quarta-feira, 20 de julho de 2011

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Daily News

CNN se retrata por ter chamado Corinthians de "pequeno"
Exame 19.07.2011 - A rede americana divulgou hoje resposta ao movimento #corinthiansisbiggerthanCNN, que começou com um texto que chamou o time de "clube pequeno de São Paulo". Tamanho é documento para os corintianos, que receberam na noite desta terça-feira (19) a aguardada retratação da CNN por chamar seu time de "pequeno". O delito aconteceu em artigo publicado ontem pela emissora, que se admirava pela proposta bilionária para contratar o argentino Carlos Tevez por um "clube pequeno de São Paulo".
A rede americana divulgou hoje outro texto para explicar o motivo do comentário, após a torcida ofendida ter levado ao topo dos Trending Topics nacional a hashtag #corinthiansisbiggerthancnn (o Corinthians é maior que a CNN). Assinado pelo articulista Fareed Zakaria, o mesmo autor do texto original, o novo post começa retratando a odisséia de críticas. "Fui inundado por milhares de e-mails, muitos enfurecidos com o uso da palavra "pequeno" para descrever o Corinthians". O autor se justifica afirmando que apesar do time ter uma grande torcida, o clube não possui a força econômica dos grandes clubes europeus. Mas que isso está sendo mudado, pois a equipe fechou patrocínios e aumentou o seu poderio financeiro. O articulista se despede do encontro amargo com os fãs brasileiros com palavras de simpatia. "O Corinthians é um grande clube com mais de cem anos de orgulhosa história – e eu desejo ao time e a seus fãs todo o sucesso do mundo". Publicado no blog Global Public Square, o texto que enraiveceu os torcedores brasileiros tomava a negociação pela saída do jogador Tevez do Manchester City a preço de ouro como exemplo do crescimento supostamente anabolizado da economia brasileira.  "Você se surpreenderia em saber quem está tentando contratar Tevez. Não são xeques ou oligarcas, mas um pequeno clube de São Paulo --Corinthians. Eles estão oferecendo U$ 55 milhões para comprar um astro do futebol. E isso é apenas a taxa para a transferência", dizia. Nesta terça, porém, o termo "pequeno" foi retirado do ar antes mesmo do novo artigo de Zakaria. Antes do esclarecimento oficial no mesmo blog, a CNN retirou a palavra "small" do texto original.

Odebrecht fecha valor para estádio com "Corinthians": R$ 820 milhões
Valor 19.07.2011 - Depois de um ano de negociações, a Odebrecht Infraestrutura confirmou ontem ao Valor que chegou a um acordo com o Sport Club Corinthians Paulista para fazer a engenharia e a construção do estádio no bairro de Itaquera, em São Paulo.
O contrato, de R$ 820 milhões, deve ser assinado nesta ou na próxima semana – de acordo com a construtora – e contará com linhas de financiamento especiais para a Copa do Mundo.
O Itaquerão, como vem sendo chamado, é um dos candidatos a receber a abertura do Mundial — a decisão ainda será confirmada oficialmente pela FIFA. Com arquitetura desenvolvida pelo Escritório Coutinho, Diegues, Cordeiro Arquitetura, a obra será contratada pelo regime de preço fixo e será custeada por duas fontes de recursos, segundo o clube. O Corinthians arcará diretamente com o que teria sido o custo do seu estádio, enquanto os Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CID) fornecerão os recursos exigidos pelo padrão FIFA para estádios que se credenciem como de abertura da Copa. Em texto publicado sem seu site oficial, o Corinthians agradeceu a prefeitura de São Paulo, o governo do Estado, o governo federal e a Odebrecht pelo “mutirão de soliedariedade” para fazer do estádio o palco da primeira partida do Mundial.

Goldman Sachs demite pessoal após receita menor que a prevista
Brasil Econômico 19.07.2011 - O Goldman Sachs informou nesta terça-feira (19/7) que vai cortar cerca de 1 mil postos de trabalho depois de uma queda em seu faturamento com renda fixa acima do estimado pelos analistas.  A receita do segundo trimestre com negociação de títulos de dívida, câmbio e commodities teve uma queda de 63% em relação ao trimestre anterior, mais de duas vezes a queda vista em outros bancos americanos. O lucro líquido foi de US$ 1,09 bilhão, ou US$ 1,85 por ação, segundo comunicado divulgado nesta terça-feira (19/7). A expectativa de 23 analistas ouvidos pela Bloomberg era de um lucro médio de US$ 2,30 por ação. Comandado pelo presidente do conselho e principal executivo Lloyd C. Blankfein, o Goldman Sachs cedeu no ano passado sua posição dominante entre os traders de renda fixa para o rival JPMorgan. No segundo trimestre de 2011, a receita do Goldman com comercialização de títulos de dívida caiu para US$ 1,6 bilhão, abaixo dos US$ 4,28 bilhões do JPMorgan, dos US$ 3,03 bilhões do Citigroup e dos US$ 2,7 bilhões do Bank of America. "Está claro que o Goldman está com uma performance pior que a de seus pares", disse Richard Staite, analista da Atlantic Equities LLP em Londres, que tem recomendação "neutra" para o papel. "Parece que isso os levou a uma iniciativa de redução de custos." A empresa identificou economias anuais de US$ 1,2 bilhão que incluem o corte de 1 mil postos de trabalho este ano, segundo o diretor financeiro David A. Viniar, ao falar com analistas em teleconferência logo após a divulgação dos resultados. O Goldman Sachs empregava 35.500 pessoas no final de junho, 100 postos acima em relação ao trimestre anterior.

Cortes no Goldman
Valor 20.07.2011 - O banco Goldman Sachs planeja cortar cerca de mil postos de trabalho, depois que os resultados do segundo trimestre indicaram uma queda de 63% nas comissões do banco com intermediação de dívidas, câmbio e commodities. Os resultados ficaram abaixo das expectativas do mercado.

Vale ainda busca parceiros para siderúrgica de Ubu
Estadão 19.07.2011 - A Vale ainda está em busca de um parceiro para a Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU), que será instalada no Espírito Santo. A informação é do diretor executivo de marketing, vendas e estratégia da Vale, José Carlos Martins. Já a Aços Laminados do Pará (Alpa), segundo o executivo, deve ter as suas obras iniciadas até o fim do ano. O projeto da Alpa ainda está sujeito à aprovação do conselho de administração da mineradora. Recentemente, Martins afirmou que a Vale pretende investir esse ano mais de US$ 1 bilhão em seus projetos siderúrgicos. Hoje a Vale participa dos projetos ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), Aços Laminados do Pará (Alpa), Companhia Siderúrgica do Pecém e Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU). No total, esses projetos devem adicionar uma capacidade de produção de 18,5 milhões de toneladas de placas de aço.
Frete: Martins afirmou que a diferença entre o preço do frete para o minério de ferro entre Brasil e Austrália, o principal concorrente do Brasil para a venda da matéria-prima, está hoje em US$ 10. "Essa diferença já foi de US$ 60. Não é bom que nosso principal concorrente tenha uma lucratividade muito maior do que a nossa", disse o executivo, que participou hoje do Congresso da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), em São Paulo. Na Austrália estão as produtoras de minério de ferro Rio Tinto e BHP Billinton.
O diretor da Vale disse ainda que um dos principais desafios da mineradora hoje é logística e infraestrutura, exatamente para conseguir vencer as vantagens da localidade das minas australianas. "A Vale sempre teve que competir com as australianas. As minas da Austrália estão a 300 quilômetros dos portos e no Brasil estão a 800 quilômetros", destacou. Além disso, Martins lembrou que as mineradoras australianas estão também muitos mais próximas a China, hoje a maior consumidora de minério de ferro do mundo. Segundo o diretor da mineradora brasileira, a Vale decidiu investir em navios de grande porte, assim como ampliar seus aportes em transportes, após a eclosão da crise financeira mundial em 2008. "Nós estamos associando isso a investimentos em centros de distribuição. Mesmo com as minas longes, estamos começando a ficar mais perto dos clientes", disse.
China: O diretor da Vale reafirmou hoje que, apesar dos esforços da mineradora brasileira em diversificar seus negócios em outras regiões, a China deve se manter como a maior consumidora de minério de ferro. "O mercado americano e europeu está maduro e o crescimento vai se dar na Ásia", disse.

Vale não deve atingir meta de cobre em 2015
Exame 19.07.2011 - Segundo o diretor executivo de vendas e estratégia da mineradora, a meta deve ser alcançada apenas via aquisições ou reservas. Na semana passada a mineradora brasileira desistiu de comprar a fabricante de cobre sul-africana Metorex. A Vale não deve atingir sua meta de produzir 1 milhão de toneladas de cobre em 2015, segundo o diretor executivo de marketing, vendas e estratégia da Vale, José Carlos Martins. "Em 2015 será difícil de alcançar. Seria possível apenas via aquisições ou por reservas", disse Martins. Na semana passada a mineradora brasileira desistiu de comprar a fabricante de cobre sul-africana Metorex porque a companhia não se interessou em cobrir a oferta feita pela chinesa Jinchuan Group. O executivo da Vale disse ainda, em conversa breve com jornalistas hoje após participar do Congresso da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), em São Paulo, que a mudança da meta de produção da mineradora de 522 milhões de toneladas para 469 milhões de toneladas em 2015 ocorreu por "questões de dificuldade de licenças ambientais". "Todos os investimentos anunciados estão sofrendo dificuldades", afirmou.
Em relação ao preço do minério de ferro, Martins considerou que eles devem seguir firmes, com uma demanda ainda bastante aquecida para o próximo ano. "Não é só a China que está demandando, mas todo o sudeste asiático", afirmou.
Preços: O novo sistema trimestral de precificação de minério de ferro está atingindo bons resultados, segundo Martins. "O sistema está firme há seis trimestres. Além disso, ele considera a qualidade do minério de ferro brasileiro", disse o executivo.
O novo sistema de formação de preços de minério de ferro considera os preços da matéria-prima no mercado à vista na China em um período de três meses. Por exemplo, para os preços para o quarto trimestre do ano serão utilizados a média dos preços à vista no mercado chinês dos meses de junho, julho e agosto. "Esse sistema também é mais flexível e leva em consideração as oscilações do mercado", disse o diretor. Ainda para a formação do preço, é levado em conta o preço do minério de ferro com concentração de 62%, mas no valor obtido, soma-se o adicional para a qualidade do minério. Em Carajás, a principal mina da Vale, a concentração do minério de ferro é de 66%.

Famastil terá duas fábricas em Pernambuco
Valor 20.07.2011 - Atraída por um pacote de incentivos e pelo crescimento da construção civil no Nordeste, a Famastil Taurus Ferramentas escolheu São Lourenço da Mata, a 20 quilômetros de Recife (PE) e que sediará jogos da Copa do Mundo de 2014, para sua primeira fábrica fora do Rio Grande do Sul. O projeto inclui uma unidade da coligada Prática Utilidades Domésticas e prevê o início das obras em outubro e da produção, em abril. A Famastil havia anunciado o plano de avançar para fora do Estado de origem em agosto de 2010. Os estudos incluíram o Centro-Oeste e o Sudeste e agora a empresa admite concentrar os próximos projetos de expansão no Nordeste em função da atratividade local, disse o diretor de operações Adriano Tissot. No limite, até a transferência total da produção para a região já começa a ser avaliada, embora não exista decisão tomada a respeito. De acordo com ele, a empresa recebeu incentivos fiscais estaduais e municipais. Um deles é a redução do recolhimento de ICMS durante dez anos, em percentual ainda a ser definido. As unidades serão instaladas em uma área do distrito industrial cedida pelo Estado e o projeto também receberá financiamento a taxas mais baixas da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). As novas fábricas, mais um centro de distribuição de 2 mil m2, receberão investimentos iniciais de R$ 16 milhões, que poderão chegar a R$ 30 milhões em cinco anos. A produção incluirá ferramentas, mangueiras, caixas organizadoras, estantes e balcões, mas a linha principal será a de carrinhos de mão, que deverá representar 40% do faturamento bruto das duas unidades industriais, projetadas em R$ 60 milhões anuais num prazo de cinco anos. O valor supera em 50% as vendas atuais para a região a partir do Rio Grande do Sul.
A capacidade instalada será de 30 mil carrinhos de mão por mês em três turnos e até o fim de 2012 a meta é chegar a 20 mil unidades mensais em dois turnos. A Famastil fabrica hoje 20 mil peças por mês em Gramado (RS), sendo que 6 mil a 7 mil são despachadas para o Nordeste. Na linha de mangueiras, a produção poderá alcançar 300 mil metros por mês e na de caixas organizadoras, a 10 mil unidades mensais. As duas fábricas vão empregar 120 pessoas imediatamente e podem aumentar para até 300 funcionários em cinco anos. A Famastil, que tem 35% do controle detido pela Forjas Taurus, prevê receita bruta de R$ 143 milhões em 2011, 21,2% a mais do que em 2010, sendo 11% originários das exportações. Somando a Prática, na qual a fabricante de armas não tem participação, o montante previsto sobe para R$ 200 milhões, com 25% de crescimento sobre o ano passado e 20% das vendas para o mercado externo. Segundo Tissot, no quarto trimestre a Famastil vai concluir os estudos em relação ao projeto de implantar uma fábrica em Angola.

Copersucar suspende oferta pública inicial de ações, diz fonte
Estadão 19.07.2011 - A Copersucar, a maior comercializadora brasileira de açúcar e etanol integrada à produção, suspendeu na terça-feira a sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) devido a condições adversas de mercado, afirmou à Reuters uma fonte com conhecimento da situação.  A fonte, que pediu para não ser identificada porque a transação ainda está em andamento, não especificou quando os planos de IPO serão retomados.
Representantes da Copersucar não puderam ser imediatamente contatados para comentar a informação.  A companhia, que foi uma cooperativa até 2008, tem a exclusividade na comercialização dos volumes de açúcar e etanol produzidos por quase 50 unidades produtoras sócias, localizadas nos Estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás.  Além disso, a empresa comercializa a produção de açúcar e etanol de cerca de 50 unidades produtoras não-associadas.  As empresas associadas à Copersucar processam cerca de um quarto da produção de cana do centro-sul do Brasil, região que responde por 90 por cento da safra nacional.  Na última safra, a empresa comercializou 5,2 milhões de toneladas de açúcar, ou 10 por cento do mercado mundial de livre comércio, segundo a companhia.

Copersucar suspende lançamento de ações
Valor 20.07.2011 - O azedume do mercado não permitiu que a trading de açúcar e álcool Copersucar concretizasse seus planos de abrir capital no Novo Mercado. A empresa pretendia levantar entre R$ 2,1 bilhões e R$ 2,7 bilhões, mas a virada no humor dos investidores, por conta das preocupações com Estados Unidos e Europa, secou a liquidez para as pretendentes a companhia aberta. A Copersucar tentou reduzir o preço por ação sugerido para a oferta, mas nem assim encontrou recursos suficientes. A operação estava prevista para se encerrar ontem.
Inicialmente, o preço sugerido por ação deveria variar entre R$ 14,50 e R$ 18,50. A empresa chegou a oferecer o papel por R$ 12, mas o mercado queria desconto ainda maior - a R$ 10.
Em relação ao mínimo que pretendia inicialmente, a companhia se dispôs a reduzir a colocação em R$ 350 milhões, pois a R$ 12 a oferta totalizaria R$ 1,75 bilhão. Caso tivesse aceitado vender a R$ 10 a ação, a distribuição ficaria em apenas R$ 1,45 bilhão. Na manhã de ontem, a companhia realizou uma teleconferência com os investidores para informar que a operação não fecharia e explicou que não estava disposta a baixar mais o preço. O argumento é que não há urgência na captação dos recursos.  Mais da metade (64%) dos recursos que seriam levantados com a oferta primária - inicialmente estimada de R$ 1,69 bilhão a R$ 2,16 bilhões - seriam destinados ao fortalecimento da estrutura de capital da companhia, que viu seu endividamento líquido quintuplicar em um ano. O restante dos recursos iria para a construção e reforma de terminais e obras de melhoria de instalações portuárias.  Amanhã a Abril Educação deverá fechar o preço de sua oferta inicial de ações. Após a empresa, que reúne editoras e escolas de preparação para vestibulares e concursos públicos, nenhuma distribuição está prevista para ir ao mercado até agosto, por conta do período de férias no Hemisfério Norte.  Seis companhias que solicitaram análise de operações à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) optaram por não levar adiante as distribuições neste momento, diante dos dias difíceis das bolsas pelo mundo, em particular pela crise na Europa. Camil, de alimentos, Enesa Participações e Perenco Petróleo e Gás solicitaram a interrupção da análise das ofertas. E as colocações da holding de moda Inbrands e da produtora de grãos Los Grobo, ambas com a Vinci Partners como acionistas, deverão testar o apetite dos investidores mais para o fim do ano. Já a Webjet, que também chegou a solicitar análise de oferta de ações, retirou o pedido e foi comprada pela Gol.  No primeiro semestre do ano, somando as operações iniciais com aquelas de empresas já listadas, 19 captações movimentaram R$ 15,2 bilhões, valor 12% maior que o registrado em igual período de 2010, de R$ 13,5 bilhões.

Braskem faz primeira captação de 30 anos
Valor 20.07.2011 - "O investidor tem enxergado o Brasil como um ambiente um pouco mais protegido e menos dependente da situação externa", afirma Marcela DrehmerCom forte demanda do mercado a despeito da crise internacional, a Braskem fechou ontem uma captação externa de US$ 500 milhões em bônus com vencimento em 2041. Foi a segunda emissão da petroquímica desde a conquista da classificação de grau de investimento, que ocorreu no final de março. Com a operação, a Braskem ingressa no seleto clube de emissores com papéis de 30 anos no mercado. Entre as empresas nacionais, apenas Petrobras, Vale e Votorantim possuem títulos com esse prazo de duração. A demanda dos investidores pelos bônus chegou a US$ 3 bilhões, o que permitiu a redução da taxa de retorno (yield) para 7,25%, o equivalente a um spread de 300 pontos base em relação aos títulos do Tesouro norte-americano, de acordo com a vice-presidente de finanças e relações com investidores da Braskem, Marcela Drehmer. Inicialmente, a companhia trabalhava com uma faixa de yield entre 7,375% e 7,5%. O cupom foi definido em 7,125%. Apesar da procura, a companhia optou por não aumentar o volume previsto da captação. A operação foi destinada principalmente a investidores que avaliam apenas companhias que possuem grau de investimento. "Como havíamos conquistado a classificação recentemente, nossa intenção original era encontrar esses investidores para apresentar a companhia", diz. O número de interessados nos papéis da Braskem já havia aumentado na emissão de US$ 750 milhões realizada em abril, com prazo de 10 anos, mas a operação de ontem angariou investidores de outros perfis, como fundos de pensão e seguradoras, que naturalmente procuram papéis com prazo de vencimento maior. "São investidores aos quais não tínhamos acesso no início do ano", diz Marcela. De olho no mercado norte-americano, a empresa montou dois times para o ciclo de apresentações aos investidores (road show, no jargão de mercado). O primeiro percorreu as cidades de Los Angeles, Boston e Nova York enquanto o outro se dirigiu a Chicago, Nova York e Filadélfia.
A turbulência provocada pelos problemas fiscais em vários países europeus e que ameaça alcançar os Estados Unidos não chegou a dificultar a operação, de acordo com a vice-presidente da Braskem. "O investidor tem enxergado o Brasil como um ambiente um pouco mais protegido e menos dependente da situação externa", afirma. A empresa pretende usar os recursos captados para pré-pagar dívidas de curto e médio prazo e melhorar, assim, o perfil de endividamento. Segundo Marcela, a Braskem tem como meta ter um prazo médio da dívida superior a dez anos. Apesar da boa aceitação do mercado, a executiva diz que não há novas emissões previstas pela companhia. A captação, coordenada por HSBC, BofA Merrill Lynch e Morgan Stanley, recebeu classificação de risco "Baa3" da Moody's. Os papéis foram emitidos pela Braskem America Finance, com garantia da Braskem S.A. A emissão confirma o interesse do mercado em papéis brasileiros apesar do aumento recente do sentimento de aversão a risco. Incluindo a operação da Braskem, as captações externas - incluindo as realizadas por empresas, instituições financeiras e pelo Tesouro - já somam US$ 32,628 bilhões no acumulado deste ano, de acordo com informações do "Valor Data".

Abril Educação aposta na 'imagem´ para ir à bolsa
Valor 20.07.2011 - Nem mesmo o mau humor do mercado e a suspensão das ofertas da holding de moda Inbrands, da empresa de petróleo Perenco, o cancelamento da distribuição de ações da sucroalcooleira Tereos e a desistência da Copersucar foram suficientes para abalar a confiança da Abril Educação, que espera ser bem-sucedida na sua oferta inicial de ações. O fechamento do preço da oferta da companhia está previsto para amanhã. Segundo pessoas próximas à empresa, a confiança da família Civita, fundadora e maior acionista da empresa, de atrair o interesse dos investidores para os seus papéis está fundamentada, sobretudo, na imagem do grupo Abril e no potencial de crescimento do mercado de sistema de ensino, capitaneado pelo Anglo. Se a Abril Educação concretizar sua oferta de ações, a companhia será a única do setor listada na BM&FBovespa voltada para o mercado de sistema de ensino, um negócio que engloba conteúdo didático, portais educacionais, assessoria pedagógica, apoio de marketing e captação de alunos. Hoje, as empresas do setor de educação com ações na bolsa - Kroton, Estácio e Anhanguera - operam faculdades. A Kroton também tem sistema de ensino, mas essa divisão de negócio representa algo como 20% do seu faturamento total.
A única empresa de capital aberto voltada para sistema de ensino, a SEB, foi comprada pelo grupo inglês Pearson, em 2010. A Abril Educação prevê que o preço por ação deve ficar entre R$ 21,75 e R$ 26,75. Se a colocação for realizada no valor mínimo sugerido, a empresa poderá levantar cerca de R$ 545 milhões. A operação poderá chegar a R$ 670,12 milhões, considerando o teto do intervalo de preço sugerido e a emissão de todos os lotes previstos.
Procurada pela reportagem, a Abril Educação não concedeu entrevista em razão do período de silêncio. Para investidores ouvidos pelo Valor, a Abril Educação tem um "bom negócio", mas o atual cenário da bolsa representa uma forte desvantagem. Além disso, o mercado não teriam gostado da estratégia da companhia de ir à bolsa com unit (recibo composto por uma ação ordinária e duas preferenciais) e listada no nível 2 de governança.  Estácio e Anhanguera só têm ações ordinárias (com direito a voto) e estão no Novo Mercado, que é o nível máximo de melhores práticas. A Kroton possui units e está no Nível 2 de governança. Os bancos que coordenam a oferta da Abril Educação têm dito aos investidores que o lançamento de units pode ser interpretado como uma vantagem. Essa estratégia demonstraria que a família Civita pretende garantir o controle da operação, para manter os "valores" e a "qualidade" do grupo. Um dos desafios dos bancos coordenadores também têm sido convencer os investidores de que o preço da oferta sugerido é interessante. Não tem sido fácil.  Nas contas do sócio da GTI Administração de Recursos, André Gordon, se a oferta sair no piso, o preço da Abril Educação ficará muito próximo da Kroton e com desconto em relação à Anhanguera. Para fazer essa avaliação, ele considerou a relação entre o valor da empresa mais dívida líquida e a sua geração de caixa - projetada para 2012 -, que dá uma medida do prazo de retorno do investimento (indicador EV/Ebitda). No piso, o valor de mercado da Abril Educação seria de R$ 1,6 bilhão. A dívida líquida pós oferta seria de R$ 132 milhões.  Segundo Gordon, o EV/Ebtida da Abril Educação seria de 7,4 vezes, ante 9 vezes da Anhanguera e 8,8 vezes da Kroton. "Os múltiplos são muito parecidos. Isso significa que a empresa está cara? Depende da expectativa dos investidores sobre o crescimento da companhia. O problema é que, no atual cenário, os investidores tendem a dar mais desconto para empresa estreante na bolsa."

Dono do Galileo planeja comprar mais escolas
Valor 20.07.2011 - Costa, controlador do grupo Galileo, renegociou as dívidas de curto prazo. Pouca gente conhece o grupo Galileo Educacional, mas sabe bem quem são as duas universidades adquiridas recentemente pela empresa, a Gama Filho (UGF) e a UniverCidade. O grupo, que deve faturar R$ 260 milhões em 2011, deve chegar ao fim do ano comprando mais outras duas. É o que revela seu maior acionista, o advogado Márcio André Mendes Costa. Sua meta: construir um grupo de universidades de alto padrão no Rio de Janeiro, capaz de atrair não só alunos do Estado, mas do país e até da América Latina.  Professor de Direito, advogado do escritório que leva seu sobrenome e também juiz do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Costa tem como objetivo ter, até 2014, 100 mil alunos, dos quais 60 mil presenciais. Hoje, as duas escolas têm 60.700, dos quais 26.500 são alunos de pós-graduação a distância da Gama Filho.  Costa foi professor na Gama Filho, coordenador do curso de Direito até dezembro de 2009. Depois, seu escritório, que é especializado em direito educacional, passou a prestar serviços para a universidade.  No início do ano passado, quando leu nos jornais a notícia de que a Gama Filho estava sendo vendida para o grupo Campos Andrade, de Curitiba, Costa percebeu que a família dona da universidade estava disposta a negociar o controle.
"Primeiro procurei o Paulo Gama Filho e me apresentei como alguém que queria viabilizar uma operação para adquirir o controle", conta o executivo. Foram seis meses até que a operação estivesse terminada. Com a ajuda do Banco Mercantil, que fez um empréstimo inicial, cujo valor Costa não revela, foi montada uma emissão de debêntures de R$ 100 milhões. Em fevereiro deste ano, Costa assumiu o controle da Gama Filho. A emissão foi concluída no mês passado. Segundo ele, todos os títulos foram vendidos a fundos de pensão, cujos nomes ele prefere não revelar. Costa ficou com 80% do capital da Galileo. O restante está dividido entre uma empresa de comércio eletrônico, a IDTV, e a W.Educacional, de ensino distância. Estes dois sócios são considerados estratégicos pois atuam em áreas que Costa pretende usar para expandir os negócios da Galileo.  Enquanto tomava pé da Gama Filho, Costa teve acesso a um estudo mostrando uma possível sinergia entre Gama, UniverCidade e Unipli, de Niterói. "As três escolas já tinham pensado em se unir". Como também já tinha advogado para Ronald Levinson, até então dono da UniverCidade, Costa iniciou a negociação. Em maio, a Galileo adquiriu a segunda escola, com 16 mil alunos.  O maior acionista da Galileo está montando, agora, uma estrutura única de administração para o grupo. Contratou a Totvs Consulting para implantar um sistema que vai ser capaz de gerenciar várias escolas ao mesmo tempo. "Posso plugar tantas quantos quiser", diz ele.  Para atingir o objetivo de transformar o grupo em sonho de consumo de alunos recém-saídos da escola, Costa começa a contratar nomes de peso para dar aula nas suas universidades como o ministro do Supremo Tribunal Federal, José Antonio Dias Toffoli, e o economista e ex-secretário de Fazendo do Estado do Rio, Tito Ryff.  Costa também estuda reformular os cursos, torná-los mais atrativos aos estudantes e atualizados ao mercado de trabalho. Hoje, a UniverCidade, tem nota 2, no Índice Geral de Cursos (IGC), considerada pelo Ministério da Educação uma nota insatisfatória. A Gama Filho tem nota 3, razoável.  Enquanto reestrutura cursos e passa dias ajustando disciplinas para adequá-las às necessidades do mercado de trabalho, Costa precisou sanear as contas das duas universidades. A Gama Filho tinha um endividamento total de R$ 230 milhões, sendo R$ 160 milhões de longo prazo e o restante até dois anos. Segundo Costa, tudo foi renegociado e o passivo trabalhista, que era de cerca de R$ 20 milhões, praticamente quitado.  O mesmo está sendo feito na UniverCidade, que tinha uma dívida de R$ 130 milhões, dos quais R$ 50 milhões em até dois anos. Neste caso, está sendo montado, com o Banco Mercantil, um FDIC (Fundo de Investimentos de Direitos Creditórios) de R$ 63 milhões para financiar parte da operação. Costa observa que assumiu apenas a dívida de curto prazo, principalmente trabalhistas e tributárias. "O passivo de longo prazo não fica sob a responsabilidade da Galileo, mas sim dos antigos controladores, que assumem inclusive pessoalmente a responsabilidade pelo mesmo. Assim, a Galileo não terá a sucessão de tais débitos porque estão submetidos a regime legal de parcelamento e vinculados aos antigos donos," explica. Não está nos planos unir as duas universidades sob uma única marca. "A marca UGF é forte, especialmente nos cursos de saúde e de engenharia, enquanto o da UniverCidade sempre teve boas práticas naqueles ligados a comunicação, artes e tecnologia criativa."

Ruiz, do Cade, pede apoio do governo a concorrentes da BRF
Valor 20.07.2011 - Ruiz, conselheiro do Cade: "O apoio do BNDES seria prudente para não permitir que a BRF tenha o domínio do mercado". Decidido o destino da compra da Sadia pela Perdigão, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) espera, agora, que o governo atue para garantir a concorrência no mercado de alimentos. "O Cade não pode tudo", disse o conselheiro Ricardo Ruiz ao Valor. Será preciso que bancos federais, como o BNDES, ou programas de governo, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), invistam nas empresas que atuam nas "franjas" desse mercado. Mas isso não é tudo. Caberá ao governo investir também na empresa que adquirir a parte da BRF Brasil Foods que o Cade mandou vender, conforme decisão da semana passada.  Ruiz explicou que o Cade criou a vice-líder do mercado - a parte da BRF que vai ser vendida - e ressaltou que ainda há uma "franja" - empresas menores aptas a competir com a BRF. "É necessário que outros setores do governo atuem, invistam na vice e na franja", disse.  "O Cade não pode dar apoio à empresa que vai entrar no mercado", resumiu Ruiz. "Ela vai ser autônoma. Mas, precisamos de outras coisas para que a nossa proposta dê resultados." Essas "outras coisas" seriam investimentos nas empresas que vão competir com a BRF, assim que a companhia alienar os ativos. Segundo Ruiz, esses investimentos podem partir do BNDES, do Sebrae, do Pronaf ou da Finep - ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. "Tudo isso faria coro, seria convergente à solução concorrencial que o Cade deu na semana passada." O Valor questionou a proposta de o BNDES apoiar concorrentes da BRF, já que ajudou a formar "campeãs nacionais" que se tornaram processos complexos para o Cade, como a compra da Brasil Telecom pela Oi. Ruiz respondeu que o Cade não desestruturou a BRF e permitiu que a empresa continue forte exportadora. Agora, o próximo passo seria o banco e outros órgãos do governo investirem nos concorrentes da companhia. "Claro que o banco pode ajudar tanto a vice-líder que criamos quanto a franja, pois se trata de provimento de alimentos para a população." Ao todo, a parte da BRF que vai ser vendida inclui fábricas, marcas, abatedouros e granjas e deve custar entre R$ 1,7 bilhão e R$ 2 bilhões. O conselheiro acha que o banco presidido por Luciano Coutinho, que foi seu orientador na Unicamp, poderia ajudar uma empresa a fazer esse investimento, já que "o jogo da alienação está além do Cade". "Não sei se ele (Coutinho) quer me ver depois desse caso", brincou. "Mas chamamos a atenção para esse problema, pois ele vai refletir nos preços dos alimentos para a população."
A venda será feita pela BRF e é ela que vai escolher o comprador. Isso não incomoda Ruiz, pois, se a BRF não fizer a venda, o negócio será desfeito. "O apoio do BNDES (a concorrentes) seria prudente do ponto de vista concorrencial para não permitir que a BRF tenha o domínio do mercado." Ruiz enfatizou que os movimentos de futuras aquisições da BRF serão monitorados com lupa até 2017, prazo final da suspensão da marca Perdigão. Segundo ele, se a companhia utilizar o dinheiro da venda de seus ativos para comprar outras empresas, esses negócios serão minuciosamente analisados pelo órgão antitruste, que pode vetá-los ou impor novas condições.  "Eu não quero amarrar a empresa. Ela pode investir e lançar produtos, mas sabemos que novos movimentos de aquisições nesses mercados podem criar problemas concorrenciais." Segundo ele, todos os negócios do setor de alimentos que forem fechados nos próximos cinco anos serão vistos com "sinal amarelo" pelo Cade. Nenhum deles será julgado pelo rito sumário - usado em aquisições consideradas simples, que são aprovadas sem leitura de votos pelos conselheiros.  O Cade pretende monitorar a conduta da BRF no mercado, como fez com empresas que passaram por processos de consolidação, como a Ambev. Em 2008, oito anos depois de aprovar a fusão entre a Brahma e a Antarctica, a companhia de bebidas sofreu multa de R$ 352 milhões por causa de acordos de exclusividade de produtos que firmou com pontos de venda.  Ruiz destacou que os acordos da BRF com fornecedores devem ser mantidos. O objetivo é garantir a manutenção da atividade dos fornecedores e o envio de produtos à empresa que comprar os ativos da BRF. "Toda essa indústria será monitorada nos próximos cinco anos", advertiu. "Só fizemos o acordo (com a BRF) porque a economia está crescendo e achamos que teremos novos investimentos nesses mercados, que podem garantir maior concorrência."

Sites com mais de uma fonte de financiamento têm produção maior
Folha 20.07.2011 - Sites de notícias sem fins lucrativos que têm mais de uma fonte de financiamento para suas operações costumam ser menos ideológicos e produzir mais conteúdo do que rivais que têm uma única origem de recursos. Além disso, tendem a ser mais transparentes. Essas são conclusões de estudo elaborado pelo instituto americano Pew Research Center's Project for Excellence in Journalism, que analisou 46 sites jornalísticos criados nos EUA de 2005 para cá -todos com alcance estadual ou nacional. Os sites têm em comum o fato de terem sido criados por instituições ou pessoas "motivadas por algum outro motivo que não o lucro". "Isso os distingue dos órgãos comerciais de notícia que dominaram o século 20, cujas principais fontes de faturamento -publicidade e circulação- eram óbvias", afirma o estudo. O texto afirma ainda que o fato de o site não ter fins lucrativos não define o tipo de conteúdo que ele produz. Alguns se enquadram no modelo tradicional das operações jornalísticas, com perspectivas e ideias abrangentes. Outros, no entanto, se "encaixam mais dentro daquilo que pode ser considerado noticiário partidário". Para o instituto, ainda que o consumidor americano possam encontrar conteúdo partidiário em sites comerciais, esses veículos são alvo de investigações minuciosas.

RBS reforça caixa para investir em TV digital
Valor 20.07.2011 - Para Cláudio Toigo, diretor financeiro da RBS: com captação de RE$ 300 milhões, grupo ganha fôlego para crescer pelo menos 10% ao ano em cinco anos. A captação de R$ 300 milhões em debêntures não conversíveis em ações, concluída na semana passada, garantirá novo fôlego para os planos de expansão do grupo de mídia RBS. Com os recursos, a empresa vai tocar projetos que incluem a implantação da transmissão digital em todas as 18 emissoras de televisão afiliadas à Rede Globo. A companhia também admite ir às compras de novas operações na internet, afirmou Cláudio Toigo, diretor-executivo financeiro da RBS. A captação melhora a estrutura de capital da RBS, permitindo à companhia levar adiante um projeto de crescimento "importante" durante os próximos anos, diz o executivo. Para 2011, o grupo prevê um incremento nominal de 10% a 12% na receita líquida de R$ 1,156 bilhão, apurada em 2010 pela holding RBS Comunicações. Pelo menos nos cinco anos seguintes, a taxa de expansão será igual ou maior a 12%, disse o diretor executivo. Toigo não adiantou detalhes sobre possíveis aquisições. Desde 2008, a RBS vem comprando participações minoritárias e controles acionários de empresas que operam com plataformas digitais. As operações incluem os portais de entretenimento ObaOba e Guia da Semana, ambos com cobertura nacional, a produtora de marketing e publicidade para telefonia móvel Pontomobi e, neste ano, a agência de mídia digital H-Mídia. Para este ano, grupo prevê incremento nomial de 10% a 12% na receita líquida de R$ 1,15 bilhão de 2010. Desde o ano passado, o grupo acelerou o lançamento de operações próprias na internet focadas na prestação de serviços, como os portais Desejomania (de compras coletivas), Eucomparo (um comparador de preços), Pense Carros, Pense Imóveis e Pense Empregos (classificados). Com a estratégia, o segmento digital da RBS, que inclui sites de informação e busca na região Sul, passou a representar 10% da receita líquida da companhia em 2010.No segmento de transmissão de televisão digital, o plano da companhia é digitalizar todas as emissoras afiliadas à Globo, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, "no curto e no médio prazos". Atualmente três delas, em Porto Alegre, Florianópolis e Joinville, transmitem com sinal digital. Até o fim deste ano, outras cinco adotarão a tecnologia. As cidades que serão cobertas nessa primeira etapa não foram informadas.  Os recursos captados vão garantir ainda aportes programados na Geo Eventos, companhia especializada na realização de eventos e feiras e controlada pela Globo (60%) e pela RBS (40%), com sede em São Paulo. Outra empresa que terá o caixa reforçado será a HSM Educação, que tem a BR Investimentos como sócia, explicou Toigo. A RBS tem ainda dois canais locais, 24 rádios AM e FM e oito jornais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. De acordo Toigo, até a emissão das debêntures, o grupo operava com um endividamento bruto de R$ 300 milhões, referente a um bônus em reais lançado no mercado internacional com vencimento único do principal em junho de 2017, mas a dívida líquida era "próxima de zero". Com a nova captação o passivo financeiro líquido, descontadas as disponibilidades de caixa, será de R$ 300 milhões, o equivalente a pouco mais de uma vez o lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) previsto para 2011.
As debêntures emitidas na semana passada têm prazo de vencimento final de dez anos e serão amortizadas em cinco parcelas anuais de 2017 a 2021. A correção será equivalente a 100% da taxa DI mais 2,5% ao ano, que será paga anualmente a partir de 12 de julho de 2012, com fiança da Zero Hora Editora Jornalística, que publica o jornal "Zero Hora", o principal do grupo.

Justiça considera FAP ilegal e livra companhias de pagar alíquota
DCI 20.07.2011 - Depois de decisões iniciais contrárias aos contribuintes, os tribunais começam a entender em sua maioria que o Fator Acidentário de Prevenção (FAP), criado no ano passado, é ilegal ou inconstitucional. Foi o caso da rede de supermercados Peralta, que conseguiu decisão de mérito da 22ª Vara Federal de São Paulo que considera que a regulamentação da alíquota, expressa só em decreto, viola o princípio da legalidade. O fator aumenta ou diminui o valor do Seguro Acidente de Trabalho (SAT), que é de 1%, 2% ou 3%, conforme o grau de risco da atividade das empresas. O FAP vai de 0,5% a 2%, ou seja, a alíquota de contribuição pode ser reduzida à metade ou dobrar, chegando a até 6% sobre a folha salarial. O advogado Thiago Simões afirma que a questão da ilegalidade tem sido a mais acolhida.

Infraero fará obras de R$ 86 mi sem licitação no aeroporto de Cumbica
Folha 20.07.2011 - A Infraero irá realizar duas obras sem licitação no aeroporto de Guarulhos, no valor total de R$ 85,75 milhões. Segundo a estatal, as obras serão contratadas em regime emergencial, para evitar colapsos devido ao fluxo de passageiros de Cumbica -o que a desobrigaria de abrir licitações. A primeira obra -cujo contrato deverá ser assinado em breve- deve transformar o antigo hangar da Vasp em terminal remoto para passageiros. A previsão é que a reforma termine em 180 dias após a assinatura do contrato e que fique pronta em dezembro. Também sem licitação, a segunda obra deverá ser feita na sequência, para transformar o antigo hangar da Transbrasil em outro terminal remoto. Essa etapa deverá ficar pronta até maio de 2012.

Aeroportos regionais vão demandar R$ 3 bi
DCI 20.07.2011 - Para sanar as dificuldades dos 174 aeroportos regionais brasileiros, a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional irá reivindicar, nesta sexta-feira, R$ 3 bilhões a Wagner Bittencourt, ministro da Secretaria de Aviação Civil. Já o estrangulamento do aeroporto internacional de Cumbica (Guarulhos) levou o governo a tomar uma medida extrema: a Infraero contratou a Delta, sem licitação, para erguer um terminal.

Futuro das concessões
Valor 20.07.2011 - O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou que não importa a decisão sobre a questão do fim das concessões em 2015, os atuais concessionários não terão ganhos de valor com os ativos. "Se concedemos mais 30 anos, o dono vende a empresa e terá valor com isso. E esse foi o modelo anterior. Desta vez é o consumidor quem vai ganhar", disse Zimmermann quando questionado sobre o desejo da Cesp, companhia paulista de geração, em vender seus ativos. "Ela pode vender, mas para operar até 2015." A proposta é que os ganhos sejam absorvidos por meio de redução das tarifas do uso de sistema de transmissão, porque atingem a totalidade dos consumidores, segundo Zimmermann. Seja por meio de prorrogação, seja por meio de licitação, o secretário diz que para a consumidor a diferença será pequena. "O que será disputado é o custo da operação e manutenção", disse o secretário. Esse serviço representa hoje 2% do custo de uma hidrelétrica. A Cesp é uma das companhias mais afetadas pelo fim das concessões pois 8 mil MW do seu parque gerador vencem em 2015.

Odebrecht concluiu o trem elétrico de Lima
Folha 20.07.2011 - A Odebrecht concluiu o trem elétrico de Lima, no Peru, em 18 meses, com investimento de US$ 410 milhões. As obras da primeira linha de metrô de Lima e Callao haviam começado há 25 anos por outra empresa, mas estavam interrompidas. A construtora brasileira assumiu, em 2009, para construir 12,5 km de viaduto elevado, com nove estações de passageiros. O consórcio, composto por Odebrecht (67%) e Graña y Montero (33%), também ficou responsável pela adequação do sistema eletromecânico e pela modernização de cinco trens existentes. Cerca de 5.500 trabalhadores participaram das obras entregues neste mês.

Uso do potencial hidrelétrico deve se esgotar até 2030
Brasil Economico 19.07.2011 - O Ministério de Minas e Energia não prevê novas usinas na Amazônia a partir de 2025; termelétricas a gás natural em foco.  A matriz energética brasileira, hoje eminentemente de geração hidrelétrica, deverá se transformar dentro de um prazo de 20 anos. Segundo o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, a expansão hidrelétrica não conseguirá atender à demanda futura e de deve esgotar seu potencial até 2030. "A partir de 2025, dificilmente implantaremos novas usinas hidrelétricas", disse Zimmermann em evento promovido nesta terça-feira (19/7) pelo Comitê Estratégico de Energia da Amcham, em São Paulo. Como apontou levantamento do Brasil Econômico, a expansão da energia "limpa" - usinas hidrelétricas (UHEs), Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e eólicas - nos próximos três corresponde a apenas 59,5% da demanda prevista. Hoje, por meios dos reservatórios já existentes, a matriz hidrelétrica responde por 71,4% do parque gerador nacional. Segundo Zimmermann, a capacidade instalada das hidrelétricas, que é de 80 mil megawatt-hora (MWh) pode apenas dobrar para 160 mil MWh, mas não passará mais disso. Por outro lado, o Brasil precisará explorar novas fontes de energia para enfrentar a crescente demanda de consumo dos próximos anos, que deverá atingir 4 mil quilowatts hora (KWh) per capita em 2024, segundo os cálculos do MME. Esse nível de demanda está mais próximo do consumo médio dos Estados Unidos (14 mil KWh) e da Europa (6,8 mil KWh). O crescimento nacional, que ainda é baixo (2 mil KWh), deverá dobrar com a abrangência do acesso à eletricidade da parcela pobre da população que hoje é inserida no mercado de consumo.
Renováveis: O desafio para o Brasil será manter a imagem de usuário de uma matriz energética limpa, o que uma moeda valiosa no tabuleiro político internacional. O problema é que no curto prazo são as fontes de energia provenientes da queima de combustível fóssil - as termelétricas a gás natural e as de óleo combustível - que se apresentam como as alternativas mais viáveis para dar conta da demanda do país. Até 2013, o parque térmico deverá contar com cerca de 9.668 MW de potencia instalada, considerando apenas as usinas que não tem impedimento para entrar em operação - segundo relatório de expansão da oferta disponibilizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Nesse período, mais da metade da potência total de eólicas prevista (4.577 MW) está listada com algum tipo de impedimento para entrar em operação. No próximo leilão de energia, previsto para ocorrer dia 17 de agosto, para uma geração a partir de 1° de março de 2014, o destaque será das térmicas a gás natural - 30 projetos com potencia instalada de 10.871 MW que estão inscritos para participar do leilão a um custo de R$ 139 por MWh. A contratação das térmicas, no entanto, a partir de 2014, não está prevista no Plano Decenal de Energia (PDE) 2020, mas faz parte dos planos do governo. Segundo Zimmermann, em função da descoberta de jazidas na camada pré-sal do litoral brasileiro e no Nordeste, em terra firme, a matéria-prima dessa fonte de energia ficará mais barata. O secretário é mais otimista com relação ao desenvolvimento das fontes renováveis, como a eólica e a biomassa, que vão contribuir cada vez mais para o aumento da capacidade instalada de energia. Segundo ele, a matriz eólica deve crescer em torno de 20% a 30% nos próximos anos. O bagaço de cana-de-açúcar é uma dos mais promissoras fontes, embora ainda seja irrelevante na matriz energética. Para Zimmermann, falta mais investimentos para o setor deslanchar.

Bombril terá 240 produtos de cosméticos em 2012
Exame 19.07.2011 - Depois da compra da marca Ecologie, Bombril cria a Bril Cosméticos para ser a nova competidora do setor.
Bombril: além das esponjas de aço, companhia vai atuar também nos segmentos de perfumaria, cosméticos e higiene pessoal. A Bombril vai deixar de ser sinônimo de esponjas de aço para se firmar também como uma das novas grandes competidoras em cosméticos. Depois da compra de 75% da marca Ecologie, em maio, por 15 milhões de reais, a Bombril criará a Bril Cosméticos até outubro deste ano. “Nessa época também lançaremos uma nova linha de cosméticos da Ecologie e para o ano que vem teremos duas marcas”, disse a EXAME.com Marcos Scaldelai, diretor de marketing da Bombril. A Bril Cosméticos terá no ano que vem um total de 240 produtos – 120 da Ecologie e a outra metade das duas marcas que a empresa lançará no próximo ano. Os nomes não foram revelados. Uma delas será direcionada a mulheres de 20 a 30 anos, com lançamento previsto para março, e a outra para as acima de 40 anos chegará as lojas no segundo semestre de 2012. As marcas contarão com produtos para cabelos e corpo, que receberam investimentos de cerca de 9 milhões de reais. Segundo Scaldelai, os 120 produtos já estão prontos e agora passam por testes com 120 consumidores para saber se é necessária alguma alteração. Depois disso, a empresa entra com os documentos para avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A tática agressiva de entrada da Bombril no setor é explicada por bons números. O mercado brasileiro de higiene pessoal e cosméticos é o terceiro maior do mundo, com faturamento de 37,4 bilhões de dólares em 2010, atrás apenas dos Estados Unidos e Japão, segundo a consultoria Euromonitor.

Clorox rejeita oferta de US$ 12,6 bi de Carl Icahn
Valor 20.07.2011 - O investidor Carl Icahn deixou claro em sua proposta que a Clorox deveria buscar um preço mais elevado de um comprador estratégico. A Clorox, fabricante de produtos de limpeza, rejeitou uma oferta não solicitada de US$ 12,6 bilhões de Carl Icahn, o investidor ativista, que na semana passada tentou desencadear uma guerra de ofertas com a sua jogada.
Don Knauss, presidente e executivo-chefe da Clorox, disse ao "Financial Times": "Nós não nos opomos a uma venda, mas certamente nos opomos a um roubo". Icahn se ofereceu para adquirir a Clorox por US$ 76,50 por ação, avaliando a companhia em US$ 12,6 bilhões, incluindo a dívida. Mas ele deixou claro em sua carta-proposta que a Clorox deveria buscar um preço mais elevado de um comprador estratégico, afirmando que US$ 100 por ação seria plausível. Vários analistas dizem duvidar que as empresas citadas por Icahn como possíveis compradores, incluindo Procter & Gamble e Colgate-Palmolive, estariam interessados em adquirir a Clorox. Gary Michael, membro do conselho da Clorox, disse na segunda-feira: "Nosso conselho, por unanimidade, concluiu que a proposta não solicitada de Icahn não é razoável nem adequada". A Clorox informou separadamente que o conselho pediu para que fosse posto em prática um "plano de direitos dos acionistas", mais conhecido como "pílula de veneno", uma proteção para afastar uma aquisição não desejada. A Clorox - cuja linha de marcas inclui produtos de limpeza Pine Sol e Scoop Away - salientou o seu retorno para os acionistas mais alto do que os de seus pares ao longo dos últimos três anos. Knauss disse que a empresa vem ganhando participação de mercado e que há mais potencial para suas marcas. "Há mais crescimento para buscar nos Estados Unidos", disse Knauss, acrescentando que a empresa se concentrou em um número de tendências, incluindo produtos para minorias étnicas. Questionado sobre a possibilidade de uma oferta vinda de um rival, Knauss disse: "Eu não posso especular sobre o que eles podem ou não estar pensando... Mas nosso plano é o melhor para atingir as metas de crescimento". Mas a Clorox não descartou apoiar outra proposta pela empresa: "O conselho avalia regularmente oportunidades, dada a natureza dinâmica do setor em que estamos, e permanece aberto para considerar qualquer plano para criar valor significativo para os acionistas".  Vários investidores de risco de arbitragem, que apostam em situações como essa, disseram que estavam saindo da Clorox. Um deles sugeriu que esses investidores estavam sofrendo de "fadiga de Icahn". Icahn disse que estava pedindo US$ 7,8 bilhões de financiamento à Jefferies. Fontes de bancos disseram que o tamanho e a estrutura do financiamento pareciam ambiciosos na atual situação dos mercados.
Analistas do UBS disseram ser improvável que P&G e Colgate queiram aumentar a sua exposição a um mercado maduro como os EUA, enquanto a Unilever recentemente optou por sair da área de lavanderia e detergentes. Outros potenciais compradores, incluindo Reckitt Benckiser, Kimberly-Clark e Henkel, têm outras prioridades e estão focados em mercados emergentes, enquanto SC Johnson, uma empresa de capita fechado, poderia ter problemas com financiamento, acrescentaram.

Chery chega ao Brasil sem amarras com o governo
Valor 20.07.2011 - Yin Tongyue, presidente da Chery, que montará carros em 18 países: "O plano da nossa empresa é tornar-se mundial". O início da construção da fábrica da Chery indica um modelo de negócios oposto ao que tem prevalecido ao longo da história dos investimentos da indústria automobilística no Brasil. Trata-se de um projeto independente de sócios locais, totalmente financiado por recursos chineses e livre de amarras com o governo brasileiro.  Ontem, no lançamento da pedra fundamental da fábrica que começa a ser construída em Jacareí (SP), o presidente mundial da Chery, Yin Tongyue, disse que o investimento de US$ 400 milhões será formado com dinheiro da empresa e recursos do Banco de Desenvolvimento da China. Esse perfil de negócios tem pelo menos uma vantagem: caso o projeto não dê certo, a empresa sai sem dever nada a ninguém.
Os chineses devem estar a par de problemas que outros enfrentaram em projetos guiados por guerra fiscal. A Ford deslocou para a Bahia o plano de uma fábrica inicialmente destinada ao Rio Grande do Sul quando soube que o governo estadual não cumpriria incentivos prometidos pela gestão anterior.  O novo ciclo de investimentos que traz agora os chineses também encontra um país diferente, onde a indústria automobilística não mais desfruta de benefícios que fizeram surgir histórias como a polêmica dívida - de R$ 1,7 bilhão hoje -, deixada pela coreana Asia Motors, por não cumprir a promessa de investir na Bahia em troca de incentivos à importação. Os executivos da companhia também não se comprometem a cumprir índices de nacionalização à altura do que o resto do setor, apesar de esperar que pelo menos 20 fabricantes de peças da China se interessem por investir no Brasil.  Os carros que sairão de Jacareí - quatro modelos compactos fabricados sobre duas plataformas - começarão a ser produzidos com 30% de peças nacionais. A ideia de alcançar 50% em 2015, quando a unidade estará operando em plena capacidade (150 mil veículos por ano) não atende à regra da Tarifa Externa Comum, do Mercosul, que só permite a venda para países do bloco isenta de imposto mediante nacionalização de 60%.  Mas a empresa não está preocupada. Quer usar o Brasil como plataforma de exportação para mercados como Chile, Colômbia e África, deixando o abastecimento da Argentina a cargo da fábrica da marca Chery do Uruguai, um empreendimento que pertence ao grupo argentino Macri.  Apesar do acordo no Uruguai, a Chery chega ao Brasil em sócios. Não tem parceria sequer com governo estadual, um modelo adotado por montadoras na fase de instalação no país, como Fiat, na década de 70, e as francesas Renault e PSA Peugeot Citroën nos anos 90.  A presença maciça de executivos da China na festa que levou até o governador Geraldo Alckmin até Jacareí, ontem, serviu para mostrar que a gestão da filial brasileira será totalmente comandada pela China. Até aqui, o executivo que comanda a filial brasileira - Luis Curi - é brasileiro. Mas o grupo Venko, atual importador da marca, não participará do projeto da fábrica, cujo início de operação está marcado para setembro de 2013.  Por enquanto, os chineses também não mostraram nenhuma intenção de recorrer às linhas do BNDES que há anos financiam projetos de grandes empresas do setor, como Volkswagen.  A fábrica da Chery começa a ser construída, porém, quando a marca ainda tem uma participação tímida no mercado. Suas vendas acumuladas nos primeiros seis meses do ano não representam pouco mais de 0,5% do segmento de automóveis e comerciais leves. Talvez isso não preocupe tanto uma empresa que em seu próprio mercado, a China, conseguiu apenas 3% das vendas em 2010, bem atrás de empresas que vai enfrentar também no Brasil, como General Motors e Volks, que ocuparam, respectivamente, no ano passado os dois primeiro lugares do maior mercado de veículos do mundo.  A má notícia que Tongyue, um engenheiro de 49 anos, traz é que não será desta vez que o brasileiro realizará o sonho do carro barato. O veículo que marcará a estreia da linha de Jacareí ficará numa faixa de preços acima do QQ, o carro da Chery que custa R$ 24 mil.

Paladin Realty Partners x Construtora Altana
Folha 20.07.2011 - Após receber um aporte de US$ 30 milhões há dois anos, resultado de uma joint venture com a americana Paladin Realty Partners, a construtora brasileira Altana alocou o recurso em oito empreendimentos. Cinco deles já foram lançados e três estão em fase de registro de incorporação para lançamento no segundo semestre, quando devem ser comercializadas mais 1.600 unidades. "O VGV total é de R$ 350 milhões, sendo que R$ 117 milhões já foram lançados", diz Frederico Azevedo, diretor da construtora. Azevedo está em fase final de negociação com a Paladin para assinar, nos próximos meses, um contrato para uma nova injeção de recursos. "A Paladin concluiu a captação de investimentos de US$ 100 milhões para seu novo fundo, especializado em Brasil, e tem outro para a América Latina", afirma. O novo aporte para a construtora, que deve ser semelhante ao primeiro ou superior, virá de um dos dois novos fundos, ou de ambos, segundo o empresário. "O foco é o Estado de São Paulo, mas podemos começar a estudar o Rio", diz.

Clima põe em xeque oferta de trigo do Mercosul
Valor 20.07.2011 - Inicialmente projetada como uma safra recorde, a produção de trigo no Mercosul pode não ser tão volumosa por causa da ocorrência de geadas. A condição, que se agrava com quebra na produção do Paraná, pode aumentar a necessidade do Brasil de buscar mais trigo fora da América do Sul para atender sua demanda interna. O plantio do cereal nos países do Mercosul está sendo concluído, mas o tamanho da safra não é consenso. A Safras & Mercado prevê uma produção recorde de 24,59 milhões de toneladas, 5,3% maior que a anterior, com grande produção na Argentina e no Uruguai. Já o empresário Lawrence Pih, dono do Moinho Pacífico, um dos maiores da América Latina, acredita que esse volume não passará de 22 milhões de toneladas. Isso porque os produtores argentinos migraram para o cultivo de sorgo e malte, e o Paraguai deve registrar quebra de safra da ordem de 25% por causa de geadas. "Acredito que a produção paraguaia será 350 mil toneladas menor". Assim, em vez dos 1,10 milhão de toneladas projetados pela Safras & Mercado, a colheita paraguaia pode se resumir a 750 mil toneladas.  Élcio Bento, analista da consultoria, afirma que o plantio do cereal na região está se sendo finalizado, e as lavouras ainda têm um longo percurso até serem colhidas. "Estamos falando de potencial de produção. De qualquer forma, há fortes indicativos de que o Mercosul terá excedente mais do que suficiente para atender à demanda dos países-membros", diz. Bento acrescenta que quaisquer necessidades de importação de fora do bloco estará mais ligada às demandas específicas da indústria por tipos específicos de trigo.  Pode ser também, avalia o presidente do Moinho Pacífico, que com uma safra menor, Argentina, Paraguai e Uruguai vendam seus volumes excedentes antes de o Brasil precisar comprar, o que geralmente ocorre entre fevereiro e março de cada ano. "Eles não costumam nos esperar. Seguem vendendo e quando precisamos, a oferta já está muito reduzida", relata Pih. O Brasil é um dos principais importadores de trigo do mundo, pois consome em torno de 10,2 milhões de toneladas e produz apenas entre 5 milhões de toneladas e 6 milhões de toneladas.  De acordo com a Safras, os quatro países (Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil) devem exportar juntos 12,2 milhões de toneladas, 2,4% menos. O Brasil, que no ciclo passado embarcou 2,39 milhões de toneladas ao exterior, a maior parte com apoio do governo, deve exportar neste ciclo apenas 1 milhão de toneladas. "Com a Rússia voltando a exportar, haverá menos espaço ao Brasil", afirma Bento. A Safras prevê para o país quebra de 7,5%, com produção de 5,54 milhões de toneladas. O volume, diz Flávio Turra, gerente técnico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), deve pressionar os preços internos para baixo, logo que a colheita começar, em agosto. Hoje, pico da entressafra, os preços no Paraná estão entre R$ 480 e R$ 500 por tonelada, já muito próximos do preço mínimo (R$ 477). "A tendência é de que o segmento precise novamente de ajuda do governo para comercialização", diz ele. Em Chicago, os contratos para dezembro fecharam em alta de 10,25 centavos de dólar, a US$ 6,8725 o bushel. "Estão firmes, com a previsão de um consumo mundial maior do que a oferta e recuo dos estoques", diz Bento.

Borders caminha para fechar suas 399 lojas
Valor 20.07.2011 - A Borders Group, segunda maior rede de livrarias nos Estados Unidos avança para uma liquidação de seus negócios. A companhia fechará suas 399 lojas a partir 22 de julho, após não ter conseguido chegar a um acordo com um interessado em sua compra, a Najafi. Credores, locadores dos pontos de venda e a editora de e-books Kobo opuseram-se a um processo de venda considerado "apressado e confuso". A varejista não realizará um leilão porque não houve propostas no sentido de manter a empresa operando, informou a rede em comunicado ontem. "Nós estávamos todos empenhados em um resultado diferente, mas os ventos contrários que estamos enfrentando há algum tempo, como as rápidas mudanças no setor livreiro, a revolução dos livros em forma eletrônica e as turbulências na economia, nos levaram aonde estamos agora", disse Mike Edwards, presidente do Borders Group, em nota.
O grupo fundado por Tom e Louis Borders há 40 anos em Ann Arbor, em Michigan, entrou com pedido de falência em fevereiro, após acumular prejuízos de mais de US$ 800 milhões. A rede não conseguiu adaptar-se às inovações no setor e ficou para trás de concorrentes como a Amazon.com e a Barnes & Noble na venda de livros por meio da internet e em formato digital.
Em seu auge, a Borders chegou a operar mais de 1,2 mil livrarias em locais tão distantes quanto Cingapura e registrava mais de US$ 4 bilhões em vendas anuais. Agora, a rede, que cortou à metade o número de lojas para aumentar seu capital antes de entrar em processo falimentar, vai fechar as lojas restantes - entrando para o rol de varejistas que sofreram impacto da combinação de concorrência do comércio on-line e conteúdo digitalizado, que inclui a Tower Records e a Circuit City Stores. "Quando eu conversava com (o pessoal da) Borders, eles estavam sempre fazendo projeções irreais e se mostravam fora de sintonia com o que realmente estava acontecendo em seu setor", disse Michael Souers, analista da Standard & Poor em Nova York que cobriu a Borders durante seis anos, até que o grupo declarou-se falido.
Liquidantes liderados pela Hilco Merchant Resources e Gordon Brothers Retail Partners, que eram os participantes preferenciais no planejado leilão, agora comprarão ativos da rede e os liquidarão, sujeitos a aprovação do tribunal de falências. Em 17 de julho, fim do prazo para os lances, nenhuma proposta foi apresentada.  A Borders tem aproximadamente 10,7 mil funcionários e uma implementação do plano em fases fechará suas últimas lojas em setembro. A companhia disse que vai encerrar suas operações sob concordata e espera ser capaz de pagar seus parceiros de negócios. A venda a liquidantes, ainda sujeita a aprovação do tribunal de falências, não deixa ninguém incumbido de assumir os contratos de negócios da empresa, disseram credores em objeções encaminhadas ao tribunal de falências de Manhattan ontem.
"Os devedores estão propondo um processo de venda apressado e confuso, que deixa partes como a Kobo desinformadas quanto ao que exatamente será vendido ou como os devedores pretendem proceder", escreveram os advogados da Kobo. A empresa, uma editora de livros eletrônicos e fabricante de "e-readers" com sede em Toronto, disse que deveria ter o direito de preferência envolvendo qualquer transferência de sua participação de 11% no patrimônio da Borders e que a companhia não deveria ser autorizada a vender informações licenciadas pela Kobo à Borders.  A nova decisão de vender não é coerente com as práticas históricas da Borders e "desrespeita direitos e salvaguardas cruciais de locadores", disseram advogados da Macerich e outros locadores de imóveis que sediam as livrarias. A controladoria financeira do Estado do Texas opôs-se à iniciativa de liquidação porque ela não contém a exigência de que os liquidantes da Borders recolham impostos federais e estaduais. Na falência da Ultimate Acquisition Partners, em Delaware, cerca de US$ 2 milhões em impostos sobre vendas recolhidos sob a responsabilidade da Gordon Brothers e da Hilco não foram pagos, escreveram advogados representantes da autoridade texana.

Depoimento faz ação da News Corp subir
Valor 20.07.2011 - As ações da News Corp. tiveram, ontem, uma forte recuperação durante a audiência de Rupert e James Murdoch no Parlamento britânico, mas investidores dos Estados Unidos e Reino Unido disseram que ainda restam dúvidas sobre a possibilidade de um ou outro se ver forçados a renunciar a parte de suas responsabilidades. Acionistas demonstraram alívio pela sessão ter revelado pouca coisa em termos de novas informações prejudiciais, e os papéis da News Corp. subiram com firmeza ao longo das três horas e meia de duração da audiência. O preço da ação subiu na bolsa australiana por causa da informação de que o conselho de administração da News Corp. prepara-se para promover Chase Carey, seu diretor operacional, ao posto de executivo-chefe. Mas pessoas ligadas à companhia disseram que nenhuma decisão foi tomada sobre essa mudança, que ainda deixaria Rupert Murdoch como presidente do conselho de administração. O gestor de um grande fundo de hedge que opera com ações da News Corp. e da British Sky Broadcasting (BSkyB), a rede de TV por satélite do Reino Unido na qual a News Corp. tem uma participação de 40%, admitiu que estava acompanhando de perto os procedimentos no Parlamento britânico. "James vem causando impressão, ele tem um bom comando dos fatos", disse o gestor, que acrescentou: "Rupert parece cansado. Isso provavelmente aumenta a possibilidade de ele ter de sair, dependendo das reações". O dois pareceram estar "bastante seguros", disse Jason Subotky, um gerente de portfólio da administradora de fundos Yacktman (com ativos de US$ 10 bilhões), oitava maior acionista da News Corp. "Isso mostra que eles estão levando a coisa a sério e que o problema está sob controle", afirmou.  A maioria dos investidores disse que a audiência foi positiva para a companhia. "Acho que eles esclareceram algumas críticas, o que tira o sensacionalismo da questão", disse o gestor de fundos de hedge. Alguns investidores britânicos disseram que as duas testemunhas não esclareceram dúvidas fundamentais, descrevendo James como eloquente, mas despreparado. "O desempenho de James foi parcialmente competente, mas dúvidas sérias permanecem sobre a condução da situação", disse um acionista da BSkyB. "Foi feita uma pergunta específica, se os honorários de Glenn Mulcaire [investigador particular] continuavam sendo pagos, e ele não se mostrou preparado. Em um evento como esse, você precisa estar 100% preparado." Acionistas da BSKyB disseram que vai ficar mais difícil para James Murdoch manter o cargo de presidente do conselho, com um deles afirmando que ele havia comunicado essa posição ao conselho. "Acho que talvez seja melhor para todos dar um tempo a esta altura." Outro acionista da BSkyB disse: "A pressão para James Murdoch sair está aumentando. O conselho está bastante ciente disso. Os diretores querem muito preservar sua reputação de independência". O chefe de um grupo de investidores afirmou: "O debate na Sky mudou de como lidar com a proposta para como ter certeza de que a companhia será administrada dentro dos interesses de todos os acionistas".

China dribla barreira via Argentina
Estadão 20.07.2011 - Empresas suspeitam que chineses estejam usando a Argentina para trazer produtos para o Brasil e burlar medidas de defesa comercial. A China vem utilizando a Argentina para burlar as medidas adotadas pelo governo brasileiro para proteger a indústria da invasão de produtos do gigante asiático. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior comprovam que a exportação de algumas mercadorias pelo sócio do Mercosul disparou depois que o governo sobretaxou os mesmos artigos chineses.
Levantamento feito pelo Estado com base na balança comercial do primeiro semestre indica que um em cada cinco produtos vendidos pela Argentina ao Brasil é "novo", ou seja, são mercadorias que não foram importadas no mesmo período do ano passado. O volume é significativo, mas como os produtos são baratos eles respondem por 1,15% do valor total comprado pelo Brasil do vizinho.  Além dessa leva de novos produtos, o que tem chamado a atenção dos empresários é a forte entrada de alguns artigos, que geram a suspeita de triangulação para burlar as medidas de defesa comercial. A importação de alto-falantes, por exemplo, cresceu 5.383% somente no primeiro semestre, depois que foi imposta uma sobretaxa para impedir a entrada dos equipamentos chineses.  "A Argentina tem um ou dois fabricantes. Está vindo muito produto de lá, mas é provavelmente triangulação da China", disse Marco Antônio Peñas, executivo da fabricante de alto-falantes Arlen, empresa que atua no setor há 43 anos.  Escovas. As indústrias do setor de escovas de cabelo também desconfiam que os concorrentes da China têm usado a Argentina para colocar seus produtos no mercado brasileiro. Segundo Manolo Canosa, presidente da Comissão de Defesa da Indústria Brasileira (CDIB) e fundador da Escovas Fidalga, uma das empresas do setor chegou a fazer um teste com os chineses para saber como poderia burlar a trava brasileira à entrada de escovas produzidas em Pequim. "O fornecedor ofereceu três opções para escapar do imposto: trazer via Taiwan, Vietnã ou Argentina", disse o executivo.  Segundo o empresário, a concorrência com os produtos chineses tem provocado fortes perdas para a indústria nacional, com fechamento de fábricas e demissões. "O setor está minguando. Fazíamos três turnos e hoje temos apenas dois. Sobraram duas empresas, o resto virou importador."  Não é de hoje que a segunda maior economia do mundo utiliza terceiros países para evitar punições comerciais, mas até este ano os casos eram mais restritos a países asiáticos, onde os chineses mantinham centros de distribuição para aplicar etiquetas falsas antes de reexportar.  Quando a Argentina entra na lista de países usados pelos chineses, cresce a possibilidade de dano ao Brasil porque a maioria de seus produtos não paga imposto na fronteira por ser integrante do Mercosul.

Venda de títulos pelo Tesouro Direto cresceu 82,1% no primeiro semestre
Correio Braziliense 19.07.2011 - A venda de títulos públicos para pessoas físicas, por intermédio do programa Tesouro Direto, contabilizou a entrada de R$ 1,81 bilhão no primeiro semestre deste ano, o que representa evolução de 82,1% em relação aos R$ 998 milhões registrados em igual período do ano passado. Os números foram divulgados nesta terça-feira (19/7) pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), e mostram que o estoque de títulos públicos em poder dos 249,6 mil investidores no Tesouro Direto, desde a criação do programa, em 2002, soma R$ 6 bilhões. O número de cadastros nos últimos 12 meses cresceu 28,84%. Só no mês de junho entraram 3.644 participantes. De acordo com o gerente de Relacionamento do Tesouro Direto, André Proite, o programa está aberto à participação de qualquer investidor pessoa física. Basta acessar a página do Tesouro Direto na internet e fazer a compra pelo banco ou corretora de escolha do cliente, sem necessidade de intermediação de fundos de investimento. Segundo ele, as vendas cresceram muito nos últimos meses, principalmente, por causa da maior visibilidade do programa, em propagandas na televisão e na internet. Também contribuiu para isso o fato de a Bolsa de Valores não ter ido muito bem nesse início de ano. “Quando a renda variável não vai bem, é natural que as pessoas procurem um pouco a renda fixa”, explicou o gerente. A exemplo do que acontece com qualquer operação de renda fixa, a tarifação do Imposto de Renda nas aplicações do Tesouro Direto depende do prazo negociado. Quanto maior o prazo, menor o desconto. Para aplicações até seis meses, alíquota de 22,5%; de seis meses a um ano, a alíquota cai para 20%; entre um e dois anos, a tarifação desce para 17,5%; e para aplicações de mais de dois anos, a alíquota de IR é 15%.

Setor de serviços já responde por 70% da mão de obra no PIB do país
Correio Braziliense 19.07.2011 - O setor de serviços vem garantindo a expansão do emprego nos últimos dez anos e aumentando progressivamente a participação no Produto Interno Bruto (PIB), disse à Agência Brasil o presidente da Confederação Nacional de Serviços (CNS), Luigi Nesse, ao comentar a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada hoje (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo ele, o setor representa atualmente 69% do PIB e participa com 70% da mão de obra empregada no país. “Essa participação vem crescendo nos últimos 20 anos e, nos últimos três, chegou a aumentar 2 pontos percentuais na totalidade do PIB”, declarou. Para o presidente da CNS, esta participação poderá crescer ainda mais: entre 5% a 10% do PIB. Para isso, defende medidas de desoneração na folha de pagamento das empresas. “Há, sem dúvida, a necessidade de que o governo desonere o peso da mão de obra na folha de pagamento das empresas, o que poderá aumentar ainda mais a empregabilidade no setor. Nós já estamos trabalhando com o governo, que está empenhado neste sentido. Parece-me que nos próximos dias a presidenta Dilma (Rousseff) vai anunciar alguma coisa”. Luigi ressaltou, ainda, que o aumento da participação do setor na geração de emprego e em sua relação direta com o PIB é uma tendência mundial. “Esta tendência já pode ser verificada nos grandes países como os Estados Unidos, onde o setor de serviços chega a representar 79% do PIB; e na União Europeia onde ela é também de 70%”.
Para ele, no caso do Brasil, a melhora na taxa de desemprego do país constatada pela Pesquisa Mensal de Emprego, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reafirma exatamente está tendência. O presidente da CNS alerta, porém para o fato de que já começa a faltar mão de obra qualificada em vários dos segmentos, como o de tecnologia da informação, da construção civil – setor que demanda inclusive mão de obra de baixa qualificação - e também nas áreas de telemarketing e teleatendimento. “Juntamente com os subsetores de feiras e congressos e, principalmente, o de telefonia, que registraram uma grande expansão na demanda por mão de obra - onde existe uma rotatividade muito grande em razão exatamente da falta de qualificação do trabalhador”. A Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE indica que em junho a taxa de desocupação era de 6,2%, a menor para os meses de junho desde o início da série histórica em março de 2002. Mostra, ainda, um nível de ocupação de 53,5% da população economicamente ativa do país – o equivalente a 22,4 milhões de trabalhadores.

Renda em alta causa preocupação
Valor 20.07.2011 - Fábio Romão: total dos que trabalham em serviços domésticos encolheu 2,4%. O aumento de 4% no rendimento médio real dos trabalhadores em junho na comparação com mesmo mês de 2010 foi puxado por setores beneficiados com a melhora na distribuição de renda e o consequente aquecimento da economia. Na categoria outros serviços - que agrupa hotéis, transporte, limpeza urbana e serviços pessoais - o crescimento foi de 9,8%, igual ao registrado no rendimento de serviços domésticos.  Segundo Fábio Romão, da LCA Consultores, a escassez de mão de obra explica o crescimento expressivo da renda nesse último setor, já que trabalhadores migraram para outras atividades, como serviços e comércio, com o objetivo de ter carteira assinada. "Enquanto o estoque de ocupados cresceu 3,5% em 2010 sobre 2009, o número total de pessoas que trabalham em serviços domésticos encolheu 2,4% no mesmo período", observa. Já a expansão acima da média na renda dos trabalhadores de outros serviços é resultado do crescimento sustentável da economia entre os anos de 2004 e 2008, além da política de ganhos reais do salário mínimo e do controle da inflação, avalia. "A preservação do poder real de compra e a manutenção do crescimento da renda podem estar sustentando o crescimento nesse ramo de serviços". Romão nota que, apesar de ser composto por vários segmentos, o que tem maior peso nesse setor são os serviços pessoais, mais demandados com o aumento da renda. Na outra ponta, o rendimento real dos empregados em serviços prestados a empresa, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira caiu 3,5% em junho, frente mesmo mês do ano passado. Na construção civil, o crescimento foi de apenas 1,4%.  Para Romão, o primeiro setor, por ser relacionado a empresas, pode estar sentindo com mais força a desaceleração na atividade econômica atualmente em curso. O pequeno aumento no segundo, por sua vez, ocorre sobre alta base de comparação, já que em junho de 2010 a renda real da construção civil havia crescido 7,5% frente mesmo mês do ano anterior. Em igual período, o rendimento real médio havia subido 3,4%. Rafael Bacciotti, da Tendências Consultoria, lembra que, nos 12 meses até maio, a massa salarial no setor de construção civil havia crescido 10%, frente expansão de 7,9% da massa salarial total. "O mercado imobiliário ainda está aquecido. Há uma resistência desses setores ao arrefecimento, e dessa forma a ocupação vem crescendo e a renda também", diz. Os dois analistas concordam que o ritmo de avanço da renda continua forte e traz preocupações ao controle da inflação. "Ainda temos um cenário de risco, com a renda e a massa salarial crescendo em patamar elevado", diz Baccotti.  Para Romão, outros indicadores já dão sinais de desaceleração do mercado de trabalho, como o crescimento da população ocupada. Ela avançou 2,3% sobre mesmo mês de 2010, após aumento de 2,5% em maio na mesma base de comparação. A LCA esperava alta interanual de 2,7% em junho. Frente maio de 2011, o número de ocupados em junho caiu 0,18%. "Esse é um sinal de que a ocupação está perdendo fôlego, mas de qualquer modo, ainda há um grande poder de barganha dos trabalhadores." Para o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) Sérgio Mendonça a criação de postos de trabalho e a redução do desemprego não são mais os maiores desafios do mercado de trabalho. Na sua opinião, o país precisa dar prioridade a melhorias na qualidade dos empregos já existentes e nos salários pagos. Segundo ele, 90% dos postos de trabalho criados no Brasil atualmente são formais. Contudo, essas vagas pagam até dois salários mínimos (R$ 1.090). Para melhorar a remuneração, ele diz que é fundamental que o país desenvolva setores econômicos que, tradicionalmente, remuneram bem, como a indústria, o setor financeiro e o de saúde.

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