quarta-feira, 27 de julho de 2011

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Daily News

Reestruturação da Paranapanema envolve mudanças na sua gestão
Valor 27.07.2011 - O processo de reestruturação dos negócios e finanças da Paranapanema está na fase de mudanças na gestão. Segundo informou ontem o presidente da empresa, Luiz Antônio Ferraz Júnior, a companhia vive um momento de redefinição de sua estrutura gestora, que fará com que o comando fique mais coordenado, com foco nas mesmas linhas estratégicas. "Estamos procurando executivos no mercado. A empresa tinha poucos diretores", afirmou o executivo.  O foco na gestão faz parte de um plano mais amplo que teve início com a reestruturação conduzida pelo grupo para amortizar um grande passivo. Em 2008, a empresa decidiu, inclusive, pela venda da produtora de estanho Taboca para o grupo Minsur.
"Fizemos a reestruturação financeira e fiscal e caminhamos para terminar o último processo de gestão", completou Ferraz Júnior. Agora, fortalecida, a empresa retomou suas estratégias de crescimento e anunciou investimentos de R$ 700 milhões no período de 2011 a 2013, aprovado pelo conselho de administração da companhia em maio. Desses investimentos, R$ 72 milhões serão direcionados para a ampliação da nova fábrica de tubos de cobre em Santo André (SP), cujo lançamento oficial foi feito ontem. O projeto - com conclusão prevista para o primeiro semestre de 2012- envolve a duplicação da capacidade de produção de 18 mil toneladas para 36 mil toneladas por ano. Segundo o executivo, a fábrica de Capuava, também em Santo André, será desativada para dar lugar a nova produção em Utinga. "Fizemos um swap entre um ativo imobiliário e um ativo operacional", explicou o executivo, ressaltando que deve vender a antiga área produtiva.  Dentro do plano de expansão, a empresa também já definiu o local onde será instalada a nova unidade de laminação a quente. O município de São Mateus, no Espírito Santo, vai receber uma capacidade instalada de 200 mil toneladas por ano. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 170 milhões em três anos.  "Todos esses investimentos são uma virada para a empresa, que estava defasada tecnologicamente", afirmou o presidente da Paranapanema.


Drogasil e Droga Raia negociam fusão para liderar setor de farmácias no País
Estadão 26.07.2011 - Juntas, as duas redes paulistas vão faturar aproximadamente de R$ 4 bilhões e contabilizar mais de 700 unidades no Brasil.
As redes Droga Raia e Drogasil negociam a fusão de suas operações, formando a maior empresa do setor de farmácias no País, ultrapassando a gigante formada pela união da Drogaria São Paulo com a Drogão, há pouco mais de um ano. As redes devem unir suas operações para criar uma gigante de cerca de R$ 4 bilhões de faturamento anual, confirmaram fontes próximas ao negócio ao ‘Estado’.
Na esteira dos rumores sobre as negociações, as ações das companhias - ambas listadas na BM&F Bovespa - tiveram forte alta no pregão de ontem. Os papéis da Drogasil avançaram 10,32%, fechando a R$ 11,86. Já a ação da Droga Raia tiveram valorização de 5,26%, terminando o dia a R$ 28. Segundo a consultoria internacional Euromonitor, Drogasil e Droga Raia, juntas, ficariam com uma fatia de 9,5% de um mercado brasileiro, que movimentou quase R$ 43 bilhões em 2010. Em segundo lugar, viria a Pague Menos, com participação de 5,4%. Em terceiro, a Drogaria São Paulo, com 4,8% - os dados não consideram, no entanto, a união desta última com a rede Drogão (leia quadro abaixo). Caso a fusão realmente ocorra, as duas empresas também assumem a liderança no País em quantidade de lojas: serão cerca de 700 pontos de venda em estados como São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal. No entanto, a maior parte das unidades está concentrada em São Paulo, onde as duas bandeiras somam cerca de 480 lojas. De acordo com analistas, essa concentração pode prevenir a entrada de concorrentes em território paulista. As conversas entre Drogasil e Raia ocorrem justamente no momento em que a Pague Menos planeja abrir o capital na bolsa e se fortalecer no Sudeste - hoje, a maior parte dos negócios da Pague Menos se concentra no Nordeste. Como é de praxe em fusões e aquisições, caso o negócio venha mesmo a ser concretizado, terá de passar pelo crivo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão de defesa da livre concorrência no mercado brasileiro. Efeitos. Segundo o analista da varejo da corretora SLW, Cauê Pinheiro, as duas empresas têm operações parecidas e uma união faria sentido. O especialista afirma que um provável benefício de uma fusão seria o aumentar do poder de compra das duas empresas frente a fornecedores. "Com porte maior as empresas poderiam ter ganhos bons na área de compras e também em logística, o que poderia até, ser repassado para o preço dos medicamentos", explica. No entanto, outro analistas - que preferiu não ser identificado - lembrou que haveria uma sobreposição de operações, já que as duas empresas têm forte participação no mercado de São Paulo. "Metade da receita das duas companhias está concentrada no Estado", lembra. De acordo com Iago Whately, analista da Fator Corretora, ainda é cedo para as duas companhias realizarem uma operação desse tipo. "Não é impossível. Mas, no momento existem muitas possibilidades para as duas, como de crescimento orgânico, que pode valorizar o preço das ações antes de uma fusão", disse Whaterly. As duas companhias, entretanto, ainda não falaram oficialmente sobre o assunto. Procurada, a Drogasil informou, por meio da sua assessoria de imprensa, que não comentaria boatos de mercado. Até o fechamento desta reportagem, Droga Raia ainda não havia se pronunciado em relação aos comentários sobre a fusão.

Droga Raia e Drogasil querem blindar mercado de São Paulo
Valor 27.07.2011 - O ranking nacional do varejo farmacêutico está prestes a mudar mais uma vez. Treze meses depois de a Drogaria São Paulo anunciar a compra do Drogão e se tornar líder do setor, passando à frente da cearense Pague Menos, é a vez da Drogasil e da Droga Raia se movimentarem. As duas redes, que estão entre as cinco maiores do setor (a Drogasil ocupa a terceira posição e, a Raia, a quinta), negociam uma fusão, confirmada por comunicado divulgado na noite de ontem. Segundo fontes do setor, as empresas conversam há cerca de um mês. A união geraria uma rede com faturamento de cerca de R$ 4 bilhões, considerando a receita de 2010, e teria 20% das vendas no Estado de São Paulo. "Trata-se de um movimento para blindar o mercado paulista, frente a iminente chegada da Pague Menos", diz um analista do setor. A Pague Menos, segunda colocada no ranking em faturamento (R$ 2,23 bilhões) e primeira em número de lojas (cerca de 430), se prepara para aumentar significativamente a presença no Estado de São Paulo, onde tem apenas 47 lojas, após a sua oferta pública inicial. Em meados do mês que vem, a Pague Menos entrega o seu prospecto para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A abertura de capital deve sair em outubro.  Mesmo antes de ter o seu processo de fusão concluído, Drogasil e Droga Raia já têm um sócio em potencial. O Valor apurou que o BTG, controlador da Brazil Pharma, cujos papéis estrearam na Bovespa no fim de junho, está interessado em se tornar sócio da nova empresa em um futuro próximo. "Antes de decidir pela oferta, no fim do ano passado, a Brazil Pharma já havia conversado tanto com a Droga Raia quanto com a Drogasil, em relação a uma fusão", diz uma fonte que acompanhou as conversas. "Se houver espaço [para um novo sócio], o BTG vai estar interessado", diz outro executivo.  A Brazil Pharma faturou R$ 922 milhões em 2010 e é dona de 333 lojas - das redes Rosário (Distrito Federal e Goiás), Guararapes (Pernambuco) e Econômico (Rio Grande do Sul). Além disso, conta com 360 lojas da franquia Farmais. Embora o varejo farmacêutico, que movimentou R$ 37 bilhões em 2010, apenas em medicamentos, seja extremamente pulverizado e as operações de fusão e aquisição tenham se acelerado no último ano, há dúvidas sobre a eficácia da união entre a Drogasil e a Droga Raia. "Eles terão muita sobreposição de loja em São Paulo", diz um analista do setor. Cerca de 70% das 350 lojas da Droga Raia (nos Estados de Minas, Rio, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) estão no mercado paulista. Com mais de 340 lojas em cinco Estados (Espírito Santo, Goiás, Minas, Rio de Janeiro e São Paulo) e no Distrito Federal, a Drogasil também está concentrada no mercado paulista, sede de 60% dos seus pontos de venda.
"As lojas das duas redes são muito parecidas", afirma um analista. "Haverá uma grande canibalização e eles vão ter que fechar unidades", aposta um concorrente.

Drogasil e Droga Raia negociam fusão das operações
Brasil Economico 26.07.2011 - Ação da Drogasil apresentou uma surpreendente alta de 10,79% na bolsa.  A Drogasil e a Droga Raia, duas das maiores redes do varejo farmacêutico brasileiro, encontram-se em negociações avançadas para unir seus negócios. Ações disparam na Bovespa.  As duas companhias que, juntas, registraram uma receita operacional líquida de R$ 3,8 bilhões no ano passado e contabilizam por volta de 700 lojas no país, confirmaram na noite desta terça-feira (26/7) que estão em tratativas para reunir a totalidade de seus acionistas em uma única companhia. Com o negócio fechado, a nova companhia passará a Drogaria São Paulo, líder do setor e dona de uma receita líquida operacional de R$ 1,98 bilhão em 2010. Pelo ranking da Abrafarma (Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias), a Drogasil é a terceira colocada enquanto a Raia fica em quinto lugar. A confirmação da negociação pôs fim aos boatos que circulavam no mercado nos últimos dias e que ganharam um peso maior no pregão desta terça-feira, quando a Drogasil apresentou uma surpreendente alta de 10,79% na BM&FBovespa, fechando o papel a R$ 11,91. Já a Droga Raia avançou 4,17%, fechando o dia a R$ 27,71. "Foi muito surpreendente o papel da Drogasil subir 10% em um dia, destacando-se em um dia no qual a Bolsa caiu 1,05%", afirma Fernando Belaciano, gestor da Vetorial Asset Management, da Vetorial Asset Management.

China avança com registros de agrotóxicos no Brasil
Folha 27.07.2011 - A presença da China no mercado de agrotóxicos brasileiro se consolida e começa a mudar de papel. Empresas chinesas deixam de ser apenas fornecedoras e começam agora a registrar seus próprios produtos para vender diretamente aos consumidores no Brasil. Nos últimos meses, foram aprovados registros de agrotóxicos de propriedade de companhias com origem na China continental. "Em maio, a empresa YongNong teve aprovado o registro do herbicida picloram. Em julho, foi o glifosato da registrante JM Chemicals, da China continental", diz Flávio Hirata, engenheiro da AllierBrasil, que fez consultoria para ambas.Outras empresas de Hong Kong e Taiwan já possuem registros no Ministério da Agricultura, segundo José Roberto Da Ros, do Sindag (sindicato da indústria de produtos de defesa agrícola). A presença chinesa já ganhou força como fornecedora nos últimos anos. São chineses os fabricantes de 90 dos 178 registros de produtos técnicos aprovados pelo Ministério da Agricultura de 2008 e 2010, segundo a Allier. Em 2008, 5.155 toneladas de glifosato foram importados da China. O número superou 17 mil toneladas em 2010, segundo o Sindag. "Como fornecedora, já era grande. Mas a entrada como 'player' é interessante pois mercado não é só preço, é distribuição também. Quanto mais empresas estimulando, mais o preço pode cair", diz Tulio de Oliveira, da Aenda (associação dos defensivos genéricos).

Itaú BBA: companhias abertas vão quase dobrar até 2020 no Brasil
Exame 26.07.2011 - "O número de empresas listadas no Brasil é ridiculamente baixo" justifica diretor do banco.Bovespa: estimativa é que bolsa tenha 893 empresas listadas até 2020. O número de empresas listadas em bolsa no Brasil vai quase dobrar até 2020, com o País alcançando o ritmo de crescimento da Índia e outros emergentes, disse o Banco Itaú BBA SA, maior coordenador local de emissões de ações. “Há muito espaço para empresas abrirem capital no Brasil”, disse Fernando Iunes, diretor do banco de investimento do Itaú Unibanco Holding SA. “Apesar de termos uma indústria enorme e uma das dez maiores economias do mundo, o número de empresas listadas no Brasil é ridiculamente baixo”, disse ele durante evento da Brazilian-Amnerican Chamber of Commerce hoje em Nova York. Mais de 5.000 empresas são listadas na Índia, disse Iunes. No total, 27 aberturas de capital e ofertas secundárias, no valor de R$ 16,6 bilhões, foram avaliados neste ano. No mesmo período de 2010, foram 18 operações, com valor de R$ 22,4, segundo dados compilados pela Bloomberg. Esse foi o maior volume desde 2007, quando no mesmo período foram avaliadas 49 ofertas totalizando R$ 32 bilhões. Iunes acredita que o número de empresas negociadas no Brasil passe das atuais 449 para 893 em 2020. Em 13 de julho, o executivo disse em entrevista que o País terá o maior número de ofertas de ações desde 2007 neste ano, mesmo com companhias como a Tereos Internacional SA cancelando suas vendas e outras captando menos que o esperado. O Ibovespa acumula baixa de 14,4 por cento desde o início do ano, o pior desempenho entre os principais índices de mercados emergentes acompanhados pela Bloomberg. Oito das onze companhias que fizeram abertura de capital no País neste ano foram negociadas abaixo da faixa de preço prevista, ou no limite inferior, incluindo a editora de livros didáticos Abril Educação SA e a produtora de petróleo e gás QGEP.

Abril Educação estreia em dia ruim na bolsa e papel cai quase 8%
Valor 27.07.2011 - A Abril Educação teve a pior estreia na BM&FBovespa entre as companhias que fizeram oferta inicial de ações neste ano. As units (cesta composta por uma ação ordinária e duas preferenciais) caíram 7,50%, para R$ 18,50, e movimentaram R$ 34,5 milhões. Essa também foi a pior estreia dentre as novatas da bolsa desde a abertura de capital da OSX, empresa de óleo e gás de Eike Batista, em março de 2010. Na ocasião, os papéis com direito a voto da OSX estrearam em queda de 12,50%. A Abril ainda teve o pior desempenho em relação às concorrentes: Anhanguera caiu 2%, enquanto Kroton e Estácio recuaram 1%. Segundo analistas, há dois fatores preponderantes que explicam a fraca estreia. O primeiro está relacionado às preocupações dos investidores em todo o mundo com a queda de braço entre o governo americano e a oposição com relação ao teto da dívida.  O segundo fator diz respeito à demanda pelas units. "Muitos investidores que compraram mais papéis podem ter vendido o que consideraram excedente. Como a demanda não foi tão forte na oferta, não houve comprador para o primeiro dia de negociação", diz uma pessoa próxima da empresa que acompanhou o processo. A empresa, dona do Anglo, das editoras Ática e Scipione e de escolas técnicas e de preparação para concursos, não alcançou o preço sugerido na oferta, de R$ 21,75 a R$ 26,75. A unit saiu a R$ 20.

Minerva tem demanda fraca para debêntures
Valor 27.07.2011 - O fechamento da emissão de R$ 300 milhões em debêntures conversíveis em ações do frigorífico Minerva, previsto para ontem, foi adiado para hoje, informou a companhia em comunicado. Segundo apurou o Valor, até ontem a demanda do investidor estrangeiro, para quem a operação foi formatada, não era suficiente para completar a oferta. A operação mescla características de renda fixa, por oferecer um retorno fixo anualmente, com renda variável, já que os papéis devem ser obrigatoriamente convertidos em ações. Porém, pesa a falta de familiaridade dos estrangeiros com o mercado de renda fixa local, além do recolhimento de 6% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o que naturalmente reduz a atratividade. Também pesa o cenário externo turbulento. No mercado doméstico, a procura ontem estava fraca ao longo do dia, beirando os R$ 30 milhões. A remuneração proposta na operação - equivalente a 100% do CDI - não agradou os investidores. "Sem prêmio na debênture, melhor seria investir diretamente na ação da empresa, se eu acredito no potencial de valorização", diz um gestor de fundos. Outro profissional qualificou a operação como uma "ação a termo", e não como uma emissão de renda fixa. Com o adiamento, o processo de coleta de intenções de investimento (bookbuilding, no jargão de mercado), que se encerraria ontem, foi prorrogado até hoje. Procurado, o Goldman Sachs, coordenador líder da oferta, não comentou o assunto. O Minerva também não se manifestou. A operação conta ainda com a participação do Deutsche Bank e do BB Investimentos. A emissão do Minerva chama a atenção do mercado por resgatar o mecanismo de debêntures conversíveis em ações, praticamente esquecido nos últimos anos e usado apenas em operações privadas - geralmente com participação do BNDES. A presença de bancos estrangeiros entre os coordenadores é outra novidade da operação. Os investidores poderão converter as debêntures em ações voluntariamente ou de forma compulsória na data de vencimento da emissão, que tem prazo de 4 anos. O preço de conversão foi definido entre R$ 6 e R$ 8. No pregão desta terça-feira, as ações do frigorífico fecharam em queda de 1,89%, negociadas a R$ 5,69. O Minerva pretende usar a maior parte dos recursos captados para liquidar uma Cédula de Crédito Bancário de R$ 220 milhões emitida em favor do Banco do Brasil, pela qual a empresa paga uma taxa correspondente a 119% do CDI. Caso a emissão fique abaixo do valor pretendido, os recursos deverão ser usados prioritariamente para o pagamento das parcelas restantes da aquisição do Frigorífico Pul, de R$ 29,3 milhões. No ano, as emissões públicas de debêntures somam R$ 2,26 bilhões, em seis operações. Incluindo as emissões com esforços restritos, que não são registradas, o valor sobe para R$ 21,5 bilhões no primeiro semestre.

BRF coloca à venda ativos com receita de R$ 1,7 bi
Estadão 26.07.2011 - Segundo analistas, pacote colocado à venda pela companhia, que inclui dez fábricas, está avaliado entre R$ 1,7 bilhão e R$ 3 bilhões. A Brasil Foods informou nesta terça-feira, 26, a lista das fábricas que será obrigada a vender por determinação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), para viabilizar a fusão entre Sadia e Perdigão. Segundo analistas, os ativos não estão entre os mais modernos da empresa, mas não devem faltar compradores para um pacote que pode valer entre R$ 1,7 bilhão e R$ 3 bilhões. A lista inclui unidades que vão da Bahia ao Rio Grande do Sul, passando por algumas fábricas no Centro-Oeste. A concentração é maior no Sul, berço de Sadia e Perdigão, e no Sudeste, onde está a maior parte do mercado consumidor para processados de carne no País. "Estamos vendendo uma empresa com abrangência nacional e capacidade de concorrer conosco", disse Wilson de Mello Neto, vice-presidente de assuntos corporativos da BRF.  O órgão de defesa da concorrência determinou à Brasil Foods que venda uma série de marcas populares, 10 fábricas de alimentos processados, oito centros de distribuição, dois abatedouros de suínos e dois abatedouros de aves. Cerca de 9 mil funcionários trabalham nessas unidades. O acordo com o Cade obriga o comprador a garantir emprego por seis meses. Essa "nova empresa" terá uma capacidade de processamento de 730 mil toneladas de carne e um faturamento estimado de R$ 1,7 bilhão. A Brasil Foods contratou o banco BTG Pactual, de André Esteves, para fazer uma avaliação dos ativos e preparar o negócio para a venda.  Com base na margem de lucro da empresa, os analistas calculam que os ativos devem valer cerca de R$ 1, 7 bilhão, mas algumas estimativas chegam a R$ 3 bilhões. O BTG deve finalizar a avaliação em setembro e dar largadas às negociações. Não foi divulgado o prazo estipulado pelo Cade para a venda dos ativos, mas fontes próximas acreditam que vai até julho do próximo ano. Não devem faltar pretendentes. Tyson, Marfrig e JBS já procuraram a BRF. Segundo analistas ouvidos pelo Estado, as unidades colocadas à venda não incluem as fábricas mais modernas da Brasil Foods, localizadas em Rio Verde (GO), Lucas do Rio Verde (MT) e Vitório do Santo Antão (PE). O Cade estabeleceu o volume de vendas, mas foi a empresa que escolheu as unidades que disponibilizaria aos concorrentes. "O pacote não incluiu as melhores unidades, mas a maior parte das fábricas da BRF está muito acima da média do mercado", disse um analista que preferiu não identificar. Apesar da diferença tecnológica, esse tipo de indústria ainda é muito intensiva em mão de obra e as margens operacionais das fábricas da BRF são parecidas. Segundo um outro profissional, o mais valioso é a logística de distribuição, que vai permitir acessar os clientes da BRF e mercados regionais. A empresa não divulgou onde estão localizados os oito centros de distribuição que serão colocados à venda. Pedro Herrera, analista do HSBC nos Estados Unidos, acredita que empresas estrangeiras e brasileiras terão interesse no pacote de ativos. Ele destaca que as fábricas envolvidas estão associadas a um pacote de marcas populares, como Rezende, Wilson e Confiança. "Para uma multinacional que esteja interessada em entrar no mercado brasileiro e ter acesso aos consumidores emergentes do País, essa é uma oportunidade importante", disse Herrera. Boa parte dos analistas, no entanto, acredita que o vencedor deve ser um player local, porque o governo não gostaria de entregar os ativos para um estrangeiro. Nesse caso, o principal interessado seria o Marfrig, que já possui a Seara. O JBS também estaria no páreo, pois a gigante atua no setor de frangos no exterior, mas no Brasil está focada apenas em bovinos.

UOL decide fechar o capital
Valor 27.07.2011 - O Universo Online (UOL) anunciou ontem que fará uma oferta pública pelas ações que estão no mercado para cancelar o registro de companhia aberta.  Segundo o comunicado, a oferta será destinada a 18.392.630 ações ordinárias e 30.727.018 ações preferenciais, representando de 40,89% do capital social. O preço máximo a ser ofertado será de R$ 17,00 por ação. Ontem, o papel fechou em R$ 16, 51, alta de 1,9%. O UOL, controlado pela Folhapar, abriu o capital no fim de 2005, quando captou cerca de R$ 624,7 milhões. As ações da empresa acumulam uma alta de 24,5% neste ano.

UOL fará OPA e cancelará registro, segundo comunicado
Estadão 26.07.2011 - O conselho de administração da Universo Online (UOL) aprovou hoje que a controladora Folhapar S.A. realize uma oferta pública para aquisição (OPA) das ações dos acionistas não controladores da companhia para saída do Nível 2 de Práticas Diferenciadas de Governança Corporativa e cancelamento de registro de companhia aberta. A OPA será destinada a 18.392.630 ações ON e 30.727.018 ações PN de emissão do UOL, representativas de 40,89% do capital social da companhia. O preço máximo a ser ofertado será de R$ 17 por ação, no momento da apresentação da OPA, a ser pago em moeda corrente nacional na data da liquidação da OPA. De acordo com o fato relevante, os acionistas não controladores da companhia serão convocados a deliberar sobre a contratação de empresa especializada para elaborar o laudo de avaliação das ações do UOL. Entre as instituições que participarão da seleção estão Banco Bradesco BBI; Banco Morgan Stanley; e NM Rothschild & Sons Brasil Ltda. Os demais termos e condições da OPA serão oportunamente divulgados ao mercado, conforme fato relevante. As ações PN do UOL fecharam em alta 16,20% no after hours da Bovespa.

Pão de Açúcar vê manutenção do ritmo de vendas no 2o semestre
GPdeLondrina 26.07.2011 - O destaque do balanço do grupo ficou com o segmento alimentar, impulsionado pela conversão das bandeiras Sendas e CompreBem em Extra. O Grupo Pão de Açúcar prevê que a segunda metade deste ano resulte em números alinhados com os apurados no primeiro semestre, apesar do setor varejista estar sendo pressionado por um cenário de inflação e juros maiores. "O mercado está mais desaquecido que no ano passado e sentindo mais dificuldades em vendas. Mas, apesar (do mercado estar) mais fraco, continuamos com desempenho forte", disse o presidente do Conselho de Administração da companhia, Abilio Diniz, em teleconferência nesta terça-feira sobre os resultados do segundo trimestre divulgados na véspera. O destaque do balanço do grupo ficou com o segmento alimentar, impulsionado pela conversão das bandeiras Sendas e CompreBem em Extra. De abril a junho, as vendas líquidas em alimentos totalizaram 6,2 bilhões de reais, alta de 10,4 por cento ano a ano. "O segundo semestre costuma ser um pouco mais forte que o primeiro... Haverá pouca variação sazonal e ficará em linha com o primeiro", afirmou o vice-presidente executivo do grupo Hugo Bethlem, acrescentando que os últimos seis meses do ano tem a seu favor "meio mês mais forte" pela comemoração do Natal. Bethlem assinalou ainda que, até o final deste ano, a companhia deve priorizar o crescimento orgânico. Outra prioridade da maior varejista do país, segundo o presidente-executivo, Enéas Pestana, será a manutenção do controle de despesas. No segundo trimestre, o segmento alimentar contabilizou despesas operacionais de 1,149, bilhão de reais, respondendo por 18,5 por cento das vendas líquidas, uma redução de 0,1 ponto percentual na comparação anual. Já no consolidado do grupo, as despesas operacionais totalizaram 2,346 bilhões de reais, representando 20,8 por cento da receita líquida, 2,9 pontos percentuais acima de um ano antes, impactadas pelo processo de integração da Nova Globex. "As despesas financeiras estão sob controle, já com tendência de queda para o terceiro trimestre. Não vamos abandonar essa prática (o controle de despesas)", afirmou Pestana. Iniciado há cerca de um ano, o processo de integração da Nova Globex, que passou a concentrar os ativos de eletroeletrônicos do grupo, incluindo Ponto Frio, Casas Bahia e Nova Pontocom, deve ser concluído em perto de seis meses, segundo o presidente-executivo da Nova Globex, Raphael Klein. "Estamos colhendo frutos. Retomamos a expansão orgânica com a abertura de 12 unidades, os resultados são sustentáveis e estamos muito animados para o último terço de integração", disse Klein. A Globex encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido de 7,4 milhões de reais, bem abaixo da perda de 24,2 milhões de reais vista no período imediatamente anterior. Margem da Globex: Bethlem afirmou que a Globex deve fechar 2011 com margem Ebitda de 4 a 5,5 por cento, ante previsão divulgada no ano passado de entre 4,5 e 6 por cento. No trimestre passado, a margem Ebitda da empresa foi de 4,4 por cento. O Pão de Açúcar informou na noite de segunda-feira que teve lucro consolidado de 91 milhões de reais entre abril e junho, comparado a 55,5 milhões de reais um ano antes e abaixo da média das estimativas de quatro analistas obtidas pela Reuters, de 108 milhões de reais. O balanço foi apresentado quase duas semanas após o fracasso da proposta de união da companhia com os ativos do Carrefour no Brasil. Na teleconferência desta terça-feira, Diniz se limitou a comentar que a diretoria da companhia está "focada inteiramente nos resultados a serem atingidos" e que "nenhum fator externo tem prejudicado" essa dedicação. "Estamos em clima de muita tranquilidade, a companhia está serena", acrescentou. As ações do Pão de Açúcar operavam em queda de 1,46 por cento às 13h37, a 65,36 reais, enquanto o Ibovespa tinha desvalorização de 0,84 por cento.

Votorantim vai duplicar fábrica em Pernambuco
Valor 27.07.2011 - Schalka, presidente da VC: Esse investimento nem estava incluído no plano de R$ 5 bilhões; é um valor adicional. Na véspera da inauguração de sua nova fábrica de cimento em Paulista (PE), a 30 quilômetros de Recife, a direção da Votorantim Cimentos informou ao governo do Estado que tinha aprovado plano para duplicar a unidade industrial. O novo investimento, de R$ 370 milhões, vai permitir colocar mais um forno e adicionar 750 mil toneladas do produto. O mercado alvo é o de Pernambuco e outros vizinhos do Nordeste, região onde o consumo mais vem crescendo nos últimos anos. "Esse valor nem está incluído no nosso programa de R$ 5 bilhões no Brasil, iniciado em 2007. É um investimento adicional", afirmou Walter Schalka, presidente da VC. O anúncio ao governador Eduardo Campos e ao prefeito de Paulista foi feito ontem á noite por Schalka e por Fábio Ermírio de Moraes, membro do conselho de administração do grupo Votorantim.  Essa fábrica, cujo produto sairá com a marca Poty, é resultado da transformação de uma unidade de produção de insumo para cimento, a pozolana, que existia no local desde 1942. O produto era transferido para outra unidade, na Paraíba. Essa mudança, tornando-se unidade de cimento, teve investimento de R$ 70 milhões, com capacidade de fazer 750 mil toneladas ao ano, com geração de 450 empregos diretos e indiretos. A instalação do novo forno levará 22 meses, dotando a unidade industrial de uma linha completa, apta a fazer 1,5 milhão de toneladas de cimento por ano. A expansão prevê criar mais 150 empregos diretos e 600 indiretos. "Esse investimento reforça nosso compromisso com o crescimento de Pernambuco", disse Schalka, no comando da VC desde 2005. O produto dessa fábrica, o Poti tipo CP IV-32, foi desenvolvido com especificações próprias para aplicações em obras na região. Vai dispor de maior resistência à maresia e à umidade, informa.  Segundo Schalka, a fábrica de Paulista visa substituir outra unidade que integrou o pacote de ativos no Nordeste entregue ao grupo francês Lafarge no início do ano passado em troca da participação de 17% que detinha na Cimpor, cimenteira portuguesa da qual a Votorantim passou a ser acionista com 21% do capital.  Ele explica que uma das vantagens para esse projeto são as reservas de calcário que a VC tem em Paulista. O minério é matéria-prima básica para a produção de clínquer, material que é moído e depois transformado em cimento em fornos a elevadas temperaturas. Deter a reserva de calcário é passo fundamental para montar uma fábrica integrada.  A retomada na produção de cimento no em Pernambuco, informa a VC, faz parte da terceira onda de seu plano de expansão, lançada em 2010. Orçado em R$ 2,5 bilhões, prevê oito novas fábricas em sete Estados no país até 2013. Com isso, totaliza pacote de R$ 5 bilhões em seis anos para erguer e reativar de 22 unidades fabris. Com a fábrica de Poty, neste ano a empresa está pondo em operação seis unidades de produção - Santa Cruz, no Rio, dentro da siderúrgica da Thyssenkrup CSA (usando escória do aço), Imbituba (SC, prevista para o fim do mês), Vidal Ramos (SC, uma fábrica integrada), São Luís (MA, prevista para ser inaugurada em outubro) e a expansão de Salto, no interior paulista, que ganhou um forno de 1,2 milhão de toneladas. Os investimentos previstos para este ano somam R$ 1,5 bilhão. Ao final desse pacote, o grupo Votorantim elevará sua capacidade de produção no país a 42 milhões de toneladas e a expectativa de Schalka é ter participação de 45% do mercado nacional, cuja demanda para 2013 é estimada em 70 milhões de toneladas. No ano passado, a VC teve receita líquida de R$ 8,5 bilhões.

Brasil Brokers compra
Valor 27.07.2011 - A Brasil Brokers anunciou a compra de 55% da imobiliária Home Hunters, que atua em Campinas, interior de São Paulo. O valor da aquisição é estimado em R$ 8,8 milhões, sendo R$ 3,1 milhões em valor inicial e o saldo restante em três parcelas anuais atreladas a futuros resultados. A operação ainda será apreciada em assembleia pelos acionistas, que terão direito de deixar a empresa caso discordem do negócio. Para os dissidentes, a Brasil Brokers dará reembolso de R$ 3,35 por ação.

Lucro trimestral da Cielo recua 7,5% e soma R$ 423 milhões
Brasil Econômico 26.07.2011 - O volume financeiro de transações com cartões totalizou R$ 74,6 bilhões. A credenciadora de cartões Cielo informou nesta terça-feira (26/7) que lucrou R$ 423,6 milhões no segundo trimestre, uma redução de 7,5% na comparação com igual intervalo do ano passado.  A receita líquida da empresa cresceu 6,7% e alcançou a marca de R$ 1,1 bilhão. O termômetro de eficiência operacional da companhia, o indicador Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), somou R$ 580,4 milhões - queda de 11,6%.
As despesas operacionais da Cielo cresceram 16,2%, para R$ 119,2 milhões. O volume financeiro de transações com cartões totalizou R$ 74,6 bilhões no período, um aumento de 21,2% ante o ano anterior. Já a receita de aluguel das "maquininhas" (POS) atingiu R$ 265,1 milhões, resultado 12,8% inferior ao apurado no mesmo intervalo em 2010

Santander registra lucro 21,2% menor no primeiro semestre
Exame 27.07.2011 - Total do lucro foi de US$ 5,08 bilhões até o mês de junho de 2011. O banco também aumentou sua receita semestral em 6%. O Grupo Santander teve lucro líquido de 3,501 bilhões de euros (US$ 5,08 bilhões) até junho, 21,2% menos que entre janeiro e junho de 2010, após criar um fundo extraordinário de 620 milhões de euros (US$ 900 milhões) no Reino Unido. O citado fundo "cobre eventuais reivindicações por seguros de proteção de pagamentos vendidos no Reino Unido", informou nesta quarta-feira a entidade à Comissão Nacional da Bolsa de Valores (CNMV) da Espanha. O Santander indicou que se não fosse por isso o lucro do semestre teria se reduzido 7%, aos 4,121 bilhões de euros (quase US$ 6 bilhões). "A forte capacidade de geração de receita", que a entidade calcula em 2 bilhões de euros (US$ 2,897 bilhões) ao trimestre, permitirá fechar 2011 com um lucro similar ao obtido no ano passado e "manter o dividendo em 0,60 euro - US$ 0,80 - por ação", segundo o presidente do grupo, Emilio Botín. A entidade fechou o primeiro semestre do ano com uma inadimplência de 3,78%, índice superior ao 3,37% de junho de 2010. Na Espanha, a taxa ficou em 4,81%.
O grupo aumentou sua receita semestral em 6%, enquanto a correspondente ao segundo trimestre superou pela primeira vez 11 bilhões de euros (US$ 16 bilhões). A América Latina forneceu 44% do lucro, sendo 25% referentes ao Brasil. A Europa Continental foi responsável por 34%; Reino Unido, por 17% (sem levar em conta o fundo constituído); e Sovereign (Estados Unidos), por 5% . O crédito ficou em 723,969 bilhões de euros (US$ 1,048 trilhão), 0,5% menos que um ano antes. Os depósitos dos clientes alcançaram 624,414 bilhões de euros (US$ 904,685 bilhões), com um crescimento de 5%, enquanto os recursos totais administrados ascenderam a 995,741 bilhões de euros (US$ 1,442 trilhão), praticamente o mesmo número de um ano antes. As provisões para insolvências se mantiveram praticamente estáveis em 4,871 bilhões de euros (US$ 7,057 bilhões), explica o banco. Após descontar custos de exploração que cresceram 10,4% pelo diferente momento do ciclo econômico que atravessam as diferentes áreas do banco, a margem líquida alcançou 7,535 bilhões de euros (US$ 11 bilhões) após crescer 5,5%.

Bologna, da TAM, diz que TAP está fora dos planos
Valor 27.07.2011 - Bologna, da TAM, diz que o momento é de colocar a fusão [com a LAN] em pé. O presidente da holding TAM, Marco Antonio Bologna, descartou que os olhos da companhia se voltem para a portuguesa TAP, depois que o processo de fusão entre a empresa brasileira e a LAN for aprovado no Chile. "Não existe isso no nosso planejamento estratégico", afirmou Bologna. O executivo garantiu estar otimista com relação à aprovação da fusão com a companhia chilena, que está sendo analisada pelos órgãos de defesa da concorrência do país. Segundo ele, o momento é de "colocar a fusão em pé". O processo de integração, na avaliação de Bologna, pode durar até três anos.  Em entrevista ao Valor em junho, Enrique Cueto, presidente da LAN - e que também será o será o principal executivo da Latam -, disse que no futuro seria possível uma aliança com a TAP, que deverá passar por um processo de privatização ainda este ano, mas no curto prazo LAN e TAM estão dedicadas à criação da Latam. "Não há cabeça para outro tema", acrescentou, na época.  Em maio, uma fonte do governo brasileiro afirmou à Reuters que o Brasil poderia financiar a aquisição pela TAM de uma parcela da companhia portuguesa. Bologna admitiu, no entanto, que os processos de fusão no mercado aéreo devem continuar em curso para fazer frente a grandes concorrentes norte-americanos. "O setor tem cada vez mais liberdade de preço, de voar... A indústria precisa cada vez mais de escala para concorrer", afirmou o executivo ontem, em evento do setor. "Dentro desse cenário de consolidação é que a gente olhou para a LAN (...) será importante para a integração da América e para o momento de crescimento da região." Além do tribunal antitruste chileno, a criação da Latam precisa de outras aprovações, como das instâncias de defesa da concorrência brasileiras e dos órgãos de supervisão dos mercados de capitais dos Estados Unidos, do Brasil e do Chile, já que as duas companhias aéreas são listadas em bolsa. Além disso, TAM e LAN vão necessitar do aval dos acionistas para uma oferta pública que será feita aos minoritários.  O presidente da TAM preferiu não falar em um prazo para a conclusão da união das empresas. Em junho, Enrique Cueto estimou o desfecho até março de 2012.  Ontem, Bologna comentou ainda a privatização dos aeroportos brasileiros. Segundo ele, uma privatização segmentada das áreas dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília poderia ser atraente para a TAM. "Se for modelo de concessão de áreas individuais, com certeza [teremos interesse em participar]", disse, explicando que o modelo em discussão no governo é de privatização para um consórcio. O executivo citou ainda estimativas que apontam que o acesso ao transporte aéreo vai crescer fortemente nos próximos anos no Brasil e a previsão é que em 2025 o país esteja transportando cerca de 280 milhões de passageiros por ano, cerca de quatro vezes mais que o volume atual. "Vamos chegar ao nível dos Estados Unidos dos anos 80 com 50 anos de atraso, temos que analisar a nossa realidade de desenvolvimento", disse. Para 2011, a expectativa da TAM é que o mercado aéreo brasileiro cresça entre 15% e 18%, afirmou Bologna.

Elie Horn, o mito da construção
Valor 27.07.2011 - Foram quase três anos de insistentes pedidos de entrevistas e 50 minutos à frente de Elie Horn- fundador e presidente da Cyrela - considerado um mito da indústria imobiliária. Com uma postura humilde e bem humorada, Horn difere da figura centralizadora e autoritária que o mercado prega. Logo que chega, o empresário explica que não dá entrevistas - é a segunda vez que fala com a imprensa, desta vez num momento mais delicado da companhia - simplesmente porque não se considera um bom orador. "Sou tímido", diz. A exposição, no entanto, tornou-se quase obrigatória: a empresa vive sua fase mais difícil e Horn, que acaba de completar 67 anos, começa a conduzir o difícil e cobrado capítulo da sucessão.
Com fala rápida e um forte sotaque, o imigrante sírio de fé judaica desfila com igual desenvoltura entre reflexões religiosas e o mercado imobiliário. Dois assuntos que domina. Chegou ao Brasil aos 11 anos, começou trabalhar aos 19 e nunca mais parou. Judeu fervoroso, seu Elie - como é chamado por todos dentro da empresa - abusa das metáforas. Família e religião são os temas preferidos. "A relação do empresário e sua empresa é como a maternidade, você quer que o filho ande com ou sem você porque um dia você não vai estar." Preserva a discrição e preferiu não fazer foto para essa reportagem.  Não raro, devolve uma pergunta com outra e insiste na resposta - embora ele próprio seja capaz de sair, sem cerimônia, dos questionamentos mais críticos. Responde com um honesto "não posso falar" ou um menos verdadeiro "te conto quando puder." E conta com as intervenções precisas de seu assessor de imprensa, que cronometra a entrevista e avisa, mais de uma vez, que o tempo está acabando. "Você quer que eu perca minha viagem?", pergunta Elie Horn que, no dia da entrevista, sairia de férias. "A relação do empresário e sua empresa é como a maternidade, você quer que o filho ande com ou sem você" Durante mais de quarenta anos, a Cyrela cresceu, aos poucos, como uma empresa de alta renda em São Paulo.  Quando abriu o capital, em 2005, já era líder e, desde então, só fez crescer. Muito e rápido. Saiu de uma receita de R$ 690 milhões em 2005 para quase R$ 5 bilhões em 2010. Foi a empresa que mais captou na bolsa entre todas as abertas. Entre três emissões, levantou R$ 2,42 bilhões na bolsa. Habituado a comandar não apenas a líder de mercado, como também uma das companhias mais rentáveis do setor, em 2010, Horn perdeu os dois títulos de uma só vez.  Nos últimos dois anos assistiu a ascensão de uma novata agressiva e ágil - a PDG - que comprou um grupo de empresas e ganhou o pódio do setor.  O empresário diz que não se incomoda com a perda da primeira posição. "Você quer estar em primeiro lugar, mas não deve fazer de tudo para que isso aconteça, tem que ser uma consequência", afirma. "Se estiver em segundo, tem que lutar um pouco mais. A vida é uma luta contínua, por definição, porque Deus quis assim. Tudo que vem de graça não serve".
Já a queda da rentabilidade é nitidamente incômoda - de uma média de 18,5% entre 2005 e 2009, a margem líquida caiu para 12,3% em 2010 e 6,2% no primeiro trimestre deste ano. Tanto que a empresa mudou sua rota, definiu novas estratégias e decidiu desacelerar o crescimento - depois de muita discussão interna, segundo interlocutores próximos. A Cyrela optou pela difícil missão de corrigir publicamente a projeção exageradamente otimista feita em 2009.  A previsão inicial era de vendas médias de R$ 8 bilhões em 2011 e de R$ 10,2 bilhões em 2012, incluindo parceiros. Com a revisão, a meta de vendas caiu para R$ 7,3 bilhões este ano e R$ 8,5 bilhões, em 2012. "Crescer em demasia não era sadio e mostrou ter um preço alto", avalia. As ações da Cyrela caíram 32,7% nos últimos 12 meses, contra uma queda de 11,9% do índice imobiliário.  A queda das margens foi, basicamente, uma resposta ao estouro no custo das obras, descoberto no segundo semestre de 2010.  Uma fonte que conhece a companhia de perto conta que a surpresa foi geral. E o descontrole maior veio dos parceiros - a estratégia das parcerias foi o modelo encontrado pela Cyrela para crescer mais rápido do que conseguiria se caminhasse com as próprias pernas. Em alguns casos, porém, não deu certo. A empresa já anunciou que diminuirá o número de parcerias de 16 para sete e aumentar o foco no Rio e em São Paulo, mercados originais.  Apesar da fama de controlador de minúcias, a Cyrela tropeçou, justamente, na falta de gestão de terceiros.  E, não por acaso, o assunto das parcerias é certamente o mais delicado para Horn. "É natural que seja assim porque as parcerias, mesmo as que serão desfeitas, continuam", diz uma fonte do setor. É o tipo de contrato que não acaba da noite para o dia até porque as obras estão em andamento. "Faltou governança e controle", diz um analista do setor imobiliário. "Houve um desalinhamento de interesses entre a Cyrela, que queria crescer e ser rentável, e os parceiros, que estavam atrás de capital", afirma Flávio Queiroz, analista do Santander.  O baque foi grande e o dia a dia da companhia mudou este ano. Recentemente, demitiu 78 pessoas em vários níveis.
"A empresa é um organismo vivo, há mudanças estruturais por definição", diz Horn. A Cyrela contratou a consultoria INDG (Instituto de Desenvolvimento Gerencial) para uniformizar os processos construtivos e evitar surpresas no futuro, segundo Horn.
Na avaliação da companhia, o índice oficial de evolução de preços da construção (INCC) não reflete a inflação real do setor, sobretudo a de mão de obra.  A Cyrela, então, passou a incorporar uma perda adicional dos custos, além do índice. Hoje trabalha com a variação do INCC mais uma perda de 3% ao ano, o que representa um custo entre 7% e 8% do total da obra. Adicional que tem sido colocado no preço final dos apartamentos. A "gordura" de 3% foi estimada e discutida com vários economistas.  Horn faz questão de sublinhar o zelo na preservação das margens. "Não fazemos concessões, não dou desconto e estamos impondo margens obrigatórias nos empreendimentos em todo o Brasil", diz o presidente da Cyrela. Os empreendimentos de alto padrão têm de dar 18% de margem líquida e os de baixo e médio padrão, de 15% a 16,5%.  Nesse momento, o empresário reafirma sua autoridade nas diretrizes do seu negócio. Como qualquer outro presidente.  Aliás, sua presença parece menos imposta do que a de outras companhias abertas do setor, onde a figura do "dono" é igualmente forte. "Estou atento à parte macro da empresa, acompanho de perto a área financeira, números, sociedades, relações com terceiros, mas não entendo de obras", admite.
É um dos poucos donos de construtora sem um diploma de engenharia - Elie Horn é advogado.
Habilmente, Horn conduz a conversa de tal forma que faz cair por terra certos mitos criados a seu respeito. Não acompanha obras o tempo todo - "gosto muito mais da parte estética", admite - e não participa diretamente da compra de cada terreno. Óbvio que, ciente dos exorbitantes preços dos terrenos, cobra dos subordinados que a conta feche no final. "Cada regional tem seu comitê de terrenos e cada diretor da regional tem independência para atuar e compor mix de preços ", conta. "Tento ser menos e menos centralizador", admite.  Diz não participar de decisões menores. "É folclore, a empresa atingiu um tamanho que seria absurdo que fosse assim, falam até que ele assina todos os cheques", diz Ubirajara Spessotto de Freitas, o Bira, diretor da Cyrela em São Paulo. Diferentes pessoas que trabalham ou já trabalharam com Horn são unânimes em dois pontos: o profundo conhecimento do mercado imobiliário e a sua objetividade. "Ele é uma pessoa muito prática, que contribui muito com o seu conhecimento", diz Roberto Perroni, presidente da Cyrela Commercial Properties (CCP), braço de renda.  Embora o empresário fuja de alguns dos estereótipos que lhe impuseram, ele cultiva, sim, a fama de workaholic. "Você sabe que eu trabalho muito, né?". De fato, a rotina é puxada. Acorda às quatro horas da manhã, lê textos, recebe aulas religiosas e chega ao escritório às sete da manhã - antes até, se for necessário. "Ele sempre começa as reuniões da manhã com assuntos espirituais", conta Spessotto. É um dos últimos a sair da Cyrela - costuma ficar até depois das nove da noite. Elie Horn respeita o shabat - dia de descanso semanal do judaísmo, observado a partir do pôr-do-sol da sexta-feira até o pôr-do-sol do sábado. A empresa não pode assinar contratos de vendas nos estandes nesse período. Mas sábado à noite, já volta a trabalhar e domingo é dia de expediente normal para ele. "Temos várias reuniões aos domingos", diz Spessotto. Todos os executivos do primeiro escalão despacham com Horn de domingo - pode ser na sua casa ou andando em algum parque. Tira 15 dias de férias duas vezes por ano, sua única concessão na atribulada agenda. No dia da entrevista, parecia animado com o período de descanso. Mas não desliga quando está fora do país. Segundo pessoas próximas, nas viagens, as tardes e noites são com a família, mas a parte da manhã é dedicada a conhecer e - se inspirar - na arquitetura do país escolhido. O Ciragan, por exemplo, empreendimento nos Jardins, foi inspirado em uma viagem de Horn à Turquia.  É pai de Efrain e Raphael, de 31 e 29 anos - ambos na companhia. O filho mais novo ainda estuda. Horn parece bem aberto a discutir a sucessão.  Mas ainda não mostra a mesma disposição para abandonar o comando da companhia que criou. "Quem não trabalha apodrece, não existe aposentadoria, você joga toda experiência fora", diz Horn. "Ou, então faz filantropia." Para Queiroz, do Santander, sua importância na companhia transcende a posição de CEO. "Ele tomou as rédeas quando precisou e mostrou que a empresa pode aprender nas dificuldades", diz o analista. "Pouca coisa deve mudar se ele for para a presidência do conselho", aposta.
A Cyrela contratou a consultoria de Sérgio Foguel, que ficou conhecido por conduzir a sucessão no comando da Odebrecht. "Queremos perenizar a empresa e permitir que ela esteja viva daqui a cem anos", diz Horn. Fontes próximas acreditam que o processo deve demorar cerca de um ano e meio e que o próximo presidente ainda não será um dos filhos.  "Meus filhos estão bem na empresa, mas são jovens ainda", sinaliza.  Efrain fica em São Paulo, mas é o responsável pelas regionais Norte e Nordeste. Sempre trabalhou na Cyrela.  Raphael, que passou pelo Bradesco e Tarpon, é diretor de planejamento, organização e pessoas. Segundo o Valor apurou, Raphael vem ganhando mais espaço e influência na gestão. Foi ele quem defendeu a contratação do novo vice-presidente financeiro, José Florêncio Rodrigues Neto, que entrou na empresa em fevereiro, depois de nove anos na Camargo Corrêa.  A entrada do executivo culminou com a saída do diretor financeiro e de relações com investidores, Luis Largman, que estava há sete anos na Cyrela.  Quem o conhece diz que Elie Horn é um homem de hábitos simples. Mas está na lista dos bilionários da revista Forbes desde 2006 e teve sua fortuna estimada em US$ 2,1 bilhões no ano passado. Na "Cultura Cyrela", documento sobre as crenças da companhia, há dois tópicos pouco comum a outras empresas: espiritualidade e filantropia, "um propósito essencial do fundador. "Dizem que doa mais de 50% do que ganha. Os cinquenta minutos acabam e alguns temas ficam de fora. Gentil, Horn se despede. "Deus te abençoe e te inspire."

Caterpillar e Hitachi vão investir em fábricas de locomotivas no Brasil
Estadão 26.07.2011 - Grupo americano anunciou uma fábrica de locomotivas de grande porte em Sete Lagoas (MG), e empresa japonesa negocia a instalação de unidade em Araraquara (SP): investimentos no setor ultrapassam R$ 250 milhões nos próximos três anos. O Brasil terá duas novas fábricas de locomotivas. Uma delas será em Sete Lagoas (MG), um projeto de R$ 31,5 milhões do grupo americano Caterpillar, e a outra em Araraquara (SP), resultado da parceria que será assinada entre a japonesa Hitachi e a brasileira Iesa. A intenção da Caterpillar - uma das maiores fabricantes de máquinas pesadas do mundo - de ter uma fábrica local de locomotivas de alta potência foi anunciada no fim de 2010. Ontem, o grupo anunciou que o projeto será em Sete Lagoas (MG). A unidade será instalada pela Progress Rail Services, subsidiária da gigante americana. Será a primeira da empresa na América do Sul e deve atender toda a região, diz o presidente da Progress, Billy Ainsworth. A obra deve ser iniciada ainda este ano para aproveitar o bom momento do setor ferroviário no País. As negociações com o governo mineiro começaram no início do ano e foram concluídas na semana passada. O Estado apurou que o investimento total será de R$ 31,5 milhões, com a geração de 510 empregos diretos. A fábrica vai ter capacidade para produzir anualmente 70 locomotiva acima de 4 mil HP. As máquinas terão a marca da Electro-Motive Diesel Inc. A empresa, subsidiária da Progress Rail Services, é líder no setor e tem hoje aproximadamente 33 mil locomotivas em operação. "Estamos orgulhosos em anunciar a abertura dessa unidade, que vai nos permitir produzir locomotivas para nossos clientes brasileiros e continuar a fornecer produtos de qualidade para nossos clientes em todo o mundo", afirmou Ainsworth. A unidade vai ser operada pela MGE Equipamentos e Serviços Ferroviários Ltda, outra subsidiária da Progress. A empresa, especializada na fabricação de peças e motores para locomotivas, foi comprada pela Caterpillar em 2008 como parte do plano de investimento da multinacional no mercado da América do Sul. Segundo o prefeito de Sete Lagoas, Mário Márcio Maroca, a fábrica, que terá 12 mil metros quadrados, será construída em terreno que pertenceu à antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA) e hoje é de propriedade da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). A área já tem galpões e linhas férreas instalados e será cedida por meio de comodato à Caterpillar. "A unidade vai oferecer à nossa organização uma localização excepcional a partir da qual nós vamos produzir locomotivas de qualidade internacional", salientou Ainsworth. Ao instalar a fábrica em Sete Lagoas, a 70 quilômetros de Belo Horizonte, a Caterpillar se aproxima de sua principal concorrente, a GE, instalada na região metropolitana da capital mineira, onde estão também seus principais fornecedores. No fim de 2010, a GE informou que pretende investir US$ 35 milhões nos próximos três anos para dobrar sua capacidade anual de produção, atualmente de cerca de 120 máquinas. Investimentos. Hitachi e Iesa não confirmam oficialmente a nova fábrica de monotrilhos em Araraquara, pois dizem que só comentarão o assunto quando as negociações forem concluídas. O prefeito do município, Marcelo Barbieri, dá como certo o projeto e divulgou que o governador Geraldo Alckmin fará o anúncio em meados de agosto. O Consórcio Monotrilho Integração - formado pelas empresas Scomi, Andrade Gutierrez, CR Almeida e Montagens e Projetos Especiais -, que ganhou concorrência para a construção da linha 17-Ouro, que vai do Jabaquara ao Morumbi, deve ativar uma antiga fábrica em Seropédica (RJ) nos próximos meses. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate, informa que o setor vai investir R$ 250 milhões nos próximos três anos, valor que não inclui os novos projetos. De 2003 a 2010 foram investidos R$ 1,1 bilhão. Segundo ele, o mercado brasileiro deve consumir este ano 5 mil vagões, ante 3,3 mil em 2010. As fábricas instaladas no País têm capacidade anual para 12 mil vagões de carga ao ano. A Abifer calcula demanda de 40 mil equipamentos até 2019.

Qualicorp compra Praxi para vender seguros no varejo
Valor 27.07.2011 - A Praxi será nosso braço para massificar produtos, afirma Heráclito Gomes, presidente e CEO da Qualicorp. Conhecida pela atuação no mercado de planos de saúde coletivos por adesão, a Qualicorp acaba de entrar em um novo ramo de negócio - o de seguros de massa. A companhia comprou 80% da Praxi Solutions, corretora que usa os canais do varejo para vender garantias estendidas, capitalização, além de seguros como residencial, para automóveis e de acidentes pessoais. O valor da operação não foi divulgado. A Praxi tem parceiros de grande porte, como a varejista de eletrodomésticos Ricardo Eletro (que faz parte da holding Máquina de Vendas), e atua em 2 mil lojas. Por esse modelo, as vendas dos seguros são feitas pelos funcionários das redes de varejo. Nos últimos 12 meses, a empresa vendeu mais de 20 milhões de certificados de seguros e acumulou R$ 150 milhões em prêmios. "Percebemos uma gigantesca sinergia com o nosso modelo. Há demanda dos nossos clientes por outros tipos de seguro e a Praxi será nosso braço para massificar produtos", disse ao Valor o presidente da Qualicorp, Heráclito Gomes. Além de oferecer produtos novos aos seus 3 milhões de beneficiários, a Qualicorp, hoje mais focada nas classes A e B, passa a alcançar outro perfil de cliente, de renda menor. O varejo torna-se um canal adicional para oferecer seguros de vida e saúde. "Uma expectativa importante é sobre a distribuição de seguros odontológicos para esse público", diz. Gomes estima que a participação dos seguros na economia brasileira dobre nos próximos cinco anos. "Boa parte desse crescimento virá da migração da população de renda mais baixa para classes mais altas e os seguros saúde e odontológico estão entre os primeiros objetos de desejo delas", afirma. Outra oportunidade que deve ser aproveitada é a possibilidade de oferecer os planos coletivos da Qualicorp aos funcionários das varejistas, hoje clientes da Praxi. Ao menos por enquanto será mantida a marca Praxi, criada em 2003 pelo empresário Wanderson Cunha, a partir da percepção de que o varejo era um balcão potencial para oferecer seguros às classes C, D e E. "Podemos dar roupagens diferentes para produtos como seguros de vida ou de acidentes pessoais para oferecer às diversas faixas de renda", considera Cunha, que continua com 20% do negócio e assume a função de diretor-financeiro. A complementaridade dos negócios também é apontada por Cunha como o motivo para fechar a operação. "Desde setembro do ano passado somos abordados para fazer 'joint ventures'. Relutamos porque não conseguíamos enxergar a sinergia. Agora sim vemos uma parceria". A distribuição regional da Praxi também é tida como uma vantagem. Enquanto a Qualicorp atua hoje em seis unidades da federação e está concentrada nas capitais, a rede da Praxi tem pontos de venda em 18 estados, alguns em cidades pequenas. Com a aquisição, o Norte, por exemplo, passa a fazer parte do mapa da Qualicorp. Apesar de alçar novos voos, o presidente da Qualicorp reforça que o foco da companhia continua a ser o setor de saúde. "Boa parte dos recursos auferidos com a abertura de capital será utilizada para consolidar o mercado, principalmente nos benefícios em que atuamos", diz Gomes. O IPO realizado em junho somou R$ 350 milhões ao caixa da companhia, que tem o fundo de investimentos Carlyle como acionista majoritário, com 40%, seguido pelo fundador, José Seripieri Junior, com 28%.

Setor de seguros vai crescer mais que a meta
DCI 27.07.2011 - O bom momento do mercado de seguros no Brasil levou a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg) a prever que as empresas superarão a projeção de crescimento estipulada no início do ano, de 12%, ficando entre 14% e 16%. De janeiro a maio de 2011, o total de prêmios chegou a R$ 41,130 bilhões, expansão de 19,52% na comparação com o do mesmo período de 2010, de R$ 34,413 bilhões. Na soma de previdência privada e capitalização, o faturamento ultrapassa R$ 50 bilhões, ou elevação de 18%, de acordo com dados da Superintendência de seguros Privados (Susep).

Santos mais preparado para a safra agrícola
Valor 27.07.2011 - Diferentemente do que ocorreu em 2010, o pico dos embarques da safra agrícola no porto de Santos deve acontecer sem grandes transtornos neste ano. Além da redução dos embarques dos volumes de açúcar - a principal carga movimentada no complexo -, os terminais marítimos adotaram algumas melhorias para ampliar a capacidade operacional, o que promete melhorar a situação. "A infraestrutura para embarcar está melhor. Este ano os terminais investiram um pouco mais em recepção. Além disso, existe mais capacidade. Por exemplo, o terminal da ADM não funcionou no ano passado para açúcar, então é um porto a mais", afirma o trader da LDC SEV Group, Carlos Frederico Franco, citando ainda o novo terminal da Noble Group, uma das maiores tradings globais da cadeia de suprimentos agrícolas, inaugurado no ano passado. Segundo a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Santos deve exportar neste ano 16,352 milhões de toneladas da commodity, ante 19,410 milhões de toneladas no exercício passado. A redução acompanha a quebra da produção de cana-de-açúcar. Conforme a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), a projeção é de 32,38 milhões de toneladas do granel sólido, queda de 6,36% em relação à primeira estimativa.  Com perspectiva de embarcar mais de 55% (ou 9 milhões de toneladas) do total de Santos, a Rumo Logística está aumentando a capacidade de armazenagem e alterando a matriz de transporte que leva o seu açúcar ao porto. Braço do maior grupo sucroalcooleiro do país, a Cosan, a empresa triplicará a capacidade de um de seus armazéns no cais até o fim do ano, para 100 mil toneladas. E promete encerrar o exercício com metade dos volumes chegando ao porto por ferrovia. Em 2010, apenas 20% das quase 8 milhões de toneladas exportadas pela Rumo foram transportadas ao porto sobre os trilhos. Segundo o diretor da empresa, Carlos Magano, o trem está inserido num contexto de maior planejamento. "É uma situação de maior planificação, de mais prazo, e que não causa surpresa", afirma o executivo. Justamente, para a Codesp a melhor forma de evitar os transtornos nos acessos viários e as filas de navios é "planejando, de forma eficiente, a remessa do produto para os terminais portuários, sincronizando-a com a chegada de navios". Dados da estatal coletados juntos aos terminais apontam que mais da metade do açúcar (ou 8,925 milhões de toneladas) a ser exportado por Santos chegará ao porto por ferrovia. No ano passado, apenas 26% das 19,410 milhões de toneladas da commodity que saíram por Santos usaram a ferrovia como acesso ao cais.  No caso da Rumo, a migração do açúcar para os trilhos e as melhorias portuárias fazem parte de um projeto de investimento avaliado em R$ 1,3 bilhão. Só no porto, são R$ 250 milhões. Uma das maiores apostas da companhia para ampliar os tempos de operação, porém, ainda não tem prazo para ficar pronta. Trata-se do projeto de cobertura entre o terminal e o costado, para que os embarques não sejam interrompidos pela chuva. "A cobertura está atualmente dependendo de licenciamento na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq)", diz Magano. Para ele, o atraso da colheita da safra também está contribuindo para uma temporada de embarques com crescimento paulatino. "Diria que foi fortuito. Normalmente saímos quase de um movimento nulo e vamos para enormes 25 mil toneladas por dia logo de cara. Até o meio desse ano, tivemos processo de crescimento mais amortizado, com picos de 10 mil, 15 mil, 20 mil toneladas. Outra questão é que este ano está sendo menos chuvoso do que o anterior, isso também é muito favorável."

Dabo Precision
Folha 27.07.2011 - A Dabo Precision investirá R$ 36 milhões na instalação de uma fábrica em Americana (SP), com estimativa de gerar 130 empregos diretos. A empresa fornecerá partes e componentes para o maquinário da Doosan Infracore, da qual é subsidiária. A escolha de Americana foi estimulada pela construção, no município, da primeira fábrica da Doosan na América Latina, com investimento de R$ 100 milhões anunciado em fevereiro para uma linha de escavadeiras, segundo a Investe São Paulo, que negociou a entrada das empresas no Estado.

Qualidade do crédito preocupa analistas nesta temporada
Valor 27.07.2011 - Foi dada a largada para a divulgação dos resultados dos bancos brasileiros no segundo trimestre do ano. Ontem, foi a vez do Daycoval, e hoje Bradesco e Santander abrem seus números. A temporada, na avaliação de analistas, deve ser marcada por uma atenção redobrada na qualidade dos créditos concedidos pelas instituições, já que despontam pistas de piora nos níveis de endividamento dos brasileiros. Dados do Banco Central apontam que a inadimplência estava em 5,1% em maio. Apesar de repetir o mesmo patamar de um ano atrás, o número mostra um movimento de ascensão das dívidas não pagas. As provisões apresentavam um aumento de 6,3% no ano. Em meio a esse cenário, os analistas estão esperando que Bradesco e Banco do Brasil sejam as instituições que vão mostrar em por meio de seus números que mais vão passar ao largo dessa tendência.  Essa é a expectativa, por exemplo, de Bradesco BBI, Barclays, Itaú BBA e Goldman Sachs, manifestada em relatórios.
Apesar do ambiente mais negativo para o crédito, os analistas estão esperando que a última linha do balanço dos bancos venha mais vultuosa em relação ao começo do ano e a igual trimestre de 2010. Isso porque, apesar da elevação dos juros e das medidas do governo para conter o endividamento das pessoas, a carteira de crédito dos bancos continua crescendo, apesar de a passos menores. Também deve colaborar para os resultados a cobrança por serviços, como as tarifas bancárias. Além disso, para o Goldman Sachs, por exemplo, os bancos já foram capazes de remediar a piora do cenário para o crédito. "Tão logo os primeiros sinais de fraqueza apareceram, os bancos agiram aumentando as exigências para a concessão de crédito, sendo mais seletivos", afirmaram os analistas Jason Mollin, Carlos Macedo e Wesley Okada. No Itaú BBA, o sentimento é semelhante. "Nossa visão é de que não haverá uma deterioração [significativa] na qualidade dos ativos entre agora e o fim do ano", disseram Regina Sanchez, Thiago Batista e Alexandre Spada. Para o Deustche, a inadimplência das pessoas físicas vai se intensificar, mas nada acima daquilo que já foi observado em outros ciclos de aperto. Com foco mais no crédito a pequenas e médias empresas, o banco Daycoval apresentou lucro líquido de R$ 75,2 milhões no segundo trimestre, 17,1% superior ao registrado em igual período de 2010. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, o avanço é de 72,9%, o que mostra recuperação dos resultados do começo do ano, impactados pelo efeito da marcação a mercado de derivativos.
A receita com operações de crédito somou R$ 340,9 milhões, crescimento de 45,6% na comparação anual. O número foi puxado, principalmente, pelos empréstimos a empresas, que subiram 56% na comparação anual. No trimestre, a carteira de crédito ampliada (que inclui cessões, avais e fianças prestados e compra de direitos creditórios) cresceu 7,1%, alcançando saldo de R$ 7,066 bilhões.  Segundo o banco, o índice de inadimplência permanece estável. A relação entre provisões e a carteira de crédito (incluindo cessões) ficou em 2,9% no trimestre. "Não vemos nenhum indício de piora das condições de crédito", disse banqueiro Morris Dayan. O índice de Basileia está em 18,4%, aumento de 0,4 ponto percentual no trimestre.  Ontem, a ação preferencial do banco fechou com leve queda de 0,71%, cotada a R$ 8,34. No ano, a perda é de 34,4%.

Crise da dívida soberana antecipa "férias de verão" para captações
Valor 27.07.2011 - As férias de verão dos investidores do hemisfério Norte chegaram antes da hora para as empresas brasileiras interessadas em emitir papéis de dívida no exterior. Por causa das incertezas que rodeiam a elevação do teto da dívida dos Estados Unidos e o risco de contágio da crise da dívida que ainda paira na zona do euro, emissores e compradores de bônus praticamente paralisaram suas atividades antes mesmo do início de agosto, tradicional mês de folga para americanos e europeus. O resultado é que os mandatos de captação externa estão parados nas mesas dos principais bancos de investimento. Segundo o Valor apurou, pelo menos quatro empresas que tinham planos de levantar dinheiro no exterior antes das férias de verão tiveram de retardar o projeto. A recomendação dos banqueiros é que as empresas aguardem até setembro para retomar seus planos de emissão de dívida. "Muitos investidores simplesmente não estão nem olhando as operações", diz o executivo de um banco estrangeiro. Ontem, diante do baixo apetite dos fundos, uma operação de US$ 100 milhões da Usina Vista Alegre, de açúcar e álcool, teve de ser recuada, ao menos temporariamente. Emissões de baixos volumes encontram ainda mais dificuldade de colocação, já que os investidores avaliam que, se dias mais turbulentos vierem pela frente, vão precisar de uma porta de saída para os títulos que possuem em carteira, ou seja, liquidez. É algo difícil para nomes pouco conhecidos no mercado de dívida externa. Por isso, para os bancos de investimentos, a leva de emissões anteriores às férias de agosto se encerrou na semana passada com a captação da petroquímica Braskem, de US$ 500 milhões e com vencimento em 2041. A operação teve uma demanda que chegou a US$ 3 bilhões. Quando há aplicadores ainda com disposição para comprar os bônus, o apetite está direcionado a nomes de baixo risco e, mesmo assim, a taxas mais altas do que as costumeiras. "Ninguém neste momento quer forçar a mão para viabilizar uma operação, para não resultar em um custo maior para as companhias", diz o diretor de renda fixa de um banco local. O compasso de espera vai perdurar até que se saiba mais claramente o que acontecerá com o limite de endividamento dos Estados Unidos. Um calote está descartado do cenário dos analistas, mas alguns trabalham com a possibilidade de atraso na negociações. Se isso acontecer, os bancos de investimento consideram a alternativa de recomendar às companhias brasileiras lançar dívida no mercado doméstico, via debêntures ou notas promissórias. Por aqui, a demanda por ativos de renda fixa pelos fundos de investimento e de pensão continua elevada. Na semana passada, a oferta de debêntures da Lojas Renner teve boa receptividade, o que fez com que a varejista conseguisse derrubar a remuneração inicialmente oferecida de Certificado do Depósito Interfinanceiro mais 1,35% ao ano para CDI mais 1,1%. O fechamento do mercado externo, porém, não tem sido visto como uma catástrofe para as empresas brasileiras. Isso porque de janeiro a junho as companhias captaram US$ 30 bilhões, volume recorde para o período.

No secundário, bônus locais superam outros emergentes
Valor 27.07.2011 - Petrobras puxa maior alta de bônus corporativos no bloco dos Bric. Os bônus corporativos brasileiros estão superando os congêneres dos principais países emergentes, num momento em que a crise da dívida da zona do euro empana as perspectivas de crescimento da economia da Rússia e preocupações de ordem contábil minam a confiança nas empresas chinesas. O retorno médio dos bônus emitidos em dólar pelas empresas brasileiras caiu 15 pontos-base, ou 0,15 de ponto percentual, nos últimos três meses, para 5,82%, segundo o J.P. Morgan Chase. Em contrapartida, os custos de captação das empresas chinesas subiram 17 pontos-base no mesmo período, os títulos de empresas da Índia tiveram alta de 24 pontos-base e os da Rússia 7 pontos-base. Enquanto as companhias brasileiras estão conquistando a maior parte dos aumentos de classificação de risco dos últimos quatro anos, as empresas chinesas estão sendo submetidas a um crivo rigoroso, depois que a Moody's Investors Service advertiu sobre práticas comerciais potencialmente arriscada. Já os bônus da Rússia registram desempenho inferior à média em razão da crise da zona do euro, que ameaça deprimir a demanda pelos produtos exportados pelo país. O rendimento dos bônus com vencimento em 2020 vendidos pela Petrobras caiu 70 pontos-base desde 25 de abril, em relação à retração de 27 pontos-base dos papéis da OAO Gazprom, de Moscou. O Brasil é "um dos mercados que ainda têm sólidos indicadores de crédito, em que os créditos ainda oferecem valor, e não parece ter sido atingido por qualquer notícia negativa recente", diz Luz Padilla, chefe da área de renda fixa para mercados emergentes da DoubleLilne Capital , que administra cerca de US$ 400 milhões. O retorno sobre papéis com vencimento em 2020 emitidos pela Petrobras registraram a segunda maior queda entre os bônus corporativos brasileiros dos últimos três meses, segundo dados da Bloomberg. Os bônus da petrolífera brasileira pagam um rendimento de 4,59%, comparativamente à remuneração 3,78% pagos pelos papéis do governo brasileiro de mesmo vencimento. No mês passado a empresa teve sua classificação de risco aumentada para "A3", a quarta menor nota da faixa das empresas com grau de investimento, pela Moody's, depois de uma elevação da classificação do país.  Os bônus do Banco do Brasil, a maior instituição financeira da América Latina pelo critério de ativos, tiveram sua nota aumentada em 20 de junho, o que contribuiu para prorrogar o avanço dos bônus da empresa, que reduziu em 51 pontos-base, para 4,72%, os rendimentos pagos por seus papéis com vencimento em 2020. Os bônus da Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, também subiram, com os rendimentos dos papéis com vencimento em 2020 registrando queda de 41 pontos-base desde 25 de abril, para 4,44%. A mineradora tem classificação "Baa2".  O rendimento dos bônus das empresas brasileiras com grau de investimento caiu 28 pontos-base, em média, nos últimos três meses, para 4,67%, segundo dados da Bloomberg. Os rendimentos dos bônus de alto risco (junk), com classificação inferior a "Baa3" da Moody's e "BBB-" da Standard &Poor's, caíram 18 pontos-base no mesmo período. "Se você está procurando líderes setoriais em uma série de áreas de atuação, eles estão, cada vez mais, fora dos EUA, e a Vale e a Petrobras representam os tipos de titãs corporativos mundiais nos quais os investidores querem aumentar a exposição", diz Michael Roche, estrategista de mercados emergentes da MF Global de Nova York. "O Brasil é, com toda a certeza, o 'queridinho' entre os emergentes neste momento." O rendimento extra exigido pelos investidores para deter bônus brasileiros em dólar, em vez dos papéis do Tesouro dos EUA, tinha caído ontem, no meio da tarde, 2 pontos-base, para 157 pontos-base, segundo o J.P. Morgan. O custo de proteger os bônus brasileiros por cinco anos contra a inadimplência do tomador subiu 3 pontos-base na segunda-feira, para 114 pontos-base, segundo a CMA, empresa de dados controlada pelo CME Group. Os instrumentos conhecidos como "credit default swaps" (CDS), pagam ao comprador o valor de face do título em troca dos papéis subjacentes, ou seu caixa equivalente, no caso de um governo ou empresa deixar de honrar suas dívidas. A elevação do teto de endividamento dos EUA pode fazer com que os papéis corporativos brasileiros com grau de investimentos passem a ter desempenho inferior aos bônus de alto risco (junk), espera Omar Zeolla, analista de crédito de mercados emergentes da RBS Securities.

Sistema de pagamento é peça-chave no setor
Valor 27.07.2011 - As empresas que fornecem tecnologia para lojas virtuais apresentam um apetite mais forte por aquisições, sobretudo de companhias que fornecem sistemas de pagamento. Entre os casos de aquisições mais recentes estão a compra da Braspag pela Cielo, a aquisição da Dinero Mail pelo grupo BuscaPé e a operação da Tray com a ERNet.  Gerson Rolim, consultor do comitê de meios de pagamento da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net), afirma que as companhias tomam por base indicativos de que o internauta brasileiro efetua a compra, mesmo não conhecendo a loja, se o sistema de pagamentos for conhecido. Portanto, para a empresa que atende à loja virtual, ter um sistema de pagamento tornou-se peça-chave para atrair esse empreendedores.  Durante muitos anos, as pequenas e microempresas virtuais tiveram dificuldades financeiras e técnicas para vincular seus nomes aos grandes sistemas de pagamento eletrônico. O custo para integrar o sistema de pagamentos aos sites era alto e havia exigência de manter um técnico para fazer a manutenção do sistema, afirma Rolim.  As empresas de hospedagem e os fornecedores de software para montagem de lojas virtuais desenvolveram seus próprios sistemas de pagamento, ou firmaram parcerias com as principais empresas do segmento para oferecer sistemas a preços mais baixos. "Houve um aumento da competição no segmento de sistemas de pagamento que favoreceu principalmente o pequeno lojista", afirma Rolim. A Camara-e.net estima que existam 60 mil lojas virtuais brasileiras na internet. Desse total, aproximadamente 12 mil lojas virtuais são de pequenas e microempresas, estima Alexandre Umberti, diretor de marketing e produtos da e-bit. Segundo a consultoria, 95% das pequenas e microempresas virtuais fecham antes de completar cinco anos de existência.  "A maioria dos empreendedores tem apenas conhecimento de varejo e é eminentemente compradora de tecnologia", diz Umberti. Esses pequenos e microempresários preferem negociar com apenas um fornecedor de tecnologia, em vez de contratar serviços de diferentes companhias. "A mudança no perfil da demanda acabou forçando a consolidação das empresas de tecnologia", afirma.  O Mercado Pago, que se declara o maior serviço de pagamentos on-line da América Latina, com 56 milhões de clientes cadastrados, acompanhou a série de aquisições de companhias concorrentes por grandes grupos. "O interesse de todas as empresas do setor é ser uma Amazon, ou seja, oferecer um conjunto de serviços para atrair mais lojas virtuais", afirma o diretor do Mercado Pago, Marcelo Coelho. A companhia, que encerrou 2010 com receita de US$ 700 milhões, cresceu 150% em vendas no primeiro trimestre do ano. Segundo Coelho, a expansão foi fruto da expansão do comércio eletrônico e de parcerias com outros fornecedores de TI para lojas virtuais. Luís Motta, sócio da área de fusões e aquisições da consultoria KPMG, observa que no primeiro semestre houve 12 aquisições e fusões de empresas de internet. "Os setores de internet e software registram mais fusões e aquisições que a média do mercado. Mas, de fato, observa-se uma consolidação no segmento", afirma.

Serasa vê desaceleração intensa do Brasil
DCI 27.07.2011 - O indicador de perspectiva econômica da Serasa, ao recuar 0,1% em maio frente a abril, revelou que a desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) tende a se intensificar no segundo semestre deste ano.

SP tem R$ 10 bi em caixa, mas tira verba de obras
Jornal da Tarde 26.07.2011 - A Prefeitura de São Paulo tem R$ 10,07 bilhões guardados e intocáveis em contas e aplicações financeiras. O valor é referente a maio e representa 28,28% do orçamento total (R$ 35,6 bilhões) previsto para ser gasto neste ano em todas as áreas. Mesmo com tanto dinheiro em caixa, o prefeito Gilberto Kassab está retirando verba de projetos importantes. Em decreto de 22 de junho, ele remanejou R$ 593,29 milhões de diversas obras – como a canalização do Córrego Zavuvus, em Americanópolis, zona sul. Nos dois últimos verões, enchentes nesse córrego provocaram a morte de seis pessoas. Segundo a Prefeitura, o remanejamento de verbas não prejudica e execução de investimentos programados. Em nota, a administração municipal disse que a transferência de R$ 593,29 milhões para pagamento de dívidas e condenações judiciais ocorreu porque a maior parte dos projetos está “em fase de licitação ou projeto e terão os recursos restituídos na medida que forem necessários”. Os balancetes provisórios de junho e julho apontam para superávit inferior ao de maio – de R$ 7,7 bilhões e R$ 9,2 bilhões, respectivamente –, mas os valores podem ser maiores já que, segundo a própria Prefeitura, a contabilidade desses meses não foi finalizada. A lista de projetos e obras que perderam parte dos recursos tem 294 itens. Entre eles estão promessas de Kassab, inclusive algumas citadas como metas da Agenda 2012 da Prefeitura. Um dos exemplos é a duplicação da Estrada do M’Boi Mirim. Motivo de protestos em março e abril por causa dos congestionamentos constantes e má qualidade do transporte público, a ampliação da via já perdeu R$ 11 milhões. O mesmo ocorreu com verba prevista para canalização de córregos e construção de piscinões: R$ 88,34 milhões foram remanejados para pagar dívidas municipais. No início do ano, a Prefeitura retirou algumas casas erguidas nas margens ou sobre o Córrego Zavuvus. Muitas ficaram. E só é possível ver obras em um trecho do córrego – quando cruza com a Rua Delfino Facchina. “Se continuar nesse ritmo, vamos passar por muita enchente ainda”, prevê a comerciante Cecília de Sousa Franco, de 61 anos. Apenas duas pessoas trabalham na retirada de terra do local, segundo os moradores. Projetos que facilitariam a vida do pedestre na cidade como a reforma de calçadas e a construção de passarelas perderam juntas R$ 1,24 milhão. Da construção de ciclovias e ciclofaixas foram retirados R$ 620 mil. De acordo com o professor de Direito Administrativo da PUC-SP Márcio Cammarosano, em contas municipais deve ser mantido o equilíbrio entre receita e despesa. “Quando o superávit é acentuado podemos entender de duas formas: ou a administração está deixando de aplicar o dinheiro em obras e serviços que beneficiem a população ou a carga tributária cobrada dessa mesma população é maior que o necessário”, avaliou Cammarosano. O professor de Economia e Administração da PUC-SP Darcio Genicolo Martins afirma que a transferência de dinheiro de um serviço para o outro pode ser entendido como mudança de prioridade da administração municipal. “Em tese é uma decisão de gestão pública e sinaliza o que é prioritário para ele (prefeito)”, explica Martins. Sobre o acúmulo de recursos, ele diz que possivelmente os R$ 10 bilhões guardados nos cofres municipais não serão usados até o fim do ano. “É um valor muito alto e não acredito que a gestão consiga gastar adequadamente tudo neste ano.”
Questionado na manhã desta terça-feira sobre as transferências, o prefeito Gilberto Kassab afirmou que “recursos em caixa não significam recursos que estejam sobrando”. Kassab disse ainda que “se (os recursos) foram transferidos é porque era prioridade que fossem transferidos”. Outro lado: A Prefeitura diz ainda que o saldo de R$ 10,07 bilhões em maio – e R$ 7,7 bilhões em junho (com valores não fechados) – já está reservado para “honrar compromissos, como restos a pagar do exercício anterior, empenhos e liquidações do exercício corrente. Outra parcela representativa refere-se aos recursos provenientes das operações urbanas ou de transferências federais e estaduais, que serão utilizadas em projetos específicos”. Mas, a assessoria de imprensa não explica em quais projetos o dinheiro será utilizado. Sobre a obra no Córrego Zavuvus, a Prefeitura justifica que está fazendo a remoção das famílias, mas segundo moradores que continuam vivendo nas margens do córrego, há pelo menos três meses, ninguém é retirado e funcionários não são vistos no local. A Secretaria de Coordenação das Subprefeituras informou que entre 2005 e hoje, 1,14 milhão de metros quadrados de calçadas foram reformadas. Diz ainda que o orçamento inicial de R$ 26 milhões para implantação de acessibilidade em calçadas ganhou reforço de R$ 130 mil. Os investimentos em recapeamento de ruas e avenidas deverão ficar na ordem dos R$ 150 milhões. Para reforma e ampliação de praças, a Prefeitura promete gastar neste ano R$ 83,74 milhões. Já sobre a urbanização de sete favelas que perderam recursos, a Secretaria de Habitação diz que os prazos estão mantidos e ações como cadastramento de moradores já estão acontecendo.


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