sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Azul.CA.16.09

Daily News

BC intervém na financeira cearense Oboé
Valor 16.09.2011 - Newton Freitas, presidente da Oboé, nega irregularidades e diz que financeira teria condições de cobrir passivos de R$ 260 milhões junto a depositantes.
A Oboé Financeira, com sede em Fortaleza e forte atuação regional, está desde ontem sob intervenção do Banco Central. Entre outras razões, a supervisão bancária alegou "comprometimento patrimonial e financeiro da sociedade". Antes da intervenção, determinou que fossem adotadas medidas de saneamento. Mas a instituição financeira teria protelado reiteradamente o cumprimento das determinações da fiscalização.
A Oboé tem entre seus passivos R$ 260 milhões em depósitos a prazo. Por extensão, três empresas controladas sofreram intervenção, entre elas a Oboé Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, com passivos de R$ 100 milhões junto a fundos de investimento.
Os valores foram informados pela direção da empresa, que contestou as razões apontadas pelo BC para a intervenção, que alcançou ainda a Oboé Tecnologia e Serviços Financeiras e à Companhia de Investimentos Oboé.
O presidente do grupo, José Newton de Freitas, informou, por intermédio de assessores, que a financeira não tem problemas de liquidez. Isso permitiria ao interventor, Luciano Souza de Carvalho, pagar normalmente os depositantes. Dos R$ 260 milhões devidos a essa clientela, R$ 100 milhões referem-se a Depósitos a Prazo com Garantia Especial (DPGE). Nessa modalidade, a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FCG), em caso de inadimplência da instituição financeira, é de R$ 20 milhões por depositante. Outros R$ 160 milhões referem-se a Recibos de Depósito Bancário (RDB), cujo limite individual de cobertura é de R$ 70 mil.
Dizendo-se surpreso com a intervenção, Freitas afirmou que a financeira vinha exibindo resultados satisfatórios. No fim de junho, o grupo Oboé tinha patrimônio líquido positivo de R$ 20,305 milhões e ativos totais de R$ 409,642 milhões, segundo dados reportados ao BC.
Freitas negou que a financeira tenha deixado de cumprir qualquer recomendação do BC. Expedidas após a análise das demonstrações financeiras de 2009, as últimas determinações da autoridade supervisora foram "todas tempestivamente cumpridas."
O BC justificou que os administradores da Oboé colocaram obstáculos à atuação da supervisão bancária. Também houve, segundo a autoridade, graves violações às normas legais e estatutárias. Tais acusações são negadas por Freitas.
Segundo ele, após concluir a análise das demonstrações financeiras de 2010, o BC não apresentou nenhum parecer, verbal ou formal, aos administradores. "O resultado veio já sob a forma de intervenção, sem facultar aos administradores nenhuma defesa."
Com a intervenção, foram bloqueados os bens dos controladores diretos e indiretos e ainda de todos que, nos últimos 12 meses, atuaram como administradores das empresas atingidas. Fundada em 1997, a financeira Oboé é controlada diretamente pela Oboé Holding Financeira. Freitas é controlador indireto. As atividades do grupo abrangem, além da intermediação financeira e da atuação no mercado de capitais, cartões de crédito, telefonia e informática. O grupo mantém ainda a Faculdade Oboé e o Instituto Cultural Oboé.

Trem da Brado vai transportar contêiner da Libra
Valor 16.09.2011- A Libra Logística fechou acordo com a Brado para fazer o transporte de contêineres até o porto de Santos por ferrovia. Pelo negócio, cujo valor é sigiloso, a Libra terá uma oferta cativa inicial de 6.500 contêineres por ano para serem movimentados pela Brado no trecho entre Campinas -- onde a Libra tem uma estação aduaneira - e o Teval, sua unidade na retroárea de Santos. Daí, os contêineres seguirão de caminhão até as instalações marítimas operadas pelo braço de terminais do grupo. O contrato aplica-se no caminho inverso, também.
A parceria inaugura o transporte de contêineres por trem destinados à margem direita do porto (do lado de Santos). Hoje, quase a totalidade do apenas 1% de contêineres que acessam o porto de Santos por ferrovia é destinada ao terminal da Santos Brasil, localizado na margem esquerda do estuário (Guarujá). Para se ter uma ideia de grandeza, a movimentação de contêineres no porto deve fechar em aproximados 3 milhões de Teus (contêineres de 20 pés) neste ano. Segundo o próprio presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José Roberto Serra, o principal desafio de infraestrutura do porto hoje são os acessos terrestres, com clara necessidade de migração das cargas da rodovia para a ferrovia. "O nosso maior desafio será travado em terra", disse Serra recentemente.
O acordo da Libra com a Brado, que opera o transporte de contêineres principalmente na malha da ALL, prevê chegar a uma oferta de 24 mil contêineres anuais no trem. "Acreditamos que em até um ano devemos alcançar essa marca", estima o diretor geral da Libra Logística, Sebastião Furquim, recém-chegado ao cargo. As primeiras operações no trecho entre Campinas e Santos começam em 45 dias.
Apesar dos benefícios frente ao modal rodoviário, como custo mais baixo e menor emissão de CO2, a opção pela ferrovia apresenta barreiras ante o caminhão, como o alto transit time. São necessárias 36 horas para vencer um percurso de trem de aproximadamente 290 quilômetros.
"Hoje todo mundo está procurando uma solução para o congestionamento do porto e a ferrovia ainda é muito pouco utilizada, por isso esse contrato é um marco. O volume ainda é pequeno, mas é um começo", sustenta o presidente da Brado, José Luis Demeterco, que está em negociação com outros terminais no porto. Hoje, a Brado é responsável por metade das cargas conteinerizadas que entram ou saem do porto.
O contrato prevê a utilização de 145 vagões modelo Spine Car de 80 pés, adquiridos recentemente dentro de um pacote de investimento da Brado no valor de R$ 35 milhões. Os novos vagões têm 26 metros de comprimento e capacidade para 100 toneladas de cargas, com estrutura para movimentar dois contêineres de 40 pés ou quatro de 20 pés, no mesmo nível. O modelo inédito foi desenvolvido para a companhia em parceria com a AmstedMaxion e a ALL. Permite transportar o dobro de cargas de um vagão convencional. A estratégia de design foi fugir do modelo double-stack. Neste, um contêiner é empilhado em cima do outro, o que é um limitador devido aos túneis da Serra do Mar.

JBS faz ajustes na operação para ganhar mais valor na bolsa
Valor 16.09.2011 - Wesley Batista, presidente da JBS, afirma que a companhia está "pouco focada em aquisições no momento".
Sete meses depois de assumir a presidência da JBS, Wesley Batista afirma que a companhia está ganhando eficiência e que a operação melhorou mesmo que isso ainda não apareça no valor de mercado da empresa de carnes. "Apesar de não ter se refletido no preço das ações ainda, como a gente espera que vá se refletir, quando olhamos a operação como um todo, achamos que está cada vez melhor", disse em entrevista ao Valor, na quarta-feira.
A discussão sobre o valor de mercado que não deslancha da companhia é tema recorrente entre analistas que acompanham o desempenho da JBS na bolsa. E Batista, que demonstra bastante autoconfiança no cargo, sabe disso. A cobrança gira em torno de como a empresa, na qual a BNDESPar tem participação de cerca de 32%, vai gerar caixa e reduzir sua alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda), hoje em 3,2 vezes.
A JBS já disse que uma das medidas será cortar investimentos em 50% ano que vem, para algo na casa dos R$ 500 milhões.
No entanto, há mais a ser feito, segundo o presidente-executivo, como melhorar o que chama de "giro de estoque" e também o fluxo de contas a pagar e a receber da companhia. "Podemos fazer o mesmo carregando menos estoque, o que logicamente traz dinheiro para dentro do balanço e reduz endividamento", explica. Segundo ele, há espaço para reduzir o prazo das contas a receber em quatro a cinco dias em relação à media de hoje, de "30 e poucos dias". Outro ajuste na operação é ampliar, em número semelhante de dias, o prazo nas contas a pagar.
A empresa já vem tomando medidas para reduzir custos e ficar mais eficiente, como o remanejamento de operações anunciado no fim de agosto, com a suspensão de atividades em três unidades e a suspensão parcial em outras três, de um total de 35 unidades de bovinos que a empresa tem no Brasil.
Nos EUA, fechou, em agosto, a unidade de Dallas da Pilgrim's Pride, sua controlada, também para ganhar eficiência, e está reduzindo a produção de frango, já que a oferta total excede a demanda no mercado americano.
O presidente da JBS diz que a operação na Argentina - que vive altos e baixos por conta das restrições do governo local a exportações de carne bovina - está melhorando. "Não está às mil maravilhas, mas já esteve muito pior. Estamos equilibrando." De seis fábricas, três operam.
Com iniciativas para reduzir custos, estoques e melhorar o fluxo de caixa, a JBS espera que o preço de suas ações se recuperem e com elas seu valor de mercado, que fechou em R$ 12,385 bilhões ontem, bem abaixo do patrimônio líquido de R$ 21,419 bilhões (em 30 de junho deste ano).
Garantindo que a empresa está "pouco focada em aquisições no momento", Wesley Batista afirma que "lá atrás o mercado esperava a internacionalização e a consolidação [da JBS]. De um tempo para cá, espera que a empresa gere caixa e reduza dívidas e alavancagem". Ele assegura que a JBS irá entregar o que o mercado deseja e que isso irá se refletir no valor das ações da companhia, que voltarão "ao patamar que precisa ser".
Mas reconhece que o mercado quer ver "primeiro os resultados para depois precificar". Até por isso a transferência da dívida da JBS S.A para a JBS USA, medida tomada a partir do segundo trimestre para reduzir o custo e melhorar o perfil do endividamento da empresa, ainda não favoreceu as ações. "O mercado está aguardando ver os benefícios das mudanças para refletir nos preços."
Em sua avaliação, os resultados da medida começarão a ocorrer a partir do terceiro trimestre deste ano e mais acentuadamente do quarto trimestre em diante. Para pagar dívidas mais caras no Brasil, a empresa emitiu títulos de longo prazo em valor superior a US$ 2 bilhões por meio da JBS USA.
Os números recentes da JBS não têm conseguido agradar ao mercado, mas, de fato, o desempenho frágil das ações desde a abertura de capital em março de 2007 - recuo de 47,63%, segundo o Valor Data - indica certa reticência dos investidores em relação à companhia.
Operações como a recente conversão de debêntures no valor de R$ 3,5 bilhões em ações pelo BNDES, que elevaram a participação do banco de fomento no capital da companhia, seriam motivo da reserva de parte dos investidores, acreditam analistas do setor.
Para Batista, porém, o mercado "não se incomoda" com a participação do banco no capital da empresa. "O BNDES é um investidor como outro qualquer. Se o banco tivesse influência na administração da companhia, talvez incomodasse", considera.
Mas, afinal, por que o mercado tem pouca simpatia pela JBS? O empresário faz um mea-culpa e admite que a companhia precisa se comunicar melhor para afastar uma eventual imagem de arrogância. "Talvez precisemos nos comunicar melhor para que o mercado realmente nos conheça (...) Essa imagem de meio arrogante ou qualquer coisa desse gênero não é nossa realidade. Acho que o mercado nos titulou um pouco como aquela empresa que quer apertar o concorrente. Essa impressão não é verdadeira", garantiu.
Apesar de dizer que a JBS não está focada em aquisições no momento, o presidente da companhia admite que vai avaliar o grupo de ativos que a BRF-Brasil Foods colocou à venda como condição imposta pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para sua criação. "Vou olhar. Não vou dizer que não vou olhar. (...) Mas se você perguntar se a JBS tem muito interesse nos ativos, provavelmente não." Ele disse não considerar uma troca de ativos numa operação com a BRF, hipótese levantada pela empresa para alienar os ativos. "Não vejo o que da JBS poderia ser trocado", argumenta.

Cencosud acelera expansão no Brasil
Valor 16.09.2011 - Há um agressivo plano de crescimento no Brasil do grupo Cencosud, rede chilena com US$ 12,2 bilhões em vendas na América do Sul, que passa por uma série de ações em estudo neste ano. Pessoas próximas à rede confirmam o interesse da empresa em adquirir pontos que estão sendo fechados pelo Carrefour no país. Existem ainda análises em aberto para a entrada da cadeia de material de construção do grupo no Brasil, a Easy.
Também há aquisições de cadeias de supermercados em discussão, de forma que o crescimento da empresa se acelere. Uma dessas compras acaba de ser fechada: após dois anos de conversas, a baiana Cardoso Supermercados, com três lojas, foi vendida para a Cencosud há um mês, conforme apurou o Valor.
É um processo de expansão que pode transformar a operação brasileira na segunda maior do Cencosud a curto e médio prazos, ultrapassando a Argentina, segundo conta uma fonte ligada à companhia. "Não é uma meta para ser atingida a qualquer custo. É mais uma questão de tempo, algo que eles acham natural", afirma um ex-executivo da G. Barbosa, rede sergipana vendida aos chilenos em 2007. "Há um efeito contábil positivo do real valorizado nos resultados, mas há principalmente um interesse da rede em fazer o negócio ganhar força".
Com US$ 836 milhões faturados no Brasil no segundo trimestre, as vendas da rede no país cresceram 148,8% em relação ao mesmo intervalo de 2010, segundo relatório de resultados do grupo. A filial argentina vendeu pouco mais de R$ 1 bilhão no mesmo período, alta de 22,5% em relação a 2010. Com 736 lojas na América do Sul, o Brasil responde por 22% das vendas - era 12% um ano atrás.
Entre os planos que já foram discutidos internamente para a operação local está a abertura de lojas no país da rede Easy, de material de construção, numa segunda etapa de crescimento local. Estudos sobre o varejo da construção já foram feitos. Foram identificados pontos positivos e barreiras de entrada para o investimento, como o grau de informalidade desse negócio no Brasil, que tem caído, mas continua alto, diz um consultor que presta serviços para a rede.
"Eles gostam da ideia da Easy como um investimento para daqui alguns anos, pois precisariam de escala", conta o consultor. "Neste momento, andam bem animados com o atacado".
Discretamente, a Cencosud está investindo em sua bandeira de "atacarejo" no Brasil para concorrer com o Atacadão, do Carrefour, e atrair as classes C e D. A bandeira de atacarejo chama-se Mercantil Rodrigues. Foi comprada em novembro de 2007. Na época tinha uma loja apenas, em Salvador. Hoje são quatro, sendo que a última foi inaugurada em agosto. Era um ponto da rede Bretas, cadeia mineira adquirida em 2010, e acabou tornando-se uma loja de atacado.Ainda há outras frentes de negócios sendo trabalhadas. A rede tem acompanhado o fechamento das lojas do Carrefour no Brasil para verificar se há unidades (do tamanho de hipermercados) disponíveis no Nordeste e Sudeste. Os contatos entre as partes já teriam sido feitos. A rede ainda esteve sondando, para comprar, duas cadeias mineiras: Epa e Supermercados BH.
Entre projetos já finalizados está a conversão das quatro lojas Super Família, adquirida em abril de 2010, em pontos da bandeira G.Barbosa. Outra empresa adquirida também em abril, a rede nordestina de delicatessen Perini, com nove pontos na Bahia, quer expandir seus negócios para o interior baiano e para outros Estados do Nordeste e do Norte. O Cencosud chegou ao país em 2007, após comprar (por US$ 430 milhões) a cadeia G.Barbosa, e desde então adquiriu quatro pequenos negócios (redes Perini, Super Família, Mercantil e Cardoso), além da líder mineira, Bretas, em 2010. Procurado, o Cencosud preferiu não se manifestar sobre os planos no país.

Bons ares acompanham a perfumaria no Brasil
Exame 15.09.2011 - O faturamento de vendas brasileiro em 2010 chegou à casa dos US$ 6 bilhões, ante os US$ 5,3 bilhões norte-americanos.
A perfumaria no Brasil vive um momento único. Ao se transformar no maior mercado consumidor do mundo, ultrapassando os Estados Unidos, o País sela seu apreço pelo universo das fragrâncias. Foi o que revelou este ano a agência internacional de pesquisa e análise Euromonitor. O faturamento de vendas brasileiro em 2010 chegou à casa dos US$ 6 bilhões, ante os US$ 5,3 bilhões norte-americanos. No ranking, a Alemanha ganhou o 3.º lugar, seguida de França e Rússia.
Mas os números vultosos não são o único motivo para deixar o setor em ponto de ebulição. Uma série de novidades e acontecimentos provam que esse é um movimento em plena expansão. Em agosto, foi inaugurado o curso gratuito de capacitação Avaliação Olfativa para Deficientes Visuais. A iniciativa é da empresária Tânia Bulhões, dona da revendedora de luxo de artigos para casa e de perfumaria, com parceria da Fundação Dorina Nowill para Cegos, entidade que se dedica à inclusão de deficientes visuais.
A estrutura conta com laboratório e aulas com perfumistas renomados. Dos 100 deficientes visuais candidatos, só 10 conseguiram as vagas após rigorosa seleção. Eles vão estudar por um ano e, no segundo, estagiar nas principais casas de fragrâncias do País. Para quem não sabe, são essas empresas - muitas delas multinacionais de tradição - e seus perfumistas que elaboram os perfumes de grandes marcas do mercado nacional.
Coordenado pela expert em perfumes Renata Ashcar, com 25 anos dedicados ao tema, o projeto vai oferecer mão de obra ao mercado com demanda aquecida e, ao mesmo tempo, com falta de profissionais. "A iniciativa é única no mundo", garante Renata.
Ela explica que formação técnica para aprender essa arte só existe em dois locais na França: no Institut Superieur Internacional du Parfum de la Cosmétique et de lAromatique Alimentaire (ISIPCA), em Versalhes, e no Cinquième Sens, com sede em Paris e uma filial em Nova York. "Mas, para poder cursá-los, é necessário ter formação em farmácia ou química e bancar os estudos por dois anos."
 A Faculdade Santa Marcelina não ficou atrás. Conhecida por ser pioneira no ensino superior de moda no Brasil, a instituição abriu as portas, em março, para a primeira turma de pós-graduação com foco em perfumaria, com o curso A Cultura do Perfume - Essência e Ciência. A criadora da especialização é a consultora de moda, consumidora ávida de fragrâncias e pesquisadora Andréia Miron.
"Há pouco mais de dois anos, já se apontava para o crescimento do mercado e também da necessidade de qualificação profissional", recorda Andréia, coordenadora da pós. "As grandes casas de fragrância sentiam falta de gente com conhecimento mais amplo, pois os que já trabalhavam na área se limitavam à cultura da empresa."
O diferencial desse curso, diz Andréia, é a união de moda e perfume, tão valorizada no exterior e pouco explorada no País. "Muitas grifes se mantêm com a venda dos perfumes. Por isso é importante trazer para cá esse conceito, que agrega bastante valor à marca", explica.
A chacoalhada no varejo nacional vem com a chegada ao Brasil da megastore francesa Sephora, a maior rede de cosméticos e perfumes do planeta, a partir de 2012, avisa Renata Ashcar. Pesquisadora e referência em perfumaria, ela é autora do único livro em português sobre o tema, o cultuado "Brasilessência: A Cultura do Perfume" (Editora Best Seller) e do sempre esgotado "Guia de Perfumes", anualmente distribuído nas bancas pela Editora Duetto.
"A previsão dessa marca, que se associou à Sacks (maior empresa brasileira de venda online de perfumes e cosméticos), é abrir 20 lojas no País em três anos", diz Renata. "O que não aconteceu em 10 anos no varejo vai acontecer em três, com o aumento de oferta de produtos exclusivos e preços mais acessíveis." A chegada de novas marcas internacionais, como a Sephora, anda junto com o desenvolvimento dos produtos genuinamente nacionais, que ganharam qualidade e, consequentemente, projeção internacional.
As líderes de vendas de perfumes são as brasileiras O Boticário e Natura que, juntas, abocanham quase 60% do mercado. As empresas pequenas, por sua vez, estão se revitalizando para não deixar a onda passar. Tanto é que hoje os perfumes nacionais de posicionamento semelhantes aos importados chegam a dar um banho, avalia Aûani Cusma, diretor da editora Cusma, responsável pela publicação da revista "Atualidade Cosmética" e do Prêmio Atualidade Cosmética - consolidado como o "Oscar da perfumaria nacional".
Desconhecido do consumidor e prestigiado por empresas e profissionais do ramo, O Prêmio Atualidade Cosmética é anual e se prepara para realizar a 19.ª edição no dia 7 de novembro, no Credicard Hall, em São Paulo. O artista gráfico e designer de embalagens para cosméticos José Luiz de Paula Jr., pai de Aûani, foi o mentor da premiação, examinada pela mesma empresa que audita o Oscar do cinema, a PricewaterHouse. Sua ideia inicial era estimular o aprimoramento da indústria brasileira. "Ao longo dos anos, o prêmio testemunhou a evolução da perfumaria nacional", diz Paula Jr.. "Ele nasceu com a revista, em 1992, e daquela época para cá a transformação foi brutal."
Das 21 categorias de cosméticos que concorrem à estatueta, dez delas estão direcionadas à escolha das melhores fragrâncias nacionais e importadas, femininas e masculinas. Mas é a partir do próximo dia 21, até 2 de outubro, que os consumidores podem ajudar nessa tarefa.
Trata-se da votação popular, na qual qualquer pessoa poderá testar as 40 fragrâncias finalistas. As pessoas devem apontar o perfume latino feminino e masculino, além do internacional feminino e masculino, da sua preferência. No ano passado, cerca de 700 participantes fizeram parte da seleção.
Entre 21 e 23 de setembro, os interessados em participar poderão votar no Espaço Perfume: uma osmoteca (termo que significa "biblioteca do cheiro"). No local, há uma mostra permanente, de entrada franca, com patrocínio de O Boticário e parceria da Faculdade Santa Marcelina, que aborda a história do perfume ao longo de 5 mil anos.
O espaço fica em Perdizes (Rua Dr. Emílio Ribas, 110, tel.: 2361- 7728). Outra maneira de participar da votação é ir ao Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, de 27 de setembro a 2 de outubro.
Pela primeira vez, o Prêmio Atualidade Cosmética irá promover palestras e workshops abertos ao público. Uma chance e tanto para conhecer perfumistas, que são os grandes criadores das fragrâncias que seduzem os consumidores.
"O brasileiro ama perfume, mas não tem muito conhecimento sobre esse mundo apaixonante", afirma Jenifer Vieira, coordenadora do prêmio. "É justamente para difundir a cultura do perfume que oferecemos essa programação", explica.

Empresas planejam ir à Justiça contra nova lei de TV paga
Estadão 15.06.2011 - Sky informa que entrará com ação ''nos próximos dias'' contra as cotas de conteúdo nacional nos canais pagos.
Muita gente comemorou a sanção da nova lei de televisão por assinatura pela presidente Dilma Rousseff, na segunda-feira. Mas as novas regras, que, entre outros pontos, acabam com a restrição à participação do capital estrangeiro na TV a cabo, estão longe de ser unanimidade. Empresas se preparam para ir à Justiça contra a nova lei.
Sky vai até o fim contra as cotas, segundo Baptista. O presidente da Sky, Luiz Eduardo Baptista, afirmou que a empresa deve entrar com uma ação contra as cotas de programação nacional "nos próximos dias". "Vamos esgotar todos os meios possíveis", disse ele. "O próximo passo é a Justiça."
A legislação obriga que os canais tenham até três horas e meia de programação nacional e regional por semana, em horário nobre, de acordo com o que for definido pela Agência Nacional de Cinema (Ancine). Metade dessa programação deve vir de produtores independentes.
Um terço dos canais do pacote de programação terá de ser brasileiro. Nos canais brasileiros, um terço da produção precisa ser independente e dois canais devem ter 12 horas diárias de programas brasileiros independentes.
"Nunca ninguém ligou para a central de atendimento da Sky para reclamar que falta conteúdo brasileiro no horário nobre", disse Baptista. "Quando a conta dessas cotas for apresentada para os assinantes, vamos lembrar a eles, a cada momento, quem foi que apoiou esse projeto."
A Associação Brasileira de Programadores de Televisão por Assinatura (ABPTA), que reúne os canais internacionais de TV paga, também se opôs às cotas na época em que o então chamado Projeto de Lei da Câmara (PLC) 116 estava em votação. Também no caso da ABPTA, o principal problema são as cotas. A associação informou que ainda analisa o texto sancionado.
A Rede Bandeirantes se opôs ao PLC 116, e preferiu não comentar a lei depois de aprovada. Na segunda-feira, porém, de acordo com o site Telesíntese, seu vice-presidente Frederico Nogueira anunciou que o grupo iria à Justiça.
A discordância da Bandeirantes, no entanto, é outra. A lei proíbe quem produz conteúdo de distribuí-lo. A Bandeirantes é dona da empresa de cabo TV Cidade. Para se adequar à lei, teria de vender o controle da operação.
Apesar da polêmica, o PLC 116 recebeu apoio das operadoras de telecomunicações, que eram impedidas de ter empresas de TV a cabo em sua área de concessão pelas regras antigas.
Com a mudança, a Embratel, que pertence à mexicana América Móvil, poderá comprar a participação da Globo na Net e, a espanhola Telefônica, a da Abril na TVA.
Além disso, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) colocará à venda novas licenças de TV a cabo. Faz mais de uma década que a agência fez o último leilão de cabo.
Celular. Baptista, da Sky, também criticou a posição das operadoras celulares sobre a quarta geração da telefonia celular (4G). Elas brigaram por vários anos para ficar com a maior parte da faixa de 2,5 GHz, ocupada pelas empresas de MMDS (TV paga por micro-ondas), argumentando que o espectro usado atualmente ficará rapidamente congestionado.
Depois de terem conseguido o que queriam, começaram a defender o adiamento do leilão, previsto para abril de 2012. "Esse desfecho é previsível e melancólico", disse o presidente da Sky. "Todos os movimentos das operadoras são no sentido de evitar a concorrência. Isso acaba prejudicando o cidadão brasileiro."
No mês que vem, a Sky vai lançar seu serviço de banda larga sem fio em Brasília, usando a faixa do MMDS. "Estamos animados", disse Baptista. Segundo ele, ainda falta sair a homologação dos equipamentos pela Anatel. A Sky está instalando 80 antenas para cobrir a cidade.

Acionistas minoritários do UOL querem reavaliar preço de ação
Folha 16.09.2011 - O portal de internet UOL comunicou que recebeu correspondência de acionistas minoritários pedindo a convocação de uma assembleia especial.
Esses acionistas detêm, somados, mais de 10% das ações em circulação. Pedem que a assembleia delibere sobre a possibilidade de uma revisão do preço fixado na oferta de compra de suas ações realizada pelos controladores da empresa.
Por meio dessa oferta, os controladores querem comprar os papéis nas mãos dos acionistas minoritários e fechar o capital da empresa. Em agosto, a Folhapar, controladora do UOL e integrante do Grupo Folha, que edita a Folha e o "Agora", ofereceu R$ 17 por ação em uma OPA (oferta pública para aquisição).
Os controladores devem retirar do mercado 18,4 milhões de ações ordinárias (com direito a voto) e 30,7 milhões de ações preferenciais, que representam 40,9% do capital social da companhia.
No comunicado ontem, a diretoria de relações com investidores do UOL disse que o pedido foi encaminhado ao conselho de administração "para as devidas providências".

Banco vai investir US$ 100 mi na Citic
Valor 16.09.2011 - De olho no crescente fluxo de negócios entre a América Latina e a China, o banco BTG Pactual vai investir cerca de US$ 100 milhões na Citic Securities, maior corretora chinesa por valor de mercado. A transação deve evoluir para uma participação acionária cruzada entre as duas instituições.
Com negócios que envolvem banco de investimento, corretagem e gestão de fundos, a Citic está fazendo uma oferta pública de ações em Hong Kong para levantar até US$ 1,9 bilhão em bolsa com o objetivo de se expandir internacionalmente. A instituição chinesa tem US$ 23,2 bilhões em ativos e teve um lucro líquido de US$ 1,67 bilhão no ano passado.
O Valor apurou que o objetivo das duas instituições é tirar proveito das crescentes transações entre companhias chinesas e latino-americanas. A avaliação, tanto do BTG quanto do Citic, é que hoje os negócios entre os dois países emergentes está ficando concentrado em instituições americanas e europeias, o que abre espaço para a aliança entre os bancos de países emergentes.
A oportunidade se dá, principalmente, em um momento em que bancos europeus e americanos começam a rever seus investimentos na China para socorrer suas operações em seus países de origem. O Bank of America vendeu no mês passado, por exemplo, metade de sua participação no C hina Construction Bank.
Desde o início deste ano, BTG e Citics já têm uma aliança estratégica para que o brasileiro preste serviços a empresas chinesas interessadas em fechar negócios na América Latina e vice-versa.
A parceria, porém, acabou evoluindo para uma troca de participação acionária entre as instituições. Por enquanto só está fechada a entrada do BTG Pactual no Citic. Com o investimento de US$ 100 milhões, o BTG passará a ter uma participação de cerca de 1% no Citic.
O que está certo até agora, segundo o Valor apurou, é que o Citic investirá pelo menos US$ 100 milhões no BTG. Uma abertura de capital do banco brasileiro poderia se transformar em uma moeda de troca interessante para a participação cruzada os bancos.

Governo avalia exclusão de usinas da Bertin do sistema
Exame 15.09.2011 - A análise envolve os projetos da companhia que deveriam ter entrado em operação em 2011 e as outras usinas que deverão entrar no sistema a partir de 2013.
Nem todos os empreendimentos deverão ser excluídos, uma vez que alguns já foram vendidos.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, informou que o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) está avaliando se os projetos termoelétricos da Bertin terão ou não condições de entrar em operação. "O CMSE está analisando se os projetos entrarão em operação ou se as térmicas serão cassadas", disse o executivo, que participou hoje em São Paulo de evento promovido pela Abdib sobre planejamento energético.
De acordo com Tolmasquim, a análise envolve os projetos da companhia que deveriam ter entrado em operação em 2011 e as outras usinas que deverão entrar no sistema a partir de 2013. Ele afirmou, porém, que nem todos os empreendimentos deverão ser excluídos, uma vez que alguns já foram vendidos. O presidente da EPE se refere à compra de duas usinas a gás da Bertin pelo grupo MPX.
Mesmo que o governo opte pela exclusão das usinas do Bertin do sistema, Tolmasquim disse que o Brasil não enfrentaria nenhum problema do ponto de vista do fornecimento de energia. Isso porque o País conta com uma sobreoferta de energia no curto e no médio prazo. "Em 2013, temos uma sobreoferta de 5 mil MW médios a 6 mil MW médios. Temos sobras de energia no sistema", disse. O presidente da EPE afirmou que esta análise não tem um prazo para conclusão.

PDVSA não entrega garantias ao BNDES
Estadão 15.09.2011 - A companhia petroleira venezuelana PDVSA não entregou hoje ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) as garantias exigidas pelo governo brasileiro a fim de que ingresse na sociedade formada com a Petrobras para a construção de refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Pelo acordo firmado em 2008, a Petrobras teria 60% do negócio e a PDVSA, os restantes 40%. Passados três anos, a empresa da Venezuela até hoje não apresentou recursos para a obra, que deverá ser inaugurada no primeiro semestre de 2013.
A companhia brasileira contraiu no BNDES um empréstimo de cerca de R$ 10 bilhões para iniciar a construção da refinaria. As garantias que a PDVSA deve apresentar referem-se aos 40% contratuais previstos, cerca de RS$ 4 bilhões. O BNDES, que não quis comentar o assunto, não estipulou prazo para a apresentação das garantias pela petroleira da Venezuela.

Azespacio
Folha 16.09.2011 - A espanhola Azespacio, especializada em módulos habitacionais pré-fabricados, vai abrir operação no Brasil, para fornecer aos setores de construção, mineração e petróleo. Os módulos, de aço galvanizado, são usados em obras, como escritórios, alojamentos etc. As operações no mercado brasileiro ainda não começaram, segundo Januário Fabrim, responsável pela operação da empresa no país, que, a partir daqui, já começou a realizar vendas para a empresa em América Central, Caribe e África. O início do funcionamento da fábrica, que deve ser instalada em São Paulo, está previsto para 2012. "Também pretendo homologar o produto para fornecer casas de aço prontas para o Minha Casa, Minha Vida.
" Além do Brasil, a demanda está forte em países como Peru, Chile, Colômbia, Panamá e Angola.

Fábrica de caminhões deve investir cerca de R$ 345 milhões no Paraná
GPdeLondrina 15.09.2011 - Previsão é que a montadora gere 500 novos empregos diretos na região. Multinacional norte-americana receberá incentivos fiscais pelo programa Paraná Competitivo
O governador Beto Richa (PSDB) assinou um protocolo de intenções para instalar a fábrica de caminhões do grupo norte-americano Paccar em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. O projeto da multinacional prevê investimentos de US$ 200 milhões, cerca de R$ 345 milhões. A previsão é que a fábrica gere 500 novos empregos diretos na região.
A primeira planta paranaense da multinacional será construída em uma área de 500 hectares às margens da PR-151. O grupo projeta iniciar as operações em abril de 2013, com a montagem de caminhões nos modelos LF, CF e XF, da marca DAF.
O governador ressaltou que a vinda da Paccar foi possível a partir da concessão de incentivos fiscais pelo programa Paraná Competitivo e apoio da prefeitura de Ponta Grossa. De acordo com nota divulgada pela Agência Estadual de Notícias (AEN), órgão oficial de comunicação do governo do estado, estão sendo negociados benefícios com outros 70 grupos, com previsão de investimentos de R$ 12 bilhões.
Além do governador, estiveram presentes na solenidade o prefeito de Ponta Grossa, Pedro Wosgrau (PSDB), o secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros (PP), o presidente da Paccar Brasil, Marco Antonio Davila, o diretor comercial do Grupo Paccar, Michael Kuster, e o diretor financeiro, Donald Stuart.
Inauguração: Richa também participou da inauguração da Frísia, nova fábrica para processamento de leite da Cooperativa Batavo. A unidade vai gerar 85 empregos diretos e 500 indiretos, com investimentos de R$ 60 milhões. Ainda nos Campos Gerais, o governador anunciou o repasse de R$ 2,7 milhões para a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Os recursos, do Fundo Paraná serão aplicados na melhoria e aperfeiçoamento de cursos de graduação e pós-graduação.

Carro sem conteúdo nacional pode pagar até 55% de IPI
Valor 16.09.2011 - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, acaba de anunciar um aumento de 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos automotores. Estarão livres deste aumento os veículos com conteúdo nacional e regional (fabricados na Argentina) acima de 65%, para quem mantém centros de desenvolvimento tecnológico no Brasil e aqueles que atendem ao menos seis de 11 requisitos para fabricação interna de veículos.
“Haverá um desconto de 30 pontos no IPI”, disse Mantega. “A medida valerá até dezembro 2012”. O governo decidiu, segundo ele, elevar em 30 pontos percentuais o imposto sobre automóveis, que até então variava  de 7% a 25%. O Brasil é o 5º maior produtor e  o 7º maior mercado mundial automotivo.
No novo regime, os carros até 1.000 cilindradas passarão a pagar 37%. “É uma complementação do programa Brasil Maior para competir em condições mais sólidas com a importação por meio de estímulos para a indústria brasileira, aquela que produz veículos no Brasil e na Argentina”, afirmou Mantega. “Tem acontecido que o mercado tem escasseado, a crise tem diminuído o consumo. Há capacidade ociosa e uma disputa maior pelos mercados. O Brasil tem mantido elevadas as vendas, restabelecemos depois da crise de 2008 a produção e o consumo. Mas há uma apropriação disso pelos fabricantes internacionais”, disse.
O ministro afirmou que o objetivo é evitar a exportação de empregos industriais: “Corremos o risco de estarmos exportando empregos para outros países. Ficamos preocupados com aumento de veículos nos pátios e férias coletivas. Indústria faz inovação, gera emprego e o mercado deve ser usufruído pela indústria interna”, disse Mantega.
Parte das informações havia sido antecipada hoje pelo portal do Valor.
A medida deve auxiliar toda a cadeia industrial, de carros leves a caminhões. O novo regime será encaminhada à Casa Civil da Presidência da República.
As negociações do novo regime, que já duravam quatro meses, tiveram divergências entre o Ministério da Fazenda e as montadoras, representadas pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Uma longa reunião ocorrida na noite de ontem havia terminado novamente sem consenso.
O governo informou que a mudança do IPI não tem como objetivo diminuir os preços dos automóveis ao consumidor. Tampouco tem como alvo combater eventuais pressões sobre a inflação. Na verdade, é uma medida de política industrial para estimular a cadeia produtiva ligada à indústria automobilística. O governo avalia que o país é competitivo na produção de automóveis, mas ainda precisa de incentivos para desenvolver o segmento de autopeças, por exemplo.
O ministro Fernando Pimentel (desenvolvimento) estima que metade dos veículos importados comercializados hoje no país será atingidos pela elevação do IPI.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que um em cada dois automóveis vendidos hoje no país são importados.
Receita: Mantega afirmou que “todas as montadoras” poderão ser beneficiadas pelo novo regime automotivo. As indústrias terão até 60 dias para comprovar à Receita Federal o atendimento de pelo menos seis dos 11 requisitos de conteúdo nacional ou regional. “Não é a política industrial ainda, é apenas para enfrentar a crise e a redução de consumo. A política industrial ainda está sendo costurada”, disse.
Preços: O ministro Mantega afirmou ainda estimar um aumento de 25% a 28% no preço final dos automóveis com conteúdo importado com o novo regime automotivo. “Haverá fiscalização para garantir que os preços nacionais não sejam majorados”, disse o ministro.
“A medida não é fiscal, é defesa do emprego e da inovação tecnológica”, informou o ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia).
“Não queremos que as empresas que estão aqui parem de investir. A medida visa também atraia as estrangeiras para fabricar no país, e não apenas importar”, disse o ministro Pimentel.

IPI maior elevará preço de carro importado em até 28%
Reuters 15.09.2011 - O governo anunciou nesta quinta-feira um grande aumento da taxação sobre automóveis importados, numa ofensiva para tentar estimular as montadoras a elevar a produção nacional.
A medida valerá até o final do ano que vem e pode gerar um aumento de até 28 por cento nos preços finais dos veículos não produzidos no Brasil, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
"Nós ficamos preocupados quando lemos nos jornais que a indústria automobilística está aumentando os estoques no pátio, então nós vamos tomar medidas no sentido de dar condições para que essa indústria possa continuar se expandindo", afirmou Mantega.
O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para todos os automóveis foi elevado em 30 pontos percentuais, para até 55 por cento.
Para não serem atingidos pela taxação maior, as montadoras instaladas no Brasil deverão comprovar que se enquadram em três amplos critérios. O primeiro deles é que pelo menos 65 por cento das peças dos carros tenham sido produzidas no Brasil e no Mercosul.
Além disso, as empresas deverão executar, no Brasil, pelo menos 6 de 11 etapas do processo produtivo --como pintura, fabricação do motor e montagem do sistema de embreagem.
Por fim, as empresas deverão provar que realizam investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Os ministros, porém não esclareceram os critérios mínimos para esses investimentos.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) comemorou a iniciativa.
"É um caminho importante que vai fortalecer a indústria nacional", disse o presidente da entidade, Cledorvino Belini, acrescentando que, devido às exigências de nacionalização, a cadeia de autopeças também será favorecida e o preço do produto nacional não será alterado.
O aumento vale a partir de amanhã: O aumento do IPI já vale a partir de sexta-feira, mas inicialmente todos os veículos estão livres da alta. Em até 60 dias, as empresas têm de comprovar enquadramento nos critérios. Aquelas que não o fizerem, terão de pagar o imposto maior retroativamente. Segundo Mantega, de 12 a 15 empresas devem se enquadrar nos critérios anunciados.
"A medida significa que está aumentando em 30 por cento o custo do veículo importado", resumiu o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.
As medidas chegam após várias montadoras anunciarem redução na produção de veículos devido ao aumento dos estoques nos pátios, como reflexo da economia em desaceleração.
Além disso, a participação dos carros importados no mercado brasileiro não para de crescer. Em 2009, essa fatia era de 15,6 por cento. Desde então, esse percentual passou a 18,8 por cento em 2010 e a 22,5 por cento de janeiro a agosto deste ano.
A Abeiva, associação que representa os importadores de veículos que não têm montadoras no Brasil, disse ter considerado a medida "totalmente" injusta. Ela destacou o fato de o governo não estar respeitando o prazo de 90 dias para a entrada em vigor da nova taxação --o que prejudica as vendas fechadas com a taxação antiga.
Segundo José Luiz Gandini, presidente da entidade, os veículos importados por empresas que não têm montadoras no Mercosul representam apenas 6 por cento do mercado total. Para ele, as medidas não vão estimular a vinda de mais montadoras para o Brasil, porque dão a sensação de maior insegurança sobre as regras no setor.
"Nossos carros sobem 30 por cento, enquanto os carros importados também pelas montadoras não sobem", afirmou. "Estamos exportando emprego para o México".

Brasil quer nível europeu em aeroportos
Folha 16.09.2011 - Meta é igualar qualidade do serviço em Guarulhos, em Viracopos e em Brasília à de terminais dos EUA e da Europa.
Melhorias constarão dos editais de concessão desses aeroportos e deverão estar prontas para a Copa de 2014.
O governo incluirá nos editais de concessão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos (SP) e Brasília (DF) regras para garantir que, até a Copa de 2014, quem passar por seus terminais tenha mais espaço para circular, mais conforto e menos atrasos de voos.
A meta é igualar a qualidade do serviço prestado nesses locais a terminais dos Estados Unidos e da Europa, como nos aeroportos de Heathrow (Inglaterra) e Charles de Gaulle (França).
Quem ganhar a concessão terá até dezembro de 2013 para enquadrar a qualidade do serviço no nível C da Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo), considerado pela instituição como o mínimo para o conforto dos passageiros.
Os critérios para avaliar o serviço vão de A a F e consideram fluxo de pessoas, atrasos de voos e espaços no check-in, na sala de embarque e na retirada de bagagem.
"No mundo ideal, seria tudo nível A, mas isso onera muito a concessão", afirma o secretário de Aeroportos da SAC (Secretaria de Aviação Civil), Juliano Noman.
Esses parâmetros servirão também como um gatilho de investimento ao longo de todo o período de concessão. Toda vez que a demanda aumentar e a qualidade estiver prestes a cair, o concessionário terá que fazer novos aportes para manter o padrão C.
Especialista em aviação civil e ex-presidente da Infraero, Adyr da Silva critica a falta de prazos para determinar obras de ampliação nos aeroportos concedidos à iniciativa privada.
"Você não pode ter obra em aeroporto a cada três ou cinco anos. Ninguém faz isso. Tem de ter fases de pelo menos dez anos ou então o aeroporto se transforma em um canteiro de obras", afirmou.
Os critérios da Iata servem como base para o planejamento em construções e ampliações de aeroportos no mundo todo. A avaliação do governo e de especialistas é que os três aeroportos brasileiros, que deverão ser concedidos até o final do ano, estariam hoje entre o nível D e o E.
Pelos termos da associação, isso significa que o passageiro pode enfrentar um nível de conforto "inadequado" e atrasos "inaceitáveis", acima apenas do nível que a Iata considera a falência geral do sistema.
Desde julho, a secretaria vem fazendo medições e pesquisas em Guarulhos para estipular exatamente em que nível da Iata se enquadra cada processo do embarque e desembarque.
Será feito um projeto-piloto no aeroporto, antes do leilão de concessão, para implantar procedimentos que darão mais rapidez a esses processos, o que pode diminuir os atrasos nos voos.
A ideia é replicar a experiência também a aeroportos que continuarão sob gestão da Infraero.

MMX vai expandir a mina Serra Azul
Valor 16.09.2011 - A mineradora MMX, do empresário Eike Batista, deu o primeiro passo para a expansão da Unidade Serra Azul, de minério de ferro, em Minas Gerais. Ontem, a empresa assinou contrato de R$ 255 milhões com a australiana WorleyParsons, que adquiriu operações no Brasil com a compra da CNEC. A WorleyParsons será responsável por contratar construtoras e gerenciar a implantação do projeto.
A obra deve ficar pronta no fim de 2013, com início das operações com capacidade total em 2014. A nova unidade prevê a construção de uma planta de beneficiamento de minério de ferro, um terminal ferroviário e uma correia transportadora com dez quilômetros de extensão. O objetivo é que todas as 24 milhões de toneladas produzidas na região de Serra Azul passem pela unidade, segundo o presidente da MMX, Roger Downey.
O executivo disse ao Valor que, embora a capacidade da Unidade Serra Azul esteja em expansão, de 8,7 milhões de toneladas de minério de ferro por ano para 24 milhões, a empresa tem estudos que apontam para uma produção maior, a partir do arrendamento da mina de Pau de Vinho, da Usiminas, vizinha à área da MMX.
O presidente da WorleyParsons, José Ayres de Campos, diz que o cronograma da usina poderá ser antecipado. A empresa desenvolveu projeto semelhante na Austrália, antecipando o prazo de entrega em quatro meses. Serão construídos módulos fora do local da obra, para serem montados posteriormente. "Com os módulos, ganhamos tempo, porque a construção civil e a montagem podem ser feitas em paralelo", diz Ayres.
Downey, da MMX, disse que a possibilidade de antecipação de prazos ajudou na escolha da australiana. "Nossa corrida é contra o tempo. Se adiantamos a obra, antecipamos receita", diz. Ele afirmou estar em conversas com bancos sobre o financiamento da expansão de Serra Azul, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A expectativa é que 75% dos R$ 4 bilhões de investimentos previstos para expansão serão financiados.
Hoje, a MMX tem um contrato de venda de 50% do minério produzido em Serra Azul para a chinesa Wuhan Iron and Steel Corporation (Wisco), além de 15% da produção para a coreana SK Networks. A empresa ainda conversa com potenciais clientes para a venda dos outros 35% a serem produzidos. Mas Downey acredita que não terá dificuldade em achar compradores a um bom preço, por apostar na manutenção de uma demanda forte no mercado internacional por minério de ferro, que deve manter os preços elevados nos próximos cinco anos.

Congonhas multa mineradoras em R$ 5 milhões
Valor 16.09.2011 - O município de Congonhas, em Minas Gerais, famoso por abrigar as estátuas dos profetas do Velho Testamento feitas pelo Aleijadinho, no século XVIII, já começou a aplicar a nova legislação ambiental que o protege do impacto da poeira despejada por mineradoras que se instalaram no seu entorno. Com base em projeto de lei sancionado em 5 de julho, o prefeito Anderson Cabido (PT) multou em R$ 5,2 milhões as empresas Vale, CSN, Namisa e Ferro + responsabilizando-as pelo pó que cobriu a cidade dia 2 de agosto, decorrente de forte ventania na região.
"Foi a primeira vez que esse episódio aconteceu na vigência da nova lei, o que permitiu à prefeitura aplicar quatro multas de R$ 1,3 milhão cada uma nas mineradoras", disse Cabido. Segundo ele, que preside a Associação dos Municípios Mineradores do Brasil (AMIB), o dinheiro arrecadado com as multas servirá para formar um fundo capaz de custear a adoção de medidas para reduzir a poluição ambiental que transtorna a vida dos 60 mil habitantes da cidade.
Congonhas é cercada de siderúrgicas e mineradoras por todos os lados. Além da Vale e da CSN, dona da mina Casa de Pedra, e da Namisa e da Ferro +, lá está também a Ferrous, com sua mina Viga muito próxima da Casa de Pedra, a mina mais extensa da CSN, que desenvolve operações em diversas frentes, afetando diretamente vários bairros da cidade. O grupo Gerdau também tem operações de siderurgia na unidade da Açominas em Congonhas e Ouro Branco. "Sofremos muito com o impacto da poeira das minas que vem pelo ar (diretamente das jazidas de minério) e do pó que é trazido pelos veículos que vêm das minas, que trafegam nas ruas do município", disse Cabido.
Além de multar as mineradoras, a prefeitura puniu também os veículos das empresas em R$ 100 cada, conforme estipula a nova legislação ambiental. As multas dos veículos são consideradas multas de trânsito feitas em blitze "educativas", como diz o prefeito.
A aplicação da lei já tem dado resultados. "Começamos a agir há um mês e já vemos resultados. Antes de aprovada a nova lei, nós recolhíamos 5 toneladas de poeira de minério por dia das ruas da cidade, trazidas pelos carros, o que somava uma retirada mensal de 150 toneladas de pó de minério. Depois da medida, a média diária de poeira caiu para uma a duas toneladas diárias", comemorou.
As mineradoras foram multadas no dia 4 de agosto e teriam até o dia 4 de setembro para pagar. Mas estão recorrendo. A Vale confirmou, por meio da assessoria, que recorreu da multa. Segundo Cabido, a legislação permite recurso administrativo feito à própria prefeitura ou então diretamente à Justiça. O recurso administrativo é julgado em 30 dias. Se houver novo recurso abre-se um novo prazo para pagamento de cinco dias úteis. Na Justiça, o andamento depende de quando a Justiça decidir. O prefeito avalia que mesmo com a decisão das mineradoras de recorrer das multas a nova lei ambiental municipal "é mais um instrumento de proteção e enfrentamento na guerra contra o pó do minério".
Congonhas fica na região do Alto Paraobepa, junto com mais seis cidades - Jeceaba, Entre Rio de Minas, Ouro Branco, São Brás do Suaçu, Belo Vale e Conselheiro Lafaiete -, todas alvo de investimentos de mineradoras. A cidade de Jeceaba, por exemplo, acaba de inaugurar a siderúrgica da VSB - Vallourec & Sumitomo Tubos do Brasil, que já está produzindo tubos sem costura para petróleo e gás. Outros empreendimentos e investimentos de mineração e siderurgia estão previstos para a região, num total de R$ 25 bilhões entre os já realizados e os que estão em curso e por vir.
Para fazer frente a esses investimentos e organizar as cidades, evitando a favelização e o excesso de poluição, foi criado o Consórcio Público para o Desenvolvimento do Alto Paraopeba (Codap). Cabido preside o Codap. A primeira providência do consórcio foi preparar o Plano para o Desenvolvimento do Alto Paraopeba, que prevê que a região vai precisar de cerca de R$ 3 bilhões em investimento para estar preparada para os impactos desses investimentos. Seriam obras de infraestrutura, escolas, postos de saúde, hospital, novas áreas habitacionais, plano diretor, já que a população vai crescer mais de 50% até 2020. O Codap está criando um Fundo de Desenvolvimento Regional que contará com financiamento do BNDES.
O prefeito de Congonhas não encara a lei ambiental mais robusta como uma compensação aos cofres municipais pelo atraso de pagamento de R$ 4 bilhões de royalties do minério de ferro. "A briga do royalty continua e estamos animados. Ontem houve uma reunião da nossa associação (AMIB) em Brasília e uma audiência pública no Senado sobre o atraso de pagamento, na qual prefeitos foram ouvidos", disse Cabido. "Temos a expectativa de receber os atrasados ainda este ano. A gente tem percebido uma postura diferente do novo presidente da Vale, Murilo Ferreira, e estamos animados, pois ele vem tendo boa vontade para encaminhar o assunto, como esperávamos. A discussão não é mais passional. A maior parte dessa dívida é da Vale e se a questão for resolvida com ela, as outras duas devedoras - Samarco e CSN - acatarão a solução", afirmou.
Cabido prevê que o projeto de lei dos royalties e do novo código de mineração possa ser votado ainda este mês. "A discussão do assunto dentro do governo já foi encerrada e se o projeto não for aprovado este ano, nós, prefeitos, lamentaremos muito, pois muitos de nós que lutamos por ele deixaremos as prefeituras em 2012."

Goldman Sachs fechará fundo quantitativo após fortes perdas
Exame 15.09.2011 - O Global Alpha recuou 13% desde o início de setembro, entregando uma performance pior que outros fundos que se baseiam em programas de computadores
O Goldman Sachs está encerrando um conhecido fundo de investimento que baseia suas negociações em análises assistidas por computadores depois que sua carteira sofreu perdas pesadas este ano. O Goldman informou os investidores do Global Alpha, de US$ 1,6 bilhão, nesta quinta-feira, um dia após ter anunciado uma reestruturação no fundo que já foi a joia da coroa entre seus fundos quantitativos. O fundo será encerrado nas próximas semanas.
O Global Alpha recuou 13% desde o início de setembro, entregando uma performance pior que outros fundos que se baseiam em programas de computadores para rapidamente aproveitarem oportunidades do mercado, disseram pessoas familiares aos números.
Esses tipos de fundos supostamente se movimentam mais rapidamente na compra e venda de ações, títulos, moedas e outros ativos e saem das posições antes da ocorrência de perdas.
É a segunda vez em quatro anos que o fundo Global Alpha (que já foi o maior do Goldman com patrimônio de US$ 12 bilhões) sofre grandes perdas, o que levanta questões sobre a habilidade do banco em gerenciar estratégias quantitativas para seus clientes.
O Goldman Sachs se recusou a comentar o assunto

Grupo austríaco vai investir US$ 116,5 mi em fábrica no Rio

Folha 15.09.2011 - O grupo austríaco RHI vai investir 85 milhões de euros (US$ 116,5 milhões) na instalação de sua primeira fábrica no país, que ficará no município de Queimados, Baixada Fluminense.
A unidade vai produzir tijolos e cerâmicas refratárias, usadas em alto-fornos e fornos de vários elos da cadeia siderúrgica e do setor de cimento.
A previsão é que a fábrica entre em operação em 2013. Serão gerados 200 empregos diretos e 400 indiretos, segundo a companhia.
A RHI vai usar a futura unidade como base de exportação para países da América Latina, de acordo com Franz Struzl, presidente da companhia. O objetivo também é, diz, ganhar escala no mercado brasileiro de siderurgia --atendido por refratários da empresa produzidos em outros país e no qual a companhia já detém 15% de participação.
Para atrair a empresa para o Estado, o governo do Rio concedeu incentivos fiscais: deu isenção de tributos durante a fase de investimento no projeto e reduziu o ICMS dos produtos a serem fabricados de 12% para 2%.

 

BTG Pactual estuda abrir capital em 2012, diz Financial Times

Brasil Econômico 15.09.2011 - O Banco BTG Pactual está avaliando abrir seu capital já no ano que vem, reportou o Financial Times.  O jornal cita uma entrevista com o fundador e presidente do banco, André Esteves.

TV por assinatura será negócio independente, diz GVT

Valor 15.09.2011 - A GVT planeja conduzir sua operação de TV por assinatura como um negócio separado de seus serviços de telefonia, afirmou hoje o presidente da empresa, Amos Genish.
“Para nós, a TV por assinatura não é um negócio de nicho”, disse o executivo à imprensa no lançamento do serviço, que será comercializado a partir de meados de outubro.
A GVT é controlada pela Vivendi, acionista da Universal e do CanalPlus, que produz e distribui conteúdo audiovisual na França. Apesar disso, Genish negou que a operadora tenha planos de produzir conteúdo no Brasil. Segundo o executivo, inicialmente, a GVT vai oferecer TV junto com os serviços de telefonia fixa e banda larga. Porém, num segundo momento, a ideia é que os produtos de TV possam ser comercializados e geridos de forma independente.
“A GVT não é uma empresa de telecomunicações fazendo TV. É uma empresa que tem um negócio de telecom e outro de TV”, complementou o vice-presidente de marketing e vendas da operadora, Alcides Troller. Os executivos não revelaram quantos assinantes de TV esperam alcançar nos próximos meses. Um hotsite criado pela companhia em meados de agosto para cadastrar interessados no serviço já soma mais de 40 mil registros.
A operadora tem investimentos R$ 650 milhões programados para a área de TV por assinatura até o próximo ano. Porém, segundo Troller, os números podem mudar. “É bem diferente do que ocorre no mercado de telecomunicações. Na TV, 90% dos investimentos são equipamentos instalados na casa dos clientes. O valor pode ser alterado dependendo da demanda”, disse.
Somando os negócios de TV e a expansão de sua rede de telefonia, a GVT planeja investir R$ 1,8 bilhão neste ano. Desse total, R$ 1,2 bilhão será financiado pelo caixa da própria operação. O restante virá de empréstimos do próprio grupo Vivendi e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Zara afirma que aguarda decisão do MP para indenizar trabalhadores

Valor 15.09.2011 - A varejista espanhola Zara garantiu que vai pagar indenização aos 15 bolivianos que, segundo denúncia, trabalhavam “em condições análogas à escravidão” na fornecedora AHA.
O pagamento somente será feito, entretanto, depois de manifestação do Ministério Público do Trabalho, segundo afirmou Jesus Echevarria, diretor corporativo do Inditex, grupo do qual a Zara faz parte.
“O importante é que a Zara se pôs em contato com os trabalhadores, está em contato permanente. Estamos convencidos de que tudo vai se resvolver”, disse Echevarria em audiência pública ontem na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, segundo a agência de notícias do órgão.
De acordo com a agência Câmara, com base em informações do Ministério do Trabalho, a Zara recebeu 48 autos de infração e as multas chegam a R$ 1 milhão.
A varejista anunciou ontem a criação de um telefone para receber denúncias de abusos contra trabalhadores. Quem liga no número 0800 770 9242 ouve a uma gravação com garantia de anonimato e, depois de um sinal, pode relatar o caso.

Lojas Americanas planeja fazer emissão de R$ 292,6 milhões em debêntures

JCRJ 15.09.2011 - A Lojas Americanas informou nesta sexta-feira (2) que planeja fazer uma emissão privada de debêntures, conversíveis em ações da companhia, de R$ 292,6 milhões. O objetivo é “viabilizar investimentos em sua expansão orgânica com a abertura de novas lojas, tecnologias e operações”.
Segundo comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio de sua subsidiária BNDESPar, irá subscrever no mínimo o direito de preferência do acionista controlador. A varejista informou ainda que também aprovou linha de crédito com vistas à captação de recursos no âmbito do Finem (Financiamento a Empreendimentos), no valor de até R$ 442,148 milhões. "Vale ressaltar que os recursos envolvidos são destinados à execução do nosso programa de expansão 'Sempre mais Brasil - 80 anos em 4!'", afirmou a companhia em comunicado.
Em breve, a empresa irá convocar assembleia geral extraordinária para que os acionistas possam aprovar a emissão de debêntures.

Minoritários do UOL pedem nova avaliação da companhia antes de OPA

Valor 15.09.2011 - Acionistas minoritários representantes de mais de 10% dos papéis do UOL enviaram uma carta ao conselho de administração da companhia solicitando a convocação de uma assembleia especial para tratar da oferta pública de ações (OPA) que a empresa pretende realizar. Eles pedem um novo laudo de avaliação no âmbito da oferta, que tem como objetivo o cancelamento do registro de companhia aberta do UOL. A Folhapar, controladora do portal de internet, havia recomendado um laudo de avaliação ao Bradesco BBI, com ressalva de que, independentemente do resultado, o preço da OPA seria limitado a R$ 17. O banco apontou o valor econômico por ação apurado segundo a metodologia do fluxo de caixa descontado como o mais adequado para a definição do preço justo. Como, por esse critério, o valor ficou em R$ 16,83, a Folhapar decidiu confirmar a OPA, fixando o preço em R$ 17 por ação.

GVT lança TV paga com aposta em alta definição e interatividade

Valor 15.09.2011 - A GVT vai estrear no mercado de TV por assinatura com a oferta de três pacotes, que terão preços de R$ 59,90, R$ 89,90 e R$ 129,90 por mês. Todos os planos terão canais em alta definição e serviços interativos, como a possibilidade de pausar a programação ao vivo e retomá-la mais tarde, acesso a redes sociais e vídeos sob demanda. Todos os pacotes terão programação de esportes, um dos conteúdos mais demandados nos serviços de televisão paga. A GVT fechou contrato com Globosat, Disney, Fox, Discovery e outros produtores. A companhia é controlada pela francesa Vivendi, acionista da Universal. No total, a operadora terá um leque de 140 canais pagos.
Além dos canais já incluídos nos pacotes, os assinantes poderão contratar, de forma avulsa, outros conteúdos, afirmou há pouco o vice-presidente de marketing da operadora, Alcides Troller. Outra possibilidade é o aluguel de um gravador digital, que custará R$ 29,90 por mês.
Mesmo assim, segundo Troller, a oferta da GVT será mais barata que a dos concorrentes. "Nossos pacotes serão de 25% a 50% mais econômicos e vão oferecer muito mais", afirmou o executivo.
A GVT vai usar uma combinação de duas tecnologias para oferecer o serviço: a programação linear chegará à casa dos clientes via satélite e a interatividade será baseada em TV sobre protocolo de internet (IPTV). O cliente vai receber um aparelho capaz de conectar à internet e integrar diversos aparelhos eletrônicos da casa e de seus moradores, como computador, televisão, celulares e tablets. Dessa forma, o assinante poderá agendar a partir de seu telefone móvel a gravação de um programa e, num próximo passo, poderá assistir em seu tablet a um conteúdo da TV. Paralelamente ao lançamento do serviço de televisão, a GVT vai reduzir à metade, para R$ 99,90, o preço da banda larga com velocidade de 35 megabits por segundo (Mbps) para quem também optar por um plano de TV. O lançamento comercial da GVT TV será feito na metade de outubro e será simultâneo para todas as 106 cidades em que a operadora atua. Até lá, a companhia está fazendo um pré-lançamento em algumas localidades. Segundo o presidente da GVT, Amos Genish, o hotsite aberto em agosto para registrar interessados em conhecer o serviço de TV tem mais de 40 mil inscritos. Entretanto, o executivo evitou fazer projeções sobre o número de assinantes que espera alcançar.

Tim pode captar R$ 1,7 bilhão com oferta de ações

Brasil Econômico 15.09.2011 - Tim deve emitir 190,8 milhões de ações.
Oferta de 190,8 milhões de ações visa financiar a aquisição da AES Atimus e o plano de expansão da companhia. A oferta inicial prevê a distribuição de 190,8 milhões de ações ordinárias. Segundo a empresa, não haverá diluição da participação nas mãos dos atuais acionistas.
Considerando o fechamento das ações na terça-feira (13/9), de R$ 8,91, a oferta poderá levantar R$ 1,7 bilhão. A transação, que também será realizada no exterior, poderá ser acrescida em até 15%, ou 9,5 milhões de ações, o que pode elevar a captação a R$ 1,8 bilhão. Os acionistas poderão participar com subscrição de quantidade proporcional à atual participação detida. O período de reserva para o varejo será do dia 22 de setembro a 3 de outubro. Em comunicado, a Telecom Itália, controladora da Tim, afirmou que fará a subscrição de 66,94% das ações ofertadas.
Segundo a empresa, a oferta será usada para financiar a expansão da estrutura, e para financiar a aquisição da AES Atimus, anunciada em julho. O Banco Itaú BBA será o coordenador líder da operação.

ADM inaugura fábrica de mistura de fertilizantes em Uberaba

Valor 15.09.2011 - A multinacional americana ADM inaugurou hoje sua quinta planta de mistura de fertilizantes no Brasil. Localizada em Uberaba (MG), a unidade tem capacidade para produzir 1,5 mil toneladas de adubos por dia, voltados para culturas como soja, trigo, milho e cana. A nova fábrica mineira empregará cerca de 120 pessoas.
As outras quatro de fertilizantes da companhia no país estão situadas em Catalão (GO), Paranaguá (PR), Rio Grande (RS) e Rondonópolis (MT). No exercício 2011, encerrado em 30 de junho, a ADM registrou faturamento global superior a US$ 80 bilhões.

Distribuidoras devem ter posto de atendimento em todo o país

Brasil Econômico 15.09.2011 - Em caso de descumprimento da norma, as distribuidoras ficam sujeitas ao pagamento de multa que pode chegar a 2% do faturamento.
A partir desta quinta-feira (15/9), todos os municípios do país deverão contar com postos de atendimento presencial das distribuidoras de energia elétrica, conforme estipulado pela Aneel.
Nos municípios com menos de duas mil unidades consumidoras, os postos devem funcionar por oito horas semanais, com exceção de sábados, domingos e feriados. O horário deve ser fixado na entrada do posto. Os que possuem mais de 10 mil unidades consumidoras passaram a contar com os postos em 15 de março, por oito horas diárias, exceto nos finais de semana e feriados. Já os municípios que possuem entre duas mil e dez mil unidades consumidoras de energia, o prazo foi 15 de junho, com os postos em funcionamento por no mínimo quatro horas diárias, exceto aos sábados, domingos e feriados.
O consumidor de energia elétrica pode consultar a data de início de funcionamento dos postos de atendimento presencial da distribuidora de energia elétrica de seu município.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) elaborou uma lista que pode ser consultada aqui.
A lista contém o nome do município por ordem alfabética, o tempo de funcionamento dos postos de atendimento e a data da instalação do posto, que varia de acordo com o número de unidades consumidoras.
Multas: A Aneel também fiscaliza o cumprimento da obrigação das distribuidoras de instalar os postos de atendimento presencial. Em caso de descumprimento da norma, as distribuidoras ficam sujeitas ao pagamento de multa que pode chegar a 2% do faturamento.
Nas primeiras fases do monitoramento da Aneel (fiscalização em postos em municípios com mais de 10 mil unidades consumidoras e de duas a 10 mil unidades consumidoras), a Agência verificou que nove distribuidoras não cumpriram a instalação dos postos no prazo, e foram notificadas.



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