terça-feira, 6 de setembro de 2011

Azul.CA.06.09

Daily News

Sofisticação do mercado inspira volta de estrangeiros
Valor 06.09.2011 - Salles, do UBS: "Banco não quer e não pode ficar fora desse mercado".
Desde 2009, quando a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) passou a publicar os dados consolidados do segmento de private bank, que reúne clientes com no mínimo R$ 1 milhão para investir, a soma dos ativos sob gestão das instituições financeiras que atuam nesse nicho tem evoluído mais de 20% ao ano. Em junho, totalizou R$ 412,8 bilhões. "Há dez anos, ninguém imaginaria a velocidade de crescimento e de sofisticação que esse mercado atingiu", comenta Lywal Salles, diretor-presidente do banco UBS no Brasil. "Esse crescimento é o dobro da média verificada em outros países", compara.
Por trás dessa geração de riquezas, analisa Salles, estão variáveis como crescimento econômico, um sólido mercado de capitais e um pujante cenário de fusões e aquisições de companhias. "O UBS não quer e não pode ficar fora desse mercado (de gestão de fortunas), afirma, destacando, ainda, que o banco "quer ser um dos principais agentes".
Por isso, retornou ao país em 2010, um ano depois de se desfazer das operações que tinha no Brasil, vendendo-as para a BTG (atual BTG Pactual). E não foi o único estrangeiro que, passada a crise, deixou-se atrair pelo crescimento desse nicho. O Merrill Lynch, em 2009, deu início a uma operação local de private bank, decisão que veio depois de o banco ter mudado de mãos. Em 2008, por conta da crise, foi vendido para o Bank of America.
Em recente entrevista para o Valor, os executivos do banco afirmaram "apostar no Brasil", motivo que fez com que decidissem montar uma estrutura local, adaptada aos padrões regulatórios do país. Até então, os clientes private brasileiros eram atendidos pelos escritórios que possuem nos EUA. Assim, em 2009, abriram um escritório na capital paulista, e desde então já foram contratadas 43 pessoas, das quais 17 consultores financeiros. Os executivos, na entrevista ao Valor, afirmaram que pretendem expandir a presença física para outras localidades do país, começando pelo Nordeste.
O UBS, por sua vez, optou pela compra de um player local para recomeçar sua atuação como gestor de fortunas. No final do ano passado, adquiriu a Link Investimentos, maior corretora de valores independente do país, que também oferecia serviços de wealth management. Entretanto, a transação ainda precisa ser aprovada pelo Banco Central.
Enquanto o aval do regulador não vem, o banco está se estruturando. Já contratou cerca de 100 funcionários - que se somarão aos 230 colaboradores da Link, que passou a ser chamada UBS Corretora de Valores - e alugou um escritório de 6 mil m2 na Av. Faria Lima, zona nobre de São Paulo. A mudança para as novas instalações está prevista para janeiro.
Não houve apenas o retorno dos bancos estrangeiros. Outros, que já estavam, encontraram oportunidades para ingressar no nicho de gestão de fortunas. Assim como o UBS, essas instituições optaram pela aquisição de players locais.
Um deles é o Banco do Espírito Santo. Iniciou suas atividades em wealth management em 2009, por meio da compra de um family office local. "Foi uma consequência natural de nossa história, no país, como investment bank", comenta Domingos Espírito Santo, diretor da Espírito Santo Serviços Financeiros. "Nossa entrada em wealth foi coerente com o crescimento que o Brasil tem vivido, com pessoas com acesso à renda e empresas com acesso ao crédito", avalia.
O Brasil também é um dos mercados prioritários para o JP Morgan, de acordo com Celso Portasio, diretor da área de private bank no Brasil. "A aquisição da Gávea (gestora de recursos de terceiros, com sede no Rio de Janeiro) é sinal do interesse que a instituição tem pelo país", argumenta.
Portasio comenta que o banco atua nesse segmento, no país, desde a década de 60, mas destaca que, desde a compra da Gávea, o crescimento da operação tem sido expressivo. O número de funcionários triplicou desde 2009, saindo de 250 para 750 nos dias de hoje.
O JP Morgan já conta com escritórios em Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba, e prevê novas operações no interior de São Paulo e no Nordeste. "A expansão geográfica atende ao crescimento das oportunidades", destaca.

Intermédica Saúde
Folha 06.09.2011 - Terceira maior operadora de planos de saúde em número de beneficiários, a Intermédica desistiu de abrir capital. O sócio de uma consultoria que havia assumido o comando da empresa para prepará-la para o IPO (oferta pública inicial de ações) não está mais na companhia, afirma Paulo Barbanti, fundador e presidente do grupo.
"Postergamos o programa de abertura de capital. Com a crise, não é momento para IPO", diz. A operadora está investindo cerca de R$ 300 milhões para construir e ampliar cinco hospitais e quatro centros médicos em São Paulo, Rio, Campinas, Jundiaí e no ABC. Só em São Bernardo, onde a Intermédica comprou em leilão o antigo hospital Príncipe Umberto, o mais novo empreendimento do grupo vai demandar cerca de R$ 40 milhões.
"Compramos em leilão porque usamos caixa próprio", diz Barbanti. A obra deve começar no início do ano que vem e ser inaugurada em 2012. Entre os investimentos está o esqueleto de um hospital na 23 de maio, cuja obra deve começar em breve.
"A gente sabe atender e tem preço e qualidade para as classes C e D. Temos programa para idoso, paciente crônico e gestante de risco. Isso o cliente e reduz internações", afirma.
Números: R$ 2,08 bilhões foi o faturamento da empresa no ano passado. 3,9 milhões é o número de associados da companhia de saúde. 7.832 - funcionários

Plural negocia compra da corretora Flow
Valor 06.09.2011 - A gestora de recursos Plural Capital está em negociações para se unir à corretora Flow CCTVM, que tem como um dos seus controladores Jorge Felipe Lemann, conhecido como Pipo, filho de Jorge Paulo Lemann, ex- Banco Garantia e um dos principais sócios da AB InBev.  Segundo uma pessoa próxima à negociação ouvida pelo Valor e que pediu para não ter o nome citado, há conversas entre as duas instituições e o processo estaria na fase de auditoria, a chamada "due dilingence", e a estimativa é de que pudesse ser fechado até o final do mês.
A Flow iniciou suas atividades em fevereiro de 2003, com foco na intermediação de operações no mercado futuro. Em 2009, passou a atuar no segmento de ações da BM&FBovespa e de câmbio. A corretora também opera com títulos públicos negociados no sistema Selic, e privados, registrados na Cetip - Balcão Organizado de Ativos e Derivativos.
Em agosto, a corretora ocupava a 11ª posição em operações no mercado futuro, tendo movimentado R$ 268,17 milhões, representando 2,17% do número de contratos negociados, segundo o ranking mensal divulgado pela BM&FBovespa.
Em julho de 2011, a Flow apresentava um patrimônio líquido de R$ 26,448 milhões, de acordo com o balanço divulgado pela corretora.
Em 2009, a Flow havia sofrido uma baixa em sua equipe com a saída de cinco sócios e alguns operadores que foram para a corretora Convenção, adquirida pela inglesa Tullet Prebon em 2009. Em abril deste ano oito executivos da corretora do BTG Pactual deixaram a instituição para ir para a Flow. Já a Plural Capital, comandada pelos ex-executivos do Banco Pactual Rodolfo Riechert e André Schwartz, anunciou no final de agosto a aquisição do carioca Banco Modal. Com a aquisição, a empresa poderá atuar como instituição bancária depois dos executivos terem encerrado recentemente o acordo de não competição com o BTG Pactual.
O Banco Modal também estava em trâmite para montar uma corretora de valores e aguardava apenas a autorização do Banco Central (BC).
A Plural oferece serviços de assessoria financeira, gerenciamento de patrimônio e contava em julho com R$ 600 milhões sob gestão em fundos, segundo o ranking de junho da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Procurada pelo Valor, a assessoria de imprensa da Plural Capital disse que a empresa não comenta o assunto. Já a Flow não retornou o contato.

Estrutura enxuta torna butiques mais atrativas
Valor 06.09.2011 - Ernesto Leme, da Claritas: "Não tem estrutura de banco, não tem reciprocidade, empréstimo etc, mas compensa". Com estruturas menores e mais enxutas, os gestores de recursos vão ganhando adeptos na medida em que o mercado se sofistica. O grande atrativo das gestoras, também conhecidas como family offices, é justamente não ter um banco por trás, que carrega sempre o compromisso com produtos de sua prateleira - ainda que trabalhem com a chamada arquitetura aberta, ou seja, ofereçam também aos seus clientes produtos de outras instituições.
É um mercado que cresce ano após ano e que tende a crescer mais em momentos de turbulência dos mercados, como o atual, com a volta da crise financeira na Europa. Funciona mais ou menos como na medicina, diz George Wachsmann, sócio-fundador do family office Bawn Investments. Uma parcela dos investidores, assim como os pacientes, costuma automedicar-se. Só recorre ao especialista quando a dor é mais intensa e preocupante. Quando o mercado está nervoso, cresce a procura por consultoria especializada. Com 22 profissionais na equipe, a Bawn atende entre 60 e 80 famílias "com um patrimônio interessante", diz Wachsmann. "O cliente só procura um gestor quando está mal atendido ou quando quer um retorno melhor", comenta Rogério Bastos, presidente da Finplan. "Com a crise, muita gente quer esse retorno melhor."
Bastos também revela que lançou em maio, quando já estava clara a recidiva da crise, um fundo de renda fixa para atender os clientes desconfortáveis com o aumento do risco na bolsa. Eis uma das diferenças que os gestores independentes gostam de mencionar em relação aos bancos: agilidade. Com um número menor de investidores para assistir, fica mais fácil criar soluções individuais em intervalos relativamente curtos.
O crescimento das gestoras independentes é parte do processo mundial de consolidação bancária, defende o sócio da Bawn. Os bancos, com estruturas cada vez maiores e complexas, não conseguem, segundo ele, dar o tratamento individualizado que o cliente abastado requer. Contudo, as gestoras acabam trabalhando em parceria com os bancos, já que elas próprias não têm produtos a oferecer. Em compensação, podem oferecer mais diversificação e ousadia. Ou então mais prudência, quando o caso exige.
O cliente pequeno normalmente está mais disposto a correr riscos a fim de se tornar uma pessoa cujos rendimentos lhe permitam viver com certa tranquilidade, na visão de Wachsmann. Às vezes é preciso até "segurá-lo", para que não se exponha a riscos excessivos, principalmente se ele não puder dispor do dinheiro por períodos mais longos. Já o aplicador de maior porte, cujo dinheiro rende muito mesmo quando está mal investido, precisa ser instado a ser mais arrojado quando quer ampliar o patrimônio e deixar um legado mais seguro aos herdeiros. Para o sócio da Bawn, este é um trabalho que a gestora independente tem condição de fazer. O contato mais estreito cria uma relação de confiança que permite entender profundamente a necessidade do cliente, diz.
"O profissional do banco trabalha para o banco", diz Bastos. As gestoras independentes empenham-se na busca por transparência, controle de conteúdo e têm a vantagem de gozar da ausência de conflito, ou seja, não ter de recomendar os próprios produtos -, afirma Ernesto Leme, sócio da Claritas e responsável pelo wealth management da gestora. A Claritas tem apenas cinco profissionais de atendimento para gerir os recursos de 34 famílias.
"Não tem estrutura de banco, não tem reciprocidade, empréstimo, cartão etc., mas a conta compensa", afirma Leme. "Ninguém aqui tem de bater meta de venda de produto." A Claritas, como a maior parte das gestoras, trabalha com uma taxa de administração que oscila entre 0,5% e 1% (algumas gestoras têm um piso menor, de 0,3%) e uma taxa de sucesso - ou de performance -, que no caso da Claritas é de 10% do que superar o benchmark do mercado. O custo total é de aproximadamente 1% do patrimônio sob gestão. Com R$ 3 bilhões sob sua responsabilidade, a empresa oferece consultorias de sucessão familiar, empresarial, imobiliária e financeira. Para tanto, mantém parcerias com grandes escritórios de advocacia e de contabilidade, que entram no circuito quando necessário. Outra vantagem apontada pelas gestoras é a discrição. As equipes são menores que as dos bancos e a rotatividade, mínima. As informações sobre os clientes transitam entre menos gente e, portanto, ficam mais protegidas. Como o pessoal de atendimento normalmente são os sócios da gestora, é difícil estar um dia em uma empresa e na semana seguinte na concorrência, pondera o sócio da Bawn. Ter uma grade ampla de investimentos, que atende a diferentes características, é o trunfo da BNY Mellon ARX Investimentos, diz seu diretor, José Tovar. Butique de investimentos com mais de dez anos de experiência no país e lastro internacional, a BNY Mellon ARX atende a uma base diversificada de clientes, dos quais 10% são pessoas físicas.
Tovar destaca a importância dos serviços oferecidos pelo wealth management em um país como o Brasil, que está migrando gradualmente da renda fixa para a variável, na medida em que os juros reais - ainda elevados e os mais altos do mundo - vão se acomodando lentamente para níveis mais próximos dos praticados nos países desenvolvidos. Enquanto no Brasil 10% dos recursos estão na renda variável, nos países mais ricos ou com mercado de capitais mais maduro a proporção é de 40% a 50%. O que faz mesmo a diferença é o atendimento. "A gente tem acesso aos mesmos produtos que outras gestoras", comenta Wachsmann. Então, o que conta é a máxima personalização do serviço - coisa que os bancos do varejo também vendem em seu serviço private, mas nunca entregam, segundo as gestoras. "Trabalho como um restaurante", diz o sócio da Bawn. "Não pela qualidade dos ingredientes, que os demais têm igual. É pela combinação exata desses ingredientes e o tamanho da porção adequada para aquele cliente." Segundo ele, o cliente testa o prato customizado e comenta. São feitos ajustes até que se chegue ao melhor prato possível para o paladar daquele cliente.
A expectativa do mercado é que o setor terá muito o que cozinhar nos próximos anos. Para além do mercado mundial, o Brasil vive um ciclo de investimentos externos apressados, em que as novas empresas que aqui chegam, para aproveitar o momento, preferem comprar ativos a começar do zero. Por conseguinte, está cada dia maior o contingente de clientes potenciais das gestoras formado por empresários que venderam seus negócios e se tornaram investidores. Além disso, o país está repleto dos chamados "eventos de liquidez": processos de fusão e aquisição e aberturas de capital das empresas. Junto com o crescimento do PIB, dizem os gestores, está dado o fermento para o setor crescer e aumentar o número de empreendedores milionários ou famílias milionárias.
Espaço para crescer não falta. Segundo Bastos, a gestão de fortunas no exterior está nas mãos de gestores independentes em mais de 60% dos casos. No Brasil não chega a 20%. O mercado cresce em função do ciclo que está vivendo o país, afirma José Monforte, sócio da Pragma, family office com 12 grupos de investidores e 35 profissionais. "As grandes corporações surgidas a partir da década de 1960 estão agora na transição da primeira para a segunda geração". Segundo ele, 70% dos IPOs dos últimos cinco anos foram de empresas fundadas entre 30 e 50 anos atrás. A capitalização via bolsa tem sido um dos maiores impulsos ao crescimento da gestão de riquezas.

Foco do crescimento da Braskem é a América
Reuters 05.09.2011 - O crescimento futuro da Braskem deve mesmo acontecer no exterior, e os Estados Unidos devem ser um grande veículo de crescimento para os próximos anos. Entretanto, a maior petroquímica das Américas descarta novos investimentos na Europa --onde recentemente adquiriu dois ativos da Dow Chemical.
Atenta à questão dos preços do petróleo --importante matéria-prima para o setor petroquímico--, a Braskem não vê risco de excesso de oferta de resinas no curto prazo, disse à Reuters nesta segunda-feira o presidente da companhia, Carlos Fadigas.
"Mas quando você fala de longo prazo, se nós tivermos uma confirmação de disponibilidade de gás em diversas regiões do mundo, poderia ter uma adição de capacidade um pouco mais adiante", disse o executivo, acrescentando que isso seria algo para a segunda metade desta década.
Para Fadigas, a recente volatilidade da economia global torna impossível fazer uma previsão de preços de resinas no curto prazo.
"Não há um cenário claro sobre retomada de atividade nos EUA. Fazer uma previsão para preços internacionais, e por conseguinte preços internos, é muito difícil", afirmou.
De acordo com ele, o cenário de preços não afeta tanto a Braskem, já que quando o preço da matéria-prima sobe, o mesmo acontece com o produto final. "O que explica a rentabilidade (do setor petroquímico) é a taxa de utilização."
Prioridades: No fim de julho, a Braskem anunciou a aquisição dos ativos de polipropileno da Dow --duas fábricas nos EUA e duas na Alemanha, por 323 milhões de dólares.
Fadigas enfatizou que "a Europa não se transforma em nova fronteira de crescimento, a prioridade segue sendo as Américas".
Nos EUA, onde a Braskem tinha comprado a Sunoco Chemicals no início de 2010, criando a Braskem América, a companhia se volta para a possibilidade de produzir polietileno localmente. Os estudos, entretanto, agora são da construção de uma nova unidade, e não de uma aquisição.
"Para comprar um ativo de polietileno teríamos que acreditar que as margens vão melhorar ainda mais, que o cenário vai ser muito mais favorável e que mesmo pagando um preço alto vai ter retorno", explicou Fadigas.
O projeto de produzir no México a partir de 2015 não deverá gerar um excesso de oferta na América do Norte. "O México tem o foco de abastecer essencialmente o México, e o investimento nos EUA teria como objetivo abastecer o mercado norte-americano, apesar de acharmos que teria competitividade para exportar."
Plástico verde: O presidente da Braskem afirmou ainda que quatro países têm interesse em produzir plástico verde --a partir do etanol da cana-de-açúcar-- e que um deles seria o México.
"Mais de um país na Europa nos convidou para fazer uma planta... Tinha um na Ásia e existe também a possibilidade nas Américas, no México", disse Fadigas.
De acordo com ele, a Braskem planeja uma unidade de polipropileno verde, com capacidade de 50 mil toneladas por ano e com local a ser definido ainda este ano, além de uma unidade de polietileno integrado, a ser construída próxima a uma usina. "Temos alguns benefícios aí. Tem ganhos de energia, de troca de calor, de logística", disse Fadigas.
De acordo com ele, a questão das oscilações do preço do etanol preocupa, o que fez com que a Braskem definisse que as formas de suprimento desta usina integrada fossem alteradas. "Nós vamos ter uma fórmula de dividir a margem na cadeia como um todo."
O projeto integrado de polietileno, no entanto, ainda não tem prazo para ter sua localização, parceiro e volume de investimentos definidos.

Infraero contrata instalação de máquinas de alimentos em 15 aeroportos
Agência Brasil 05.09.2011 - A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) leiloou nesta segunda-feira (5/9) espaços 15 em aeroportos para instalação de máquinas alimentícias, conhecidas como vending machines. Sete empresas participaram da licitação e vão investir R$ 18,87 milhões para instalar 143 máquinas de café, refrigerantes e salgadinhos. Os equipamentos ficarão em áreas públicas, como saguões de entrada, e privativas, como setores de embarque e desembarque, dos terminais.
As máquinas de autosserviço vão ser instaladas em Guarulhos, Congonhas e Viracopos (SP); Santos Dumont e Galeão (RJ); Confins e Pampulha (MG); Fortaleza; Recife; Brasília; Cuiabá; Manaus; Salvador; Porto Alegre e Curitiba.
Os contratos de concessão têm prazo de 60 meses, sem possibilidade de prorrogação. Durante esse período, as empresas não poderão cobrar pelos alimentos preços diferentes dos encontrados nos respectivos mercados locais. “O objetivo principal dessas máquinas é oferecer aos usuários e passageiros dos aeroportos uma alternativa de produtos básicos de alimentação”, disse Geraldo Moreira Neves, diretor Comercial da Infraero.

Andrade Gutierrez Concessões S.A. e a ADC & HAS
Folha 06.09.2011 - A Andrade Gutierrez Concessões S.A. e a ADC & HAS (Houston Airport Corporation), que têm a concessão de reestruturação e administração do aeroporto de San José, capital da Costa Rica, até 2026, fecharam um financiamento de US$ 100 milhões com o BID e a Opic, uma agência do governo norte-americano.
O acordo foi concluído em Washington, nos EUA, depois de dois anos de negociação. A aquisição do ativo foi feita no ano passado de uma companhia que havia entrado em "default".
"O financiamento será para pagar obras contratadas com recursos próprios das companhias", diz Frederico Bopp Dieterich, sócio do Azevedo Sette Advogados que, com o Simpson Thacher & Bartlett LLP, assessorou as empresas na operação.
Antes do financiamento, a ideia era fazer uma emissão de bonds, mas com a crise, o mercado fechou.

Estado de SP e União decidem tirar Ferroanel da gaveta
Valor 06.09.2011 - Jurandir Fernandes, secretário de Transportes Metropolitanos: dificuldade de operação aumentará a partir de 2015. Sob o risco de colapso no transporte de cargas pela maior região metropolitana do país, a presidente Dilma Rousseff e o governador Geraldo Alckmin começaram a destravar as negociações em torno do Ferroanel de São Paulo, tido como projeto estratégico do setor ferroviário. As equipes de Dilma e de Alckmin chegaram a um difícil consenso e decidiram retomar a ideia original do Ferroanel: a construção de um trecho de 66 quilômetros entre Campo Limpo Paulista (por onde passam os trens vindos de Campinas) e Engenheiro Manoel Feio (a caminho do porto de Santos). Trata-se do chamado Tramo Norte. Diferentemente da versão anterior, no entanto, o novo projeto deverá seguir o traçado do Rodoanel Norte, a partir da estação Perus.
Ainda falta muito para o início das obras, mas o processo de licenciamento ambiental poderá tramitar junto com o do trecho norte do Rodoanel. Calcula-se que cerca de 80% do traçado do Ferroanel acompanhará o anel rodoviário, que tem uma previsão de 150 metros de faixa de domínio (área de reserva nas laterais que evitam sua ocupação desordenada). Para o licenciamento ambiental, estuda-se estender a faixa de domínio em mais 30 metros, dando espaço para a instalação dos trilhos. Sabe-se que haverá a necessidade de túneis e viadutos, já que as obras vão atravessar a Serra da Cantareira.
Com isso, o governo federal e o de São Paulo pretendem resolver a convivência cada vez mais tumultuada entre os trens de cargas e de passageiros. Hoje, as composições de cargas da MRS Logística - concessionária que atua na região - só podem atravessar a Grande São Paulo durante as janelas de ociosidade nas operações de passageiros da Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos (CPTM). A novidade não vem apenas do setor público. Pela primeira vez, a própria MRS admite financiar - ainda que parcialmente - a obra, orçada em mais de R$ 1 bilhão. Sem detalhar a equação financeira do projeto, o presidente da empresa, Eduardo Parente, diz que há disposição da MRS em liberar recursos para o Ferroanel e propõe, em troca, uma extensão do contrato de concessão, que expira em 2026. De acordo com o executivo, a construção do anel ferroviário tornaria viável o maior uso dos trilhos para o transporte de produtos como soja e açúcar para Santos. "De 2,5 milhões de TEUs (contêineres equivalentes a 20 pés) que chegam ao porto, por ano, só 80 mil são transportados por ferrovias. Com o Ferroanel, esse volume pode aumentar facilmente para 1,5 milhão de TEUs. Dá para tirar, tranquilamente, 5 mil caminhões por dia de circulação da cidade de São Paulo", assegura Parente. A volta ao projeto original aposenta a ideia de construir uma passagem subterrânea para cruzar o centro da capital. Essa solução, apelidada de "mergulhão" pelas autoridades que discutiam o assunto, incluía um túnel de dois a três quilômetros de extensão nas regiões da Luz e do Brás. Ela complementava o projeto de duplicação das vias, na região sul da Grande São Paulo, compartilhadas hoje por cargas e passageiros. Aproveitando a faixa de domínio desocupada da ferrovia já existente, segregava as duas redes e dava uma solução mais barata - estimava-se R$ 800 milhões - ao problema, mas mantinha outro: cargas pesadas continuariam passando por áreas densamente povoadas. Por isso, o prefeito Gilberto Kassab vetou a ideia com veemência, o que a jogou dentro da gaveta.
A segunda alternativa, agora descartada, previa a construção do Tramo Sul do Ferroanel, entre Evangelista de Souza e Rio Grande da Serra. Para a MRS, era uma obra de pouca eficiência logística. O governo federal também a via com desconfiança. Para o governo de São Paulo, no entanto, era uma obra que permitia escoar alguma carga vinda do interior paulista pelo porto de Santos, sem dar ao transportador a opção de seguir por trilhos rumo a Itaguaí (RJ), visto como concorrente do porto paulista. Tantas idas e vindas atrasaram em mais de dez anos a execução do Ferroanel. Agora, diferentemente do que ocorreu no passado, todas as esferas de governo estão alinhadas. As divergências internas que havia no governo de José Serra (2007-2010) também foram superadas. "Há um clima de entendimento", afirma Bernardo Figueiredo, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Se já existe consenso em torno da escolha pelo Tramo Norte do Ferroanel, a equação financeira do projeto ainda não tem uma definição. Figueiredo vê com cautela a sugestão da MRS de desembolsar recursos próprios para a obra, em troca de prorrogação da concessão. "É uma possibilidade, mas não é a única, nem é a possibilidade que consideramos em primeiro lugar", diz. A consultoria francesa Logit foi contratada para fazer um estudo sobre a demanda de cargas que podem passar pelo Ferroanel. Em 2007, um relatório do BNDES mantido sob reserva pelo governo considerou a obra "urgente" e classificou o compartilhamento da malha ferroviária na região metropolitana de São Paulo como "um dos maiores gargalos logísticos do país". O secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, adverte que a situação só vai piorar. "A partir de 2015, e portanto nos restam apenas quatro anos, teremos ainda mais dificuldades para arrumar janelas para a operação de cargas na Grande São Paulo", diz. Ele explica: todas as linhas da CPTM estarão operando com intervalo inferior a quatro minutos entre cada trem de passageiros. "Algumas ficarão, inclusive, abaixo de três minutos." Hoje, a maioria das linhas tem entre cinco e seis minutos de intervalo entre as composições. Com isso, sobram 12 janelas de ociosidade para as operações de cargas da MRS, em duas faixas de horário: das 9h às 15h, e depois das 21h às 3h. É impossível ampliar essas faixas porque os trens de cargas são muito lentos e pesados, e a operação concomitante com as composições de passageiros fica inviável.
Há quatro anos, quando estudou o assunto, o BNDES estimou que a demanda de transporte de cargas ferroviárias no Ferroanel passaria de 52,8 milhões de toneladas para 99,4 milhões de toneladas em 2023. Há forte potencial para mercadorias como soja, açúcar, álcool, areia e fertilizantes. A MRS diz que a construção do Tramo Norte permitiria o uso de contêineres "double deck", que duplicam a capacidade de transporte sobre trilhos.

Construtoras investem em projeto com planta flexível
Folha 06.09.2011 - Empresas oferecem possibilidade de o cliente escolher número de quartos. Construtora Even criou departamento para o segmento; a MaxHaus surgiu em 2007 com essa mesma proposta. O analista de sistema Marcelo Antunha Guedes, que comprou apartamento de 32,85 m². Para driblar os espaços cada vez menores, a customização dos apartamentos ganha mercado no setor imobiliário.
Algumas construtoras oferecem aos clientes a possibilidade de escolher, por exemplo, ter só um quarto em vez de dois para ampliar a sala ou ter uma cozinha americana no lugar da convencional. A construtora MaxHaus surgiu em 2007 com essa proposta. Os imóveis têm tamanho único de 70 m² e apenas o banheiro é entregue com espaço já delimitado.
Os demais cômodos e as metragens são definidas pelo morador. Quem preferir pode ainda comprar outras unidades e juntar os espaços.
"Enxergamos uma oportunidade na 'arquitetura aberta'. Quem determina as prioridades no imóvel é o consumidor. Se para ele o mais importante é a sala, por exemplo, pode fazê-la maior", afirma a diretora de marketing da empresa, Luana Rizzi.
A executiva conta que entre as reclamações dos clientes em relação aos imóveis não customizados estão os espaços que não atendem às necessidades.
"Há consumidores que compararam o imóvel de 70 m² com um de 90 m² e preferiram o menor. O outro tinha quarto de empregada ou cômodos que não seriam usados e deixam os espaços menos aproveitáveis."
A construtora Even também investiu no conceito e criou um departamento voltado ao segmento, chamado de "Excluseven".
"Há uma tendência clara de personalização. Hoje, a maioria das unidades que entregamos tem alguma modificação", afirma João Azevedo, diretor-executivo de incorporação da Even.
Pela proposta da construtora, o cliente tem acesso a várias plantas e pode, com um custo adicional, solicitar mudanças nos acabamentos.
Há ainda a possibilidade de incluir itens, como banheira de hidromassagem.
Sem reforma: Apesar do gasto extra, Azevedo diz que esse tipo de opção é mais vantajosa para quem já faria adaptações para transformar o ambiente.
"O cliente pode escolher a planta que mais atende às suas necessidades, evitando obras pós-entrega e mantendo a garantia da construtora", ressalta ele.
O arquiteto Rafael Zampini, 30, procurava um imóvel usado para reformar e transformar em um espaço amplo, mas optou por comprar uma unidade da MaxHaus, que já vinha sem as divisórias. "Queria fazer um apartamento no estilo loft, todo aberto. No final, ficaria mais caro por causa da reforma", afirma o arquiteto.
Zampini, que mora sozinho, aproveitou espaços que não usaria e fez adaptações. "No lugar destinado à área de serviço, fiz uma sala de jantar. O prédio já tem uma lavanderia."

Parceria com construtora colabora para deságio da Isolux
Reuters 05.09.2011 - O deságio de 43,99 por cento praticado pela Isolux Infraestructure no leilão de transmissão da última sexta-feira foi possível devido às sinergias de projeto da companhia e à parceria com a construtora do grupo controlador Isolux Corsán.
"O nosso interesse no lote foi exatamente porque tem sinergias com o complexo de Cachoeira Paulista e conseguimos ser mais competitivos e mais agressivos", disse o presidente de Conselho de Administrativo da Isolux Infraestructure, João Nogueira Batista, nesta segunda-feira, à Reuters.
Segundo Batista, a parceria com a construtora do mesmo grupo também colaborou para que a empresa pudesse praticar um lance agressivo pelo lote J, referente à linha Taubaté-Nova Iguaçu e à subestação Nova Iguaçu, garantindo uma Receita Anual Permitida (RAP) de 27,9 milhões de reais.
"Temos a construtora do grupo, com quem negociamos a participação", disse Batista ao reforçar que, com isso, a empresa reduziu um dos principais riscos em investimentos em transmissão que é o atraso na construção do projeto.
O próximo passo da empresa será fechar o contrato de construção civil, o que Batista disse ser um "contrato-chave" para definir quando será a entrega da obra. A previsão para a entrada em operação dos empreendimentos é de 26 meses.
Os empreendimentos que a Isolux arrematou no lote J irão possibilitar o pleno escoamento da energia produzida nas usinas do rio Madeira aos principais centros de carga do Sudeste do país. Os empreendimentos devem receber investimentos de cerca de 300 milhões de reais da Isolux. Batista ainda afirmou que a companhia avaliará a participação no próximo leilão de transmissão que deve acontecer neste ano, ainda sem data marcada. "A nossa aposta no Brasil continua", disse.
O grupo espanhol Isolux Corsán transferirá a sede da subsidiária Isolux Infraestructure para o Brasil, conforme anunciado em agosto.
A Isolux Infraestructures também prepara uma oferta pública.

Aneel aprova projeto básico de usina que será construída no Rio Teles Pires
Correo Braziliense 05.09.2011 - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o projeto básico da Usina Hidrelétrica Teles Pires, que será construída no Rio Teles Pires, entre os estados de Mato Grosso e do Pará. O projeto básico traz os detalhes técnicos da obra e é elaborado com base nos estudos preliminares para garantir a viabilidade técnica e o tratamento adequado dos impactos ambientais.
A aprovação do projeto básico é feita pela Superintendência de Gestão e Estudos Hidroenergéticos (SGH) e tem como pré-condição a obtenção da licença ambiental de instalação, que foi concedida em agosto, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O contrato de concessão do empreendimento foi assinado em junho e o início da operação comercial da primeira unidade geradora está previsto para 30 de abril de 2015.
A hidrelétrica terá potência instalada de 1.820 megawatts e o reservatório ocupará uma área de 137 quilômetros quadrados. A usina custará cerca de R$ 3,3 bilhões e a energia foi negociada em leilão, por R$ 58,36 o megawatt-hora. O grupo responsável pela construção é formado pelas empresas Neoenergia, Furnas, Eletrosul e Odebrecht.

B2W recua mais de 12% em 2 dias com temores sobre concorrência
Brasil Econômico 05.09.2011 - A B2W, maior companhia brasileira de vendas pela internet, caminha para sua maior queda acumulada em duas sessões desde maio de 2010 diante das preocupações dos investidores de que o aumento da concorrência possa afetar os lucros da empresa.  A ação da B2W caiu 5,11% nesta segunda-feira (5/9), para R$ 15,23. O Ibovespa recuou 2,71%. A ação já perdeu mais de 12% nas últimas duas sessões.
A perspectiva para o varejo brasileiro na internet é "positiva", mas a B2W está lutando para impulsionar suas vendas porque seu sistema de logística não tem sido capaz de acompanhar a crescente demanda do País, resultando em atrasos nas entregas, de acordo com Sandra Peres, analista da corretora Coinvalores.
"A concorrência no setor está cada vez mais acirrada", disse Peres em uma entrevista por telefone hoje. "Para a B2W, a situação é ainda mais complicada porque a empresa está tendo que lidar com maior concorrência ao mesmo tempo em que enfrenta problemas de logística."
Uma liminar da justiça proibiu a Americanas.com, unidade do grupo B2W, de vender produtos no estado do Rio de Janeiro em maio depois que 20.000 consumidores reclamaram atrasos nas entregas. A proibição foi suspensa em junho.

Samba Tech adquire Videolog
Valor 05.09.2011 - A Samba Tech, empresa brasileira que fornece tecnologia para distribuição de vídeos na internet, fechou acordo para adquirir a Videolog, voltada para o compartilhamento de vídeos na internet. O valor da operação é mantido em sigilo pelas companhias.
Com a aquisição, a Samba Tech pretende oferecer para empresas canais privados para compartilhamento de vídeos na internet e serviços de publicidade on-line. Esses serviços já são oferecidos pela Videolog para produtoras independentes. A Samba Tech possui 65 clientes empresariais, sendo 8 grandes portais de mídia como Grupo Abril, Meio & Mensagem e R7. 
A compra faz parte do projeto da Samba Tech de expandir as operações para a América Latina, afirma o presidente da companhia, Gustavo Caetano.

Plano de Banda Larga deve atender 30 milhões de domicilios em 2014
GPdeLondrina 05.09.2011 - O Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) deverá ficar limitado ao atendimento de 30 milhões de domicílios em 2014. Esta é a percepção do técnico do Ipea, Rodrigo Abdalla Filgueiras de Sousa em seu estudo "Futuros desafios para o Programa Nacional de Banda Larga", divulgado nesta segunda-feira. Na sua visão, o governo ao elaborar o PNBL se preocupou com problemas de infraestrutura de rede, do alto preço cobrado pelas empresas e a "regulação ineficaz", mas não considerou alguns aspectos fundamentais, entre eles a disponibilização de equipamentos de acesso (computadores), a produção de conteúdo, e a capacitação dos usuários.
Rodrigo Abdalla disse que em 2010, apenas 20 milhões de domicílios tinham computador e que a densidade de computadores nas residências vem aumentando em torno de 4 pontos percentuais ao ano desde 2006. As pesquisas indicam, segundo ele, que as TVs e os celulares são os equipamentos de tecnologia da informação mais presentes nos domicílios das classes C, D e E.
"É bastante provável que, em 2014, apenas 45% da população do país tenha contato frequente com o computador, o que, certamente, trará impacto negativo para as metas do plano", afirma em seu estudo.
Ele considera que a política de desoneração de tributos e impostos para computadores pessoais é insuficiente para aumentar o número de usuários. "Novas formas de acesso - em especial o telefone móvel e o televisor - devem ser consideradas como opções", pondera.
A capacitação da população também parece avançar em ritmo mais lento que o desejado pelo PNBL, considera. Para isto, é necessário estimular a criação de novos cursos e a ampliação de vagas. Rodrigo Abdalla defende a participação do Sistema S neste trabalho de formação.
Outra preocupação é com o preço para as camadas de menor renda, para isso ele defende a criação de "modelos de negócios inovadores, condizentes com sua disponibilidade de renda". Segundo o especialista, "isto exige, por exemplo, a ampliação da oferta de planos pré-pagos e de preços fracionados para acesso à internet: em vez de planos mensais".
Uma forma possível é a adoção de "modelo semelhante ao da introdução das redes de telefonia móvel no Brasil: a criação de tarifa de interconexão de valor diferenciado, de forma a financiar a expansão da infraestrutura de banda larga por meio da transferência de recursos das redes já amortizadas".

Ações da TIM caem na bolsa à espera de oferta pública
Valor 06.09.2011 - As ações da TIM caíram 5,82%, para R$ 8,90, no pregão de ontem, devido às preocupações com uma possível oferta pública. O Índice Bovespa recuou 2,7%. A queda do preço no mercado é o movimento natural na expectativa de uma venda em bloco de ações, pelo desequilíbrio momentâneo entre oferta e demanda pelas papéis.
Além disso, os próprios investidores tendem a puxar para baixo as cotações, na expectativa de influenciar o preço numa possível colocação pública.
Ontem, o Valor antecipou que a TIM estuda realizar uma oferta pública, que deve variar entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões. Não está definida a combinação entre uma distribuição secundária e primária. A Telecom Italia tem folga para vender o excedente do controle, uma vez que possui 67% do capital da empresa brasileira. Em 2006, antes da migração para o Novo Mercado, a controladora chegou a anunciar a venda pública das preferenciais que detinha, mas a operação não se concretizou.
Ontem, dada a negativa da companhia que afirmou que a dona italiana não pretende alienar nada de sua participação, os analistas trabalharam com a possibilidade de uma emissão primária. A elevada participação da Telecom Italia também permite uma capitalização da TIM sem que ela tenha que aportar recursos na transação.
Contudo, o Valor apurou que a composição final da possível colocação ainda está em estudo.
Apesar da baixa alavancagem da TIM, segundo alguns analistas, uma capitalização ajudaria no pagamento da AES Atimus, adquirida em julho por R$ 1,6 bilhão.
Ao fim de junho, a TIM tinha uma dívida líquida de R$ 1,9 bilhão. A companhia contava com 55,5 milhões de clientes e uma participação de mercado de 25,5%. A empresa teve uma receita líquida de R$ 5,2 bilhões no segundo trimestre, com lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 1,1 bilhão e lucro líquido de R$ 350 milhões.

Operadoras de celular bloqueiam uso de chip pré-pago em tablets
Estadão 05.09.2011 - Nas lojas das quatro maiores empresas do setor, informação era de que, para usar a internet em tablets e modems 3G, era preciso comprar um plano pós-pago, mais caro. Operadoras de celular estão bloqueando nos tablets o uso de internet pré-paga, que custa no máximo R$ 15 por mês, para vender planos pós-pagos específicos para os equipamentos, que custam, em média, R$ 50 mensais. A prática vai contra as normas da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e contra o Código de Defesa do Consumidor.
O Estado percorreu algumas lojas das quatro maiores empresas de telefonia móvel - Claro, Oi, TIM e Vivo - em Brasília e, em todas elas, a informação dos vendedores é de que as ofertas de internet pré-paga foram bloqueadas para tablets e que agora só valiam para celulares e smartphones. Para tablets e modems 3G, era necessário adquirir um plano pós-pago, que custa bem mais caro. Nos call centers, o discurso foi o mesmo.
A reportagem fez o teste com chips das quatro operadoras no iPad e constatou que Claro e Oi estão desrespeitando a legislação. No caso da TIM e da Vivo, apesar das restrições dos atendentes, o serviço funcionou. Para fazer o teste, porém, foram adquiridos os chips sem especificar que seriam usados no tablet, pois o microchip é o mesmo usado no iPhone 4.
Como o iPad só funciona com um microchip, o teste foi feito com esse dispositivo específico e também com o tradicional, depois de uma adaptação para o tamanho necessário, mantendo-se intacto o chip, que é a parte dourada que fica no verso da logomarca da operadora.
Com a Claro, foi impossível fazer qualquer conexão, pois a operadora, de fato, fez o bloqueio do serviço. Ao tentar acessar qualquer página da internet, aparecem as seguintes mensagens na tela do iPad: "Não pôde acessar a rede de dados do celular", "Você não está inscrito em um serviço de dados de celular" e "Você não está conectado à internet". Esses avisos, porém, são emitidos mesmo depois do cadastro do número da linha vinculada ao chip no pacote promocional de R$ 11,90 mensais.
A Oi não comercializa microchip pré-pago. Assim, só foi possível fazer o teste com o chip cortado. A operadora não tem uma oferta específica de internet pré-paga, mas oferece o acesso ao preço de R$ 0,39 por quilobit (Kb) de download, tráfego que é contabilizado em um tempo muito curto de conexão.
Mesmo com o acesso mais caro entre as concorrentes, o serviço não funcionou. Em tela, figuram as mesmas mensagens de erro da Claro. Curiosamente, ao fazer o teste dos chips da Claro e da Oi no iPhone 4, foi possível a conexão à internet.
Ao fazer o teste com a TIM, a conexão de internet ao preço de R$ 0,50 por dia ou R$ 15 por mês foi obtida de forma imediata, tanto no microchip quanto no adaptado. O acesso à internet pré-paga da Vivo pelo valor mensal de R$ 9,90 (a opção de conexão avulsa sai bem mais caro) só funcionou depois que a assessoria de imprensa da companhia enviou uma configuração para ser feita no iPad. Depois desse procedimento, os chips funcionaram.

Telefónica anuncia nova estrutura organizacional
Brasil Econômico 05.09.2011 - Empresa vai criar uma unidade focada no mundo digital, além de dividir o comando em dois grandes blocos: Europa e América Latina.
O comitê do Conselho de Administração da Telefônica aprovou nesta segunda-feira (5/9) a formação de um novo esquema organizacional.
A ideia da empresa é iniciar uma "nova etapa visando o futuro de médio e longo prazo, e com o objetivo de fortalecer-se como uma empresa de crescimento".
Dentre as principais novidades está a constituição de uma nova unidade de negócio, denominada Telefónica Digital, cuja missão será fortalecer o papel da companhia no mundo digital e aproveitar as oportunidades de desenvolvimento nessa área.
Outra mudança será a simplificação e o equilíbrio da distribuição geográfica dos negócios, configurando dois grandes blocos: Europa e América Latina.
José María Álvarez-Pallete, responsável até agora pela América Latina, dirigirá a região da Europa, que integra as operações na Espanha. E Santiago Fernández Valbuena, ex-diretor geral de estratégia, finanças e desenvolvimento corporativo, ficará à frente pela América Latina.
Além disso, sob o comando de Guillermo Ansaldo - até o momento responsável pelas operações na Espanha -, será criada "uma unidade operacional de Recursos Globais, para assegurar a rentabilidade e sustentabilidade dos negócios, aproveitando e extraindo os benefícios da escala, além de acelerar a transformação para uma companhia integralmente global".

Rio Tinto e Anglo American devem deixar Palabora
Valor 06.09.2011 - As mineradoras Rio Tinto e Anglo American pretendem vender suas participações na maior produtora de cobre da África do Sul, cuja mina Palabora aproxima-se do esgotamento.
Acionista controladora da Palabora Mining Co., com participação de 58%, a Rio Tinto informou estar "confiante de que haverá vários compradores interessados", mas não identificou nomes. O valor combinado de sua participação com os 17% da Anglo American somava 5,15 bilhões de rands (US$ 723 milhões) na Bolsa de Valores de Johannesburgo, na sexta-feira.
O analista Peter Davey, especialista em mineração no Standard Bank, disse que a Glencore e a Eurasian Natural Resources Corp., multinacionais com ações listadas em Londres que vêm expandindo sua produção de cobre na África, poderiam ter interesse. "A atração para eles poderia ser o forno de fundição de cobre", disse Davey, referindo-se às instalações de processamento da mina.
A Palabora, que fornece a maior parte do cobre da África do Sul, é explorada desde os anos 60 e a mineração subterrânea deve parar em 2016, segundo a Rio Tinto, embora a empresa tenha feito estudos para estender a "vida" da mina até a 2030.
A Rio Tinto não é mais a empresa com maiores vantagens naturais para ser a dona "da Palabora, já que a oportunidade para expandir significativamente a mineração de cobre é limitada", disse o chefe da divisão de cobre da Rio Tinto, Andrew Harding.
A parte da produção da Palabora que coube á Rio Tinto em 2010 foi de 43 mil toneladas, 6% do total da produção de cobre da mineradora. As receitas da empresa com a mina subiram de US$ 635 milhões, em 2009, para US$ 837 milhões, em 2010, impulsionadas pela alta do preço do cobre, embora as reservas de minério de cobre venham recuando há vários anos.
O plano de venda chega em um momento em que a Rio Tinto redireciona suas operações de cobre para a Mongólia. A mineradora investe bilhões de dólares na construção da mina Oyu Tolgoi e atualmente possui 48,5% da Ivanhoe Mines, dona da Oyu Tolgoi e cujas ações são negociadas em Toronto.
A Rio Tinto e a Anglo American informaram que o valor da mina para o futuro está ligado à magnetita, tipo de minério de ferro que a Palabora explora atualmente como subproduto e exporta para a China.
Nos últimos anos, a mineradora de diamantes De Beers vendeu várias minas sul-africanas que estão ficando envelhecidas para empresas menores do setor. Davey disse que a Rio Tinto e a Anglo American "vêm buscando uma estratégia de saída há cinco anos ou mais".
O governo sul-africano ainda não converteu a antiga licença de mineração da Palabora em novos direitos de exploração, segundo o balanço financeiro mais recente da empresa.

Mineradoras pagam 61% mais royalties
Folha 06.09.2011 - Apesar da alta na arrecadação, que somou R$ 940 milhões até agosto, governo deve elevar tributação no setor.Em todo o ano passado, recursos somaram R$ 1 bilhão; aumento da exportação e de preços explica a maior receita.
Mineradoras com atuação no país pagaram, até agosto deste ano, R$ 940 milhões em Cfem (Contribuição Financeira pela Exploração Mineral), o royalty da mineração.
O volume é 61% maior do que o registrado entre janeiro e agosto de 2010, quando a arrecadação somou R$ 585 milhões, segundo dados do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral). Em relação ao mesmo período de 2009, a alta é de 88%.
O aumento das exportações, principalmente do minério de ferro, responsável por mais de 50% do valor da produção mineral, e a alta dos preços das commodities explicam o crescimento.
Nos oito primeiros meses deste ano a receita obtida com as exportações de minério de ferro subiram 67%, somando US$ 26,6 bilhões, de acordo com a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Segundo Luciano Ribeiro da Silva, da Diretoria de Procedimentos de Arrecadação do DNPM, o "empenho redobrado" do órgão na fiscalização, com auditorias periódicas a empresas do setor e cruzamento de dados, e a recuperação de créditos de inadimplentes também contribuíram para a maior cifra.
Em busca de mais: Como em todo o ano passado foi recolhido R$ 1 bilhão com a Cfem, os números de janeiro a agosto deste ano indicam novo recorde de arrecadação no setor de mineração, exatamente no momento em que se discute aumentar os royalties do setor.
A proposta, que deve ser encaminhada ao Congresso neste mês, conforme indicou o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), pode dobrar a alíquota da Cfem em alguns casos, como o do minério de ferro. Hoje, a Cfem varia de 0,2% a 3%, dependendo do minério, e esse tratamento diferenciado por produto deve continuar -em alguns casos, pode cair.
Também deverá ser alterada a base de cálculo da compensação. Hoje incidente sobre o faturamento líquido das mineradoras, a Cfem deverá passar a incidir sobre o faturamento bruto, aumentando a base para a arrecadação.
O governo federal argumenta que o royalty da mineração no Brasil é um dos menores do mundo, entre os principais produtores.
Procurado, o Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) não quis comentar o tema.
Mas a posição das empresas, expressada em declarações passadas, é a de que é preciso avaliar a carga tributária como um todo, pois no país há outros tributos que oneram a produção, como IR, PIS, Cofins e ICMS.
Carga tributária: Estudo da consultoria Ernst & Young, realizado a pedido do Ibram, mostrou o Brasil entre as três maiores cargas tributárias do mundo em 12 minerais estratégicos.
No caso do minério de ferro, em 2008 a carga era de 20%, atrás apenas da Venezuela (26%) e China (25%).
"E não é só para a carga tributária que se deve olhar, mas sim para o custo de fazer o negócio. É preciso considerar a falta de infraestrutura, que é muito importante nesse setor", diz Carlos Vilhena, sócio do Pinheiro Neto para a área de mineração.

Vale pode vender frota de supercargueiros a chineses, diz Reuters
Exame 05.09.2011 - Mineradora planejava uma frota de 19 supernavios, mas decidiu agora que não precisa ser dona deles. Murilo Ferreira,presidente da Vale: sem planos de operar uma superfrota de cargueiros.
A Vale está negociando a venda ou arrendamento de sua frota de supercargueiros para armadores chineses. A informação é da agência de notícias Reuters. Para fechar um acordo, a mineradora quer a garantia de que os meganavios serão usados apenas para o transporte de minério entre Brasil e China.
A declaração foi dada à agência de notícias pelo diretor global de marketing da Vale, Pedro Gutemberg. Segundo o executivo, a maior produtora de minério de ferro do mundo não deseja se transformar em uma operadora de navios, nem ganhar dinheiro com isso.
O único objetivo da Vale, segundo Gutemberg, é garantir que o frete cobrado da mineradora esteja sob controle. A Vale planejava construir 19 supercargueiros para o transporte de minério para a China.
Polêmica: A construção dos supercargueiros foi decidida em durante a gestão de Roger Agnelli, e colocou a Vale em rota de colisão com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula chegou a censurar, publicamente, a decisão da Vale. Em resposta, Agnelli afirmou que os estaleiros brasileiros não tinham condições de construí-los. O embate alimentou a fritura de Agnelli, que deixou a presidência da Vale em maio deste ano, sendo substituído por Murilo Ferreira.
O projeto original previa a construção de 35 supercargueiros de 360 metros de comprimento e capacidade para transportar 400.000 toneladas. Destes, 19 embarcações foram diretamente encomendadas pela Vale a estaleiros da Coreia do Sul e da China. O restante foi encomendado por empresas de logística que se comprometeram a transportar o minério da Vale por, pelo menos, 25 anos.
O custo dos navios foi avaliado, na época, em 4 bilhões de dólares. Segundo a Reuters, uma das empresas interessadas em comprar ou arrendar os supernavios é a estatal chinesa Cosco (China Ocean Shipping Company), que já mantém uma frota de navios transportando carga entre o Brasil e seu país-natal.

Rumo investirá R$ 200 milhões no Porto de Santos
Valor 06.09.2011 - A Rumo, empresa de logística do Grupo Cosan focada em movimentação de açúcar, anunciou neste mês investimentos de R$ 200 milhões em sua estrutura no Porto de Santos para agilizar o processo de descarregamento, armazenagem e elevação de carga.
Uma das mudanças será a substituição do shiploader norte do Terminal Sul e a construção de novas linhas de expedição.  O investimento para essa medida será de R$ 35 milhões.
Outra iniciativa em andamento é a reforma de um armazém localizado no Porto de Santos, que resultará em aumento da capacidade atual de armazenagem de açúcar – passando dos atuais 25 mil toneladas para 80 mil toneladas. Para o armazém estão previstos R$ 40 milhões.
Os projetos, que estão sob análise da Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP) e da Agência Nacional dos Transportes Aquaviários (Antaq), integram o programa de investimento de R$ 1,3 bilhão da Rumo Logística até 2015 para o fortalecimento do modal ferroviário no transporte de açúcar proveniente da Região Centro-Sul paulista. Deste montante, quase R$ 600 milhões serão aplicados em obras de duplicação, expansão e melhorias dos acessos ao Porto, especialmente no trecho que liga a cidade de Itirapina a Santos.
Também é parte integrante do projeto de renovação do Porto de Santos a instalação de uma cobertura metálica que permitirá o embarque de açúcar mesmo em dias de chuva. A cobertura cobrirá o berço de atracação do Terminal Sul e suportará inclinação de chuvas a 41º, além de ser revestida com uma membrana que captará águas de reuso. A cobertura foi desenhada para atender as maiores embarcações de carga existentes, como os navios Panamax e Cape Size, que transportam de 80 até 120 mil toneladas.

Com entrada de fundo, Gafor já planeja expansão
Valor 06.09.2011 - Sergio Maggi Júnior, presidente da Gafor Logística: "Temos o suficiente para dobrar o tamanho nos próximos anos".
Depois de passar os últimos anos sendo assediada por fundos de investimento - e negando a entrada de todos eles em sua participação -, a Gafor Logística aceitou, no dia 15 de agosto, um aporte de aproximadamente R$ 70 milhões de um dos fundos da gestora NEO. Com a quantia, a empresa familiar direcionará investimentos para a expansão dos negócios no setor - o que inclui a entrada na briga pelo mercado de transporte de automóveis, atualmente dominado pela gigante de capital aberto Tegma.
O primeiro contrato no segmento está "quase fechado", segundo Sérgio Maggi Júnior, presidente da Gafor Logística. Além do aumento da frota própria, que atenderá em parte a nova empreitada, os recursos terão como objetivo impulsionar o crescimento em operações dedicadas (que cuidam de todas as etapas logísticas para os clientes, o chamado one-stop-shop) e de agronegócios, que já constituem os principais mercados da companhia. A cana-de-açúcar tem destaque no portfólio graças à prestação de serviços logísticos de plantio, transbordo, transporte e corte para a Raízen. Entre outros grandes clientes, estão Fibria, Ambev, Nestlé e Walmart. Hoje, a empresa opera também em território internacional, em três países: Argentina, Uruguai e Chile.
Com a chegada do fundo de investimentos e dos recursos, uma nova etapa se inicia para a empresa de perfil familiar que hoje opera em quatro países e faturou R$ 390 milhões em 2010. "Temos o suficiente para dobrar de tamanho nos próximos anos", acredita Maggi, um dos quatro irmãos em cargos executivos do grupo - filhos do fundador, Sérgio Maggi. A organização nasceu como uma transportadora, em 1951, e hoje atua em seis áreas: além da Gafor Logística, a Arconvert Brasil (de fabricação de autoadesivos), Gafor Distribuidora, Gafor Empreendimentos Imobiliários, Maggi Agropecuária e a Gafor Comércio de Veículos. A de logística continua a principal em faturamento.
Pelas negociações, o fundo NEO Capital Mezanino FIP (ainda com cerca de R$ 250 milhões para outros investimentos) pode optar por ter 30% da composição acionária da Gafor Logística, sob um acordo de debêntures conversíveis em ações.
Segundo Maggi, desde 2003 a empresa é procurada por fundos. Antes resistente à ideia da entrada desses grupos na participação da empresa, a Gafor cedeu graças aos "alinhamentos de valor", segundo Maggi. "São investidores que acreditam em crescimento sustentado a longo prazo", diz. A NEO Investimentos é uma gestora de recursos independente fundada em 2003, que gere atualmente US$ 1 bilhão em diferentes modalidades de fundos de investimento, incluindo Multimercados, Private Equity, Ações e Real Estate. Por meio dos demais fundos, a gestora investiu no grupo Editoria Nacional, no grupo Predial de Serviços, na Masb Desenvolvimento Imobiliários e na Livraria Cultura.
A concordância do grupo à entrada do investidor estratégico na Gafor Logística, responsável pela maior parte das receitas do grupo, é apenas mais um exemplo da prática que se tornou comum em companhias do setor e pode ser vista como um sinal da necessidade de investimentos para o crescimento de empresas de médio porte.
Em 2009, dois fundos da gestora Governança & Gestão, do ex-ministro do Planejamento Antonio Kandir, compraram uma participação minoritária da Rapidão Cometa. Os valores da transação não foram divulgados - nem pelo fundo nem pelos donos da empresa. Em 2008, a Pátria Investimentos criou com sócios a Veloce, que transporta principalmente peças automotivas e hoje registra R$ 160 milhões em faturamento.
A entrada de investidores estratégicos faz frente à abertura de capital das grandes. A JSL (antiga Júlio Simões Logística), por exemplo, teve sucesso na oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no ano passado e em 2010 faturou R$ 2 bilhões. Outra que teve sucesso no IPO foi a Tegma, que se lançou na bolsa em 2007 e faturou R$ 1 bilhão no ano passado.

Concessionária investe em três projetos para reduzir gargalos
Valor 06.09.2011 - A MRS Logística, concessionária de ferrovias que opera 1,7 mil quilômetros de trilhos em três Estados, está investindo R$ 272 milhões em três projetos na região metropolitana de São Paulo, que ajudarão a desafogar o tráfego ferroviário de cargas, hoje comprometido pelas limitações das linhas de passageiros. É uma primeira intervenção para diminuir os gargalos na região, que só vão se resolver definitivamente com a construção do Ferroanel.
O principal investimento, de R$ 140 milhões, é na modernização da cremalheira na Serra do Mar, entre Cubatão e Paranapiacaba. A cremalheira é um sistema no qual um terceiro trilho, dentado, é implantado entre os dois trilhos normais de uma ferrovia.
Ela é usada para permitir às locomotivas superar inclinações muito fortes. O trecho da Serra do Mar tem rampas com inclinação de 10% - sobe-se um metro a cada dez percorridos. Um sistema semelhante existe no trem de acesso ao Corcovado, no Rio.
Com dez quilômetros de extensão, a cremalheira vem trabalhando com tecnologia ultrapassada e máquinas fabricadas pela japonesa Hitachi há quase 40 anos. Ela transporta produtos como celulose da Votorantim e minério de ferro para abastecer a Usiminas (antiga Cosipa). Hoje, a cremalheira carrega 7 milhões de toneladas por ano, em ambos os sentidos. Quando a modernização estiver concluída, aumentará o volume para 14 milhões de toneladas por ano, em cada um dos sentidos.
Há cerca de um mês, a MRS começou as obras de segregação das vias de cargas e de passageiros em um trecho de 12 quilômetros entre Itaquaquecetuba e Suzano, liberando os trilhos da CPTM. É um investimento de R$ 120 milhões, com conclusão prevista para o quarto trimestre de 2012.
Em outro investimento, a MRS fez uma parceria com a Contrail para construir um terminal intermodal de cargas em Cubatão, que inclui a remoção da favela de Conceiçãozinho. O terminal será construído e operado pela Contrail, enquanto as linhas férreas ficam a cargo da MRS. A empresa quer implantar "double deck", formando composições com o empilhamento de dois contêineres, um sobre o outro.
Com operações previstas para o início de 2012, o terminal ficará em um terreno ao lado da antiga Cosipa, na descida da cremalheira, em Cubatão. Ele permitirá elevar o transporte de cargas ao porto de Santos dos atuais 80 mil para 330 mil TEUs (contêineres equivalentes a 20 pés), acredita a MRS.

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