segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Azul.CA.19.09

Daily News

Nippon vai assumir controle e depois buscar um parceiro
Valor 19.09.2011 - A nova reorganização societária na Usiminas, com a saída dos acionistas Votorantim e Camargo Corrêa do bloco de controle, deve ocorrer em etapas, segundo apurou o Valor. As mudanças na empresa foram precipitadas desde o início do ano pelo movimento de compra de participações na empresa feito pela Cia. Siderúrgica Nacional (CSN), do empresário Benjamin Steinbruch. O desenlace passa pela Nippon Steel, principal acionista controladora da siderúrgica mineira, que está disposta a assumir o controle.
O valor-piso para negociações entre a Nippon e seus sócios Votorantim e Camargo, que formam o bloco V/C, com 26% das ações votantes, foi estabelecido pela oferta não-oficializada da CSN, estimada em até R$ 5 bilhões. Ou seja, um patamar de R$ 40,00 por ação. Representa um prêmio de 67% sobre a cotação do papel na sexta-feira: fechou a R$ 23,85, depois de passar o dia em queda por conta de comunicado divulgado pelos seus acionistas controladores negando entendimentos com a CSN.
Dentro da estratégia para as Américas, a Gerdau e a argentina Techint são bem-vistas como futuras parceiras. Apesar dos comunicados dos integrantes do bloco de controle da Usiminas - Nippon Steel, Votorantim, Camargo Corrêa e o Clube dos Empregados da Usiminas (CEU) -, isso não significa que Votorantim e Camargo Corrêa, que receberam ofertas não solicitadas da CSN e negaram-se a negociar com Steinbruch, não estejam interessadas em vender essas participações. Os dois grupos não têm mais posicionamento estratégico na siderúrgica mineira, onde estão desde 1996 (Camargo) e 1998 (Votorantim).
A posição dos dois grupos na Usiminas é atualmente de investidores financeiros. Não têm pressa de vender, mas também não faria sentido recusar propostas a preços que incorporem o potencial de ganho futuro da siderúrgica. O "upside" projetado para a Usiminas, alcançando uma geração de Ebtida (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) de R$ 8,3 bilhões está previsto para ocorrer só em 2015, conforme informação recente da empresa. Quase metade desse valor viria do negócio de minério de ferro. Os dois grupos estariam dispostos a esperar quatro anos e apostar que isso, de fato, se materialize?
Como os parceiros japoneses têm o direito de preferência na aquisição das ações e não querem sair da empresa nem se tornarem sócios de Steinbruch, a questão, agora, é de acerto de valores com os parceiros japoneses. Além da Nippon, que é a líder dos acionistas japoneses, outros sócios importantes do grupo nipônico são a Mitsubishi e a Metal One, totalizando 27,8% de participação no capital controlador da empresa.
Para uma fonte qualificada do setor, Votorantim e Camargo Corrêa não farão leilão de suas participações. "Elas vão procurar chegar a um entendimento bom para ambas e justo para os parceiros japoneses", afirma.
Desde o fim do ano passado, Steinbruch já comprou no mercado 11,3% de ações ON (com direito a voto) da Usiminas, mas todas fora do bloco de controle. Com mais de 15% das PN (preferenciais, sem direitos a voto), hoje o empresário já é o maior acionista individual da sua concorrente direta no mercado de aços planos, com 13,2% do capital total.
A estratégia da Nippon será primeiro fechar o acordo de compra com Votorantim e Camargo e se fortalecer como acionista da Usiminas. Os japoneses passarão a deter 54% do capital votante se comprarem as participações dos dois grupos industriais, o correspondente a 28% do capital total da empresa.
O passo seguinte da Nippon Steel, com vistas a sua estratégia de ampliar a atuação no mercado de aço das Américas, é buscar um parceiro com visões parecidas e com quem possa fazer um casamento de interesses comuns. O grupo Gerdau, décimo maior produtor do mundo, é bem-visto. Outro player mundial importante com o qual a siderúrgica japonesa tem bom relacionamento é a Ternium, controlada do grupo ítalo-argentino Techint, que atua na Argentina, México e EUA.
Para fontes ouvidas pelo Valor, pode ser precipitado da parte da Nippon simplesmente pôr outro acionista no lugar de Votorantim e Camargo. A operação inteligente é avaliar uma fusão de ativos - seja com Gerdau Açominas seja com a Ternium - que traga sinergias industriais e comerciais. E isso é difícil imaginar que os japoneses o façam da noite para o dia.
Atualmente, a Nippon Steel conduz no Japão a união de seus ativos com os da Sumitomo Metal. Anunciada no início de fevereiro, a fusão das duas siderúrgicas, tem prazo para ser concluída em outubro de 2012. Essa união, que leva de volta a Nippon ao segundo lugar no ranking mundial, atrás apenas da ArcelorMittal, busca fortalecer as duas empresas no mercado asiático e ganhar músculos para a briga com os chineses, que vêm ganhando força a cada dia na região. E o mercado japonês não tem perspectivas de crescimento da demanda.
Outro motivo para não fechar um acordo apressado com Gerdau ou Ternium é que ambos os grupos são concorrentes da Nippon Steel no mercado global de aço, tanto em produtos planos como em longos. A estratégia de uma aliança com uma das duas companhias visaria principalmente as Américas. Nessa estratégia, a Ternium se encaixa bem no desenho comercial da região. Hoje, as operações da empresa na Argentina, México e EUA têm capacidade de laminação de produtos finais superior à de matéria-prima - produção de placas. A Usiminas poderia complementar esse "gap" com placas excedentes de suas usinas de Ipatinga (MG) e Cubatão (SP). Para a Ternium, essa união significaria que ela deixaria de investir US$ 5 bilhões em um projeto para fabricar placas no Porto Açu, de Eike Batista, no litoral do Rio de Janeiro. Esse projeto ficaria, a principio, desnecessário para sua estratégia de abastecimento, considerando que há excedente de aço no mundo hoje.
Outro fator de aproximação dos dois grupos é que Nippon Steel e Ternium têm uma parceria tecnológica e comercial numa operação no México.
Da parte da brasileira Gerdau, que não é carta descartada, apesar de comunicado na sexta-feira negando negociações para compra das ações de Votorantim e Camargo, ela teria a oferecer como principal ativo a controlada Açominas, siderúrgica com amplo potencial de expansão e com projetos em curso de produção de chapas grossas e laminados a quente, dois produtos feitos pela Usiminas.
Os ganhos de sinergias operacionais, logísticas e comerciais seriam enormes, avaliam especialistas do setor. "Seria um casamento perfeito, sonhado há décadas", disse uma grande conhecedora das duas empresas. Além do mais, ambas detêm reservas de minério de ferro - matéria-prima cujos preços estão próximos de US$ 200 a tonelada - que seriam suficientes para abastecer sua produção. A lógica, afirmam, é que as duas empresas poderiam, no atual cenário de margens de ganhos comprimidas na siderurgia brasileira e mundial, racionalizar a execução de seus projetos futuros, reduzindo os custos de investimentos.

'Private equity' avança para interior do país
Valor 19.09.2011 - T&A Pré-fabricados, investida pela Rio Bravo, foi contratada para a construção da Arena Fonte Nova, em Salvador, que precisa ficar pronta até 2013.
Em um mercado cada vez mais competitivo após a maciça entrada de recursos e gestoras estrangeiras no país, os fundos de private equity - que compram participações em empresas - intensificaram os investimentos fora dos grandes centros. O objetivo é buscar boas oportunidades a preços mais atrativos e escapar da concorrência.
Alguns dos maiores negócios anunciados este ano, como a compra de 50% do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) pelo Advent, aconteceram fora do eixo Rio-São Paulo. Mas fundos que buscam aquisições de empresas de menor porte também estão mais ativos no processo de diversificação geográfica. O Valor apurou que pelo menos um novo negócio com essas características deve ser anunciado esta semana por uma gestora nacional.
Apesar do maior interesse, os investimentos dos fundos no interior ainda têm grande espaço para crescer. Dados da gestora Ocroma apontam que 89% dos negócios realizados no ano passado foram concentrados nos dois principais estados do país.
Mas essa realidade já começa a mudar. Conhecida por investimentos na área de tecnologia, como a CPM Braxis e, mais recentemente, no Grupo Mtel, a Alothon Group foi encontrar uma das companhias que compõem atualmente o portfólio, que gira em torno de US$ 300 milhões, em Pelotas, no interior gaúcho.
Segundo Ettore Biagioni, sócio da Alothon, que possui um escritório em Porto Alegre, a perspectiva de crescimento da demanda por produtos de alimentação saudável levou o fundo a investir no início deste ano na Irgovel, fabricante de óleos e produtos derivados do farelo de arroz.
Mesmo fundos que já possuem atuação regional agora gastam mais sola de sapato para fechar negócio. A CRP Companhia de Participações, tradicional gestora com foco em aquisições na Região Sul, viajou 500 quilômetros de Porto Alegre a Santa Maria, no interior gaúcho, para fechar um aporte na Camera, que atua em soja, trigo e milho. "Existem empresas grandes, com faturamento na casa de R$ 1 bilhão, que ainda estão longe da indústria de private equity", afirma Clovis Meurer, sócio-diretor da CRP.
A Rio Bravo, pioneira em investimentos no Nordeste, estuda partir para a captação de um terceiro fundo dedicado à região. Os dois primeiros, voltados a aquisições de empresas de menor porte, levantaram o equivalente a R$ 160 milhões e ainda devem realizar mais dois investimentos.
Já com o novo fundo, a intenção é assinar cheques de valor maior, segundo Luiz Medeiros, gestor da Rio Bravo. "Já identificamos oportunidades que não pudemos concretizar por conta das limitações dos fundos atuais", diz o gestor. A presença com um escritório no Nordeste é um diferencial da instituição em relação aos concorrentes que começam a chegar à região, segundo Medeiros, que participou na semana passada do evento Private Equity World, em São Paulo.
Uma das apostas da Rio Bravo é a cearense T&A, empresa de pré-fabricados de concreto, processo que permite acelerar o tempo de execução das obras. Não por acaso, a empresa foi contratada para executar o projeto da Arena Fonte Nova, em Salvador. "A obra precisa ficar pronta para a Copa das Confederações, em 2013", lembra o diretor de operações da T&A, Aquiles Ponte.
A previsão é de que a companhia registre faturamento de R$ 250 milhões este ano, um aumento da ordem de 60% em relação a 2010. "Não é impossível dizer que dentro de quatro ou cinco anos a receita chegue a R$ 1 bilhão", projeta Medeiros.
A ida para o interior também é alternativa de fundos menores, como a Trivella Investimentos, que aposta na agilidade para identificar negócios no interior paulista e Norte do Paraná. "Um cheque de R$ 2 milhões a R$ 5 milhões na hora certa pode fazer a diferença para uma empresa dar um salto de qualidade", ressalta Jon Toscano, sócio da gestora.
Com R$ 40 milhões de patrimônio, a Trivella, que também tem como sócio Marcel Malczewski, cofundador da empresa paranaense de automação comercial Bematech, tem planos ambiciosos de alcançar os R$ 400 milhões sob gestão nos próximos 12 meses. Para isso, aposta também no crescimento da área de fundos imobiliários no interior, por meio de parcerias com empreendedores locais.

Marfrig vende ativos de logística por US$400 milhões
Reuters 18.09.2011 -  Depois de realizar cerca de duas dezenas de aquisições nos últimos anos e se tornar uma das mais diversificadas empresas de alimentos do mundo, chegou a vez de o brasileiro Marfrig vender. A companhia informou neste domingo ter fechado negócio com a multinacional norte-americana Martin-Brower para vender o braço de logística adquirido quando realizou a compra da Keystone Foods, no ano passado.
Pela Keystone, assumida no início de 2011 e que tornou o Marfrig o maior fornecedor do McDonald's, a companhia pagou 1,2 bilhão de dólares. E agora o frigorífico brasileiro vende o braço de logística da Keystone por 400 milhões de dólares, com o objetivo de focar no núcleo do negócio da empresa, a produção e comercialização de carnes.
"Recebemos uma oferta muito boa e vendemos esse braço (do negócio) que não é do 'core' nosso, para focar no segmento nosso", disse o presidente do Marfrig, Marcos Molina, à Reuters.
Como negócio estratégico, Molina considera carnes bovina, suína, de aves, de peixes e produtos elaborados.
A operação vendida, basicamente caminhões e armazéns, envolve os serviços de logística especializada para redes de alimentação nos EUA, Europa, Oriente Médio, Oceania e Ásia, com exceção da joint venture criada recentemente com a COFCO para o desenvolvimento de logística na China.
O montante pago pela Martin-Brower --especializada em logística e soluções para o mercado de food service-- deve entrar no caixa do Marfrig no último trimestre do ano.
"Sem dúvida, 400 milhões de dólares reforça muito o caixa... fica numa situação bem confortável", afirmou o presidente, referindo-se à melhora na relação de dívida/Ebitda.
A companhia terminou o segundo trimestre com uma dívida bruta de 10,3 bilhão de reais, com um indicador de alavancagem de 3,9 vezes, alta contra os 3,59 vezes do primeiro trimestre, após a aquisição da Keystone.
Questionado se os recursos da venda poderiam ser utilizados para novas aquisições, Molina soltou uma gargalhada.
"Não tem nada a ver uma coisa com a outra, primeiro foi estratégico a gente fazer isso, queira ou não queira, melhora o caixa e a relação dívida/Ebitda. Outras aquisições no setor são outra coisa, é outra coisa que a gente tem que estudar, analisar e ver se é viável, não tem nada ver um caso com o outro", declarou.
Ele refutou ideias de que o negócio tenha relação com um suposto interesse do Marfrig nos ativos que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) mandou a Brasil Foods vender. Os ativos à venda da BRF são vistos como complementares aos do Marfrig, segunda maior processadora de carnes do país.
"Não é pra dar a interpretação de que o Marfrig vendeu a empresa para comprar ativos da Brasil Foods, como está todo mundo falando. Não tem nada a ver uma coisa com a outra."
Distribuição: O Marfrig continua tendo o sistema de distribuição de carnes próprio, deixando de realizar o transporte de produtos não relacionados ao principal de seu negócio.
O braço de logística da Keystone vendido distribui uma série de outros produtos, como por exemplo guardanapos personalizados, copinhos, canudinhos, a caixa do sanduíche, tendo também o McDonald's como um importante cliente.
"Era uma logística que não fazia serviços para os nossos negócios. Quando compramos a Keystone, compramos o pacote inteiro, mas analisamos nesse período e, como o foco nosso é buscar sinergias, focar no negócio, decidimos pela venda."
A operação foi anunciada menos de uma semana após a criação da Keystone Foods América Latina, planejada para atuar na produção, comercialização e distribuição de alimentos, também com foco em melhora a eficiência.
"Esse é mais um passo de gestão para melhorar a eficiência, para reduzir custos, para a gente estar cada dia mais competitivo... como fizemos muitas aquisições no passado, este ano e no próximo é ano de sinergia e eficiência."


Avessa à ideia de venda, rede BH prevê faturar R$ 1,8 bi
Valor 19.09.2011 - A expectativa de concentração do setor de supermercados em Minas Gerais, após a venda da rede Bretas à chilena Cencosud, deve trazer novo papel à Supermercados BH, terceira maior cadeia do Estado. "Eles terão que se posicionar como consolidadores ou como vendedores. E será algo a curto prazo pois o mercado vai ficar menor", diz Antonio Coriolano Marques, sócio da RetailConsulting.
Fundada em 1996, a BH faz parte do grupo de novas varejistas que surgiram no país no período de estabilidade econômica. Nos últimos três anos, a rede abriu 34 lojas, quase uma por mês - média elevada entre as cadeias de atuação regional no país. Em 2010, as vendas subiram 31,5%, taxa de expansão inferior só a do Grupo Pão de Açúcar e a do G.Barbosa, empresa controlada pela Cencosud.
A expansão da rede e o bom momento do mercado local fizeram crescer o interesse de grupos estrangeiros e nacionais na BH. Em MG, o setor cresce a um ritmo duas vezes maior que a média do país. Sondagens já teriam sido à rede pelo Walmart e pela Cencosud. "Eles não pensam nisso. Há um projeto de sucessão, com a família envolvida no crescimento do negócio", diz Leonardo Pena, executivo responsável pelo departamento fiscal do BH, na 12ª posição do ranking de supermercados no país.
Para este ano, o BH espera registrar um faturamento de R$ 1,8 bilhão, 20% acima do R$ 1,5 bilhão apurado no ano passado, conta Pena. Com 110 lojas, a companhia planeja abrir três novas unidades até o fim do ano. Em relação ao tema aquisições, a rede, que só cresce organicamente, não comenta se há projetos de compra na mesa. "Por enquanto, eles só pensam em consolidar o negócio na região."
Na visão de analistas, pode ser difícil manter a competitividade num mercado com redes globais cada vez maiores e com altos ganhos de escala. O Walmart já anunciou um plano de investimento de quase R$ 30 milhões em Minas Gerais até 2014. "A tendência é que as redes regionais vendam ou se associem. Quem não se mexer pode ficar isolado", diz Marques.
Para os anos de 2012 e 2013, o crescimento do BH deve vir de reformas e ampliações de lojas, segundo tem comentando o presidente da cadeia, Pedro Lourenço de Oliveira. Reservado, Oliveira costuma dizer que acertou quando decidiu focar o negócio, desde o seu início, no consumidor das classes C e D. "Quando as redes perceberam que isso era um filão e tanto, a gente já tinha de pé umas 50 lojas", disse ele ao Valor, em uma da poucas entrevistas concedidas.
Uma das mais novas iniciativas da empresa está na área fiscal e tributária. A companhia decidiu melhorar a forma como verifica os seus dados relacionados ao pagamento de impostos. Foi implementado neste ano um sistema de auditoria fiscal por meio digital da empresa Asis Projetos, que faz verificação prévia dos dados enviados ao Fisco. "Queríamos mais segurança em relação ao dados que tínhamos", diz Pena. "Como tenho 110 lojas e a multa para cada incoerência no Fisco gira em torno de R$ 5 mil, um único erro captado me poupa R$ 550 mil".

Uniban é a oitava e maior aquisição da Anhanguera neste ano
Exame 18.09.2011 - Instituição custou mais que o dobro do total gasto pelas sete universidades compradas até agora.
O apetite da Anhanguera Educacional pelas aquisições está bem grande. A compra da Uniban, anunciada neste domingo, é o oitavo negócio fechado pela instituição neste ano – e também o maior.
Circula no mercado que o valor pago pela Uniban é de 510 milhões de reais. Se confirmado, representará mais que o dobro dos 222 milhões que a instituição investiu nas sete aquisições realizadas anteriormente neste ano.
O preço, porém, representa o peso da Uniban para o portfólio de negócios da Anhanguera. Sozinha, a nova controlada agregou mais alunos que as outras compras. Também colocou a Anhanguera entre os maiores grupos privados de ensino superior do mundo.
Veja, a seguir, as aquisições da Anhaguera neste ano:
Uniban: O negócio foi fechado por 510 milhões de reais, segundo informações de mercado. Seu fundador, Heitor Pinto Filho, deve permanecer como consultor do grupo por dois anos. Com 13 unidades em três estados (São Paulo, Paraná e Santa Catarina), a Uniban conta com 55.000 alunos. Do total, 92% em cursos de graduação.
Luiz Rosa: A Instituição Educacional Professor Luiz Rosa foi comprada pela Anhanguera em julho, por 4,95 milhões de reais, sendo 1,96 milhão de reais em dívidas. Com um campus na cidade paulista de Jundiaí, a instituição conta com 1.000 alunos.
UniABC: Também em julho, a Anhanguera comprou a Unifec, instituição que controla a Universidade do Grande ABC. O acordo foi fechado por 55,989 milhões de reais, sendo 6,5 milhões em dívidas. O campus da UniABC fica na cidade paulista de Santo André e conta com 9.000 alunos.
Sociedade Educacional de Belo Horizonte: Em maio, a Anhanguera adquiriu 100% da Sociedade Educacional de Belo Horizonte. Com o negócio, a empresa passou a controlar duas instituições de ensino mantidas pela Sociedade: a Faculdade Metropolitana de Belo Horizonte (ESN) e a Praetorium Instituto de Ensino e Pesquisa. A aquisição saiu por 40,278 milhões de reais, sendo 6,745 milhões em dívidas, e agregou 6.713 alunos.
Faculdades Integradas Torricelli: No final de abril, a Anhanguera comprou a Associação de Ensino Superior Elite, que controla a Faculdades Integradas Torricelli. Situada em Guarulhos, na Grande São Paulo, a instituição conta com 6.480 alunos. Sua aquisição foi fechada por 38,998 milhões de reais, sendo 16,512 milhões em dívidas.
Grupo Anchieta: Em março, o Instituto Grande ABC de Educação e Ensino e a Novatec Serviços Educacionais foram compradas por um valor total de 74,8 milhões de reais. As empresas são controladoras da Faculdade Anchieta e da Faculdade de Tecnologia Anchieta. O grupo conta com 12.276 alunos. Antes da compra da Uniban, esta havia sido a maior aquisição da Anhanguera neste ano.
Uirapuru: Também em março, a Anhanguera comprou, por 5,069 milhões de reais, a Faculdade Uirapuru e o Instituto Manchester Paulista. Ambos pertenciam ao grupo Ibmec. Juntas, as instituições possuem 1.509 alunos.
CTS: A lista de aquisições do ano é completada pela UNI CTS, em março. Fechado por 2,2 milhões de reais, o negócio garantiu à Anhanguera o controle da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Brasília. Não há dados sobre o número de alunos, mas a Anhanguera informou, na época, que são oferecidas 880 vagas para cursos como Pedagogia e Ciências Contábeis.

Eike vai comprar empresa que trouxe UFC ao Brasil
Exame 18.09.2011 - O negócio será fechado por meio da IMX, empresa que o bilionário criou para atuar no setor de eventos.
O bilionário Eike Batista também está de olho no UFC. Segundo nota publicada na coluna Radar, da revista VEJA, a IMX, empresa que ele criou em sociedade com a americana IMG para atuar no setor de shows e entretenimento, vai comprara a Brasil 1, que trouxe o UFC para o Rio de Janeiro no mês passado.
O UFC é uma organização americana de diferentes tipos de artes marciais que virou sucesso em todo o mundo. O principal lutador brasileiro no UFC é Anderson Silva, campeão mundial na categoria peso médio.

Argentina e China firmam acordo que visa expandir relações comerciais
AFP 18.09.2011 -Segundo a Afip, a Argentina possui 59 empresas com acionistas da China e 12.213 pessoas físicas de nacionalidade chinesa que realizam atividades comerciais
 Argentina e China negociam um acordo para trocar informações tributárias relativas a pessoas físicas, sociedades, fundações e qualquer entidade sujeita a responsabilidade tributária com o intuito de facilitar operações comerciais entre os dois países, anunciou neste domingo (18) a Administração Federal de Recursos Públicos (Afip, na sigla em espanhol), com sede em Buenos Aires. Segundo a Afip, a Argentina possui 59 empresas com acionistas da China e 12.213 pessoas físicas de nacionalidade chinesa que realizam atividades comerciais, disse o organismo em comunicado.
A troca dessas informações será possível assim que Pequim concluir os procedimentos internos legais para a entrada em vigor do acordo que o titular da Afip, Ricardo Echegaray, havia firmado no final de 2010 com o Comissário da Administração Estatal de Impostos da China, Xiao Jie. "Este é um grande passo para ambas as nações, já que a China é um importante sócio comercial da Argentina", disse Echegaray.
Em 2010, a Argentina exportou 6,4 bilhões de dólares em produtos para a China.
Além disso, Pequim se transformou em um dos principais investidores na Argentina, com 15 bilhões de dólares investidos nos últimos dois anos, destinados a mineração, energia e finanças.

Autopeças nacionais ganham proteção
DCI 16.09.2011 - O governo federal surpreendeu e anunciou na noite de ontem a elevação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor automotivo. A medida eleva em 30 pontos percentuais o tributo para as montadoras que não atenderem ao mínimo de 65% de conteúdo nacional. Com isso o setor de autopeças sai fortalecido, porque as empresas que quiserem manter sua participação de mercado precisarão recorrer a fornecedores instalados no Brasil. Caso isso não ocorra dentro de 60 dias a perspectiva é de que o preço desses veículos seja reajustado entre 25% e 28%, conforme informou o ministro da Fazenda, Guida Mantega, em Brasília. O anúncio foi feito em conjunto com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, e da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercandante. Os membros do governo afirmaram que a intenção é proteger a indústria nacional, que tem perdido espaço para automóveis importados. "Para empresas que preencherem os requisitos não muda nada", disse Mantega. "É uma medida que garante a expansão dos investimentos no Brasil, o desenvolvimento tecnológico e a expansão da capacidade produtiva no Brasil", completou. A medida vale até dezembro de 2012. Essa medida tenta, em primeiro lugar, combater o aumento seguido dos estoques de veículos, que atingiram 398,8 mil unidades em agosto, o equivalente a 37 dias de vendas se considerado o ritmo atual, o maior período desde novembro de 2008 (56 dias), no auge da crise econômica mundial. No caso dos automóveis de até mil cilindradas, o IPI passará de 7% para 37%. Para os veículos de mil a duas mil cilindradas a alíquota atual, de 11% e 13%, subirá para 41% a 43%.
Ainda na manhã de quinta-feira, o presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), José Luiz Gandini, afirmou que a medida é um absurdo, já que os carros que desembarcam de outros países têm de arcar com Imposto de Importação de 35%. Ele lembrou ainda que apenas 5,79% das vendas de automóveis e comerciais leves foram feitas pelas associadas e que a maior parte das importações veio de indústrias que têm fábrica(s) no Brasil.

Suzano avalia venda de ativos de papel
Valor 19.09.2011 - Não muito distante de atingir o limite de alavancagem financeira estabelecido pelo conselho de administração, com vencimentos de mais de R$ 4 bilhões de dívida até 2014 e ciente de que o negócio de papel já não oferece um futuro tão promissor, a Suzano Papel e Celulose avalia a venda de ativos nessa área. Em um lance surpreendente e inesperado pelo mercado, conforme apurou o Valor, a companhia comandada pela família Feffer busca ainda reorganizar as finanças para cumprir a meta de investimentos de quase R$ 10 bilhões na área de celulose e energia renovável até 2013.
Segundo fontes, o banco JP Morgan foi contratado para comandar a operação, que pode ser executada em blocos. Um dos negócios compreenderia ativos de papel de imprimir e escrever. Outro bloco englobaria o segmento de papel-cartão. Os demais tipos do produto seriam reunidos em um terceiro pacote. A Suzano tem ainda duas distribuidoras de papel, a SPP-KSR e a Stenfar, na Argentina.
O desinvestimento na área de papel está alinhado à percepção, já expressa por analistas e produtores mundiais e na própria estratégia de longo prazo da empresa, de que a vocação do Brasil está na produção de matéria-prima altamente competitiva, com elevada qualidade e baixo custo de produção. Na Suzano, nos 12 meses encerrados em março, o negócio de papel representou 55% da receita, ante 45% da celulose.
Na divisão por segmentos, a área de papéis de imprimir e escrever respondeu por 42% das receitas e papel-cartão, 13%. Contudo, até 2016, enquanto a produção de papéis se manteria estável na companhia, a de celulose quase triplicaria comparado a 2010, para 4,92 milhões de toneladas.
Grupos papeleiros internacionais são apontados como potenciais compradores, com destaque para a International Paper (IP). No país, a companhia americana, maior produtora mundial de papéis de imprimir e escrever, está presente apenas nesse mercado, mas já indicou interesse em entrar no segmento de embalagens - o que poderia se confirmar com a compra dos ativos de papel-cartão da Suzano. Grupos asiáticos que têm interesse em operar localmente também são vistos como possíveis interessados. Internamente, apenas a Klabin, maior produtora nacional de papéis para embalagens, é apontada como eventual candidata e somente no caso de papel-cartão.
A eventual venda de ativos de papel, produto que é contemplado no plano estratégico da Suzano até 2024, ano em que o grupo completa seu centenário, é atribuída ainda às cifras bilionárias com as quais a empresa terá de lidar nos próximos anos. Em apenas duas novas fábricas de celulose - no plano 2024, a companhia prevê uma terceira unidade -, são quase US$ 5 bilhões em investimentos, mais US$ 800 milhões em aportes na Suzano Energia Renovável, de pellets de madeira para energia, que está em fase pré-operacional.
Até 2013, a Suzano prevê desembolsos de R$ 9,7 bilhões, sem considerar a totalidade dos aportes necessários à operação na fábrica de celulose do Piauí, cuja decisão de compra dos equipamentos foi postergada para o início de 2014. Esse montante inclui os recursos necessários para a partida da unidade de celulose no Maranhão, em novembro de 2013, e R$ 1,5 bilhão para aquisição de 50% do Conpacel (consórcio produtor de papel de imprimir e escrever que pertencia também à Fibria) e da KSR, da Fibria.
Ao mesmo tempo e ainda sem poder contar com a geração de caixa adicional da unidade maranhense, a companhia terá de amortizar R$ 3,34 bilhões em dívida: R$ 982 milhões vincendos neste ano, R$ 1,255 bilhão em 2012 e R$ 1,106 bilhão em 2013. No ano seguinte, os compromissos financeiros chegam a R$ 1,068 bilhão, ultrapassando a marca de R$ 4 bilhões em amortizações até 2014.
Procurada, a Suzano informou, via assessoria de imprensa, que "está tomando diversas providências relativas à estrutura de capital para implementar os projetos futuros do Plano Suzano 2024". Destacou que tem em caixa mais de R$ 3 bilhões e que o financiamento da unidade do Maranhão já está equacionado. A operação de venda foi classificada como "especulação pura". A companhia admitiu que tem "contratos com alguns bancos para analisar alternativas de negócios", porém não relativos à alienação do negócio de papel.
Os números da companhia devem levar em conta ainda o teto para o nível de alavancagem, medido pela relação entre dívida líquida e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, sigla em inglês), fixado em 3,5 vezes. Nos três primeiros meses do ano, esse indicador estava em 3,3 vezes. Caiu a 3 vezes no segundo trimestre, mas há dúvidas entre analistas de que a companhia, no pico dos investimentos, consiga se manter abaixo do seu limite. A direção da Suzano garantiu que tomaria as medidas necessárias para respeitar esse teto a partir de 2012, e listou como alternativas a intenção de vender terras não utilizadas e da fatia de 17% na Usina Hidrelétrica Amador Aguiar (antiga Capim Branco), a busca de parceiros estratégicos, uma eventual emissão de ações, entre outras medidas. Não houve menção, contudo, à possibilidade de venda de ativos de papel.
A mensagem da direção não foi suficiente para convencer os investidores e as ações da Suzano seguem penalizadas na BM&FBovespa. No ano, até sexta-feira, as preferenciais classe A da empresa acumulavam queda de 30,8%, para R$ 10,20, abaixo do valor patrimonial. Nesse intervalo, o Ibovespa mostrava queda de 17,45%.
Segundo fonte do mercado de capitais, os acionistas minoritários da Suzano estão descontentes com a empresa porque resultados prometidos por ela não foram cumpridos. Além disso, a elevada exposição da companhia ao negócio de papel, que tem oferecido margens cada vez mais apertadas e mostra tímido potencial de crescimento, serviria como importante trava às apostas nas ações da Suzano.

Cervejaria Sagres quer mercado brasileiro em 2012
Brasil Economico 16.09.2011 - Cerveja deverá ser distribuída a partir dos canais de distribuição da Femsa, distribuidora da Coca-Cola. Controlada pela holandesa Heineken, a Sagres pretende disputar um lugar nos copos, mesas e prateleiras brasileiras já no próximo ano.
Quarta marca em vendas do grupo Heineken na Europa, a cerveja portuguesa Sagres será produzida no Brasil a partir de 2012 pela Sociedade Central de Cervejas e Bebida (SCC).
Presidente da Comissão Executiva da SCC, Alberto da Ponte revelou ao Brasil Econômico que a estratégia da empresa, que desde 2008 tem a Heineken como controladora integral, é desembarcar gradativamente no país, inicialmente pelos mercados do Rio de Janeiro e da região Nordeste.
A intenção, de acordo com o executivo, é aproveitar as oito fábricas da cervejaria holandesa no Brasil e os canais de distribuição da Femsa, também adquirida pela Heineken no ano passado.
O desembarque da Sagres no Brasil é um sonho antigo da SCC, mas só agora começa a se consumar através de estudos estratégicos que deverão ser concluídos nos próximos meses.
Por enquanto, revela Pontes, o grupo não tem meta para ampliação do número de estados brasileiros a receber o produto. Com vendas anuais de 4,5 milhões de hectolitros, a marca portuguesa ocupa a quarta colocação no ranking de cervejas da Heineken na Europa.
A Sagres também está presente nos mercados americano e em alguns países da África. O lançamento no Brasil tem sido auxiliado pela Câmara Portuguesa do Rio de Janeiro.
Pontes revela que o objetivo no Brasil é ocupar nichos abertos no mercado brasileiro, hoje francamente dominado pela concorrente belgo-brasileira Inbev. Embora residual, tal participação, se consumada, pode representar mais do que o total de vendas da Sagres em Portugal, segundo o executivo.
Devido a uma teia de participações cruzadas, a sinergia com a Heineken assegura à Sagres, no país, a perspectiva de utilização do sistema de distribuição da Femsa, o mesmo dos refrigerantes da Coca Cola.
Bebidas: O mercado de bebidas nacional vive um 2011 de agitação e aumento da competitividade, tanto nas fusões como na entrada de novos produtos no mercado nacional.
A última novidade veio do início da comercialização da Budweiser no Brasil. A controladora Ambev apostou em um produto do segmento premium, com preço entre 15% e 30% acima das marcas do circuito.
Um dos principais eventos do ano foi a compra do controle da Schincariol pela japonesa Kirin.
A operação de US$ 3,95 bilhões envolveu a aquisição de 50,45% das ações da empresa.

Em processo de reestruturação, Inepar incorpora subsidiária do setor de energia
Valor 19.09.2011 - A Inepar Indústria e Construção, fabricante de máquinas e equipamentos para o setor de infraestrutura, vai incorporar sua subsidiária de geração e distribuição de energia elétrica, a Inepar Energia.  A decisão, aprovada pelo conselho de administração das empresas, será submetida ao crivo dos acionistas em assembleia no dia 3 de outubro.
Atualmente, a Inepar detém 42,12% das ações totais da subsidiária de energia, seguida pela BNDESPar, com participação de 27,63%. Outros 30% estão nas mãos de minoritários.
De acordo com a proposta do conselho, a relação de troca será de 27 ações da Inepar Energia para 1 ação da Inepar, tanto para ordinárias (com direito a voto) quanto para preferenciais (sem voto). A relação foi definida a partir do valor patrimonial contábil de ambas as companhias.
A incorporação faz parte de um longo processo de reestruturação que tem como intuito simplificar a estrutura acionária do grupo e reduzir as dívidas da controladora. "Estamos focando em nosso 'core business', que é a fabricação de máquinas e equipamentos", afirma Dionísio Leles, diretor de relações com investidores da Inepar.
A reestruturação parece estar surtindo efeito. A carteira de pedidos cresceu: em 2006, era de R$ 1,3 bilhão e vem se mantendo em cerca de R$ 4 bilhões desde 2009. A receita bruta também aumentou, passando de R$ 796 milhões em 2006 para R$ 1,6 bilhão no ano passado. Mas a empresa ainda tem passivos para resolver - em junho deste ano, apenas a dívida de curto prazo somava pouco mais de R$ 1,5 bilhão.
Mergulhada em uma crise financeira desde o começo da década, a controladora vem se desfazendo dos ativos das subsidiárias já há alguns anos. A Inepar Telecomunicações, controlada de capital aberto que fez parte do polêmico consórcio que adquiriu a Telemar em 1998, já não tem mais ativos operacionais. "Por enquanto, como implica dinheiro, não planejamos o fechamento do capital dessa subsidiária", explica Leles.
Já a incorporação da Inepar Energia tem como objetivo principal levar em frente a venda da participação de 16% que a empresa detém nas Centrais Hidrelétricas Matogrossenses (Cemat), avaliada em R$ 203 milhões nas demonstrações financeiras da empresa.
Segundo Leles, o grupo Rede, controlador da Cemat, é um comprador potencial. A empresa já adquiriu a participação da Inepar na Celpa, em 2002.
O dinheiro levantado com a venda da Cemat deve ser empregado para quitar parte dos cerca de R$ 600 milhões que o grupo deve ao BNDES. Em fevereiro deste ano, a empresa fechou um acordo para alongar uma parcela de R$ 166 milhões desse passivo, que será paga em 120 vezes, com correção pela TJLP mais 2,5% ao ano.
A empresa está negociando uma segunda etapa do alongamento, envolvendo o mesmo montante e as mesmas condições. Um terço da quantia - em torno de R$ 55 milhões -, no entanto, deve ser integralizado pelo banco de fomento em ações da companhia.
Leles afirma que, além da incorporação da Inepar Energia, a empresa aguarda uma recuperação do preço de suas ações em bolsa para concluir essa fase de negociação.
Segundo ele, o acordo com o BNDES foi desenhado no primeiro semestre do ano, quando as ações preferenciais da empresa estavam sendo negociadas por cerca de R$ 5. De lá para cá, o preço recuou - os papéis encerraram o pregão de sexta-feira cotados a R$ 3,27. "A esse valor, a integralização de capital por parte do BNDES diluiria muito a participação dos minoritários no capital da empresa", explica o diretor.
Atualmente, o BNDES detém 2,37% das ações da Inepar Indústria e Construção. Na Inepar Energia, o BNDESPar é o segundo maior acionista, com 27,63% das ações - a participação da controladora é de 42,12%.
O recuo das ações reflete, em parte, o bloqueio da distribuição de dividendos de R$ 10,5 milhões para acionistas da companhia, ocorrido em julho deste ano. A suspensão ocorreu por conta de uma ação movida por um dos bancos detentores de papéis vencidos da segunda emissão de debêntures da companhia, de 1996. Em junho deste ano, o saldo residual dessa emissão ainda somava R$ 38 milhões.
A Inepar aguarda julgamento do recurso movido contra a decisão. "Estamos tentando negociar essa dívida. A correção é de IGP-M de 9% mais juros de 11%, é abusivo", afirma Leles.

Investidores querem olhar Gafisa como donos
Valor 19.09.2011 - Guilherme Affonso Ferreira, presidente da Bahema Participações, quer repetir na Gafisa experiência na Eternit. Um grupo de gestores de fundos de investimento está conversando para criar uma agenda estratégica para a incorporadora Gafisa. A iniciativa é do investidor Guilherme Affonso Ferreira, presidente da Bahema Participações, que passou a integrar o conselho de administração da incorporadora após a assembleia realizada em abril. Ferreira confirma o desejo de agrupar investidores, aos moldes do que aconteceu na Eternit, a primeira companhia aberta brasileira a ter o capital pulverizado.
"Falta à Gafisa alguém que perca o sono se o negócio for mal", resume Ferreira.
O investidor era acionista da Eternit no momento que a controladora se desfazia do investimento. Conseguiu unir um grupo de investidores, com representatividade no conselho, que fortaleceu a diretoria da empresa e traçou metas que foram constantemente acompanhadas e cobradas. Assim como a companhia de amianto, a Gafisa hoje não possui um grupo controlador - está totalmente pulverizada no mercado.
Ferreira não pretende reunir investidores para tomar o controle de fato da companhia. Mas formar um grupo que tenha pensamento afinado e que trace diretrizes para a empresa. "A ideia é lançar um olhar de dono para a companhia. Identificar o que está acontecendo com ela hoje e imaginar o que queremos que a Gafisa seja daqui a alguns anos", afirma.
Ferreira não fornece mais detalhes sobre a situação da companhia ou que pontos poderão fazer parte dessa agenda - o grupo de investidores ainda não está claramente formado.
Atualmente, o maior acionista da incorporadora é a gestora americana Black Rock, com 5,1% do capital. Segundo dados da Bloomberg, também possuem pequenas fatias na empresa Itaú Unibanco, BB Gestão de Recursos, Bradesco Asset, HSBC Gestão de Recursos, Schroder, JP Morgan, Polo Capital e BNP Paribas. Há informações de que a GP Investimentos, que já foi acionista da Gafisa, mas vendeu sua participação em 2007, está olhando novamente o negócio. Procuradas, a GP informou que não comenta rumores de mercado e a Gafisa não concedeu entrevista.
Uma grande dificuldade para reunir quantidade relevante de acionistas da companhia, apurou o Valor, é o fato de a empresa ter cerca de 80% de suas ações nas mãos de investidores estrangeiros, que mantêm o investimento, mas não estão acompanhando de perto nem têm o interesse de estar no dia a dia da operação.
A formação de um grupo que funcione como um dono na companhia também pode ser uma espécie de defesa para a Gafisa. Nas últimas semanas, houve muita especulação no mercado sobre a possibilidade de algum investidor, ou possivelmente os próprios concorrentes, fazerem uma oferta por fatia relevante na empresa, que está bastante descontada na bolsa.
Com cinco anos de companhia aberta, a Gafisa está valendo atualmente no mercado menos do que o seu valor patrimonial.
Na sexta-feira, a ação a encerrou o pregão cotada a R$ 7,21, em alta de 0,8%. O valor patrimonial da ação, conforme os dados divulgados em junho, é de R$ 8,74 - 21% maior. No ano, a ação acumula queda de 39%.
Por outro lado, especialistas ponderam que na base acionária da companhia existem vários investidores chamados financeiros. Ou seja, se eventualmente houver uma oferta pela empresa que estabeleça um prêmio que esteja a contento, eles concordarão rapidamente em vender os papéis e embolsar lucros.
A Gafisa foi uma das primeiras empresas do setor de construção a captar recursos na bolsa, em 2006. É a única do segmento que possui American Depositary Receipts (ADRs, na sigla em inglês), negociados na Bolsa de Nova York. Quando chegou ao mercado, possuía acionistas estratégicos, como a própria GP e o megainvestidor americano Sam Zell - ele vendeu sua fatia na companhia no ano passado.
Apesar de nem o grupo de investidores nem a agenda estratégica estarem definidos, para analistas de mercado não é difícil identificar os problemas da Gafisa. Um deles é comum ao setor: o atraso na entrega de empreendimentos lançados em 2007 e 2008. Essas obras, iniciadas na época de mercado muito forte, foram se tornando mais caras, afetadas pelo aumento dos custos de mão de obra e também de material de construção nos últimos anos. Essa questão precisa ser equacionada o quanto antes.
Essa não é uma dor de cabeça apenas da Gafisa. No entanto, a incorporadora tem uma questão particular que reduz a confiança dos investidores: a absorção da Tenda, empresa voltada à classe baixa, adquirida em 2008, quando ela enfrentava sérias dificuldades em função da crise financeira global.
Os investidores sempre tiveram expectativas positivas para a Gafisa, em função da tradição da empresa, confiando em incrementos de margens e de rentabilidade, que não se confirmaram. A cada exercício em que a companhia não entregava o esperado, havia uma justificativa. Entre elas a aquisição da Alphaville Urbanismo, iniciada em 2006 e concluída em 2010, que é voltada para alto padrão e hoje considerada a joia da coroa da empresa.
Em 2008, houve problemas com renegociação de condições de debêntures. E, também desde 2008, a dificuldade de absorção da Tenda permanece. No mercado há quem acredite que a solução está próxima e que o momento é de virada para a Gafisa. Outros ainda acreditam que demorará anos até que a Tenda deixe de ser uma caixinha de surpresas negativas.
O negócio foi fechado em setembro de 2008. Primeiro, a Gafisa ficou com 60% da empresa. Como, ao começar se inteirar do negócio, sentiu que teria dificuldades para colocar a companhia em seu padrão de funcionamento e de governança, decidiu, em 2009, pela incorporação.
Os problemas encontrados na Tenda surpreenderam a Gafisa.
Voltada à baixa renda, afirmam analistas, a companhia de casas populares não era muito criteriosa na concessão de financiamento para a venda de seus empreendimentos. Há comentários de quem acompanhou as reuniões para abertura de capital da Tenda de que apenas naquele momento ela começava a fazer consultas à Serasa antes de fechar negócios.
As vendas, em grande parte, eram fechadas por impulso e não por pessoas que estavam de fato planejando a compra de um imóvel próprio. A Tenda mantinha estandes em pontos estratégicos e mostrava um empreendimento padrão - quem fechava a aquisição sequer visitava o local onde o imóvel seria construído.
Ao entrar nesse mundo dos negócios da Tenda, a Gafisa encontrou muitos casos de pessoas que deixaram de pagar os financiamentos ou não tinham condições ou perfil para entrar no programa "Minha Casa Minha Vida", lançado pelo governo brasileiro em 2009.
Além disso, empreendimentos foram erguidos em terrenos cuja situação não estava regularizada e a empresa terá dificuldades, ou até mesmo ficará impossibilitada, para conseguir o Habite-se de algumas unidades que inclusive já estão prontas. Outras informações dão conta de terrenos altamente irregulares em que as dificuldades para erguer os prédios são tantas que seria inviável construir para a baixa renda. A Gafisa tem, nesses últimos anos, trabalhado para limpar os problemas da Tenda, enquanto o mercado espera pela recuperação.

O erro de cálculo da TRISUL
Estadão 18.09.2011 - Após fracassar na sua proposta de fazer imóveis populares, construtora reestrutura operação para tentar voltar a crescer.
Uma pilha com dezenas de caixas de papelão logo na entrada do 18.º andar do número 37 da Avenida Paulista é o sinal mais visível do que vem acontecendo na construtora e incorporadora Trisul, uma das dez maiores de São Paulo. Quatro anos depois de abrir o capital na bolsa, a empresa fracassou na sua proposta ambiciosa de fazer imóveis populares, sendo obrigada agora a reformar a casa para sobreviver.
Há dez dias, a ferida da Trisul ficou ainda mais exposta com a divulgação dos resultados do segundo trimestre. Os números, entregues com atraso, ainda não foram auditados. Mas já dá para ver que a situação do seu caixa é delicada: a companhia teve prejuízo de R$ 33,6 milhões no período, uma queda de 300% em relação ao ano anterior, e uma margem ainda pior (-17,4%) que a dos primeiros três meses do ano, que já havia sido negativa.
Sua ação depreciou tanto que vale hoje menos que um cafezinho. O valor de mercado da Trisul é de R$ 249,5 milhões. "Nem me fale sobre isso, porque a gente sofreu muito. É desagradável falar sobre esse assunto, mas estamos confiantes na retomada", afirma Jorge Cury Neto, fundador e presidente da Trisul.
Sem milagre. "Para consertar essa situação, não tem milagre. A empresa precisa parar de lançar, cortar custos e executar aquilo que já está lançado", diz um alto executivo do setor, que pediu anonimato. "Mas a empresa não vai quebrar. Os controladores têm muito dinheiro e a Trisul ainda tem muito a receber." O tamanho da empresa já mudou brutalmente neste ano. Desde 2008, o valor dos lançamentos de imóveis da Trisul chegava a cerca de R$ 800 milhões por ano. Em 2011, esse número não deve passar de R$ 300 milhões.
Além do encolhimento, a companhia desistiu de vender imóveis para a baixa renda e saiu de boa parte das cidades do interior de São Paulo. Para fazer caixa, também colocou alguns de seus terrenos à venda. "Descobrimos que não dá para ir para o segmento econômico sem escala e sem padronização. É mais interessante retornar às origens, focando em imóveis de médio e médio alto padrão", afirma Cury. "Quando você toca dez empreendimentos, está tudo na sua cabeça. Quando você cresce rápido demais, perde o controle."
Surpresas. O sinal vermelho só acendeu no fim do ano passado, quando o ciclo das primeiras obras do segmento econômico estava acabando. Foi ali que a Trisul descobriu que elas iam custar muito mais do que se previa inicialmente. "Começamos a refazer o orçamento de tudo. E essas perdas foram reconhecidas no primeiro e no segundo trimestres de 2011", diz Cury. "É uma soma de crescimento rápido, margens apertadas do segmento econômico e falta de ajustes internos e de controle para suportar esse crescimento." Cury diz que a fase de surpresas desagradáveis acabou. Mas o mercado prefere ver para crer.
Há três meses, a Trisul contratou a consultoria Gradus para fazer um corte de custos e para colocar ordem na casa, criando processos de engenharia e de repasse de dinheiro para os bancos. A empresa, hoje, já tem cerca de 100 funcionários a menos do que tinha no seu auge. O objetivo do trabalho, que termina em dezembro, é sanear a empresa para que ela volte a crescer.  O caso da Trisul é sintomático do que vem ocorrendo no mercado imobiliário nos cinco últimos anos. Muitas empresas foram à bolsa no afã de levantar centenas de milhões de reais e crescer rapidamente. Algumas não resistiram e, no meio do caminho, acabaram sendo vendidas. A Trisul não sucumbiu à crise de 2008 porque tinha dinheiro em caixa, mas acabou perdendo a mão ao apostar todas as suas fichas num terreno desconhecido. "Eles se distraíram. A Trisul é o caso típico da má alocação de recursos. Não tinham a menor ideia de como fazer imóveis populares e os custos foram para a lua. Quem pagou a conta foram os acionistas", diz uma fonte ligada à empresa.
Em 2007, a Tricury e a Incosul eram duas empresas médias, mas que figuravam no ranking das dez maiores incorporadoras de São Paulo. Convencidos pelos bancos de investimentos, as duas se juntaram, formaram a Trisul e foram à bolsa. De uma hora para outra, deram um salto gigantesco: o valor dos lançamentos multiplicou por oito. Até então circunscrita à região metropolitana de São Paulo, a empresa passou a ter canteiros de obra em 25 cidades e a destinar 75% dos negócios para a baixa renda. Os donos ainda não sabiam, mas começavam aí os seus problemas.

Acionista da BR Properties tem direito de retirada a R$ 19,42
Valor 19.09.2011 - Após ser questionada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a BR Properties informou que os acionistas que discordarem dos termos da operação de incorporação da WTorre terão direito de receber R$ 19,42 por ação como reembolso.
Esse preço corresponde ao valor patrimonial do papel ao fim de dezembro de 2010 e é maior que a cotação de fechamento da ação no pregão de sexta-feira, de R$ 18,15, com alta de 3,66%. Se a incorporação da WTorre for concluída somente após a aprovação do balanço referente ao exercício de 2011, o valor de reembolso deverá ser ajustado.
Conforme comunicado da BR Properties, terão direito ao reembolso somente os investidores que integravam sua base acionária em 14 de setembro, data de divulgação do fato relevante sobre a união com a WTorre. O interesse em receber o reembolso tem que ser manifestado até 30 dias da publicação da ata da assembleia que aprovar o negócio.
A fusão criará uma companhia com ativos imobiliários avaliados em R$ 10 bilhões. O banco BTG Pactual será o maior acionista, com 30,8% do capital.

Operadora faz mudanças em todos os países em que atua
Folha 19.06.2011 - A Nextel adota a partir de hoje uma novo visual em todos os países em que opera. O anúncio das mudanças, que incluem logo, slogan e design gráfico, será feito hoje pela NIIHoldings, provedora americana de comunicação móvel, presente em cinco países latino-americanos. "É um passo importante, muito mais do que uma mudança de marca. Visa a impactar novos consumidores, unificar a marca em todos os mercados e apoiar a estratégia de negócio da empresa", diz Sérgio Chaia, presidente da Nextel Brasil.
A empresa planeja triplicar seus assinantes até 2017, com a entrada da empresa na terceira geração (3G) de telefonia móvel, prevista para o segundo semestre de 2012.
"Vamos investir nos próximos cinco anos R$ 5,5 bilhões, podendo chegar a R$ 7 bilhões, mais do que foi investido nos últimos 18 anos."
Durante o último fim de semana, placas, embalagens e pontos de venda, em SP, Rio, Buenos Aires, Lima, Cidade do México e Santiago foram transformados e passam a levar a marca escrita em caixa baixa e na cor laranja.
"Mais leve, mais simples", observa Chaia. Sai o slogan "Bem-vindo ao Clube", diferente do mexicano "falamos de negócios", e entra "seu mundo. agora".
Até o final de 2012, todos os mercados adotarão as novidades, que demandaram um ano e meio de preparo.
"Refletem mais o foco em conectar clientes e o mundo, não só no trabalho. Vamos passar de 386 cidades para 1.400, com cobertura para quase todo o país em 2013", acrescenta Chaia.

Empresas pagam mais por indicação de candidatos
Valor 19.09.2011 - Antônio Salvador, vice-presidente de recursos humanos da HP, diz que 100 cargos foram preenchidos em 2010 usando a indicação dos próprios colaboradores.
Com a falta de talentos no mercado, mais empresas estão pagando seus funcionários para indicarem profissionais para vagas descobertas. Os prêmios em dinheiro variam de R$ 300 a R$ 4 mil e, em algumas companhias, até 50% das posições já são preenchidas com a ajuda de sugestões internas. Nos últimos dois anos, os valores das recompensas dobraram em organizações que conseguiram, graças à nova prática, economizar até R$ 30 mil, ao ano com serviços de recrutamento.
Na HP, do setor de TI, 43% das vagas são fechadas por meio de recomendações dos empregados, com prêmios que vão de R$ 360 a R$ 2,8 mil. "A estratégia foi adotada nos último cinco anos e, em 2010, cem posições foram ocupadas dessa forma", afirma Antônio Salvador, vice-presidente de recursos humanos.
O valor do prêmio varia de acordo com o salário do profissional que indica e importância da vaga. Este ano, de janeiro a agosto, a multinacional contratou 77 profissionais por meio de indicações e 30% do total eram para posições de liderança.
O método é usado, principalmente, em funções mais críticas, com pouca oferta de mão de obra. "Da gerência sênior para cima, como as responsabilidades são maiores, consideramos também o histórico profissional dos candidatos."
Segundo Salvador, a prática gerou bons resultados, pois é uma das formas mais eficazes de contratação. "Quando um funcionário indica um nome, já pensa em alguém que se identificará com a empresa." O objetivo da HP é elevar o percentual de contratações com o modelo de recompensas para 60% nos próximos anos. A área de RH observou que, com o procedimento, a margem de erro nas admissões também tende a cair.
"O aumento do número de indicações foi um dos fatores que ajudaram a diminuir o turnover de 21% para 14% em um ano", ressalta. Salvador também acredita que é mais barato investir em políticas de indicação do que contratar empresas de headhunting. O objetivo, no entanto, não é reduzir custos, mas aumentar o nível de adaptação dos profissionais que se candidatam, acelerar o engajamento dos funcionários - que reforçam laços com a organização - e preencher colocações com mais rapidez.
Com a política de recomendações, o tempo médio de recrutamento caiu de 60 para 42 dias por conta do filtro inicial realizado pelos funcionários veteranos. Hoje, a área de RH recebe de uma a duas indicações para cada vaga gerencial aberta.
Na Ernst & Young Terco, que usa a prática desde 2001, 360 vagas abertas no ano passado foram ocupadas com a ajuda de outros colaboradores - 16% eram posições gerenciais. Este ano, até o mês de julho, 201 colocações na consultoria foram efetivadas dentro do modelo e 14% para cargos de comando. Os pagamentos em dinheiro valem para sugestões de auditores, consultores e até diretores e podem chegar a R$ 4 mil. "Independentemente da forma de recrutamento, o processo seletivo é rigoroso, o que minimiza erros de contratação", diz Armando Bordallo, diretor de RH da Ernst & Young Terco.
O método faz sucesso entre os funcionários. Segundo Bordallo, as equipes têm orgulho de 'vender' a empresa. Prova disso é que, há dois anos, o valor dos prêmios era metade do atual e a empresa pretende aumentar a participação desse formato nos processos seletivos.
A SAP, da área de software, é outra veterana de programas de indicações de profissionais e usa a fórmula há mais de dez anos. "Todas as oportunidades são divulgadas em um portal corporativo, aberto a sugestões", explica a diretora de RH Paula Jacomo. "É a maior e melhor fonte de recrutamento da companhia." Metade das vagas na empresa são preenchidas com o método, principalmente nas áreas de vendas, serviços e consultoria.
Segundo Paula, a política ajuda a reduzir a margem de erro nas contratações, pois o funcionário da casa já sabe se o futuro colaborador tem o perfil do time onde vai trabalhar. "As pessoas sentem-se responsáveis pela indicação, tanto do lado da companhia, como pelo novo empregado." O prêmio em dinheiro para quem indicou é oferecido após os três primeiros meses de trabalho do profissional indicado, prática comum na maioria das empresas. Apesar de não divulgar o valor da recompensa, Paula garante que o montante dobrou nos últimos dois anos.
Para Eduardo Pellegrina, diretor de RH da Itautec, as indicações funcionam principalmente em posições de gerência ou superior. "Quem indica já faz parte da cultura da empresa e oferece sugestões mais próximas à identidade da organização."
A companhia de 5,8 mil funcionários aderiu ao procedimento há três meses e 10% das vagas já são ocupadas com o apoio do quadro - 90% do total de currículos foram para posições-chave. Até agora, a novidade funcionou bem: do total de cadeiras preenchidas por sugestões, quase 100% resultaram em admissões efetivas. O prêmio é de R$ 500.
Na ABB, multinacional do setor de tecnologias de energia e automação, os bônus em dinheiro foram instituídos este ano no Brasil. A empresa de origem suíça não revela o valor concedido às indicações e, de abril a agosto de 2011, preencheu 60 colocações nesse modelo. "A indicação premiada está concentrada nas posições estratégicas, mas vamos ampliar a oferta para todos os níveis", explica Osvaldo Esteves, diretor de desenvolvimento humano da ABB, com cerca de quatro mil funcionários no país. De acordo com uma pesquisa interna, 95% dos funcionários disseram que indicariam um colega, amigo ou parente para trabalhar na companhia. "É possível eliminar algumas etapas do processo de seleção, pois o candidato já vem com uma boa referência, que é o próprio funcionário", afirma. "A política de indicações cria um ambiente mais amistoso e tem impacto direto nas equipes." Do total de recomendações recebidas, cerca de 50% resultaram em contratações.
As organizações de menor porte também estão recorrendo a essa ferramenta. Com 110 funcionários, a iFactory, com operações na área de TI no Brasil, Chile, México e Estados Unidos, passou a reconhecer a chegada de bons currículos a partir de 2009.
Hoje, 35% das colocações são fechadas por meio de indicações. "Com a ajuda de canais de relacionamento como Twitter e Facebook, os colaboradores divulgam as vagas disponíveis para sua rede de contatos e o retorno é quase imediato", diz Adriano Patrão, sócio-diretor da companhia. O prêmio para os funcionários que indicam novos colegas é de R$ 300. "Recebemos sete indicações, em média, para cada vaga gerencial."
A empresa também criou um programa de "apadrinhamento" de novos funcionários. Isso significa que um colaborador fica responsável, voluntariamente, por alinhar os processos da empresa com o novo contratado e ajudá-lo no que for preciso. "O padrinho costuma ser quem indicou o profissional. Dessa forma, a integração também ficou mais rápida."

Grandes fortunas apostam na renda fixa
Estadão 18.09.2011 - Cenário macroeconômico nacional e mundial obrigou essas carteiras a diversificar mais.
Bolsa em queda, inflação em alta e mais recentemente juro em baixa trouxeram alterações nas estratégias de investimento não só no varejo, mas também entre as grandes fortunas. Segundo especialistas, cresceu a procura por papéis de renda fixa, gestores aconselharam que investidores balanceassem e diversificassem suas carteiras e os próprios investidores amadureceram mais no autoconhecimento do perfil, para saber se estavam dispostos a assumir riscos.
"Acredito que existe uma tendência de diversificação de grandes fortunas em mais estratégias há algum tempo, mais especificamente após a crise de 2008", diz o sócio da Tag Investimentos, Marcelo Pereira, gestora que atende a esse público. Os cinco anos anteriores de alta na bolsa fizeram com que muitas carteiras ficassem concentradas em renda variável. "Durante muito tempo pensava-se que só dava para ganhar com a bolsa. O padrão era ter multimercado e bolsa. Agora, o investidor distribui mais o risco em outros ativos", diz.
A mudança de estratégia pode ser vista na composição da carteira de fundos de clientes private banking, que pela regra da Anbima deve ter pelo menos R$ 1 milhão. A participação de fundos de renda fixa cresceu de 21% para 27% em doze meses, contabilizando os investimentos em fundos da própria instituição em que os investidores são clientes e em fundos de terceiros.
"Percebemos esse interesse maior por renda fixa no primeiro semestre, ainda mais em um cenário de alta de juro", lembra o diretor de investimentos do HSBC Private Banking, Marcelo Muradian. Segundo ele, aumentou a procura não só pela renda fixa tradicional, como fundos e CDBs, mas também por papéis isentos de Imposto de Renda, benefício que acaba aumentando a rentabilidade da aplicação. Nessa categoria estão as Letras de Crédito do Agronegócio e Imobiliário (LCA e LCI).
 Agora, com o início do ciclo de queda do juro básico promovido pelo Banco Central, o que os gestores têm recomendado dentro da renda fixa são as NTN-Bs, que pagam juro fixo mais variação da inflação. A percepção é de que o cenário ainda não está tão claro se realmente haverá uma desaceleração da economia e, consequentemente, queda dos preços.
"O que a crise mostrou foi que quem estava com a carteira mais diversificada, com prefixados, CDI, inflação e ações, sofreu menos", afirma o superintendente de investimentos do private bank do Itaú Unibanco, Charles Ferraz. A presença de Certificados de Recebíveis Imobiliários nas carteiras é cada vez maior, segundo ele.
No HSBC, houve o lançamento de dois fundos de capital protegido que investem em derivativos de commodities e em ouro. "Foi uma fonte de diversificação importante nas carteiras."
Estratégia balanceada. "Cada cliente tem uma necessidade. Antes de recomendar algo, gastamos tempo avaliando o perfil do investidor para entender qual é o objetivo", diz o diretor de Private Banking da Rio Bravo, Julio Ortiz. Nesse momento de volatilidade, ganhou importância a avaliação bem feita do perfil de risco e seguir o que é indicado para ele.
"Para quem tem perfil arriscado continuamos indicando algumas ações que estão mais desvalorizadas, como o setor bancário e Petrobrás", diz diretor do mesmo setor na Rio Bravo, Felipe Vaz Guimarães. "O importante é respeitar esse perfil", explica.
Muitos gestores estão respeitando a risco o que é determinado no perfil de risco do cliente, seguindo uma estratégia balanceada. Quando o porcentual de renda variável da carteira fica abaixo do indicado, eles compram mais ações. Se ultrapassa o sugerido, eles vendem os papéis. "No primeiro semestre, quando estávamos mais otimistas, até indicamos que as pessoas ficassem compradas um pouco acima desse porcentual. Mas agora estamos com indicação neutra para a bolsa, do próprio porcentual indicado no perfil", diz Muradian.

SEC reavalia normas para captação de empresa fechada
Valor 19.09.2011 - Mary Schapiro, da SEC, quer facilitar formação de capital e proteger investidor.
A Securities and Exchange Commission (SEC), o principal órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos, instaurou um comitê assessor para empresas de crescimento acelerado e fundos de compras de participações em empresas iniciantes de alto potencial de crescimento, num momento em que reavalia se precisará atualizar as normas que regulamentam a maneira pela qual as companhias fechadas podem recorrer ao público investidor.
O órgão regulador americano informou que está examinando suas normas sobre emissão de ações para empresas fechadas a fim de verificar se elas continuam relevantes diante das novas características do mercado.
A questão ganhou destaque recentemente, num instante em que os bancos e as bolsas eletrônicas de Wall Street passaram a oferecer aos investidores a oportunidade de comprar e negociar intensivamente participações em empresas de internet de grande sucesso, como o Facebook e o Twitter, antes de elas abrirem seu capital.
Os parlamentares também levantaram preocupações sobre se as restrições da SEC às empresas fechadas prejudicam a inovação e as contratações.
A SEC disse na terça-feira que o recém-criado comitê vai assessorar a agência em questões como captação de recursos, transações com papéis de companhias de crescimento acelerado e a divulgação pública de resultados dessas empresas. "Nossos mercados de capitais são uma fonte decisiva de financiamento para as empresas emergentes e as empresas negociadas em bolsa de menor porte", disse a presidente da SEC, Mary Schapiro, em comunicado. "Um elemento fundamental da missão da nossa agência é facilitar a formação de capital e, ao mesmo tempo, proteger os investidores."
O grupo especial da SEC será composto de representantes do setor privado, como Karyn Smith, vice-chefe do departamento jurídico da Zynga, fabricante de jogos eletrônicos para o Facebook com sede na Califórnia, que defende energicamente o financiamento em massa.
As empresas de capital fechado estão limitadas pela norma dos 500 acionistas, que determina que, quando uma companhia tem esse número de acionistas - e pelo menos US$ 10 milhões em ativos -, precisa divulgar as mesmas demonstrações de resultados financeiros que uma empresa aberta.
Mas há maneiras legalmente aceitáveis de contornar essas determinações. O Goldman Sachs lançou mão de veículos para fins específicos (SPVs, na sigla em inglês) para atrair novos clientes e evitar o limite de 500 a fim de possibilitar que os investidores aplicassem no Facebook, que ainda é uma empresa de capital fechado.
Bolsas privadas on-line, como a Second Market, também permitem que os investidores comprem e negociem participações em empresas como Groupon e Zynga antes de elas abrirem o capital.
Opositores dizem que essas estruturas de mercado prejudicam os investidores de varejo, que não atendem às altas exigências de renda anual ou de patrimônio líquido para participar das bolsas on-line.
E os investidores em compras de participações em empresas iniciantes, com alto potencial de crescimento - que normalmente lucram quando as companhias em que investiram abrem o capital - podem ser prejudicados pelo adiamento das ofertas públicas iniciais de ações, enquanto todos os investidores ficam mais vulneráveis a fraudes, alegam eles.
Outros participantes do mercado tendem mais a apoiar estratégias que dão às empresas privadas maior acesso ao capital sem obrigá-las a requerer uma oferta inicial de ações na SEC.
Sherwood Neiss, do Startup Exemption, diz que o financiamento em massa, a partir de compras de participações, tem capacidade para criar um total líquido de 1,5 milhão de novos postos de trabalho nos próximos cinco anos.

UBS eleva a US$2,3 bi prejuízo com operações não autorizadas
Reuters 18.09.2011 -  O banco suíço UBS elevou neste domingo para 2,3 bilhões de dólares o prejuízo com operações não autorizadas com ações e alegou que um operador ocultou seus acordos de risco ao criar posições de hedge fictícias em sistemas internos.
O UBS preocupou os mercados na quinta-feira após anunciar que havia perdido com operações não autorizadas cerca de 2 bilhões de dólares. O operador londrino Kweku Adoboli foi responsabilizado na sexta-feira por fraude e por divulgar falsos dados contábeis datados de 2008.
"O prejuízo é decorrente de operações especulativas não autorizadas em vários índices futuros do S&P 500, DAX e EuroStoxx nos últimos três meses", afirmou o UBS em curto comunicado.
"O prejuízo total é de 2,3 bilhões de dólares. Conforme anteriormente divulgado, nenhuma posição de clientes foi afetada."
Os mercados globais de ações têm mostrado extrema volatilidade nos últimos meses, sucumbindo a preocupações com a zona do euro e com a crise de dívida nos Estados Unidos. Nos últimos dias, contudo, eles se recuperaram um pouco, por esperanças com alguma resolução.
O prejuízo é um desastre para a reputação do maior banco suíço, que apenas começava a se recuperar após quase falir durante a crise financeira e enfrentar danos por uma investigação dos EUA por ter ajudado norte-americanos ricos com impostos fraudados.
"Ainda mais perdas. Soa como se eles estivessem dando desculpas", disse o analista da Helvea Peter Thorne, sobre o comunicado do UBS.
O novo escândalo têm gerado pedidos para que os principais gestores renunciem e para que o banco de investimento seja dividido em uma unidade voltada para negócios com gestão de riqueza.
O presidente-executivo do banco, Oswald Gruebel, que voltou da licença em 2009, disse neste domingo não estar considerando deixar o cargo por conta da crise, mas afirmou que essa é uma decisão do conselho, segundo reportou um jornal.
Num memorando aos funcionários divulgado neste domingo, ele disse: "Em último caso, é minha responsabilidade. Eu e os demais gestores sêniores somos responsáveis por reparar erros."
Ditando fontes anônimas, alguns jornais suíços reportaram que o conselho do UBS e importantes acionistas, como o fundo soberano de Cingapura, ainda apoiam Gruebel, mas que mudanças imediatas no topo da gestão do banco são necessárias.


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