segunda-feira, 4 de julho de 2011

Azul.CA04

Daily News
Mercado global de IPOs se acelera no segundo trimestre deste ano
Folha 04.07.2011 - O mercado global de IPOs (oferta inicial de ações, em inglês) avançou nos últimos meses e teve o segundo melhor trimestre desde 2007.
De abril a junho deste ano, foram feitas 124 aberturas de capital no mundo, segundo a americana Renaissance Capital, especialista em IPOs.
Esse resultado só perde para o quarto trimestre de 2010, que teve 173 operações.
Em receita, foram levantados US$ 56 bilhões com IPOs no segundo trimestre, alta de 44% na comparação com igual período de 2010.
O levantamento da Renaissance considera ofertas acima de US$ 100 milhões.
O Brasil ocupa o quarto lugar no ranking de número de IPOs por países, com dez operações. A China é líder com 89. Em receita, o Brasil ocupa a 6ª colocação no ranking.
A melhora do desempenho global foi puxada pelo mercado norte-americano, que lidera o ranking de receita com US$ 24,1 bilhões.
"Foi um bom semestre. Ocorreu, porém, um momento negativo em junho, por conta da crise na Europa e do risco de alta da inflação, principalmente nos emergentes", diz Daniel Darahem, codiretor do JPMorgan no Brasil.
A expectativa é que o apetite dos investidores continue forte nos próximos meses.
"As ofertas reprimidas de junho devem virar IPOs no segundo semestre", diz.
No Brasil, sete companhias estão com pedidos em análise na CVM, entre elas In- brands, holding do segmento de moda, e Copersucar. Nos Estados Unidos, são esperados IPOs do Groupon para este ano e do Facebook para o início de 2012.

Tereos International cancela pedido de emissão de ações
Brasil Econômico 01.07.2011 - Produtora de açúcar entende que seu capital social pode ser aumentado em até R$ 600 milhões
A Tereos International, controladora do Açúcar Guarani, informou nesta sexta-feira (1/7) que está solicitando à CVM o cancelamento do pedido de registro de oferta pública primária de ações na Bovespa.
O motivo alegado no fato relevante divulgado são as "atuais condições de mercado". A operação fora protocolada no dia 25 de maio.
"A Tereos Internacional continua atenta às condições de mercado, visando realizar uma oferta pública primária de ações em um futuro próximo", conclui a empresa em nota.

Copersucar insere 'pílula de veneno' no seu estatuto
Valor 04.07.2011 - Formada a partir da sociedade entre 48 unidades produtoras de açúcar e álcool, a Copersucar, que atua na venda dessas commodities, quer garantir que sua entrada na bolsa não vai ameaçar a estrutura de controle diluído tradicional da empresa.
Dentre as regras do estatuto social da companhia, está previsto que, se quiser ultrapassar a parcela de 10% do capital da empresa, o investidor será obrigado a fazer uma oferta pública de aquisição (OPA) para comprar a totalidade das ações.
Por um preço bem amargo, diga-se: pelo menos 150% acima da cotação média dos papéis nos 12 meses anteriores, do preço unitário mais alto pago pelo acionista adquirente durante esse período ou do valor econômico das ações apurado por dois bancos.
O mecanismo de defesa, mais conhecido como "pílula de veneno", foi inaugurado no mercado de capitais brasileiro pela Natura. Ele serve para inibir que algum investidor atinja uma participação minoritária que lhe garanta o controle da companhia.
Por outro lado, pode afastar investidores de longo prazo que gostam de participar da gestão das empresas nas quais investem. E isso justamente no momento em que a Copersucar disputa a incerta demanda do mercado para captar até R$ 2,7 bilhões na sua abertura de capital.
Se a coleta de intenções de investimentos for bem-sucedida, a Copersucar chegará à bolsa também com um plano de opção de compra de ações aprovado.
O plano vai abranger no máximo 3% do capital da empresa e terá preço de exercício baseado na média das cotações da ação no mercado. Na primeira outorga, haverá desconto de 15% ante o preço da oferta inicial de ações.
Mais da metade dos recursos levantados com a oferta primária - de até R$ 2,16 bilhões - vai para o fortalecimento da estrutura de capital da companhia, cujo endividamento líquido quintuplicou em um ano.
O período de reserva das ações ocorrerá entre os dias 7 e 18. O preço dos papéis será definido no dia 19. Conforme a faixa indicativa, o valor deve ficar entre R$ 14,50 e R$ 18,50. Pessoas físicas podem participar da operação com aplicações a partir de R$ 3 mil.

Rio Bravo e executivos fazem acordo para encerrar processo na CVM
Valor 04.07.2011 - A Rio Bravo Investimentos e três executivos da gestora fecharam um acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para encerrar um processo envolvendo um fundo imobiliário. Eles terão de pagar uma indenização à Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa equivalente a R$ 65 mil corrigidos pela meta atuarial adotada pela fundação, de 5,5% ao ano mais a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) no período.
O valor corresponde à participação original detida pela Funcef, de 20%, no Fundo de Investimento Imobiliário Superquadra 311 Norte, administrado pela Rio Bravo, que chegou a acumular um prejuízo de R$ 325.009,01 no período de 29 de agosto de 2001 a 8 de setembro de 2006 devido ao pagamento a maior pela prestação de serviços de corretagem e publicidade.
Para encerrar o processo na CVM, a gestora e os executivos terão ainda de pagar o mesmo valor à autarquia, equivalente a cerca de R$ 65 mil, corrigido pelo IGP-M.
A gestora e o diretor responsável pela administração do fundo no período, Eduardo Pimenta Machado, foram acusados de má gestão por mudarem o regulamento do fundo sem a prévia autorização da CVM  em assembleia de quotistas realizadas em janeiro e abril de 2002. Outros dois diretores do fundo, Jorge Carlos Nuñez e Luiz Eugenio Junqueira Figueiredo, também fecharam o termo de compromisso com autarquia.
No processo, a Rio Bravo e Figueiredo também são responsabilizados por falta de diligência na administração do fundo, como não manter atualizada a documentação dos imóveis em carteira, além de não cumprirem o regulamento do fundo, que previa a construção de uma escola e de um jardim de infância, e por divulgarem informações inverídicas aos quotistas, segundo a CVM.

Empresas investem R$ 3 bi em geração de energia
DCI 04.07.2011 - O alto custo da energia elétrica no País levou grandes consumidores de energia a reservar R$ 3 bilhões ao ano para investir em usinas próprias ou em grandes hidroelétricas como autoprodutores. A medida visa a melhorar a previsibilidade de custos fixos em decorrência de contratos de fornecimento de longo prazo ao mercado internacional. Neste grupo estão empresas como Vale, Alcoa, Grupo Votorantim, CSN e Gerdau, que já possuem mais de 100 MW de capacidade instalada.
Com esse montante de recursos, as grandes empresas poderiam colocar 600 MW de capacidade instalada em operação ao ano, segundo o presidente da Associação Brasileira de Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape), Mário Menel. Atualmente, essas corporações já possuem cerca de 10% da capacidade de geração do Brasil em usinas que estão em funcionamento ou cujos projetos estão em andamento. Somados, esses empreendimentos alcançam 10,784 mil MW, dos quais 7 mil MW destinam-se a essas companhias. Apenas 50% das necessidades, porém, são atendidas pelo volume.
"O grupo de empresas está ansioso por novos empreendimentos de grandes hidroelétricas", afirmou Menel. Ele exemplifica o apetite das corporações com o caso de Belo Monte. Na usina, que está em construção no rio Xingu e que será a maior usina totalmente brasileira, o governo reservou 10% do capital da Sociedade de Propósito Específico a empresas dispostas a investir nisso.  Investimentos em autogeração não são exclusividade de empresas em que a energia tenha um peso importante, caso da Volkswagen no Brasil.

“Pão de Açúcar não tem estrutura de capital para crescer”, diz Abílio
Exame 03.07.2011 -  Empresário afirma que Casino reclama de união com Carrefour por não ter condições de acompanhar novos aportes no grupo.
Abílio Diniz, do Pão de Açúcar: mau humor do Casino viria da falta de condições de acompanhar expansão do grupo. Que o empresário Abílio Diniz acredita que vem agindo eticamente na negociação com o Carrefour, até a sua conta no Twitter sabe. Mas, agora, Diniz levanta um outro argumento para defender a fusão com o grupo francês: o Pão de Açúcar precisa de uma nova estrutura de capital para crescer, e o Casino, seu furioso sócio, não tem condições de acompanhá-lo. O argumento foi apresentado em uma entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, publicada neste domingo (3/7). “O problema é que o Pão de Açúcar não tem estrutura de capital para crescer”, afirmou. “Teria espaço para novo endividamento, mas eles (os franceses) não têm como acompanhar. Eles têm ‘covenants’ (comprometimentos) que os impedem de acompanhar um novo endividamento”, disse Abílio.
Segundo o dono do Pão de Açúcar, o Casino sempre esteve a par da situação. Abílio classificou como “muito boa” a sua relação com Jean-Charles Naouri, presidente do Casino. “Mas isso se alterou quando comecei a apertá-lo nessa questão da estrutura de capital.”
Namoro antigo: Na entrevista, Abílio afirmou que estuda o Carrefour há dois anos, com o conhecimento do próprio Casino. “Tenho visitado muitos países, conhecido a operação. E o Casino sabia disso. Quando chega o momento, eles dizem o que é conveniente para eles!”
Abílio voltou a declarar que vem agindo dentro das boas práticas de governança. “Garanto que até o momento não cometi nenhum deslize ético”, disse. “Não estamos cometendo nenhuma irregularidade ao prospectar negócios.”
O dono do Pão de Açúcar mostrou surpresa com a reação do Casino à proposta. “Eles vieram com um ataque enfurecido, com muita ironia. Nunca me passou pela cabeça que isso poderia acontecer.”
Segundo o balanço do Pão de Açúcar no primeiro trimestre, a dívida líquida da GPA Alimentar (que exclui os números da Nova Casas Bahia e da Nova Pontocom) encerrou março em 2,254 bilhões de reais. A cifra é 48% maior que a do quarto trimestre de 2010, e 56% superior ao do mesmo período do ano passado.
Em seu relatório, o Pão de Açúcar justificou o aumento com a necessidade de 375 milhões de reais, no quarto trimestre, para capital de giro, e 223 milhões de reais para pagamento de aquisições.

Ação do Pão de Açúcar traz risco, diz analista
Folha 04.07.2011 - Para especialistas, momento não é favorável para compra por incerteza sobre a fusão. O anúncio das negociações de fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour na semana passada movimentou o mercado e trouxe valorização às ações da empresa comandada por Abílio Diniz. Analistas afirmam, porém, que, apesar da alta inicial, este não é um bom momento para comprar os papéis.
"A ação já subiu muito nos últimos dias, e essa alta foi artificial, baseada em volume de mercado, por conta das compras do Casino", afirma Francisco Kops, analista da Planner Corretora. Ao longo dos últimos dias, o sócio francês de Diniz no Pão de Açúcar comprou em Bolsa mais US$ 1 bilhão em ações da rede varejista, ampliando sua participação no capital do grupo para 43,1%. Isso causou a valorização artificial a que Kops se refere. O consenso geral entre os participantes do mercado ouvidos pela Folha é de que o imbróglio criado em torno do negócio deve levar algum tempo para ser desfeito.
E que, por conta disso, as ações da rede brasileira devem sofrer no médio prazo. "É uma briga de cachorro grande, e isso aí pode dar muita volatilidade ao papel", diz André Mello, analista sênior da TOV.
Incógnita: Alexandra Almawi, economista da Lerosa Investimentos, aponta três incertezas sobre o negócio que podem mexer com as ações: a posição do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social); a decisão do Casino; e a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
"Depois de receber fortes críticas, o BNDES já disse que não vai ferir nenhum acordo de acionistas", diz. "A incerteza sobre a posição do banco pode trazer volatilidade."
Ela afirma que, no longo prazo, se essas questões se resolverem, a tendência é que as ações subam. "Mas ainda é um momento de incógnita, não é um momento de entrada no papel."
Para Mello, da TOV corretora, a opção para quem não tem ações do Pão de Açúcar ainda é ficar de fora do papel. "Quem tem, mantém, não é hora de aumentar posições. E quem não tem, fica de fora." Kops, por sua vez, acredita que quem já investe no grupo pode ganhar com a valorização da semana passada se vender agora.
"Deve haver uma realização de lucros nos próximos dias, até porque o negócio vai demorar. Mesmo que Casino aprove, a fusão ainda tem que passar pelo Cade."
Sócios: Para Mello, é difícil que o caso termine com Pão de Açúcar, Carrefour e Casino como sócios em uma mesma empresa. "Eu não consigo enxergar os três juntos. Eu consigo enxergar Carrefour e Pão de Açúcar, ou Casino e Pão de Açúcar", afirma.
"De qualquer forma, para o acionista minoritário, o melhor seria a fusão com o Carrefour, que agregaria ao grupo o melhor custo de produtos e aumentaria a participação no mercado brasileiro."

Dia estreia na bolsa com plano agressivo
Valor 04.07.2011 - Com a listagem de suas ações na Bolsa de Madri, agendada para amanhã, a rede de supermercados Dia se tornará oficialmente independente do atual controlador Carrefour.  Todo investidor que possuir uma ação do Carrefour na noite de hoje passará a ter também uma ação do Dia a partir de terça-feira, além do direito de receber € 1,08 em dividendo por papel. Com 6,37 mil lojas ao fim de 2010 e vendas totais de € 9,6 bilhões no ano passado, a "nova" empresa tem uma estratégia de expansão agressiva para os próximos anos, com o plano de alcançar oito mil pontos de venda até o fim de 2013.
O crescimento terá como foco principal os mercados emergentes em que o grupo já opera. Para o Brasil, que só perde para a Turquia em termos de crescimento de vendas, está prevista a abertura de 50 lojas por ano e também a entrada no Rio Grande do Sul ainda neste ano. Na Argentina o ritmo de expansão será o mesmo, com 50 novas unidades por ano.
Em todo o mundo, o Dia espera abrir entre 450 e 500 lojas em 2011, incluindo lojas próprias e franquias. No ano passado, os mercados emergentes representaram 22% das vendas e 7% do lucro antes de resultado financeiro, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado do Dia. A meta da empresa é que, em 2013, os países em desenvolvimento sejam responsáveis por 30% da receita e 20% do Ebitda ajustado do grupo.
Em 2010, o Dia teve receita total de € 9,67 bilhões e Ebitda ajustado de € 507 milhões, o que significa uma margem 5,2%. Conforme estudo feito pela KPMG da Espanha, há uma estimativa de que a receita da companhia alcance €11,94 bilhões em 2013, com crescimento de 23,4% em três anos. No mesmo período, o Ebitda ajustado saltaria 33,5%, para € 677 milhões. Nesse cenário, a margem Ebitda ajustada subiria para 5,6%. Pela estrutura montada para a separação do negócio, os atuais acionistas do Carrefour terão a mesma participação no capital do Dia. Assim, a Blue Capital, que é hoje a maior acionista individual da rede francesa, com 11,09% das ações, terá também a mesma fatia do Dia amanhã. Cerca de 85% das ações estarão pulverizadas no mercado. A proposta de separação foi apresentada em março pela direção do Carrefour, que justificou a operação pelo baixo nível de sinergias com a rede, que tem como característica os grandes descontos nos produtos vendidos.
A separação também foi apresentada como uma maneira de gerar valor para os acionistas, diante do ritmo de crescimento da subsidiária. Os investidores receberão dividendo de € 1,08 por ação, equivalente a 3,8% do preço dos papéis do Carrefour, que acumulam baixa de 8,7% no ano. A aprovação dos investidores ocorreu em assembleia no fim de junho. Na sexta-feira, cumprindo uma das últimas etapas formais da operação, o Carrefour comprou 100% das ações do Dia, que até então eram detidas por sua subsidiária Norfin Holder. O valor da transação foi de € 2,38 bilhões. O preço dos papéis da nova rede não foi pré-determinado e vai depender das ordens de compra e venda de investidores na Bolsa Madri amanhã.

Sob pressão, BNDES ameaça desistir da fusão Carrefour - Pão de Açúcar
Estadão 01.07.2011 - Banco estatal pode desistir do negócio se não houve acordo entre varejista brasileira e o sócio Casino, porque um acordo amigável é \"premissa\"
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) quer deixar claro a todos os envolvidos: está fora do negócio com o Carrefour se não houver acordo entre os sócios Pão de Açúcar e Casino. É uma estratégia de saída do BNDES, que vem sendo duramente criticado por ter se comprometido a analisar um aporte de até R$ 4,5 bilhões na fusão entre a rede do empresário Abílio Diniz e os ativos do Carrefour no Brasil.
O banco divulgou duas notas seguidas à imprensa, na quinta e na sexta-feira, 1, informando que "o apoio ao projeto se baseia na premissa do entendimento amigável entre os atores privados". Uma fonte do banco confirmou ao Estado que, se a premissa não for atendida, a operação não terá prosseguimento. Segundo essa fonte, desde o início, o banco já impunha a condição de uma "oferta não hostil" e um "entendimento entre os sócios".
Os dois lados envolvidos na disputa estão fazendo pressão no banco. Ontem, em São Paulo, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, reuniu-se com Diniz, que preside o conselho de administração do Pão de Açúcar. Na segunda-feira, será a vez de Coutinho receber o presidente do Casino, Jean-Charles Naouri, que vem de Paris especialmente para o encontro. Coutinho vai ouvir os argumentos dos executivos e expor a posição do banco, mas não atuará como facilitador do acordo. Diniz pediu a reunião desta sexta-feira porque ficou preocupado com o recuo do BNDES expresso na nota divulgada na quinta-feira. O empresário está assustado com a repercussão negativa do caso e publicou ontem em seu Twitter. "Estou sendo muito criticado, mas acredito que a fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour será boa para o País e para os brasileiros". Ao aceitar avaliar a fusão entre o Pão de Açúcar e os ativos do Carrefour no Brasil, o BNDES foi envolvido em uma disputa societária. Pelos contratos em vigor, o Casino tem o direito de assumir o controle do Pão de Açúcar em 2012 por conta de um negócio fechado por Diniz em 2005. A operação com o Carrefour, no entanto, dilui a participação do grupo francês.
O BNDES mantém sua posição de que o negócio pode ser lucrativo para a BNDESPar, braço do banco de participação em empresas, que atua apenas com recursos captados no mercado. Também acredita que a operação vai ajudar a evitar a "desnacionalização" do varejo no País. Mas não está disposto a arbitrar uma briga entre sócios. O banco estatal também tem sido pressionado pelo governo federal a deixar mais claro que condiciona sua participação na fusão a um acordo entre os acionistas. Conforme uma fonte, a própria presidente Dilma Rousseff manifestou preocupação com o fato de que a repercussão negativa da operação ter exposto o BNDES à desconfiança de estaria ajudando Diniz a vencer o Casino na disputa pelo controle da maior varejista do País. Os termos de análise do negócio no banco abrem uma porta de saída para o BNDES. Pelo documento de "enquadramento" da operação, feito a pedido do BTG Pactual (um dos sócios), o aval da pela direção do banco só acontecerá depois de um acordo definitivo entre os acionistas. "Se houver litígio, a aprovação só sai depois de tudo superado, inclusive uma eventual disputa na Justiça. Se a Justiça der razão ao Diniz e isso for incontestável, então o BNDES poderá aprovar", explica uma fonte do BNDES.
Venezuela. Os diretores do BNDES ficaram preocupados após uma reunião que tiveram com executivos do Casino esta semana. De acordo com uma fonte que participou do encontro, os franceses explicaram que Diniz não cumpriu suas obrigações contratuais de informar o sócio sobre as negociações com o Carrefour. Os executivos disseram ainda que o Brasil pode sair do episódio com a imagem de um país que não respeita contratos, como a Venezuela ou a Rússia. Ainda conforme essa fonte, os diretores do banco demonstraram surpresa na reunião, porque o Pão de Açúcar teria dito que a operação era praticamente consenso. O Estado apurou com executivos do BNDES que Diniz estimulou o otimismo do banco de que conseguiria um acordo, inclusive costurando compensações que o Carrefour ofereceria ao Casino. E que a entrada do BNDES (leia-se o governo) no negócio seria uma forma de influenciar o Casino. Só que até agora não funcionou. O Casino teve uma reação enfurecida ao perceber que sua participação estava sendo diluída. A empresa publicou um comunicado raivoso na imprensa acusando Abílio Diniz de agir ilegalmente e se "armou" para a briga, com a compra de ações preferenciais do Pão de Açúcar no mercado e até levantando dinheiro na Colômbia para eventualmente adquirir a parte de Diniz no negócio.

Em cinco anos, CBD e Globex têm R$ 1 bi do BNDES
Folha 04.07.2011 - Nos últimos cinco anos, as operações contratadas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com o Grupo Pão de Açúcar somaram R$ 1,02 bilhão. O montante, levantado pelo banco a pedido do Valor, inclui R$ 775,8 milhões da (CBD) e outros R$ 248,7 milhões da Globex (controladora da Ponto Frio e da Casas Bahia, empresas varejistas de eletroeletrônicos do Grupo Pão de Açúcar).
A CBD integra um seleto clube de empresas, como Vale, Gerdau e Usiminas, que receberam do BNDES um empréstimo especial chamado limite de crédito. Este é colocado à disposição do tomador para financiar, principalmente, planos de investimento de companhias. Para ganhar esse direito, a empresa deve ter uma nota de risco de crédito no banco de A a B menos.
Em junho do ano passado, a CBD recebeu um limite de crédito de R$ 513,6 milhões para seu plano de investimento no período de 2008 a 2011. Antes disso, em 2007, recebeu R$ 247,3 milhões do BNDES; e em 2006, R$ 14,8 milhões. Com a Globex, foram firmados contratos em três anos: em 2006 (R$ 54 milhões), em 2007 (R$ 164,2 milhões) e um terceiro em 2008 (R$ 30,1 milhões). Atualmente, a dívida da CBD com o BNDES por contratos de linha de crédito soma R$ 483,2 milhões (último dado disponível, referente ao primeiro trimestre deste ano). As parcelas a serem pagas têm vencimentos entre novembro de 2011 e dezembro de 2016. Ao todo, a dívida líquida da CBD soma R$ 5,9 bilhões ao fim de março. Sobre os contratos de empréstimos do BNDES a empresas do Grupo Pão de Açúcar anteriores a 2005, o banco alegou dificuldades na pesquisa e não informou as operações. Mas sabe-se que a história entre Pão de Açúcar e BNDES é antiga.  Em 1976, quando a família Diniz, principal acionista do Pão de Açúcar, comprou a Eletroradiobraz, o BNDE (ainda sem o S, de Social) concedeu crédito. Esta operação representou um salto expressivo nas operações do grupo. Na época, a rede adquirida tinha oito supermercados, 26 hipermercados, 16 magazines e um depósito na via Anhanguera.
Na mais recente operação anunciada por Abilio Diniz, principal acionista brasileiro do Grupo Pão de Açúcar, o BNDESPar (empresa de participações do banco) teria papel importante. Para unir as operações de Pão de Açúcar e Carrefour, o BNDES entraria com R$ 3,91 bilhões.
Mas o Casino, quarta maior rede de supermercados da França é sócio do Pão de Açúcar, tem dito que é contra a operação e que lutará para assumir o controle da varejista brasileira em julho de 2012, conforme o acordo de acionistas assinado em novembro de 2006.
A posição firme do Casino fez o governo recuar no apoio que vinha dando à operação que criaria a megavarejista, cuja fatia no total das vendas de supermercados nacionais é estimada em mais de 32%. Em alguns mercados importantes, como o do Estado de São Paulo, essa fatia pode ser muito maior. O BNDES, na semana passada, acabou divulgando dois comunicados sobre a operação proposta por Abilio Diniz, o principal acionista brasileiro do Grupo Pão de Açúcar. A mensagem é a seguinte: o banco dará apoio à criação dessa nova varejista se não houver conflito entre os sócios. A premissa para a participação do banco é o entendimento prévio entre Abilio e o CEO e principal acionista do Casino, Jean-Charles Naouri.
Ontem o conselho de administração do Carrefour na França aprovou a proposta de Abilio Diniz de combinação dos negócios com o Pão de Açúcar. Mas o Carrefour também quer que os sócios, Diniz e Naouri, se reconciliem antes de levar as negociações adiante.
O executivo francês tem hoje, no final da tarde, um encontro com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Este reuniu-se com Diniz na sexta-feira. O Grupo Pão de Açúcar foi procurado pela reportagem do Valor, mas não se pronunciou.

Acordo de acionistas abre brecha para negociação
Valor 04.07.2011 - Nas 66 páginas do acordo de acionistas da Wilkes, holding que controla o Grupo Pão de Açúcar (GPA), não há qualquer impeditivo para que o empresário Abilio Diniz tome a iniciativa de costurar um acordo sem o conhecimento do seu sócio, o varejista francês Casino. A análise foi feita por especialistas em direito concorrencial e fusões, a pedido do Valor. Assinado em novembro de 2006, o acordo tem sido usado pelo Casino para criticar a postura do sócio, que na segunda-feira passada apresentou ao seu maior rival na França, o Carrefour, uma proposta de fusão entre o GPA e o Carrefour Brasil. A união dos dois grupos daria origem ao Novo Pão de Açúcar (NPA), que já contaria até com dois novos sócios - o banco BTG Pactual e o BNDESPar, dispostos a investir € 2 bilhões no negócio. A rede francesa diz que tudo foi feito sem o conhecimento da empresa - algo que Diniz tem negado nos últimos dias. "Ao conduzir estas negociações, o Carrefour e o sr. Abilio Diniz ignoraram deliberadamente tanto a lei e os contratos quanto os princípios fundamentais da ética comercial", diz o anúncio do Casino publicado no dia 29.  "Temos a convicção de que todas as negociações foram conduzidas de forma absolutamente legítima, de acordo com a legislação brasileira, os acordos de acionistas e os princípios da ética comercial", respondeu Diniz, no dia 1º. Para os especialistas ouvidos pelo Valor, nenhum dos lados tem total razão. O Casino não pode ficar batendo na mesma tecla porque não há restrições no documento nesse sentido. E Diniz teria deixado a ética comercial de lado, por não ter levado o sócio em consideração, antes de costurar uma associação relevante. O comando do Casino afirma que não sabia das intenções de Diniz. Já o empresário disse que consultou o sócio francês sobre a questão. Para o Casino, segundo apurou o Valor, duas cláusulas impedem o empresário brasileiro de fazer propostas sem avisá-lo. A cláusula 14.1 diz que "sempre que qualquer dos acionistas da Wilkes desejar desenvolver um novo negócio no Brasil, relacionado a qualquer negócio, diverso do negócio varejista de alimentos, tal acionista da Wilkes deverá, prontamente e da maneira mais apropriada possível, transmitir essa oportunidade de negócio de acionista da Wilkes para a CBD [Companhia Brasileira de Distribuição], com cópia para o outro acionista da Wilkes".
O acordo restringe a necessidade de aviso quando for algo 'diverso do negócio varejista de alimentos', o que não é o caso", ressalta Eduardo Boccuzzi, do Boccuzzi Advogados Associados. Para o especialista, que tem entre seus clientes os bancos Itaú BBA e Fator, faz parte das atribuições do sócio brasileiro buscar oportunidades de negócio no país. "Diniz não fez nada de ilegal", afirma. Já a cláusula 14.3 diz que "enquanto cada um dos acionistas da Wilkes continuar sendo titular de, no mínimo, 10% do capital social com direito a voto da Wilkes, cada um dos acionistas da Wilkes concorda em utilizar a CBD como seu único veículo para participar do negócio varejista de alimentos no Brasil". Assim, nenhum acionista poderá "deter, administrar, operar, controlar, dedicar ou participar da titularidade, administração ou controle de qualquer pessoa jurídica ou negócio enquadrado no negócio varejista de alimentos no Brasil".
"Nessa cláusula, os acionistas se comprometem a só usar o CBD como único veículo para participar do varejo no Brasil mas, com a fusão, o Carrefour também será usado", diz outro especialista. "Uma proposta dessa magnitude, que envolve diversos passos, considera a quebra do acordo em vários momentos", afirma. O advogado observa que o Casino pode exigir retratação pelo fato de a proposta ter feito cair o valor das suas ações.
"É difícil saber se Diniz está defendendo os direitos da companhia, como diz, ou os seus próprios interesses, já que, pelo acordo, o Casino tomaria o controle do Pão de Açúcar no ano que vem", diz.

SulAmérica se reorganiza com novos diretore
Valor 04.07.2011 - A seguradora SulAmérica reestruturou sua diretoria de saúde e odontologia - área que representa 65% do faturamento do grupo. A nova estrutura conta com três diretorias para os planos de saúde e uma superintendência para o segmento dental.
"Nessa nova estrutura, temos diretores específicos para trabalhos operacionais, de relacionamento e de gestão. Antes, essas áreas eram misturadas dentro da companhia", explicou Gabriel Portella, vice-presidente da SulAmérica.
As mudanças englobam ainda a contratação de Mauricio Lopes, que era da seguradora Allianz e que na SulAmérica será responsável pela diretoria de gestão. "Vamos aumentar nossa eficiência porque agora temos uma diretoria focada em gestão. Antes esse trabalho se perdia com o serviço operacional", complementou Lopes.  As mudanças na estrutura da SulAmérica estão chamando a atenção do mercado, que as considera um sinal de "arrumação da casa" para entrada de um novo sócio, já que o banco holandês ING precisa se desfazer da participação de 36% que detém na seguradora em até dois anos. Uma das exigências da Comissão Europeia para o socorro financeiro de € 10 bilhões concedido ao ING na época da crise mundial foi que a instituição vendesse suas operações de seguro no mundo todo até 2013. "Essas mudanças não estão relacionadas com o desinvestimento do ING. Até agora, não há nada definido sobre a saída deles, que pode acontecer até 2013", afirmou Portella. O executivo também explicou que ainda não está determinado se a venda da participação do ING ocorrerá por oferta pública de ações, como previsto nos Estados Unidos, Europa e Ásia. A família Larragoiti, fundadora da SulAmérica, tem direito de preferência de compra da fatia do banco holandês.  Na América Latina, o negócio de seguro mais relevante do ING é a SulAmérica, que tem uma carteira de 2,1 milhões de clientes nas áreas de saúde e dental. No primeiro trimestre, os prêmios da seguradora somaram R$ 2,2 bilhões, sendo que a área de saúde representou R$ 1,4 bilhão, um crescimento de 19% sobre igual período do ano passado.

Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário
Folha 04.07.2011 - A QGDI (Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário) investiu cerca de R$ 70 milhões para lançar um condomínio no centro de SP. O preço dos 400 apartamentos, de dois ou três dormitórios, varia entre R$ 290 mil e R$ 360 mil. "Pelo que sabemos, há apenas três apartamentos disponíveis para locação na região, então é um mercado com muita carência", afirma o diretor da companhia Carlos Coimbra. O VGV (Valor Geral de Vendas) do empreendimento é estimado em R$ 130 milhões. A QGDI é um dos braços da Queiroz Galvão e deve faturar R$ 1,2 bilhão em 2011.

Bueno Netto testa novas regiões na capital paulista
Valor 04.07.2011 - Adalberto Bueno Netto, dono da incorporadora e construtora, vende prédio na Berrini por R$ 16 mil o metro quadrado. Com 35 anos de vida, a construtora e incorporadora Bueno Netto dominou bairros que se tornaram nobres em São Paulo ao longo desse período. São os "reis" da Vila Olímpia, onde construíram 21 prédios. No Itaim-Bibi e Faria Lima, foram mais dez. Sem conseguir atuar nos mercados cativos - que foram inundados pela concorrência que, junto com eles próprios, esgotaram o potencial construtivo disponível - partem para outras regiões de São Paulo. Elegeram o extremo sul da cidade como nova fronteira e já começam a estudar a possibilidade de reformar prédios antigos na capital paulista, o que é muito comum no Rio.  Mais uma entre tantas as empresas que ganharam o sobrenome do fundador, a empresa continua sendo gerida por Adalberto Bueno Netto, 61 anos, que tem seus dois filhos, Carlos Alberto e Guilherme, no negócio. Sem capital aberto, a companhia tem uma estimativa dos seus números. Fazendo as contas na hora - a simples soma do valor de cada empreendimento - pai e filho chegam ao VGV (valor geral de vendas): R$ 600 milhões é a previsão para este ano, repetindo o desempenho de 2010.
Como teste em novas regiões, Adalberto está empenhado na venda do que será um de seus maiores empreendimentos: um edifício de 32 mil m2 de área locável na esquina da Berrini com a Bandeirantes no terreno que pertenceu ao Pão de Açúcar e demandou mais de cinco anos de aprovações. Resolveu vender diretamente aos investidores, andar por andar, e recorreu aos antigos clientes da Vila Olímpia. "Se fosse vender ara um único investidor, não conseguiria o mesmo preço", diz Adalberto Bueno Netto, que vende o metro quadrado por R$ 16 mil.
Lançado em maio, o prédio está 60% vendido. O empresário calcula que o aluguel na região fique em torno de R$ 130 a R$ 140 por metro quadrado - o prédio fica pronto em dezembro de 2013. Relatórios de consultorias mostram que o preço médio do metro quadrado na região hoje está na casa de R$ 110. Também fará um hotel de permanência acima de um mês, com apartamentos de 50 a 150 m2 já decorados. "A demanda por esse tipo de produto é enorme", diz.  A concorrência promete ser grande. A própria Cyrela, via CCP (Cyrela Commercial Properties), seu braço comercial, também está na fase inicial de construção de um prédio corporativo nos mesmos moldes. O fundo soberano de Cingapura entrou como parceiro no negócio. A americana Tishman Speyer está construindo o seu maior projeto, em frente à Ponte Estaiada na Marginal Pinheiros.  Embora o prédio da Berrini esteja sendo lançado pela Bueno Netto, o braço comercial da companhia é a BN Corp, parceria com o empresário José Paim (ex-Rossi) e com o banco Merryll Lynch, adquirido pelo Bank of America. Durante a crise do banco nos Estados Unidos, a Merrill Lynch ficou mais de um ano sem colocar investimentos e a empresa parou de lançar. Voltaram apenas em 2010, com dois projetos e VGV de R$ 300 milhões, valor que deve ser repetido este ano. Estudam a compra de prédios em São Paulo para reforma. "No centro a conta não fecha, estamos estudando a Paulista", diz o filho Carlos Alberto.  Adalberto explica que o projeto da Berrini está sendo lançado pela Bueno Netto porque se trata de um terreno antigo, adquirido antes da parceria. O presidente da BN Corp., César Worms, saiu há dois meses da companhia e o cargo está vago. "A empresa está muito ativa", diz Carlos Alberto, que está interinamente ocupando a posição.
Grandes terrenos com dificuldade de aprovação, como o da Berrini, não são novidade. A Bueno Netto é dona de uma área de 220 mil m2 na Marginal Pinheiros, próximo ao supermercado Extra. Está há oito anos tentando aprovação de um novo bairro, mas ainda não conseguiu. Pretendia ter lançado o projeto há três anos. "O custo de carregamento é enorme", admite.

Petrobras compra 50% de usina de biodiesel no RS
Brasil Econômico 04.07.2011 - "Esta aquisição consolida a liderança da Petrobras no setor de biocombustíveis em âmbito nacional", diz a estatal.
A Petrobras informou nesta sexta-feira (1/7) que adquiriu 50% do capital social da empresa gaúcha BSBIOS Indústria e Comércio de Biodiesel Sul Brasil em operação de R$ 200 milhões.
Segundo comunicado divulgado ao mercado, o acordo foi feio por meio da subsidiária Petrobras Biocombustível. Os recursos utilizados ainda estão sujeitos a ajustes em função dos processos de auditoria. Localizada em Passo Fundo (RS), a BSBIOS opera uma planta industrial integrada com unidade de extração de óleos vegetais e produção de 160 milhões de litros de biodiesel por ano. "Possui privilegiada posição logística tanto na questão de suprimento de grãos quanto de comercialização de biodiesel, encontrando-se ao lado de uma base de distribuição de combustíveis e de um terminal ferroviário para recepção de grãos e expedição de produtos", afirma a estatal em comunicado. De acordo com a Petrobras, o acordo representa ainda uma ampliação da parceria já existente entre as empresas na Usina de Biodiesel de Marialva (PR). Isso implica em "importantes sinergias comerciais e operacionais", considerando a parceria concretizada anteriormente na Usina de Biodiesel de Passo Fundo (RS). "Esta aquisição consolida a liderança da Petrobras no setor de biocombustíveis em âmbito nacional", diz a petrolífera em nota.

Matrículas aumentam 158 vezes em uma década
Valor 04.07.2011 - Patrícia Alberton: "Expectativa de aumento de 40% no número de alunos".
O número de alunos matriculados na modalidade ensino a distância (EAD) nos cursos de graduação, credenciados no Ministério da Educação (MEC), foi multiplicado em 158 vezes em uma década. Passou de 5.287 matrículas, no ano 2000, para 838.125 estudantes em 2009, último número divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia vinculada ao MEC. O curso é considerado a distância quando mais de 20% da carga horária ocorre sem a presença do professor no mesmo espaço físico do aluno. Até 2009, havia 211 instituições credenciadas para oferta de EAD. Cerca de 70 instituições, entre públicas e privadas, ministravam graduação a distância. Outras 29 instituições ofereciam graduação tecnológica a distância, e 68 instituições apresentavam pós-graduação ou especialização online, segundo o último CensoEAD.BR, de 2008, divulgado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED). Em 2009, quando o Grupo Ibmec iniciou o ensino a distância, havia 63 alunos. Hoje, são 3.200 estudantes. "Nossa expectativa para 2012 é o aumento de 40% no número de alunos", afirma a gestora de ensino a distância do Grupo Ibmec, Patrícia Alberton.  Atualmente, os cursos a distância mais procurados no Grupo Ibmec são: o MBA de gestão em negócios e, depois, gestão em finanças. "Trabalhamos para a abertura da primeira graduação a distância em 2012. Será uma graduação tecnológica voltada para gestão de negócios, com duração em torno de 30 meses", diz Patrícia Alberton.
A principal característica dos alunos dos cursos a distância é a maturidade. São profissionais na faixa dos 30 anos, classes A e B, já no mercado de trabalho, buscando aperfeiçoamento.
Desde 2007, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com unidades no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, oferece cursos de curta e longa duração a distância. Naquele ano, a FGV somava 17 mil alunos a distância. Em junho de 2011, o número aumentou para 70 mil alunos ativos.
A instituição também apresenta 12 MBAs a distância, nas áreas de administração, finanças e gerenciamento de projetos, diz o diretor da FGV Online, Stavros Xanthopoylos. "Estamos aguardando a aprovação do MEC para seis cursos de graduação a distância, com início previsto em 2012", afirma. A FGV oferece, desde 2008, o Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais. Quando finalizados os seis blocos semestrais (1.800 horas totais da graduação), o aluno recebe o diploma de Tecnólogo em Processos Gerenciais. Em 2010, o curso foi eleito pela Associação Brasileira dos Estudantes de EAD (ABE-EAD), pelo segundo ano consecutivo, como a melhor graduação a distância do país. Também é a única graduação a distância a ter a certificação internacional EFMD/CEL (European Foundation for Management Development), voltada a programas baseados no uso intensivo de tecnologias educacionais.
O Insper utiliza o ensino a distância como um módulo do MBA. Por enquanto, não há um curso completo a distância. Do total de 610 horas do MBA, 96 horas do módulo correspondem à educação online. Segundo a gerente de Tecnologias de Aprendizagem Interativa do Insper, Márcia Deotto, 800 alunos passaram pelo módulo a distância - chamado Fundamentos de Negócios Online - em 2010. O módulo envolve matemática aplicada, métodos de estatística, contabilidade financeira e matemática financeira. Do total dos 800 alunos, a taxa de reprovação foi de 6%. "O percentual baixo é resultado do nosso acompanhamento constante ao aluno. Usamos muitos recursos de interação, com conteúdo apresentado de forma gradativa por meio de situações práticas, exercícios e avaliação semanal do estudante à distância", afirma Márcia Deotto.  Na Faculdade Anhembi Morumbi, que adquiriu a Business School São Paulo em 2011, 85% do dos cursos a distância estão na área de negócios. Em 2010, a instituição tinha 1,5 mil alunos de pós- graduação a distância, diz a diretora de educação a distância, Cristiane Alperstedt.  Apesar de as matrículas no EAD aumentarem 158 vezes em uma década, a demanda pela graduação e pós-graduação online não provocou mudança nos valores cobrados. No Grupo Ibmec, enquanto um MBA presencial custa em torno de R$ 27 mil, o mesmo MBA a distância ficará, em média, R$ 16 mil. Na Fundação Getúlio Vargas, os cursos a distância também apresentam custos menores, 20% a 40 % mais baratos do que os presenciais. A Faculdade Anhembi Morumbi tem pós-graduação online, em média, 50% mais barata do que o presencial.

A Schincariol vai começar a se expandir por meio de quiosques em shopping.
Folha 04.07.2011 - A companhia vai concorrer com a Brahma, que já atua nesse segmento.
A Sonar, braço de franquias do grupo, criou dois modelos: um para Devassa e outro para Nova Schin. Cinco contratos da marca Devassa já estão fechados para São Paulo e outros cinco em negociação. O modelo para a Nova Schin, em desenvolvimento, será voltado para as regiões Nordeste e Sul. "O quiosque permite a entrada de investidores de menor poder aquisitivo. Na cervejaria, o valor é maior", diz Francisco Duarte, diretor-presidente da Sonar.
A empresa também planeja expansão nas cervejarias. Serão 15 novas unidades até dezembro, fechando este ano com 45. Os quiosques e as cervejarias receberão investimentos de R$ 24 milhões.

Com estoque alto, indústria têxtil dá férias coletivas
Valor 04.07.2011 - A retração do consumo e a alta dos preços do algodão foram responsáveis por uma queda de 11,61% na produção da indústria têxtil brasileira de janeiro a abril deste ano, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). Com a dificuldade em repassar os preços da matéria-prima para o consumidor final, durante o primeiro trimestre, as empresas passaram a estocar produtos acabados e negociar férias coletivas para ajustar a produção à demanda no semestre. Nesse cenário, muitas decidiram revisar para baixo as previsões de crescimento.  A fabricante de itens de cama, mesa e banho Lepper, de Joinville, sentiu uma queda de 12% nas vendas do primeiro trimestre do ano em comparação com 2010. Segundo Gabriela Loyola, vice-presidente da companhia, havia uma perspectiva de retração nas vendas em virtude do preço do algodão, que chegou a subir 130% no começo do ano, mas, ainda assim, o resultado do período surpreendeu. "Os clientes ainda têm produtos estocados. Mesmo com reajuste das tabelas, agora que o preço da matéria-prima caiu, está difícil fazer a mercadoria rodar", diz Gabriela. Além das medidas de contenção da demanda, o endividamento das famílias também prejudica as vendas, avalia a executiva. Para se ajustar à situação, a Lepper concedeu férias de 15 dias a parte dos trabalhadores, para evitar cortes. A empresa também revisou a previsão de crescimento para 2011. A expectativa agora é recuperar os prejuízos no segundo semestre e igualar o resultado de 2010.
Karsten, de Blumenau, também concedeu férias coletivas para os funcionários para se ajustar à queda de demanda. Segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Têxtil de Blumenau, cerca de 70% dos trabalhadores ficaram parados durante 15 dias. O presidente da companhia, Alvin Rauh Neto, informou que, em função da retração da demanda, a Karsten está ajustando a produção para não aumentar estoques. A Karsten teve prejuízo de R$ 7,1 milhões no primeiro trimestre. Esse desempenho levou a companhia a ajustar em 10% para baixo a previsão para 2011. O segmento de vestuário sentiu menos impacto do que a indústria de cama, mesa e banho. Segundo a Abit, o segmento teve alta de 0,38% de janeiro a abril deste ano. Para a indústria de confecções Lunender, de Guaramirim, no norte de Santa Catarina, o semestre teve crescimento de 19% no semestre em comparação com o mesmo período de 2010. Segundo Robson Amorim, diretor comercial da empresa, o resultado foi reflexo de ações internas e de ampliação da carteira de clientes. Amorim diz que há uma preocupação maior com o terceiro trimestre, que pode apresentar desaceleração em função da chegada do frio tardio, que retarda as vendas da coleção de verão. Para ajustar o ritmo de produção às vendas, a Lunender concedeu férias a alguns grupos do setor produtivo em forma escalonada. A empresa também reduziu em 6% o quadro de funcionários em relação ao ano passado para ganhar competitividade. A Lunender tem cerca de 4 mil trabalhadores.
A Hering também concedeu férias de dez dias para 750 dos 3,5 mil trabalhadores das fábricas de Blumenau. Segundo Frederico Oldani, diretor de relações com investidores da companhia, a medida foi tomada para ajustar os ciclos de produção, sem relação com retração de demanda ou alta dos preços do algodão.

Fabricantes de calçados mantêm ritmo forte
Valor 04.07.2011 - O segundo trimestre terminou aquecido para a indústria calçadista, em linha com a tendência registrada nos primeiros meses do ano. Empresas como West Coast e Piccadilly fecharam o semestre com produção em alta de 24% e 20%, respectivamente, ante igual período de 2010, e além da forte demanda no mercado interno começaram a perceber reação na exportação, fonte de dor de cabeça para o setor nos últimos anos devido à valorização do real. Segundo o diretor-presidente da Piccadilly, Paulo Grings, a produção do segundo trimestre é em geral 20% menor do que a do primeiro, mas neste ano o desempenho dos dois períodos foi igual. O motivo, explica, é que os consumidores estão mais ávidos por novidades e as lojas procuram renovar mais rapidamente os estoques.  Em relação ao segundo trimestre de 2010, o volume de sapatos femininos produzido pela Piccadilly de abril a junho cresceu 76,8% e a empresa admite rever de 20% para 25% a projeção de alta acumulada em 2011 sobre os 8,8 milhões de pares do ano passado. Conforme Grings, o aumento dos juros e o repique da inflação nos últimos meses não assustaram os consumidores, porque os calçados custam menos do que produtos mais sensíveis ao aperto do crédito, como eletroeletrônicos. A avaliação é a mesma de Eduardo Schefer, diretor da West Coast, que encerrou o semestre com 1,3 milhão de pares fabricados, 24% a mais do que nos seis primeiros meses de 2010, e prevê alta de 25% no ano, para 3 milhões de pares. Conforme o executivo, o segundo trimestre é normalmente 50% mais forte do que o primeiro.
As exportações, que até abril haviam recuado 5% ante o mesmo período de 2010, também reagiram com força e fecharam o semestre com alta de pelo menos 8%, disse Schefer. Segundo ele, as vendas se recuperaram principalmente na Argentina e no Oriente Médio e os embarques ao exterior devem corresponder a 20% da produção total do ano. Na Picadilly, as vendas externas cresceram 29% no semestre e devem fechar o ano com participação de 30% sobre a produção total da empresa, ante 25% em 2010.
O desempenho da Piccadilly e da West Coast contraria preocupações da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), que vem alertando para o risco de "desindustrialização" do setor. Em nota, a entidade destacou que o IBGE apurou em maio queda da produção de calçados no país pelo oitavo mês consecutivo -3,3% em relação ao mesmo mês de 2010.  Segundo a associação, o varejo continua aquecido, mas as importações cresceram 21,1% até maio sobre igual período de 2010, para 16,2 milhões de pares, e ocuparam espaço dos calçados nacionais. Já as exportações totais do país seguem abaixo do ano passado, mas o ritmo da queda vem caindo. Em março, o recuo havia alcançado 37,6% ante março de 2010, mas em maio a queda foi mais suave: 12,1%. No acumulado dos cinco meses, os embarques diminuíram 29,1%, para 49,2 milhões de pares.

Ferrovias ameaçam recorrer à Justica contra nova regulação para o setor
Valor 04.07.2011 - Uma difícil disputa judicial começa a se desenhar sobre os trilhos dos transporte ferroviário do país. As concessionárias que hoje controlam a logística de carga já estão com tudo pronto para recorrer à Justiça contra a nova regulação que o governo prepara para o setor.  A 20 dias do prazo dado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para divulgar as novas regras de exploração da malha ferroviária do país, as concessionárias alegam que estão com projetos de expansão paralisados, à espera de uma definição. "O setor está sofrendo de bullying e síndrome do pânico", diz Rodrigo Vilaça, diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), que representa as concessionárias. "Passamos a ser atacados por todos os lados, e ainda não temos a menor ideia do que encontraremos pela frente." O desentendimento das empresas com o governo se concentra, basicamente, na intenção da ANTT de permitir o compartilhamento dos trilhos entre concessionárias e novas companhias que pretendam explorar o transporte ferroviário. Hoje, as concessionárias têm exclusividade de transporte nos trechos onde operam.
Além disso, o governo quer definir um sistema de metas de transporte por trecho e revitalizar malhas que estejam subutilizadas ou abandonadas. As concessionárias afirmam que essas mudanças quebram as regras firmadas nos contratos de concessão, mas o governo garante que não há impeditivo legal para fazer as alterações.  O assunto passou por audiências públicas desde o fim do ano passado. Agora é o momento da definição. "Quero acreditar que o governo vai olhar para esse assunto com seriedade. Vamos questionar judicialmente se essas propostas forem adiante", diz Vilaça.  A ANTF, que representa as empresas América Latina Logística (ALL), Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), Ferrovia Tereza Cristina (FTC), MRS Logística, Transnordestina Logística e Vale, tem feito encontros com vários ministérios para tentar sensibilizar o Planalto sobre o assunto. Juntas, essas empresas operam 29 mil quilômetros de malha no país. A ANTT, no entanto, estima que apenas 10 mil km sejam efetivamente utilizados. A ampliação do sistema ferroviário mexe com o interesse de empresas que hoje só contratam serviços de transporte, mas que têm interesse em assumir uma estrutura própria. A BR Distribuidora já negocia com a estatal Valec o transporte de combustível na ferrovia Norte-Sul.

Grandes bancos perdem receita e demitem nos EUA
Valor/Bloomberg 04.07.2011 - BofA eliminou 60 posições na divisão de vendas e negócios com ações. O Bank of America (BofA) e o Goldman Sachs estão entre as instituições financeiras que estão demitindo mais de 1.300 trabalhadores, em um esforço para reduzir as despesas e adequar as receitas à queda dos negócios com ações e bônus. O BofA, o maior banco dos Estados Unidos, eliminou cerca de 60 posições em sua divisão de vendas e negócios com ações este mês, segundo informaram na sexta-feira duas pessoas a par da decisão. O Goldman Sachs, o quinto maior banco americano em ativos, pretende eliminar 230 empregos em Nova York a partir do mês de setembro, segundo comunicado encaminhado ao Departamento do Trabalho do Estado de Nova York. As duas instituições se unem ao Barclays e ao Credit Suisse Group, que estão demitindo funcionários na área de banco de investimentos, enquanto tentam lidar com uma redução das receitas de compra e venda de títulos. A receita de negócios com títulos de renda fixa dos bancos americanos provavelmente caiu 30% no segundo trimestre, em comparação aos primeiros três meses do ano, enquanto os negócios com ações caíram 15%, segundo escreveu Keith Horowitz, analista do Citigroup, em um relatório publicado na semana retrasada. "Do ponto de vista das vendas e dos negócios, os resultados ficarão acima dos totais do segundo trimestre do ano passado, mas abaixo da média de um trimestre sazonalmente forte", disse na sexta-feira Bruce Thompson, diretor financeiro do Bank of America, em uma conferência telefônica com analistas.
Os empregos no setor financeiro americano caíram para 7,61 milhões em maio, de acordo com o Bureau of Labor Statistics. Em 2010, as vagas recuaram pelo quarto ano consecutivo, para uma média de 7,63 milhões, cerca de 8,4% abaixo do pico registrado em 2006.
Os postos que estão sendo fechados poderão não ser reabertos, segundo escreveu na sexta-feira, em uma nota a investidores, o analista Richard X. Bove da Rochdale Securities. Os grandes bancos estão se deparando com custos maiores e estão tendo seu crescimento "inibido" pelas novas exigências de adequação de capital e regras que incluem limites às taxas cobradas por retiradas excessivas de dinheiro das contas, além de proibições dos negócios com carteiras próprias de títulos, escreveu ele. "Os bancos estão reagindo a essas restrições às suas atividades, encolhendo de tamanho, transferindo empregos e funções para outros países e começando a demitir no país, mais especificamente em Nova York", escreveu Bove.
O Credit Suisse Group, o segundo maior banco da Suíça, pretende eliminar mais de 600 empregos em seu banco de investimentos, incluindo mais de 100 no escritório de Londres, enquanto o Royal Bank of Scotland (RBS) está dispensando cerca de 200 funcionários em sua unidade de banco de investimentos no Reino Unido e na Europa, segundo pessoas a par dos planos dessas instituições. O Lloyds Banking Group, o maior banco hipotecário do Reino Unido, disse na sexta-feira que vai eliminar 15.000 empregos e reduzir os custos em mais 1,5 bilhão de libras (US$ 2,4 bilhões) até 2014. O HSBC Holdings, o maior banco da Europa, também vai demitir cerca de 700 funcionários que oferecem consultoria a produtos financeiros em agências, informou uma fonte a par dos acontecimentos.
O Barclays Capital, unidade de banco de investimentos do Barclays de Londres, eliminou 100 empregos em junho, segundo pessoas a par dos planos da instituição. O Barclays disse em abril que o lucro antes dos impostos na unidade de banco de investimentos caiu 33% em razão da queda das receitas de negócios com títulos de renda fixa, câmbio e commodities.
O Bank of America, com sede em Charlotte, Carolina do Norte, tentou eliminar funcionários menos produtivos ao redor do mundo com seus cortes, disseram as fontes. A divisão de ações emprega cerca de 2.500 pessoas no mundo, disse uma fonte.
O Goldman Sachs, que não identificou quais tipos de empregos vai eliminar entre os dias 26 de setembro e 31 de março, citou razões econômicas como motivo dos cortes, de acordo com o comunicado enviado ao Departamento do Trabalho. Em um comunicado encaminhado separadamente na semana passada, o Bank of New York Mellon notificou o Departamento do Trabalho do Estado de Nova York sobre os planos de início demissão de 124 funcionários em suas operações de serviços de tesouraria. Os cortes ocorrerão em estágios a partir de 1º de julho e continuarão até 31 de março. Representantes dos bancos não quiseram comentar o assunto na sexta-feira.

Governo terá R$ 1,1 tri em dívidas a vencer um ano antes da Copa
DCI 04.07.2011 - O governo de Dilma Rousseff terá um grande desafio fiscal a enfrentar nos próximos anos e que deve ser resolvido ainda este ano para dar maior tranquilidade para que os investimentos para a Copa não comprometam as contas públicas. Especialistas lembram que o governo tem atualmente R$ 1,173 trilhão em títulos que vencem em 2013, um ano antes do evento esportivo.De acordo com os últimos dados divulgados pelo Tesouro Nacional, referentes a maio, a dívida interna total está em R$ 1,665 trilhão. "É justamente na época em que o governo mais vai precisar ter recursos para concluir obras necessárias à Copa do Mundo de 2014. Com o vencimento desses papéis, o dinheiro que iria para investimentos vai para pagamento dos títulos", explica o professor Carlos Eduardo Stempniewski, das Faculdades Integradas Rio Branco. De acordo com o professor da Anhembi MorumbiMarcelo Gonella, o maior problema para a rolagem da dívida pública são os juros. "Hoje a dívida está chegando a quase R$ 2 trilhões, a representar um montante de juros da ordem de R$ 300 bilhões." O diretor presidente da Fractal, Celso Grisi, concorda com a urgência da situação, embora acredite que as contas públicas não serão prejudicadas nos próximos anos. "É possível que ocorra uma variação da capacidade de pagamento das dívidas, mas será pequena", prevê.
Na opinião do especialista Grisi, a dívida de até 60% do Produto Interno Bruto (PIB) "não é insolvente".

Aumento das emissões no mundo mascara momento difícil da economia
Valor 04.07.2011 - O nível mundial de realização de ofertas públicas iniciais de ações aumentou 8%, para US$ 102 bilhões, no primeiro semestre do ano, mas os dirigentes dos bancos dizem que o número absoluto mascara um período difícil para os lançamentos de ações, diante do efeito depressivo sobre o apetite do investidor da conjunção entre a inconstância dos mercados financeiros e o desempenho, abaixo da média, das ações recém-registradas em bolsa. Nos últimos três meses, o Índice Mundial MSCI recuou quase 3% e acontecimentos como o terremoto japonês, a agitação política no Oriente Médio e a não solucionada crise da dívida na periferia da zona do euro elevaram o grau de nervosismo do investidor e a volatilidade das bolsas neste ano. Simultaneamente - e em parte em consequência disso -, o preço das ações de várias empresas recém-registradas em bolsa no mundo caiu no primeiro pregão, gerando prejuízos aos investidores que compraram ações nas ofertas iniciais e diminuindo o interesse em novos lançamentos de papéis.
O volume das emissões de ações mundiais subiu 25%, no comparativo trimestre a trimestre, para US$ 56,8 bilhões nos últimos três meses, segundo a agência Thomson Reuters. Esse crescimento se deve, em grande medida, aos US$ 10 bilhões em ações da Glencore - a maior estreia já registrada na Bolsa de Londres -, pelos US$ 2,1 bilhões do lançamento da Prada em Hong Kong e pela oferta de US$ 2 bilhões da Vallares. Mas os dirigentes bancários que negociam nos mercados de capitais globais estão desanimados, avaliando que muitas ofertas iniciais de ações tiveram de ser canceladas neste ano devido ao fraco apetite do investidor e que a maioria fixou preços no limite mínimo das faixas indicativas de preços. "Simplesmente não houve uma oferta 'fácil' neste ano", diz Chris Whitman, codiretor de transações nos mercados de capitais do Deutsche Bank. A fraca demanda vem num momento em que os pedidos globais de oferta têm acelerado para o ritmo mais rápido desde 2007, segundo dados da Bloomberg. Pelo menos 720 empresas, incluindo Groupon, site de venda coletiva, Zynga, rede social desenvolvedora de jogos, e Jingneng Beijing Clean Energy, anunciaram planos para levantar mais de US$ 67 bilhões por meio de ofertas, que é o maior número de negócios em um trimestre desde os 794 dos três últimos meses de 2007, segundo a Bloomberg. "Há uma enorme fila, o que é ótimo, mas a realidade é que muitos desses negócios não será feito se não houver uma mercado para eles", diz Adam Welham, do Barclays Capital.

Weber chega ao UBS e dá início a sucessão
Valor 04.07.2011 - Axel Weber será o próximo presidente do conselho de administração do UBS, o que soluciona os problemas de sucessão do grupo bancário suíço e elimina qualquer possibilidade de que Weber, ex-presidente do Bundesbank, o BC da Alemanha, possa assumir o posto executivo máximo do Deutsche Bank. Weber, que vai receber uma bonificação de ingresso (conhecida em inglês como "golden hello") de 2 milhões de francos suíços (US$ 2,4 milhões), juntamente com 200 mil ações do UBS que não poderá vender por um ano, já foi considerado o provável sucessor de Jean-Claude Trichet na presidência do Banco Central Europeu (BCE). Kaspar Villiger, ex-ministro da Fazenda da Suíça e atual presidente do conselho de administração do UBS que ingressou no banco para reconduzi-lo à estabilidade depois da devastação causada pela crise do crédito, enfatizou sistematicamente seu reconhecimento dos problemas relativos à sucessão. Além de um sucessor ao presidente do conselho de administração, de 70 anos, o conselho também admitiu a necessidade de planejar a sucessão de Oswald Grübel, o ex-principal executivo veterano do Credit Suisse que saiu da aposentadoria para assumir o mesmo cargo no UBS. O banco não mencionou Grübel, de 67 anos, mas pressupõe-se em amplos círculos na Suíça que a solução da sucessão de Villiger será seguida pela do principal executivo. Weber receberá um salário-base, ações do UBS e benefícios em espécie. Como vice-presidente do conselho, ele receberá 1,5 milhão de francos suíços anuais e 150 mil ações do UBS, congeladas por quatro anos. Ao se tornar o presidente do conselho de administração, seu salário anual vai subir para 2 milhões de francos suíços e direito a 200 mil ações do banco. Comparativamente, quando Villiger foi nomeado presidente do conselho de administração, período em que o banco ainda estava profundamente deficitário, ele enfatizou que aceitaria o salário padrão de um ministro do gabinete suíço, de 850 mil francos suíços. Desde então, seu salário e benefícios cresceram para quase 1,5 milhão de francos suíços. "Com a nomeação de Axel Weber, tenho o prazer de poder apresentar um membro do conselho e futuro presidente do conselho de administração que é uma personalidade de renome internacional e extraordinária reputação", disse Villiger. "Ele tem uma experiência extremamente ampla em finanças e operações bancárias internacionais bem como sólida experiência em liderança. Sua nomeação será uma garantia de estabilidade e de uma transição de liderança suave."
Dirk Becker, analista do Kepler Capital Markets, disse: "Acreditamos que essa é uma excelente nomeação para o UBS, uma vez que Weber traz muita experiência no setor bancário, mas também contatos políticos valiosos, que poderão ajudar o banco a chegar ao novo ambiente regulatório".
Weber, cuja decisão de deixar o Bundesbank e, com isso, renunciar a qualquer chance de chefiar o BCE causou surpresa generalizada, é um economista acadêmico que ingressou no BC alemão em 2004.
Sua decisão de sair do Bundesbank foi seguida por especulações sobre o seu destino profissional, concentradas numa provável carreira no Deutsche Bank.


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