ia de R$ 21,75 a R$ 26,75.
Dessa forma, a companhia levantou R$ 371,13 milhões com a operação. Como não foi constatado excesso de demanda, a empresa não exerceu a opção de colocar os lotes extras previstos.
Os papéis da Abril Educação começam a ser negociados no Nível 2 de governança corporativa da Bovespa no dia 26, próxima terça-feira, sob o código ABRE11.
A maior parte dos recursos obtidos com a oferta primária será usada em novas aquisições. O restante será destinado para amortização de dívida e abertura de escolas, além de melhorias das instalações atuais.
Nesta semana, as atuais condições do mercado, abalado por preocupações com Estados Unidos e Europa, não permitiram que a trading de açúcar e álcool Copersucar concretizasse o plano de abrir capital no Novo Mercado. A empresa, que pretendia levantar até R$ 2,7 bilhões, acabou suspendendo a operação.


Cesp quer recuperar R$ 9 bilhões com fim das concessões
Valor 25.07.2011 - O presidente da Cesp, Mauro Arce, diz que cerca de R$ 4 bilhões correspondem a investimentos não amortizados
As reivindicações de indenizações da Cesp com o fim de suas concessões em 2015 podem superar os R$ 9 bilhões. Parte desse valor chega agora à mesa de negociações e representaria uma devolução de pagamentos de impostos, da época da compensação de contas de resultados do setor elétrico, que na visão da Cesp são indevidos. Outros R$ 4 bilhões serão pleiteados a título de investimentos ainda não amortizados. Os valores bilionários surgem na tentativa de sensibilizar o governo federal em sua decisão de prorrogação ou não das concessões. Decisão que deve ser tomada ainda neste ano.
Na semana passada, o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Zimmermann, disse que caberá a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) analisar os investimentos não amortizados. Mas foi taxativo ao dizer que, diferentemente da época das privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso, em que os Estados foram privilegiados, agora será a vez do consumidor. "Não importa se seja tomada a decisão por prorrogar a concessão ou relicitá-la", disse Zimmermann.
O governo de São Paulo foi quem promoveu as maiores privatizações no setor. Para atrair compradores, a legislação permitiu a venda com o prazo completo das concessões, que pode chegar a 50 anos. Assim foram vendidas as distribuidoras CPFL, Eletropaulo, Bandeirante e Elektro e as geradoras Tietê e Paranapanema.
Juntas elas renderam R$ 30 bilhões ao governo do Estado, segundo conta Mauro Arce. O executivo é hoje presidente da Cesp e foi um dos homens do governo Mário Covas (PSDB) que ajudou a promover a venda das empresas. Ele conta que, na época, o Estado precisava de dinheiro até mesmo para honrar a folha de pagamento de funcionários. "Se fôssemos ainda donos de todas essas empresas, sem dúvida teríamos em mãos a maior elétrica do mundo", diz Arce. "Mas naquele momento fizemos o que devíamos fazer."
Com exceção da CPFL, todas as companhias estão sob controle do capital estrangeiro. A Eletropaulo tem além do grupo americano AES, o BNDESPar como sócio. A empresa é hoje questionada pelo próprio governo do Estado sobre a qualidade do serviço que presta. Na geração, Duke Energy e AES (donas da Paranapanema e Tietê) são questionadas por investimentos que não fizeram. A ideia era de já em 2001 fazer a venda do que havia restado da geração da Cesp, um parque com 7,5 mil MW. Mas o racionamento que viveu o país não permitiu, segundo Arce.
Em 2006, o governo estadual, ainda sob o comando do PSDB, vendeu a Cteep, companhia de transmissão paulista arrematada pelo grupo estatal colombiano ISA. Dois anos depois, em 2008, houve a tentativa da venda da Cesp. Esbarrou justamente na questão do fim das concessões em 2015. Tanto Cteep quanto agora a Cesp já não tinham o privilégio da legislação que zerava a contagem do prazo da concessão em caso de privatização.
No mercado financeiro, a discussão ainda persiste sobre se a Cesp será privatizada. Suas ações têm oscilado com as expectativas. Quando Arce assumiu a presidência da companhia, as ações dispararam na bolsa e este ano elas já valorizaram 25%. Arce garante que essa decisão, entretanto, só poderá ser tomada após uma definição do governo federal. E coloca os números na mesa. Não à toa, já que as concessões que vencem da Cesp representam 70% da geração de sua caixa.
Arce diz que boa parte dos investimentos não foram amortizados porque ao longo das décadas o governo federal fez política com tarifa de energia. "Tivemos até de conter inflação", diz. Além disso, a construção de Itaipu fez com que suas usinas gerassem menos para que a energia da binacional entrasse no sistema. No caso do questionamento dos impostos, o presidente da Cesp apela para uma retomada de um projeto de lei, aprovado no Congresso, que previa a compensação de imposto de renda pago na conta de compensações. Mas a lei foi vetada no governo Lula, em 2003. "Mas não há impedimento de o Congresso rever esse veto", diz Arce.


Encerrado contrato sem licitação com Camargo
Valor 25.07.2011 - Depois de três décadas, a Cesp vai finalmente encerrar no próximo dia 31 o contrato firmado com a Camargo Corrêa para a construção da usina Porto Primavera e que previa o uso dos serviços da construtora para outros tipos de obras. Ao todo, a empreiteira faturou R$ 6 bilhões, a valores presentes, metade deles em aditivos contratuais. "Esse era um dos poucos contratos feito antes da lei de licitações que ainda estava em vigor no Estado", diz o presidente da Cesp, Mauro Arce.
Nos últimos anos, o contrato com a Camargo já não era tão expressivo monetariamente para nenhuma das duas empresas. No ano passado, por exemplo, foram R$ 56 milhões pagos em relação a obras na região da usina. Arce explica que no início da década de 80, quando foi firmado, não existia ainda a lei de licitações e o contrato permitia todo tipo de aditivo. Para a obra da usina em si, segundo Arce, foram gastos R$ 3 bilhões, em valores atuais. Em aditivos, esse volume dobrou. A Camargo Corrêa não quis falar sobre o assunto e enviou apenas uma nota dizendo que o escopo do contrato foi concluído, com todas as obras contratadas entregues. Mas o fim do contrato não encerra uma disputa bilionária da construtora contra a Cesp, que pede um adicional que chega hoje a R$ 1,4 bilhão à companhia geradora do Estado de São Paulo. A construtora entrou com um pedido na Justiça por perdas e danos alegando que em função da paralisação das obras em três períodos de tempo distintos teve prejuízo pela não utilização dos equipamentos e trabalhadores empregados na construção da Usina Porto Primavera.  De acordo com as notas explicativas do balanço da Cesp do primeiro trimestre do ano, a expectativa é de haver um desembolso de R$ 317 milhões referentes a um dos períodos. Esse valor já está provisionado. Os demais foram classificados como risco possível e portanto não têm provisão estabelecida.
O passivo judicial total da Cesp, que envolve outras disputas além dessa da Camargo, ultrapassa os R$ 7 bilhões e cerca de 15% estão provisionados. A nova administração da empresa quer reduzir esse passivo mas só o fará por meio da Justiça, segundo Arce. "Por mais que bons acordos sejam propostos para acabar com a disputa, essa não é minha empresa, é uma empresa pública e por isso vamos até o fim em todas as instâncias judiciais", disse Arce.


Atacado farmacêutico amplia distribuição no país
Folha 25.07.2011 - Distribuidoras de 13 Estados do país aumentaram a participação no mercado de distribuição de medicamentos, segundo a Abafarma (associação do atacado farmacêutico) e a IMS Health, que reúne dados do setor.
Com a ampliação e a descentralização na entrega de medicamentos, consumidores das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste devem ser mais favorecidos no recebimento de mercadorias. "As empresas que atuam na distribuição regional aumentam a eficiência ao entregar diretamente a farmácias de cidades do interior.
Chegam mais rapidamente até o consumidor", diz Luiz Fernando Buainain, presidente da Abafarma. O domínio da logística e a maior aproximação desses atacadistas com a indústria farmacêutica diminuem custos com estoques, distribuição e podem resultar em redução de preços, segundo alguns distribuidores. "A indústria incentiva as empresas com atuação regional, oferecendo, por exemplo, melhores condições de crédito no pagamento", afirma o executivo.
O que permitiu o avanço dos atacadistas foi a melhora na renda e o aumento do consumo dos brasileiros.
Entre os medicamentos que mais cresceram foram os de controle de colesterol, combate à gastrite e contra a impotência sexual.
Em Mato Grosso do Sul, a distribuidora Brasil teve alta nas vendas de 35% neste ano na comparação com igual período do ano passado.


BRF venderá duas unidades em SC
Valor 25.07.2011 - A BRF Brasil Foods vai colocar à venda as unidades de Salto Veloso e Lages, em Santa Catarina, no pacote de alienação de ativos imposto pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) como condição para sua criação. A informação foi dada na sexta-feira pelo presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Alimentação de Santa Catarina (Fetiaesc), Miguel Padilha. Ontem, a assessoria de comunicação da BRF confirmou que as duas unidades serão postas à venda.
Padilha foi comunicado sobre a decisão por representantes da BRF durante reunião realizada em Videira, no meio-oeste catarinense, na sexta-feira, com a presença de sindicatos de trabalhadores da indústria de carnes e alimentação no Estado.
Segundo Padilha, a empresa deve preservar a unidade de Videira, berço da Perdigão em Santa Catarina. A BRF também confirmou essa informação ontem, por meio de sua assessoria. Na cidade de 47 mil habitantes, havia a preocupação com a possível venda da unidade da BRF, que emprega cerca de 3,5 mil trabalhadores e abate 350 mil aves por dia em três turnos de produção. Videira abate também 3,5 mil suínos por dia.
Mas a unidade de Salto Veloso, que fica a cerca de 40 quilômetros de Videira, deverá ser colocada à venda no pacote que prevê a alienação de 30% da capacidade produtiva da Brasil Foods.  A fábrica emprega cerca de 600 trabalhadores que produzem hambúrgueres e outros itens processados de carne, segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados, Indústrias de Alimentação e Afins de Videira (Sintricavi). O abate de suínos também seria alienado, conforme Miguel Padilha.
Em Lages, a produção da Perdigão é concentrada em pizzas e pratos prontos. De acordo com o dirigente, a fábrica emprega cerca de 550 trabalhadores.
Em Santa Catarina, Sadia e Perdigão, cuja união deu origem à Brasil Foods, mantêm cerca de 20 mil trabalhadores em suas unidades e operações, estima o presidente da Fetiaesc. Ele espera que a compra das operações seja feita por uma empresa com saúde financeira para investir e manter as unidades, para minimizar o impacto sobre os trabalhadores.
Segundo o presidente da Fetiaesc, a determinação do Cade de que a compradora precisaria manter as operações por no mínimo seis meses não traz segurança ao trabalhador.
Na quinta-feira passada, a BRF já havia anunciado a venda dos ativos de sua controlada Excelsior, em Santa Cruz do Sul (RS), como parte do acordo com o Cade para permitir sua criação.


Grupo Live Private Equity
Folha 25.07.2011 - O Grupo Live, de "private equity" e "venture capital", acaba de fechar contrato para a aquisição de uma empresa chamada Zimase, que atua no mercado de panificação e confeitaria.
A empresa fornece matérias-primas, como pré-misturas de pães e bolos, para padarias.
Com cerca de R$ 50 milhões investidos até agora, o Live comprou no final de 2010 a Mil Mix, fornecedora do mercado de sorvetes e "frozen" iogurte, empresa que a partir de agora pretende expandir para o segmento de panificação, segundo Renato Caruso Duprat, presidente do grupo.
O grupo comprou também a Vae Consultoria, de gestão de empresas de diversos segmentos.
"Nós focamos o setor de alimentação e continuamos a buscar empresas que tenham sinergia com o grupo. Analisamos dez empresas por mês", diz Duprat.


Private equity tem captação e investimento recordes no país
Valor 25.07.2011 - O mercado brasileiro de fundos de "private equity" - que compram participações em empresas de capital fechado - virou um jogo para gente cada vez maior. Em um espaço de pouco menos de um mês, duas das principais gestoras nacionais, Vinci Partners e BTG Pactual, fecharam captações dos dois maiores fundos já destinados ao país, de US$ 1,4 bilhão e US$ 1,6 bilhão, respectivamente. O recorde pode ser batido novamente pela gestora Gávea, que também está para concluir uma captação bilionária. Estima-se que atualmente existam outros US$ 9 bilhões em fase de captação.
Não só a captação neste ano deverá ser recorde, como também o volume efetivamente investido na compra de participação em empresas por fundos nacionais e estrangeiros. Especialistas estimam que a cifra chegue ao patamar de US$ 10 bilhões, superando em quase 60% os US$ 6,3 bilhões aplicados no ano passado. Com isso, os fundos de private equity já rivalizam com as ofertas de ações como fonte de recursos para as empresas. No ano passado, as ofertas primárias de ações, que representam dinheiro no caixa das companhias, totalizaram R$ 10 bilhões. Vale lembrar que muitas vezes os private equity entram comprando fatias de outros acionistas e não injetando dinheiro novo nas empresas.
No primeiro semestre, no entanto, as aquisições ficaram aquém do esperado, período em que vários fundos se posicionaram na ponta vendedora, mas a estimativa de US$ 10 bilhões se mantém nos cálculos de agentes da indústria.
Ainda que de forma mais seletiva, os pesos-pesados do setor aproveitaram os cofres cheios e partiram para o ataque. A Advent, que no ano passado levantou US$ 1,65 bilhão para investir na América Latina, adquiriu 50% do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) por R$ 835 milhões. O primeiro negócio do fundo de US$ 1,7 bilhão da argentina Southern Cross também foi no Brasil, com a aquisição da fabricante gaúcha de utensílios de cozinha Brinox.
Conhecido por adotar uma postura mais ativa, logo após captar seu primeiro fundo, o BTG Pactual não perdeu tempo e entrou nas negociações - por ora frustradas - para a criação do Novo Pão de Açúcar, que reuniria os ativos da rede de supermercados comandada por Abílio Diniz com os do Carrefour. O fundo, porém, já conta com outras duas empresas: a Brasbunker, que atua na prestação de serviços para a indústria de petróleo, e a rede de drogarias Brazil Pharma.
A lista de gestores com fundos bilionários na praça inclui ainda a Vinci Partners, do ex-Pactual Gilberto Sayão, que já alocou uma parte dos US$ 1,4 bilhão obtido dos investidores na masterfranqueada da rede de fast food Burger King no Brasil e na empresa de locação de veículos Unidas (ao lado da Kinea, do Itaú, e da Gávea).
Com a maior competitividade em torno dos projetos, o aumento no tamanho dos fundos é uma tendência para o setor, segundo o superintendente executivo de private equity do Banco Santander, Geoffrey Cleaver. "Os cheques têm ficado cada vez maiores para compensar a rentabilidade mais apertada dos projetos", diz. O investimento médio dos fundos com foco em infraestrutura, que girava em torno de R$ 50 milhões, subiu para R$ 200 milhões, o que eleva o patrimônio necessário desses fundo para a casa de R$ 2 bilhões, afirma o executivo.
Além das gestoras tradicionais, os investimentos no País devem ser reforçados ainda pelos chamados fundos "fly-in", de empresas estrangeiras que não possuem escritórios nem portfólios dedicados exclusivamente ao país. Em 2010, eles responderam por mais de um terço dos negócios dos private equity.
O crescente interesse em ativos brasileiros coincide com a demanda das empresas em angariar recursos para financiar seus planos de expansão, o que cria condições ideais para o volume de investimentos aumentar ainda mais, avalia Alexandre Pierantoni, sócio da PwC Brasil. A empresa de auditoria e consultoria estima que 43% dos negócios de fusões e aquisições anunciados no país neste ano até junho tenham participação de private equity. Em 2006 essa participação era de 11%.
"Todos os grandes gestores internacionais possuem ou planejam ter presença no Brasil", diz Pierantoni. Não por acaso, importantes negócios do ano passado envolveram a compra de participações em gestoras nacionais, incluindo a entrada da Blackstone no capital do Pátria Investimentos e a aquisição do controle da Gávea pela Highbridge, braço de investimentos alternativos do J.P. Morgan.
Apesar do apetite por aquisições e dos recursos disponíveis, os negócios ainda estão aquém do potencial. De um modo geral, o número de operações de fusões e aquisições recuou 9% no primeiro semestre deste ano, segundo levantamento da PwC. No período, as gestoras de private equity apareceram com destaque na venda de participações, especialmente em ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês).
O ritmo mais lento é resultado de uma maior seletividade dos gestores, segundo Leonardo Ribeiro, sócio da gestora Ocroma. "Em busca de condições mais favoráveis para o fundo, as negociações acabam levando um tempo maior para ser concluídas", afirma. A chegada dos grandes fundos aumentou ainda a concorrência por potenciais ativos, algo relativamente novo no mercado brasileiro.


Azul reestrutura seus executivos para voar mais alto
Exame 25.07.2011 - Ação envolve 60 dos seus principais profissionais; entre as metas, está o plano de sucessão da companhia.
A Azul, que opera há pouco mais de três anos no mercado, ainda engatinha no setor de aviação, mas já sentiu a necessidade de, pela primeira vez, começar a treinar os primeiros passos. Pensando no futuro e principalmente de que está deixando de ser uma startup, a empresa vem promovendo uma grande reestruturação organizacional que envolve cerca de 60 dos seus principais executivos. Algumas mudanças já foram colocadas em práticas, entre elas, a criação de mais três vice-presidências para que as decisões fossem decentralizadas.
O programa, dividido em duas etapas, está em prática desde dezembro do ano passado. A primeira fase foi concluída há cerca de um mês e envolveu 18 executivos. O objetivo da empresa, neste primeiro momento, era de descobrir se o time estava preparado para as mudanças que estão por vir.
Não é nenhuma novidade de que a companhia estuda ir à bolsa. A abertura de capital colocaria a Azul em um novo patamar no mercado e uma equipe alinhada será fundamental no momento do IPO. “Precisamos de um time preparado para os desafios que estão por vir. Afinal, a Azul dobra de tamanho a cada ano”, disse Johannes Castellano, diretor de recursos humanos da companhia. 
O processo é comandado pela consultoria de recursos de gestão Doers. Na primeira etapa, a consultoria analisou o histórico profissional dos executivos, depois, por meio de questionários, desenhou o perfil de cada um e por fim realizou entrevistas de competências com os profissionais e seus gestores. “É importante que um terceiro esteja envolvido na ação, pois não há interesses próprios”, afirmou Ricardo Fischmann, sócio da Doers.
Com o projeto, a Azul comprovou que seus  18 executivos estão bem preparados para qualquer desafio que a empresa venha enfrentar daqui para frente, e apenas pequenos ajustes foram necessários. “Chegamos à conclusão de que muitas decisões estavam centradas nas mãos do nosso presidente, Pedro Janot. Para melhorar a eficiência, promovemos três dos nossos diretores ao cargo de vice-presidência”, disse Castellano.
Terminada a primeira fase, a Azul parte agora para a segunda etapa do processo: a de descobrir, entre um grupo de 40 executivos, aqueles que estão mais aptos para assumir as rédeas da situação no futuro. “Agora o processo consiste em criar um plano de desenvolvimento individual de cada profissional e desenvolver uma estratégia de sucessão”, afirmou Castellano.
Segundo ele, o apagão de profissionais qualificados no país para assumir cargos mais altos fez com que a empresa optasse por treinar os seus empregados desde já. “Não dá para prever quando um diretor vai precisar ser substituído, por isso estamos criando o plano dentro da desde já”, afirmou o executivo.
Esta segunda etapa não tem prazo para ser concluída, pois trata-se de um desenvolvimento continuo dentro Azul. Mas de uma coisa a Azul está convicta: reorganizar a cabine de comando é fundamental para voos mais altos no futuro.

 
MRV LOG e Starwood assinam acordo de investimentos
JCRJ 25.07.2011 - A MRV LOG, unidade de logística da MRV Engenharia, assinou com o Starwood Capital Global Group acordo para a compra de 62.650.009 ações ordinárias a serem emitidas pela MRV LOG, totalizando R$ 350 milhões, sendo R$ 250 milhões por parte do Starwood e R$ 100 milhões por parte dos atuais acionistas da MRV LOG.
O Starwood é um gestor de Private Equity com sede em Greenwich, nos Estados Unidos. Criado em 1991, o Starwood já investiu mais de US$ 8 bilhões em capital, representando mais de US$ 26 bilhões em ativos. O Starwood possui aproximadamente US$ 16 bilhões em ativos sob gestão, tendo investido em praticamente todos os ramos imobiliários de forma global, incluindo escritórios, shoppings, residencial, golf, hotéis, resorts e ativos industriais.
Segundo comunciado divulgado neste domingo (17), a estrutura de controle da MRV LOG permanece inalterada. Com a conclusão da operação, a MVR Engenharia terá 42% do capital votante, o Starwood ficará com 33,3% e outros acionistas terão 24,7%.
Com atuação em 19 cidades, em oito estados brasileiros, a MRV LOG possui atualmente mais de 1 milhão de m2 de área bruta locável (ABL) em seu portfólio, divididos em 30 projetos. Sua principal atuação será em galpões industriais, mas também terá atuação em centros de conveniência (strip malls), projetos comerciais e loteamentos industriais.
Contando hoje com aproximadamente 50 mil m2 de ABL em operação, a MRV LOG espera atingir aproximadamente 135 mil m2 de ABL em operação até o final do ano de 2011.


Prévia da ALL
Valor 25.07.2011 - O lucro operacional (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da América Latina Logística (ALL), que atua no transporte ferroviário de cargas, aumentou 12,2%, para R$ 489 milhões, no segundo trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2010. O dado foi divulgado na sexta-feira, quando a empresa apresentou uma prévia do seu desempenho entre abril e junho. No período, o volume total transportado pela ALL também subiu (8,9%). Os resultados são pro forma, ou seja, simulam como se a recém-criada Brado Logística, que atua na movimentação de contêineres, já fizesse parte da ALL no segundo trimestre do ano passado. Os números - que não são auditados - surpreenderam os analistas do Bradesco, que previam um valor R$ 20 milhões menor para o lucro operacional (ou Ebitda). No último pregão, as ações da ALL fecharam cotadas a R$ 12,25, em alta de 1,4%.
A recomendação dos analistas ouvidos pela Bloomberg é de compra.


Terminal no ES vai exigir até R$ 1 bi
Valor 25.07.2011 - Interessado nas oportunidades de petróleo e gás brotando no litoral do Espírito Santo, principalmente devido à prospecção do pré-sal, o grupo Ambipar decidiu investir na construção do terminal Barra do Riacho, em Aracruz. Dedicado à movimentação de cargas voltadas a esse mercado, o porto tem como objetivo atender as empresas petrolíferas. "Temos negociado com as principais empresas atuantes no litoral capixaba", diz José Barbosa, diretor geral da Nutripetro - empresa do grupo que está construindo a obra. O interesse da Ambipar no projeto, além de fornecer a estrutura para as empresas de petróleo, é prestar os serviços ambientais que já oferece a outros setores.
"O mercado de petróleo tem muita geração de resíduos e o grupo usará a experiência que tem para se inserir nessa cadeia", diz. O investimento da empresa para o terminal é de aproximadamente R$ 400 milhões, com previsão de conclusão para 2014. O projeto ainda inclui integração com os modais ferroviário, rodoviário e aeroportuário. Segundo Barbosa, a empresa também estuda ampliar a atuação e fazer com que o terminal movimente cargas gerais - o que pode demandar até R$ 1 bilhão em investimentos a serem feitos em parceria com eventuais sócios do empreendimento.
A cidade de Aracruz já tem outro terminal dedicado, de propriedade conjunta da Fibria (51%) e da Cenibra (49%) - as duas principais empresas de papel e celulose no país. Chamado de Portocel, é o único porto do Brasil, segundo a própria empresa, especializado no embarque de celulose e está preparado para embarque anual de 7,5 mil toneladas de celulose.


Moeda valorizada e infraestrutura ameaçam expansão
Valor 25.07.2011 - A sobrevalorização da moeda e os gargalos de infraestrutura são apontados como duas das principais ameaças ao crescimento do Uruguai nos próximos anos. Especialistas advertem sobre o possível esgotamento da capacidade do porto de Montevidéu até 2015. Quanto à taxa de câmbio, a preocupação é com a perda de competitividade das exportações, já que o peso uruguaio acumula valorização de quase 40% frente ao dólar, em relação a meados de 2004.
Essa é outra evidência da interconexão crescente com o Brasil. Até 2002, quando o Uruguai abandonou o sistema de bandas cambiais e deixou sua moeda flutuar livremente, o peso uruguaio vinha seguindo os passos do peso argentino. Desde então, a moeda uruguaia tem mantido uma relação cada vez mais direta com as variações do real.
"A partir do governo de Tabaré Vásquez (2005-2010), houve um alinhamento do peso uruguaio com o real e o euro. No governo Mujica (desde março de 2010), o peso ficou, na prática, atado ao real", observa Álvaro Queijo, vice-presidente da União de Exportadores do Uruguai.
Em artigo publicado há três semanas no jornal "El País", intitulado "Brasil domina o nosso dólar", os economistas Horacio Bafico e Gustavo Michelin demonstraram como as projeções recolhidas periodicamente pelos bancos centrais do Brasil e do Uruguai, com analistas do mercado financeiro, indicam movimentos praticamente idênticos das respectivas moedas nacionais entre março de 2010 e junho de 2011.
A valorização do peso é apontada como uma das responsáveis pelo déficit em conta corrente. "O problema maior não é o valor nominal do dólar, mas o aumento dos custos de produção", diz Queijo. A inflação acumulada em 12 meses, até junho, alcançou 8,6%, enquanto trabalhadores negociam reajustes salariais em torno de 10% e o governo reluta em frear o gasto público. "A taxa de câmbio deveria estar em 22 pesos por dólar ou, no mínimo, em 20 pesos", afirma o empresário. Na semana passada, havia chegado a 18,46.
O que também preocupa é a saturação da infraestrutura. A estatal de energia Ancap apresentou ao presidente José Mujica um plano para investir na recuperação e expansão da malha ferroviária, a fim de transportar seus produtos, afirmou ao Valor o presidente da empresa, Raúl Sendic. Na área aeroportuária, o novo terminal de Montevidéu - sob concessão do grupo Aeropuertos Argentina - foi inaugurado no fim de 2009 e é provavelmente um dos mais modernos da América do Sul.
A questão portuária desperta temores no setor privado. Em junho, a movimentação de contêineres no porto de Montevidéu bateu recorde histórico, alcançando 80.040 teus (contêineres de 20 pés). O crescimento no primeiro semestre foi de 45% em relação a igual período do ano passado. "Vemos uma saturação da estrutura atual até 2015", comenta Roberto Mérola, diretor da Schandy, holding que controla a Montecon, maior operadora portuária de Montevidéu, com cerca de 200 mil teus anuais.
Um dos grandes gargalos, segundo Mérola, é a existência de apenas um cais com calado superior a 34 pés. A última licitação para expandir o porto, realizada em 2010, terminou sem a apresentação de propostas.
Apesar disso, Mérola demonstra otimismo com o futuro da economia uruguaia. "Há um fator conjuntural, que não sabemos como se comportará, que é o preço das commodities. Mas essas oportunidades se podem aproveitar bem ou mal, e o Uruguai está aproveitando bem."


Dona do Reclame Aqui negocia com grupo japonês
Valor 25.07.2011 - Os sócios Neves, Vargas e Campos querem recursos para investir em operações que, ao contrário do site, gerem lucro
Com 5 milhões de visitas mensais e índice de solução de problemas de 72%, o site Reclame Aqui virou referência para consumidores que se sentem lesados e chama atenção de promotores públicos e investidores. Negocia-se a venda de 30% da holding Óbvio Brasil, dona do Reclame Aqui. O plano é ampliar negócios como consultoria e abrir novos com potencial de gerar lucro.
O site tem parceria com o Ministério Público de Minas Gerais e prepara um convênio com o do Rio de Janeiro. O MP de Minas usou cerca de 40 mil comentários registrados no Reclame Aqui por clientes dos sites Compra Fácil e Americanas.com em processos que levaram à condenação das empresas.
O Reclame Aqui chamou a atenção de um grupo japonês que atua em publicidade e vê nele uma oportunidade de entrar no ramo de internet na América Latina. O nome ainda é mantido em sigilo, mas uma aposta, com base em fonte do mercado, é o Hakuhodo, segundo maior grupo publicitário do Japão. Os japoneses devem vir a São Paulo na segunda quinzena de agosto para uma conversa definitiva. Na mesa, até agora, a proposta que mais agrada aos sócios brasileiros é a venda de 30% da holding, por R$ 10 milhões.
Desde que criou o site em 2001, por ter ficado indignado com o "overbooking" de uma companhia aérea, Maurício Vargas diz que já recebeu várias ofertas de compra. A primeira foi em 2005, quando um empresário alemão convenceu o sócio dele, o publicitário que criou a marca Reclame Aqui, de vender 50% do negócio por R$ 12 mil. O mesmo alemão comprou a parte de Vargas por R$ 100 mil em seguida. "Eu fiquei tão doente, porque sempre fui apaixonado por esse projeto, que recomprei o site seis meses depois", conta. O site, que nunca deu lucro, mas tem um banco de dados cobiçado, nasceu em 2001 e tem três sócios
O alemão, que dizia não compreender o mercado brasileiro, devolveu o negócio por R$ 60 mil. O lucro na negociação foi inédito na história do Reclame Aqui. "Foi muita sorte, eu não sou bom de negócio", brinca Vargas, que hoje preside o site, mas já repassou ao filho, o estudante de Publicidade Felipe Paniago, os 45% que ainda mantinha na holding. Ele divide a sociedade com Edu Neves, diretor-executivo (42%) e Diego Campos, diretor de TI (13%).
O site nunca deu lucro. Neste ano, os sócios já tiraram R$ 700 mil do bolso. O internauta não paga pelo serviço. As doações voluntárias, que nunca passam de R$ 25 mil no mês, garantem o pagamento do provedor. O clima do site, recheado de críticas a empresas, e as regras rígidas para anunciantes (devem ter índice "bom" ou "ótimo" no ranking do site) têm afastado anunciantes.
"Acreditamos que o Reclame Aqui terá que ser sustentado pelos negócios que gravitam em torno dele", diz Neves. Foi a aposta nos projetos paralelos que levou à criação da holding Óbvio Brasil, da qual faz parte a ProSummers, empresa de consultoria e treinamento que garantiu praticamente sozinha o faturamento de R$ 3,5 milhões do grupo no ano passado.
A holding, com 32 funcionários, a maioria em Campo Grande (MS), tem outros projetos em teste ou a caminho. Em agosto estreia o Confie Aqui, em que o consumidor vai pagar cerca de R$ 10 por mês para receber apoio desde o momento da compra e não só depois de ter problemas.
Outro lançamento à vista é uma espécie de câmara de arbitragem, na qual empresa e cliente fariam acordos, sem necessidade de ir à Justiça. Também estão em teste uma ferramenta de monitoramento de imagem na internet e a formação de plataformas de consumidores dispostos a participar de pesquisas ou testes de produtos.
O investimento para efetivar esses projetos é estimado pelos sócios em R$ 8 milhões. Por isso encontrar um parceiro é tão importante. Dentro da proposta de R$ 10 milhões por 30% da holding, R$ 2 milhões ficariam com os sócios.
Mas esse valor ainda não é definitivo na negociação. "Eles [os japoneses] querem investir, mas querem deixar muito no caixa da empresa. Temos um longo caminho percorrido e precisamos ser remunerados por esse esforço, feito até agora com dinheiro do bolso", diz Neves. O grupo japonês guarda uma vantagem: o perfil do site seria mantido. "Há duas formas de comprar o Reclame Aqui. Uma é para investir nessa visão, a outra é para sucatear e usar o cadastro de consumidores para ganhar algum dinheiro", diz Neves.


Desafio do segmento é gerar receita
Valor 25.07.2011 - Ao completar dez anos de funcionamento, de evitar que 15 mil casos chegassem à Justiça e testar 4 mil produtos, a associação independente de defesa do consumidor Proteste vai conseguir, enfim, se sustentar somente com a colaboração de seus associados. "Vamos começar a caminhar com pernas próprias", afirma a coordenadora institucional Maria Inês Dolci.
A anuidade da Proteste varia de R$ 159 a R$ 237, de acordo com os serviços prestados, que incluem entrega de revistas, orientação jurídica e intermediação. Ainda há desafios para manter a associação, com 120 funcionários no Rio de Janeiro e em São Paulo. "Tem uma rotatividade grande de associados. Precisamos fazer um exercício para mantê-los e trazer de volta os que saem", diz Maria Inês.
Com 24 anos de atividade e atuações importantes - como a defesa da privacidade no recém-aprovado cadastro positivo de crédito - o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) também enfrenta desafios. "As pessoas não estão mais tão dispostas a se manter ligadas a uma associação, vemos uma crise da relação associativa", diz o gerente de informação da entidade, Carlos Thadeu de Oliveira. Com 11 mil associados ativos e 70 funcionários, o instituto tem 70% dos custos pagos pelos consumidores e 30% por organizações de defesa do consumidor. As mensalidades começam em R$ 14 e também variam de acordo com os serviços prestados.
Assim como as entidades independentes, empresas que atuam na defesa do consumidor não encontraram a fórmula do lucro, mesmo com o crescimento desse mercado na internet. O vice-presidente do grupo Buscapé, Rodrigo Borer, concorrente do Reclame Aqui com o site Confiômetro desde 2008, confirma: "ele não é uma unidade de receita".
O portal, segundo Borer, surgiu da percepção de uma demanda do consumidor que usa o serviço de comparação de preços Buscapé, hoje principal fonte de renda do grupo. Os clientes ligavam na central de atendimento com dúvidas, críticas e sugestões sobre lojas e não a respeito do serviço prestado pelo Buscapé. Hoje apenas quatro dos mil funcionários do grupo trabalham no Confiômetro.
Outro concorrente desse mercado, o Reclamão.com, foi criado pela empresa STWS, que desenvolve ideias para a web. O fundador, Juliano Goulart, diz que o portal colabora mais em termos de imagem da empresa do que de receita. "Ele se sustenta, mas não gera lucro", conta. Com cinco funcionários e 180 mil acessos por dia, o site não atrai anunciantes. "Acredito que seja uma falha das gerências de marketing. As empresas tem que entender a importância de ter o nome associado a um site que representa idoneidade", diz Goulart.


UOL Host faz ofensiva em computação na 'nuvem'
Valor 25.07.2011 - Vinicius Pessin, diretor do UOL Host: ampliação vai dobrar capacidade das instalações localizadas em Tamboré (SP) para cerca de 60 mil servidores.
O UOL Host, empresa de hospedagem e serviços do UOL, anuncia amanhã o que considera sua segunda geração de serviços para computação em nuvem, modelo pelo qual os programas são executados em centros de dados remotos, em vez de ficar instalados nos computadores dos usuários. Para atender à nova clientela, a empresa está investindo na duplicação do centro de dados que mantém em Tamboré (SP). As instalações pertenciam à Diveo, adquirida pelo UOL em dezembro do ano passado.
A unidade atual, de 8 mil metros quadrados, tem capacidade para 30 mil servidores. São 11 mil equipamentos físicos. Os demais são as chamadas máquinas virtuais (computadores criados dentro de outras máquinas por meio de software). Vinicius Pessin, diretor do UOL Host, diz que já está em construção uma estrutura no mesmo complexo, de 6 mil metros quadrados, que permitirá dobrar o número total de servidores.
A companhia não revela o valor do investimento, mas para se ter uma ideia, entre 2009 e 2010 o UOL investiu R$ 120 milhões para construir um centro de dados em São Paulo, que foi inaugurado no ano passado e também tem capacidade para 30 mil servidores, sendo 10 mil servidores físicos.
A expectativa do UOL ao comprar a Diveo - e chegar a uma capacidade de 60 mil servidores nos dois centros de dados - era de atingir 100% de uso dessa infraestrutura em dez anos. "Mas a demanda cresceu tanto que a previsão atual é atingir esse nível até o fim do ano", afirma Pessin.
Agora, com a ampliação em Tamboré, o UOL Host terá uma capacidade total de 90 mil servidores, somando os dois centros.
Com o investimento, expectativa da companhia é elevar em 200% o número de contratos neste ano.
Até agora, a empresa investiu algumas "centenas de milhões de reais" para expandir sua oferta de serviços na nuvem, diz o executivo, sem detalhar números.
Asegunda geração consiste de um conjunto de softwares de gestão empresarial e outros serviços on-line, que serão vendidos a valores mais baixos que uma assinatura residencial de TV a cabo, diz Pessin. Os serviços, que incluem de gestão de e-mail a sistemas de gestão empresarial (ERP, na sigla em inglês), têm preços que vão de R$ 11,90 a R$ 90.
Com a nova gama de serviços, a empresa pretende aumentar em 200% a contratação de serviços até o fim do ano, atraindo principalmente pequenas e médias empresas. No ano passado, o UOL Host possuía uma base de 300 mil clientes empresariais, sendo que 50% desse total era constituído de médias, pequenas e microempresas.
Para atender a esse público, diz o executivo, as empresas de hospedagem precisam oferecer preços mais baixos e formar uma carteira vasta de clientes. "É preciso ter escala. Não é um jogo para pequenos", afirma. "Se a mensalidade for mais cara que uma TV a cabo, o pequeno empreendedor não compra o serviço."
Pessin cita uma estimativa divulgada pelo Sebrae, serviço de apoio a pequenas empresas, segundo a qual existem atualmente no país entre 4 milhões e 5 milhões de pequenas e médias companhias. Desse total, 8% usa softwares de gestão e 20% já montou um site. "Há um mercado potencial enorme e nossa meta é atrair um grande número de clientes no curto prazo", afirma.
O UOL Host tem reforçado seus empreendimentos na computação em nuvem nos últimos quatro anos. Entre 2008 e 2010, a empresa adquiriu nove companhias para reforçar sua estrutura no segmento de centros de dados. A aquisição mais recente, em dezembro, foi a Diveo, especializada na oferta de serviços relacionados a centros de dados e telecomunicações para empresas, detentora de instalações no Brasil, na Colômbia e nos Estados Unidos. A quantia investida na compra da Diveo foi mantida em sigilo pelas companhias. Questionado sobre a possibilidade de novas aquisições, Pessin diz que a "empresa sempre analisa oportunidades no mercado".
Outro importante passo foi dado em 2009, quando o UOL Host lançou uma loja de aplicativos, tendo como parceiros gigantes como Microsoft, IBM e Totvs. A empresa conta também com uma equipe de 900 técnicos, que se dedicam ao desenvolvimento de serviços.


Projeto de integração digital do Mercosul entra em nova fase
Valor 25.07.2011 - Marta Pessoa, diretora do projeto Mercosul Digital: "não dá para aumentar as vendas no bloco sem nivelar as estruturas"
Iniciado há dois anos para promover o comércio eletrônico entre as empresas do Brasil, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai, o projeto Mercosul Digital entrou em uma nova etapa. Depois de diagnosticados os gargalos tecnológicos e formatados os projetos que visam esclarecer como os empresários desses países podem se beneficiar, na internet, dos mecanismos do bloco, o momento é de colocar em prática o que foi debatido. A coordenação do projeto acaba de concluir 12 licitações no valor total de € 5,4 milhões. Entre os vencedores estão empresas como a brasileira Bry Tecnologia, especializada em certificação digital, e a subsidiária uruguaia da fabricante de equipamentos Bull.
Nos próximos meses, essas companhias serão responsáveis por executar atividades dentro das duas vertentes do projeto: iniciativas educacionais e de redução de "assimetrias tecnológicas" existentes entre os países do bloco. Entre as ações previstas estão a criação de uma estrutura de carimbo de tempo - um sistema que comprova a hora em que um documento foi emitido, por exemplo - para Argentina e Uruguai, a implantação da autoridade de certificação digital do Paraguai e a realização de estudos e análises sobre o comércio eletrônico entre os países do Mercosul.
Segundo Marta Pessoa, diretora do projeto no Brasil, esses passos são importantes para garantir a segurança de vendedores e compradores no ambiente on-line. "Uma pequena empresa pode falir rapidamente se tiver um nível de calote muito alto. Ela precisa ter condições de saber que o comprador é confiável e vice-versa", diz. "Não dá para pensar em um aumento nas vendas dentro do bloco sem que haja um nivelamento das estruturas dos países."
Além de incentivar o comércio entre empresas e consumidores, o Mercosul Digital dará condições para que o relacionamento entre os governos seja aprimorado, diz Marta. Com a infraestrutura de certificação digital em funcionamento, a troca de informações sobre cidadãos e empresas ficará mais rápida e confiável, o que pode levar a uma maior integração, afirma ela.
Entre as ações previstas estão a realização de estudos e o estabelecimento de sistemas de certificação.
Dados de 2009 indicam que o comércio eletrônico na América Latina e no Caribe atingiu a marca de US$ 21,8 bilhões. O Brasil respondeu por mais de 60% desse total. Das compras feitas no país, 90% foram realizadas em sites nacionais. Nos outros países da América Latina, a média de compras em páginas locais é de 60%, segundo a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara e-net). Os principais destinos nas compras virtuais feitas pelos vizinhos são os americanos eBay e Amazon. Não há um dado concreto sobre o quanto é transacionado entre os países do Mercosul. A percepção geral é de que esse volume é muito baixo e precisa ser aumentado.
Para estimular a atividade, o Mercosul Digital criou um manual de boas práticas no mundo virtual, a ser lançado nas próximas semanas, e realizou seminários. Segundo Gerson Rolim, diretor-executivo da Câmara e-net, foram feitos três eventos na Argentina. Em um deles, diz, estavam presentes mais de 800 pessoas.
Na avaliação de Aluizio Mercadante, ministro da Ciência e Tecnologia - pasta que coordena o Mercosul Digital no Brasil - as principais beneficiárias serão as pequenas e médias empresas. "As grandes empresas têm mais infraestrutura para investir; já estão com suas estratégias implantadas", diz.
Rolim diz acreditar que o aumento nas compras virtuais entre os países do Mercosul possa ser uma ferramenta de desenvolvimento econômico, além de uma forma de inclusão social. "A população que está chegando à classe média pode ainda não ter condições de viajar para os países vizinhos, mas pode fazer visitas virtuais a esses locais comprando pela internet produtos como vinhos argentinos, ou peças de artesanato dos países andinos", diz.
O Mercosul digital entrou em operação em julho de 2009, com duração prevista de 36 meses. O total de investimentos estimado no período é de € 9,6 milhões. A iniciativa conta com apoio União Europeia, que destinou € 7 milhões ao projeto. Os € 2,6 milhões restantes são de responsabilidade dos países do bloco.
Nos primeiros 24 meses o projeto consumiu € 7,4 milhões em recursos - sendo € 5,8 milhões da União Europeia e € 1,6 milhão do Mercosul. A integração tecnológica entre os países do bloco começou a ser discutida em 1998 com a criação de um subgrupo de trabalho (SGT) específico.


Walmart tenta reverter histórico sem brilho na internet
Valor 25.07.2011 - Desde que o Walmart se aventurou pela primeira vez no ciberespaço, há 15 anos, a companhia de Bentonville (Arkansas) vem enfrentando dificuldades na internet. Bem no início, o Walmart.com apresentava uma versão digital grosseira do recepcionista que saúda os consumidores em cada loja. Mesmo no começo da web, na era do design chamativo, o site era uma nota dissonante que demonstrava a inabilidade da companhia de compreender a internet. O Walmart.com continua não se destacando em características que são lugar-comum para outros grandes sites de comércio eletrônico, como a personalização e as recomendações. A companhia não revela suas vendas on-line, mas analistas afirmam que o Walmart.com realiza negócios anuais avaliados em US$ 6 bilhões, menos de 2% do total de suas vendas e bem abaixo das vendas da Amazon.com, de US$ 34 bilhões em 2010.
Durante muito tempo o fraco desempenho on-line do Walmart não teve muita importância. O grupo varejista construiu centenas de Supercenters a cada ano no fim da década de 90, e os lucros e a receita dispararam. Mas nos últimos dois anos a companhia cortou pela metade o desenvolvimento de novas lojas nos Estados Unidos. As vendas nas lojas americanas abertas há pelo menos um ano caíram em cada um dos oito últimos trimestres. Ao longo desse período, o e-commerce explodiu, mesmo entre os lares de renda mais baixa, que representam a principal parcela de clientes do Walmart. "É a tempestade perfeita", diz Dale Achabal, diretor-executivo do Retail Management Institute da Universidade de Santa Clara.
No início, o Walmart.com enfrentou resistência de gerentes de lojas nos EUA, que temiam a canibalização das vendas.
O presidente-executivo da varejista americana, Mike Duke, recentemente decidiu concentrar o considerável poder de fogo da rede - e os US$ 11 bilhões que tem em caixa - na melhoria do uso que ela faz da internet. Ele comprou uma varejista on-line chinesa, está testando em San Jose a entrega em domicílio de gêneros alimentícios frescos encomendados pela internet e, o mais importante, criou o @WalmartLabs. Comandada pelos veteranos do Vale do Silício Venky Harinarayan e Anand Rajamaran, a divisão está encarregada de fazer o Walmart acompanhar inovações como a tecnologia de pagamentos por smartphones, aplicativos móveis de compras e a seleção de produtos influenciada pelo Twitter para as lojas.
É uma tentativa ambiciosa de uma remodelação tecnológica - mas mesmo isso poderá não ser suficiente. "Eles definitivamente entraram tarde no jogo", diz Natalie Berg, diretora de análises globais da consultoria Planet Retail de Londres. "E não parece que têm uma estratégia coerente implementada." Eduardo Castro-Wright, que assumiu o comando da divisão on-line da rede em junho de 2010, diz: "É justo dizer que até um ano atrás, quando Mike Duke definiu o que chamamos de a próxima geração do Walmart como uma grande iniciativa para a companhia, que provavelmente não estávamos tão dedicados à criação, em todos os canais, do tipo de experiência de compra em que estamos empenhados hoje."
A história on-line sem brilho do Walmart possui raízes culturais profundas. A organização há muito é dominada por gerentes de lojas que temiam que o comércio eletrônico poderia canibalizar as vendas nos pontos de venda, reduzindo assim suas bonificações, segundo um ex-executivo graduado da companhia. Nos primeiros anos do Walmart.com, os gerentes de lojas foram contra a impressão do endereço do site nas sacolas de compra da companhia.
Entre os pontos físicos de varejo, o Walmart tem os menores preços sobre a mais ampla variedade de produtos. A companhia luta para repetir essa vantagem na internet. Um relatório divulgado em março pela William Blair & Company constatou que a Amazon.com é a "líder irrefutável" nos preços on-line. A Amazon também oferece um número de produtos 14 vezes maior. A comScore, empresa que monitora o tráfego na internet, informa que o site Walmart.com foi visitado por 35,8 milhões de pessoas em junho, pouco mais de um terço do tráfego da Amazon.com e metade do tráfego do eBay.
Para fazer sua operação virtual deslanchar, a rede criou uma divisão para acompanhar inovações tecnológicas.
Alguns analistas especializados em varejo e o ex-executivo afirmam que nomear Castro-Wright como principal estrategista on-line da companhia, em vez de contratar um veterano do e-commerce é outro sinal de que o Walmart ainda não entende a internet. Castro-Wright comandou as lojas de varejo nos EUA entre 2005 e 2010. "Não faço de conta que estou envolvido no comércio eletrônico há muito tempo", defende-se Castro-Wright. Ele aponta para quando trabalhou na Honeywell International na década de 90, onde supervisionava "um contingente muito grande de engenheiros que desenvolviam softwares para aplicações tão complexas como a aviônica", como prova de sua adequação. "Tenho uma visão sobre o que precisa ser feito", diz ele.
A consumação dessa visão vai recair em grande parte sobre Harinarayan e Rajaraman, os tecnólogos encarregados do @WalmartLabs. Harinarayan e Rajaraman possuem um longo histórico no comércio eletrônico. Em 1998 a dupla vendeu seu mecanismo de busca, o Junglee, para a Amazon.com. Eles trabalharam na Amazon até 2000 e cinco anos depois fundaram a Kosmix, um tipo de "buscador" misturado como uma revista. Os usuários digitavam um interesse, como "Star Wars", e o Kosmix apresentava uma série de notícias relacionadas ao filme, multimídia e merchandising recolhidos na internet. A Walmart comprou essa companhia iniciante em abril por US$ 300 milhões e pediu a Harinarayan e Rajaraman que integrassem as últimas inovações às operações da companhia.
Uma das metas do @WalmartLabs é usar a mídia social e os aplicativos móveis para fazer os consumidores gastarem nas lojas físicas. Por exemplo: o @WalmartLabs analisa as milhões de mensagens que circulam no Twitter para detectar padrões que permitirão à companhia fazer um ajuste fino na seleção de produtos disponíveis nas lojas. "Talvez a pesca seja mais popular no Arkansas, talvez o ciclismo seja mais popular na Califórnia", diz Harinarayan. "Os interesses são uma previsão muito melhor das transações futuras do que as coisas que você comprou no passado."
Um terço dos clientes do Walmart possuem smartphone e a companhia está investindo em ferramentas para eles. Gibu Thomas, vice-presidente sênior das unidades móveis e digitais, está explorando aplicativos que podem dizer aos usuários quais itens estão em estoque na loja mais perto deles, e depois conduzi-los pelos labirintos de prateleiras assim que eles entram na loja. "Você pode pensar no telefone móvel como um tipo de professor universitário para o cliente da Walmart", diz Thomas. Nos próximos meses, acrescenta, a rede começará a testar novas tecnologias móveis de pagamentos que poderão incluir a comunicação de alta frequência e curto alcance, já disponível em alguns dos telefones celulares que rodam no sistema operacional Android do Google.
Os planos de aumento das vendas on-line são mais vagos. A divisão @WalmartLabs está testando um aplicativo que permite aos usuários do Facebook dar presentes sem qualquer clique fora da rede social. Harinayaran diz que também trabalha em maneiras de criar uma experiência de compra on-line mais "aspiracional". Sites como o Amazon "colocam tudo em uma grande pilha e cabe às pessoas encontrar as coisas", diz ele. Por outro lado, sites como Groupon e Gilt Groupe mostram um "fluxo" de produtos para os usuários, simulando uma navegação no mundo real e encorajando as compras por impulso.
Os analistas estão satisfeitos em ver o Walmart levando a internet mais a sério, mas novos conceitos levam tempo para germinar num grupo com vendas anuais de US$ 420 bilhões. Até mesmo a atualização da cadeia de fornecimento e dos sistemas de transações, para que trabalhem com os programas da web 2.0, não será fácil. "O Walmart tem tecnologia muito sofisticada, mas esses sistemas não anteciparam um mundo movido pelo Facebook", diz John Ross, presidente-executivo da Shopper Sciences, empresa que estuda o comportamento do consumidor. "Achamos que a companhia caminha para algo grande e interessante", diz David Strasser, analista da Janney Montgomery Scott. "Mas isso levará tempo para aparecer numa organização tão grande." (


Novo perfil de cliente força mudança de lojas
DCI 25.07.2011 - Enquanto a maior parte dos varejistas brasileiros segue em busca de ações para abocanhar o bolso dos consumidores emergentes das classes C e D, os lojistas que atuam no Raposo Shopping, localizado no km 14,5 da Rodovia Raposo Tavares, perto da capital paulista, comemoram uma estratégia de sentido contrário - e que parece ter dado certo.
O local resolveu investir em reestruturação e viu mudar o perfil de seu público para a classe B. Com isso, a projeção do centro de compras saltou para um incremento de 50% das vendas este ano, ante a receita de R$ 132 milhões alcançada ano passado.
Com sua área reformada, novo layout e reestruturação do mix, com aumento de lojas-satélites e âncoras, a troca permitiu atender a um público mais abonado e exigente. A expansão também possibilitou ao empreendimento maior fluxo de clientes e de tíquete médio. Hoje são cerca de 160 as marcas ali instaladas, sendo que após a reformulação as lojas em operação há cerca de um ano contabilizaram incremento de até 30% do faturamento, afirma Marcelo Ghitnic, superintendente do Raposo. Segundo ele, agora os lojistas competem pelos clientes do Shopping Eldorado, considerado um dos mais tradicionais empreendimentos da capital.


Grupo Ambipar muda nome e gestão para atrair investidores estratégicos
Valor 25.07.2011 - Oda, diretor do Grupo Ambipar: objetivo inicial é captar aproximadamente R$ 300 milhões para investimentos.
Na recepção, o letreiro com o nome da empresa ainda a ser atualizado e o movimento intenso de executivos entre as salas de reunião sob olhares do fundador Tercio Borlenghi são sinais de um grupo familiar tentando se transformar - ainda que aos poucos. Depois de anunciar a construção de um porto em Aracruz (ES), o grupo Ambipar - antigo Ambitec - quer profissionalizar a gestão para atrair investidores e se tornar líder no segmento de gestão de resíduos industriais.
Um dos encarregados em conduzir a nova etapa da empresa, o diretor administrativo financeiro André Luiz Oda conta que a empresa tem como objetivo alcançar um nível de estrutura de governança corporativa semelhante aos exigidos pela BM&FBovespa. "Com essa mudança, queremos fazer com que investidores se sintam mais atraídos pelo grupo", resume. Inicialmente, as gestoras de fundos de private equity são o principal foco para negociações. "A oferta inicial pública de ações não consta nos nossos planos, por enquanto. No futuro, se as condições forem favoráveis, podemos cogitar", diz. "Se a gente ganhasse um real a cada reunião que fizesse para as novas etapas, já poderíamos ter feito o IPO", brinca um diretor.
A política de realizar investimentos baseados em recursos próprios, inclusive o aplicado na primeira fase do porto em Aracruz, revela um perfil não expansionista da administração - o que está prestes a mudar. Os diretores querem que a empresa invista R$ 300 milhões para, inclusive, fazer aquisições. Quantia que virá da almejada captação feita com investidores. "Queremos, com isso, ser líderes no segmento de gestão de resíduos industriais", conta ele. A empresa também estuda a entrada no segmento de geração de energia a partir do lixo.
Inicialmente operando como uma transportadora (a Expresso G Borlenghi), desde 1929 o grupo expandiu as atividades e hoje oferece serviços focados em gestão ambiental para o setor industrial. O mais recente passo na diversificação ocorreu neste ano, quando o grupo decidiu investir no varejo e comprou parte da Descarte Certo. A empresa atua no recolhimento e destinação de produtos eletroeletrônicos, como celulares e notebooks, a pedido do consumidor.
"Quem poderia acreditar que as pessoas pagariam por esse serviço e que uma empresa ganharia dinheiro com isso? Parece que não, mas o consumidor tem uma consciência ambiental bastante avançada", diz Lucio Di Domenico, presidente e criador da empresa. A Descarte Certo extrai desses produtos metais como ferro, cobre e alumínio e dá uma destinação a cada componente.
Em 2010, o faturamento ficou em R$ 600 mil - o objetivo é alcançar R$ 2,5 milhões nos próximos anos.
Além de serviços ambientais e de destinação de resíduos, o grupo Ambipar atua em transportes, logística e distribuição com a Getel. Há ainda seis empresas sob seu guarda-chuva: Ambitec, Brasil Ambiental, Nutrigás, Nutripetro, Planeta Ambiental e Ambitec Angola - que oferece serviços ambientais a clientes públicos e privados no país africano. Sediado em São Paulo e com a maioria das operações no Espírito Santo, o faturamento de 2010 chegou a R$ 300 milhões, diz Oda. Para os próximos anos, ele estima expansão anual de 30%.


Com volume “atípico”, Mundial não entrará no Ibovespa
Brasil Economico 22.07.2011 - A BM&F Bovespa comunicou na noite desta sexta-feira (22/7) que as ações da Mundial não serão incluídas na primeira prévia do Índice Bovespa, em razão da “movimentação atípica” no volume.
A bolsa entende ser essa a melhor decisão a fim de "assegurar a regularidade do processo de formação de preços dos ativos negociados em seus mercados".
A recente valorização exuberante nas ações preferenciais (MNDL4) e ordinárias (MNDL3) da empresa veio acompanhada de um giro financeiro semelhante às blue chips do mercado.
O ganho de musculatura no volume de negócios e preços credenciava a fabricante de alicates e esmaltes a ingressar na carteira teórica de índices como IBRX-50, IBRX-100 e Ibovespa.
Porém, a opção da BM&FBovespa foi mantê-las de fora dado o contexto de indícios de manipulação dos ativos.
"Há um trabalho sendo desenvolvido sobre Mundial, mas não há levantamento suficiente de informações para uma acusação por manipulação. Realmente está estranho, mas precisamos de indícios", declarou nesta sexta-feira o superintendente de Relações com o Mercado e Intermediários da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Waldir de Jesus Nobre.
Somente nesta semana, a ação preferencial da empresa alcançou seu pico histórico a R$ 5,11 na terça-feira (19/7), mas retraiu até encerrar a sexta-feira a R$ 0,69.
Soma-se a isso o surgimento de uma denúncia anônima da ocorrência de insider trading e informação privilegiada. A companhia, que aponta "uma série de acusações mentirosas, irresponsáveis, levianas", já anunciou que está rastreando a carta, de autoria desconhecida, para tomar "providências cabíveis".
"Estamos à disposição da CVM", disse Michael Lenn Ceitlin, diretor-superintendente e de Relações com Investidores da Mundial. No mais, o projeto daqui para frente é focar nas atividades normais do dia-a-dia da companhia. Na semana que vem, na quarta-feira (27/7), está prevista a assembleia de acionistas para deliberar a proposta de migração ao Novo Mercado.
Além de buscar aumentar a transparência e melhorar o nível de governança corporativa, o diretor-superintendente destaca a possibilidade da emissão de um eurobônus de US$ 100 milhões.
"A Mundial vai continuar buscando melhorar seus fundamentos, na expectativa que isso passe e que os investidores possam continuar confiando na companhia, como vinham confiando", conclui Ceitlin


WEG tem lucro 33% maior no trimestre com vendas externas
Valor 25.07.2011 - Laurence Gomes, diretor da empresa: os baixos níveis de juros no exterior vão ajudar a sustentar o consumo
A recuperação das vendas no mercado externo levou a fabricante de motores elétricos WEG, com sede em Jaraguá do Sul, a conquistar a maior receita em dólares para um segundo trimestre na história da companhia. Segundo o diretor de relações com investidores, Laurence Gomes, os valores superaram os resultados do segundo trimestre de 2008, até então o pico registrado pela empresa.
O lucro líquido foi de R$ 154,6 milhões no segundo trimestre, incremento de 32,6% sobre o mesmo período em 2010. A margem líquida ficou em 12,1%. A receita líquida cresceu 26%, para R$ 1,28 bilhão. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ R$ 215,6 milhões no período, um incremento de 23,9% ante o segundo trimestre de 2010. No entanto, a margem Ebitda recuou de 17,2% para 16,9% no intervalo de um ano.
Segundo Gomes, houve ganho de participação de mercado e aumento dos canais de distribuição graças à presença de um portfólio mais completo da companhia no exterior. Mercados desenvolvidos, como Estados Unidos e Europa, tiveram grande peso no desempenho da WEG no período, avaliou o diretor.
As vendas no mercado externo somaram R$ 574,2 milhões, crescimento de 44,9% sobre o segundo trimestre de 2010. A América do Norte representou 33% das vendas, seguida pela Europa, com 24% e América do Sul e Central, com 17%, empatada com a África, também com 17%.
A aquisição da Zest na África do Sul, realizada em maio deste ano, se consolidou, tornando o continente africano um importante mercado para a WEG. "A aquisição foi a nossa janela de entrada para um mercado que tem um potencial de crescimento muito grande, com déficit de infraestrutura e projetos de investimento grandes", diz Gomes.
O destaque do segundo trimestre também ficou por conta da venda de equipamento eletroeletrônicos industriais que representaram 60,1% da receita no período, um incremento de 8,7 pontos percentuais. Segundo Gomes, os níveis baixos de taxa de juros no exterior vão ajudar a sustentar o consumo.
Ao fim de junho, o caixa da companhia totalizava R$ 2,9 bilhões, com dívida financeira bruta de R$ 2,67 bilhões.
Além das operações, a WEG também tem se preocupado em aumentar a liquidez de suas ações no mercado. Segundo o diretor de relações com investidores, além da contratação de um formador de mercado, a companhia tem trabalhado para a aumentar a cobertura por analistas de investimentos.
Segundo a Bovespa, em junho de 2010 houve 7.885 negociações que movimentaram R$ 98,2 milhões com os papéis da companhia. Em junho deste ano, o número de negócios saltou para 15.041, com giro de R$ 177,9 milhões.


Bradesco BBI contrata 11 executivos da concorrência
Valor 25.07.2011 - De uma única tacada, o Bradesco BBI reforçou a área de estruturação de negócios da área de banco de investimento com a contratação de 11 executivos. Entre eles estão Ricardo Behar e Gustavo de Campos, ambos do Morgan Stanley, Leandro de Miranda, do Credit Suisse, e Rodrigo Portulan e Rafael Beran, que estavam no Santander.
Os profissionais atuarão no banco em busca de oportunidades de operações no mercado de capitais para empresas de diferentes setores - incluindo petróleo e gás, imobiliário e consumo -, de olho no aumento da necessidade de recursos das companhias para tocar seus planos de investimento.
No primeiro semestre, o BBI ficou apenas na quarta colocação do ranking de distribuição de operações de renda variável e na terceira posição em renda fixa, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Na área de fusões e aquisições, o banco aparece em segundo em número de operações realizadas nos três primeiros meses deste ano, atrás do Itaú BBA.
As contratações fazem parte de uma série de mudanças em curso na divisão de banco de investimento do Bradesco. João Carlos Zani, diretor responsável pela área de renda fixa da instituição e funcionário de carreira do banco, foi para Londres assumir o escritório da Bradesco Securities UK. Ele substitui Luiz Fernando de Oliveira e Silva, que ficará responsável pela unidade de Hong Kong. As mudanças na corretora envolveram ainda a repatriação de Anibal César Santos, que estava em Nova York e foi um dos responsáveis pela compra da Ágora.
O assédio aos profissionais de mercado tem sido intenso nos últimos meses, segundo executivos. Os bancos nacionais, em particular, querem aproveitar o momento de maior fragilidade dos concorrentes estrangeiros. Pressionadas pela regulação mais rígida no exterior após a crise financeira, as instituições têm enfrentado maior dificuldade em estabelecer políticas de remuneração atraentes aos executivos.
Além do Bradesco, o Itaú se mexeu para reforçar seus quadros. Na área de gestão de recursos, foram contratados recentemente o economista Luis Cesário, que estava no Goldman Sachs, e Virgílio Castro Cunha, ex-estrategista da área de renda fixa do BofA Merrill Lynch. Enquanto isso, os estrangeiros procuram avançar em áreas até então dominadas pelos bancos locais, como a estruturação de operações de renda fixa.


Lucro de bancos deve apresentar alta de 10%
DCI 25.07.2011 - O mercado financeiro aguarda a partir desta semana a divulgação dos resultados dos bancos de capital aberto referentes ao segundo trimestre de 2011.
A desaceleração da economia brasileira e a elevação da inadimplência devem interferir nos números, mas o cenário continua favorável para as grandes instituições, que devem crescer 10% na comparação com o primeiro semestre de 2010, aponta especialista da consultoria de investimentos Lopes Filho. No primeiro trimestre de 2011, a soma do lucro líquido dos cinco maiores bancos ultrapassou R$ 12 bilhões, o que representou um aumento médio de 15% dos resultados dos gigantes do setor.


Bancos falidos estão próximos de acordo com o BC
Estadão 24.07.2011 - Dezesseis anos depois do socorro financeiro para impedir uma quebradeira generalizada no País, o Banco Central e os donos de bancos falidos tentam mais uma vez chegar a um acordo para pagamento das dívidas do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer).
Com isso, pretendem avançar no fim da liquidação extrajudicial dos bancos Nacional, Econômico, Mercantil de Pernambuco e Banorte. Passados tantos anos, o impasse na negociação continua sendo o valor da dívida e os papéis que serão aceitos no abatimento.
Na busca de um consenso, o governo fez um ajuste no Refis da Crise, em junho do ano passado, e permitiu que os bancos em liquidação extrajudicial também pagassem suas dívidas com o BC à vista com desconto de 100% nas multas de mora e ofício e 45% nos juros ou parcelada em até 180 meses. Na avaliação dos próprios controladores das instituições, essa é a oportunidade mais concreta dos últimos anos para se chegar a um acordo.
Na operação, tanto o BC quanto os bancos tiveram de abrir mão de alguma coisa. No caso da autoridade monetária, o pagamento à vista da dívida do Proer acarreta em desconto de algo em torno de R$ 17 bilhões. Ou seja, dos R$ 46 bilhões devem ser pagos R$ 29 bilhões em títulos dados como garantia e dinheiro. Já as instituições em liquidação extrajudicial retiraram, em dezembro do ano passado, todas as ações judiciais contra o BC, deixando para trás a possibilidade de ganharem, em alguns casos, bilhões.
Com a iniciativa, a expectativa do governo é a de que, pelo menos Bamerindus, Banorte e Mercantil tenham a liquidação finalizada até o fim deste ano. O caso do Bamerindus é o mais avançado porque as dívidas do Proer já foram pagas e a massa falida será repassada ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC), principal credor da instituição.


Fernando Lauria é o novo presidente da Agrenco
Exame 21.07.2011 - Executivo dará continuidade ao plano de reestruturação da companhia.
A Agrenco confirmou, nesta quinta-feira (21/7), Fernando Lauria como seu novo presidente. Em nota à imprensa, a Agrenco afirma que a chegada de Lauria dá início à segunda fase da reestruturação da companhia.
A empresa entrou em recuperação judicial em 2008. As dificuldades da empresa começaram em junho daquele ano, quando seu fundador e então presidente, Antonio Iafelice, o diretor de relações institucionais, Francisco Ramos, e o diretor de operações, Antonio Pires, foram presos pela Polícia Federal. Os três passaram a responder à acusação de crimes financeiros, como lavagem de dinheiro e estelionato.
Em maio de 2009, uma assembleia de credores transferiu as operações da Agrenco para a suíça Glencore, que não atuava no Brasil desde 1997. Outro passo importante para o retorno da empresa à normalidade foi dado em abril deste ano, quando a Agrenco conseguiu um financiamento de 130 milhões de reais do fundo GEM Global Yield Fund Limited.
Segundo Lauria, a segunda etapa da reestruturação da Agrenco começa com a conclusão das obras da fábrica de Caarapó (MS) e a obtenção da licença de venda de energia e biodiesel, previstos para o último trimestre deste ano. A empresa também deve alcançar a capacidade máxima de processamento na planta de Alto Araguaia – cerca de 3.000 toneladas por dia.

Cooperativas detêm 50% do agronegócio
DCI 25.07.2011 - Partir das pequenas produções agrícolas para as cooperativas, e deste estágio avançar para verdadeiros conglomerados agropecuários, com a criação de grandes marcas e empresas. Esta é a tendência do setor agrícola no Brasil, prevê a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Hoje, mais de 50% de toda a produção agropecuária do País passam, direta ou indiretamente, por uma cooperativa. Já no patamar de grandes "marcas cooperativadas", a Coopercentral Aurora, em Santa Catarina, e a Coamo, no Paraná, apostam em mais associados para continuar lançando novos produtos.
Muitos não sabem, mas uma parcela expressiva do iogurte fresquinho consumido pela manhã, do filé de frango do almoço e do cafezinho da tarde é originária de cooperativas, agentes de produção fundamentais para o abastecimento do mercado doméstico. Segundo dados da OCB, já são 1.546 as cooperativas agropecuárias espalhadas pelo País, formadas por cerca de 943 mil produtores, que exportam US$ 4,4 bilhões por ano, e respondem por 37% do Produto Interno Bruto (PIB).
Mas a tendência é ir além. O volume da produção agrícola que passa por cooperativas deve crescer em média 8% ao ano, projeta o analista de mercado da OCB, Marco Olívio Morato. Já o número de cooperativas deve ficar menor. "Existe um movimento de fortalecimento desses grupos, o que indica que o intuito de união apenas para reduzir custos foi substituído pela maior profissionalização do setor", comenta.
Neste sentido, o primeiro passo é diminuir os riscos do negócio e, em seguida, crescer, como fizeram Aurora e Coamo. Mário Lanznaster, presidente do grupo Aurora, conta que a marca possui 13 cooperativas anexadas, com pouco mais de 70 mil produtores, que dividem entre si os lucros da megaempresa.
Já a Coamo Agroindustrial Cooperativa estima um faturamento de R$ 5,2 bilhões este ano, com incremento de 10% ante 2010. "Nas exportações, o faturamento em 2011 deverá ser de US$ 1 bilhão", prevê seu presidente, José Aroldo Gallassini. "Vamos criar mais produtos dentro dessa linha. Também estudamos adquirir novas indústrias. Mas isso não acontece da noite para o dia."

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