sexta-feira, 15 de julho de 2011

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Daily News

CVM determina suspensão de oferta de fundo suíço
Valor 15.07.2011 - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) encaminhou alerta ao mercado ontem sobre a captação irregular em fundos de investimento e outras aplicações pela gestora Privatiers Asset Management, com sede na Suíça, e por seu sócio, Cristiano Zen. A autarquia determinou ainda a suspensão da oferta de investimentos da empresa no Brasil, sob pena de multa diária de R$ 5 mil.
Segundo comunicado, a CVM constatou que a empresa vem oferecendo no Brasil a aplicação em fundos e outros investimentos sem autorização. Vale lembrar que a oferta pública de fundos só pode ser feita por entidades integrantes do sistema local de distribuição de valores mobiliários. Da mesma forma, a administração profissional de carteiras requer a prévia autorização da autarquia.
A oferta ocorreria por meio do site www.privatiers.eu. Logo ao acessar a página, o internauta pode escolher ter as informações em português, alemão, inglês ou espanhol. A empresa se apresenta como uma "nova forma de Consultoria Profissional em Investimentos (Gerenciamento de Recursos de Terceiros ou Asset Management) baseada na combinação entre estratégias de investimento inovadoras e centros financeiros tradicionais". A gestora ressalta sua independência financeira e diz estar sediada na cidade Sankt Gallen, na Suíça. Sua especialidade são "as inovações financeiras Retorno Absoluto."
Na página da Privatiers, inclusive, é possível encontrar telefones da empresa com o código de Santa Catarina. No catálogo de produtos e serviços, a gestora afirma fazer "visitas trimestrais aos clientes, também no Brasil". O Valor tentou contato com a empresa, tanto nos telefones do Brasil quanto no da Suíça, sem sucesso.
Zen é brasileiro, nascido em Santa Catarina, e se formou em engenharia química, com MBA em administração. No site da empresa, diz ser "daytrader" especialista no mercado de futuros.
No comunicado, a autarquia solicita aos investidores que receberem propostas de investimento por parte da Privatiers ou de seu sócio que comuniquem o fato por meio do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), disponível na página da CVM, em "Fale com a CVM". A autarquia pede a esses investidores que prestem informações detalhadas sobre as condições da oferta. O objetivo é permitir "a correta identificação das pessoas envolvidas, inclusive para configurar o eventual descumprimento da determinação de suspensão das referidas condutas."
A CVM lembra, no entanto, que não tem o poder de ressarcir eventuais prejuízos de investidores, mas pode comunicar o Ministério Público quando os fatos apurados mostrarem indícios de infração à lei penal.
Somente neste ano, outros quatro alertas foram encaminhados pela CVM ao mercado relacionados a instituições que ofereciam aplicações financeiras de forma irregular, sem registro junto aos órgãos reguladores.

Kroton compra
Valor 15.07.2011 - A Kroton, grupo mineiro de educação que tem como acionista principal o fundo americano Advent, anunciou ontem a aquisição da Faculdade Educacional de Ponta Grossa, no Paraná. O valor da negociação foi de R$ 8 milhões, mas houve um abatimento de R$ 150 mil referente à divida da faculdade. Com isso, a compra foi fechada em R$ 7,85 milhões. Desse montante, R$ 4,7 milhões foram pagos à vista e a outra parte será paga ao longo de cinco anos. A Faculdade Educacional de Ponta Grossa conta com 1.486 alunos. Segundo comunicado enviado à CVM, a aquisição tem por objetivo fortalecer a presença da Kroton no Paraná, onde o grupo mantinha apenas uma operação.

ICE compra de Advent e Itaú 12,4% da Cetip por US$512mi
Estadão 14.07.2011 - A operadora de bolsas Intercontinental Exchange acertou a compra de 12,44 por cento das ações da Cetip que pertenciam à Advent International e ao Itaú Unibanco, por 512 milhões de dólares.
A compra, realizada por meio da Ice Overseas, contempla 31.565.314 ações da Cetip, sendo 25.161.644 papéis da Advent International, que deixa de ser sócia da empresa, e 6.403.670 ações detidas pelo Itaú Unibanco. Este último segue com o equivalente a 3,4 por cento do capital da Cetip.
O pagamento será feito com 302 milhões de dólares em dinheiro e outros 210 milhões de dólares em linhas de crédito.
A Cetip é um mercado de balcão organizado que realiza a custódia e liquidação financeira de títulos públicos e papéis de renda fixa. Nos últimos meses, a companhia tem sido alvo de rumores de que poderia se associar a algum sócio estrangeiro para se tornar concorrente da BM&FBovespa no mercado de bolsas.
No mesmo segmento, no começo do ano a bolsa norte-americana Bats Global Markets e a gestora de recursos brasileira Claritas anunciaram planos de criação de uma nova bolsa para concorrer com a BM&FBovespa.
Na quarta-feira, a BM&FBovespa anunciou que mudará a política de tarifação para operações em seus mercados, com o objetivo de facilitar a comparação com as tarifas praticadas no exterior.
A Advent, um das maiores gestoras de fundos de private equity em atividade no Brasil, havia comprado 30 por cento do capital da Cetip em maio de 2009 por cerca de 360 milhões de reais. Cinco meses depois, se desfez de parte do investimento no processo de abertura de capital da Cetip. Em janeiro deste ano, vendeu outra parte de suas ações na empresa.
Só a parcela vendida agora, a 25,50 reais por ação, rendeu à Advent um montante de cerca de 641,6 milhões de reais.

Bradesco e BMG farão emissão de letra
Valor 15.07.2011 - Os bancos começam a testar a demanda do mercado por emissões públicas de letras financeiras. Após o Daycoval anunciar que pretende realizar um programa para captar R$ 1 bilhão nos próximos dois anos, Bradesco e BMG entraram com pedido de registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para captar recursos no mercado.
A emissão de estreia do Daycoval será de R$ 200,1 milhões e terá prazo de dois anos e um mês, um a mais que o mínimo requerido. A remuneração será de até 115% do CDI, dependendo da demanda durante o processo de coleta de intenções de investimento ("bookbuilding"). A taxa é superior à média dos CDBs emitidos por bancos de médio porte, segundo especialistas. Esse prêmio, porém, é considerado natural diante do caráter de longo prazo da letra financeira, enquanto o CDB possui liquidez diária. Procurados, Bradesco e BMG confirmaram o pedido na CVM, mas não deram detalhes sobre os programas.
A emissão pública de letras foi regulamentada em dezembro pela CVM, dias depois da decisão do Banco Central de isentar os papéis do recolhimento do compulsório e, ao mesmo tempo, elevar a alíquota para os depósitos a prazo (CDB). Desde então, os bancos aceleraram as emissões das letras em caráter privado, que alcançaram estoque de R$ 91 bilhões no final de junho, o que representa uma parcela de 11% do estoque total de títulos bancários, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
O resultado das primeiras emissões deverá estimular outros bancos a virem a mercado, segundo o analista João Augusto Salles, da Lopes Filho. Ele lembra que o momento para testar o interesse do investidor é propício, já que os bancos se ressentem da paralisação da cessão de carteiras desde o caso PanAmericano, além do fim gradual do depósito com garantia do Fundo Garantidor de Créditos (DPGE) determinado pelo Banco Central e da janela mais apertada para captações externas.
Além da rentabilidade, a demanda dos investidores dependerá das condições de liquidez dos papéis no mercado secundário, avalia Salles. Dados da Anbima mostram que o volume total de negociação com os papéis registrou recorde no mês passado, quando ocorreram 387 operações, no total de R$ 1,9 bilhão. A expectativa é que a cifra aumente com as emissões públicas.

Cinco mostram interesse em ativos do Independência
Valor 15.07.2011 - O frigorífico Independência, que está em recuperação judicial e tem dívidas estimadas em R$ 1,9 bilhão, recebeu cinco propostas para compras de seus ativos. A alienação de unidades isoladas em conjunto ou separadamente do frigorífico está prevista no plano de recuperação judicial aprovado pelos credores do Independência em março deste ano.
Conforme o apurou o Valor com fontes próximas ao processo, apresentaram propostas por unidades isoladas do Independência a Alfredo Kaefer Ltda, dona do Diplomata, de Cascavel (PR), a Ducargo Logística Ltda, de São José dos Pinhais (PR), a Rios e Associados Ltda, de Anápolis (GO), o Curtume Viposa S.A, de Caçador (SC), e Aristides de Almeida Vilhena, de Barueri (SP).
Agora, os credores do Independência vão avaliar as propostas em assembleia, no próximo dia 22 de julho em São Paulo. Conforme ficou acertado no plano de recuperação judicial, a venda dos ativos não poderá ser feita por valor inferior ao da avaliação das unidades produtivas, equivalente a R$ 706,9 milhões.
Estão à venda as seguintes unidades: um abatedouro e um curtume em Nova Andradina (MS), um abatedouro em Campo Grande (MS) e outro em Senador Canedo (GO). Além disso, há dois armazéns em Santos e Barueri, e quatro terrenos - em Juína, Pontes e Lacerda e Confresa, em Mato Grosso, e em Paraíso do Tocantins (TO).

PepsiCo
Para criar um salgadinho com novos valores nutricionais, a PepsiCo investiu R$ 57 milhões.
Folha 15.07.2011 - Os recursos foram aplicados na adaptação da linha de produção de seis fábricas no Brasil e no desenvolvimento técnico do produto.
O novo Cheetos, que será lançado neste mês em todo o país, terá redução de 25% de sódio e de 75% de gordura saturada. A mudança na gordura se deve ao uso do óleo de girassol.
Para viabilizar esse projeto, a companhia fechou uma parceria com produtores de girassol nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.
"A parceria é estratégica. Um dos grandes problemas do projeto era a garantia de que teríamos a quantidade necessária do óleo", afirma Patricia Kastrup, vice-presidente da PepsiCo para a área de alimentos.
Cerca de 70% do óleo utilizado vem da parceria com os produtores. "Com treinamento e apoio técnico, temos segurança com a qualidade da matéria-prima."
A companhia já estuda transferir a tecnologia para outras linhas e países, segundo Kastrup.

BRF deve vender empresa forte, diz Cade
Valor 15.07.2011 - Olavo Chinaglia, do Cade: Brasil Foods tem de seguir milimetricamente termo de compromisso de desempenho.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Ministério da Justiça vai exigir que a BRF Brasil Foods entregue uma empresa forte para a concorrência. "O (José Antonio do Prado) Fay, presidente da BRF, disse que vai preparar uma noiva para vender à concorrência. Pois nós queremos uma noiva bonita", afirmou ao Valor o conselheiro Ricardo Ruiz, que conduziu as negociações pelas quais a compra da Sadia pela Perdigão foi aprovada com condições, na quarta-feira.
Segundo ele, o êxito da decisão depende da empresa que comprar o pacote de fábricas, centros de distribuição de produtos e abatedouros, que equivalem a 730 mil toneladas de produtos, e vai ser concorrente direta da BRF em 14 mercados dominados pela Sadia e a Perdigão.
Pelo acordo assinado com o Cade, há apenas três condições para essa empresa. Ela deve ter: higidez financeira, capacidade administrativa e gerencial e não ter vínculos com a BRF. Mas, Ruiz ressaltou que é o Cade que vai dizer o que é higidez financeira e capacidade gerencial. "O Cade é o pai da noiva e vai ter que dar ok para o casamento", enfatizou.
Para chegar à "noiva bonita", a BRF vai ter de entregar ativos em pleno funcionamento. Ruiz lembrou que há punições de R$ 25 milhões à empresa por infração ao termo assinado com o Cade. Isso inclui, por exemplo, entregar fábricas em mau estado de funcionamento. Também há multas em igual valor por cada ponto percentual perdido nas marcas que serão postas à venda.
"O comportamento da BRF tem que ser milimetricamente na linha do termo de compromisso de desempenho", afirmou o conselheiro Olavo Chinaglia, que presidiu o julgamento. "Se a companhia pisar um dedo do pé para fora (do acordo), vai acender um sinal amarelo e podemos discutir a revisão da decisão", completou.
Especialistas em antitruste questionam se esse monitoramento vai, de fato, funcionar. Para o economista Luís Fernando Rigato Vasconcellos, que foi conselheiro do Cade, o órgão antitruste "não tem como ficar de babá de empresa". "Ainda não sabemos se, juntos, esses ativos, vão funcionar", afirmou Vasconcellos, referindo-se ao pacote que será vendido a concorrentes. Para ele, "a função do órgão antitruste não é a de fazer muita engenharia corporativa", pois, com isso, "ele vai ter que ficar monitorando a implementação de todas as condições."
Outro receio de especialistas é o de que a BRF utilize a marca Sadia para ocupar o espaço deixado pela suspensão da Perdigão. "Na verdade, a companhia pode ganhar os consumidores da marca Perdigão utilizando a marca Sadia", afirmou Arthur Barrionuevo Filho, ex-conselheiro e professor da FGV.
Ele teme que os preços de produtos Sadia sejam reduzidos apenas para impedir concorrentes de ocupar o vácuo deixado pelo fim da Perdigão. Segundo ele, depois desse movimento de baixa de preços, a companhia teria menos concorrentes e, com isso, poderia voltar a aumentar os preços da marca Sadia no futuro.
Chinaglia não aposta nesse movimento. O conselheiro avalia que, para abocanhar a demanda da Perdigão, a Sadia vai precisar de capacidade produtiva. Como a BRF terá de vender uma série de ativos, ela não teria capacidade para tanto. Além disso, a empresa que comprar os ativos da BRF "vai ter fôlego para reagir a movimentos da BRF e criar produtos e marcas novas". "O consumidor vai ter acesso à marca Premium (Sadia) a preços menores e, depois, terá outros produtos para comprar (de concorrentes)", disse o conselheiro.
Ruiz acrescentou que a empresa que comprar os ativos da BRF será a vice-líder do mercado. "Estamos extremamente atentos à (empresa) entrante, pois a solução concorrencial vai depender disso. Ela não pode transferir ativos degradados ou que não funcionem", disse.
Tanto Ruiz quanto Chinaglia avaliam que o caso BRF ainda não acabou. Para Ruiz, o Cade vai viver, agora, a terceira fase do processo. A primeira terminou com o voto do relator, Carlos Ragazzo, pela reprovação do negócio. A segunda foi a fase de negociações que terminou no acordo entre a BRF e o Cade. Agora, há a terceira fase que é a de implementação daquilo que foi acordado. "Essa fase é decisiva", constatou Ruiz.

SDE aprova fusão que cria Máquina de Vendas
Valor 15.07.2011 - A Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, endossou a opinião da Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) e recomendou a aprovação da fusão das varejistas Ricardo Eletro e Insinuante, que formaram a Máquina de Vendas.
Em parecer divulgado ontem no Diário Oficial, a SDE reproduz a avaliação da Seae e defende a aprovação da união sem imposição de qualquer restrição.
O processo segue agora para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a quem caberá o parecer final.
Segundo o parecer da Seae, foram analisados 35 mercados em que há sobreposição das redes Insinuante e Ricardo Eletro. A maior parte deles (23 municípios) fica no Estado da Bahia. Na sequência aparece o Rio de Janeiro, com oito cidades. Na primeira análise, a secretaria concluiu que em apenas seis dessas cidades, todas no Rio de Janeiro, a fusão não teria impactos anticompetitivos.
Em um estudo mais detalhado, relatado no documento, a Seae mantém a suspeita de prejuízo à concorrência em nove cidades, todas baianas: Camaçari, Candeias, Cruz das Almas, Dias D'Ávila, Jacobina, Lauro de Freitas, Serrinha, Simões Filho e Vitória da Conquista.
A possibilidade de concentração excessiva é totalmente descartada quando a Seae considera as fusões ocorridas recentemente entre varejistas. "Durante o último ano, duas associações importantes ocorreram no setor em análise, notadamente a associação entre a Casas Bahia, o Ponto Frio e a Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), assim como a associação entre a Magazine Luiza, as Lojas Maia e o Baú da Felicidade ", diz o documento. O documento da Seae não faz referência à City Lar, que agregou participação à Máquina de Vendas nas regiões Norte e Centro-Oeste.

Acordo une Sandoz à Medley para distribuição
Valor 15.07.2011 - A Sandoz, controlada pela suíça Novartis, fechou um acordo comercial com a Medley, que pertence à francesa Sanofi-Aventis, no segmento de antibióticos no Brasil, apurou o Valor. Por esse tratado, a Medley passa a fazer a distribuição de oito medicamentos (em 21 apresentações) da multinacional em todo o país.
A Medley informou que o acordo comercial foi assinado no dia 27 de maio e é válido até 31 de dezembro de 2015, podendo ser prorrogado. O contrato foi submetido previamente ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Esse acordo, que passou a vigorar no fim de junho, faz parte da estratégia de crescimento da Sandoz no Brasil, de acordo com comunicado da empresa. A Sandoz informou que todos os antibióticos que fazem parte desse tratado continuam sendo produzidos pela companhia - as marcas e registros também são propriedade da empresa.
Os produtos incluídos nesse acordo são a versão similar dos medicamentos. Uma fonte ouvida pela reportagem afirmou que, por ser similar, a Sandoz se beneficia pela divulgação da marca e a logística de distribuição da Medley, que é bem maior que a da parceira no país.
Apesar de todo seu tamanho - a Sandoz é uma das maiores farmacêuticas globais de genéricos -, sua estrutura no Brasil é ainda pequena, afirmou a mesma fonte. "A Medley consegue fazer a distribuição em várias regiões do país, onde a Sandoz dificilmente teria acesso", disse. Como esses medicamentos exigem receita no ato da compra, a Sandoz se beneficia com as vendas dos remédios de marca e a Medley fica com parte dos lucros na venda. Nos próximos dias, a Sandoz passa a ter um novo presidente-geral no Brasil, que será responsável pela estratégia de crescimento da empresa no país

Exigência de receita médica para antibiótico derruba vendas
Valor 15.07.2011 - Conforme Nelson Mussolini, diretor-executivo do Sindusfarma, os laboratórios são a favor da exigência da receita no ato da compra do antibiótico.
A exigência de receita médica para a compra de antibióticos no Brasil reduziu significantemente os volumes de venda desses medicamentos entre dezembro e maio. A queda é da ordem de 27%, considerando a média mensal comparada a novembro, último mês antes da entrada em vigor da medida da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que aconteceu no dia 28 daquele mês. O levantamento foi feito pelo Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo), a pedido do Valor, com base nos 50 principais antibióticos consumidos no país.
O maior pico de recuo nas vendas foi de 34% em fevereiro, pelo levantamento feito pelo Sindusfarma. "Foi nesse período que o governo começou a intensificar a campanha para divulgar a medida", afirmou Nelson Mussolini, diretor-executivo da entidade. "Nossa expectativa é de que as vendas comecem a se recuperar nos próximos meses", disse.
A queda nas vendas se acentua ainda mais se considerados apenas os três principais antibióticos - amoxicilina, cefalexina, azitromicina -, superando os 40%, de acordo com levantamento feito pela Anvisa, a pedido do Valor.
O segmento de antibióticos no Brasil movimenta, por ano, cerca de R$ 2,1 bilhões, segundo o Sindusfarma, com base nos dados da consultoria IMS Health.
Segundo Mussolini, os produtos de marcas fortes no mercado foram os mais prejudicados, em um primeiro momento, com essa decisão. "O impacto foi maior porque o consumidor era adepto da compra espontânea", disse.
O combate à automedicação, inerente a boa parte dos brasileiros, foi um dos principais fatores levantados pela Anvisa para impor a resolução. "Outro ponto importante é evitar a resistência aos microbianos", disse Carmem Oliveira, gerente-geral em tecnologia da saúde da Anvisa. "O uso irracional de certos medicamentos promove resistência a certos princípios ativos", avisa.
Embora não haja um levantamento oficial do impacto da medida nas vendas do varejo farmacêutico, laboratórios e redes de farmácia consultadas pelo Valor já sentem, na prática, o peso da resolução da Anvisa no caixa.
A EMS, um dos maiores laboratórios nacionais de medicamentos genéricos do país, confirma o que os levantamentos informais indicam. "O recuo é mais acentuado em genéricos. Houve redução sim, mas não temos dados exatos", afirmou Waldir Eschberger, vice-presidente de mercado da farmacêutica nacional. "Respeitamos a decisão da Anvisa. Diminui a automedicação, mas acho que tem um lado negativo, que é a interrupção da continuidade do tratamento para pacientes que não possuem plano de saúde privado", disse. Segundo ele, como a marcação de consultas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) é mais demorada, se comparada com os planos privados, muitos pacientes deixam de ir ao médico para dar continuidade ao tratamento.
Francisco Deusmar de Queirós, fundador da rede Pague Menos, a maior do país, também não tem números oficiais, mas afirmou que as vendas desses medicamentos em sua rede caiu, em média, cerca de 25%.
A Anvisa observou que a obrigatoriedade de exigência da receita ocorre desde os anos 1970. No ano passado, a agência publicou medida mais restritivas para fazer valer a lei, a RDC nº 20/2011. Por essa resolução, a segunda via da receita fica retida na farmácia e a primeira via volta para o paciente, mas carimbada para evitar que seja usada novamente. O prazo de validade dessa receita é de dez dias, a partir da data da prescrição. Por lei, também foram estabelecidas adequações de embalagem e bula desses produtos que ainda não estão em vigor.
Segundo Mussolini, os laboratórios são a favor dessa resolução por dar segurança à farmácia e às indústrias. "O medicamento é utilizado exatamente da forma como o laboratório e o médico preconizaram", afirmou.
Procurado pelo Valor, Sérgio Mena Barreto, presidente da Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias), informou que suas associadas não possuem um balanço oficial da queda das vendas desse medicamento. As redes Drogaria São Paulo e Droga Raia também foram procuradas, mas preferiram não comentar o efeito da resolução nas vendas de seus estabelecimentos.

Veracel Celulose investirá R$ 9 milhões na Bahia até 2015
Folha 14.07.2011 - A Veracel Celulose irá investir cerca de R$ 9 milhões até 2015 em projetos sociais e ambientais em dez municípios da região do sul da Bahia. O governador Jaques Wagner (PT) assinou o acordo com a empresa nesta quinta-feira.
O montante corresponde a 25% do valor dos créditos acumulados do ICMS.
Segundo o governador, o acordo é um estímulo para que a Veracel amplie a sua produção e sejam gerados mais empregos e renda.
Segundo o secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Corrêa, com este protocolo já são quase R$ 1 bilhão em créditos negociados. "Nós estamos usando o mesmo critério para as negociações com a Suzano, no extremo sul, e assim vamos finalizando as pendências desta natureza".
O diretor de Operações da Veracel, Ari Medeiros, acredita que o acordo trará um grande benefício para os dez municípios do entorno da fábrica. "Isso ajuda a empresa a crescer e a estreitar a relação com as comunidades vizinhas".
Durante o evento, a empresa anunciou também que a partir de agosto começará a utilizar o gás natural, que chegou à região, por meio do Gasene, para substituir o óleo combustível.O contrato foi feito com a Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás). "Além de ser uma energia muito mais limpa, vai trazer uma economia significativa para a empresa, além de segurança e controle das operações. Vamos usar em torno de 300 mil metros cúbicos de gás por dia", disse Medeiros.

Petrolífera ConocoPhillips resolve se desmembrar
Valor 15.07.2011 A ConocoPhillips, gigante petrolífera americana, anunciou que vai desmembrar suas unidades de refinaria e produção em duas empresas de capital aberto, uma decisão rara para uma empresa desse porte num setor que tradicionalmente considera quanto maior, melhor.
"Chegamos à conclusão de que [a cisão] seria a melhor maneira de criar valor para nossos acionistas", disse o diretor-presidente da ConocoPhillips, James Mulva, em uma teleconferência com investidores. Mulva pretende se aposentar após a conclusão da cisão, que deverá acontecer no primeiro semestre do próximo ano.
A ConocoPhillips é a mais recente petrolífera a adotar esta separação, seguindo os passos das também americanas mas bem menores Marathon Oil Corp, El Paso Corp e Williams Cos, entre outras. É mais uma jogada da terceira maior petrolífera dos Estados Unidos em valor de mercado em sua estratégia iniciada há dois anos para elevar o valor de suas ações.
A ConocoPhillips embarcou em uma onda de compras durante o boom do setor na década passada que a carregou com uma pilha de dívida. Em 2009, ela tentou vender US$ 10 bilhões em ativos não essenciais para reforçar suas finanças. O plano foi estendido em março.
A empresa não havia dado indicações de uma cisão, embora Mulva tenha dito que todas as opções estavam sendo consideradas. Ainda assim, ele apoiou a integração das operações de produção e exploração com o braço de refino da ConocoPhillips na assembleia anual de acionistas em maio. "Temos uma grande convicção sobre o modelo integrado", disse a repórteres depois da reunião. "Sentimos que o modelo integrado funciona para nossa empresa, mas gostaríamos de ter mais [exploração e produção] em nosso portfólio, e menos refino."
"Nossa visão realmente não mudou", disse Mulva ontem. Para criar valor, a empresa tinha que crescer para ser competitiva, disse, acrescentando que tanto a divisão de refino quanto as operações de exploração e produção se beneficiaram de seu tamanho."Acreditamos que, como empresas separadas, com mais alcance e tamanho, elas têm condições muito melhores de competir".
O plano de vender ativos, incluindo as operações de refino menos competitivas, continuará paralelamente à cisão, informou a empresa sediada em Houston. A ConocoPhillips também deve continuar com um programa de recompra de ações de US$ 11 bilhões este ano e continuará pagando seus dividendos no mesmo nível, de acordo com Mulva.
O executivo disse que a empresa estava estudando seriamente as opções para a venda de ativos de refino desde o final do ano passado, concluindo que um desmembramento era a melhor forma de criar mais valor para os acionistas. Como uma empresa independente, disse, ela será capaz de investir de forma mais criativa e oferecer mais oportunidades de trabalho para seus empregados.
Mulva, que havia anunciado anteriormente que planeja se aposentar no próximo ano, foi o arquiteto de uma série de acordos destinados a ampliar o alcance internacional da empresa e diversificar sua carteira de ativos.
Mas ao contrário de rivais maiores como a ExxonMobil Corp. e a Chevron Corp., a ConocoPhillips embarcou em uma onda de aquisições durante a década de 2000, quando os preços do petróleo e do gás estavam em alta, acumulando muitos ativos que, mais tarde, pesaram sobre a sua rentabilidade.
Mulva, que, como diretor-presidente da Phillips Petroleum Co. liderou a fusão, em 2002, que criou a ConocoPhillips, supervisionou seis anos de um ritmo frenético de negócios. Sob sua supervisão, a Conoco comprou 7,3% na petrolífera russa OAO Lukoil Holdings em 2004, por US$ 2,4 bilhões, uma fatia que depois aumentou para quase 20%; a produtora de gás americana Burlington Resources por US$ 35 bilhões em 2006 e pagou US$ 8 bilhões para participar de uma joint-venture de gás natural liquefeito na Austrália em 2008.
Todos esses negócios elevaram a ConocoPhillips às fileiras das maiores petrolíferas do mundo, mas também a deixaram com uma dívida muito maior que a de seus concorrentes, tornando a Conoco vulnerável quando os preços de combustíveis caíram no final de 2008. Enquanto a Exxon Mobil e a BP PLC aproveitavam a crise para comprar ativos de rivais mais fracos, a Conoco se viu forçada a cortar gastos e demitir trabalhadores.
"Eles compraram na alta e venderam na baixa", diz Philip Weiss, um analista de petróleo da Argus Research.
Desde o final de 2005, a ação da ConocoPhillips subiu 27,8%, em comparação com aumentos de 46,8% e 85,1% para a ExxonMobil e a Chevron, respectivamente.
Mulva defendeu ontem numa entrevista para o Wall Street Journal sua estratégia de transformar a ConocoPhillips em um gigante, dizendo que tanto o braço de refino como o de exploração e produção se beneficiaram de sua massa crítica.
Analistas do UBS disseram que é improvável que a medida produza valor significativo porque a ação da Conoco já está sendo negociada a um valor superior ao de seus pares, e seus ativos de refino são menos atraentes do que outras empresas.

Shell estrutura 3ª fase de atuação na Bacia de Campos
Exame 14.07.2011 - A fase 3 deverá ser implantada em 2014, com expectativa de investimentos de aproximadamente US$ 2,5 bilhões.
A descoberta de uma nova área para a exploração de óleo e gás levou a Shell Brasil a estruturar uma terceira fase de sua atuação no Parque das Conchas, na parte capixaba da Bacia de Campos. A fase 3 deverá ser implantada em 2014. Até lá estará encerrada a segunda etapa, com a perfuração de dez poços nos próximos 18 meses, a um custo de cerca de US$ 200 milhões por poço. A estimativa de investimentos nesta etapa é de aproximadamente US$ 2,5 bilhões.
A estimativa da anglo-holandesa Shell, principal empresa privada a atuar na exploração de petróleo no Brasil, é agregar, na fase 2, cerca de 30 mil barris à produção atual, de 94 mil barris de óleo equivalente por dia (4% da produção nacional). A primeira fase, ainda em curso, reúne a produção de 11 poços.
A descoberta em 2010 de um novo reservatório no Parque das Conchas (antigo bloco BC-10) decorreu de estudos que a companhia desenvolve na área. Em fase inicial de avaliação, a área foi batizada de Massa, em homenagem a Felipe Massa, piloto brasileiro de Fórmula 1.
No ano passado, a Shell informou à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ter encontrado indícios de petróleo no campo de Nautilus, em lâmina d''água de 1.571 metros, no Parque das Conchas. No bloco, a empresa tem ainda os campos de Argonauta, Ostra e Abalone.
A Shell é operadora do Parque das Conchas, com 50% de participação. A Petrobras tem 35%. A ONGC, 15%. A Shell mantém ainda em operação o sistema Bijupirá-Salema (parte fluminense da Bacia de Campos), do qual é operadora, com 80%.
No Brasil, em fases de desenvolvimento e exploração, a Shell tem ainda 11 blocos, sendo seis offshore e cinco onshore. Dentre os offshore o destaque é o BM-S-54, denominado na companhia como Gato do Mato, em perfuração. Operadora do bloco, com 80%, a Shell tem como parceira a francesa Total, com os demais 20%, recém-adquiridos.
O presidente da companhia, André Araújo, disse que a meta é aumentar a produção do Parque das Conchas, investir nas águas profundas do pré-sal, especialmente Gato do Mato, e ficar atentos aos resultados das análises dos blocos onshore da Bacia do São Francisco (MG).
Para focar nos objetivos, a Shell promoveu em junho um rearranjo no portfólio, desfazendo-se dos 20% que tinha no bloco BM-S-8, no pré-sal da Bacia de Santos.
Postos: Desde 2 de junho os postos de bandeira Esso estão sendo substituídos pela marca Shell. O processo levará 18 meses, informou Araújo.
A substituição é uma espécie de passaporte da Shell para ingressar no mercado de biocombustíveis. Maior grupo do setor sucroalcooleiro do Brasil, o Cosan é o dono dos postos Esso. Neste ano ele uniu-se à Shell na joint venture Raízen.
O objetivo da nova empresa é, no mínimo, dobrar a produção de etanol, hoje em 2,2 bilhões de litros por ano, até 2015. A Raízen visa usar a marca Shell em postos de combustíveis em todo o mundo, como forma de expandir o mercado de distribuição de etanol, principalmente nos mercados asiáticos e europeus.

Isolux cria subsidiária
Valor 15.07.2011 - O grupo espanhol Isolux Corsán, que atua em concessões, criou uma subsidiária especializada em infraestrutura. Com investimento inicial de € 7,5 bilhões, a Isolux Infrastructure irá atuar em rodovias, linhas de transmissão e energia solar. Segundo dados do grupo, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e a amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da área cresceu 70% nos últimos cinco anos. A empresa nasce atuante em países emergentes (Índia, Brasil, México, Peru) e em economias consolidadas (EUA, Itália e Espanha).

Presidente de construtora do Bertin deixa o grupo
Valor 15.07.2011 - Com um leque de grandes obras de infraestrutura sob sua batuta, entre elas o Rodoanel de São Paulo e a hidrelétrica de Belo Monte, a construtora do grupo Bertin está sofrendo uma baixa importante. O presidente da Contern, Antonio Kelson Elias, que esteve à frente de todos os projetos ambiciosos da empresa, deve deixar a companhia até o fim do mês. A empresa e o executivo não falaram sobre o assunto e o grupo Bertin só informou, por nota, que oficialmente o executivo continua à frente da empresa.
Pessoas ligadas aos envolvidos informaram que o executivo é que pediu para deixar o cargo. Isso teria acontecido por divergência na forma de condução dos negócios que os acionistas estariam impondo para a construtora. Ele chegou ao grupo egresso da Camargo Corrêa, onde era diretor internacional. No Bertin, Kelson foi um dos executivos que esteve à frente de todos os importantes leilões nos quais tiveram a participação. Atualmente ele é vice-presidente do conselho de administração de Belo Monte, ao lado do presidente Walter Cardeal. Kelson ocupa a vaga dedicada aos construtores que são acionistas da Norte Energia.
Sob sua batuta, a Contern conseguiu uma fatia de 10% nas obras de Belo Monte, apesar de seu tamanho e de não ter mão de obra para agregar ao projeto, segundo contam sócios no empreendimento. Para se ter uma comparação, grandes construtoras como Camargo Corrêa e Odebrecht não têm mais que 16% da obra, cada uma.
Foi também Kelson que ajudou a estruturar a participação do Bertin no leilão dos trechos sul Rodoanel. Foi ele o porta-voz da empresa quando se questionou a capacidade do Bertin de pagar a outorga de R$ 370 milhões ao governo de São Paulo. Na época, Kelson disse que a ideia da Bertin era vender parte da sociedade no Rodoanel e subcontratar empreiteiras para a execução da obra. E, logo em seguida, a outorga foi paga.
No ano passado, a construtora faturou R$ 740 milhões, que deve subir 30% neste ano. As térmicas do grupo também são de responsabilidade da Contern.

Siemens investe R$ 300 mi em duas fábricas em Minas Gerais
Estadão 14.07.2011 - Unidades serão destinadas à produção de motores elétricos e redutores mecânicos, principalmente para mineração, siderurgia e as indústrias de óleo e gás e etanol e açúcar. A Siemens do Brasil vai investir R$ 300 milhões na construção de duas novas fábricas em Itajubá, no sul de Minas Gerais. As unidades serão destinadas à produção de motores elétricos e redutores mecânicos, principalmente para mineração, siderurgia e as indústrias de óleo e gás e etanol e açúcar. A previsão da empresa é de que as unidades comecem a produzir no fim do ano que vem e estejam totalmente operacionais em cinco anos.
O presidente da Siemens no Brasil, Adilson Primo, afirma que ainda não há previsão do volume de produção nas unidades, mas a estimativa é de que elas gerem um faturamento de R$ 300 milhões. Ele contou que a empresa já cuida dos "trâmites ambientais" para o início das obras.
Segundo o executivo, as fábricas, que serão construídas em uma mesma área de 200 mil metros quadrados, devem gerar 700 empregos diretos, podendo chegar a 1,1 mil postos de trabalho. A produção, a princípio, será destinada ao mercado interno. "Esperamos também que tenhamos competitividade suficiente para exportamos", disse.
O anúncio foi feito hoje, durante encontro de Adilson Primo com o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), para confirmar protocolo de intenção de investimento firmado anteriormente. Segundo Anastasia, a atração das fábricas é resultado de uma política "empenhada em trazer novas empresas" para o Estado. "Em poucos dias, quantas e quantas empresas trouxemos para diversas regiões", comemorou. "No futuro, estamos ampliando cada vez mais nossa presença em Minas Gerais porque oferece condições competitivas", acrescentou Primo.
A Siemens já tem uma fábrica em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com o presidente da empresa, a escolha por Itajubá se deve à logística, já que a cidade fica a distâncias semelhantes de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Além de benefícios oferecidos pelo município, Primo afirma que também pesou na escolha a "disponibilidade de mão de obra qualificada" que, na opinião do executivo, "é o grande tema do Brasil no futuro".
A construção das novas unidades faz parte de um plano de investimento de US$ 600 milhões da Siemens no Brasil até 2016 que inclui, entre outros, um centro de pesquisa e desenvolvimento no Rio de Janeiro. "São previsões que podem mudar drasticamente para melhor. Tudo vai depender de como a economia vai se desenvolver nos próximos anos", ressaltou Primo.

Custo da energia inviabiliza novos investimentos no Brasil, diz Alcoa
Valor 15.07.2011 - Klaus Kleinfeld: "Atualmente, aqui se paga mais de US$ 70 o MWhora; dez anos atrás esse valor estava em US$ 27".
Klaus Kleinfeld, principal executivo da Alcoa, maior fabricante mundial de alumínio, fez uma rápida passagem por Brasília na quarta-feira, mas com tempo suficiente para deixar uma mensagem contundente ao governo brasileiro: o país tem de remover barreiras que travam novos investimentos na indústria de alumínio. O custo elevado da energia é apontado como o principal deles. A mudança no código de mineração, que pode levar a aumento na taxação de royalty sobre a extração de bauxita, a matéria-prima básica, é outro ponto crítico.
A tarifa de energia cobrada no Brasil para indústrias e empresas eletrointensivas é "absolutamente não competitiva" para produção de alumínio, disse o executivo. "Atualmente, se paga mais de US$ 70 o MWhora no país; dez anos atrás esse valor estava em US$ 27", exemplificou. O valor médio pago pela Alcoa no mundo é de US$ 35 o MWhora.
Esse assunto foi um dos temas tratados por ele com dois ministros brasileiros - Fernando Pimentel, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e Edison Lobão, de Minas e Energia, além de um representante do Itamaraty. Um encontro também foi tentado com a presidente Dilma Rousseff, profunda conhecedora da questão energética no Brasil, pois foi ministra do MME no primeiro governo do presidente Lula. Mas não houve espaço na agenda de Dilma.
A importância dessas questões trouxe o executivo pela primeira vez à capital brasileira. Ele chegou no avião particular da companhia antes do sol raiar. No final da tarde já embarcava para Belém (PA), onde jantou com as altas autoridades do governo paraense. Pela manhã partiu para o Suriname. Foi justamente no Pará que o grupo acabou de fazer investimentos de US$ 2 bilhões, na abertura de uma nova mina de bauxita, Juruti, localizada em plena Amazônia.
O aumento da taxa de royalties na mineração de bauxita afetaria justamente os planos de expansão dessa mina, que tem reservas para 100 anos e poderia quadruplicar seu tamanho no futuro. "Investimentos US$ 2 bilhões, começamos a operar há menos de dois anos e ainda não estamos tendo o retorno desse capital". Para Kleinfeld, isso soa como quebra de regras estabelecidas. "E como ficaria a credibilidade do país? Diante disso, valeria a pena continuar investindo no Brasil?".
O executivo aproveitou a viagem para reforçar a importância do grupo interministerial que o governo está montando para criar, no prazo de 90 dias, um pacote de medidas para a indústria de alumínio no país, conforme publicou o Valor na semana passada. "Essa é uma medida extraordinária, a qual apoiamos. Vamos trabalhar juntos com esse grupo", afirmou. Só falta a publicação de uma portaria de governo oficializando a decisão.
Na produção de alumínio, a energia tem peso crucial: responde por 25% a 35% do custo. No Brasil, tem ficado acima desses percentuais, o que já forçou o fechamento de duas fundições do metal: uma em 2009, pela Vale, e outra pela Novelis, em 2010.
Para ganhar competitividade na produção no país, desde 2001 a multinacional americana do alumínio investiu em quatro hidrelétricas, junto com outras empresas industriais. Isso já lhe garante 70% de autosuficiência e até permite iniciar a substituição gradual da energia da Eletronorte que supre sua fábrica no Maranhão.
Mas a companhia luta há vários anos para obter a licença de duas outras concessões: Santa Isabel, no rio Araguaia (no Norte), e Pai-Querê, no Sul do país. "Isso nos daria 100% de energia própria e aumentaria nossa competitividade", disse o executivo.
Atualmente, no Brasil, apenas a CBA, da Votorantim Metais, conta com um índice acima disso: tem cerca de 80% de energia oriunda de hidrelétricas próprias.
A Alcoa do Brasil, reforçou Kleinfeld, é uma parte muito importante da Alcoa mundial. "Estamos aqui há muito tempo e apenas nos últimos dez anos investimos US$ 4,9 bilhões. Temos seis mil funcionários e acreditamos que o país vive um momento de muitas oportunidades, mas a conversa com os representantes do governo é para ver a melhor forma de aproveitar essas oportunidades", afirmou, pouco antes das reuniões. O grupo chegou ao país em 1965 e instalou sua primeira fundição em Poços de Caldas (MG).
Esses recursos foram aplicados na expansão de uma refinaria de alumina no Maranhão (US$ 1,6 bilhão), na abertura da mina Juruti e na construção de quatro hidrelétricas (US$ 1,25 bilhão), feitas em consórcio com outras empresas industriais e elétricas.
Nos anos 80, a companhia, em consórcio com a BHP, investiu alto na construção da Alumar, em São Luís (MA), estimulada pela oferta da energia a custo competitivo da hidrelétrica de Tucuruí. O contrato foi renovado em 2004 e vai até 2024. Devido a vários fatores, como o câmbio, o custo dessa energia já passa de US$ 70 o MWhora. A Alumar faz 450 mil toneladas de alumínio ao ano e 3,5 milhões de toneladas de alumina.
O executivo evitou compromissar um valor de investimento no país caso essas barreiras sejam removidas, mas lembrou que as novas fronteiras de projetos no setor passam por regiões de energia barata. Na Europa, inaugurou um projeto em 2007 na Islândia. No momento, com o governo e investidores da Arábia Saudita monta um megaprojeto de quase US$ 11 bilhões naquele país. A energia, a preço bem competitivo - ninguém revela a tarifa, mas é algo bem abaixo de US$ 30 o MWhora -, valor considerado o teto competitivo da indústria.
"O Brasil não estaria totalmente em desvantagem, pois dispõe de expressivo potencial hidrelétrico e outras vantagens, como jazidas de bauxita de excelente qualidade [é a terceira maior reserva do mundo], mas tem de aproveitar melhor esse potencial", afirmou Kleinfeld.
A companhia chegou a avaliar investimento na hidrelétrica de Belo Monte, mas o custo da obra, conforme verificou, deixaria a tarifa fora de competitividade para suprir uma nova fábrica de alumínio. A Alcoa cogitava uma nova fundição no Pará ou mesmo a duplicação da Alumar. O montante de recursos era estimado em pelo menos US$ 5 bilhões na época - dois anos atrás.
Kleinfeld disse que a empresa vislumbra novos investimentos no país no segmento de produtos acabados de alumínio para capturar mercados importantes como o de embalagens, chapas para latas de bebidas, materiais para a indústria aeroespacial - "a Embraer já é uma importante cliente nossa" -, de construção civil e da indústria de transportes.. "Estamos muito entusiasmados com as oportunidades nessa área e precisaríamos pensar em montar novas instalações para atender esses mercados".
No Brasil, a Alcoa obteve receita bruta de US$ 1,6 bilhão no ano passado e produziu 350 mil toneladas de alumínio em duas fundições - Poços de Caldas e São Luís (Alumar). Na fábrica de alumina da Alumar tem 54% de participação, com 1,9 milhão de toneladas de capacidade de produção/ano.
Kleinfeld, nascido em Bremen, Alemanha, e filho de um engenheiro aeroespacial, foi indicado para o conselho da Alcoa em 2003. Em abril do ano passado, ele tornou-se chairman e CEO da companhia, substituindo Alain Belda, depois de ter sido presidente e principal executivo de operações (COO) a partir de outubro de 2007. Antes da Alcoa, o executivo teve uma carreira de 20 anos na Siemens.

Vale assina acordo para explorar concessão portuária
Exame 14.07.2011 - A Vale pagará 150 milhões de reais para sua subsidiária Vale Fertilizantes por uma fatia de 51 por cento do porto da Ultrafertil em Santos.
A Vale assinou um acordo para formar uma joint-venture com a Vale Fertilizantes e explorar o direito de concessão de um porto da Ultrafertil em Santos (SP), de acordo com fato relevante divulgado nesta quinta-feira. A Vale pagará 150 milhões de reais para sua subsidiária Vale Fertilizantes por uma fatia de 51 por cento do porto e investirá 432 milhões de reais no financiamento do projeto.
O Terminal Portuário da Ultrafertil (TUF) movimenta cargas importadas de enxofre, amônia e fertilizantes em geral, estando estrategicamente interligado à malha ferroviária da Vale.
"A formação da joint venture posiciona a Vale para atender, de forma competitiva, o crescimento do agronegócio no Brasil", afirmou a Vale.

Produção da Rio Tinto
Valor 15.07.2011 - A Rio Tinto informou que sua produção de minério de ferro alcançou 48,85 milhões de toneladas no segundo trimestre, 12% acima do volume produzido no mesmo período de 2010. Na comparação com os três meses antecedentes, houve um aumento de 17% na produção do insumo pela companhia, que é a segunda maior produtora de minério de ferro do mundo, atrás apenas da Vale. Com o resultado do segundo trimestre, a produção de minério de ferro da Rio Tinto fechou o primeiro semestre em 90,72 milhões de toneladas, 4% a mais do que no mesmo período do ano passado.

Usiminas faz acordo acima de US$1 bi por minas da MBL
Exame 14.07.2011 - Pelo contrato anunciado nesta quinta-feira, a Mineração Usiminas --unidade do grupo mineiro-- pagará 7,50 dólares por tonelada extraída das reservas da MBL.
A previsão é que a Mineração Usiminas atinja até 2015 capacidade de produção de minério de ferro de 29 milhões de toneladas.
A Usiminas fechou um acordo estimado, a valores presentes, em mais de 1 bilhão de dólares para explorar as minas de minério de ferro da MBL Materiais Básicos, em Minas Gerais.
Pelo contrato anunciado nesta quinta-feira, a Mineração Usiminas --unidade do grupo mineiro-- pagará 7,50 dólares por tonelada extraída das reservas da MBL, estimadas em 145 milhões de toneladas. O valor será reajustado em linha com a variação do preço internacional do minério.
A MBL tem direitos minerários que fazem divisa com os da Mineração Usiminas, na região de Serra Azul (MG), permitindo maior aproveitamento das reservas da própria siderúrgica. A estimativa é que, com isso, serão liberadas 253 milhões de toneladas das reservas da Mineração Usiminas. "Esse é o nosso maior passo na nossa estratégia de verticalização através da mineração. O acordo com a MBL é o inicio do processo de otimização dos nossos ativos de mineração que vão permitir a produção mais eficiente de aço e a custos menores", disse à Reuters o diretor-executivo da Mineração Usiminas, Wilfred Bruijn.
A previsão é que a Mineração Usiminas atinja até 2015 capacidade de produção de minério de ferro de 29 milhões de toneladas.
Compra de estoque: O acordo com a MBL prevê ainda a compra de estoque de 6 milhões de toneladas de minério de ferro pela Mineração Usiminas ao preço de 12,50 dólares por tonelada, com valor total de 75 milhões de dólares a ser pago em parcelas.
Além disso, inclui uma unidade da MBL para beneficiamento de minério com capacidade de 1 milhão de toneladas por ano.
O contrato tem prazo de 30 anos ou até o esgotamento das reservas, segundo a Usiminas.
Em junho do ano passado, a Usiminas acertou a venda de 30 por cento de seu negócio de mineração para a japonesa Sumitomo por até 1,93 bilhão de dólares.
Questionado sobre planos de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) ou de busca de mais um sócio estratégico para a Mineração Usiminas, Bruijn disse que "é uma possibilidade, não está na pauta de assuntos prioritários, mas em algum momento poderá acontecer".

MMX, de Eike, anuncia acordo com Minerinvest e ações sobem
Folha 14.07.2011 - A MMX, do empresário Eike Batista, anunciou acordo preliminar com a Minerinvest Mineração para prestação de serviços portuários e fornecimento de minério de ferro, numa operação que completa a fase 1 do Superporto Sudeste.
O porto deverá obter licença ambiental neste ano para duplicar sua capacidade para 100 milhões de toneladas, informou a MMX.
A Minerinvest vai embarcar até 5 milhões de toneladas de minério de ferro anualmente no período de 10 anos pelo Superporto Sudeste, também do grupo EBX, do empresário Eike Batista. A empresa também venderá 5 milhões de toneladas de minério de ferro à MMX.
O volume de 10 milhões de toneladas de minério de ferro será produzido pela Minerinvest em dois ativos no Estado de Minas Gerais, informou o presidente da MMX, Roger Downey, em telecoferência com analistas nesta quinta-feira. A MMX produziu no ano passado 7,7 milhões de toneladas de minério de ferro e tem capacidade para 10,8 milhões de toneladas. A previsão da empresa é que em 2015 esteja produzindo 24 milhões de toneladas. Na semana passada a MMX anunciou que iria elevar em 14 por cento os investimentos no projeto Serra Azul, também em Minas Gerais.
"Esse acordo mostra que estamos cumprindo nossas promessas, estamos de acordo com nossa estratégia e seguindo o que queríamos alcançar quando anunciamos o projeto do porto para criar o sistema integrado que estamos construindo", disse o executivo.
"É uma negociação particularmente atraente para todos nós, similar ao que fizemos com a Usiminas... esse acordo confirma que nós podemos fazer uma relação de ganha/ganha para todas as partes envolvidas", completou ele, estimando que o acordo final será fechado até final do ano. A parceira acontece meses depois de um acordo parecido da MMX com a Usiminas, fechado em novembro de 2010 , mas pelo qual a siderúrgica também se tornou sócia na lavra de minério de ferro na mina de Pau de Vinho, em Minas Gerais.
Ele explicou que, com os dois acordos já realizados e a expectativa de produção da MMX, a capacidade inicial para 50 milhões de toneladas do Superporto Sudeste em 2015 já foi atingida. O executivo aguarda para até o final do ano a licença ambiental para expansão até 100 milhões de toneladas.
"Isso nos leva a um próximo passo muito motivador que é trabalhar para acelerar o processo de licenciamento para chegar a 100 milhões de toneladas", disse Downey.
O Superporto ficará pronto no terceiro trimestre de 2012 e atingirá a capacidade de 50 milhões de toneladas em 2015. O executivo não soube prever quando a duplicação poderia ser efetivada por depender da concessão de licenças ambientais.
Ações: A notícia do acordo com a Minerinvest animou as ações da MMX, com bancos como Itaú, Credit Suisse e Merrill Lynch classificando a parceira como positiva.
Às 15h50, os papéis da MMX subiam 1,3% e os da PortX 3,3%, enquanto o Ibovespa caía 1,7%. A Minerinvest pagará US$ 19,77 por tonelada, o que, segundo a Merrill Lynch, supera a tarifa paga pela Usiminas no acordo com a MMX.
"Com esse contrato, a MMX está alavancando seu ativo portuário e a capacidade de venda de minério de ferro sem ter que desembolsar qualquer quantia em dinheiro", observou o Credit Suisse em relatório. Segundo Downey, a opção por esse tipo de investimento libera a MMX para se concentrar nas suas operações.
"Agora não seria hora de investir (em mina), já tinhamos a mina de Pau de Vinho, um projeto muito grande nas mãos, a gente não queria ter uma distração dos nossos investimentos, o melhor é fazer por meio de um acordo estruturado como fizemos", explicou.
A taxa a ser paga pela Minerinvest será reajustada com base no preço do minério de ferro a partir do segundo trimestre de 2011, com preço mínimo estabelecido de US$ 15,90 por tonelada.
Os volumes anuais estarão sujeitos a uma cláusula de take-or-pay de 80%. A negociação ainda deverá ser aprovada pelo Conselho de Administração da MMX e da Minerinvest.
A Minerinvest venderá até 5 milhões de toneladas de minério de ferro por ano para a MMX ao preço de US$ 64 por tonelada seca com 63,5% de teor de ferro, que será entregue em terminal ferroviário da MRS, informou a MMX, ressaltando que o preço será ajustado proporcionalmente à variação da commodity no mercado internacional.
"O contrato, válido por 10 anos a partir da entrada de operação do Superporto Sudeste, também prevê que a MMX irá vender até 40% do volume anual [2 milhões de toneladas] para um importante produtor de aço europeu, a preço de mercado", informou a MMX sem revelar o nome do cliente.

Governo quer ampliar número de satélites
Folha 15.07.2011 - O Brasil está para aumentar de 9 para 13 o número de satélites próprios, capazes de fazer o transporte de sinais de telecomunicações. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aprovou ontem o edital do leilão de quatro posições orbitais - vaga que um satélite ocupa no espaço. O leilão, previsto para 23 de agosto, é uma aposta do governo para turbinar tráfego de voz e dados para Copa e Olimpíada.

Gol vai ao Cade e sugere novo uso para a marca Webjet
Valor 15.07.2011 - A Gol informou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Ministério da Justiça que não pretende utilizar a marca Webjet pois o seu atual dono, Guilherme Paulus, fundador, acionista minoritário e presidente do conselho de administração da CVC, pretende aproveitar a marca na operadora turística para outros serviços relacionados ao turismo. Com isso, o mercado de aviação deve perder uma marca "low cost" (de preços baixos). A informação foi dada por executivos da Gol, em reunião com o órgão antitruste, no fim da manhã de ontem, em Brasília. O objetivo do encontro foi o de mostrar a disposição da Gol de negociar com o Cade.
A companhia se colocou à disposição para assinar um acordo com condições a serem cumpridas até o julgamento final da compra da Webjet. Por essas condições, o negócio seria suspenso até a palavra final do órgão antitruste.
"Foi uma boa demonstração de que a companhia respeita o Cade e está levando em consideração a sua atuação", afirmou Fernando Furlan, presidente do órgão antitruste. Mas o fim da Webjet no mercado de aviação preocupa o Cade. "Isso é algo que teremos que estudar", disse Furlan.
Segundo os executivos da Gol, Paulus, que vendeu 63,6% das ações da CVC para o fundo de investimentos Carlyle, quer manter a marca para a operadora, mas em outra atividade que não é a de aviação. A ideia seria usar a Webjet para serviços relacionados ao turismo, como, por exemplo, o desenvolvimento de um site de busca de passagens e de ofertas de viagens semelhante ao Decolar.
O fim da Webjet na aviação não é bom para o Cade, pois restariam poucas alternativas de marcas "low cost", como a Azul. Ou seja, haveria uma redução da competição no setor aéreo e menos alternativas de passagens a preços baixos aos consumidores. O melhor cenário para o Cade seria a Webjet ser mantida como uma operadora de transporte aéreo ou uma empresa de voos fretados. Nessa hipótese, a marca continuaria exercendo concorrência no mercado de aviação.
Na reunião, a Gol informou que uma das razões que a levou a escolher a Webjet foi a frota de aviões da Boeing dessa companhia. Como a Gol usa aeronaves da mesma empresa, haverá uma redução nos custos de manutenção.
A compra da Webjet pela Gol significa a união da quarta com a segunda empresa do mercado de aviação. A liderança ainda é da TAM. O Cade também terá de julgar a união entre a LAN e a TAM.  A Gol informou ontem aumento de 10,4% na demanda total em junho, ante o mesmo mês de 2010. A taxa média de ocupação dos aviões foi de 65,6%, um aumento de cinco pontos percentuais na comparação ano a ano, e 2,3 pontos percentuais diante do mês anterior.
Conforme a Gol, o mercado doméstico apresentou crescimento de 12,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, principalmente devido ao aumento de capacidade no setor às restrições de operação na América do Sul por conta das cinzas do vulcão chileno Puyehue.

Cena externa limita apostas
Valor 15.07.2011 - A crescente incerteza do cenário internacional, do Oriente ao Ocidente, é um ingrediente importante na definição das previsões para o rumo da política monetária local. As dúvidas sobre o que acontecerá com as economias da Europa, Estados Unidos e China limitam as apostas em um aperto de juros ainda mais vigoroso, na opinião de especialistas. E explicam uma relativa "tolerância" do mercado com o horizonte mais longo com o qual o Banco Central está trabalhando para a convergência da inflação.
"O Banco Central pode ter medo de subir os juros demais diante dos riscos de o mundo assistir a uma crise 'a la 2008'", afirma Luis Otávio de Souza Leal, do Banco ABC Brasil, fazendo referência ao efeito da quebra do banco Lehman Brothers sobre a liquidez global. "Acredito que nem o BC tenha uma estratégia fechada e, por isso, ele deverá indicar passo a passo o que fará na condução da Selic."
Na lista dos riscos, analistas citam a possibilidade de um "default" da Grécia, cujos efeitos no sistema financeiro global são difíceis de mensurar. "Não se pode prever, ao certo, qual seria o grau de contágio de um evento como esse", observa Souza Leal. Há também a evolução da economia chinesa, onde pressões inflacionárias levam o governo a perseguir uma desaceleração que ainda não se confirma. E, nos Estados Unidos, a colocação do rating americano em revisão para possível rebaixamento pela Moody's torna ainda mais premente o esforço do governo Obama pelo aumento do limite de endividamento do país em votação no dia 2 de agosto.
Esse conjunto de fatores pode afetar o país de várias maneiras: alterando o nível de liquidez global e o comportamento do fluxo de capitais; mexendo com preços de commodities e, portanto, com a inflação local; e provocando ajustes na taxa de câmbio. "Existem coisas que não são controláveis", afirma Souza Leal.
Por essa razão, Tony Volpon, do Nomura Securities, acredita que o BC manterá no comunicado da próxima reunião a indicação de que os juros subirão por tempo "suficientemente prolongado". "É um código que o BC adotou para mostrar ao mercado que ainda poderá subir o juro na reunião seguinte, mesmo sem assumir compromissos muito firmes", explica.
Marcelo Gusmão Arnosti, gerente da Divisão de Macroeconomia da BB DTVM, pondera que a despeito da seriedade do problema de endividamento soberano na zona do euro, a hipótese de trabalho da instituição é a de que um choque financeiro de alcance global não será exportado. "Isso posto, prevalecem condições financeiras favoráveis à aceleração da economia global no segundo semestre, em particular China e EUA. Ou seja, após uma desaceleração importante no segundo trimestre, causada fundamentalmente pelo efeitos do terremoto japonês sobre o setor industrial global e pelo efeito defasado da elevação do preço do petróleo sobre as decisões de consumo e investimento, nossa expectativa é de aceleração do crescimento global e afastamento da tese de desaceleração continuada. Assim, os preços das commodities retomam a alta e o fluxo de capitais globais voltam a se intensificar, sobretudo em direção às economias emergentes", afirma Arnosti, da BB DTVM.

Fundo do Qatar queria se associar ao Carreçúcar
Exame 14.07.2011 - O fundo soberano do Qatar (Qatar Investment Authority, ou QIA) era um dos interessados em investir na fusão de Carrefour e Pão de Açúcar.
Além do QIA, os assessores de Abilio Diniz negociavam com outros três fundos de investimento. O objetivo da equipe de Diniz era obter um aporte de 1 bilhão de euros — isso, claro, se o BNDES não abandonasse o negócio.
Depois que o BNDES desistiu e o Casino rejeitou a proposta de fusão, não havia como manter a negociação com os fundos de pé.
Caso a ideia renasça, Abilio Diniz já sabe em que portas bater.

'El País' e outros europeus criam banca de jornal digital
O jornal espanhol "El País" e outros veículos de imprensa europeus se uniram para criar uma "banca digital", que pode ser utilizada em tablets, smartphones e na internet, segundo reportagem do periódico.
A plataforma, chamada "Kiosko y Más", nasce nesta quinta-feira com o conteúdo de mais de 30 jornais e 60 revistas.
O usuário pode consultar o conteúdo do impresso por meio dos dispositivos eletrônicos. "Os leitores acostumados com o formato em colunas não encontrarão diferença em relação ao exemplar do jornal", diz o "El País".
As páginas se adaptam à tela que estiver sendo utilizada (celular, tablet ou computador), sendo possível ampliar o tamanho da letra, navegar pelas seções do jornal, compartilhar um artigo ou reportagem em redes sociais e enviá-los por e-mail.
Participam da aliança os grupos Prisa, Vocento, Heraldo, La Información, La Voz, Intereconomía, Godó, Zeta, Última Hora, Axel Springer, RBA, América Ibérica e G+J.

Standard & Poors ameaça baixar rating dos Estados Unidos
Exame 14.07.2011 - A S&P também garantiu que sua decisão implicava uma entre duas possibilidades de rebaixar a máxima categoria da nota norte-americana.
Agência de classificação de risco citou preocupações com as dívidas de Portugal.
A agência de classificação de risco Standard & Poor's afirmou na quinta-feira que colocou a nota "AAA" de crédito dos Estados Unidos em revisão com implicações negativas, o que indica uma possibilidade substancial de que pode tomar uma decisão dentro dos próximos 90 dias.
A S&P também garantiu que sua decisão implicava uma entre duas possibilidades de rebaixar a máxima categoria da nota norte-americana, no momento em que o presidente Barack Obama e líderes republicanos estão envolvidos em uma dura disputa para elevar o teto da dívida do país.

Standard & Poor's analisa redução da nota da dívida dos EUA
France Presse 14.07.2011 - A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) advertiu nesta quinta-feira (14/7) que analisa a redução da nota da dívida dos Estados Unidos, diante da paralisia das negociações para se evitar uma eventual moratória.
"Pensamos na possibilidade de baixar a nota dos Estados Unidos em três meses", informou a S&P em um comunicado. Os Estados Unidos têm atualmente a nota "AAA", que representa uma dívida com as melhores garantias de pagamento.

Classes C e D puxam preço de supérfluo
Estadão 14.07.2011 - Demanda da renda baixa pressiona preços de serviços não prioritários, como shows e academia.
A ascensão das classes C e D tem estimulado a formação de um novo perfil de consumidor. Levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), feito a pedido da Agência Estado, mostra que a evolução dos preços de serviços não prioritários no orçamento familiar, como espetáculos, salão de beleza e academia de ginástica, já representa uma alta acumulada de 9,24% em 12 meses até junho no Índice de Preços ao Consumidor (IPC-BR).
O recorte feito pela FGV mostra que serviços que podem ser denominados de "supérfluos" - uma novidade no orçamento da população de renda mais baixa - são responsáveis pela maior parte do incremento dos preços no segmento. No IPC-BR, os preços dos serviços não comercializáveis, que incluem despesas com médicos e funerárias, por exemplo, acumula alta de 8,5%, enquanto a inflação varejista média, pelo mesmo indicador, é de 6,40%.
Em paralelo, no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, que baliza as metas de inflação do governo, o acumulado em 12 meses da inflação de serviços no período é de 8,7%. Analistas alertam que a inflação dos supérfluos só tende a crescer no futuro, capitaneada por renda em alta e crédito ainda elevado.
Para o economista e professor das faculdades Ibmec, Felipe Lacerda, esta é uma consequência da renda em alta e da maior criação de vagas formais na economia. Ele lembra que, desde abril de 2008, o IBGE tem apurado massa de renda média real habitual dos trabalhadores acima de R$ 30 milhões. Entre 2002 e 2008, este valor oscilava na faixa dos R$ 20 milhões. "Além dos salários, ainda temos a oferta de crédito, cuja demanda ainda está forte."  O economista da FGV André Braz selecionou 16 serviços pesquisados pelo IPC-BR que são mais atrelados à recreação, estética, ou terceirização de atividades domésticas. Estas atividades, segundo avalia o especialista, serão fonte constante de pressão na inflação varejista, visto que a demanda não dá mostras de arrefecimento. "Os consumidores que eram de classes mais baixas estão incorporando em seu orçamento serviços aos quais antes não tinham acesso. E estes serviços são uma tentação de consumo", diz.
No detalhamento, é fácil constatar como a chamada "nova classe média" brasileira vem alimentando a inflação. Muitos preços de serviços já apresentam alta de dois dígitos em 12 meses, como teatro (11,12%); alfaiate e costureira (10,98%); clube de recreação (10,75%); hotel (12,83%); passagem aérea (13,71%). Também sobem fortemente gastos com empregados domésticos (7,11%) e salão de beleza (9,90%).
Outros preços permanecem acima da inflação média do varejo, no período. É o caso de show musical (7,24%); academia de ginástica (8,42%); e lavagem de carros e lubrificação (7,31%). Braz lembrou que estes serviços refletem aumento no poder aquisitivo. Poderiam ser substituídos por opções mais baratas ou simplesmente não constar do orçamento.
Um dos exemplos mais emblemáticos da demanda por este tipo de serviço é o mercado de beleza, que cresce 20% ao ano, revela o presidente da Associação Brasileira de Salões de Beleza (ABSB), Kyrlei Boff. "O mercado movimentou R$ 24 bilhões em 2010, R$ 6 bilhões somente no segmento de cabelos", conta o executivo, que também preside a rede de salões Lady&Lord no Paraná. "O que temos aqui é um consumidor com mais dinheiro no bolso, combinado com a elevação da expectativa de vida do brasileiro, que agora pensa em se cuidar mais", diz.

Expectativa de crescimento brasileiro é baixa, segundo Cepal
Correio Braziliense 14.07.2011 - A Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) reduziu a sua perspectiva para o crescimento brasileiro em 2011. Relatório preliminar publicado em dezembro de 2010 apontava um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do país de 4,6% no período. Passados mais de seis meses, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) agora acredita que a expansão será menor, de 4%. “Esse crescimento é uma resposta da economia brasileira às medidas prudenciais de política econômica, ao cenário externo mais instável, à elevação dos juros no país e ao menor crescimento do crédito”, justificou o economista do escritório da Cepal no Brasil Carlos Mussi.
A perspectiva de expansão mais tímida do PIB brasileiro pela Cepal chama ainda mais atenção quando comparada às previsões da agência da ONU para a região. Em dezembro de 2010, a expectativa da Cepal era de que a América Latina e o Caribe crescessem 4,2%. Agora, essa estimativa foi elevada para 4,7%, impulsionada pelo aumento do consumo interno. “O crescimento que se passou no Brasil em 2009 e 2010 está agora se repetindo na região. Ainda há uma certa pujança do consumo no país, só que a taxas menores”, explicou Mussi.
Inflação: Nos cálculos da Cepal, o crescimento regional implica em um aumento de 3,6% do PIB por habitante em 2001. Para 2012, o organismo estima uma expansão de 4,1% na economia da América Latina e do Caribe, equivalente a um aumento de 3,0% no produto por habitante. Em decorrência, a entidade estima que haverá redução da taxa de desemprego de 7,3% em 2010 para algo entre 6,7% e 7% em 2011.
Mas em seu relatório, divulgado ontem no Chile, a Cepal advertiu que o crescimento regional vem associado a fenômenos que não são bem-vindos, como a inflação. “Até que ponto estão a América Latina e o Caribe preparados para administrar o crescimento econômico?”, questionou a secretária executiva da entidade, Alicia Bárcena. “Devemos recuperar o espaço fiscal para ter a capacidade de adotar medidas que assegurem um crescimento sustentado, com emprego produtivo e igualdade”, recomendou.

De 35 economistas, 25 esperam que alta da Selic vá além de julho
Valor 15.07.2011 - Para David Beker, do BofA Merrill Lynch, risco de a taxa Selic sofrer mais uma alta cresceu significativamente.
Mais uma vez, o mercado financeiro chega às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de olho em pistas sobre o encontro seguinte. Para a decisão da próxima quarta-feira, os 35 economistas ouvidos pelo Valor esperam alta da Selic em 0,25 ponto percentual, para 12,50% ao ano. A dúvida é se o ciclo de aperto continua. Para a maioria - 18 analistas - ainda haverá outra dose de 0,25 ponto em agosto, levando a Selic para 12,75%. Mas há os que veem ainda mais: para sete deles, a Selic ficará em, no mínimo, 13% ao final de 2011. Apenas dez economistas acreditam que a reunião da semana que vem encerrará o ciclo de aperto monetário.
Esse placar foi traçado a partir de dois elementos novos que surgiram nas últimas duas semanas: a surpresa do IPCA de junho, que subiu 0,15%, acima das previsões; mas também da indicação dada pelo Relatório de Inflação do segundo trimestre, que trouxe à cena a ideia de que, segundo os modelos matemáticos observados pelo BC, a convergência da inflação para o centro da meta ocorre somente em 2013. Ou seja, ainda que a inflação corrente resista, existe um horizonte mais longo para que o esforço de combatê-la surta efeito.
Para Tony Volpon, da Nomura Securities, somente com uma Selic acima de 13% seria possível colocar a inflação de volta ao centro da meta de 2012, de 4,5%. Mas, para ele, que prevê apenas mais duas altas de 0,25 ponto percentual este ano, essa hipótese é politicamente improvável. "Acho que o governo fez uma opção de não fazer um ajuste brutal no começo do mandato e acho que não vai admitir um aperto mais forte agora", diz.
A conquista de trazer a inflação para o centro da meta em 2012 exigiria uma dose maior de desaceleração do crescimento econômico - seja pelo lado fiscal, monetário ou creditício, segundo afirma Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora. Mas os sinais no horizonte não vão nessa direção. "A regra do salário mínimo já projeta um reajuste nominal de pelo menos 13%, o que tende a pressionar custos e a demanda interna", afirma. Por isso, Velho acredita que o BC seguirá a política gradualista do aperto monetário, o que limita uma queda da Selic no ano que vem.
Existe, na verdade, risco de o BC ter de voltar a subir os juros, ao perceber que foi brando demais em sua ação. Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, diz que elevar a Selic para 12,75%, como ele prevê, será insuficiente para a conquista do centro da meta no ano que vem. E, para que possa fazê-lo em 2013, será necessário subir os juros novamente. "A tentativa pode existir, mas não acreditamos em convergência para a meta em todo o governo Dilma", afirma. A única chance desse quadro mudar, em sua opinião, é o surgimento de um choque externo, como o de 2008, que levou a inflação para a meta "à força" em 2009.
Com um cenário ainda mais pessimista está Mauro Schneider, economista-chefe do Banif, para quem a Selic deve chegar a 13,25% em dezembro - projeção mais alta da pesquisa. Mas, ainda assim, ele acredita que somente uma crise externa colocará a inflação na rota do centro da meta. "Se não ocorrer uma nova crise externa, a convergência precisa da inflação para a meta não deverá ocorrer em 2012 e, provavelmente, nem em 2013", alerta.
Ainda que os preços não estejam cedendo como o esperado, a atividade seja resistente sobretudo quanto ao mercado de trabalho e seja maior a incerteza quanto à evolução do cenário externo,
José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, não vê espaço para um choque de juros. Ele espera que o BC faça pelo menos mais duas elevações da Selic este ano. Uma ação muito mais forte do que essa, em sua avaliação, poderia agravar a inadimplência. "Além disso, a sinuca criada por juros e câmbio diminui a margem de atuação do BC: se eleva a Selic, o fluxo de dólar é ampliado. E a oferta de crédito também", avalia o economista, que leva em consideração ainda o efeito recessivo ou ao menos desinflacionário do cenário externo.
Já David Beker, chefe de Economia e Estratégia do Bank of America Merrill Lynch para o Brasil, prevê apenas mais uma elevação da Selic, de 0,25 ponto - embora admita que considere que o risco de a taxa subir novamente aumentou significativamente. Em parte, isso se deve à comunicação escrita do BC (na ata do Copom), que indica que persegue a convergência da inflação em 2012. "É verdade que o cenário externo pesa a favor do controle da inflação, mas a incerteza doméstica, sobretudo quando à oferta de trabalho e aos efeitos dos reajustes salariais, impede o BC mudar seu discurso. Acredito, inclusive, que o Copom manterá o recado de aperto monetário 'suficientemente prolongado'", afirma. "É difícil para o BC interromper o ciclo de alta do juro em meio a projeções de inflação ainda elevadas para 2012", diz o economista. A última pesquisa Focus apontou projeção mediana de IPCA de 5,10% no ano que vem.
Alguns analistas consideram, ainda, que o BC pode voltar a lançar mão das chamadas medidas macroprudenciais.
É o caso de Marcelo Gusmão Arnosti, gerente da Divisão de Macroeconomia da BB DTVM. Em seu cenário, de mais duas altas da Selic, de 0,25 ponto, está incorporada uma rodada adicional de medidas macroprudenciais, embora em intensidade consideravelmente inferior às tomadas em dezembro do ano passado, levando em conta o impacto sobre a relação recolhimento compulsório sobre depósitos totais. Também Carlos Thadeu Gomes Filho, economista sênior da Franklin Templeton, conta com mais medidas para conter a apreciação cambial e para intensificar o ajuste do crédito.

UBS e Credit Suisse podem fechar mais vagas
Valor/Bloomberg 15.07.2011 - O UBS e o Credit Suisse, os maiores bancos da Suíça, devem realizar nova onda de demissões diante dos reflexos dos anêmicos negócios dos clientes e da valorização do franco suíço. "Seguramente era de se esperar que a administração de custos mantivesse o alto grau de atividade", disse Matthew Clark, analista da Keefe, Bruyette & Woods de Londres. "Todos esses bancos de investimentos se posicionaram no ano passado tendo como base uma previsão de recuperação mundial, mas essa recuperação não se materializou ainda."
O Credit Suisse aumentou o contingente de pessoal em 2,5 mil funcionários, para 50,1 mil pessoas, enquanto o UBS admitiu mais de 6 mil pessoas no mundo entre o fim de 2009 e 31 de março deste ano. Os lucros dos bancos podem sair prejudicados em vista da fraca recuperação da economia e das mazelas da Europa com a dívida soberana, que reduzem as transações dos clientes, enquanto a alta do franco suíço, que subiu para valor recorde em relação ao euro e ao dólar, diminui a receita.
Clark, da KBW, estima que o lucro líquido a ser registrado pelo UBS no segundo trimestre cairá para 1,14 bilhão de francos (US$ 1,4 bilhão) em relação aos 2,01 bilhões de francos do mesmo período do ano passado. Os lucros do Credit Suisse deverão recuar para 1,22 bilhão de francos, em comparação ao 1,59 bilhão de francos de 2010, segundo suas estimativas.
O UBS reduziu seu quadro de funcionários em cerca de 6% no primeiro trimestre no banco de investimentos, onde empregava 17.628 pessoas no fim de março, e disse no mês passado que fechará cerca de 500 vagas no setor de tecnologia de informação em todas as regiões e divisões, a fim de baixar os custos anuais "em dois dígitos de milhões de francos". Segundo o jornal suíço "Tages-Anzeiger" o UBS deverá fechar 5 mil vagas para poupar 1 bilhão de francos em custos anuais.
O Credit Suisse pretende eliminar cerca de 500 vagas em sua divisão de administração de recursos para clientes de alta renda, disse pessoa familiarizada com a questão. O banco disse à equipe de seu banco de investimentos, que empregava 20,8 mil pessoas no fim de março, que iniciaria consultas sobre reduções de vagas. A instituição pretende eliminar mais de 600 postos de trabalho na divisão, entre os quais mais de 100 no Reino Unido, disse uma fonte. No total a instituição deverá fechar até 1,5 mil vagas, citou a agência "Dow Jones", citando pessoa familiarizada com o assunto. Os porta-vozes dos bancos preferiram não comentar o número de cargos a ser eliminado.
"A perspectiva de crescimento continua reduzida", disse o presidente do conselho de administração do UBS, Kaspar Villiger, ao "SonntagsZeitung", em entrevista no início do mês. "É bom se preparar para isso em vez de se iludir. O corte de custos é inevitável. Não posso descartar novos fechamentos de vagas."
Enquanto isso nos EUA, a juíza federal de primeira instância disse que reexaminará os processos contra o UBS AG movidos pelo liquidante da empresa de Bernard Madoff. É a quarta vez que um banco relacionado ao caso Madoff obtém acesso a um tribunal de instância superior. O síndico da massa falida Irving Picard processou o UBS no Tribunal de Falências, exigindo US$ 2,6 bilhões e alegando que o banco contribuiu para a fraude de Madoff ao montar fundos.





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