quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Azul.CA.09.08

Daily News

TIM estuda oferta de ações
Valor 08.09.2011 - A Telecom Italia prepara uma oferta subsequente de ações da TIM Participações, com potencial para movimentar entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões. O objetivo é que a controladora venda parte das ações que ainda lhe permita manter o controle, já que sua participação na empresa é de 67%.
A decisão não está completamente fechada, mas já existem bancos contratados para a possível transação.
Procurada pelo Valor, a Telecom Italia negou que esteja preparando essa operação. Por meio de um comunicado, a companhia informou que "não planeja vender qualquer parcela de sua participação acionária na TIM Brasil". A empresa italiana também afirmou que "nem mesmo trabalha com alguma hipótese do gênero".
A operação não deve surpreender por completo o mercado, pois a Telecom Italia já havia dado sinais de que tinha interesse nesse movimento em 2006, quando chegou a anunciar uma oferta pública, na época, de ações preferenciais (sem direito a voto), mas cancelou. Desde então, os analistas sempre destacam que a posição acionária da Telecom Italia na companhia brasileira oferece margem para uma oferta.
Como a fatia da TIM Participações em circulação no mercado (33% do capital) é superior a R$ 5 bilhões, a operação tem o aval para obter um registro expresso na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que pode sair em até cinco dias. A empresa se enquadra no conceito de emissora com grande exposição ao mercado (Egem).
Desde o dia 3 de agosto as ações da TIM Participações são negociadas no Novo Mercado, após a conversão das preferenciais em ordinárias (com direito a voto). A decisão de aderir ao padrão máximo de governança da BM&FBovespa foi anunciada ao mercado em 5 de maio. De lá para cá, os papéis acumulam valorização superior a 18%.
Na sexta-feira, a companhia encerrou o pregão valendo R$ 21 bilhões, próximo da maior avaliação desde o segundo semestre de 2007. A empresa passou a enfrentar desafios operacionais de peso na época e no ano passado consolidou uma virada em seus números.
O pico da capitalização neste ano ocorreu na segunda-feira, dia 29 de agosto, quando alcançou R$ 21,7 bilhões, com a ação em R$ 9,80. O momento, portanto, seria oportuno para uma venda de ações, a despeito das condições de mercado.
Na sexta-feira, os papéis tiveram reação negativa - recuaram 2,57%, para R$ 9,45 -, acompanhando a tendência do pregão e ainda influenciados justamente por preocupações em torno de uma possível oferta de ações, por conta de declarações do presidente da controladora Telecom Italia a respeito de pequenos possíveis desinvestimentos.
O objetivo da companhia italiana não é perder o controle, apenas levantar recursos com a venda de parte dos papéis.
Com base no valor de mercado da sexta-feira, a Telecom Italia poderia levantar até R$ 3,4 bilhões, se vendesse todo o adicional ao controle e permanecesse com 51% dos papéis.
No Brasil, a TIM Participações voltou ao radar dos analistas com a melhoria dos resultados. De 17 recomendações registradas na base de dados da Bloomberg, 12 são de compra e 5 de manutenção. O preço-alvo médio das recomendações é de R$ 10,72, equivalente a um potencial de valorização de quase 13,5%. Na prática, significa dizer que a capitalização da companhia poderia chegar a R$ 23,8 bilhões.
A corretora Itaú Unibanco foi uma das últimas a atualizar suas projeções, elevando o preço-alvo das ações de R$ 10 para R$ 12,70.
Na Itália, a controladora já viveu momentos piores. Apesar das preocupações com o país, essa não é a pior situação financeira. No primeiro semestre deste ano, a Telecom Italia registrou receita de € 14,5 bilhões, dos quais 24% foram contribuição do Brasil. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) orgânico do grupo italiano somou € 6 bilhões, sendo que 16%, ou € 948 milhões, vieram da TIM Participações.
A última linha do balanço acumulou um prejuízo de € 2 bilhões, porque a companhia fez uma baixa contábil de € 3,1 bilhões pela deterioração do cenário italiano. A dívida líquida encerrou junho em € 31,1 bilhões - aproximadamente 2,5 vezes o Ebitda anual.

Crise pode adiar planos de oferta de ações da Tigre
Valor 08.09.2011 - O grupo Tigre, fabricante brasileiro de tubos e conexões, está com a documentação pronta para iniciar o processo de oferta pública de ações, mas a crise financeira que afeta as bolsas de valores em todo o mundo pode adiar os planos da companhia.
Segundo apurou o Valor, a Tigre estuda se protocola, até amanhã, o pedido de registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o primeiro passo obrigatório das empresas que querem lançar ações.
Sexta-feira é a data limite para que a Tigre inicie o processo de oferta a tempo de fazer a precificação dos papéis até o dia 27 de outubro. Esse é o último dia para que as empresas façam a emissão utilizando os dados financeiros relativos ao segundo trimestre de 2011. A partir de 28 de outubro, precisam incluir os dados do terceiro trimestre do ano.
A CVM determina que empresas podem fazer abertura de capital até 17 dias antes do prazo para publicação do balanço do trimestre. Ou seja, se a companhia deseja fechar o preço da ação com dados do segundo trimestre tem que fazê-lo até 27 de outubro.
O intervalo da data de entrada até a definição do preço da oferta ocorre em função do rito processual pelo qual as empresas têm que passar: prazo estipulado pela CVM para analisar a operação (20 dias úteis), envio de exigências (mais sete dias) e road show com investidores, que geralmente ocorre em duas ou três semanas.
Se a Tigre não apresentar a documentação até amanhã, perderá a oportunidade de sair com a operação entre outubro e novembro, deixando-a para meados de dezembro. O período é considerado ruim pelos coordenadores, porque os investidores já estão "preocupados" com as festas de fim de ano e começam a sair em férias.
Por meio da assessoria de imprensa, a Tigre informa que "vem analisando todas as alternativas disponíveis no mercado para obter os recursos necessários para cumprir o seu planejamento estratégico". A empresa tem como meta dobrar o tamanho da operação até 2014. Em 2010, a empresa apurou receita líquida de R$ 2,1 bilhões.

Dicico desacelera em lojas próprias e abre franquias
Valor 08.09.2011 - Letra, da Dicico: "Já havia indícios de que seria cada vez mais difícil abrir lojas". Enquanto reduz o plano de abertura de lojas próprias, a rede de materiais de construção Dicico persegue a meta de chegar a cem franquias até 2015. A primeira foi inaugurada na semana passada em Vinhedo (SP). O freio na expansão própria reflete a desaceleração nas vendas. No primeiro bimestre, houve crescimento de 25% em relação a igual período de 2010. A partir de junho, o ritmo de expansão passou a ser de 6%.
A expectativa da Dicico é fechar o ano com crescimento de 11%, em relação a 2010 - bem menos do que os 22% registrados no ano passado. A empresa, que faturou R$ 700 milhões em 2010, é a quarta maior do setor, depois de Leroy Merlin, Telhanorte e C&C.
O plano inicial, de abrir 14 lojas próprias neste ano, foi reduzido para 11, em junho, e deve ficar em oito. A sexta será inaugurada neste mês. "Até o final do ano gostaríamos de abrir mais uma ou duas, mas vai depender da situação", diz o copresidente da Dicico, Jorge Letra. O investimento em reformas e novas lojas deve somar R$ 28 milhões neste ano.
A ideia de trabalhar com franquias, incomum no varejo de material de construção, estava nos planos da Dicico antes mesmo do movimento de desaceleração das vendas começar, segundo Letra. "Já havia alguns indícios de que seria cada vez mais difícil abrir lojas", diz o executivo, que aponta entre esses sinais a saturação de empresas do ramo em algumas regiões e a valorização imobiliária.
A redução no ritmo econômico favorece o crescimento por franquias, de acordo com Letra. Isso porque o modelo da Dicico consiste em transformar pequenos empresários do setor em franqueados. "Essas empresas estão com dificuldade porque a economia também desacelerou para elas".
Muitas pequenas empresas têm fechado as portas, diz Cláudio Conz, presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção (Anamaco). De acordo com a entidade, 58% das 138 mil empresas do setor têm até dez funcionários e 79% têm apenas uma loja.
O sistema de substituição tributária, segundo Conz, prejudica o varejo de pequeno porte. O número de lojas de material de construção que fecham ou mudam de segmento econômico em São Paulo já chega a quatro por mês, informou o Acomac, a associação paulista do setor.
Transformar-se em franquia é uma boa saída para essas empresas, na opinião do diretor de canais da Dicico, Cláudio Fortuna, já que elas passam a contar com ferramentas de gestão, compras centralizadas e um estoque maior, além da força da marca. A Dicico investe tem investido até 4% da receita em publicidade.
Além de não ter que imobilizar capital, a Dicico se beneficia ria do toque regional da franquia. "Em algumas ocasiões, já pagamos o preço por chegar com cara de estrangeiro na região", diz Fortuna. O franqueado poderá adaptar o mix de produtos e trabalhar com fornecedores locais.
É também atenta ao apelo regional do setor que a Dicico busca um modelo para chegar a outros Estados com lojas próprias. Hoje as 54 unidades da rede ficam em São Paulo. A intenção é fazer parcerias com pequenas redes locais. "Nós esperamos fazer uma associação ou fusão ainda em 2012", diz o copresidente. Se esse plano não der certo, a ideia é usar o modelo de franquias para chegar a outras regiões em 2013.
O centro de distribuição em Guarulhos (SP), com área de 200 mil m2, ainda tem folga para atender à expansão, mas a empresa já se prepara para uma logística menos centralizada. O primeiro entreposto será aberto na semana que vem em Limeira (SP). "É um teste para uma operação com vários centros, o que será inevitável se formos para outros Estados", diz Letra.
O plano de abrir capital, que no passado chegou a ser marcado para 2011, não tem mais previsão para sair do papel. "Não chegou a hora ainda", afirma categórico o copresidente.

Casa & Vídeo registra prejuízo de R$ 28,1 mi em 2010
Exame 07.09.2011 - Receita bruta da controlada Casa & Vídeo no Rio de Janeiro somou R$ 1,258 bilhão no ano. Loja da Casa & Video: a receita bruta da controlada Casa & Vídeo Rio de Janeiro somou R$ 1,258 bilhão no ano. O primeiro balanço de ano cheio pós plano de recuperação judicial da rede varejista fluminense Casa & Vídeo mostrou um prejuízo de R$ 28,177 milhões em 2010, segundo informações publicadas hoje no Diário Oficial do Rio de Janeiro. A holding do grupo teve perdas de R$ 52,110 milhões. Envolvida numa crise financeira em 2008, após a prisão de executivos e a apreensão de mercadorias pela Polícia Federal durante a operação "Negócio da China", a rede de 70 lojas, especializada em produtos de consumo e eletroeletrônicos, teve seus bens e obrigações alienados judicialmente e reiniciou suas operações em novembro de 2009.
Segundo o balanço publicado no Diário Oficial, a receita bruta da controlada Casa & Vídeo Rio de Janeiro somou R$ 1,258 bilhão no ano passado, 112% acima do projetado no plano de recuperação judicial. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da rede, por sua vez, somou R$ 35,9 milhões, 50% maior que o estimado. Segundo o relatório da empresa, os resultados obtidos com o plano de recuperação foram considerados "extremamente satisfatórios".
No momento, a rede negocia a entrada de um novo sócio. No início de 2011, foi anunciado um acordo com o BTG Pactual, ainda não concretizado. A empresa também teria negociado com as Lojas Americanas, sem sucesso.

Intermédica cancela oferta de ações e sócio da Galeazzi deixa presidência
Valor 08.09.2011 - A Intermédica, uma das maiores operadoras de planos de saúde do país com faturamento anual de cerca de R$ 2 bilhões, mudou novamente a sua estratégia de negócio.  Há quatro meses, a empresa havia anunciado a intenção de abrir o capital em 2013 e a contratação de Glauco Abdala, um dos sócios-fundadores da consultoria Galeazzi, para o cargo de CEO. Porém, cerca de 60 dias depois, o IPO foi cancelado e Abdala se desligou da Intermédica.  "Desistimos de fazer o IPO por causa da crise. Não está no nosso horizonte esse projeto. O Glauco havia sido contratado para fazer o IPO e como desistimos não fazia mais sentido ficar com ele", justificou Paulo Barbanti, fundador da Intermédica. Segundo o Valor apurou, Abdala desistiu de trabalhar na operadora por conta do perfil centralizador de Barbanti que não deu liberdade para o executivo colocar em andamento as ações previstas de reestruturação da empresa. Procurado, Abdala não foi encontrado pela reportagem.
Barbanti informou ainda que está procurando outro executivo para o cargo de CEO e que permanece como presidente do conselho de administração. "A profissionalização na empresa continua", disse.
Não é a primeira vez que o fundador da Intermédica tenta promover mudanças na companhia. Em 2008, ele convidou Aloísio Wolff, ex-presidente da empresa de tecnologia Orbitall, para o mesmo cargo de CEO. Mas Wolff nunca chegou a assumir o posto, sendo nomeado, posteriormente, presidente da seguradora NotreDame, que pertence ao grupo Intermédica. No próximo ano, Wolff deve se mudar para Madri, na Espanha. Com isso, vai deixar o dia a dia da empresa e passará a ser um dos conselheiros. "Desde o começo, o Aloísio foi chamado para ser o presidente da seguradora", disse Barbanti.
Nessa mesma época, em 2008, Barbanti informou que tinha planos de vender uma participação minoritária de sua empresa fundada em 1968. Uma avalanche de interessados, entre empresas de saúde concorrentes e fundos de private equity, apareceu, mas esse projeto também foi abolido. A Intermédica gera grande interesse no mercado porque atua na emergente classe popular e não tem dívidas.

Brasil passa a ser quarto maior mercado da Sodexo
Valor 08.09.2011 - Com a aquisição da fornecedora de refeições coletivas gaúcha Puras, a operação brasileira da Sodexo passa a ser a quarta maior do grupo francês no mundo, atrás apenas de Estados Unidos, França e Reino Unido. Antes do negócio, a filial ocupava a décima segunda posição, num rol de 80 países. Segundo comunicado divulgado na terça-feira à noite pela matriz em Paris, a multinacional comprou 100% do capital da Puras, que foi avaliada em 525 milhões de euros (R$ 1,2 bilhão). Os termos da transação não foram divulgados.
Costurada em apenas três meses, a negociação muda também o ranking do mercado de refeições coletivas brasileiro, até agora liderado pela GRSA, que registrou receita líquida de R$ 1,6 bilhão no exercício fiscal encerrado em setembro de 2010 e pertence ao grupo inglês Compass - líder global do segmento e principal rival da Sodexo no mundo. A francesa figurava em quarto lugar entre as maiores companhias em funcionamento no país, depois da brasileira Gran Sapore e da vice-líder Puras. Agora, com uma receita anual estimada em R$ 2 bilhões, sobe para a primeira colocação e passa a ter uma participação de mercado de 18,5%, considerando os R$ 10,8 bilhões movimentados pelo setor em 2010, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas.
"No fundo era uma vontade tanto da Sodexo quanto minha de sermos líderes e conseguimos isso juntos", disse ao Valor Hermes Gazzola, fundador e presidente da Puras, que continua no negócio como presidente do conselho de administração da Sodexo on-site no país (divisão que engloba refeições coletivas e serviços corporativos como limpeza e manutenção). Ele conta que havia contratado uma empresa para preparar sua sucessão no longo prazo e não via possibilidade de pessoas da família darem continuidade ao negócio, que criou há 31 anos. Paralelamente, vinha conversando com um banco para preparar a abertura de capital. A proposta da Sodexo, segundo o empresário, se mostrou similar à avaliação da companhia feita pela instituição financeira e ele decidiu pela venda à concorrente. Seu papel, agora, será trabalhar na integração das operações.
Gazzola, assim como o francês Satya Menard, que comanda a operação "on-site" da Sodexo no Brasil, ressaltam a complementariedade das duas empresas. Enquanto a Puras é forte na região Sul e no promissor segmento de petróleo e gás, atendendo 26 plataformas com "restaurantes flutuantes", a Sodexo tem operação mais concentrada em São Paulo e no Rio e cresce na área de saúde (atendimento a hospitais). Menard descarta a possibilidade de demissões. "Pela característica do nosso negócio, 97% do nosso pessoal trabalha na 'casa' do cliente [nos restaurantes corporativos]. Além disso, somos empresas com crescimento expressivo, é necessário um 'back office' forte", afirma o executivo. No ano passado, a receita da Puras cresceu cerca de 30% e a da Sodexo, 25%. Num primeiro momento, as duas marcas serão mantidas.
Além de dar mais musculatura à companhia no Brasil, a expectativa do grupo francês é que o negócio proporcione elevação da rentabilidade. A multinacional espera aumentar sua margem Ebit (lucro operacional dividido pela receita líquida) na região que engloba Brasil e América Latina de 3% para 5% nos próximos três a cinco anos - percentual médio de suas operações globais. A margem atual está bem abaixo da obtida por concorrentes como a GRSA, cujo indicador chegou perto de 6% no ano passado, segundo seu balanço financeiro.
Esta não é a primeira grande aquisição do grupo francês no país. Em 2007, comprou a VR, por R$ 1 bilhão, fortalecendo seu outro braço de negócios, de gestão de cartões de benefícios como vale-refeição. Em 2010, essa divisão, chamada de Motivation Solution, obteve receita líquida de R$ 606,6 milhões no país, a maior do segmento, à frente da Ticket (da também francesa Edenred) e da Visa Vale. O desempenho foi 15% superior ao do ano anterior. No mundo, a Sodexo tem um faturamento global de € 15,3 bilhões.

Francesa Sodexo compra Puras e lidera refeição coletiva
Exame 07.09.2011 - Negócio foi fechado por cerca de R$ 1,2 bilhão de reais. Sodexo: grupo francês será alçado à condição de líder do segmento de refeição coletiva.
A gigante francesa Sodexo anunciou ontem a compra da empresa número dois no mercado de refeições coletivas no País, a gaúcha Puras, por 525 milhões de euros (cerca de R$ 1,2 bilhão), valor muito próximo à receita anual da companhia. Com o negócio, o grupo francês será alçado à condição de líder do segmento, com faturamento anual superior a R$ 2 bilhões e equipe de cerca de 40 mil funcionários.
A venda da Puras, segundo as partes envolvidas, foi motivada pela falta de um plano de sucessão para a empresa fundada pelo gaúcho Hermes Gazzola. "Eu poderia fazer uma sucessão com executivos, mas não com a família, como era a minha intenção", disse o presidente da Puras. "Tive três filhas e realizar esse objetivo ficou difícil. Achei a proposta (financeira) muito boa e preferi crescer com a Sodexo".
Outro fator de motivação para a venda, afirma o executivo, foi o relacionamento antigo entre as duas empresas, além da oportunidade de criar uma nova líder em um segmento que durante décadas foi dominado pela GR, que faturou R$ 1,6 bilhão no ano passado. Para Satya Menard, presidente da Sodexo para América do Sul, o caráter internacional da nova empresa ajudará na manutenção da clientela, à medida que gigantes nacionais ampliam a presença fora do Brasil. A Puras, que faturou R$ 1,26 bilhão em 2010, tinha pequena vantagem sobre a Sodexo em receita no mercado de refeições coletivas, no qual o grupo francês ocupava a quarta posição. Os 22 mil funcionários da Puras em todo o Brasil se juntarão aos 17 mil da Sodexo. Além dos restaurantes em empresas, que representam cerca de 70% de suas receitas locais, a multinacional mantém um braço de benefícios no mercado brasileiro, negócio que ganhou força após a compra da VR, em 2007, por R$ 1 bilhão. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

Nutrin Restaurantes Corporativos
Folha 08.09.2011 - Filho de doméstica, o presidente de uma empresa de restaurantes corporativos que hoje comanda 4.000 funcionários começou vendendo picolés na Guarapiranga. O executivo Aderbal Nogueira, ex-vendedor de picolés e hoje presidente da Nutrin. Nogueira entrou na Nutrin há 18 anos como auxiliar de almoxarifado. Há três anos, assumiu a presidência da companhia. Sob seu comando, a empresa mais que dobrou de tamanho.
Passou do faturamento de R$ 110 milhões, com a gestão de 150 restaurantes empresariais, para R$ 250 milhões e 410 restaurantes. O número de funcionários aumentou de 1.500 para quase 4.000.  Sou baiano de Xique Xique, oeste da Bahia. Filho de mãe baiana e pai pernambucano. Quando tinha três anos, meu pai se separou da minha mãe e ela foi para São Paulo trabalhar de doméstica. Eu fiquei com meus avós. Um ano e meio depois, minha mãe já estava com a vida ajeitada e foi me buscar. Fomos morar no Cambuci (centro).
Minha mãe casou de novo, com um metalúrgico. Desses que são fãs do Lula -para ele, é Deus no céu e Lula na Terra. Tiveram dois filhos.
A vida sempre foi muito dura, minha mãe ganhava muito pouco. O dinheiro do padrasto, que considero o meu pai, pagava o aluguel. O salário da mãe ia pra comida. Eles colocaram nós três na escola e diziam que a gente tinha de estudar.
Aos dez, vendo a dificuldade da família, fui vender picolé na represa de Guarapiranga. A gente morava em Interlagos. Eu estudava de manhã; à tarde, vendia picolé.
O bairro era muito pobre. Mas a gente conseguia ser feliz. Meus avós vinham sempre da Bahia nos visitar.
Em 1982, meu pai ficou desempregado. Foi um tempo difícil. Minha mãe resolveu que queria voltar pra Bahia. A família toda foi junto.
Montamos um açougue, trabalhei carregando carne. Mas não deu muito certo e voltamos de novo para São Paulo. O pai sempre dizia que, para onde quer que fosse, carregaria a família toda.
Quando voltamos, eu queria fazer faculdade, mas não tinha dinheiro. Arrumei emprego de office-boy na empresa Stanley-Home. Mas o dinheiro era pouco.
Um amigo me deu um toque sobre um trabalho de figurinista de circo. Nos dias em que não precisavam de figurinista, eu vendia pipoca e chupe-chupe na porta do circo. Cheguei a ganhar muito dinheiro no circo.
Com quatro ou cinco apresentações, tirava mais que o salário de office-boy. Assim, consegui fazer faculdade. Me formei em contabilidade na Unip (Universidade Paulista).
Há 18 anos, meu antigo chefe foi para a Nutrin, em Americana (SP), e me levou. Entrei como auxiliar de almoxarifado e passei por todas as áreas: financeira, compras, contas a pagar e até pelo restaurante.
Há três anos, a empresa passou por processo de profissionalização e fui convidado a assumir a presidência.
Depois de 20 anos pagando aluguel, hoje tenho uma casa confortável, digna de presidente de empresa, com piscina e churrasqueira.
Também comprei uma moto grande, uma BMW K1300, que era um sonho que eu tinha. Antes, tinha uma Honda CG 125.
Estou onde estou hoje pois nunca parei de estudar. Meus filhos, uma menina de 17 e um menino de 15, querem estudar medicina e direito.
Procuro mostrar-lhes o valor das coisas. A gente viaja para fora do país todo ano, vai a bons restaurantes. Mas dentro de limites, não sou de esbanjar, de tomar uísque caro.
Desde que assumi a Nutrin, a empresa mais que dobrou de tamanho.
Passou do faturamento de R$ 110 milhões, com 150 restaurantes e 1.500 funcionários, para R$ 250 milhões, 410 restaurantes e quase 4.000 funcionários.
O baiano aqui trabalha, você pensa o quê?

AES muda comando
Valor 08.09.2011 - Andrés Gluski, diretor de operações da americana AES, vai assumir o comando do grupo no fim de setembro. O atual presidente, Paul Hanrahan, deixa o cargo no dia 30 depois de 24 anos na companhia, sendo nove deles na presidência.
Segundo Hanrahan, há três anos ele identificou Gluski como seu sucessor. Gluski tem 53 anos e desde 2007 é vice-presidente executivo e diretor de operações do grupo. Ele também preside o conselho de administração da AES Chile e da Brasiliana, no Brasil.
Em entrevista exclusiva ao Valor em julho, Gluski disse que a AES pretende manter seus negócios em geração e distribuição no Brasil, e colocou o país entre os três prioritários para o grupo, ao lado de Estados Unidos e Chile.

Brasil Ecodiesel muda nome para Vanguarda Agro e já negocia com 4 empresas
Exame 07.09.2011 - Ainda neste ano até três novos negócios devem ser anunciados, Selecta está entre as companhias.
A Brasil Ecodiesel vai mudar de nome. Depois da aprovação da incorporação da Vanguarda pelos acionistas na tarde desta terça-feira, a companhia passará a se chamar Vanguarda Agro. “Não fazia sentido manter o nome, já que o biodiesel perdeu importância dentro da empresa”, disse a EXAME.com Marcelo Paracchini, presidente da Veremonte Participações, detentor de 21% da Brasil Ecodiesel. “O governo precisaria entrar com um novo marco regulatório para fazer sentido mais investimentos em biodiesel.”
Segundo ele, a Vanguarda Agro mantém “conversas avançadas” com mais quatro empresas nacionais do setor, entre elas a Selecta, empresa mineira de processamento de soja. “A ideia é investir mais na produção de SPC (soy protein concentrate), que é um produto de maior valor agregado, que pode ser exportado para piscicultura na Europa e na Ásia,” diz Paracchini.
Com ele concorda José Carlos Aguilera, presidente da Brasil Ecodiesel. “O foco do agronegócio ainda é a exportação, principalmente China e Europa. O mercado externo paga melhor para o algodão”, disse ele a EXAME.com. "Nós estamos preparados para atender um novo marco regulatório para o biodiesel. No momento em que ele for sinalizado, teremos capacidade de investir." 

Raízen (Shell e Cosan)
Folha 08.09.2011 - A Shell Brasil Petróleo, do grupo Raízen (Shell e Cosan), investiu R$ 42 milhões na ampliação de sua fábrica de lubrificantes no Rio de Janeiro.
Com os aportes, a companhia vai construir um centro de distribuição e pretende dobrar o volume de seus negócios no segmento nos próximos três anos.
No ano passado, as vendas de lubrificantes aumentaram 30% ante 2009, o que elevou a participação de mercado da empresa para 15%, segundo o presidente André Araujo.
"Devemos aumentar nosso 'market share' de forma mais significativa à medida que a bandeira dos postos Esso seja alterada para Shell", diz Araujo.
Uma das principais concorrentes da companhia, a BR Distribuidora também investe em lubrificantes.
Até 2015, serão investidos R$ 158 milhões para aumentar a capacidade de produção da sua fábrica em Duque de Caxias (RJ).

Exploração do pré-sal exige novos materiais
Valor 08.09.2011 - Entre os desafios impostos pela exploração do pré-sal está o desenvolvimento de novos materiais que suportem as condições adversas em águas ultraprofundas. A Petrobrás, por meio do Centro de Pesquisa Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), estimula o desenvolvimento de pesquisas na área em parceria com organizações como o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), de São Paulo, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e empresas como a Villares. Em outras universidades há uma série de pesquisas especialmente nas áreas de estudos da corrosão e nanotecnologia.
"Existe um esforço para substituir e nacionalizar a tecnologia pois as ligas mais nobres são feitas no exterior. Temos várias linhas de pesquisa e uma ideia do que propor para obter financiamento e parcerias com empresas. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) está interessada na nacionalização mas está exige contrapartida das empresas", diz Olga Baptista Ferraz, chefe da divisão de corrosão e degradação do Instituto Nacional de Tecnologia (INT).
Carlos Cunha, gerente de pesquisa e desenvolvimento em engenharia de produção do Cenpes, informa que as pesquisas da Petrobrás se deram em duas fases. A primeira envolveu o processo de seleção de materiais capazes de suportar as altas pressões e temperaturas - foram identificados o aço inox duplex e super duplex, e aço cromo 13. Este último é produzido por empresas como a V&M (Mannesman). "Agora entramos na segunda fase de desenvolvimento de novos materiais. Um dos projetos, em parceria com a Villares."
Cunha acrescenta que a Mannesman vai construir um Centro de P&D no Parque Tecnológico da UFRJ e há também discussões com siderúrgicas japonesas. "A ideia é desenvolver materiais alternativos ao aço duplex que, além de ser importado, é muito caro. Nossa ideia é que os novos materiais sejam mais baratos, em maior disponibilidade e produzidos no Brasil", anuncia. A Petrobras está usando materiais não metálicos na parte interna dos tubos de aço e nas plataformas, o que reduz o peso e os custos de manutenção porque dispensa o uso de tintas de proteção corrosiva. Entre os fabricantes estão a Lupatech, e a Edra .
Segundo Zehbour Panossian, responsável pelo laboratório de corrosão e proteção do IPT, o ambiente do pré-sal ainda é desconhecido e o trabalho realizado para a Petrobras é testar o desempenho dos novos materiais e ligas metálicas com alto teor de níquel, cuja alta resistência à corrosão generalizada já é comprovada em ambientes conhecidos. "O petróleo do pré-sal vem misturado com água de alta salinidade e teor de CO2 em altas pressões e temperaturas, uma condição muito específica que está sendo estudada por meio de ensaios", diz.
Há avanços também na área de nanotecnologia. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está produzindo substâncias químicas para mitigar a corrosão, conhecidas como inibidores. Segundo Cesar Franco, coordenador do Labsin, são nanocompostos usados para o tratamento de superfícies que, além de inibir a corrosão, agregam outras propriedades como a antiaderência. Há estudos para incorporação de nanopartículas de prata, que são antibactericidas, e a criação de nanotubos de carbono para serem incorporados a borrachas e polímeros para revestimentos resistentes a permeação de substâncias agressivas.
Na Furg há estudos para utilizar aço carbono de baixo custo e colocar um revestimento em um processo de deposição de aço inox altamente resistente. Segundo Luciano Volcanoglo, professor de engenharia mecânica na área de materias, o foco é a indústria naval e de offshore que poderão ter vantagens econômicas e de segurança.

Massa falida da Boi Gordo lança site
GPdeLondrina 07.09.2011 - A página permite obter informações sobre as avaliações e arrendamentos dos bens, leilões já realizados, próximos leilões e o saldo das contas judiciais da massa falida. Por determinação do Ministério Público do Estado de São Paulo, a massa falida da Fazendas Reunidas Boi Gordo colocou no ar nesta quarta-feira (7) uma página na internet com informações detalhadas sobre o processo de falência da empresa de investimento coletivo, decretada em 2004. O site www.massafalidaboigordo.com.br tem o objetivo de oferecer aos cerca de 30 mil credores da massa falida informações oficiais sobre o andamento do processo, como incidentes, habilitações e impugnações de créditos, ações propostas e decisões judiciais. É possível consultar ainda o quadro geral de credores, dividido por categorias: trabalhistas, fiscais, com garantia real, investidores e quirografários, além dos créditos individualizados.
A página permite também obter informações sobre as avaliações e arrendamentos dos bens, leilões já realizados, próximos leilões e o saldo das contas judiciais da massa falida.
Por meio de nota, o promotor de Justiça de Falências Eronides Aparecido Rodrigues dos Santos, autor da iniciativa, afirma que o objetivo do site é garantir total transparência ao processo de falência. Isso com o apoio do síndico da massa falida, o advogado Gustavo Henrique Sauer de Arruda Pinto, e com autorização da juíza da Vara de Falências onde tramita o processo, Cynthia Torres Cristófaro. "Queremos utilizar a internet para facilitar o acesso às informações por todos aqueles que têm interesse em acompanhar o andamento da falência, especialmente os consumidores que foram lesados em razão da quebra", afirma o promotor.

Marfrig faz investida em lanche pronto
Valor 08.09.2011 - Antonio Zambelli, diretor de marketing da Marfrig: participação da Seara no segmento saltou de 1,9% para 10,5%.
As gôndolas de supermercados e lojas de conveniência serão recheadas a partir deste mês com um sanduíche congelado de hambúrguer de 200 gramas, 33% maior que a média dos concorrentes, que só de carne, da marca premium Bassi, terá 100 gramas. O lançamento do Mega Hit Yankee Burger, da Seara, segue a tendência de alta no mercado de lanches prontos, que nos últimos doze meses aumentou 40%, para 16 mil toneladas, segundo dados Nielsen citados pela empresa.
"O consumo de sanduíches foi o que mais cresceu no nosso portfólio de produtos industrializados, que soma cerca de 350 itens", diz Antonio Zambelli, diretor de marketing da Marfrig, dona da Seara. A participação da Seara no segmento de lanches prontos aumentou de 1,9% em 2009 para 10,5% este ano em volume. Nas próximas semanas, uma campanha da Africa deve anunciar o produto. O público-alvo do Mega Hit Yankee Burger são adolescentes e adultos até 35 anos.
O movimento em torno dos lanches prontos sinaliza a nova fase vivida pela Marfrig, uma das maiores produtoras de carne bovina do mundo. Pela primeira vez, a empresa deve encerrar 2011 com a maior parte das suas vendas provenientes de produtos industrializados, com destaque para os lanches e pratos prontos. No ano passado, 50% da receita líquida de R$ 5,3 bilhões veio da fatia dos industrializados, contra 35% do ano anterior.
É uma nova fase da companhia, que há dois anos anunciou a compra da Seara, que desde 2005 estava com a Cargill e, no ano passado, adquiriu a americana Keystone, voltada ao setor de alimentação fora do lar ("food service"). As iniciativas da Marfrig buscam fazer frente ao poderio da BR Brasil Foods em industrializados, dona das marcas Sadia e Perdigão. Em lanches prontos, por exemplo, a Sadia é líder absoluta, com a linha Hot Pocket.
"Com essas aquisições, a Marfrig mudou definitivamente o seu perfil, de fornecedor de produtos in natura para fabricante de alimentos", diz Zambelli. Nada mal para a empresa que começou como um frigorífico, fornecendo cortes de carne para restaurantes em São Paulo. "É natural que o percentual dos produtos industrializados na receita cresça ainda mais a partir de agora, assim como a fatia desses produtos na rentabilidade da Marfrig", afirma o executivo.
Este ano, além de lanches prontos, a empresa aumentou seu mix de empanados e lasanhas, criou uma linha de frios fatiados e está lançando uma mortadela italiana, da marca Mabella. "Reforçamos nossa aposta no mercado gourmet, outro vetor de crescimento da companhia, ao lado dos produtos de conveniência e dos produtos de apelo saudável", diz Zambelli.
Segundo o executivo, entre setembro de 2010 e agosto de 2011, foram consumidas no país 1 milhão de toneladas de frios - quase 20% do volume foi de mortadelas. "E 20% desse total vêm das mortadelas especiais, um segmento no qual ainda não tínhamos nenhum produto", diz Zambelli. O preço das mortadelas premium é, em média, 35% superior ao das tradicionais.
Em relação aos produtos de apelo saudável, a companhia deve anunciar novidades nos próximos meses. Em 2010, a Marfrig levou ao mercado a linha light da Seara, com redução de 25% de sódio.

XP Investimentos compra InfoMoney e reforça braço on-line
Valor 08.09.2011 - Benchimol, De Paoli e Tommasi: proposta é manter a independência da InfoMoney e usar a plataforma aberta da XP.
A XP Investimentos, líder no mercado de home broker - negociação via internet de ações -, fechou a compra do portal de informações financeiras InfoMoney. Com a operação, a XP pretende ampliar a abertura de contas de pessoas físicas via internet e oferecer um serviço de informações e ferramentas relacionadas a investimentos para seus clientes, explica Guilherme Benchimol, presidente da XP.
Criada há dez anos, a InfoMoney é um dos principais portais de informações do mercado voltado para pessoas físicas, com 30 milhões de "page views" e 650 mil usuários únicos por mês, dos quais 400 mil cadastrados. A meta da XP é triplicar esses números, diz Benchimol. "E quanto mais usuários, mais clientes poderemos ter", acrescenta.
Hoje, a XP abre cerca de cem cadastros por dia pela internet e a meta é quintuplicar esse número. "E conseguimos isso com uma média de 100 mil visitantes em nosso portal", diz Benchimol. Dos cem cadastros por dia, metade acaba se transformando em contas ativas, o que representa cerca de mil contas por mês, afirma o executivo. Esse número representa 20% das cinco mil contas abertas mensalmente pela XP.
Para ampliar os acessos, serão investidos R$ 5 milhões na InfoMoney, que passará a ter links para os investimentos oferecidos pela corretora, como fundos, ações, Tesouro Direto, títulos imobiliários, CDBs e os cursos de mercado financeiro, marca registrada da XP. "Como supermercado financeiro, temos várias opções para oferecer para os usuários do portal que complementam os serviços", afirma Bruno De Paoli, diretor de marketing da XP. Ele dividirá o comando da InfoMoney com Alessandro Tommasi, atual controlador do portal.
Os valores da operação não foram revelados, mas parte do pagamento será feito em ações da XP. Tommasi se tornará, portanto, sócio da corretora. "O namoro começou há cinco meses, com algumas conversas sem muita pretensão", afirma Benchimol. "Mas era um sonho antigo nosso." Já Tommasi admite que conversou com outras corretoras, mas a opção foi pela XP. "Sempre fez parte do nosso planejamento ampliar o leque de informações e produtos, como cursos", afirma o executivo. "E a XP trouxe a vantagem de ser uma plataforma aberta, que permite que a informação não seja criada apenas para vender um produto específico", explica.
A InfoMoney tem cerca de 50 funcionários, dos quais 35 trabalham na apuração de notícias e informações de mercado. E a proposta é manter a independência editorial do portal, falando de outras corretoras, bancos e empresas, com uma plataforma mais poderosa, que ampliará o acesso ao portal, afirma Tommasi. "Com a compra, continuaremos independentes, mas poderemos agora nos concentrar mais na produção de conteúdo e desenvolvimento de serviços", diz ele, lembrando que a InfoMoney dependia de anúncios para se manter. "Somos superavitários, mas nossa capacidade de investimento e crescimento não era tão grande", admite.
Para Benchimol, a InfoMoney, com suas análises e ferramentas, vai permitir ao investidor comparar mais as aplicações, o que complementa a proposta da XP de supermercado financeiro. "Percebemos que, ao oferecer outras aplicações e serviços além de ações, estamos segurando mais os clientes", diz Benchimol. A oferta de informações via InfoMoney deve funcionar no mesmo sentido, de fidelizar os clientes, acredita o executivo.
A compra da InfoMoney é mais um passo no fortalecimento da XP para a abertura de capital no início do ano, afirma Benchimol. Recentemente, a corretora investiu na criação de plataformas de distribuição de fundos, CDBs e títulos imobiliários, dentro do conceito de criar um supermercado financeiro independente.
Além disso, incorporou a corretora Interfloat, focada em grandes clientes pessoa física, e o badalado site de análises gráficas Leandro & Stormer. "Estamos fortalecendo nosso braço de negócio virtual, diversificando estratégias e serviços e aumentando a solidez do grupo", diz o executivo. Ele espera ir a mercado no início do ano que vem, desde que as condições do mercado permitam.Além do braço on-line, a corretora conta com uma das maiores equipes de agentes autônomos de mercado, com mais de dois mil profissionais.
Criada em 2001, a XP tem mais de 100 mil clientes cadastrados, 300 escritórios afiliados em mais de 200 cidades do país, movimentando mais de R$ 10 bilhões por mês. O grupo inclui a corretora, uma empresa de educação financeira, uma gestora de recursos - com R$ 800 milhões sob gestão -, uma corretora de seguros e uma empresa de tecnologia. Segundo a XP, mais de 500 mil pessoas já passaram por suas salas de aulas.

Gigante americana de private equity chega ao país
Valor 08.09.2011 - O mercado brasileiro de fundos de private equity - que investem na compra de participações em empresas - acaba de atrair mais uma gigante internacional. Com quase de US$ 110 bilhões em ativos sob administração e consultoria para clientes, a americana Hamilton Lane inaugura nesta quinta-feira um escritório no país.
A empresa - que investe no setor adquirindo cotas de outros gestores ou realizando coinvestimentos - contratou os executivos Ricardo Fernandez Junior e Filipe Caldas, que estavam na concorrente Capital Dynamics, para tocar a unidade brasileira, que terá sede no Rio de Janeiro.
"Com o crescimento do mercado brasileiro e as perspectivas positivas para a economia, achamos que era a hora de ter profissionais dentro do país em busca de oportunidades", afirmou o presidente da Hamilton Lane, Mario Giannini, em entrevista ao Valor.
Com 20 anos de atuação no setor de private equity, a gestora já alocou aproximadamente US$ 1,2 bilhão em fundos dedicados à América Latina, dentre os quais US$ 500 milhões no país. Por questões de confidencialidade, ele não revela quais gestores locais já receberam aportes, mas diz que possui clientes entre os cotistas de fundos do Pátria Investimentos.
Segundo o executivo, não há uma meta para aportes, mas a expectativa natural é de que o volume de recursos aumente a partir do início das operações no país. "Existe um grande interesse de nossos clientes internacionais em investir no Brasil, que se tornou um dos principais destinos de recursos de private equity."
Do total de ativos sob a supervisão da Hamilton Lane, US$ 16 bilhões são administrados diretamente pela gestora e outros US$ 93 bilhões são de clientes que investem em private equity a partir do trabalho de consultoria e supervisão realizado pela companhia. Entre eles, estão fundos soberanos de países como a China e fundações como a Calpers, dos funcionários públicos da Califórnia, além de "family offices". "Metade dos recursos que administramos hoje vem de fora dos Estados Unidos", diz Giannini.
O Brasil abrigará o 11º escritório da Hamilton Lane, que busca oportunidades em duas principais frentes: no aporte em empresas que possam crescer a partir de aquisições e na perspectiva de crescimento do consumo interno. A empresa também avalia, embora com mais cautela, as oportunidades em fundos que pretendem obter ganhos com o desenvolvimento da cadeia de óleo e gás com a exploração das áreas do pré-sal.
O executivo engrossa o coro dos gestores que consideram o país caro, tanto por causa da apreciação do real como do grande fluxo de investimentos recebidos nos últimos anos. Essa visão, no entanto, não o desanima. "Em um horizonte de cinco, dez ou até quinze anos, todos os mercados passam por períodos de alta e de baixa", diz, ao lembrar que o país hoje está mais barato do que há apenas três meses.
Giannini destaca que alguns dos melhores negócios de fundos de private equity foram considerados caros na época em que foram realizados. "Boas empresas dificilmente são vendidas por preços baixos."

Accor faz depósito de R$ 184 milhões por Sofitel e desafia negócio do BHG
Valor 08.09.2011 - O duelo pelo imóvel do hotel carioca Sofitel, travado entre a rede de hotéis Accor e a BHG, braço hoteleiro do fundo de private equity GP Investments, ganhou mais um capítulo na semana passada. O Valor apurou que a Accor, locatária do prédio desde 1996, fez no dia 29 de agosto um depósito judicial de R$ 184 milhões, valor do imóvel oferecido e já depositado pela BHG em conta judicial. O objetivo da Accor é tentar confirmar o direito de preferência que defende ter para a compra do imóvel.
A BHG, no dia 18 de agosto, assinou o contrato de compra e venda do Sofitel por R$ 184 milhões com a Veplan, dona do imóvel em recuperação judicial desde setembro de 2006, com uma dívida estimada em R$ 1 bilhão. A quantia de R$ 184 milhões foi o valor oferecido pela BHG e aceito pelos credores da Veplan pelo imóvel do Sofitel, fundado em 1980 como Rio Palace.
O que a Accor fez foi depositar o mesmo valor para tentar exercer o direito de preferência como locatária. Para a BHG, essa medida não cabe num processo de recuperação judicial, posição já manifestada pelo Ministério Público. A venda do prédio do Sofitel para a BHG foi homologada pela segunda instância da Justiça do Rio no dia 6 de julho, por meio da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, após os credores da Veplan terem dado aval à negociação, em setembro de 2010.
"O objetivo desse depósito é confirmar o exercício do direito de preferência, pois temos a real intenção de adquirir o Sofitel", diz o advogado da Accor, Marcelo Carpenter, do escritório Sergio Bermudes. "A BHG S.A esclarece que a compra do Hotel Rio Palace seguiu rigorosamente todas as normas legais estabelecidas para o referido tipo de operação", informa a BHG.
Segundo Carpenter, o direito de preferência da Accor está respaldado pela lei de locação. Por isso, a rede de origem francesa ajuizou na primeira semana de agosto o exercício dessa preferência na 6º Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio. Naquela ocasião, a Accor também apresentou uma garantia bancária no valor de R$ 184 milhões. A rede aguarda um pronunciamento da juíza titular dessa vara, Maria Isabel Gonçalves. Qualquer que seja a decisão da juíza, as duas partes deverão recorrer.
Localizado na orla de Copacabana, zona sul do Rio, o Sofitel foi inaugurado em 1980, com 388 apartamentos. Tanto BGH quanto Accor fazem planos para o empreendimento, enquanto a conclusão da venda do imóvel está sendo analisada pela Justiça.
A BHG quer adotar a bandeira de luxo Royal Tulip e investir R$ 25 milhões na reforma dos apartamentos. A Accor informa que já aplicou R$ 35 milhões em benfeitorias e reformas e que pretende desembolsar mais R$ 30 milhões na modernização do imóvel.

Pílulas de efeito placebo
Valor 08.09.2011 - Carlos Alberto Rebello, diretor da BM&FBovespa: as pílulas recentes não têm veneno, pois não possuem prêmio para a realização da oferta pelo capital, e não são barreiras instransponíveis para a compra de uma companhia.
Há no mercado brasileiro uma segunda onda de adoção das "pílulas de veneno". Mas nesse movimento recente as pílulas têm duas particularidades: em geral são mais brandas - por isso, chamadas de "placebo" - e a decisão de adotá-las partiu da administração da empresa, não de controladores.
A mais nova adepta dessa versão é a empresa de administração de shopping centers BR Malls. A companhia quer adicionar ao seu estatuto social uma cláusula que obriga a realização de uma oferta pelo investidor que alcançar 20% do capital, pelo maior preço pago pelo papel nos últimos 12 meses. Com capital integralmente pulverizado, a empresa não conseguiu quórum para aprovar a medida na assembleia agendada para 1º de setembro e deve tentar novamente em uma segunda convocação.
Assim como a BR Malls, a Gafisa, cujas ações também estão totalmente dispersas na bolsa, adotou em junho regra semelhante, com gatilho para oferta em 30% e preço estabelecido em laudo com base no valor econômico.
De alguma maneira, ambas se parecem com o que a BM&FBovespa tentou, mas não conseguiu aprovar na reforma do Novo Mercado, quando pretendia padronizar para as que não tinham pílula uma regra que obrigaria oferta com gatilho de 30%, pelo maior preço pago pelo ofertante nos últimos 12 meses.
Por conta disso, Carlos Alberto Rebello, diretor de regulamentação da BM&FBovespa, explicou que essas pílulas são chamadas de "placebo". "Elas não têm veneno", disse ele, referindo-se aos elevados prêmios previstos para as ofertas da onda anterior das pílulas, adotadas no boom das aberturas de capital de 2007. "Essas mais novas não são barreiras instransponíveis para compra da empresa", acredita. Para o executivo, nas versões mais modernas, as pílulas democratizam o "ímpeto de compra".
A Ultrapar, que migrou para o Novo Mercado em agosto, chegou com a pílula placebo, com gatilho de 20%. Ao fazer a conversão de preferenciais para ordinárias, a controladora Ultra ficou com apenas 24% do capital.
Na opinião de Carlos Motta, advogado do escritório Tauil & Chequer em associação com o Mayer Brown LLP, as pílulas que foram adotadas após as aberturas de capital partiram da administração da companhia, que buscam um conforto adicional para gerir os negócios com mais tranquilidade - sem tanto risco de uma oferta ou da formação de um novo controle que os afaste da administração.
Quando surgiram, em 2004, com a abertura de capital da Natura, as pílulas praticamente impediam que um investidor alcançasse uma participação relevante no capital da empresa. A própria Natura, contudo, foi a primeira a flexibilizar a sua pílula, retirando o veneno (prêmio) e adotando a versão "placebo", logo na época em que a BM&FBovespa fazia audiências sobre a reforma do Novo Mercado.
Na primeira onda, as pílulas serviam para convencer controladores, que temiam perder o comando do negócio, a abrir capital. Eram uma garantia de que nenhum investidor rivalizaria com eles em poder. Nessa nova temporada de adoção, essas cláusulas estão protegendo, em geral, as administrações. A preocupação, quando uma companhia quer adotar algo do tipo, deve ser se a gestão não está buscando um "encastelamento" - assegurar sua permanência à frente do negócio independentemente dos resultados apresentados aos investidores.
Na opinião de Pedro Rudge, sócio da Leblon Equities, gatilhos próximos de 20% são restritivos demais para investidores que estiverem interessados em formar uma grande posição numa companhia sem que isso signifique a busca pelo controle. Na opinião dele, o percentual de 30% sugerido pela BM&FBovespa no ano passado era mais razoável. O melhor, contudo, seria não ter nada. "Seria ótimo porque é o cenário de seleção natural. Só sofre oferta companhia mal administrada."
De qualquer forma, os especialistas não negam que as novas pílulas são mais bem redigidas e oferecem menos problemas potenciais. Alguns acreditam, inclusive, que só por elas se assegura que uma companhia listada no Novo Mercado e de capital pulverizado receba uma oferta por todo o capital. Caso contrário, a empresa poderia ou ter a formação de um novo bloco de controle sem oferta nenhuma ou receber uma proposta para apenas uma parcela do capital que garanta o controle.
Tanto que algumas companhias que chegaram ao mercado agora, sem um controlador definido e sem pílula de veneno, listam a situação como um fator de risco. É o caso, por exemplo, da Brazil Pharma. A companhia descreve a possibilidade de formação de alianças ou acordos entre acionistas que poderiam, inclusive, mudar a administração, as políticas e a estratégias do negócio.
A despeito de todas as discussões em torno das pílulas de veneno, elas ainda não foram testadas na prática. A empresa de telefonia GVT foi a que chegou mais próximo disso. Mas a Vivendi, para o lançamento de sua proposta de compra, solicitou a dispensa do cumprimento da regra e foi atendida.
Num outro caso, o da Cremer, por exemplo, a situação foi diferente. A companhia tinha pílula de veneno e capital pulverizado. Ainda em 2008, alguns acionistas solicitaram que ela fosse retirada e foram atendidos, com aprovação da mudança do estatuto em assembleia. Logo em seguida, um grupo de fundos assumiu o conselho de administração da empresa para fazer modificações e reformas na gestão.
Na opinião do jurista Modesto Carvalhosa, as pílulas brasileiras são "macunaímicas" porque só existem aqui e tinham por objetivo cobrir lacunas da Lei das Sociedades por Ações, feita apenas para o cenário de existência do controlador. Ele acredita que essas cláusulas ainda serão alvo de muitos problemas, pois ferem o princípio da livre negociação.
Otávio Yazbek, diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), disse que atualmente a autarquia não vê necessidade de regular as pílulas. Segundo ele, sem casos práticos, não há como prever os problemas potenciais, até mesmo porque há uma grande diversidade de modelos.

Soma de esforços
Valor 08.09.2011 - Grandes empresas têm procurado novos caminhos para aumentar a eficiência de processos produtivos. Um dos atalhos que começa a ganhar força no Brasil é a inovação aberta, conceito que inclui a busca de novas tecnologias e ideias fora das instalações das corporações, com a ajuda de universidades, instituições de pesquisa, redes de fornecedores e até do público em geral.
"Cerca de 2% das organizações inovadoras brasileiras adotam práticas abertas de trabalho, mas a tendência mundial é de mais companhias se envolverem nesse processo", garante o professor Anderson Rossi, pesquisador do núcleo de inovação da Fundação Dom Cabral (FDC). Corporações como Procter & Gamble, Natura, o laboratório farmacêutico Cristália e a Fanem, de equipamentos para a saúde, têm práticas inovadoras baseadas na colaboração.
Os principais objetivos dos adeptos da inovação aberta são agregar valor aos produtos e avançar na criação conjunta de tecnologias. A prática oferece vantagens como a redução de custos e riscos nas fases de desenvolvimento das invenções, além de maior "oxigenação" de ideias nas empresas. "O processo também traz o olhar do mercado para dentro das organizações."
Antes e durante as experiências inovadoras, é preciso resguardar o sigilo industrial das pesquisas, com a ajuda de contratos bilaterais de confidencialidade, e respeitar o "timing" de criação dos projetos dos parceiros, principalmente universidades e institutos, considerados mais lentos.
Para escolher os aliados, as companhias levam em conta linhas de atuação, similaridade de iniciativas, além da capacidade de interação. Na Fanem, há mais de dez parceiros, como o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e o Hospital das Clínicas de São Paulo (HC). Um dos produtos desenvolvidos foi o Bilitron, equipamento para combater a icterícia em recém-nascidos, com o suporte de quatro entidades.
"A inovação aberta dinamiza o desenvolvimento de produtos e nos coloca em contato com mais pesquisadores", afirma Djalma Luiz Rodrigues, diretor industrial da Fanem, que investiu, no ano passado, 6% do faturamento em pesquisa e desenvolvimento (P&D). "A metodologia trouxe uma evolução de 150% na criação de soluções e dobramos o faturamento em sete anos." Para repartir os benefícios, a empresa costuma conceder aparelhos médicos e até recursos financeiros para as instituições de apoio. Hoje, há 12 projetos em andamento.
"Além das universidades e institutos de ciências, as empresas lançam mão de outros recursos", observa o professor Rossi, da FDC. Ferramentas como sites que coletam ideias de consumidores já compõem o novo menu da inovação aberta. Em um ano, o portal de inovação da Procter & Gamble recebeu cerca de 4 mil sugestões de todo o mundo, segundo Gabriela Onofre, diretora de assuntos corporativos da P&G Brasil. "Todas as áreas trabalham com, pelo menos, um projeto vindo pelo endereço eletrônico."
A P&G investe globalmente cerca de US$ 2 bilhões ao ano em inovação, tem 26 centros de estudos e aproximadamente 8 mil cientistas. O programa de produção aberta começou há dez anos "O produto chega aos consumidores mais rápido e com menor custo", justifica Gabriela. Entre os casos de sucesso da inovação na empresa no Brasil estão o Vick Mel, que ganhou o ingrediente natural na fórmula, e o detergente em pó Ace Naturals, com aromas alinhados à preferência do consumidor local.
Graças ao modelo de negócio de inovação sem fronteiras, o laboratório Cristália exporta princípios ativos e produtos acabados para mais de 30 países. O centro de pesquisas, com 120 cientistas, tem parcerias com cerca de 20 instituições. Em março, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$ 77,2 milhões para a companhia encampar 11 novos projetos, como tratamento de tabagismo e controle da obesidade.

CSN faz oferta por 26% da Usiminas
Estadão 07.09.2011 - Benjamin Steinbruch tenta comprar as ações da Camargo Corrêa e da Votorantim para se tornar maior acionista da siderúrgica.
Depois de um ano de cerco à Usiminas, Benjamin Steinbruch, dono da CSN, finalmente deu o bote: o empresário fez uma proposta de compra da fatia de 26% que Camargo Corrêa e Votorantim têm na siderúrgica. A oferta foi feita semanas atrás, mas Steinbruch ainda não obteve resposta, disseram ao ‘Estado’ fontes que participam do processo. Eles não quiseram informar o valor da proposta.
Camargo e Votorantim ainda não definiram se levam a conversa com Steinbruch adiante ou não. Mas não descartam a alternativa e já avisaram a multinacional japonesa Nippon Steel - que faz parte do bloco de controle da Usiminas junto com eles. Pelo acordo de acionistas, a Nippon Steel tem preferência na compra, caso os sócios decidam negociar suas participações.
"A Nippon foi informada de que existe uma proposta, para que possa opinar a respeito. Mas ainda não se entrou na fase de discutir o direito de preferência. Não há nada oficializado", diz uma fonte envolvida na operação. "Os japoneses pediram um tempo para estudar a situação."
Dona de 27,8% da Usiminas, a Nippon Steel não veria com simpatia a ideia de ter Steinbruch como sócio na siderúrgica. Eles já tiveram problemas na mineradora Namisa, onde eram parceiros. Na tentativa de conseguir outro candidato à compra das ações, os japoneses teriam iniciado uma aproximação com o grupo Gerdau, que controla a Açominas, siderúrgica que teria sinergia com a Usiminas. Em público, a Gerdau vem negando que tenha interesse na Usiminas. A negociação com a Usiminas é uma operação complicada. Mesmo que a Nippon Steel queira exercer o direito de preferência, o governo poderia não ver com bons olhos a concentração do controle nas mãos dos japoneses. Em 2009, quando a Vale quis vender a participação que tinha na Usiminas à Nippon Steel, o BNDES, sócio da mineradora, foi contra. Ele só liberou a venda depois que Camargo e Votorantim aceitaram comprar a fatia da Vale junto com os japoneses. Procuradas, Camargo Corrêa e Votorantim não se pronunciaram. A CSN afirmou que movimentos relacionados à Usiminas serão informados por meio de comunicado ao mercado ou fato relevante, quando for o caso. Representantes da Nippon não foram localizados. Assédio. O assédio de Steinbruch à Usiminas começou de maneira aparentemente despretensiosa no ano passado, mas foi avançando até se tornar um dos movimentos empresariais que hoje mais chama a atenção do mercado. O empresário já admitiu publicamente que gostaria de entrar no bloco de controle da Usiminas. Como não tinha espaço para negociar com os controladores da empresa, começou a se movimentar por fora.
No ano passado, ele iniciou um agressivo plano de compra de papéis da siderúrgica no mercado, até atingir 15,15% das ações preferenciais e 11,29% das ordinárias, no fim de agosto. Essas participações, no entanto, estão fora do bloco de controle. Se Steinbruch conseguisse comprar as participações da Camargo Corrêa e da Votorantim, se tornaria o maior acionista individual da Usiminas, posição hoje ocupada pela Nippon. Até agora, os planos de Steinbruch vinham enfrentando resistência dos controladores da Usiminas. No primeiro semestre deste ano, ele já tinha tentando, sem sucesso, iniciar conversa firmes com Camargo e Votorantim. Também teria tentando uma aproximação fracassada com a Nippon Steel.
De acordo com pessoas que participam do processo, meses atrás Steinbruch tentou marcar um encontro com executivos da Nippon no Japão, mas sua abordagem foi recusada. Teria apelado, então, para o presidente do Conselho de Administração da siderúrgica japonesa, que também não quis conversa.
Depois de um ano de cerco à Usiminas, Benjamin Steinbruch, dono da CSN, finalmente deu o bote: o empresário fez uma proposta de compra da fatia de 26% que Camargo Corrêa e Votorantim têm na siderúrgica. A oferta foi feita semanas atrás, mas Steinbruch ainda não obteve resposta, disseram ao ‘Estado’ fontes que participam do processo. Eles não quiseram informar o valor da proposta.
Camargo e Votorantim ainda não definiram se levam a conversa com Steinbruch adiante ou não. Mas não descartam a alternativa e já avisaram a multinacional japonesa Nippon Steel - que faz parte do bloco de controle da Usiminas junto com eles. Pelo acordo de acionistas, a Nippon Steel tem preferência na compra, caso os sócios decidam negociar suas participações.
"A Nippon foi informada de que existe uma proposta, para que possa opinar a respeito. Mas ainda não se entrou na fase de discutir o direito de preferência. Não há nada oficializado", diz uma fonte envolvida na operação. "Os japoneses pediram um tempo para estudar a situação."
Dona de 27,8% da Usiminas, a Nippon Steel não veria com simpatia a ideia de ter Steinbruch como sócio na siderúrgica. Eles já tiveram problemas na mineradora Namisa, onde eram parceiros. Na tentativa de conseguir outro candidato à compra das ações, os japoneses teriam iniciado uma aproximação com o grupo Gerdau, que controla a Açominas, siderúrgica que teria sinergia com a Usiminas. Em público, a Gerdau vem negando que tenha interesse na Usiminas.
A negociação com a Usiminas é uma operação complicada. Mesmo que a Nippon Steel queira exercer o direito de preferência, o governo poderia não ver com bons olhos a concentração do controle nas mãos dos japoneses. Em 2009, quando a Vale quis vender a participação que tinha na Usiminas à Nippon Steel, o BNDES, sócio da mineradora, foi contra. Ele só liberou a venda depois que Camargo e Votorantim aceitaram comprar a fatia da Vale junto com os japoneses.
Procuradas, Camargo Corrêa e Votorantim não se pronunciaram. A CSN afirmou que movimentos relacionados à Usiminas serão informados por meio de comunicado ao mercado ou fato relevante, quando for o caso. Representantes da Nippon não foram localizados.
Assédio. O assédio de Steinbruch à Usiminas começou de maneira aparentemente despretensiosa no ano passado, mas foi avançando até se tornar um dos movimentos empresariais que hoje mais chama a atenção do mercado. O empresário já admitiu publicamente que gostaria de entrar no bloco de controle da Usiminas. Como não tinha espaço para negociar com os controladores da empresa, começou a se movimentar por fora.
No ano passado, ele iniciou um agressivo plano de compra de papéis da siderúrgica no mercado, até atingir 15,15% das ações preferenciais e 11,29% das ordinárias, no fim de agosto. Essas participações, no entanto, estão fora do bloco de controle. Se Steinbruch conseguisse comprar as participações da Camargo Corrêa e da Votorantim, se tornaria o maior acionista individual da Usiminas, posição hoje ocupada pela Nippon.
Até agora, os planos de Steinbruch vinham enfrentando resistência dos controladores da Usiminas. No primeiro semestre deste ano, ele já tinha tentando, sem sucesso, iniciar conversa firmes com Camargo e Votorantim. Também teria tentando uma aproximação fracassada com a Nippon Steel.
De acordo com pessoas que participam do processo, meses atrás Steinbruch tentou marcar um encontro com executivos da Nippon no Japão, mas sua abordagem foi recusada. Teria apelado, então, para o presidente do Conselho de Administração da siderúrgica japonesa, que também não quis conversa.

Português BCP fecha acordo com Atlântico para abrir banco no Brasil
Estadão 07.09.2011 - Instituição quer explorar segmento corporate no Brasil. O Banco Comercial Português (BCP) anunciou hoje um acordo com o brasileiro Banco Privado Atlântico para criar uma instituição financeira no Brasil. Segundo o BCP, o acordo de parceria reflete uma estratégia do banco, anunciada anteriormente, de redirecionar seu foco e acessar oportunidades no mercado brasileiro, nos segmentos de corporate e trade finance.
Em julho, o BCP anunciou planos de buscar novos mercados para investir, aumentar sua presença em Portugal e vender ativos em outros mercados para se adaptar à crise. O banco central português pediu aos bancos do país que aumentem seus respectivos índices de Basileia por meio da venda de ativos e diminuam a proporção de empréstimos em relação aos depósitos. O BCP já deu início ao processo de venda de sua unidade polonesa, o Bank Millennium.

Lobão: novo código de mineração irá para Congresso neste mês
Reuters 070.09.2011 - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta quarta-feira que o novo código de mineração deve ser enviado ao Congresso Nacional ainda em setembro. Ele não acredita, no entanto, que o projeto será votado ainda em 2011.
O texto final já está com a presidente Dilma Rousseff, acrescentou o ministro, que conversou com jornalistas após o desfile de 7 de Setembro, em Brasília.
Na véspera, o ministro já havia afirmado que os royalties no setor de mineração no Brasil deverão dobrar com a reforma da legislação no setor. Segundo Lobão, o aumento valerá para todos os minérios e, assim, a alíquota média da Contribuição Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) subirá de 2 para 4 por cento.
Lobão também havia afirmado que a única pendência que existia referia-se à criação da agência reguladora do setor mineral, que nascerá a partir da estrutura do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Minas Gerais vai receber nova fábrica da Brafer
Valor 08.09.2011 - A partir do fim do próximo ano, a Brafer Construções Metálicas estará presente em mais um Estado brasileiro: Minas Gerais. A instalação da nova fábrica, que acontecerá na cidade de Juiz de Fora, está ligada a demanda de empresas do setor de mineração e siderurgia, muito presentes no estado mineiro. A oportunidade de ampliar a atuação da fábrica nas áreas de petróleo e gás e no fornecimento de estruturas para a geração de energia eólica também foi fator que fez a empresa decidir pelos investimentos em Minas Gerais. O presidente da empresa, Marino Garofani, explica que, com a nova fábrica, o polo mineiro ganhará um centro de serviços destinados a beneficiar aços planos e não planos, que serão fabricados a partir de chapas e perfis de aços fornecidos pelas siderúrgicas locais. "Em um segundo momento, a unidade de Juiz de Fora passará a atuar na produção de estruturas metálicas, em especial, pontes", completa o presidente.
Outro fator que motivou a implantação de uma unidade no município de Juiz de Fora foi o enquadramento da Brafer no Regime Especial Tributário (RET), na qual a empresa foi beneficiada com incentivos fiscais, criando condições diferenciadas concedidas também por outras cidades mineiras.
De Acordo com Garofani, a Brafer busca, além de ampliar sua capacidade de produção, ficar mais perto dos seus clientes. Entre os clientes já atendidos pela Brafer, em Minas Gerais, estão a Vallourec & Sumitomo Tubos do Brasil (VSB), uma a joint venture entre a francesa Vallourec e a japonesa Sumitomo.
Ao todo, A Brafer investirá na unidade mineira R$ 150 milhões na primeira fase da obra e depois, em um segundo momento, prevê um aporte de mais R$ 300 milhões. O novo complexo, de 100 mil metros quadrados, teve suas obras iniciadas no segundo semestre de 2010 e já está em fase de terraplenagem e limpeza. A capacidade de produção será de 10,5 mil toneladas de material por mês, possibilitando a geração de 450 empregos diretos e outros 300 indiretos.
Ao longo de 35 anos de história e com unidades em Araucária (PR) e Rio de Janeiro (RJ), a Brafer já atendeu clientes de diversos setores para serviços de projeção, fabricação, pintura, galvanização e montagem de estruturas metálicas com alta tecnologia e padrão de qualidade.

Urgência de projetos para Copa e Jogos Olímpicos acelera PPPs nos Estados
Folha 08.09.2011 - As PPPs (Parcerias Público-Privadas) ganham agora um novo impulso com a Copa e a Olimpíada. Aprovadas há sete anos, as parcerias, principalmente no âmbito federal, não deslancharam como se esperava. Nos Estados, foram firmadas 18 PPPs desde a aprovação da lei sancionada no final de 2004 pelo então presidente Lula.
Diferentemente das concessões, as parcerias envolvem recursos públicos.
Dentre os projetos federais, só o data center do Banco do Brasil e da Caixa Econômica em Brasília foi em frente. Há ainda três projetos de irrigação em fase de estudos de viabilidade, assim como o Sistema Geoestacionário Brasileiro (de satélite).
Minas Gerais, Bahia, São Paulo e Pernambuco são os Estados que se destacam.
"Copa e Olimpíada estão fazendo a diferença em PPPs. Trazem a necessidade de cumprir prazos", diz o advogado José Virgílio Lopes Enei, especializado na área e sócio do escritório Machado Meyer. "Melhorar o transporte urbano e construir novos equipamentos esportivos já eram necessários, mas agora as obras têm prazo para acabar."
Um exemplo é o Porto Maravilha, que vai modernizar a degradada região portuária no Rio, considerado uma PPP pioneira no setor, que deslanchou agora, depois de anos.
Dos 12 estádios previstos para a Copa, pelo menos cinco são PPPs.
Há ainda dois projetos de outros setores em licitação no Rio Grande do Sul. Em estudo de viabilidade, há dois em Minas e um em São Paulo.
"Das PPPs estaduais já celebradas, que somam investimentos de cerca de R$ 15 bilhões, em dez delas os serviços já estão sendo prestados pelas concessionárias", lembra Bruno Ramos Pereira, advogado e consultor de projetos de infraestrutura.

Codesp atende TCU e cancela licitação de terminal para granéis
Valor 08.09.2011 - A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) acatou recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) e cancelou a licitação para arrendamento de uma área no porto de Santos destinada a movimentação de granéis líquidos. No mês de maio, o tribunal publicou um acórdão determinando que a Codesp anulasse a licitação na qual o consórcio Vopak Ilha Barnabé fora declarado vencedor, com oferta de ágio de R$ 52,75 milhões, para arrendar uma área de quase 39 mil metros quadrados no porto.
O TCU avaliou que um dos tópicos do edital afronta a lei de licitações (nº 8.666/93) ao permitir a soma de índices individuais de capacidade econômico-financeira das empresas do consórcio. A legislação, afirma o TCU no acórdão, prevê apenas a possibilidade de adição dos valores absolutos "na medida da participação de cada empresa", sem menção a indicadores percentuais. Segundo o tribunal, isso ofendeu o princípio de isonomia entre as licitantes.
Formado pela Vopak Brasil S/A e VPK Participações e Serviços Portuários Ltda, o consórcio chegou a um número superior ao índice exigido no edital, mas a empresa detentora de 90% de seu capital possuía dois índices inferiores a esse mínimo, o que implicaria desclassificação do certame se participasse sozinha, sustenta o relatório do TCU.
A Codesp entrou com embargos de declaração em julho, argumentando, entre outros pontos, que "o simples fato de o licitante ter apresentado balanço já seria suficiente para cumprir as regras editalícias e que não é importante saber sua nomenclatura". A companhia docas destacou, ainda, que o valor alcançado pelo consórcio foi quase quatro vezes maior que o do segundo colocado. E sustentou que a repetição do certame não garantiria "esse sucesso".
A oferta da segunda colocada, Deicmar, foi de R$ 16,2 milhões. Em terceiro lugar ficou o consórcio Terminais Ultra, com R$ 3,7 milhões de ágio. O TCU acatou o recurso da Codesp parcialmente. Mas depois de análise pelo departamento jurídico, a diretoria do porto santista votou pela revogação do certame. A suspensão foi homologada na sexta-feira pelo conselho de administração da estatal. Agora, uma nova concorrência será aberta, ainda sem data. Mas a expectativa é que o processo não seja tão extenso dessa vez - o consórcio Vopak Ilha Barnabé foi homologado vencedor em outubro de 2010. A Codesp irá alterar o edital, mas os estudos técnicos serão aproveitados.
Atualmente o terminal é operado pela Vopak Brasil, uma das empresas que compõem o consórcio, mas o contrato antigo já terminou em julho.
Procurada pelo Valor, a Vopak disse que só se manifestaria após analisar a decisão da Codesp, o que não havia ocorrido até o fechamento desta edição.

MPF protocolará Adin contra a flexibilização das licitações para a Copa
Correio Braziliense 07.09.2011 - Aprovado em 6 de julho pelo Senado como a solução para que o país destravasse os empreendimentos necessários para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) será questionado pelo Ministério Público Federal. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, informou ontem que ajuizará ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra trechos da nova lei aprovada pelo Congresso e sancionada pela presidente Dilma Rousseff. “Nós devemos ter, nos próximos dias, o ajuizamento de uma Adin em relação ao regime diferenciado de licitações, impugnando alguns dispositivos.”
O procurador-geral argumenta que a flexibilização nas regras de licitação fere o princípio da transparência dos gastos públicos e que os dispositivos que terão pedido de impugnação prejudicam o acompanhamento dos investimentos. “Há uma série de dispositivos que dificultam a transparência, portanto, o controle da coisa pública. A Copa se realizará com um dispêndio elevado de recursos públicos. É preciso assegurar que esse dispêndio ocorra de acordo com os princípios da Constituição.”
A Adin é a primeira iniciativa polêmica tomada por Gurgel depois de ter sido reconduzido ao cargo de procurador-geral. A ação do Ministério Público Federal (MPF) para derrubar o Regime Diferenciado de Contratações pode ser uma dor de cabeça para o governo, que teve dificuldade para amarrar a votação da proposta no Congresso, sob protestos da oposição. Gurgel argumenta que o objetivo do questionamento para derrubar dispositivos da lei é assegurar uma ação “preventiva” contra o mau uso dos recursos públicos e que o MPF não pretende travar o avanço dos preparativos para a Copa. “É uma ação ampla do Ministério Público, é uma ação preventiva, que não objetiva criar qualquer embaraço para a realização da Copa, mas assegurar que se realize sem que isso signifique grandes prejuízos ao erário.”
"Grande avanço": As críticas de Gurgel ao RDC vêm na contramão da defesa feita pela presidente às mudanças no regime de licitação. No fim de agosto, respondendo à pergunta de uma estudante de Fortaleza (CE) na Coluna da Presidente, publicada em jornais do país, Dilma citou o Regime Diferenciado de Contratações como “grande avanço” para corrigir os atrasos nas obras da Copa e para que o país ajuste o cronograma de empreendimentos.
Na resposta, a presidente rejeitou a hipótese de que as mudanças enfraqueçam os mecanismos de transparência dos gastos públicos. “O RDC simplifica as licitações sem abrandar o controle e a fiscalização”, respondeu a presidente, na coluna. Os partidos de oposição, DEM, PPS e PSDB, já ajuizaram uma Adin contra o regime diferenciado.
Gurgel também elogiou a iniciativa dos movimentos sociais que organizam hoje, durante o desfile do 7 de Setembro, uma marcha contra a corrupção. A manifestação é uma crítica da sociedade à decisão do plenário da Câmara que absolveu a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), que respondia a processo instalado no Conselho de Ética da Casa por ter sido flagrada recebendo dinheiro do delator do mensalão do DEM no Distrito Federal, o ex-secretário de Assuntos Institucionais do DF Durval Barbosa. “Acho que tudo que se faça no sentido de combater a corrupção é extremamente válido. É preciso que toda a sociedade brasileira se conscientize de que uma das suas prioridades é o combate à corrupção”, afirmou o procurador.
Medida provisória: O Regime Diferenciado de Contratações é um gatilho criado por medida provisória que permite ao governo aplicar regras diferentes em licitações de empreendimentos relativos à Copa das Confederações (2013), à Copa do Mundo (2014) e às Olimpíadas e Paraolimpíadas (2016). O RDC não substitui a lei geral de licitações, apenas concede tratamento diferenciado para as obras dos eventos esportivos, a fim de acelerar o processo de aprovação de editais que antecede o início das construções.
Frase: "Há uma série de dispositivos que dificultam a transparência, portanto, o controle da coisa pública. A Copa se realizará com um dispêndio elevado de recursos públicos. É preciso assegurar que esse dispêndio ocorra de acordo com os princípios da Constituição”
Roberto Gurgel, procurador-geral da República.

Chile lança US$ 1 bilhão em papéis de dez anos
GPdeLondrina 07.09.2011 - Chile e México podem seguir Brasil e cortar juros. O Chile lançou nesta quarta-feira (07) uma oferta de US$ 1 bilhão em bônus soberanos de dez anos denominados em dólares, e a reabertura de seus bônus denominados em pesos chilenos com vencimento em 2020, segundo uma fonte próxima à operação. Os papéis de dez anos devem ser vendidos com spread de cerca de 130 pontos-base sobre as taxas dos treasuries de mesmo vencimento.
O governo chileno espera que a reabertura dos bônus em moeda local com vencimento em 2020 ofereça um yield de 4,4%. O montante a ser oferecido neste caso ainda não foi divulgado, mas a Fitch Ratings disse que, incluindo os papéis em dólares, a emissão chilena deve totalizar US$ 1,5 bilhão.
Em julho, o Chile vendeu US$ 520 milhões em bônus de 20 anos denominados em pesos, com cupom de 5,5%. A operação de hoje recebeu rating 'A+' da Fitch, 'Aa3' da Moody's e 'A+' da Standard & Poor's. Deutsche Bank e HSBC são os coordenadores da oferta.

HSBC revisa para baixo expectativa do PIB brasileiro
Brasil Economico 06.09.2011 -  "O consumo brasileiro segue com o mesmo crescimento", sinaliza o HSBC.
Instituição financeira inglesa mudou a projeção de crescimento econômico do Brasil de 4,1% para 3,5% em 2011.
Para 2012, a perspectiva também foi reduzida, saindo de 4,4% para 4%.
Após a decisão do Banco Central de reduzir a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 12% ao ano, o banco anunciou uma nova perspectiva para a Selic.
"Esperamos que a Selic caminhe para 11% no final de 2011 e para 10% no início de 2012", sinaliza o relatório divulgado pelo HSBC e assinado pela equipe de economistas chefiada por André Loes.
"A antecipação do afrouxamento monetário pode pressionar o mercado de trabalho, resultando em pressão sobre os preços dos serviços."
A redução surpresa na Selic, aponta o HSBC, vem em um momento chave para a inflação, elevando o risco de rompimento do teto estipulado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao final do ano.
O HSBC elevou suas projeções para o IPCA em 2011 para 6,5% - teto da meta oficial do governo. Para 2012, a expectativa é de alta de 5,7% no nível geral de preços.
Consumo: O avanço de 5,5% no consumo das famílias brasileiras durante o segundo trimestre ficou fortemente acima do esperado pelo banco, o que o coloca na posição de principal sustentação do crescimento.
"O consumo brasileiro segue com o mesmo crescimento", sinaliza o documento.
Nesse sentido, as condições de emprego entram no foco dos economistas, que esperam uma estabilização após tantas reduções no número de desempregados.
Indústria: Por sua vez, a indústria vive um momento peculiar. Enquanto a produção perde força, as vendas no varejo, que melhor calculam o comportamento do consumidor, seguem em alta.
No entanto, o maior termômetro fica por conta da demanda externa.
"Uma demanda mais fraca no exterior é um dos mais importantes canais de transmissão do resfriamento da economia no mundo para o Brasil", avalia o relatório.

Bank of America anuncia reestruturação de equipe de diretores
Exame 07.09.2011 - Foram designados dois novos diretores operacionais, David Darnell e Tom Montag, que já eram membros da instituição financeira americana.
O maior banco americano em volume de ativos deve enfrentar agora uma série de demandas judiciais ligadas a suas filiais.
O Bank of America anunciou nesta terça-feira a reorganização de sua equipe de direção com a designação de dois novos diretores operacionais, David Darnell e Tom Montag, que já eram membros da instituição financeira americana.
Paralelamente, o atual responsável pela divisão de serviços bancários aos clientes individuais e às pequenas empresas, Joe Price, assim como a responsável das divisões de gestão de fortunas e de investimentos Sallie Krawcheck, uma das estrelas de Wall Street, "deixaram a sociedade", disse o banco em um comunicado.
Esta operação aponta, segundo a instituição, para o "alinhamento das unidades operativas da empresa com seus três principais grupos de clientes: os particulares, as empresas e os investidores institucionais", e a reduzir os custos.
David Darnell será agora o responsável pelas divisões encarregadas dos clientes particulares e Tom Montag supervisionará as divisões encarregadas das grandes e médias empresas e dos investimentos institucionais.
O maior banco americano em volume de ativos deve enfrentar agora uma série de demandas judiciais ligadas a suas filiais, Countrywide e Merrill Lynch, adquiridas em 2008.

BC abre mão de R$ 18,6 bi para que bancos do Proer paguem dívidas
Estadão 07.09.2011 - Banorte, Econômico, Mercantil e Nacional devem R$ 61,7 bilhões, mas com desconto do Refis da crise débito cai para R$ 43 bilhões.
Os quatro bancos em liquidação extrajudicial - Nacional, Econômico, Mercantil de Pernambuco e Banorte - foram notificados, no mês passado, pelo Banco Central sobre o valor de suas dívidas, considerando os descontos previstos no Refis da Crise. Agora, a autoridade monetária aguarda apenas o posicionamento final das instituições para assinar os acordos e encerrar os processos.
No caso do banco Mercantil de Pernambuco, o advogado do grupo Sérgio Cavalcanti afirmou que o controlador vai aceitar a proposta do Banco Central para acelerar o fim da liquidação extrajudicial do banco, mesmo abrindo mão de R$ 400 milhões.
A tendência é a de que o Banorte também faça um acordo com o Banco Central. A dívida do Mercantil com desconto totaliza R$ 1,369 bilhão e o do Banorte de R$ 623 milhões.
Prazo. Os bancos liquidados Nacional e Econômico decidiram pedir mais tempo para avaliarem a proposta do Banco Central. Em dezembro de 2010, a dívida total do Nacional e Econômico com o a autoridade monetária somava R$ 59,012 bilhões do total de R$ 61,705 bilhões.
Essas instituições terão, se aceitarem a proposta do Banco Central, um desconto de R$ 17,958 bilhões de seus débitos
Mesmo com o desconto, o banco Nacional está fazendo cálculos para verificar se é possível negociar algum ponto com a autoridade monetária.
Sem dar detalhes, o ex-presidente do Econômico Angelo Calmon de Sá disse que ainda negocia com o Banco Central.
"Acho que vamos encontrar uma solução", frisou Calmon de Sá. Até novembro, tanto o banco Nacional quanto o Econômico terão que dar uma resposta final à autoridade monetária.
Refis da Crise. O programa ‘Refis da Crise’ possibilita abatimento de até 100% nas multas e nos encargos legais; reduz 45% dos juros e o prazo de pagamento é de 180 meses.
No final de agosto, o Banco Central informou que chegou a um entendimento com o extinto Banco Bamerindus, que tinha uma dívida de R$ 2,7 bilhões com a autoridade monetária. Pelo acordo, o banco ganhou desconto de multa e juros e parcela em 180 meses o valor de R$ 2,5 bilhões.
A primeira prestação já foi quitada em 12 de agosto. Mas o pagamento só foi apenas o primeiro passo para o encerramento do processo de liquidação extrajudicial. Ainda existem dívidas com outros credores.

Expansão do crédito compensa recuo no empréstimo a Estado
DCI 08.09.2011 - A expansão do crédito no Brasil resultou da realocação da poupança nacional, do setor público para o setor privado, afirma o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal. A dívida líquida do setor público passou de 60,4% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2002, para 39,4%, uma queda de 21 pontos percentuais do PIB. "Isso abriu espaço para que o crédito ao setor privado se expandisse de 26% do PIB para 47,3% com segurança, sem aumento do nível geral de endividamento da economia nem risco de bolha", diz, em entrevista ao DCI.
Outro fator importante para a expansão do crédito foi o controle da inflação e a queda dos juros. "Mas para que esse processo seja sustentável, é preciso que a perspectiva de um mix de política fiscal e de política monetária, com maior ênfase na primeira, sinalizado pelo governo, continue no próximo ano para compensar o corte na Selic", ressalta.
Segundo Portugal, ao reduzir meio ponto percentual da taxa de juros, o Banco Central "agiu de forma preemptiva, ou seja, se antecipando aos fatos" por esperar uma deterioração grave do cenário externo. Para ele, que ocupou vários cargos no governo brasileiro e nos últimos onze anos trabalhou no Fundo Monetário Internacional (FMI), o crescimento da economia mundial será menor, mas positivo.


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