quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Azul.CA.01.09

Daily News

Minoritários da B2W ficam de fora do conselho
Valor 01.09.2011 - Os acionistas minoritários da B2W, de comércio eletrônico, não conseguiram os 10% de votos necessários para eleger um representante no conselho de administração da companhia. Em assembleia realizada ontem, a empresa elegeu a chapa que havia recomendado, composta por sete representantes.
A novidade é a presença de Paulo Veras, sócio fundador da Pixit, produtora de vídeos especializada em internet, da Guidu, guia on-line com foco em entretenimento, e membro do conselho da Endeavor.
Ele substitui Carlos Eduardo Rugani Barcellos, que foi reeleito para uma vaga no conselho na assembleia em abril, mas não tomou posse. Barcellos é diretor da empresa GWI Real Estate, do grupo de gestão de investimentos comandado pelo coreano Mu Hak You. Ele foi indicado como conselheiro independente na B2W pela GWI em 2010. Porém, optou por não tomar posse no novo mandato por conta da "definição de outros compromissos e prioridades" e pelo fato de que os fundos geridos pela GWI reduziram suas posições em ações da B2W.

Máquina de Vendas terá novas lojas na internet
Valor 01.09.2011 - A Máquina de Vendas, segunda maior varejista de eletroeletrônicos do país, vai anunciar uma série de ações para ampliar o braço de vendas on-line do grupo. A companhia se prepara para criar lojas de comércio eletrônico para atuar em nichos de mercado considerados pouco explorados no país.
Entre o fim de setembro e a primeira semana de outubro, será lançado um site na internet para venda exclusiva de colchões. E até o início de novembro deve ser aberta uma loja on-line para comercializar sapatos e tênis. Outros segmentos estão sendo avaliados para ampliar as operações na web.
"Nós temos planos para atuar em 50 novos negócios nos próximos anos. Apenas em 2012, deveremos entrar em mais 12 áreas, além da atuação em calçados e colchão este ano", afirma Marcelo Ribeiro, diretor de e-commerce da Ricardo Eletro. "Esse é um passo bem grande para a empresa. Queremos ser os maiores e os mais completos do on-line no Brasil".
Serão atividades com atuação independente dos sites das varejistas Ricardo Eletro e Insinuante - as cadeias que se uniram para criar a Máquina de Vendas em 2010. A ideia é segmentar os negócios que foram identificados com potencial de crescimento na web - e que não canibalizam a atual operação on-line das varejistas. Eles devem ficar sob o guarda-chuva de novos negócios do grupo e vão usar a atual estrutura de distribuição da rede. Há uma expectativa de triplicar os negócios de venda on-line da Máquina de Vendas em 2011. O valor feito em 2010 não é divulgado.
Paralelamente a essa iniciativa, a empresa deve começar a vender produtos na rede social Facebook. O Magazine Luiza já anunciou dias atrás que atuará dessa forma. "Já temos algo sendo pensando e o anúncio desse projeto acontecerá até o fim do ano", diz o executivo.
A companhia informa ainda que fará em setembro o pré-lançamento de seu clube de compras na internet, com ofertas diárias de produtos com até 90% de desconto. Este mês, um único produto deve ser vendido com desconto pelo site, que se chamará "Clube do Ricardo", numa ação promocional a ser anunciada em alguns dias. Em outubro, começam a ser apresentadas quatro ofertas por dia.
"Há um 'gap' no mercado. Ninguém do grande varejo tem um site próprio de clube de compras no país", conta Ribeiro. Redes como Ponto Frio, Casas Bahia, Magazine Luiza e Walmart não operam por meio desse canal no Brasil.
"Já em relação à loja de calçados, descobrimos que a hora de entrar é essa. Há duas ou três empresas de comércio eletrônico melhor estruturadas, como Netshoes e Dafiti. Mas esse segmento vai começar a se fechar", disse. "E quanto ao setor de colchões, não há um atendimento especializado na internet no Brasil e vamos fazer isso". A loja de colchões terá o endereço www.ecolchao.com.br.
Dados do IBGE mostram que no primeiro semestre o varejo tradicional brasileiro ampliou a receita em 12,2%, enquanto o comércio eletrônico cresceu 24%, informa a consultoria e-bit. Até o fim do ano, a expectativa é que as vendas on-line cresçam 18%.
Um dos centros de distribuição da Máquina de Vendas, localizado em Contagem (MG), recebeu investimentos totais de R$ 5 milhões para receber o novo negócio. Na linha de frente da empresa, estão sendo contratados novos funcionários para a área de comércio eletrônico do grupo. Há cerca de cinco meses, o executivo Marcelo Vaz (ex-Walmart e B2W) foi contratado para o cargo de gerente. Doze pessoas já foram admitidas neste ano, num total de 50 pessoas que devem ser contratadas para a área.

Teles querem taxar 'uso pesado' na rede
Folha 01.09.2011 - Operadoras pedem que Anatel permita cobrança de recordistas em tráfego na internet, como Google ou Apple. Redes sociais e sites de vídeos seriam taxados; teles dizem que sistema está muito saturado e querem dividir a conta.
As operadoras estão se articulando para convencer a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) a permitir que elas possam cobrar a mais de clientes que usam a internet de forma abusiva.
As teles também querem cobrar uma "taxa" de empresas como Google, Microsoft, Apple e Facebook. Motivo: essas companhias lançaram produtos e serviços que estão fazendo o tráfego de dados atingir níveis que podem levar as redes à saturação.
Por isso, as operadoras querem fazer a "gestão desse tráfego" e compartilhar investimentos por meio do pagamento dessa "taxa".
Para elas, não é justo que empresas cujo modelo de negócio se sustenta em acessos em suas redes faturem às suas custas sem colaborar com o desenvolvimento da infraestrutura do país.
Esse debate não é novo em outros países. Segundo uma das operadoras consultadas, somente na Europa, as teles investiram quase 10% de sua receita anual em rede. Empresas de internet, como o Google, investiram 0,25% do faturamento. Entre as empresas de tecnologia, como a Apple, esse índice foi de 0,86%.
O faturamento dessas empresas já supera o de empresas de telecomunicações.
Hoje as operadoras no Brasil estão proibidas de cobrar a mais -tanto de consumidores "heavy users" (aqueles que passam o dia conectados baixando filmes, seriados e vídeos), quanto de empresas como Google e Apple, que geram conteúdos que levam os usuários a ficarem conectados mais tempo à rede.
Essas regras estão sendo discutidas na Anatel, que não pretende abrir exceções, permitindo que as teles fixas façam "gestão" -redução de velocidade de conexão de quem estoura o limite de dados-, prática comum entre operadoras móveis nos pacotes com limite de download.
A Folha ouviu empresas envolvidas na elaboração da proposta. Elas já começaram a fazer estudos para definir esse novo modelo de negócio.
As operadoras já afirmam que, sem flexibilização, haverá aumento de preços. Mas ainda não sabem estimar de quanto será. Pacotes ilimitados só seriam possíveis nas novas redes de fibras ópticas.
A Apple não quis comentar o assunto.
O Google diz que qualquer provedor de plataformas já paga um valor expressivo pelo uso das redes. Além disso, produtos e serviços como YouTube ou iTunes, da Apple, alavancam as teles porque estimulam o consumo de dados. Não haveria, portanto, motivo para a cobrança.

Desoneração e TV dão impulso extra a redes de fibra óptica
Valor 01.09.2011 - Foad Shaikhzadeh, presidente da Furukawa: investimentos de R$ 25 milhões neste ano para aumentar produção
Ampliar imagemA fabricante de cabos de fibra óptica Furukawa precisou se reinventar para não fechar as portas no Brasil quase dez anos atrás. Passada a euforia inicial com os investimentos das operadoras de telefonia após a privatização, o estouro da bolha pontocom jogou água nos projetos da companhia. A demanda de outras áreas - como o cabeamento para edifícios comerciais e centros de dados - foi o que ajudou a empresas a resistir.
Agora, o presidente da Furukawa, Foad Shaikhzadeh, tem motivos para estar otimista. A demanda por fibra óptica recuperou o patamar anterior à crise e tem tudo para continuar crescendo nos próximos anos. As teles estão investindo nessa tecnologia para reforçar suas redes e aumentar a velocidade dos serviços de banda larga fixa e móvel. "Há dez anos não se vê tanta demanda", diz o executivo.
O cenário, que já era favorável, ganhou reforços importantes. Anteontem, o governo federal anunciou que vai suspender, por quatro anos, o recolhimento de PIS/Cofins das operadoras de investirem em fibra óptica, embora não tenha informado quando e como pretende implementar o incentivo. Algumas semanas atrás, o Senado aprovou o Projeto de Lei 116 (PLC), que permite às teles atuar em TV a cabo e oferecer serviços de IPTV (televisão via rede de fibra óptica).
Redução de PIS/Cofins barateia investimentos e vai ajudar a reduzir preços para o assinante, afirmam executivosNos cálculos de Shaikhzadeh, as operadoras vão demandar 4 milhões de quilômetros de fibra neste ano - 43% acima do volume de 2010 e muito além dos 300 mil km negociados nos tempos de vacas magras. Com as novas medidas, o executivo prevê que o mercado vai crescer entre 10% e 15% ao ano nos próximos exercícios.
"A desoneração e a possibilidade de oferecer TV por assinatura constituem uma equação positiva", afirma o diretor de regulamentação da Oi, Paulo Mattos. A operadora ainda prepara o orçamento de 2012. Mas, segundo o executivo, a tendência é que os investimentos em fibra óptica - ainda incipientes - tornem-se mais robustos.
A Telefônica, que tem 27 mil assinantes de seu serviço de fibra óptica residencial, planeja alcançar 1 milhão de clientes até 2015. A operadora oferece pacotes de banda larga com velocidades de até 100 megabits por segundo (Mbps) baseada nessa infraestrutura, com mensalidades que podem chegar a R$ 159. "O mercado já está bastante acelerado, mas a desoneração vai incentivá-lo ainda mais e reduzir preços para o consumidor", afirma o diretor de fibra óptica da operadora, André Kriger.
Para ele, as medidas vão ajudar a tornar rentáveis mais rapidamente os investimentos em fibra óptica residencial, que levam cerca de uma década para dar retorno. Instalar uma rede com essa tecnologia custa US$ 1 mil por assinante. A Telefônica vai investir R$ 200 milhões em fibra neste ano.
A desoneração vai ajudar as empresas a fazer mais com o mesmo volume de recursos, afirma o diretor institucional e regulatório da Net, André Borges. Segundo ele, a operadora tem feito investimentos de R$ 1,5 bilhão por ano (em fibra e outras tecnologias) e esse patamar deve se repetir nos próximos exercícios. "Da minha parte, posso garantir uns R$ 5 bilhões", diz Borges, referindo-se aos investimentos de R$ 70 bilhões que o governo espera estimular, nos próximos quatro anos, com a desoneração.
"Se eu ia fazer um projeto de fibra com custo de dez e ele passará a custar sete, posso aplicar a diferença em outros projetos, como a aquisição de uma empresa", avalia o diretor de operações da Transit Telecom, Allan Sato Horita.
Porém, o executivo afirma que a empresa não pretende acelerar seu plano de investimentos por causa da desoneração. A companhia, que já tem uma rede de 800 km de fibra, deu início, em agosto, à construção de outros 2 mil km. Aumentar a velocidade, diz Horita, só seria possível se o número de fornecedores e a oferta de mão de obra para instalação também crescesse.
Kriger, da Telefônica, afirma que o ritmo de entregas caiu, no começo do ano, por causa de gargalos dos fornecedores.
Para acompanhar a demanda, a Furukawa pretende investir R$ 25 milhões no aumento da capacidade de produção de fibra óptica, que passará de 1,5 milhão de km para 2 milhões de km.

Olay, da P&G, quer competir com porta a porta sem sair das farmácias
Valor 31.08.2011 - Foi pelas prateleiras das farmácias que a Olay, marca de hidratante facial da Procter & Gamble (P&G), chegou ao Brasil em dezembro de 2010. Menos de um ano depois, a empresa percebe que vai ter de enfrentar um concorrente de peso para se consolidar por aqui: o modelo de vendas porta a porta, de marcas como Natura, Avon e Jequiti.
“Hoje temos uma participação bacana dentro das farmácias, mas o mercado não está na farmácia. Meu grande desafio é fazer com que a pessoa que compra no porta a porta passe a comprar na farmácia”, diz a diretora de comunicação coorporativa da P&G, Gabriela Onofre.
A partir do final de setembro, a Olay vai investir em duas garotas propagandas de peso – Juliana Paes e Ana Maria Braga – para convencer a consumidora de que o pedido por revistas é desvantajoso porque o produto demora para chegar.
Em outubro, a marca dá início a uma campanha ainda mais agressiva, com base no Regenerist, creme anti-idade, vendido por R$ 74,90. A consumidora vai poder trocar, no ponto de venda, um pote de qualquer produto similar de marca concorrente, vazio ou não, por uma embalagem de 48g do Regenerist.
Os produtos da Olay ainda não são fabricados no Brasil e nem há previsão para isso. “Ainda estamos entendendo qual é o modelo de negócio. À medida que eu tenho um mercado consolidado, isso se transfere para investimento fabril”, afirma a diretora da P&G. A marca realiza nesta semana em São Paulo a segunda edição do P&G Experience, em que revela lançamentos para o mercado brasileiro.

Secretária da Fazenda de SP rebate afirmações da JBS sobre ICMS
Valor 31.08.2011 - A Coordenadoria da Administração Tributária da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo rebateu, em nota divulgada há pouco, a informação da JBS S.A de que o Estado  não restitui os créditos de ICMS, o que a teria levado a suspender as operações na unidade de bovinos de Presidente Epitácio.
De acordo com a empresa, a maior parte dos bois abatidos na unidade é proveniente do Mato Grosso do Sul e paga ICMS na origem de 12%. No entanto, alega a JBS, o  Estado de São Paulo não restitui os créditos de ICMS, que ficam acumulados.
Segundo a coordenadoria da Fazenda,  “nos exercícios anteriores, sistematicamente o Estado de São Paulo honrou com a devolução dos créditos acumulados originados das suas operações”. A coordenadoria afirma ainda que “devido a benefícios tomados em outros Estados à margem da legislação, o grupo econômico JBS teve impugnados diversos créditos de ICMS decorrentes de compra e transferência de carnes” . Conforme o órgão, essas “impugnações se traduziram em débitos fiscais perante o Estado de São Paulo, o que determinou a suspensão das devoluções dos créditos acumulados”.
No mesmo comunicado, a coordenadoria diz que a JBS tem “outros débitos inscritos em Divida Ativa do Estado de São Paulo que, de acordo com a legislação, configura impedimento para apropriação de créditos acumulados do ICMS.”

JBS fechará unidade em Maringá e em outros dois estados para reduzir custos
GPdeLondrina 31.08.2011 - Empresa justifica o fechamento das unidades à ineficiência fiscal de alguns estados, à proximidade entre as unidades em questão; e à busca por um portfólio de produtos mais eficientes
O grupo brasileiro Grupo JBS, maior processador global de carne bovina, anunciou, por meio de comunicado na terça-feira (30), o fechamento do abatedouro de Maringá, na região Noroeste do Paraná, e de outras duas unidades nos estados de São Paulo e Minas Gerais. O grupo anunciou ainda a mudança de parte da produção de outras duas unidades em Mato Grosso e Rondônia. No aviso, a empresa disse que as mudanças começam a partir de 1º de setembro.
Entre as unidades que serão desativadas, o abate e a desossa que são realizados na unidade de Maringá serão remanejados para Naviraí, no Mato Grosso do Sul; os serviços de Teófilo Otoni (MG) vão para as unidades de Iturama e Ituiutaba, no mesmo estado; e os de Presidente Epitáfio, em São Paulo, irão para o Mato Grosso do Sul – a unidade não foi definida.
No comunicado, publicado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Ministério da Fazenda, a empresa justifica o fechamento das unidades à ineficiência fiscal de alguns estados, o que teria inviabilizado as operações; à proximidade entre as unidades em questão; e à busca por um portfólio de produtos mais eficientes.
A medida, segundo o diretor de relações da empresa com investidores, Jeremiah Alphonsus O'Callaghan, tem como objetivo reduzir os custos operacionais da empresa e ganhar mais competitividade. Com a mudança, ele disse na nota publicada que espera “maior geração de valor aos seus acionistas, melhores produtos e preços mais competitivos por meio de reduções de custos e ganhos de eficiência”.
A JBS diz ainda que espera elevar em 5% a produção no País com a medida. “A empresa concretiza mais um passo na captura de sinergias existentes entre suas unidades no Brasil. A companhia espera gerar economias ao redor de R$ 200 milhões anualizados entre reduções de custos e eficiências fiscais”, explicou O’Callaghan no comunicado.
A empresa informou ainda que haverá a oportunidade de transferência de parcela substancial dos colaboradores envolvidos e auxílio na recolocação daqueles que forem desligados das unidades de Maringá (PR), Presidente Epitácio (SP) e Teófilo Otoni (MG). A empresa não informou, até o fim da manhã desta quarta-feira (31), o número de pessoas que serão remanejadas e demitidas.
A assessoria de imprensa da JBS informou que a empresa vai se pronunciar até o fim da tarde desta quarta-feira (31) sobre as mudanças.
A reportagem está tentando contato com a assessoria de imprensa do governo do Paraná.

Minerva confirma OPA para recompra de bônus de subscrição
Valor 31.08.2011 - O frigorífico Minerva confirmou hoje que fará uma oferta pública de ações (OPA) para recompra de seus bônus de subscrição em circulação no mercado, negociados sob o código BEEF11. O leilão ocorre nesta quarta-feira, a partir das 13 horas.
Após o encerramento de sua recente emissão de debêntures conversíveis em ações – em que levantou R$ 200 milhões -, a companhia pretende recomprar a totalidade dos bônus de subscrição com o objetivo de evitar uma excessiva diluição de sua atual base acionária, já que os acionistas que não ingressaram na oferta de debêntures sofrerão, após a conversão, uma diminuição em sua participação.
Conforme o prospecto da oferta pública, cada bônus de subscrição confere ao titular o direito de subscrever uma ação da Minerva ao preço de exercício de R$ 5,24. O valor estabelecido anteriormente era de R$ 5,30, mas foi reajustado por conta dos dividendos distribuídos pela companhia neste ano. O preço de subscrição de cada bônus será de R$ 0,64.
Os bônus referem-se a uma operação para aumento de capital feita em setembro de 2009, no valor de R$ 159 milhões, quando foram emitidas 30 milhões de ações ordinárias e, como vantagem adicional, a mesma quantidade em bônus de subscrição. Até 29 de julho, pouco mais de 2% dos bônus emitidos haviam sido convertidos em ações.

Consumo chinês de carne bovina crescerá 50%
Folha 01.09.2011 - A evolução da renda dos chineses vai incentivar o consumo de proteínas, principalmente o de carne bovina. Zan Linsen, diretor do Centro Nacional do Desenvolvimento de Carne Bovina na China, diz que em 2015 o consumo médio de carne bovina deverá atingir 10 quilos per capita -o atual é de 6,7 quilos.
Se a previsão se confirmar, a China terá de abater mais 20 milhões de cabeças de gado por ano -quase metade do abate atual do Brasil.
As importações, que atingem 20% do consumo, deverão crescer ainda mais nos próximos anos.
Zan diz que a produção de carne bovina vem crescendo muito e ocupando novos espaços na dieta dos chineses.
Há duas décadas, o consumo de carne suína dominava a alimentação dos chineses, somando 95% do consumo de proteínas. Esse percentual caiu para 65% atualmente.
Assim como ocorre com a carne bovina, o consumo de frango, de carneiro e de carne suína também cresce rapidamente, exigindo fortes investimentos das empresas.
O Shiyang Group, que possui dois frigoríficos na região de Xian, está abrindo mais quatro para chegar ao mercado de varejo.
O maior consumo de proteínas na China exigirá uma alimentação de melhor qualidade para os animais, o que forçará o país a importar mais componentes para rações.
As importações ocorrerão principalmente porque o crescimento da produção de carnes ocorre via empresas, que já dominam 35% desse segmento.
A produção, antes de fundo de quintal, passa a ser feita em grande escala. E esse novo sistema exige o uso de ração de melhor qualidade, à base de soja, diz Zan.
Esse novo cenário, além de abrir as portas da exportação de carnes de qualidade do Brasil para a China, deverá elevar também as importações de soja pelos chineses, segundo ele.
A população rural da China é de 600 milhões de pessoas, que consomem 26 quilos de carne por ano, em média. Na cidade, onde o poder de compra é seis vezes maior do que no campo, o consumo é de 40 quilos.

Nutrimarcas planeja novas aquisições
Valor 01.09.2011 - Domingues: meta de faturar R$ 100 milhões com produto saudável e barato.
Quando vendeu 60% da fabricante de produtos de limpeza Gtex ao fundo inglês Actis, no fim de 2010, o empresário José Domingues aprendeu uma lição. É possível ganhar dinheiro se unindo, como sócio majoritário, a empresas menores com potencial de crescimento, mas pouco capital para investir. "Foi o que o Actis fez com a Gtex e é o que pretendemos fazer daqui para frente com a Nutrimarcas: adquirir ou nos associar a pequenas empresas de alimentos de apelo saudável", diz Domingues.
No começo de 2010, antes de vender o controle da Gtex, dona de marcas como Urca e Amazon, Domingues já tinha criado a Nutrimarcas a partir da compra da fabricante de sucos e polpas de frutas Maísa, de Mossoró (RN), que estava desativada. Em seguida, comprou a Vantelli, em Vinhedo (SP), que fabrica sucos prontos. Na aquisição e modernização das plantas, investiu R$ 10 milhões.
"Em um primeiro momento, quisemos diversificar o portfólio, aproveitando a mesma base de distribuidores da Gtex", diz Domingues. "Mas agora que nossa família está apenas no conselho de administração da Gtex, vamos nos dedicar a desbravar o potencial de mercado da Nutrimarcas, oferecendo produtos de apelo saudável e preço acessível", diz.
Os primeiros sucos chegaram ao mercado em maio, com distribuição restrita ao Nordeste. São os sucos prontos para beber das marcas Apsel Fruit e Vantel, os sucos concentrados Fruta Pura e o revitalizante energético Guaravantel.
Agora, a distribuição é estendida para todo o país, com planos ambiciosos. A meta da Nutrimarcas é fazer o faturamento saltar de R$ 12 milhões este ano para R$ 100 milhões em 2012. A receita é "comer pelas bordas": ter distribuidores exclusivos que atendam o pequeno varejo, para atingir as classes C e D com produtos que custam em média 20% menos que as marcas líderes (Del Valle, em sucos prontos, e Maguary, em concentrados). O número de distribuidores deve pular de 20 para 70 até o fim do ano.
Metade do faturamento deste ano deve vir das vendas para outras indústrias. "Temos o negócio de venda de polpas tamboradas [em tambores de 200 quilos] para fabricantes de sucos, sorvetes e geleias, inclusive fora do país, na Colômbia e no Suriname", diz a gerente de marketing, Talita Santos.
Segundo a Nielsen, o mercado de sucos prontos para consumo cresceu 23% em 2010, para R$ 2 bilhões. As vendas em volume subiram 19%. O consumo de sucos concentrados cresceu 9% em valor no ano passado, para R$ 402 milhões, mas em volume caiu 3%. No primeiro semestre deste ano, as vendas de sucos concentrados tiveram queda, tanto em volume (-2,7%), quanto em valor (-4,8%), versus igual período de 2010. Já a venda de sucos prontos cresceu 21% em volume e 22% em valor até junho.

Leilão de campos de petróleo de 2006 é cancelado
Estadão 31.08.2011 - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciou nesta noite que a 8ª rodada de licitações de campos petrolíferos, realizada em 2006, está cancelada. Segundo ele, como até hoje não foram assinados os contratos pela aquisição de dez blocos em dois setores de águas profundas na Bacia de Santos, a rodada deixa de ter validade.
O leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) foi interrompido naquele ano por duas liminares na Justiça. As empresas Petrobras, Repsol YPF, ONGC, Norsk Hydro e ENI arremataram as áreas situadas na região do pré-sal de Santos. Na ocasião, o pré-sal ainda não fora descoberto.
Agora, os blocos deverão ser negociados de acordo com o novo regime de partilha da produção, a vigorar a partir da descoberta do pré-sal. Esse novo quadro beneficiará a Petrobras, já que, pelo modelo de partilha, a empresa brasileira detém um mínimo de 30% de participação nos blocos do pré-sal. No leilão de 2006, a Petrobras arrematou metade das áreas ofertadas.

Controladores emprestam ações para elevar liquidez
Valor 01.09.2011 - Leonardo Corrêa, da MRV, diz que a especulação faz parte do processo de formação do preço justo das ações.
Operações de empréstimos de ações são relativamente comuns entre diretores, controladores e conselheiros de companhias abertas. É possível observar esse comportamento na análise dos formulários divulgados mensalmente pelas companhias e que informam as negociações de insiders. Empresas como Lojas Marisa, PDG, São Martinho, Gafisa, Marcopolo e MRV Engenharia fazem esse tipo de operação.
Apesar de poder parecer inusitado o aluguel dessas ações, um primeiro ponto que tem de ser destacado é que quem oferece os papéis para empréstimo sinaliza que não tem interesse de vendê-los. Por isso mesmo decide ofertá-los, para conseguir obter uma renda extra com a taxa cobrada pelo empréstimo.
Ou seja, a iniciativa pode ser interpretada como um sinal de confiança no negócio.
Felipe Vicchiato, gerente de relações com investidores da São Martinho, destaca que as movimentações que já ocorreram na empresa foram de porte muito pequeno em relação aos negócios no mercado.
Na São Martinho, aparecem contratos de aluguel sendo abertos e encerrados a cada mês e Vicchiato explica que os papéis da empresa têm liquidez pequena e a demanda para operações de aluguel é para o fechamento de contratos mensais. Por essa razão vários contratos estão lançados.
Por outro lado, o investidor que toma esses papéis costumeiramente tem o objetivo de vendê-los no mercado, tentando forçar a queda das cotações, para depois recomprá-los a preços menores e ter ganhos na operação especulativa.
Vicchiato reconhece que esse tipo de operação, no jargão do mercado de quem fica "short" (aposta na queda) nas ações, é comum. "É verdade que se todos que alugaram papéis decidirem vendê-los no mesmo dia pode ocorrer uma queda grande nas ações", diz. "Mas também cabe a análise de que quando o volume é pequeno, a operação é positiva, pois você pode até mesmo contribuir para aumentar a liquidez dos papéis", afirma Vicchiato.
Ele ainda acrescenta que existem muitos fundos "long and short", que isolam um setor e ficam vendidos (short) em um papel e comprados (long) em outro e precisam que essas ações estejam disponíveis para o aluguel. "Se não há oferta de papel, esta ação acaba, inclusive, saindo do radar desses investidores", afirma Vicchiato.
As operações com aluguel de ações também são bastante numerosas na MRV Engenharia.
Leonardo Corrêa, vice-presidente financeiro da companhia, afirma que o controlador, Rubens Menin, oferece seus papéis para o aluguel. E quem toma os papéis pode devolver quando quiser - é por essa razão que a empresa lista muitas dessas operações em seus formulários mensais que mostram os negócios envolvendo partes relacionadas.
"O controlador oferece as ações para alugar para ampliar a liquidez", afirma Corrêa. Na avaliação dele, apesar de presumir-se que quem toma o empréstimo poderá vender as ações na sequência, sempre haverá uma outra ponta compradora. "Na prática, amplia-se a base de investidores", diz.
Corrêa também concorda que a oferta de aluguel pode aumentar a especulação com o papel. "Mas a especulação faz parte do processo de encontrar o preço justo das ações. As forças de mercado vão levar as cotações para o lado correto", afirma o executivo. "É importante que todo mundo que pensa diferente aja. O somatório de tudo isso põe a ação no preço correto."
Corrêa conta que na área de relações com investidores da MRV o que gera mais perguntas é quando o controlador vende papéis em leilão na BM&FBovespa, como ocorreu no fim do ano passado. Rubens Menin vendeu em um pregão 12 milhões de ações, o que reduziu de 34,6% para 32,1% sua participação na empresa.

Produção de energia eólica deve crescer sete vezes nos próximos três anos
Correio Braziliense 31.08.2011 - A energia eólica entrou definitivamente na matriz energética brasileira e deve crescer sete vezes em volume nos próximos três anos, saindo dos atuais 1.114 megawatts (MW) para 7.098 MW em 2014. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (31/8) pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, durante a abertura do encontro Brazil Windpower, que prossegue até sexta-feira (2/9), reunindo técnicos, agentes públicos e empresários do setor.
“O mundo todo está olhando para a questão da energia eólica no Brasil. Nós já temos um gigawatt (GW) instalado e vamos multiplicar por sete, que já estão contratados [em leilões] até 2014. É um crescimento bastante expressivo”, disse Tolmasquim.
O presidente da EPE apresentou números que mostram a força do setor no Brasil, principalmente a partir de 2005, ano que marca a escalada do crescimento da produção eólica e a diminuição no preço do MW, que caiu de R$ 300 na época para R$ 99,50 no último leilão este ano.
A expansão vem atraindo grandes empresas estrangeiras. Atualmente, quatro grupos dividem o mercado, mas a previsão é que mais seis indústrias se instalem e comecem a produzir aqui os equipamentos até 2014. Ainda assim, segundo Tolmasquim, o Brasil ocupa apenas o 21º lugar no ranking dos países produtores de energia eólica, que tem a China em primeiro, seguida pelos Estados Unidos, a Alemanha e Espanha.
Para o secretário de Planejamento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura, o sucesso da energia dos ventos explica-se por vários fatores. “A tecnologia evoluiu. As torres hoje são muito mais elevadas, saindo de 50 metros de altura no passado para até 120 metros de altura atualmente. A capacidade unitária dos geradores também aumentou e provocou uma redução de custos. A economia de escala, pelo fato de haver demanda para a energia eólica, também favoreceu essa competitividade. O Brasil tem hoje vários fabricantes operando no território nacional, além de outros que vão se instalar aqui para atender não só o nosso mercado, mas também os clientes do exterior”, disse.
O presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Ricardo Simões, previu que o desenvolvimento do setor vai gerar um grande volume de investimentos nos próximos anos. Atualmente o país conta com 57 parques eólicos em produção e tem 30 em construção.
“Isto significa um investimento de R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões, e o setor eólico deve chegar em 2014 faturando mais de R$ 3 bilhões por ano. Estamos em um processo de consolidação dessa indústria, com aumento de escala e ganho de competitividade. É um ciclo virtuoso, de uma energia limpa, renovável e sem emissão de gás do efeito estufa”, disse Simões.
Segundo ele, há condições para o Brasil chegar nos próximos dez anos a 20 GW de produção de energia eólica. O volume equivale a uma vez e meia a capacidade total de produção da maior hidrelétrica do país, a Usina de Itaipu.

Bioenergy obtém financiamento de R$ 74,2 milhões no BNDES
Valor 31.08.2011 - A Bioenergy, empresa especializada em geração de energia eólica, obteve financiamento de R$ 74,2 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a aquisição de aerogeradores e equipamentos elétricos.
A operação e a transferência indireta de recursos foi intermediada, em partes iguais, pelo Itaú BBA e pelo banco Votorantim.
Os recursos vão custear 63% dos investimentos de aproximadamente R$ 117 milhões nos dois primeiros parques eólicos da companhia no Rio Grande do Norte.  A ideia é usar o dinheiro na compra dos primeiros 18 aerogeradores contratados com a GE, de um total de 90.

Demanda de cana requer produção 150% maior
DCI 01.09.2011 - Para evitar a escassez registrada nos anos '90, quando a falta de planejamento e de estratégia de longo prazo provocou a decadência do setor sucroalcooleiro, a consultoria Datagro alertou, durante o seminário em São Paulo, a que toda a cadeia da cana deve criar ações coordenadas imediatas para recuperar a produção agrícola, expandir a capacidade de moagem, e atender a expansão da frota de carros flex do País.
Segundo a projeção do presidente da empresa, Plínio Nastari, se 80% da frota usarem etanol em 2020, o País necessitará de uma produção de cana superior a 960 milhões de toneladas. "O Brasil precisaria ampliar sua atual produção de cana nos próximos oito anos: de 560 milhões de toneladas que temos hoje para 1,4 bilhão de toneladas, necessárias".
Outro desafio é planejar e viabilizar a expansão da capacidade de moagem brasileira, que atualmente é de 700 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por ano.

Investidor usa informações como instrumento de análise
Valor 01.09.2011 - O investidor que acompanhar as informações sobre negociação com ações de "insiders" verá que essas operações são frequentes em muitas companhias.
Na Ambev, em alguns meses de 2010, os formulários divulgam várias folhas com movimentações diárias de compra e venda de conselheiros e também de diretores.
Não é possível saber se o mesmo conselheiro compra e vende as ações no mesmo dia, os negócios "day trade", no jargão do mercado, porque a informação é sobre o total movimentado pelo grupo.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Ambev informa que as operações seguem rigorosamente as normas estipuladas pela CVM. Os relatórios contêm os valores consolidados das operações, disponíveis para todos, bem como os detalhes de cada movimentação individualmente, que, por serem de caráter privado, não são divulgados pela autarquia.
A Ambev acrescenta ainda que possui um manual interno de negociações, que disciplina a prática de compra e venda de papéis por parte de executivos da companhia.
No caso da Cyrela, é possível notar que, em janeiro de 2010, o controlador tinha 35% da companhia. Em dezembro, após vendas realizadas em vários meses, desceu para 32,4%. Em abril deste ano, voltou às compras e chegou a 32,57%.
Nas Lojas Marisa, o grupo de controle também aparece na compra das ações. Em dezembro de 2010, como exemplo, a fatia subiu de 71,73% para 75,12%. Nos meses de junho e julho passados, há operações de compra e venda a termo por parte de sua diretoria.
Cyrela e Marisa não concederam entrevistas.
Também em Itaúsa e Itaú Unibanco aparecem compras por parte dos controladores. Por meio da assessoria, eles informam que foram pioneiros na criação de um comitê específico para a divulgação e negociação de valores mobiliários, composto por conselheiros, incluindo independentes e executivos do banco. Também ressaltam que adotam as melhores práticas de governança corporativa.
Nos formulários, é bastante comum ver transferências de ações para conselheiros, uma vez que eles precisam ser proprietários de pelo menos um papel para participar das reuniões.
No final do ano passado, a Credit Suisse Hedging-Griffo divulgou um relatório sobre o tema. O texto observa que essas negociações podem ser um bom termômetro para o desempenho futuro da companhia e até do mercado acionário como um todo.
"Intuitivamente pode se concluir que pessoas ligadas à administração de uma companhia possuem informações adicionais àquelas de domínio público simplesmente por estar envolvidas diariamente nas operações da empresa, conhecer profundamente o negócio e ter informações sobre o desempenho e resultado antes de se tornarem públicas". A corretora encara essas operações como uma "ferramenta adicional" em seu processo de análise.
Em outros países, existem índices e empresas especializadas que acompanham as negociações de "insiders" em tempo real. Para a Griffo, a criação de um índice no Brasil teria limitações metodológicas, amplificadas por conta do tamanho relativamente pequeno do mercado brasileiro, que dificulta a verificação da correlação esperada entre negócios de "insiders" e performance das ações.
Há fundos estrangeiros que mantêm atenção a esses informes e costumam seguir as decisões do controlador - acompanham suas compras e vendas -, apesar de ter acesso às informações apenas no mês seguinte.
Um analista que prefere não se identificar avalia que a exigência da divulgação já é um diferencial do mercado brasileiro. E, com o tempo, é possível que se alcance um formulário que não deixe dúvidas ao investidor. A CVM não pretende padronizar a divulgação das informações.
A obrigatoriedade da informação também serve para inibir as negociações feitas com má-fé, com uso de informação privilegiada, o que é crime.
José Rogério Luiz, vice-presidente executivo e financeiro da Totvs, se diz partidário da tese de que o procedimento de divulgação de informação melhora a condição de governança.
No caso da companhia, chamou a atenção vendas de ações em novembro do ano passado, da ordem de R$ 79 milhões.
O executivo explica que houve um ajuste das participações dos fundadores na holding que controla a empresa - um vendeu parte de sua participação para o outro. Mas, segundo Luiz, não mais que meia dúzia de investidores ligou para a área de relações com investidores pedindo esclarecimentos sobre a operação.
Dentre os formulários examinados pelo Valor, os divulgados pela aérea Gol foram os que mais esclareceram os investidores. Em janeiro de 2010, está lançada a transferência de uma ação e está explicado que a operação aconteceu por conta da chegada de um novo membro ao conselho. No mês de outubro, aparecem a compra de 21,8 mil ações e está esclarecido que as operações foram feitas pela Aller Participações, empresa vinculada ao diretor-presidente e conselheiro Constantino Oliveira Junior.
Rodrigo de Macedo Alves, diretor de mercado de capitais da Gol, destaca que as empresas brasileiras têm o dever de divulgar essas informações em função de a estrutura societária do país ainda ser muito baseada no controlador. "Lá fora o controle é pulverizado e as fatias de cada um são menores. Aqui, essa informação fica mais relevante", diz.

Cade veta exclusividade do BB no consignado
Folha 01.09.2011 - Conselho inicia investigação sobre o Banco do Brasil, que deve recorrer de decisão.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica iniciou investigação sobre possível conduta anticompetitiva do Banco do Brasil na concessão de crédito consignado. O Cade exigiu ainda o fim das cláusulas de exclusividade nos contratos assinados desde 2006 com prefeituras e governos estaduais.
O BB tem contratos com uma série de órgãos públicos, como as prefeituras de São Paulo e Recife, e o governo de Minas Gerais. Em alguns casos, paga pelo direito de exclusividade, e o órgão público se compromete a dar privilégio na sua folha.
O funcionário, portanto, só tem uma opção de consignado. O Cade vai investigar se o banco se valeu disso para cobrar juros mais altos do que em situação de concorrência.
O banco será intimado a cumprir a decisão do Cade e tem 15 dias para apresentar defesa. Estará sujeito a multa de R$ 1 milhão por dia de descumprimento da decisão.
O conselheiro Marcos Veríssimo, relator do assunto, identificou que a estratégia de crescimento da carteira de crédito do banco está bastante concentrada no empréstimo consignado, mais focado ainda para o atendimento do servidor público.
O BB detém 33% do mercado de crédito consignado, o que equivale a R$ 50 bilhões. A instituição afirmou que deverá recorrer.
O Cade aprovou ainda a compra da Seara pela Marfrig sem restrições, a joint venture entre Amyris e Cosan e a união entre a Porto Seguro e o Itaú. O conselho deve julgar a criação da Latam até o começo de novembro.

Siga os chefes
Valor 01.09.2011 - Henrique Guerra, diretor da Aliansce, diz que muito das vendas de ações de executivos referem-se a planos de opções.
Ampliar imagemUm integrante do conselho de administração da Gafisa doou, em maio de 2010, 3.744 ações da empresa para uma instituição de caridade americana. Em novembro, a Aliansce Shopping Centers transferiu uma ação para que um novo acionista presidisse uma assembleia. Na Marcopolo, operações com ações foram feitas no mercado de balcão, e não na bolsa, em fevereiro.
Mensalmente, as companhias abertas divulgam um relatório informando se seus controladores, diretores e conselheiros negociaram com suas ações.
A obrigação é cumprida à risca. Conforme manda a Instrução 358 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), devem estar registradas as movimentações desses "insiders", como são conhecidos no jargão do mercado, que têm restrições à negociação por terem acesso privilegiado às informações da companhia.
Uma das principais travas impede a movimentação com os papéis antes da divulgação de um fato relevante ou 15 dias antes da publicação das demonstrações financeiras.
A divulgação dos dados de negociação dá ao investidor a possibilidade de acompanhar a movimentação com as ações de pessoas que sabem o que acontece na empresa em primeira mão.
Se o controlador está comprando ou vendendo ações pode ser um sinalizador de seu sentimento em relação ao negócio. Mas essa análise imediata não necessariamente é a mais adequada, do ponto de vista das empresas e executivos.
"Qualquer acionista pode comprar e vender ações. A companhia apenas dá ciência ao mercado de suas movimentações, pois essas pessoas têm acesso a informações privilegiadas, mas também têm restrições à negociação antes que elas se tornem públicas", diz Leonardo Corrêa, diretor financeiro e de relações com investidores da MRV Engenharia.
Henrique Cordeiro Guerra, diretor executivo e de relações com investidores da Aliansce Shopping Centers, lembra que em muitos casos as compras e vendas lançadas referem-se a exercício de planos de opções. "O executivo ganha o direito de exercer a compra, mas só daí a cinco anos. Então, quando termina o prazo, quer receber a sua remuneração", diz Guerra.
Ele dá outro exemplo, citando o caso da gestora de recursos Gávea, que vendeu participação na Aliansce porque chegou a fase de desinvestimento do fundo.
E, como lembra José Rogério Luiz, vice-presidente executivo e financeiro da Totvs, "as pessoas têm as suas necessidades".
"Às vezes, a venda ocorre para que o executivo page dívidas ou troque de apartamento", diz.
O Valor acompanhou a divulgação desses formulários durante 2010 e início de 2011. As empresas cumprem as normas de divulgação, ainda que tenham de informar apenas que não houve negociação.
No entanto, em vários casos, as informações criam mais dúvidas do que esclarecem o investidor. As informações reportadas muitas vezes se referem a eventos divulgados pela companhia, por meio de comunicados, avisos ou fatos relevantes, mas que não estão explicados no formulário.
No caso dos exemplos citados acima, a transferência de ações da Aliansce aconteceu porque a empresa convocou uma assembleia para que minoritários aprovassem a aquisição de um empreendimento em construção Goytacazes, no Noroeste do Rio de Janeiro.
A empresa optou pela convocação porque o principal acionista do novo empreendimento, com 52%, é um de dos fundadores do grupo e atual presidente do conselho de administração da empresa, Renato Rique. Quem recebeu a ação para poder presidir a assembleia foi o advogado Marcelo Trindade, ex-presidente da CVM.
Quem lê apenas o formulário, não tem as informações sobre a assembleia, amplamente divulgada pela empresa por meio de outros comunicados.
Guerra, da Aliansce, avalia que nesse caso a empresa poderia ter colocado uma explicação de rodapé sobre o evento.
Na Marcopolo, o diretor de relações com investidores, Carlos Zignani, esclarece que a empresa concedeu bônus a seus gestores e um terço do total pode ser subscrito por meio de ações que estavam em tesouraria da companhia - por essa razão, as operações não passaram pela bolsa.
A Gafisa não concedeu entrevista para comentar a doação.
Em seu relatório de abril, a empresa de bens de consumo Hypermarcas lança vendas de ações na bolsa, de seus conselheiros e diretores. Elas aconteceram após o exercício de compra do plano de opções de ações da companhia. Eles compraram as ações, no âmbito do plano, a R$ 6,03, e venderam as ações em bolsa, já iniciando no dia seguinte, acima de R$ 21,00. O ganho com a operação identificado para o conselho foi de R$ 3,6 milhões. Para os diretores, de R$ 4,2 milhões, conforme a quantidade das ações.
A questão é que a empresa não concede opções para seus conselheiros. Quem aparece como conselheiro no formulário é um diretor que acumula as duas funções. E na coluna de diretores estão apenas quem têm somente esse posto.
A divulgação da empresa segue orientação da CVM, que pede que a companhia coloque no formulário consolidado, que se torna público, as operações realizadas por esse administrador somente em um dos órgãos, para evitar duplicidade de dados.
A CVM ressalta que, em caso de dúvidas, o investidor deve entrar em contato com a área de relações com investidores das companhias e pedir esclarecimentos.
Ainda sobre a Hypermarcas, não passou despercebido do mercado que, a exatos 15 dias da divulgação do balanço do primeiro trimestre, diretores venderam ações da companhia.
Naquele pregão, foram 10 mil ações, que movimentaram R$ 213 mil. A operação esteve de acordo com a legislação, mas os investidores ficaram atentos porque o balanço trazia números fracos, o que fez as ações a caírem 7,78%. A Hypermarcas não concedeu entrevista.
O mercado também esteve atento em outros casos. No fim do ano passado, causou alvoroço as vendas de 500 mil ações, que giraram R$ 6,97 milhões, feitas por diretores da BM&FBovespa no dia 19 de novembro. Dez dias depois, a Receita Federal anunciou uma multa de R$ 410,2 milhões à bolsa, que teria deixado de pagar impostos devidos nos anos de 2008 e 2009. A autuação é contestada pela BM&FBovespa.
Consultada, a bolsa informou que não tinha conhecimento prévio da aplicação da multa e que recebeu a notificação da Receita no dia 29 e, no dia 30, imediatamente, informou ao mercado.
A concentração de vendas, em novembro, coincidiu, segundo a bolsa, com o fim do período de vedação para negociação por funcionários, devido à divulgação dos resultados do trimestre.
O período de vedação vigorou entre 22 de outubro e 9 de novembro. Em outros meses do ano passado, a venda de ações de conselheiros e diretores se repetem, embora em volumes menores.
A BM&FBovespa lembra que tem em vigor para serem exercidos planos de opções da época da BM&F, da Bovespa e da nova empresa, após a fusão de ambas.

Reservas certificadas da MMX somam 3,1 bilhões de toneladas de minério
Valor 01.09.2011 - A MMX divulgou novos relatórios elaborados pela certificadora independente SRK Consulting sobre o potencial das minas Serra Azul e Pau de Vinho.
Os documentos comprovam a existência de 2,5 bilhões de toneladas de minério de ferro, sendo 1,730 bilhão de toneladas em Serra Azul, com concentração de ferro de 34,7%, e 810 milhões de toneladas em Pau de Vinho, com concentração de 34,2%.
Há ainda um potencial adicional de 457 milhões de toneladas em Serra Azul e de 75 milhões de toneladas em Pau de Vinho.
Desta forma, os recursos minerais auditados totais da MMX, incluindo as reservas de Corumbá e Bom Sucesso, alcançam 3,097 bilhões de toneladas, 106% a mais do que o volume certificado até março. As reservas potenciais alcançam 1,396 bilhão de toneladas de minério.
A MMX informou ainda que continua com a campanha de sondagem no Chile para avaliação dos recursos minerais existentes nas áreas adquiridas e nas opções de compra. De acordo com os estudos da companhia, há um potencial de minério de ferro da ordem de 460 milhões de toneladas, 59% a mais do que no relatório divulgado em março.

Por soja, China fará 'logística' no Brasil
Folha 01.09.2011 - Demanda por oleaginosa cresce e grupos chineses querem desenvolver projetos em sociedade com brasileiros.
Empresas chinesas mostram interesse em investir em portos e ferrovias com o objetivo de receber alimentos.
Modernas rodovias cortam as áreas agrícolas chinesas. Das estradas, pode-se ver a concentração de guindastes em vários desses campos.
A agricultura perde espaço para as indústrias, que exigem também a formação de novos bairros residenciais.
Essa redução de área agrícola pode estar próxima de 100 mil hectares por ano, segundo algumas avaliações.
Industrialização crescente e elevação de renda da população colocam novos consumidores no mercado.
Como a produção de importantes produtos para o país, como o milho, evolui 3% ao ano, mas o consumo cresce 5%, o país terá um gargalo à frente.
Cientes da demanda crescente por alimentos, os chineses miram o Brasil. Depois de várias tentativas de participação no mercado brasileiro, que foram da produção própria à compra direta de grãos dos agricultores, aprenderam que o "custo Brasil" exige uma tática diferente.
Agora, os chineses dão sinais de que, para ter a garantia de alimentos, devem formar empresas com brasileiros na área de logística -portos, transportes etc.
Foi o que manifestaram a produtores da Aprosoja (que reúne produtores de soja e de milho de Mato Grosso), que estiveram em visita àquele país asiático há uma semana.
A necessidade chinesa é grande, e o Brasil deve se aproveitar desse apetite. É hora, no entanto, de o país não colocar apenas a matéria-prima nas negociações, mas também produtos de maior valor agregado.
As metas das empresas chinesas são ambiciosas.
O grupo Hope Full, que fornece 60% do óleo de soja de Pequim e tem moagem de 3 milhões de toneladas de soja por ano, se prepara para moer 8 milhões. É um dos interessados em investir em logística no Brasil.
A Shiyang Group, criada como produtora de ração, entrou em toda a cadeia de carnes, da produção ao varejo. Deve faturar 6 bilhões de yuans em 2014 (R$ 1,5 bilhão).
Para chegar aos supermercados chineses, essas empresas passam pelo fornecimento de grãos do Brasil.

Localiza levanta empréstimo de US$ 75 milhões no Bank of America
Valor 31.08.2011 - A locadora de veículos Localiza informou hoje que assinou no dia 24 de agosto com o Bank of America um contrato de empréstimo de US$ 75 milhões, com amortização em 6 anos.
Simultaneamente, foi contratada uma operação de swap (plain vanilla) com condições idênticas de valor, prazo e taxa, trocando a exposição à variação cambial mais juros por 102,5% do CDI.
Os recursos estarão disponíveis no caixa da Localiza em novembro e serão destinados à expansão de sua frota, para atender ao aumento da demanda de aluguel de carros no fim do ano e durante as férias de verão.

Ouro Verde quer ir além do transporte rodoviário de carga
Valor 01.09.2011 - Depois de fazer sociedade com a América Latina Logística (ALL) em transporte rodoviário, com a criação da Ritmo Logística, a paranaense Ouro Verde planeja reforçar a atuação em aluguel de equipamentos pesados para obras de infraestrutura. Hoje o segmento responde por 45% do faturamento, que deve somar R$ 500 milhões em 2011, e a intenção é elevar a fatia para 60% em 2012. As mudanças acontecem ao mesmo tempo em que a direção da empresa prepara a abertura de capital, prevista para o fim de 2012 ou começo de 2013, e estuda a possibilidade de aquisições ou novas parcerias.
Atualmente a Ouro Verde negocia contratos com companhias envolvidas na construção da usina hidrelétrica Belo Monte e está de olho em oportunidades em outras grandes obras. Ela também quer crescer em serviços de logística para cana-de-açúcar. Possui três contratos na área e mais três, que somam R$ 75 milhões, estão em estudo. Outras frentes em ampliação são a coleta de resíduos de grandes geradores e a terceirização de frota de veículos leves. Em todos os casos, as margens são maiores que as obtidas em transporte rodoviário. "A estratégia é focar em operações mais rentáveis", diz o diretor superintendente, Karlis Kruklis.
Nos primeiros seis meses do ano, a Ouro Verde teve receita líquida de R$ 225,3 milhões. Os investimentos previstos para 2011 são de R$ 350 milhões e, com os planos em andamento, podem passar de R$ 500 milhões em 2012. Em maio, a empresa emitiu R$ 215 milhões em debêntures, para alongar o perfil da dívida (que soma R$ 908 milhões), e tem R$ 288 milhões em caixa. Com a formação da Ritmo, na qual possui 35% de participação, a empresa transferiu ativos e clientes e também cedeu o prédio ao lado de sua sede, em Curitiba, para a operação de transporte rodoviário. A área, que deu origem à Ouro Verde há 38 anos e respondia por mais da metade das receitas há três anos, estava representando 18%, porque outras áreas ganharam importância.

Maranhão vai licitar terminal de grãos
Valor 01.09.2011 - Depois de seis anos de avanços e retrocessos, o Maranhão poderá ganhar um terminal portuário de grande porte para escoar parte da safra de soja das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. O Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) está orçado em R$ 262 milhões, a ser investido pelo setor privado. O Tegram está sendo planejado para movimentar 5 milhões de toneladas por ano em uma primeira etapa, a partir de julho de 2013. Em um segundo momento, o terminal pode dobrar o volume.
A ampliação terá investimentos adicionais de R$ 76 milhões, segundo cálculos da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), responsável pelo empreendimento. No total, a construção do Tegram pode somar R$ 338 milhões. Hoje, a Emap, que é ligada ao governo maranhense, publica o edital de licitação para arrendar o Tegram, projeto aguardado há anos pelo agronegócio. A abertura das propostas está prevista para 18 de outubro. O Tegram é um projeto interessante do ponto de vista logístico pela sua conexão com o sistema ferroviário.
Na licitação do Tegram vão ser oferecidos quatro lotes para arrendamento por 25 anos renováveis por igual período. Cada lote terá área total de 40.327 metros quadrados. Em cada lote serão construídos silos de armazenagem com capacidade estática para 125 mil toneladas de soja. Os ganhadores terão de formar consórcio para elaborar em conjunto o projeto de construção das estruturas de armazenagem, de recebimento e de expedição dos grãos nos navios.
"É um projeto de grande impacto para o Brasil", disse o presidente da Emap, Luiz Carlos Fossati. Ele afirmou que levantamento feito pela Emap indicou 20 empresas interessadas no projeto. O Tegram vai permitir o escoamento da soja via Ferrovia Norte-Sul (FNS), a qual se liga no trecho norte à Estrada de Ferro de Carajás (EFC), que chega ao porto do Itaqui, em São Luís, onde será implantado o projeto.
Fossati disse que na licitação cada empresa poderá ficar com um lote. Mas se alguma área não tiver proposta o ganhador de um dos outros lotes poderá fazer oferta pelo lote vazio. Na proposta de arrendamento, os concorrentes vão oferecer um valor a ser pago em parcela única, no ato de assinatura do arrendamento, a título de "oportunidade de negócio". Esse valor vai definir o ganhador. Também será feito pagamento inicial de R$ 1,88 milhão.
O ganhador se compromete a pagar R$ 1,60 por metro quadrado por mês como parcela fixa pela área total a ser arrendada. Esse pagamento será feito em 300 parcelas mensais. Outro ponto é a parcela de pagamento variável por tonelada movimentada. Essa taxa será de R$ 2,03 por tonelada em cada operação de carregamento de navio. A Emap informou que em caso de empate na licitação, entre duas ou mais propostas, a classificação se fará por sorteio em ato público com todos os licitantes sendo convocados.

Aportes elevados em armazéns e logística no interior paulista
DCI 01.09.2011 - A logística do interior de São Paulo atravessa sua melhor fase. Companhias como GR Properties e Vallor Urbano investem na construção de galpões industriais e de distribuição de bens em cidades como Jundiaí, Campinas e Pindamonhangaba. Atraídas pelas novas vias de acesso à região, pela mão de obra qualificada, e pela proximidade das indústrias e dos consumidores, além da expansão vertiginosa da pronta entrega para o comércio eletrônico, as empresas ampliam suas operações de logística para esta parte do estado. "Um setor que está com demanda latente na região por logística é o do e-commerce", disse Guiherme Rossi, da GR Properties. Ele ressalta ainda outros setores: "Nossos galpões são procurados principalmente por empresas que distribuem bens de alto valor, como celulares e eletrônicos".
Hoje, perto de 50% do estoque de condomínios industriais no de São Paulo já são ocupados por empresas logísticas. "O crescimento acelerado das chamadas 'cidades médias' do Brasil é uma tendência", afirma Sérgio Guimarães Pereira Júnior, diretor da Vallor Urbano, "e ele gera espontaneamente um aumento da demanda de produtos, serviços e abastecimento". A companhia, em conjunto com a transportadora Binotto, está investindo R$ 50 milhões para erguer na região um Centro Logístico Intermodal. Já a GR Properties está alocando R$ 20 milhões em seus condomínios logísticos. A alta do preço dos terrenos no interior, no entanto, pode tornar inviáveis novos galpões.

Excluindo combustível, frete fica perto do zero
Valor 01.09.2011 - A indústria do transporte marítimo de carga enfrenta o período mais prolongado de fretes próximos de zero (excluindo os custos com combustíveis) de sua história de meio século na rota Ásia-Europa, por causa da combinação de excesso de capacidade com o menor crescimento no comércio desde 2009. Isso está levando a um rearranjo até da velocidade dos navios.
O comércio na segunda rota de contêineres mais movimentada do mundo cresceu 4,2% no segundo trimestre, o menor avanço desde o fim de 2009, segundo estimativas da Container Trade Statistics Ltd. da Inglaterra. Os fretes, excluindo as sobretaxas de combustível, foram "praticamente" zero em julho e pouco mudaram este mês, na pior sequência já registrada, diz Menno Sanderse, analista do Morgan Stanley em Londres.
Embora o crescimento do volume de contêineres transportados tenha diminuído por quatro trimestres consecutivos, ele ainda não chega perto da contração de 22% registrada no primeiro semestre de 2009. Normalmente, a Europa importa mais produtos no terceiro trimestre de cada ano, período em que as lojas começam a formar estoques para as festas de fim de ano. Esse ganho poderá desacelerar este ano porque o comércio acredita que a preocupação com as economias globais e com os empregos vai afetar os gastos do consumidor.
Analistas estão cada vez mais pessimistas com o impacto do lento crescimento do comércio nos lucros das empresas
"Se você é um grande varejista e tem essas turbulências, você vai ficar preocupado", afirma Lars Jensen, presidente-executivo da SeaIntel Maritime Analysis de Copenhague, que presta consultoria a companhias de navios de transporte de carga e portos. "Será que as pessoas vão comprar para o Natal? Vão comprar mais, ou menos, que o usual? Quanto mais incertezas você tem, maior a possibilidade de você pecar por excesso de cautela no lado das compras."
O comércio de contêineres na rota Ásia-Europa deverá crescer uma média de 4% a 6% este ano, em comparação ao crescimento de 15% da capacidade da frota, ainda segundo o Morgan Stanley. O custo, incluindo as sobretaxas de transporte de um contêiner de 20 pés (6 metros) de Xangai ao noroeste da Europa está em US$ 839,61, contra o pico de US$ 2.165 atingido em março de 2010, segundo Mels Boer, um corretor de derivativos de fretes da ACM/GFI de Londres. O especialista cita um índice semanal produzido pela Shanghai Shipping Exchange.
Analistas de ações estão cada vez mais pessimistas com o que o lento crescimento do comércio representará para os lucros das empresas. A A.P. Moeller- Maersk, a maior linha de navios de transporte de carga do mundo, terá uma queda de 25% no lucro líquido, para 19,71 bilhões de coroas suecas (US$ 3,8 bilhões), este ano, segundo a média das estimativas de 16 analistas consultados pela Bloomberg.
Embora a estimativa média tenha caído 21% desde o começo do ano e as ações da companhia sediada em Copenhague tenham recuado 31%, apenas quatro de um total de 24 analistas consultados pela Bloomberg estão com a recomendação de venda para a ação.
O setor poderá perder de US$ 2,5 bilhões a US$ 3 bilhões este ano, segundo Philip Damas, diretor de navios de linhas regulares e redes de fornecimento da Drewry Shipping Consultants em Londres. Proprietários e operadores perderam US$ 20 bilhões em 2009, quando o comércio global de contêineres encolheu pela primeira vez na história.
Os donos de navios petroleiros na rota Arábia Saudita-Japão estão pagando para que fretem seus navios
A rota de contêineres Ásia-Europa é superada apenas pelo comércio entre a Ásia e a Costa Oeste dos Estados Unidos e responde por cerca de 9% dos carregamentos globais anuais de 139,9 milhões de TEUs (unidades de 20 pés, tamanho referencial de um contêiner), segundo a Clarkson de Londres, a maior corretora marítima do mundo.A Containerisation International, uma provadora de dados e análises de Londres, estima que há 335 navios trabalhando nessa rota. O comércio em direção ao Ocidente é mais que o dobro do volume de produtos que segue em direção ao Oriente.
As transportadoras estão cortando serviços e desativando mais navios para reduzir a capacidade e aumentar os fretes, diz a BRS-Alphaliner, uma provedora de dados para o setor, em um relatório divulgado no dia de 2 de agosto.
O equivalente a quatro navios, cada um deles capaz de transportar 8.000 contêineres de 20 pés, vem entrando nessa rota a cada semana em 2011, o que já aumentou a oferta de frota em 12% em relação a um ano atrás, segundo estima a Alphaliner. Isso está levando a uma maior desativação de navios, com a suspensão de uma capacidade combinada de 210 mil contêineres de 20 pés até 15 de agosto, segundo Yann Le Gouard, um consultor da companhia.
A frota global de navios de transporte de contêineres cresceu 17%, para 4.767, desde o fim de 2007 e as encomendas para os estaleiros correspondem a quase 28% da capacidade existente, segundo dados da IHS Fairplay do Reino Unido.
Isso é menos que o excesso de capacidade nos navios de carga que transportam commodities secas como carvão e minério de ferro, onde as encomendas correspondem a 36% da capacidade atual. O índice Baltic Dry de fretes para esses navios caiu 41% nos últimos 12 meses, segundo a Baltic Exchange, que publica determinações de taxas diariamente para mais de 50 rotas marítimas.
Os donos de navios petroleiros estão perdendo dinheiro, já que a Bolsa de Londres mostra que os retornos sobre a rota referencial Arábia Saudita-Japão estão negativos este mês. Isso significa que os donos estão efetivamente pagando aos clientes para que eles fretem seus navios, concordando com isso porque a medida cobre alguns custos com combustíveis, ao mesmo tempo em que os navios se dirigem para regiões mais lucrativas.
Cerca de 90% do comércio mundial é feito por via marítima, segundo a Round Table of International Shipping Associations.
As linhas de contêineres responderam reduzindo as velocidades dos navios para reduzir os custos com combustíveis e prolongar as jornadas. Os navios da Maersk estão seguindo a uma média de 18 nós da Ásia para a Europa, em comparação a 21 nós antes da crise financeira de 2008, segundo Morten Engelstoft, diretor operacional da Maersk Line, a unidade de contêineres da A.P. Moeller-Maersk.
Essa redução de velocidade acrescenta mais de três dias a uma viagem de Xangai a Roterdã, o maior porto da Europa, segundo a SeaRates.com, uma bolsa on-line de fretes.
Os proprietários poderão responder à queda nos retornos tirando mais navios de serviço, aumentando potencialmente os fretes no quarto trimestre e no primeiro semestre de 2012, segundo afirma Sanderse do Morgan Stanley em um relatório divulgado dia 3 de agosto.

Goldman Sachs mostra visão pessimista para economia mundial .
WSJ 31.08.2011 - Um estrategista de peso do Goldman Sachs Group Inc. traçou um cenário particularmente sombrio para a economia aos clientes de fundos de hedge do banco e deu sugestões de como esses operadores podem tirar vantagem da crise financeira na Europa.
No relatório de 54 páginas enviado para centenas de clientes institucionais do Goldman e publicado em 16 de agosto, Alan Brazil — um estrategista do Goldman que faz parte da mesa de operações do banco — argumenta que serão necessários pelo menos US$ 1 trilhão em capital para recuperar os bancos europeus; que as pequenas empresas nos Estados Unidos, um motor para as contratações no passado, ainda estão se arrastando; e que o crescimento da China pode não ser sustentável.
Entre suas sugestões de Brazil para fazer aplicações baseadas nessa análise pessimista: uma opção de investimento sofisticada que permite apostar na queda do euro, e uma aplicação de desvalorização através de um índice de contratos de seguro para o crédito de ações financeiras europeias. O relatório também inclui algumas informações detalhadas sobre as instituições financeiras europeias e esclarece a profundidade dos problemas na Europa, nos EUA e na China.
Um porta-voz do Goldman Sachs disse: "Para o seu conhecimento, as instituições financeiras publicam relatórios sugerindo estratégias para atender às necessidades dos clientes. Se os clientes quiserem fazer hedge de exposições existentes ou assumir posições de compra ou de venda, nosso objetivo é ajudá-los a superar os desafios apresentados pelo mercado." Por meio do porta-voz, Brazil, que tem 57 anos, não quis comentar.
O relatório é divulgado num momento em que o Goldman e seus principais concorrentes disputam negócios nas áreas de consultoria e de banco de investimento entre as nações europeias. Na quarta-feira, o Goldman Sachs e outros dois grandes bancos realizaram uma conferência em Londres na qual o secretário de Economia da Espanha, José Manuel Campa, planejava detalhar as medidas de austeridade fiscal do governo espanhol e apresentar o modelo do país para os investidores, segundo um convite ao qual o Wall Street Journal teve acesso. O Goldman tem posição de liderança entre os bancos nas operações de vendas de títulos de dívida soberana da Espanha.
As firmas de Wall Street já tentaram vender sugestões de investimento para fundos de hegde que seriam recompensadas em tempos de crise no passado. Antes da crise financeira de 2008, o Goldman e outros grandes bancos de Wall Street aconselharam seus clientes com apostas na desvalorização do mercado imobiliário envolvendo swaps de crédito — os chamados CDS, semelhantes a contratos de seguro cujo preço sobe quando cai o valor dos ativos em que eles se baseiam — criados pela instituição. O Goldman às vezes, nesse tipo de transação, foi a parte que apostava na queda, mesmo quando estava vendendo para clientes posições de aposta na alta.
As ideias de negociação do relatório publicadas pelo estrategista Alan Brazil, no entanto, são diferentes dos produtos atrelados às hipotecas vendidos pelo Goldman, porque estes últimos envolvem produtos financeiros que já existem, como opções e índices. Como um "formador de mercado" nos produtos listados no relatório do estrategista, o Goldman está oferecendo unir as alternativas de investimento descritas pelo banco. Quando o Goldman conduz esse tipo de operação, o banco embolsa comissões mais altas do que as operações com ações, que rendem apenas alguns centavos por ação. As posições de investimento do Goldman poderiam, talvez, se beneficiar caso os fundos de hedge e outros clientes façam apostas baseadas no relatório. O Goldman diz em negrito no começo do relatório que outros operadores do banco, ou "empregados do Goldman" podem já ter feito investimentos com base no relatório.
Claro que o estrategista do Goldman não está sozinho em sua visão sombria sobre a Europa: as apostas pessimistas para o mercado europeu predominam atualmente em Wall Street. Brazil também não está ligado aos instrumentos financeiros mencionados no relatório. Por exemplo, a unidade de Pesquisa e Estratégia em Commodities e Economia Global do Goldman divulgou um relatório sobre câmbio em julho que menciona as perspectivas de apostas numa queda do euro em relação ao dólar e ao franco suíço. Outros bancos de investimento têm estrategistas que fornecem dicas de investimento para fundos de hedge.
O relatório, divulgado pelo grupo de Estratégia de Fundos de Hedge da divisão de títulos do Goldman, dá acesso às sugestões de investimento que serão criadas para os fundos de hedge por estrategistas como Brazil, que fazem parte da mesa de operações do Goldman, e não da equipe de pesquisa.
Tais estrategistas sentam lado a lado com os operadores que executam as negociações para os clientes. Ao contrário de analistas das divisões de pesquisa das empresas — que supostamente devem ficar isolados das informações sobre as atividades dos clientes da firma — esses estrategistas das mesas de operação têm uma visão privilegiada do vaivém das apostas de investimento dos clientes.
Eles podem ver se existe um forte interesse entre os fundos de hedge em assumir posições com apostas de baixa para um determinado setor, e observam os volumes de negociação secarem ou explodirem. O ponto de vista deles é alimentado por mais informações, frequentemente confidenciais, sobre os clientes do que as opiniões de analistas, fazendo com que suas pesquisas e sugestões sejam altamente valorizadas pelos operadores.
O próprio relatório observa que as informações ali contidas não são consideradas como pesquisa pelo Goldman. "Este material não se trata de consultoria independente e não é um produto da [unidade] de Pesquisa de Investimento Global", destaca o relatório. Os gestores de fundos de hedge são aconselhados a não repassar os relatórios de Brazil, e cada página tem o nome do cliente de fundo de hedge. Não está claro se algum cliente fez aplicações baseadas nas sugestões do relatório.
O relatório de Brazil traz uma linguagem e detalhes sobre os problemas do mercado que normalmente não aparecem em materiais de pesquisa para o público. Os fundos de hedge devem se preparar para tempos difíceis, ele sugere.
"Lá vamos nós outra vez", diz ele no relatório, em meio a vários gráficos mostrando estatísticas negativas semelhantes aos problemas que precederam o pânico financeiro em 2008. Brazil escreve: "Resolver um problema de dívida com mais dívida não resolveu o problema atual. Nos Estados Unidos, o aumento da dívida do Tesouro financiou o consumo no país, mas não teve impacto suficiente sobre a criação de empregos. Os EUA podem continuar a depreciar a moeda de base mundial?", pergunta.
Brazil dá detalhes sobre os financiamentos de 77 instituições financeiras da Europa, identificando alguns que são especialmente alavancados. Esses detalhes são valiosos para investidores que estão buscando aplicações com apostas em quedas por meio de swaps de crédito para bancos europeus, dizem gestores de fundos de hedge.
Para os investidores que querem fazer uma aposta mais ampla contra as instituições financeiras europeias, Brazil sugere comprar um contrato de swap de crédito de cinco anos atrelado a um índice, que reflete a nota de crédito de várias empresas europeias. Cerca de 20% dos componentes do índice, o "iTraxx Europe series 9", são bancos e seguradoras, diz Brazil.
Ele também recomenda uma "opção" de seis meses que permite aos investidores apostar contra o euro em relação ao fraco suíço. O euro "pode se desvalorizar se pacotes de socorro financeiro adicionais ou medidas de estímulo forem aprovadas pelos governos europeus", escreve.

Grécia: dívida está 'fora de controle'
Exame 31.08.2011 - Novo relatório que analisa as finanças do país mostra que o novo plano de resgate não surtiu efeito. A recessão e o alto crescimento da dívida deixaram a situação sem controle, segundo o relatório.
A gestão da dívida grega está "fora de controle" e os atrasos em relação às metas de redução do déficit - exacerbado por uma profunda recessão - ameaçam anular os benefícios do novo plano de resgate, constatou a nova comissão de controle orçamentário do país.De acordo com um relatório divulgado nesta quarta-feira, a comissão, composta por analistas independentes, estima que "um aumento importante da dívida, somado a um grande déficit e a uma profunda recessão, levaram a dívida a ficar fora de controle".
"Estes desenvolvimentos se contrapuseram amplamente ao impacto positivo" do último plano de resgate da União Europeia, que se elevou a 159 bilhões de euros (230 bilhões de dólares), acordado no mês passado, disse a comissão em seu relatório divulgado pela agência de notícias Athens News Agency.
Atada pelos cortes orçamentários, a economia grega se contraiu a um ritmo alarmante. O ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, declarou na semana passada que o Produto Interno Bruto (PIB) se contrairia mais de 4,5% em 2011, contra 3,5% previstos anteriormente.
Ao mesmo tempo,a dívida grega cresceu para 350 bilhões de euros.
A Grécia está sendo auditada pela União Europeia, pelo Fundo Monetário Internacional e pelo Banco Central Europeu para saber quando será desbloqueada a sexta parte do empréstimo de 110.000 bilhões de euros acordado com Atenas no ano passado.

Para Fiesp, diminuição da Selic é positiva, mas ainda insuficiente
Exame 31.08.2011 - Para João Guilherme Ometto, presidente em exercício da Fiesp, o Banco Central demonstrou timidez.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) considerou positiva, mas ainda insuficiente, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de diminuir a taxa básica de juros da economia (Selic) de 12,5% para 12%.
Para João Guilherme Ometto, presidente em exercício da Fiesp, o Banco Central demonstrou timidez “diante do quadro de arrefecimento da economia doméstica e internacional”. Para ele, a autoridade monetária brasileira pode estar cometendo um “grave erro” ao manter uma postura conservadora, oferecendo uma pequena redução na taxa de juros.
“Só uma forte redução de juros pode fazer com que o país mantenha o ritmo de crescimento, sem comprometer o controle dos preços”, disse Ometto, por meio de nota. Segundo ele, ao manter os juros elevados, o Copom está retraindo o consumo no país e trazendo para o Brasil os efeitos da crise internaciona



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