terça-feira, 19 de julho de 2011

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Daily News


Copersucar e Abril tentam fechar ofertas: Los Grobo x Arezzo x Magazine Luiza x Sonae Sierra Brasil x IMC x Autometal x Qualicorp x Technos x T4F x Brazil Pharma x Queiroz Galvão
Valor 19.07.2011 - Enquanto o Ibovespa inicia a semana batendo a mínima do ano, duas companhias esperam fechar o preço de suas ofertas iniciais de ações. O mau humor dos investidores em relação às ações pelo mundo, na percepção do mercado, não está ajudando nem um pouco essas empresas que tentam concluir suas captações na bolsa brasileira antes das férias no Hemisfério Norte.
Para hoje, está marcada a avaliação dos papéis da Copersucar e, na quinta-feira, da Abril Educação. No caso da companhia de açúcar e álcool, a expectativa do mercado ontem era que o preço sugerido para a operação seria reduzido para que a oferta pudesse ser concluída.
A Copersucar estimou seus papéis entre R$ 14,50 e R$ 18,50, o que equivaleria a uma captação entre R$ 2,1 bilhões e R$ 2,7 bilhões, incluindo os lotes adicional e suplementar. Mais da metade (64%) dos recursos levantados com a oferta primária - entre R$ 1,69 bilhão e R$ 2,16 bilhões - serão destinados ao fortalecimento da estrutura de capital da companhia, que viu seu endividamento líquido quintuplicar em um ano.
Já a oferta da Abril, a três dias do fechamento, contava com demanda para metade da quantidade de ações que está à venda, no piso inicialmente sugerido, conforme informações que circulavam no mercado ontem.
A Abril Educação estima que o preço por ação em sua distribuição ficaria entre R$ 21,75 e R$ 26,75. Confirmada a colocação no valor mínimo sugerido, a empresa, que reúne editoras e escolas de preparação para vestibulares e concursos públicos, poderá levantar cerca de R$ 545 milhões.
Na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), há outras seis operações em análise. Três delas estão interrompidas, a pedido das companhias: Camil, de alimentos, Enesa Participações e Perenco Petróleo e Gás.
As colocações da holding de moda Inbrands e da produtora de grãos Los Grobo, ambas com a Vinci Partners como acionistas, também deverão ser interrompidas para tentar voltar ao mercado mais para o fim do ano, apurou o Valor. A Vinci não concedeu entrevista e informa que está em período de silêncio em razão das operações.
A Webjet, que também chegou a solicitar a análise de oferta de ações, foi comprada pela Gol.
Por conta das férias nos Estados Unidos e Europa, tradicionalmente os meses de julho e agosto são fracos para as operações, que devem ser retomadas a partir de setembro.
O primeiro semestre do ano foi o melhor para as ofertas desde 2007. Somando as operações iniciais com aquelas de empresas já listadas, as 19 captações concluídas de janeiro a junho movimentaram R$ 15,2 bilhões, valor 12% maior que o registrado em igual período do ano passado de R$ 13,5 bilhões.
E, apesar de a bolsa estar em queda de 15% no ano, a maioria das novatas está com desempenho positivo em 2011.
As ações da empresa de calçados Arezzo, que estrearam em fevereiro, lideram as valorizações com 22,63%. Em seguida vêm Sonae Sierra Brasil, 21%; International Meal Company (IMC), 15,56%; Autometal, 12%; Qualicorp , 7,54%; e Technos, 3%.  As maiores perdas, ainda assim menores do que a retração do Ibovespa no ano até o momento, são de Magazine Luiza, 13,31%; T4F, 12,50%; Brazil Pharma, 7,83%; e Queiroz Galvão Petróleo e Gás, 3,16%.

Nike, Coca e Mastercard terão ações na Bovespa: Nike x Coca Cola x Mastercard x Citibank x Deutsche Bank x Colgate Paulmolive
Estadão 18.07.2011 - Papéis estão entre os dez que estão sendo trazidos pelo Itaú para a Bolsa, e que têm como alvo principalmente investidores institucionais
O investidor brasileiro vai poder negociar no mercado local a partir da próxima segunda-feira papéis de empresas americanas, como Coca-Cola, Colgate-Palmolive, Nike, a bandeira de cartões Mastercard e o site de comércio eletrônico Amazon. O Itaú Unibanco venceu uma concorrência da BM&FBovespa e está trazendo ações de dez empresas, que incluem ainda Caterpillar, Chevron, Oracle, Monsanto e Schlumberger.
O investimento nessas empresas na Bolsa brasileira, porém, será restrito a grandes investidores. Para pessoas físicas, a opção estará disponível somente para aquelas com aplicações financeiras de mais de R$ 1 milhão. Quem não tiver esse patrimônio terá de procurar fundos de investimento que incluam esses papéis na carteira.
Ricardo Soares, diretor do Itaú Unibanco, diz que, para escolher as dez empresas, o banco considerou fatores como exposição da marca no mercado americano e internacional, expectativa de crescimento nos próximos anos e volume de negociação das ações nos Estados Unidos. "Optamos por trazer mais empresas ligadas ao consumo e varejo, por conta das boas expectativas para este segmento a médio e longo prazo", explica.
As ações dessas empresas serão negociadas na BM&FBovespa por meio de papéis chamados Brazilian Depositary Receipts (BDRs) não patrocinados. São certificados que representam ações de emissão de companhias abertas, com sede no exterior, e emitidos por instituição no Brasil - no caso, o Itaú. São chamados de "não patrocinados" porque quem traz o papel para a bolsa brasileira é um banco, e não a própria empresa.
O Deutsche Bank, que participou junto com a Bolsa da criação desse mercado no Brasil, no ano passado, e o Citibank, que venceu a primeira concorrência, já trouxeram outros papéis para o Brasil. Os nomes incluem ações de grandes empresas internacionais, como Google, McDonald’s, Arcelor, Apple e o banco de investimento Goldman Sachs.
Esse mercado, porém, ainda registra poucos negócios na bolsa brasileira. Soares, do Itaú, afirma que uma das razões é que é um setor muito novo no Brasil e que pouca gente conhece.
Apresentação. Mesmo entre os grandes investidores, como fundos de pensão, o desconhecimento da opção é grande. Por isso, o banco planeja fazer apresentações e palestras sobre esse mercado para potencias aplicadores. "Nosso objetivo não é o ganho de curto prazo, mas no médio e longo prazos, com a economia crescendo e os juros caindo, esse tipo de aplicação é uma opção de diversificação (de portfólio). É possível investir em uma companhia estrangeira sem sair do Brasil", disse o executivo.
Os BDRs podem ser comprados por instituições financeiras, fundos de investimento, administradores de carteira e consultores de valores mobiliários. Fundos de pensão também podem negociar.
O próximo alvo da BM&FBovespa são as empresas da Ásia e da Europa. O objetivo é trazer grandes ações de companhias da região para listarem papéis aqui por meio do BDR não patrocinado. A expectativa é de que até o final do ano cheguem as primeiras empresas.

Oferta do BM Cenesp tem excesso de demanda no segmento de varejo: Brazilian Mortgages x BM Cenesp x Kinea Investimentos x Brazilian Capital Real Estate Fund I
Valor 19.07.2011 - A demanda dos investidores por fundos imobiliários continua aquecida. A Brazilian Mortgages captou R$ 195,83 milhões com a distribuição do BM Cenesp, encerrada no dia 11 de julho.
Ao total, foram colocadas três séries no mercado. A colocação direcionada ao público de varejo foi fechada em apenas cinco dias úteis e atraiu 2.695 investidores pessoas físicas. A demanda foi 1,7 vezes superior à oferta, que somou R$ 60 milhões, totalizando 2.737 investidores.
A aplicação mínima era de R$ 10 mil, e o ticket médio dessa tranche foi de R$ 22 mil. "A oferta foi bastante pulverizada, o que é favorável para a negociação do fundo na bolsa", afirma Vitor Bidetti, diretor da Brazilian Mortgages.
Os recursos captados pelo fundo serão aplicados na compra de uma participação de 23,8% do Centro Empresarial de São Paulo, localizado no bairro de Santo Amaro, na capital paulista, pertencente ao fundo Brazilian Capital Real Estate Fund I.
A taxa interna de retorno esperada para o fundo é de 10% ao ano, considerando o valor atual do aluguel do Cenesp, de cerca de R$ 45 o metro quadrado. Há apenas três anos esse valor girava em torno de R$ 22 o metro quadrado. "A taxa de vacância do empreendimento é zero, e o preço do aluguel tem aumentado, mas ainda continua atrativo comparado com os valores praticados nas áreas nobres como a Faria Lima e a Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, onde os preços do metro quadrado estão em cerca de R$ 180 e R$ 100, respectivamente", diz Bidetti. A Kinea Investimentos também acaba de levantar um volume superior a R$ 200 milhões na segunda captação do fundo Kinea Renda Imobiliária FII, superando a previsão inicial da oferta, de R$ 150 milhões. O fundo tem como foco investir em prédios comerciais e centros de distribuição nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Cosntrutora Paulista: Kallas  x Emílio Kallas
Folha 19.07.2011 - A construtora e incorporadora Kallas vai lançar 13 empreendimentos no Estado de São Paulo até o final deste ano.
Além da capital paulista, a companhia construirá nas cidades de Guarulhos e Santos, e na região do ABC. A incorporadora espera fechar este ano com VGV (Valor Geral de Vendas) de mais de R$ 1 bilhão.
Dois empreendimentos estarão localizados na Vila Leopoldina, em São Paulo: um condomínio residencial, com 600 unidades de um a três quartos, e outro comercial, com 400 escritórios.
Os investimentos nas obras do bairro serão superiores a R$ 130 milhões, de acordo com o presidente da companhia, Emílio Kallas. "Não podemos concentrar nossas construções em apenas um segmento do mercado", afirma Kallas.
No início deste mês, a empresa lançou um imóvel comercial no bairro de Santana, em São Paulo, com VGV de R$ 80 milhões. "É uma região com taxa de vacância de 5%, enquanto o índice de equilíbrio é acima de 10%."
O lucro líquido da companhia no ano passado foi de R$ 112 milhões.

BC restringe prazo de cartão consignado: Banco Central x ABBC x Caixa Econômica Federal x Banco do Brasil
Valor 19.07.2011 - Instituições terão de se enquadrar à regra que prevê reservas maiores para crédito com prazo superior a 36 meses. Banco Central, no entanto, libera clientes desses cartões do pagamento mínimode 15% da fatura. O Banco Central restringiu financiamentos com cartão de crédito consignado em prazos superiores a 36 meses para tentar conter o endividamento da população. Para empréstimos acima desse prazo, as instituições terão de fazer uma reserva de capital maior -o que, em tese, reduz a margem que têm para oferecer aos clientes, diminuindo prazos ou aumentando o custo do crédito.
A regra é a mesma que já está em vigor, desde dezembro, para o consignado tradicional, modalidade que perdeu força desde então.
O problema, para o BC, é que beneficiários do INSS e funcionários públicos -que respondem por 85% do crédito com desconto em folha, com taxa de juros média de 28% ao ano, abaixo dos 66% das outras linhas de crédito pessoal- têm uma "brecha" que permite tomar mais crédito fugindo da restrição.
Eles podem comprometer até 30% da renda líquida com o consignado, mas têm duas opções: tomar todo o crédito por meio do consignado direto, que já é alvo de restrições; ou dividir o limite em 20% com empréstimos diretos e 10% no cartão de crédito.
Ou seja, podiam fugir da restrição emprestando por meio do cartão de crédito.
O BC decidiu impor restrições aos cartões para evitar que se use justamente essa brecha de 10% para burlar a restrição aos consignados.
Até agora, porém, isso não ocorreu. Nos bancos menores, as dívidas no cartão são 0,70% dos empréstimos. Na Caixa Econômica Federal e no Banco do Brasil o número também não é significativo. Dados do INSS mostram uma participação de 0,14% nas concessões com cartão.
Apesar dessa restrição, em vigor desde ontem, o BC decidiu que quem usa o cartão está dispensado de outra regra, que determina o pagamento mínimo de 15% da fatura, como os demais cartões.
Impacto: Segundo a ABBC (associação de bancos médios e pequenos), mais de 90% dos clientes desse produto não parcelam o pagamento ou quitam as dívidas em até seis meses. Por isso, a medida, num primeiro momento, deve ter pouco impacto.
A ABBC avalia como positivo, porém, o pagamento mínimo. Desde junho, os clientes nos demais cartões são obrigados a liquidar 15% da fatura no vencimento. A partir de dezembro, serão 20%.
A mudança causou confusão no setor, diz Renato Oliva, presidente da ABBC. A regra do consignado já prevê desconto na fonte do equivalente a 10% da renda do cliente. O que passar é pago via fatura, sobre a qual incidia pagamento mínimo de 15%.

Com medida do BC, banco pequeno pode ser "estrangulado": PanAmericano x FGC x Antonio Carlos Bueno x CMN
Valor 19.07.2011 - Venda de carteira de crédito não será mais usada para engordar patrimônio e, logo, aumentar cessão de crédito.
Mudança contábil visa adequar país a regra internacional, mas pode resultar em crédito mais caro.  Como se não bastassem a confiança abalada após as fraudes do PanAmericano, a dificuldade para captar recursos e as medidas do governo para frear a concessão de empréstimos, bancos pequenos e médios terão de se adaptar a uma realidade ainda mais dura daqui para frente.
Uma nova regra do CMN (Conselho Monetário Nacional) -que entrará em vigor em janeiro de 2012- afetará um dos principais instrumentos para essas instituições conseguirem dinheiro para suas operações: a venda dos créditos concedidos.
Além disso, a partir do ano que vem o FGC (Fundo Garantidor de Crédito), grande salvador desses bancos após a crise de crédito de 2008, reduzirá sua atuação como avalista de depósitos especiais nessas instituições.
A preocupação com o futuro está fazendo com que, por um lado, os bancos saiam à caça de parceiros para continuar operando. Do outro, cresce a pressão para o governo amenizar as regras.
Segundo a Folha apurou, o Banco Central analisa se será necessário implementar de forma gradual a nova regra, que foi aprovada em 2008 pelo CMN e vinha sendo postergada. A norma muda a forma como os bancos registram na contabilidade as operações de venda das carteiras.
Se em vigor a partir de janeiro, bancos não poderão mais usar, de uma vez, a receita obtida com a venda dos créditos para engordar lucro e patrimônio e, com isso, emprestar mais. O impacto será diluído ao longo do vencimento de contratos vendidos.
"Realmente é [uma pancada]", admite Antonio Carlos Bueno, diretor-executivo do FGC. No entanto, ele argumenta que é uma adaptação às regras internacionais.
Para a equipe econômica, a mudança não é surpresa. Está prevista desde 2008 e, em junho de 2010, as instituições foram avisadas de que entraria em vigor em 2012.
Oficialmente, o governo não fala em novo adiamento, mas a proposta foi posta em discussão após o estresse pelo caso PanAmericano.
O risco de mais problemas no setor fez com que o FGC não acabasse com uma linha de compra de carteiras criada no auge do impacto da crise e usada hoje por 22 bancos.
Outro instrumento importante oferecido pelo FGC, porém, começará a desaparecer em 2012. É o que garante, em caso de quebra, as aplicações dos clientes em títulos especiais até R$ 20 milhões. Com ele, os bancos conseguiram captar recursos na crise.
"A regra é reduzir 20% ao ano [estoque de operações], nos próximos cinco anos, até zerar", afirma Bueno.

Brasil perde US$ 7 bi para papel e celulose: Mato Grosso do Sul x Portucel Soporcel x Advocacia Geral da União
DCI 19.07.2011 - As mudanças das regras relacionadas à venda de terras a estrangeiros, impostas pelo parecer da Advocacia Geral da União (AGU), têm freado os investimentos na área de plantio de florestas para o setor de papel e celulose. Segundo a presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth de Carvalhaes, já foram represados cerca de US$ 7 bilhões em recursos que poderiam ter sido colocados no País para essa atividade.
A suspensão dos planos da europeia Portucel Soporcel em investir R$ 4,8 bilhões no Mato Grosso do Sul é apenas mais um caso de dificuldade que foi criado com a mudança na legislação brasileira.
"Este é um problema sério e grave, temos trabalhado com o governo para chegarmos a uma solução o mais rápido possível", afirmou a representante do setor. Embora entenda a motivação do governo e da AGU, de preservar o território brasileiro, Elizabeth lembra que a aquisição de terras para plantação de florestas "é um negócio de companhias nacionais de capital misto que estão no País, possuem CNPJ e pagam tributos".
Reflexo dessa percepção está na forma como a Portucel avaliou os investimentos no Brasil. Apesar de ter assinado, no segundo trimestre do ano passado, um protocolo com o Governo do Mato Grosso do Sul, em março deste ano a companhia fez novas análises de opções, tanto no Brasil como em outros países, como Uruguai, Angola e Moçambique. E decidiu pelo investimento nesta última região.
Moçambique, assim, deve receber US$ 2,3 bilhões em aportes até 2025. Mesmo com tudo isso, o Brasil tende a fechar o ano com uma produção de 14,8 milhões de toneladas de celulose. Se este número se confirmar, será um crescimento de 6% sobre os 14 milhões de toneladas do ano passado, estimou a presidente da entidade que representa a indústria de celulose e papel.
O planejamento do setor, porém, aponta um incremento maior da produção da commodity.
De acordo com a executiva, nos próximos oito anos o País deverá elevar sua produção para algo entre 20 e 22 milhões de toneladas de celulose, e dessa forma ultrapassar o volume que é produzido pela China.

Amapá Shopping custará R$ 122 milhões à Tenco: Tenco Realty x Adriana Gribel x Casa do Pão de Queijo x Renner x Marisa x Riachuelo
DCI 19.07.2011 - Com a meta de ser a pioneira do ramo de centro de compras em cidades como Macapá (AP), no norte do País, a construtora Tenco Realty anuncia a criação do Amapá Garden Shopping, obra cujo investimento é estimado em R$ 122 milhões e tem previsão de ser finalizada no ano que vem.
Segundo Adriana Gribel, diretora da Tenco Realty, o projeto envolve área bruta locável de 29 mil metros quadrados, para 150 lojas, como Casa do Pão de Queijo, Renner, Marisa e Riachuelo. Serão 5 lojas-âncoras, 1 hipermercado, 9 megalojas, 6 salas de cinema - uma com tecnologia 3D.
A meta é ousada, mas "a empresa tem o perfil de atuar em cidades afastadas dos grandes centros onde é detectado aumento da renda da população", explica a executiva da Tenco.
A ideia é seguir os passos da BRMalls, líder do setor de administração de centros de compras. Ontem, a empresa anunciou um desempenho vigoroso no segundo trimestre deste ano, quando viu as lojas de seus empreendimentos acumularem um faturamento de R$ 3,7 bilhões, com incremento de 23,7% das vendas no período, em relação à igual época de 2010. Conforme a empresa, as "lojas-satélites" foram as maiores responsáveis pelo lucro.  

Cade quer que BRF crie o vice-líder do mercado em 2012: Perdigão x Sadia x BRF x CADE
Valor 19.07.2011 - Os mercados de pratos prontos e congelados foram considerados críticos pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Ministério da Justiça e, por isso, sofreram condições mais severas no acordo assinado com a BRF para a aprovação da compra da Sadia pela Perdigão.
Dos ativos que serão vendidos a apenas um concorrente (fábricas, abatedouros e granjas), a maior parte atende a esses mercados em que Cade verificou que há problemas sérios de concorrência.
A suspensão da marca Perdigão foi maior nos segmentos de pratos prontos. Neles, a BRF não vai poder usar a Perdigão por cinco anos a contar da data da venda dos ativos. A expectativa é que a venda ocorra no início do ano que vem, pois o prazo final para fazê-lo é março de 2012. A marca Perdigão será suspensa para lasanhas, pizzas, quibes, almôndegas e "frios saudáveis" até 2017. No caso de salames, a Perdigão pode voltar em 2016. Para outros alimentos como presunto suíno cozido, lingüiças, paios, apresuntados e afiambrados, a volta é prevista para 2015.
"Quanto mais fraca a competição, por mais tempo tiramos a marca Perdigão", diz o conselheiro Ricardo Ruiz, que conduziu as negociações com a BRF. As marcas Sadia e a Perdigão têm competidores mais fracos no setor de pratos prontos. Por isso, a suspensão da Perdigão foi maior nesse setor.
Segundo Ruiz, a venda de ativos vai dar a um concorrente 1/3 da BRF em 14 mercados, que são os considerados problemáticos. Nessa lista estão os seguintes produtos: carne "in natura" de peru, presuntos, salsicha, linguiça defumada, os chamados "kit festa" aves e suínos - pacotes que envolvem uma série de produtos -, quibes, almôndegas, lasanhas, pizzas congeladas e pratos prontos.
O Cade verificou que a BRF atua em mercados muito maiores, mas o foco da decisão se deu nesses segmentos em que a concorrência com a Sadia e a Perdigão é menor.
O Cade não considerou a produção da BRF voltada à exportação em sua decisão. Com isso, os ativos da BRF voltados ao mercado externo foram preservados.
Ao fim, Ruiz calcula que a alienação de ativos da BRF para um concorrente corresponde a 10% da companhia. Para chegar a essa conta, ele partiu da produção total da companhia: 5,7 milhões de toneladas de alimentos por ano. Desse total, 2,7 milhões de toneladas abastecem o mercado interno. O Cade verificou, em seguida, quanto dessas toneladas envolve mercados com problemas de competição. A análise identificou 14 mercados. Foi decidido mandar vender a produção equivalente à marca de menor participação de mercado. Por exemplo, se o produto Sadia tinha 30% de um segmento e o Perdigão tinha 20%, o Cade mandou vender o equivalente aos 20% da Perdigão. O objetivo foi o de criar um vice-líder de mercado para competir com a BRF.
Esse vice-líder será escolhido pela própria BRF, que se comprometeu a vender seus ativos. Se a empresa descumprir o termo, a compra da Sadia será desfeita. "A empresa tem que vender os seus ativos, senão o negócio será desfeito", diz o conselheiro Olavo Chinaglia, que presidiu o julgamento. "Ela será a maior interessada em efetivar a venda."

Fast food: KFC x BFFC (Brazil Fast Food Corporation)
Folha 19.07.2011 - A rede KFC prepara a sua expansão para o Estado de São Paulo. Até o final deste ano, serão abertas seis unidades na região da Grande São Paulo. Com investimentos de cerca de R$ 8 milhões, serão três lojas próprias e três unidades franqueadas.
Os shopping centers concentram a maioria dos novos restaurantes: são cinco, ante um em loja de rua. A marca KFC tem no Brasil 13 restaurantes, sendo 12 no Estado do Rio e um em São Paulo. No país, a marca está sob o controle da empresa BFFC (Brazil Fast Food Corporation).

Uma revolução no setor de pratos prontos: BRF x Grupo Oetker x SuperHiper x Grupo JBS
Valor 19.07.2011 - Com vendas de aproximadamente R$ 1 bilhão e um crescimento na casa dos 20% entre 2009 e 2010, o mercado de pratos prontos e de pizzas congelados está prestes a passar por uma grande reviravolta. Dona das marcas Sadia, Perdigão, Rezende e Batavo, a BRF -Brasil Foods terá que tirar do mercado vários de seus produtos nesse segmento, por decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Ministério da Justiça. Diante desse cenário, os concorrentes estão atônitos. "É a primeira vez que acontece algo tão expressivo assim no setor", diz o vice-presidente da Coopercentral Aurora, Neivor Canton.
Pela decisão do Cade, anunciada na semana passada, a BRF terá de tirar do mercado por cinco anos as lasanhas e pizzas congeladas da marca Perdigão. A Batavo (com exceção dos produtos lácteos) será suspensa por quatro anos. Além disso, a companhia terá de vender a marca Rezende e não pode criar uma nova marca. A decisão do Cade afeta só lasanhas e pizzas. Linhas como a Perdigão meu Menu, de massas como penne e fettucine, continuam no mercado.  As três marcas têm linhas de pratos e pizzas congeladas. Por isso, no mercado de pratos prontos - no qual as lasanhas são 91% do volume, conforme dados Nielsen publicados pela revista "Supermercado Moderno" - será aberta uma lacuna correspondente a 37% do total vendido em unidades. Esta é a fatia da marca Perdigão, estimada pelo mercado. Batavo e Resende teriam cerca de 1% das vendas em volume.
A marca Sadia, também da BRF, lidera com cerca de 48% das vendas. Em pizzas prontas congeladas, a fatia da BRF é grande: a Sadia tem cerca de 44% das vendas em volume. Perdigão, Rezende e Batavo, juntas somam pouco mais de 35%. É essa parcela que deverá ser retirada do mercado a partir de março de 2012. A Aurora tem cerca de 2% do mercado de pizzas prontas congeladas e 1% do segmento de pratos congelados. A Seara, da Marfrig, fica com 4%. Nos dois segmentos, marcas regionais têm grande participação. Em São Paulo, por exemplo, a Mezzani Massas e a Massa Leve são expressivas.
"Com certeza, abre-se um campo de crescimento nesse mercado, mas isso não significa que as marcas rivais irão necessariamente absorver essas vendas ou adquirir ativos que a BRF terá de vender", diz o vice-presidente da Aurora. "Não sabemos qual será a reação do consumidor. Incrementar nossa capacidade de produção em virtude da saída dessas marcas é arriscado. Em vez de migrar para nossa linha, o consumidor pode concentrar suas compras na marca Sadia", diz ele. "Por isso está todo mundo muito cauteloso ainda", afirma. A Aurora, que tem três fábricas em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso do Sul, produz pratos prontos congelados e pizzas. A linha de massas fica a cargo de uma fábrica em São Paulo, terceirizada. O acordo feito com o Cade prevê a venda de dez unidades de alimentos, dois abatedouros de suínos, dois abatedouros de aves, além de granjas, incubatórios e oito centros de distribuição. Até a venda, "a BRF continuará operando normalmente estas unidades", disse a companhia. "O setor está muito curioso sobre esses ativos, mas ainda não se sabe se eles serão vendidos fracionados ou não", diz o executivo da Aurora.  O grupo JBS, que vende pizza e massas frescas com a marca Vigor, informou que "avalia todas as propostas disponíveis no mercado, mas não está participando de nenhuma negociação no momento". A concorrente Marfrig preferiu não se pronunciar.
A Nestlé, que tem várias marcas de pratos congelados fora do Brasil (Stouffer's, Hot Pockets, Lean Cuisine), chegou a atuar nesse segmento no país com a marca Findus, que mais tarde virou Maggi. A linha saiu do mercado na década de 90. Sobre a possibilidade de voltar a atuar com esses produtos ou de adquirir ativos da BRF, a empresa prefere não se pronunciar.
A Dr. Oetker, do Grupo Oetker da Alemanha, vende no Brasil misturas para sobremesas, gelatinas e bolos. Atua também no mercado de pizzas congeladas, com a marca Ristorante. A Dr. Oetker se opôs abertamente à compra da Sadia pela Perdigão, que formou a BRF.
O percentual dos lares que compravam regularmente esses produtos, em 2008, era de 17,1%. Em 2010, segundo a revista "SuperHiper", essa fatia passou a 30,5%.
Conforme a BRF, as lasanhas e pizzas prontas são fabricadas em diferentes fábricas, todas próprias. "A BRF vai reorganizar sua estrutura de produção, de modo a permitir que o futuro comprador das marcas a serem vendidas também conte com matéria-prima, abatedouros, fábricas e centros de distribuição", disse a empresa, por meio da assessoria de imprensa.

Dona da Le Lis Blanc compra fabricante de jeans John, John: Fundo PCP x Pactual x Ellus x Forum e Zoomp x InBrands x Salinas x Ellus x Richards x Alexandre Herchcovitch
Valor 19.07.2011 -  A Restoque, dona da rede de lojas Le Lis Blanc e Bo.Bô, voltou às compras. A rede varejista de moda adquiriu 100% da fabricante de jeans John, John, por R$ 29,1 milhões. Com a marca de jeans sob seu controle, a Restoque partirá nos próximos meses para a abertura de lojas John, John. Hoje os produtos da fabricante, cujos preços ficam entre R$ 300 e R$ 500, são vendidos apenas por meio de 300 lojas multimarcas, concorrendo com grifes como Ellus, Forum e Zoomp.
Até o próximo ano, a varejista prevê a abertura de pelo menos 10 pontos de venda, o que deve expandir o faturamento da grife de jeans que fechou 2010 com R$ 13 milhões em vendas. Novos produtos, como camisetas, devem ser inseridos no portfólio da nova marca da Restoque, tarefa que também será coordenada por Waltraut Guida, uma das fundadoras da Le Lis Blanc. "A John, John começou do zero em 2006. Para crescer agora, ela precisa de lojas e de mais produtos, por isso o negócio foi vendido para a Restoque", diz João Foltran, fundador da grife. O executivo, que foi estudar técnicas de lavagem de jeans na Itália, permanecerá na empresa por pelo menos três anos. Dos R$ 29,1 milhões pagos pela Restoque, só R$ 6,4 milhões serão desembolsados agora. O restante vai ser pago ao longo de três anos, sem correção. A aquisição da John, John, porém, não significa que a Restoque vai iniciar agora uma temporada de compra de grifes. "Nosso negócio é o crescimento orgânico", diz Marcio Camargo, presidente do conselho de administração da Restoque e sócio da Artesia Gestão de Recursos, controladora da varejista.
As oportunidades de inclusão de novas marcas são observadas caso a caso pela Restoque, que prefere desenvolver grifes que estejam em estágio inicial a adquirir nomes já consagrados no mundo da moda. Em outubro de 2008, a Restoque comprou a Bo.Bô, de moda feminina, que naquela época tinha apenas uma loja.
É uma estratégia diferente daquela adotada pela InBrands, holding de moda que tem como principal sócio o fundo PCP, de ex-sócios do banco Pactual. O negócio da InBrands é a compra de marcas mais consolidadas, como foi o caso de Salinas, Ellus, Richards e Alexandre Herchcovitch.
Por trás da compra da John, John, está a percepção da Restoque de que, com o passar dos anos, suas marcas atuais possam alcançar um patamar de saturação. Por isso a chegada da nova grife se torna importante. Hoje, a Le Lis tem 62 lojas, sendo que até o fim de 2012 cem unidades devem estar abertas. Para Camargo, uma possível saturação poderia ocorrer quando a marca alcançasse 130 lojas.
Além de proporcionar potencial de expansão pelo varejo, a John, John também ampliará o público atendido pela Restoque, que é o feminino. A John, John, cuja fábrica fica em Tietê (SP), tem produtos também masculinos.
Segundo o Valor apurou, os planos da Restoque para o segmento masculino não devem parar por aí. A empresa estuda lançar roupas para homens com a marca Le Lis Blanc. A ideia seria criar uma grife de roupas formais e casuais para vestir o marido da mulher que já compra na Le Lis. A informação, porém, não é confirmada pela varejista. Segundo Camargo, o que está confirmado para o próximo ano é o lançamento de uma linha de maquiagem importada com a marca Le Lis, seguindo grifes internacionais, como Dior e Chanel, que, além de roupas, têm produtos como batons e sombras.
A Restoque abriu o capital em bolsa em abril de 2008.

Wilson, Sons: novo navio para operação com Petrobras: Wilson, Sons x Wilson, Sons Ultratug Offshore x Petrobras x BNDES
Brasil Econômico 18.07.2011 - A operadora integrada de logística Wilson, Sons comunicou nesta segunda-feira (18/7) a construção da embarcação PSV Cormoran em seu estaleiro no Guarujá (SP).
O PSV é a 12ª embarcação própria da frota de apoio marítimo da companhia e entrará em operação de longo prazo com a Petrobras.
O objetivo da Wilson, Sons Ultratug Offshore (WSUT), empresa na qual a Wilson, Sons detém 50% de participação, é ter uma frota de 34 embarcações.
"O PSV Cormoran contou com incentivos do Governo Federal e Estadual e financiamento com fundos do Fundo de Marinha Mercante (FMM), do Ministério dos Transportes, concedido por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)", diz a companhia em comunicado.
"A Wilson, Sons comunica ainda que a WSUT acaba de renovar os contratos de afretamento dos PSVs Albatroz e Gaivota para a Petrobras por um período de quatro anos", acrescenta a nota

TAM e Gol já têm fatia de 90% do movimento de grandes aeroportos: TAM x WebJet x GOL x ITA x VASP x CVC x BRA X CADE
Estadão 18.07.2011 -  Com aquisição da Webjet pela Gol, as duas maiores empresas do setor aéreo brasileiro aprofundam ainda mais a concentração no mercado.
Numa reversão do recente processo de pulverização do mercado doméstico de aviação, a compra da Webjet pela Gol pode levar o País a níveis extremos de concentração em um segmento já marcado pela forte presença de duas gigantes. É o que mostra um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) a pedido do Estado.
Se efetivado o negócio, a Gol/Webjet passará a concentrar 61,4% das operações domésticas no aeroporto do Galeão (RJ); 57,8% em Confins (MG) e 51,2% em Curitiba (PR). O alto nível de concentração para o qual o mercado se direciona fica ainda mais evidente somando-se as participações da Gol/Webjet e da TAM. Os dois maiores grupos da aviação nacional responderiam por mais de 98% das operações no aeroporto internacional do Rio; 93,4% no de Brasília; e 92,9% em Congonhas.
Ex-conselheira do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a atual coordenadora de estudos de regulação do Ipea, Lucia Helena Salgado, é categórica ao criticar a operação. "Se eu estivesse no Cade agora, a minha primeira atitude seria editar um ato suspendendo a operação. E, se fosse a relatora, não a aprovaria e aguardaria a alteração no CBA (Código Brasileiro de Aeronáutica). Se a Webjet tiver de ser vendida, que seja para um terceiro", diz. Lucia Helena foi a relatora de um dos casos mais emblemáticos já julgados pelo órgão: o da compra da Kolynos pela Colgate-Palmolive, em 1996.
Capital estrangeiro. A mudança no Código Brasileiro de Aeronáutica a que Lucia Helena se refere diz respeito ao aumento do limite da participação estrangeira no capital votante das companhias aéreas brasileiras. Hoje, empresas ou investidores de fora do País só podem deter uma fatia de até 20% em cada companhia. Na avaliação de especialista, essa restrição é um dos grandes causadores do alto nível de concentração no mercado.
Consenso no setor e em diversos escalões da administração federal, o projeto que pretende ampliar esse porcentual para 49% tem sua votação continuamente adiada desde 2004, cedendo lugar a outros considerados mais importantes pelo governo e pelos parlamentares. Este ano, chegou a entrar em pauta, mas foi retirado.
Enquanto isso, uma série de empresas com problemas financeiros, que poderiam ter sido compradas ou recebido injeções de recursos do exterior, sucumbiram ou foram parar nas mãos de concorrentes. A lista dos casos mais marcantes - da qual a Webjet é o caso mais recente - inclui Vasp e BRA, que pararam de operar; Varig, adquirida pela própria Gol; e Pantanal, comprada pela TAM, companhia que também prepara a aquisição de 30% da regional Trip.
A expectativa do setor é de que o projeto elevando a participação de investidores estrangeiros nas empresas aéreas seja votado a partir de setembro na Câmara dos Deputados. No entanto, de acordo com uma fonte que acompanha o processo em Brasília, um novo parecer na Câmara pode acabar alterando o porcentual proposto de 49% para 100% do capital votante. Se isso acontecer, o projeto teria de voltar para ser votado no Senado, o que poderia postergar novamente a sua aprovação.
Segundo fontes, o controlador da Webjet, Guilherme Paulus - ex-dono da operadora de turismo CVC -, era o empresário mais empenhado na busca da aprovação do projeto. Visto com frequência em Brasília, ele tentava vender a empresa a grupos estrangeiros, mas acabava esbarrando sempre na limitação legal. Por fim, decidiu fechar negócio com a Gol.
A retirada total da restrição à entrada de capital estrangeiro é defendida pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), ao lado de políticas de céus abertos, para reduzir a concentração. Segundo a entidade, que representa as empresas aéreas ao redor do mundo, globalmente a concentração é bem menor do que no Brasil: as dez maiores companhias detêm apenas 30% do mercado. Procuradas, Gol, Webjet, TAM e Azul não se pronunciaram sobre o assunto.

Georadar investe em aquisição e entra no segmento offshore: Angra Partners x Andrade Gutierrez x Georadar x RXT
Valor 19.07.2011 - Magalhães, presidente e sócio: "Não somos apenas nós que estamos procurando ingressar no mercado offshore".
A mineira Georadar começou a investir parte dos R$ 160 milhões de dois aportes de capital que recebeu no ano passado para ingressar, por meio de aquisições, no segmento de pesquisas sísmicas na área de produção de petróleo em alto mar, ou "offshore". Até o fim deste mês, a empresa conclui a compra de um braço da norueguesa RXT, que presta serviço para empresas de petróleo no Brasil, Colômbia, Venezuela, Argentina e África do Sul.
Em 2010, a empresa vendeu 33% de seu capital para o fundo AG Angra Partners, ligado ao grupo Andrade Gutierrez, em uma operação que injetou R$ 60 milhões. Seis meses depois, alienou outros 33% do capital para o Rio Forte, a empresa de participações do grupo financeiro português Espírito Santo, captando mais R$ 100 milhões. O dinheiro será usado em aquisições e a da RXT envolve R$ 50 milhões. "Não estamos comprando apenas fluxo de caixa, mas mudando nosso escopo para entrar no mercado do mar. Já somos forte em pesquisa sísmica em terra", afirmou o acionista mineiro, Celso Magalhães, um ex-funcionário da Petrobras que adquiriu a empresa em 2003.
A Georadar quer atuar na pesquisa sísmica em campos de petróleo com exploração já iniciada. Em terra, fez também prospecção de jazidas de gás natural. Partiu dela a descoberta recente de reservas do produto na região do São Francisco, em Minas Gerais, em área de um consórcio entre a Orteng e a estatal Codemig. "Queremos ser a primeira empresa sísmica nacional no offshore, que é um setor dominado por empresas estrangeiras", disse.
A empresa deve faturar este ano R$ 450 milhões, mas esta receita pode chegar a R$ 550 milhões com a compra da RXT. "Eles estão com dois navios de pesquisa em Malta, e assim que chegarem ao Brasil podem entrar em produção ", afirmou o empresário. A meta de Magalhães é ambiciosa: o empresário pretende chegar a um faturamento de R$ 1 bilhão em 2014, inteiramente tendo como base novas aquisições. Não descarta buscar um terceiro sócio estratégico no próximo ano e planeja fazer uma oferta pública de ações (IPO) em 2013.
"Talvez seja preciso buscar mais capital porque o preço de aquisições está subindo de forma generalizada. E a alta do real favorece a importação de equipamentos, mas torna menos atraente formas tradicionais de captação de recursos", comentou. Além da trajetória de alta já há alguns anos do petróleo no mercado internacional, a perspectiva do pré-sal fez com que se multiplicassem os investimentos na área. "Tenha certeza que não somos apenas nós que estamos procurando ingressar agora no mercado offshore", disse Magalhães. Embora investidores de natureza financeira, A AG Angra e o Rio Forte devem ter longa permanência no universo de acionistas da empresa, segundo afirma o empresário. "Eles entraram sem horizonte de saída e participação da gestão da companhia", garantiu.

Aeroportos estão longe de solução, diz especialista: Infraero x ANAC x FGV x EBP x Helcio Tokeshi
Estadão 18.07.2011 -  Um dos principais gargalos do presente e preocupação dominante nos preparativos do País para a Copa do Mundo de 2014, a infraestrutura aeroportuária ainda está longe de ter uma solução definitiva. A avaliação predominante de que há pouco tempo para que a decisão do governo de entregar à gestão privada os principais aeroportos do País reflita em melhorias nos aeroportos até o evento foi compartilhada hoje no evento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) pelo diretor da Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP), Helcio Tokeshi.
Em sua palestra, Tokeshi demonstrou ceticismo sobre o impacto das concessões de aeroportos e de medidas para acelerar investimentos em outros setores de infraestrutura para a organização da Copa de 2014, como a mobilidade urbana. "Na Olimpíada talvez a gente não passe vexame. Mas para a Copa do Mundo, não adianta se preocupar porque não vale a pena", brincou, referindo-se ao atraso nos cronogramas.
Tokeshi não falou apenas sobre os aeroportos, mas admitiu que esse é um dos setores que precisarão de soluções temporárias para a logística do evento, que elevará o movimento de passageiros nos terminais já saturados. Ele citou os hotéis como um dos setores em que "ainda dá tempo" de acelerar, mas mostrou ceticismo em relação à mobilidade.
Segundo Tokeshi, a EBP deve concluir "antes do fim do ano" os estudos para a modelagem da concessão à iniciativa privada dos aeroportos Juscelino Kubitschek (Brasília), Viracopos (Campinas) e Guarulhos (São Paulo). No entanto, ele não quis avaliar em quanto tempo o governo fará os leilões.
"Isso tem que ser perguntado ao governo. Temos trabalhado para terminar os estudos bem antes do final do ano. As etapas seguintes, como consultas públicas, aprovações e outros procedimentos fogem do nosso alcance", afirmou Tokeshi, em entrevista na saída do seminário.
Há dois meses, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que um estudo da Infraero e da Secretaria de Aviação Civil (SAC) previu inicialmente para maio de 2012 o leilão de concessão dos aeroportos, um prazo muito curto para a Copa de 2014. No entanto, o governo corre para tentar adiantar esse cronograma e vem dizendo que é possível realizar os leilões este ano. A EBP, empresa fruto da associação do BNDES com bancos privados, foi contratada pelo governo para acelerar os estudos de demanda, engenharia e modelagem financeira dos editais.

Eletropaulo é multada em R$ 26,7 mi por problemas na prestação de serviços: Eletropaulo x ARSESP x AES
Agência Brasil 18.07.2011 - A Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) multou em R$ 26,7 milhões a distribuidora de energia AES Eletropaulo, concessionária responsável pelo abastecimento de eletricidade na região metropolitana da capital paulista. Segundo a agência, foram identificadas “não conformidades” nos serviços prestados entre o começo de 2009 e maio de 2010. O órgão, entretanto, se diz impedido por lei de dar detalhes do processo.
A Eletropaulo informou que está analisando administrativamente o auto de infração. Segundo a Arsesp, a concessionária pode recorrer da multa em primeira instância, para a própria agência estadual, e, em segunda instância, à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
De acordo com a Arsesp, desde 2007 a Eletropaulo já recebeu multas que somam R$ 37,6 milhões. No entanto, pagou, até o momento, somente R$ 653,3 mil. O restante ainda é objeto de recursos administrativos ou judiciais.

Glencore prepara compra de cobre no Peru
Valor 19.07.2011 - A Glencore está preparando a aquisição, por US$ 475 milhões, de um dos maiores indícios de veios de cobre do Peru, dando prosseguimento a uma consolidação que está ocorrendo no setor. A suíça Glencore, a maior negociadora de commodities de capital aberto do mundo - e que captou cerca de US$ 10 bilhões em maio na maior oferta pública inicial de ações já feita na Europa -, acertou a compra da participação de 70% que o CST Mining Group de Hong Kong tem na Marcobre, a mineradora de cobre do Peru. A Marcobre controla o projeto de exploração e desenvolvimento Mina Justa, que fica ao sul de Lima e tem minério de cobre de qualidade inferior. A indústria do cobre recentemente vem passando por uma rodada de consolidação, em que grandes mineradoras estão comprando pequenas produtoras. A mineradora de ouro canadense Barrick comprou este ano a produtora de cobre Equinox Minerals por quase US$ 8 bilhões, e este mês a chinesa Jinchuan bateu a Vale na disputa pela mineradora de cobre listada na África do Sul Metorex, comprando-a por US$ 1,3 bilhão. A iniciativa se encaixa na ambição declarada pela Glencore de usar sua listagem no começo do ano para lhe proporcionar um poder de fogo financeiro para aquisições ambiciosas no setor de commodities e o reforço de suas operações na América Latina.
"Mina Justa é um complemento ideal às operações polimetálicas que a Glencore já tem no Peru e contribui com um valor significativo para os ativos mundiais do grupo na mineração de cobre", disse Daniel Maté, codiretor do departamento de zinco, cobre e chumbo da Glencore.
Ash Lazemby, analista da Liberum Capital, disse em uma nota que a Glencore está pagando cerca de 54 centavos de dólar por libra das reservas de cobre, significativamente menos que os 94 centavos por libra que a Jinchuan pretende pagar pela Metorex. "Embora o desconto de 43% reflita a situação de desenvolvimento anterior do projeto, o negócio ainda assim parece ter um preço atraente para a Glencore."
A operação está sujeita a uma série de condições que incluem a conclusão de uma devida diligência satisfatória e a aprovação dos acionistas, e não deverá ser concluída antes de outubro. Na semana passada a Glencore disse que decidiu parar de divulgar seus resultados a cada trimestre, numa iniciativa que deverá amenizar as tensões com a Xstrata, a companhia mineradora na qual ela tem uma participação de 34%. A negociadora de commodities ofereceu-se para pagar até US$ 2,4 milhões para convencer os detentores de bônus a aprovar uma mudança nas condições de um de seus bônus, o que permitiria desistir da divulgação trimestral dos resultados. O preço da ação da Glencore, que já caiu quase 9% desde que ela abriu o capital no fim de maio, a 530 pence, perdeu ontem 8,9 pence para 488 pence.

Fracasso de emissões eleva temor de crise do sistema: J.P. Morgan x Bank of America Merrill Lynch x Barclays Capital x Glencore x Morgan Stanley 
Valor 19.07.2011 - Viswas Raghavan, diretor de mercado de capitais do J.P. Morgan: muitas ofertas poderão não se concretizar.
Uma das regras de ouro para vender novas ações de uma nova empresa aos investidores é assegurar que as ações subam de valor, em vez de baixar, depois de serem listadas na bolsa.
Mas, até esta altura do ano, quase metade das empresas europeias que lançaram ações em bolsa pela primeira vez sofreu quedas dos preços dos papéis em seu primeiro dia de pregão.
Uma parcela ainda maior delas está sendo negociada, atualmente, a cotações inferiores ao seu preço de lançamento, entre os quais os da Glencore, que representou o maior registro de ações em Londres, ao comercializar papéis a 530 centavos de libra esterlina em julho. Suas ações fecharam ontem em 488 centavos de libra esterlina.
O pior, segundo vários dirigentes de bancos, é que, das aproximadamente 50 empresas europeias que anunciaram planos de lançar ações pela primeira vez entre janeiro e junho, quase metade desistiu da operação antes do registro.
Um número incontável de outras companhias foi obrigado a abandonar os planos antes até de anunciar formalmente sua intenção de lançar ações, depois de algumas reuniões desestimulantes com potenciais acionistas.
Quase US$ 10 bilhões em aberturas de capital foram canceladas na Europa no primeiro semestre deste ano - o pior período de seis meses em termos de desistência de ofertas iniciais desde pelo menos 2005, segundo a Dealogic.
Investidores e dirigentes de bancos advertem que a sucessão de fracassos e decepções deixou um travo tão ácido que ele está corroendo o cerne da função dos mercados financeiros - ajudar as empresas em crescimento a captar recursos de maneira eficaz.
A crise ocorre num momento crítico, em que os dirigentes e assessores dos bancos preveem uma supersafra de ofertas públicas iniciais para este ano - mas apenas se a confiança do investidor no processo puder ser restabelecida.
Viswas Raghavan, diretor de mercados de capitais internacionais do J.P. Morgan, diz que o número de novos lançamentos de ações é incalculavelmente grande, mas adverte que muitas ofertas poderão não se concretizar.
"A questão é a probabilidade de execução desses lançamentos, e nesse momento, o sentimento é que nenhuma oferta é absolutamente incontornável", diz ele.
A responsabilidade pelos fracassos vem sendo atribuída a todos recantos do mercado há meses. Os investidores dizem que os emitentes e os dirigentes dos bancos são gananciosos demais, que as comissões estão excessivamente altas e pouco transparentes, que os consórcios de bancos encarregados de vender uma emissão são excessivamente grandes e que as assessorias e emitentes estão apressados demais.
Acima de tudo, dizem eles, as emissões estão sofrendo de sobrepreço. Nos piores casos, dizem os investidores, empresas sem nenhum tipo de histórico são atulhadas de dívida mobiliária, revestidas com um novo grupo de diretores não executivos, para depois esses emitentes preverem que elas alcançarão preços superiores as suas congêneres amplamente conhecidas e com ações registradas em bolsa.
Os dirigentes dos bancos, igualmente frustrados, acusam os investidores de não dar um retorno honesto aos assessores, no esforço de rebaixar os preços a níveis pouco realistas, e de se recusar a ver a direção de empresas de médio porte à frente de potenciais lançamentos de ações.
Eles argumentam, além disso, que a turbulência dos mercados é a principal causa do desempenho decepcionante de muitas empresas recém-registradas.
Mas os dirigentes dos bancos reconhecem cada vez mais que o sistema de introduzir novas empresas na bolsa está em crise e precisa ser corrigido.
Um deles admitiu para o "Financial Times": "Houve muitas empresas que foram enfiadas num mercado pequeno demais para comportá-las. As pessoas compraram alguns ativos de baixo retorno, e os preços foram puxados para cima com tanta frequência que os investidores recuaram".
Esses bancos, com o estímulo de grupos de acionistas, estão começando a lutar publicamente por consenso em torno do método a ser consagrado como melhor prática.
Sam Dean, codiretor mundial de mercados de capitais do Barclays Capital, afirma que é uma necessidade premente enfrentar as falhas do sistema para que os mercados financeiros não sejam permanentemente prejudicados. "Precisamos de um mercado de ofertas iniciais em que tanto os emitentes quanto os investidores de alta qualidade sintam que podem confiar", diz ele.
O Bank of America Merrill Lynch enviou na semana passada uma carta aos clientes em que delineava sugestões destinadas a melhorar o processo e em que pedia apoio de todos os envolvidos nas ofertas, mas discussões diretas também estão em curso.
Na semana passada, o Morgan Stanley se reuniu com os maiores investidores e grupos de compras de participações britânicos para discutir o descompasso entre as empresas que estão emitindo ações e os virtuais compradores, e o Goldman Sachs realizou um fórum sobre ofertas iniciais comandadas por empresas de compras de participações.
Dean diz que as recompensas pelo aprimoramento do sistema serão imensas. "Acho que nunca vi um volume de futuras ofertas iniciais tão grande nos últimos seis a nove meses - grande quantidade de transações potenciais, na verdade muito diferentes do ponto de vista setorial ou regional, e algumas delas serão muito grandes."
Os emitentes variam desde privatizações de ativos governamentais, pequenas empresas em mercados em crescimento na Ásia e no Leste Europeu em busca de capital para se expandir, sanear suas finanças ou refinanciar títulos e empresas cujos fundadores ou fontes de apoio financeiro estão tentando resgatar ou cristalizar seus investimentos.
Apenas na Europa, os dirigentes dos bancos dizem que pode haver até 12 empresas de € 1 bilhão a € 2 bilhões entrando no mercado nos próximos seis meses, que poderão gerar impactos significativos sobre os países e suas economias.
Estão entre as empresas que poderão tentar se registrar em bolsa num futuro próximo a lotérica espanhola Loterías, a Acromas, o grupo britânico de compras de participações formado a partir da AA e da Saga em 2007, a fabricante alemã de produtos químicos Evonik e a Osram, divisão fabricante de lâmpadas da Siemens.
Mas os dirigentes dos bancos e investidores advertem que nada disso vai acontecer se eles não conseguirem chegar a um acordo sobre o que constituirá uma melhor prática e se o sistema não for corrigido.

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