terça-feira, 12 de julho de 2011

Azul.CA12

Daily News
TAM negocia Trip e Azul prepara IPO para 2012
Valor 12.07.2011 - Depois da aquisição da Webjet pela Gol e da negociação para a TAM adquirir 31% do capital da regional Trip, restaram a Azul e a Avianca como empresas independentes de médio porte com participação acima de 1% na demanda por voos domésticos. A Azul, terceira maior empresa aérea com 8,07% do fluxo de passageiros no país em maio, tem planos de fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO) em 2012, por considerar que o momento economico mundial ainda não é propício. A companhia já contratou os bancos Goldman Sachs, Itaú BBA, Morgan Stanley e Santander para preparar esse processo.  Segundo fontes do setor, esse caminho foi escolhido após a Azul ter tentado negociações com outras empresas, mas o preço pedido teria sido alto. A Azul foi procurada pela reportagem, mas não tinha porta-voz para se pronunciar.
A negociação da TAM com a Trip, esta última com 3,05% da demanda por voos domésticos em maio, depende de auditoria para apurar o valor da companhia regional. Essa avaliação teve seu prazo vencido no dia 30 de junho. As duas companhias foram procuradas, mas informaram que não havia novidade sobre esse assunto.  A Avianca Brasil, por sua vez, está focada em expansão de frota e malha aérea e não descarta participar de processos de consolidação.

Gol se expande em aeroportos estratégicos
Folha 12.07.2011 - Parcela no Santos Dumont, no Rio, vai para 35,7% e passa a da concorrente TAM; em Guarulhos, SP, chega a 36%. Empresa nega que preços subirão e diz que clientes Webjet devem ter milhagem mesmo antes da integração.
O novo mapa dos horários de pousos e decolagens (os chamados "slots") nos principais -e congestionados- aeroportos do país revela como a pequena fatia de 5% de mercado da Webjet fará uma grande diferença para a Gol. A participação da empresa no Santos Dumont, no Rio, vai saltar para 35,7%, ultrapassando os 28,6% da principal concorrente, a TAM.
No Galeão, também no Rio, a hegemonia da Gol vai ser reforçada, passando para 54,9%. A TAM tem 39,6%. E no aeroporto de Guarulhos, SP, a fatia sobe para 36,1%, pouco menor que os 38,7% da TAM. Em Congonhas, não haverá alteração. O ganho de participação com a compra da Webjet foi destacado ontem por Constantino de Oliveira Júnior, presidente da Gol, em conferência com analistas. E foi bem recebido no mercado. "A empresa vai aumentar presença em eixos estratégicos. Isso é um ativo precioso, mais ainda considerando a Copa, que aumentará o fluxo de passageiros", disse Alexandra Almawi, economista da Lerosa Investimentos. Preços das passagens: Quanto aos valores dos bilhetes, Oliveira Júnior afirmou que, com a aquisição da Webjet, a Gol "vai fortalecer o DNA de baixas tarifas". Mas Almawi, da Lerosa, acha pouco provável que não haja aumento de preços. "Há muito tempo a Gol deixou de praticar valores similares aos da Webjet, especialmente depois da aquisição da Varig. Hoje, os preços da Gol estão muito mais próximos aos da TAM", disse. Já Carlos Alberto Esteves, sócio diretor da Go4! Consultoria de Negócios, aposta na manutenção de tarifas.
"Os ganhos da Gol em sinergias com a Webjet devem dar suporte à manutenção dos preços."
Oliveira Júnior disse também que vai se desfazer da marca Webjet, como previam analistas, e que os clientes da companhia comprada poderão aderir ao programa de milhagem da Gol (o Smiles) mesmo antes da unificação total das companhias. "Na medida em que o Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] permita, queremos oferecer o benefício mesmo antes da integração completa das marcas."

Cliente Webjet pode ter Smiles da Gol antes da integração
Folha 11.07.2011 - Os clientes da Webjet poderão ter acesso ao programa de milhagem da Gol, o Smiles, mesmo antes da unificação total das companhias, disse Constantino de Oliveira Júnior, presidente da Gol. "Na medida em que o Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] permita, queremos oferecer o benefício mesmo antes da integração completa das marcas", afirmou há pouco, em conferência para analistas e investidores.
O executivo reiterou ainda o plano de manter as características atuais do Smiles da Gol, mesmo com o aumento da base de clientes, a partir da incorporação daqueles atendidos pela Webjet. Mais cedo, Constantino Jr. disse que a compra da Webjet não deve acarretar em aumento nos preços da compahia. Na sexta-feira, a Gol anunciou a compra da Webjet por R$ 96 milhões (valor que será repassado aos sócios da companhia, que já desconsidera as dívidas da Webjet). Analistas afirmaram, após o negócio, que a união das empresas poderia acarretar em um aumento de preços para os clientes Webjet --hoje com algumas das passagens mais baratas do mercado. "O negócio não implicaria aumento de custos. Devemos ganhar eficiência e manter tarifas extremamente competitivas", afirmou Oliveira Jr. durante teleconferência. Ele afirmou também que o acordo não deve gerar demissões de funcionários e que a troca dos aviões da Webjet nos anos seguintes à integração e a continuidade no crescimento da demanda de passageiros permitira, inclusive, que as companhias mantivessem o processo de contratação de trabalhadores. A Webjet tem 1.670 funcionários; a Gol, 18 mil.
Marca: A marca Webjet deve desaparecer no longo prazo, após a aprovação do negócio pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Segundo Oliveira Jr., a integração das marcas ocorrerá em meio a um processo de aumento dos serviços aos passageiros da Webjet. "Nós vamos manter a marca por algum tempo, principalmente até a aprovação do Cade. Mas, depois disso, teremos integração total", afirmou. "As duas empresas atuam no mesmo segmento e acho que a Gol tem condições de agregar serviços e produtos aos passageiros, como o programa de milhagens Smiles, número maior de frequência de voos, um padrão de frota mais jovem, check-in pela internet (...)."
Negócio: Em comunicado divulgado na sexta-feira, as companhias afirmavam que a aérea foi avaliada durante as negociações em R$ 311 milhões. Nesta segunda, Pereira detalhou a dívida da Webjet. De acordo com ele, R$ 215 milhões compõem a parte financeira dos débitos, cujos credores são, atualmente, os bancos Bradesco, Safra e Citibank --instituições com quem, segundo Pereira, a Gol tem relação próxima. Essas dívidas começam a vencer neste ano e vão até 2015. A meta da Gol, porém, é estender o prazo desses vencimentos. Uma forma de fazer isso, após a aprovação do negócio pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), seria captar dinheiro no mercado. De acordo com Pereira, ainda há R$ 120 milhões em dívidas da Webjet que não aparecem no balanço da companhia, já que são despesas que se referem a leasings operacionais. Segundo ele, a dívida da Webjet não significará um aumento significativo no montante devido pela Gol atualmente.

Brasil Foods terá que vender 'pacote de marcas'
Valor 12.07.2011 - Na véspera de decidir o destino da BRF- Brasil Foods, empresa de alimentos formada com a compra da Sadia pela Perdigão, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ainda traça as linhas finais de um possível acordo com a empresa.
Após um período de negociações bastante duras, no qual o Cade estudou até a possibilidade de intervir na Sadia para determinar o desfazimento do negócio, a tendência do conselho é a de concordar com a venda de um pacote grande de marcas e ativos para uma companhia só de modo a criar um concorrente efetivo da BRF. Essa venda deve ser aliada a outras medidas, como a suspensão da marca Perdigão.  O objetivo é que a empresa que adquirir os ativos da BRF e outros concorrentes que estão no mercado tenham melhores condições de disputar a preferência do consumidor na ausência da marca Perdigão. Apesar de a suspensão de uma marca ter sido utilizada num caso famoso, nos anos 90, - a compra da Kolynos pela Colgate -, o Cade deve inovar na medida. No caso Kolynos, a Colgate soube ocupar o espaço deixado pela suspensão da marca e lançou uma outra, a Sorriso. Isso gerou críticas ao órgão antitruste, pois a Colgate logo criou outra marca para ocupar a participação de mercado que, antes, era da Kolynos, numa espécie de "drible" na decisão. Agora, os conselheiros não querem que a BRF crie uma Sorriso para ocupar o espaço da Perdigão e estudam salvaguardas neste sentido, que vão desde restrições pontuais no uso da marca em vários mercados até a proibição geral da Perdigão por até cinco anos.  Segundo uma fonte que está acompanhando as negociações, a comparação com o caso Kolynos não faz muito sentido, pois aquele caso envolveu apenas o mercado de cremes dentais, enquanto, no atual, trata-se de marca que está presente em vários mercados. Outra diferença é que naquele caso não houve a proibição de a empresa lançar marca nova. Agora, o Cade está avaliando formas para que não surja mais uma Sorriso.  Além da suspensão da Perdigão e da eventual proibição de a BRF lançar marcas novas, o conselho estuda formas de vender marcas menores, como Resende, Confiança, Wilson, Escolha Saudável e Batavo. Por fim, o pacote do Cade também envolve a venda de cadeias inteiras de produção e de distribuição, que vão desde o sistema de abates de animais até a chegada do produto aos pontos de venda.  Essas cadeias são regionais e localizadas em diversos Estados, mas os conselheiros estudam vendê-las para uma companhia só. O objetivo é fazer com que a Brasil Foods tenha um concorrente nacional efetivo. De acordo com outra fonte que acompanha as negociações, esse concorrente precisa ter escala de produção e de distribuição nacional, caso contrário não vai conseguir fazer frente à BRF. "As mini-BRFs (como estão sendo chamadas as cadeias) devem ser integradas", afirmou essa fonte. "Elas não podem ser vendidas para várias empresas, senão elas não terão escala (para competir com a BRF)", completou. O julgamento da compra da Sadia pela Perdigão é o primeiro item da pauta de amanhã do Cade. Até aqui, houve apenas o voto do relator, conselheiro Carlos Ragazzo, e esse foi pela desconstituição do negócio. Falta o voto de mais quatro conselheiros.  O segundo item da pauta de amanhã é a compra da rede Sendas pelo Pão de Açúcar. A sessão terá início às 10 horas.
Cenário é ruim para venda de ativos: A venda de ativos pela BRF-Brasil Foods, para que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprove sua criação, pode não ser uma tarefa simples. A razão é que o setor de carnes de frango e suíno vive um momento de demanda retraída e incertezas no mercado externo, segundo analistas que acompanham esse mercado. Portanto, um cenário que não estimula grandes investimentos. E que pode pressionar negativamente os preços dos ativos.  Uma das condições negociadas com o Cade para que a compra da Sadia pela Perdigão seja autorizada é a venda de marcas da BRF, como Rezende, Confiança e Wilson, além de ativos de produção e de distribuição da empresa no país. "Vai vender para quem?", indaga uma fonte, com experiência de muitos anos nesse mercado. O nome da americana Tyson é sempre mencionado como empresa que deseja crescer no Brasil, onde entrou timidamente há quase três anos. Mas analistas divergem quanto ao ímpeto da empresa para dar tal passo. A americana demorou a entrar no país e quando entrou o fez adquirindo ativos de porte pequeno ou médio.
O nome da JBS, que não tem carne de frango nem de suínos no Brasil, também é lembrado por analistas do setor como uma potencial compradora de ativos. Um especialista que acompanha o dia a dia da gigante mundial de carne bovina diz que operações com escala, sinergia e marca poderiam ser atraentes para a JBS.  Ele afirma, no entanto, que dificilmente haveria interesse pela compra de marcas menos conhecidas, como a Rezende. "Nenhuma grávida vai acordar de madrugada para pedir produtos dessas marcas", brinca, referindo-se a marcas como Rezende e Wilson. O interesse de algum fundo de investimento por ativos da BRF também não está fora de cogitação, diz outra fonte do setor, já que esses investidores buscam boas oportunidades. Além do cenário externo ruim para o setor de carnes, o quadro de instabilidade na economia global também é prejudicial para eventuais vendas de ativos.

Barry Callebaut vende unidade
Valor/Bloomberg 12.07.2011 - A suíça Barry Callebaut, maior fornecedora mundial de chocolates para a indústria, negociou a venda de sua unidade europeia de produtos de consumo para o grupo belga Baronie, pondo fim a uma busca por um comprador que durou mais de dois anos. O Baronie assumirá cinco fábricas na Alemanha, Bélgica e Suíça, informou ontem a Barry Callebaut, de Zurique, em comunicado. A companhia também fornecerá à Baronie 25 mil toneladas de chocolate líquido por ano e disponibilizará um suprimento adicional de grãos de cacau e produtos semiacabados. A fabricante suíça vinha buscando um comprador para a subsidiária, a Stollwerck Group, desde o cancelamento dos planos para fundi-la à Natra Espanha em 2009. A Stollwerck tem uma receita anual de aproximadamente € 500 milhões e vende mais de 100 mil toneladas de produtos à base de chocolate.
A venda "e a subsequente concentração na atividade principal é uma decisão positiva", escreveu o analista Patrick Hasenboehler, do banco Sarasin, em nota. "Era uma meta de longo prazo da Barry Callebaut vender essa operação, que não é essencial e está sob pressão de pesada concorrência". A empresa suíça comprou a Stollwerck em 2002. A unidade também produz para outras empresas, além de vender produtos de chocolate de suas marcas.
Presente em 26 países, a Barry Callebaut produz no Brasil há 12 anos, com uma fábrica de manteiga, licor e pó de cacau em Ilhéus (BA). Em maio de 2010, abriu também uma fábrica de chocolate em Extrema (MG).

Belga compra brasileira Pharma Nostra
Folha 12.07.2011 - Por US$ 73 milhões, a belga Arseus, fabricante de equipamentos e fornecedora de serviços médicos, anunciou ontem acordo para comprar a Pharma Nostra, líder em remédios de manipulação no país. A aquisição se dá depois da compra da brasileira DEG, a segunda maior.

Diniz pode levar decisão para minoritários do Pão de Açúcar
Valor 12.07.2011 - A disputa entre os sócios Abilio Diniz e Casino, pelo controle do Pão de Açúcar, caminha para um impasse dentro da holding Wilkes, veículo pelo qual eles controlam a empresa. A reunião do conselho está marcada para 2 de agosto.  A expectativa é que Diniz tente levar o tema para ser discutido em assembleia do Pão de Açúcar, mesmo sem uma definição em Wilkes. Pela Lei das Sociedades por Ações, a responsabilidade pela convocação da assembleia é do presidente do conselho de administração - na varejista, o próprio Diniz.
O acordo assinado com o Casino em 2006 abre brecha para essa estratégia, porém regula o comportamento dos sócios nesse cenário. O documento também deixa espaço para que a solução fique na mão dos minoritários. Por isso, a estratégia de Diniz passa por convencer os acionistas de mercado de que a combinação com o Carrefour é boa para o Pão de Açúcar.
Em caso de impasse entre os controladores, em Wilkes, o acordo de 2006 determina que na primeira tentativa de uma assembleia do Pão de Açúcar tanto Diniz quanto Casino devem se recusar a votar. Se houver novas tentativas de assembleia, eles ficariam obrigados sempre a votar contra a pauta proposta.  Ambos os sócios estão trabalhando na definição de estratégias para o momento da assembleia, embora nenhum deles queira expor antecipadamente sua interpretação sobre o acordo.  Na tentativa de abrir uma negociação, Diniz afirma que se o Casino não quiser, a operação não se concretiza. Por outro lado, afirma que não acredita em outro fim para essa discussão além da realização da operação com o Carrefour.
O Casino também alega que sem seu voto, por conta do impasse em Wilkes, nada pode acontecer. Mas aposta que a história terá desdobramentos.  A disputa deve se acirrar ainda mais no caso de uma negativa do grupo francês sócio de Diniz, justamente porque a discussão iria para assembleia do Pão de Açúcar.  O debate sobre o encontro de acionistas do Pão de Açúcar envolve não só a interpretação do acordo de Wilkes, mas também a polêmica sobre qual espécie de ação poderá votar e quais acionistas.  Tudo isso porque a combinação com o Carrefour envolve a conversão das ações preferenciais do Pão de Açúcar em ordinárias, com deságio de 5% para os preferencialistas. Como essa etapa beneficia os ordinaristas, eles poderiam ficar impedidos de votar com esses papéis - tanto Diniz quanto Casino.
O que os assessores de Diniz gostariam de conseguir é uma forma de evitar que o Casino vote com as preferenciais que possui. O grupo francês possui 10% dessa espécie de ações.
A ideia de levar o debate para os minoritários também visa buscar o fortalecimento de um outro argumento de Diniz. O acordo de acionistas determina que os sócios devem sempre votar em defesa dos interesses do Pão de Açúcar, e não em benefício próprio. E um dos argumentos do empresário é justamente que o Casino está apenas atuando em defesa da sua posição de controlador, mas sem pensar no futuro da companhia. Assim, um apoio do mercado funcionaria como um aval ao projeto de Diniz e um sinal de que ele seria bom para a empresa.  A discussão em torno desse ponto é um dos motivos pelo qual o Casino, até o momento, ainda não admitiu publicamente que deve votar contra a transação. A ideia é se posicionar apenas no conselho de Wilkes, com os devidos argumentos. A administração do próprio Pão de Açúcar contratou estudos para se posicionar a respeito da operação. O objetivo é que a gestão da empresa forneça sua opinião aos sócios.  Caso a conclusão seja de que a combinação seria positiva, nas condições financeiras propostas, servirá para fortalecer os argumentos de Diniz.

Investidores estão divididos sobre proposta de fusão das companhias
Valor 12.07.2011 - Depois de um passado turbulento com os minoritários, é possível que o futuro do empresário Abilio Diniz, fundador do Pão de Açúcar, fique nas mãos desses pequenos acionistas. Há pelo menos dois anos, Diniz tem sinalizado que prefere ter uma fatia menor de uma companhia maior do que ser um grande acionista de uma empresa limitada para o crescimento. Os sinais começaram na mesma época em que Diniz tentou negociar com o Casino o acordo de 2012, buscando manter o controle compartilhado.  Nos últimos dias, o empresário e seus assessores financeiros têm conversado com fundos em busca de apoio à operação. Não apenas entre os que já são acionistas.  Há informações de que o BTG Pactual está procurando investidores que possam substituir em parte a atuação do BNDES no negócio - capitalização prevista de R$ 3,9 bilhões, com a compra de 18% da empresa. O BTG já teria sido procurado por investidores interessados. O banco também procura por nomes de peso, que possam fornecer uma grife ao projeto. Boa parte do mercado, no entanto, recusa a operação antes mesmo de analisá-la. Isso porque alguns investidores acreditam que a iniciativa atual de Diniz é uma quebra de contrato, já que o empresário havia se comprometido a entregar o controle do Pão de Açúcar ao Casino em 2012. Esse grupo de investidores também se diz preocupado com a governança futura da empresa. Alegam temer que Diniz, assim como fez com o Casino, mude as regras do jogo. Por outro lado, há acionistas que avaliam que a estrutura proposta - em que o Pão de Açúcar deixaria de ter o controle definido e seria uma companhia de capital disperso - seria um incremento na governança do grupo.
Esses minoritários, que têm fôlego financeiro e sangue-frio para manter as posições nesse período de incerteza, também acreditam que a junção com o Carrefour vai gerar valor para o grupo.  Como argumento, citam as sinergias esperadas com a operação, entre R$ 1,3 bilhão e R$ 1,8 bilhão. E, sem pender para o lado de Diniz ou do Casino, entendem que a prova de que o negócio Pão de Açúcar é bom é o fato de estar sendo disputado pelos controladores.
Apesar de estar intensificando contato com outros investidores, Diniz já afirmou que o BNDES ficará no negócio até o fim. Ontem, o Ministério Público do Distrito Federal informou que vai investigar a participação do banco na fusão. Quer apurar a origem dos recursos e saber se há interesse social em investimentos bilionários em empresas privadas pelo banco. O MP encaminhou ofício para o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, pedindo alguns esclarecimentos.

Walmart tem interesse nas lojas sobrepostas com união das empresas
Valor 12.07.2011 - O Walmart vai tentar se beneficiar de alguma forma da fusão entre o Carrefour e o grupo Pão de Açúcar, caso essa avance. Um caminho que está na mesa da varejista americana é a aquisição dos pontos sobrepostos que surgirem com a união das duas companhias no Brasil. O Walmart sondou o comando do Casino a respeito dessa possibilidade depois de vazar no setor que Abilio Diniz teria um plano envolvendo a operação brasileira do Carrefour - e que o projeto teria sido bem avaliado pela linha de frente do Carrefour no mundo.
No contato que fez com o Casino, o Walmart deixou claro que, caso os franceses considerem interessante a proposta de fusão, quer ter a chance de analisar, em primeira mão, a lista de pontos sobrepostos. Sobre a questão, o Walmart informa que não comenta especulações de mercado. A empresa Cushman & Wakefield, que tem trabalhado ao lado do Walmart na prospeção de terrenos em alguns países, já teria feito um levantamento para o Walmart no Brasil. A Cushman & Wakefield não confirma a informação. Pelas contas feitas a pedido da varejista, há um número maior de pontos próximos das duas redes na região Sudeste, exatamente o território em que o Walmart tem interesse em ampliar a sua participação de mercado. São 372 supermercados do Pão de Açúcar e do CompreBem e de hipermercados Extra no Brasil e 163 supermercados Carrefour Bairro e de hipermercados Carrefour no país. O material que está nas mãos do Walmart nos Estados Unidos mostra que, dessa soma de 372 pontos, entre 8% e 10% estão num raio de até cinco quilômetros, considerado um intervalo em que já existe concorrência entre pontos. O Walmart não é a única varejista interessada nos pontos. A rede Zaffari, com sede no sul do país, também avalia a fusão como oportunidade para compra de pontos na cidade de São Paulo, de acordo com pessoas próximas à família dona da rede. As unidades das redes Carrefour e Pão de Açúcar no país estão, em sua maioria, nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Os consultores de varejo estimam que 75% das lojas do Carrefour e 80% das unidades do grupo Pão de Açúcar estejam localizadas na região Sudeste. A questão da sobreposição de pontos é tema delicado entre redes varejistas. Elas não são muito abertas a se desfazer de unidades para concorrentes diretos. Em determinados casos, as redes optam por manter aberta uma loja que está próxima de outro ponto de venda do mesmo grupo varejista, mesmo que a unidade não seja altamente rentável. Isso porque, dessa maneira, elas se protegem da entrada de uma rede rival no mesmo espaço. A ideia é "fechar" o território ao varejista concorrente.

Portucel suspende projeto de R$ 4,8 bilhões em MS
Valor 12.07.2011 - A Portucel Soporcel, um dos maiores fabricantes de papel e celulose da Europa, congelou projeto estimado em R$ 4,8 bilhões que incluí uma fábrica da fibra, geração de energia e plantio de cerca de 200 mil hectares de florestas em Mato Grosso do Sul. A decisão, segundo os portugueses, se deve ao parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) que limitou compra de terras no país por estrangeiros. Os obstáculos impostos pelo parecer, no entanto, não encerraram os planos da Portucel para o Brasil. Em nota enviada ao Valor, o grupo diz que "está empenhado em desenvolver os esforços necessários no sentido de ver ultrapassadas estas dificuldades." Conforme uma fonte da indústria, os portugueses estariam avaliando alternativas à compra direta de terras e já teriam avançado nessa questão.
Além da Portucel, que chegou a assinar um protocolo de intenções com o governo de Mato Grosso do Sul, outros dois grupos estrangeiros teriam percorrido áreas no Estado e no vizinho Mato Grosso, de olho em terras disponíveis para o plantio de eucalipto. Umas das companhias, segundo informações que circulam na indústria, seria a chilena Arauco, que tem operações no país na área de painéis de madeira. A empresa foi procurada, porém não deu retorno aos pedidos de entrevista. O governo de Mato Grosso do Sul diz que há espaço para mais duas ou três empresas do setor se instalarem no Estado. Até agora, contudo, o único contato oficial foi feito pela Portucel. "Não temos nenhuma informação concreta sobre outros grupos. Mas sabemos que há interesse e que alguns fundos já estiveram por aqui", conta a secretária de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo do Estado, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias. De acordo com a secretária, um estudo de zoneamento econômico e ecológico e de área apropriada indicou que o Estado poderia suportar até outros três projetos na área florestal. Hoje, a Fibria e a International Paper (IP) do Brasil têm fábricas no município de Três Lagoas e há pelo menos dois projetos em curso: um da Fibria, que vai mais que duplicar a produção de celulose em sua unidade, e outro da Eldorado Celulose e Papel, que é controlada pela holding J&F, do grupo JBS-Friboi, e está erguendo sua primeira unidade industrial. Mato Grosso do Sul tem disponíveis, atualmente, 1,5 milhão de hectares aptos ao setor florestal. A Portucel, cujo projeto prevê 200 mil hectares de área plantada, já teria escolhido a região dos municípios de Santa Rita do Pardo e Bataguassu. Mas chegou a engatar um namoro com a cidade de Três Lagoas, que segue atraindo novos investidores do setor, e andou por terras no Mato Grosso. "Há forte migração do gado para o eucalipto, o que tem aberto uma área importante para a indústria de base florestal", afirma a prefeita de Três Lagoas, Márcia Moura (PMDB). Hoje, dos 400 mil hectares de plantio de eucalipto no Estado, 250 mil hectares estão localizados no município. Além de área, a agilidade na concessão de licenças e questões logísticas atraíram o interesse das produtoras de celulose e papel. Nesta semana, começa a funcionar o terminal de passageiros do aeroporto local e, no futuro, a cidade contará com porto seco. A secretária estadual reconhece que o parecer da AGU, que mobilizou entidades representativas da indústria de base florestal e represou entre US$ 7 bilhões e US$ 8 bilhões em investimentos de companhias ou fundos estrangeiros, reduziu o ritmo de consultas. "As conversas com a Portucel começaram há mais de dois anos", lembra Tereza Cristina. "Agora, todos esperam decisão do governo brasileiro."

Santander Río deve valer US$ 3 bilhões
Valor 12.07.2011 - O Santander, maior banco da zona do euro, está prosseguindo com um plano de desmembramento de parte de seu braço argentino, numa listagem no mercado de ações dos Estados Unidos que deverá avaliar a operação em US$ 3 bilhões.
O banco espanhol começou a testar o interesse dos investidores institucionais quanto à listagem, na qual algo entre 15% e 25% do banco serão vendidos para captar entre US$ 500 milhões e US$ 700 milhões. O Santander já contratou o Bank of America Merrill Lynch e o J.P. Morgan para coordenar a oferta pública inicial de ações, mas vai esperar até a semana que vem para avaliar as condições de mercado, antes de tomar uma decisão final.
As ações dos bancos espanhóis caíram ontem, junto com os papéis de muitos outros concorrentes europeus, por causa das preocupações contínuas com o endividamento soberano do país, e também na expectativa do anúncio de testes de estresse que deverá ser feito nesta sexta-feira. A ação do Santander caiu 3,1% ontem, para € 7,32, enquanto a ação do concorrente BBVA recuou 4%, para € 7,22. O Santander, que já encaminhou pedido à Securities and Exchange Commission (SEC), a autoridade reguladora do mercado de valores mobiliários dos EUA, para a listagem de American Depositary Receipts (ADRs) na Bolsa de Valores de Nova York, pretende usar os recursos captados com a listagem para ampliar sua rede de agências e terminais de atendimento automático na Argentina.
O Santander Río é o maior banco privado da Argentina em termos de empréstimos e depósitos, tendo gerado um lucro de US$ 393 milhões em 2010. Ele representa também o quarto maior negócio do Santander na América do Sul, depois das operações no Brasil, no México e no Chile. A subsidiária detém uma participação de mercado de 9,9% em empréstimos e depósitos, com quase 2,2 milhões de clientes individuais e ativos que somam US$ 8,8 bilhões. Em 2009 o Santander levantou US$ 7 bilhões com a venda em bolsa de valores de 14% de sua unidade brasileira, naquela que foi a maior oferta inicial do mundo naquele ano. Em 2007 o Santander comprou o Banco Real no Brasil, que pertencia ao ABN Amro, num negócio que dobrou sua presença no país.  O Santander vem sendo amplamente apontado como beneficiado pela crise financeira, pois vem conseguindo ampliar sua presença fora da Espanha e reduzir sua exposição ao problemático mercado doméstico. Até agora, o banco permaneceu relativamente incólume ao colapso do boom da construção e imobiliário da Espanha, que já forçou concorrentes menores a aumentar o capital para reparar seus balanços prejudicados e levou a uma série de fusões entre os bancos privados de poupança do país.
Um plano para a listagem de parte de sua subsidiária britânica, que inclui ativos que já foram controlados pelos bancos Abbey National, Alliance & Leicester e Bradford & Bingley, e adquiridos durante a crise de crédito, também já está pronto para ser anunciado assim que o banco estiver confiante de que conseguirá um preço satisfatório pela unidade.

Magnesita
Folha 12.07.2011 - A Magnesita, especializada em produção e comercialização de soluções em refratários, serviços e matéria-prima, recebeu do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos a licença para o projeto de expansão de sua mina em Brumado (BA). Foi aprovada a implantação de um conjunto de fornos e uma unidade de tratamento de minério. "Dependíamos da licença para iniciar obras e seguir no objetivo de verticalização em matérias-primas. A ideia é depender cada vez menos da China", diz Ronaldo Iabrudi, presidente da empresa. O projeto de R$ 220 milhões ampliará em 120 mil toneladas ao ano a produção de sínter em Brumado. A magnésia sinterizada é componente dos tijolos refratários que a Magnesita usa. A expansão faz parte de um programa para alcançar 90% de verticalização em matéria-prima e abrange uma mina de grafita em Almenara (MG).

Racional cresce com a expansão de data centers
Valor 12.07.2011 - Marcos Santoro, vice-presidente: a partir deste ano a área de engenharia e a de incorporação, criada há seis anos, passam a ter geração de caixa quase equivalentes
Depois que a crise paralisou os projetos de novas fábricas em 2009, as empresas de engenharia especializadas em grande projetos privados refugiaram-se em outros mercados: basicamente ligados a consumo e serviços - onde a tomada de decisões de novos investimentos é mais veloz. Ainda que os projetos de novas fábricas tenham voltado, hoje, o que alimenta essas empresas é muito mais a construção de shoppings, hospitais e data centers. É o caso da Racional Engenharia.  A empresa, criada há 40 anos, faturou R$ 800 milhões no ano passado e pretende encostar em R$ 1 bilhão este ano. Desse total, segundo Marcos Santoro, vice-presidente da companhia, 85% já estão contratados. Em busca de nichos cada vez mais especializados, a Racional está apostando na construção de data centers, verdadeiros "bunkers", que armazenam dados estratégicos das companhias. Também chamados de edifícios de missão crítica, eles exigem sólida segurança, não apenas do ponto de vista físico, como patrimonial. "Nada pode falhar, são prédios que rodam sem parar, 24 horas e sete dias por semana", explica Santoro.  A Racional fez dois data centers para a Tivit, empresa de serviços de tecnologia da informação - um no Rio e outro em São Paulo - e outro para o Bradesco. Atualmente, está construindo o centro de informações da Vivo em Alphaville e, em breve, deve começar a construir para outro banco privado. "Trata-se de um mercado com potencial enorme, que exige construção com padrões internacionais e técnica de construção", diz Santoro. "Com o advento da computação em nuvem [informações acessadas pela internet e não instalada no computador], as empresas precisam estar mais preparadas para abrigar informações nos servidores", completa. De acordo com o executivo, os bancos estão transformando seus centro de processamento de dados (CPD's) em data centers. A construção de data centers já representa 21% do faturamento da companhia.  O crescimento do varejo, porém, com a abertura e expansão de novos shoppings nas capitais e cidades do interior é o que ainda dá maior impulso à companhia. A empresa de engenharia, que nasceu construindo fábricas, atua em oito segmentos mas o carro-chefe são os shoppings centers e projetos de varejo, que respondem por 39% das vendas. A empresa concluiu quatro shoppings centers este ano e acaba de entregar o shopping da Multiplan, em São Caetano.  Há seis anos, a Racional criou um braço de incorporação, como também fizeram outras concorrentes, como WTorre e Matec. Concluiu este ano seu primeiro parque logístico, na Raposo Tavares, com 105,7 mil m2 e 90% alugado. Construíram e operam o Centro Empresarial RioCidadeNova, com centro de convenções e duas torres corporativas.  De maior risco, a área de incorporação é também mais lucrativa e este ano já deve contribuir com quase metade da geração de caixa da companhia. Em 2010, o Ebitda da área de engenharia e construção foi de R$ 33 milhões e representou 64% do negócio. A área de incorporação representou R$ 18,3 milhões ou 36%. A expectativa, este ano, é que a geração de caixa da engenharia seja de R$ 49,5 milhões e o portfólio imobiliário contribua com R$ 44,3 milhões.

PDVSA questiona preço de refinaria da Petrobrás
Estadão 11.07.2011 - Empresa venezuelana, que tem até agosto para confirmar sociedade no projeto, quer auditar o valor da refinaria de Pernambuco, de US$ 14,4 bi. A estatal venezuelana Petróleos de Venezuela (PDVSA), que negocia parceria com a Petrobrás na refinaria Abreu e Lima (Pernambuco), questiona internamente a petroleira brasileira sobre o valor da obra, segundo fontes ligadas ao processo. Extraoficialmente, o custo da refinaria já atinge US$ 14,4 bilhões; oficialmente a última revisão orçamentária, de 2009, apontou US$ 13,36 bilhões.
Por meio de documentos que circulam entre dirigentes das duas empresas, a PDVSA, que ainda aguarda decisão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre o pedido de financiamento dos 40% que pretende assumir na obra, sugere que o custo da refinaria está mais alto do que deveria. Segundo apurou o Estado, a PDVSA propôs à Petrobrás a contratação de uma consultoria internacional independente para auditar o custo da refinaria, fixado em US$ 4,5 bilhões em 2006, quando começaram os entendimentos para a parceria inédita na área de refino.  Os questionamentos da PDVSA começaram em 2008, quando a obra foi reavaliada e o custo subiu para US$ 10 bilhões. No ano seguinte, três revisões consecutivas elevaram o orçamento para US$ 11,9 bilhões, US$ 12,6 bilhões e US$ 13,36 bilhões. Recentemente, a venezuelana - que não participa do planejamento orçamentário da obra - foi informada sobre a nova previsão, de US$ 14,4 bilhões.  A estatal brasileira, que vem investindo sozinha no projeto, para o qual já destinou R$ 7 bi, estipulara prazo até agosto deste ano para que a venezuelana aporte recursos na construção. Em entrevistas, o diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, tem reiterado que a obra ainda não recebeu qualquer quantia da Venezuela. Processos distintos. De acordo com declarações de Costa, após agosto será praticamente inviável seguir com o projeto inicial, que prevê processos distintos para o refino dos óleos brasileiro e venezuelano, por causa do teor diferenciado de enxofre dos dois produtos. A PDVSA questiona até mesmo o valor do equipamento necessário ao processamento do óleo com mais enxofre, estimado em US$ 400 milhões pela Petrobrás. Essa adequação da refinaria, pela avaliação de técnicos venezuelanos, ficaria entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões. Pelo combinado, o Brasil assumiria 60% dos gastos e a Venezuela, o restante. A sociedade seria confirmada quando a PDVSA ingressasse com os recursos, o que ainda não ocorreu. Ela tem de apresentar garantias reais para que o BNDES faça o empréstimo de R$ 10 bilhões.  O banco já recusou duas propostas de garantia. Primeiro os ativos da empresa no Brasil (um escritório e uma rede pequena de distribuição). Na segunda, a companhia apresentou o aval do banco estatal venezuelano de fomento. Agora, o BNDES examina garantias avalizadas pelo Banco do Brasil e pelo Bradesco.
Segundo a Petrobrás, 35% da obra já está concluída. Ela começou no Complexo Industrial Portuário de Suape só com dinheiro da Petrobrás, que já investiu R$ 7 bilhões. Pelo acordo, a refinaria processará 230 mil barris por dia. Metade deles produzido na Bacia de Campos (RJ) e metade na Venezuela.  Procurada, a Petrobrás, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não fará comentários sobre o assunto.

Eletropaulo, sonho cada vez mais longe da CPFL
Valor 12.07.2011 - A costura que vinha sendo alinhavada há quase um ano para que a Camargo Corrêa comprasse a Eletropaulo, em um arranjo apoiado pelo BNDES, parece estar se desfazendo. O problema é preço. O sonho ficou caro demais e o BNDESPar está em uma encruzilhada no que se refere à sua participação na Brasiliana, onde é sócia do grupo americano AES no controle da Eletropaulo e da AES Tietê. De um lado, o governo ainda tem resistência em deixar que os americanos assumam definitivamente o controle da distribuidora paulista. De outro, o banco precisa fazer caixa, mas não consegue convencer os americanos a vender sua parte na Eletropaulo.  "Foi quando os chineses compraram 15% das ações da AES Corp. (em 2009) que a AES se tornou invendável", disse uma fonte muito próxima aos principais executivos do BNDES. "O grupo ficou capitalizado e, por consequência, a Eletropaulo ficou cara demais". Executivos que chegaram a analisar a empresa contam que duas são as dificuldades: o prêmio que a AES exigiria para entregar o controle e o custo de estender esse direito aos minoritários da Eletropaulo. Pelo estatuto da empresa todos os detentores de ações têm direito a 100% do chamado 'tag along', o que poderia dobrar o valor da companhia. Cerca de 56% do capital da Eletropaulo está em circulação no mercado. As estimativas dão conta de cifras acima da dezena de bilhões de reais para essa aquisição.
As notícias de que o BNDESPar sairia do negócio, na semana passada, e de que a empresa poderia ser vendida para a CPFL fizeram as ações subirem 5% em Bolsas de Valores pela expectativa do prêmio a ser pago a minoritários. Ontem, analistas disseram que a entrevista concedida ao Valor por um dos principais executivos da AES, Andres Gluski, que disse que a empresa não sairá do Brasil, nem da Eletropaulo, esfriou os ânimos. As ações caíram 1,3%. A expectativa de que a AES exerça seu direito de preferência - caso BNDES decida vender sua parte - não dá direito ao 'tag along' a minoritários, pois não haveria mudança de controle.
Nos últimos anos, a Camargo Corrêa já tentou por pelo menos duas vezes comprar a distribuidora paulista. A primeira delas, em 2009, foi feita em conjunto com a Odebrecht. O grupo baiano tinha interesse nos ativos de geração da AES e a Camargo faria a compra da Eletropaulo via CPFL, com amplo apoio da Previ, que é sócia da construtora na elétrica. A proposta foi preparada em conjunto, mas chegou tarde. As dificuldades financeiras da AES naquele ano, ainda no auge da crise financeira mundial iniciada em 2008, eram grandes, mas os chineses fizeram um aporte significativo, o que ofuscou qualquer proposta dos brasileiros.
Em meados do ano passado, a Camargo iniciou uma nova investida. Dessa vez, a construtora negociou diretamente, sem participação da CPFL. Até agora não se chegou a nenhum acordo e os americanos estão irredutíveis. Inicialmente, eles se mostraram abertos a negociar sob a sombra dos impactos do terceiro ciclo de revisão tarifária que vai reduzir fortemente os ganhos com a atividade de distribuição no país. Na entrevista concedia ao Valor, Andres Gluski foi taxativo em dizer que o terceiro ciclo não mudará a visão da AES sobre o Brasil.

Endesa investirá R$ 1 bilhão no Brasil em 2011
Brasil Economico 11.07.2011 - A maior parte dos investimentos será destinada às distribuidoras Ampla, no Rio de Janeiro, e Coelce, no Ceará.  Segundo Mário Santos, presidente do conselho de administração da Endesa Brasil, o objetivo do grupo é elevar sua participação no setor elétrico brasileiro. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (11/7) durante evento em que a sua controlada Ampla assinou convênio com o governo do Rio de Janeiro e a prefeitura de Búzios para a criação de uma "cidade inteligente", uma iniciativa que prevê obras de conversão da rede de distribuição de energia em uma rede mais inteligente, capaz de integrar toda a geração existente. Com a instalação de medidores inteligentes e novos sistemas de automatização da rede, as perdas de energia caem mais rapidamente e os níveis de qualidade do serviço crescem alinhados à manutenção da segurança dos clientes.

Marcas internacionais ampliam negócios no País
DCI 12.07.2011 - Apesar da incerteza do cenário econômico brasileiro nos próximos meses, o País tem atraído o interesse de investidores externos, como os norte-americanos, com o restaurante Hooters. Depois da primeira tentativa, frustrada, de vingar no Brasil, a rede volta com um projeto de chegar a 16 restaurantes até 2014, a maioria em cidades-sede da Copa. Até o momento, a única unidade instalada no País fica no bairro da Vila Olímpia, zona sul de São Paulo , e já é a terceira loja do Hooters que mais fatura no mundo, atrás das de Tóquio e Cingapura. O objetivo da marca é movimentar R$ 100 milhões por ano no mercado brasileiro, com a abertura de novos restaurantes. Na área publicitária, ontem os empresários do ramo viram mais um exemplo de interesse internacional. O grupo francês de propaganda e marketing Publicis anunciou a compra da agência brasileira DPZ depois de sete meses de negociação. "O grupo francês vem com força bastante para se tornar o maior capital estrangeiro publicitário no Brasil", afirmou Rubens Fonseca, da consultoria Publicidade Agora. O valor da compra não foi revelado, mas no meio especula-se que 70% do capital somam US$ 120 milhões.
Prova de que a movimentação de capital externo está cada vez maior no País vem da pesquisa divulgada ontem pela KPMG, de recorde de fusões e aquisições no primeiro semestre do ano. De janeiro a junho foram feitas 379 transações, 8% a mais do que no mesmo período de 2010. As aquisições realizadas por estrangeiras tiveram o maior crescimento: 23% de janeiro a junho, ante igual período de 2010.

Marcelo Guaranys é nomeado presidente da Anac
Exame 11.07.2011 - O nome dele já foi aprovado pelo Senado e agora basta sair a nomeação publicada e ele pode tomar posse. Marcelo Guaranys foi nomeado presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) pela presidente Dilma Rousseff. O decreto de nomeação sai no Diário Oficial da União de amanhã. O nome dele já foi aprovado pelo Senado e agora basta sair a nomeação publicada e ele pode tomar posse. O diretor de Operações da Anac, Carlos Eduardo Pellegrino, está ocupando o cargo como interino.

Estrangeiros interessados em projeto fazem vigília na Bolsa
Folha 12.07.2011 - Franceses, coreanos e japoneses fizeram vigília, ontem, no saguão da BM&FBovespa, no centro de São Paulo. O objetivo foi observar o movimento da concorrência, saber quem poderia fazer eventual proposta para o projeto do TAV (Trem de Alta Velocidade).
Poucos se dispuseram a falar com a imprensa, ali em igual vigília, mas alguns admitiram que havia certo temor de que algum grupo, enfim, apresentasse uma oferta na última hora.
O esquema montado pela ANTT na sede da Bolsa paulista foi relativamente simples. No saguão, atendentes da BM&FBovespa faziam a triagem para acesso à sala no 1º andar, onde estava lotada a equipe da ANTT. A orientação era apenas liberar a entrada de grupos que fossem entregar os documentos para a equipe da agência. Por fim, ninguém subiu. Integrantes de grupos interessados no projeto chegaram a pedir acesso, o que foi negado. A movimentação cresceu nos dez minutos finais, pouco antes das 14h. Findo o horário limite, as atendentes recolheram o singelo quadro de aviso colocado sobre o balcão, onde desde as 9h o governo esperava uma proposta. No fim, um certo sentimento de alívio era visível nas expressões de franceses, coreanos e japoneses. Um novo jogo parece que vai começar.

Governo vai dividir licitação do projeto do trem-bala em duas etapas
Correio Braziliense 11.7.2011 - Depois da ausência de propostas para o leilão do trem de alta velocidade, que vai ligar Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas, o governo decidiu hoje (11) fatiar a licitação do projeto em duas etapas: a primeira vai definir a tecnologia e o operador do trem-bala e a segunda escolherá a empresa responsável pela construção do projeto. O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, disse que as empresas estrangeiras detentoras da tecnologia não conseguiram formar consórcios com empreiteiras, o que levou ao fracasso do leilão. Com a divisão do edital, o governo espera um aumento de competitividade na licitações, principalmente para a escolha da tecnologia e do operador. Leilão para licitação do trem de alta velocidade não recebe propostas“As empresas que têm as tecnologias não conseguiram formar alianças com empresas nacionais. O mercado brasileiro se fechou para as tecnologias, tínhamos seis grupos de tecnologia interessados mas que não tinham interlocução com a construção civil. Houve fechamento do mercado a essas alianças e isso dificultou o processo", avaliou. “Agora vamos separar a operação das obras”, completou. Apesar da divisão, Figueiredo disse que não houve descaracterização do projeto inicial do trem-bala. "Não vamos ficar desfigurando o projeto para atender os interesses de A, B ou C". A empresa que vencer a primeira etapa vai definir a infraestrutura necessária para a operação do trem-bala, mas o processo licitatório para escolha das construtoras será conduzido pela ANTT. “O operador vai detalhar o projeto executivo, mas o governo pode estabelecer limites para mudanças”. Na etapa das obras, o governo deverá dividir o projeto em trechos. Ainda não há prazo para os novos leilões, mas a primeira etapa deve ser feita ainda este ano, segundo Figueiredo. A previsão é que o edital para escolha do consórcio operador seja publicado entre setembro e outubro. De acordo com o diretor da ANTT, a mudança não deve alterar significativamente o cronograma da obra, que deve começar no início de 2013. A divisão da licitação também não deve mudar o custo estimado do projeto - de R$ 33 bilhões -, nem as condições de financiamento oferecidas pelo governo, que incluem uma linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de cerca de R$ 20 bilhões e mais R$ 3,4 bilhões de investimento direto. “Não haverá nenhuma mudança nos estudos técnicos e econômicos”, disse o diretor da agência. O trem-bala vai ligar as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. No total, serão 510 quilômetros de percurso. Segundo Figueiredo, alguns trechos do projeto poderão estar prontos a tempo das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.

TAV ou cinco hidrovias mostram o dilema para governo federal
DCI 11.07.2011 - O debate sobre os R$ 25 bilhões que poderão ser aplicados pelo governo para financiar a construção do Trem de Alta Velocidade (TAV), cujo leilão deve começar a receber propostas hoje, é que seriam suficientes para construir quase todas as cinco hidrovias necessárias para reduzir o custo do transporte de carga no País.  A avaliação é do deputado federal Homero Pereira (PR-MT), presidente da Frente Parlamentar de Logística dos Transportes. A Frente conta com 220 deputados e 20 senadores, e um dos fatores de tensão que a mobilizam são as recentes denúncias que provocaram a queda do senador Alfredo Nascimento (PR-AM) do Ministério dos Transportes. Homero Pereira defende que os recursos que estão prometidos para o TAV poderiam financiar o transporte hidroviário no Brasil. "Com esses recursos, nós faríamos muitas eclusas [comportas]", argumenta o político. Os holofotes do setor estarão direcionados à apresentação, ou não, de propostas de consórcios para disputar o leilão, marcado para o dia 29 de julho. Apesar da recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) de mudanças no edital para o leilão, a Agência Nacional de transportes Terrestres (ANTT) decidiu manter a apresentação das propostas para hoje.

Inflação traz pressão por nova alta de juro
DCI 12.07.2011 - Depois de um período de "trégua" do mercado em relação às projeções para a inflação deste ano e de 2012, os economistas voltaram aos patamares de pessimismo do início do ano, e acreditam novamente que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) vai terminar o ano muito próximo do teto da meta estabelecida pelo governo, de 6,5% ao ano. Ontem, o relatório Focus, pesquisa feita pelo Banco Central com economistas de instituições financeiras, revelou que a projeção para a inflação oficial (medida pelo IPCA) passou de 6,15%, no dia 1º de julho, para 6,30% no documento divulgado ontem. Ao mesmo tempo, o mercado acredita que, para não ultrapassar o teto da meta, o Banco Central terá de segurar os preços com uma alta de juros maior que a prevista até a última semana. A projeção para a Selic ao fim de 2011 passou de 12,50% para 12,75%, 0,5 ponto percentual a mais que a taxa atual. "Essa elevação das expectativas é, em parte, efeito do IPCA de junho, que registrou alta de 0,15%, ficando acima do que apontava a mediana da pesquisa Focus (0,05%). Só por este efeito, já temos um acréscimo de 0,10 ponto percentual na inflação esperada para 2011. No entanto, o mercado começou a revisar para cima as projeções para julho, dado o resultado ruim de junho, a elevar a mediana deste mês de 0,16% para 0,20%", avalia a economista e sócia da Tendências Consultoria, Alessandra Ribeiro.  Esta alta da inflação e dos juros já influencia diretamente a qualidade das carteiras de crédito dos bancos. Segundo levantamento da Serasa Experian, divulgado ontem, a inadimplência no primeiro semestre de 2011 teve alta de 22,3% em relação à do mesmo período de 2010. O crescimento foi puxado pelo alto número de cheques sem fundos.


















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