sexta-feira, 8 de julho de 2011

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Daily News

BMG mostra caminho dos bancos médios
DCI 08.07.2011 - A concretização da compra do controle acionário do banco Schahin pelo BMG, anunciada ontem, mostra alternativa encontrada pelos bancos médios para elevação da capacidade financeira e consolidação do mercado financeiro. Eles precisam de fôlego para enquadrar-se com sucesso no processo de adaptação às novas regras do Acordo de Basileia III, que devem trazer problemas de capital para algumas instituições.
No caso da negociação do BMG, o aporte a ser realizado pelos acionistas é de até R$ 1,5 bilhão, o que elevará seu patrimônio líquido a aproximadamente R$ 3,5 bilhões. "Esta capitalização aumentará suas condições de reter carteiras e reduzirá o volume de cessão de crédito, atendendo à nova regulamentação do Banco Central dos novos processos de contabilização", informou o banco, por meio de comunicado oficial. O valor estimado da compra é de R$ 230 milhões. Além do Schahin, a instituição também adquiriu a GE Money no Brasil, que engloba o Banco GE Capital S.A., em abril deste ano.
Do ponto de vista de Luiz Miguel Santacreu, analista de bancos da agência classificadora de risco Austin Rating, ainda há tempo para planejamento em relação às novas determinações do Banco Central, já que o cronograma do Banco Central começa a ser implementado a médio prazo. "Existe um cronograma para o Basileia e vai depender dos bancos, das opções e alternativas para operar no mercado e, assim, minimizar os impactos da opção de capital. As instituições podem procurar parceiros estratégicos, fusões ou mudar o plano de negócios para operações de crédito que não exijam tanta capitalização", diz o especialista.
Definido em setembro de 2010 por dirigentes de bancos centrais e órgãos reguladores de todo o mundo, o acordo de Basileia III trará novas exigências de capitalização para os bancos, ao obrigá-los a manter mais capital como garantia para empréstimos e investimentos.
Fora do Brasil, os bancos também já se movimentam para melhorar seu perfil de capital. Ontem o banco central chinês endureceu as regras: a Comissão Regulatória Bancária da China (CBRC, na sigla em inglês) estabeleceu que bancos comerciais importantes para o sistema precisam ter um quociente de alavancagem mínimo de 4% até o fim de 2013 e que os outros devem alcançar o mesmo objetivo até o fim de 2016.

Cade julgará caso BRF na próxima quarta, diz conselheiro
Estadão 07.07.2011 - Até o momento, o relator do caso foi o único dos 5 integrantes do conselho a se posicionar, votando contra a fusão.
Apesar de a BRF Brasil Foods querer o adiamento da apreciação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do processo sobre a fusão de Sadia e Perdigão, o conselheiro Ricardo Ruiz, que está à frente das negociações, afirmou hoje que levará o caso para julgamento na próxima quarta-feira, dia 13.
Ruiz está conduzindo uma proposta de acordo com a empresa porque pediu vista dos autos. "O conselheiro Carlos Ragazzo apresentou um voto muito bom e muito extenso, e eu queria digerir melhor o conteúdo", disse Ruiz. Ragazzo é o relator do caso e o único dos cinco integrantes do Conselho a se posicionar sobre a fusão até o momento, votando contra a operação.
Quando pediu vista, Ruiz adiantou que tenderia a acompanhar o voto de Ragazzo, vetando o negócio. Agora, ele não quer dar sinais de qual será o seu posicionamento. No entanto, segundo uma fonte que acompanha a discussão, Ruiz e Ragazzo "estão no mesmo time". Para a aprovação da fusão, é preciso que pelo menos três conselheiros votem a favor da operação.
Amanhã, o conselheiro Ricardo Ruiz não estará em Brasília, mas as negociações com a BRF ainda podem ser retomadas na semana que vem, antes do julgamento.

BNDES se nega a escolher entre Carrefour e Casino
Exame 07.07.2011 - O BNDES havia anunciado na semana passada que estava disposto a desembolsar até 2 bilhões de euros para uma fusão de ativos entre Carrefour e Pão de Açúcar no Brasil
Sede do BNDES: PSI foi projetado para injetar R$ 44 bilhões na economia e recuperar os investimentos no auge da crise
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) afirmou nesta quinta-feira que se nega a escolher entre o gigante varejista francês, Carrefour, e seu rival Casino na batalha pelo controle da cadeia de supermercados CBD Pão de Açúcar, líder do setor no Brasil, conforme declarações de seu diretor, Luiz Eduardo Melin.
"De nenhum modo se trata de eleger um grupo em um conflito do setor privado", afirmou Melin, diretor do BNDES durante uma conferência sobre o Brasil organizada em Paris pelo semanário britânico The Economist.
O ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, também já afirmou que o governo não vai intervir. "É uma decisão do BNDES e não do executivo. É um caso comercial privado e não um assunto governamental", disse.
O Carrefour é o número um da distribuição no Brasil. O CBD Pão de Açúcar é controlado por Wilkes, holding do grupo também francês Casino com o grupo Diniz, fundado pelo próprio empresário Abilio Diniz.
O BNDES havia anunciado na semana passada que estava disposto a desembolsar até 2 bilhões de euros (2,9 bilhões de dólares) para uma eventual fusão de ativos entre Carrefour e Pão de Açúcar no Brasil, origem do conflito com Casino, um dos principais acionistas do CBD. Contudo, em seguida, disse que sua participação na operação estará condicionada à definição de um acordo entre CBD e Casino.
Casino e seu diretor Jean-Charles Naouri recusaram o projeto e o qualificaram de "expropriação" e de "erro estratégico".
Na terça-feira, um porta-voz do Casino afirmou que o BNDES havia advertido durante uma reunião entre Naouri e o presidente do banco, Luciano Coutinho, que não respaldará uma operação "hostil".
Desde que apareceram os primeiros rumores sobre a fusão, o Casino, histórico sócio do CBD Pão de Açúcar, aumentou sua participação direta no CBD em duas ocasiões: em junho a elevou a 3,3% e na quinta-feira passada a 6,2%.
Agora, o Casino possui 43,1% do distribuidor brasileiro e segundo um pacto de acionistas alcançado em 2006, em 2012 deverá assumir o controle do CBD.
O BNDES havia afirmado nesta semana que a fusão permitirá um "processo de internacionalização do grupo Pão de Açúcar", mas alguns membros do banco se opuseram com firmeza à participação do BNDES em um negócio desse tipo.
Além disso, duas comissões da Câmara dos Deputados já convocaram Coutinho para explicar a posição do organismo sobre o projeto de fusão.

Atlantica lança hotel econômico em SP
Valor 08.07.2011 - A Atlantica Hotels inaugurou no dia 1º de julho o primeiro hotel da bandeira Go Inn, da categoria econômica, após ter assumido a operação do imóvel, no bairro do Jaguaré, em São Paulo, que antes era operado pela Blue Tree com a bandeira Spotlight.
Essa modalidade de negócio, conhecida como conversão, é decidida pelo investidor do imóvel, que pode trocar de administradora caso não esteja satisfeito com os resultados. Foi a segunda conversão da Atlantica em 2011.
Em fevereiro, a Atlantica assumiu a operação do Sonesta, no Ibirapuera, também em São Paulo, que era administrado pela rede jamaicana Superclubs. O empreendimento adotou a bandeira Park Inn by Radisson, da categoria quatro estrelas. Em 10 anos, a Atlantica fez 25 conversões de hotéis.
"Atualmente as conversões não estão muito aquecidas porque o mercado está muito bom. Elas acontecem mais quando há crise no setor", disse o vice-presidente sênior de desenvolvimento da Atlantica, Rafael Guaspari. Segundo ele, a conversão acontece quando o investidor do hotel opta por trocar de operador para obter melhores resultados.
A Atlantica, sediada em São Paulo, tem atualmente 76 hotéis em operação no país, com 13 mil quartos. A rede planeja inaugurar mais quatro empreendimentos até o fim de 2011 No primeiro semestre, a receita por apartamento disponível (Revpar), índice de rentabilidade obtido com o cruzamento das médias de ocupação e diária) cresceu 22%, ante igual período de 2010. Seu faturamento no ano passado foi de R$ 474 milhões.

Tectoy muda portfólio e espera sinal verde na bolsa
Valor 08.07.2011 - Fernando Fischer, executivo-chefe da Tectoy, prevê receita superior a R$ 100 milhões neste ano com novos produtos.
A fabricante brasileira de eletroeletrônicos Tectoy, que apresentou uma trajetória claudicante nos últimos anos, reformulou suas linhas de produtos e espera ser avaliada positivamente pelo mercado financeiro para realizar com êxito um leilão de sobra de ações ordinárias e preferenciais. A expectativa da companhia é captar R$ 9,6 milhões com essa operação.
Reconhecida pela venda de consoles de jogos, como Master System e Mega Drive (licenciados pela Sega), a Tectoy chegou a faturar US$ 120 milhões em 1994, mas não suportou a competição dos importados e o avanço da pirataria após a abertura comercial do país. Em 1997, com receita de R$ 72 milhões, a empresa chegou a pedir concordata. Depois disso, a Tectoy não conseguiu voltar ao antigo patamar, tendo registrado ao longo da década passada receitas líquidas anuais que oscilaram de R$ 25 milhões a R$ 45 milhões.
Em anos recentes, a companhia fez tentativas de diversificação de portfólio que não foram bem sucedidas financeiramente, como a fabricação de aparelhos de Blu-ray, apostas na área de TV digital e o projeto Zeebo, um console de jogos eletrônicos, criado em parceria com a americana Qualcomm. "Houve um entendimento de que continuar com o Zeebo mataria a Tectoy", afirma o executivo-chefe da companhia, Fernando Fischer.
Atualmente, com portfólio composto por aparelhos de DVD, karaokê, videogames e conversores de sinal digital para TV, a Tectoy apresentou alguma melhora. Em 2010, a empresa elevou a receita líquida em 15,7%, para R$ 48,3 milhões, e reduziu o prejuízo líquido para R$ 2,3 milhões, frente aos R$ 18,4 milhões registrados em 2009. Fischer diz que, com o portfólio atual, a empresa ultrapassará receita de R$ 100 milhões neste ano.
No primeiro trimestre, a receita cresceu 120%, para R$ 14,1 milhões. O prejuízo líquido, por sua vez, foi de R$ 1,9 milhão, contra perda de R$ 487 mil no primeiro trimestre de 2010. De acordo com o executivo, o aumento das despesas deveu-se a investimentos em novos produtos. Em setembro, a companhia coloca no mercado linhas de aparelhos de DVD das séries Carros (licenciado pela Disney), Barbie (Mattel) e Backyardigans (Discovery Kids, da Discovery Communications). A empresa também planeja lançar, no quarto trimestre, uma linha de produtos na área de "baby care", a começar por babás eletrônicas. "O objetivo é ampliar a oferta de produtos eletroeletrônicos de uso residencial para crianças", diz Fischer.
A mudança de foco também tem por meta gerar uma receita mensal regular. Fischer observa que 75% das vendas de jogos concentram-se no quarto trimestre, o que também prejudicava o desempenho da Tectoy. Atualmente, a principal fonte de receita é a venda de aparelhos de DVD, que representam 35% do total, seguida por jogos (20%), produtos licenciados (20%) e a produção de decodificadores de sinal digital para TV por assinatura para a Humax (20%). Segundo Fischer, a Tectoy negocia com a Humax dobrar a produção desses aparelhos a partir de 2012.  Com esses projetos em curso, a Tectoy espera ter êxito no leilão da sobra de ações ordinárias e preferenciais, fruto de uma oferta pública feita em dezembro de 2010, quando ela captou R$ 26,5 milhões. Esse leilão estava programado para junho, mas o preço mínimo fixado, de R$ 0,06 por ação, estava e ainda está acima do preço das ações na bolsa (R$ 0,04 para ON e R$ 0,05 PN) e não gerou interesse no mercado. A companhia aguarda aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para fazer o novo leilão.
"A empresa quer aproveitar um bom balanço trimestral para obter melhora no preço das ações. Mas se o mercado entender que é uma melhora temporária, as ações não vão decolar", avalia Ricardo Fontes, professor de finanças do Insper.

Nutreco Fri-Ribe acelera crescimento no país
Valor 08.07.2011 - O presidente da Nutreco Fri-Ribe, Eduardo Amorim, diz que meta é ficar entre as três maiores do setor de rações no Brasil.
Prestes a completar dois anos, em setembro, a joint venture criada pela brasileira Fri-Ribe e a holandesa Nutreco no setor de nutrição animal prevê crescer 22% em 2011, quadruplicar os investimentos e, possivelmente, adquirir novas companhias.
De acordo com o presidente da Nutreco Fri-Ribe, Eduardo Amorim, a empresa deve fechar o ano com uma receita próxima de R$ 186 milhões, ante R$ 152 milhões em 2010. "Nossa meta é dobrar esse valor nos próximos cinco anos e colocar a empresa entre as três maiores fabricantes de rações do país", afirma. Atualmente, a companhia se encontra entre as cinco maiores do ramo.
A Nutreco, uma das maiores empresas do mundo nesse ramo, com faturamento de € 5 bilhões por ano, tem 51% de participação na joint venture e os acionistas da Fri-Ribe, 49%.
A Nutreco Fri-Ribe programa investir R$ 15 milhões nos próximos dois anos, apenas na modernização das linhas de produção e no lançamento de novos produtos. Segundo Amorim, o volume é quatro vezes maior do que o investido nos últimos dois anos. A empresa tem cinco fábricas nos Estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Ceará e Piauí.
Amorim não descarta ir às compras para acelerar a expansão dos negócios. "Nosso foco é o crescimento orgânico, mas estamos preparados para novas aquisições. Estamos presentes em cinco Estados e isso facilita. Há no mercado empresas locais, bem estruturadas e de baixo risco", explica.
O executivo lembra que o setor de nutrição animal ainda é extremamente pulverizado e apresenta, na média, margens de lucro bastante apertadas. "Estamos em um processo de consolidação muito intenso, mas que ainda está no começo. Há cerca de 2 mil empresas neste mercado."
Desde o início da joint venture, a Nutreco Fri-Ribe lançou 35 novos produtos nas linhas de gado de leite, equinos, peixes e camarões. A aquicultura é uma das grandes apostas da companhia. O segmento aumentou sua participação e já responde por metade da receita, de 40% há dois anos - a Nutreco é lider mundial na produção de rações para peixes. Segundo dados do Sindirações, entidade que representa as empresas do setor, a aquicultura responde por apenas 3% da produção brasileira de rações. Estimativas sugerem que este número pode crescer de quatro a cinco vezes nos próximos anos.
No ano passado, a Nutreco Fri-Ribe produziu pouco mais de 150 mil toneladas de rações, volume que deve crescer 7% neste ano. Ao todo, o mercado brasileiro de nutrição animal movimenta 60 milhões de toneladas em produtos e R$ 16 bilhões.

Cresce oferta global de `follow-on' no 2º trimestre
Folha 08.07.2011 - O volume global de ofertas de "follow-on" (oferta de ações de empresas já presentes nas Bolsas) alcançou 2.495 no primeiro semestre, equivalente a US$ 305,1 bilhões, segundo relatório da Ernst & Young Terco.
No segundo trimestre, foram 1.185 ofertas, com US$ 158,4 bilhões, número 8% superior ao período anterior. O aquecimento acompanha a evolução dos IPOs (ofertas iniciais), também em alta, segundo André Ferreira, sócio da empresa.
"É indicador de que o acesso ao mercado de capitais ainda existe, mesmo para empresas que já fizeram IPO." A alta também aponta que companhias que sofreram na crise de 2008 voltam a captar.

Empresas sem liquidez tentam encontrar a saída da bolsa
Valor 08.07.2011 - Um grupo de empresas que está na bolsa não faz a mínima ideia do que está fazendo lá. Sem intenção de acessar os investidores para buscar recursos - mas arcando com os custos de se manter companhia aberta -, essas empresas têm no momento um único projeto na área de mercado de capitais: encontrar um jeito de sair da bolsa.
"Sinto que sou um caipira no mercado de ações", afirma Ruy Baumer, presidente da fabricante de equipamentos hospitalares e próteses ortopédicas Baumer.
Em 2006, a empresa tentou fechar o capital, sem sucesso. "O investimento para adquirir as ações que ainda estavam no mercado era muito alto. Desistimos. Era melhor direcionar esse dinheiro para outra área do negócio", conta o empresário.
Pelo menos no médio prazo, Baumer não tem planos de a se capitalizar no mercado, nem por meio de debêntures, nem de ações. O empresário conta que sustenta sua política de expansão com recursos próprios. "O pior é que, como companhia aberta, somos obrigados a divulgar um informações que os nossos concorrentes não divulgam", lamenta.
Apenas do 12% do capital da Baumer está disponível para ser negociado na bolsa. O restante está nas mãos da família. Como resultado disso, ninguém comprou ou vendeu ações da empresa em mais de 97% nos pregões do ano.
Mas quando o assunto é concentração de capital, nenhuma companhia aberta supera a Lark Máquinas, de máquinas e equipamentos. Na bolsa desde 1977, a empresa tem nada menos 99,7% das ações nas mãos do empresário Marseau Bleuler Franco.
Ele afirma que não consegue fechar o capital da empresa pois esbarra na burocracia da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).  "Não tem sentido nenhum ficarmos abertos, temos patrimônio negativo, faturamento baixo e negociação nula. Mas a CVM não parece ter interesse em fazer fechamento de capital".
Bleuler conta que não se lembra mais quando ocorreu a última negociação de ações da Lark Máquinas na bolsa.  Segundo a CVM, a companhia entrou na lista de inadimplência por estar há mais de três meses sem entregar as informações periódicas exigidas pela autarquia.
No portal da CVM, a seção que informa a posição acionária no capital da Lark Máquinas está preenchida errada. Sobre isso, a autarquia informa que "a responsabilidade pelo preenchimento de formulários de referência é do próprio emissor".
A SPTuris, companhia de turismo controlada pela Prefeitura de São Paulo, é outra que caminha para o fechamento de capital. Segundo Egydio Bianchi, diretor de relações com investidores, a empresa não será mais principal responsável pela construção do centro de exposição e feiras de Pirituba, pois o porte do empreendimento não condiz com o da empresa.
Sem Pirituba, a SPTuris não precisará acessar o mercado. "A tendência é retomar o projeto de fechamento de capital que tínhamos antes", diz Bianchi.
Além da liquidez quase nula, essas companhias têm um comum o fato de ter entrado na bolsa na década de 70. São, portanto, filhas do "milagre econômico", época em que o governo concedeu incentivos tributários para empresas que se capitalizassem no mercado.
Questionada sobre seus programas direcionados à empresas que querem aumentar a liquidez, a BM&FBovespa informou que não participaria da reportagem pois "considera que a decisão de uma empresa de buscar ou não liquidez para as suas ações está relacionada à estratégia de cada companhia".

Portugal Telecom avalia fusão com Oi
Estadão 07.08.2011 - Segundo jornal português, que pertence a um dos acionistas da operadora portuguesa, união pode acontecer em três anos ou mais
Os acionistas da Portugal Telecom (PT) e da Oi analisam uma possível fusão entre as empresas, segundo o jornal português Diário Económico. Essa união entre as operadoras seria possível depois do fim da golden share (ação com direitos especiais) do governo português na operadora daquele país, o que aconteceu esta semana.
O plano seria de médio prazo, para ser implementado em pelo menos três anos. Segundo fontes de mercado, essa ideia é defendida por alguns acionistas. O Grupo Ongoing, dono do Diário Económico, tem a segunda maior participação no capital da PT, com 10,05%. O maior acionista é a Capital Research and Management, com 10,09% e o terceiro maior é o Grupo Espírito Santo, com 10,03%. A Oi está em quarto lugar, com 7%.
A PT preferiu não comentar o tema e a Oi informou que o assunto diz respeito aos acionistas. Apesar de a Oi ser controlada pela Andrade Gutierrez e pela La Fonte, do empresário Carlos Jereissati, seu maior acionista é a PT, que comprou 25,6% de participação direta e indireta na Oi, em março. Uma possível fusão entre as duas empresas chegou a ser discutida antes de a PT entrar no capital da Oi, mas, com a golden share do governo português, seria impossível. Segundo uma fonte do mercado, sem a golden share, ainda seria um processo complicado.
Isso dependeria de convencer o governo brasileiro, de um aumento de participação da PT na Oi e de uma mudança no estatuto da PT, que limita a 10% a participação dos acionistas em seu capital. Segundo o Diário Económico, vários investidores institucionais estrangeiros estão presentes no capital de ambas empresas porque apostam nesse cenário de fusão. Outro ponto difícil seria chegar a um acordo sobre as condições, diante da diluição dos acionistas portugueses e brasileiros, segundo o jornal.
Visita. Coincidentemente, o presidente da PT, Zeinal Bava, esteve no Brasil e se reuniu com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, na última terça-feira. O ministro disse ao Estado que Bava relatou estar "muito satisfeito" com a relação societária do grupo português com a Oi, pois as duas empresas "estão falando a mesma linguagem e não estão tendo dificuldades internas". "Ele demonstrou que está muito à vontade na empresa e que, dentro da Oi, tem defendido fortes investimentos e quer modernizar as soluções tecnológicas da empresa", contou Bernardo. Por essa razão, a PT quer alavancar os investimentos na Oi, que estiveram aquém das necessidades da empresa nos últimos anos.
Na audiência com o ministro, Zeinal deixou clara a intenção de aumentar a sinergia entre as duas empresas, sobretudo através da implantação de soluções tecnológicas e de processos de gestão advindos de Portugal para a Oi.
Um dos exemplos é o uso de smartphones sobre redes fixas, por meio da tecnologia Wi-Fi (banda larga sem fio). "O Zeinal falou que vamos começar a ter isso no Brasil". A ideia é vender "soluções completas para o cliente", como TV a cabo, internet, telefonia e soluções para fazer compras. Bernardo enfatizou, no entanto, que Bava não mencionou, em nenhum momento, uma possível fusão entre os dois grupos. "Isso não foi mencionado", ressaltou.
Segundo o ministro, ele soube desses rumores de uma possível junção entre a empresa portuguesa e a brasileira pelo Estado. O ministro destacou, porém, devido à fama de ser "uma boa empresa de gestão", a entrada a Portugal Telecom "é uma coisa boa para a Oi".

Call center dispara e atrai empresas de tecnologia
Folha 08.07.2011 - A área de call center vai crescer 10% em geração de empregos, com aproximadamente 120 mil novos postos de trabalho este ano: mais de 320 novas vagas por dia em todo o País. De acordo com a Associação Brasileira de Telesserviços (ABT), o setor está aquecido, e os principais setores contratantes de call center são serviços financeiros, varejo, telecomunicações, seguros, saúde e gráfico. De olho nesse mercado ainda pujante, a francesa Alcatel-Lucent Enterprise é uma das companhias interessadas em engordar seus cofres com a venda de produtos e serviços para o teleatendimento no mercado interno.
"O setor atualmente passa por uma grande fase de remodelação. Outros modelos de negócios estão sendo adotados e isso gerou uma troca de tecnologias no segmento", explica Nuno Ribas, gerente de canais da Alcatel-Lucent Enterprise. O executivo conta que as vendas destinadas ao setor de call center representaram 60% do faturamento da empresa no País. No primeiro semestre deste ano, a empresa firmou contratos com quatro grandes companhias que atuam no setor. Os aportes somados chegam a ordem de R$ 35 milhões. Dentre os clientes da empresa no Brasil destacam-se Atento e Contax.
Lourinaldo Silva, diretor de Vendas da Alcatel-Lucent Enterprise prevê crescimento de 15% do faturamento da empresa em 2011, também por conta da demanda no setor de atendimento. A estratégia, segundo Silva, é atender às empresas que já fazem parte da carteira de maneira mais próxima. "Com novos produtos e serviços, reestruturação da área comercial e dos canais e clientes já existentes", diz. Outro setor-chave é o de pequenas e médias empresas, que tem investido na aquisição de novas tecnologias.

Tim anuncia a aquisição da AES Atimus
Brasil Economico 07.08.2011 - Segundo especialistas, o interesse da Tim é na rede de fibra óptica da AES Atimus, que tem mais de 5 mil quilômetros e está em 21 cidades
A Tim anunciará na sexta-feira (8/7) a compra da AES Atimus, empresa de telecomunicações do grupo AES que oferece serviços de conectividade e infraestrutura para operadoras e empresas.  Em conjunto, a Tim também pode comunicar a aquisição de duas outras companhias. Segundo especialistas, o interesse da Tim é na rede de fibra óptica da AES Atimus, que tem mais de 5 mil quilômetros e está em 21 cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. O crescente consumo de banda larga e outros serviços de dados exige que as empresas de telecomunicações tenham uma infraestrutura de rede de fibra óptica cada vez mais capilar e de alta capacidade.
Em 2009, a Tim fez um movimento neste sentido, ao adquirir a Intelig.

Ação da EDP é vendida por R$ 37 na oferta
Valor 08.07.2011 - A estatal portuguesa de energia EDP conseguiu levantar R$ 737 milhões com a venda de parte das ações que detém na subsidiária brasileira de mesmo nome, equivalente a 12,5% do capital social. A operação foi feita por meio de oferta pública secundária de ações. Caso o lote suplementar da distribuição, de 15%, também seja vendido, o montante da transação pode subir a R$ 801 milhões.
As ações da empresa de energia foram vendidas a R$ 37 na oferta pública, com desconto de 0,54% em relação ao preço de fechamento no pregão de ontem da bolsa de valores.
Com a transação, a portuguesa EDP reduzirá a fatia de controle na empresa brasileira de 64,8% para 51%, em caso de venda integral do lote extra.
O Banco Espírito Santo, o Itaú BBA, o Morgan Stanley e o Santander coordenaram a oferta.
O período de reserva das ações da Copersucar, companhia de açúcar e álcool, começou ontem e vai até o dia 18 para os investidores interessados em participar da oferta pública.
O preço por ação, que deve variar entre R$ 14,50 e R$ 18,50, será definido em 20 de julho, quando se encerra o processo de coleta de intenções de investimento. Pessoas físicas podem participar da operação com aplicações a partir de R$ 3 mil.
Considerando o intervalo de preços sugerido, a empresa pode captar entre R$ 2,1 bilhões e R$ 2,7 bilhões, incluindo os lotes adicional e suplementar.
Mais da metade (64%) dos recursos levantados com a oferta primária - entre R$ 1,69 bilhão e R$ 2,16 bilhões - será destinada ao fortalecimento da estrutura de capital da empresa, que viu seu endividamento líquido quintuplicar em um ano.
O restante dos recursos irá para a construção e reforma de terminais e obras de melhoria de instalações portuárias. As ações da Copersucar estreiam no dia 21.

Cemig investirá R$ 400 mi na Renova
Estadão 07.08.2011 - Aporte será feito por meio da distribuidora Light, que ficará com 50% do controle. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), por meio da distribuidora Light, aprovou nesta quinta-feira uma parceria com a Renova Energia, empresa negociada em bolsa e que investe em pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e usinas eólicas. Com o negócio, de cerca de R$ 400 milhões, a Light passará a deter 26% do capital total e 50% do bloco de controle da Renova. A parceria, que vem sendo discutida desde o início do ano, vai reforçar a iniciativa da distribuidora fluminense de retomar projetos de produção de energia e atender o mercado livre. A ideia é ter mais geração própria para atender os clientes das comercializadoras do grupo (só a Cemig detém um terço do mercado livre). Hoje a empresa está investindo R$ 728 milhões em três novos projetos de geração, que vão ampliar em 27% a capacidade de fornecimento de energia até o ano que vem. Na Light, o negócio será votado em reunião marcada para hoje à tarde. Os projetos tocados pela Light seguem a mesma linha dos empreendimentos da Renova, focados em energia limpa. A empresa foi criada em 2001 para desenvolver projetos de PCHs. No meio do caminho, quando a energia eólica ainda vivia sob forte descrença do mercado, a companhia decidiu iniciar estudos dos potenciais dos ventos no País. Em 2007, associou-se ao fundo de investimento InfraBrasil, que tem entre os sócios o banco Santander. Para se capitalizar e tirar do papel os empreendimentos, ela abriu o capital em 2009 e captou R$ 160 milhões. Hoje a empresa tem três PCHs em operação, de 41,8 megawatts (MW). Mas o chamariz são os parques eólicos, que ela tem em carteira. Nos últimos leilões promovidos pela Agência Nacional de Energia Eólica (Aneel), a Renova foi uma das principais protagonistas. No total são 20 parques eólicos na Bahia, que somam 423 MW, todos em fase de construção e com contrato de venda de energia garantido.
Outro fator que chama atenção dos concorrentes são os projetos em estudo. Nos últimos anos, a Renova investiu no desenvolvimento de inúmeros projetos (alguns já entregues à Aneel), que somam 2.205 MW de energia eólica e 1.465 MW, de PCHs. Com a parceria com a Light, a empresa, que vale R$ 1,6 bilhão na bolsa, poderá acelerar os planos de crescimento.
A história da Renova com a Light faz parte de um forte movimento de fusões e aquisições que se instalou no setor elétrico nos últimos meses. Em abril, a CPFL Energia e a ERSA Energias Renováveis (que também tinha ações em bolsa) anunciaram a criação da CPFL Renováveis. O negócio surgiu a partir da associação dos ativos das duas empresas em PCHs, parques eólicos e usinas termelétricas movidas a biomassa. A fusão criou uma das maiores empresas da América Latina no segmento, com 648 MW de potência instalada em operação, 386 MW em construção e 3.341 MW em preparação para construção ou desenvolvimento. Juntas, Light e Renova serão uma concorrente de peso para a CPFL Renováveis.

Entrada da Eletrobras na EDP pode ocorrer em setembro
Valor 08.07.2011 - O grupo EDP acredita que a alienação de parte do capital da empresa que está nas mãos do governo de Portugal possa acontecer em setembro. A direção da companhia portuguesa considera "bem possível" a entrada da Eletrobras no seu capital, mas ressalta que a decisão sobre quando e para quem vender caberá ao governo do país europeu.
"Vemos a possibilidade de entrada da Eletrobras como possível, bem possível. Mas quero dizer que essa decisão é do acionista, ou seja, do governo português, do Estado. É ele o detentor das ações e será ele quem decidirá a forma de privatizar a EDP", afirmou António Ferreira da Costa, administrador da EDP Produção, que participou de seminário técnico promovido pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Costa explicou que, depois da última reunião do Conselho de Ministros de Portugal, a empresa percebeu uma aceleração na intenção de vender parte do capital da empresa. Com isso, a operação, inicialmente prevista para acontecer no fim do ano, poderia ser antecipada para setembro. O governo português tem 25% de participação na EDP e é o maior acionista individual. Mas a venda será de, no máximo, 20%, já que os outros 5% correspondem a obrigações conversíveis em ações que estão inalienáveis até o fim de 2012.
Costa frisou que o governo português também escolherá se venderá os 20% para uma única empresa ou se negociará com diferentes atores. Sobre a entrada da Eletrobras, o executivo lembrou que as duas companhias são parceiras "de longa data", desde a associação nas hidrelétricas de Lajeado e Peixe Angical, ambas em Tocantins.
"Temos com a Eletrobras uma relação longa e a possibilidade de vir a intensificar-se, do nosso lado, é bem vista", afirmou Costa.
Além da participação do Estado português, 42% do capital da EDP é de "free float" no mercado. Entre os demais acionistas constam empresas como Banco do Espírito Santo, Iberdrola, o fundo soberano dos Emirados Árabes e Sonatrach.
Sobre os planos para a empresa no Brasil, o executivo diz que um dos objetivos é crescer em geração. Atualmente, a empresa tem 1,7 gigawatts em capacidade instalada no Brasil e o país responde por 20% do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da companhia portuguesa. A empresa controla ainda as empresas de distribuição Escelsa e Bandeirante.
Costa ressaltou que a empresa vai participar do próximo leilão de A-3, em agosto, com uma termelétrica a gás natural que seria construída em Resende, no sul do Estado do Rio de Janeiro.

Energia eólica x Gamesa
Folha 08.07.2011 - O Brasil ultrapassou no final do primeiro semestre a marca de 1.000 MW produzidos em energia eólica. Até o momento, a produção foi de 1.060 MW, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica. "Nossos parques estão concentrados no Nordeste", diz o diretor-executivo da entidade, Pedro Perrelli.
O Estado do Ceará é responsável por mais de 560 MW produzidos, seguido do Rio Grande do Sul. "Conseguimos aumentar a produção porque antecipamos as operações em alguns parques no Rio Grande do Sul. As obras ficariam prontas apenas em 2012, mas já estão em funcionamento", afirma Perrelli.
A produção de energia eólica continuará crescendo no Brasil. Hoje, a espanhola Gamesa inaugura fábrica na Bahia. Até o fim deste ano, a Alstom também terá nova planta no Estado, segundo a associação do setor.

Poço no pré-sal tem a maior produção mensal da Petrobras
Valor 07.07.2011 - Primeiro poço a produzir comercialmente no pré-sal atingiu produção média de 28.436 barris de óleo por dia.
O campo de Lula tem reservas de 6,5 bilhões de boe, a maior jazida com volumes estimados provados do Brasil.
O poço 9-RJS-660, no campo de Lula, no pré-sal da bacia de Santos, foi o que registrou a maior produção da Petrobras para o mês de maio, afirmou a companhia nesta quinta-feira em comunicado. O poço, o primeiro a produzir comercialmente no pré-sal, atingiu produção média de 28.436 barris de óleo por dia.
"Esse resultado confirma o alto potencial dos reservatórios do pré-sal brasileiro, e, se considerarmos a produção de óleo mais gás natural, o volume alcançou 36.322 barris de óleo equivalente por dia (boed)", afirmou a Petrobras.
O campo de Lula tem reservas de 6,5 bilhões de boe, a maior jazida com volumes estimados provados do Brasil.
De acordo com a estatal, o poço foi o primeiro a ser interligado ao FPSO Cidade de Angra dos Reis. "Além desse poço, já está conectado à plataforma um poço injetor de gás que, desde o início de abril de 2011, reinjeta no reservatório gás produzido pelo 9-RJS-660", afirmou a estatal. A previsão é que o FPSO Cidade de Angra dos Reis esteja produzindo cerca de 100 mil bpd ao longo do ano de 2012.
O poço está em área operada pela Petrobras, no bloco BMS-11, sob concessão de consórcio integrado também pela BG Group (com 25% de participação) e Galp Energia (10%).
Recentemente, a BG Group duplicou sua estimativa para a sua parte das reservas de gás e petróleo na bacia de Santos, para 6 bilhões de barris.
A Petrobras não quis comentar a mudança na estimativa da BG.

Empresa investe R$ 130 mi para a compra de navios
Folha 08.07.2011 - Depois de dez anos inativa, a empresa de transporte marítimo Graninter volta ao mercado e investe US$ 80 milhões (cerca de R$ 130 milhões) na compra de duas novas embarcações.
Fundada em 1981, para transporte de produtos químicos, a companhia, braço marítimo do Grupo Rocha, de Curitiba (PR), vai agora transportar carga seca.
"Existe uma carência de investimentos nesse segmento de transporte no Brasil", diz Luiz Philippe Figueiredo, presidente da Graninter. A estratégia é trabalhar em parceria com outra empresa do grupo, a Rocha Terminais Portuários e Logística, com operação nos portos de Paranaguá (PR), São Francisco do Sul (SC) e Santos (SP).
"A empresa terá o controle de toda a cadeia logística, desde a indústria ao transporte marítimo", diz Figueiredo. O primeiro contrato foi fechado no final de junho com a ArcelorMittal Vega. "Serão embarques mensais de bobinas de aço, de Itajaí (SC) para a Argentina."
A companhia está em fase final de negociação com outras siderúrgicas que têm interesse em exportar para países da América do Sul. Os novos navios foram encomendados do estaleiro Rio Maguari, em Belém (PA), e terão capacidade de 17 mil toneladas cada um. O primeiro será entregue no final de 2012. Hoje, a companhia opera com navios fretados.
Os investimentos foram feitos com recursos próprios e com financiamento do fundo da marinha mercante.

Vale enfrenta revezes em porto no Pará e em mineradora na África
DCI 08.07.2011 - A Vale esta debruçada sobre dois assuntos estratégicos no Brasil e na África. No País, uma ação civil pública foi ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF) no Estado do Pará, pedindo a suspensão imediata do processo de licenciamento ambiental do Porto do Espadarte, um projeto da mineradora, que comprou, no ano passado, por R$ 10 milhões, 3.000 hectares para a construção do porto, para encurtar em 400 km o transporte de minério de ferro da Serra dos Carajás, que é feito hoje pelo Porto de Itaqui, em São Luís (MA). Segundo o MPF, o licenciamento concedido pelo Ibama é irregular, pois prevê a utilização de áreas que não podem ser ocupadas porque fazem parte de reserva extrativista. E adia corte de custos para competir mais no mercado externo.
Já na África, a oferta da concorrente chinesa Jinchuan, a maior produtora de níquel do mundo, superou em US$ 200 milhões a sua, e agora a Vale terá de se reposicionar ou para cobrir a oferta chinesa pelas minas de cobre e cobalto no Congo e Zâmbia ou mudar de tática. No mercado financeiro as apostas são de que a Vale irá preferir a aquisição da Paranapanema, processadora de cobre brasileira. A ideia seria evitar a dívida de US$ 1,12 bilhão pela Metorex, e o principal motivo, segundo a Planner Corretora, é não entrar em "clima de leilão" com chineses. A Paranapanema expandiu a produção para chegar a 280 mil toneladas por ano. Suas placas de cobre, da planta na Bahia, são exportadas até para a China.

Avanço da CSN no capital da Usiminas causa 'desconforto'
Exame 07.07.2011 - Além das duas empresas, o bloco de controle da siderúrgica mineira é formado também pela Nippon Steel e pelo clube de empregados da empresa.
O avanço da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) no capital da Usiminas causa um certo "desconforto", mas não chega a preocupar o presidente da empresa mineira, Wilson Brumer. Segundo ele, as chances da siderúrgica de Benjamin Steinbruch conseguir um espaço no bloco de controle da Usiminas são pequenas.
"É lógico que esse discurso causa desconforto, o tempo todo ficar discutindo esse tema", afirmou o executivo, que participou hoje de um encontro promovido pela Apimec-Rio. Steinbruch voltou a reiterar essa semana o interesse em comprar a fatia da Camargo Corrêa ou da Votorantim no capital da Usiminas.
Além das duas empresas, o bloco de controle da siderúrgica mineira é formado também pela Nippon Steel e pelo clube de empregados da empresa. Diante das investidas da CSN, os sócios controladores renovaram em fevereiro o atual acordo de acionistas até 2031. Para Brumer, a decisão é um sinal claro que não há espaço para a empresa Steinbruch no bloco de controle da Usiminas.
O presidente argumentou ainda que mesmo que houvesse interesse da Camargo ou Votorantim deixar a companhia, a Nippon Steel já manifestou o interesse em comprar a participação. "A Nippon Steel está na Usiminas há 50 anos, desde a sua fundação. Já falou que vai exercer o direito de preferência se algum dos outros sócios vender, por isso, vejo essas compras (de ações pela CSN) como um investimento financeiro", afirmou.
Com cerca de 10% das ações ordinárias e 5,25% das preferenciais, a CSN está perto de pleitear um assento no conselho de administração da concorrente mineira. Pela Lei das Sociedades Anônimas, é necessário ter 15% das ações ordinárias ou 10% das preferenciais para eleger um membro no conselho de acionistas. "Se ele (Benjamin Steinbruch) tem o objetivo de chegar lá não podemos fazer nada, as ações estão no mercado", disse.
Caso esse cenário se concretize, Brumer pondera que o representante escolhido pela CSN terá de se retirar da reunião quando o conselho for debater temas que remetam a um possível conflito de interesse. O executivo lembra que já passou por uma situação semelhante quando era presidente da mineradora BHP e participava do conselho da Vale. "Tomava mais cafezinho do que assistia a reunião", brincou.
Vendas: Durante o encontro promovido pela Apimec-Rio, Brumer reafirmou a estratégia da Usiminas de priorizar no mercado interno. A meta da companhia é destinar apenas 15% das vendas para exportação por conta do excedente de oferta de aço no exterior. "Vamos reduzir ao máximo. Não adianta exportar com prejuízo, com esse câmbio e esses custos", disse. O executivo deixou claro que prefere cortar produção do que exportar com prejuízo.

Bamin busca licença de porto para iniciar obras de mina na BA
Valor 08.07.2011 - Viveiros, presidente da Bamin: "A Oeste-Leste vai criar um corredor de exportação ligando o Brasil Central à costa baiana".
José Francisco Martins Viveiros, geólogo, há 35 anos na indústria de mineração e metalurgia, acaba de ser nomeado novo presidente da Eurasian Natural Resources Corporation (ENRC) no Brasil. O grupo ENRC, do Cazaquistão, que fatura US$ 4,5 bilhões ao ano, adquiriu ativos minerais na Bahia e em Minas Gerais, e está desenvolvendo o projeto da Pedra de Ferro, da controlada Bahia Mineração (Bamin), em Caitité (BA), com investimento orçado em US$ 2,5 bilhões.  Viveiros tem a missão de implantar o empreendimento da Bamin, que envolve mina, ferrovia e porto, bem como um projeto no Norte de Minas, quase na divisa com Bahia. No local, na região de Salinas, Porteirinha e Rio Pardo, a multinacional, que atua na região por meio da Mineração Minas Bahia (MIBA), comprou uma reserva com potencial de 1,5 bilhão de toneladas de minério de ferro.
O novo presidente da ENRC, que já ocupou cargos na alta administração da Vale e da ArcelorMittal, havia se afastado recentemente da carreira de executivo para ser consultor da indústria de mineração, com escritório em Belo Horizonte. Ele disse ao Valor que não resistiu ao convite da ENRC pela importância dos dois projetos, ambos em regiões muito pobres. As conversas com os dirigentes da ENRC, que tem sede em Londres, começaram em março e foram concluídas em junho.
No momento, sua missão é obter licenças ambientais para o terminal portuário privativo do projeto da Bamin, que será construído próximo de Ilhéus e com a assinatura do contrato para ter o "direito de passagem" na ferrovia Oeste-Leste, em início de construção pela Valec (governo federal), para transportar o minério. "Já temos a licença de instalação da adutora que vai levar água do Rio São Francisco até a mina, a licença de instalação da mina e a Valec está encarregada da licença de instalação da ferrovia", informou. "A única licença pendente é a do porto".
Transporte, com vagões e locomotivas próprios, será feito pela ferrovia Oeste-Leste dentro das novas regras da ANTT.
O projeto está previsto iniciar operação em 2014, com capacidade de 20 milhões de toneladas de pellet-feed (minério de ferro superfino usado para fazer pelotas). Recentemente, o empreendimento correu o risco de atrasar porque o primeiro local escolhido para abrigar o porto, a Ponta da Tulha, foi vetado pelo Ibama, por ser uma área de Mata Atlântica. Viveiros relatou que o próprio Ibama sugeriu que o porto fosse construído em Aritaguá, 15 km de Ilhéus. "Estamos trabalhando para ter a licença prévia do porto até setembro e a de instalação no primeiro trimestre de 2012". A área, de onde sairá minério concentrado rumo a China e Oriente Médio, vai contar também com um porto público.
O transporte do minério de Pedra de Ferro até o porto pelos trilhos da Oeste-Leste é objeto de um contrato a ser assinado com a Bamin, prestes a ser fechado. "Já há uma minuta avançada em discussão e já passou pelo crivo da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)", disse Viveiros, negando a compra adianta de frete na ferrovia, conforme noticiado. O contrato entre a FIOL e a Bamin dará o "direito de passagem" à empresa (da mina até o porto, cerca de 513 km).
A Bamin vai operar sobre os trilhos da ferrovia mas com material ferroviário próprio - locomotivas e vagões. Esse contrato será um dos primeiros com base na nova regulamentação que a ANTT está implementando para aumentar a concorrência no setor ferroviário. Nesse caso, o frete também será mais barato. Seu valor deverá situar-se a menos da metade do cobrado atualmente, por exemplo, pela MRS, que supera R$ 20 a tonelada, afirmou Viveiros.
"A Oeste-Leste vai criar um corredor de exportação ligando o Brasil Central à costa baiana. A ferrovia, de 1.500 km, vai levar carga do Centro-Oeste para o nosso porto, em Aritaguá, e para o público, que terão condições para receber navios de até 21 metros de calado.
Para a Bamin, a ferrovia foi fundamental para o projeto, pois a empresa inicialmente pensava em construir um mineroduto entre a jazida e o porto. A construção da ferrovia já começou no trecho inicial, do porto a Caitité. A Bamin terá de fazer um ramal para ligar a mina à estrada-de-ferro.

Governo quer compartilhar estruturas de aeroportos
Valor 08.07.2011 - O governo federal propôs às companhias aéreas o compartilhamento da estrutura usada nos aeroportos a partir do fim do ano, período de maior fluxo de passageiros. O ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Wagner Bittencourt, coordenou ontem uma reunião com as principais empresas e os comandos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Infraero.
A proposta do governo prevê a adaptação dos sistemas eletrônicos das companhias de modo a permitir o compartilhamento dos guichês, onde são feitos check-in, e dos terminais de auto-atendimento (totens). Segundo o ministro, as mudanças pretendidas não envolvem o compartilhamento de funcionários, mas apenas da estrutura usada pelas empresas.
"Em vez de esperarmos o problema, vamos fazer um planejamento antecipado", disse Bittencourt. No encontro, compareceram os executivos e diretores da TAM, Gol, Azul, Webjet, Passaredo, Trip e Avianca.
Bittencourt informou que o planejamento adotado para o fim do ano deverá ser utilizado permanentemente, inclusive nos períodos de menor fluxo de passageiros para garantir mais eficiência. Para ele, também deve ser estimulada a política de desenvolvimento da aviação regional.

Tesouro capta US$ 500 mi com menor taxa da história
Exame 07.07.2011 - A liquidação financeira ocorrerá em 14 de julho, quando os dólares captados pelo Tesouro entram nas reservas internacionais.
O Tesouro Nacional informou que a oferta será estendida ao mercado asiático em até US$ 50 milhões.
O Tesouro Nacional conseguiu vender hoje no mercado internacional US$ 500 milhões em títulos Global 2021, com a menor taxa de retorno ("yield") da história, de 4,188% ao ano. O Global 2021, com vencimento em 22 de janeiro de 2021, foi emitido com spread de 1,05 ponto porcentual acima do Treasury - título do Tesouro norte-americano com vencimento em 15 de maio de 2021. O spread também foi o menor da história.
A emissão, liderada pelos bancos Goldman Sachs e Santander e co-líder BB Securities, foi colocada ao preço de 105,348% do valor de face e cupom de juros de 4,875% ao ano. A liquidação financeira ocorrerá em 14 de julho, quando os dólares captados pelo Tesouro entram nas reservas internacionais.
O Tesouro Nacional informou que a oferta será estendida ao mercado asiático em até US$ 50 milhões, nas mesmas condições obtidas na oferta nos mercados europeu e norte-americano. O resultado final da emissão será anunciado depois de concluída a operação naquele mercado.

Corretora SLW reforça a prateleira com renda fixa
Brasil Economico 07.08.2011 - Momento pouco animador na renda variável estimulou criação de plataforma, que conta com dois comitês para análise de produtos.
Depois de reforçar a estrutura com uma gestora de recursos, que vem ganhando corpo aos poucos na estrutura do grupo SLW, a corretora agora está diversificando a prateleira e quer mostrar força também em renda fixa.
O momento é propício: bolsa andando de lado, investidores pouco animados para aproveitar a baixa dos papéis, ciclo de alta de juro básico e migração para aplicações que protejam patrimônio em períodos de volatilidade.
"Como toda corretora, intermediação é nossa especialidade e já tínhamos alguns produtos de renda fixa, mas como uma operação bastante passiva. A SLW sempre foi conhecida e vai continuar como uma grande casa de equity, mas o cliente hoje exige um atendimento de forma mais completa", diz Antonio Milano, presidente da corretora.
Para o executivo, o que o investidor quer de uma corretora é inteligência de mercado e isso inclui ter serviços e produtos mais completos, independente do momento de mercado. "No nosso caso, faltava renda fixa que acaba sendo o grosso de ativos líquidos dos clientes", avalia.
Para turbinar a área, que contava até então basicamente com operação de títulos públicos, Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e volume limitado de debêntures, a corretora estruturou dois comitês - o primeiro é responsável por identificar oportunidades em renda fixa, levar emissões para análise e validar ou não a entrada da modalidade no portfólio, Tomada essa decisão, explica Milano, passa-se ao comitê de crédito, que avalia a instituição emissora.
"Neste comitê, consideramos a solidez do originador e, dependendo do produto, a análise será feita também por emissão", explica.
Esse processo de estruturação da área de renda fixa foi iniciado há dois meses, quando a SLW chamou instituições financeiras e originadores de papéis para apresentar portfólios, considerando não só tipo de produto e qualidade, como também taxas. "Com isso feito, pudemos estabelecer as primeiras parcerias e hoje os clientes já enxergam essa plataforma", conta o executivo.
Operando, de fato, há cerca de 20 dias, a área tem hoje nove instituições financeiras como parceiras, que distribuem hoje as letras de crédito imobiliário e agrícola (LCI e LCA), CDB, debêntures, títulos públicos e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). A próxima rodada de parceiros, já em curso, é para incluir na prateleira opções de previdência privada.
"Em 20 dias, temos R$ 10 milhões nesta plataforma. O objetivo da SLW é chegar a R$ 300 milhões em renda fixa em dois anos", conta Milano. O alvo principal é o investidor que já está na corretora, em fundos ou ações, e passe a acessar também os produtos de renda fixa.
Além disso, a SLW quer retomar os contatos de quem já foi cliente e não está mais ativo na corretora, para então buscar novos. Segundo Milano, são 8 mil clientes ativos.
Além do reforço na corretora, a SLW também quer expandir a atuação da gestora de recursos. Criada há 10 anos, tem hoje uma família de quatro fundos - multimercado, ações, renda fixa e algorítmos -, que deve ser aumentada com crescimento orgânico e também aquisições.
"A SLW está completando 40 anos e fazendo uma reengenharia nas atividades para assegurar os próximos 40", diz Milano, que integrou a equipe há quatro meses, justamente com essa missão, após 15 anos na Fator Corretora.

Países africanos querem fatia maior da riqueza mineral
Valor 08.07.2011 - Vários países africanos estão se movimentando para ficar com uma fatia maior da sua riqueza em commodities, à medida que a disputa por esses produtos enfraquece o poder de barganha de grandes empresas multinacionais.
A disposição da Tanzânia de estudar a criação de um superimposto sobre minas fez com que as ações da African Barrick Gold, maior produtora de ouro no país, atingissem em junho o seu menor valor. Além de Moçambique e Tanzânia, também Gana, Namíbia, Guiné, Uganda e Gabão estão tomando medidas para elevar sua receita com a mineração.
A balança de poder está pendendo a favor dos governos africanos, num momento em que os preços das commodities está alto e a brasileira Vale e a chinesa Minmetals Resources se juntam às grandes empresas ocidentais na luta por contratos. Ao mesmo tempo, os políticos estão em busca de investimentos em estradas, ferrovias e geração de energia, que dizem ser essenciais para manter o crescimento médio de 5,7% no continente durante a década passada.
"O fato de empresas chinesas, brasileiras e indianas estarem se envolvendo bem mais na mineração na África significa que as mineradoras ocidentais estão mais pressionadas", diz Chris Melville, consultor da Menas Associates, de Londres. "Quando você tem mais pretendentes, pode ser um pouco mais seletivo e mais exigente."
Às empresas não restam muitas alternativas senão pagar mais. O cinturão de cobre que atravessa Zâmbia e Congo tem 10% das reservas globais do metal, enquanto este último abriga dois terços dos depósitos de cobalto. Botsuana diz ter 200 bilhões de toneladas de reservas de carvão, e a Guiné é o maior exportador mundial de bauxita, minério base na produção de alumínio. O continente tem ainda algumas das mais ricas jazidas de urânio, platina e ouro.
"O que estamos vendo agora definitivamente é uma tendência, e parte disso tem a ver com commodities, mas acredito que muito tem a ver com a percepção dos governos de que não estão ganhando uma parcela justa", afirma Mouhamadou Niang, gerente responsável por investimentos em mineração do Banco de Desenvolvimento Africano. "Há demandas dos dois lados" e "é necessário um senso de continuidade e estabilidade de regimes fiscal e legal".
Maior economia do continente, a África do Sul também pode seguir esse rumo. O Congresso Nacional Africano (CNA), partido governista, decidiu realizar estudos para a estatização de setores. "Os investidores, tradicionais fornecedores de capital de risco para o setor, estão receosos", diz David Brown, CEO da Impala Platinum. "O risco associado a futuros investimentos na mineração sul-africana subiu consideravelmente na ótica de quem está fora do país."
Segundo Brown, o debate sobre a e ameaça reduzir a produção das minas, a qual contribui com 8,8% do Produto Interno Bruto da África do Sul. As discussões pelo continente sobre impostos mais altos pode causar a diminuição de investimentos. "Governos tentados a se mover nessa direção se convencem de que os investimentos necessários em seus países não se reduzirão. Estão errados", diz Cynthia Carroll, CEO da Anglo American. "As empresas internacionais têm alternativas de investimentos em jurisdições diferentes."
Com uma parte grande dos depósitos minerais restantes do mundo na África, essas alternativas podem estar diminuindo, assim como as da África estão aumentando. Os governos estão sendo cortejados por mais mineradoras, particularmente da China, diz a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf. Para ela, os chineses estão "agressivos e famintos por matéria-prima". "E nós também atingimos um ponto de maturidade em como negociamos", completa.

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