quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Azul.CA.03.08

Daily News




Gol e Webjet assinam contrato de compra

Valor 03.08.2011 - A Gol e a Webjet assinaram na segunda-feira o contrato de compra e venda de 100% das ações da Webjet, negociação anunciada no dia 8 de julho por R$ 310,7 milhões. Deste total, R$ 96 milhões são desembolso e R$ 214,7 milhões são dívidas com vencimento até 2015.

Cópias do contrato serão enviadas à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). As duas entidades terão de dar o seu aval para a negociação seguir em frente, mas não há definição de prazo para essas análises.

A assinatura do contrato acabou levando mais tempo que o esperado por executivos da Gol quando o negócio foi anunciado. No dia 11 de julho, a estimativa era de 10 dias para a conclusão do documento, que estava nas mãos do controlador da Webjet, Guilherme Paulus, desde a segunda quinzena do mês passado.

Paulus é o único dono da Webjet. Também é acionista minoritário da CVC, assim como seu fundador e presidente do conselho de administração da maior operadora de turismo do país.

O valor da aquisição da Webjet poderá sofrer alterações até o fim de agosto. Esse foi o prazo calculado para a auditoria que está sendo realizada na companhia, de até 45 dias contados a partir do anúncio do negócio.

No dia 13 de julho, o Valor publicou que o Cade pretendia suspender a negociação temporariamente. Essa medida poderia ser tomada para uma avaliação do impacto da compra da Gol pela Webjet, pois o conselho ficou preocupado com a extinção da marca Webjet, anunciada no dia 11 de julho em teleconferência de executivos da Gol para comentar a negociação.

No dia 14 de julho, executivos da Gol comunicaram ao Cade a disposição de firmar um acordo com o conselho estabelecendo condições a serem cumpridas até a avaliação final da negociação. Até lá, as duas empresas permanecem com suas operações independentes.

Os executivos da Gol também informaram ao Cade que Paulus têm planos de usar a marca Webjet para serviços relacionados ao setor de turismo.



Estatuto da Schin não prevê venda indireta do grupo

Valor 03.08.2011 - Adriano Schincariol, que vendeu o controle da Schincariol à Kirin sugeriu que o primo Gilberto Jr assumisse o comando

Um entrevero familiar está marcando a venda do controle da Schincariol para a japonesa Kirin. Os acionistas da fabricante brasileira de bebidas são a Aleadri-Schinni Participações, dos irmãos Alexandre e Adriano Schincariol, que têm 50,45% do grupo, e a Jadangil Participações, dos irmãos José Augusto, Daniela e Gilberto Schincariol Jr, dona de 49,55%. Os dois grupos de primos não se entendem sobre a venda: a pretensão da Jadangil era comprar a parte de Adriano e Alexandre no futuro, mas nunca chegou a formalizar uma proposta. Agora, com a venda à Kirin, a Jadangil promete abrir fogo.

Com a operação, anunciada na noite de segunda-feira, os japoneses passam a mandar na empresa, o que lhes dá direito inclusive de mudar o estatuto e toda a diretoria - incluindo Gilberto Jr, atual diretor comercial do grupo e o principal insatisfeito com a negociação. Ontem, a Jadangil distribuiu um comunicado à imprensa informando não reconhecer a legitimidade do acordo fechado pela Kirin.

Segundo o comunicado, o estatuto social da Schincariol prevê que o sócio que quisesse vender suas ações deveria dar direito de preferência aos demais acionistas, fixando o prazo mínimo de 30 dias. Em caso de não manifestação, a venda poderia ser aberta ao mercado. Depois que surgisse um candidato, com uma proposta definida, o acionista vendedor deveria voltar para os demais acionistas da Schincariol e esperar mais 30 dias para ser coberta a proposta, nas mesmas condições. Se os demais acionistas não se manifestassem, aí sim as ações da empresa poderiam ser vendidas.

A intenção da Kirin é manter Gilberto Jr em função executiva, mas pode, como controlador, mudar toda a diretoria.

Mas, segundo fontes que acompanharam a negociação, a cláusula se refere apenas a ações da Schincariol - e não das holdings familiares que controlam a empresa. Ou seja, o estatuto não previa a venda indireta de participação, que foi o que aconteceu na operação envolvendo a Aleadri e a Kirin. A cláusula que prevê o direito de primeira oferta e de preferência [para os demais acionistas] foi colocada no estatuto da empresa em 2005, quando a Schincariol se tornou uma S.A., como forma de manter o equilíbrio entre todos os acionistas", diz uma fonte.

A cláusula já existia nas empresas operacionais, antes delas se tornarem uma S.A, e foi uma ideia do antigo controlador, Nelson Schincariol, morto em 2003. "Nelson não queria ver um dos seus filhos deixando o outro de fora do negócio e assumindo o controle sozinho", diz uma fonte. Dessa forma, se Adriano, por exemplo, presidente da Schincariol, quisesse comprar a parte de um dos seus primos na Jadangil, teria dificuldades. "A proposta de venda das ações do primo deveria ser avaliada por todos os acionistas ao mesmo tempo, todos teriam direito de preferência", diz a fonte.

A Jadangil já contratou o escritório Teixeira, Martins & Advogados e pretende levar o caso à Justiça. "Mas, mesmo que eles tivessem razão, não teriam dinheiro para cobrir a proposta", diz uma fonte. Para ter 50,45% da Schincariol, a Kirin pagou R$ 3,95 bilhões aos irmãos Adriano e Alexandre.

Para acalmar os ânimos, e manter a família na empresa, Adriano teria sugerido à Kirin a indicação do primo Gilberto para a presidência. "Pelo acordo com os japoneses, Adriano ficaria como presidente entre três meses e um ano, no período de transição", diz uma fonte. "Mas ele [Adriano] sugeriu que Gilberto assumisse imediatamente, se for o caso". A Kirin, segundo essa fonte, ficou de avaliar.

Mas a primeira impressão não foi das melhores: o diretor geral da Kirin, Hirotake Kobayashi, que visitou a sede da companhia ontem em Itu (SP), não foi recebido por Gilberto ou seus irmãos. A expectativa é que os acionistas da Jadangil recebam o CEO mundial da Kirin, Senji Miyake, que vem ao Brasil nos próximos dias.

Reuniões entre a Kirin e a Aleadri foram feitas em Londres e Nova York. Nesta, está a sede do Citibank, que assessorou a Kirin nas negociações, ao lado do escritório Tozzini Freire. Por parte da Schincariol, o negócio foi conduzido pelo banco BTG e pelo escritório Mattos Filho.

Para interlocutores, Gilberto Jr disse que a Jadangil foi pega de surpresa com a venda. Outras fontes que acompanharam a negociação dizem que não. "Para ter acesso a alguns dos dados da Schincariol, como informações da auditoria, a Kirin precisou do aval da Jadangil", diz a fonte. As negociações com a fabricante japonesa começaram há quatro meses.

Gilberto e seus irmãos estavam cientes também de outras candidatas que também avaliaram a Schincariol, como a Heineken, a Diageo e a SabMiller.

Segundo interlocutores próximos à família, os acionistas da Jadangil foram convidados a vender a sua parte na companhia junto com a Aleadri. "O Adriano e o Alexandre fizeram a proposta formalmente aos seus primos no início do ano, antes de iniciarem qualquer negociação", diz uma fonte. Da parte da Jadangil, a resposta foi negativa. "Especialmente o Gilberto não está disposto a abrir mão da empresa", afirma. Na bolsa de Tóquio, o papel da Kirin Holdings fechou ontem com queda de 0,26%, valendo 1.148 ienes a ação.





Minoritários vão à Justiça para barrar compra da Schincariol

Estadão 02.08.2011 - Japonesa Kirin anunciou na segunda-feira a compra de 50,45% da fabricante brasileira de bebidas por R$ 3,95 bilhões.

Os sócios e irmãos José Augusto Schincariol, Daniela Schincariol e Gilberto Schincariol Junior, detentores de 49,55% da fabricante de bebidas Schincariol, vão à Justiça para reaver a compra de 50,45% da empresa pela japonesa Kirin, anunciada nesta segunda-feira à noite, por cerca de R$ 3,95 bilhões.

Em comunicado, os sócios afirmam que não reconhecem a legitimidade de qualquer negócio envolvendo a transferência das ações para terceiros. "A legislação e o estatuto social da Schincariol são claros nesse sentido. Nenhuma das partes pode ofertar suas ações a terceiros antes de garantir aos sócios o direito de preferência que lhes é assegurado. Qualquer tentativa de violação a esse direito será levada a exame judicial, com a necessária responsabilização dos infratores da norma sacramentada", diz o comunicado.

José Augusto, Daniela e Gilberto são filhos de Gilberto Schincariol, irmão do fundador da companhia de bebidas, Nelson Schincariol. Na segunda à noite, Adriano e Alexandre Schincariol, filhos de Nelson e detentores da holding Aleadri-Schinni Participações e Representações, venderam sua participação majoritária - de 50,45% para a Kirin Holdings Company, Limited, empresa japonesa com forte atuação no setor de bebidas por R$ 3,95 bilhões. Segundo apurou a Agência Estado, José Augusto, Daniela e Gilberto Jr. têm o direito de preferência de compra da parte de seus primos e foram surpreendidos com o anúncio da venda.

Segundo o comunicado, o negócio viola o estatuto da companhia que inclui cláusulas de que a venda do controle da Schincariol teria que ser feita sob algumas condições. A principal delas é que, antes da concretização da venda, os sócios majoritários teriam que avisar da venda a terceiros, com, no mínimo, 30 dias de antecedência, os outros sócios minoritários para que esses tenham tempo de elaborar uma proposta de compra da participação a ser vendida. Imediatamente, teriam a obrigação de revelar aos acionistas quem seria o comprador e os detalhes da proposta de compra, principalmente as condições de pagamento da participação colocada à venda.

  



Raia e Drogasil concluem união e formam maior companhia do setor

Valor 03.08.2011 - A Raia e a Drogasil confirmaram ontem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a união das duas empresas para a criação da Raia Drogasil, que será listada no Novo Mercado da BM&FBovespa.

O capital da Drogasil, controlada pelas famílias Pires Oliveira Dias e Galvão, representará 57% da nova companhia. As ações da Droga Raia, controlada pela família Pipponzi e pelos fundos de participações Pragma e Gávea, responderão por 43%. Cada papel da Raia será trocado por 2,29 da Drogasil.

O executivo Claudio Roberto Ely, diretor geral e de relações com investidores da Drogasil, ocupará o cargo de diretor-presidente da nova empresa, enquanto Antônio Carlos Pipponzi, presidente da Droga Raia, será o presidente do conselho de administração, formado por nove membros.

Cada grupo de acionistas indicará três membros. As três cadeiras remanescentes serão ocupadas por conselheiros independentes. A diretoria será composta por profissionais das duas companhias.

As empresas já haviam informado na semana passada que estudavam uma fusão, mas analistas tinham dúvidas a respeito da relação de troca que seria estabelecida entre as ações das duas companhias e sobre quais executivos ficariam na gestão - assim como os valores de absorção de sinergias.

Com o negócio, a nova companhia forma a maior rede do varejo farmacêutico do país, segundo o comunicado, com participação de mercado de 8,3%. A Raia Drogasil começa a operar com receita bruta anual de R$ 4,1 bilhões - quase o dobro da concorrente e até então líder Pague Menos - e Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 224 milhões. No total, a empresa terá cerca de 700 pontos. A Pague Menos tem cerca de 400 lojas.

O acordo de acionistas, com validade de dez anos, prevê a vinculação de ações correspondentes a 40% do capital da companhia, as quais estarão sujeitas à restrição de negociação ("lock-up") durante a sua vigência. Os acionistas controladores contribuirão com metade das ações vinculadas.

O total de ações vinculadas será reduzido progressivamente até o quinto ano do acordo, quando passará a representar 30% do capital da Raia Drogasil, mantendo sempre a paridade do número de ações vinculadas entre os acionistas das companhias.





Tip Top

Folha 03.08.2011 - A Tip Top, de vestuário infantil, vai abrir 30 lojas até o final do primeiro semestre de 2012. O foco são cidades do Nordeste, do Norte e do Sul do país para a expansão por meio de franquias.

Com uma rede de 42 lojas, 20 estão na região da Grande São Paulo. Ontem, a empresa inaugurou a quarta loja própria, na rua Oscar Freire. "O diferencial é o fraldário que vamos oferecer para as pessoas livremente, serviço que não existe na região", diz David Bobrow, presidente da empresa.

Para atender ao crescimento da demanda, a companhia vai aumentar as importações da China. "Os custos lá são infinitamente menores que os do Brasil", diz.

As importações devem fechar este ano 200% maiores que as de 2010. "Fazemos o controle de qualidade tanto lá como na chegada. O que trazemos não deve em nada ao que produzimos aqui. É uma questão de preço."





Rede Pernambucanas muda comando

Valor 03.08.2011 - Pernambucanas cresce, mas ritmo de abertura de pontos tem sido menos agressivo que o da concorrência, refletindo estilo cauteloso da herdeira Anita Harley

A Casas Pernambucanas, uma das maiores varejistas especializadas em artigos têxteis do país, promoveu uma mudança em seu comando. Isso deve fortalecer o poder nas mãos de Anita Louise Regina Harley, presidente da companhia e neta de um dos fundadores, num período em que outros sócios controladores da companhia podem ganhar força.

Assembleia de acionistas realizada em 28 de junho determinou a saída de Frederico Axel Lundgren, primo de Anita, da função executiva da empresa. Ele continua conselho. Diretor vice-presidente até a data da assembleia, Lundgren dividia o comando da varejista com Anita. A cada dois anos, um deles ocupava a cadeira de presidente e o outro, a função de vice, segundo acordo entre acionistas em vigor há pelo menos uma década.

Com formas diferentes de comandar - Lundgren e Anita são centralizadores, mas ela é mais conservadora - os controladores acertaram esse afastamento "numa decisão em comum acordo entre os acionistas", informou a empresa em nota. Mas as conversas para a saída, em princípio, não foram muito amistosas, segundo apurou o Valor.

Anita não se sentia confortável com o revezamento e entendia que isso já estaria sendo prejudicial à empresa, segundo fontes próximas a ela. Lundgren, por sua vez, quando na função de presidente, conseguia colocar na mesa alguns projetos estratégicos que defendia, envolvendo um crescimento orgânico maior. Era uma oportunidade que tentava usar bem, segundo uma fonte próxima a ele. "O problema é que, muitas vezes, com a Anita como maior acionista, era como dar murro em ponta de faca", diz um ex-diretor da rede.

Anita é a principal acionista do grupo, com 30% de participação, e até 2010 ela era a representante de um grupo de sobrinhos, donos de 25% das ações. O seu direito de representá-los era uma determinação do testamento da mãe de Anita, Erenita Lundgren, morta em 1990. Enquanto Anita é neta de Arthur, um dos fundadores da rede, Frederico Lundgren é neto de Alberto, outro fundador da cadeia.

Com 55% da empresa, Anita, sempre discretíssima e reservada, decidia e votava o que considerada certo. "Ele [Frederico Lundgren] já tentou se articular algumas vezes com outros acionistas mais próximos dele, mas era vencido muitas vezes", afirma o ex-diretor.

A saída de Lundgren acontece num período em que Anita pode ter que se articular para não perder força dentro da cadeia. Com o fim de seu direito de representar o grupo de sobrinhos, controladores de uma das empresas acionárias, fontes próximas à rede acreditam em possíveis mudanças à vista. Ao se aproximar desse grupo de acionistas, Lundgren poderia ganhar uma voz maior no conselho. E por esse caminho, fortalecer posição.

Há informações no mercado de que Anita teria interesse antigo em ampliar a sua participação no negócio, por meio da compra de ações de outros acionistas da empresa, dividido em grupos dentro do conselho. A companhia não confirma a informação e relata em nota que "não ocorreu nem está prevista qualquer mudança na composição acionária da rede".

Com receita líquida de R$ 3,6 bilhões em 2010, a empresa cresceu 13,4% no ano passado, com expansão no lucro operacional de 32%. Mas não é um crescimento sustentado por investimentos em novos canais de vendas. O ritmo de abertura de pontos tem sido lento, algo que reflete, de certa forma, a maneira cautelosa de gerir de Anita Harley. A rede não tem participado do movimento de aquisições do mercado e de forte crescimento orgânico do setor. A Pernambucanas soma 274 pontos hoje, contra 272 em dezembro do ano passado.





ABICAB

Folha 03.08.2011 - As exportações brasileiras de chocolates, balas e amendoim cresceram 14,2% no primeiro semestre deste ano.

As vendas somaram US$ 164,6 milhões, segundo levantamento da Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados).

O motivo do aumento é a mudança do perfil das exportações, com produtos de maior valor agregado.

"No segmento de chocolates, as indústrias diminuíram as vendas de coberturas e passaram a exportar mais o produto final", explica Solange Isidoro, da Abicab.

As balas têm participação de 53% no total das exportações, enquanto os chocolates, de 45%.





ABB investe US$ 200 mi para crescer no Brasil

Valor 03.08.2011 - O presidente da ABB Brasil, Sérgio Gomes, diz que país é um dos cinco no foco da expansão mundial da empresa

Antes mesmo de o governo federal anunciar um pacote que estimula a nacionalização, grandes fabricantes mundiais de equipamentos para o setor de energia já estavam com seus planos em curso apostando fortemente no crescimento do país. A empresa suíça ABB, uma das grandes fornecedoras da tecnologia de transmissão de corrente contínua do linhão do Madeira, anunciou investimentos de US$ 200 milhões até 2014 para ampliar sua fábrica em Guarulhos e construir uma nova unidade em Sorocaba, onde adquiriu um terreno de 125 mil metros quadrados da Flextronics.

Só neste ano, a empresa contratou 400 funcionários em função de sua expansão, cerca de 10% a mais do que tinha no fim do ano passado em seus quadros. A meta é chegar a 7,5 mil em 2015. "Crescemos uma média de 25% por ano, nos últimos cinco anos", diz o presidente da ABB Brasil, Sérgio Gomes. "E por isso vislumbramos a necessidade de expansão". Só com o projeto do Madeira a empresa vai faturar US$ 700 milhões.

 Além do crescimento do sistema de transmissão para conectar grandes hidrelétricas, um dos incentivadores desses investimentos é o pré-sal. Mas, segundo conta Gomes, está longe de ser o fator decisivo. A empresa também fornece equipamentos para o setor de mineração e para interligar parques eólicos ao sistema elétrico. Os negócios dos ventos estão sendo fortemente incentivados pelos leilões do governo federal e fizeram a companhia voltar seus olhos para o Brasil. Além disso, a empresa adquiriu recentemente nos Estados Unidos, por cerca de US$ 2 bilhões, duas empresas que produzem software para redes inteligentes do setor elétrico e também para controle de equipes das empresas de distribuição. "A cobrança para que as distribuidoras melhorem seus serviços certamente será bom para nossos negócios", diz Gomes.

Mundialmente a companhia fatura US$ 35 bilhões por ano, em 120 países. O Brasil é um dos 20 maiores mercados da empresa e faturou no ano passado R$ 1,8 bilhão. Dentro da estratégia mundial da ABB, o país está entre os cinco com atenção especial nos próximos anos. "Nossa meta de investimento é para multiplicar por 1,5 vez o nosso faturamento do país", diz Gomes.

O Brasil passou a ser uma base importante de crescimento não só na América do Sul como também da América Central. Desde 1º de julho, o executivo, que começou na empresa como estagiário, ainda na década de 80, e que é responsável pela América do Sul, passou a ser o responsável pela atuação também na América Central, que até então estava ligada ao México. Gomes explica que muitas empresas brasileiras estão fazendo negócios no centro americano e vislumbra ainda a interconexão energética entre as duas regiões.

Em eólicas, a empresa quer usar sua expertise em corrente contínua para redes offshore, que ligam parques eólicos instalados no meio do mar ao continente por meio de cabos submarinos. Ontem, a ABB anunciou um contrato de US$ 1 bilhão com um parque alemão que tem capacidade de gerar 400 megawatts (MW). "No momento em que se discute a energia nuclear, esses grandes projetos marítimos são fundamentais para os países europeus", diz Gomes. A tecnologia ainda é bastante cara mas tende a chegar no país. Só em cabos para a transmissão o custo é entre 10% e 15% maior do que fazer a mesma ligação em terra.





Banif vende participação em usina para Maple Leaf

Estadão 02.08.2011 - O banco português Banif está de saída da hidrelétrica Santo Antônio, em construção no Rio Madeira (RO). A empresa acertou a venda de sua fatia acionária de 50,1% no Fundo de Investimentos em Participações Amazônia Energia, que detém 20% da concessionária Santo Antônio Energia, para o fundo de investimento canadense Maple Leaf Financial Corporation. A informação consta em processo em análise no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A venda da participação do Banif marca a saída de todos os sócios originais do FIP Amazônia Energia. Em 2009, o Banco Santander reduziu sua participação no ativo de 49,9% para 25% ao vender parte de sua fatia acionária para o Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS). No ano seguinte, o FI-FGTS adquiriu os 25% restantes detidos pelo Santander, alcançando uma fatia de 49,9% no FIP Amazônia Energia. A partir da nova operação, os outros 50,1% são da Maple Leaf.

Atualmente, a Santo Antônio Energia tem como acionistas Furnas (39%), Odebrecht (18,6%), Cemig (10%) e Andrade Gutierrez (12,4%), além do FIP Amazônia Energia (20%). A usina tem capacidade instalada de 3,15 mil MW, e as primeiras turbinas estão previstas para entrar em operação comercial em dezembro deste ano.





CPFL Renováveis aplica R$ 360 mi em biomassa

Valor 03.08.2011 - A recém-nascida CPFL Renováveis anunciou investimento de R$ 360 milhões em duas usinas termelétricas movidas a bagaço de cana, nos Estados do Paraná e Minas Gerais. A empresa, que nasceu da fusão dos ativos de energias renováveis da CPFL Energia e da Ersa, vai agregar a seu portfólio aproximadamente 100 megawatts (MW) de capacidade instalada com as parcerias fechadas com usinas de açúcar e álcool nesses Estados.

O copresidente da CPFL Renováveis, Miguel Saad, diz que a energia livre para ser comercializada das duas usinas é de 36 MW e foi totalmente vendida para a empresa comercializadora da CPFL. Dentro do projeto de negócios da nova empresa, a estrutura é justamente usar a holding para potencializar os negócios da Renováveis. Neste ano, a empresa ainda participará do leilão de curto prazo que acontece em meados deste mês. Ao todo, foram cadastrados 270 MW de projetos eólicos no leilão, mas Saad diz que ainda estão fazendo avaliações sobre como participar da disputa e a quantidade de energia a ofertar.

Muitas usinas reviram seus planos de negócios e tentam viabilizar investimentos próprios em cogeração

Os dois negócios fechados no segmento de geração por biomassa acontecem quase dois anos depois que a CPFL havia fechado sua última parceria no setor. Os usineiros haviam dado uma freada em seus investimentos de cogeração, parte em função de dificuldades financeiras vivenciadas com a crise financeira internacional em 2008 e a queda dos preços de petróleo, que acabou afetando toda a indústria do etanol.

Com a retomada, muitas usinas reviram seus planos de negócios e tentam viabilizar investimentos próprios em cogeração, para se aproveitar do fluxo de caixa de longo prazo de contratos de compra e venda de energia, sem parceria de grandes geradoras. Mas os leilões do governo federal têm sido pouco competitivos para esse tipo de produto, por isso os negócios de energia da biomassa têm caminhado para o mercado livre.

Antes da criação da Renováveis, a CPFL já tinha se associado a cinco usinas para fazer cogeração, com investimentos de R$ 600 milhões. Com as duas novas associações, o valor aplicado em biomassa se aproxima de R$ 1 bilhão. Nesse tipo de parceria, a geradora faz o investimento para modernizar as caldeiras de vapor e entrega boa parte da energia produzida para o uso próprio da usina, que em troca fornece o bagaço de cana.

Ontem, o acordo anunciado pela CPFL Renováveis foi com a Coopcana, da cidade de São Carlos do Ivaí, no Paraná. O total da geração será de 50 MW e o excedente da CPFL Renováveis será de 18 MW. O investimento a ser feito é de R$ 155 milhões. Os números são bem parecidos com aqueles anunciados na semana passada, na parceria com a usina Alvorada em Minas Gerais.

Até o fim do ano, ainda são incertos os novos investimentos a serem feitos pela companhia. Quando do anúncio da fusão, Ersa e CPFL anunciaram um plano de investir R$ 5,8 bilhões em dois anos, para atingir a capacidade de gerar 1.000 MW. Para 2011, dependerá da participação no leilão de eólicas. Não há expectativa de que as pequenas centrais hidrelétricas, que estão em estudo pela empresa, saiam do papel tão cedo. Os projetos ainda precisam de aprovação na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e de licenciamentos ambientais. Mesmo em biomassa, Saad diz que não há, por enquanto, nenhum novo projeto engatilhado.





Cresce desembolso do BNDES com energia

Folha 03.08.2011 - Aumento será de 43% em relação ao ano passado; Belo Monte, usinas eólicas e linhas de transmissão vão liderar.

Os investimentos no setor elétrico devem somar R$ 17 bilhões, ante R$ 11,9 bilhões registrados em 2010.

O início da construção de Belo Monte e a explosão da construção de parques eólicos e de linhas de transmissão vão turbinar os desembolsos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para o setor elétrico neste ano.

A expectativa da chefe do departamento de energia do banco, Marcia Souza Leal, é que os recursos liberados para a área em 2011 sejam 43% superiores aos do ano passado, atingindo R$ 17 bilhões.

Em 2010, os desembolsos para projetos de energia somaram R$ 11,9 bilhões.

No acumulado de janeiro a maio de 2011, no entanto, o volume de recursos destinado pelo BNDES ao setor elétrico sofreu queda de 11%, segundo relatório de desempenho do banco.

O total registrado no período para o setor foi de R$ 3,5 bilhões. No balanço global, a área de energia respondeu por 8%.

Para Leal, o setor elétrico neste ano demandará mais recursos graças à explosão da construção de parques eólicos e também de linhas de transmissão que irão ligar as usinas do Norte do país aos centros consumidores.

Segundo Marcia, em 2011 o banco irá liberar cerca de R$ 2,5 bilhões em financiamento para a construção de usinas eólicas, enquanto no ano passado o valor desembolsado para esse segmento foi de R$ 800 milhões.

Os recursos destinados às linhas de transmissão também passarão de R$ 1,3 bilhão em 2010 para R$ 3 bilhões neste ano.

Além disso, a liberação de parte do financiamento da hidrelétrica de Belo Monte, previsto para até o fim do ano, deverá turbinar o desempenho do BNDES no setor.

"É o fluxo normal de liberação dos recursos. Ainda temos grandes projetos como as usinas do rio Madeira e novos projetos entrando no portfólio", diz Leal.

Segundo o relatório do banco, nos últimos 12 meses até maio, os desembolsos para os projetos de energia elétrica foram de R$ 13,1 bilhões.

Se, por um lado, houve redução na liberação dos recursos no começo do ano, por outro as aprovações a novos empreendimentos registraram um aumento de 97% no período de janeiro a maio, comparado com 2010.

Nos 12 meses até maio de 2010, o volume de aprovações chegou a R$ 6,4 bilhões. Já nos 12 meses até maio de 2011, somou R$ 20,6 bilhões.

Desde 2003 o portfólio do banco para o setor elétrico já recebeu projetos que somam R$ 131 bilhões em investimentos, dos quais o BNDES irá financiar R$ 74,3 bilhões.





BTG Pactual coloca oito empresas à venda

Exame 02.08.2011 - As companhias fazem parte do fundo Brasil Energia, formado em 2005. A empresa de energia renovável Ersa foi uma das adquiridas BTG.

O BTG Pactual busca um comprador para oito empresas de seu portfólio. As companhias fazem parte do fundo Brasil Energia, formado em 2005 para investir nos setores de transmissão e de geração de energia elétrica.

Desde que foi criado, o fundo investiu 1,1 bilhão de reais na aquisição de oito empresas, entre elas a companhia de energia renovável Ersa e a comercializadora de energia Coomex. Segundo apurou EXAME, o BTG já contratou o banco Goldman Sachs para encontrar interessados. A ideia é vendê-las em bloco para um único comprador.

Procurado, o BTG Pactual não quis comentar a notícia.





Rio de Janeiro resiste a ser "apagado" do mapa sucroalcooleiro

Valor 03.08.2011 - Conforme o secretário Christino Áureo, o governo estadual investiu cerca de R$ 100 milhões para incentivar o setor.

Seis anos depois de criar um programa de revitalização da cultura de cana-de-açúcar, o Rio de Janeiro assiste ao declínio de uma das principais atividades agrícolas do Brasil. Nem a euforia vivida com o "boom" do etanol nos últimos anos tem conseguido sustentar o setor no Estado, importante consumidor de açúcar do país. O Rio é importador de açúcar e álcool de outros Estados, sobretudo de São Paulo.

Com uma produção neste ano estimada em 118 mil toneladas de açúcar, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o Rio precisa "importar" mais de 85% do produto que consome em todo o Estado. O consumo fluminense de açúcar deve atingir este ano 896 mil toneladas, de acordo com dados da consultoria Datagro.

No caso do etanol, a relação é semelhante. No ano passado, por exemplo, o consumo estadual foi de 1,19 bilhão de litros, entre anidro e hidratado, segundo dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo), enquanto a produção foi de ínfimos 82 milhões de litros. O etanol ainda sofre forte concorrência da gasolina e do GNV (Gás Natural Veicular), segundo especialistas do setor.

Com produção concentrada em Campos do Goytacazes, no norte fluminense, apenas três das nove usinas instaladas na região operam. Dessas, nenhuma a plena capacidade. A cultura canavieira prometia reviver seus tempos de glória dos anos 80, quando 24 usinas operavam no Estado estimuladas pelo Proálcool. Mas o que se vê agora é um esforço para que as três unidades em operação não tenham o mesmo destino das que tiveram que desligar suas moendas.

Em entrevista ao Valor, Christino Áureo, secretário de Agricultura do Estado, afirma que as unidades produtoras do Rio foram golpeadas pela crise financeira de 2008. "Intensificamos um trabalho de revitalização em 2007 [havia incentivos à cultura desde 2005], mas a crise atingiu um setor já fragilizado", diz.

"O Estado tem uma vantagem logística comparável ao do Nordeste, com a proximidade dos portos de Vitória e do Rio", diz Júlio Maria Martins Borges, presidente da consultoria Job Informação e Resultado. Segundo Martins Borges, as usinas do Rio sofreram problema de gestão, e também foram prejudicadas pelo baixo nível de eficiência técnica. "As condições agrícolas daquela região são menos favorecidas que as de outros Estados".

A produção canavieira é explorada por pequenos agricultores, com escala bem menor comparada a outros Estados. Segundo o secretário de Agricultura, a pecuária de corte e de leite tornou-se alternativa a esses produtores.

A região de Campos de Goytacazes abriga uma das mais antigas usinas do país, na cidade de Quissamã, motivo de orgulho no tempo do Brasil Império. O grupo J. Pessoa, hoje em recuperação judicial, foi um dos primeiros incentivadores da retomada da cultura naquela região.

O grupo fez sua estreia no Estado no início dos anos 2000, com a compra das usinas Quissamã e Santa Cruz. A primeira unidade nunca chegou a operar. A segunda, por causa de problemas climáticos que afetaram os canaviais, foi desativada nesta safra e a matéria-prima está sendo processada em uma parceria com outra usina, a Paraíso, localizada no mesmo município, em Campos, diz o presidente do grupo, José Pessoa de Queiroz Bisneto. "Os dois grupos estão moendo, juntos, 1 milhão de toneladas", diz. Pessoa lamenta o declínio da produção fluminense, que chegou a representar 10% da nacional. "Quando o Brasil processava 100 milhões de toneladas de cana, o Rio moía 10 milhões. Era um Estado importante."

O grupo nordestino Othon também não resistiu à crise. Em 2008, as três unidades produtoras da companhia, entraram com pedido de recuperação judicial.

"A retomada, no que dependeu do governo do Estado, tinha tudo para dar certo", diz Áureo. Segundo ele, o governo investiu nesses últimos anos cerca de R$ 100 milhões na malha de canais de drenagem e de irrigação, um total de 1.500 quilômetros. "Resolvemos um impasse que já durava 20 anos em relação à queima da cana e também demos incentivos tributários, com alíquota de 2% de ICMS para os produtos [açúcar e álcool negociados dentro do Estado."

Poucas usinas conseguiram seguir em frente diante de tantas adversidades. A Coagro, uma cooperativa de nove mil associados, é uma delas. "Arrendamos uma unidade falida [a São José], com capacidade de até 1 milhão de toneladas", diz Frederico Paes, presidente da cooperativa. "Deveremos processar entre 850 mil a 900 mil toneladas de cana nesta safra", diz.

Em 2009, o empresário Ludovico Giannattasio, engenheiro civil, cuja família é produtora de cana na região de Campos, colocou em operação a destilaria Canabrava. Com capacidade industrial para processar 1,5 milhão de toneladas, a unidade deve moer nessa safra apenas 600 mil toneladas, ainda assim, o dobro do que realizou no ciclo anterior.

Apesar do custo fixo alto resultante da baixa moagem de cana, Giannattasio afirma que a rentabilidade de sua usina está positiva. Isso por causa do incentivo de ICMS que, se não fosse o apoio governamental, incidiria em 24% sobre o preço de venda do biocombustível no Estado. A outra razão para seu otimismo está no estímulo dado pela prefeitura de Campos para plantio de cana. Por meio do Programa de Revigoramento da Lavoura de Cana de Açúcar (novo Fundecana) a Canabrava está investindo R$ 40 milhões no plantio de 7 mil hectares de cana que, em dois anos, vão gerar uma oferta adicional de matéria-prima de 570 mil toneladas, elevando a capacidade de moagem da usina para 1,17 mil toneladas, diz.

Desde o ano passado, a região foi afetada pelo clima, o que comprometeu parte da produção de cana. "A gente vem sobrevivendo a intempéries climáticas, o que prejudicou as duas últimas safras", afirma Eduardo Crespo, presidente da Associação dos Produtores de Cana do Norte Fluminense.

A expectativa é de que a colheita nesta atual safra, a 2011/12, fique em torno de 2,5 milhões de toneladas (o tamanho de uma usina média em São Paulo), o mesmo volume processado no ciclo anterior. Se confirmadas as estimativas, a produção do Estado é praticamente nula em relação ao país, com previsão para 600 milhões de toneladas.

Segundo Áureo, o Estado não tem a pretensão de alcançar a autossuficiência. "Se conseguirmos abastecer de 10% a 20% do consumo interno [do Estado], já é uma vitória. Hoje, abastecemos menos de 10%." A meta é atingir 9 milhões de toneladas de cana por ano.






São Martinho: nova holding dará mais flexibilidade

Exame 02.08.2011 - Com a criação da holding, a LJN terá 56,12% do capital social da São Martinho. Usina São Martinho: unidade de Pradópolis bateu seu recorde de moagem.

O presidente da São Martinho, Fabio Venturelli, afirmou que a criação da holding LJN dará maior flexibilidade à empresa para participar do movimento de consolidação do setor sucroalcooleiro. Hoje, a São Martinho anunciou a criação da holding LJN Participações, reunindo seus acionistas controladores Luiz Ometto Participações, João Ometto Participações e Nelson Ometto Participações, sobre o mesmo teto.

"Atingimos o auge de uma estrutura de total governança com este passo da São Martinho e continuamos em linha com a estratégia de crescimento da empresa, sem perder seu DNA", disse Venturelli. Com a criação da holding, a LJN terá 56,12% do capital social da São Martinho, o que cria espaço para que o grupo participe de operações que possa envolver diluição da participação dos acionistas.

A LJN Participações é composta por João Ometto Participações (41,2120%); Luiz Ometto Participações (41,2120%) e Nelson Ometto Participações (17,5760%). Venturelli lembra que aliada à boa governança e à nova estrutura societária, a São Martinho tem um endividamento pequeno, em processo de desalavancagem. A relação entre fluxo de caixa e dívida está em torno de 0,75 vezes, o que é considerado excelente pelo mercado. "No final do ano, receberemos outro aporte da Petrobras na Nova Fronteira, um capital garantido e certo que não teremos que ir buscar no mercado financeiro", explica.





Astromarítima vai investir US$ 480 mi na ampliação da frota

Valor 03.08.2011 - Cabral, presidente da Astromarítima, tem uma frota própria de 14 embarcações e mais seis barcos afretados

A Astromarítima Navegação, empresa especializada no apoio marítimo para a indústria de petróleo e gás, tem definido plano de expansão que prevê investimentos de US$ 480 milhões e aposta na diversificação de atividades dentro do setor. Hoje os barcos da empresa transportam produtos como óleo, fluidos e água, além de equipamentos usados no manuseio de âncoras das plataformas. Agora a companhia quer desenvolver outros serviços, incluindo inspeção de instalações submarinas, com o uso de robôs e mergulhadores.

O novo portfólio de serviços inclui outras atividades, caso do lançamento ao mar de equipamentos que integram os sistemas de produção das plataformas, como válvulas e tubulações. Para desenvolver essas soluções, a Astromarítima criou uma empresa, a DeepWater. A nova companhia acertou parceria com a francesa Cybernetix pela qual passou a representá-la comercialmente no Brasil, disse Renato Cabral, presidente da Astromarítima. A empresa francesa atua na área de robôs submarinos usados para fazer serviços específicos, disse Cabral.

O executivo tem a expectativa de que em cinco anos a DeepWater possa faturar valor equivalente ao da Astromarítima, cuja receita situou-se em R$ 200 milhões em 2010. Mas o faturamento da própria Astromarítima, que completa 30 anos este mês, poderá triplicar em dez anos sem considerar o efeito da nova empresa controlada, previu Cabral. A estimativa se apoia em plano de ampliação da frota de embarcações da empresa. No total, poderão ser incorporados 11 novos barcos. Destes, quatro tiveram contratos assinados e estão em fase de construção no Estaleiro Ilha S.A. (EISA), no Rio.

São dois navios conhecidos no setor como PSVs, de três mil toneladas de porte bruto cada um, e dois barcos do tipo OSRV, iniciais que designam embarcações especializadas no combate ao derramamento de óleo e a incêndios. O primeiro navio começou a ser construído no EISA em 2010 e a previsão é de que a última embarcação seja entregue em setembro de 2013, disse Cabral.

Além desses navios, a Astromarítima obteve prioridades do conselho diretor do Fundo da Marinha Mercante (FMM) para construir outros sete PSVs, estes de porte maior (4,5 mil toneladas de porte bruto). O investimento previsto é de US$ 480 milhões, considerando os quatro barcos em construção no EISA mais as sete unidades cujos projetos foram aprovados pelo fundo. O FMM deverá financiar cerca de 80% do investimento. Os 20% restantes correspondem a aportes da própria empresa.

Cabral disse que a Astromarítima ficou bem classificada na terceira rodada de licitações da Petrobras para renovação da frota de navios de apoio marítimo da empresa. Se for bem-sucedida nessa licitação, a Astromarítima poderá ter garantidos contratos de operação de longo prazo para grande parte dos navios para os quais recebeu prioridade do fundo. "A ideia é posicionar a empresa como player importante no setor, capaz de fornecer conteúdo local aos clientes [as petroleiras], incluindo a construção e a operação dos barcos", disse Cabral.

Hoje a frota da Astromarítima é formada 14 embarcações de apoio marítimo próprias. A empresa tem ainda seis barcos afretados de outros armadores e colocados em contratos de prestação de serviços com empresas de petróleo estrangeiras no país. E, por fim, há 15 embarcações cujo afretador é a Petrobras e com as quais a Astromarítima tem contratos de prestação de serviços, incluindo itens como tripulação, logística e suprimentos, disse Cabral.





Trabalhadores da Suape e refinaria Abreu e Lima param

Valor 03.08.2011 - Em assembleia realizada ontem, os cerca de 40 mil trabalhadores alocados nas obras da refinaria Abreu e Lima e da Petroquímica Suape, em Pernambuco, decidiram paralisar as atividades. Trata-se da segunda greve geral deste ano nos dois empreendimentos, que são controlados pela Petrobras. A primeira paralisação ocorreu em março e durou mais de duas semanas.

Mais uma vez, os representantes dos trabalhadores não chegaram a um acordo com as construtoras contratadas para tocar as obras, entre elas Camargo Correa, OAS e Odebrecht. Entre as reivindicações dos trabalhadores está o abono dos dias parados na greve anterior, bem como um reajuste de 15% nos salários e cesta básica no valor de R$ 300.

Até o momento, as empresas oferecem aumento salarial de 10%, cesta básica de R$ 180 e folga de campo de cinco dias úteis para cada 90 dias trabalhados. "Nós já sabíamos que do jeito que estava não tinha condições de passar. Eles foram avisados. Estamos negociando há mais de 15 dias e praticamente não houve avanços. Agora é esperar que eles se sensibilizem e tragam uma proposta que atenda os anseios dos trabalhadores", afirmou em nota o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada de Pernambuco (Sintepav-PE), Aldo Amaral.

Uma nova assembleia está marcada para hoje, quando os representantes do Sintepav, sindicato que é ligado à Força Sindical, pretendem informar os trabalhadores sobre o andamento das negociações.





Ganho da Porto Seguro recua 26% no 2º trimestre

Folha 03.08.2011 - A Porto Seguro registrou lucro líquido de R$ 94,4 milhões no segundo trimestre, uma queda de 25,8% na comparação com os R$ 127,2 milhões do mesmo período do ano passado, mostrou balanço divulgado pela seguradora.

No período, a receita total avançou 11,5%, para R$ 2,39 bilhões. O total de prêmios (valores pagos pelo segurado) aumentou 9,4% na mesma base de comparação, para R$ 2,033 bilhões.

Na análise por segmento, os seguros de automóveis responderam por 68,4%. No caso dessa carteira, os prêmios chegaram a R$ 779 milhões, um avanço de 7,6% em relação ao segundo trimestre do ano passado.





Produtor têxtil elogia, mas ainda tem dúvidas

Valor 03.08.2011 - Para o presidente do Sindicato da Indústria Têxtil de Blumenau e região (Sintex), Ulrich Kuhn, o pacote do governo federal frustrou o setor. "O governo se mexeu e por isso merece parabéns, mas não vai resolver o problema", disse.

De acordo com ele, ao mesmo tempo que desonera a folha de pagamento, a medida cria uma nova tributação sobre o faturamento bruto, o que vai acabar gerando um custo adicional para o empresário do setor. "A proposta não favorece o modelo de negócio catarinense, que trabalha com muita terceirização de mão de obra."

O setor de confecções, um dos quatro segmentos beneficiados no Plano Brasil Maior, aprovou o pacote de desoneração tributária. Porém, representantes de entidade e empresas do setor ainda têm dúvidas sobre a real eficácia das medidas. "Achei a medida excepcional. Não há cabimento onerar as empresas que têm mais trabalhadores e o nosso setor é de mão de obra intensiva, emprega cerca de 1,6 milhão pessoas", disse Roberto Chadad, presidente da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), que representa um setor com de 30 mil confecções no país. Chadad lembra que esse pleito é feito desde 1986, ainda na época em que Nelson Alvarenga, da Ellus, e Renato Kherlakian, criador da Zoomp, faziam parte da Abravest. "Quebrei a mão de tanto esmurrar a parede reclamando os tributos que tínhamos que pagar", disse o estilista Kherlakian, que na década de 1980 fazia enorme sucesso com a grife de jeanswear Zoomp.

Já Daniel Lutz, presidente do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de São Bento do Sul (Sindusmóbil), diz que o setor ficou surpreso com o anúncio do governo federal, porque há tempo vem reivindicando a desoneração da folha de pagamento. "A substituição das alíquotas vai beneficiar diretamente as empresas que detém mais mão de obra, que de fato geram empregos. Essas ações, aliadas às demais medidas, vão contribuir mais na defesa interna contra os importados do que na competitividade mundial, onde ainda não chegaremos a um bom equilíbrio com os demais países, especialmente asiáticos."





Lucro da CSN cresce 29% no 2o tri ante um ano antes

Estadão 02.08.2011 - A Companhia Siderúrgica Nacional fechou o segundo trimestre com lucro líquido de 1,137 bilhão de reais, alta de 29 por cento na comparação ao mesmo período do ano anterior, informou a empresa em comunicado.

O resultado superou média de sete estimativas de analistas ouvidos pela Reuters, que indicava um lucro líquido de 958,4 milhões de reais, em meio a ganhos gerados com as operações de minério de ferro e venda de participação em uma produtora de carvão com operações na África.

A receita líquida no período foi de 4,323 bilhões de reais, um aumento de 12 por cento frente ao segundo trimestre do ano passado. A média de previsão de analistas para este dado era de 4,135 bilhões de reais.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de 1,773 bilhão de reais, perdendo 1 por cento ante o mesmo período de 2010.

Enquanto isso, a margem Ebitda do trimestre terminado em junho perdeu 5 pontos percentuais, a 41 por cento, na comparação anual.

Os analistas, em média, esperavam um Ebitda de 1,76 bilhão de reais, com margem de 42,6 por cento.

Mais cedo, a rival Usiminas, que vem sendo alvo de compra de ações pela CSN nos últimos meses, divulgou lucro líquido de segundo trimestre dentro do esperado por analistas, a 157 milhões de reais, e citou um cenário de estabilidade de preços e demanda por aço no Brasil na segunda metade do ano.

No trimestre passado, a CSN vendeu 1,3 bilhão de toneladas de aço, mesmo patamar de igual período de 2010 e avanço de 7 por cento na comparação com os três primeiros meses do ano.

A empresa encerrou o segundo trimestre com 11,685 bilhões de reais em caixa e uma dívida líquida de 11,308 bilhões de reais.





Ceará aceitará pagamento de tributos com cartões

Valor 03.08.2011 - Com o objetivo de reduzir os níveis de inadimplência e aumentar a arrecadação, o governo do Ceará passará a aceitar cartões de crédito para o recebimento de tributos estaduais. A partir de 1º de setembro, os contribuintes do fisco cearense, sejam pessoas físicas ou empresas, poderão utilizar o plástico para o pagamento de IPVA, ICMS e ITCD, podendo, inclusive, financiar o valor devido de acordo com as condições oferecidas pelos bancos parceiros.

Em gestação há cerca de quatro meses, a solução vem sendo testada junto aos sistemas do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco e Itaú. Segundo o secretário estadual de Fazenda, Mauro Benevides Filho, os portadores de cartões de crédito dessas quatro instituições, independentemente da bandeira, poderão realizar os pagamentos a partir do mês que vem. "Os demais bancos já estão nos procurando. É um grande filão. Ninguém vai querer ficar de fora", prevê o secretário.

A principal vantagem apontada por ele para os contribuintes pessoa física está na oportunidade de postergar por até 40 dias o pagamento do IPVA. Questionado sobre a possibilidade de parcelamento do tributo em mais de três prestações, como é oferecido hoje pelos governos estaduais, o secretário afirmou que vai depender da política de cada instituição financeira. "Para mim não faz diferença, pois vou receber à vista. O banco, se quiser, pode dividir em 200 vezes", disse. Os contribuintes, complementou ele, não pagarão qualquer taxa adicional pelo uso do cartão. "O banco vai ganhar em cima dos inadimplentes", explicou.

No caso das empresas, Benevides acredita que as consideráveis quantias devidas de ICMS poderão gerar benefícios importantes se pagas com cartão. Além do prazo maior para pagamento, os programas de bonificação oferecidos pelos bancos e administradoras poderão, segundo ele, proporcionar redução de custos. "A empresa vai se beneficiar desses programas, trocando os pontos por passagens aéreas para seus funcionários, por exemplo."

O governo cearense espera que os pagamentos com cartão de crédito reforcem a arrecadação em pelo menos 6%. No ano passado, o ICMS gerou R$ 6,2 bilhões para os cofres estaduais, enquanto que o IPVA levantou R$ 313 milhões. Já o ITCD, que incide sobre o recebimento de bens ou direitos como herança, diferença de partilha ou doação, movimentou R$ 45 milhões.





BB DTVM começa a distribuir fundo na Colômbia

Folha 03.08.2011 - A BB DTVM, gestora de recursos do Banco do Brasil, começou a distribuir no dia 15 de julho um fundo de investimento em ações na Colômbia, por meio de uma parceria com a Interbolsa Sociedad Administradora.

A corretora tem perto de 30% do mercado de corretagem na Colômbia.

A expectativa da gestora brasileira é que o fundo atinja um patrimônio de pelo menos US$ 50 milhões até o final deste ano.

"O fundo terá uma dinâmica que permitirá utilizar diversos fundos de ações geridos por nós", diz o presidente da BB DTVM, Carlos Massaru Takahashi.

A princípio mensalmente, a equipe brasileira discutirá com a da Interbolsa para decidir em que fundo serão alocados os recursos.

"Quando as previsões de crescimento da economia se mostrarem mais claras, por exemplo, poderá ser adotado um fundo 'small caps' [de empresas pequenas e médias] ou um Ibovespa ativo. Já em momentos de maior incerteza, a escolha pode ser um fundo de dividendos."

A taxa será de 0,7% ao ano.

A líder da indústria nacional de fundos de investimento e carteiras administradas encerrou o primeiro semestre com R$ 407 bilhões sob gestão, o que representa 67% da captação da indústria.

O montante era esperado apenas para meados do segundo semestre, segundo Massaru Takahashi.

"Apesar dos mercados voláteis, o ano tem sido melhor do que o projetado", afirma.





Piora na carteira de crédito do Itaú derruba papéis

Valor 03.08.2011 - Os números divulgados pelo Itaú Unibanco ontem azedaram o humor dos investidores. As ações preferenciais do banco caíram 5,8%, encerrando o dia cotadas a R$ 29,58, diante de resultados combalidos pela piora na qualidade da carteira de crédito. Desde 3 de setembro de 2009, quando chegou a R$ 29,47, o papel não atingia um preço tão baixo.

À primeira vista, os números apresentados pelo banco poderiam parecer animadores. Afinal, o lucro líquido do Itaú cresceu 14%, para R$ 3,6 bilhões no segundo trimestre de 2011, na comparação com igual período de 2010.Entretanto, livre de efeitos não recorrentes, o lucro subiu apenas 0,6% no segundo trimestre deste ano na comparação com igual período de 2010, para R$ 3,32 bilhões. Ganhos tributários compensaram ajustes a valor de mercado de investimentos e provisões para planos econômicos e incrementaram o lucro líquido do Itaú em R$ 286 milhões.

Custos mais elevados de captação e aumento das provisões a um ritmo maior do que a expansão da carteira de crédito acabaram corroendo os ganhos do banco.

As receitas com operações de crédito subiram 11,8% no segundo trimestre deste ano em comparação com igual período de 2010, para R$ 14,3 bilhões. Já as despesas de provisões cresceram 27%, alcançando R$ 5,1 bilhão.

Antes da publicação dos resultados das instituições financeiras, analistas já estavam prevendo que as atenções estariam concentradas na deterioração das carteiras de crédito. Até agora, esse prognóstico acabou se confirmando para os casos de Santander e de Itaú. Eles tiveram piora dos níveis de inadimplência acima de 90 dias, que superaram o crescimento da média do mercado, de 2 pontos percentuais. Os atrasos ficaram em 4,5%, ante 4,2% no fim de março, sendo que o crescimento se deu na parte dos empréstimos a pessoas jurídicas. O Bradesco conseguiu ficar apenas um ponto percentual mais alto.

"A carteira de crédito puxou provisões porque os atrasos cresceram. Mas já no primeiro trimestre prevíamos que isso ia acontecer", afirmou Rogério Calderón, diretor corporativo de controladoria do Itaú, durante teleconferência com jornalistas. A previsão do executivo é que, nos próximos meses, a inadimplência ainda possa sofrer com alguma "rebarba" de períodos anteriores. "Para o fim do ano espera-se estabilidade."

Do lado do crédito, a carteira do Itaú Unibanco cresceu 21% na comparação com junho do ano passado, para R$ 316,9 bilhões. Na comparação com o trimestre anterior, a alta foi de 4,4%.

Os destaques foram os produtos imobiliários (+ 73,2%), crédito pessoal (+34,7%) e empréstimos a micro, pequenas e médias empresas (+26,2%). Em relação a março deste ano, o aumento da carteira de crédito foi de 4,4%, puxado principalmente pelo crédito imobiliário e crédito pessoal.

Para o ano, o Itaú havia previsto um crescimento de 16% a 20% das operações de crédito. Agora, já passados sete meses do ano, Calderón disse que a expansão deve ficar mais próxima do centro desse intervalo, em torno de 18%, o que significa uma certa desaceleração em relação ao ritmo atual.

As provisões tiveram um aumento menor em relação ao crescimento da carteira de crédito. Foram R$ 23,8 bilhões, alta de 5,1% em relação ao período de abril a junho de 2010. A relação entre a carteira de crédito e as provisões passou de 7,3% em março para 7,5% em junho. Em junho do ano passado, essa relação estava em 8,6%.

Analistas ficaram decepcionados com os resultados do Itaú, mas alguns afirmaram que o banco vem conseguindo manter o controle das despesas. Os gastos diretos com pessoal, por exemplo, subiram apenas 4,6%, a um passo menor do que as receitas.O banco vem reduzindo seu quadro de funcionários, que encolheu em 1.700 postos de março a junho, chegando a 107,5 mil pessoas no segundo trimestre. Isso elevou as despesas com demissões em R$ 116 milhões. Porém, isso deve gerar ganhos de eficiência nos próximos trimestres, de acordo com os analistas do Barclays Capital.





Itaú Unibanco registra lucro maior, mas fica atrás de concorrentes

DCI 03.08.2011 - Mesmo com crescimento, o Itaú Unibanco não conseguiu convencer o mercado, e perdeu na comparação com os concorrentes. O lucro líquido da instituição financeira alcançou R$ 7,1 bilhões, alta de 11,5% na comparação com o do mesmo período do ano passado.

Em relação ao primeiro trimestre deste ano, o lucro cresceu 2,8%, de R$ 3,5 bilhões em março para R$ 3,6 bilhões em junho. O Bradesco apresentou ganhos de R$ 5,487 bilhões, um avanço de 21,7%, e o Santander Brasil totalizou lucro de R$ 4,2 bilhões, expansão de 17,7% perante o ano passado.

A rentabilidade nos primeiros seis meses do ano (ROE) do Itaú Unibanco ficou em 22,4%. O total de ativos subiu 22,4% em doze meses, para R$ 792,5 bilhões, e cresceu 1,8% ante o primeiro trimestre de 2011, quando era de R$ 778,472 bilhões.

Apesar dos resultados positivos, o desempenho não foi o esperado pelo mercado, o que se refletiu no mercado acionário. As ações PN do Itaú Unibanco ocuparam a quarta posição dentre as maiores baixas da Ibovespa, queda de 5,79%, com preço de R$ 29,58 no fechamento de ontem. Os papéis ON caíram 6,09%, com valor de R$ 25,59. Na quarta-feira, a Ibovespa fechou em queda de 2,09%, com 57.310 pontos.

Segundo Rogério Calderón, diretor corporativo do Itaú Unibanco, a performance das ações durante o dia também reflete o receio mundial em relação ao sistema financeiro, e há necessidade de aguardar mais dias para entender o investidor.





Justiça condena grupo Catho por roubo de dados

Estadão 02.08.2011 - Empresa de recrutamento de executivos terá de pagar R$ 63 mi por invadir ilegalmente base de dados de empresa rival na internet.

A Catho, uma das maiores empresas de recrutamento de executivos do País, foi condenada a pagar uma indenização de cerca de R$ 63 milhões por prática de concorrência desleal. A empresa, comprada pelo fundo americano Tiger Global Management em 2006, é acusada de invadir e copiar ilicitamente informações de sites concorrentes para aumentar sua base de currículos e oferecer seus serviços aos clientes de outras recrutadoras.

A sentença foi emitida na última sexta-feira pelo juiz Luiz Mário Galbetti, da 33.ª Vara Cível de São Paulo. Como é uma decisão em primeira instância, a Catho deve recorrer, como já fez numa condenação anterior.

A ação foi movida em 2002 pela concorrente Curriculum, que também atua na contratação de profissionais pela internet. Na época, a história chamou atenção pela forma como a fraude veio à tona e pelas provas que foram obtidas após a denúncia.

Em fevereiro de 2002, os programadores da Curriculum, de Marcelo Abrileri, detectaram uma movimentação anormal no site. Os clientes costumavam pesquisar no máximo 500 currículos por dia. "Mas vimos que uma das empresas registrou numa segunda-feira mais de 63 mil acessos", lembra. A conta foi imediatamente bloqueada e os técnicos da Curriculum conseguiram rastrear o computador que fez todas aquelas pesquisas.

Chegaram à maquina de Adriano José Meirinho, de 21 anos, administrador do site da Catho - e hoje, gerente de marketing da empresa. Numa busca e apreensão, em que mais de 30 computadores da Catho foram averiguados, os peritos nomeados pelo juiz confirmaram as denúncias.

Foram recuperadas trocas de e-mails e conversas online entre funcionários da Catho, em que eles falam explicitamente em "roubo" de currículos em sites concorrentes. Os programadores da empresa chegaram a desenvolver um software que permitia a cópia de milhares de e-mails e currículos rapidamente. O programa foi batizado internamente de "rouba.phtml".

Outras vítimas. As investigações mostraram que a Curriculum não havia sido a única vítima. A base de dados da Embratel e do Guia Oesp também foram invadidas pelos programadores da Catho, além de outras duas concorrentes, a Gelre e a Manager. Ambas processaram a empresa por concorrência desleal.

A Gelre foi a primeira a ganhar a ação, em setembro do ano passado. A Justiça determinou o pagamento de R$ 13 milhões como indenização, mas a Catho recorreu e o processo segue tramitando em segunda instância. A Manager retirou a denúncia em 2006, ao ser comprada pelo fundo Tiger, que havia acabado de adquirir a Catho.

Tanto no caso da Gelre quanto, agora, no da Curriculum, o juiz calculou o valor da indenização com base no valor médio de R$ 50 cobrado pela Catho para divulgação de currículos no site. Como a investigação constatou, a cópia de 436.595 currículos da base da Curriculum, a Justiça chegou à indenização de R$ 21,8 milhões que, corrigida, passou a R$ 63 milhões. O autor da sentença concluiu que a captura de informações feita pela Catho servia "para aumentar a visibilidade de mercado, com reflexo direto nos lucros" da empresa.

"O laudo mostrou que não era uma conduta isolada de um ou outro funcionário mas de seus superiores", diz Abrileri, fundador da Curriculum, em 1996. Quando ele descobriu a fraude em 2002, a empresa passava por dificuldades por conta do estouro da bolha da internet. "Esperamos nove anos pela decisão e agora estou com a alma lavada."

Na época, as investigações constataram de fato que a cópia de currículos era de conhecimento do gerente geral da Catho, Adriano Arruda, e do próprio presidente Thomas Case. Quando a acusação tornou-se pública, em 2002, Case admitiu publicamente que sabia das cópias, mas que não as considerava ilegais. "Os dados não gozam de proteção jurídica. São públicos", chegou a escrever numa nota oficial.

Para a advogada da Curriculum, Juliana Rosenthal a decisão reforça o valor das informações para uma empresa que atua na internet. "Os dados são o patrimônio dessas empresas", diz.

A Catho não quis comentar a decisão porque disse não ter conhecimento da sentença, uma vez que o texto não foi publicado no diário oficial. Arruda hoje é CEO da empresa e Case investe no mercado imobiliário, segundo fontes próximas a ele.





Baixa renda chega a 61% no varejo 'on-line'

DCI 03.08.2011 - O consumo de produtos pela Internet chegou com força nos gastos das classes C, D e E, pois no primeiro semestre deste ano, 61% dos novos consumidores on-line vieram de famílias com renda mensal de até R$ 3 mil, sendo em maioria (55%) mulheres. O cenário deve-se ao aumento da renda da população emergente, aliado a questões como o impulso das vendas de computadores e o maior acesso à Internet e aos cartões de crédito. "O crescimento da baixa renda no e-commerce é relevante e deve continuar em evidência nos próximos anos", afirmou o diretor de Marketing e Produtos da consultoria especializada em comércio eletrônico e-bit, Alexandre Umberti.





Banca europeia quer igualar regra com emergentes

Valor 03.08.2011 - A banca europeia quer que os maiores bancos das economias emergentes, como o Brasil, sejam submetidos a exigências de capital próprio adicionais para absorção de perdas, tal como está sendo exigido para os bancos globalmente mais importantes, considerados grandes demais para quebrar ("too big to fail").

Fonte da Federação de Bancos Europeus (FBE), representando 5 mil bancos do velho continente, disse ao Valor que os grandes bancos de China, Brasil, Índia, Rússia e Indonésia precisarão ser tratados da mesma maneira que as grandes instituições mais antigas da Europa, dos Estados Unidos ou do Japão, diante de seu potencial de crescimento no mercado global.

A entidade alega que as regras para enquadrar os bancos sistemicamente importantes globalmente (Sifi, na expressão dos reguladores) serão introduzidas progressivamente, período durante o qual os grandes bancos desses emergentes se tornarão mais e mais importantes.

A quebra do Lehman Brothers em 15 de setembro de 2008 causou um choque severo nos mercados internacionais, minando a ideia predominante de que não se deixaria ir à falência nenhuma instituição financeira sistemicamente importante, mesmo se não fosse um banco. O desmoronamento do Lehman acelerou a crise financeira global e governos tiveram que socorrer o sistema financeiro com centenas de bilhões de dólares para evitar estrago maior na economia real.

O Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês), formado por reguladores e bancos centrais dos principais países, foi então encarregado de reformar o sistema financeiro internacional para prevenir a repetição da onda de socorros aos bancos com o dinheiro dos contribuintes.

No mês passado, o FSB publicou a metodologia que servirá para identificar os bancos que oferecem risco sistêmico globalmente. Levará em conta a soma dos ativos, as transações interbancárias, o montante de derivativos, as atividades transfronteiras, a complexidade de suas operações.

O FSB analisou 73 bancos no mundo e definiu 28 a serem num primeiro momento submetidos as regras de fundos próprios adicionais. Eles serão progressivamente submetidos a uma exigência adicional de capital próprio de 1% a 2,5% (dos ativos ponderados pelo risco) a partir de 2016, além do nivel de 7% fixado para todos os bancos a partir de 2019. Inclui HSBC, BNP Paribas, J.P. Morgan, Citibank, por exemplo.

O setor financeiro tem até o dia 28 para fazer seus comentários. O FSB fará então sua proposta final para os líderes do G-20 tomarem a decisão formal, na cúpula de novembro em Cannes, na França.

A partir daí, o Comitê de Basileia começará a definir a extensão das regras para o resto do grupo das 73 instituições financeiras e para os bancos nacionais com risco sistêmico.

Para a Federação de Bancos Europeus, é quando será necessário assegurar que um equilíbrio seja mantido entre os bancos de todas as regiões, conforme a porta-voz Florence Ranson.

O valor de mercado de grandes bancos do Brasil, como Itaú Unibanco e Bradesco, é hoje maior do que de certos bancos globalmente grandes demais para quebrar como UBS e Credit Suisse. No entanto, os critérios para a exigência adicional de fundos próprios levam em conta as implicações no sistema financeiro internacional.

Em todo caso, para a FBE os grandes bancos dos emergentes precisarão ser enquadrados porque eles "são considerados ainda pequenos (na cena internacional), mas deverão se preparar entrar rapidamente no clube dos grandes bancos".

Do lado dos emergentes, é esperada a pressão dos países desenvolvidos para que seus bancos mais importantes sigam regras próximas às globais. Mas consideram que não faz sentido a aplicação das mesmas exigências e defenderão no FSB "um grau de adaptação a cada país", como diz uma fonte financeira de país emergente.

Para reguladores, está assim programada uma queda de braço proximamente entre emergentes e desenvolvidos sobre um suposto "level playing field" (igualdade de condições) no sistema financeiro internacional.





Valor de refúgio, franco suíço bate recorde

Valor 03.08.2011 - O franco suíço bateu recorde de valorização ante o dólar americano e o euro, ontem, dominando os movimentos no mercado internacional de moedas, que gira ao dia US$ 4 trilhões, em meio a temores sobre a dívida soberana e a deterioração da economia mundial.

A crise da dívida passou dos bancos para os governos nos países desenvolvidos. E com os temores relacionados à dívida na zona euro e a possibilidade de a nota de crédito dos Estados Unidos ser rebaixada, investidores correram para a moeda suíça, o iene japonês e o ouro como valores de refúgio. Ao mesmo tempo, a alta do prêmio de risco da Espanha só foi freada depois de rumores de que a China compraria títulos da dívida espanhola.

"A sensação de risco é enorme e o irracional domina no mercado", resumiu Michel Juvet, analista financeiro em Genebra. Para analistas, os mercados reconheceram que o acordo de julho da União Europeia para salvar a Grécia não mudou a dinâmica da crise da dívida soberana e que a Espanha e a Itália correm cada vez mais risco.

O mercado começou o dia castigando a Espanha e a Itália, cobrando bem mais para financiarem suas dívidas. O rendimento dos papéis de 10 anos da Espanha atingiu 6,46% e da Itália 6,26%, se aproximando da marca perigosa dos 7%, nível que levou Grécia, Irlanda e Portugal a pedirem socorro.

Investidores passaram a comprar aceleradamente mais o franco suíço diante da relutância do Banco Central helvético de intervir no mercado. Em suas inúmeras intervenções, o BC desembolsou mais de US$ 210 bilhões sem baixar o valor da moeda.

Visto como porto seguro, o franco atingiu seu mais alto valor em comparação ao euro. A moeda europeia ficou em 1,09 ante a moeda suíça, perdendo 1,3% no dia. O dólar passou a valer apenas 77,6 centavos de franco, numa perda de 1%.

O franco suíço está agora entre 40% e 50% excessivamente valorizado e as pressões para o BC intervir aumentaram. O ministro da economia, Scheineder Ammn, limita-se a dizer que a alta da moeda não é temporária e não retornará tão cedo a níveis anteriores. A ideia de um fundo soberano não avança.

Multinacionais suíças reclamam que suas margens estão diminuindo cada vez mais e perdendo bilhões de dólares em vendas. Preveem um segundo semestre pior, com menor demanda global e seus produtos mais caros. O Swatch Group, o maior produtor de relógios do mundo, estima que deixará de vender US$ 1,2 bilhão por causa do franco. Grupos químicos como Lonza e Clariant, que enfrentam a dura concorrência dos produtos baratos do mercado asiático, ameaçam transferir produção para fora da Suíça.

O iene japonês também subiu, mas menos diante da publicação pela imprensa japonesa de que o BC se prepara para intervir com o objetivo de enfraquecer o valor da moeda. Quanto ao ouro, a expectativa é de que atinja até US$ 2 mil a onça até o fim do ano.

Para um analista do UBS, o franco suíço continuará alto diante da situação na zona euro. Investidores acham que a Europa não tem munição suficiente para ajudar a Espanha ou a Itália, e apostam pesado contra as duas economias.

O prêmio de risco, o preço adicional exigido dos bônus espanhóis de 10 anos, pela primeira vez superou os 400 pontos básicos em relação aos "bunds", os títulos públicos da Alemanha. Só baixou para cerca de 390 pontos básicos não pela esperança de ajuda do Banco Central Europeu (BCE), mas sim da China, que tem adquirido bilhões de dólares de papéis dos países combalidos da Europa e com isso ampliando sua influência.

A decisão do chefe de governo espanhol José Zapatero de retornar de férias para enfrentar a crise aumentou o foco sobre a Espanha. Na Itália, o ministro das finanças, Giulio Tremonti, também anunciou reuniões de alto nível do governo para discutir a escalada da turbulência nos mercados.

Os tremores na Europa podem aumentar também porque o pequeno Chipre está na direção de pedir socorro financeiro a Bruxelas para evitar uma quebra generalizada.

Enquanto o rendimento dos papéis espanhol e italiano batia recorde, no caso dos bônus com classificação de risco "AAA" pelas agências de rating, o movimento era inverso. Os títulos da Alemanha de 10 anos, que são a referência no mercado europeu, baixaram para 2,42% diante da procura como valor refúgio. O "gilt" britânico atingiu seu menor rendimento em 50 anos para 2,75%.

A expectativa é de que o bund alemão possa baixar para 2,25% em 2012, se a fuga para ativos considerados seguros continuar acelerada nos próximos meses. Os papéis da Bélgica ficaram agora 200 pontos base acima dos papéis alemães, também em alta.












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