segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Azul.CA.26.09

Daily News
Colombo contrata Bradesco para ser posta à venda
Varejista gaúcha é uma das mais cobiçadas pelos concorrentes, Eterna noiva do mercado de varejo, a rede gaúcha Colombo contratou o Bradesco para encontrar um comprador, segundo a coluna Radar, da edição desta semana de Veja.
Quarta maior rede de eletrodomésticos e móveis do país, a Colombo é apontada pelos especialistas como a última grande empresa à venda. Com mais de 300 lojas, o mercado estima que seu faturamento foi de 1 bilhão de reais no ano passado.
Trata-se de uma cifra cobiçada por muitos motivos. Para a Máquina de Vendas, por exemplo, a eventual compra da Colombo consolidaria sua vice-liderança. Em julho, a empresa se associou à Eletro Shopping, o que fará com que seu faturamento ultrapasse os 7 bilhões neste ano.
Prós e contras: Já para o Magazine Luiza, a compra da Colombo poderia não significar o retorno ao segundo lugar, mas, pelo menos, evitaria que a Máquina de Vendas disparasse na sua frente. Em junho, o Magazine voltou à vice-liderança por um curto espaço de tempo, ao adquirir a Lojas do Baú e elevar sua previsão de faturamento, para este ano, para 5,715 bilhões de reais.
O ponto, segundo os especialistas, é que a compra da Colombo seria mais benéfica à Máquina de Vendas do que ao Magazine. Com origem no Nordeste, a Máquina de Vendas poderia consolidar uma boa posição no Sul do país sem incorrer em sobreposições de lojas – algo que o Magazine enfrentará, caso compre a rede gaúcha.
Dos sete estados em que o Magazine atua, haveria coincidência em pelo menos cinco: São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Varejistas 'novatas' atraem fundos e concorrentes
Valor 26.09.2011 - Há um grupo de redes varejistas novatas que surgiram na primeira metade da década de 90 - início do período de estabilidade econômica no país - que estão no radar de tradicionais cadeias nacionais e estrangeiras interessadas em futuras aquisições.
São redes jovens, discretas, com 15 a 20 anos no mercado e criadas num período de mudança drástica do varejo brasileiro, quando o fim da hiperinflação acabou com os ganhos financeiros que maquiavam as perdas operacionais das redes. Muitas dessas novas varejistas, ainda sob o comando da primeira geração, dizem não ter interesse em se desfazer do negócio. Algumas aceitariam negociar, conforme apurou o Valor, a depender da proposta na mesa.
Companhias como a rede Ricoy criada em 1994 com foco na classe C e 74 pontos em São Paulo, e a cearense Lojas Rabelo, de 1993, com 78 lojas e crescimento de 27% neste ano, se destacam nesse grupo de jovens empresas com ativos interessantes, na avaliação de consultores.
O comando da Rabelo, da família de mesmo nome, teria sido procurado no ano passado por Luiza Trajano, do Magazine Luiza, observam fontes do setor. Mas a ideia de vender o negócio não agrada a empresa agora. E a Ricoy (que em 2010 cresceu 75%) já foi discretamente sondada pelo Grupo Pão de Açúcar, há cerca de dois anos, mas não aceitou negociar, apurou o Valor. "Se pagarem o que eu quiser podem ficar com a empresa", comentou à época com um amigo próximo Paulo Tadao, sócio da rede Ricoy, criada com a união das redes Riviera e Yokoi.
Em outros dois segmentos, a catarinense Havan, uma das poucas lojas de departamento de grande porte no país, e a capixaba HortiFruti, com 23 lojas e R$ 530 milhões de receita prevista em 2011, já teriam sido sondadas por investidores e varejistas interessados no negócio. A Havan, do empresário Luciano Hang, 49 anos, tem sido constantemente assediada por fundos que investem em companhias, "mas Luciano é muito novo e pensa nisso antes de aceitar conversar com esses investidores", conta uma fonte próxima à rede, com 27 pontos.
Essas empresas com menos de 20 anos no mercado (só a Havan surgiu mais cedo, em 1986) se estabeleceram num momento de transição do setor. Até a abertura de mercado e início do Plano Real, varejistas no Brasil escondiam ineficiências nos ganhos inflacionários. "Elas tinham altos ganhos financeiros com juros elevados e especulavam com o estoque", disse Albertino Serretino, sócio da consultoria GS&MD Gouvêa de Souza. Com estoques mínimos, a empresa podia usar o capital para obter lucro alto no sistema financeiro.
O fim da inflação acabou com esse ganho, mas as redes criadas nas últimas duas décadas não enfrentaram essa mudança na forma como gerir o negócio. "Nós começamos a operar dentro de um cenário muito mais tranquilo. Era fácil nos organizarmos porque você sabia que os ganhos vinham da venda", disse Richard Saunders, fundador da Eletroshopping, criada em 1994 e com 148 lojas no país. Neste ano, a rede do Recife (PE) se uniu ao grupo Máquina de Vendas, companhia criada da união de Ricardo Eletro e Insinuante.
Na avaliação de Nelson Barrizzelli, professor de economia da USP e especialista em varejo, o bom desempenho dessas "novas" varejistas não é explicado apenas pelo período em que surgiram. "As redes criadas no início da fase de estabilidade não passaram pelo processo de ajuste em sua gestão como as mais antigas", disse. "Elas surgiram dentro de um ambiente em que regras básicas do varejo, como conhecer o seu público e ter um ambiente de loja adequado, eram fundamentais para a operação dar certo", afirmou ele. "Mas isso não quer dizer que elas sejam empresas melhores que as outras já existentes, que tiveram que se readequar após o fim da inflação".
As empresas citadas na reportagem foram procuradas, mas não quiseram se pronunciar.

Há demanda para hotéis, mas crédito continua difícil no Brasil
Valor 26.09.2011 - Peter van Voorst Vader, presidente do BHG: "Quando tem crise, todo mundo fica com o pé atrás, mais conservador".
O ambiente de incerteza econômica, com crise na Europa e nos Estados Unidos, transforma a América Latina numa das melhores alternativas de investimento para a indústria de hotéis. A hotelaria da região cresce com mais vigor do que a média mundial e começa a atrair investidores acostumados a resultados rápidos, não familiarizados com o retorno de longo prazo dos hotéis. A tradicional dificuldade de obter financiamento, especialmente no Brasil, tem aumentado.
Como alternativa de financiamento, a rede Accor, em parceria com um banco de investimentos e uma incorporadora, vão lançar no Brasil um fundo de investimento imobiliário exclusivo para hotéis. São projetos que partem do zero, ou "greenfield".
"Como nunca antes visto, a América Latina apresenta-se para o mundo como uma oportunidade numa situação onde há muita volatilidade e muita incerteza", diz o presidente na América do Sul da empresa especializada em consultoria para hotéis HVS, Arturo García Rosa. Segundo ele, a receita e volume de hóspedes no mercado sul-americano cresceram 15% no primeiro semestre. A média mundial está em 4,5%, diz García, que esteve reunido com executivos do setor de hotéis na semana passada em Santiago (Chile) durante a 4ª Conferência Sul-Americana de Investimentos em Hotéis e Turismo (SAHIC, na sigla em inglês).
No evento, foi lembrada a existência de um linha de crédito lançada no início de 2010 pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), batizada de ProCopa Turismo: R$ 1 bilhão para ampliação e modernização do parque hoteleiro tendo em vista a Copa de 2014. Até agora, foram concedidos apenas R$ 210,9 milhões.
O candidato tem de apresentar uma garantia de 130% do valor do empréstimo - considerado um percentual alto por executivos do setor. O BNDES informa que o credor pode obter taxas de juros menores e prazos maiores se investir em tecnologia que garanta racionalização energética e sustentabilidade.
"O problema no Brasil é o custo do dinheiro. Quero ver a situação daqui a três ou quatro meses. Quando tem crise, todo mundo fica com o pé atrás, mais conservador", diz o presidente da Brazil Hospitality Group (BHG), Peter van Voorst Vader. A BHG, braço de hotéis da GP Investments, planeja movimentar R$ 600 milhões nos próximos cinco anos para abrir 40 hotéis próprios ou com parceiros no país. Hoje, tem 36.
Presente em 66 países, com 1.058 hotéis, a rede americana Starwood planeja inaugurar 16 hotéis na América Latina até 2014. Atualmente são 66 empreendimentos na região. O vice-presidente de aquisições e desenvolvimento para o Brasil da Starwood, Roberto Amorim, diz que 10 projetos estão em negociação no Brasil, onde a rede tem seis empreendimentos das marcas Sheraton, Méridien e Four Points.
Segundo Amorim, a Starwood pretende lanças marcas inéditas no mercado brasileiro, como Aloft e St. Regis. "Os terrenos no Brasil estão muito caros. Quando alguém faz um investimento, eles querem retorno rápido", diz.
O diretor da consultoria Jones Lang LaSalle no Brasil, Ricardo Mader, atesta a dificuldade de se obter financiamento, especialmente no Brasil, e acrescenta que os investidores estão buscando aplicar com capital próprio. "Cada vez mais vai haver fundos soberanos, imobiliários, de pensão. Eles estão começando a olha a hotelaria de novo como boa alternativa", afirma ele.Com cerca de 3,5 mil hotéis no mundo, sendo 63 na América Latina, e quatro no Brasil, a rede americana Marriot & Ritz Carlton está abrindo em torno de 100 mil quartos em até quatro anos no mundo. Desse total, 6 mil estarão no mercado latino-americano, diz o vice-presidente de desenvolvimento da empresa no Brasil, Guilherme Cesari. "Antes, para investir no Brasil, os investidores escolhiam projetos com a rentabilidade muito alta. Agora, estão revendo sua expectativa para baixo".
A rede americana Hilton planeja abrir 18 hotéis na América Latina até 2013, segundo a diretora de desenvolvimento para a América do Sul, Paula Muniz. "Não tenho dúvida que vamos crescer mais rápido do que a Europa e os Estados Unidos", disse a executiva.

Empresas perderam US$ 378,1 bi na bolsa e piso cai a 42 mil
DCI 26.09.2011 - O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa, pode ir a 42 mil pontos se um provável calote da Grécia gerar risco sistêmico nos bancos europeus. "Estamos em um ciclo de baixa. Depois de romper o suporte de 48 mil pontos, está o piso de 42 mil pontos, quando muitas companhias vão estar abaixo do valor patrimonial", argumenta o analista sênior de macroeconomia da BB Investimentos, Hamilton Alves.
"No entanto, o indicador pode se recuperar rapidamente de 9 meses a 1 ano devido aos bons fundamentos da economia brasileira", prevê o analista sênior. Em sua avaliação, a recuperação rápida seria semelhante à ocorrida em 2009, depois da eclosão da crise econômica mundial registrada em setembro de 2008.
Isso se verificaria mesmo depois de as empresas de capital aberto brasileiras já terem sofrido bastante neste ano. Do final de 2010 até quinta-feira, as companhias perderam US$ 378,1 bilhões em valor de mercado. O cálculo é da Economatica, sobre análise de 301 empresas. No final de 2010 as empresas brasileiras tinham valor de mercado de US$ 1,43 trilhão, que caiu 26%, para US$ 1,057 trilhão. De acordo com a consultoria, a diferença equivale à soma dos valores de mercado de Petrobras, Vale, AmBev e Banco do Brasil em 20 de setembro de 2011.
O Ibovespa na semana passada teve queda acumulada de 6,95%, a pior desde os primeiros cinco dias de agosto, quando perdeu quase 10%. Na sexta, a queda foi de 0,09%.

Interessados articulam parcerias
Valor 26.09.2011 - Mesmo com as incertezas, as empresas brasileiras já têm se articulado para montar sociedades. Além de operadores internacionais, as companhias estão incluindo investidores estratégicos - como fundos de investimento. Segundo fontes, a Odebrecht, por meio da subsidiária de investimentos Odebrecht Transport, tem conversado com diferentes operadores europeus e americanos, como o ADC & HAS - de Houston. A empresa reivindica uma participação direta de operadores para que eles se comprometam com riscos e investimentos necessários. Essa participação ficaria entre 20% e 25% na sociedade montada pela empreiteira, segundo fontes.
Entre as empreiteiras interessadas, também estão Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa. As duas têm participação no grupo CCR (17% cada), com forte atuação em concessões rodoviárias e detentora da concessão da Linha 4-Amarela do metrô de São Paulo (por meio de sua controlada ViaQuatro). A CCR já está avaliando, por um comitê, a inclusão do setor aeroportuário em seu objeto social. Com isso, Andrade e Camargo teriam a CCR para participar das concessões.
Galvão Engenharia é outra construtora interessada. A empresa está em fase final de negociações com a operadora do aeroporto de Munique. O empresário Eike Batista também anunciou recentemente o interesse e disse ter conversado informalmente com a alemã Fraport sobre o assunto. A empresa alemã, no entanto, tem feito negociações também com outros grupos brasileiros. Segundo fontes do mercado, a mexicana GAP desistiu dos aeroportos brasileiros.

Eventos favorecem CCR, Ecorodovias e Mills
Valor 26.09.2011 - A Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), a Ecorodovias e a Mills são as empresas com mais potencial para se beneficiar do boom da infraestrutura no Brasil em projetos que deverão ser executados nos próximos quatro anos. Esse é o entendimento da equipe de análise do Goldman Sachs, que realizou conferência sobre o tema no Rio de Janeiro e em São Paulo na semana passada.
O banco estima que pelo menos R$ 85 bilhões serão investidos por conta da Copa do Mundo, em 2014, e da Olimpíada, em 2016. O valor representa 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2010.
CCR e Ecorodovias, acreditam os analistas Eduardo Siffert Couto, Tais Correa e Jerry Revich, são as mais bem posicionadas para lucrar com os novos projetos.
Eles destacam que a CCR tem o diferencial de, além de concessões rodoviárias, ser a única empresa de capital aberto no Brasil que opera com o metrô.
"Considerando as novas linhas que já estão operacionais e as que estão planejadas, acreditamos que a CCR tem o potencial de passar a obter receitas neste segmento semelhantes às que hoje obtém com as estradas", afirmam em relatório.
O banco estima que 32 quilômetros em novas linhas de metrô e seis novas estradas, projetos particularmente concentrados em São Paulo, consumirão R$ 57 bilhões em investimentos.
CCR e Ecorodovias também estão estudando participar da privatização de aeroportos, aponta o Goldman Sachs.
De acordo com o governo federal, informa o relatório, os aeroportos de São Paulo, Campinas (SP) e Brasília poderão ser privatizados em 2012, o que deverá absorver R$ 2,7 bilhões.
Para as ações de CCR e Ecorodovias, a recomendação do Goldman Sachs é de compra. O potencial de alta, em 12 meses, é de 30%.
Os analistas apontam a Mills como diretamente beneficiada pelo boom brasileiro em infraestrutura por ser uma das principais fornecedores de equipamentos para engenharia e construção.
O banco acredita que o setor de construção deverá viver um pico em 2012. Os 12 estádios que serão erguidos para a Copa do Mundo, diz, estão em construção, com investimentos de R$ 6,6 bilhões estimados. Os projetos para a Olimpíada no Rio de Janeiro também estão em andamento, com R$ 18 bilhões a serem destinados para transportes (metrô e linhas de ônibus expressos) e urbanização.
Atualmente, diz o Goldman, a Mills já está fornecendo equipamentos para 7 dos 12 estádios que estão sendo construídos para a Copa. Esses projetos, nas contas dos analistas, podem gerar fortes receitas anuais em construção pesada para a Mills, que poderão variar entre R$ 113 milhões e R$ 340 milhões, dependendo do andamento dos projetos.
A recomendação para a ação da Mills é neutra, e o potencial de valorização é de 17%, inferior ao de CCR e Ecorodovias, portanto. O Goldman avalia que o atraso no início de alguns projetos no começo deste ano podem ter afetado negativamente os resultados da empresa no terceiro trimestre.
O Goldman chama a atenção dos investidores para companhias que estejam ligadas aos setores de fabricantes de trens, hotelaria, alimentação, imobiliário e operadores globais de aeroportos. Como exemplo, cita que o governo do Rio prevê crescimento de 30%, para 34 mil, no número de quartos de hotéis na cidade até 2013. Mesmo assim, esse número ainda é insuficiente para atender a demanda, que é projetada em 42 mil quartos.
Analisando o impacto dos eventos esportivos em outros países, a tendência é que a infraestrutura e a atividade econômica atinjam picos dois anos antes dos jogos.

Consumo de adubos cresce duas vezes a média mundial
Valor 26.09.2011 - David Roquetti: Brasil investe o equivalente a 15% de tudo o que será investido no mundo na área de fertilizantes.
Estudo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (FAO-OCDE) aponta que o Brasil deverá aumentar em 40% a produção agrícola até 2019, superando com grande margem países como Ucrânia (29%), Rússia (26%), China (26%), Índia (21%), Austrália (17%), Estados Unidos e Canadá (10 a 15%). Para que essa projeção se concretize, porém, o país deverá avançar no uso de insumos agrícolas.
Hoje o Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes. O consumo, em 2010, foi de 24,6 milhões de toneladas, o equivalente a 6% do mercado mundial, atrás dos EUA (12%), Índia (16%) e China (30%). Esse volume ainda é baixo diante do potencial do mercado brasileiro e dos desafios que o país terá de enfrentar.
Segundo Francisco Eduardo Lápido-Loureiro, pesquisador do Centro de Tecnologia Mineral (CETEM) e um dos autores do livro "Fertilizantes, Agroindústria e Sustentabilidade", cerca de 80% das propriedades produtivas brasileiras são de pequenos produtores e baseadas em agricultura familiar, que usam pouca ou nenhuma tecnologia ou fertilizantes.
"Cerca de 60% dos estabelecimentos agrários não aplicam nenhum tipo de fertilizante. Com isso, o país tem um déficit de 900 mil toneladas de fertilizantes nitrogenados, 400 mil toneladas dos fosfatados e os de potássio", diz.
A utilização de insumos minerais, porém, é crescente: o Brasil passou de um consumo de 69 quilos por hectare em 1995 para 132 quilos em 2009. Ao mesmo tempo, os EUA caíram de 184 quilos por hectare para 114 quilos. Diante das perspectivas de crescimento da produção e do potencial de mercado a ser explorado, espera-se um aumento ainda maior na demanda por fertilizantes, cuja taxa de crescimento de 6% ao ano é o dobro da média mundial.
Aumentar a oferta brasileira de fertilizantes é fundamental para o país garantir a continuidade da expansão do seu agronegócio.
"Para atender a esta crescente demanda estão previstos, até 2015, investimentos de US$ 13 bilhões, que representam 15% de tudo o que será investido no mundo na área de fertilizantes", informa David Roquetti Filho, diretor executivo da Associação Nacional de Difusão de Adubos (Anda). Em termos globais há vários fatores impulsionando o crescimento da demanda por fertilizantes, que deverá ultrapassar 200 milhões de toneladas em 2015 para atender as demandas de alimentos da população, que irá atingir 7,7 bilhões de pessoas. A começar pelo potencial de terras aráveis, limitado a 0,5% ao ano até 2020.
Soma-se a isso o crescimento da população urbana, que tem padrões de dietas mais altos, e as perspectivas de aumento de consumo de grãos, que deverá atingir níveis recordes, exigindo cada vez mais aumento da produtividade devido à limitação de água potável e terras agrícolas.
No Brasil o maior desafio hoje é reduzir a dependência da importação de minerais e macronutrientes, que historicamente atinge 70% dos fertilizantes que o país consome. Segundo a Anda, no ano passado esse percentual caiu para 62%. A produção nacional passou de 3,2 milhões de toneladas em 1990 para 10,1 milhões em 2010, uma expansão de 216%.
As importações ocorrem em função da escassez de insumos utilizados na produção. Em 2010, o Brasil produziu apenas 10% do potássio de que necessita, 23% dos nitrogenados e 55% dos fosfatados.
"Um país com o potencial agrícola como o Brasil não pode ficar nesta dependência", resume Benedito da Silva Ferreira, vice-presidente do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Fiesp. Segundo David Roquetti, da Anda, um dos principais pontos que afetam a competitividade é o ICMS de 8,4%. "Além disso, há problemas sérios de infraestrutura e logística. Um navio que fica parado no porto tem um custo diário de R$ 60 mil", resume.
Apesar das dificuldades, ao menos 13 projetos de novas plantas de fertilizantes ou de produção de minérios como fosfato e potássio estão em curso. Na área de fosfatados são seis projetos. E dois novos projetos no Nordeste, em Santa Quitéria (CE), com investimento de US$ 615 milhões da Galvani; e em Arraias (TO), projeto da MBAC que soma US$ 220 milhões.
No Sudeste são dois empreendimentos, em Patrocínio (MG) e em Uberaba (MG), ambos da Vale , que somam US$ 3,3 bilhões. E há ainda um projeto de US$ 1,2 bilhão da Copebrás, em Catalão (GO). Todos envolvem a produção de rocha fosfática, ácido sulfúrico, ácido fosfórico e fertilizantes do tipo SSP (superfosfato simples, o de menor concentração de fósforo e de menor custo, sendo portanto o mais utilizado e o de maior produção no país); TSP (super fosfato triplo, com alto nível de concentração de fosfato e mais caro) e MAP (mono amônio fosfato, fertilizante binário composto por amônia e ácido fosfórico). No total estão previstos US$ 5,7 bilhões de investimentos e prazo de início de produção variando de 2012 a 2015.
Em potássio, existe apenas um projeto a ser conduzido pela Vale em Sergipe, avaliado em US$ 1,8 bilhão, com capacidade para 1,2 milhão de toneladas e previsão de início de produção em 2015. Com relação aos nitrogenados, seis projetos somam investimentos de US$ 5,35 bilhões. São dois no Nordeste, em Candeias (BA), um investimento de US$ 22 milhões da Proquigel, e Laranjeiras (SE), um investimento de US$ 80 milhões da Petrobras.
A estatal conta ainda com projetos em Três Lagoas (MS), que soma US$ 2 bilhões; Linhares (ES), US$ 2,5 bilhões, e Uberaba (MG), US$ 500 milhões. A Vale tem projeto de US$ 250 milhões em Cubatão. Juntos, produzirão 1,7 milhão de toneladas de amônia, 2 milhões de ureia e 264 mil toneladas de ácido nítrico.

Empresa de menor porte ganha espaço nos investimentos de fundos de pensão
23.09.2011 Reuters - Volatilidade alta no mercado de capitais vem fazendo com que os fundos de pensão invistam em empresas com menor liquidez na bolsa. Com a alta volatilidade da bolsa, os fundos de pensão resolveram reforçar as apostas em ações de empresas de menor porte, as small caps. Tradicionais compradores de ações mais líquidas, como da Petrobrás e da Vale, os fundos estão se reunindo com empresas e analistas em busca de ações com potencial de valorização para melhorar os ganhos com a renda variável. As small caps, como são papéis com menor liquidez, costumam ser menos voláteis.
O interesse por esses papéis ocorre em um momento ruim para os fundos de pensão. Nenhuma fundação deve bater a meta atuarial em 2011, segundo estimativas da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar).
Mesmo no cenário mais otimista desenhado pela Abrapp, com a bolsa fechando o ano em 70 mil pontos, a previsão é de que os fundos tenham rentabilidade inferior à variação do INPC mais 6%, meta de rentabilidade da maioria deles. Somente em 2008 é que os fundos não conseguiram superar a meta. Os fundos de pensão têm nada menos que R$ 545 bilhões de ativos aplicados no mercado financeiro, dos quais R$ 174 bilhões estão na bolsa.
O índice da Bolsa de Valores de São Paulo formado só por ações de empresas de menor porte (o índice de small caps) acumula queda de 12% nos últimos 12 meses, resultado melhor que o Ibovespa, o principal índice da bolsa, nesse período (queda acumulada de 23%).
Consultados pela Agência Estado, os executivos responsáveis pela carteira de investimento de vários fundos de pensão citaram alguns papéis que consideram interessantes. Entre algum dos nomes citados, estão Odontoprev, Kroton Educacional, Fleury, SulAmérica, Lojas Marisa, Multiplus.
Mercado interno. "Na bolsa, estamos procurando papéis principalmente ligados ao mercado de consumo interno", destaca Carlos Costa, diretor financeiro da Petros, o fundo de pensão dos funcionários da Petrobrás, que conta com ativos de R$ 53 bilhões - dos quais 35% estão aplicados na bolsa. É em empresas ligadas a esse segmento que o executivo acredita estarem as maiores oportunidades em tempos de bolsa volátil. "Muitas empresas foram castigadas e estão com preços atrativos."
De acordo com o executivo, a Petros tem estratégias diferentes para aplicar na bolsa. Uma delas é comprar papéis de empresas como investimento de longo prazo, com participação maior e até assento no conselho de administração. É o caso, por exemplo, da BRF - Brasil Foods, Petrobrás e da Ultrapar. A outra é buscar oportunidades de ganho no dia a dia do pregão, atrás de pechinchas. Nesse caso, estão incluídas as empresas de menor porte.
A CSU CardSystem, empresa que faz processamento de operações com cartões de crédito e débito, tem reuniões agendadas na próxima semana com alguns fundos de pensão em Brasília. "Vimos que os fundos estão interessados em ações de empresas menores e resolvemos fazer algumas apresentações", diz a diretora de relações com investidores da CSU, Mônica Molina.
Na avaliação de Mônica, um dos atrativos da CSU é exatamente o fato de a empresa operar com cartões, mercado que vem crescendo cerca de 20% ao ano há mais de dez anos. Há pouco mais de um ano, a CSU lançou uma plataforma para prestar serviços para novas empresas que entrarem no mercado de credenciamento de lojistas para bandeiras de cartões.
Novas alternativas. Eustáquio Lott, presidente da Valia, fundo de pensão dos funcionários da Vale, entende que, nesse novo cenário econômico, com juros em queda e bolsa oscilando, os fundos terão mesmo de buscar novas alternativas de investimento. Entre essas alternativas estão as ações de empresas menores e outras opções de papéis emitidos por empresas, como debêntures. A Valia tem ativos de R$ 14 bilhões. "Vai ser muito difícil superar a meta (atuarial) este ano", disse Lott.
O Metrus, fundo de pensão dos funcionários do Metrô de São Paulo, com R$ 1,2 bilhão em ativos, também está aplicando em empresas de menor porte. A fundação pode comprar os papéis tanto de forma direta, via corretora, quanto por meio de aplicação em fundos de investimento dedicados a small caps, segundo seu presidente, Fábio Mazzeo. "São papéis interessantes e com potencial de valorização", disse o executivo.

Novo aeroporto em SP amplia incerteza sobre futuras concessões
Valor 26.09.2011 - A cerca de três meses do prazo anunciado pelo governo federal para a concessão de três aeroportos no país, empresas interessadas nos terminais localizados no Estado de São Paulo estão diante de nova incerteza: a possível aprovação, nos próximos anos, de um terceiro aeroporto na região metropolitana da capital paulista. Defendido pelo governo estadual, o novo terminal pode interferir na demanda de passageiros e cargas de Guarulhos e, principalmente, na de Viracopos (em Campinas).
Para a construtora paranaense CR Almeida, que declarou o interesse nos aeroportos por meio do grupo EcoRodovias (com atuação em concessões de estradas e em logística), falta clareza em relação ao projeto. "O governo [federal] deve dizer de maneira muito clara o que vai fazer sobre esse terceiro aeroporto, porque ele 'rouba' passageiros e cargas e é muito mais próximo de São Paulo do que Campinas. Esse projeto tem uma capacidade de influência muito grande nos editais", diz o presidente da EcoRodovias, Marcelino Rafart de Seras.
A Infraero prevê que seja necessário um investimento de R$ 6 bilhões de 2012 a 2015 nos três aeroportos.
Encabeçado por Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, o projeto do chamado Novo Aeroporto de São Paulo (NASP) estaria sendo desenvolvido para a cidade de Caieiras, na região metropolitana da capital. Embora não se pronunciem oficialmente, a Andrade já afirmou que estuda o projeto. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) já defendeu várias vezes a ideia - a última declaração foi na semana passada. O vice-governador, Guilherme Afif Domingos (sem partido), também defende publicamente o projeto. O governo federal, no entanto, segundo o próprio vice-governador paulista, é resistente ao projeto e prefere que investimentos sejam priorizados aos aeroportos já existentes.
Renato Abreu, presidente do grupo MPE - que participou do leilão do Aeroporto de São Gonçalo de Amarante e tem interesse nas próximas concessões -, concorda que o novo terminal pode interferir no resultado dos aeroportos de São Paulo. "Vai atrapalhar com certeza, principalmente Viracopos."
O projeto, bem como sua possível interferência no faturamento de outros aeroportos, é apenas uma das incertezas sobre o processo de concessões. Um segundo ponto é a participação exata e o papel da Infraero em cada sociedade de propósito específico que irá gerir os terminais. O ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, já afirmou que a participação de até 49% da estatal é uma das únicas regras já certas para os editais. Há questionamentos ainda sobre como funcionará a autoridade portuária, figura a ser criada pelo governo para fiscalizar os serviços em cada aeroporto.
Além disso, a quantia de investimentos exigido nos editais para cada empreendimento também continua só como estimativa das empresas. Nem a Agência Nacional de Aviação Civil tem o montante e, oficialmente, diz que a questão ainda está em análise. A Infraero prevê, no entanto, que R$ 5,89 bilhões sejam demandados apenas no período entre 2012 e 2015, nos três aeroportos juntos - de acordo com documentos disponibilizados aos interessados. Ao longo de todo o período de concessão - também incerto, mas que pode se aproximar de 25 anos, como no terminal do Rio Grande do Norte (primeira do setor) -, os investimentos podem variar de R$ 3 bilhões a R$ 6 bilhões em um único aeroporto, estima Abreu, do grupo MPE. Ele acredita que a participação de um investidor estratégico, como um fundo, é fundamental para a disputa nos projetos. "São investimentos altos. Sem um parceiro desses, seria impossível", diz.
Para Guilherme Lopes do Amaral, advogado especialista em direito aeronáutico, a dificuldade da iniciativa privada em relação ao tema é devida à falta de histórico em relação ao processo de concessões. "É difícil para as empresas entenderem como será o processo e qual a rentabilidade do negócio", diz. Outra dificuldade seria em relação ao modelo de concessão. A do Rio Grande do Norte funcionou por leilão e vencia o maior valor de outorga. "O governo precisa decidir se esse é o melhor modelo. Uma possibilidade é a concessão com regras misturadas entre maior outorga e menor valor tarifário", diz Amaral. As empresas também acreditam que o governo pode impedir um grupo de conquistar mais de um aeroporto de grande porte. O setor espera definições do governo para as próximas semanas.

Fusões e aquisições aumentam 40%
Valor 26.09.2011 - O setor de mineração experimenta um boom de fusões e aquisições no país. No primeiro semestre foram 14 operações. O crescimento, na comparação com o mesmo período do ano passado, foi de 40%, de acordo com estudo da KPMG.
Do total, nove operações envolveram empresas estrangeiras adquirindo parte do controle de mineradoras nacionais e três foram de grupos brasileiros que passaram a ter participação total ou parcial em mineradoras fora do país.
"Há algum tempo o Brasil atrai um número maior de investidores, com uma demanda crescente no setor de mineração ou energia e recursos naturais", diz André Castello Branco, sócio da KPMG no Brasil. "O chinês olha o país com atenção, com interesse em garantir a matéria-prima para suas fábricas, enquanto empresas menores compram reservas que ainda não estão em operação já pensando no ganho que terão quando elas começarem a produzir."
De acordo com o acompanhamento da KPMG, a britânica Horizonte Minerals fechou em janeiro um acordo de compra de dois projetos de níquel em Vila Oito e Floresta, em Carajás, no Pará. Em março, a canadense Vaaldiam Resources adquiriu os direitos de extração de diamantes em Braúna, na Bahia. Em abril, a alemã Standard Gold Mines adquiriu da brasileira Mining Finance os direitos da mina de ouro São Pedro, em Minas Gerais. A canadense Terreno Resources comprou a Multiple Targets e a também canadense Revolver Resources assumiu o controle da Oculus Mineração do Brasil.
Em maio, a russa Severstal comprou 25% da SPG Mineração, que tem licença de exploração de minério de ferro no Amapá. Em março, um consórcio japonês e coreano comprou 15% do controle acionário da CBMM, de Minas Gerais, líder mundial na produção e comercialização de nióbio - outros 15% da companhia seriam vendidos a um grupo chinês em setembro. Em junho, a Centaurus Metals, da Austrália, adquiriu o Projeto Serra do Lontra para transformar a Bahia no centro de um corredor de exportação de minério de ferro.
Na contramão, a EBX anunciou em março duas operações de retorno às origens à mineração de ouro com a aquisição do controle acionário da canadense Ventana Gold, dona de direitos minerais na Colômbia de um dos maiores depósitos de ouro subterrâneo do mundo. Já em maio, ainda segundo a KPMG, o Hadar Fund adquiriu uma participação acionária na Eurasia Drilling Company.
"A mineração é um setor forte no Brasil e é natural que também busque oportunidades em países com recursos minerais", afirma André Castello Branco, da KPMG. "Os negócios realizados no setor têm sido bastante focados em transações cross border, pois as empresas do setor, brasileiras e estrangeiras, olham para o mapa de oportunidades de forma global."
Mantida a taxa de crescimento do primeiro semestre, a expectativa dos especialistas é de um novo recorde até o fim do ano. A explicação é que os investidores não apostam mais apenas no ganho especulativo, mas também em ativos mais seguros e no ouro como garantia contra a crise.
"A mineração é um ativo seguro", diz Alexandre Freire, sócio da Minaplan, empresa que faz consultoria para grupos estrangeiros interessados em investir no Brasil. "Há muita procura por jazidas de ouro, em virtude da valorização do metal, mas também de busca por ativos mais palpáveis. Os chineses compram tudo porque precisam garantir as commodities minerais para continuar produzindo e crescendo."
"Notamos esse movimento de retomada dos negócios ao que era antes da crise de 2008", afirma Eduardo Barella, presidente da Progen, líder em estudos de viabilidade técnica-econômica. "O investidor estrangeiro tem certeza de que país é um dos mais ricos do mundo em termos minerais."

Em crise nos EUA, Yahoo mantém expansão no Brasil
Valor 26.09.2011 - André Izay, diretor-geral do Yahoo Brasil: 4 em cada 5 usuários de internet no Brasil acessam conteúdos da empresa.
Se na sede do Yahoo, em Sunnyvale, Califórnia, o clima é de ansiedade para definir o executivo-chefe que sucederá Carol Bartz, demitida no dia 6, a tranquilidade parece reinar na subsidiária brasileira, que reúne 160 pessoas. "Continuamos fazendo o que é nosso foco: buscar aumentar a audiência e as fontes de receita", resumiu André Izay, diretor-geral do Yahoo Brasil.
Recém-chegado de uma viagem feita a Sunnyvale, Izay afirma que os resultados da operação no Brasil agradaram à matriz da companhia americana. Em audiência, o Yahoo Brasil registrou um crescimento de 35% no acumulado de 12 meses até julho, de acordo com dados da consultoria comScore. A audiência da internet no Brasil no mesmo período cresceu 17%.
Em receita com publicidade digital, o Yahoo Brasil cresceu acima da média do mercado, que no primeiro semestre apresentou incremento de 16%, de acordo com dados do Projeto Inter-Meios. O Yahoo não divulga dados de receita por país. Izay diz que a operação brasileira responde por pouco mais de 50% do faturamento do Yahoo na América Latina e tem contribuído para reduzir as perdas da companhia globalmente.
No primeiro semestre do ano fiscal de 2011, a companhia registrou queda na receita global de 23,6%, para US$ 2,44 bilhões. O lucro líquido teve redução de 12,3% no período, para US$ 463,33 milhões. "A combinação da estratégia global com projetos locais têm sido rentável para a companhia no Brasil", afirma Izay. Para ele, isso tem proporcionado bons resultados para o Yahoo no país há dois anos.
Em 2009, o Yahoo decidiu adotar um único conjunto de softwares para seus sites em todo o mundo, substituindo aproximadamente 15 plataformas diferentes adotadas nas subsidiárias até então. A padronização dos softwares, segundo Izay, contribuiu para reduzir custos da operação no Brasil.
Associada a essa padronização de sistemas, o Yahoo Brasil também desenvolveu conteúdos locais que, segundo o executivo, proporcionaram um crescimento mais significativo da audiência e da receita com publicidade digital no país. A subsidiária lançou um conjunto de sites nos segmentos de notícias, entretenimento, notícias sobre celebridades, esportes, cinema, conteúdos para mulheres, entre outros. Izay cita o caso do Yahoo Mulher, que foi lançado há um mês e contabiliza 2,3 milhões de usuários únicos. "Atualmente, todos os sites do [grupo] Yahoo são acessados no Brasil por 68 milhões de usuários, ou quatro a cada cinco internautas", disse Izay, o que foi confirmado pela comScore.
Outro projeto local que o executivo considera exitoso é a formação de parcerias com operadoras de telefonia móvel para uso do serviço de buscas do Yahoo em celulares, em troca do compartilhamento de receita com publicidade. No Brasil, a companhia mantém parceria com Claro, Vivo e TIM, abrangendo 10,3 milhões de usuários.
O Yahoo também desenvolve, há um ano, um sistema de parcerias com lan houses para tornar o seu site a porta de entrada dos usuários em troca do compartilhamento de receita com publicidade. Hoje, 6,6 mil empresas participam do projeto. "Cerca de 7% do nosso crescimento de audiência vem das lan houses", diz Izay.
O Yahoo também promoveu mudanças na distribuição de publicidade. A empresa usa um software de algoritmo semelhante ao adotado pela Amazon.com, que identifica os conteúdos mais acessados pelo usuário e publica na página inicial do Yahoo anúncios relacionados aos seus temas de interesse. "A entrega de conteúdos noticiosos e publicitários mais adequados a cada público têm garantido a expansão do Yahoo no Brasil", afirma Izay.
A próxima aposta é a busca de parceiros no Brasil para produção de conteúdos especializados. Em 2010, o Yahoo comprou, por €100 milhões, a Associated Content, que fornece conteúdos produzidos por freelancers e que são oferecidos para sites parceiros em troca do compartilhamento de anúncios. No mundo, a empresa contrata 400 mil colaboradores. No Brasil, a triagem de freelancers começa nesta semana. "Esses conteúdos novos devem ajudar a atrair mais audiência e anúncios", afirma.

Presidente interino do UBS reorganizará unidade de investimentos
Reuters 25.09.2011 - O novo presidente-executivo interino do UBS foi encarregado de reorganizar a unidade de investimentos do banco suíço, tarefa que levará de dois a três anos para ser concluída, afirmou o presidente do conselho de administração da companhia neste domingo.
No sábado, Oswald Gruebel renunciou ao cargo após o banco apurar perdas de 2,3 bilhões de dólares em transações consideradas ilegais. Sergio Ermotti, vindo da região de Ticino, na Suíça, foi nomeado como seu substituto interino.
O conselho está analisando candidatos internos e externos para ocupar o posto permanentemente. O presidente do conselho do banco, Kaspar Villinger, disse a um jornal neste domingo que o ex-diretor do Bundesbank (o banco central alemão) Axel Weber já foi envolvido no processo de seleção do presidente-executivo como conselheiro independente.
Mas Weber ainda não deve assumir a posição de presidente do conselho de administração até 2013, afirmou Villiger.
Ele também disse que Ermotti --que veio do UniCredit e entrou no UBS em abril como diretor das operações na Europa, Oriente Médio e África e trabalhou em Londres e Nova York-- é um forte candidato para permanecer no cargo.
"Ele tem muita experiência e traz consigo muito do que é necessário para administrar o banco. Também acho bom o fato de ele ser suíço", afirmou Villinger ao NZZ neste domingo.
Enquanto a população suíça perde a paciência com o maior banco suíço após uma série de crises, a nacionalidade de Ermotti pode lhe dar vantagem sobre os competidores e ajudá-lo a lidar com políticos e órgãos reguladores.


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