quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Azul.CA.28.09

Daily News

Carrefour fecha 14 lojas e encerra plano de encolhimento no país
Valor 28.09.2011 - O Carrefour no Brasil concluiu o processo de fechamento de lojas deficitárias no país, como parte de seu último plano de reestruturação conduzido pelo comando há cerca de um ano. Oito supermercados da bandeira Carrefour Bairro, localizados no interior de São Paulo, foram fechados na segunda-feira. Quatro eram em Ribeirão Preto, que passa a ter um ponto apenas.
No total, desde que começou a fechar pontos no país, quatro semanas atrás, 14 lojas da rede pararam de funcionar. As lojas próprias que foram fechadas serão vendidas, num total de dez pontos, apurou o Valor.
Existem redes de médio e grande porte interessadas. Entre aquelas que estudam a possibilidade de ficar com alguns pontos estão a Cencosud e o Zaffari, apurou o Valor. As redes negam o interesse.
Desde que o grupo francês trocou quase toda a linha de frente da empresa no país, em julho de 2010, quando a matriz descobriu um rombo bilionário nas operações, a subsidiária fechou vinte lojas, entre supermercados e hipermercados. Segundo a companhia, atualmente o Carrefour opera com 103 hipermercados, 41 supermercados e 74 lojas Atacadão no país. Há um ano, eram 115 hipermercados, 49 supermercados e 59 pontos Atacadão.
Oito das 14 unidades fechadas são pontos adquiridos da rede Gimenez há dois anos. O Carrefour pagou R$ 45 milhões pelas dez lojas da Gimenez, incluindo dois pontos localizados em São Carlos (SP) - os únicos ainda em operação. "A Gimenez estava mal há pelo menos cinco anos. Quando o Carrefour comprou as lojas, eles sabiam que a reestruturação levaria mais do que dois anos. Faltou paciência porque falta dinheiro. Eles precisam colocar a casa em ordem e não podem esperar mais", conta um ex-executivo da rede.
O Carrefour já conduziu uma série de mudanças na forma de operar no país na última década. Desde o início de 1999, a rede teve cinco presidentes, incluindo o atual, Luiz Fazzio. Equivale a um novo comando a cada dois anos e meio. Cada um imprimiu um ritmo próprio e uma gestão com características bem particulares. Um bom exemplo estava na política de "efeito compensatório das lojas", conta um antigo diretor.
"Anos atrás, eles viram que as lojas que eram muito boas podiam compensar aquelas que andavam de lado. Para que a conta fechasse, cortavam custos e investimentos nas lojas boas, para que o retorno fosse cada vez mais alto e compensasse as ruins", conta ele. "Isso até acontece bastante no varejo, mas o resultado é sempre ruim. Consumidor gosta de loja nova e boa. Eles perceberam que a estratégia foi um tiro no pé".
Outra questão discutida pelo mercado foi o modelo de operação das lojas do Carrefour no país. "Uma hora, um presidente defendia a centralização nos processos [o produto era entregue da fábrica direto para as lojas] e, depois descentralizavam tudo de novo. Perceberam tarde que centralizar era melhor", diz um fornecedor de alimentos da rede.
A reorganização atual dos negócios, comandada há um ano, tem como pano de fundo a perda de rentabilidade operacional da cadeia no país. E a necessidade de a empresa alinhar a sua estratégia com aquela definida globalmente.
Até o final de 2010, o Carrefour registrava margem operacional inferior ao do concorrente Grupo Pão de Açúcar. Além disso, a rede não estava seguindo a mesma cartilha mundial, mais focada em serviços e com lojas menores.
Nesse processo de ajustes, a rede foi informada ontem que a loja do shopping Center Norte, que fatura R$ 5,3 milhões ao mês, pode ser fechada alguns dias.

Empresa prepara plano para investir em áreas que devem ser vendidas
Valor 28.09.2011 - A BRF-Brasil Foods tem plano para revitalizar e investir nas fábricas de Herval D'Oeste e Videira, ambas no Meio-Oeste catarinense. Depois da decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que confirmou a fusão de Sadia e Perdigão e determinou a relação de unidades que serão postas à venda, a companhia trabalha em um processo de investimento no parque fabril, do qual as duas unidades fazem parte.
A informação foi confirmada pelo vice-presidente de Assuntos Corporativos da companhia, Wilson Mello Neto. O executivo não informou o prazo para a realização dos investimentos e disse que a empresa ainda estuda que unidades serão ampliadas. O objetivo é repor parte da capacidade que será perdida com a alienação dos bens imposta pelo Cade como condição para a fusão de Sadia e Perdigão.
Na metade do mês, a BRF-Brasil Foods anunciou a aquisição total da planta de abate de suínos construída em parceria com a Copercampos na cidade de Campos Novos, na mesma região. A unidade irá absorver os abates hoje realizados em Herval D'Oeste, fábrica que está nos planos de ampliação da companhia.
Apesar da promessa de investimento, Herval D'Oeste, com 22 mil habitantes a 420 km de Florianópolis, teme a perda de repasses do ICMS no valor adicionado gerado pela BRF no município. Segundo o prefeito Nelson Guindani (PP-PSD), a movimentação financeira da empresa caiu 70% de janeiro a agosto. O valor é base de cálculo para o repasse futuro do imposto à prefeitura.
O valor de ICMS adicionado é calculado com base em todas as saídas de mercadorias e serviços prestados no município, abatendo o valor de entrada. Com a transferência da sede para Itajaí, no litoral catarinense, a BRF tem registrado a saída dos produtos das cidades do Meio-Oeste com preço de custo. Assim, apesar de o produto passar por industrialização na cidade, o movimento é registrado em outro município.
Segundo Guindani, a empresa tem sido parceira para buscar uma solução. A unidade da BRF é responsável por 75% de todo o movimento econômico agropecuário de Herval D'Oeste. A unidade emprega cerca de 1,4 mil funcionários, processa suinos e opera com 200 produtores integrados na cidade.
Se a situação do ICMS não for revertida, o município pode perder um valor importante para uma prefeitura que tem orçamento anual de R$ 2,2 milhões. "Se não houver uma mudança, vai inviabilizar o município", disse. Videira, Capinzal e salto Veloso também passam pelo mesmo problema.
Segundo o vice-presidente da BRF, Wilson Mello, o problema está sendo discutido junto com as prefeituras e a empresa deve realizar uma reunião junto com a secretaria estadual da Fazenda de Santa Catarina para tentar equalizar o assunto.
Em Lages, onde a fábrica de pizzas e pratos prontos com 550 funcionários também está na lista de bens alienados, há apreensão entre os trabalhadores. segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados, Bebidas e Alimentação de Lages (Sintial), Leocir José Deon.
Ele conta que há uma cooperativa de crédito ligada à empresa, onde muitos trabalhadores têm financiamento de casa própria e outros empréstimos. Há preocupação também com o futuro do plano de previdência privado mantido pela empresa. O presidente do Sindicato reclama do pouco envolvimento da prefeitura e do governo do Estado na garantia dos empregos e dos benefícios atuais dos trabalhadores.

Órgão está monitorando BRF-Brasil Foods e diz que ela não pode fazer aquisições
Valor 28.09.2011 - O Cade completa 500 sessões hoje de olho nos movimentos que a BRF-Brasil Foods está fazendo no mercado. O órgão antitruste está questionando a empresa sobre novas aquisições que ela pretende fazer no mercado, como a compra da Doux Frangosul. Segundo explicou o conselheiro Ricardo Ruiz, a BRF não poderia mais crescer através da compra de outras empresas, o que reduz ainda mais a concorrência no mercado. Ela deveria fazê-lo através da expansão de sua capacidade interna de produção.
"Todo o termo assinado com o Cade indica que a empresa chegou num patamar que é o limite", afirmou Ruiz, que deu o voto condutor da decisão que aprovou a criação da companhia, com uma série de condições. Ele reiterou que o Termo de Compromisso de Desempenho (TCD) - nome técnico do acordo pelo qual a BRF terá de se desfazer de fábricas, centros de distribuição e abatedouros de aves e suínos - indicou claramente "uma preocupação muito grande com o efeito da competição via aquisições". Ao unir as estruturas de Sadia e Perdigão, a BRF teria atingido, portanto, o grau máximo de aquisições aceitas pelo órgão.
Por outro lado, Ruiz enfatizou que "em nenhum TCD há preocupação com o crescimento autônomo das empresas". "Que ela cresça através de novas plantas, do aumento de sua capacidade produtiva. A empresa pode abrir fábricas, aumentar a produção por esforço próprio", exemplificou.
O procurador-geral do Cade, Gilvandro Araújo, entrou em contato com representantes da BRF para ter informações sobre novas aquisições. Ele foi informado que nada foi fechado até ontem.
Até aqui, a BRF informou ao mercado que está negociando a compra de alguns ativos relacionados com a operação de produção e abate de suínos da Doux Frangosul, localizada no distrito de Ana Rech, em Caxias do Sul (RS). A empresa também inaugurou uma unidade de processamento de suínos, em Campos Novos (SC), voltada para a exportação para os mercados chinês e japonês.
"Nesse período de cumprimento (das condições impostas pelo Cade), é natural que sejamos informados sobre manifestações públicas que possam afetar o caso", cobrou Araújo. "Existem condições a serem cumpridas e eles [da BRF] sabem disso", completou.
As condições foram estabelecidas em 13 de julho e determinam que a BRF deve vender até março um pacote de fábricas, centros de distribuição e abatedouros, que equivalem a 730 mil toneladas de produtos para uma única companhia. Além disso, as marcas Perdigão e Batavo serão suspensas e a BRF não pode lançar marcas novas.
O objetivo do Cade com essas condições foi o de abrir caminho para outras concorrentes ocuparem o espaço das marcas que serão suspensas e, principalmente, o de criar uma companhia que seria a concorrente direta da BRF em 14 mercados dominados pela Sadia e a Perdigão. Logo, para o órgão antitruste, a BRF deveria estar na fase de vender os seus ativos, e não fazer novas aquisições.
Os conselheiros do Cade estão preocupados com quatro atitudes da BRF. Um dia após a decisão, a empresa anunciou uma nova marca de queijo da Sadia. Em seguida, declarou que vai recompor rapidamente os ativos que o Cade mandou vender. Depois, informou que pode fazer uma troca de ativos no exterior para minimizar os efeitos das vendas que terá de fazer no Brasil por força da decisão antitruste. Por fim, veio o anúncio da negociação com Doux Frangosul.
Esses movimentos levaram integrantes do Cade a estudar a aprovação de um ofício público para pedir explicações. Até agora, esses pedidos estão sendo feitos diretamente à empresa, mas, se novas aquisições da BRF se confirmarem, o plenário do Cade pode se reunir novamente para discutir o acordo assinado com a empresa.

Rede Energia fecha contrato para venda de participação na Tangará
Brasil Econômico 27.09.2011 - A Rede Energia informou que chegou a um acordo para a venda de toda a participação detida em sua controlada Tangará Energia, juntamente com seu sistema de transmissão, para a Translead Empreendimentos e Incorporações.
A Tangará é uma concessionária de exploração do aproveitamento hidrelétrico no Rio Guaporé, localizado no município de Pontes e Lacerda, no Mato Grosso.
Segundo comunicado divulgado pela empresa do setor elétrico nesta terça-feira (27/9), a efetivação do negócio está sujeita à aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Iberdrola quer fatia maior na Neoenergia
Valor 28.09.2011 - A Iberdrola está negociando um aumento de participação na Neoenergia dos atuais 39% para 60%, de acordo com uma fonte da Neoenergia familiarizada com o tema.
A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, ficaria com 20% de participação na empresa e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com outros 20%, o que significaria a saída do BB Investimentos, que tem 11,99%.
Segundo a fonte, a operação precisa ser oficializada logo, para que a Iberdrola possa lançar os resultados da Neoenergia no balanço de 2011. A companhia só poderá contabilizar o resultado da Neoenergia se for majoritária, de acordo com as normas internacionais de contabilidade (IFRS).
Uma fonte da Previ com conhecimento das negociações disse que as conversas entre os envolvidos continuam em aberto e nenhum acordo foi firmado.
De acordo com o interlocutor, além da questão do preço, há questões de governança e a decisão sobre o negócio teria que passar pelo crivo do governo federal.
A assessoria da Iberdrola do Brasil disse que não comentaria o tema. O Banco do Brasil também não se manifestou.
O presidente da Iberdrola na Espanha, Ignacio Sánchez Galán, que esteve no Brasil no início do mês, já havia confirmado que a empresa tem o objetivo de ser majoritária no capital da Neoenergia.
A Neoenergia controla as distribuidoras Celpe, Cosern e Coelba, além de ativos no setor de geração, como a participação na usina hidrelétrica Teles Pires. A companhia também tem, por meio da Bolzano, uma participação de 10% na empresa que administra a usina hidrelétrica de Belo Monte.
O grupo espanhol adquiriu a distribuidora Elektro no início do ano. Especula-se que a Elektro seria um dos alvos de aquisição cobiçados pela CPFL Energia, uma das empresas que lideram o movimento de consolidação do setor e na qual a Previ também tem participação acionária.
No mercado, cogita-se que a Elektro poderia ser a moeda de troca da Iberdrola pelo aumento da participação da espanhola na Neoenergia. Entretanto, isso só deverá ser definido em uma segunda etapa da negociação. O receio da Previ e do BB é que a incorporação da Elektro na Neoenergia dilua a participação dos sócios e aumente a da Iberdrola, que acabaria colocando pouco dinheiro na transação.

Enesa desiste de oferta inicial de ações
Valor 28.09.2011 - As incertezas em relação às economias globais e à instabilidade nos mercados de capitais levaram a Enesa Participações a desistir de sua oferta pública inicial de ações. Na fila desde março deste ano, a empresa, que atua na área de montagem de equipamentos para os setores de energia e siderurgia, teve seu pedido de registro de oferta pública indeferido anteontem pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que explicou que não foram atendidas as exigências no prazo estabelecido.
"Ficamos atentos até o último minuto, mas o mercado é o que é", lamentou o vice-presidente da Enesa, Hermes Eduardo Moreira Filho, que conta que reuniões realizadas com investidores locais e internacionais mostraram que as intenções de investimento não chegariam a um preço interessante para a companhia, que, então, desistiu da operação.
A empresa pretendia investir os recursos captados com a oferta primária de ações em novas aquisições e no reforço da estrutura de capital.
O executivo diz que vem conversando com os acionistas da empresa - o FIP Brasil de Governança Corporativa, gerido pelo grupo BR Investimentos; o Óleo e Gás FIP, administrado pelo Banco Modal; e o Santander Brasil -, além do BNDES, para definir uma estratégia caso o mercado de capitais continue de mau humor.
Ele destaca que a empresa possui caixa líquido positivo de mais de R$ 200 milhões e que será "cautelosa e criativa" para continuar participando da agenda de investimentos no país. A Enesa tem faturamento já contratado para o ano que vem 30% superior ao de 2011.
No ano passado, a companhia registrou lucro líquido de R$ 67,5 milhões, 22% superior ao desempenho de 2009, e encerrou 2010 com patrimônio líquido avaliado em R$ 294,12 milhões.
A empresa planeja executar um plano de investimentos da ordem de R$ 50 milhões no ano que vem e de R$ 70 milhões em 2013. Os aportes são voltados para o braço de locação de equipamentos, estratégico no atual momento vivido pelo país, com diversas obras de infraestrutura em andamento.
Entre os principais projetos da Enesa na área de energia estão a instalação de turbinas nas hidrelétricas de Jirau e Estreito, do grupo GDF Suez e Salto Pilão. Em siderurgia e mineração, a companhia foi responsável pela montagem do projeto Alumar, da Alcoa, no Maranhão, e da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), da ThyssenKrupp, no Rio.
O ano não vem se mostrando favorável para ofertas. Apenas neste mês, a holding de moda InBrands desistiu de realizar sua operação e a produtora de grãos Los Grobo, da Argentina, arquivou seus pedido de abertura de capital.
Por não concordarem em negociar as ações com desconto, a Liz Cimentos e a Copersucar também interromperam seus planos de ir à bolsa. A Petrorecôncavo, por sua vez, pediu a interrupção da análise da oferta até o fim do ano, com esperança de que o mercado esteja disposto a pagar um preço melhor pelos papéis.

Hotéis Slaviero
Folha 28.09.2011 - A rede paranaense de hotéis Slaviero investirá R$ 800 milhões na construção de mais de 30 hotéis nos próximos dez anos. A expectativa da companhia é ter unidades em todas as capitais do país.
"Abriremos entre três e quatro hotéis por ano, com recursos próprios e parceiros locais em cada uma das cidades", afirma o diretor-presidente da empresa, Eduardo Campos.
A expansão será realizada com "greenfields", unidades construídas desde o início, e "retrofits", reformas de hotéis já existentes.
As próximas inaugurações serão em Balneário Camboriú, em dezembro, e Cuiabá, em fevereiro. Em 2012, a rede, que tem hoje 19 hotéis, deve abrir unidades em Salvador e Belo Horizonte.

Caio elevará produção com Busscar
Valor 28.09.2011 - Com a proposta de R$ 40 milhões para a compra da fábrica da Busscar, em Joinville, a fabricante de ônibus Caio Induscar busca uma alternativa para manter o ritmo de crescimento e expandir a produção, hoje próxima do limite físico na unidade de Botucatu (SP). Segundo dados da companhia informados à Associação Nacional de Fabricantes de Ônibus (Fabus), a Induscar produziu 6.122 veículos de janeiro a agosto, 1,5% maior do que os 6.034 ônibus fabricados no mesmo período do ano passado.
No mesmo período, a Fabus apurou produção de 22.502 veículos, retração de 7,7% sobre os oito primeiro meses de 2010. De acordo com Maurício Cunha, diretor industrial da Caio, a empresa ajuizou proposta para aquisição do terreno e prédio da fábrica, além de equipamentos e máquinas. A marca e os modelos estão fora do negócio, nesse momento.
"Estamos muito próximos da saturação em Botucatu e temos interesse em assumir uma estrutura que está pronta para a atividade", diz o diretor. A Caio produz 37 ônibus por dia e tem cerca de 4,5 mil funcionários na fábrica de carrocerias e nas unidades de fabricação de peças de fibra de vidro.
Segundo o presidente do Sindicato dos Mecânicos de Joinville, João Bruggmann, os R$ 40 milhões seriam suficientes para cobrir metade das dívidas da Busscar com os trabalhadores. A empresa está com 18 salários atrasados, além de dois 13º salários. De acordo com Bruggmann, cerca de 900 trabalhadores ainda estão ligados oficialmente à Busscar. Procurada, a diretoria da empresa informou que não comentaria a proposta da Caio porque ainda não foi oficialmente comunicada.
Essa foi a primeira proposta oficial feita para a compra da fábrica. Segundo Bruggmann, a notícia é positiva. "É a primeira vez que alguém ofereceu um valor real e os trabalhadores têm expectativa de receber pelo menos parte dos atrasados", disse.
A Justiça do Trabalho deverá intimar as partes envolvidas no processo antes de tomar uma decisão sobre a proposta de compra da fábrica. A expectativa do Sindicato dos Mecânicos é que se tenha uma definição em até 15 dias.
Segundo Cunha, a experiência dos profissionais em cargos de gerência e projeto e a mão-de-obra operacional treinada interessam à Caio. A empresa chegou a enviar uma equipe de recursos humanos a Joinville para recrutar interessados em trabalhar no interior paulista, mas poucos aceitaram a transferência, informou o diretor.
"Temos interesse em retomar os empregos, gradualmente", disse. A empresa tem grande participação no segmento de ônibus urbano - responde por 90% da produção, mas vê possibilidade de expansão também no segmento rodoviário.

Foxconn pode ficar sem o apoio do BNDES
Exame 27.09.2011 - Não seria apenas a falta de sócio brasileiro o motivo de continuar incerta a instalação de uma nova fábrica da Foxconn no Brasil para produzir localmente o iPad, da Apple, conforme disse publicamente o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, recentemente. O maior enrosco é o financiamento da operação, que estaria orçada em 12 bilhões de dólares segundo o governo brasileiro anunciou durante a visita da presidente Dilma Rousseff à China. Contava-se que isso seria resolvido com a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
Porém, nos últimos meses, depois que tomaram conhecimento dos detalhes da proposta da Foxconn, os técnicos do BNDES teriam recuado em relação à ideia de injeção de dinheiro do banco estatal no negócio. De acordo com uma pessoa próxima à negociação, o BNDES ficou com a impressão de que os taiwaneses ao final não fariam nenhum investimento. Daí a necessidade de, além de ter o banco brasileiro como financiador, achar também uma empresa local para ser sócia estratégica. Mas o próprio ministro Mercadante afirmou que as empresas brasileiras não têm “musculatura financeira” para arcar com o investimento. Sem o BNDES, sem sócio local e com os chineses pouco dispostos a colocar dinheiro próprio, a fantástica fábrica de 12 bilhões de dólares e 100 000 funcionários parece um devaneio distante.


Genéricos avançam em farmácia popular
Valor 28.09.2011 - Odnir Finotti, presidente da Pró Genéricos, diz que as vendas crescem mês a mês. A venda de medicamentos genéricos no programa Aqui Tem Farmácia Popular, do governo federal, já representa 65% do total comercializado pelos estabelecimentos que participam dessa rede. Esse programa oferece remédios gratuitos para combater diabetes e hipertensão e subsidiados para asma, rinite, mal de Parkinson, osteoporose e glaucoma, além de fraldas geriátricas.
Em janeiro, a participação desse segmento estava em 51%. No mês seguinte, quando o governo federal anunciou a distribuição gratuita de medicamentos para diabetes e hipertensão, a fatia de genéricos saltou para 56% e em agosto ficou em 65%, de acordo dados do Ministério da Saúde, compilados pela Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos). "A participação dos genéricos cresce mês a mês", diz Odnir Finotti, presidente da entidade.
A distribuição gratuita de medicamentos para diabetes e hipertensão começou a partir de fevereiro deste ano. De janeiro a agosto, cerca de 7 milhões de pessoas utilizaram o programa Aqui Tem Farmácia Popular. Deste total, 6,344 milhões de pessoas receberam gratuitamente medicamentos para diabetes e hipertensão. "Já são cerca de 20 mil estabelecimentos. No início do ano, a expectativa eram 15 mil", afirmou Finotti.
Para este ano, o orçamento para esse programa, que prevê medicamentos com 90% de subsídio por parte do governo, foi fechado em R$ 470 milhões. A fatia com produtos gratuitos contra diabetes e hipertensão consome cerca de 60% do total.
Apesar das críticas no mercado de que faltam produtos para abastecer esses estabelecimentos conveniados com o governo, os principais laboratórios acreditam que esse programa tem melhorado o acesso da população aos medicamentos.
Segundo Marco Aurélio Miguel, diretor de marketing da divisão EMS genéricos, vice-líder nesse segmento, a partir de 2006, com a expansão desse programa para as redes privadas, a demanda pelos produtos da EMS teve um grande crescimento.
A EMS atende o programa Farmácia Popular com 20 apresentações de produtos, entre elas, atenolol, captopril, maleato de enalapril e sinvastatina e lidera o fornecimento de sete desses produtos, como o caso do atenolol (25 mg com 60 comprimidos), glibenclamida, hidroclorotiazida, alendronato de sódio (apresentações de 70 mg com 2 e 4 comprimidos), brometo ipratropio e maleato de timolol. Entre setembro de 2010 e agosto de 2011, a demanda da EMS Genéricos no Farmácia Popular foi de R$ 235,6 milhões. No mesmo comparativo, a demanda foi de 19,3 milhões de unidades.
Procurada, a Medley, controlada pela francesa Sanofi-Aventis, líder em genéricos, informou que "graças a um portfólio relevante em diabetes e hipertensão, a companhia tem conseguido contribuir para o esforço do governo de ampliar o acesso a medicamentos importantes para a população brasileira, por meio do Farmácia Popular".

Vale x PETROBRAS
GPdeLondrina 27.09.2011 - A Vale já tem um contrato de arrendamento com a Petrobras pelo qual produz potássio na região a partir da mina de Taquari-Vassouras
Petrobras e Vale ainda não chegaram a um acordo sobre o projeto de potássio Carnalitas no Sergipe porque negociam como tornar compatível a exploração de petróleo e de potássio existentes na mesma localidade, afirmou o diretor de Operações da Vale Fertilizantes, Marcelo Fenelon, nesta terça-feira.
A Petrobras, segundo ele, talvez tenha de abrir mão de explorar uma parte das reservas, que integram o campo de Carmópolis, um dos maiores produtores de petróleo em terra do país.
O acordo entre Vale e Petrobras não tem previsão para ser celebrado, disse o executivo a jornalistas após palestrar no 14o Congresso Brasileiro de Mineração, em Belo Horizonte.
"Está sendo discutida a convivência da lavra de petróleo com a lavra de potássio. Convivência ou prioridade", disse o executivo ao ser indagado sobre o que falta para que um acordo entre Vale e Petrobras seja realizado.
A Vale já tem um contrato de arrendamento com a Petrobras pelo qual produz potássio na região a partir da mina de Taquari-Vassouras. O objetivo da Vale é ampliar a produção de potássio em mais de três vezes a partir da exploração de outras minas que ficam na área da Petrobras, onde a estatal possui direitos minerários.
Para tanto, as duas empresas precisam realizar um contrato de arrendamento ou de venda dos direitos minerários da Petrobras para a Vale.
Fenelon afirmou ainda que a Vale Fertilizantes possui projetos suficientes para passar de 14o lugar para 5o no ranking dos maiores produtores de potássio do mundo.
Os projetos têm previsão de entrada em operação até 2020 e demandam investimentos de 15 bilhões de dólares, informou ele.

Termelétrica arrendada pela Petrobras em MT já opera
Estadão 27.09.2011 - A usina termelétrica de Cuiabá, em Mato Grosso, arrendada pela Petrobras em março passado, entrou em operação hoje. Com capacidade para gerar 480 megawatts (MW), volume suficiente para suprir até 60% da demanda por energia de Mato Grosso, a unidade estava com atividades paralisadas desde agosto de 2007 em função da interrupção do fornecimento de gás natural pela Bolívia.
O imbróglio foi solucionado graças à participação da Petrobras, que após arrendar a unidade junto à Empresa Produtora de Energia (EPE), negociou a retomada do fornecimento de gás natural com a estatal boliviana Yacimientos Petroliferos e Fiscales Bolivianos (YPFB). "Temos certeza de que este é um dia histórico para o Estado, porque a garantia do gás natural para a térmica é a garantia de desenvolvimento do mercado de gás para todo Mato Grosso", afirmou o gerente da Petrobras, João Marcello Rangel, segundo nota da Pantanal Energia, nome utilizado pela EPE.
O acordo entre Petrobras e EPE sobre a Usina Termelétrica Governador Mário Covas foi formalizado em 29 de março e tem prazo até o final de 2012. Conforme acordado, a Petrobras se tornou titular da energia gerada no empreendimento. Para viabilizar a geração de energia, a estatal brasileira negociou com a YPFB a entrega de até 2,2 milhões de metros cúbicos por dia. "Nestes dois próximos anos, vamos estudar a forma de instituir um contrato diretamente com a Pantanal Energia", destacou o diretor nacional de Gás Natural da YPFB, Jorge Sosa.

Grupo Ibmec reestrutura a Veris Educacional
Valor 28.09.2011 - Após vender as faculdades Uirapuru e Imapes, de Sorocaba, para a Anhanguera há sete meses, o Grupo Ibmec reestrutura a Veris Educacional, formada por três faculdades voltadas a alunos das classes C+ e B, dispostos a pagar mensalidades entre R$ 600 e R$ 700.
A meta é transformar a Metrocamp, faculdade de Campinas adquirida em 2008 pela Veris, em uma unidade do Ibmec a partir de 2016. "Será uma mudança gradual. Temos um concorrente forte na região que é a Facamp por isso vamos fazer essa mudança com cuidado", diz VanDyck Silveira, presidente do Grupo Ibmec desde fevereiro.
O Ibmec só pode abrir uma unidade em São Paulo (em um raio de 120 quilômetros a partir da Praça da Sé) daqui cinco anos por conta do acordo fechado com o Insper, que até 2009 operava também com o nome Ibmec. "Esse é o tempo necessário para o Insper consolidar seu [novo] nome no mercado. A partir 2016, podemos abrir unidades em São Paulo e eles nas praças em que atuamos", diz Silveira. "Com certeza teremos também um Ibmec na capital no dia 1º de janeiro de 2016".
As faculdades IBTA e Veris, cujos campi ficam em São José dos Campos e em São Paulo, respectivamente, também passarão por mudanças. Essas duas unidades que atualmente ministram apenas cursos tecnológicos, com duração de dois anos, terão também graduação nas áreas de engenharia, segundo Silveira.
O Valor apurou que as faculdades Veris chegaram a ser oferecidas a possíveis compradores. Questionado se o Ibmec está em negociações ou tem intenções de vender esses ativos, uma vez que o foco atual do grupo é a marca Ibmec, Silveira negou que tenha planos de se desfazer dessas faculdades: "Vendemos a Uirapuru e Imapes porque o perfil delas era muito diferente das demais faculdades da Veris. Mas foram vendas pontuais, não pretendemos vender as outras".
Entre as estratégias atuais de crescimento, uma delas é transformar o Ibmec em uma universidade politécnica com cursos de engenharia, arquitetura e, possivelmente, design e gestão de saúde. Hoje, o Ibmec é basicamente uma escola de negócios, com cursos nas áreas de administração, economia e gestão. A meta para 2014 é atingir um faturamento de R$ 340 milhões, o que representa o dobro da receita registrada no ano passado
As mudanças no foco do grupo Ibmec foram anunciadas um ano após a entrada da fundo americano de investimento Capital, que em 2010 adquiriu 30% do capital do Ibmec por R$ 130 milhões.

Banco Bracce
Folha 28.09.2011 - O Banco Bracce começa a oferecer operações estruturadas, com emissão no mercado de capitais, para empresas de médio porte.
"Permite que empresas com faturamento entre R$ 100 milhões e R$ 1 bilhão também captem a longo prazo", segundo Patrícia Bentes, vice-presidente do banco.
"São operações com várias garantias, prazo de 48 meses e 12 meses de carência, a um custo entre 180% e 200% do CDI", diz ela. Para o investidor, gira em torno de 150% do CDI, um potencial de retorno acima da média do mercado para risco similar."

Empreiteiras da China planejam entrada no mercado brasileiro
Valor 28.09.2011 - Depois de décadas de forte crescimento das operações na Ásia e na África, empresas de construção da China agora estão de olho no mercado brasileiro, e do resto da América Latina, para expandir os negócios. Chunhe Diao, presidente da China International Contractors Association (Cica), que reúne empresas do setor com contratos de US$ 134 bilhões no exterior em 2010, disse ontem que várias empresas chinesas examinam operações de fusão ou aquisição no Brasil, visando especialmente projetos de infraestrutura.
"O Brasil é um dos mercados que vamos explorar para crescer, e temos interesse também em construção de usinas, estradas e petróleo", afirmou o executivo ontem em Genebra. Ele participou de um seminário focado na estratégia internacional chinesa e avisou que os investimentos chineses no exterior "estão apenas no começo".
Nada menos de 800 empresas sócias da Cica participam de projetos internacionais, apoiadas pelo crédito barato que Pequim fornece para ganharem licitações. Os contratos externos das empreiteiras chinesas passaram de US$ 2,5 bilhões em 1990 para US$ 134,4 bilhões no ano passado e provavelmente US$ 150 bilhões este ano.
O plano chinês procura combinar comércio e investimentos. Diao afirmou que a China tem excesso de produção de aço, cimento e outros produtos, sugerindo indiretamente que quer ter mais companhias operando no exterior pode ajudar a escoar esse excesso.
No Brasil, um dos projetos que interessa aos chineses é o do trem-bala, estimado em R$ 33 bilhões, para o qual Pequim está disposto a entrar com financiamento.
Qitao Liu, presidente da China Communications Construction Company, confirmou que a empresa continua interessada em participar do leilão do trem-bala. Em relação ao financiamento da obra,, disse que isso estava sendo tratado "no mais alto nível", indicando que a participação poderia vir de decisão política.
O China ExIm Bank financia, por exemplo, 85% da construção de ponte sobre o rio Danúbio, na Sérvia. Dois terços da construção de um cassino nas Bahamas, também nas mãos de construtoras chinesas, são financiados por Pequim.
Para Changgi Wu, professor da Universidade de Pequim, o interesse da China pelo Brasil "é enorme". Conta que, no ano passado, acompanhou alunos empresários ao Rio, todos interessados no país. Segundo ele, um empresário, que foi seu aluno, produz pisos de madeira no Brasil e está ficando cada vez mais rico. "Ele agora comprou terreno na floresta", disse.
Os investimentos diretos estrangeiros (IDE) da China pularam de US$ 1 bilhão em 2000 para mais de US$ 60 bilhões no ano passado. Cerca de 70% foram na Ásia, outra fatia importante na África. O plano estratégico de Pequim prevê aquisições e fusões no exterior de pelo menos US$ 100 bilhões por ano, nos próximos cinco anos. É uma maneira de usar as reservas internacionais, de US$ 3,2 trilhões, e que podem duplicar até 2013.
Empresas como China National Machinery e China Railway Construction também participaram do seminário em Genebra, todas interessadas em expansão nos mercados emergentes. A mensagem principal dos chineses, trazida pelo vice-ministro de Comércio, Jian Chen, foi para os governos deixarem Pequim investir e não levantarem barreiras, sob o pretexto de segurança nacional.
Na Europa em crise, o primeiro contrato de uma gigante chinesa da construção na Europa terminou em fiasco. A empreiteira Covec está bem implantada na Ásia, tem operações na África, mas faltava a Europa. Ganhou licitação para a construção de uma estrada ligando a fronteira alemã a Varsóvia, para a Eurocopa de 2012.
A proposta chinesa era imbatível, bem mais barata que o previsto pelo governo polonês. Empresários poloneses reagiram, denunciando dumping e, na prática, um preço político, para que a Covec entrasse no mercado europeu. O grupo chinês disse que o preço era baixo em razão dos métodos de trabalho. Só que, depois de iniciar a obra, viu que não daria conta da tarefa. Quis renegociar o contrato, o que foi rejeitado pelo governo polonês, e teve que voltar para Pequim." (

Criador do Doritos será sepultado junto com salgadinhos
Reuters 28.09.2011 - O homem considerado o criador do Doritos será sepultado junto com alguns desses famosos salgadinhos de milho, disseram parentes dele nesta terça-feira.
Arch West morreu em 20 de setembro, aos 97 anos, por causas naturais, em um hospital de Dallas. Seus restos foram cremados, e a família pretende enterrar a urna no sábado em um cemitério local.
A família pediu que amigos e parentes participantes da cerimônia possam jogar Doritos em torno da urna, como forma de homenagem.
"Ele acharia isso hilário", disse sua filha, Jana Hacker. "O cemitério não se importa, porque eles são biodegradáveis."
O Doritos foi lançado em 1964 no sul da Califórnia, e em todo o território dos EUA em 1966, segundo Aurora González, assessora de imprensa da empresa Frito-Lay.
West, que se aposentou em 1971 como executivo de marketing da empresa, ficou interessado em produzir o salgadinho depois de provar uma espécie de tortilha crocante num quiosque de beira de estrada, durante férias no sul da Califórnia, no começo da década de 1960, segundo a filha dele.
"A empresa não gostou realmente da ideia, mas papai conseguiu direcionar parte do dinheiro (de pesquisa e desenvolvimento de produtos) para esse projeto", relatou ela.
O resto é história. O Doritos -- crocante e com um cheiro peculiar -- é o segundo salgadinho mais vendido entre as marcas da Frito-Lay, em nível nacional e internacional, perdendo apenas para a batata frita Lay's.
O sabor "queijo nacho" é o Doritos mais popular, segundo González. As vendas globais do Doritos chegaram a cerca de 5 bilhões de dólares em 2010.
Hacker disse que os sabores favoritos do criador eram o "Cool Ranch" e o "milho tostado."
"Eu sempre os tinha na minha lista de compras para ele, até o final", afirmou.

Inadimplência das pessoas físicas atinge maior nível desde maio do 2010
Agência Brasil 27.09.2011 - A inadimplência das pessoas físicas fechou agosto no maior nível desde maio do ano passado. Segundo dados divulgados nesta terça-feira (27/9) pelo Banco Central, os atrasos nos pagamentos de mais de 90 dias corresponderam a 6,7% das operações de crédito. Para as pessoas jurídicas, a inadimplência foi 3,9%, maior nível desde outubro de 2009.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o aumento da inadimplência foi provocado pelas medidas macroprudenciais tomadas no fim do ano passado, que encurtaram o prazo médio e ampliaram as taxas de juros das operações no primeiro semestre. “De fato, isso provocou um aumento, mas as taxas estão abaixo do observado em outros ciclos [de aperto no crédito]”, ressaltou.
Maciel descartou o risco de descontrole da inadimplência. Ele alegou que o crescimento do emprego, mesmo em ritmo menor que no ano passado, continuará a garantir o pagamento das operações de crédito pela população brasileira. “A massa salarial é uma variável importante quando olhamos para a inadimplência. Os salários ampliados são um indicador da capacidade de pagamento”, declarou.
Apesar do agravamento da crise econômica internacional, Maciel diz que a inadimplência se acomodará e não deverá voltar a crescer no próximo ano. “Mesmo havendo crise no cenário externo, nossa perspectiva é a de continuidade do crescimento da economia brasileira. Isso se reflete em maior massa salarial e nível de ocupação”, destacou.

Banco Central aumenta para 17% projeção de crescimento do crédito
JCRJ 27.09.2011 - O Banco Central (BC) revisou para cima as projeções de crescimento do crédito para este ano. Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, a estimativa de expansão passou de 15% para 17%.
A projeção de crescimento para o crédito com recursos livres em 2011 passou de 14% para 16%. Para o crédito direcionado, a previsão passou de 17% para 19%. Esse tipo de crédito tem taxas e recursos determinados em normas governamentais, destinado basicamente aos setores rural, habitacional e de infraestrutura.
Em relação ao tipo de instituição financeira, a previsão de crescimento do crédito dos bancos públicos passou de 15% para 18%. Para os bancos privados nacionais, a projeção foi revista de 15% para 17%. Apenas a previsão para os bancos privados estrangeiros foi mantida em 16%.
A relação entre o crédito e o que o país produz também foi revisada para cima. A proporção entre o crédito e o Produto Interno Bruto (PIB) deve fechar o ano em 49%, contra 48% estimados anteriormente.
Segundo Maciel, o crescimento da previsão do crédito das instituições públicas está relacionado principalmente à expansão dos financiamentos habitacionais. Apenas nos últimos 12 meses, o crédito para o setor habitacional e imobiliário subiu 44,8%.
Apesar de a expansão ter sido revista para cima, Maciel alega que as medidas tomadas pelo BC no fim do ano passado para conter o crédito estão surtindo efeito. “A moderação tem sido efetivamente verificada e as medidas macroprudenciais foram determinantes para isso, sobretudo no crédito voltado para a pessoa física”, alegou.
De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, mesmo com previsão de crescer 17%, o crédito continuará a se expandir em ritmo menor que no ano passado. Ele lembrou que o volume de crédito aumentou 20,6% em 2010. “A previsão para este ano ficará maior apenas do que em 2009, que foi um ano de crise”, declarou. Há dois anos, o crédito cresceu 15,2%.

Nenhum comentário:

Postar um comentário