segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Azul.CA.12.09

Daily News

UBS quer fazer do Brasil base para negócios na AL
Valor 12.09.2011 - O argelino Yassine Bouhara comandará atuação do UBS nos países emergentes. Em compasso de espera enquanto aguarda a licença do Banco Central para assumir a corretora Link e para operar como banco, o suíço UBS já se prepara para transformar o país em sua plataforma para outros negócios na América Latina. Dentro dessa estratégia, Daniel Mendonça de Barros, um dos fundadores da Link, assumirá o cargo de co-chefe de ações para a América Latina.
"Não estamos aqui só para ganhar mercado no Brasil. Queremos usar o país como um centro", disse Yassine Bouhara, recém-nomeado presidente para países emergentes do UBS. É um cargo novo dentro do banco, que sempre dividiu seus mercados por regiões geográficas.
A mudança estrutural está relacionada com a visão do banco sobre de onde virão boa parte de seus ganhos daqui para a frente: dos países com alto potencial de crescimento. "Antes, os emergentes não tinham dinheiro. Agora, são investidores", avalia Bouhara, que esteve no Brasil há duas semanas, em um roteiro que incluía passagem por diversos emergentes. "Os emergentes vão mandar dinheiro para os mercados maduros e movimentar recursos entre si."
A estratégia de aumentar a posição em países emergentes se torna mais relevante diante do cenário que Bouhara traça para a economia na Europa. "É uma situação dramática. E não é uma questão de meses, e sim, de anos."
O quanto os emergentes serão atingidos por esse quadro, Bouhara não sabe dizer, mas, para ele, será algo mais tênue. "O interior dos Estados Unidos é muito desenvolvido. Aqui não. Talvez em São Paulo esteja ficando mais fácil encontrar uma mesa num restaurante, mas no interior ainda há regiões que crescem a taxas chinesas."
Diante de resultados financeiros fracos no segundo trimestre, o banco suíço anunciou que cortará 3.500 funcionários pelo mundo - cerca de 5% do quadro do UBS. Porém, segundo Bouhara, os emergentes devem passar praticamente ilesos. "Estamos contratando na China, na Índia, no Oriente Médio, na Rússia e na América Latina. Isso não mexe com nossa estratégia para o Brasil", diz o presidente.
No Brasil, o UBS aguarda o sinal verde do Banco Central para assumir a Link e começar as atividades de banco. Com isso, o banco quer reconstruir suas bases no país, algo que deixou de ter em 2009, quando revendeu o banco Pactual ao banqueiro André Esteves.
Porém, sob o comando de Eduardo Centola, ex- Goldman Sachs, Bouhara diz que a instituição terá características diferentes da operação anterior. "O negócio que estamos desenvolvendo envolve muito menos recursos proprietários e mais dos clientes, como a Link funciona. E apostamos em plataformas eletrônicas de negociação", afirma Bouhara, que por enquanto não informa qual será o capital do UBS no Brasil. Também estão no radar do UBS, segundo Centola, operações de renda fixa, commodities e moedas.

Brasil Telecom capta R$ 1,1 bi em prazo menor que o planejado
Valor 12.09.2011 - A Brasil Telecom, subsidiária da Oi, iniciou a temporada de captações externas do segundo semestre com uma emissão de R$ 1,1 bilhão em títulos de cinco anos denominados em reais. O plano inicial era levantar recursos por sete anos, mas o mercado não estava receptivo, segundo fontes próximas à operação.
O retorno para o investidor no lançamento foi de 9,875% ao ano, com cupom de 9,75% ao ano. A emissão saiu ao preço de 99,516% do valor de face.
A operadora de telefonia conseguiu uma das menores taxas em reais, com demanda superior a R$ 2 bilhões, mas o mercado de maneira geral não está tão favorável, segundo essa fonte. Além das turbulências nos países desenvolvidos, a condição brasileira ficou um pouco "confusa" após a surpreendente decisão do Copom de reduzir em 50 pontos a taxa Selic.
Ainda assim, há uma fila de empresas brasileiras preparando lançamentos de papéis no exterior. Entre elas estão a Eletrobras e a Petrobras, que pode captar em libras e euro, segundo uma fonte de mercado.
A decisão pela captação em reais, a primeira da Oi, veio em função da sua receita, majoritariamente na moeda brasileira.
A empresa inovou também nos mercados em que buscou recursos. Durante 15 dias, os executivos do grupo e dos bancos participantes da oferta visitaram investidores no Chile e na Colômbia, além dos Estados Unidos e países da Europa. Cerca de R$ 350 milhões vieram de aplicadores chilenos, basicamente fundos de pensão locais, que começaram a buscar aplicações em reais.
A operação foi feita pelos Bank of America Merrill Lynch, Citi, HSBC, Deustche, Morgan Stanley e Itaú BBA. Os recursos serão usados para reduzir o custo médio de captação da empresa, cujo prazo médio está em 4,5 anos, e para investimentos. A operação recebeu grau de investimento da Standard & Poor's, Moody's e Fitch.

Chiclete deixa o recreio e vai para a balada
Valor 12.09.2011 - Um mercado de R$ 2,4 bilhões, de balas e gomas de mascar, está mudando de foco. Esses produtos vêm deixando as mochilas infantis para ganhar cada vez mais espaço nas baladas de adolescentes e no dia a dia de jovens adultos, novo público-alvo dos fabricantes. O movimento é acelerado pelo número de Estados e prefeituras que tem proibido a venda de balas e chicletes em lanchonetes escolares, um dos mais tradicionais pontos de venda desse negócio. Depois do Paraná, Espírito Santo e Rio de Janeiro, este mês foi a vez de Campo Grande (MS) impedir crianças e adolescentes de comprarem guloseimas na hora do recreio. "Com essa restrição, perdemos muitos pontos de venda que comercializavam balas", diz Vinícius Germano, gerente de gomas de mascar da Kraft - dona das marcas "adultas" Trident, Chiclets, Clorets, Plets e Freshen-Up, além do infantil Bubaloo.
Segundo Germano, outro fator que vem reforçando a aposta no público mais velho é o baixo nível de diferenciação entre uma goma de mascar "de bola" e outra. "Adolescentes e adultos pagam entre cinco e dez vezes mais para ter um produto de sabor inovador, em comparação ao que iriam desembolsar por um chiclete de bola", diz ele, refererindo-se a lançamentos recentes como Trident Sensations, um chiclete com três camadas de goma.
No ano passado, a venda de chicletes "adultos" ("chewing gum", como o Trident) ultrapassou pela primeira vez o consumo dos chicletes de bola ("bubblegum", como o Bubbaloo), numa disputa de 55% contra 45% em volume. A tendência avança: na venda acumulada até julho de 2011, os chicletes de bola registraram queda de 5,6%, enquanto os "adultos" cresceram 8,8%.
Os fabricantes correm para disputar um espaço nos bolsos e nas bolsas de jovens adultos. A multinacional Kraft, que se tornou líder do setor depois de comprar a Cadbury no início de 2010, investe em uma ação especial de Trident para o Rock in Rio. A empresa vai sortear três viagens com direito a grupos de acompanhantes, além de mais de mil ingressos para o evento, que acontece este mês. A arena do show terá um espaço Trident, com dois andares e 100 m 2.
A tendência de valorizar adolescentes e jovens adultos como público alvo é a mesma entre os fabricantes de caramelos, balas e pastilhas, categoria que registrou vendas de R$ 885 milhões em 2010. A multinacional ítalo-holandesa Perfetti Van Melle, dona da Mentos, posiciona a marca para o público de 18 a 24 anos. Uma campanha da pastilha lançada este mês, apenas para capitais nordestinas, associa os sabores ao gosto dos beijos.
"Já patrocinamos o parque aquático Wet'n Wild, onde criamos o 'Concurso de Beijo Molhado Mentos'", diz o diretor de marketing da empresa, Mauro Seregni. O torneio elege o casal que beija por mais tempo embaixo d'água.
O público jovem está dando novo fôlego à indústria de balas e gomas de mascar, que nos últimos anos enfrentou estabilidade ou até mesmo queda nas vendas em volume (ver tabela). As pressões vieram de diferentes lados: além da "patrulha" saudável nas escolas, o mercado teve que disputar com chocolates e biscoitos recheados um espaço no bolso do consumidor. "À medida que o brasileiro aumentou o seu poder de compra, optou por guloseimas de maior valor agregado, como o chocolate", afirma Getúlio Ursulino Netto, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab).
No primeiro semestre deste ano, a produção de chocolate para o mercado interno cresceu 5,4%, para 180,8 mil toneladas. Enquanto isso, a produção de balas, confeitos, gomas de mascar e derivados permaneceu praticamente estável, em 197,2 mil toneladas, com um ligeiro aumento de 1,3%.
"O mercado de balas não sobrevive sem inovação", diz Alexandre Heineck, vice-presidente da Abicab e diretor da fabricante gaúcha Docile. "É preciso testar cada vez mais novos sabores e formatos para surpreender o público, estimulando o consumo".
A Perfetti Van Melle tem consciência dessa máxima. Segundo Seregni, quase um terço do portfólio é renovado a cada ano. "Lançamos 30 produtos por ano desde 2007, um aumento de 50% sobre o que fazíamos antes".
Outro vetor de crescimento para esse mercado tem sido o Nordeste, onde a restrição para o consumo nas escolas não é tão rígida quanto no Sudeste. Na capital paulista, por exemplo, escolas particulares não permitem que alunos consumam balas e chicletes durante as aulas.
Em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana de Recife, a Docile instalou a sua segunda fábrica em janeiro, com investimentos de R$ 3 milhões. "Cerca de 25% do nosso faturamento de R$ 85 milhões deste ano deve vir do Nordeste", diz Heineck. Com a nova planta, a produção da empresa de Lajeado (RS) foi ampliada em 15%.
Segundo a Nielsen, na categoria de drops, caramelos e pastilhas, a líder regional é a região Sul. Juntos, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina responderam por quase 21% do consumo em volume e valor.

Marfrig consolida distribuição de alimentos
Folha 12.09.2011 - Pouco depois de um ano da compra da produtora e distribuidora americana de alimentos Keystone Foods por US$ 1,26 bilhão, a brasileira Marfrig trará a marca para a América Latina.
A operação local vai concentrar todos os negócios de abastecimento de restaurantes e cozinhas industriais do Grupo Marfrig, nas divisões Seara e Bovinos Brasil.
No mundo, a Keystone é uma das principais fornecedoras das redes de alimentação McDonald's, Subway, Chipotle e Campbell's.
Segundo a empresa, os produtos da Keystone na região serão os mesmos da Marfrig, entre eles cortes especiais de carnes, hambúrgueres, empanados e frios, além das linhas de fabricação terceirizadas como a linha de sobremesas Bassi.
Também estão incluídos os produtos importados pela marca, como batatas fritas congeladas, azeites, e peixes.
A nova empresa vai integrar também as logísticas de armazenamento e de distribuição das divisões Seara e Bovinos Brasil, que até agora funcionavam de forma independente.
Serão absorvidas também as equipes comerciais e administrativas dos dois serviços de alimentação, assim como os centros de distribuição, logística de transporte e depósitos em todo o país.
Para comandar a operação, a Marfrig contratou como diretor-geral Rodrigo Vassimon, ex-executivo da Unilever para a divisão de serviços alimentares.
Juntas, as duas unidades têm capacidade de produção de 200 mil toneladas por ano de produtos processados.
A operação, sediada em São Paulo, terá 4.000 funcionários e faturamento de cerca de R$ 1 bilhão.

Troca de ativos pode ser opção para a BRF
Valor 12.09.2011 - Fay, presidente da Brasil Foods, descarta eventual troca de ativos no segmento de bovinos: "Nosso negócio não é boi".
A BRF Brasil Foods pode recorrer a uma troca de ativos para concretizar a alienação de unidades e marcas prevista no acordo acertado há quase dois meses com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A venda do bloco de ativos e a suspensão da marcas Perdigão (por três a cinco anos em algumas categorias) e Batavo, por quatro anos, foram as condições impostas pelo Cade para aprovar a união entre Perdigão e Sadia, que deu origem à BRF.
"Podemos trocar ativos com qualquer um [empresa] que tenha ativos fora do Brasil. Não posso trocar no Brasil porque o Cade não vai deixar", disse José Antônio do Prado Fay, diretor-presidente da BRF, em entrevista ao Valor na quinta passada.
Segundo ele, a troca de ativos poderia ocorrer dentro do próprio Brasil se o eventual interessado nas unidades da BRF fosse de outro setor. O executivo afirmou, porém, que a BRF não pretende ingressar em outro segmento. Fay também garantiu que não haveria uma troca de ativos no segmento de bovinos. "Bovinos não é nosso 'core' e não vai ser", reforçou.
Ainda que o executivo não faça menção às empresas que estariam interessadas nos ativos da BRF, no mercado só se fala de Marfrig, JBS, Minerva e da americana Tyson Foods. Os três primeiros atuam principalmente em carne bovina. Já a Tyson é líder em frango nos Estados Unidos e tem uma operação ainda pequena de aves no Brasil.
Uma eventual troca de ativos no exterior se encaixa perfeitamente na estratégia de internacionalização da Brasil Foods, reforçada após o acordo com o Cade. "A internacionalização já era uma estratégia central da companhia e agora mais do que nunca", comentou.
Segundo Fay, por meio da internacionalização a BRF poderá repor o que vai perder de faturamento com a venda dos ativos e das marcas. "São R$ 2,9 bilhões que saem do faturamento ano que vem. Então temos como uma das possibilidades de reposição aquisições fora [do Brasil], faturar mais fora do Brasil". O valor se refere ao impacto da venda de ativos e da suspensão temporária de marcas.
Ele observou que compras de ativos dentro do Brasil ficaram mais restritas após o acordo com o Cade, que visa criar uma empresa concorrente da BRF no mercado brasileiro. "Só posso comprar coisas muito básicas, não posso comprar marca e fora posso comprar o que quiser". O dólar desvalorizado também dá "mais poder de fogo" para adquirir ativos fora do Brasil.
Atualmente, a Brasil Foods tem duas unidades no exterior, na Holanda e Inglaterra. Mas negocia com a chinesa Dah Chong Hong Limited a criação de um joint venture na distribuição de produtos na China e no processamento de carnes em fábricas no país. Além disso, a BRF anunciou, em agosto, investimentos de US$ 120 milhões para construir fábrica de processados nos Emirados Árabes Unidos.
A expectativa da Brasil Foods é de que a alienação dos ativos acertada com o Cade ocorra até o fim do primeiro semestre de 2012. A empresa contratou o BTG Pactual, que já finalizou a avaliação do negócio e tem mandato para conversar com eventuais interessados.
Fay não acredita que a crise financeira que afeta EUA e Europa possa adiar a venda dos ativos, mas admite que a negociação pode ficar "mais complicada". Ele disse não acreditar num cenário em que não exista comprador para tais ativos. "Tem que ter. (...) Porque esse é um ativo que tem valor e é uma porta aberta no mercado brasileiro que não tinha mais". A última grande operação envolvendo carnes de frango e suína foi a venda da Seara para a Marfrig, em 2009.
Mas e se houver uma mudança brusca de cenário econômico atual? "Em princípio, vamos tentar não discutir mais nada e fazer o que está combinado [no acordo para a venda]. (...) Agora se a crise piorar muito, se acontecerem coisas muito fortes, aí tem que reavaliar", reconheceu.
Fay rebateu os que afirmam que as unidades colocadas à venda pela BRF valem pouco e não são boas. "No Brasil, não há ativos melhores que esses". Ele disse que tais alegações são decorrência de "fantasmas" que o processo da BRF no Cade enfrentou, por conta de casos anteriores, como o da Ambev. Naquele processo, houve quem considerasse que a gigante de cerveja alienou fábricas ineficientes.
Segundo o executivo, as unidades foram postas à venda seguindo uma lógica definida pelo Cade de criar um sistema nacional. As fábricas estão espalhadas da Bahia até o Rio Grande do Sul e algumas delas eram as únicas da BRF em seus Estados, como a de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, e a de São Gonçalo, na Bahia. "Se pudesse, não venderia. Quero é vender bem".
Para substituir a capacidade perdida no Rio, a empresa analisa a possibilidade de construir uma nova fábrica no Sudeste, conforme Fay. Outras possibilidades para repor a capacidade são ampliações de unidades, aquisição e mais turnos de produção.
Já para compensar a suspensão das marcas Perdigão e Batavo por um período de anos, a BRF aposta no lançamento de novos produtos. O intuito, disse Fay, é compensar a falta de determinadas categorias, com a lasanha Perdigão, por exemplo. "Embora a solução tenha sido dura, ela foi palatável para o nosso negócio", argumentou.
As restrições, de fato, não afetam o otimismo de Fay em relação aos ganhos de sinergia decorrentes da união entre Perdigão e Sadia. A BRF vai até revisar o valor, inicialmente estimado em R$ 500 milhões ao ano a partir de 2012. "Tenho expectativa muito positiva em relação à logística". A integração dos processos comerciais das duas empresas, possível desde a última decisão do Cade, é um passo importante para esses ganhos.

Ensino a distância tem novo ciclo de investimentos
Valor 12.09.2011 - Após dois anos de desaceleração no ritmo de crescimento no mercado de educação a distância, grandes grupos de ensino como Anhanguera, Kroton, Unopar e Estácio estão promovendo investimentos para expansão ou para entrar nesse segmento, que hoje conta com aproximadamente 1 milhão de alunos.
O novo ciclo de investimentos coincide com a possibilidade de o Ministério da Educação flexibilizar, nas próximas semanas, os decretos de 2005 e 2006, que exigiram uma reestruturação nos polos de ensino a distância, com a criação bibliotecas e laboratórios de informática, por exemplo. Muitas faculdades não conseguiram se enquadrar às exigências e somente em 2008 foram desativados 1.337 polos de educação a distância (EAD) em todo o país. "Não há sentido ter biblioteca ou uma estrutura enorme nos polos de EAD. O acesso à tecnologia avançou e os alunos podem fazer tudo pela web", disse João Vianney, consultor da Hoper.
A Anhanguera está investindo em uma nova plataforma tecnológica que permitirá dobrar sua capacidade de ministrar aulas a distância - segmento em que estão 35% dos seus 308 mil alunos, incluindo os matriculados nos cursos livres. A Anhanguera não revela o montante alocado nesse projeto, mas segundo o Valor apurou, o investimento gira em torno de R$ 40 milhões.
Com a nova plataforma, a Anhanguera passa a ter uma estrutura capaz de transmitir 36 mil horas de aulas por mês, digitalizar todo o conteúdo pedagógico, além de editar e produzir vídeos. "Agora temos 50 canais de satélite, antes eram 27. Podemos transmitir mais aulas simultaneamente", diz Alexandre Dias, CEO da Anhanguera. O novo investimento é o maior da instituição na área de tecnologia. A Anhanguera já aplicou R$ 35 milhões para readequação dos seus polos de ensino a distância às normas do MEC.
Já a Unopar - maior faculdade de ensino a distância do país, com 150 mil alunos - prevê dobrar o número de matrículas até 2015. "Estamos analisando novos cursos e novas ferramentas tecnológicas", afirma Elisabeth Bueno Laffranchi, chanceler da Unopar, cuja sede fica em Londrina (PR). A instituição foi uma das primeiras faculdades fiscalizadas pelo MEC, que exigiu revisão do material didático, contratação de coordenadores, entre outros quesitos. Essas readequações demandaram investimentos de R$ 10 milhões, segundo Elisabeth.
Com faturamento de R$ 420 milhões, a Unopar tem foco totalmente voltado para o ensino a distância. Há apenas 10 mil alunos em seus cursos presenciais. "Entramos no mercado de ensino a distância em 2002. O que nos ajudou muito é que na época tinhamos um canal de TV a cabo em Londrina. As gravações das aulas eram feitas nos estúdios da TV, que fechou e deu lugar aos cursos de EAD", disse a chanceler da Unopar.
A mineira Kroton, cujo principal acionista é o fundo americano Advent, é outro grande competidor da área de ensino que está fincando seu pé no setor. A instituição prevê que no começo de 2012 o MEC conceda aprovação para sua entrada no mercado de aulas a distância. A ideia é usar suas faculdades e também as escolas que usam o sistema de ensino Pitágoras como polos. O Pitágoras pertence à Kroton e 777 escolas privadas de várias regiões do país usam suas apostilas. "Credenciamos junto ao MEC nossos 76 melhores polos para entrar em EAD", afirma Rodrigo Galindo, presidente da Kroton.
A previsão do executivo é que até 2014 a Kroton tenha 60 mil alunos em cursos de ensino a distância, em 350 polos localizados em várias regiões do país. "Conseguimos sinergia entre nosso 'business' de ensino básico e superior. Acreditamos que daqui a dois anos o ensino a distância represente 12% da receita líquida ou 20% do nosso resultado operacional", diz Galindo.
A carioca Estácio também tem planos de expansão nesse mercado. A instituição obteve o registro do MEC para operar em ensino a distância em 2009. Hoje, conta com 36,7 mil alunos em cursos de tecnólogos, gradução e pós-graduação, em 45 polos. A expectativa é que o MEC autorize mais 27 polos da instituição a oferecer cursos a distância.
Segundo o presidente da Estácio, Eduardo Alcalay, o ensino a distância aumenta a capilaridade da universidade e traz mais retorno. Isso porque, apesar do preço da mensalidade ser menor - de R$ 180, em média, enquanto a de um curso presencial gira em torno de R$ 450 - a margem é 30% maior.
Alcalay acrescenta que, para crescer no segmento, o grupo também está buscando parceiros em cidades onde não tem polos. Além disso, nas próximas aquisições, vai considerar instituições já autorizadas a operar no ensino a distância.

Brasil é alvo de investidores estrangeiros que aplicam no mercado marítimo
Agência 11.09.2011 - Brasil A estabilidade econômica e política associada aos projetos do pré-sal e ao aumento dos preços das commodities transformaram o Brasil em alvo de interesse de investidores estrangeiros que aplicam no mercado marítimo no mundo. O assunto é tema da 1ª Conferência Mare Fórum na América do Sul, que ocorrerá terça-feira (13) no Rio de Janeiro. Os organizadores se preparam para receber de 150 a 200 empresários europeus, asiáticos e norte-americanos.
O diretor da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (Ccibc), Kevin Tang, disse à Agência Brasil que o mercado brasileiro é um dos mais atraentes do mundo, segundo os investidores. Os empresários buscam mercados sólidos que não estejam sob o impacto da crise econômica mundial, como os Estados Unidos e alguns países europeus, entre eles Grécia, Itália e Espanha.
“Os investidores querem saber quais são as oportunidades oferecidas pelo Brasil, associadas às tendências mundiais”, disse Tang. “Os investidores estão dispostos a diversificar, e o Brasil oferece o que eles esperam: estabilidade e potencial.”
As discussões se concentrarão nas oportunidades de negócios no Brasil, envolvendo toda a cadeia produtiva de transporte marítimo - construção naval, mineração e alternativas diversificadas de energia. Representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Secretaria de Portos foram convidados para os debates.
 Como exemplo de investimentos, Tang ressaltou que um dos corredores de navegação que mais cresce no mundo, em todos os tipos de carga - granel seco ou líquido, contêineres e tankers - é o que liga o Brasil à China. Segundo ele, o crescimento do volume de negócios saltou de US$ 2,3 bilhões, em 2000, para R$ 56 bilhões em 2010.
O Rio de Janeiro foi escolhido como sede da conferência por ser polo de petróleo, mineração e também logística, segundo Tang. Ele lembrou que a região tem quatro novos estaleiros em construção.
Já houve 60 edições dessa conferência em nove países, mas é a primeira vez que ocorre na América do Sul. As discussões anteriores ocorreram nos Estados Unidos, na Itália, Indonésia, China, Turquia, Holanda, França, Grécia e Bélgica. Atualmente o mercado de transporte marítimo reúne, entre seus principais investidores, chineses, indonésios, japoneses, gregos e italianos.

Portos brasileiros movimentam 700 milhões de toneladas
DCI 12.09.2011 - A costa brasileira tem 8,5 mil quilômetros navegáveis e um setor portuário que movimenta aproximadamente 700 milhões de toneladas de mercadorias por ano, dos quais mais de 90% na área de exportações. O objetivo é investir cerca de R$ 740 milhões em melhorias visando à Copa do Mundo de 2014. As informações são da Secretaria de Portos.
No total, no Brasil, são 37 portos públicos, entre marítimos e fluviais, além de 42 terminais de uso privativo e três complexos portuários que operam sob concessão à iniciativa privada. Em julho, o ministro José Leônidas Seixas, da Secretaria de Portos, avisou que até o fim de 2013 serão construídos sete novos terminais.
Os desafios do governo se concentram na construção de um novo porto em Manaus e em ampliar os investimentos em Fortaleza, no Ceará; Natal, no Rio Grande do Norte; Salvador, na Bahia; no Rio de Janeiro; em Santos, em São Paulo, e Recife, em Pernambuco. No Brasil, 18 portos públicos são administrados diretamente pelas companhias Docas - sociedades de economia mista que têm como acionista majoritário o governo federal, com vínculo à Secretaria de Portos.

Cobrança eletrônica de pedágios terá concorrência em SP
Valor 12.09.2011 - Depois de 12 anos operando sozinha os meios eletrônicos de pagamento em pedágios no Estado de São Paulo, a Serviços e Tecnologia de Pagamentos (STP) - dona dos sistemas de captura eletrônica de pagamento Sem Parar e Via Fácil - enfrentará a partir de agora um concorrente. A Secretaria de Logística e Transportes de São Paulo autorizou, na sexta-feira, a empresa DBTrans, com atuação no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, a iniciar operação no sistema de cobrança eletrônica nas rodovias sob concessão em todo o Estado.
Mais de 2,9 milhões de veículos utilizam o sistema, que é responsável, em média, por 38% das passagens nos pedágios.
O objetivo é que o início de operação da nova empresa em São Paulo seja efetivado até o fim do ano. Até lá, segundo a Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo e responsável pela regulação e fiscalização do setor), será realizada negociação com as concessionárias paulistas para adequação das praças atuais de pedágio para a nova operadora. Mas a tarefa para quebrar o monopólio pode enfrentar resistência das concessionárias - como CCR, OHL Brasil e EcoRodovias, que são acionistas do STP. A sociedade é composta por CCR (38,25%), CCBR Catel (35%), Ecorodovias (12.75%), GSMP (9,32%) e OHL Brasil (4,68%).
A DBTrans se compromete a entrar no mercado paulista de pagamento de pedágio eletrônico cobrando uma mensalidade de R$ 6 de cada usuário. Atualmente, é cobrada mensalidade de R$ 11,90. Também vai lançar o modelo pré-pago de pagamento eletrônico, onde o motorista carrega seu tag (aparelho interno no veículo) com um determinado valor e passa pelas praças de pedágio normalmente. Essa modalidade tem como principal atrativo o fato do usuário ficar livre da cobrança de mensalidade.
Para os caminhoneiros, a nova operadora planeja introduzir no mercado paulista o vale pedágio no formato eletrônico, com cobrança através de tag. Hoje há apenas o vale pedágio no formato de papel e por cartão.

Obras caras sacrificam margem da Trisul
Valor 12.09.2011 - A incorporadora imobiliária Trisul engrossou a lista das empresas do setor que surpreenderam seus acionistas com queda abrupta de margem por conta de obras mais caras que o previsto. O mesmo ocorreu nos últimos trimestres com Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI), Rodobens Negócios Imobiliários, Cyrela e Gafisa e MRV.
O motivo mais comum para o estouro é a alta dos custos, especialmente de mão de obra, em ritmo maior do que o projetado pelas empresas. Com a aproximação da entrega de empreendimentos lançados há dois ou três anos, o desvio de orçamento se torna evidente e é reconhecido todo de uma vez, sacrificando o resultado de um trimestre.
No caso da Trisul, no entanto, há um ingrediente adicional que torna o caso mais complicado.
Por conta da revisão feita pela companhia no orçamento das obras, a auditoria externa que analisa seus balanços, Ernst & Young Terco, ainda não concluiu a checagem dos números referentes ao segundo trimestre.
Para dar uma satisfação ao mercado após o atraso na entrega do balanço, cujo prazo l para envio terminou no dia 15 de agosto, a Trisul decidiu divulgar na sexta-feira números não auditados.
A margem bruta da companhia, que é o que sobra proporcionalmente da receita após descontados apenas os custos de construção, ficou em 3,3% no segundo trimestre deste ano, ante um índice de 27,4% no mesmo período do ano passado. No quarto trimestre de 2010, também após reconhecimento de estouro de obras, a margem bruta havia ficado em 13,3%.
Na ausência do parecer do auditor, que atestaria que todos os registros foram feitos de forma adequada, o diretor financeiro da incorporadora, Lincoln Castro, disse em teleconferência para analistas: "Já reconhecemos tudo o que tínhamos que reconhecer. Não esperamos nenhuma surpresa nos resultados futuros".
Apesar da afirmação, o executivo não soube dar uma estimativa sobre quando a E&Y concluirá o seu trabalho. "Ainda não temos previsão porque fizemos uma revisão [orçamentária de obras] bastante completa, deve levar algum tempo que não conseguimos precisar", disse Castro.
As ações da Trisul acumularam baixa de 16,8% na semana passada, enquanto o Imob, índice das empresas imobiliárias da bolsa, teve queda de 1,8%.
Ao fazer seu trabalho, o auditor vai verificar, entre outras coisas, se houve erro nos balanços anteriores, o que exigiria republicação, ou se o caso é apenas uma mudança de estimativa.
Outro teste será feito para avaliar se todas as mudanças de orçamento foram reconhecidas.
Após a forte baixa no segundo trimestre, a Trisul espera que a margem bruta se aproxime de 29% ou 30%, próximo ao verificado até setembro de 2010. Sem projetar prazos para a melhora da margem, Castro afirmou que a expectativa é que isso ocorra "num futuro próximo".
Com o objetivo de reduzir custos, a companhia contratou duas consultorias. A Gradus Consultoria de Gestão revisará os processos de engenharia e relacionados ao repasse de clientes, enquanto a Logical System vai implementar gestão da produção voltada à construção. "Vamos ver as reduções de custos mais nitidamente a partir de 2012", prevê o executivo.
A Trisul estima entregar 18 empreendimentos no segundo semestre, ante os nove da primeira metade do ano.
A companhia encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido de R$ 33,66 milhões, ante o lucro de R$ 16,76 milhões apurado um ano antes. O resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficou negativo em R$ 5,06 milhões, após alcançar positivos R$ 36,22 milhões no segundo trimestre de 2010. No intervalo de um ano, a margem Ebitda trimestral despencou de 17,3% para -2,6%.
Antes de tomar a decisão de divulgar os números não auditados, no entanto, a administração da Trisul procurou o aval do conselho fiscal da companhia, que se recusou a assumir responsabilidade sobre a iniciativa.

Banco ABC Brasil anuncia recompra de até 10% das ações
Exame 11.09.2011 - Compras têm o objetivo de “maximizar a geração de valor aos acionistas” As corretoras Votorantim, Itaú e BTG foram contratadas para realizar as operações.
O banco ABC Brasil (ABCB4) anunciou nesta sexta-feira que irá recomprar até 10% das suas ações em circulação no mercado, mostra um comunicado publicado no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As ações da instituição financeira apresentam uma desvalorização de 26,77% em 2011.
Segundo a empresa, o programa terá o prazo máximo de um ano e visa “maximizar a geração de valor para os acionistas da Companhia”. Os papéis comprados serão mantidos em tesouraria para a posterior alienação ou cancelamento, sem redução do capital social. As corretoras Votorantim, Itaú e BTG foram contratadas para realizar as operações.
Líbia: A Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou na terça-feira que conseguiu bloquear, na Justiça Federal de São Paulo, as ações do Banco Central da Líbia no banco ABC Brasil (ABCB4) e na ABC Brasil Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários. Segundo a decisão publicada no site da AGU, o BC líbio tem o controle indireto das duas empresas por meio do Arab Banking Corporation (ABC), banco internacional com sede no Bahrein.
O ABC Brasil disse em uma nota publicada na semana passada estar confiante de que qualquer decisão judicial “não terá impacto na operação e nos negócios do Banco ABC Brasil, bem como no relacionamento com seus clientes”.

Frete pode dar R$ 60 bi a cartões
GPdeLondrina 11.09.2011 - A partir de outubro, nova regra da ANTT estipula que todos os pagamentos de cargas sejam feitos por meios eletrônicos.
Do mês que vem em diante, os pagamentos de fretes a motoristas de caminhão deverão ser feitos por meios eletrônicos de pagamento, como cartões de crédito ou débito. A nova regra é da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e está movimentando as empresas de cartões e bancos, de olho em um mercado estimado entre R$ 60 bilhões a R$ 80 bilhões por ano, a maior parte movimentada de maneira informal.
A ANTT, que editou a resolução em abril, já habilitou quatro empresas para operar como administradoras de meios eletrônicos de pagamento: Repom, Roadcard, GPS Logística e Gerenciamento de Riscos e a Dbtrans. Para operar no segmento, algumas delas estão buscando parcerias com bancos e bandeiras de cartões.
Beneficiados: Na avaliação das pessoas que acompanham o setor de logística, a grande vitória com a nova legislação é justamente dos caminhoneiros, que agora poderão comprovar renda e não ficarão mais reféns dos postos de combustíveis para ter acesso ao seu pagamento. Com a mudança, espera-se inclusive que fique mais fácil para esses profissionais obterem financiamento no mercado financeiro para comprar novos veículos. As estimativas apontam a existência de um milhão de caminhoneiros no Brasil.
Além do pagamento com cartão, a ANTT também dá a opção do recebimento do frete por meio de débito em conta. Muitos caminhoneiros não têm conta bancária e, por isso, a formalização desse mercado deve trazer muitas dessas pessoas para os bancos.
De acordo com dados da própria ANTT, a frota média de caminhões no Brasil é de 16,4 anos, mas, entre os autônomos, chega a 21,7 anos. A dificuldade em comprovar renda sempre foi apontada como grande empecilho para renovar a frota de caminhões do país. (AE)
O objetivo da ANTT é formalizar o mercado de transporte rodoviário. Hoje, os caminhoneiros recebem como pagamento pelo transporte de cargas a chamada carta-frete, um papel informal, que não é fiscalizado pelo governo, mas é adotado há mais de 50 anos. Na maioria das vezes, é trocado em postos de combustíveis nas rodovias, com deságio, por dinheiro. Também é comum os postos condicionarem a troca a um porcentual de consumo no próprio estabelecimento, que às vezes chega a 30% do valor total da carta. “É um mercado novo que se abre para o setor de cartões, com volumes enormes de recursos”, avalia Rômulo de Mello Dias, presidente da Cielo, empresa que faz cadastramentos do comércio para as bandeiras de cartões.
A Repom atua no pagamento de frete por cartões há dez anos, mas para atender às novas regras da ANTT está se reestruturando. Até o final do mês, a empresa deve anunciar uma parceria com uma bandeira internacional de cartões. O objetivo é aumentar a rede de aceitação de seu cartão (já usado por 400 mil caminhoneiros) e movimentar R$ 3 bilhões este ano, 30% a mais que em 2010, conta Rubens Naves, presidente da empresa.
A GPS Logística (detentora da marca Pamcary) atuará nesse mercado em parceria com a Roadcard. Segundo o presidente da GPS, Ricardo Miranda, desde 2004 a companhia oferece ao mercado um cartão para o pagamento de frete, o Pamcard (com bandeira Visa e emissão pelo Bradesco), que deve crescer 30% com a exigência da ANTT.
Taxas: Estima-se que as empresas de cartões cobrarão uma taxa entre 1% e 2% sobre os valores depositados nos cartões. Essa taxa será paga pelas empresas que contratam o frete (transportadoras e embarcadoras). Não haverá custo algum para os caminhoneiros.
No caso do financiamento, a presença dos bancos será importante para fornecer capital de giro para as empresas do setor. O pagamento do frete ao motorista de caminhão com um cartão gera um descasamento de prazos para a transportadora ou embarcadora. Com a carta-frete, isso não ocorria, pois a carta tinha uma data para ser convertida em dinheiro. Com o cartão, o dinheiro precisa estar disponível imediatamente, caso seja usado na função débito.

Obras caras sacrificam margem da Trisul
Valor 12.09.2011 - A incorporadora imobiliária Trisul engrossou a lista das empresas do setor que surpreenderam seus acionistas com queda abrupta de margem por conta de obras mais caras que o previsto. O mesmo ocorreu nos últimos trimestres com Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI), Rodobens Negócios Imobiliários, Cyrela e Gafisa e MRV.
O motivo mais comum para o estouro é a alta dos custos, especialmente de mão de obra, em ritmo maior do que o projetado pelas empresas. Com a aproximação da entrega de empreendimentos lançados há dois ou três anos, o desvio de orçamento se torna evidente e é reconhecido todo de uma vez, sacrificando o resultado de um trimestre.
No caso da Trisul, no entanto, há um ingrediente adicional que torna o caso mais complicado.
Por conta da revisão feita pela companhia no orçamento das obras, a auditoria externa que analisa seus balanços, Ernst & Young Terco, ainda não concluiu a checagem dos números referentes ao segundo trimestre.
Para dar uma satisfação ao mercado após o atraso na entrega do balanço, cujo prazo l para envio terminou no dia 15 de agosto, a Trisul decidiu divulgar na sexta-feira números não auditados.
A margem bruta da companhia, que é o que sobra proporcionalmente da receita após descontados apenas os custos de construção, ficou em 3,3% no segundo trimestre deste ano, ante um índice de 27,4% no mesmo período do ano passado. No quarto trimestre de 2010, também após reconhecimento de estouro de obras, a margem bruta havia ficado em 13,3%.
Na ausência do parecer do auditor, que atestaria que todos os registros foram feitos de forma adequada, o diretor financeiro da incorporadora, Lincoln Castro, disse em teleconferência para analistas: "Já reconhecemos tudo o que tínhamos que reconhecer. Não esperamos nenhuma surpresa nos resultados futuros".
Apesar da afirmação, o executivo não soube dar uma estimativa sobre quando a E&Y concluirá o seu trabalho. "Ainda não temos previsão porque fizemos uma revisão [orçamentária de obras] bastante completa, deve levar algum tempo que não conseguimos precisar", disse Castro.
As ações da Trisul acumularam baixa de 16,8% na semana passada, enquanto o Imob, índice das empresas imobiliárias da bolsa, teve queda de 1,8%.
Ao fazer seu trabalho, o auditor vai verificar, entre outras coisas, se houve erro nos balanços anteriores, o que exigiria republicação, ou se o caso é apenas uma mudança de estimativa.
Outro teste será feito para avaliar se todas as mudanças de orçamento foram reconhecidas.
Após a forte baixa no segundo trimestre, a Trisul espera que a margem bruta se aproxime de 29% ou 30%, próximo ao verificado até setembro de 2010. Sem projetar prazos para a melhora da margem, Castro afirmou que a expectativa é que isso ocorra "num futuro próximo".
Com o objetivo de reduzir custos, a companhia contratou duas consultorias. A Gradus Consultoria de Gestão revisará os processos de engenharia e relacionados ao repasse de clientes, enquanto a Logical System vai implementar gestão da produção voltada à construção. "Vamos ver as reduções de custos mais nitidamente a partir de 2012", prevê o executivo.
A Trisul estima entregar 18 empreendimentos no segundo semestre, ante os nove da primeira metade do ano.
A companhia encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido de R$ 33,66 milhões, ante o lucro de R$ 16,76 milhões apurado um ano antes. O resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficou negativo em R$ 5,06 milhões, após alcançar positivos R$ 36,22 milhões no segundo trimestre de 2010. No intervalo de um ano, a margem Ebitda trimestral despencou de 17,3% para -2,6%.
Antes de tomar a decisão de divulgar os números não auditados, no entanto, a administração da Trisul procurou o aval do conselho fiscal da companhia, que se recusou a assumir responsabilidade sobre a iniciativa.

Sil Fios projeta encerrar ano com avanço de 15%
DCI 11.09.2011 - A Sil Fios e Cabos Elétricos espera crescimento em torno de 15% este ano, índice similar ao registrado em 2010. A empresa não fala em valores de investimento, porém, garante que está se preparando para ampliar e modernizar o seu parque fabril. "A nossa prioridade é investir em tecnologia para otimizar a produção", afirma Pedro Morelli, gerente de Marketing da companhia. -
Morelli destaca que a Sil ainda não sentiu os efeitos da crise econômica mundial, apesar de o câmbio influenciar o preço do metal. Ele garante que a concorrência com importados não causou impactos significativos no faturamento da empresa. "O custo de um rolo de cabos produzido na China é muito parecido com o fabricado no Brasil", diz o executivo. Ele ressalta que existe, ainda, a questão da logística, pois se acrescenta ao preço do produto final o custo do transporte.
De acordo com a Sil, deve haver um aumento dos pedidos da empresa no último trimestre do ano porque o comércio se prepara para uma maior circulação de dinheiro, que se dará principalmente a partir de novembro. Segundo Morelli, os consumidores investem mais em reformas e consertos. Por isso, a expectativa é de que o crescimento da Sil, de outubro a dezembro, deve ultrapassar 10% em relação ao mesmo período do ano passado.

PDVSA - já dispõe da garantia para entrar em Abreu e Lima
DCI 11.09.2011 - A Petróleos de Venezuela (PDVSA) ofereceu garantias à Petrobras para que fosse fechado entre os dois países o acordo de conclusão da construção da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca (PE). A obra enfrentava problemas porque o acordo original, firmado em 2005, previa que a brasileira arcaria com 60% dos custos e a venezuelana, com o restante. Com quase metade das obras executadas, porém, a PDVSA ainda não cumpriu sua parte. O prazo estipulado pela Petrobras para que a Venezuela cumpra os compromissos firmados era agosto, e foi estendido agora até 30 de setembro.

Lojas de roupas estão encolhendo
Estadão 11.09.2011 - Com a dificuldade de conseguir bons espaços nas grandes cidades, grupos como Renner, Riachuelo, Marisa e Hering apostam em lojas menores e para públicos específicos
O varejo de vestuário vem aperfeiçoando seus formatos no País, apostando em lojas menores e segmentadas por perfil de consumidores. Por trás disso está a busca da redução de custos com abertura de lojas, a dificuldade em encontrar grandes áreas de vendas nas maiores cidades do País e também em atender às exigências dos consumidores, que com mais renda buscam peças com mais elementos de moda.
"O consumidor que ascendeu à classe C está cada vez mais exigente", destaca o consultor Maurício Morgado, ligado ao GVcev, o Centro de Excelência em Varejo da FGV-Eaesp. Segundo ele, antigamente, os grandes varejos eram conhecidos por preços bons e mercadorias medianas, sem dar muita atenção à moda. "Bem ou mal, o aumento da renda proporcionou aos consumidores adquirirem certos ‘luxos’. Com um tíquete médio relativamente baixo, as prestações (de roupas) cabem no bolso", diz.
Morgado ressalta que, enquanto o critério de escolha dos consumidores para a compra de um televisor ou uma geladeira, em muitos casos, passa pelo melhor preço ou condição de pagamento, no caso do vestuário o elemento moda pode ser um diferencial.
Um desses exemplos é o da Marisa. Além de seu formato tradicional, com produtos para toda a família, a rede lançou um formato exclusivo para o público feminino e outro dedicado à comercialização de lingerie. "Os três formatos não competem entre si. São momentos distintos de compra da mulher", diz o presidente da Marisa, Marcio Goldfarb. "Tendo vários modelos de lojas, não perdemos oportunidades (de expansão)", completou.
No caso da Renner, a empresa passou a investir nas lojas compactas, com áreas até 50% inferiores ao modelo tradicional. A empresa projeta que até metade das 30 novas lojas programadas neste ano sejam compactas. "O projeto das lojas compactas nos propiciará inaugurar, nos próximos cinco anos, cerca de 100 lojas nesse formato", diz o presidente da empresa, José Galló. A Renner testa ainda dois pilotos de lojas segmentadas. Um deles é voltado à comercialização da marca própria Blue Steel, focada no público jovem, que deverá contar com três unidades inauguradas este ano. O outro é de lojas específicas para o público feminino, com área de vendas semelhante às compactas e um mix de perfumaria, acessórios, calçados, lingerie e vestuário feminino.
Público infantil. A Cia. Hering, que nos últimos anos deixou de lado a produção de linhas de roupas básicas, em razão da sofisticação e procura por novidades, lançamentos e moda por parte dos consumidores, também testa dois novos formatos. Um deles é o Hering Kids, voltado ao público infantil, que deverá encerrar o ano com quatro unidades. O outro é o da marca Dzarm, focado no adolescente das classes A e B, que segue em teste até o fim do ano e pode transformar-se em rede.
"Esse novo modelo será importante para o crescimento da empresa", avalia o analista da Raymond James, Guilherme Assis, sobre a Hering Kids, acrescentando que a expansão desse modelo poderá ganhar maior velocidade a partir de 2012.
Recentemente, foi a vez de a Riachuelo anunciar a criação de um novo formato de lojas, dedicado exclusivamente ao público feminino, com áreas menores de venda e departamentos de vestuário, calçados, lingerie e acessórios. Segundo o diretor de relações com investidores da Riachuelo, Tulio Queiroz, o modelo feminino é mais rentável e atraente, por ser focado em produtos campeões de venda.
Para Luis Henrique Stockler, sócio-diretor da consultoria Ba Stockler e professor da FIA/Provar e FGV, além dos formatos menores, as redes buscam também fortalecer as marcas próprias com a criação de redes específicas. "A marca (própria) precisa de um endereço físico. As redes têm marcas fortes, que em muitos casos ficam perdidas dentro das lojas. Algumas marcas não têm identificação com a própria rede", diz.

PPR negocia a grife de ternos Brioni
Valor 12.09.2011 - O grupo francês PPR, controlador de marcas como Gucci, tem mantido negociações para comprar a fabricante italiana de ternos de luxo Brioni Roman e poderia comprar uma marca chinesa, segundo seu CEO, François-Henri Pinault.
"Tivemos discussões com eles, assim como com outros, mas não está finalizado", disse Pinault referindo-se à Brioni, cuja sede fica em Penne, na Itália.
O executivo disse que o grupo PPR concorre com rivais do setor e com fundos de investimentos em participações pela empresa italiana, que é controlada por três famílias e teve receita de € 206,5 milhões em 2008, ano mais recente com dados disponíveis. Ele não quis comentar se apresentou uma oferta formal final.
A aquisição da Brioni seria mais um passo na estratégia da PPR de concentrar-se em suas unidades de artigos esportivos e de luxo, enquanto sai do varejo.
Pinault também busca expandir-se na China, onde as vendas do grupo francês deverão crescer 18% por ano entre 2010 e 2015, para 180 bilhões de yuans (US$ 28 bilhões), de acordo com estimativas da empresa de consultoria McKinsey & Co.
O PPR estaria interessada em adquirir uma marca chinesa "com identidade própria", disse Pinault. "Ainda não vi uma oportunidade assim. Não há razão para que não possa acontecer."
As vendas da divisão de luxo do PPR subiram 23% no primeiro semestre, impulsionadas pela demanda chinesa pelas grifes Gucci e Bottega Veneta, segundo a empresa havia informado em julho. Pinault disse na ocasião que o apetite "muito forte" por bens de luxo, especialmente na Ásia, a ajudará a melhorar os resultados este ano.
O PPR está interessado em empresas pequenas e médias com potencial de crescimento, afirmou Pinault. O grupo, que busca ampliar suas linhas de joias, "avaliou uma marca criada em Hong Kong, mas era pequena demais", afirmou.
Depois dos Estados Unidos, a China é o maior mercado da divisão de luxo do PPR, afirmou o executivo. "O crescimento e rentabilidade [na China] talvez compensem qualquer fraqueza que possa surgir na Europa ou Estados Unidos", disse. De qualquer forma, "hoje, não vejo nenhum sinal de fragilidade em qualquer lugar do mundo, nem mesmo na Europa", disse o CEO.
O PPR está se reorganizando para dar mais importância à divisão de luxo - que inclui ainda a unidade de artigos esportivos e estilo de vida cujo principal marca é a Puma -, para atender a crescente demanda por roupas e acessórios de grife na Ásia e América Latina. O grupo, que vendeu a varejista de móveis Conforama em março, também quer vender a varejista on-line Redcats e a rede Fnac, e usar parte dos recursos para financiar aquisições.
Pinault disse que "o acesso a financiamento pelos possíveis compradores é um ponto crucial" para os esforços do PPR em vender a Redcats. A rede pode atrair ofertas de empresas especializadas em aquisições, como a TPG Capital, Bain Capital e Permira Advisers, segundo fontes do setor.

Grupo Via Veneto
Folha 12.09.2011 - O Grupo Via Veneto, dono das marcas masculinas Brooksfield, Harry's e Via Veneto, além de representante da Salvatore Ferragamo no Brasil, vai acelerar a expansão da grife nacional feminina, a Brooksfield Donna.  De 2009 para cá, surgiram nove lojas, contando a recém-aberta unidade no Shopping Cidade Jardim. Até o início do próximo ano, serão mais sete lojas, todas próprias e em shopping centers, um investimento de R$ 13 milhões.
No roteiro das inaugurações estão Curitiba, Rio, Vitória, São Caetano, São Paulo, e, para 2012, Belo Horizonte e Ribeirão Preto.
"Estávamos há muito focados no masculino e esse plano de crescer no feminino já é antigo", conta a sócia-diretora Mariana Nassralla, responsável pela Donna e pela operação da Salvatore Ferragamo.
"A mulher consome muito e nossos clientes homens também pediam para termos artigos femininos para suas esposas em nossas lojas", acrescenta Nassralla.

Redes planejam chegar a mil lojas
Valor 12.09.2011 - Pereira, da Óticas Carol, que espera faturar R$ 250 milhões em 2011: "Vamos chegar a todos os Estados até 2014".
A maior parcela da classe C com carros na garagem parece não ter ligação com o mercado de óticas. Mas é na hora de tirar a carteira de habilitação que muitas pessoas fazem seu primeiro exame oftalmológico e descobrem ter algum problema de visão. A crescente preocupação da sociedade com o bem-estar e a saúde também está levando mais gente ao consultório médico. Esses são alguns dos fatores que impulsionam o mercado óptico no país e animam a expansão das varejistas do setor.
O barateamento dos óculos nos últimos anos, como consequência do aumento da produção a custos mais baixos na China, é outro fator propulsor. Além disso, o item é cada vez mais consumido como acessório de moda. Para atender essa demanda, os empresários enxergam um grande potencial no setor no Brasil, que ainda tem um pequeno número de óticas em relação ao tamanho da população. São 26 mil lojas que têm como principal atividade a comercialização de óculos e mais 4 mil pontos de venda secundários.
As maiores redes do país planejam um crescimento robusto para os próximos anos. A Óticas Carol tem 340 lojas, planeja abrir mais 70 até o fim do ano e chegar a mil pontos até 2014 - um crescimento de quase 200%. A Óticas Diniz já está presente na totalidade dos Estados, com 500 franquias, e prevê dobrar esse número até 2015. A Fototica, com 119 endereços, acaba de reformular seu modelo de loja e tem planos de crescer por meio de franquias, lojas próprias e aquisições.
No ano passado, o mercado de óculos movimentou em torno de R$ 16 bilhões. Em três anos, o faturamento do setor aumentou 78%, segundo a Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica). O crescimento registrado no primeiro semestre de 2011, de 5%, não acompanhou as expectativas da instituição, de 8%.
Mas o desempenho de agosto já reanimou o mercado, que espera uma aceleração das vendas no segundo semestre. A Abióptica, que pensava em rever para baixo a previsão de 20% de expansão no ano, terminou por aumentá-la para 37%. Executivos do setor afirmam que sentiram uma pequena desaceleração no consumo no primeiro semestre - nada que atrapalhasse os planos das empresas.
A Óticas Carol, fundada em Sorocaba (SP), até pouco tempo centrava sua operação no eixo Rio-São Paulo. Até o fim do ano, terá chegado a dez novos Estados. A rede espera faturar R$ 250 milhões em 2011, 30% a mais do que em 2010. "Vamos chegar a todos os Estados até 2014", diz o CEO da empresa, Ronaldo Pereira. A estratégia é eleger, a cada ano, dois Estados como âncora, que recebem maior suporte de mídia e planejamento. Neste, Minas Gerais e Bahia são o foco. Em 2012, serão Santa Catarina e Rio Grande do Sul, escolhidos entre os sete mercados nos quais a Carol pretende entrar no período.
A Fototica, que abriu sua primeira loja há 90 anos na rua São Bento, no centro de São Paulo, foi comprada em 2007 pela holandesa Hal Investments, dona do grupo GrandVision, com 4,5 mil óticas em 40 países. Desde então, a rede brasileira aumentou seu portfólio com marcas próprias de óculos de grau, de sol e lentes de contato. Há um ano, as lojas iniciaram um processo de modernização para chegar a um novo modelo, que ficou pronto em junho e será replicado em toda a rede. Até dezembro, a Fototica vai reformular seu plano de franquias e iniciar um processo de expansão que inclui também lojas próprias e aquisições.
"A meta é continuarmos líderes onde atuamos e também liderarmos nos novos mercados", diz Alexandre Max, diretor de marketing da Fototica. O novo formato de loja busca atender todas as classes sociais, com produtos que vão desde óculos de sol a R$ 79 e de grau a R$ 99 até os de grifes como Giorgio Armani e Gucci. Os itens, separados por estilo, ficam expostos para que os clientes experimentem à vontade. Cada ponto de venda também é equipado com sala para teste e venda de lentes de contato.
A reorganização da Fototica também passa pela gestão. O alto escalão da empresa foi alterado e Marcelo Ferreira, ex-presidente da Adidas, acaba de assumir o comando da empresa. A rede projeta um crescimento de 15% para este ano e de 20% em 2012.
A Óticas Diniz, fundada por Arione Diniz em 1992, no Maranhão, chegou a todos os Estados do país por meio de franquias. No mês passado, inaugurou a de número 500. O plano é dobrar esse total até 2015, com novas lojas tanto nas mesmas cidades quanto em municípios menores onde ainda não está presente. "Vamos crescer tanto vertical como horizontalmente, entrando em cidades até com menos de 100 mil habitantes", diz Daniel Fonseca, diretor de marketing da Óticas Diniz.
A expectativa da rede é superar, em 2011, o crescimento de 20% registrado no ano passado. "A Diniz cresceu apoiada nas classes C e D, mas hoje trabalha com capilaridade, se comunicando com todos os públicos", diz Fonseca.

Corretoras lideram ranking nacional de queixas da CVM
Folha 12.09.2011 - Maioria das reclamações é de ordens não cumpridas ou sem autorização.
Fundo da Bolsa cobre até R$ 70 mil em casos de prejuízos listados por investidores por causa de erros operacionais.
A maioria das queixas de investidores que chegam à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), reguladora do mercado de capitais, são de problemas ligados à negociação de ações. No primeiro semestre, 35% dos processos eram queixas contra corretoras e bancos na hora de compra e vender ações.
Nesse grupo, 66% das manifestações reportavam ordens não cumpridas ou realizadas sem autorização.
Segundo José Alexandre Vasco, superintendente de Proteção ao Investidor da CVM, muitas queixas pedem o ressarcimento de prejuízos com operações, função que não é exercida pela CVM.
Para ressarcir perdas, a BM&FBovespa conta com o MRP (Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos), um fundo criado em 2007 para lidar com casos de falhas comprovadas nas negociações.
O MRP tem R$ 314 milhões em caixa, obtidos com arrecadação de 0,0012% das transações. A contribuição foi suspensa temporariamente em agosto, por conta do alto montante do fundo.
O cliente que tiver problemas pode procurar o MRP até 18 meses após o prejuízo. O fundo pode reembolsar até R$ 70 mil desse prejuízo.
Em 2008, auge da crise financeira, o MRP recebeu 143 reclamações, a maioria por conta de prejuízos causados pela queda no preço das ações, afirma Luis Matta Machado, diretor de autorregulação da BSM (BM&FBovespa Supervisão de Mercado).
"A pessoa tinha prejuízo e resolvia recorrer. Isso ocorreu em 90% dos casos que chegaram na época."
Segundo Machado, em momentos de alta muitos clientes acabam confiando no operador e autorizando que ele aja em seu nome.
"Quando dá errado, diz que não autorizou."
É importante lembrar que o MRP tem o objetivo de ressarcir prejuízos em casos de falha e não de atuação irregular da corretora.
Se o cliente identificar uma irregularidade na atuação da corretora, o MRP pode abrir processo. O investidor, no entanto, não tem ressarcimento nesses casos.
Neste ano, até 15 de agosto, só 28 reclamações foram recebidas pela Bolsa _80% menos do que em 2008.
"Passou a enxurrada pós-crise, mas esse número pode subir com a queda da Bolsa."
Banco Central: No Banco Central, a maioria das reclamações em julho foram sobre débitos não autorizados e sobre cobrança irregular de tarifa.
Neste ano, o BC processou mais de 200 mil contatos _89 mil eram queixas, sendo 35% consideradas procedentes. Em 2010, 44,5% das queixas eram procedentes.
Segundo Ricardo Liao, diretor de Fiscalização do BC, a maioria das medidas regulatórias adotadas nos últimos anos _divulgação da CET (Custo Efetivo da Transação, que inclui tarifas e impostos), padronização e controle de tarifas, cartão de crédito etc _ tiveram origem no atendimento às reclamações.
"Posso dizer que funciona reclamar ao BC. Cada processo tem um acompanhamento e um desfecho", disse Liao.

Fabricantes do país perdem demanda para o aço indireto
Valor 12.09.2011 - Mello Lopes, do IABr: “Esse é hoje o problema crucial da siderurgia no país”.
A avalanche de importações de automóveis, autopeças, máquinas e equipamentos, bens eletrodomésticos e outros produtos com elevado conteúdo em aço é vista hoje como o principal vilão do mercado siderúrgico nacional. Estima-se que a entrada de aço indireto no país via material acabado já roube cerca de 15% a 20% de um mercado que potencialmente seria das usinas locais.
É um volume significativo - tanto de aço que se deixa de exportar indiretamente quanto de aço que poderia ser vendido para fabricação de bens que estão sendo importados -, avaliam executivos e empresários do setor. Estima-se volume de pelo menos 5 milhões de toneladas de aço bruto ao ano. Ou seja, o equivalente ao tamanho da usina de Ipatinga, da Usiminas, ou da de Volta Redonda, da CSN.
Devido a essa situação, que vem se agravando desde 2005 e acelerada a partir de 2009, as siderúrgicas brasileiras decidiram rever sua meta de produção para este ano no começo do mês. O volume foi cortado em mais de 3 milhões de toneladas, ante a projeção fixada no início do ano de atingir 39,4 milhões de toneladas. A nova meta de produção é de 36,3 milhões de toneladas.
Disputa com importado é feita com uma grande perda de margem para as siderúrgicas do país, diz Brumer, da Usiminas
"Esse é o problema crucial do setor hoje, diante de um cenário de crescente desindustrialização do país", afirma Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Instituto Aço Brasil (IABr). A entidade representa as fabricantes locais, das quais Usiminas, Gerdau, ArcelorMittal, CSN e Votorantim são responsáveis por mais de 95% do volume de aço bruto produzido.
Conforme dados do IABr, o Brasil vai fechar com déficit de quase 2 milhões de toneladas na balança comercial de aço indireto prevista para o ano. "Em 2005, o país tinha superávit desse mesmo volume", informa Lopes. Ou seja, em seis anos o setor está perdendo um mercado próximo de 5 milhões de toneladas de aço bruto para usinas siderúrgicas estrangeiras, em especial da China. É de lá, maior país siderúrgico do mundo, que tem vindo a maioria de bens acabados em aço da cadeia metalmecânica.
O câmbio valorizado é o principal fator que favorece a entrada de produtos finais em aço, bem como para aço direto dos tipos planos (bobinas e chapas), longos, especiais, inox e na forma de tubos, além de outros itens da cadeia produtiva das usinas.
As importações diretas de aço, que em 2010 chegaram à marca de 5,9 milhões de toneladas, neste ano arrefeceram e devem ficar em torno da metade. "Mas isso vem sendo feito a um custo elevado para as empresas, pois há uma perda grande de margem de ganhos. Basta olhar os balanços das empresas", afirma Wilson Brumer, presidente da Usiminas.
Nesse embate, mencionado pelo executivo, as vendas das usinas deverão crescer quase 9% no mercado interno em 2011, alcançando 22,55 milhões de toneladas. No entanto, o volume fica bem abaixo das 24,57 milhões de toneladas projetadas no início do ano. Se tivesse se cumprido, isso levaria a uma alta de quase 19% nas entregas das siderúrgicas este ano no mercado doméstico.
Todo o cenário mudou desde meados do primeiro semestre para cá. "Continuamos enfretando os mesmos problemas: cambio, guerra fiscal entre os Estados, carga tributária elevada, falta de política ágil de defesa comercial e excesso de oferta de aço no mundo", comenta Lopes, do IABr.
O consumo aparente de aço (soma de venda interna mais importações) fechará com retração de 1%, em 25,8 milhões de toneladas, afetado principalmente pelo arrefecimento nos aços planos. No início do ano, a expectativa era de alta de 6,4%, com total de 27,8 milhões de toneladas.
O setor justificou a revisão das projeções para produção e consumo interno principalmente pela "expectativa de menor crescimento de mercado interno devido ao desaquecimento da economia, à persistência dos estoques elevados e à acirrada competição das importações, particularmente em setores consumidores intensivos em aço".
O IABr estima que as importações desses tipos de bens com elevado conteúdo em aço durante o ano vão somar 4,7 milhões de toneladas de aço indireto. O volume é concentrado em máquinas e equipamentos e em automóveis, veículos leves e utilitários e autopeças. O déficit projetado é de 1,9 milhão de toneladas, quase 30% maior que o do ano passado.
A projeção do Inda, entidade dos distribuidores de aços planos do país, vai além. Prevê 5,3 milhões de toneladas de aço indireto desembarcando no país este ano, resultando em um déficit superior a 2,3 milhões de toneladas. De janeiro a julho, conforme seus dados, o saldo negativo era de 1,1 milhão de toneladas, com aumento de 58% sobre o saldo de igual período de 2010. Enquanto os embarques ao exterior evoluíram 11% até julho, as importações cresceram 26%.
O segmento de máquinas e equipamentos ficou com 45% desse saldo, seguido por carros, veículos comerciais e autopeças, com 32%. A indústria automotiva, segundo projeções da Anfavea, prevê importar entre 800 mil e 900 mil veículos neste ano. Cerca de 70% desse número deve ser feito pelas próprias montadoras instaladas no país, beneficiadas pelo câmbio e por acordos bilaterais com outros países, como México e Argentina.
A rede de distribuição, que é afetada pela entrada de aço indireto, explica Carlos Loureiro, presidente do Inda, vai se dedicar nesses quatro meses a fazer gestão dos estoques, que estão elevados, no nível de 1,2 milhão de toneladas. O setor terá de cortar 300 mil toneladas até o fim do ano.
Brumer observa que, se de um lado há a forte entrada de produtos acabados, de outro o Brasil não consegue ampliar as exportações, pelas mesmas razões de conjuntura do país. Em aço direto, perde competitividade com o real valorizado e enfrenta a acirrada concorrência externa devido ao excesso de aço no mercado internacional. devido ao custo Brasil mais elevado e o câmbio, também não consegue ser mais efetivo na exportação de carros, autopeças, equipamentos e outros bens que demandariam grande quantidade de aço na sua fabricação.
As exportações de aço, como chapas e bobinas laminadas, tarugos e placas do país foram revisadas para 9,2 milhões de toneladas neste ano, já tirando as cerca de 3 milhões de toneladas de placas da CSA ThyssenKrupp que vão diretamente para unidades do grupo nos EUA e Alemanha. O número anterior, na mesma base, era de 9,8 milhões. Ou seja, houve uma perda de 600 mil toneladas.
O aço indireto exportado deverá crescer entre 100 mil e 300 mil toneladas sobre o volume do ano passado. Já as importações têm previsão de subir de 480 mil a 1,1 milhão de toneladas de um ano para o outro, conforme as projeções do IABr e do Inda. Os dois casos significam retração de mercado apenas na balança comercial direta e indireta de 1 milhão a 1,4 milhão de toneladas.
Apesar de arrefecida, a importação direta de aço cresceu a partir de julho. No ano, até aquele mês, o índice de penetração médio no mercado brasileiro era de 14,1%. Os aços planos sofreram o maior ataque do produto estrangeiros, com 16,1%. Já os aços longos, com 11,5%, são mais protegidos pelas suas características de produção próxima ao mercado.

Cenário ruim levanta dúvidas sobre oferta pública do Carlyle
Financial Times 12.09.2011 - Schwarzman, do Blackstone: US$ 680 milhões na abertura de capital. As firmas de "private equity" devem abrir capital? Para os desafortunados investidores que comprometeram suas economias na 3i, a resposta é óbvia. A empresa de investimento em participações britânica está prestes a sair do FTSE 100, após perder quase quatro quintos de seu valor de mercado desde a oferta pública, em 1999.
Outros grandes grupos de private equity têm se saído um pouco melhor. Apesar de a KKR ter superado o desempenho do S&P desde a abertura de capital em julho, as ações da Blackstone caíram 64% desde junho de 2011, e a Fortress perdeu quase 90% de seu valor. No Reino Unido, a Candover foi obrigada a fechar as portas e a devolver dinheiro a seu acionistas no ano passado.
Tudo isso torna um pouco intrigante a decisão do Carlyle, a terceira maior firma de private equity do mundo, de fazer uma oferta inicial de ações.
Para os donos do negócio, os benefícios da abertura de capital são óbvios. Steve Schwarzman, cofundador da Blackstone, levantou cerca de US$ 680 milhões, quando a companhia vendeu uma fatia de 12% em 2007.
Para a maioria dos controladores nos Estados Unidos, a listagem nem sequer significa abrir mão do controle, já que as ações listadas raramente vêm com direito de voto. Mas os benefícios para os investidores são discutíveis.
O fraco desempenho do setor pode, em parte, ser atribuído às más decisões tomadas antes da crise financeira. Muitos negócios altamente alavancados e com avaliações ultrajantes já azedaram. Antes de 2008, a maioria das empresas de private equity eram negociadas com um prêmio em relação à soma total de seus ativos - refletindo a confiança dos investidores de que os gestores conseguiriam aumentar o valor das companhias nas quais investiram. Agora, muitas são negociadas com desconto.
Mas parte do mau desempenho pode refletir também o fato de que os grupos de private equity, por sua natureza, não se adequam ao mercado de ações.
Para começar, os investidores precisam confiar no valor atribuído pelos gestores a seus ativos - mesmo aqueles pouquíssimos negociados e, portanto, sem valor de mercado. Além disso, os gestores têm um incentivo para inflar o valor de seus ativos, uma vez que isso infla também seus bônus.
Em segundo lugar, a indústria de private equity argumenta que seu sucesso deve-se ao alinhamento dos interesses entre os investidores nos fundos nos quais investe, os gestores daqueles fundos e os dirigentes das companhias nos quais esses fundos investem. Investidores de fora provavelmente não compartilham dos mesmos objetivos.
É possível que a Carlyle, uma impressionante máquina de levantar fundos, consiga satisfazer cotistas e acionistas. Mas se conseguir, será uma exceção à regra.

País bate produção de soja argentina, mas ganha menos
GPdeLondrina 11.09.2011 - As exportações brasileiras de soja em grão, farelo e óleo somaram US$ 18 bilhões em 2010, enquanto, na Argentina, o complexo soja rendeu US$ 27 bilhões em divisas. O Brasil produz mais soja, mas a Argentina ganha mais dinheiro com a exportação do grão e seus derivados. Apesar dos desmandos do governo Kirchner, que vive em pé de guerra com os agricultores, o país vizinho consegue mais dólares com a soja que vende ao exterior.
As exportações brasileiras de soja em grão, farelo e óleo somaram US$ 18 bilhões em 2010, enquanto, na Argentina, o complexo soja rendeu US$ 27 bilhões em divisas. O levantamento é da consultoria Abeceb.com, de Buenos Aires.
Na safra 2010/11, a produção brasileira de soja chegou a 75 milhões de toneladas, bem acima dos 49 milhões da Argentina. Segundo Carolina Schuff, analista da Abeceb.com, duas razões explicam a liderança da Argentina na receita, apesar da safra menor: perfis de consumo diferentes e maior agregação de valor.
Os argentinos destinam ao seu mercado interno cerca de 10% da soja que produzem. No Brasil, esse total chega a 35%. Não só o tamanho das populações é distinto - são 39,5 milhões de argentinos contra 190 milhões de brasileiros. Mas os hábitos de alimentação entre os dois países também mudam.Na Argentina, as famílias cozinham com óleo de girassol, um produto caro no Brasil. Por aqui, a preferência é pelo óleo de soja. No Brasil, a indústria de carnes de frango e suína é bem desenvolvida, consumindo grande quantidade de farelo de soja. Na Argentina, predomina a carne bovina.
Mas é a segunda razão que preocupa. A Argentina esmaga 78% da soja, transformando o grão em farelo e óleo - produtos de maior valor agregado. No Brasil, a taxa de esmagamento é de 48% e boa parte dos derivados obtidos no processo atende a demanda local. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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