sexta-feira, 22 de julho de 2011

Azul.CA22

Daily News

Foi e já era, Açotubo
Folha 22.07.2011 - A Açotubo, especializada na distribuição de aços e tubos, investirá R$ 33 milhões na ampliação de fábricas e galpões e na compra de máquinas para o lançamento de uma linha de produtos.
A companhia acaba de abrir filiais para estoque em Sertãozinho (SP), Ipatinga (MG) e Serra (ES).
O plano de expansão reflete as novas necessidades da empresa, após a fusão com a Incotep e a Artex, que cortam as peças de aço no tamanho exigido pelo cliente.
"O comprador quer ter menos trabalho e exige o produto acabado", diz o sócio José Antonio Ribamar Bassi.
O faturamento das três empresas no ano passado foi de cerca de R$ 680 milhões, sendo que a Açotubo representou 70% do montante.
A companhia reduziu a previsão de crescimento neste ano de 27% para 20%. "A queda no preço de alguns produtos influencia os resultados." A projeção de faturamento para 2012, porém, foi mantida em R$ 1 bilhão.

Queiroz Galvão Óleo e Gás levanta US$ 700 mi
Valor 22.07.2011 - A empresa Queiroz Galvão Óleo e Gás, que presta serviço de perfuração de poços de petróleo, fechou a contratação de uma linha de crédito de US$ 700 milhões, estruturada sob a forma de "project bonds" (bônus para projeto). O papel, com prazo de sete anos, foi vendido com rendimento ("yield") de 5,45% ao ano e cupom de 5,25%. O banco Santander, assessor da operação, estruturou e distribuiu os papéis junto com HSBC e Citibank.
A dívida emitida pela Queiroz Galvão Óleo e Gás será paga com o fluxo de caixa produzido pelas sondas Atlantic Star e Alaskan Star. As sondas são usadas pela Petrobras há 15 anos e todos os contratos dados como garantia aos investidores, com prazo de sete anos, têm como lastro justamente operações firmadas com a estatal. Os pagamentos estão atrelados ainda a uma conta reserva. Os recursos captados pela Queiroz Galvão serão utilizados para refinanciamento de dívida.
A emissão é a segunda oferta de project bonds puro e de grande porte feita por uma empresa brasileira. A Odebrecht Óleo e Gás estreou nesse mercado ao levantar, no fim de 2010, US$ 1,5 bilhão. "Como não há recurso contra o acionista, pois o lastro do crédito é o projeto, não há também impacto no balanço da empresa", explica Eduardo Müller Borges, diretor de mercado de crédito do Santander.
Segundo Marcelo Sampaio Doria, executivo da área de corporate & investment banking do Santander, a demanda superou em duas vezes a oferta de US$ 700 milhões. Mas como o projeto, que levou três meses para ser concluído, foi desenhado de forma a "casar" perfeitamente prazo e volume financeiro dos contratos firmados com a Petrobras, não foi possível revisar a estrutura para atender à maior procura.
O rendimento de 5,45% foi ligeiramente inferior aos 5,5% sugeridos após dez dias de visitas a investidores. "As expectativas foram superadas mesmo com o mercado adverso", diz Doria, referindo-se à crise na zona do euro e às incertezas em relação ao teto da dívida dos EUA. Investidores americanos ficaram com 59% do total dos papéis; europeus, com 34%; latino americanos, 5%; e asiáticos, 2%. Quanto ao perfil, 61% são gestões de recursos; 14%, private banks; 11%, hedge funds, 7%, seguradoras; 5%, fundos de pensão; e 2%, bancos.

Brasil é "o país", afirma vice-presidente da Mitsui Sumitomo
DCI 22.07.2011 - O Brasil é a menina-dos-olhos lá fora, e para as empresas brasileiras este momento não é diferente. Inclusive para a japonesa Mitsui Sumitomo Seguros, que opera no País desde 1972 e no ano passado dobrou o faturamento de 2007. Voltada ao atendimento de empresas japonesas e do mercado local, a seguradora cresceu ao ritmo de 30% ao ano, de 2008 para cá, acima do mercado doméstico de seguros, que está ao redor de 12% ao ano no mesmo período. E em 2011, enquanto o mercado espera avançar 10%, a expectativa do grupo é crescer 19%, segundo o vice-presidente da companhia, Hyung Mo Sung.
"Realmente o Brasil é 'o país'. Quando falo para um estrangei ro que no passado os brasileiros tinham um freezer ou dois para estocar comida porque a inflação corroía o salário e os balanços eram feitos em três moedas, é difícil de acreditar", diz. "Como um estrangeiro podia investir em um país naquelas condições? Agora, a inflação está controlada, as reservas são ótimas, não há crise cambial, a democracia está em curso. Isto dá credibilidade", completa.
O executivo destaca a solidez e a solvência do setor de seguros no Brasil, acredita no aumento da demanda por esses serviços mais por parte do pré-sal do que pela Copa e pelas Olimpíadas, e não aposta na queda dos custos de resseguro.

Debêntures da Lupatech
Valor 22.07.2011 - A Lupatech convocou assembleia de debenturistas da 2ª emissão para o próximo dia 5 de agosto.
Entre as propostas que serão votadas está a alteração do cronograma de pagamento do valor principal das debêntures e dos limites de endividamento da empresa. O primeiro encontro para tratar das mudanças, marcado para o último dia 30, acabou não ocorrendo por falta de quórum em razão da ausência do BNDES, maior detentor dos papéis.

Petrobrás tenta, pela terceira vez, aprovar plano
Estadão 21.07.2011 -  Estatal apresenta ao Conselho de Administração proposta de investimento de US$ 230 bi até 2015, US$ 30 bi a menos que a programação original.
A diretoria da Petrobrás deve apresentar nesta sexta-feira, 22, pela terceira vez, ao Conselho de Administração da estatal o novo plano de negócios para o período 2011-2015. Depois de muita negociação, o valor dos investimentos ficará entre US$ 225 bilhões e US$ 230 bilhões, pouco acima dos US$ 224 bilhões previstos no período 2010-2014. Mas, ainda muito abaixo dos US$ 260 bilhões inicialmente pretendidos pela companhia.
Na quarta-feira, o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, teve reunião reservada em Brasília com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que também preside o conselho da estatal. Sem condições de elevar receita por meio de um ajuste no preço de combustíveis e com a obrigação de adequar os investimentos às margens orçamentárias impostas pelo governo, a companhia terá de rearranjar as condições de grandes projetos.
As principais modificações deverão se concentrar nos prazos das novas refinarias e no desenvolvimento de áreas exploratórias. As refinarias Premium I e II, com investimento previsto de US$ 30 bilhões terão de ter o começo da operação, antes fixado entre 2015 e 2017, adiado entre um ano e um ano e meio. A área de Exploração e Produção poderá se concentrar mais no desenvolvimento dos campos do pré-sal que já constam do portfólio.
Segundo a Agência Estado apurou, Gabrielli teria obtido do governo a garantia que o primeiro leilão pelo novo modelo de partilha só ocorrerá no fim de 2012 ou início de 2013, e não mais no primeiro trimestre do próximo ano, como chegou a ser anunciado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Isso dá à empresa - que, por lei, é operadora única das áreas do pré-sal - mais tempo para o cumprimento do processo de desenvolvimento das áreas, que exige um pesado investimento.
Reajuste de combustível. Outro impasse discutido incansavelmente durante as negociações para a aprovação do plano acabou dando vitória ao Tesouro. O ministro Mantega se mostrou irredutível ante a reivindicação da estatal de reajustar seus principais combustíveis, o diesel e a gasolina, sob argumento que isso poderia prejudicar a inflação.
Também foi recusada, pelo risco de queda na arrecadação, uma das alternativas colocadas na mesa: a de compensar o aumento reduzindo a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), para que o consumidor não sofresse o impacto do reajuste.
A companhia também deverá trabalhar com uma média de preços do barril de petróleo na casa dos US$ 88, o que representa um aumento de US$ 10 sobre o projetado no plano anterior para 2011. Isso deverá projetar uma geração operacional de caixa maior, mas não exclui a necessidade de captação de recursos externos para cumprir os projetos pendentes.

Iberdrola reafirma interesse no país
Valor 22.07.2011 - A Iberdrola pretende ser acionista majoritária da Neoenergia, empresa do setor elétrico brasileiro na qual o grupo espanhol tem um participação de 39% e o restante está nas mãos do Banco do Brasil e seu fundo de pensão, Previ. "No Brasil, estamos negociando... O objetivo é que a Iberdrola tenha a maioria da Neoenergia", disse o presidente da Iberdrola, Ignacio Sánchez Galán, a analistas, reafirmando posição já posta pelo executivo em outras oportunidades.
Desde março, Iberdrola, Camargo Corrêa e Previ negociam oficialmente sinergias entre Neoenergia e CPFL. A Previ é sócia das duas empresas, esta última com a Camargo.
A Neoenergia controla hoje as distribuidoras de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Bahia (Celpe, Cosern e Coelba). Também é dona de um parque gerador de cerca de 1,5 mil MW e ainda é dona ou sócia de concessões de importantes hidrelétricas que tiveram energia leiloada no ano passado, como Teles Pires e Belo Monte, que mais que duplicam a capacidade da companhia. A empresa ainda tem um pé no setor de transmissão.
Durante a conferência com analistas na manhã de ontem, o presidente da Iberdrola disse ainda que a única operação corporativa da empresa em andamento é, justamente, a reorganização dos negócios no Brasil.
No mercado brasileiro, o grupo espanhol adquiriu a distribuidora Elektro no início deste ano, por R$ 4,8 bilhões. A Elektro é um dos alvos de aquisição cobiçados pela CPFL Energia pela proximidade das áreas de concessão e também faz parte das negociações em torno das sinergias estudada pelos três grupos.
A Iberdrola reportou ontem lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação (Ebtida, na sigla em inglês) de € 4 bilhões no primeiro semestre, cerca de 4,5% maior do que no ano passado. O resultado brasileiro representou € 364,1 milhões do total do Ebtida, cerca de 9%. Esse resultado foi 28% superior em função da aquisição da Elektro. O lucro líquido do grupo espanhol, uma das maiores elétricas do mundo, chegou a € 1,5 bilhão

Bañuelos deixa Brasil Ecodiesel para acomodar incorporação da Vanguarda
Valor 22.07.2011 - Paracchini, da Veremont, empresa de Bañuelos no Brasil: conselho deve aprovar incorporação até semana que vem.
O investidor espanhol Enrique Bañuelos vendeu a participação que detém na Brasil Ecodiesel, equivalente a 11% do capital social da companhia. Bañuelos alienou cerca de 120 milhões de ações. Com a venda, ele deixa de ser o maior acionista da empresa, produtora de biodiesel e uma das maiores companhias de agronegócios do país. A Brasil Ecodiesel tem controle difuso, com cerca de 25 mil acionistas, e só ações ordinárias (com direito a voto) em circulação na bolsa.
O principal comprador dos papéis de Bañuelos foi o empresário Helio Seibel. Ele adquiriu 108 milhões de ações, que correspondem a 9,96% do capital da Brasil Ecodiesel. O valor do negócio não foi revelado.
Com a aquisição, Seibel passa a ser o maior acionista individual da companhia, com 17,86% de participação. O empresário é sócio da Brasil Ecodiesel desde o início de junho, quando adquiriu uma fatia da Vila Rica I Fundo Investimento em Participações (Vila Rica), o veículo de investimento de Bañuelos na Ecodiesel.
Seibel é dono da Leo Madeiras, sócio da rede de materiais de construção Leroy Merlin e acionista da Duratex, uma das maiores fabricantes de louças e metais sanitários e de painéis de madeira da América do Sul.
A saída de Bañuelos representa uma reestruturação societária na Brasil Ecodiesel para acomodar a incorporação da produtora de soja Vanguarda. Como o espanhol é dono de 50% da Vanguarda, ele passaria a deter, na incorporação, cerca de 27% da Brasil Ecodiesel.
"O comitê de avaliação da proposta de incorporação deve concluir os estudos até semana que vem", diz o executivo Marcelo Paracchini, presidente da Veremont, o braço de investimentos de Bañuelos no Brasil. "Assim que o estudo estiver pronto, o conselho de administração se reúne para aprovar a transação."
Se a incorporação for concretizada, o fundador da Vanguarda, Otaviano Pivetta, ex-deputado estadual do Mato Grosso, passará a deter cerca de 32% da Brasil Ecodiesel. Helio Seibel ficará com aproximadamente 10%.
O empresário Silvio Tini, que se manifestou contrário à transação da Vanguarda, poderá ter sua participação diluída à metade, para cerca de 8%, se não participar do aumento de capital para a incorporação, estimado em R$ 1,2 bilhão.
Tini e Bañuelos chegaram a entrar em embate por causa do negócio da Vanguarda, porque o empresário brasileiro não admitia ser diluído depois de ter investido mais de US$ 100 milhões na companhia nos últimos anos.
A proposta de incorporação da Vanguarda foi feita por Bañuelos, no início do ano. Se o espanhol não tivesse vendido sua participação na Brasil Ecodiesel, sua fatia aumentaria para mais de 40% depois da incorporação da Vanguarda.
Segundo apurou a reportagem do Valor, Tini e Bañuelos só chegaram a um acordo depois que o espanhol se comprometeu a vender uma participação do negócio. "Era uma demonstração de que Bañuelos não seria controlador", diz uma pessoa próxima à empresa.
No acordo, Silvio Tini abriu mão de um assento no conselho de administração e aceitou destituir os antigos integrantes. Há cerca de três semanas, Tini, Bañuelos e Seibel votaram em uma chapa única, com seis membros. Cada um dos investidores detém dois assentos.

Mundial desaba com fim de especulação sobre aquisição
Exame 21.07.2011 -  Ações da empresa tiveram queda de 24% nesta quinta-feira e acumulam desvalorização de 63% em três dias.
A Mundial SA Produtos de Consumo desabou na bolsa de São Paulo com investidores diminuindo suas apostas em uma possível aquisição da fabricante brasileira de artigos de consumo.
A Mundial fechou em baixa de 24 por cento, cotada a R$ 1,90, após chegar a cair 52 por cento na mínima do dia. Desde o dia 19 de julho, a queda acumulada é de 63 por cento.
O preço da ação se valorizou mais de sete vezes desde o final de maio, chegando a R$ 5,11 em 19 de julho, em meio a especulações de que a companhia seria alvo de uma aquisição. O ganho chegou a elevar o múltiplo da Mundial para 133,9 vezes, enquanto o do Ibovespa é de 9,7 vezes, segundo dados compilados pela Bloomberg.
“Em algum momento você tem que parar para pensar se uma alta do tamanho da que a Mundial teve tem alguma ligação com o desempenho da empresa propriamente dita”, disse Leandro Martins, analista da corretora Walpires SA, em entrevista por telefone de São Paulo. “Não é exatamente surpreendente que, depois de subir tanto em tão pouco tempo, ela tenha uma queda forte.”
O presidente da Mundial, Michael Lenn Ceitlin, disse em 15 de junho que a empresa não tinha recebido qualquer proposta de aquisição. Zilma Amorim, coordenadora de relações com investidores da companhia, disse o mesmo em e-mail com data de 19 de julho.
“De momento, não há a menor possibilidade de a empresa ser vendida”, disse a executiva no e-mail.

Grupo Ibmec muda estratégia e foca expansão orgânica
Valor 22.07.2011 - VanDyck Silveira, novo presidente do Ibmec, pretende dobrar o faturamento para R$ 340 milhões até 2014
Um ano após a entrada do fundo americano Capital International, o Ibmec iniciou 2011 com uma série de mudanças. As novidades vão desde a troca do presidente, à criação de cursos em áreas em que não atuava e até a interrupção das aquisições - um dos focos do Ibmec até o ano passado.
"Vamos deixar de ser apenas uma escola de negócio e nos tornar uma universidade politécnica com cursos de engenharia, arquitetura e, possivelmente, design e gestão de saúde", disse VanDyck Silveira, novo presidente do Grupo Ibmec. Desde fevereiro, Silveira substitui Eduardo Wurzmann, que ocupou o cargo durante uma década e vinha trabalhando fortemente nos processos de aquisição.
Nessa nova fase, o Grupo Ibmec interrompeu a estratégia de expansão via aquisições - que eram realizadas por meio de sua outra marca, a faculdade Veris, que cobra mensalidades mais baratas em relação ao Ibmec. Entre 2005 e 2010, a Veris comprou cinco faculdades, que demandaram investimentos de pelo menos R$ 50 milhões. "Nesse momento, a Veris fica como está. Só retomaremos após a expansão do Ibmec", disse Silveira.
Já dentro da nova estratégia, a Veris vendeu em março as faculdades Uirapuru e Imapes para a Anhanguera. "Foi um erro ter comprado essas faculdades", afirmou o executivo. Segundo ele, o posicionamento de preço das duas é inferior ao que o grupo pretende manter na Veris.
Silveira passou boa parte de sua carreira nos Estados Unidos, onde se formou economista e trabalhou no mercado financeiro. Aos 38 anos, o executivo já teve duas passagens pelo Ibmec. A primeira delas em 2000, como professor e a outra, entre 2004 e 2007, como diretor da instituição de ensino.
O novo presidente tem metas ambiciosas para o Ibmec. Uma delas é chegar em 2014 com faturamento de R$ 340 milhões, o que representa o dobro da receita registrada no ano passado. Para atingir tais metas, ele planeja ter 25 mil alunos presenciais contra os atuais 12 mil e abrir novas unidades em várias regiões do país. "Há 15 cidades brasileiras com potencial para abrigar nossos campi. Buscamos regiões em que é possível ter unidades com pelo menos 2 mil alunos", explicou Silveira. Atualmente, o Ibmec tem campi próprios no Rio, em Belo Horizonte e Brasília. Segundo o executivo, esse modelo de negócio, com várias unidades, é inspirado na instituição de ensino mexicana Tecnológico de Monterrey, que tem mais de 30 unidades distribuídas no México.
Outro projeto é a abertura, em 2016, de um campus na cidade de São Paulo, praça em que o Ibmec não está presente. A abertura da unidade paulistana só pode ocorrer daqui cinco anos por conta do acordo fechado com o Insper, que até 2009 operava também com o nome Ibmec. "Esse é o tempo necessário para o Insper consolidar seu [novo] nome no mercado. A partir 2016, podemos abrir unidades em São Paulo e eles nas praças em que atuamos", explicou Silveira.
Os recursos para a expansão serão provenientes de geração de caixa e de recursos próprios do Ibmec, que tem disponível cerca de R$ 100 milhões por conta do aporte de R$ 130 milhões feito pelo fundo Capital em fevereiro do ano passado. Uma possibilidade que também está sendo estudada é um IPO [oferta inicial de ações] dentro de oito anos.
Os maiores acionistas do Ibmec são o fundo Capital International, que detém cerca de 30%, e o empresário Claudio Haddad, que tem uma participação semelhante e ocupa uma cadeira no conselho do Ibmec, além de ser presidente e controlador do Insper. Os outros 40% são divididos entre Michael Perlman, um dos fundadores da instituição de ensino, e um grupo de executivos como o próprio Silveira e o ex-presidente Eduardo Wurzmann, que adquiriram ações do Ibmec por meio de "stock options".
Outra novidade é a implementação de um crédito estudantil administrado pela própria faculdade, que cobra mensalidades entre R$ 1,3 mil e R$ 2,5 mil. Pelo sistema, o aluno paga metade do valor das mensalidades durante o curso e a outra parte, mais os juros, após o seu encerramento.

Galpão vira incubadora de negócios em SP
Folha 22.07.2011- Investidores criam campus para empresas iniciantes de tecnologia, que compartilham custos e aprendizagem.
Ideia é investir e abrigar até 11 empresas de até R$ 25 milhões em faturamento nos próximos dois anos.
Encravado em uma rua industrial da Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, onde até a década de 1980 estavam grandes metalúrgicas, o galpão da Warehouse Investimentos pouco lembra a modernidade do Vale do Silício.
O exterior rústico, porém, contrasta com a infraestrutura tecnológica e o cenário futurista das salas de vidro com as telas de cristal líquido que monitoram, em tempo real, mercados, finanças e transações das empresas iniciantes que funcionam no local.
"Trata-se de um campus do conhecimento. O galpão permite agrupar diversas empresas, e as paredes de vidro permitem o intercâmbio de ideias, essenciais para as pequenas crescerem", diz Pedro Melzer, sócio da Warehouse.
Inspirada num formato tipicamente americano, que serviu de base para dezenas de gigantes atuais do setor de tecnologia, a Warehouse inaugura no Brasil um modelo que aproxima a incubação de empresas nascentes e os fundos de investimento.
A intenção da companhia, criada pelos empresários Pedro Melzer, Moisés Herszenhorn, Rodrigo Baer e Hélio Guimarães, é investir em até 11 empresas em dois anos.
O objetivo é impulsionar negócios nas áreas de tecnologia -comércio eletrônico, games e pagamento móvel- e energia limpa. "Essa é uma incubadora com pé na realidade. Os investidores ficam ao alcance dos empresários, disponíveis para debater o crescimento", diz Baer.
No galpão de 2.000 metros quadrados, o grupo pretende abrigar empresas com faturamento entre R$ 1 milhão e R$ 25 milhões. A intenção é investir cerca de R$ 10 milhões em participações minoritárias de três empresas já neste mês com recursos que virão de fundos de investimento. No momento, 65 empresas estão em fase de triagem.
Os recursos para a compra de participação são captados com investidores privados.
O espaço também mantém um centro compartilhado para que as empresas possam usar serviços financeiros, contábeis e jurídicos.
Pelos serviços, aluguel do espaço e infraestrutura de água, internet e luz, podem pagar entre R$ 7.000 e R$ 20 mil por mês.
Vale do Silício: A ideia de criar a Warehouse veio quando os quatro brasileiros se conheceram em 2006 durante o MBA na universidade americana Kellogg School, onde estudaram a dinâmica do capital de risco.
"Vimos que existia um espaço no Brasil com o DNA realmente do capital de risco, com a intenção de preparar o empreendedor a fazer com que ele enxergue suas obrigações", diz Melzer.
Após concluir o curso, em 2007, cada um seguiu uma trajetória profissional, e, em outubro do ano passado, o grupo passou a se dedicar apenas à Warehouse.
Há reuniões diárias de até 30 minutos para acompanhamento de projetos e disciplina com o plano de negócios.
"Nossa missão é fazer o negócio acontecer. As empresas terão mortalidade menor", diz Baer.

Busca pelo diamante bruto
Valor 22.07.2011 - Guilherme Vicente, da Mauá Sekular: estratégia de fazer arbitragem apenas depois da confirmação dos eventos.
Com a queda da maioria das ações que compõem o Ibovespa, muitos gestores passaram a garimpar oportunidades em papéis fora do índice. Muitas vezes esquecidas no pregão por não serem negociadas nos segmentos de mais alta governança corporativa da bolsa - Níveis I e II e Novo Mercado - as ações conhecidas como de "terceira linha", que têm liquidez e valor de mercado mais baixos, podem oferecer boas oportunidades de retorno.
Quem comprou as ações preferenciais (sem direito a voto) da Battistela, holding que opera com a revenda de veículos, energia, transporte e madeira, acumulou neste ano um ganho de 76,9%. Só nos últimos 30 dias, os papéis subiram 91,7%.
O fundo J. Malucelli Small Caps foi um dos que se beneficiaram da valorização da ação. A participação em Battistella teve uma contribuição relevante para a performance da carteira melhor que o índice neste ano. O fundo acumulava, até 19 de julho, queda de 1,47%, contra uma perda de 14,75% do Ibovespa no período. "O objetivo é enxergar valor em ativos que o mercado ainda não tenha identificado", afirma Roberto Sevalli, diretor da J. Malucelli Investimentos.
No caso da Battistella, a gestora comprou o papel abaixo de R$ 0,60 e hoje a ação é negociada a R$ 2,07. Embora considere que o papel ainda está abaixo do preço justo, Sevalli atribui parte da forte valorização a uma euforia do mercado. "Esperamos uma alta gradativa das ações", diz. "Muitas pessoas, porém, investem em cima de boatos, nem sabem o que estão comprando."
Em comunicado, a empresa justificou que alta pode estar ligada ao anúncio da emissão de debêntures, incorporação da unidade de veículos pesados e inauguração de um porto da empresa no litoral norte de Santa Catarina.
Por serem cotadas a valores muito baixos, muitas vezes valendo centavos, essas ações acabam sendo alvo de especulação dos investidores, o que traz maior volatilidade. É o caso, por exemplo, da Mundial. Depois de apresentar uma alta de 2.820% neste ano, as ações preferenciais da empresa acumulam queda de 63% desde quarta-feira, com muitos investidores buscando realizar os seus ganhos.
Para os que buscam ganhos no longo prazo, como o fundo da J. Malucelli, o que vale é o potencial de criação de valor da empresa. Essas gestoras com foco fundamentalista procuram identificar oportunidades de investimento em empresas que estão com papéis abaixo do seu preço justo.
A carteira da J. Malucelli tem como foco empresas com até R$ 4 bilhões de valor de mercado. Além da Battistella, o fundo tinha participações na Karsten, do setor de varejo, e Unipar, petroquímico.
Como não costumam ser acompanhadas por analistas de corretoras, a aproximação com as empresas é fundamental na análise desses papéis.
Antes de investir na Grazziotin, por exemplo, os gestores da Fama percorreram as lojas de departamento da empresa para ver se ela tinha preços e serviços competitivos em relação a seus concorrentes. A companhia tem forte atuação em cidades pequenas na região Sul com foco no comércio de vestuário, perfumaria, e cama, mesa e banho direcionada para o público B e C. "Procuramos visitar as empresas em que investimos e conversar com os controladores e fornecedores", afirma Bruno Piacentini, sócio da Fama Investimentos.
A Fama costuma ter uma participação ativa nas empresas em que investe. A gestora possui assento no conselho de administração e fiscal de dez companhias, buscando contribuir para melhorar a gestão e a governança corporativa.
Embora os papéis preferenciais da Grazziotin acumulem queda de 13% neste ano, a gestora mantém uma perspectiva positiva para a companhia. "Procuramos empresas que devem apresentar um crescimento do lucro nos próximos cinco a dez anos", diz Piacentini. O fundo de cotas Futurevalue acumulava alta de 12,3% nos 36 meses encerrados em 20 de julho, para uma queda de 1% do Ibovespa.
As "small" e micro "caps", no entanto, não estão apenas no radar dos gestores que buscam ganhos no longo prazo. Eventos societários como fusões, incorporações ou fechamento de capital podem trazer oportunidade para investidores que buscam lucro no curto prazo.
Quem comprou os papéis da Dixie Toga, por exemplo, acumulou só neste ano uma rentabilidade de 49%. O grupo controlador da empresa, a americana Bemis Cayman Islands, por meio de subsidiária Dendron Participações, realizou em 8 de julho uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) pelos papéis da fabricante de embalagens, uma das maiores nesse segmento na América Latina.
A Bemis pagou o equivalente a R$ 3,50 por ação mais a correção pela variação do CDI a partir de fevereiro de 2011, elevando a oferta anunciada no ano passado, de R$ 2,40 por papel para fechar o capital da Dixie Toga.
O fundo Msk Arbitragem Multimercado se beneficiou da alta do papel. A carteira, gerida pela Mauá Sekular Investimentos, acumulava alta de 9,58% no ano até 19 de julho.
O objetivo do fundo é ganhar com arbitragens de preços proporcionadas por eventos societários. "Nós só investimos depois da divulgação do fato relevante, quando o negócio já está acertado, reduzindo o risco da operação", afirma Guilherme Vicente, gestor do fundo da Mauá.
Isso porque, nos casos de incorporação ou de OPA para a realização do fechamento de capital, o mercado tende a ajustar o preço da ação às relações de troca anunciadas pelos compradores. O risco, nesse caso, é o de a operação não se concretizar, e o investidor acabar com o "mico" na mão.

Pagamento dos juros sobre o capital próprio será efetuado a partir de amanhã
Exame 21.07.2011 - A Eucatex (EUCA4), uma das maiores produtoras de painéis de madeira do Brasil, anunciou nesta quinta-feira (21) que conseguiu desbloquear, por meio de ação na Justiça, o pagamento dos juros sobre o capital próprio, segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Segundo a companhia, a partir de 22 de julho deste ano, o Banco Itaú (instituição custodiante das ações de emissão da empresa) estará apto a liberar os recursos aos acionistas.
“A companhia agradece a compreensão dos senhores acionistas e lamenta o ocorrido, visto que tal medida ocorreu sem o conhecimento prévio da empresa”, afirma a Eucatex.
Através de fato relevante datado em 13 de junho, a Eucatex tinha anunciado um pagamento de juros sobre o capital próprio e dividendos no valor bruto de 24,572 milhões de reais, o que representa 0,248822 por cada ação ordinária e 0,273695 por papel preferencial.
Também seriam pagos 593,699 mil reais a título de dividendos, sendo 0,006024 por cada ação ordinária e 0,006627 por papel preferencial. Contudo, o pagamento havia sido interrompido por decisão judicial.
Os papéis preferenciais da Eucatex fecharam o pregão de hoje com ligeira queda de 0,29%, cotados a 6,77 reais. O anúncio feito pela empresa ocorreu após o fechamento do mercado. No acumulado do mês, as ações recuam 12,76%, enquanto no ano a perda totaliza 3,33%.

Crescem lojas de conveniência em postos de gasolina
Folha 22.07.2011 - Em busca de melhores margens de lucro, postos de gasolina vêm investindo em lojas de conveniência, que apresentaram crescimento médio acima dos 10% nos últimos três anos.
O país deve fechar 2011 com quase 7.000 lojas de conveniência nos postos. No final de 2015, a estimativa é que estarão em funcionamento pouco mais de 10 mil estabelecimentos do gênero.
Até dezembro de 2010, o país tinha 6.153 lojas em postos de gasolina. Isso significou avanço de 12% ante o total verificado em 2009.
Há pouco mais de 35 mil postos no país, o que mostra que ainda há bastante espaço para novas lojas.
"A margem bruta com a venda de combustíveis não passa de 10%. É baixa, já esteve perto de 20%. Então, os postos têm que descobrir novos serviços", afirma Pedro Paulo Batista, diretor de patrimônio do Sindcomb-RJ (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Rio).
O forte crescimento do mercado atrai cada vez mais novos "players".
Nos últimos cinco anos, grandes redes varejistas que têm postos de gasolina, como Walmart e Lojas Americanas, passaram a investir em lojas em postos.
Parada para abastecer.
Marcas de fast food como Bob's e Spoleto também partiram para os postos de gasolina, atraídas pelo incremento das vendas do varejo e pelo aumento da frota de carros.
As vendas médias das lojas em postos cresceram acima dos 50% em 2010.
Para Flavio Franceschetti, consultor do Sindicom, "a mentalidade de 'ter loja só para ter', que provocou o surgimento de simulacros de loja, está sendo superada pela de 'ter loja para se diferenciar'". Os preços também caíram, avalia.
Abertas há 25 anos, essas lojas cobravam mais caro do que pequenos mercados e padarias de bairro.
"Hoje, as lojas já olham padarias como concorrentes."

Gol ultrapassa a TAM em junho com a Webjet
Valor 22.07.2011 - Os dados de fluxo de passageiros no país no mês de junho, divulgados ontem pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mostram que a Gol ultrapassou a TAM no mercado doméstico, considerando o anúncio da Gol da aquisição de 100% da Webjet. O negócio foi anunciado no dia 8 de julho por R$ 310,7 milhões, sendo R$ 96 milhões de desembolso e o restante de dívidas. O negócio, porém, ainda precisa receber o aval de autoridades brasileiras como a própria Anac e o Conselho Administrativo de Defesa Econômicas (Cade).
Segundo a Anac, a TAM teve 41,68% da demanda doméstica, seguida por Gol, com 37,13%, Azul (8,61%) e Webjet (5,51%). A soma das fatias de Gol e Webjet, de 42,64%, ficaria, portanto, à frente da TAM. Em março, a Gol já havia ultrapassado a TAM pela primeira vez, com participação de 39,77%, ante 39,59% da TAM.
A Anac também divulgou que o fluxo de passageiros transportados em junho registrou crescimento de 19,54%, em relação ao mesmo mês do ano passado. São dois anos e um mês consecutivos de crescimento nesse índice. No acumulado do ano, o transporte aéreo de passageiros no país acumula expansão de 21,39%.
A oferta de assentos no mês passado teve alta de 12,48% na mesma base de comparação. A taxa média de ocupação dos aviões ficou em 68,10%, ante 64,09% de junho de 2010.
Os voos internacionais operados por empresas brasileiras tiveram expansão de 7,72% na comparação com junho de 2010. É o décimo terceiro mês consecutivo de crescimento, com aumento de 4,92% na oferta de assentos. A taxa de ocupação média das aeronaves ficou em 77,66%.

Empresas de apoio terrestre investem em diversificação
Valor 22.07.2011 - Swissport, do fundo americano PAI Partners, concorre agora com Protege e Universal no Brasil.
Gonçalves, da Swissport Brasil: "Devemos alcançar o patamar de atendimento de 1 mil voos por dia em outubro".
Animadas pelo crescimento da aviação comercial e executiva, empresas que prestam serviços de apoio terrestre nos aeroportos, despachando malas e rebocando aviões, investem em expansão e diversificação de negócios para aumentar a rentabilidade.
A Swissport, a maior empresa do mundo nesse tipo de serviço ("handling", no jargão do setor), vai aplicar R$ 57 milhões até 2014 para comprar mais equipamentos, como rebocadores de avião. Quer fortalecer sua atuação na aviação regular e aumentar a participação da aviação executiva no faturamento, não divulgado, atualmente em 3,5%.
O plano é quase dobrar o tamanho dessa fatia até 2014. A empresa tem 4,5 mil equipamentos, entre rebocadores e caminhões, e planeja ampliar esse número para 6 mil veículos.
"Passamos por três ciclos de crescimento no país. O primeiro foi em 2001, com o surgimento da Gol. Em 2006, duas empresas saíram do mercado, a Menzies e a Globground. Em 2008, a Sata começou a desaparecer", afirma o presidente da Swissport Brasil, Francisco Gonçalves.
A Sata, empresa controlada pela Fundação Ruben Berta Participações, chegou a ter cerca de 60% do mercado no auge de suas atividades, no início dos anos 2000. Entrou em recuperação judicial em meados de 2009, após ter perdido um de seus principais clientes, a Varig.
O faturamento mensal da Sata nos dias atuais é da ordem de R$ 3 milhões. Chegou a ser de R$ 20 milhões. Em recente entrevista ao Valor, o presidente da Sata, João Luís Bernes de Sousa, disse que a empresa está com 640 funcionários. Há 11 anos eram 8 mil trabalhadores. A Sata chegou a ter a sua falência decretada no dia 27 de abril deste ano, mas conseguiu uma liminar para seguir na recuperação judicial.
A dívida que consta nos autos do processo é de R$ 433,8 milhões, mas Sousa contestou esse valor e afirmou que estava sendo realizado um novo cálculo. A Sata foi procurada pelo Valor novamente, mas não se pronunciou até ontem à noite.
Atualmente, a Swissport tem 53% de participação de mercado nos 13 aeroportos em que opera, segundo Gonçalves. Em meados de 2007, a fatia era de 33%.
"Devemos alcançar o patamar de atendimento de 1 mil voos por dia em outubro", afirma o presidente da Swissport. Segundo ele, a Swissport tem atualmente 5,3 mil funcionários e uma carteira de 34 clientes.
O crescimento da demanda aérea no Brasil também atraiu a empresa de segurança Protege, mais conhecida pelos carros-fortes. Esta empresa brasileira começou a operar no setor de serviços terrestres em aeroportos há dois anos com a Proair.
Esse segmento ainda representa menos de 5% do faturamento de R$ 1 bilhão da Protege, mas integra a divisão de novos negócios, que tem potencial para dobrar o faturamento da empresa em pelo menos dois anos.
"O 'handling' tem muita sinergia com o nosso negócio principal, que são os carros-fortes. São operações de logística", afirma o diretor-geral do Grupo Protege, Mário Baptista. De acordo com o executivo, a crise a Sata também contribuiu para a expansão da Proair.
A Proair opera atualmente em seis aeroportos do país, com 1,1 mil funcionários. Tem 16 clientes, entre companhias de aviação regular. Também trabalha com segurança nos aeroportos, com equipes de raio X nas salas de embarque.
A Universal Aviation atua no mercado brasileiro desde 2006. A empresa, pertencente ao grupo familiar americano Universal Wheather and Aviation, investiu US$ 2 milhões desde o início de suas atividades, com foco específico na aviação executiva.
Seu diretor-geral André Goes de Camargo conta que praticamente 100% do faturamento vem do atendimento de aviões de empresários e multinacionais provenientes do exterior.
"Vamos investir US$ 1 milhão em 2011 para poder ampliar o atendimento à aviação executiva doméstica também", afirma Baptista. A Aviation tem 50 funcionários e opera em sete aeroportos brasileiros.
A Swissport, por sua vez, planeja atuar em novos negócios como "handling" para transporte aéreo de carga e segurança nos aeroportos (equipamentos de raio X e pessoal na área de embarque de passageiros).
A origem da Swissport vem da falida companhia aérea Swissair, que já foi considerada uma das melhores empresas aéreas do mundo. Em meados de 2001, a Swissport foi comprada pelo grupo inglês Candover.
Quatro anos depois, o grupo espanhol de gestão aeroportuária Ferrovial adquiriu a empresa por € 646 milhões. Em novembro do ano passado, o fundo de private equity PAI Partners levou a Swissport por € 654 milhões. A Swissair, por sua vez, opera hoje com a bandeira Swiss e é controlada pela alemã Lufthansa.

Siderúrgicas vão a Brasília pedir pacote de medidas
Valor 22.07.2011 - Melo Lopes, dirigente do IABr: "O que precisamos são estímulos à expansão do mercado interno, dobrando o consumo"
Após uma visita a Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), cerca de dez dias atrás, o alto comando da siderurgia brasileira volta suas baterias para Brasília. Os dirigentes do Instituto Aço Brasil (IABr), entre os quais está o empresário Jorge Gerdau, busca um encontro com a presidente Dilma Rousseff. Na pauta, no mesmo tom do que foi apresentado a Coutinho, uma apresentação detalhada de questões consideradas ameaças à competitividade do setor no país.
Meio caminho já está garantido na blitz à Brasilia, cujo cardápio deverá constar desde temas da desindustrialização do país - acelerada pelo aumento da importação de produtos que contém aço, como autopeças, carros e máquinas - à guerra fiscal entre os Estados e ao câmbio. Um ponto sensível listado na pauta são os estímulos do Planalto à Vale para montar siderúrgicas no país. Esses projetos são vistos com viés político e sem bases mercadológicas e econômica (rentabilidade do capital investido).
Os encontros devem começar com uma reunião com ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Pimentel, aliás, recentemente fez coro a reclamações de alguns consumidores nacionais de produtos siderúrgicos, denunciando que o aço brasileiro é muito caro em relação ao fabricado em outros países e que as margens das usinas locais são altas.
"Hoje, há só dois tipos de empresas no setor: as rentáveis, que fazem do minério ao aço final, e as não rentáveis"
O apoio do ministro não caiu bem entre os empresários, que consideram que o ministro não está bem informado, por assessores, sobre os percalços enfrentados pela indústria. "Não estão levando em conta o câmbio valorizado do país e a elevada carga tributária que pesa sobre a indústria, entre outros fatores que afetam nossa competitividade frente a outros países", rebatem dirigentes das siderúrgicas.
Além do presidente do conselho do grupo Gerdau - segundo maior fabricante de aço no país -, a comitiva será encabeçada por André Gerdau, presidente da empresa e do conselho diretor do IABr, Wilson Brumer, da Usiminas, Albano Chagas Vieira, da Votorantim e vice-presidente do conselho da entidade, Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do IABr e executivos da ArcelorMittal Brasil, ThyssenKrupp CSA, Valourec, entre outras.
A entrada mais agressiva da Vale no setor, depois da saída de Roger Agnelli, criticado pelo ex-presidente da República Luis Inácio Lula da Silva por não acelerar projetos de usinas de aço no Pará e Ceará, é desaprovada com o seguinte argumento: a empresa vai contribuir para ampliar o excesso de capacidade de produção de aço no mundo que já passa de 530 milhões de toneladas. Esse volume significa cerca de um terço do consumo mundial.
No Brasil, aponta Melo Lopes, do IABr, a sobra de capacidade de produção das usinas em operação representa 53% da demanda doméstica. "Como exportar mais aço para um mercado global já saturado e com preços deprimidos?", questiona o executivo. Para agravar esse cenário, ele diz que as importações de bens fabricados em aço, principalmente da China são crescentes a cada ano. Podem ficar próximo de 5 milhões de toneladas neste ano.
Para Lopes, o que se precisa, de fato, são estímulos à expansão do mercado interno, levando o consumo per capita de 140 quilos por habitante ano a 250 ou 300 quilos. Na China, já passa de 400. O Chile supera o Brasil. "É disso e outros fatores que precisamos para investir mais no Brasil, aumentando a oferta à medida que consumo doméstico subir".
A Vale tem planejados investimentos em três projetos siderúrgicos - a Alpa, em Marabá (PA), a CSP, em Pecém (CE), e a CSU, no sul do Espírito Santo. os dois primeiro, conforme informou o presidente da empresa em entrevista recente ao Valor, serão levados á apreciação do conselho da companhia neste semestre. A CSU ainda está na fase de estudos conceitual e de engenharia, ao mesmo tempo que requer a licença prévia e ambiental. Na CSP, a Vale já tem como sócios declarados as sul-coreanas Posco e Dongkuk.
Lopes observa que montar um projeto, atraindo investidores externos, não é o grande problema e depois sair do empreendimento. O problema, reforça o executivo, é a Vale ser usada para alavancar projetos com viés político. "A expansão da capacidade de produção do setor deve levar em conta bases sustentáveis e tem de estar em linha com as regras de mercado", afirma. Alpa e CSU, ainda não contam, até o momento, com sócios definidos.
Os três projetos da Vale, se concretizados, vão adicionar produção de 10,5 milhões de toneladas a 13,5 milhões de toneladas de aço bruto por ano, a partir de 2014/2015. Com a ThyssenKrupp, a Vale montou, no Rio, a CSA, usina de 5 milhões de toneladas que começou a operar no ao passado. Na crise de 2008/09, a empresa teve de aportar mais R$ 2,6 bilhões para "salvar" o projeto, o qual vai consumir 8,5 milhões de toneladas de seu minério de ferro. Esse é o argumento da Vale para os investimentos: recuperar perda de mercado de minério no país.
Na lista de pontos a ser levada à presidente Dilma, estão isonomia competitiva (redução de juros, desoneração tributária dos investimentos, redução de custos trabalhistas e do custo de energia), crescimento do mercado e prevalência de regras de mercado. Não para por aí: inclui redução de tributos, aceleração de projetos de infraestrutura, prioridade a conteúdo nacional nas aquisições com recursos públicos, defesa comercial e apoio às exportações.
Se não houver uma mudança na forma como o governo enxerga a questão do aço no país, dizem, muitos dos investimentos previstos em novos projetos poderão ser afetados por falta de competitividade, principalmente para exportação. O poder de competição interna também começa a exaurir, afirmam, diante dos custos elevados da matérias-primas - minério de ferro (em torno de US$ 180 a tonelada) e carvão (mais de US$ 300), além de tarifa elevada da energia para o setor industrial.
No ano passado, a Usiminas cancelou usina de US$ 5 bilhões e preferiu investir em minério de ferro, energia e logística. A Cia. Siderúrgica Nacional (CSN) também só tem investido na mineração de ferro, onde as margens de rentabilidade são acima de 60%. "Essa movimentação é toda defensiva", rebate Lopes. Para ele, hoje há só dois blocos de empresas: as rentáveis, que verticalizaram a produção (do minério ao aço final, como CSN) e as não rentáveis, que têm de recorrer ao mercado dessas matérias-primas.
"Na última década, houve uma transferência enorme de ganho dentro da cadeia produtiva", informa o dirigente do IABr. Ele exemplifica: o percentual da margem de lucro da siderurgia baixou de 78% em 2000 para 28% em 2009. No mesmo período, o minério saiu de 15% para 41% e o carvão de 7% para 31%.
Na visão do IABr, "o aço brasileiro não é caro; o país é que caro". A entidade encomendou estudo no ano passado à uma consultoria internacional para mensurar o peso da carga tributária em vários países. O Brasil liderou. O peso dos impostos na bobina a quente de aço foi de 42%, subindo para 47% nos vergalhões.
Os dirigentes siderúrgicos vão reforçar que há uma carteira de investimentos do parque existente de US$ 30,7 bilhões até 2016, a qual pode acrescentar 13 milhões de toneladas de aço bruto. Além disso, haveria intenções de novos projetos que somam outros US$ 23 bilhões. Mas que precisam de estímulos (medidas de apoio), para se concretizar. Com esse leque de investimentos, a capacidade do setor iria a 72 milhões de toneladas dentro de cinco anos. "Se há receio de que vai faltar aço para sustentar o crescimento do país, isso não se justifica".
Lopes observa que o setor é intensivo em capital e que, sem margens adequadas de ganho, não tem como investir. "Não vemos senso a Vale entrar em um setor que está destruindo valor, com baixas margens e sofrendo a concorrência da importação - direta e indireta -, apenas porque é um desejo do governo".

Estoques em alta e preços em queda
Valor 22.07.2011 - A indústria siderúrgica voltou a enfrentar um momento delicado em meio ao quadro de estoques elevados, retração de preços no exterior e arrefecimento de demanda no mercado doméstico.
A tentativa de um aumento de preços a clientes da distribuição entre março e maio fracassou e desde o mês passado produtores de aços planos estão retirando parte dos reajustes anunciados.
Segundo distribuidores, as siderúrgicas estão dando descontos que, na prática, cortaram pela metade os aumentos de 7% a 10% que haviam sido aplicados sobre os preços das bobinas de aço.
A depender do volume da compra, é possível tirar totalmente o reajuste anterior e fechar encomendas pelos mesmos preços que eram praticados no fim do ano passado.
De acordo com uma fonte ligada a um grande produtor de veículos instalado no país, um reajuste no valor do aço que seria aplicado às montadoras na passagem de junho para julho foi suspenso diante da trajetória de queda no preço de laminados a quente no mercado internacional a partir de março.
As siderúrgicas brasileiras, contudo, não voltaram a sinalizar novos cortes porque, com os últimos ajustes, o produto nacional segue competitivo em relação ao importado. O foco do setor está em evitar uma nova invasão do aço estrangeiro no país, como aconteceu no ano passado.
Também há uma percepção de que novas reduções de preços seriam incapazes de estimular um mercado com baixo apetite ao consumo de aço - seja daqui ou de fora -, dado o aumento de estoques na cadeia.
"Mesmo que o aço importado estivesse 30% mais barato que o nacional, nós não importaríamos neste momento", resume Paulo Moraes, gerente comercial da Aços Groth, uma distribuidora de Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo.
O setor vive hoje uma reversão das expectativas do início do ano, quando reajustes promovidos por siderúrgicas estrangeiras e a recuperação do consumo abriram espaço para manobras dos preços praticados no Brasil.
O que se seguiu depois foi um descompasso entre oferta e demanda, refletido no acumulo de estoques do setor. Desde o mês passado, os distribuidores estão comprando menos do que estão vendendo, na tentativa de diminuir o volume de produtos que estão parados nos pátios.
As vendas de aço plano nacional no mercado interno - que estavam acima de 1 milhão de toneladas mensais entre março e maio - recuaram para 945 mil toneladas em junho, 17% a menos do que no mesmo período do ano passado.
As siderúrgicas sentiram o golpe e pisaram no freio na produção, cortando em 6,9% a laminação de planos na passagem de maio para junho.
A tendência é que os clientes da distribuição continuem os esforços para trazer os estoques a um nível mais saudável, o que seria algo próximo a um giro de dois meses e meio. Em junho, esse giro estava em 3,7 meses, mas o Inda - entidade que abriga o setor de distribuição de aços planos no país - espera que o nível desça para 3,4 meses neste mês, na esteira de uma contração de 10% nas compras.
Com preços pressionados e os custos dos principais insumos em alta, as siderúrgicas mais dependentes do suprimento de matérias-primas por terceiros - caso da Usiminas - seguirão com margens operacionais apertadas na maior parte deste trimestre.
Apesar disso, Rafael Weber, analista de siderurgia da Geração Futuro, aposta na melhora do ambiente de preços no mercado internacional a partir de setembro, em decorrência de uma aguardada recomposição de estoques na China. A capacidade de as siderúrgicas nacionais aproveitarem esse movimento, contudo, dependerá do comportamento do câmbio, levando-se em conta que a valorização do real diminui o campo para manobras de preços por produtores nacionais. "O ideal seria o câmbio ficar estável", diz Weber.

Fitch eleva CSN
Valor 22.07.2011 - A agência de risco Fitch elevou de 'AA' para 'AA+' a classificação de crédito em escala nacional da CSN.
A Fitch destaca o bom desempenho da siderúrgica nos últimos anos, período difícil para a maioria dos produtores de aço. A agência manteve em 'BBB-' os ratings em moeda local e estrangeira da empresa em escala global, o equivalente a grau de investimento. A perspectiva dos ratings é "estável", o que indica a manutenção das notas no curto prazo. (

Vale planeja investir R$ 3,5 bi para ampliar FCA e terminal da Ultrafertil
Valor 22.07.2011 - A Vale planeja investir R$ 3,5 bilhões nos próximos quatro anos no aumento da capacidade de transporte de dois importantes ativos do grupo: a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e o Terminal Marítimo da Ultrafertil (TUF), em Santos (SP). Segundo o diretor de Logística de Carga Geral da companhia, Marcello Spinelli, o plano é investir em quatro terminais da ferrovia no interior de São Paulo e Minas Gerais, adquirir mais trens e ampliar o TUF, hoje com um berço, com a construção de mais três. A FCA corta sete Estados: os quatro do Sudeste mais Bahia, Sergipe e Goiás.
Os investimentos estão sujeitos à aprovação do conselho de administração da empresa e parte do valor será realizado com parceiros comerciais e parte com recursos próprios. O objetivo da Vale é tornar o terminal portuário forte na movimentação de produtos agrícolas, principalmente o açúcar vindo via ferrovia da região Oeste de São Paulo e do Triângulo Mineiro, que deve se tornar a segunda carga mais movimentada na Centro-Atlântica.
"O terminal [TUF] tem um potencial de conexão com a ferrovia único, por não ter interferência da cidade. Era a peça que faltava para fechar o corredor ferroviário da Centro-Atlântica para Santos", diz Spinelli. O TUF passou para a Vale com a compra da Ultrafertil no ano passado e a criação da Vale Fertilizantes. Na semana passada, a mineradora assinou acordo para a formação de uma joint venture com a Vale Fertilizantes para a exploração da concessão do TUF. A Vale terá uma participação de 51% na joint venture, com o pagamento de R$ 150 milhões à Vale Fertilizantes e aporte de R$ 432 milhões para financiar o plano de investimentos do terminal.
Hoje o terminal é exclusivo de importação de fertilizantes em geral. Com a construção de mais três berços, ele terá capacidade para movimentar granéis e passará a ser o maior terminal do porto de Santos. O potencial de movimentação de cargas será de até 16 milhões de toneladas anuais, e todo o adicional de movimentação ocorrerá somente por ferrovia. "O que a gente vai construir de armazenagem vai incrementar em 30% a capacidade de movimentação de granéis agrícolas no porto de Santos", diz o executivo.
Serão ampliados os terminais ferroviários da Centro-Atlântica localizados nas cidades paulistas de Ribeirão Preto e Aguaí - obras já iniciadas - e São Joaquim da Barra, que deve começar neste segundo semestre. Os três devem ficar prontos em abril. Também será construído um terminal no município mineiro de Uberlândia. As obras devem começar no fim do ano, com entrega prevista para abril de 2013.
A ampliação do porto, com o aumento dos pátios e construção de armazéns, por sua vez, deve ficar pronta em 2015. "Com esses investimentos, o açúcar deve ganhar grande importância nas cargas transportadas pela Centro-Atlântica", diz Spinelli sobre os polos agrícolas que serão atendidos pelos novos terminais ferroviários.
Também serão construídos onze quilômetros de linha férrea dentro do TUF, que permitirão que o trem entre e descarregue a carga em no máximo 6 horas, num sistema como um carrocel. "Hoje o descarregamento de cargas de um trem no porto de Santos demora 48 horas porque o trem não consegue entrar sem ser desmembrado", explica o diretor da Vale.
Um dos impactos esperados com o conjunto de investimentos é a redução do número de caminhões circulando nas estradas paulistas. Segundo cálculo da empresa, o aumento da capacidade de transporte da ferrovia poderá tirar mais de mil caminhões por dia das estradas de São Paulo. "É um investimentos extremamente importante para o Estado, devido à saturação do transporte rodoviário", diz o secretário estadual de Desenvolvimento, Paulo Alexandre Barbosa.
A Vale assinará hoje com o governo paulista um protocolo de intenções para a realização desses investimentos. A cerimônia acontece no Palácio dos Bandeirantes com a presença do governador Geraldo Alckmin (PSDB). O governo define sua atuação como o de indutor dos investimentos, facilitando os processos para a sua realização, como o licenciamento ambiental, trabalho que vem sendo realizado pela agência pública Investe São Paulo. "A assinatura do protocolo estabelece essa colaboração e dá a possibilidade de benefícios tributários, que precisam ser detalhados", diz Barbosa.

Governo prepara edital para construir quatro novos portos
Valor 22.07.2011 - Ministro da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino: licitações para projetos no Pará, Amazonas, Bahia e Espírito Santo
O ministro-chefe da Secretaria de Portos (SEP), Leônidas Cristino, disse que o governo está "avançando" na abertura de licitações para a construção de quatro novos portos e terminais: porto de Manaus, Porto Sul, na Bahia, porto de Águas Profundas, no Espírito Santo, e terminal de múltiplo uso de Vila do Conde, no Pará. Todos eles estão em fase de estudos para lançamento dos editais, o que deve ocorrer até o fim do ano.
Os mais adiantados são o de Manaus, que tem projeto básico e está em fase de conclusão do estudo de viabilidade técnica e econômica, e o de Vila do Conde. Na quarta-feira, foi realizada audiência pública na Companhia Docas do Pará sobre a licitação das áreas de arrendamento. Os dois portos representam investimento de R$ 2 bilhões.
Em entrevista ao Valor, Cristino negou que o governo estuda a privatização do sistema portuário e reafirmou a manutenção do atual modelo. O arcabouço legal do setor prevê a concessão de porto público à iniciativa privada, por meio de licitação, por até 50 anos e autorização de terminal privativo, sem limite no tempo, desde que o empreendedor tenha carga própria. Segundo Cristino, o governo não prepara alteração no marco regulatório.
Parte da iniciativa privada reivindica a flexibilização da legislação portuária, com a eliminação de licitações para construção de portos, para acelerar os investimentos em infraestrutura. Atualmente, só é possível abrir mão da licitação quando o empreendedor tem carga própria em quantidade superior à de terceiros e usa o porto como forma de verticalizar seu negócio principal, como, por exemplo, Petrobras e Vale. Se a finalidade do negócio é prestar serviço de movimentação a terceiros, a regra é a licitação. O Brasil conta com 129 portos privativos e 34 portos públicos marítimos.
"O que está na lei é o que vamos continuar a fazer no futuro próximo. Por enquanto não existe intenção de mudança", afirmou Cristino. "O sistema portuário nacional é de porto público com operação privada. Agora, se alguém precisa de porto, o governo federal tem a estrutura legal para fazer a autorização para construção de um terminal de uso privativo, desde que haja carga própria em quantidade superior à de terceiros e que essas sejam da mesma natureza. Isso é óbvio", disse o ministro.
De acordo com levantamento realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), alguns Estados das regiões Norte e Nordeste deixaram de produzir 3 milhões de toneladas de soja e milho na safra passada por falta de portos marítimos próximos com capacidade de escoamento.
A CNA é uma das associações que lutam na Justiça contra o decreto 6.620, de 2008, que estabeleceu a necessidade de carga própria em quantidade superior à de terceiros para dispensa de licitação. Uma das reclamações é que a norma teria impedido os investimentos no setor. Cristino discorda. Para ele, os investimentos privados ocorrem à medida que o poder público acena com os aportes, que rareavam até a criação da SEP, em 2007. Até 2014, a SEP vai investir R$ 5,276 bilhões em 66 obras por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
"As estimativas dão contam de que a iniciativa privada vai investir em torno de R$ 20 bilhões a R$ 25 bilhões no período", afirmou o ministro. Da carteira referente ao PAC 1, até 2010, a SEP diz ter concluído 45% das obras civis e quase 70% do Programa Nacional de Dragagem, que está aprofundando os principais portos nacionais, o maior gargalo do setor, para permitir o tráfego de grandes embarcações.
Cerca de R$ 500 milhões do montante previsto até 2014 serão destinados a um programa de inteligência logística que, segundo Cristino, deve aumentar em até 25% a eficiência da operação. São basicamente três ações: a instalação do VTMS (Vessel Traffic Management Information System, na sigla em inglês), ferramenta que fará o monitoramento virtual do tráfego de embarcações; o Porto Sem Papel, plataforma on-line para integrar os trâmites burocráticos de todos os quase 20 atores envolvidos numa operação de comércio exterior; e o Carga Inteligente, que fará a comunicação entre a indústria ou fazenda e o porto, de forma que a mercadoria só seja enviada se houver disponibilidade de navio. O objetivo é evitar congestionamentos e otimizar o fluxo logístico.
Na terça-feira, durante visita ao porto de Santos para acompanhar a implementação do Porto Sem Papel, Cristino afirmou que o programa estará implantado até 1º de agosto - o prazo original era abril de 2010.
Também anunciou que lançará no início de agosto a licitação para o VTMS de Santos, o primeiro porto que terá o sistema para auxiliar o controle da navegação principalmente em dias de mau tempo. Será composto por torres de monitoramento instaladas ao longo do estuário e uma central de processamento e supervisão dos dados por elas transmitidos.
A primeira licitação do VTMS foi cancelada, porque os equipamentos não puderam ser incluídos no Reporto, o programa do governo federal de isenção de impostos para aquisição de máquinas destinadas à modernização portuária. "Já conversei com o ministro Fernando Pimentel [do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior], para que possamos usar o Reporto para o Carga Inteligente e VTMS."
Durante a visita a Santos, o ministro informou que já recebeu da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) o desenho dos novos limites físicos do cais do porto. O novo traçado quase duplica a região portuária sob jurisdição da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que atingirá cerca de 15 milhões de metros quadrados.
O pedido de ampliação foi protocolado há mais de um ano pela Codesp, que depende disso para poder tocar o projeto de expansão do porto, chamado Barnabé Bagres. Segundo Cristino, se não houver nenhum problema com o novo desenho, a intenção da Secretaria dos Portos é enviar a minuta do decreto para a Presidência da República ainda nesta semana.

CGU soma 25 sindicâncias nos Transportes
Valor 22.07.2011 - Enquanto o Palácio do Planalto e o Ministério dos Transportes tentaram esvaziar as especulações sobre a reformulação do Ministério dos Transportes e suas autarquias, a Controladoria-Geral da União (CGU) instaurou ontem mais quatro processos administrativos para apurar irregularidades praticadas na Pasta e no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Desde as denúncias que derrubaram parte da cúpula dos dois órgãos e da Valec, a CGU instaurou ao todo sete sindicâncias. Antes, outras 18 sindicâncias ou processos administrativos envolvendo a área já estavam em andamento.
A CGU apura, por exemplo, denúncias envolvendo o ex-diretor-executivo do Dnit João Henrique Sadok de Sá, o ex-chefe de gabinete do Ministério dos Transportes Mauro Barbosa e o ex-coordenador-geral de Operações Rodoviárias do Dnit, Luiz Cláudio Varejão. Barbosa é suspeito de enriquecimento ilícito e Sadok de Sá de estar envolvido na contratação da empresa da mulher dele pelo Dnit.
Já Varejão é acusado de executar serviços de pesagem de cargas sem cobertura contratual. Marcelino Augusto Santos Rosa e Luiz Munhoz Prosel, também do Dnit, são outros servidores na mira da CGU.
Ontem, o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, foi um dos participantes das reuniões convocadas pela presidente Dilma Rousseff para tratar do próximo balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Um dos itens da pauta era o andamento das obras em rodovias. Mas, segundo o Palácio do Planalto e o Dnit, o petista Hideraldo Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária do órgão e um dos citados nas denúncias, não participou. O PR, que perdeu diversos filiados na "faxina" feita pelo governo no setor, cobra a saída de Caron do cargo.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse ontem que a Polícia Federal (PF) está avaliando os pedidos de investigação de irregularidades no Ministério dos Transportes e que novos inquéritos poderão ser abertos, se for constatada a existência de casos ainda não investigados.
"Sempre que aparecerem fatos novos, novos inquéritos serão abertos. Agora, fatos que já estão sob apuração não vão exigir, nem poderiam exigir novos inquéritos", afirmou Cardozo. Segundo o ministro, muitos dos processos com indícios de fraudes no setor já estão sob investigação "há muito tempo". "Já temos muitos inquéritos abertos, em várias superintendências da PF, sobre eventuais denúncias de superfaturamento, irregularidades ou ilicitudes no Ministério dos Transportes", acrescentou.
O Ministério Público Federal (MPF) entrou na Justiça com uma ação civil pública contra a União e o Dnit. No documento, o MPF reclama do abandono da rodovia BR-155, que liga Redenção a Marabá, no sudeste do Pará, e pede uma decisão urgente da Justiça para que sejam realizados policiamento e serviços de manutenção e conservação da rodovia. A rodovia foi incluída na malha rodoviária federal em 6 de julho de 2009. Até o momento, no entanto, o Dnit não concluiu os trâmites burocráticos para regulamentar a federalização da rodovia. Sem essa regulamentação, argumentou o MPF, a Polícia Rodoviária Federal não pode atuar. A instituição também alegou que a burocracia impede a realização de reparos na pista, que se deteriora sem manutenção.

Exército quer comprar sistema de lançamento de foguete
GP Londrina 21.07.2011 - O sistema conhecido como Astros II custa R$ 960 milhões, segundo informou o general Aderico Mattioli, diretor de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa.
Após assistir a uma demonstração de lançamento de foguetes "terra-terra", fabricados pela Avibrás, no Campo de Instrução do Exército, em Formosa (GO), o ministro da Defesa, Nelson Jobim, informou que está negociando com o Ministério da Fazenda a aquisição do equipamento que considera de "importância estratégica" para o País.
O sistema conhecido como Astros II custa R$ 960 milhões, segundo informou o general Aderico Mattioli, diretor de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa. A expectativa da Força é que a liberação dos recursos seja definida até o final do ano. O ministro da Defesa explicou que, primeiro, é preciso resolver a situação da Avibrás, que se encontra em processo de recuperação judicial. Para que a empresa sobreviva, é preciso que haja um saneamento econômico e financeiro dela, que poderá ser obtido com a garantia da aquisição do sistema Astrus 2020, pelo Exército, além de capitalização da Avibrás por meio de refinanciamento de seus débitos pelo governo dentro do Refis.
"Serei advogado desta causa no governo", anunciou o vice-presidente Michel Temer, que acompanhou a demonstração no Campo de Formosa, ao lado de Jobim, ao defender a necessidade de manutenção da indústria de defesa do Brasil. "Quando saímos do gabinete é que verificamos as necessidades verdadeiras do País", afirmou o vice-presidente, acrescentando que não há como avançar no desenvolvimento de tecnologia nacional se não tivermos recursos para investir.
Jobim, por sua vez, salientou que "é preciso dar continuidade a garantir este acervo tecnológico, que não pode ser perdido, já que se trata de uma produção exclusivamente brasileira". O ministro lembrou que há interesse mundial neste produto e a última exportação da Avibrás foi para o Exército da Malásia que adquiriu um conjunto de lançadores de foguetes da indústria brasileira em 2008, ao preço de R$ 500 milhões. "Precisamos desenvolver e atualizar esta tecnologia", comentou o ministro Jobim, ao lembrar que a primeira pergunta que um país faz quando tentar adquirir equipamento de defesa de outro é se as suas Forças Armadas o utilizam. Hoje, o Exército brasileiro não possui o Astros 2 e a intenção é de que o sistema possa ser adquirido ainda este ano.
Hoje, Temer e Jobim assistiram à sessão de demonstração do lançamento de nove foguetes, no campo de tiros do Exército, em Formosa. Foram lançados foguetes SS 30, SS 40 e SS 60, que têm capacidade de entrar em posição, atirar e deixar o local para não ser alvo de revide do inimigo em até dez minutos. Os foguetes podem alcançar de 20 a 80 quilômetros de distância, dependendo dos sistemas a eles acoplados. Uma bateria com seis viaturas têm capacidade para lançar 192 foguetes em 16 segundos.
O sistema que o Exército quer comprar é composto por 49 viaturas. São 18 veículos lançadores, 18 remuniciadores, três unidades de controle e monitoramento, três estações meteorológicas, três de manutenção, três veículos de comando e controle de bateria e um de comando e controle de grupo. O sistema Astros 2010 que o Exército quer comprar tem um alcance de até 300 quilômetros.

Desembolsos do BNDES caem 6% até maio, a R$ 43,5 bilhões
Brasil Econômico 21.07.2011 - Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) totalizaram R$ 43,5 bilhões nos primeiros cinco meses do ano, recuando 6% contra o mesmo período de 2010.
A desaceleração dos desembolsos, segundo a instituição, está em linha com a estimativa de que os financiamentos de 2011 fiquem em um patamar semelhante aos do ano passado, próximo a R$ 145 bilhões.
No período de 12 meses até maio, foram liberados R$ 140,9 bilhões, queda de 7% em relação aos 12 meses anteriores. O valor não leva em conta a capitalização da Petrobras ocorrida no ano passado.
De acordo com o banco de fomento, 44% dos desembolsos de janeiro a maio foram para micro, pequenas e médias empresas.
O setor de infraestrutura captou 40% dos financiamentos, seguido pela indústria (32%), comércio e serviços (20%) e agropecuária (8%).
O volume de aprovações cresceu 6% de janeiro a maio, somando R$ 62 bilhões.

Morgan Stanley vai melhor que Goldman
Valor 22.07.2011 - Gorman tenta convencer investidores de que pode ampliar lucratividade.
As ações do Morgan Stanley tiveram a maior alta dos últimos dois anos no pregão de Nova York depois que a instituição informou ter registrado um prejuízo no segundo trimestre inferior ao estimado pelos analistas e o único avanço da receita com transações entre os principais bancos americanos. Os papéis do Morgan Stanley chegaram a subir até 9,1% depois que o banco informou ter computado um prejuízo líquido de US$ 0,38 por ação, inferior à média das estimativas de 18 analistas ouvidos pela "Bloomberg", que antecipava uma perda de US$ 0,61 por ação. A despesa de US$ 1,7 bilhão vinculada à conversão das ações preferenciais do banco americano, sediado em Nova York, em poder do Mitsubishi UFJ Financial Group foi responsável pelo prejuízo, que deve ser comparado ao lucro de US$ 1,09 por ação do segundo trimestre do ano passado. A receita com transações cresceu 14% em relação ao primeiro trimestre, enquanto o Goldman Sachs Group informou uma queda de 47% nesse quesito no início desta semana.
Os resultados poderão ajudar James Gorman, 53, o principal executivo do Morgan Stanley, a convencer os investidores de que a empresa tem capacidade para alcançar suas metas de aumentar sua lucratividade e sua participação de mercado na área de transações (trading). As ações da instituição estão sendo negociadas por cotação inferior ao valor contábil, e esta semana chegaram ao nível mais baixo desde março de 2009. "No que diz respeito à confiança na direção e na capacidade da empresa de gerar bons resultados, a obtenção de uma boa receita em renda fixa não é apenas uma grande vitória em termos de resultados como também constitui, de um ponto de vista simbólico, um avanço rumo à dissipação dos temores dos investidores", disse Jeffery Harte, analista da Sandler O'Neill & Partners.
"O Morgan Stanley deu mesmo um show de bola", disse ontem Jason Tyler, vice-presidente-sênior da Ariel Investments, em entrevista a Tom Keen, do Bloomberg Radio. "Esse é um trimestre muito marcante do ponto de vista da receita." Os papéis do Morgan Stanley tinham caído 20% este ano, até anteontem, depois de perder 8,1% de seu valor em 2010. As perdas os tornaram as ações de pior desempenho do Índice das Instituições Financeiras do Standard & Poor's 500 desde que Gorman assumiu o comando, no início de 2010. O Mitsubishi UFJ converteu no mês passado US$ 7,8 bilhões de ações preferenciais conversíveis do Morgan Stanley em poder do público em ações ordinárias. A medida dota o Mitsubishi UFJ de uma participação de 22% no capital do banco de investimentos americano e de um segundo assento em seu conselho de administração.
"Embora os mercados mundiais tenham continuado problemáticos neste trimestre, a empresa gerou receita ano a ano elevada em todos os nossos três principais segmentos de atuação", disse Gorman no comunicado. No segundo trimestre, a receita das vendas de papéis de renda fixa e transações, administrada por Ken de Regt juntamente com os codiretores de transações com commodities Colin Bryce e Simon Greenshield, foi de US$ 2,09 bilhões. Esse total deve ser comparado ao US$ 1,77 bilhão alcançado no primeiro trimestre e aos US$ 2,33 bilhões do segundo trimestre de 2010.

Com lucros menores, bancos americanos apertam os cintos
Valor 22.07.2011 - Davis, presidente do US Bancorp: "Até vermos crescimento sustentável e constante na receita, vamos ser cautelosos".
Bancos e corretoras dos Estados Unidos estão fechando agências pouco movimentadas e transferindo empregados para cidades de custo menor, num esforço intenso para cortar custos já que a economia fraca, uma demanda escassa por empréstimos e novas regulamentações têm reduzido seus lucros.
"Até vermos crescimento sustentável e constante na receita, vamos continuar cautelosos em nossos gastos e ficar atentos, então isso é algo com que você não terá de se preocupar nesta empresa", disse o presidente do banco U.S. Bancorp, Richard Davis.
O banco, de Minneapolis, no Estado americano de Minnesota, divulgou esta semana uma alta de 57% no lucro do segundo trimestre, e afirmou que gastos não financeiros, entre eles os da folha de pagamento, subiram só 2% em relação a um ano atrás. O U.S. Bancorp também está espremendo mais receita de cada dólar que gasta para tocar os negócios.
Sinais de aperto no cinto estão por todo lado nessa temporada em que as instituições financeiras divulgam os resultados do segundo trimestre. O corte de custos é acentuado em grandes bancos como o Wells Fargo & Co., corretoras como a Goldman Sachs Group Inc. e pequenas firmas financeiras como a State Bancorp Inc., da cidade de Jericho, no Estado de Nova York, que só tem 17 agências.
"Nos bancos, a ordem do dia é uma palavra com que os banqueiros não estão acostumados: 'produtividade'", diz Ken Landis, um consultor de serviços financeiros da Deloitte.
As medidas de cortes de custos são um sinal de que executivos se resignaram à fraca demanda de empréstimos, o pequeno volume de operações em Wall Street e os juros baixos. Com poucas alternativas para aumentar o lucro, muitas firmas financeiras estão tentando mostrar para investidores e analistas que podem reduzir despesas.
"Vamos continuar a reduzir nossos custos a cada trimestre e trabalhar duro para fazer isso", disse esta semana a analistas o diretor financeiro do Wells Fargo, Tim Sloan.
O Wells Fargo, com sede em San Francisco e um dos maiores bancos americanos de crédito ao consumidor, tem uma meta de cortar despesas nominais em 12%, ou US$ 1,5 bilhão, até o fim do ano que vem. A maior parte virá de um programa que se concentra em "remover complexidade desnecessária e eliminar duplicação", disse Sloan.
Mesmo antes da temporada de balanços, parecia que uma pequena recuperação dos empregos estava acontecendo nos bancos e instituições financeiras dos EUA. Eles tinham 2,093 milhões de empregados em 31 de março, um pouco a mais que os 2,987 milhões do fim de 2010, segundo a SNL Financial, uma firma de pesquisas que acompanha o setor. Isso põe o nível total de emprego no setor bancário só um pouco abaixo do nível de 2004.
Um ano atrás, banqueiros esperavam que a economia ganharia força o suficiente para aumentar a demanda de empréstimos e outros produtos financeiros. Mas o que aconteceu é que os bancos têm tido dificuldade para encontrar clientes com bom risco. Está difícil melhorar a qualidade dos ativos.
Não que não haja bancos reforçando-se em áreas em que veem oportunidades. O J.P. Morgan Chase & Co. planeja acrescentar 2.000 agências à sua rede atual de 5.340 nos próximos cinco anos. Outros bancos estão contratando profissionais de crédito comercial para se preparar para um aumento na demanda de financiamentos.
O KeyCorp, um banco regional de Chicago, afirmou esta semana que avançou tanto num programa de cortes de custos que acabou decidindo não dar mais informações a investidores sobre ele. O esforço agora é "parte de nosso ritmo operacional normal", disse a diretora-presidente, Beth Mooney.
O Bank of America Corp., o maior banco americano em ativos, informou a analistas terça-feira que espera completar em breve cerca da metade de seu programa de cortes. O banco de Charlotte, Carolina do Norte, não divulgou uma meta específica de cortes de custos, mas tem fechado algumas agências.
Em 30 de junho, o Bank of America tinha 5.742 agências, 158 a menos que um ano antes.
Em Wall Street, as firmas estão demitindo e tomando outras medidas como resultado de baixa atividade de negócios e novas regras para limitar a tomada de riscos.
Glenn Schorr, analista da corretora Nomura Securities, estima que firmas de Wall Street vão cortar gastos reduzindo pessoal em 3% a 4% do nível atual.
"Ninguém vai chegar com um grande facão e cortar 15%", disse. Isso porque executivos temem cortar fundo demais e perder oportunidades quando a situação melhorar.
No Bank of New York Mellon Corp., os gastos "estão altos demais", disse terça-feira o diretor-presidente Robert Kelly. O banco afirmou que provavelmente vai transferir mais empregados para cidades como Pittsburgh, nos EUA, e Manchester, na Inglaterra, onde os custos são mais baixos do que na sede, em Nova York.
O BNY Mellon também quer reduzir o número de imóveis que ocupa e os sistemas de tecnologia que usa. Mais detalhes serão revelados nos próximos meses. Um porta-voz não quis comentar se demissões são parte do plano.
Em junho, o Credit Suisse Group AG começou a demitir empregados de banco de investimento como parte de uma enxugada que afetou cerca de 600 pessoas. O Barclays PLC eliminou cem empregos em seu banco de investimento no mês passado. Os últimos cortes se somam a outros 600 feitos em janeiro.
O Morgan Stanley, que divulgou ontem um prejuízo de US$ 588 milhões no segundo trimestre depois de uma despesa contábil de US$ 1,7 bilhão, informou no mês passado que poderia reduzir sua equipe de corretores. A firma de Wall Street também está tentando cortar US$ 1 bilhão em custos anuais dentro dos próximos três anos.
O plano de corte de custos, anunciado em fevereiro, é dirigido pelo diretor operacional e um grupo conhecido como "departamento de reengenharia".
Na Goldman Sachs, o diretor operacional David Viniar disse a analistas na terça-feira que espera que os 1.000 cortes de vagas planejados na corretora não sejam só "uma primeira varrida, porque é algo doloroso e não queremos fazer isso mais do que uma vez".

Reformulação de bônus
Valor 22.07.2011 - O Goldman Sachs e o Citigroup reformularam US$ 1,5 bilhões em bônus comerciais lastreados em hipotecas, depois que investidores exigiram mais proteção contra perdas em meio a suspeitas de que ratings de agências de classificação não reflitam o risco real.
Os bancos aumentaram as taxas de retorno (yield) e o mecanismo de proteção dos títulos contra calotes em empréstimos.

News Corp. ignorou gravidade da crise no início
Valor 22.07.2011 - Nenhuma empresa gostaria de ver uma crise chegar a este ponto: o diretor-presidente e seu braço direito questionados por uma comissão de parlamentares céticos, uma sucessão de erros condenáveis, reputações manchadas e, para completar, o drama todo sendo transmitido pelas TVs do mundo inteiro.
Para o diretor-presidente da News Corp., Rupert Murdoch, e seu filho James, a audiência na Câmara dos Comuns em Londres esta semana sobre o escândalo de intercepção de mensagens telefônicas que engolfou a empresa foi o clímax de duas semanas sombrias. Para a empresa e seus acionistas, pode ter sido a confirmação de algo mais preocupante:
"Se você olha de ambos os lados do Atlântico, eles fizeram tudo que poderiam ter feito de errado [...] foram reprovados no ABC do gerenciamento de crises", diz Harris Diamond, diretor-presidente da Weber Shandwick, uma firma de relações públicas. "É desconcertante assistir à defesa que tem sido feita e, logo, o fracasso dessa defesa em se sustentar."
Talvez essa seja uma crítica dura. Mas considere que durante anos a News Corp. insistiu que o escândalo de escuta ilegal de mensagens telefônicas era em grande parte um caso isolado: um repórter e investigador desonestos, uma pequena quantidade de mensagens de voz interceptadas.
É possível que os altos executivos da News Corp. responsáveis pelo gerenciamento da crise tenham acreditado que este era o caso, e também pode ser que acreditem que investigaram e cuidaram do problema adequadamente. Mas acontece que outras pessoas desonestas estavam envolvidos, e muitas outras mensagens telefônicas foram interceptadas, possivelmente milhares. As autoridades britânicas também estão investigando se funcionários da News Corp. subornaram policiais.
"A administração deveria ter respondido de maneira mais cuidadosa as questões levantadas pelo escândalo original", diz Andrew Brimmer, sócio da Joele Frank, uma empresa especializada na gestão de crises. "O que acontece com uma crise cuja solução é adiada? Ela normalmente vem à tona em algum momento."
As consequencias de erros não resolvidos na fase inicial de uma crise corporativa - gastos, perda de reputação, distração - podem ser brutalmente graves.
No caso da News Corp., dona também do Wall Street Journal, o crescente número de vítimas inclui: dois altos executivos que foram forçados a sair; um jornal que teve que fechar as portas; uma aquisição crucial para a empresa cancelada (por enquanto); uma série de investigações na Grã-Bretanha e Estados Unidos; um enorme consumo da energia dos altos executivos no problema; e acionistas cada vez mais inquietos.
Especialistas que lidam com crises explosivas deste porte dizem que o grande erro da News Corp. foi não compreender ou ignorar a gravidade do problema desde o início. O tempo ideal para o gerenciamento dessa crise, dizem eles, foi de 2006 a 2011, quando evidências de irregularidades continuavam surgindo, quando investigações foram conduzidas de maneira inadequada pela polícia e pela empresa, e quando as vítimas continuavam reclamando e aceitando acordos com a News Corp.
O que resta neste momento, dizem eles, é algo semelhante ao gerenciamento da situação logo após um acidente explosivo: um esforço para evitar que os estilhaços atinjam os demais ativos da empresa ou os espectadores.
Michael Gordon, cuja firma Group Gordon assessora empresas em crise, diz que, mais recentemente, a News Corp. tem "lidado com a situação corretamente."Eles tomaram algumas medidas rápidas e decisivas", incluindo o fechamento do jornal ao centro do escândalo, o "News of the World". "Muitas empresas demoram meses para chegar a esse ponto e se arrastam na lama antes de chegar lá."
Mesmo que tardiamente, entraram em cena os gestores de crise: nos últimos dias, a News Corp. contratou uma série de firmas de relações públicas e especialistas jurídicos para ajudá-la a navegar pelo ambiente de desconfiança dos investidores, reguladores e autoridades. A empresa também pediu ao membro do conselho Joel Klein, um ex alto funcionário do Departamento de Justiça dos EUA, que a assessore na resposta à crise, e crie uma comissão independente para investigar o que aconteceu.
Os conselhos de outros especialistas são diretos: desta vez, chegue ao fundo do que ocorreu, descubra se houve uma tentativa de abafar o escândalo por parte de executivos, e determine se a podridão era exclusiva do "News of the World" ou se estende a outras partes da cultura da News Corp. Logo, torne tudo público, faça as pazes com as vítimas e as autoridades, e demonstre como a empresa vai garantir que isso nunca volte a acontecer.

Mercados se animam com solução costurada na zona do euro
Valor 22.07.2011 - O otimismo com a união dos dirigentes da zona do euro em torno de uma solução para a crise da dívida soberana da região fez disparar os ativos de risco, enquanto novos resultados animadores do setor bancário americano reforçaram a predisposição positiva.
"As indicações de que os dirigentes da União Europeia (UE) estavam se unindo em torno da alternativa de socorro interno do setor privado para a Grécia podem marcar um ponto de inflexão na crise, que já dura quinze meses", disse Nicholas Spiro, da Spiro Sovereign Strategy.
As ações - mais notadamente as das instituições financeiras - subiram em ambos os lados do Atlântico, enquanto o euro alcançou sua maior alta das últimas duas semanas no câmbio, com o dólar e os bônus dos governos periféricos da zona do euro registraram alta acentuada.
Os preços dos títulos soberanos dos EUA e da Alemanha caíram, embora o do ouro - tradicional refúgio em períodos de turbulência - tenha se mantido próximo do nível de US$ 1.600 a onça.
Pelo acordo costurado em Bruxelas, o valor do novo pacote de ajuda à Grécia será de € 109 bilhões. A nova rodada de ajuda prevê maior participação dos bancos privados, além do Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Os bancos privados e investidores deverão contribuir com € 37 bilhões no pacote de ajuda. Os prazos médios de vencimento do resgate à Grécia foram alterados, passando dos atuais 7,5 anos para 15 anos, além de redução da taxa de juros que incide sobre ele, de 5,5% para 3,5%. Além disso, a Linha de Crédito de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, em inglês) - o principal fundo de socorro do bloco - ganhará flexibilidade para ajudar a Grécia a superar seus problemas e evitar o contágio. A EFSF vai conceder empréstimos à Grécia - bem como a Irlanda e Portugal -- a taxas mais baixas e com vencimentos mais dilatados. O fundo fornecerá ainda empréstimos "preventivos" e vai ajudar na recapitalização de bancos, comprando bônus no mercado secundário.
Lena Komileva, diretora mundial de estratégia para o G-10 da Brown Brothers Harriman, disse que as propostas sinalizam um marco importante na crise da dívida, ao indicar que foi alcançada uma solução de compromisso entre a Alemanha e o Banco Central Europeu (BCE). "O BCE concordou com uma inadimplência seletiva para a Grécia que permite uma reestruturação da dívida grega com envolvimento do setor privado", disse. "A Alemanha concordou em autorizar o EFSF a intervir nos mercados de bônus governamentais secundários de forma preventiva." Para ela, o acordo amplia a rede de segurança da UE com relação ao restante da periferia.
Os rendimentos dos bônus da Grécia de 10 anos caíram 85 pontos-base, para 16,49%, e os retornos de papéis de vencimento semelhante da Espanha e da Itália - vistos como os dois países de maior risco de contágio - caíram, respectivamente, 25 pontos-base e 26 pontos-base. Comparativamente, o retorno do Bund alemão deu um salto de 12 pontos-base, para 2,88%, e o de 10 anos do Tesouro dos EUA subiu 7 pontos-base, recuperando o nível de 3%. O euro ficou pouco tempo, superior a US$ 1,44, antes de recuar para uma alta de 1,1%, a US$ 1,4382.
Parecer do MPF diz que Exame da Ordem fere Constituição.Jornal O  Estado de São Paulo 21.07.2011.Parecer foi enviado ao Supremo, que vai decidir sobre obrigatoriedade da avaliação para exercício da advocacia.
O subprocurador-geral da República Rodrigo Janot encaminhou parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) concluindo que é inconstitucional a exigência de aprovação no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para o exercício da advocacia. O STF deverá decidir em breve o tema porque foram protocoladas no tribunal várias ações questionando a obrigatoriedade da prova que avalia se o bacharel de direito pode ou
não exercer a profissão de advogado.
O julgamento será realizado no plenário do STF, porque a Corte resolveu que a decisão terá repercussão geral, ou seja, será aplicada a casos semelhantes. Com isso, o ponto de vista do Ministério Público Federal (MPF) será defendido no Supremo pelo procurador-geral, Roberto Gurgel, cuja opinião sobre o Exame da OAB ainda não é conhecida.
No parecer enviado ao STF, Janot afirmou que não está em debate a necessidade de inscrição do bacharel em Direito nos quadros da OAB como requisito indispensável para o exercício da advocacia. Segundo ele, o que é discutida é a constitucionalidade da exigência de submissão e aprovação no exame para admssão na OAB e a delegação ao Conselho Federal da Ordem para regulamentação da prova.
O subprocurador afirma que o direito à liberdade de profissão é uma garantia fundamental consagrada pela Constituição e pelos principais tratados internacionais sobre direitos humanos. Segundo Janot, não existe na Constituição "mandamento explícito ou implícito de que uma profissão liberal, exercida em caráter privado" esteja sujeita a "regime de ingresso por qualquer espécie de concurso público". "O exame de ordem, visto sob esse ângulo, nada mais é do que um teste de qualificação profissional para o exercício da advocacia daqueles que já possuem um diploma atestando esta mesma qualificação."
A reportagem do ‘Estado’ telefonou no fim da noite de ontem para o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, mas não conseguiu localizá-lo.
Quando a OAB fere a Constituição Federal, com todos as letras e impede o exercício da livre iniciativa ao desenvolvimento da carreira profissional de varias pessoas honesta o podemos esperar para um futuro próximo? Nada apenas a concentração de poder e o uso arbitrário das leis de um país que ainda não sabe o que quer e que sacrifica seu povo, humilha e esculhamba em troca de pequenos feudos.
Aliás saibam que a OAB, cria um monstro sem precedentes nesse país.



Nenhum comentário:

Postar um comentário