segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Azul.CA.22.08

Daily News

Custo do crédito global em dólares sobe e reforça temor com bancos
Estadão 19.08.2011 - Um índice que mede o custo para trocar euros por dólar, o swap de câmbio de três meses, passou para -86 pontos-base, de -72 pontos-base na quinta-feira.
O custo dos empréstimos em dólares nos mercados globais está aumentando juntamente com os temores sobre a saúde da economia dos EUA e da Europa. Os bancos que querem diversificar seus ativos e têm operações globais precisam ter acesso a dólares - e estão tendo de pagar mais pela moeda.
 "As condições nos mercados de funding em dólares ainda estão estressadas", disse Brian Smedley, estrategista de juros do Bank of America Merrill Lynch.
Um índice que mede o custo para trocar euros por dólar, o swap de câmbio de três meses, passou para -86 pontos-base, de -72 pontos-base na quinta-feira. Os participantes do mercado afirmam que se o nível de -125 pontos-base for superado será um indicador de grave deterioração no mercado. No pico da crise financeira de 2008, este indicador tocou -215 pontos-base.
Outro indicador atentamente monitorado, a taxa de três meses da Libor (juro do mercado interbancário de Londres) versus o índice de swap overnight (ou Libor-OIS), que mede a qualidade de crédito entre instituições financeiras que tentam acessar o mesmo pool de fundos, também está subindo. Atingiu 22,5 pontos-base nesta sexta-feira, de 20 pontos-base na quinta-feira. Um nível entre 10 e 15 pontos-base é considerado normal.
"A direção destes movimentos é desconcertante", disse Ray Stone, economista da Stone & McCarthy Research Associates.
O spread da Libor-OIS de um mês mostra um estresse ainda maior: está entre 12 e 13 pontos-base. No auge da crise da dívida da Grécia em maio de 2010, atingiu 15 pontos-base.
Outros sinais de estresse incluem a relutância dos investidores de emprestarem para bancos da zona do euro no mercado de commercial papers (créditos de curto prazo). Os empréstimos de curto prazo para bancos estrangeiros caíram US$ 5 bilhões na semana encerrada em 17 de agosto, segundo dados do Federal Reserve.
"Os investidores continuam a mostrar uma preferência por exposições de prazo mais curto no mercado de commercial paper", afirma Smedley. Embora possam emprestar por até 270 dias, eles têm emprestado sobretudo por apenas um a quatro dias e a juros mais altos.
Os temores em relação à exposição à dívida de bancos europeus está fazendo com que estes investidores evitem comprar commercial papers de vencimentos mais longos.
O custo de proteção da dívida de alguns dos bancos da França e da Itália também está subindo, como se vê no mercado de Credit Default Swap (CDS). Os CDS do Credit Agricole eram negociados a 235 pontos-base nesta sexta-feira, de 224 pontos-base ontem, segundo a fornecedora de dados Markit. Para o PNB Paribas, os CDS estavam em 217 pontos-base, de 203 pontos-base ontem, enquanto os do Société Générale estavam em 300 pontos-base, de 285 pontos-base.
O custo dos CDS do italiano Unicredit subiu para 357 pontos-base, de 336 pontos-base e o do espanhol Santander atingiu 313 pontos-base, o nível mais alto este mês.
As corporações podem não comprar commercial paper ou rolar seus depósitos a prazo em bancos cujos CDS sobem acima de um certo patamar, embora o ponto de corte varie entre as instituições financeiras.
Os temores também se intensificaram em relação à saúde de bancos suíços depois de divulgado que o banco central suíço (SNB, na sigla em inglês) recorreu à linha de swap de liquidez em dólares do Fed, onde tomou US$ 200 milhões.
Mais cedo esta semana, um banco não identificado tomou US$ 500 milhões do Banco Central Europeu, na primeira vez em que isto acontece desde fevereiro.

Petrobras vai comprar 700 milhões de litros de biodiesel
Agência Brasil 21.08.2011 -  A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) ofertará em leilão marcado para os dias 24, 25 e 26, 700 milhões de litros de biodiesel, combustível renovável de origem vegetal que é misturado ao óleo diesel fóssil vendido no país, na proporção de 5%, como prevê determinação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
O leilão será no sistema de pregão eletrônico, via internet, e o volume será ofertado em dez lotes. O biodiesel será comprado pela Petrobras e pela Refinaria Alberto Pasqualini (Refap). Os preços máximos de referência para início do leilão são R$ 2,3762 por litro, para as regiões Sul e Centro-Oeste; R$ 2,4705/litro para a Região Sudeste; R$ 2,628/litro, para a Região Norte; e R$ 2,6736/litro, para o Nordeste.
Os lotes 1, 3, 5, 7 e 9 somam 560 milhões de litros de biodiesel de produtores com Registro Especial da Secretaria da Receita Federal e do selo “Combustível Social”. Já os lotes 2, 4, 6, 8 e 10, com um volume de 140 milhões de litros de biodiesel, destinam-se a produtores que preencham todos os requisitos exigidos para o primeiro lote, com exceção do selo “Combustível Social”.
O 23º Leilão de Biodiesel terá como novidade a introdução do fator de ajuste logístico (FAL), que corrige distorções de custos logísticos. O FAL será subtraído da oferta feita pelo produtor de biodiesel, de acordo com o estado onde está localizado e a região do país que vai receber o combustível.

EBrasil busca sócio para expandir geração térmica
Valor 22.08.2011 - Cantareli, fundador e presidente, admite vender até 50% da companhia, mas gostaria de manter o controle.
Especialista em termogeração, a pernambucana EBrasil ficou de fora do leilão promovido pelo governo federal na semana passada, quando foram vendidos 2.744 megawatts (MW) de energia para entrega em 2014. Sem a licença ambiental exigida, a empresa não pôde ofertar no certame parte dos 560 MW que pretende gerar no município de Anchieta, no sul do Espírito Santo. Com sete projetos em carteira, que juntos somam 2 mil MW, a EBrasil se concentra agora na busca de um sócio estratégico que a ajude a entrar com força nos próximos leilões.
Atualmente, a preferência é por parceiros internacionais. "Acreditamos que a oportunidade é melhor para grupos estrangeiros. Eles têm demonstrado mais apetite para investir nos mercados emergentes, sobretudo no segmento de energia", afirmou o diretor financeiro da EBrasil, Leopoldo Bruggen.
Apesar da cautela com as cifras, há expectativa de se atrair um aporte de pelo menos R$ 500 milhões por 50% da EBrasil, criada em 2001 pelo paulista Dionon Lustosa Cantareli, dono e atual presidente da empresa. Radicado em Pernambuco, ele começou a empreender em 1993 com uma fábrica de pisos cerâmicos. Cinco anos mais tarde, passou a produzir louças sanitárias, negócio vendido em 2008 para a Duratex.
A experiência nos dois setores, intensivos em energia elétrica, incentivou o empresário a ingressar na termogeração. Com faturamento de R$ 172 milhões em 2010, a EBrasil tem participação em quatro complexos termelétricos, sendo dois em Pernambuco, um na Paraíba e outro no Amazonas. Juntas, as unidades podem gerar mais de 700 MW de energia a partir de biomassa e óleo combustível.
Para as usinas futuras, no entanto, a operação será baseada em gás natural. "Com a exploração das reservas de petróleo encontradas na camada pré-sal, há uma enorme probabilidade do direcionamento do gás para queima direta na geração térmica, conservando mais água nas barragens e evitando o desperdício do próprio gás por queima nas plataformas ou a re-injeção nos reservatórios", justificam os executivos.
Além dos 560 MW previstos para o Espírito Santo, a carteira de projetos em desenvolvimento da EBrasil contempla atualmente a geração de 1.050 MW em Alagoas e 448 MW no sul da Bahia. Pelos cálculos de Cantareli, todos os empreendimentos demandariam um investimento próximo a R$ 3,5 bilhões.
Após as primeiras sondagens, a empresa concluiu que os chineses seriam os parceiros em melhores condições de entrar no negócio, porém foi com os americanos que as conversas evoluíram. "Parece que na China há sempre um aspecto político inserido no meio da negociação. Os americanos são muito mais objetivos", comparou o diretor financeiro.
Seja qual for a nacionalidade do futuro parceiro, a EBrasil está arrumando a casa para receber bem os novos sócios. Entre as principais medidas tomadas nessa direção estão o equilíbrio do caixa e o pagamento das dívidas, bem como o equacionamento de todos os riscos de engenharia. Até o fim do ano, os executivos esperam dar início ao processo conhecido por "road show", pelo qual a empresa e seus números serão apresentados a potenciais investidores.
O banco Pátria foi contratado para fazer "a propaganda" da EBrasil no mercado. O objetivo é promover um aumento de capital por meio de oferta privada de ações. Cantareli admite negociar até 50% da empresa, mas não esconde a preferência por vender só 49% para se manter majoritário.
O empresário também quer continuar no Nordeste, onde mora há mais de 20 anos. Além da praia de Boa Viagem vista da janela do escritório, sua empresa goza de importantes benefícios fiscais que são oferecidos pelo governo federal para geração de energia na região. "As linhas de financiamento do Banco do Nordeste para esse negócio também são imbatíveis", acrescentou Cantareli.

Basf vai construir polo de acrílicos na BA
Folha 22.08.2011 - A brasileira Braskem será a fornecedora de matérias-primas para o projeto, que terá investimentos de mais de € 500 milhões.
O complexo da Basf, maior empresa química do mundo, começa a ser construído em Camaçari neste ano, e a expectativa é de início de produção em 2014.


Cemar é tipo de parceria a ser copiada
Valor 22.08.2011 - Sampaio, presidente da Equatorial, diz que tem interesse por ativos complicados.
Dona de um terço do capital da Companhia Energética do Maranhão (Cemar), a Eletrobras pouco dá palpite em sua administração pois está feliz com o que acontece por lá. Em sete anos, viu a distribuidora sair de um estado falimentar, com serviço que deixava o cidadão maranhense, na média, 60 horas por ano sem luz, para uma situação em que os dividendos pagos já se aproximam de R$ 1 bilhão e a média de horas sem luz caiu para menos de 20.
Com números tão bons e promissores, não é à toa que a empresa é citada espontaneamente por membros do Ministério de Minas e Energia, que é comandado por um maranhense, o ministro Edison Lobão; da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel); e da própria Eletrobras. Mas todos esses executivos públicos sabem que a resposta para a saúde financeira da Cemar só foi possível de ser encontrada por meio do setor privado. O acionista majoritário é a Equatorial Energia, que tem como principais sócios os ex-executivos do Pactual hoje reunidos da Vinci Partners, comandados por Gilberto Sayão.
A empresa foi privatizada na era FHC, mas o grupo americano que assumiu a companhia teve seus próprios problemas e a concessão acabou sendo retomada pela União quando o GP Investimentos comprou a empresa por R$ 1 e fez um aporte de capital de R$ 100 milhões. A primeira medida tomada foi renegociar a dívida que tinha basicamente com a Eletrobras, que acabou transformando a dívida em capital, em 2004. A segunda foi demitir todos os 1.500 funcionários e recontratar número igual, para acabar com qualquer vício no processo. Alguns anos mais tarde, o GP deixou a empresa e vendeu sua participação para os atuais sócios.
A grande frustração da Equatorial foi justamente não ter podido repetir o modelo da Cemar em outras empresas da região, comprando empresas deficitárias e transformando a gestão. Mas o apetite por esse tipo de ativo continua presente na empresa. O presidente da Equatorial, Firmino Sampaio, diz que a companhia ainda tem predileção pelos ativos complicados e vai buscar esses ativos se estiverem à venda. O diretor financeiro da empresa, Eduardo Haiama, diz ainda que nem mesmo o terceiro ciclo de revisão tarifária, que vai alterar a forma de cálculo das tarifas e reduzir os ganhos das empresas, tira o apetite para a compra de novos ativos. "A Aneel quer privilegiar os melhores e premiar quem está melhorando", disse Haiama.
O terceiro ciclo tarifário, inclusive, trará grande impacto às já combalidas estatais pois perderão grande parte da receita. Mesmo sem saber que o assunto principal da reportagem do Valor era o possível processo de privatização das federalizadas, Haiama já falava em como a empresa se prepara para comprar ativos se alguns processos de privatização fossem adiante. A Equatorial tem uma alavancagem baixa que não chega a duas vezes a capacidade de geração de caixa de companhia. Mas dizia Haiama: "Mas se for um negócio grande, como por exemplo, se todas as federalizadas estiverem sendo negociadas, podemos fazer chamada de capital". Mas a Equatorial sabe que terá que enfrentar fortes competidores.

Grupo Isolux terá sede no Brasil, onde investirá R$ 5 bi
Estadão 19.08.2011 - A presidente Dilma Rousseff recebeu hoje em audiência os principais executivos do Grupo Isolux Corsán, conglomerado espanhol, que anunciaram sua intenção de transferir para o Brasil a sede da empresa responsável pelas atividades de concessões de rodovias e transmissão de energia e geração de energia solar, além de um investimento de R$ 5 bilhões no País até 2014. Dilma, de acordo com João Nogueira Batista, presidente do conselho de administração da Isolux Infrastructure SA, teria ficado "surpresa" com a decisão da empresa, "apreciou a coragem" dela, agradeceu e elogiou a iniciativa de investir no País. Ela teria dito ainda que desejava ver a construtora participar dos diversos projetos de instalação da infraestrutura no Brasil.
Nogueira Batista informou que a empresa espanhola optou por transferir sua sede para o Brasil em detrimento a Índia, do México, dos Estados Unidos e da própria Espanha, onde a empresa nasceu, devido ao atual estágio de desenvolvimento do País e da situação privilegiada em que ele se encontra frente à crise internacional. Batista afirmou também que a empresa, cuja sede será em São Paulo, poderá abrir seu capital. A empresa já explora 680 quilômetros da BR-324, da Via Bahia, que vai de Salvador à divisa de Minas Gerais e estaria interessada na concorrência que será aberta pelo governo para administrar a BR 101, também na Bahia.
De acordo com Nogueira Batista, a Isolux pretende incrementar no Brasil o desenvolvimento de projetos de energia solar, mas lamentou que o País não tenha marco regulatório para essa modalidade de serviço. A Isolux possui 42 centrais de energia solar e uma capacidade instalada de 168 MW que gerou, em 2010, 223gw/h de energia limpa. Os projetos estão espalhados em países da Europa, América Latina, além de Índia e Estados Unidos.

Empresas disputam para definir quem ficará com a Diesel no Brasil
Exame 19.08.2011 - Grife italiana pode reabrir as portas no país ainda neste ano pelas mãos da InBrands ou do grupo Aste.
A previsão era que a Diesel já tivesse finalizado a escolha de seu parceiro para conseguir reabrir suas lojas ainda em 2011, como havia sido previsto
A marca italiana Diesel fechou suas três lojas no Brasil em junho com a promessa de que iria se reestruturar para voltar ao mercado nacional ainda em 2011. Para que isso ocorresse sem desgastes, era preciso que a empresa escolhesse, o mais rápido possível, um novo grupo para viabilizar seu retorno. Duas companhias estão no páreo: a holding de moda InBrands, dona das grifes Ellus, Salinas, Richards, entre outras; e o grupo Aste, que representa as marcas The North Face e Kippling no país. Fonte próxima das empresas estima que uma definição sobre quem ficará com a representação brasileira da grife pode levar ainda dois meses para sair. As negociações seguem tensas.
Segundo apurou o site de VEJA, o processo de escolha do novo representante brasileiro da Diesel ocorre com a ajuda do empresário Patrick Siaretta, sócio da Teleimage, que, inicialmente, deveria intermediar as negociações e ser o principal nome da marca italiana no país. As conversas foram iniciadas ainda em maio com o grupo Aste – que, em um primeiro momento, não aceitou participar do negócio. Desde então, a InBrands demonstrou interesse e passou a elaborar uma estratégia, em conjunto com Siaretta, para “ficar” com a marca.
Fontes revelaram que o diálogo com a InBrands azedou há cerca de um mês, quando o Aste decidiu retomar, por conta própria, as conversas com a Diesel. Na ocasião, diretores do grupo – entre eles, o empresário Fabricio Luzzi – viajaram a Nova York para um encontro com os representantes da marca italiana, atravessando as negociações que ocorriam com a InBrands e Siaretta. O impasse causou o estremecimento das relações entre os possíveis sócios e a própria Diesel.
Procurado pela reportagem do site de VEJA, o grupo Aste afirmou que tem negociado a representação de várias marcas estrangeiras, mas que nenhum novo negócio está fechado até o momento. Patrick Siaretta não retornou o pedido de entrevista, enquanto a marca InBrands alegou não poder se pronunciar devido ao período de silêncio que antecede sua estreia na bolsa de valores.
A previsão era que a Diesel já tivesse finalizado a escolha de seu parceiro para conseguir reabrir suas lojas ainda neste ano, como havia sido previsto. O principal objetivo da estratégia era firmar uma parceria o mais rápido possível para conseguir manter o ponto do Shopping Iguatemi, em São Paulo, que foi responsável pelo maior volume de vendas que uma loja da marca chegou ter no mundo. No entanto, segundo a assessoria de imprensa do shopping, a área já foi repassada a outro lojista. Entre 1998 e 2011, quem comandava a operação da Diesel no Brasil era o empresário Esber Hajli, que já não possui qualquer relação com a marca.

CSN eleva fatia na Usiminas para 15,15% (PN) e 11,29% (ON)
Estadão 19.08.2011 - A companhia  avisou que 'continua avaliando alternativas estratégicas com relação a seu investimento na Usiminas',
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou há pouco ao mercado que elevou sua participação na Usiminas e passou a deter 15,15% das ações preferenciais e 11,29% das ações ordinárias da companhia mineira.
Segundo fato relevante da CSN, a companhia "continua avaliando alternativas estratégicas com relação a seu investimento na Usiminas".
Em 27 de janeiro a Usiminas anunciou que a companhia de Volta Redonda havia aumentado a participação em seu capital social para 25.421.700 ações ordinárias e 25.421.900 ações preferenciais. Nesse comunicado, a CSN informou que não tinha como objetivo, naquele momento, adquirir "participações superiores a 10% de cada uma das classes das ações da Usiminas". O informe seguinte foi divulgado no dia 18 de abril, quando a CSN já tinha em mãos 47.736.700 ações ordinárias (9,45% do capital votante) e 25.534.900 ações preferenciais (5,02%).
Na semana seguinte, no dia 25 de abril, outro comunicado foi divulgado pela Usiminas. Nele, a companhia mineira informava que a CNS já tinha uma participação maior na empresa, com 50.585.400 ações ordinárias e 26.687.700 preferenciais. No fim de julho, enfim, a CSN informou que havia alcançado uma fatia de 10,84% no capital votante da Usiminas, ultrapassando, dessa forma, seu objetivo inicial de deter até 10% das ações da empresa.
No pregão de hoje, Usiminas ON fechou em baixa de 2,43%, enquanto as PNAs subiram 0,49%. CSN ON fechou em queda de 2,77%.

Obras para expansão dos terminais do Porto do Rio começam em dez dias, diz presidente da Docas
JCRJ 19.08.2011 - O presidente da Companhia Docas do Rio de Janeiro, Jorge Luiz de Mello, garantiu nesta sexta-feira (19) que, dentro de dez dias, assinará o contrato que dará início à expansão dos terminais do Porto do Rio. Com as obras, autorizadas ontem (18) pela Agência Nacional de Transporte Aquaviários (Antaq), a capacidade dos contêineres dos terminais vai aumentar em mais de 700% até 2020, passando da movimentação atual de 400 mil contêineres para 2 milhões de contêineres.
As três empresas que administram os terminais vão investir mais de R$ 1,2 bilhão nas obras, que começam ainda este ano, o que fará do Porto do Rio o ancoradouro com o maior cais contínuo de contêineres do país.
O projeto do terminal administrado pela grupo Libra inclui investimento de R$ 423,2 milhões em obras e R$ 340 milhões em equipamentos, tecnologias e instalações. “O [terminal] da [empresa] Libra vai crescer para dentro da Baía de Guanabara, em direção à ponte Rio-Niterói. Por ser [uma obra] estrutural, é muito mais caro do que simplesmente fazer um aterro. [A obra] vai ocorrer ao longo do tempo, respondendo ao mercado. Temos previsão que até 2018 ele estará concluído”, disse Mello.
Os outros dois terminais de contêineres serão ampliados em um projeto integrado entre as concessionárias MultiRio e MultiCar, que estimam investir R$ 492 milhões na expansão. “O [terminal administrado pela] Multi-Rio cresce para dentro do terminal da [empresa] MultiCar. Primeiro, precisamos resolver o problema da Multicar, que é a construção do edifício-garagem e a construção do alinhamento do cais, que ainda depende de licença ambiental. O pedido já está no Inea [Instituto Estadual do Ambiente], que ainda vai se manifestar. A expectativa é que ano que vem comece a obra”, explicou o presidente da Docas.
Já em relação ao projeto de arrendamento do novo terminal de granéis sólidos no Porto de Itaguaí, região metropolitana do Rio, conhecido como Terminal do Meio, Mello disse que está aguardando a análise do Tribunal de Contas da União. Segundo ele, “quatro ou cinco grupos [empresas] mostraram interesse no arrendamento” e, assim que o TCU se manifestar, a Companhia Docas vai publicar o edital.
As empresas terão 60 dias para apresentar uma proposta de investimento para a área de mais de 240 mil metros quadrados que será destinada à movimentação de minério. A vencedora deve ser anunciada em até seis meses. “Esse tipo de instalação leva de três a quatro anos para ficar pronta. É complexa, é uma instalação offshore, com viaduto longo, de mais mil metros de comprimento, cais. Uma obra no mar é complicada”, ponderou Mello.
O presidente da Docas lembrou ainda que duas grandes mineradoras, a CSN e a Vale, não poderão participar da licitação. “O problema é de regulação. A Antaq está analisando e acho que estão vendo com o Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica]. Concentração é a grande reclamação dos pequenos mineradores e o minério, hoje, está com valor bastante interessante no mercado. Isso cria interesses. A mina sozinha vale pouco, você precisa de ativo para que o minério chegue no porto e facilidade de escoamento do porto [adiante]. Como essas facilidades de instalações portuárias estão concentradas nesses dois grupos econômicos, isso provoca um bloqueio de direito econômico aos outros”.

Almeida Junior x Westfield
Folha 22.08.2011 - Pouco depois de anunciar uma joint venture com a brasileira Almeida Junior, Steven Lowy, co-CEO do grupo australiano Westfield, está de volta ao país.
Com o sócio Jaimes Almeida Junior, apresentará na quarta-feira projetos da nova empresa para varejistas como José Gallo (Renner), Flavio Rocha (Riachuelo), Fabio Hering (Hering) e Dino Vitti (Burger King) e Sebastião Bomfim (Centauro).
Segundo a empresa, o negócio foi avaliado em R$ 1,5 bilhão e surgiu com o objetivo de liderar o mercado de shoppings no Brasil.

Anac prevê disputa "acirrada" por aeroporto
Valor 22.08.2011 - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) espera uma disputa "bastante acirrada" no leilão do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, - o primeiro que o governo entregará para a administração privada - e aposta na conclusão das obras até abril de 2014, sete meses antes do limite permitido pelo contrato de concessão.
A partir da assinatura do contrato, previsto para 22 de novembro deste ano, o ganhador do leilão de hoje terá 36 meses para inaugurar o novo aeroporto, que atenderá Natal, uma das cidades-sede da Copa do Mundo.
Se usar todo o prazo disponível, no entanto, São Gonçalo do Amarante só entrará em operação após o fim do megaevento esportivo. Para o diretor de infraestrutura aeroportuária da Anac, Rubens Vieira, mesmo sem a existência de obrigação, o cronograma será antecipado. "O aeroporto deverá ficar pronto entre 20 e 24 meses. Para o concessionário, a Copa é um divisor de águas, uma vitrine para atrair turistas", diz Vieira, responsável pela condução da licitação.
Rubens Vieira, diretor de infraestrutura aeroportuária da ANAC: "Para o concessionário, a Copa é um divisor de águas, uma vitrine para atrair turistas".
Engevix, Triunfo e MPE se qualificaram para a disputa. A ausência de grandes empreiteiras na concorrência - alegaram baixa rentabilidade do projeto - é minimizada pela Anac. "O fato de terem aparecido mais três aeroportos para concessão, no fim do ano, dividiu as atenções. São projetos de maior envergadura, com outro perfil", explica Vieira.
O lance mínimo é de R$ 51,7 milhões. As três participantes já entregaram envelopes com propostas. No entanto, pelas regras do edital, as três poderão abrir uma disputa em viva-voz para bancar a melhor oferta. "Estamos esperando uma concorrência bastante acirrada", diz o diretor.
Vieira garante que as três empresas estão em contato com operadoras de aeroportos para fechar parcerias, mas não quis adiantar quais são elas nem se os consórcios estão formados. Depois do leilão, a sociedade de propósito específico (SPE) vencedora do certame poderá ser alterada, mas só depois da assinatura do contrato de concessão e com o aval da Anac.
O investimento exigido do futuro concessionário gira em torno de R$ 650 milhões. Cálculos do setor privado indicam que a taxa de retorno do empreendimento é pouco superior a 6% ao ano. "A operação é viável", afirma Vieira.
Para o diretor, a tendência de São Gonçalo do Amarante é tornar-se um "hub" (centro de conexões) não só de cargas, mas também de passageiros. Empresas aéreas já relataram à Anac, segundo ele, o desejo de fazer ali um centro de distribuição de voos para o Nordeste. No segmento de cargas, a criação de uma Zona de Processamento de Exportações (ZPE) deverá impulsionar a movimentação do aeroporto.
Cerca de 80% das obras de pistas e pátios de aeronaves, feitas pelo Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército, estão concluídas. Além de terminá-las, falta o acesso viário ao novo aeroporto. Quando estiver pronto, o atual aeroporto de Parnamirim será desativado e transferido para operação exclusiva da Aeronáutica. "No dia em que São Gonçalo do Amarante ficar pronto para operar, desligamos um botão e ligamos o outro, sem nenhum 'delay'."
Simultaneamente aos preparativos para o leilão de hoje, a Anac e a Secretaria de Aviação Civil correm contra o relógio para viabilizar a concessão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília no fim do ano. Embora os editais ainda estejam em estudo, Vieira diz que a tendência é o governo optar pelo valor de outorga como forma de definir a disputa. Outra opção, que tem pouca força, é fazer certames em que ganha quem oferecer o maior deságio sobre uma cesta de tarifas máximas --semelhante à tarifa de pedágio nas rodovias. Mas tudo indica que o critério será o de maior desembolso.
Há outros aspectos que precisam ser definidos. Por exemplo, se os recursos levantados com a concessão vão para algum fundo do governo para alimentar a rede de aeroportos da Infraero. De 66 terminais, apenas 7 são rentáveis - Guarulhos é o principal.
Na semana passada, o governo esclareceu que as torres de controle não serão incluídas na concessão à iniciativa privada. Elas são responsáveis por orientar as aeronaves nas fases de manobra, decolagem, pouso ou sobrevoo do aeroporto. A maioria é operada pela Aeronáutica, mas há casos, como Guarulhos, em que ficam com a Infraero. No caso de São Gonçalo do Amarante, o concessionário do aeroporto operará também a torre.

Governo discute privatização de federalizadas
Valor 22.08.2011 - A possibilidade de privatização de alguns ativos do setor elétrico começa a se tornar uma opção viável e a ser estudada dentro do governo federal. O alto escalão já considera essa a melhor alternativa para as distribuidoras federalizadas que atuam em seis Estados do Norte e Nordeste do país, que estão hoje sob o guarda-chuva da Eletrobras. Mesmo petistas de carteirinha, em cargos estratégicos no setor elétrico, já aceitam a ideia e inclusive a defendem.
O Valor esteve com seis fontes importantes na Eletrobras, na Agência Nacional de Energia Elétrica e no Ministério de Minas e Energia. Todos dizem a mesma coisa: "sim, a privatização é possível". Esse, admitem, seria o caminho para melhorar a qualidade do serviço prestado pelas distribuidoras Amazonas Energia, Boa Vista Energia, Eletroacre, Ceron (Rondônia), Cepisa (Piauí) e Ceal (Alagoas).
A pecha da "privatização" é o maior obstáculo - por ser político - a ser superado e por isso ainda nenhum estudo formal foi solicitado. Mas se no governo de Luiz Inácio Lula da Silva qualquer discussão sobre o assunto era terminantemente proibida, desde que a presidente Dilma Rousseff apoiou e determinou o programa de concessão dos aeroportos a postura entre os colaboradores da presidente no setor elétrico mudou.
A ideia circula por várias instâncias e conversas com executivos de importantes fundos de pensão já foram travadas
Diversas soluções estão sendo vislumbradas para se fugir dessa questão política. Entre elas, uma das preferidas é a de tratar a privatização como uma "parceria público e privada", ou seja, vender o controle mas deixar a Eletrobras como sócia - a exemplo do modelo dos aeroportos em que a estatal Infraero será sócia dos investidores privados.
A ideia circula por várias instâncias e até conversas informais com executivos de importantes fundos de pensão já foram travadas para se saber o interesse nesse tipo de negócio. Os fundos se interessam, mas o modelo de negócios a ser definido seria fundamental, pois eventualmente envolveria a abertura de capital dessas empresas. Fora dos fundos de pensão, há também interesse. Comprar empresas como a Cepisa, que atua no Piauí, sempre foi um desejo declarado, por exemplo, da Equatorial Energia, que hoje é dona da Cemar (Maranhão), vizinha à Cepisa, e que ainda não conseguiu expandir sua atuação no setor elétrico.
Se a decisão for levada adiante e, principalmente, aceita politicamente, a expectativa do setor privado é de que a privatização comece a ser aceita também dentro de governos estaduais que têm hoje distribuidoras de energia com sérias dificuldades econômico-financeiras ou problemas com qualidade do serviço. Entre os exemplos estão a CEB, que enfrenta os problemas de anos sem investimentos que culminaram com queda na qualidade dos serviços.
A Celg, que atua em Goiás, também enfrenta problemas e busca um sócio para capitalizar a empresa que está altamente endividada, mas tem sido difícil conseguir sócios sem entregar o controle. A empresa de distribuição de Goiás precisa apresentar um plano de recuperação para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e evitar um processo de caducidade da concessão, em que o Estado poderia perder o direito de operar a companhia. As eleições em Goiás, entretanto, foram marcadas pelas promessas de não se privatizar ativos.
O fim das concessões a partir de 2015 também pode ser usado como caminho para se buscar uma alternativa à privatização. Em entrevista publicada na semana passada pelo Valor, o diretor da Aneel, Julião Coelho, propôs que o governo permita a possibilidade de prorrogação desde que a agência tenha a prerrogativa de analisar, com base em critérios objetivos de qualidade e capacidade financeira, aqueles que podem permanecer com a concessão. Com isso, as empresas em dificuldades poderiam ter seus controladores alterados em novos processos de licitação e os atuais donos receberiam indenização pelos investimentos que realizaram e não foram amortizados.
Toda essa discussão em torno de privatização começou a se fazer necessária depois que a administração da Eletrobras começou a perceber que seus esforços para melhorar a qualidade de suas distribuidoras não surtiram efeitos. São seis as concessionárias que há anos sangram o caixa da empresa. Desde 2008, só em conversão de dívidas em capital, as distribuidoras já consumiram cerca de R$ 5 bilhões da estatal, sem contar volume parecido que foi investido ao longo dos últimos dez anos. Mesmo assim, os prejuízos têm sido constantes e os índices de qualidade e perdas não estão a contento. A mais problemática é a Amazonas Energia, que tem sob seu atendimento toda a indústria da Zona Franca de Manaus.
Apesar das injeções de capital em anos anteriores nas distribuidoras, os balanços publicados em 2011 pela Eletrobras apresentaram um dado preocupante. Até o primeiro trimestre, o passivo de curto prazo estava a descoberto em R$ 750 milhões. Situação que levou os auditores privados da empresa a descreverem, pela primeira vez em suas notas de balanço, que há dúvidas sobre a continuidade operacional dessas companhias. O então diretor presidente das distribuidoras, Pedro Hosken, quando esse passivo se apresentou pela primeira vez, afirmou que, sendo essas empresas públicas, só no longo prazo seria possível resolver o problema. Mas a Eletrobras já administra a situação dessas companhias há mais de dez anos.
O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, diz que a empresa está empenhada em fazer investimentos para melhorar a qualidade dos serviços. Neste ano, vai investir R$ 897 milhões nas empresas e, entre 2012 e 2014, mais de R$ 1,1 bilhão.

Indicadores mostram que euforia está no fim
GPdeLondrina 22.08.2011 - Setor deve bater recordes em 2011, mas o ritmo das vendas já é mais lento. Não há mais empreendimentos esgotados já no lançamento, como ocorria no ano passado.
Após forte crescimento nos últimos anos, o setor imobiliário começa a dar os primeiros sinais de desaquecimento, influenciado pelos preços altos e pela desaceleração da demanda. O mercado deve bater mais um recorde em 2011, mas o valor dos imóveis já está subindo em um ritmo mais lento, e é cada vez mais difícil encontrar empreendimentos que são vendidos 100% na ocasião do lançamento, como ocorria no ano passado.
Calote de investidor ‘descapitalizado’ preocupa o setor: Uma parte dos imóveis novos que começam a ser entregues agora estão nas mãos de investidores, que compraram na planta há dois, três anos, e que agora querem realizar suas vendas. Embora as entidades e construtoras evitem falar sobre esses compradores, sabe-se, nos bastidores do mercado, que há uma preocupação com aqueles investidores pouco capitalizados, que não têm dinheiro para quitar a dívida ou crédito para honrar o financiamento na entrega das chaves. São investidores que se empolgaram com a possibilidade de ganhos com o boom do setor, mas que não tinham capital e nem experiência de aplicação em imóveis, que são conhecidos pela pouca liquidez na hora da venda. Sem dinheiro, eles provavelmente vão precisar vender rapidamente os imóveis e, em um cenário de grande oferta, poderão começar a depreciar os preços. Estima-se que haja um volume pequeno de investidores nessas condições, mas é possível observar em Curitiba alguns empreendimentos em fase final de acabamento já com cinco, seis unidades com placas de venda. “Aquele que compra e não tem como honrar o financiamento não é investidor, é especulador. E isso não é saudável para o mercado. Conheço dois casos de construtoras que tiveram que retomar o imóvel de pessoas que não conseguiram pagar na entrega. Mas em geral quem atua como investidor nesse mercado está capitalizado”, afirma Gustavo Selig, presidente da Ademi. Para barrar o investidor depreparado, algumas construtoras têm aumentado os porcentuais das taxas de transferência de imóveis. (CR)
Imóveis menores têm valorização superior: Os apartamentos de um e quatro quartos são os que apresentaram uma redução maior no ritmo de alta de preços nesse ano, segundo dados da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imo­­biliário do Paraná (Ademi).
Depois de subirem 31,3% em 2010, as unidades de um quarto estavam com valorização de 9,3% até maio desse ano (último dado disponível). O preço médio do metro quadrado por área total desse tipo de imóvel ficou em R$ 3.277,32.
No caso dos apartamentos de quatro quartos, o aumento dos preços, que atingiu 34,3% em 2010, ficou em 10,8% nesse ano, para R$ 3.272.
Os preços dos apartamentos de três quartos também estão subindo menos – depois de uma alta de 20,6% em 2010, eles estão 15,1% mais caros e em maio o metro quadrado estava em R$ 2.554,99. A exceção ficou por conta dos apartamentos de dois dormitórios, que fizeram o movimento contrário: o aumento passou de 8,3% para 20,7% entre 2010 e 2011. Em maio, o preço médio do metro quadrado estava em R$ 2.483,75.
Para Gustavo Selig, presidente da Ademi, os preços não devem mais repetir as taxas de crescimento de anos anteriores – quando chegaram a aumentar entre 25% e 32% - mas a tendência, no médio prazo, ainda é de valorização: entre 15% e 18% ao ano.
Construção - Oferta pode recuar até 35%: Nos próximos dois anos, o volume anual de unidades liberadas para construção em Curitiba deve recuar até 35% – dos atuais 33 mil para entre 17 mil e 23 mil unidades, segundo projeção da Brain Bureau de Inteligência Corporativa, especializada em dados sobre o mercado imobiliário. “Desse total, acredito que entre 12 mil e 15 mil serão para o mercado vertical, que é mais ou menos o tamanho da demanda adicional por ano da cidade” afirma Fábio Tadeu Araújo, sócio consultor. (CR)
A grande oferta de lançamentos está fazendo com que o cliente pesquise e demore mais para fechar o negócio. “Vender 100% das unidades de um empreendimento novo em 90 dias não ocorre mais, como no ano passado. O mercado começa a entrar em um período de acomodação”, diz Normando Baú, presidente do Sinduscon-PR.
Os preços continuam a subir, mas em ritmo menos intenso do que o verificado no ano passado. O valor do metro quadrado em Curitiba, que chegou a valorizar 25% em 2010, hoje avança a taxas de 17%.
O volume de financiamentos com recursos da poupança, que cresceu 70% no ano passado no estado, ainda é forte, mas também começa a perder fôlego. Nos primeiros cinco meses do ano, o avanço caiu para 53%, para R$1,65 bilhão.
As construtoras já dão indicações de que pretendem colocar o pé no freio dos lançamentos nos próximos meses. O volume de unidades liberadas para construção futura entre empreendimentos verticais e horizontais (14.395 unidades) em Curitiba caiu 4% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado, depois de avançar 20% em 2010, e atingir 33 mil unidades.
O movimento é puxado pelas grandes empresas do setor, com atuação nacional. A Cyrela e a MRV informaram que o ritmo de venda no segundo trimestre teve queda em relação ao mesmo período do ano passado. A PDG Realty anunciou que prevê que a velocidade de venda menor na segunda metade do ano e a Brookfield, por sua vez, revisou para baixo sua projeção de crescimento para 2011.
A previsão inicial das construtoras era quase dobrar o volume de apartamentos lançados em Curitiba em 2011 em relação ao ano passado, quando alcançou 10 mil unidades, mas Normando Baú diz que considera difícil atingir esse desempenho. “Tivemos um primeiro semestre muito forte, mas no ano acredito que o crescimento fique em 50%, mas será recorde”, afirma. Para ele, as boas condições de renda, emprego e crédito, que impulsionaram o boom do setor, se mantêm, mesmo com a crise internacional.
Segundo o Sinduscon, na média, a velocidade de venda em Curitiba está estável, mas o comportamento é desigual conforme o padrão do empreendimento. “Nos apartamentos de alto padrão, por exemplo, as vendas estão mais lentas, diz Baú.
A grande dúvida das empresas do setor é saber quando a demanda vai começar a saturar. “Nos últimos anos, o setor atendeu também a demanda reprimida. Curitiba ficou muitos anos lançando uma quantidade de imóveis menor do que a procura. Agora o setor está chegando a uma fase de maturidade, que começa no segundo semestre desse ano e deve ir até provavelmente o fim de 2013”, prevê Fábio Tadeu Araujo, economista da Brain, consultoria, especializada em mercado imobiliário. Nesse novo cenário, a tendência é que as empresas passem a fazer lançamentos de menor porte e o mercado registre velocidade de venda menor, principalmente em produtos mais saturados e bairros mais concentrados de empreendimentos novos.

Projeção de queda de juros já muda carteira dos investidores
DCI 22.08.2011 - Como os contratos de juros futuros estão apontando para baixo, o que revela a perspectiva do mercado de manutenção -ou mesmo queda- da taxa Selic, os investidores já começam a direcionar seus recursos para aplicações que possam ter vantagem sobre esta tendência.
Os primeiros efeitos são sentidos pelos fundos de investimento. De acordo com o Relatório Consolidado da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), até o dia 15 de agosto, a captação, que estava negativa, está positiva em R$ 9 bilhões até o dia 15. Os fundos de renda fixa voltaram a receber recursos, com saldo positivo de R$ 2 bilhões no período.
Os títulos públicos pré-fixados também devem ter aumento de procura pelos investidores, segundo especialistas. Em junho, a participação desta categoria no total de vendas no Tesouro Direto foi de 33%, contra 49% dos indexados a IPCA.

A indústria de private equity está no meio de um bombardeio.
Valor 21.08.2011 - Poucas empresas tem sofrido tanto nas bolsas quanto as grandes firmas de aquisições. As ações da Blackstone Group LP, KKR & Co., Apollo Global Management LLC e Fortress Investment Group LLC caíram entre 19% e 27% este mês, em comparação à queda de 11% da Média Industrial Dow Jones.
Os problemas para essas firmas refletem temores por parte dos investidores de que a instabilidade nas bolsas deva dificultar a venda de empresas controladas por grupos de private equity por grandes quantias, uma forma pela qual essas firmas geram lucro. Os investidores esperavam vendas bem-sucedidas de empresas como a Toys "R" Us, controlada pela KKR e outras firmas de aquisição, e também da Nationstar Mortgage, uma financiadora de hipotecas controlada pela Fortress. Mas o mercado de ofertas iniciais de ações se tornou inóspito, com a maioria das operações programadas tendo de ser adiadas.
"Se você tem um certo portfólio de empresas na lista para aberturas de capital e os mercados se tornam obviamente muito desfavoráveis, isso acelera um movimento de saída", disse Michael Kim, que acompanha a KKR e outros gestores de recursos na Sandler O'Neill + Partners. Banqueiros de Wall Street dizem que os planos de ofertas de ações podem ser retomados se os mercados se acalmarem en setembro, mas que até o fim deste mês o volume deve se manter fraco.
Alguns investidores já faz tempo que estão com um pé atrás em relaçào às firmas de participações. As ações delas costumam ser negociadas com um desconto de 15% a 20% em relação às administradoras de recursos porque, segundo analistas, os lucros do setor de private equity são muito voláteis. Além disso, seus resultados financeiros podem ser menos transparentes do que os balanços das SAs. Certos investidores evitam comprar papéis de gestores de private equity porque suas estruturas de parcerias tendem a aumentar os impostos ou criar problemas contábeis. Outra razão para as perdas: as ações de algumas empresas, controladas por firmas de investimento e que abriram capital, estão despencando. Isso pode reduzir qualquer venda futura de ações. A KKR, por exemplo, ainda tem papéis da HCA Holdings Inc., que fez uma oferta de ações este ano, mas cujos papéis já caíram cerca de 25% este mês.
Do lado positivo: depois das recentes quedas de preço, algumas ações do setor de private equity agora carregam dividendos robustos, um fator que pode atrair os investidores. O retorno do dividendo da KKR e da Blackstone é de cerca de 7%, acima da taxa do mercado em geral.
Ao mesmo tempo, as firmas de investimento poderiam se beneficiar do período de baixas do mercado para fazer aquisições por preços mais baratos. Executivos de private equity observam que se saíram melhor do que outras empresas do setor financeiro durante a crise em 2008, e que seus investidores são de longo prazo, ao contrário dos fundos mútuos e alguns outros veículos de investimento. Eles acrescentam que o desempenho das ações de private equity tem ficado em linha com a maioria do mercado em 2011, já que algumas empresas se saíram melhor do que os índices de ações no começo do ano.
Ao mesmo tempo, algumas firmas têm observado um maior interesse dos fundos de pensão e outros clientes potenciais que estão perdendo dinheiro com aplicações em ações e agora buscam investimentos "alternativos."
E algumas controladas de empresas de private equity podem se dar bem numa economia desaquecida. A Fortress, por exemplo, controla a SpringLeaf REIT, que compra hipotecas de alto risco, uma área que tem atraído mais capital de investidores recentemente. Apesar do humor azedo do mercado, o Carlyle Group LLC, uma das maiores empresas de private equity, está avançando com os planos de abrir capital, de acordo com pessoas a par do assunto.


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