segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Azul.CA.15.08

Daily News



Hypermarcas anuncia recompra de ações Exame 15.08.2011 - Papéis da fabricante de bens de consumo já recuaram 50% em 2011
A Hypermarcas (HYPE3) anunciou na noite de domingo (14) que irá recomprar até 9,5%% das suas ações em circulação no mercado em até um ano, mostra comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Os recursos serão debitados das contas de reserva de capital disponíveis. Os papéis serão mantidas em tesouraria para cancelamento ou posterior alienação. As ações poderão, ainda, serem utilizadas para o programa de opção de compra de ações da companhia.
As instituições financeiras que intermediarão as operações ainda não foram definidas. Além da recompra das ações no mercado à vista, o Conselho de Administração aprovou a negociação dos papéis por meio da aquisição de opções de compra (calls) e o lançamento de opções de venda (puts). O prazo para a negociação das opções é de 180 dias.
Os papéis da fabricante de bens de consumo acumulam uma desvalorização de 50% em 2011.

Cemig negocia participação em Belo MonteValor 15.08.2011 - Obra da usina de Belo Monte, no rio Xingu, está orçada em R$ 26 bilhões.
Além de usar a Light para entrar em Belo Monte, a Cemig também estuda adquirir uma participação direta na sociedade e com isso ter ao todo 10% do empreendimento. A estatal mineira deve comprar os 5% que estão hoje nas mãos das construtoras OAS e Queiroz Galvão e a Light, onde a Cemig é principal acionista, fica com os 5% das pequenas construtoras ainda sócias da usina hidrelétrica de Belo Monte. Se fechar a sociedade, a estatal vai se comprometer com um investimento da ordem de R$ 3 bilhões.
O negócio está sendo avaliado pela diretoria de Desenvolvimento de Negócios, hoje sob o comando da Andrade Gutierrez, detentora de 33% da Cemig. A Andrade é a líder do consórcio construtor da usina hidrelétrica de Belo Monte. Essa será a primeira grande obra do setor elétrico em que a empreiteira sai da sombra de suas concorrentes Camargo Corrêa e Odebrecht. Em Santo Antônio, megausina que está sendo construída no rio Madeira, a Andrade é sócia da Odebrecht na construção e ainda sócia da concessionária que também tem a participação da Cemig.
A entrada da Cemig em Belo Monte, direta e indiretamente, vai lhe render mais de mil megawatts de capacidade instalada e 440 MW de energia para ser comercializada. Segundo um executivo da estatal mineira, que não quis se identificar, a expectativa é que a avaliação da entrada da empresa no negócio seja concluída entre 30 e 60 dias. "Essa discussão surgiu há três ou quatro meses. A Andrade vê como um bom negócio. O que precisa ser equacionado é o retorno desse possível investimento", afirma o executivo.
No inicio do processo de Belo Monte, a Cemig cogitou participar do leilão de licitação da usina, mas acabou recuando. De acordo com o executivo da empresa, o que mudou agora é que "as condições melhoraram e estão muito mais claras".
O investimento total previsto na usina está em torno de R$ 26 bilhões, com praticamente todos os contratos fechados. O BNDES já concedeu um empréstimo ponte de mais de R$ 1 bilhão e a energia livre, 20% dos 4.400 megawatts (MW) que estão livres para ser vendido no mercado tem um contrato de opção de venda para empresas da Eletrobras. A estatal federal, direta e indiretamente, tem pouco menos que 50% do negócio. Ela tem 15%, enquanto a Eletronorte em 19,98% e a Chesf tem mais 15%.
A Neoenergia, que tem a Previ como principal sócia, tem 10%, os fundos de pensão Petros e Funcef têm, cada um, também 10%. Como autoprodutores, a Vale participa com 9% e a Sinobras, com 1%. A Vale também não fez parte do consórcio original que venceu a licitação.

Despesas pressionam Magazine LuizaValor 15.08.2011 - Apesar da expansão nas vendas, a rede Magazine Luiza registrou redução no lucro líquido e na rentabilidade no segundo trimestre do ano. A soma dos lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu magros 2,1% no período em relação a 2010. O comando do grupo diz que essa perda de vigor já era esperada e está dentro do calculado.
"Tivemos a Copa do Mundo no segundo trimestre do ano passado, o que torna a base de comparação mais alta. Houve uma mudança de mix de produtos comprados neste ano, o que afetou a margem do negócio", disse Marcelo Silva, diretor superintendente da rede.
Segundo o executivo, não há sinais de que a demanda esteja sofrendo algum arrefecimento no terceiro trimestre do ano. As vendas de mesmas lojas em julho cresceram acima de 20% e "agosto tem sido um bom mês", disse. "É claro que não sabemos o que pode acontecer e se percebemos sinais de mudanças no ar, então teremos que repensar nossa estratégia".
De acordo com os números publicados, no segundo trimestre a receita líquida subiu 37,3% ao atingir R$ 1,47 bilhão, mas o lucro encolheu 71,2%. A margem Ebitda caiu de 6,6% para 4,9%.
Apesar de dizer que não percebeu sinais de desaceleração nas atividades, alguns números da rede pioraram na comparação com o primeiro trimestre do ano. A receita líquida subiu tímidos 4% de abril a junho de 2011 em relação a janeiro a março. A margem Ebitda caiu de 5,9% para 4,9%. O lucro líquido, de R$ 12,3 milhões nos primeiros três meses, foi a R$ 4,6 milhões no segundo trimestre.
Quando questionado sobre essa comparação, Frederico Trajano, diretor executivo de vendas e marketing, disse que a piora de alguns indicadores é natural entre os dois trimestres. "Temos a liquidação do Magazine Luiza no começo do ano. É um evento de vendas fortes e puxam o resultado do primeiro trimestre", afirmou ele.
Segundo relatório de analistas, as despesas no segundo trimestre pressionaram os números da rede. As despesas gerais e administrativas aumentaram 60,3% nesse intervalo em relação a 2010, atingindo R$ 74,9 milhões de abril a junho. A mudança do escritório central do grupo de Franca, interior paulista, para São Paulo e a manutenção do escritório da Lojas Maia, comprada no ano passado, contribuíram para esse aumento.
Na soma total, o valor das despesas operacionais passou de quase R$ 298 milhões para R$ 410,7 milhões de abril a junho de 2011.

CVM vai acompanhar caso do fechamento dos fundos da GWIValor 15.08.2011 - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vai acompanhar os desdobramentos do fechamento dos fundos da gestora GWI. As nove carteiras, incluindo uma de investimento no exterior e uma de funcionários da gestora, foram fechadas para resgate na sexta-feira pelo administrador, o banco BNY Mellon, depois de um dos fundos registrar perdas além do patrimônio. As carteiras em geral vinham apresentando pesadas perdas por conta de apostas alavancadas em papéis de baixa liquidez, especialmente as ações do Marfrig.
O caso mais grave é o do fundo GWI Private, de investimentos no exterior, que terminou dia 10 com patrimônio negativo de R$ 25,8 milhões - ou seja, os seis cotistas da carteira terão que cobrir esse rombo. No início de agosto, ele tinha patrimônio de R$ 181,5 milhões. A carteira possuía aplicação mínima de R$ 10 milhões.
Todos os fundos da GWI tiveram perdas, o que fez o patrimônio da gestora cair de R$ 387 milhões no começo de agosto para R$ 82 milhões no dia 10, uma perda de 79% em oito pregões.
O impacto do fechamento dos fundos da GWI não foi maior porque a clientela da gestora era concentrada. O maior fundo, o Leverage, tinha cerca de 500 cotistas, em geral, pessoas da comunidade coreana, ligadas ao gestor Mu Hak You.
A CVM informou também que não há sinais de problemas com outras gestoras, apesar de muitos fundos multimercados e de ações estarem apresentando fortes perdas por conta da queda da bolsa, especialmente os alavancados, que assumem riscos além de seu patrimônio. Os administradores das carteiras, como o BNY Mellon, Itaú e Bradesco, que fiscalizam o trabalho dos gestores, são obrigados a informar a CVM no caso de algum fundo ultrapassar os limites estabelecidos em seus regulamentos.
Em nota, a CVM diz que "está acompanhando de perto os acontecimentos com os fundos geridos pela GWI e, em relação a outros possíveis casos similares, vale mencionar que (...) no momento não há registro de desenquadramento em relação a limites de alavancagem e exposição."
Não é a primeira vez que os fundos da GWI são fechados pelo administrador. Na crise de 2008, ocorreu o mesmo com duas carteiras depois da forte queda das bolsas. Não foram registrados, porém, irregularidades na condução das carteiras, como riscos além dos autorizados, e os fundos foram reabertos. A gestora inclusive ampliou o leque de fundos, criando carteiras mais conservadoras, como um fundo de dividendos.

Minerva reduz perda e eleva margemValor 15.08.2011 - O Minerva, que é um dos maiores frigoríficos do país e acaba de fazer uma emissão de debêntures conversíveis em ações de R$ 200 milhões, encerrou o segundo trimestre do ano com uma receita bruta superior a R$ 1 bilhão. Foram R$ 1,015 bilhão, 10,3% mais do que os R$ 920,2 milhões do segundo trimestre de 2010.
Um percentual de 47,4% dessa receita, ou R$ 481 milhões, foram obtidos no mercado doméstico, de acordo com a empresa. Esse valor é 81,4% superior ao do segundo trimestre do ano passado. "É o resultado da estratégia do Minerva de maior foco no mercado interno", diz Fernando Galetti de Queiroz, diretor-presidente do Minerva. As exportações do Minerva, porém, caíram 14,6% na mesma comparação.
O Ebitda, lucro antes dos juros, impostos e depreciação, foi de R$ 79,7 milhões no segundo trimestre, 14,35% mais do que os R$ 69,7 milhões do segundo trimestre de 2010. A margem Ebitda também aumentou na mesma comparação, saindo de 7,8% para 8,5%. De acordo com Queiroz, a expansão na margem foi possível porque a empresa colocou em prática uma agressiva estratégia de compras de gado bovino para abate à vista, o que permite descontos.
Apesar dos dados operacionais positivos, o resultado líquido do Minerva sofreu o efeito do câmbio em função de operações de hedge, segundo o diretor-presidente. A empresa fechou com um prejuízo de R$ 3,4 milhões no trimestre que passou ante perda de R$ 7,4 milhões no mesmo período de 2010.
De acordo com Eduardo Takeiti, gerente executivo de relações com investidores do Minerva, no segundo trimestre, a empresa ampliou a utilização de sua capacidade instalada para 76,7%, ou 4,2 pontos percentuais mais do que no primeiro trimestre. O abate de bovinos do Minerva totalizou 432 mil animais no segundo trimestre, 5,7% mais do que nos três primeiros do ano e 15,9% que em igual intervalo de 2010.
A empresa encerrou o segundo trimestre com um caixa de R$ 613 milhões, dívida líquida de R$ 1,258 bilhão e uma alavancagem (relação entre Ebitda e dívida líquida) de 3,99 vezes praticamente estável em relação ao primeiro trimestre.
"Com as debêntures, vamos melhorar a estrutura de capital da empresa e reduzir a alavancagem", disse Queiroz. Segundo ele, com os recursos, a companhia pretende pagar compromissos.
Ainda que não tenha conseguido captar os R$ 300 milhões inicialmente pretendidos na operação de debêntures, Queiroz considerou o resultado da emissão positivo diante do cenário internacional, que tem desestimulado operações de captação. "Considerando o cenário turbulento, foi um sucesso", disse.
Segundo ele, a taxa da operação de 95% do valor de face, foi "equilibrada". "Existia demanda a patamares mais baixos, mas privilegiamos o custo do capital e não o tamanho da oferta", argumentou.
Para Queiroz, com "uma estrutura de capital mais equilibrada", a empresa tem mais oportunidade de avaliar a aquisição de ativos "que façam sentido". Disse, porém, não haver nada "no radar" no momento. Sobre a eventual oferta por ativos que a BRF-Brasil Foods colocou à venda para sua criação ser aprovada, afirmou apenas: "Sem dúvida, o Minerva está estudando oportunidades."
No semestre, o Minerva obteve receita bruta de R$ 1,953 bilhão, alta de 15,2% sobre os primeiros seis meses de 2010. O Ebitda subiu, 22%, para R$ 139,9 milhões. A empresa também conseguiu reverter o prejuízo, que foi de R$ 31,4 milhões no primeiro semestre de 2010, e lucrou R$ 11,2 milhões.

Metalúrgica do ABC põe os pés no Chile e na ArgentinaValor 15.08.2011 - Regina Venâncio, presidente, e Nelson Leme, vice-presidente da empresa, conduzem plano de expansão de R$ 300 milhões em tubos e laminados no país.
Passados 13 anos da morte de seu fundador e único controlador, a Termomecanica, tradicional metalúrgica de cobre do ABC paulista, rompe o silêncio e decide contar seus planos de investimentos, para crescer e ficar mais competitiva, e sua ida para o exterior. A empresa acaba de dar seu primeiro passo internacional com aquisição de uma fábrica no Chile e outra na Argentina.
Criada em 1942 para fabricar fornos e equipamentos de padarias, no bairro paulistano da Vila Prudente, ao longo dos anos derivou sua atividade para outros tipos de produtos. Transformou-se na maior fabricante do país de tubos, barras, conexões, perfis, tiras, fios, vergalhões e diversos tipos de materiais em cobre e suas ligas. Seu catálogo soma mais de cinco mil itens. A Termomecanica São Paulo S.A. foi fundada pelo imigrante italiano Salvador Arena, com um capital de apenas US$ 200. Com modelo de gestão diferenciado, Arena se tornou um empresário polêmico - chegou a pagar 27 salários aos empregados em um determinado ano, quando a prática de bônus por desempenho nem era adotada no país. Seu jeito de tocar a empresa era criticado por competidores do setor e até de fora. Quando perdeu o comando de Arena, a empresa viu seu fim ser decretado pela concorrência. E não foram poucas as propostas de compra que recebeu.
"Ela conseguiu resistir", relatam Regina Celi Venâncio e Nelson da Silva Leme, que assumiram, respectivamente, a presidência e a vice-presidência da diretoria executiva e dedicam mais de 12 horas na gestão diária. Advogada, Regina entrou na empresa nos anos 70 na área financeira e jurídica. Saiu, mas retornou algum tempo depois como diretora financeira e foi nomeada por Arena para presidir a fundação, FSA, que ele criara em 1964. Além de presidir o Conselho Curador da FSA, toca o dia a dia da entidade e preside o conselho da diretoria executiva da companhia.
Até 2014, empresa também planeja investir R$ 300 milhões para expandir negócios no mercado interno. Leme, também conselheiro da FSA, começou na mesma época. Formado em administração de empresas, passou pelas áreas financeira, de controladoria, auditoria e suprimento de matérias-primas, entre outras funções.
Tendo como única acionista a FSA, a empresa seguiu com o mesmo modelo e princípios herdados do fundador. E manteve-se lucrativa e sólida financeiramente. Conta com um caixa de R$ 500 milhões e não tem dívidas. Do lucro líquido, depois de pagar os dividendos da acionista, tudo é reinvestido. No Plano de Previdência (criado em 2000), a empresa cobre 80% do valor e os funcionários 20%, mas sem ultrapassar 5% do salário de cada um. A lista de benefícios é longa.
Do lucro operacional, 30% são destinados ao PPL, plano de participação nos lucros, dos 2 mil funcionários, que nos últimos anos varia de cinco a sete salários extras de cada funcionário. Em 2010, foi além: atingiu 8,2 salários. E 2,5 salários do PPL deste ano acabam de ser antecipados. Segundo os relatos, em 1948, Arena já premiava os empregados por desempenho.
No campo dos negócios, Regina e Nelson admitem que a TM, como a empresa também é chamada, precisa se expor mais à competição globalizada. A briga de mercado não se restringe às concorrentes locais e alguns externos. Agora, também tem de enfrentar a invasão chinesa.
No Brasil, a principal concorrente é a antiga Eluma, vizinha de Santo André, que se tornou divisão de produtos de cobre do grupo Paranapanema, controlado pela Previ e outros fundos de pensão e pelo BNDES.
A TM mantém-se líder no mercado do país e garante investir todo o tempo. "Não passamos nenhum ano sem investir", diz Leme. Quando não é em expansão, o foco é na atualização tecnológica das fábricas, trazendo máquinas e equipamentos modernos. Tudo com recursos próprios. Na hora de pegar algum financiamento, como Finame (BNDES), analisa se vale a pena.
Neste ano, a empresa conclui investimento de R$ 299 milhões, iniciado em 2009. "Sem isso, não ficamos competitivos em custo e em qualidade frente aos concorrentes externos, principalmente da China", diz a presidente. "É como fazem os alemães para ganhar competitividade".
As aquisições da Cembrass Chile e Cembrass Argentina, braços de um grande grupo chileno que sai desse mercado, no qual era líder, representa o caminho da internacionalização, um movimento importante. Com investimento de US$ 30 milhões, a ideia é conquistar mercados na América Latina, aproveitando o crescimento econômico da região, e abrir espaço nos países vizinhos para produtos que faz no Brasil. As duas fábricas, de vergalhões e barras de latão, em Santiago e na região de Buenos Aires, vêm se juntar às três de São Bernardo do Campo.
No ABC, depois de passar pelo bairro da Moóca, Arena chegou no início dos anos 50 ao adquirir uma grande área no bairro de Rudge Ramos, próximo da rodovia Anchieta, que liga São Paulo a Santos. Era o início da industrialização da região e iniciou a construção da primeira fábrica em meados da década, focada em metais não ferrosos. Ali, o engenheiro chegou a ter uma fábrica interna para fazer os próprios tornos mecânicos.
Paralelamente à primeira aquisição fora do país, a empresa tem pronto um plano de expansão de suas operações no Brasil. Vai até 2014 e pode atingir R$ 300 milhões. Seguindo a linha cautelosa da empresa, será feito em duas etapas. "Vamos sentir se o mercado mantém o ritmo de crescimento até lá", diz Regina. Esses investimentos vão reforçar e modernizar as linhas de tubos e de laminados, elevando a produção da TM do patamar atual de 100 mil toneladas para 150 mil ao ano. Para isso, a fundição de metais de cobre, o coração da TM, também vai crescer.
O negócio de tubos ganhará uma nova unidade, com tecnologia de produção contínua (de menor custo). No início, de 16 mil toneladas de capacidade. Na fase 2, dobra de tamanho. Outra grande parte dos recursos vai para a área de laminados, chegando a 40 mil toneladas já em 2012 e a 50 mil, se o mercado comportar, em 2014.
A partir deste semestre, a empresa conta com capacidade adicional de 16 mil toneladas de barras e vergalhões de latão no Chile e Argentina.
No ano passado, a companhia produziu e vendeu 90 mil toneladas, com receita bruta de R$ 1,25 bilhão e líquida de R$ 890 milhões. Gerou lucro líquido de R$ 135 milhões. A previsão para 2011 é vender 100 mil toneladas, distribuídas em cinco famílias de produtos: fios; tubos; barras, vergalhões e perfis; laminados (fitas, tiras e chapas) e buchas e casquilhos. Só de vergalhões, fios e ligas em bronze são mais de 50 mil toneladas.
O comando da TM, com cinco representantes da FSA no conselho de administração, já se preocupa com os rumos no futuro. Por isso, no início do ano passado, criou a Universidade Corporativa. O objetivo é garantir a perpetuidade, formando pessoas para ocupar cargos de gerência e até de diretoria, na entidade e na empresa. "Já olhamos os próximos dez anos, pensando na terceira geração que comandará a empresa", diz a presidente.
A diretoria-executiva da TM é formada por quatro profissionais de carreira - a presidente, o vice-presidente, diretora de investimentos e diretor de compras - e por mais quatro profissionais vindos do mercado: diretores comercial, administrativo-financeiro, industrial e de RH.

Na Siemens, o Brasil deixou a China para trásEstadão 14.08.2011 - Nos próximos cinco anos, gigante alemã vai dobrar investimentos no País, líder de crescimento entre as grandes nações emergentes.
Há duas semanas, ainda antes do rebaixamento da dívida americana, o presidente mundial da Siemens decretou: "A recuperação da economia mundial acabou." Ao constatar que o ritmo de crescimento da Europa e dos Estados Unidos voltará a se desacelerar, Peter Loescher enviou um recado claro ao mercado: a aposta da Siemens, nos próximos anos, estará nas grandes nações emergentes. Neste cenário, o Brasil surge como protagonista - o que vai impactar diretamente nas metas do diretor-presidente da operação local, Adilson Primo, cujas decisões passarão a ter um papel mais relevante no resultado global da gigante alemã.
 A aposta no Brasil está fundamentada em números. A receita em euros da operação local cresceu 32% em 2010, mais do que na Índia (17%) e na China (12%), enquanto a operação global sofreu leve retração. Por isso, a Siemens estabeleceu um plano ambicioso para Primo: dobrar as receitas brasileiras de 2 bilhões para 4 bilhões até 2015. Para viabilizar a meta, a empresa vai dobrar os investimentos no País, que atingirão US$ 600 milhões nos próximos cinco anos.
Em 2006, a venda da operação mundial de telefonia da Siemens resultou na desativação de uma unidade local de produção de celulares, em Manaus. Nos anos seguintes, porém, o investimento no Brasil acelerou: de 2006 a 2011, a empresa contratou 4 mil funcionários no País e o número de fábricas subiu de 5 para 13. A décima quarta unidade - uma linha de montagem de aparelhos de diagnóstico por imagem - será inaugurada no próximo ano, em Joinville (SC).
Adilson Primo, 58 anos, vai completar uma década como presidente da Siemens do Brasil no próximo mês de setembro. Na empresa desde 1977, ele diz que tanto as qualidades da economia brasileira quanto as carências estruturais do País contribuem para elevar as possibilidades de crescimento da Siemens. De um lado, o mercado interno está fortalecido, o que aumenta a capacidade de investimento de órgãos de governo e empresas. De outro, o portfólio da companhia está intimamente ligado às deficiências nacionais nos setores de energia, transporte e urbanização.
Primo explica que a visão estratégica da Siemens prevê que os países em desenvolvimento cresçam pelo menos o dobro das nações desenvolvidas nos próximos anos. Do ponto de vista macro, a priorização do Brasil se justifica pela baixa possibilidade de contágio da economia local por turbulência externas graças à força do mercado interno. "O consumo doméstico concentra 85% do PIB nacional. A perspectiva é de estabilidade macroeconômica com déficit público baixo, de 2,5%. Se o Brasil fosse parte da zona do euro certamente passaria no teste de estresse."
Primo afirma que as expectativas em relação ao Brasil só não são mais otimistas por causa dos desafios estruturais que impedem uma expansão anual da economia acima de 4%. "Não temos infraestrutura. Os portos operam no limite e os aeroportos mais parecem rodoviárias. Não há como crescer 5%", ressalta. No entanto, o executivo afirma que há indícios de que, dentro de suas limitações, o Brasil é um mercado confiável: "A indústria de carros continua a bater recordes, a construção civil ainda cresce e o investimento na infraestrutura também está aumentando, apesar de ainda aquém do desejado."
A decisão da Siemens de dobrar o investimento no mercado brasileiro não reflete somente os fundamentos da economia local, mas também o despertar de grandes concorrentes globais para o potencial do País. Enquanto a gigante alemã anunciou a aplicação de US$ 600 milhões nos próximos cinco anos, uma de suas principais rivais em nível mundial - a americana GE - prevê despejar US$ 570 milhões na operação local em 36 meses. As empresas disputam diretamente a clientela nas áreas de saúde, energia e mobilidade. Ambas também estão empenhadas em usar o Brasil como plataforma de expansão de uma das principais apostas para os próximos anos: as soluções ecologicamente corretas.
Tecnologia ‘limpa’. Para se ter uma ideia do potencial do mercado de soluções industriais "limpas", 37% do faturamento de 76 bilhões da Siemens em 2010 em seus quatro grandes setores de atuação - indústria, energia, cuidados com a saúde e infraestrutura - vieram do chamado "portfólio ambiental". São incluídas nessa categoria as soluções que contribuíram de alguma forma para a redução da emissão de gás carbônico pelas companhias que adquiriram equipamentos e serviços.
O objetivo global é que o faturamento do portfólio ambiental cresça 10% ao ano, atingindo 40 bilhões em 2014. Na opinião de Primo, as soluções "verdes" podem ter participação ainda maior no Brasil. "É uma vantagem que temos, por conta da nossa matriz energética, que tem um perfil renovável."
Outro movimento da Siemens que acompanha uma tendência percebida na concorrência é a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento no Rio de Janeiro - algo que IBM e GE também já anunciaram. Cinquenta por cento dos investimentos previstos pela gigante alemã no País serão destinados à área de pesquisa e desenvolvimento.
Segundo Peter Loescher, presidente mundial da Siemens, a ordem é desenvolver soluções customizadas para o cliente. Isso, explica ele, exige uma nacionalização cada vez maior da produção. "Hoje, o índice de nacionalização de nossos produtos do setor de energia é de 70%. E a ideia é aumentar esse porcentual", afirmou ele ao Estado (leia entrevista abaixo).
Óleo e gás. O centro de pesquisa e desenvolvimento, que deverá ser concluído no fim de 2012, vai consumir investimentos de R$ 80 milhões. Por conta da localização no Rio de Janeiro, o foco inicial será o setor de óleo e gás. Ao longo do tempo, a estrutura também desenvolverá soluções para indústrias e para a área de energia. O centro terá a função de reorganizar as iniciativas de inovação dentro da operação brasileira, hoje pulverizadas pelas fábricas da Siemens em diversas regiões do País.
A concentração das iniciativas de pesquisa, que deverá envolver 1.000 profissionais, incluirá a transferência de parte da estrutura da Chemtech, adquirida pela Siemens em 2001. Na época do negócio, a Chemtech tinha 100 funcionários e faturamento de R$ 9 milhões ao ano. Hoje é uma das principais fornecedores de projetos para a Petrobrás, tem 1,1 mil engenheiros e receita de R$ 250 milhões. "A Chemtech é referência em engenharia avançada", diz Primo.
O desenvolvimento local de tecnologia, na visão do executivo, pode ser um passo para a correção de um erro estratégico do Brasil: a pífia taxa de inovação. "A balança comercial mostra que exportamos produtos sem manufatura. Sem pesquisa, houve a invasão asiática e a perda da competitividade. É necessário um processo de reformulação."

Lucro da PDG cresce 12%Valor 15.08.2011 - A incorporadora PDG Realty encerrou o segundo trimestre com receita líquida de R$ 1,711 bilhão, alta de 30% sobre igual período de 2010.
O lucro líquido ajustado ficou em R$ 247,5 milhões, aumento de 12%. No primeiro semestre, a receita líquida da companhia ficou em R$ 3,224 bilhões, elevação de 32%. O lucro líquido ajustado foi de R$ 486,6 milhões, aumento de 21%. Os lançamentos no semestre somam R$ 3,8 bilhões.
 
Brookfield também corta projeçõesValor 15.08.2011 - Depois da Cyrela, agora foi a vez de a Brookfield rever sua projeção de lançamentos para 2011 e 2012. A companhia esperava crescer 67% este ano e agora reviu a previsão para 38%. O ponto médio da orientação anterior, que era de R$ 5 bilhões em 2011, passou para R$ 4,1 bilhões. A expectativa para 2012 foi reduzida em R$ 1 bilhão, para R$ 4,5 bilhões.
No primeiro semestre, a Brookfield lançou apenas 24% da projeção anterior à revisão - a média do mercado é de 40%.
A expectativa de vendas não foi alterada. A empresa espera vender uma média de R$ 4 bilhões em 2011 e R$ 4,2 bilhões em 2012. "O guidance de vendas foi mantido porque acreditamos na demanda do setor", disse Alexandre Dinkelman, diretor de relações com investidores da Brookfield.
Já a decisão de desacelerar o crescimento, segundo ele, aconteceu porque a companhia pretende ter flexibilidade financeira para aproveitar outras oportunidades de investimento. "Com essa revisão, é possível escolher melhor a alocação de capital para dar retorno ao acionista." O executivo não abre detalhes. Mas não sobram muitas opções, além da recompra de ações e aquisições de empresas. "O preço relativo dos ativos mudou e boas oportunidades podem aparecer." A empresa teve lucro líquido de R$ 78 milhões no segundo trimestre, queda de 42,8% ante o mesmo período de 2010.

Construtoras adicionam incerteza Valor 15.08.2011 - Não bastasse o cenário macroeconômico incerto, as incorporadoras imobiliárias divulgaram resultados trimestrais abaixo da expectativa do mercado, levando as ações do setor a registrar quedas de quase 7% na sexta-feira, enquanto o Ibovespa fechou com leva alta de 0,24%.
A esperada recuperação das margens não se materializou até junho para Gafisa e Cyrela e a geração positiva de caixa ainda parece distante para a Rossi.
A receita líquida das três foi maior no segundo trimestre, na comparação com igual período de 2010, com o crescimento variando entre 13% e 15%. Mas pela primeira vez, o lucro líquido mostrou queda generalizada, embora em ritmo distinto. Ele foi 74% menor no caso da Gafisa, teve baixa de 43% para a Cyrela e de 19% para a Rossi.
Em termos de fundamentos, os analistas continuam otimistas com o setor imobiliário. Mas neste momento o investidor está mais preocupado com a rentabilidade e a geração de caixa das empresas.
Os estouros de orçamento de obras, que começaram a mostrar seus efeitos nos números das empresas em 2010, ainda pesaram nos balanços de Cyrela e Gafisa, que tiveram margem líquida de 6,9% e 2,4%, respectivamente.
As empresas se esforçam para sinalizar, e de certa forma tentar reverter o mau humor do mercado, que as baixas rentabilidades vêm dos projetos antigos, que são reconhecidos com atraso no balanço, e que no fim deste ano e em 2012 os resultados vão melhorar.
Mas a Gafisa adicionou ainda mais incerteza sobre esse discurso ao ter rebaixado a projeção de margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) para o segundo semestre, depois de tê-la anunciado no fim de março.
Se antes achava que a margem Ebitda de julho a dezembro ficaria entre 20% e 24%, a Gafisa agora diz que ela ficará entre 18% e 22%. A faixa fica bem acima do índice de 14% do primeiro semestre.
Outra meta da companhia, de que terá geração de caixa entre julho e dezembro, também causa dúvidas. "Não é impossível, mas tem que dar tudo muito certo", afirma Leonardo Zambolin, analista da Goldman Sachs.
Da parte da Rossi, que teve margem Ebitda de 21% no segundo trimestre, em linha com a projeção divulgada ao mercado, o que desagradou foi a "queima de caixa" de R$ 198 milhões de abril e junho, enquanto as rivais mostraram melhora nessa conta.
Segundo a companhia, isso se deveu a gastos de R$ 100 milhões relacionados com a compra da Norcon e também ao desembolso de R$ 10 milhões com uma campanha em comemoração pelos 30 anos da companhia.
Além disso, a Rossi está em uma fase de crescimento mais acelerada que a média do setor, o que exige mais desembolso.
Sobre o impacto da turbulência dos mercados sobre as vendas de imóveis, a Cyrela diz que "a ponta compradora" ainda está forte. "Claro que estamos atentos ao cenário macroeconômico, mas por enquanto não vemos nada que possa bloquear, diminuir ou frear nosso plano de crescimento de 2011 e 2012", diz Ubirajara Freitas, diretor da Cyrela.
Para Guilherme Vilazante, analista do Barclays, o que acontece agora é muito parecido com a turbulência de 2008: preços depreciados e ações negociadas abaixo do valor de liquidação. "Mas o risco agora é muito menor", afirma. "É importante lembrar que entre 2007 e 2008, as companhias lançaram mais do que na sua história inteira. Agora vivem um processo de depuração, que é absolutamente normal pelo volume", diz.
Alexandre Dinkelman, diretor de RI da Brookfield - empresa que diminuiu a projeção de crescimento - também vê diferença em relação a 2008. "A confiança da população no emprego continua em alta, o ambiente de liquidez é melhor e há muita disposição dos bancos em financiar tanto as construtoras quanto os mutuários", diz. "Existe uma forte discrepância entre o que acontece nas bolsas e o mundo real do setor", afirma.

Leilão de aeroporto de Natal já tem desistência de interessadosValor 15.08.2011 - O governo federal enfrenta seu primeiro teste para concretizar o programa de concessão de aeroportos ao setor privado, com o recebimento, hoje, das propostas econômicas dos grupos interessados na construção e operação do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, em Natal (RN). Na véspera da primeira etapa, pelo menos duas empresas já desistiram e outro concorrente manifestou falta de interesse. Se outras companhias apresentarem lances hoje, a abertura dos envelopes será feita na próxima segunda-feira, dia 22.
A manutenção das regras do edital e a baixa remuneração do investimento privado na concessão foram as principais razões para o Grupo Aeroportuario del Pacífico (GAP), do México, e a Frapor, da Alemanha, desistirem do empreendimento, enquanto a direção da espanhola OHL declarou não estar "muito" interessada na disputa.
Luiz Claudio Campos, sócio da área de financiamento de projetos da Ernst & Young Terco, que participou como consultor da estruturação do modelo de concessão do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, conta que o governo exige investimentos de R$ 800 milhões da concessionária vitoriosa ao longo dos 28 anos de exploração para uma taxa anual de retorno de 6,3%. "São [valores] incompatíveis com os riscos associados ao mercado de administração aeroportuária. As taxas tecnicamente calculadas e indicadas pelos principais players são da ordem de 10% ao ano".
Na sexta-feira, a mexicana GAP, que opera 12 aeroportos na América Latina, anunciou sua desistência do leilão. Ela justificou que o empreendimento apresenta pouco retorno financeiro nos moldes estabelecidos pelo edital da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). De acordo com Nilton Andrade Chaves, da QG Engenharia e Planejamento - empresa mineira que presta consultoria à GAP no país -, as regras de redução tarifária elaboradas pelo governo impedem um retorno "satisfatório" do investimento feito pelas empresas.
Entre as regras citadas por ele como "problemáticas", está a redução das tarifas por um fator de ajuste chamado pelo edital de "X", a ser aplicado durante o período de construção. Por isso, argumenta Chaves, o faturamento não compensaria os custos com o projeto. Segundo seus cálculos, para a construção do terminal e da infraestrutura operacional seriam necessários R$ 420 milhões. Além disso, ele cita como exemplo de despesas o seguro contra acidentes aéreos, exigido pelo governo, apólice que demandaria gastos anuais de US$ 1 milhão.
Ele segue: comparando-se cálculos de custos e da receita obtida com tarifas e exploração comercial, o retorno anual do projeto seria, em média, 6% do valor investido. "Seria mais inteligente fazer qualquer outra aplicação financeira", defende.
Na sexta-feira, a OHL Brasil - controlada pela espanhola OHL - também afirmou que o edital de concessão precisaria passar por mudanças para ganhar o interesse efetivo da companhia. "Deve haver mudanças em relação às premissas do governo sobre mitigação de riscos [à iniciativa privada]. A princípio, a OHL não tem muito interesse no aeroporto", admitiu o diretor de relações com investidores da OHL Brasil, Alessandro Scotoni Levy. Perguntado se a declaração poderia ser interpretada como uma desistência, Levy não confirmou. Atualmente, a controladora OHL opera o aeroporto de Toluca, no México.
Na semana passada, a alemã Fraport - que opera 13 aeroportos pelo mundo, entre eles o de Frankfurt, na Alemanha, e o de Lima, no Peru - também havia afirmado que não entraria na disputa. Como no caso das outras empresas, a decisão ocorreu pelas regras no edital, consideradas "pouco atraentes", e por cálculos de demanda superestimados.
Em resposta, a assessoria de imprensa da Anac informou que não se manifestaria às vésperas do leilão e que foram realizadas duas audiências públicas presenciais e várias consultas pela internet, ocasiões em que o setor privado teve oportunidade para apresentar reivindicações. Além disso, a agência argumentou que várias contribuições das empresas foram incluídas ao edital final do processo licitatório.
Campos, da Ernst & Young Terco, prevê "tarifas apertadas" para as próximas concessões aeroportuárias, prometidas para serem leiloadas até o fim do ano pelo governo. "Não sei se pode comprometer o cronograma, mas pode gerar, no mínimo, mais discussões entre setor privado e governo até chegar no momento que o governo vai definir uma taxa maior. Além disso, também é importante que, nas próximas rodadas, se discuta mais a questão da governança das concessões, como será a relação e a divisão de riscos e dos investimentos entre as futuras concessionárias e a Infraero", afirma Campos.
A Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República pretende realizar os leilões referentes às concessões dos aeroportos de Viracopos, Guarulhos e Brasília até o fim do ano. No novo modelo, está previsto que os aeroportos sejam administrados por Sociedades de Propósito Específico (SPEs) - representadas por grupos privados - com participação societária de até 49% da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), estatal federal que administra a maioria dos aeroportos brasileiros.
A concessionária vencedora de cada leilão vai cuidar da ampliação dos aeroportos, manutenção e gestão operacional. O plano de investimento privado deverá ter aplicações de 30% de recursos próprios e 70% provenientes de financiamentos. Confins e Galeão são os próximos aeroportos da lista do governo Dilma a serem parcialmente privatizados.

Anac estuda exploração comercial de heliportos
DCI 15.08.2011 - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) estuda liberar a exploração comercial de heliportos à iniciativa privada.
Atualmente não existem normas que regulamentam essa atividade.

Cresce concessão de benefício fiscal para importar máquinas sem similar no país Valor 15.08.2011 - Heloísa Menezes: aumento do benefício reflete a elevação das importações. A concessão de ex-tarifários - benefícios fiscais para a importação de máquinas - se acelerou em 2011. De janeiro a julho deste ano foram 1.270 novas concessões do benefício. No mesmo período do ano passado, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) concedeu apenas 763 novos ex-tarifários. O benefício reduz a 2% o Imposto de Importação no desembarque de bens de capital sem similar nacional. A alíquota média do imposto sobre máquinas é de 14%.
José Augusto de Castro, presidente em exercício da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), diz que o uso do benefício foi estimulado pelo preço relativamente baixo das máquinas importadas, juntamente com um câmbio que beneficia as importações.
O ex-tarifário significa redução considerável de custo, porque o ganho com o benefício não se restringe ao pagamento de alíquota menor do Imposto de Importação. Como o tributo serve de base para cálculo de outras cobranças, como PIS e Cofins, a economia total é de 14,95% sobre o valor do bem importado, diz o tributarista Rogerio Zarattini Chebabi, sócio do escritório Braga e Moreno Consultores e Advogados.
Para a concessão do ex-tarifário, entidades de classe que reúnem fabricantes de bens de capital são consultados para verificar a existência ou não de similar nacional. A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) é uma dessas entidades. Segundo João Alfredo Saraiva, diretor-executivo de tecnologia da Abimaq, as solicitações totais à entidade para verificar a aplicação de benefícios fiscais chegou ao pico de 600 pedidos mensais em 2011. A média do ano passado era de 350 ao mês. Os ex-tarifários, segundo Saraiva, representam cerca de 75% dos benefícios pedidos à Abimaq.
Para Saraiva, o câmbio favorável às importações e a oferta de bens de capital a preços mais baixos em vários mercados produtores estimularam as empresas a importar máquinas. O aumento da concessão de novos ex-tarifários acontece, segundo ele, porque há entre os importados uma parcela significativa de bens de capital por encomenda. "Pelo menos metade das máquinas que tiveram concessão de ex-tarifário não é seriada. São itens adquiridos por encomenda." Nesses casos, de bens por encomenda, diz ele, é mais difícil comprovar a existência de similares.
"Muitas vezes ainda não existe um bem similar no Brasil, mas há fabricantes capazes de produzir a máquina. O problema é que a oferta de máquinas baratas no exterior tem feito as empresas encomendar os bens lá fora, em vez de procurar as indústrias nacionais", argumenta Saraiva. "O governo exige a produção anterior de um similar nacional para negar o benefício do ex-tarifário."
A secretária de Desenvolvimento da Produção, Heloísa Regina Guimarães Menezes, diz que as estatísticas do Ministério do Desenvolvimento já indicam a elevação na concessão de ex-tarifários. Para ela, o aumento do benefício reflete em parte a elevação das importações brasileiras.
Segundo Heloísa, a questão das máquinas por encomenda também já foi analisada pelo governo. Ela lembra que, segundo a legislação, o ex-tarifário só pode ser negado no caso de "existência de produção de similar nacional". Portanto, a mera "capacidade ou potencial de produção" não é suficiente para deixar de aplicar a redução no imposto de importação.
"Nós entendemos esse dilema, mas seguimos a legislação", diz a secretária. Segundo ela, o governo tem estudado a elaboração de uma política para facilitar o acesso ao financiamento e tornar a indústria nacional capaz de atender mais rapidamente a demanda por bens de capital.
Heloísa explica que o ex-tarifário existe como estímulo à importação de bens de capital sem similar no mercado interno, para garantir a renovação e modernização do parque industrial. Ela lembra que, no dia 10, a Camex publicou nova resolução que impede a aplicação do benefício fiscal às máquinas usadas, sejam produzidas em série ou por encomenda. A medida foi uma tentativa de proteger a produção nacional e aumentar o conteúdo local nos investimentos em bens de capital.
Os importadores, porém, devem reagir. Menos de uma semana após a publicação da medida, Chebabi já recebeu consultas para questionar a nova restrição. Para ele é possível contestar judicialmente a vedação. "Essa mudança está baseada em normas internacionais. Ela não poderia ter sido feita por uma resolução da Camex."

Setores estratégicos podem receber benefício tributárioGPdeLondrina 13.08.2011 - O governo deve conceder benefícios tributários para setores considerados estratégicos desde que aumentem a agregação de valor, a inovação tecnológica e o uso de conteúdo nacional. A presidente Dilma Rousseff determinou aos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que revisem todos os regimes tributários especiais e, se preciso, criem outros a exemplo do que foi anunciado na semana passada para o setor automotivo.
A secretária de Desenvolvimento da Produção do MDIC, Heloísa de Menezes, disse ao 'Estado' que os setores prioritários são os ligados à cadeia de petróleo e gás, ao Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), e aqueles de apoio à infraestrutura, além do naval. “Claro que não vamos revisar todos os regimes especiais porque alguns consideramos que estão adequados ou estão com o prazo de vigência acabando”, explicou. “Mas podemos reforçar alguns já existentes ou criar novos regimes”, completou. Ela acredita que as propostas estarão concluídas até o próximo mês. Dentro da política industrial, de inovação e de comércio exterior, batizada de Plano Brasil Maior, o governo reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) até julho de 2016 para as montadoras que aumentarem o conteúdo nacional, elevarem investimentos e produzirem veículos inovadores.
A medida será regulamentada este mês, segundo a secretária, com a definição do porcentual mínimo de peças do Mercosul que devem ser usadas na fabricação de veículos no Brasil, as faixas das alíquotas de IPI e os critérios para definição dos projetos de inovação. Uma fonte do setor automotivo disse que as discussões incluem formas de desenvolver motores mais eficientes a álcool e que emitam uma menor quantidade de gases nocivos para o meio ambiente. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Investidor institucional está por trás da maior volatilidade desde 2008Valor 15.08.2011 - Não é preciso dizer a ninguém que os mercados estão voláteis. Nesta semana, pela primeira vez, o índice Dow Jones variou 400 pontos todos os dias de segunda a quinta-feira.
O índice CBOE de volatilidade, conhecido como "Vix" ou o "termômetro do medo" de Wall Street, que mede os preços das opções de ações de 30 dias do índice S&P, saltou para seu maior nível desde a crise financeira e atingiu quase o triplo da média histórica.
O que não é tão óbvio são os motivos dessa volatilidade. Muitas vezes, atribui-se a culpa às velozes operações computadorizadas, como as dos chamados operadores de "alta frequência", que usam algoritmos para buscar as melhores cotações.
Um fator importante, no entanto, vem sendo o grande aumento na correlação entre tipos de ativos e ações individuais. Correlação é como se costuma chamar o grau de proximidade nas variações de diferentes ativos.
O maior grau de correlação coincidiu com as grandes variações nesta semana ligadas ao "risco desligado" ou "risco ligado", como vêm sendo chamadas respectivamente as tendências do mercado de fuga ou busca de ativos de risco. Essas variações foram características dos mercados financeiros em diferentes momentos desde a crise financeira de 2008, particularmente quando a incerteza sobre a economia mundial estava alta.
Aumentou o volume de operações correlacionadas, entre moedas e títulos do Tesouro dos Estados Unidos ou entre ouro e ações. E são os grandes investidores institucionais, não os operadores de alta frequência, os que estão por trás dessas operações.
"É o cenário macroeconômico que aumentou a correlação entre tipos de ativos, que é o que realmente vem impulsionando a volatilidade", diz Michael Schmanske, diretor de negociação de índices de volatilidade, do Barclays Capital.
As correlação dentro do índice S&P 500 está em seu maior nível em mais de dois anos, segundo Nicholas Colas, estrategista-chefe de mercado da ConvergEx. As variações dos dez setores do S&P 500 estão 96,7% correlacionadas, em comparação à média de 86,5% verificada desde 2009. "Maior volatilidade cria maior correlação, porque todas as pessoas no bote correm de um lado ao outro, uma e outra vez", diz Colas.
Outro fator foi a alta acentuada no volume de negociação de ETFs, fundos negociados em bolsa como se fossem uma ação. De acordo com o Credit Suisse, o volume de negociação de nos EUA representando pelos ETFs subiu para mais de 40%, bem acima da média dos últimos dois anos, em torno a 30%. "Quando a volatilidade começa a subir, as pessoas não perdem tempo selecionando ações, elas se voltam aos ETFs", diz Dan Mathisson, chefe de operações eletrônicas no Credit Suisse.
Apesar do aumento da volatilidade, operadores dizem que os mercados não apresentam o tipo de altos e baixos no mesmo dia que provocaram o "crash instantâneo" em maio de 2010, quando uma alta repentina nas vendas levou os mercados a subir e cair 6% em questão de minutos. Na realidade, a diferença entre os preços de compra e venda nas operações continuou bastante estreita entre as ações do S&P 500, de acordo com o Credit Suisse, aumentando para 5 pontos-base até agora em agosto, apenas 1 ponto-base a mais do que em julho.
Isso, na verdade, limitou as oportunidades para alguns operadores de curto prazo, que exploram as rápidas mudanças de preço quando compradores e vendedores divergem sobre a direção dos mercados.
"Os investidores que conseguem distinguir com sucesso as ações que caíram de forma justificada daquelas que foram vendidas indiscriminadamente deverão ter desempenhos acima da média à medida que as correlações voltarem ao normal", diz Marko Kolanovic, diretor de estratégia de derivativos no J.P. Morgan.





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