terça-feira, 9 de agosto de 2011

Azul.CA.09.08

Daily News

Walmart conversa com Carrefour e troca alto escalão no BrasilValor 09.10.2011 - A matriz do Walmart conversa com o Carrefour na França, depois que fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour fracassou.
Depois da tentativa frustrada do Pão de Açúcar de se unir ao Carrefour no Brasil, o maior varejista mundial resolveu entrar na briga. Segundo apurou o Valor, a sede do Walmart nos Estados Unidos está em conversas com o Carrefour na França para avaliar a aquisição da sua filial brasileira. Em 2009, as duas redes estiveram próximas de fechar o negócio, mas não se entenderam quanto ao preço.
Com a possível aquisição, o Walmart - que há anos está estacionado na terceira posição do ranking nacional - assumiria a liderança do varejo brasileiro. Em 2010, a filial do Walmart no país somou vendas de R$ 22,3 bilhões, enquanto o Carrefour Brasil faturou R$ 29 bilhões. Com receita superior a R$ 51 bilhões, a nova empresa resultante da fusão ultrapassaria com folga o Pão de Açúcar, que registrou vendas de R$ 36,1 bilhões em 2010, incluindo eletroeletrônicos.
Em entrevista ao Valor em junho, J. P. Suarez, vice-presidente sênior de desenvolvimento de negócios internacionais do Walmart, afirmou que o grupo busca oportunidades de aquisição, porque apenas o crescimento orgânico não é suficiente para que o Walmart conquiste no Brasil melhor participação de mercado.
Enquanto a matriz negocia com os franceses, o Walmart Brasil passa por mudanças intensas. O presidente do grupo no país, Marcos Samaha, promoveu a maior reestruturação da sua gestão, iniciada em setembro do ano passado. Samaha demitiu o vice-presidente de marketing, Eduardo Maia, o vice-presidente da bandeira Todo Dia, Demétrio Magnani, e mais quatro diretores, entre eles o do jurídico.
Também foi mandada embora parte da equipe administrativa, que trabalhava nos escritórios de São Paulo, Porto Alegre e Recife. Segundo apurou o Valor, foram cerca de 100 pessoas. Com as mudanças, o presidente do Walmart Brasil busca enxugar custos em uma estrutura complexa, com mais de 15 vice-presidentes e dezenas de diretores, e ganhar eficiência.
O lugar de Eduardo Maia na empresa não foi preenchido - é possível que a função de vice-presidente de marketing seja acumulada por outro diretor. Já para o cargo de Demétrio Magnani, Samaha indicou Antero Filippo, que já ocupou as cadeiras da diretoria comercial do Bompreço, da vice-presidência comercial do grupo e da vice-presidência do Sam's Club.
Filippo tem pela frente a missão de dar novo impulso à bandeira Todo Dia, de lojas de vizinhança do grupo, voltadas para o público de baixa renda. Atualmente, é a bandeira com maior número de lojas (mais de 130 pontos de venda, em um total de 480 no Brasil).
Nas bandeiras Todo Dia e Maxxi, de atacado, se concentram os maiores esforços do Walmart para aumentar sua rentabilidade: das 80 lojas que estão sendo abertas este ano, 60% serão nesses dois formatos, que envolvem lojas de baixo custo, que oferecem de 4 mil a 6,5 mil itens (contra 55 mil dos hipermercados e 15 mil dos super). Mais da metade delas estão sendo inauguradas no Nordeste.
Em 16 anos de atuação no mercado brasileiro, o Walmart cresceu organicamente e via aquisições: em 2004, o grupo comprou o Bompreço, no Nordeste, e em 2005, adquiriu o Sonae, na região Sul.

Multiplus paga R$ 400 mi por passagens da TAMFolha 09.08.2011 - Ações da companhia aérea acumulam desvalorização de 35,5% neste mês.
Bilhetes serão usados no momento de resgate de pontos por parte dos participantes do programa de milhagem.TAM; empresa divulga hoje balanço do 2º trimestre.
A Multiplus, empresa que administra o programa de fidelidade da TAM Linhas Aéreas, fechou um contrato de antecipação de compra de bilhetes aéreos da companhia no valor de R$ 400 milhões.
Essa é a segunda operação do tipo entre as duas companhias, que fazem parte da holding TAM S.A.
As ações da TAM S.A. estão entre as que sofreram mais punição neste momento de turbulência nas Bolsas de Valores de todo o mundo.
As ações recuaram 12,4% ontem, ante 8,1% de queda do Ibovespa. No mês, a desvalorização dos papéis da TAM é de 35,5%, ante um recuo de 20,9% do Ibovespa.
Entre os motivos para a queda das ações, segundo analistas, estão as incertezas com relação aos resultados para o setor aéreo neste ano. A TAM divulga hoje os resultados relativos ao segundo trimestre.
No fim de julho, a concorrente Gol divulgou uma revisão das projeções de margem de lucro operacional.
A revisão considerou um cenário de preço de combustível em alta e baixa margem para reajuste de tarifas. O cenário negativo afetou não apenas os papéis da Gol, mas também os da TAM. Ontem, as ações da Gol caíram 7,22%.
Descontos: Em janeiro do ano passado, o Multiplus pagou R$ 622 milhões por um grande lote de bilhetes. Assim como o acordo celebrado ontem, a compra de bilhetes se deu mediante a concessão de grandes descontos.
Esse estoque de bilhetes será usado pelo Multiplus no momento de resgate de pontos por parte dos participantes do programa.
O primeiro contrato foi pago com 94% dos recursos levantados pelo Multiplus em sua oferta pública de ações na Bolsa, um total de R$ 692 milhões.
Na semana passada, a Multiplus divulgou um lucro de R$ 81,2 milhões relativo ao segundo trimestre, ante R$ 23,1 milhões no mesmo período do ano passado. No primeiro trimestre deste ano, o lucro foi de R$ 70,9 milhões.
O programa de fidelidade encerrou o trimestre com 8,6 milhões de participantes, alta de 19,5% na comparação com o segundo trimestre de 2010.
A empresa também divulgou ter realizado a emissão de 18,5 bilhões de pontos, um crescimento de 51,4% sobre o segundo trimestre do ano passado.

Eletrobras vai disputar EDP com mais quatro gruposValor 09.10.2011 - Neto, presidente da Eletrobras, acredita que o real forte e a crise mundial aumentem o poder da estatal brasileira na disputa com europeus e chineses
O governo português parece que finalmente decidiu privatizar o controle da EDP, uma das maiores companhias daquele país, e a Eletrobras vai entrar na briga pelos 20% do capital da companhia que estão hoje sob controle estatal em Portugal.
Um negócio que deve ficar na casa dos bilhões de dólares. Se vencer, a estatal brasileira passará a ficar mais perto das gigantes elétricas mundiais. O Valor apurou, entretanto, que a disputa pode ser acirrada, mesmo com a crise financeira se agravando em todas as partes do mundo nos últimos dias. Além da Eletrobras, outros quatro competidores internacionais estariam no páreo pelos ativos portugueses. O grupo espanhol Iberdrola, os franceses da EDF, a alemã EoN e até um grupo estatal chinês estão na briga.
Um dos maiores ativos de interesse dos grupos estrangeiros é justamente a atividade brasileira da EDP. A empresa é uma gigante mundial, sendo uma das maiores geradoras de energia eólica, mas seus resultados no Brasil representam quase um quarto de toda a companhia. No país, o grupo português é dono de duas distribuidoras de energia, que atuam nos Estados de São Paulo (Bandeirante) e Espírito Santo (Escelsa), além de um parque gerador que soma 2,1 mil megawatts (MW) de capacidade instalada.
O que mais preocupa o governo brasileiro é o apetite dos chineses na disputa, que poderiam aumentar sua presença no país. Indiretamente, os chineses já tem participação relevante na distribuidora Eletropaulo e na geradora Tietê, já que detém 15% do capital total da AES nos Estados Unidos. Sem contar que, diretamente, passaram a controlar mais de três mil quilômetros de linhas de transmissão depois que a estatal chinesa State Grid comprou a Plena Transmissoras por R$ 3 bilhões. Nessa disputa, os chineses desbancaram a Cemig.
O governo português decidiu que vai vender 20% do capital da empresa e permanecer com apenas 5%
Inicialmente a Eletrobras negociava comprar apenas 10% do capital da EDP. Mas de acordo com o presidente da estatal brasileira, José da Costa Carvalho Neto, o governo português já decidiu que vai vender 20% do capital da empresa e deve permanecer apenas com 5%, que estariam impedidos de ser vendidos. A expectativa é que o edital de privatização da companhia portuguesa seja logo divulgado. Uma das vantagens da Eletrobras, neste momento, seria justamente a crise, que pode reduzir o apetite das europeias e o real forte.
Para a Iberdrola, o ativo tem diversos atrativos. A companhia espanhola já é dona de 7% do capital da EDP e áreas de atuação na Europa, centradas em Portugal e Espanha, são praticamente contíguas. Além disso, a empresa ampliaria sua participação no Brasil, onde declaradamente tem centrado investimentos. Já para os alemães da EoN essa seria a oportunidade de entrar no país, onde já analisaram diversas oportunidades e chegaram a cogitar a compra das térmicas do grupo Bertin. A francesa EDF poderia voltar a investir em terras brasileiras como seu presidente já anunciou recentemente.
No mundo, a estatal elétrica portuguesa tem uma capacidade instalada de quase 22 mil MW. O faturamento da companhia chegou a € 14,2 bilhões em 2010 e o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de € 3,6 bilhões. Quase 20% disso gerado pelos negócios brasileiros. Os negócios da EDP estão espalhados por Portugal, Espanha, França, Bélgica, Polônia, Romênia, Estados Unidos e Brasil. A empresa é o terceiro maior grupo industrial português e o terceiro maior produtor mundial de energia eólica. A empresa também atua no setor de gás na Península Ibérica.

DrogabelFolha 09.08.2011 - Mais uma rede de farmácias investe na expansão para o mercado paulista, a Drogabel, que tem origem no Rio Grande do Sul e possui cerca de 70 lojas.
A rede, que pretende abrir mais de dez lojas no Estado, inaugura nesta semana a primeira, na cidade de Campinas.

Veloce estuda aquisição para garantir expansãoValor 09.10.2011 - Paulo Guedes, presidente da Veloce: venda da empresa não é descartada.
O Pátria Investimentos prepara-se para aumentar o tamanho de sua empresa de operações logísticas, a Veloce. Já está programada uma aquisição, que acontecerá neste ou no próximo ano, para a qual pode haver até R$ 100 milhões da gestora de fundos. O Pátria tem controle da empresa, enquanto o presidente da companhia logística e outro sócio têm uma parte minoritária.
Para o presidente da Veloce, Paulo Roberto Guedes, o cenário composto pelas empresas de operações logísticas, principalmente as que operam no modal rodoviário, é hoje extremamente fragmentado. Mas o panorama dessas empresas vai mudar em breve, diz ele - que tem 22 anos de experiência no setor e passagens por Tegma, Ryder Logística e Translor. "Creio que, nos próximos anos, o mercado vai se concentrar em apenas algumas grandes empresas", opina. Hoje, entre as grandes do setor, estão Tegma e JSL (Júlio Simões Logística).
Cerca de 80% do faturamento da empresa vem do setor automotivo, com o transporte de 7,2 mil componentes para montadoras no Brasil e na Argentina. Entre os clientes estão GM, Toyota, Volkswagen e Renault.
No último ano, a empresa decidiu ampliar sua área de atuação passando a atender clientes do setor de bens de consumo, como Arcor, Nívea, Procter & Gamble, Danone e Unilever, também no transporte entre os dois países. Em breve, a empresa quer se fortalecer em eletroeletrônicos.
Criada em 2009, a Veloce entrou no mercado ocupando parte do espaço vago da Ryder Logística, multinacional americana que reestruturou suas operações globalmente depois das dificuldades da GM - sua então principal cliente. Com isso, a Veloce herdou contratos e obteve em 2010 um faturamento de R$ 160 milhões. A intenção é chegar aos R$ 500 milhões em cinco anos. No começo, operava em um centro de operações herdado da Ryder, em São Bernardo do Campo. Hoje, atua em Diadema, num galpão de 22 mil metros quadrados.
Neste ano, já houve investimentos de R$ 12 milhões para elevar a frota para 475 carretas. Outra parte dos investimentos foi destinada à abertura de mais três unidades operacionais (agora são 17 no Brasil e Argentina) e aquisição de softwares. Para melhoria operacional, estão previstos mais R$ 3 milhões para investimentos em software e capacitação de pessoal.
Perguntado sobre futura venda da empresa, o presidente diz que o caminho "é natural", já que "gestoras de fundos costumam fazer isso", diz ele, embora prefira não comentar assuntos que envolvam o Pátria. Os investimentos de infraestrutura do Pátria incluem a P2Brasil, constituída em sociedade com a Promon. Focado em investimentos em logística, óleo e gás, água e saneamento e distribuição e transmissão de energia, o fundo possui cerca de R$ 1 bilhão.

Gol e B2W caem mais de 60% no anoExame 08.08.2011 - Com a queda de 8% de hoje, o Ibovespa acumula uma baixa de 30% no ano. A pontuação do índice, de 48 668 pontos, é a mais baixa desde abril de 2009. As ações que registram as maiores perdas no ano, entre as mais negociadas da bolsa, são as da Gol e da B2W – de 63% e 61%, respectivamente. Os papéis de OGX, Hypermarcas e Gerdau caíram mais de 50%.
Operadores de mercado comentam que, nos últimos dias, quem mais vendeu ações na bolsa brasileira foram as pessoas físicas e os investidores institucionais brasileiros. O saldo de aplicações de estrangeiros foi positivo em 424 milhões de reais na primeira semana de agosto, até dia 4, segundo informações da bolsa.

CVC desafia mau humor do mercado e apresenta pedido de oferta de açõesValor 09.10.2011 - Apesar do cenário de aguda aversão ao risco, a CVC, maior operadora de turismo do Brasil, deu o primeiro passo para realizar sua abertura de capital na bolsa. Ontem, a empresa entrou com pedido de análise de oferta de ações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A operação será exclusivamente secundária. Ou seja, os recursos captados na bolsa serão destinados ao acionista vendedor.
Neste caso, trata-se do BTC Fundo de Investimento em Participações, um dos braços do fundo americano Carlyle, dono de 63,6% da CVC. O fundador da empresa, Guilherme Paulus, que detém os outros 36,4%, permanecerá com a mesma fatia, segundo a minuta do prospecto da operação.
A oferta será liderada pelo Itaú BBA, auxiliada pelos bancos Morgan Stanley, Bank of America Merrill Lynch e BTG Pactual.
O Carlyle pretende levar a CVC para o Novo Mercado, segmento de maior governança corporativa da bolsa, que exige pelo menos 25% de capital em circulação. O seu objetivo é reduzir a fatia, mas permanecer no controle da empresa. Antes da má fase da bolsa, a companhia sinalizava para o mercado que pretendia captar US$ 1 bilhão com oferta pública inicial.
Se a operação for concretizada, esta será a segunda abertura de capital do Carlyle feita neste ano. A primeira foi a Qualicorp, provedora de serviços de saúde, no mês de junho.
Os papéis da Qualicorp saíram abaixo do preço previsto pelos coordenadores da oferta, que pretendiam vender os papéis no intervalo entre R$ 16 e R$ 19. As ações foram vendidas a R$ 13 cada uma.
A oferta movimentou R$ 1,1 bilhão. Cerca de R$ 353,8 milhões corresponderam a recursos captados na oferta primária. A maior parte, R$ 731,3 milhões, foi embolsada pelos acionistas vendedores na operação.
Para atrair os investidores na operação da CVC, os acionistas apostam na marca e no fato de vir a ser a única empresa do setor de turismo a ser listada no Novo Mercado. Em 30 de junho, a companhia possuía 645 lojas exclusivas CVC - 33 são unidades próprias e as outras são gerenciadas por representantes comerciais exclusivos.
Analistas ouvidos pela reportagem do Valor não parecem tão otimistas em relação à oferta. Além da forte volatilidade da bolsa, eles destacam o fato de a operação ser secundária. "Não há demanda por ofertas neste momento, principalmente de operações que não têm captação de recursos para o caixa da empresa", diz o analista do setor de serviços que preferiu não se identificar.
A CVC registrou receita líquida de R$ 489,3 milhões em 2010. No ano anterior, o valor foi de R$ 48,4 milhões. Segundo o prospecto, as demonstrações de 2009 não incluem as operações anteriores a 25 de março daquele ano (quando a empresa CVC Brasil Operadora e Agência de Viagens foi constituída) e refletem apenas um mês de atividade naquele exercício.

CVC encaminha pedido para realizar oferta inicial de açõesFolha 09.08.2011 - A operadora de turismo CVC encaminhou pedido à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bovespa.
A operação envolverá a emissão secundária de ações. Isso significa que os recursos obtidos não irão para o caixa da companhia, mas sim para os acionistas vendedores, no caso, o BTC Fundo de Investimento em Participações.
A CVM tem um prazo de 20 dias úteis para dar uma resposta. Não foram informados detalhes sobre o número de papéis a serem emitidos, faixa de preço estimada e cronograma da oferta.

Lucro do Indusval encolhe 39% no segundo trimestreValor 09.10.2011 - Ribeiro, presidente: "Andamos mais devagar para poder beber água mais limpa"
O banco Indusval, que em março recebeu uma injeção de recursos de R$ 200 milhões, obteve lucro líquido de R$ 5 milhões no segundo trimestre de 2011, 39% menor em relação ao registrado um ano antes.
Com pouco mais de quatro meses da entrada de investidores, o reflexo da nova gestão ainda não chegou ao resultado do banco, o que, na previsão do Indusval, só deve ser sentido nas próximas divulgações de resultados.
Mas o visitante que se dirige à sede do Indusval - que em breve deixará o centro velho de São Paulo em direção à região da Faria Lima - logo nota as mudanças em curso. Na recepção, santinhos, que mais lembram campanhas eleitorais, descrevem os novos valores e a visão do banco. É um texto se repete nos crachás dos quase 400 funcionários e até nas xícaras de café.
O plano dos novos sócios, liderados pelo empresário Jair Ribeiro e pelo fundo de "private equity" Warburg Pincus, é transformar o Indusval em uma plataforma capaz de oferecer desde o crédito tradicional até estruturas de hedge e de mercado de capitais.
Durante a fase de reestruturação, a opção foi adotar uma estratégia mais conservadora. "Andamos mais devagar para poder beber água mais limpa daqui a dois a três trimestres", afirma Ribeiro, que assumiu em março a copresidência do banco, ao lado de Luiz Masagão. Mesmo assim, a carteira de crédito apresentou uma expansão de 6% no trimestre e de 26% em 12 meses, para R$ 2 bilhões.
No segundo trimestre, um dos fatores que mais contribuíram para derrubar o lucro foram as despesas com captação no mercado, que passaram de R$ 46 milhões em igual período de 2010 para R$ 85 milhões. O saldo das captações passou de R$ 1,1 bilhão no segundo trimestre de 2010 para R$ 1,6 bilhão em um cenário de maior taxa de juros.
Ribeiro, que volta ao mercado financeiro mais de uma década depois de vender o Banco Patrimônio, diz que o desafio à frente do Indusval não é muito diferente do enfrentado na empresa de tecnologia da informação CPM Braxis, da qual era sócio. "Trata-se de estabelecer e fazer cumprir o planejamento estratégico, que vale para qualquer tipo de empresa", diz.
Um dos objetivos traçados foi o de empreender o "espírito de dono" nos funcionários. Para fazer valer a nova denominação - o banco agora se chama Indusval & Partners -, o plano de opções para os executivos foi ampliado e se tornou mais agressivo.
Entre os novos profissionais atraídos pelo projeto estão Francisco Cote Gil, egresso do Itaú BBA, e André Mesquita, que trabalhou com Ribeiro na CPM Braxis. O banco promoveu ainda executivos que já estavam na casa, como Katia Moroni, responsável pela área de relações com investidores e captações.
Com a equipe completa, o Indusval parte agora para sofisticar as operações. O plano é manter o foco nas empresas médias e alcançar o mercado de grandes companhias. Hoje, cerca de 80% da carteira de clientes da instituição está no 'middle market'. "A meta é mudar essa proporção para algo entre 60% e 40%", diz Masagão. Apesar de possuir margens mais baixas, o segmento permite ganhos maiores por demandar uma maior variedade de produtos.
Além disso, o risco de crédito é menor. Os números do Indusval mostram que a inadimplência acima de 60 dias cresceu na carteira de médias empresas de 7,2% no primeiro trimestre para 8,4%.
Em uma segunda fase, o Indusval quer avançar no mercado de renda fixa corporativa, no qual já atua estruturando operações como Cédula de Produto Rural. Ainda de forma embrionária, o banco está para concluir as duas primeiras emissões de debêntures.

Baiana Softwell desponta com aporte internacionalDCI 09.08.2011 - A baiana Softwell, empresa de tecnologia, atraiu como parceiro o braço de investimento do Banco Mundial (Bird), por conta da criação da primeira ferramenta nacional de programação capaz de produzir aplicativos para plataformas móveis, com sistemas para Apple, Google e RIM.
O aporte financeiro do IFC, do Bird, na Softwell, é de US$ 9 milhões para garantir o desenvolvimento de produtos e expandir as operações da empresa baiana no mercado interno e internacional, com um projeto de custo total estimado em US$ 11,1 milhões.
O presidente e fundador da Softwell, Wellington Freire, conta que tem sido assediado para vender a empresa mesmo antes de consolidar os projetos. Sem revelar as interessadas, ele explica que foram necessários nove anos para criar o software que chamou a atenção dos investidores, com uma demanda de trabalho de cerca de 1.200 engenheiros. "Não iríamos nos render tão facilmente depois desse trabalho todo." A empresa se aliou à IBM, o que lhe permitiu a redução do tempo de desenvolvimento de aplicativos.

Aumenta a procura por máquinas que fazem máquinasValor 09.10.2011 - Domingos Tomyama, da Fuji: boas oportunidades nos segmentos de celulares, PCs, TVs e dispositivos automotivos.
Não são apenas os fabricantes de computadores, celulares e equipamentos de telecomunicações que comemoram o crescimento das vendas no Brasil. Além dessas companhias - um time que inclui marcas conhecidas como Nokia, Motorola, Positivo e Ericsson, para citar algumas - outras empresas, bem menos conhecidas do público, têm motivos para celebrar o aumento na demanda. São os fornecedores dos equipamentos que montam esses produtos eletrônicos, ou seja as máquinas que fazem máquinas.
Com o aumento da produção local de equipamentos eletrônicos, essas empresas - como as japonesas Juki e Fuji e a alemã ASM - têm visto seus negócios crescerem em ritmos que variam entre 30% e 50% ao ano.
Não há fabricação desse tipo de equipamento no Brasil. As máquinas são importadas. Também não existem números oficiais. Segundo Noriaki Saito, presidente da Juki no Brasil, a projeção é de que o número total de equipamentos vendidos no país este ano aumentará 67%, para 290 unidades. Em termos de receita, o valor previsto é de US$ 71 milhões. No ano passado, o faturamento do setor foi de US$ 44 milhões.
Para outras empresas do setor, no entanto, o mercado terá um crescimento muito mais expressivo. "Só no primeiro semestre vendemos mais de 290 máquinas", diz Paulo Valentim, engenheiro de vendas da Fuji. A companhia - que não tem nada a ver com a empresa homônima do segmento de imagem - é a principal fornecedora desse tipo de equipamento, com metade do mercado nacional, de acordo com estimativas do setor. A Juki tem 10%. O restante é dividido por companhias como a japonesa Panasonic, a ASM (que no começo de 2010 comprou a área de SMT da Siemens) e as coreanas Samsung e Mirae.
Cabe às máquinas de Surface Mount Technology (SMT), como são conhecidas, montar o verdadeiro quebra-cabeça que forma os circuitos eletrônicos usados em equipamentos como computadores e celulares. Para se ter uma ideia, a placa de um notebook é composta, em média, por 1,5 mil componentes. Entre eles estão resistores, capacitores e chips que controlam o funcionamento de peças como as entradas USB.
Alguns desses itens têm dimensões tão pequenas que tornam o seu manejo praticamente impossível por seres humanos. O menor componente usado pelos fabricantes atualmente mede 0,2 milímetro x 0,1 milímetro, o tamanho de um grão de areia grossa.
Uma pessoa até poderia colocar as peças nas placas manualmente, mas sua eficiência jamais se aproximaria à de uma máquina SMT. Um dos equipamentos mais recentes da Fuji tem capacidade para encaixar 160 mil componentes por hora, quando configurada para fazer placas de telefones celulares. Isso significa que, a cada hora, ela produz 116 placas.
Depois de prontas, essas partes são levadas à segunda etapa do processo de produção. É quando as máquinas saem de cena. O trabalho de colocar as placas dentro das carcaças dos aparelhos é manual. Tanto que as mulheres são maioria nas linhas de produção. O motivo é que elas têm mãos menores, o que as torna mais aptas para lidar com peças pequenas e delicadas.
Além das companhias que produzem eletrônicos com suas próprias marcas no país, também são consumidores das máquinas SMT os fabricantes que produzem sob encomenda, como Foxconn, Digitron e Jabil.
Celulares, computadores, TVs e dispositivos para automóveis são segmentos com boas perspectivas de crescimento, diz Domingos Tomyama, diretor-presidente da Fuji, "Itens como o airbag obrigatório de fábrica estão movimentando a indústria", afirma o executivo. Com 1,2 mil clientes no país, a Fuji projeta um crescimento superior a 50% este ano.
A Juki pretende ampliar de 10% para 13% sua participação no mercado local, diz Saito. O executivo japonês, que chegou ao país há seis meses, diz que o objetivo é vender para companhias de médio porte.
Apesar do número relativamente pequeno de máquinas vendidas anualmente, o setor exige uma atualização constante, o que garante um fluxo de receita recorrente para os fabricantes. Segundo Fábio Sung, diretor de suprimentos da Digitron, as atualizações têm que ocorrer todos os anos para acompanhar a evolução dos componentes usados na montagem de equipamentos. "Quem não se atualiza fica para trás", diz. A Digitron projeta crescer 30% em 2011.

Abimaq mantém expectativa de crescer 20% em receitaEstadão 08.08.2011 - A indústria brasileira de implementos agrícolas mantém a previsão de aumento de 15% a 20% no faturamento em 2011, sobre os R$ 7,4 bilhões em 2010, disse hoje César Casale, presidente da Câmara Setorial da Indústria de Implementos e Máquinas Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq).
"O cenário de crise internacional não muda nossa avaliação. As vendas estão, inclusive, maiores que esses porcentuais. Mas considerando que podemos ter uma desaceleração neste segundo semestre, mantivemos nossa previsão", disse. O segmento de implementos envolve equipamentos como plantadeiras, pulverizadores, máquinas para preparo de solo, etc.
Casale espera para 2012 a implementação de taxas de juros diferenciadas para a aquisição de implementos dentro do Programa Moderfrota. A câmara pede taxa de 3,5% ao ano para o pequeno produtor, 4,5% para médios e 6,5% para grandes.

Transmissão terá R$ 7 bi em dois anosValor 09.10.2011 - Em dois anos, a Eletrobras vai investir R$ 7 bilhões na sua atividade de transmissão. Os recursos serão destinados não apenas para novos investimentos, mas também em reforço do complexo já existente. "Este é um programa de investimento interno para que o sistema seja ainda mais robusto", disse ontem em evento na ADVB, em São Paulo, o presidente da estatal, José da Costa Carvalho Neto.
De acordo com as contas da Eletrobras, o brasileiro passa em média no ano 18 horas sem luz. Apenas uma hora é referente a quedas da rede básica. "Mas quando cai uma linha de transmissão os impactos são maiores e por isso mesmo mais noticiados", disse Costa. Tem sido recorrente, nos últimos anos, a queda de linhas de transmissão do sistema Eletrobras provocando blecautes pelo país.
O blecaute recente mais grave aconteceu em 2009, quando as linhas que ligam Itaipu ao Sudeste do país, operadas por Furnas, saíram da operação e causaram um blecaute que atingiu 18 Estados, deixando alguns deles com mais de cinco horas sem energia. No inicio deste ano, foi a vez de linhas da área de concessão da Chesf, no Nordeste. O apagão durou mais de duas horas e, entre outros transtornos, paralisou por quase uma semana algumas indústrias do polo petroquímico de Camaçari, na Bahia. O próprio Operador Nacional do Sistema apontou que a falha foi na operação da companhia.
O governo federal quer evitar novos acontecimentos desse tipo e por isso os investimentos estão sendo feitos pela Eletrobras. A empresa é dona de quase 60% das concessões de transmissão do país. "O investimento está sendo definido pela holding e será executado pelas empresas coligadas".

ADM e Cabrera próximos de definição sobre usina de MG Valor 09.10.2011 - A tentativa de acordo entre a multinacional americana Archer Daniel Midland (ADM) e o ex-ministro Antônio Cabrera na usina Limeira do Oeste, em Minas Gerais, terá mais um capítulo na Câmara de Comércio Brasil Canadá (CCBC), onde tramita um processo de arbitragem. A ADM tem até o fim deste mês para se posicionar sobre o preço a ser pago pelos 51% que Cabrera detinha na usina.
Segundo apurou o Valor, o ex-ministro, representado pela holding Canaã Participações, pede pela sua parte no negócio o equivalente a entre US$ 130 e US$ 150 por tonelada de capacidade operacional da usina mineira, que tem condições para moer 3 milhões de toneladas de cana. A ADM informou por meio de sua assessoria que não comentaria o processo de arbitragem porque o mesmo ainda está em andamento. Procurado, o ex-ministro também não quis se pronunciar.
A instauração da arbitragem foi pedida em abril deste ano e instaurada em maio, com o objetivo de definir o valor a ser pago pelas ações de Cabrera, que decidiu sair do negócio após indefinições de sua então sócia sobre projetos de expansão.
As duas empresas se associaram em 2008 em um projeto que previa construir duas usinas de açúcar e álcool, uma em Minas Gerais, e outra em Jataí (GO), cada uma com capacidade para processar 3,5 milhões de toneladas de cana.
Mas apenas o projeto do Triângulo Mineiro saiu do papel - ainda assim incompleto, pois por enquanto só há produção de etanol. O cronograma previa inauguração de uma usina de açúcar anexa a Limeira do Oeste em 2010, o que não vingou.

USJ e São Martinho dissolvem parceria Valor 09.10.2011 - Após três anos de parceria, os grupos sucroalcooleiros São João (USJ), Santa Cruz e São Martinho, que somam moagem de mais de 25 milhões de toneladas de cana por safra, desfizeram a sociedade na Allicom, consórcio de comercialização de açúcar e etanol formado pelas três empresas em 2008. Na prática, a sociedade já terminou e agora os grupos apenas finalizam os trâmites burocráticos que devem ser concluídos até o dia 31 deste mês.
São Martinho e Santa Cruz seguem juntas. A companhia com sede em Pradópolis (SP) vai prestar serviço de comercialização para a usina Santa Cruz, de Américo Brasiliense (SP), e também para a Nova Fronteira Bioenergia (São Martinho/ Petrobras Biocombustíveis).
O presidente da São Martinho, Fábio Venturelli, nega que a decisão tenha relação com o fato de a São João ter fechado em junho deste ano a venda de 50% de suas duas usinas de Goiás (uma em construção) para a multinacional Cargill, em uma disputa que, segundo fontes, a Nova Fronteira participou.
Segundo ele, o que aconteceu é que ao longo desses três anos de Allicom, a São Martinho e a Santa Cruz passaram a ter um perfil mais alcooleiro, enquanto a São João divergiu para uma produção mais açucareira com foco no mercado interno. "Até em açúcar temos direcionamento diferente, para o mercado externo", disse Venturelli sobre a São Martinho.
Por causa disso, continua o executivo, as sinergias começaram a ficar limitadas o que vinha trazendo questionamentos se fazia sentido ou não seguir em frente na parceria. "No começo, a expectativa era de que a Allicom tivesse uma mesa de gestão de risco para trabalhar de forma conjunta. Mas, depois percebemos que, pelos padrões de governança corporativa da São Martinho [que tem capital aberto em bolsa], não poderíamos manter os planos iniciais", recorda Venturelli sobre a dificuldade de maximizar sinergias.
"Assim, já havia discussões e considerações antes. A associação com a Cargill só mostrou que a São João continuará com perfil mais açucareiro", diz o executivo.
Procurada, a USJ, que tem direito sobre a marca Allicom, confirmou por meio de nota a dissolução do consórcio e afirmou que voltará a comercializar açúcar, etanol e energia de forma independente, "buscando parcerias estratégicas".
Fundada em setembro de 2008, a Allicom chegou a comercializar 1 milhão de toneladas de açúcar e 1,2 bilhão de litros de etanol, se consolidando como uma das maiores comercializadoras sucroalcooleiras do país.
Antes de formar a Allicom, em 2008, os três grupos foram associados da Copersucar: a São Martinho saiu no fim da safra 2007/08, a São João, em 1999 e a Santa Cruz, em 2004. Os principais acionistas das três empresas tem em comum o sobrenome Ometto, da família italiana que chegou ao Brasil no fim do século XIX.

No Paraná, BR Malls compra 70% da Alvear por R$ 792 milhõesValor 09.10.2011 - Bousquet, da BR Malls: "Nossa visão de longo prazo para o Brasil é positiva".
A BR Malls, maior empresa de shopping centers do país, faz sua terceira maior aquisição e maior investimento em municípios do interior. Por R$ 791,7 milhões, comprou 70% da Alvear Participações, do grupo paranaense Catuaí. O negócio envolveu dois empreendimentos que estão em operação, um em construção e um terreno com projeto em andamento.
A Alvear era dona de 93% do Catuaí Shopping Londrina, de 100% do Catuaí Shopping Maringá e de 100% do Londrina Norte, cuja inauguração está marcada para outubro de 2012, além de 97% do terreno onde deverá ser erguido o Catuaí de Cascavel, que tem abertura prevista para 2013.
A BR Malls assumiu a administração e comercialização dos quatro shoppings. Ela vai usar o caixa para pagar R$ 334,3 milhões à vista e R$ 329 milhões serão quitados em três parcelas anuais. O restante (R$ 128,4 milhões) será desembolsado de acordo com o cronograma de execução de obras. Com a aquisição, a empresa passará a administrar 43 empreendimentos, sendo sete deles no Paraná- os outros três são o Estação, o Curitiba e o Crystal, todos na capital.
Leandro Bousquet Viana, diretor financeiro e de relações com o mercado da BR Malls, informou que a conversa com o grupo Catuaí começou há três anos, antes de ampliações recentes dos empreendimentos. Segundo ele, o acordo permite a realização de outros projetos em conjunto. "Vemos a parceria com bons olhos", diz.
O contrato foi fechado na sexta-feira à noite e o comunicado ao mercado foi feito ontem, dia de forte queda nas bolsas de valores. "Nossa visão de longo prazo para o Brasil é positiva", disse o executivo. Antes da Alvear, as maiores aquisições da BR Malls foram as do shopping Tijuca (R$ 800 milhões), em 2010, e de quatro empreendimentos da In Mont (R$ 830 milhões), em 2007.
Do total a ser pago, R$ 105 milhões serão descontados, para o acerto de dívidas da Alvear. De acordo com a BR Malls, R$ 30 milhões já foram quitados, R$ 40 milhões serão amortizados no período de um mês e pendências de longo prazo serão mantidas para pagamentos no futuro.
"Os dois projetos 'greenfield' (construção em terreno) reforçam a nossa estratégia de buscar oportunidades de desenvolvimento e elevam o nosso total de projetos 'greenfield' para 5, dos quais três inauguram em 2012", informou a empresa. A operação com a Alvear incluiu 217 mil metros quadrados de terreno, com potencial construtivo de 772 mil metros quadrados, para futuras expansões.
O Catuaí de Londrina foi aberto em 1990 e tem 299 lojas. O de Maringá, inaugurado em 2010, possui 216. O Londrina Norte deverá ter 195 e, o de Cascavel, 165. O grupo foi criado nos anos 70 para atuar na construção civil e, depois de uma boa experiência em Londrina, decidiu investir mais no segmento de shopping.
O presidente do grupo, Alfredo Khouri, anunciou em 2008 investimentos de R$ 320 milhões nos quatro empreendimentos que agora são controlados pela BR Malls.
Outro grupo que está apostando no interior do Paraná é o Sonae Sierra Brasil, que está construindo o Boulevard, em Londrina, a ser inaugurado no segundo semestre de 2012. Os investimentos estão estimados em R$ 212 milhões.
Expansão da BR Malls: A BR Malls comprou 70% da Alvear Participações, dona de shoppings no interior do Paraná. Os investimentos na aquisição serão de R$ 791,7 milhões e envolvem dois empreendimentos em operação, um em construção e um terreno com projeto em andamento. A Alvear era dona de 93% do Catuaí Shopping Londrina, de 100% do Catuaí Shopping Maringá e 100% do Londrina Norte, cuja inauguração está prevista para outubro de 2012, além de 97% do terreno onde deverá ser erguido o Catuaí de Cascavel. Agora a BR Malls será responsável pela administração e comercialização dos quatro shoppings.

BR Malls paga R$ 800 milhões por shoppings do CatuaíGPdeLondrina 09.08.2011 - Negociações com a controladora do Catuaí duraram quatro anos; empresa se torna a maior operadora de shoppings do Paraná.
Depois de assumir três dos seis maiores shoppings de Curitiba, a BR Malls começou, ontem, a investir no interior do Paraná, com a compra, por R$ 791,7 milhões, de 70% da Alvear Participações, que detém o controle dos shoppings Catuaí Londrina e Catuaí Maringá. O negócio envolveu ainda projetos em andamento, como o shopping Londrina Norte e o Catuaí Cascavel, além de um banco de terrenos que poderá ser usado em futuras expansões dos empreendimentos. Com a aquisição, a BR Malls passa a ser a maior operadora de shopping centers do Paraná.
O assédio da BR Malls sobre o grupo paranaense começou há quatro anos, mas, depois de idas e vindas, só no último ano as negociações avançaram. “Não há espaço para pequenos nesse mercado”, disse ontem, por telefone, Alfredo Khouri, empreendedor do Catuaí. Segundo ele, o contrato prevê que o nome Catuaí seja mantido por 15 anos, renováveis por mais 15.
Avanço: O grupo BR Malls já administra três dos seis maiores shoppings de Curitiba. Confira o histórico de aquisições:
5 de fevereiro de 2007 – Compra 100% do shopping Estação.
23 de maio de 2007– Adquire 20% do shopping Curitiba.
20 de junho de 2007 – Aumenta em mais 15% a participação no shopping Curitiba.
15 de setembro de 2010 – Compra 40% do shopping Crystal.
3 de janeiro de 2011 – Aumenta em mais 30% a participação no shopping Crystal, chegando a 70%.
28 de janeiro de 2011 – Amplia em 14% a presença do shopping Curitiba. No total, a BR Malls tem 49% do empreendimento.
8 de agosto de 2011 – Adquire 70% da Alvear Participações, que detém participação em quatro shoppings: 93% do Catuaí Shopping Londrina, 100% do Catuaí Shopping Maringá, 100% do Shopping Londrina Norte, 97% do terreno para construção do Catuaí Shopping Cascavel e 772,6 mil m² de potencial construtivo que viabilizam futuras expansões desses empreendimentos.
A BR Malls não concedeu entrevista. Em comunicado divulgado ao mercado, a empresa informou que os dois shoppings existentes foram adquiridos por R$ 510,5 milhões, enquanto aos novos projetos serão destinados R$ 262,3 milhões. A companhia também desembolsou R$ 18,9 milhões por um banco de terrenos com potencial para construção de 772,6 mil metros quadrados. Essas áreas poderão ser destinadas para a expansão dos próprios shoppings ou para outros projetos, como hotéis e centros comerciais.
A BR Malls será responsável pela administração e comercialização dos quatro empreendimentos, que totalizam 875 lojas, e não descarta novas aquisições. “A BR Malls está sempre atenta a novas oportunidades em quaisquer estados do país”, afirmou, por e-mail, a assessoria de imprensa da empresa. A Região Sul é uma das prioridades de expansão do grupo.
Concentração: Com o negócio, a BR Malls passa a ter 43 empreendimentos no país. Somando-se o shopping Londrina Norte, que deve ficar pronto em outubro de 2012, e o Catuaí Cascavel, que deve iniciar operações em novembro de 2013, a companhia passará a administrar sete dos 14 maiores shoppings do Paraná (incluindo os que estão em construção na capital por outros grupos). A BR Malls começou sua investida no estado em 2007, quando comprou 100% do shopping Estação, em Curitiba (veja histórico nesta página).
Khouri afirma que, em paralelo, vai continuar a investir no ramo. “Temos três, quatro projetos em estudo, fora do Paraná. Vamos fazer esses empreendimentos e depois vamos definir se negociamos com a BR Malls ou outro grupo”, afirma. Ele nega que tenha intenção de se desfazer dos 30% restantes da operação com a BR Malls na Alvear Participações. “Trata-se de uma parceria, que vai se manter como tal”, afirma.
Do total negociado, R$ 334,3 milhões serão pagos à vista e R$ 329 milhões, em três parcelas anuais. Os R$ 128,4 milhões remanescentes serão distribuídos conforme o cronograma físico financeiro das obras, informou a BR Malls, acrescentando que serão descontados R$ 105 milhões do montante a ser pago, referentes a pagamento de dívida da Alvear pela BR Malls.

Incorporadora investe R$ 480 milhões no Sul do paísFolha 09.08.2011 - A incorporadora Nex Group investirá R$ 480 milhões em dez empreendimentos que serão lançados neste ano nos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
A companhia, criada no primeiro semestre deste ano após fusão de quatro construtoras gaúchas, deverá encerrar 2011 com VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 1 bilhão.
"Unimos as quatro empresas para multiplicar o nosso crescimento", afirma o presidente da companhia, Carlos Alberto Schettert.
A principal área de atuação da Nex Group é a construção de condomínios, além da participação no programa Minha Casa, Minha Vida.
Entre os municípios com obras da incorporadora estão Porto Alegre, Pelotas, Canoas, Alvorada (todos no RS) e Itajaí (SC).
A companhia também busca parceiros para comprar terrenos no Paraná e em SP.
"As negociações para nosso primeiro empreendimento em São Paulo já estão adiantadas", diz Schettert.
O grupo deve investir R$ 30 milhões na capital paulista, em parceria com a incorporadora MaxCasa, de José Paim de Andrade.
O acordo também prevê transferência de tecnologia para construções em Porto Alegre, nas quais a MaxCasa terá 13% de participação.

Mills vê demanda fraca por construção pesadaValor 09.10.2011 - A prestadora de serviços de engenharia e locadora de equipamentos para construção pesada Mills registrou lucro líquido de R$ 22,6 milhões no segundo trimestre, com queda de 13,4% em relação ao mesmo período de 2010, quando a empresa foi positivamente afetada pela posição líquida de caixa após a oferta pública inicial de ações realizada em abril de 2010, segundo a companhia.
A receita líquida da empresa no trimestre ficou em R$ 164 milhões, sendo 24,9% superior à de 2010. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 58,0 milhões, com crescimento de 15% sobre o segundo trimestre do ano passado.
A Mills declarou em seu balanço que, no segundo trimestre do ano, a demanda no setor permaneceu "fraca". Apesar do início de vários empreendimentos importantes, como estádios para a Copa do Mundo de 2014 e de linhas de trens urbanos em São Paulo e no Rio de Janeiro, "essas obras estão na fase inicial, quando demandam baixo volume de equipamentos".
Segundo a companhia, no entanto, é esperado que a demanda por equipamentos cresça nos próximos meses de acordo com o progresso das obras. "Dado o cronograma previsto das obras já licitadas, iniciadas e contratadas, esperamos que no segundo semestre de 2011 haja uma retomada forte da demanda no setor de construção pesada, sendo o crescimento mais concentrado no quarto trimestre", informa o texto.
A empresa cita como oportunidades de negócios em construção pesada o início de obras relacionadas ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como Belo Monte, Rodoanel Norte de São Paulo, e novas concessões de trechos de rodovias e ferrovias.

Futuro da Norsul vai parar na JustiçaValor 09.10.2011 - Figueiredo, ex-executivo da companhia, detém 26,83% do capital da Norsul.
Os sócios da Companhia de Navegação Norsul, um dos maiores armadores privados brasileiros, vão se enfrentar nos tribunais para dirimir disputa societária após fracassadas tentativas de entendimento. O litígio foi motivado pela decisão do sócio minoritário Hugo Figueiredo de exercer opção de venda de parte dos 26,83% que detém na companhia. Os controladores, a família norueguesa Lorentzen, questionam a base de cálculo apresentada pelo sócio para exercer a venda de 7% da empresa. Depois de 21 anos de uma bem-sucedida parceria, a relação entre os sócios da Norsul ficou abalada. O diálogo entre os Lorentzen e Figueiredo reduziu-se a questões operacionais discutidas no conselho de administração. O objeto da briga passou a ser tratado por representantes e advogados.
A opção de venda das ações de Figueiredo na Norsul está registrada em contratos assinados entre as partes em 1995. Nos documentos, os Lorentzen se comprometem a adquirir as ações do sócio a partir de seu desligamento como executivo da companhia. Figueiredo aposentou-se da Norsul em julho de 2007 depois de mais de duas décadas à frente da empresa. Foi presidente da Norsul International (Norinter) por nove anos. E por outros 12 anos comandou a nova empresa surgida a partir da fusão da Norinter com a Norsul, unificação feita também em 1995.
Avaliação feita sob encomenda de Hugo Figueiredo indicou valor de mercado para a Norsul de US$ 450 mi
Em agosto de 2010, Figueiredo enviou carta aos Lorentzen manifestando desejo de vender parte da participação acionária, mas apesar dos contratos existentes não foi possível chegar a um entendimento.
Frente ao impasse, Figueiredo impetrou, em abril, ação ordinária na 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro contra a holding OLSA e o patriarca da família, Erling Sven Lorentzen, e um de seus filhos, Haakon. Os três tornaram-se réus na ação de Figueiredo, que presidiu por 12 anos uma das principais entidades de classe do setor, o Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma).
No processo, Erling, que ajudou a criar a Aracruz (atual Fibria), deverá ser chamado a depor junto com outras testemunhas. O empresário, sem funções executivas no grupo Lorentzen, tem 88 anos. Ele é casado com a princesa Ragnhild, irmã do rei da Noruega, Harald V, e tem raízes antigas na indústria de navegação: seu pai foi um armador bem-sucedido na Noruega. Figueiredo negociou os contratos diretamente com Lorentzen quando o empresário norueguês ditava os rumos da companhia. Figueiredo e Lorentzen não comentam o assunto.
O Valor teve acesso às informações do processo. Para embassar seus argumentos, a defesa de Figueiredo encomendou parecer ao advogado Gustavo Tepedino. Na ação, o autor pede que os réus sejam condenados a cumprir com o que foi estabelecido na primeira carta-compromisso de 1995 e que trata sobre a opção de venda de parte das ações de Figueiredo. Ele requer, amparado nesse documento, que os Lorentzen paguem R$ 52,5 milhões, equivalente a 7% do valor de mercado da empresa.
Erling, patriarca da família Lorentzen, será chamado para depor no processo
Chegou-se a esse número a partir de avaliação feita, sob encomenda de Figueiredo, pela consultoria RS Platou, que indicou um valor de mercado para a Norsul de US$ 450 milhões, com base no câmbio de agosto de 2010. Mas esses números também são questionados pelos representantes dos Lorentzen, que fizeram outros cálculos e chegaram a um valor de mercado bem inferior para a companhia, de R$ 450 milhões.
"Fizemos as contas [para chegar a esse número]. A avaliação de Hugo [Figueiredo] é feita como se a empresa fosse nas Bahamas, não considera imposto de renda", afirma Carlos Temke, presidente da Norsul. Ele foi nomeado representante dos Lorentzen na negociação. "Tentou se discutir a avaliação e não se conseguiu. Podemos conversar sobre a avaliação a hora que eles quiserem", diz Luiz Guilherme Migliora, do Veirano Advogados, que representa Hugo Figueiredo.
Migliora entende que o juiz responsável pela causa, Mauro Pereira Martins, terá duas questões para decidir: a base de cálculo para o exercício da opção de venda das ações de Figueiredo e o valor da empresa. "Estamos tranquilos em relação à discussão desses dois temas", disse Migliora. Ele afirmou que a questão sobre a base de cálculo é "simples" quando se analisa o contexto, mas reconheceu que podem ser criados "embaraços" se for feita uma análise linha a linha dos compromissos assumidos pelos Lorentzen com Figueiredo.
Mas esse valor é questionado pelos Lorentzen, que fizeram outros cálculos e chegaram a R$ 450 mi
O contexto citado por Migliora refere-se a duas cartas-compromisso e a um protocolo assinados entre Figueiredo e os Lorentzen em 14 de setembro de 1995. Esse protocolo permitiu a incorporação da Norinter, da qual Figueiredo tinha 36%, pela Norsul, que à época passava por momento delicado. Nessa operação, Figueiredo ficou com 18% do capital da nova empresa e, além disso, recebeu mais 7% das ações ordinárias da Nova Norsul como prêmio por haver trocado uma posição confortável em uma empresa promissora e eficiente por outra posição em uma companhia que tinha futuro incerto, segundo relatado na ação. A soma das participações garantiu a Figueiredo 25% da Norsul.
Em 2000-2001, ele adquiriu mais 1,83% de outros minoritários. Outros 3,3% das ações da Norsul estão em mãos de familiares de Erling Lorentzen e o resto do capital, quase 70%, é detido pela OLSA. Migliora disse que o item 5.7 do protocolo de unificação da Norsul e Norinter deixa claro que Figueiredo tem direito a 25% da nova empresa. O advogado afirmou que nesse documento existe cláusula de saída (ponto 6.7) segundo a qual a compra da posição acionária de Figueiredo ocorrerá de acordo com o exposto nas duas cartas-compromisso que tratam o tema. É na interpretação das cartas que se concentra boa parte da discussão.
A primeira das cartas diz que na eventualidade de cessar a atuação de Figueiredo como principal executivo da Norsul, os Lorentzen "se comprometem a comprar 7% de suas ações na empresa unificada". A redação do contrato não é clara e levou os Lorentzen a considerar que o compromisso de compra refere-se a 7% das ações detidas por Figueiredo na companhia e não 7% do capital total da empresa. Por esse raciocínio, Figueiredo teria direito a exercer na primeira carta 7% de 25%, ou seja, 1,75% do capital total da Norsul. "É um caso de má fé exemplar", disse Migliora.
Ivan Nunes Ferreira, do escritório Nunes Ferreira, Vianna Araújo, Cramer, Duarte Advogados, representante dos Lorentzen, rechaçou a acusação: "Não há má fé. Deve se respeitar o que está escrito por empresários experientes e, portanto, não posso admitir que não saibam o que estavam escrevendo", disse Ferreira. As cartas-compromisso foram assinadas por OLSA, Erling e Haakon Lorentzen e o protocolo pelos três mais Figueiredo.
"O que a carta diz é que a opção de compra se refere a 7% das ações que ele [Figueiredo] detém na Norsul", insistiu Ferreira. Ele afirmou que o que distancia as partes são interpretações diferentes do contrato. "Os Lorentzen jamais se negaram a comprar as ações de Figueiredo nos termos contratados na opção de compra." Ferreira disse que é fácil de comprovar esse argumento ao comparar a primeira carta com a segunda, assinada no mesmo dia e que estabelece a compra de 18% das ações de Figueiredo na nova empresa. As cartas fixam prazos diferentes para pagamento das obrigações.
Ferreira disse ainda que antes de discutir a base de cálculo da opção de venda das ações de Figueiredo é preciso chegar a um valor para a Norsul. Ele definiu as avaliações feitas até agora como "preliminares" e afirmou que é preciso seguir o estabelecido na primeira carta segundo a qual as partes nomeiam dois avaliadores que apontarão um terceiro. "E os três avaliadores fazem um laudo que tem de ser acatado pelas partes", ponderou.
Ele disse que essa avaliação tem caráter de arbitragem "ad hoc" e defendeu que a perícia que estabelecerá o valor tem que ser "extra-judicial". O advogado de Figueiredo tem posição diferente. "Estamos abrindo a avaliação em juízo e o que era para ser feito pelas partes será feito mediante perito nomeado pelo juízo com assistentes técnicos", disse Migliora.
Como até o momento não há acordo sobre nada entre os sócios, a tendência é de que o processo judicial se estenda e seja marcado por muito litígio. A não ser que o caso sofra uma reviravolta - até agora pouco provável - e abra-se caminho para uma negociação.

Líder da Contém 1g passa a franqueador de 'frozen yogurt'DCI 09.08.2011 - Depois de se tornar o maior franqueado da rede Contém 1g, com a administração de 15 lojas em shoppings da capital paulista, o empreendedor Alberto Oyama resolveu criar sua própria rede, agora em um nicho ainda pouco explorado: o de frozen yogurt.
Junto de alguns sócios, ele resolveu lançar a YoGuTi, cuja proposta é chegar ao final do próximo ano com 30 lojas.

Marfrig cai 25% com vendas do fundo GWIValor 09.10.2011 - As ações do Marfrig tiveram um pregão ainda pior do que o vivido pelas outras ações na bolsa ontem. De um dia para o outro, os papéis desvalorizaram 24,83% - lideraram as quedas do Ibovespa e, cotadas a R$ 9,02, atingiram menor valor desde abril de 2009. As concorrentes perderam muito menos ontem: JBS caiu 4,9%; Minerva, -6,6%.
No mercado, a avaliação era que a perda não teve relação direta com os fundamentos do Marfrig. A sensação é que está acabando o fôlego da GWI Investimentos, do gestor Mu Hak You, de sustentar o papel, o que poderá colocar a gestora, novamente, em dias difíceis com seus cotistas.
Procurada pelo Valor, a GWI não deu entrevista e o Marfrig informou que não comenta oscilações do mercado.
Desde o início do ano, investidores acompanham o posicionamento da GWI em ações da companhia. Em janeiro, a gestora comunicou que, por meio de seis fundos, possuía 5,22% do Marfrig, equivalente a 18,128 milhões de ações. A questão é que a estratégia de Mu passa por comprar participações nas empresas via operações alavancadas
Em abril, existiam R$ 265 milhões em operações a termo registradas com as ações da Marfrig. Isso equivale a 17,25 milhões de ações, ou 4,97% do capital da empresa. Segundo fontes do mercado, pelo menos 80% desse total a termo foi realizado pela GWI. O mercado passou a concluir que grande parte da exposição da gestora nas ações da companhia seria a termo.
No passado, o mercado e a GWI já travaram disputas quando a gestora esteve alavancada em Sulamérica e B2W.
Nesse tipo de operação, o preço de liquidação é fixado no presente para uma data futura.
Ao operar dessa forma, o fundo compra, por exemplo, 300 ações e paga apenas por 100, usando um empréstimo com a corretora para pagar pelas 200 restantes. Enquanto a data de vencimento não chega, tem que fazer depósitos de margem para ajustar os preços. Se as ações sobem na bolsa, equivale dizer que o ativo dado como garantia na operação tem maior valor e os depósitos para o ajuste da margem caem. Se, ao contrário, as ações caem no mercado, significa que a garantia tem menor valor e os depósitos de margem sobem. O fundo precisa então vender as ações na bolsa para fazer caixa e honrar as margens, ao mesmo tempo em que inicia a desalavancagem. Com esse movimento, acaba alimentando ainda mais a desvalorização do ativo que possui em sua carteira. Semana passada, as ações do Marfrig caíram 21%. Com a queda de ontem, perdem 40% em agosto.
Nos últimos meses, o mercado identificava a GWI atuando na ponta compradora de Marfrig, nos leilões de fechamento da bolsa. Desde a quinta-feira, deixou de identificar a ponta compradora no final do pregão.
O que instigava os investidores, além da força demonstrada para a sustentação do papel, era que o valor que supostamente a GWI possuía em Marfrig a termo representava metade dos R$ 500 milhões que estavam sob gestão em abril. Em julho, esse valor estava ao redor de R$ 400 milhões.
Na semana passada, o aluguel de ações com Marfrig dobrou, passando de 7,9 milhões de ações no dia 1 para 15,265 milhões dia 5 - quem aluga ações, aposta na queda das cotações. E, ao mesmo tempo, os negócios a termo com o papel caíram de 8,7 milhões de ações para 7,1 milhões.
A desalavancagem aparece no fundo GWI Leverage. Dia 1º de agosto, o patrimônio estava em R$ 89 milhões e a carteira do fundo somava R$ 153 milhões, o que indicava que ele estava alavancado em duas vezes. Dia 4, último dado disponível, o patrimônio era de R$ 57,6 milhões, enquanto a carteira estava bem mais próxima, em R$ 69 milhões. O valor da cota do fundo caiu 26% do dia 3 para dia 4.

O declínio do Império AmericanoValor 09.10.2011 - No dia mais nervoso para os mercados mundiais desde a crise de 2008, os investidores se dividiram entre os que contabilizaram perdas e os que aproveitaram para ir às compras em meio à queda de 8,09% do Índice Bovespa, para 48.668 pontos. No primeiro grupo, estão fundos e investidores que compraram além dos limites e tiveram de reduzir as aplicações por exigência da bolsa, das corretoras ou dos setores de controle de riscos das próprias instituições, forçando uma queda ainda maior dos preços de alguns papéis. No segundo grupo, entraram fundos de ações e investidores com visão de longo prazo e menor exposição em bolsa aconselhados pelos gestores de fortunas.
Haverá perdas para muitos fundos de investimento, e não só de ações, alertam analistas. Carteiras multimercados também sofrerão, apesar de sua menor exposição à bolsa. Mas muitos compensarão isso com ganhos na renda fixa, já que a maioria estava apostando na queda dos juros, aplicada em taxas prefixadas, e acertou, pois os juros caíram ontem com a crise. O mesmo efeito deve ocorrer nas carteiras de renda fixa. "Os fundos multimercados também não estão muito alavancados, por isso não temos visto perdas gigantescas nas cotas", diz Celso Scaramuzza, responsável pelo Itaú Private Bank.
Já nas carteiras de ações, a perda vai depender da concentração do gestor em cada papel e sua alavancagem. O caso que chama mais a atenção é novamente o da gestora GWI e seus fundos alavancados. Em um deles, o Leverage, a perda até dia 5 já era de 40% no mês e 86% no ano. E as perdas devem ter se acelerado ontem, já que a gestora é grande investidora em ações da Marfrig, que caíram apenas ontem 25%.
O pânico observado nos últimos dias fez com que a gestora independente Investidor Profissional (IP) aproveitasse o momento para elevar a exposição em papéis que já mantém em carteira, como Itaúsa, Aliansce e Multiplan, conta o sócio Bruno Barreto. "As pessoas tendem a achar que, por causa do aumento de volatilidade e da forte queda vista recentemente, está mais arriscado aplicar em ações, quando na verdade é justamente o contrário", diz ele. "Pagar 30% menos num papel traz um risco muito menor do que trazia há dois meses, por exemplo."
Entre os gestores de fortunas, a orientação já vinha sendo de proteção em meio ao crescimento da incerteza internacional, afirma Mauro Rached Rached, estrategista de investimentos do BNP Paribas Wealth Management. "Alguns aceitaram algum tipo de mecanismo de proteção e outros, com visão de longuíssimo prazo, resolveram correr o risco."
Agora, segundo Rached, a orientação do banco diante da piora do cenário é ver se há clientes querendo algum tipo de proteção ou até redução de aplicações. "Mas, hoje, o custo dessa proteção é muito maior, e pode reduzir os ganhos de uma eventual recuperação dos mercados."
Para Rached, diminuindo o nervosismo, pode haver uma retomada inicial mais forte dos preços das ações para um nível mais perto de uma ou duas semanas atrás. Depois, o ritmo da valorização seria mais lento e sujeito à volatilidade dos indicadores dos países. "Mas o mercado pode ainda vir mais para baixo se não vier fato novo que resgate a confiança ou se saírem mais notícias negativas, novos rebaixamentos de ratings", alerta.
Por isso, para os clientes que fizeram proteção, estão abaixo da exposição média em bolsa ou alguns que sequer estavam expostos e se mostram propostos a entrar no mercado, Rached diz que a orientação é comprar gradualmente. "O nível atual de preços já embute a revisão das expectativas econômicas mundiais das últimas duas semanas e muito mais", diz. "Mesmo que a bolsa suba 5%, ainda estaremos com preços atrativos", diz. E nem é preciso escolher muito. Rached sugere a compra do Índice Bovespa. " Vale, bancos e grandes empresas de consumo, como AmBev e Brasil Foods, estão atrativos, mas o próprio índice é opção neste momento."
Já nas corretoras, diferentemente de 2008, quando houve uma saída em massa dos investidores pessoa física, a agitação é menor. "Em 2008, o investidor estava mais despreparado depois de três anos de alta da bolsa e hoje tem mais ferramentas para limitar suas perdas", afirma Paulo Levy, diretor-executivo da Icap no Brasil.
Na coreana Mirae, o movimento de venda na última semana, e principalmente no pregão de ontem, foi liderado por investidores estrangeiros e gestores de fundos brasileiros que estavam buscando diminuir a alavancagem das carteiras. "Temos visto a maior parte dos estrangeiros vendendo seja porque acredita que o cenário externo deve piorar ou porque a expansão do crédito no Brasil foi exagerada", afirma Pablo Spyer, chefe da divisão de corretagem da Mirae.
Os fundos de pensão não têm diminuído a posição em bolsa, dizem analistas. Na Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa, a visão é de que o momento é mais para compra do que para a venda, afirma Demósthenes Marques, diretor de investimento.

Notas da UnidasValor 09.10.2011 - A locadora de veículos Unidas aumentou o valor da emissão de notas promissórias para até R$ 325 milhões.
O volume original da operação era de R$ 275 milhões. A empresa pretende usar os recursos captados para investimentos e refinanciamento de dívidas. Os papéis, com vencimento em 180 dias e rendimento de 108,70% do CDI, serão resgatados antecipadamente caso a companhia conclua uma emissão de debêntures, no valor mínimo de R$ 500 milhões, durante o prazo de vigência das notas. Em junho, a Unidas - que vinha enfrentando dificuldades para renegociar as dívidas - recebeu um aporte de R$ 300 milhões das gestoras Gávea, Vinci e Kinea, que ficaram com 47% do capital da companhia. (VP)

Rating Banco SofisaValor 09.10.2011 - A Fitch Ratings, empresa de classificação de risco, afirmou os ratings que deu ao Banco Sofisa, porém alterou a perspectiva de estável para negativa.
As notas confirmadas foram, entre outras, "A" para a Nacional de Longo Prazo. A Fitch considera um rebaixamento das classificações do Sofisa "caso o banco não consiga melhorar seus resultados a médio prazo, seja devido a um aumento da inadimplência ou em função de dificuldades para manter o controle dos custos", escreve.

Compra de títulos de Espanha e Itália é questionada Valor 09.10.2011 - As aquisições pelo Banco Central Europeu (BCE) de títulos da dívida da Itália e Espanha provocaram a maior queda de risco país, numa resposta positiva dos mercados, melhor até do que se podia esperar. Mas analistas veem boas razões para duvidar de que essa política será sustentável. Estimam que as autoridades europeias enfrentarão ainda enormes desafios para evitar "default" (calote) e assegurar o futuro da união monetária.
O dia terminou com a onda de vendas nas bolsas europeias. A bolsa de Madri, que começara em alta de 4% impulsionada pela ação do BCE, fechou em baixa de 2,44%. A bolsa de Milão perdeu 2,35% no rastro da reação negativa de Wall Street à degradação da nota de crédito dos Estados Unidos.
As bolsas europeias perderam € 197 bilhões em capitalização numa única sessão.
Os prêmios de risco, o preço exigido pelos investidores na compra de papéis de dez anos ante os papéis alemães, caíram 105 pontos-base para a Espanha e 81 pontos-base para a Itália. Mas as aquisições do BCE não foram significativas, segundo fontes do mercado. O que jogou a favor da autoridade monetária foi a pouca liquidez no mercado. Assim, um montante como € 2 bilhões teve efeito maior.
Por isso, o ceticismo é grande entre analistas, que não veem uma solução no horizonte para a crise da dívida soberana na zona euro.
A consultoria 4Cast, de Londres, questiona a sustentabilidade e a eficácia da ação do BCE. Além disso, o rendimento dos papéis italianos superam os da Espanha, em contradição com os fundamentos dos países. Os riscos da dívida regional da Espanha, que enfrenta desemprego recorde e desaceleração forte, a deixam mais vulnerável comparada à Itália.
De outro lado, a Itália está mais sob pressão diante das dívidas a vencer em setembro, de € 45,9 bilhões, comprado a 1€ 4 bilhões pela Espanha.
Para Jonathan Loynes, economista chefe para a Europa de Capital Consulting, está longe de ser claro qual o volume que o BCE realmente está preparado para comprar. Basta ver sua relutância. Até agora, gastou apenas € 75 bilhões comprando papéis da Grécia, Irlanda e Portugal em oito meses. Isso é equivalente a apenas 5% do estoque dos títulos públicos da Itália e da Espanha.
Também haverá limites sobre o tamanho do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (ESFS), mecanismo da zona euro para emprestar a países em dificuldade, que ainda precisa ter o sinal verde dos Parlamentos. Analistas consideram difícil imaginar que esse fundo vá comprar títulos na capacidade de todo seu capital. Mesmo com € 500 bilhões, isso seria apenas 30% da dívida espanhola e italiana.
Mais importante ainda, para a economia mundial, é que a aquisição dos títulos não resolve os problemas econômicos e fiscais de Madrid e Roma. Diante da crescente evidência de desaceleração da economia mundial e temores de que os Estados Unidos deslizem para nova recessão, os mercados questionam as reformas anunciadas pela Itália e pela Espanha.
Para a consultoria Fathom, de Londres, é difícil crer que a Itália será capaz de colocar suas finanças públicas em ordem sem aceitar um socorro financeiro da União Europeia e do FMI, ou o default até 2013.

Resposta do Brasil à crise deve começar por alívio monetárioValor 09.10.2011 - Com a nova rodada de deterioração dos mercados globais, o Banco Central brasileiro deve interromper o ciclo de alta dos juros iniciado em janeiro, que levou a taxa Selic a subir de 10,75% para 12,5% ao ano, recomendam analistas. Em caso de agravamento da situação internacional, que piorou muito nos últimos dias devido aos temores de recessão nos EUA e de que a crise da dívida europeia atinja a saúde do sistema financeiro do continente, a maior parte dos economistas sugere que o Brasil corte os juros e reduza os depósitos compulsórios dos bancos - em suma, a resposta deve ser preferencialmente monetária, e não fiscal.
Uma diferença importante entre a situação atual e a da crise de 2008 é que hoje não se vê - pelo menos ainda - uma paralisia no mercado de crédito internacional, como ressalta a economista Monica de Bolle, da Galanto Consultoria. Está em curso um movimento abrupto de ajuste de preços, mas, por enquanto, não há semelhanças com a interrupção do mercado interbancário observada depois da quebra do Lehman Brothers.
Assim, não haveria motivos para uma resposta apressada do BC e do Ministério da Fazenda. O melhor seria o BC ser cauteloso, optando pela manutenção da Selic, defendem tanto Monica como o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, da Quest Investimentos.
A situação inflacionária hoje é mais delicada do que em 2008. Nos 12 meses até julho, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em alta de 6,87%, acima do centro da meta, de 6,5%, com as cotações de serviços (como aluguel, empregado doméstico, mensalidades escolares e conserto de automóvel) subindo quase 9%, reflexo em grande parte do mercado de trabalho aquecido, com desemprego perto das mínimas históricas, na casa de 6%, feito o ajuste sazonal. Nos 12 meses até setembro de 2008, o IPCA avançava 6,25%, com os serviços em alta de 6,27%. O desemprego estava próximo de 8%. Com isso, ainda não seria o caso para começar a cortar imediatamente os juros, avalia o ex-presidente do BC Gustavo Loyola, sócio da Tendências Consultoria.
Mendonça de Barros diz que a situação global ficou muito mais complicada, temendo novas complicações no mercado de crédito global. O forte tombo das ações dos bancos americanos pode provocar receios quanto à saúde dessas instituições, acredita. Nesse cenário difícil, diz ele, o melhor para o Brasil seria uma redução do ritmo crescimento dos países desenvolvidos que não gerasse pânico nos mercados e provocasse uma queda moderada dos preços de commodities. Isso daria algum alívio sobre a inflação, abrindo espaço para, dentro de algum tempo, o BC começar a cortar a Selic.
Loyola vai na mesma direção, ressaltando que o importante é observar a evolução em reais dos preços de commodities, por considerar na conta também o impacto do câmbio. Para ele, o principal risco hoje é que haja uma "saída não organizada" do imbróglio europeu, com a crise da dívida de alguns países periféricos se transformando numa crise bancária, com grave questionamento da saúde das instituições financeiras do continente. Aí sim a situação ficaria mais parecida com a de 2008, mudando de nível e exigindo uma resposta mais firme do Brasil.
Nesse cenário mais delicado, o Brasil deveria mudar a direção da política monetária, cortando juros e reduzindo os depósitos compulsórios exigidos dos bancos, como diz o economista Carlos Eduardo Gonçalves, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP. É a mesma solução preconizada por Mendonça de Barros, Loyola e Monica. Um dos remédios usados pelo BC na crise de 2008, a diminuição dos compulsórios eleva a liquidez no mercado, podendo ajudar bancos pequenos e médios que enfrentem eventuais dificuldades num mundo mais instável.
A resposta fiscal é vista com menos entusiasmo por esses economistas. Gonçalves acha que cortes de impostos para bens de capital ou bens duráveis podem até ser uma solução razoável, porque tendem a estimular a economia, além de serem transitórios. Em 2008 e 2009, o governo diminuiu a alíquota do IPI de bens duráveis como veículos e eletrodomésticos, ajudando a impulsionar a venda desses produtos. Loyola e Monica veem com maus olhos eventual elevação de gastos do governo ou uma nova ampliação da atuação dos bancos públicos, como fez o governo em 2008. "Aumentar os recursos para o BNDES elevaria a dívida bruta, um conceito que deverá passar a ser mais escrutinado pelo mercado", diz Loyola. A dívida bruta chegou a bater em 64% do Produto Interno Bruto (PIB) em outubro de 2009 - em junho deste ano, contudo, estava em 56% do PIB, nível quase idêntico ao de setembro de 2008.
Fernando Sarti, da Unicamp, discorda dessa avaliação. Para ele, há espaço para medidas fiscais em caso de agravamento da crise global. As contas públicas brasileiras, segundo Sarti, estão em situação bem melhor que as de grande parte do mundo. Ele vê como positivos eventuais cortes de impostos, desde que sejam exigidas contrapartidas das empresas, como manutenção do nível de emprego.
Uma atuação mais incisiva dos bancos públicos também pode ser bem-vinda, caso o setor financeiro privado se retraia, afirma Sarti, que considera como grande trunfo do Brasil na crise a perspectiva favorável para o investimento autônomo nos próximos anos, referindo-se às inversões menos dependentes do ciclo econômico, como as da Petrobras, as ligadas à exploração do pré-sal e as referentes à infraestrutura. Além do efeito anticíclico, isso pode garantir a atratividade do país num quadro de crise global, avalia.

Mantega promete 'surpresas fiscais' contra a criseValor 09.10.2011 - Copiando discurso de Lula em meio à crise de 2008, Dilma incentivou população a continuar consumindo.
É na área fiscal que o governo promete atuar para se diferenciar de outros países em meio à crise, como assegurou o ministro Guido Mantega, da Fazenda, após reunião de avaliação no Palácio do Planalto. "É muito importante para nós fortalecer a situação fiscal brasileira neste momento. Temos que continuar a fortalecer a situação fiscal para nos distinguirmos de outros países que estão fragilizados na situação fiscal. Prometo a vocês a cada mês uma surpresa no fiscal. Ou seja, que cada vez tenha um resultado melhor. "O governo brasileiro voltou a cobrar uma reação dos países desenvolvidos ao agravamento da crise financeira global e anunciou que reforçará o esforço fiscal em andamento.
A presidente Dilma Rousseff reafirmou ontem sua preocupação com os desdobramentos da crise, mas se disse confiante na solidez dos fundamentos da economia brasileira e do mercado doméstico. Assegurou, por outro lado, que está pronta a lançar mão de outras medidas para evitar que a crise prejudique o crescimento do país.
Ponderando que o país não está imune aos efeitos da crise financeira global, a presidente Dilma criticou a decisão da agência de classificação de riscos Standard & Poor's de rebaixar a nota da dívida dos Estados Unidos e a adoção de medidas recessivas para combater os efeitos desta nova etapa da crise.
A presidente aproveitou dois pronunciamentos e uma entrevista para passar seus recados ao mercado e à população. Para ela, os efeitos da crise, cada vez mais graves, "tenderão a afetar a todos". "Nós, sem nenhum alvoroço, tomaremos todas as medidas necessárias para que o Brasil continue na sua trajetória de crescimento, de distribuição de renda, de fortalecimento de seus serviços, da sua indústria, do seu setor de produção de produtos alimentícios", afirmou Dilma. "Temos clareza de que não somos imunes."
Segundo o ministro Mantega, o Brasil pode reforçar sua atuação no mercado de derivativos cambiais ou lançar mão das reservas internacionais, caso falte crédito para o comércio exterior.
A presidente também disparou contra a Standard & Poor's. Disse Dilma: "Não compartilhamos com a avaliação precipitada, e um tanto quanto rápida e, eu diria assim, não correta da agência que diminuiu o grau de valorização de crédito dos EUA".
Dilma assegurou que o país tem hoje melhores condições de enfrentar a crise do que tinha em 2008. Além de um maior volume de reservas internacionais, argumentou, o Brasil conta com mais recursos do compulsório para influenciar a oferta de crédito se assim for necessário. "Os nossos bancos privados e públicos são bancos que estão completamente robustos", destacou.
Referindo-se à importância do fortalecimento do mercado interno e das medidas que o governo vem tomando para proteger a indústria nacional dos produtos importados que chegam ao Brasil a preços desleais, a presidente também tratou de incentivar a população a não parar de consumir - desde que com responsabilidade.
Já o ministro da Fazenda avaliou que as recentes turbulências devem-se à falta de confiança na recuperação da economia mundial. "Há uma percepção de que a economia mundial, principalmente os países desenvolvidos, possam caminhar para uma recessão", alertou Mantega.
Para Mantega, os europeus estão "batendo cabeça" e demorando muito para combater a crise. "Eu confio na solidez da moeda americana. É claro que eles têm que resolver vários problemas - problema de dívida e problema de déficit. Mas o principal problema que eles têm que resolver é a recuperação econômica, é o dinamismo da economia. Quando a economia não cresce e patina, só a dívida cresce e o desemprego continua."
Dilma criticou os países ricos: "Não há política fiscal na Europa e não há política fiscal nos Estados Unidos. Não é possível o mundo achar ou os países desenvolvidos acharem que o mundo pode ficar contemplando, de uma forma perplexa, o que aconteceu na semana passada. A insensatez política não pode levar a que o mundo sofra as consequências de políticas locais."
E voltou a defender a tomada de decisões multilaterais no esforço contra depreciações cambiais - e uma maior presença dos países em desenvolvimento nessas discussões - afim de evitar que os países que adotaram políticas econômicas prudentes virem "escoadouros" para os bens e serviços que não forem absorvidos pelos mercados das potências econômicas em crise. "Repudiamos todas as soluções recessivas para a crise mundial. Elas acirram o custo social dos ajustes, transferindo-os para os segmentos sociais menos protegidos, com destruição do emprego e redução do estado de bem-estar."
Segundo Mantega, um dos perigos para a economia brasileira é a possibilidade de os americanos, na falta de outros instrumentos, continuarem despejando crédito e liquidez no mercado. "Mais crédito e uma política monetária mais frouxa é ruim para nós. Isso vai levar à agudização da guerra cambial, países tentando desvalorizar mais as suas moedas, e nós vamos ter que tomar mais medidas para poder nos proteger e impedir que a economia brasileira seja atacada por oportunistas e outros desesperados."
Luiz Awazu, diretor de assuntos internacionais do Banco Central (BC), disse também ontem que o Brasil está "extremamente bem preparado [para enfrentar um eventual contágio externo], muito mais bem preparado do que estávamos em 2008". Para Awazu, a economia brasileira pode superar os eventuais desequilíbrios produzidos pelo derretimento do mercado financeiro mundial justamente via mercado interno.
Márcio Holland, secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, crê que a situação ficará mais grave caso atinja os bancos, provocando fechamento ou encarecimento de linhas de crédito externo. Este cenário, no entanto, na sua avaliação, é pouco provável.

Dólar terá ganho, mas euro perderá, diz UBSValor 09.10.2011 - Mohi-uddin, do UBS, vê a emergência de um bloco alternativo de moedas: franco suíço, dólar australiano e dólar canadense
O dólar americano poderá ter uma modesta apreciação este ano, depois de ter perdido muito valor. Já o euro irá na outra direção e continuará a se desvalorizar, como refém dos problemas da periferia europeia.
Essa é a aposta do estrategista chefe de moedas do UBS, Mansoor Mohi-uddin. Em entrevista ao Valor, mesmo depois da degradação da nota de crédito dos Estados Unidos, que aumentou o ceticismo sobre a economia e o dólar, e da promessa de intervenção do Banco Central Europeu (BCE) para socorrer a zona euro.
Mas Mansoor vê também a emergência de um bloco alternativo no mercado global de moedas com giro de US$ 4 trilhões por dia, com três moedas sendo vistas como melhor aposta do que o dólar americano, o euro e o iene.
Trata-se do franco suíço, do dólar australiano e do dólar canadense, que ele chama de "shadow currencies", que permitem aos investidores exposição nas grandes economias, só que de maneira mais segura.
A ideia é que, devido à correlações estabelecidas com outras economias, essas moedas acabam oferecendo aos investidores exposição à moeda forte na Europa sem os problemas da dívida da zona euro; ter uma moeda da América do Norte sem o peso fiscal dos EUA; e também uma próxima à China sem o controle de capital e sem os riscos de governança e problemas de dívida local dos municípios chineses.
Com a busca de investidores, as três moedas começaram a ganhar relevância no mercado, em giro diário e na composição de reservas externas de bancos centrais, mas a fatia ainda é pequena. Mansoor calcula que o dois dólares, australiano e canadense, podem representar cerca de 5% nas reservas juntamente com outras moedas.
Em todo caso, o franco suíço acaba atuando como uma espécie do antigo marco alemão É isso que explica também porque as shadow currencies atingiram seu mais alto nível este ano contra o dólar americano.
O real também bateu recorde de valorização, mas nesse caso Mansoor não dá opinião.
O outro lado da moeda é que se a crise da zona euro atingir a Alemanha, o franco suíço pode ser empurrado na tormenta. O mesmo acontece com uma aterrissagem forçada na China e uma recessão de novo nos EUA.
Em todo caso, o analista do UBS acredita que o euro continuará "refém" dos problemas da periferia europeia, à medida que os investidores veem risco de potencial default na zona euro no futuro. "O euro pode baixar até o fim do ano para 1,30 em relação ao dólar (hoje a cotação é 1,41)", afirma.
Mansoor estima que as intervenções do Banco Central suíço e japonês para frear a valorização de suas moedas tem sido bem sucedidas.
Sobretudo, ele espera muita volatilidade no mercado nas próximas semanas.

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