terça-feira, 20 de setembro de 2011

Azul.CA.20.09

Daily News

Assembleia decidirá sobre nova avaliação do UOL
Valor 20.09.2011 - Os acionistas do UOL vão se reunir no dia 5 para decidir se fazem uma nova avaliação das ações da companhia, que pretende realizar uma oferta pública de aquisição (OPA) para fechar o capital.
A convocação da assembleia extraordinária, confirmada ontem pelo UOL, foi solicitada na semana passada por acionistas minoritários que detêm mais de 10% dos papéis da empresa. Em carta enviada ao conselho de administração, eles pediram um novo laudo de avaliação das ações.
Encomendado pela Folhapar, controladora do UOL, o laudo preparado pelo Bradesco BBI apontou o valor econômico por ação apurado segundo a metodologia do fluxo de caixa descontado como o mais adequado para a definição do preço justo. Por esse critério, o valor ficou em R$ 16,83.
A Folhapar havia se comprometido a, independentemente do resultado do laudo, fazer a operação com um valor limitado a R$ 17. Esse, portanto, foi o preço definido para a oferta, que abrange 18,392 milhões de ações ordinárias (que dão direito a voto) e 30,727 milhões de ações preferenciais (sem direito a voto), que correspondem a 40,89% do capital total da empresa.
Ontem, as ações preferenciais do UOL encerraram o pregão cotadas a R$ 17,8, em alta de 2,3%.
Para participar da assembleia, os acionistas deverão exibir documento de identidade, documentos societários e comprovante de depósito das ações da companhia emitido pela instituição financeira depositária ou pela entidade de custódia das ações. O evento ocorrerá às 11 horas, na sede da companhia.

Suzano confirma que pode vender ativos de papel e celulose
Exame 19.09.2011 - Empresa afirma, porém, que não há movimentos de “curto prazo”. Área de extração da Suzano: ativos em avaliação para possível venda.
A Suzano confirmou, em fato relevante, que pode vender ativos de papel e celulose. A informação circulou pela imprensa nesta segunda-feira. No comunicado, porém, a companhia afirma que “não há necessidade de movimentos no curto prazo para a condução dos seus negócios.”
A Suzano declarou que “não estão descartadas vendas de determinados ativos da área de papel e ou participações em novos projetos da área de celulose, não havendo qualquer decisão tomada neste particular.”
Na nota, a empresa afirma que sempre buscou uma posição financeira conservadora e lembrou que, no final de junho, contava com 3 bilhões de reais em caixa – o que levou a Suzano a classificar sua situação como “confortável”.
Para fortalecer a estrutura de capital e cumprir com o plano de investimentos traçado até 2024, a Suzano afirmou que negocia a venda de sua participação na Usina Amador Aguiar e de terras em São Paulo. A empresa também busca meios de capitalizar a Suzano Energia Renovável.
É neste contexto que a empresa admite que pode vender certos ativos de papel ou rever projetos de celulose. Na nota, a Suzano afirma que “continuará analisando as melhores alternativas para sua estrutura de capital e oportunidades de negócios.”

Prada prevê mais de 200 novas lojas em países emergentes
Folha 20.09.2011 - O grupo italiano de luxo Prada prevê abrir 550 novas lojas até 2013. Mais da metade das futuras unidades serão abertas em países da América Latina e das regiões do Golfo, da Ásia e do Pacífico, além da Rússia. A rede alcançou total de 358 lojas após inaugurar 29 unidades nos últimos seis meses.
A empresa anunciou ontem uma alta de 75% no lucro nos seis meses encerrados em julho, para € 179,5 milhões (cerca de R$ 423,4 milhões). As receitas cresceram 24%, para € 1,13 bilhão (R$ 2,7 bilhões). O resultado foi puxado por fortes vendas na Ásia, especialmente na China.
A Prada ingressou na Bolsa de Hong Kong em junho.

Rico compra no catálogo e classe média vai à loja
Valor 20.09.2011 - Sete entre dez brasileiros das classes de maior renda fazem compras de produtos pelo sistema porta a porta, um canal de venda identificado no passado como ligado principalmente às camadas sociais mais baixas. Na nova classe média, esse número é menor - cai para quatro entre dez consumidores. A presença dos canais de venda por camadas sociais é alvo de pesquisa que deve ser apresentada hoje no 14º Forum de Varejo da América Latina, realizado pela GS&MD Gouvêa & Souza, em São Paulo.
No comércio eletrônico, apesar dos ganhos de renda do brasileiro que levou à popularização da compra online no país, o estudo mostra que apenas 10% da classe C2 usa a web para compras. Na classe C1, a taxa é de 25%. Ao se verificar essa taxa de penetração na classe B2 (exatamente acima da C1), o número vai a 39%.
O estudo utiliza dados da Abep, a associação das empresas de pesquisa, para classificar os consumidores conforme a renda. A classe A tem renda familiar média de R$ 14.366; a B1, de R$ 8.099; a C1, R$ 1.391; e a C2, R$ 933. Foram ouvidas 407 pessoas em São Paulo.
Na avaliação da GS&MD, tem ocorrido um aumento da participação da internet entre os canais utilizados pela classe C, mas ainda há obstáculos que impedem um avanço mais rápido. "Esse é um consumidor que gosta de ir à loja porque, para ele, certas compras são um fato importante, um sinal de melhoria de status. Então, às vezes ele prefere ir ao ponto de venda do que comprar pela internet", diz Luiz Goes, sócio-sênior da GS&MD.
Além disso, ainda há o fator ligado à necessidade da mercadoria. Quando as camadas de menor renda adquirem um produto mais caro, em certos casos, o cliente precisa da mercadoria com urgência. "Muitas vezes, esse cliente compra uma geladeira ou fogão novos porque os antigos itens quebraram. Ele não pode ficar esperando dias pela mercadoria adquirida na web, ou correr o risco de receber com atraso", diz Antonio Coriolano, sócio da RetailConsulting.
É fato, no entanto, que a nova classe média registra a maior taxa de expansão em termos de acessos a sites de compra na internet hoje, até porque as camadas de maior renda já registram taxas muito altas. Em 2010, nove em cada 10 computadores vendidos no Brasil foram adquiridos pela classe C, revela pesquisa da agência Razorfish, e 42% dos internautas brasileiros pertencem a essa classe social (em 2004 representavam 29%).
Ainda segundo o estudo da GS&MD, a venda direta (por catálogo) realizada por empresas como Natura e Avon, tem mais consumidores nas classes mais altas. Nas camadas sociais A e B1, os índices de penetração são de 66% e 56%, respectivamente. Na C1 e C2, atingem 52% e 39%. "Isso desmistifica a ideia de que só os mais pobres compram no porta a porta", diz Goes. "Essas grandes empresas de venda direta têm criado novas marcas de produtos premium e alguns itens registram preços mais salgados", conta Goes.

CSA prevê pico de 5 mi de toneladas em meados de 2012
Vice-presidente da siderúrgica diz que a empresa atingiu recentemente a marca de 3 milhões de toneladas de produtos voltados para o mercado externo.
Reuters 16.09.2011 - Apesar da nova turbulência global e da perspectiva de um crescimento mais lento das grandes economias mundiais, a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) trabalha para atingir seu pico de produção de 5 milhões de toneladas anuais em meados de 2012, segundo o vice-presidente financeiro da CSA ThyssenKrupp, Rodrigo Tostes.
"Estamos numa fase de curva de produção, e no ano que vem vamos atingir o pico de produção", disse o executivo em entrevista à Reuters nesta segunda-feira.
"Nossa vantagem é que temos clientes cativos, com contratos de longo prazo, e vamos cumprindo o que estava planejado, embora tenha surgido uma crise que não estava planejada."
O executivo revelou que a siderúrgica atingiu recentemente a marca de 3 milhões de toneladas de produtos voltados para o mercado externo.
Quarenta por cento da produção tem como destino o mercado europeu e o restante vai para os Estados Unidos.
A unidade, localizada no bairro de Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro, começou a operar em setembro de 2010. O investimento no empreendimento é de 5 bilhões de euros, de acordo com o executivo.
Com a crise que se avizinha, a sobreoferta de produtos siderúrgicos e o dólar baixo, a ideia inicial de se ampliar a unidade no Rio foi engavetada. "Hoje não temos planos. Temos espaço, área para duplicar a planta, mas hoje nosso grande desafio é colocar a planta toda para operar, e redonda."
"Temos uma cidade para operar ... Estamos no meio de um sanduíche com um preço de minério crescendo e preço do aço caindo. A indústria é impactada pela questão cambial", disse ele, ao lembrar que quando o projeto começou a sair do papel o dólar estava cotado a 2,50 reais. O preço de produção no Brasil tornou-se mais caro com um câmbio de 1,80 real. "Com o dólar subindo agora, melhora um pouquinho, mas não é a solução."

Minerva suspende produção no Paraguai devido à febre aftosa
Exame 19.09.2011 - País representa 5% do faturamento da empresa. O frigorífico Minerva informou, nesta segunda-feira, que suspendeu as operações no abatedouro que possui no Paraguai. O motivo foi a detecção de um foco de febre aftosa no país.
Em comunicado ao mercado, o Minerva afirma que a planta permanecerá fechada até que situação seja normalizada no Paraguai. A unidade do Minerva fica em Assunção e tem capacidade para abater 700 cabeças de gado por dia. A maior planta da companhia fica no Brasil, em Palmeiras de Goiás. Ali, o Minerva é capaz de abater 2.000 cabeças por dia.
O Paraguai representa, hoje, 5% do faturamento total do Minerva, segundo o comunicado. No ano passado, a receita líquida da companhia foi de 3,41 bilhões de reais - um incremento de 31% sobre 2009.
Por isso, a empresa afirma que “a paralisação dessa planta pouco afetará a receita”, já que a demanda pode ser suprida por outras unidades do Minerva.

Starbucks focará expansão no Brasil, afirma presidente
Folha 20.09.2011 - A rede norte-americana de cafeterias Starbucks vai priorizar o Brasil na próxima etapa do seu plano de expansão internacional. O presidente da rede, Howard Schultz, disse em entrevista à agência Bloomberg que o país é o principal alvo para abertura de lojas depois que a empresa já avançou com sua expansão na China.
De acordo com o executivo, a rede tem US$ 2 bilhões para investir de forma "agressiva". Schultz não detalhou, no entanto, qual a previsão de abertura no Brasil. Na China, a rede espera chegar a 1.500 unidades até 2015. A empresa obtém hoje mais de 20% do faturamento fora dos Estados Unidos.

Compra da Uniban pela Anhanguera marca consolidação do setor
Brasil Economico 19.09.2011 - "A consolidação do setor permite ganho de sinergias operacionais, como a alavancagem de cursos", afirma Pierantoni. A aquisição da Uniban pelo grupo Anhanguera Educacional é o marco de que mais um setor passa pelo processo de consolidação.  A negociação, que permitirá ao grupo um aumento de 3% na fatia de mercado, passará pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Segundo Alexandre Dias, presidente do Grupo Anhanguera, o órgão não deverá trazer restrições na análise da operação. "Este é um mercado pulverizado e vai se intensificar nos próximos anos", afirma.
A negociação, de acordo com o executivo, é a maior feita pelo grupo, que concentra discussões de outras aquisições de portes menores. O valor da transação foi fechado em R$ 510 milhões, sendo que 50% foi pago à vista e o restante será parcelado nos próximos 24 meses.
De acordo com Alexandre Pierantoni, sócio da área de fusões e aquisições da PwC, os grandes grupos educacionais e a nova classe média com a ampliação de cerca de 50 milhões de brasileiros, são atrativos para investimentos de grandes grupos. "O private equity é a estratégia para a consolidação do setor", afirma.
Exemplos disso são universidades como a Estácio de Sá, que teve parte de seus investimentos comprados pela GP Investimentos, a Kroton, com a Advent International, a Anehumbi Morumbi, com o grupo Laureate Education e a própria Anhanguera, que recebeu investimentos da Pátria Investimentos.
"A consolidação do setor permite ganho de sinergias operacionais, como a alavancagem de cursos", afirma Pierantoni. Na avaliação do especialista, as negociações podem ocorrer com outros players, como a Unip, que por ser independente, é alvo de procura.

Japonesa IHI retorna ao mercado brasileiro
Valor 20.09.2011 - A japonesa IHI (antiga Ishikawajima-Harima Heavy Industries) está de volta ao Brasil. A empresa abriu escritório comercial no centro do Rio para estudar oportunidades de negócios em setores como petróleo, siderurgia, transportes e indústria naval. A empresa também analisa a compra de uma fábrica de máquinas pesadas no Rio ou em São Paulo, disse Tsutomu Saeki, diretor-presidente da IHI do Brasil Representações Ltda.
Por cerca três décadas, a Ishikawajima foi sinônimo de construção de navios de grande porte no Brasil. Em 1959, a empresa fundou, no bairro do Caju, zona portuária do Rio, um estaleiro de grande porte, o Ishibras, que construiu navios de até 300 mil toneladas de porte bruto. Mas em 1994, depois de enfrentar dificuldades financeiras, a Ishikawajima se retirou do país.
Saeki disse que a decisão de voltar ao Brasil foi tomada em novembro do ano passado e se relaciona, segundo ele, com o "boom" econômico do país. A IHI, nome adotado pelo grupo a partir de 2007, vê no Brasil a possibilidade de participar de diversos projetos de infraestrutura.
Um dos focos de interesse da IHI é fornecer tecnologia de tanques para Gás Natural Liquefeito (GNL) ao consórcio que ganhar concorrência aberta pela Petrobras para a construção de uma embarcação do tipo FLNG, uma planta de GNL flutuante. O consórcio Saipem/ Hyundai foi classificado em primeiro lugar na concorrência, mas o processo de licitação continua e está previsto para terminar no fim do ano.
De acordo com a Petrobras, o projeto é fruto de um consórcio formado entre a própria empresa, BG, Repsol e Galp Energia. Esta planta flutuante irá liquefazer o gás produzido em alto mar. Depois o produto poderá ser transportado para um dos terminais de regaseificação da estatal no Ceará, no Rio ou na Bahia, que começará a operar em 2014. Dos terminais, o gás será injetado na malha de gasodutos, informou a Petrobras.
Saeki disse que a IHI desenvolveu um tanque de formato retangular que pode ser fornecido ao consórcio que vier a ganhar a concorrência da Petrobras. O executivo afirmou ainda que o grupo IHI ainda não decidiu se pode voltar a investir no segmento de estaleiros no Brasil. O primeiro passo, segundo ele, pode ser o fornecimento de equipamentos e serviços para os estaleiros nacionais.
A empresa que deu origem à IHI foi a Ishikawajima Shipyard, em 1853. Em 2010, o grupo registrou vendas líquidas de US$ 13,3 bilhões. Além do Japão, está presente em cerca de 15 países.

Cargill e USJ vão triplicar moagem de cana em GO
Folha 20.09.2011 - Empresas formam nova empresa no setor. A SJC Bioenergia, joint venture entre a Cargill e o Grupo USJ, pretende atingir capacidade de processamento de 15 milhões de toneladas de cana até 2020, ante os 5 milhões de toneladas atuais.
O processo de constituição da nova empresa, com participação de 50% de cada sócio, foi concluído ontem. A nova sociedade reúne os ativos do Grupo USJ em Goiás -a usina São Francisco, em operação desde 2007, e a Cachoeira Dourada, em construção. As duas estão localizadas em Quirinópolis.
"A joint venture permitirá fazermos com que Goiás desenvolva o seu potencial para a produção de cana", disse Hermínio Ometto Neto, presidente do grupo USJ.
A usina Cachoeira Dourada deve entrar em operação em 2013, elevando a capacidade total da SJC para 7,5 milhões de toneladas de cana. Marcelo de Andrade, diretor da Cargill para a área, disse que o plano é aumentar a capacidade dessa unidade em 2,5 milhões de toneladas a cada dois anos.
O valor dos investimentos para a expansão ainda está sendo avaliado pela empresa, segundo Andrade.

Brasil fecha agosto com 224 milhões de celulares
Exame 19.09.2011 - Isso fez com que o crescimento nos oito primeiro meses do ano fosse de 10,39% sobre a base registrada no final de 2010, com 21 milhões de novos acessos.
O Brasil encerrou o mês de agosto com 224 milhões de linhas habilitadas de telefonia celular, de acordo com balanço divulgado hoje pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). No mês passado foram habitados 3,7 milhões de chips. Isso fez com que o crescimento nos oito primeiro meses do ano fosse de 10,39% sobre a base registrada no final de 2010, com 21 milhões de novos acessos. Em termos absolutos, o crescimento entre janeiro e agosto é o maior dos últimos 12 anos, superando a marca de 2008, quando 17,440 milhões de novas linhas foram habilitadas nesse período.
Segundo a Anatel, 81,75% do total de celulares em operação no País são pré-pagos, chegando a 183,1 milhões de linhas, enquanto os 40,9 milhões restantes são pós-pagos (18,25%). Os aparelhos que suportam a tecnologia 3G - de internet banda larga móvel -, chegaram a cerca de 31,7 milhões em agosto, com crescimento de 53,56% no ano.
De acordo com o levantamento, o País já conta com 114,88 linhas para cada 100 habitantes, sendo que 19 Estados possuem uma chamada "teledensidade" superior a um acesso por pessoa. O Distrito Federal lidera essa estatística, com 196,13 linhas para cada centena habitantes.
A Vivo manteve sua liderança no mercado brasileiro em agosto, com participação de 29,54%, seguida por TIM (25,99%), Claro (25,36%) e Oi (18,78%).
ESPB compra 50% da Bascol Brasil
Valor 20.09.2011 - A Espírito Santo Property Brasil (ESPB), braço imobiliário do Grupo Espírito Santo e do empreendedor Oscar Americano, comprou 50% da Bascol Brasil, incorporadora do grupo português Bascol, com atuação do país desde 2008. Os aportes dos novos sócios (valor não divulgado) serão o principal fator para que, até o fim de 2012 ou início de 2013, a Bascol Brasil eleve o Valor Global de Vendas (VGV) potencial de lançamentos de seu banco de terrenos para os próximos cinco anos de R$ 1,3 bilhão para R$ 3 bilhões. "Temos uma relação de muitos anos com o Grupo Espírito Santo, em Portugal, e decidimos estendê-la para o Brasil", diz o presidente do Grupo Bascol e da Bascol Brasil, Gabriel Bastos.
O aumento projetado para o VGV potencial do banco de terrenos se baseia também nas parcerias locais da Bascol Brasil com incorporadores com atuação nos mercados em que está ou pretende estar presente. A Bascol Brasil tem empreendimentos em construção em Curitiba e Londrina e quer estender seus negócios para outras cidades do Paraná, demais estados da região Sul e São Paulo. Os projetos se destinam aos segmentos residenciais de classe média e média-alta, mas também há projetos comerciais. "Temos diferenciais construtivos como paredes duplas que permitem isolamento térmico e acústico."
Num momento em que se observa uma expansão menos acelerada do mercado imobiliário, analistas avaliam que há demanda para anúncio de novos projetos, desde que seja definido o produto certo para cada região. O desafio é a capacidade de execução das obras quando alguma empresa pretende ter um crescimento expressivo, como é o caso da Bascol Brasil, que pretende mais do que dobrar seus lançamentos nos próximos anos. "Temos capacidade de execução, parcerias locais, e a Espírito Santo Property Brasil tem muita expertise no setor", diz Bastos.
A Espírito Santo Property Brasil - da qual o Grupo Espírito Santo possui dois terços e Oscar Americano, o restante - não será apenas uma sócia financeira, mas participará da gestão da Bascol Brasil. Para a ESPB, a entrada na Bascol Brasil está alinhada à sua estratégia de expansão geográfica e de mercado. A parceria entre o Grupo Espírito Santo e Oscar Americano começou há 20 anos, com foco em empreendimentos de altíssimo padrão em São Paulo. Atualmente, esses investidores têm desenvolvimentos conjuntos na capital paulista e no interior do estado com até 100 quilômetros de distância, no Rio de Janeiro e em Santa Catarina.

Concorrência deve inibir alta dos preços de veículos nacionais, prevê Anfavea
GPdeLondrina 19.09.2011 - A medida anunciada na semana passada eleva em 30 pontos percentuais a tributação para automóveis que têm menos de 65% de componentes nacionais
A forte concorrência no mercado nacional de veículos deve inibir aumentos de preços, segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini. “As montadoras não pretendem aumentar os preços porque não há espaço nessa guerra de mercado”, disse hoje (19) ao comentar o aumento do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos importados.
A medida anunciada na semana passada eleva em 30 pontos percentuais a tributação para automóveis que têm menos de 65% de componentes nacionais ou sejam fabricados por empresas que não investem pelo menos 0,5% da receita em inovação. A mudança atinge principalmente os carros importados da China e Coreia do Sul, com crescente crescimento de vendas no país por serem mais baratos que os equivalentes nacionais.
Os preços baixos desses importados são, segundo Belini, fruto dos incentivos concedidos pelos governos dos países exportadores. Para Belini, a medida adotada pelo governo se justifica, diante desses incentivos. “A medida é dura, mas em nível de Brasil, é necessária do ponto de vista de manter a indústria sólida”, disse.
Ao defender a medida, ele citou dados que demonstram a importância do setor automobilístico no país, responsável por 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB) e 22,5% do PIB industrial. Setor que fortalecido, poderá, de acordo com ele, ampliar a oferta de empregos qualificados. “Estamos falando de um projeto que atrai investimentos para criar empregos no país”, destacou.
Apesar de ressaltar que as montadoras nacionais, que trazem peças e carros de fora, também serão afetadas, Belini não acredita que isso encareça o produto nacional. Segundo ele, adaptações para fabricar nacionalmente componentes importados não devem representar elevação de gastos. “A medida que vai ter maior produção local e escala de produção, não deve haver aumento de custos”.

Carro brasileiro ficará com 20% de conteúdo nacional
DCI 20.09.2011 - A obrigatoriedade de conteúdo nacional nos veículos que são montados no Brasil deverá ficar em 20%, em média, não em 65%, conforme determina a portaria do governo que aumentou o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) em 30 pontos percentuais na semana passada.
Essa restrição de conteúdo nacional se dá porque a métrica adotada para determinar está no preço final do produto às concessionárias, não sobre seu custo de produção, conforme sugeriu o sindicato das empresas de autopeças no Brasil, o Sindipeças.
Mesmo assim, o presidente da entidade, Paulo Butori, vê as novas regras com otimismo, pois antes não existia obrigatoriedade alguma para as montadoras instaladas no Brasil.
O presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, falou pela primeira vez sobre as medidas e afirmou que esta é uma resposta à perda de competitividade pela qual o setor passa há anos. De acordo com a entidade, as importações aumentaram 865% desde 2006, e nesse mesmo período 60% da perda de saldo comercial foram debitados da conta do setor automotivo.
Apesar do discurso em defesa da indústria nacional, uma fonte do setor disse que na realidade a meta do setor é frear o avanço dos chineses no Brasil - Chery e JAC Motors-, que já respondem por 9,6% das importações.
Belini, também presidente da Fiat, afirma que mesmo com o aumento dos preços do produto chinês, que servia de referência para os nacionais, as montadoras no Brasil não devem reajustar os preços, pois há muita concorrência no mercado interno.
No setor de caminhões, a perspectiva é de crescimento até o final do ano com a entrada da norma Euro 5 até mesmo para os implementos rodoviários da Noma.

Modelo de concessão inibe investimentos em ferrovias no País
DCI 20.09.2011 - O atual modelo de concessão vigente no setor nacional de transporte ferroviário de carga induz as empresas a investirem muito em material rodante e pouco na construção de novas linhas férreas. É o que acusa estudo do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) segundo o qual houve queda da condução de carga via trem no Brasil entre os anos de 2008 e 2010 (de 19,90% para 19,49%). Já o modal rodoviário ampliou sua fatia na matriz de transporte brasileira.
Maurício Lima, do Ilos, observa que as concessionárias só conseguem recuperar o dinheiro que colocam em novos trens e vagões. Eventuais ferrovias por elas construídas se tornam propriedade do governo ao fim da concessão. Rodrigo Vilaça, diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), frisa que as empresas têm obrigação de recuperar e manter as linhas já existentes, mas não a de abrir novas.
O levantamento do Ilos informa ainda que o Brasil teve em 2010 o total de R$ 391 bilhões em custos logísticos, 10,6% de seu Produto Interno Bruto (PIB). Os Estados Unidos gastaram o equivalente a R$ 2,08 trilhões com este item no mesmo período, 7,7% do PIB americano. Se o País tivesse uma matriz de transportes semelhante à dos EUA (que privilegia ferrovias, não rodovias), economizaria R$ 90 bilhões ao ano.
Neste domingo começou nos EUA a maior feira metroferroviária daquele país, que pela primeira vez conta com um pavilhão brasileiro.

Melhora da qualidade de crédito está perto do pico
Valor 20.09.2011 - Depois de um dos semestres mais positivos para as empresas brasileiras em termos de melhora da qualidade de crédito, a agência de risco americana Moody's acredita que essa tendência possa estar próxima de um pico. Ao longo do ano, até setembro, a agência realizou 24 ações positivas para as companhias da América Latina, a maior parte delas para as empresas brasileiras (20) - incluindo dois graus de investimento para Braskem e Localiza -, contra apenas seis movimentos negativos na região.
"Essa foi a melhor performance vista desde o início da crise, em 2008", disse Filippe Goossens, vice-presidente sênior de crédito corporativo para América Latina da Moody's. O trimestre encerrado neste mês deve marcar o novo período consecutivo em que as ações positivas (definidas como elevação de rating, colocação em avaliação para possível elevação e adoção de perspectiva positiva) superaram as negativas.
O pico esperado pela agência, no entanto, não significa necessariamente que haverá uma reversão do movimento de melhora da qualidade do crédito, explica Goossens. Segundo ele, a expectativa é de que haja uma divisão entre os diversos setores da atividade econômica, com alguns respondendo melhor do que outros tanto por questões próprias das empresas, quanto por dificuldades impostas pelo agravamento da crise internacional, que vem mudando rapidamente, especialmente na Europa.
Entre os setores que podem sofrer certa pressão na perspectiva futura estão as indústrias básicas, como papel e celulose, siderurgia e mineração. Já entre os que devem manter o vigor estão os segmentos ligados ao consumo e também o setor de telecomunicação, diz a Moody's.
Na média, portanto, a perspectiva para a qualidade de crédito na América Latina é de estabilidade pelos próximos seis meses, diz o executivo. "Esperamos um desempenho mais balanceado, com alguns setores performando melhor do que outros. Esperamos certa estabilidade", conclui Goossens, autor do relatório "Latin American Corporate Credit Quality: Approaching a Peak?", da Moody's. O executivo lembra ainda que, de maneira geral, as empresas da América Latina estão em melhores condições do que estavam em 2008, quando a crise se aprofundou após a quebra do banco americano Lehman Brothers. Segundo ele, isso fica claro quando se analisa tanto a flexibilidade financeira das companhias na região quanto o risco de refinanciamento das dívidas.
O destaque nesse longo período de melhora da qualidade de crédito para as grandes empresas da América Latina foi o Brasil. O desempenho das brasileiras, diz o executivo, reflete o processo de amadurecimento do país, com posição de liderança na região e ganhando cada vez mais espaço no cenário global.
Goossens diz ainda que outras duas empresas brasileiras estão em processo de revisão para possível elevação de suas notas de crédito (Gerdau e Cosan), com possibilidade de mais uma companhia local atingir o grau de investimento.

Ministério negocia programa de cooperação entre Brics
Brasil Economico 19.09.2011 - O projeto deve ser realizado por meio de parcerias entre universidade dos países do grupo e por meio de programas de ensino à distância.
O objetivo é contribuir com a qualificação de profissionais brasileiros especializados no tratamento de doenças crônicas não transmissíveis.
O tema esteve presente no discurso da presidente Dilma Rousseff em reunião da ONU nesta segunda-feira (19/9), em Nova York.
O governo brasileiro quer desenvolver um programa de cooperação entre os países do Brics - Rússia, China, Índia e África do Sul, além do Brasil - para melhorar a formação de médicos especialistas em doenças crônicas não transmissíveis, como o câncer.
A ação será discutida amanhã em reunião dos Brics que acontece em Nova York, paralelamente a Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
A defesa pela distribuição gratuita de medicamentos para o tratamento de doenças não transmissíveis foi o tema do discurso de hoje presidente em reunião de Alto Nível sobre Doenças Crônicas não Transmissíveis, na sede da ONU.
"A grande preocupação do Ministério da Saúde é conseguir formar com mais qualidade mais médicos especialistas nessas doenças crônicas não transmissíveis", disse Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, de Nova York.
O projeto deve ser realizado por meio de parcerias entre universidade dos países do grupo e por meio de programas de ensino à distância.
Segundo Padilha, pela escala de sua população, a China se apresentará como um grande parceiro no âmbito da formação profissional e também poderá contribuir muito por meio do compartilhamento dos conhecimentos da sua medicina tradicional.
A agenda da reunião de amanhã entre os ministros da saúde inclui a apresentação de um banco de dados de preços e patentes de medicamentos integrado aos cinco países dos Brics, conforme detalhará o Brasil Econômico na edição de terça-feira (20/9).
O modelo já é usado pelo Brasil e permite uma barganha maior nas negociações de compra dos medicamentos com a indústria.

Cenário ruim fecha janela para ofertas de ações neste ano
Valor 20.09.2011 - O ano de 2011 praticamente já acabou. Pelo menos, para emissões de ações. Os bancos de investimento não pretendem levar mais ninguém ao mercado, além da Isolux e da TIM, a menos que as condições melhorem substancialmente. Nesse cenário, o volume captado neste ano até agora - R$ 16,3 bilhões - só perderia para 2004 e 2005 e ficaria bastante atrás do que 2008 e 2009 movimentaram, mesmo com as transações já anunciadas.
As operações mais esperadas, da companhia de turismo CVC e da empresa de tubos e conexões Tigre, devem ficar para 2012. A ideia dos coordenadores é não gastar boas histórias a serem contadas com o mercado ruim. Ambas têm potencial para fazer distribuições na casa do bilhão.
Como essas companhias não precisam de dinheiro com urgência, não faria sentido enfrentar o mau humor do mercado e, muito provavelmente, ter de conceder descontos relevantes para fazer uma colocação.
Assim, a meta do presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, de R$ 55 bilhões em ofertas no ano, está cada vez mais distante.
A avaliação hoje é que as incertezas com relação às economias globais e à volatilidade instalada nas bolsas não favorecem as operações. Ir ao mercado em um momento como este seria aceitar descontos nas ações, o que os empresários não estão dispostos a conceder - à exceção da Isolux, aparentemente.
Em agosto, por conta da crise no mercado europeu, o grupo espanhol Isolux Corsan, que atua na área de construção, comunicou que a sede mundial da recém-criada Isolux Infrastructure seria fixada em São Paulo, de onde será comandada toda a área de concessão de rodovias, de linhas de transmissão e geração de energia fotovoltaica do grupo que está instalado em sete países. Dias após o anúncio, a empresa entrou com pedido de análise de oferta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que deverá ser de cerca de R$ 1,5 bilhão. O coordenador líder da operação é o também espanhol Santander, que estaria confiante na conclusão da operação.
A tese é que a Europa está perto de uma recessão e investidores europeus que conhecem a holding tendem a acompanhar o investimento dessa empresa no Brasil, o que garantiria boa demanda para a distribuição.
Apesar dos tempos difíceis, nas últimas semanas, grandes bancos de investimento, como Credit Suisse e BTG Pactual, têm convidado investidores e analistas a participar de reuniões para apresentar setores - de infraestrutura (aeroportos) e hospitalar foram alguns dos temas abordados. Para alguns gestores, quando essas reuniões começam a acontecer, normalmente precedem apresentações de companhias candidatas à futura abertura de capital.
Na CVM, ainda estão em análise as operações de Enesa e Los Grobo, embora interrompidas. Petroreconcavo e a holding de marcas Inbrands desistiram de realizar as ofertas. No fim de agosto, o pedido de registro de companhia aberta da Camil foi indeferido pela CVM por descumprimento dos prazos. Procurada pelo Valor, a Camil informou que não comenta o assunto.
Para levar uma oferta ao mercado, agora as empresas precisam atualizar os dados do terceiro trimestre deste ano. A partir daí, sem interrupções, do início da operação até a estreia na bolsa, seriam necessários pelo menos 45 dias para a abertura de capital. Nesse prazo, as colocações seriam concluídas no fim do ano, época tradicionalmente de pouca demanda.
Neste ano, em função do apetite reduzido dos investidores, Cimentos Liz e Coopersucar interromperam as operações por não concordarem com os preços que o mercado estava disposto a pagar. Pelo mesmo motivo, a Companhia de Águas do Brasil -CAB Ambiental cancelou sua operação no Bovespa Mais. A Desenvix Energias Renováveis também desistiu de realizar uma oferta no Novo Mercado e optou pelo mercado de acesso, mas ainda não confirmou a listagem.
Descontos, aliás, foram a tônica das ofertas no início do ano.
Os preços das operações da administradora de shoppings Sonae Sierra Brasil, da fabricante de autopeças Autometal e da Queiroz Galvão ficaram abaixo do mínimo sugerido. Mais recentemente, a Abril Educação também vendeu seus papéis abaixo do desejado. Ofertas de outras companhias saíram no piso: a fabricante de relógios Technos e a varejista Magazine Luiza. Qualicorp, Time For Fun e Brazil Pharma venderam as ações no centro do intervalo sugerido.
Apenas a primeira operação do ano, da Arezzo, teve demanda suficiente para sair no topo do intervalo pretendido.
Mesmo colocações de companhias já abertas ficarão restritas a casos muito específicos ou a empresas realmente necessitadas. A oferta da companhia de telefonia TIM, portanto, deve ser uma das poucas do segundo semestre.
A operadora pretende levantar R$ 1,7 bilhão. Embora nem os analistas entendam por completo a decisão de enfrentar a falta de apetite por ações do atual momento, a companhia é exceção por viver uma boa fase com o mercado - seu atual valor na bolsa (R$ 20 bilhões) está em patamares só registrado antes em 2007.

Banco Santos terá proposta de FIDC
Valor 20.09.2011 - O processo de falência do Banco Santos, que chegou ao centésimo volume na Justiça paulista, deve receber em breve uma proposta para a criação de um Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC). Elaborado pela Cadence Gestora de Recursos, o fundo reuniria todos os créditos da massa falida da instituição. Isso inclui tanto os valores já recuperados que estão em caixa quanto os que ainda dependem de decisões judiciais para serem efetivamente cobrados.
Hoje, a massa falida do Banco Santos tem R$ 281 milhões em caixa. Desse valor, R$ 274 milhões destinam-se a reservas e provisões, sendo que metade pertence a credores que não sacaram seus créditos nos dois rateios já realizados - boa parte estrangeiros que tentam na Justiça remeter os valores a seus países sem recolher Imposto de Renda.
O balanço da falência, iniciada em setembro de 2005, contabiliza R$ 760,5 milhões já pagos aos credores, incluindo os pagamentos pendentes. Ainda restam mais de R$ 2,5 bilhões devidos pela massa aos 1.944 credores quirografários (sem prioridade no recebimento) do Banco Santos.
A ideia de criar um FIDC para reunir todos os créditos do Banco Santos nasceu em 2009, mas foi alvo de críticas por parte de alguns credores, descontentes com a previsão de que o ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira poderia se beneficiar dos resultados obtidos pelo fundo. Durante quase todo o ano passado, a proposta da Cadence, antecipada pelo Valor em 12 de novembro de 2009, foi ofuscada por diversos episódios que envolveram a conturbada falência do Banco Santos. Agora, volta à tona com alterações, às vésperas da realização de uma assembleia geral de credores, autorizada pela Justiça, mas ainda sem data para acontecer. E a principal delas é a exclusão do ex-banqueiro falido do rol de cotistas com direito aos créditos a serem recuperados.
Em um parecer emitido no fim de julho e anexado ao processo de falência do banco, o promotor do Ministério Público de São Paulo, Eronides Rodrigues dos Santos, afirma que não há qualquer problema no fato de credores articularem outras formas de realizar os ativos da massa falida. No entanto, observa que, para que qualquer proposta seja apreciada, é preciso que seja apresentada nos autos do processo falimentar.
Embora tenha confirmado a intenção de, em breve, apresentar o projeto do FIDC à 2ª Vara de Falências de São Paulo, onde tramita o processo, o sócio da gestora Cadence, João Adamo, afirma que seria prematuro se manifestar sobre os detalhes da operação, já que ela ainda não foi entregue à Justiça. O Valor, no entanto, teve acesso à minuta do regulamento do FIDC, que já circula entre credores do banco.
Ao contrário da minuta anterior apresentada a credores pela Cadence, o documento detalha o funcionamento do FIDC, já incluindo suas futuras administradora (BRL Trust Distribuidora de Títulos), custodiante (Citibank Distribuidora de Títulos) e auditoria (KPMG). De acordo com o texto, os cotistas serão unicamente os credores quirografários do banco e seu número de cotas será equivalente ao valor nominal de seus créditos. Se, após a liquidação de todas as cotas, sobrar dinheiro, ele será destinado à massa falida - e não mais a Edemar Cid Ferreira.
Ainda conforme o documento, os credores-cotistas receberiam em no máximo 120 dias os recursos transferidos da massa falida para o FIDC, com exceção de R$ 20 milhões destinados a um fundo de reserva "com o objetivo principal de jamais haver chamada de recurso dos credores". Distribuições futuras ocorrerão sempre em um prazo de 120 dias, conforme os créditos recuperados entrarem no caixa do fundo ou quando o excedente ultrapassar R$ 5 milhões, mantida a reserva inicial.
Fontes que acompanham de perto a falência do Banco Santos afirmam que, da forma como está, a proposta de FIDC seria inviável. Uma dessas fontes, que preferiu não se identificar, disse à reportagem que a única forma de garantir sucesso ao fundo seria se contemplasse o encerramento da massa falida e a quitação de ao menos 50% da dívida do banco - o que exigiria a entrada de dinheiro novo. "Não faz sentido simplesmente transferir recursos já arrecadados para outro veículo", diz.
O principal apelo para a criação do FIDC, conforme a proposta da Cadence, é a possibilidade de imprimir maior agilidade à cobrança dos créditos e a liquidação dos ativos do Banco Santos. Isso, no entanto, é uma incógnita, segundo a mesma fonte. A própria avaliação da carteira de contencioso do banco, feita pela Directa a pedido da massa falida, é alvo de contestações. Segundo a avaliação, que levou em consideração 635 contratos com 220 devedores, dos R$ 3,29 bilhões em ações de cobrança abertas pela massa, seria possível arrecadar apenas R$ 277,68 milhões - no cenário mais otimista.
A criação de um FIDC também teria entraves jurídicos de difícil solução. "O problema é que, nesse caso, não existe direito creditório, mas sim um contencioso judicial", diz o presidente do comitê dos credores do Banco Santos, Jorge Queiroz.
Além disso, entre as disputas judiciais do Banco Santos, há vários processos em que a massa falida cobra valores devidos por empresas que também cobram na Justiça por dívidas deixadas pela instituição. Antes de ir à falência, o banco de Edemar Cid Ferreira fechava contratos de reciprocidade, nos quais a concessão de empréstimos era condicionada à aplicação de parte do valor levantado em operações de outras empresas do banqueiro. Em alguns casos a massa falida já fez acordos com devedores-credores, mas em outros há a necessidade de perícia para comprovar as operações "casadas".
Se a proposta de FIDC for posta em negociação, um dos pontos mais polêmicos deve ser o custo da recuperação dos ativos. Até agora, a massa falida gastou R$ 39 milhões para recuperar mais de R$ 950 milhões - ou seja, o custo foi de 2,64%. Pelo regulamento do FIDC, o universo de credores pagará R$ 2,8 milhões ao ano em taxas de gestão e administração, sem incluir a taxa de performance do fundo, que varia conforme o valor recuperado em créditos e o tempo de recuperação.

Crise no UBS reforça emergência de reforma bancária
Valor 20.09.2011 - Gruebel, do UBS: perda com fraude de US$ 2,3 bi em sistema fragilizado.
Agora você tem uma resposta. Justo quando banqueiros, analistas e algumas autoridades de regulamentação se perguntavam se havia chegado a hora de desacelerar a marcha de reformas bancárias pós-crise devido ao estado perigoso da economia mundial, chega a notícia da perda de US$ 2,3 bilhões do UBS com operações não autorizadas, fornecendo um "não" retumbante a esse questionamento.
Os acontecimentos recentes tornaram Kweku Adoboli conhecido nos círculos financeiros, e não por causa do gosto por suéteres azul-cerúleo. Na sexta-feira o operador de 31 anos do UBS foi indiciado por fraude e contabilidade falsa pelas autoridades do Reino Unido. Um dia antes, o banco suíço tinha revelado uma perda de US$ 2 bilhões - depois elevada para US$ 2,3 bilhões - por atividades não autorizadas de um de seus operadores. Adoboli ainda não se declarou culpado ou inocente.
A maior parte do caso ainda é um mistério, mas há uma coisa que já está clara: o escândalo vai fortalecer os políticos e reguladores que querem supervisionar mais a indústria bancária mundial. Nos EUA, executivos de Wall Street e membros Congresso que queriam anular ou suavizar a lei Dodd-Frank terão agora dificuldade para progredir com suas metas.
Esqueça as nuances - de que fraudes são sempre difíceis de descobrir não importa a rigidez das regras; de que os US$ 2,3 bilhões na verdade não são muita coisa para um gigante bancário como o UBS; e que, aparentemente, seus clientes não perderam dinheiro.
Não importa se as acusações contra Adoboli tenham fundamento ou não, o fato de que o UBS perdeu mais de US$ 2 bilhões com operações não autorizadas deixa mais uma vez a impressão de que um integrante da elite bancária mundial não conseguiu se policiar, ficar de olho em seu bem remunerado pessoal e evitar riscos desnecessários.
A data em que comunicado do UBS foi feito - no aniversário de três anos da falência do Lehman Brothers - tornou quase irresistível concluir que Wall Street não aprendeu nada com seus erros.
James Dimon, por outro lado, discorda da noção de que algumas das novas regras são necessárias. O diretor-presidente do J.P. Morgan Chase & Co. não se referiu à situação do UBS, mas disse que considera regulamentações como o plano dos EUA para obrigar grandes bancos como o seu a ter capital extra "irracionais e forçados".
Justa ou injusta, o fato é que a regulamentação vai moldar o futuro da indústria financeira durante décadas.
"Aumentar a regulamentação (...) é o fator que mais vai influenciar a lucratividade dos bancos nos EUA e Europa depois da crise", argumenta a McKinsey & Co. em seu relatório anual sobre o sistema bancário, divulgado ontem.
A combinação inflamável de cenário econômico instável e mais regulamentação tem motivado uma revisão radical do modo como os bancos operam.
Já existem três mudanças tectônicas em curso:
1) Os bancos europeus estão se transformando de máquinas gigantescas de conceder crédito a facilitadores do fluxo nos mercados de capital para empresas e investidores. Diferentemente dos EUA, onde as empresas recebem a maior parte do financiamento que precisa dos mercados acionários ou de dívida, as empresas europeias dependem dos empréstimos bancários para a maior parte de seus financiamentos.
Isso funcionou bem enquanto os bancos conseguiam financiar suas carteiras de crédito nos mercados de dívida de curto prazo.
Mas à medida que esse tipo de capital ficou mais caro, tanto por causa da crise de dívida soberana quanto pelas novas regras para coibir a dependência dos bancos de investidores volúveis, esse modelo de negócios está se tornando inviável rapidamente.
Isso, por sua vez, está levando os bancos a encolher suas carteiras de crédito e aumentar suas operações nos mercados de dívida.
A questão aqui é que uma mudança tão radical na estratégia pode demorar anos para ser concluída e, mesmo assim, corre o risco de não dar certo, especialmente se as empresas não reajustarem suas expectativas de financiamento de acordo com as novas condições e/ou os bancos americanos não se provarem mais eficientes que os europeus no mercado de dívida.
2) Os cortes de custos nos bancos ocidentais ricos vão continuar. No ano passado, o retorno médio do investimento de bancos americanos e europeus sobre seu capital ficou abaixo do custo do capital, segundo a McKinsey, o que significa que não conseguiram colocar esse capital para gerar lucro.
Com o crescimento econômico lento e mais exigências de capital no horizonte, o retorno continuará a ser impulsionado pelos cortes nos gastos dos bancos.
3) A ascensão dos bancos de mercados emergentes. Antes considerados pouco sofisticados em comparação com os grandes bancos dos países desenvolvidos, os titãs nacionais de países em rápido crescimento como China e Brasil estão agora conquistando seus espaços no cenário mundial.
Os mercados emergentes responderam por cerca de 40% dos lucros mundiais do setor em 2010, mais que o dobro do nível de 2006. Favorecidos por fatores demográficos e macroeconômicos, esses titãs locais estão perfeitamente posicionados para conquistar uma fatia ainda maior dessa torta.
A dúvida para gigantes como o Banco Industrial & Comercial da China e o Itaú Unibanco é se podem competir com os europeus e americanos fora do próprio quintal. Isso não parece realista no momento, mas os problemas dos rivais nos países ricos podem facilitar isso no futuro.
Claro que essas três tendências podem empurrar os bancos para uma estratégia geralmente usada quando o lucro cai: assumir mais riscos em áreas menos regulamentadas para assim turbinar o lucro. Esperemos, para o bem geral, que eles não sejam forçados a isso.


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