quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Azul.C.A.18.08

Daily News

Empresas fazem fila para emitir dívida no exterior em setembro
Valor 18.08.2011 - Para Bianchi, do BofA Merrill Lynch, as condições já são favoráveis às emissões.
Mesmo com as turbulências das últimas duas semanas, provocadas pelo rebaixamento da nota americana, as empresas e bancos brasileiros começam a correr para preparar emissões de títulos no exterior, dada a manutenção da liquidez para papéis de países emergentes. Os bancos de investimentos estão com diversas operações mandatadas, esperando apenas que uma janela se abra no próximo mês. Há espaço, inclusive, para lançamentos em real, especialmente depois do aperto da regulação cambial, que afastou o estrangeiro dos títulos e bolsas locais.
As primeiras operações, dada a volatilidade do mercado e a alta dos preços no mercado secundário, devem ser de empresas públicas, ou mesmo da República, que costumam abrir o caminho para as empresas de primeira linha.
A Eletrobras está com uma operação de 10 anos engatilhada, sob a liderança do Santander e do Credit Suisse. Petrobras e BNDES são outras estatais que têm planos para acessar o mercado no segundo semestre.
Os grandes bancos brasileiros também estão com apetite. O Itaú BBA fechou na semana passada, no auge da turbulência, um empréstimo sindicalizado de US$ 630 milhões com 19 bancos, a maior parte deles asiáticos. Já as companhias menores devem colocar papéis apenas se as condições estiverem realmente favoráveis.
Há ainda empresas com apetite para dívida como alternativa ao fechamento do mercado de ações local. Ou aquelas que querem apenas ficar preparadas para oportunidades de aquisição, que sempre surgem em momentos de crise.
Segundo Pedro Bianchi, diretor do Bank of America Merrill Lynch, o mercado de dívida para países emergentes no exterior está bastante favorável. "À exceção da última semana, todas as 22 semanas anteriores tiveram fluxo positivo para os fundos de renda fixa de emergentes", diz. Segundo ele, o que antes era apenas uma oportunidade para ampliar os retornos, hoje se tornou uma necessidade de diversificação para os investidores.
O mês de setembro é historicamente positivo. No ano passado, foram captados US$ 11,7 bilhões, de um total de US$ 51,3 bilhões (excluindo operações do Tesouro Nacional). A data mágica para a reabertura dos mercados após as férias de verão no Hemisfério Norte é o "Labor Day" americano, em 5 de setembro. "Esperamos que o mercado esteja bastante ativo. Vai ter um movimento de emissões brasileiras para aproveitar a baixa taxa de juro", diz Bianchi. Ele afirma, no entanto, que essa não será uma janela, mas uma tendência.
"Não é preciso que mudem as condições no mercado internacional. Apenas que a volatilidade diminua um pouco, pois as condições já são favoráveis, com taxas de juros baixas no exterior, boa performance do real durante o momento de crise e alta taxa de juros da economia brasileira", diz ele.
Para Alexandre Aoude, diretor do Itaú BBA, há uma janela para empresas de primeira linha captarem com prazos de 30 anos. Outra opção é fazer operações em reais. "Estamos com um 'pipeline' (fila) gigantesco, umas operações com maior probabilidade de sair, outras com menos chance", diz.
Sandy Severino, responsável pela área de captações externas do BTG Pactual, se diz otimista, mas acredita que há uma chance de os prêmios ficarem um pouco mais altos. Nas últimas semanas, os juros (yield) dos títulos de empresas brasileiras negociados no exterior subiram entre 50 até 100 pontos básicos - no caso de companhias com nível de risco mais elevado. O que houve foi um aumento do prêmio sobre o título americano, relação que serve de referência para novas operações.
Além disso, explica Marcelo Delmar, chefe de captações para a América Latina do BNP Paribas, os prêmios para novos lançamentos também subiu ("new issue premium"). No mercado americano, por exemplo, empresas com nível de risco semelhante às brasileiras (BBB) pagam um prêmio cerca de 15 a 25 pontos básicos acima do preço dos papéis negociados no secundário. "Os investidores têm dinheiro, mas estão colocando os recursos seletivamente", completa Luis Berlfein, chefe de originação e distribuição local do BNP Paribas.
As companhias brasileiras, no entanto, estão pouco alavancadas e sem muitos compromissos vencendo este ano. A posição é confortável para só lançar bônus se as taxas estiverem em patamares semelhantes aos do primeiro semestre. Eduardo Muller Borges, diretor de "credit market" do Santander, não acredita que os emissores com grau de investimento aceitarão pagar taxas mais altas. "Para essas empresas, cinco pontos básicos fazem muito diferença e elas estão muito capitalizadas, pois vêm captando com frequência".
Para Renato Ejnismam, diretor do BBI, banco de investimento do Bradesco, a sinalização do governo americano de que vai manter a taxa de juros no patamar próxima de zero até 2013 criou um ambiente possível para novas captações. "O mercado vai começar mais cauteloso, mais aberto para emissões de melhor risco e exigindo prêmio para emissões de high yield (alto risco)", diz.


Presidente da Gerdau nega interesse na Usiminas
Estadão 17.08.2011 - A empresa, no entanto, já fez um exercício sobre a união e afirma que as sinergias om o negócios seriam muito relevantes.
O presidente da Gerdau, Andre Gerdau Johannpeter, afirmou que a empresa não está interessada numa possível fusão com a Usiminas envolvendo a Açominas e que não há negociações em andamento. A empresa, no entanto, já fez um exercício sobre a união e afirma que as sinergias seriam muito relevantes e que o negócio traria grandes benefícios para os acionistas das duas empresas.
"Não estamos interessados", afirmou Gerdau à imprensa após reunião com analistas e investidores em parceria com a Apimec-Rio, acrescentando que a empresa não captou recursos com este fim.. "Não existe negociação", emendou, ao seu lado, o vice-presidente executivo de RI da Gerdau, Osvaldo Schirmer.
Schirmer afirmou que, caso fosse possível, a fusão entre a Açominas e a Usiminas seria muito benéfica para os acionistas das duas empresas. E garantiu que as sinergias seriam "muito, muito relevantes", maiores do que em qualquer outra configuração de fusão dentro do País. A concorrente CSN, que seria a outra interessada, tem realizado compras de ações ordinárias e preferenciais da Usiminas fora do bloco de controle da empresa.
Schirmer ressalvou, no entanto, que a simulação hipotética faz parte de um exercício hipotético que a companhia realiza com concorrentes em diversas partes do mundo e de forma constante. "Já fizemos isso com (ativos nos) Estados Unidos, Chile, Argentina", disse. "Somos obrigados a fazer isso, quero que isso fique claro". A empresa usou os recursos da última captação para pagar dívidas, fazendo com que o montante caísse  de R$ 14 bilhões para R$ 12 bilhões entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano.
Cenário: O executivo diz que a empresa está observando um "descolamento entre o pânico financeiro" nos mercados e "o mundo real" na demanda por aço. Segundo ele, o consumo tem se mantido normal e a empresa não tem observado sinais de cancelamento de pedidos.
"O que vimos há duas semanas no mercado financeiro foi pânico. Já houve uma recuperação, agora notamos volatilidade", disse em reunião para analistas e investidores organizado em parceria com a Apimec-Rio. "Mas observamos que o consumo de aço continua igual".
Gerdau disse que a empresa está muito atenta ao momento de volatilidades e incertezas no mercado mundial, especialmente à inflação em países emergentes e aos problemas financeiros nos Estados Unidos e Europa. Mas afirmou estar convicto do aumento das vendas de automóveis em países como Brasil e Índia, o que manterá a demanda de aço em alta. "Nosso caminho (de crescimento) é pela Ásia e começando pela Índia", afirmou.
O vice-presidente executivo de RI da Gerdau, Osvaldo Schirmer afirmou que há uma tendência de recuperação de margens da companhia depois de um ano difícil em 2010, com retomada da demanda e perspectiva de alta de consumo de aço. A companhia projeta para este ano alta de 6% para o consumo no Brasil, 13% nos Estados Unidos e 4% no Canadá.
Resultados: No segundo trimestre, houve alta de 12% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. A receita líquida aumentou 9% na mesma comparação. No entanto, os custos saltaram 17%, devido basicamente ao aumento do preço de matérias-primas.
A perspectiva para o segundo semestre é que o Brasil se mantenha com cerca de 15% de participação na margem consolidada Ebitda, mesmo número do segundo trimestre de 2011, o que significa uma recuperação em relação ao primerio trimestre (13,5%) e ao quarto trimestre de 2010 (12,6%).
Sobre possíveis investidas da Gerdau e da CSN sobre a Usiminas, diante de rumores de fusão no mercado de siderurgia, o CEO desconversou. A CSN vem fazendo compras no mercado aumentando sua participação na Usiminas. "O que sabemos é o que está nos jornais", disse.


Para Advent, país segue caro apesar de queda da bolsa
Valor 18.08.2011 - A queda recente no valor de mercado das companhias brasileiras ainda não se refletiu nas negociações para a compra de participações em empresas de capital fechado pelos fundos de private equity. A avaliação foi feita por Martin Escobari, diretor da Advent International. "O ajuste da bolsa ainda não se transferiu para as transações privadas", disse o executivo, que participou de seminário ontem em São Paulo.
Em meio ao otimismo geral em relação ao Brasil, a Advent tem batido na tecla de que os ativos nacionais estão caros. "Nunca houve tanta oferta de recursos para as companhias, o que inflaciona os preços", afirmou, em referência à série de captações bilionárias realizadas por fundos para investimentos no país.
Para Escobari, diante da incerteza sobre o alcance da crise internacional, as negociações entre os fundos e as companhias ocorrem a uma velocidade menor. "Está difícil precificar o Brasil", observou. Enquanto o investidor de bolsa precisa vender as ações a qualquer preço para, por exemplo, honrar resgates em fundos, o controlador de uma empresa fechada não tem essa necessidade, ressaltou.
A Advent, que no ano passado concluiu a captação de um fundo de US$ 1,6 bilhão com foco na América Latina, até o momento fechou apenas um negócio: a compra 50% do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) por R$ 835 milhões.
Escobari destacou os avanços da economia brasileira nos últimos anos, mas disse que alguns investidores "subavaliaram" riscos ao alocar recursos no país. Para o executivo, embora as perspectivas de crescimento da economia justifiquem múltiplos mais altos nas aquisições, o alto custo de capital no país - que impede a realização de aquisições alavancadas - também deveria se refletir nos preços.
A visão da Advent sobre o valor dos ativos brasileiros é polêmica e não encontra consenso entre os gestores. Para Leonardo Ribeiro, sócio da Ocroma, os fundos que possuem como estratégia investir em empresas de médio porte estão menos expostos à competição, principalmente com as gestoras estrangeiras, responsáveis por 36% dos negócios fechados no país.
Embora concorde que a maior oferta de recursos de fundos de private equity aumenta a competição, Piero Minardi, sócio da Gávea Investimentos, avalia que o cenário atual é melhor do que o de 2007, quando os gestores tinham a bolsa como principal rival. No auge da euforia com as ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês), os preços que os investidores estavam dispostos a pagar pelas companhias eram muito superiores. "Hoje parece claro que algumas empresas não estavam preparadas para ir a mercado e que o melhor seria passar antes por um ciclo de capital privado", observou.
Apesar do aumento do fluxo de recursos para o país, Minardi considera que a necessidade de capital por parte das empresas ainda é maior do que os recursos à disposição no mercado.
"Não vejo um cenário de freada na atuação dos fundos por falta de oportunidade", disse o executivo da Gávea que, segundo informações de mercado, estaria perto de fechar a captação do que pode ser o maior fundo de private equity brasileiro, com US$ 1,8 bilhão. Questionado, Minardi confirmou apenas que a gestora está em processo de captação de recursos, mas não falou sobre valores.


Tuper prevê dobrar receita desse negócio até 2013
Valor 18.08.2011 - Sexta maior processadora de aço do país e principal fornecedora às montadoras de escapamentos originais para veículos comerciais, a catarinense Tuper está perto de concluir um novo ciclo de investimentos, de R$ 290 milhões, e alcançar o primeiro faturamento na casa de R$ 1 bilhão. Do total previsto em aportes até 2012, quase R$ 100 milhões foram direcionados à produção de escapamentos e adequação dos sistemas de exaustão à norma Euro V, que se torna obrigatória em 2012. Com o aporte, o faturamento dessa unidade de negócio deve dobrar até 2013. "A grande locomotiva da Tuper sempre foi o aprimoramento tecnológico", conta o fundador e presidente da empresa, Frank Bollmann.
Com o investimento nos novos sistemas de exaustão, que vão equipar caminhões da Mercedes-Benz e automóveis da GM, o faturamento da área de autopeças, onde começou a história da Tuper há 40 anos, saltará dos R$ 100 milhões previstos neste ano para R$ 200 milhões. Dessa forma, a área se consolida como uma das principais fontes de receita da empresa, apesar do forte processo de diversificação dos negócios, especialmente na última década.
Nesse período, conta Bollmann, o faturamento da empresa cresceu em média 22% ao ano, chegando a R$ 895 milhões em 2010. Neste ano, as receitas das sete unidades de negócio - que, por sua vez, atuam em 22 diferentes segmentos - deve atingir R$ 1 bilhão. Em 2014, conforme projeção da empresa, a meta de R$ 1,5 bilhão deverá ser alcançada. Diversificar as operações, conforme Bollmann, funcionou ainda como blindagem em épocas de crise. "Um ou outro segmento pode ir mal, mas acaba compensado por outros", explica.
Na área de autopeças, lembra o empresário, o ponto de partida foi o mercado de reposição. Hoje, segundo dados do Sindipeças, a empresa responde por 38% das vendas de escapamentos no mercado secundário. Em OEM (fornecimento às montadoras), essa fatia sobe a 48% no segmento de comerciais leves.
Com a obrigatoriedade do atendimento às regras do Euro V, ou Proconve P7 na nomenclatura brasileira, a empresa desenvolveu ainda conversores catalíticos para veículos de passeio, que são integrados ao coletor de escape e cumprem as regras de redução de emissões. Anualmente, a Tuper produz 3,9 milhões de escapamentos e 60 mil catalisadores para o mercado de reposição - para as montadoras, a produção é de 300 mil catalisadores por ano. Os mais de R$ 190 milhões restantes do plano de investimentos estão sendo aplicados na construção de uma nova fábrica - a quinta da empresa -, também voltada à fabricação de tubos de diâmetro largo aplicados nas áreas de petróleo e gás e na construção civil. Conforme Bollmann, a empresa passará a oferecer tubos estruturados com até 340 milímetros de diâmetro externo. "Trata-se do que há de mais moderno na fabricação de tubos soldados", diz.
No ano passado, a Tuper, que tem sede em São Bento do Sul (SC), processou mais de 240 mil toneladas de aço. Para este ano, a estimativa é chegar a 320 mil toneladas transformadas. O aço processado pela empresa é fornecido por Usiminas, CSN e ArcelorMittal.


SABMiller faz oferta hostil pela Foster's
Valor 18.08.2011 - A SABMiller, a segunda maior cervejaria mundial em volume, vai levar sua oferta de aquisição da australiana Foster's Group, no valor de 9,5 bilhões de dólares australianos (US$ 10 bilhões), diretamente aos seus acionistas. A decisão de fazer uma oferta hostil ocorre depois que o conselho de administração da Foster's rejeitou a proposta como baixa demais, em junho. O valor apresentado agora é o mesmo oferecido inicialmente.
A oferta, em dinheiro, avalia a Foster's em 4,90 dólares australianos por ação, menos qualquer dividendo a ser pago pela empresa australiana, informou a SABMiller em comunicado divulgado ontem. Em junho, a Foster's havia declarado que a oferta "subestima significativamente" a maior cervejaria da Austrália, cujas ações fecharam a 4,96 dólares australianos ontem.
"Esta é a primeira vez, ao que eu me lembre, que a SABMiller parte para uma oferta hostil", diz Trevor Stirling, analista da Sanford C. Bernstein de Londres.
A aquisição, se concretizada, será a maior já realizada pela anglo-africana SABMiller, fabricante das cervejas tipo "lager" Peroni e Castle, e lhe dará acesso a cerca de 50% do mercado de cerveja australiano, inclusive à Victoria Bitter, a mais vendida.
A companhia fez uma série de aquisições, como a da cervejaria colombiana Bavaria e a da marca Grolsch, o que lhe garantiu o segundo lugar entre as cervejarias mundiais em volume, atrás apenas da Anheuser-Busch InBev.
"A SABMiller acredita que a proposta apresentada ao conselho de administração da Foster's é atraente e deveria ser submetida aos acionistas da Foster's", disse a empresa, sediada em Londres, no comunicado. Andrew Butcher, porta-voz da assessoria em mídia externa da Foster's Butcher & Co., preferiu não comentar a oferta de compra hostil.
As ações da Foster's subiram cerca de 13% depois da apresentação original da oferta pela SAB, em 21 de junho, e chegaram a cair para 4,66 dólares australianos em 8 de agosto, em meio à turbulência do mercado mundial e diante da ausência de qualquer outra oferta de compra concorrente.
A oferta hostil é condicionada à obtenção de pelo menos 90% de todas as ações da Foster's em poder do público. A SABMiller vai custear o negócio por meio dos recursos disponíveis e pela emissão de novos títulos. A empresa britânica vai apresentar às autoridades reguladoras australianas e à Foster's uma declaração de oferta de compra. A cervejaria britânica prevê enviar essa informação aos acionistas da Foster's aproximadamente duas semanas depois que a submeter à empresa.
A oferta apresentada em 21 de junho avaliou a Foster's em 11,8 vezes os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) declarados pela divisão cervejeira da empresa em 2010.


Rússia amplia embargo a carnes
Valor 18.08.2011 - Na avaliação de Pedro de Camargo Neto, da Abipecs, a situação "vai ficar feia para o produtor se o embargo não cair".
A Rússia embargou mais três estabelecimentos exportadores brasileiros, dois de carne de frango e um de carne bovina, por ter detectado bactérias nos alimentos, e ameaçou incluir outros três na lista de restrições temporárias. Essa decisão amplia ainda mais o atrito entre o governo brasileiro e Moscou, que começou com o embargo russo a 85 unidades exportadoras de carne do Brasil em junho.
As novas unidades afetadas são a Libra Terminais S.A., em Cubatão (SP), a Diplomata S/A , de Xaxim (SC) e Frigoestrela S.A., em Estrela d'Oeste (SP). Segundo comunicado do Rosselkhoznadzor, a autoridade sanitária russa, os exames mostraram a presença de parasitas e bactérias de diferentes tipos em carnes exportadas.
As outras três plantas que podem entrar na lista de embargo, no caso de mais violações dos requisitos veterinário-sanitários, são a unidade da Marfrig em Promissão (SP), a da Barra Mansa Comércio de Carne e Derivados em Sertãozinho (SP) e a do Mataboi Alimentos, em Santa Fé de Goiás (GO)
A autoridade veterinária russa disse em carta enviada ao Ministério da Agricultura, "que considera necessário prorrogar a aplicação do regime de monitoramento laboratorial intensivo dos produtos de origem animal exportados do Brasil para a Rússia". O ministério já havia se manifestado anteriormente dizendo que estava trabalhando para derrubar o embargo e facilitar a entrada das carnes brasileiras no mercado russo.
Segundo os russos, "a contaminação microbiológica detectada durante o monitoramento dos produtos alimentícios produzidos no Brasil é uma violação das normas e exigências veterinárias e sanitárias da Aliança Alfandegária e da Rússia".
Moscou havia dito, na semana passada, que o nível de controle veterinário brasileiro tem diminuído, em meio a uma negociação para acabar com o embargo imposto em junho.
O problema do aumento das plantas embargadas se soma ao fechamento quase total mercado nacional de carne suína para a Rússia. "O embargo iria sair, depois não sai, depois ia sair, depois não saiu. Ninguém sabe o que acontece. O Ministério da Agricultura diz que respondeu tudo e os russos dizem que não", disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto. "A coisa vai ficar feia para o produtor se esse embargo não cair".
Camargo afirmou que o governo precisa dar prioridade para o assunto. "Se o embargo não tem motivo, então o governo brasileiro precisa obrigar os russos a respeitar o acordo. Se tem motivo, ele precisa resolver o problema", disse Camargo Neto.
O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos de Oliveira, informou que não iria se manifestar sobre o assunto. "Eles (russos) nunca enviam os relatórios e preferimos não nos declarar sobre o assunto", disse.
Na semana passada, o governo russo, mesmo sem encerrar o embargo imposto às carnes brasileiras em junho, havia aceitado um pedido do Ministério da Agricultura para adiar a aplicação de medidas de restrição temporária a um grupo de 37 unidades frigoríficas do país a pedido do próprio governo brasileiro.
A delegação do Ministério da Agricultura brasileiro que esteve em Moscou em 6 de julho tentou colocar fim ao embargo de 85 unidades de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. Em troca, ofereceu a lista de 37 plantas que poderiam ser consideradas com restrição temporária. Parte delas não exportava há mais de um ano e outra parcela havia pedido, segundo membros da delegação, a desabilitação de forma voluntária.
O Rosselkhoznadzor encerrou a nota dizendo que deverá ser informado a respeito dos resultados da investigação do governo brasileiro e a respeito das medidas adotadas. "No desenrolar da auditoria, o serviço veterinário do Brasil para provar que seu sistema de controlos oficiais é equivalente a sistemas similares da União Aduaneira".


Fiscais ligam Zara a trabalho degradante
Folha 18.08.2011 - Três vistorias feitas em São Paulo flagraram fornecedores da empresa usando bolivianos em condições precárias.
Fiscalização também encontra brasileiros, paraguaios e peruanos em situação análoga à de escravidão.
A grife espanhola Zara, dona de 31 lojas no país, é suspeita de usar mão de obra submetida a condições análogas à escravidão na confecção de suas roupas no Brasil.
Em três vistorias realizadas no Estado de São Paulo, fiscais do Ministério do Trabalho flagraram fornecedores da empresa usando trabalhadores bolivianos, peruanos, paraguaios e brasileiros em estabelecimentos clandestinos em condições precárias de segurança e de higiene.
De acordo com a fiscalização, os 16 trabalhadores encontrados nas duas oficinas paulistas, último alvo da investigação, tinham de pedir autorização para deixar o local, o que somente era permitido em casos urgentes.
Muitos chegavam ao Brasil endividados, após serem aliciados no país de origem.
A Zara informou que a situação de trabalho dos terceirizados está sendo regularizada.
As duas oficinas, que foram fechadas no fim de julho, pertenciam a bolivianos. Para a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo, porém, eram de responsabilidade da Zara por causa da forte dependência econômica que tinham da rede -cerca de 90% da produção era destinada à grife.
"A Zara é a única responsável pelas oficinas, pois esses trabalhadores produziam praticamente só peças destinadas à empresa, seguindo os padrões dela", disse o auditor Luís Alexandre de Faria, do Ministério do Trabalho.
Segundo Faria, as oficinas, que funcionavam havia dois anos, receberam 48 autuações por infrações como excesso de jornada, falta de pagamento de férias e ausência de descanso semanal.
Em maio, outro fornecedor da Zara, em Americana, no interior paulista, foi flagrado com 52 trabalhadores mantidos sob as mesmas condições, 5 deles brasileiros. Essa fiscalização deu origem ao flagrante de São Paulo.
Imagem: Para Oscar Vieira, professor de direito da FGV, o arranhão na imagem é o pior. "As empresas sabem que podem perder muito, mas nem todas se dão conta de sua responsabilidade em toda a cadeia."
Depois de o site Repórter Brasil divulgar o assunto, as expressões Zara e trabalho escravo estiveram entre os assuntos mais comentados do Twitter. Também houve protesto no Facebook.


Exportador têxtil e de calçados teme efeito da crise no mercado local
Valor 18.08.2011 - Carlos Dohler, da Dohler: reforço da atuação no mercado interno elevou faturamento da companhia têxtil.
Em 2000, o Brasil exportou US$ 1,6 bilhão em calçados e US$ 629 milhões em confecções. Dez anos depois, esses valores caíram para US$ 1,4 bilhão e US$ 550 milhões. Como a perda de mercado externo foi particularmente intensa nos mercados ricos - EUA e Europa - e hoje eles representam uma ínfima parte da exportação brasileira, a perspectiva de nova crise internacional trouxe outra preocupação para os fabricantes nacionais - o arrefecimento do mercado interno e o aumento da concorrência externa no Brasil.
Empresas do setor têxtil, que ainda exportam pequena parcela de seu faturamento, não sentiram redução de encomendas, nem receberam cancelamento de pedidos externos. O momento, dizem, é de cautela. O período de encomendas de calçados de inverno no Hemisfério Norte começa em setembro e as indústrias, ao mesmo tempo em que se preparam para o impacto da crise na Europa e nos EUA sobre as exportações, também veem risco para os negócios no mercado interno.
De janeiro a junho deste ano, US$ 802 milhões foram exportados pelo setor têxtil brasileiro (incluindo confecções, tecidos e fios), enquanto o mercado mundial está caminhando para US$ 400 bilhões, informa Ulrich Kuhn, presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex) e membro do conselho da Hering.
Desses US$ 802 milhões, apenas US$ 140 milhões representam embarques de manufaturados. O restante envolve matérias-primas, como fios e tecidos. "Nunca fomos grandes, mas estamos cada vez menores", diz Kuhn.
Segundo ele, a Hering é um exemplo de todas as empresas têxteis de Santa Catarina. As exportações já significaram 30% do faturamento da companhia no início da década de 90, e hoje não são mais do que 1%. Além disso, o pouco ainda exportado se volta cada vez mais para os países vizinhos, onde a empresa tem franquias ou clientes que trabalham com a marca, em detrimento dos mercados americano e europeu, antes os principais destinos das vendas externas. "As exportações são importantes como visão de marca, mas como participação econômica são muito pequenas", diz Kuhn.
"Essa crise, se acontecer, não vai nos afetar em nada", avalia Marcello Stewers, vice-presidente da Teka, fabricante de itens de cama, mesa e banho de Blumenau. A empresa chegou a exportar 40% do faturamento em 2002, e em 2010 embarcou apenas 8,7% dele. Na previsão de Stewers, esse percentual chegará a 6,7% em 2011. "Com o câmbio derretido do jeito que está, não tem como ser mais do que isso."
Desde 2006, a Döhler, de Joinville, também de têxteis para o lar, focou o mercado nacional para driblar dificuldades de exportar. Nas décadas de 80 e 90, mais de 60% da produção era voltada para o mercado externo. Atualmente, menos de 10% vai para o exterior. Após a mudança, o faturamento vem crescendo, e a produção também.
Carlos Alexandre Döhler, diretor comercial da companhia, afirma que a empresa mantém seu programa de investimentos - uma nova tecelagem, tinturaria e fiação na cidade -, com o objetivo de voltar a exportar em cinco ou seis anos, e com a crença de que o mercado interno continuará forte no curto e médio prazos. "Iniciamos um ciclo muito difícil de ser interrompido. A própria necessidade gerada por esses novos consumidores vai exigir investimentos."
Como no setor têxtil, as encomendas de importadores são feitas com três a seis meses de antecedência e ainda não há como apontar mudança de cenário após as turbulências das últimas semanas. "Estamos apenas há alguns dias com mercado incerto. Em um mês, um mês e meio, teremos visão mais clara disso", diz Kuhn. "É muito cedo para falar de crise, temos que esperar", concorda Stewers.
Para Carlos Alexandre, da Döhler, a crise na economia europeia é realidade, mas as vendas da empresa já estão estagnadas no continente, porque quem está consumindo lá é o imigrante, o que seria como a classe D no Brasil. "Ele olha só o fator preço, aí tem que comprar produto chinês mesmo." Nos EUA, para onde a companhia também exporta, houve uma reorientação das vendas da classe B para a classe A, que continua comprando, mas em menores quantidades.
O setor de calçados também ainda não tem estimativas do tamanho dos possíveis danos, mas segundo o diretor comercial da West Coast, Rafael Schefer, as vendas domésticas podem ser afetadas em caso de restrição ao crédito ou de queda da confiança dos consumidores no mercado interno.
Para o diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, com eventual redução do consumo na Europa e EUA, os fabricantes asiáticos também poderão redirecionar para o Brasil parte de suas exportações. Com isso, aumentaria a pressão sobre o fabricante nacional no mercado local.
De janeiro a julho, a importação de calçados do Vietnã, da Indonésia, da China e da Malásia cresceu 36,7%, para US$ 199,6 milhões, e representou 83,3% das compras externas do país no segmento. Em 2010, os importados supriram 3,7% do consumo do produto no Brasil, que totalizou 780 milhões de pares. Para 2011, a Associação Brasileira dos Lojistas de Calçados prevê alta de 10% na demanda doméstica, ante 13% em 2010.
No cenário externo, a crise nos países desenvolvidos vai acrescentar um complicador adicional aos problemas enfrentados pelos exportadores, devido à valorização do real. "As vendas da próxima coleção de inverno para o Hemisfério Norte correm o risco de fracassar", admite o gerente de exportação da West Coast, John Schmidt.
Os pedidos para este período começam a ser feitos em outubro, para entrega em dezembro e janeiro. As encomendas para o verão europeu e americano terminaram em maio e foram atendidas até julho. Por enquanto, os distribuidores europeus e americanos ainda não sinalizaram com possíveis reduções das encomendas, mas o executivo afirma que a situação é de cautela. "A crise é um problema que se soma ao câmbio", diz.
De acordo com Schmidt, a Europa absorve cerca de 30% das exportações da empresa com sede em Ivoti (RS). Os EUA ficam com 4% dos embarques. A maior parte (48%) vai para a América Latina.
"A crise certamente terá algum impacto, porque abala a confiança dos consumidores dos países importadores", reforça Klein. Segundo ele, as empresas começarão a ter alguma ideia do tamanho do estrago a partir do mês que vem, quando começa a temporada de feiras setoriais nos EUA.
As exportações do setor nos sete primeiros meses do ano caíram 25,8% em volume, para 66,1 milhões de pares, e 13,7% em valor (US$ 777,1 milhões), em comparação com igual período de 2010. Os EUA seguem como o principal destino dos calçados brasileiros.


Sem perder o sono. MMartan, passa a ser 100% da Springs Global
Exame 17.08.2011 - Empresa compra os 35% do capital da varejista que ainda pertencia aos antigos donos.
A Springs Global, antiga Coteminas, passou a controlar a totalidade do capital da MMartan, rede varejista de cama, mesa e banho. A empresa pagou 30 milhões de reais pelos 35% de participação na empresa, que ainda pertenciam aos antigos donos.
Controlada pela família de José Alencar, ex-vice-presidente da República, a Springs assumiu 65% da MMartan em 2009. A empresa afirmou, em comunicado, que vai manter as linhas de produtos e estratégias da varejista, que conta com mais de 170 lojas no país.


Crise americana derruba Coteminas
Valor 18.08.2011 - A crise nos Estados Unidos pesou sobre o balanço da Coteminas do segundo trimestre, que veio com um prejuízo de R$ 151,2 milhões, comparado a um lucro líquido de R$ 8,4 milhões em igual período de 2010.
O efeito negativo americano foi em praticamente todas as linhas. Começou prejudicando as vendas, em função do cenário econômico. A receita líquida caiu 21,4%, para R$ 530,1 milhões. Em volume, as vendas da principal controlada, a Springs Global, recuaram 39,1%.
O corte na receita só não foi maior porque o preço médio dos produtos subiu 21,7% no intervalo em questão, por conta de reposição de custos. A diminuição da atividade nos Estados Unidos fez com que a participação brasileira na receita aumentasse de 41,8% para 51%.
Nem a recuperação da margem bruta, em função do preço do algodão, compensou todos os efeitos negativos. A margem bruta da empresa subiu de 16,3% para 18,9%.
Isso porque no decorrer do balanço as perdas vindas do Hemisfério Norte foram se acumulando, pois a Coteminas decidiu fazer uma baixa contábil de R$ 37 milhões em função de uma reestruturação das operações naquele país. Esse ajuste fez as despesas gerais e administrativas subirem 25,2%, para R$ 136,7 milhões.
Essa decisão explica porque, antes do financeiro e dos tributos, o resultado operacional saiu de um lucro de R$ 1 milhão para prejuízo de R$ 36,3 milhões, na comparação anual.
A reorganização nos Estados Unidos levou também a um ajuste fiscal que trouxe mais perdas - de R$ 70 milhões. A empresa baixou ativos fiscais reconhecidos em anos anteriores. Por conta disso, a linha de impostos do balanço saiu de um positivo de R$ 8,6 milhões, no segundo trimestre de 2010, para um negativo de R$ 68,5 milhões, de abril a julho deste ano. Apesar dessa baixa, a empresa alega que os créditos fiscais continuam válidos por mais 17 anos.
Para completar a lista de efeitos negativos da crise americana, a apreciação do real frente ao dólar trouxe impacto negativo sobre a posição de hedge cambial da empresa. Com isso, a Coteminas registrou uma despesa financeira líquida de R$ 46,4 milhões, um salto ante o R$ 1,25 milhões registrado no segundo trimestre do ano passado.
Na BM&FBovespa, o cenário da companhia também é de perdas. No ano, a ação acumula baixa de quase 30%. O valor de mercado da Coteminas está em R$ 454,8 milhões - apenas 33% do valor patrimonial, de R$ 1,4 bilhão. Ontem, o papel ficou estável, em R$ 3,79.


Supera nasce com 21 medicamentos
Valor 18.08.2011 - Helton Carvalho (à esq.), da Eurofarma, e Francisco Matias Silvano, da Cristália, serão responsáveis pela gestão da Supera.
A farmacêutica Supera, joint venture recém-criada pelos laboratórios nacionais Cristália e Eurofarma, já se comporta como uma "veterana". Instalada em uma área de 10 mil m2, a nova companhia chega ao mercado com 21 marcas de medicamentos maduros, que pertenciam às duas empresas sócias, entre eles o Helleva, que combate disfunção erétil, desenvolvido pela Cristália, e o Benzetacil, anti-inflamatório adquirido pela Eurofarma.
Com gestão compartilhada, a nova farmacêutica, com sede em Interlagos, na cidade de São Paulo, será administrada por dois executivos - Helton Carvalho, oriundo da Eurofarma, e Francisco Matias Silvano, da Cristália. A empresa não terá a figura de um CEO. Carvalho ocupará o cargo de diretor comercial e Silvano, de diretor financeiro-administrativo.
Os dois executivos se reportarão ao conselho da companhia, formado por quatro membros, dois de cada companhia. Fazem parte desse conselho pela Cristália Ogari Pacheco, fundador do grupo, e Eduardo Job, vice-presidente da companhia, e pela Eurofarma estão Maurício Billi, presidente, e Júlio César Gagliardi, vice-presidente executivo.
"A Supera é uma empresa que nasce da união entre o que as duas companhias têm de melhor: a capacidade de inovação da Cristália e o desempenho comercial e promocional da Eurofarma", disse Carvalho.
Idealizada há um ano, os investimentos para a criação da nova companhia, na qual Eurofarma e Cristália têm 50% de participação cada, somam R$ 133 milhões. Desse total, R$ 13 milhões foram destinados para a infraestrutura da farmacêutica - a fábrica da Supera ocupa uma unidade que pertence à Eurofarma - e os R$ 120 milhões representam as marcas licenciadas pela Eurofarma e Cristália para a Supera.
A Supera não vai ter um centro de pesquisa e desenvolvimento próprio, explicou Carvalho. A companhia vai compartilhar o "pipeline" (produtos em desenvolvimento) da Eurofarma e Cristália. Carvalho disse que a atuação de Supera será em medicamentos de prescrição médica em sete principais especialidades: clínica geral, psiquiatria, neurologia, ortopedia, reumatologia, pediatria e urologia.
Segundo Silvano, a Cristália foi a primeira farmacêutica nacional a desenvolver totalmente uma molécula. O princípio ativo do Helleva, que foi licenciado para a Supera, chegou ao mercado há quatro anos. A expectativa é de que as duas companhias desenvolvam dez medicamentos, que serão também compartilhados pela Supera. "Essa é uma prática comum do mercado [uma maneira mais rápida de avançar em participação de mercado]", afirmou Carvalho.
A meta é que a empresa comece a negociar os novos medicamentos a partir do terceiro ano de sua operação. "Em cinco anos, projetamos um crescimento da ordem de 120% de nosso faturamento", disse Carvalho. "Projetamos crescer de 15% a 20% ao ano." Nesse primeiro ano, a receita poderá atingir R$ 120 milhões (com base nas vendas dos 21 medicamentos licenciados).
Com cerca de 250 funcionários, a Supera já está nas ruas desde segunda-feira para divulgar sua marca e tocar os negócios.


Amil
A Amil retomou a construção de um hospital que havia sido planejado pela Medial Saúde em São Paulo.
Folha 18.08.2011 - As obras, interrompidas após a compra da Medial pela Amil, em 2009, devem ser encerradas entre o final de 2012 e o começo de 2013. O investimento no hospital, sem contar o valor da compra do terreno, foi de cerca de R$ 120 milhões, de acordo com o presidente da Amil, Edson Bueno. 'Fizemos algumas alterações em relação ao projeto inicial', diz Bueno.
O novo hospital, que estará localizado na avenida Brigadeiro Luis Antônio, terá 193 leitos e 28 mil m2.
Até o final de 2012, a Amil pretende inaugurar o centro médico do Hospital das Américas, na Barra da Tijuca.
'Nos últimos anos, o Rio de Janeiro tem tido um grande crescimento econômico, com melhoria da segurança e da qualidade de vida, mas ainda é carente de hospitais', afirma Bueno.
O investimento no Hospital das Américas, que será composto por cinco prédios e terá 493 leitos, foi de cerca de R$ 240 milhões.


JMalucelli prepara sua expansão no exterior
DCI 18.08.2011 - A seguradora JMalucelli, controlada pelo Paraná Banco e pela seguradora americana Travelers Companies, está pronta para iniciar a expansão na América Latina nos próximos seis meses.
"Só estamos aguardando a obtenção do rating internacional", declarou o diretor da JMalucelli, Alexandre Malucelli, em entrevista exclusiva ao DCI, depois de reunião com acionistas e analistas na Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec).
"Nos demais países da América Latina já demos entrada nos papéis", citou o diretor da seguradora. De acordo com ele, a estratégia faz parte da parceira com o sócio Travelers Companies com vistas a expandir o ramo de resseguros a países como Colômbia e Peru. "Estamos em permanente intercâmbio."A seguradora do Paraná Banco é líder de mercado no segmento de seguro-garantia, e elevou seu market share de 28% para 33,6%.


BB DTVM e Banco Votorantim investem em energia renovável
Valor 18.08.2011 - Objetivo foi trazer aos investidores a oportunidade de aplicar na economia real, diz Robert van Dijk, da Votorantim.
Antes restritos a grandes investidores como fundações, os fundos de private equity, que compram participação em projetos ou empresas de capital fechado, aos poucos têm se tornado mais acessíveis a pessoas físicas.
O Banco Votorantim e a BB DTVM, gestora de recursos do Banco do Brasil, acabam de lançar a primeira família de Fundos de Investimento em Participações em Infraestrutura (FIPs-IE) que será distribuída para a pessoa física. Batizados de BB Votorantim Energia Sustentável I, II, III, os portfólios aplicarão no setor de energia renovável. "O objetivo foi trazer para os investidores a oportunidade de aplicar na economia real em setores que estão crescendo, e a infraestrutura é um dos grandes gargalos no Brasil", afirma Reinaldo Lacerda, superintendente de produtos da Votorantim Wealth Management.
Serão lançadas três carteiras com prazos diferentes de duração, sendo uma de cinco anos, uma de dez anos e outra de 30 anos, que terão como foco o investimento em Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e em usinas de energia eólica e de biomassa. A previsão de captação é de R$ 500 milhões e a taxa de retorno esperada é de 7,5% ao ano mais a variação do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) para a carteira com horizonte de cinco anos. No caso do fundo de 10 anos, a meta de ganho anual é de 10,5% mais IPCA, enquanto, na carteira mais longa, de 12% ao ano além do índice de inflação.
"Os projetos de geração de energia têm como vantagem o fluxo de caixa estável e, considerando que a taxa de juro real, hoje em 5% ao ano, deve cair no longo prazo, esses produtos oferecem um retorno interessante", destaca Lacerda.
A família de fundos foi desenvolvida pela equipe de projetos estruturados da Votorantim Wealth Management, e será distribuída para os clientes do private banking do banco e também da BB DTVM, além de instituições parceiras, investidores institucionais e estrangeiros. A oferta é destinada a investidores qualificados, com pelo menos R$ 300 mil em investimentos, mas a aplicação mínima é de R$ 100 mil.
Pessoas físicas ainda contam com a vantagem do benefício fiscal concedido pelo governo para os FIPs-IE, que são isentos de pagamento de imposto de renda tanto sobre a distribuição dos rendimentos quanto sobre o ganho de capital. "Com uma aplicação mínima menor, o investidor consegue aplicar em uma carteira bastante diversificada", afirma Robert John van Dijk, responsável pela Votorantim Wealth Management.
Antes mesmo de ter captado, os fundos já contam com um conjunto de projetos mapeados, sendo nove PCHs na Bahia, cinco em Goiás, e um no Rio Grande do Sul, que somam 200 megawatts (MWs) de potência, além de negócios de energia eólica no Sul e de usinas biomassa a partir de cana de açúcar no Estado de São Paulo. "Esses projetos já representam 60% do volume potencial a ser investido pelo fundo, mas outras fontes sustentáveis poderão integrar o portfólio", explica Lacerda.
A meta é investir entre 30 e 35 projetos. Para cada um será constituída uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) e o fundo poderá entrar com uma participação de, no mínimo, 30%. O restante será financiado com dívida.
Uma dos diferenciais dessa família de fundos é que eles serão listados na bolsa. Hoje existem cinco FIPs listados na BM&FBovespa, mas que não têm negociação no mercado secundário. "O fato de a oferta ser pulverizada contribui para a liquidez na negociação desses produtos", afirma Lacerda.
Essa é a segunda carteira lançada em conjunto entre a BB DTVM e o Banco Votorantim, e será gerida por um comitê de investimento que, além de executivos dessas instituições, será composto pela consultoria Excelência Energética e MW Energias Renováveis, dos ex-acionistas da Petróleo Ipiranga. Contará também com a assessoria financeira do próprio banco, e da expertise do grupo Votorantim, que conta com 37 centrais hidrelétricas, que geram energia para as empresas da holding.
A escolha de investir no setor de energia renovável está em linha com a política das instituições de adotarem iniciativas ligadas à sustentabilidade. A BB DTVM, por exemplo, lançou um fundo multimercado, Global Acqua, que irá investir em empresas ligadas à cadeia de recursos hídricos no Brasil e no exterior.
Com o aumento do interesse dos investidores por diversificação do portfólio, as instituições estudam o desenvolvimento de outros produtos estruturados, incluindo na área imobiliária.
O Banco Votorantim tem R$ 5,5 bilhões sob gestão em 11 fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs), além de duas carteiras que investem em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
Em dezembro de 2010, o Votorantim e a BB DTVM lançaram o fundo BB Votorantim JHSF Cidade Jardim Continental Tower, que captou R$ 302 milhões, em menos de 20 dias. O objetivo foi proporcionar aos cotistas uma renda mensal por meio de locação das lajes corporativas do empreendimento Cidade Jardim Continental Tower, parte do complexo Parque Cidade Jardim, que está construção localizado na Marginal Pinheiros, na cidade de São Paulo, e inclui um shopping center de luxo, três torres de escritórios, e nove torres residenciais. "Esses produtos vêm ao encontro dos interesses dos novos clientes do private banking, que têm um perfil mais empreendedor, diferente do passado que, com a elevada taxa de juros, ficavam mais concentrados em produtos financeiros", lembra Carlos Massaru Takahashi, presidente da BB DTVM.


Compra de participações acionárias continua na estratégia, diz Gabrielli
Valor 18.08.2011 - Gabrielli: aquisição de participações e construção de novas usinas produtoras.
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, voltou a afirmar ontem, em audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, que a estatal poderá avançar em sua estratégia de aquisição de participações societárias em empresas produtoras de etanol no país. Segundo ele, este seria um movimento atrelado à possibilidade de construção de plantas próprias, em linha com o objetivo da companhia de incrementar de 5,3% para 12% sua fatia na produção nacional do biocombustível até 2015.
Além da sociedade com a São Martinho na Nova Fronteira Bioenergia (ver matéria acima), a Petrobras tem participação nas empresas Total e Guarani. "Podemos aumentar essa participação em outras áreas, podemos ampliar os investimentos nessas empresas e podemos construir plantas novas da Petrobras. Todas estas possibilidades existem", afirmou Gabrielli.
O executivo reiterou que é preciso reforçar a produção de etanol inclusive para a estabilização do preço da gasolina. Ele responsabilizou os problemas climáticos de 2008, que comprometeram a plantações de cana no Brasil e na Índia, principais produtores mundiais, pelo encarecimento doméstico da gasolina. Conforme ele, a formação de estoques para regular o mercado é um problema secundário.


Petrobras e São Martinho abrem novo ciclo do etanol
Valor 18.08.2011 - Estímulos à vista: Venturelli (esq.) e Rossetto apresentam projeto que vem com a promessa de ser o primeiro de um novo ciclo de novas usinas de etanol. Em linha com a estratégia do governo de ampliar a oferta de etanol no país, a Petrobras Biocombustíveis (PBio) anunciou ontem com o grupo paulista São Martinho, seu parceiro em projetos de bioenergia no Centro-Oeste, que investirá R$ 520,7 milhões para transformar uma usina de Goiás na maior produtora de etanol de cana-de-açúcar do mundo. Além da dimensão inédita, o projeto também tem a ambição de ser o primeiro de um novo ciclo de investimentos em usinas alcooleiras no país. Com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e outros estímulos oficiais ainda em fase de definição, a expectativa é que esse novo ciclo de fato ganhe força no curto prazo.
Pertencente à Nova Fronteira Bioenergia, joint venture criada em 2010 pelas duas companhias, a usina que será ampliada é a Boa Vista, localizada no município de Quirinópolis. A atual capacidade de moagem de cana da unidade é de 3 milhões de toneladas por safra - no ciclo atual (2011/12) serão processadas 2,3 milhões -, mas a partir dos aportes previstos deverá atingir 8 milhões de toneladas em 2014/15, destinadas exclusivamente à produção de etanol.
A pedra fundamental será lançada em setembro. A expectativa é que a Boa Vista seja a primeira indústria de etanol a receber do BNDES condições de financiamento ainda não disponíveis pelo segmento no país. "Vamos iniciar uma agenda específica com o banco para definir recursos e modelo do financiamento", afirma Fábio Venturelli, presidente da Nova Fronteira. O executivo reitera que a empresa não tem nada acertado com o BNDES até o momento.
O presidente da PBio, Miguel Rossetto, evita entrar na seara política quando é questionado sobre quais estímulos governamentais estão à caminho. Mas afirma que o anúncio da Boa Vista deixa evidente a confiança de que o etanol está na agenda definitiva do governo. "Nossa expectativa é de que a política pública que virá trará estímulo para que a oferta do biocombustível cresça substancialmente". A Boa Vista conta com incentivo fiscal de ICMS do governo de Goiás no valor total de R$ 3 bilhões.
Do previsto investimento de R$ 520 milhões (indústria e mecanização), R$ 400 milhões (76,9%) deverão ser financiados, basicamente pelo BNDES. Segundo Venturelli, que também é CEO da São Martinho, o restante (cerca de R$ 120 milhões) virá de capital próprio
"Esse dinheiro já está em caixa", afirma Rossetto. Até agora, a PBio já investiu na Nova Fronteira cerca de R$ 250 milhões. Até o fim do ano, aportará mais R$ 170 milhões para completar os R$ 420,8 milhões acordados no acordo que prevê que a estatal assuma 49% da joint venture.
Na última semana, a estatal divulgou que investirá entre 2011 e 2015 US$ 1,9 bilhão para crescer na produção do biocombustível, dos quais 70% em novas usinas. Rossetto deixa claro que "a maior parte" da expansão esperada - dos atuais 1,5 bilhão de litros de etanol para 5,6 bilhões de litros em quatro anos - virá da região Centro-Oeste, via Nova Fronteira.
Somente na Boa Vista, a produção de etanol crescerá de 210 milhões de litros neste ciclo para 700 milhões de litros em 2014, distribuídos igualmente entre anidro e hidratado. A cogeração de energia, atualmente em 220 mil Megawatt-hora (MWh), avançará para 600 mil MWh.
Além da Boa Vista, já em operação, a joint venture tem planos de construir outra indústria de etanol, mas em Bom Jesus de Goiás, vizinha à Quirinópolis, região que já está no trajeto do etanolduto e da infraestrutura multimodal (ferrovia e hidrovia) desenhada pela Logum, empresa de logística para biocombustíveis da qual a Petrobras tem 20% de participação. Segundo Rossetto, o projeto de Bom Jesus de Goiás pode, sim, participar do cronograma de investimentos 2011-2015 da estatal.
O projeto da Boa Vista, explica Venturelli, vem sendo classificado como "usina nova", pois o crescimento de 3 milhões para 8 milhões de toneladas não pode ser caracterizado como simples aumento de capacidade já existente. Mas, ainda assim, os investimentos, garante o executivo, serão bem menores do que o de uma usina nova e devem ficar próximos de US$ 70 por tonelada de capacidade de moagem instalada.
O aporte divulgado ontem não inclui a produção da cana-de-açúcar adicional que será moída na Boa Vista. O montante da parte agrícola ainda não foi dimensionado, porque se buscará parceria no fornecimento de cana com produtores de Goiás, diz o executivo.
Até agora, 100% dos 2,350 milhões de toneladas da matéria-prima processada em Quirinópolis são de cana própria da Nova Fronteira, que ontem também lançou sua nova marca. "Nosso plano agora é atingir 8 milhões de toneladas com equação final de 30% a 40% da cana sendo fornecida por produtores parceiros", afirma Venturelli.


Helibras opta por logística nacional para fábrica em MG
Valor 18.08.2011 - Mauad, presidente da Helibras, fechou contrato de € 1,8 bi para venda de 50 helicópteros para as Forças Armadas que serão montados na fábrica de Itajubá (MG).
A Helibras contratou uma empresa brasileira para fazer toda a parte de logística e transporte de peças dos helicópteros EC725 (versão mais recente da família Super Puma/Cougar, da francesa Eurocopter), que serão produzidos gradualmente no Brasil, a partir de 2013. Depois de uma seleção internacional, a Helibras escolheu o consórcio SDV / Transportadora Pituta.
Segundo o vice-presidente Executivo da Helibras, Eduardo Mauad, as duas empresas escolhidas estão construindo um hangar de 20 mil metros quadrados em Itajubá (MG), há 20 quilômetros da fábrica, para estocar as peças dos 50 helicópteros encomendados pelas Forças Armadas Brasileiras. Cada helicóptero, segundo Mauad, possui cerca de 40 mil peças diferentes.
Para viabilizar a produção dos helicópteros no Brasil, a Helibras está duplicando sua fábrica de Itajubá e mais que triplicando o número de funcionários, que passou de 300 em 2009 para 552, em 2011. A expectativa é chegar a mil em 2013. A previsão da empresa é que o novo hangar de produção do EC725 esteja pronto até o fim deste ano.
Mauad conta que a Helibras desenvolveu uma parceria com a Universidade Federal de Itajubá (Unifei), visando o aumento da oferta de cursos universitários e técnicos de aeronáutica e tecnologia aeroespacial, tendo em vista a necessidade de contratação de profissionais para a empresa nos próximos anos.
"Até 2015, a Unifei vai dobrar o número de vagas na universidade, passando de 3 mil para 6 mil. Um campus novo foi construído para abrigar o curso de engenharia aeronáutica, que terá inicialmente 30 vagas", disse.
Nos últimos 12 meses a empresa contratou mais de 40 engenheiros para trabalhar no desenvolvimento da engenharia de integração de sistemas dos novos helicópteros. Os profissionais contratados, segundo Mauad, receberam treinamento nas instalações da Eurocopter na França.
O contrato dos 50 helicópteros adquiridos pelas Forças Armadas está avaliado em € 1,8 bilhão. O projeto de expansão da fábrica de Itajubá prevê investimentos da ordem de R$ 420 milhões, o que permitirá a produção gradual dos helicópteros no Brasil até atingirem um índice de 50% de conteúdo nacional, previsto para 2020.
Na unidade mineira, segundo Mauad, a Helibras também está construindo uma nova fábrica de cablagens para o EC 725 e uma unidade de montagem das caixas de transmissão dos helicópteros. "No próximo dia 30 vamos receber o banco de provas das caixas de transmissão, que veio da França e pesa 25 toneladas. O equipamento simula todas as condições de voo do helicóptero", explicou o executivo.
Cerca de dez empresas brasileiras já assinaram contrato com a Helibras para participar do desenvolvimento de algumas partes dos helicópteros. O contrato também envolve transferência de tecnologia. Os três primeiros helicópteros, entregues no fim de 2010, foram produzidos na França e outros dois chegarão ao Brasil em 2012, mas serão utilizados como protótipos para a realização de testes.
A Akaer, empresa de engenharia de São José dos Campos, também foi contratada pela Helibras para participar das atividades de engenharia de integração de sistemas dos helicópteros.
A lista de fornecedores já contratados pela Helibras para o projeto dos helicópteros das Forças Armadas inclui a Toyo Matic (usinagem), Inbra Aerospace (peças estruturais em material composto), Turbomeca Motores, Ate (sistemas de missão), Sagem /TM do Brasil (piloto automático), Aernnova do Brasil (sistemas de cauda), Rhode & Schwartz (comunicação via rádio), AEL Sistemas (cockpits de vidro) e Microturbo (unidades de potência auxiliar).
As empresas brasileiras capacitadas no programa do EC 725, segundo a Helibras, poderão fazer parte da cadeia global de fornecimento da Eurocopter, exportando seus produtos para outros helicópteros fabricados pelo grupo no mundo.


GDF Suez: expansão de Jirau vende energia no leilão A-3
Estadão 17.08.2011 - A International Power-GDF Suez Energy Brasil (IPR-GDF Suez Energy Brasil) garantiu hoje no leilão A-3 a expansão da hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia, de 44 unidades para 50 unidades. Segundo nota da empresa, esta expansão resultará no aumento da capacidade instalada total de 3,3 mil MW para 3,75 mil MW. O total de energia assegurada subirá para 2,184 mil MW, dos quais 73% já foram vendidos para distribuidoras, em contratos de longo prazo. O restante da energia será vendido no mercado livre, principalmente para clientes industriais.
De acordo com a nota da GDF Suez, as seis novas unidades irão gerar 209 MW de energia assegurada que foram vendidos na totalidade a um preço indexado pela inflação de R$ 102 o MWh (US$ 64 /MWh) por 30 anos, com início em 2014. A expansão pode permitir que sejam agregados ao projeto mais 90 MW de energia assegurada, além dos 209 MW vendidos hoje. O projeto da usina hidrelétrica Jirau levou em conta o potencial para unidades adicionais. Como resultado, esta expansão irá se beneficiar da infraestrutura compartilhada e de economias de escala que irão agregar valor ao projeto.
Ainda na nota, Mauricio Bähr, presidente da IPR-GDF Suez, comentou que "a expansão de Jirau, que é o maior projeto hidrelétrico atualmente em construção no mundo, reforça nosso compromisso em oferecer ao Brasil energia limpa e renovável. Ela agrega valor ao projeto sem aumentar seus riscos de construção e impactos socioambientais".
A IPR-GDF Suez Latin America detém 50,1% da Energia Sustentável do Brasil (ESBR), empresa de propósito específico para a construção da usina de Jirau. Este ativo deverá ser transferido para a Tractebel Energia, seguindo o modelo de negócio da empresa no País. Os demais sócios da ESBR são Eletrobras-CHESF, Eletrobras-Eletrosul e Camargo Correa.


Leilão registra forte queda de preço
Valor 18.08.2011 - Eduardo Karrer, presidente da MPX: elemento de competitividade imbatível.
Os preços da energia despencaram no leilão para entrega no curto prazo realizado ontem e registraram os menores valores históricos para térmicas a gás, biomassa e eólicas. Na média, a energia eólica foi vendida a R$ 99,58, refletindo diretamente a queda dos custos de equipamentos. Já as duas térmicas a gás natural, da MPX e Petrobras, venderam energia a um preço médio de R$ 103 o MWh, se aproximando do custo de usinas hidrelétricas. No mesmo leilão, a expansão de Jirau foi negociada a R$ 102 o MWh.
Ao todo foram negociados mais de 1.500 MW médios de potência, que vão exigir investimentos da ordem de R$ 6,5 bilhões em apenas dois anos e meio. "O que vimos é que houve equilíbrio, e não domínio de determinada fonte. Como prevíamos, houve um empate entre usinas a gás e as eólicas em termos de capacidade", disse Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Energética (EPE). A competição entre as duas fontes foi bastante polêmica no período pré-leilão. No resultado final, cada fonte terá uma capacidade instalada de 1.200 MW, mas foram as térmicas a gás que negociaram o maior volume de potência, com 880 MW.
As duas térmicas controladas pela MPX e Petrobras não deram chances para outros competidores dessa fonte de energia. O presidente da MPX, Eduardo Karrer, disse que o leilão mostrou que quem tem acesso à matéria-prima tem um elemento de competitividade imbatível. O grupo de Eike Batista é dono de reservas de gás no Maranhão e vai usá-lo para gerar energia na usina vencedora, que terá capacidade de 500 MW. O contrato fechado para fornecimento de gás prevê que a usina ficará gerando na média entre 50% e 60% do tempo nos próximos 20 anos. A empresa vai investir mais de R$ 1 bilhão nesse projeto.
Na parte eólica, segundo Tolmasquim, a queda dos preços, que no leilão anterior ficaram em torno de R$ 117, mostram a forte competição da indústria de equipamentos. Quase uma dezena de grupos já se instalou no Brasil e hoje já são em maior número do que o de fornecedores de turbinas hidrelétricas. "Essas indústrias, quando entram, entram de forma agressiva, querendo criar mercado. Então, isso está levando a uma queda de preço. Tem as questões do financiamento, além de isenção de ICMS nos Estados, o que faz com que esse preço baixe", disse Tolmasquim.
O presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEólica), Ricardo Simões, disse que vê com preocupação a forte queda dos preços. "As margens estão muito baixas e não pode haver surpresas na execução desses projetos para eles terem retorno", afirmou.
Entre os grandes vencedores estão a Renova, que teve parte de seu capital adquirido pela Light, o grupo espanhol Endesa e a Eletrosul, em parceria com a Rio Bravo Investimentos. Os menores preços da energia ficaram com usinas a serem construídas pela Eletrosul.
Um dos empreendimentos, o de Cerro Chato, chegou a fechar negócio por R$ 97,17 o MWh e o presidente da empresa, Luiz Mescolotto, corrobora o que disse Tolmasquim: "Compramos equipamentos produzidos no Brasil com preços chineses."
A argentina Impsa e a espanhola Gamesa, que têm fábricas no Nordeste, serão as fornecedoras para os 21 parques vencedores, com capacidade total de quase 500 MW, que pertencem à Eletrosul. A empresa terá 49% dos empreendimentos para que os parques sejam privados e assim a companhia não tenha que seguir a regra de lei de licitações. A Rio Bravo Investimentos será sócia em parte deles e o FIP Rio Bravo e o fundo de pensão dos funcionários da Eletrosul na outra parte.
A Eletrosul ainda foi vencedora por Jirau, onde detém 20% de participação e é sócia da GDF Suez, Chesf, Funcef e Camargo Corrêa. A hidrelétrica vendeu 209 MW médio nos leilões e vai garantir assim a expansão da usina. A concessionária garantiu uma receita adicional de R$ 5,6 bilhões com a venda de energia ao longo dos 30 anos previstos no contrato. Se for contabilizada a venda de toda a energia dos 73% de insumo já contratado, a receita durante o contrato sobe para R$ 35,6 bilhões.
"Estamos muito satisfeitos por estarmos contribuindo para o setor de energias renováveis. O leilão também vai permitir um suporte adicional para o projeto Jirau junto ao BNDES. Em resumo, estamos bastante satisfeitos", disse Maurício Bähr, presidente do International Power (IPR)-GDF Suez.
A venda no leilão viabiliza a instalação de mais seis turbinas em Jirau, cujo projeto original previa 44 máquinas. As novas unidades elevam em 450 megawatts (MW) a capacidade instalada da hidrelétrica, e em 300 MW a energia assegurada. Nesse momento foi autorizada a venda de 209 MW, comprados por R$ 102 por megawatt/hora (MWh), equivalentes a US$ 64 por MWh para entrega a partir de 2014. Outros 90 MW assegurados na expansão serão vendidos no futuro, explicou Bähr. Segundo ele, falta concluir negociações com o Ministério de Minas e Energia e a EPE sobre os níveis de operação, mas Bähr não tem dúvidas sobre o assunto.
A vitória das usinas eólicas e a gás natural no leilão de ontem foi considerado um sinal positivo para a diversificação, segundo a CCEE. "O gás natural, além de abundante, mais barato e menos poluente, é considerado pouco usado na matriz", analisa o presidente do conselho de administração da CCEE, Luiz Barata Ferreira. As pequenas centrais hidrelétricas não tiveram condições de competir com Jirau e ficaram de fora. Hoje o governo realiza o leilão de reserva e eólicas, biomassa e PCHs voltam a competir.


Sky quer veto de Dilma à abertura da TV paga
DCI 18.08.2011 - A empresa se posicionou contra o PLC 116 aprovado pelo Senado.
De acordo com a companhia, o projeto que abre o mercado de televisão a cabo tem dispositivos que violam "gravemente" a Constituição Federal.


Teles terão de investir R$ 60 bi a mais
Folha 18.08.2011 - Para oferecer TV a cabo junto com telefonia e internet, operadoras terão de apresentar plano de investimento extra.
Hoje, redes de cabos não estão preparadas para suportar três serviços simultâneos (TV, internet e telefone).
Em troca da abertura do mer­cado de TV a cabo para as teles, ocorrida com a aprovação do PLC 116 anteontem, o gover­no vai cobrar um plano de investimento extra para que as operadoras levem internet e TV paga para o "interior do Brasil".
"O governo se empenhou na aprovação do projeto e agora vai cobrar", disse à Folha o ministro Paulo Bernardo (Comunicações).
Ontem, ele já deu esse recado à Oi du­rante audiência com o novo presidente da empresa, Fran­cisco Valim.
Nas próximas semanas, o ministro receberá Telefônica, CTBC e Sercomtel.
A liberdade de atuar na TV a cabo custará a essas empresas investimentos de R$ 60 bilhões a mais em dez anos para chegar a 30 milhões de acessos de TV paga no país.
Hoje, existem 11 milhões de acessos. Isso é para garantir o mínimo de qualidade dos serviços que serão prestados na mesma rede de cabos.
A Folha apurou com uma das concessionárias que hoje as redes de cabos não estão preparadas para suportar tantos serviços (telefonia, internet e TV). Somente as novas redes de fibras ópticas (que chegam até a casa do cliente) têm condições de oferecer um serviço desse tipo.
A expectativa do governo é que os planos das teles contemplem investimentos para levar o serviço de TV paga combinado com inter­net rápida a cidades do inte­rior.
"Nas capitais, onde o mer­cado é competitivo, a con­corrência vai aumentar e o preço vai cair, mas queremos que as teles desenvolvam também projetos no interior do país", disse Bernardo.
Próximos passos: O projeto que libera o mercado de TV a cabo para as teles segue agora para sanção presidencial. Não deverá ter vetos já que contou com o empenho do próprio governo para que sua votação ocorresse.
"Foi o acordo possível, de equilíbrio entre todas as par­tes, para destravar os investi­mentos no setor", disse o ministro Paulo Bernardo.
A votação do projeto era uma promessa do governo às teles em troca da adesão ao PNBL (Plano Nacional de Banda Larga), que pretende universalizar a internet rápi­da no país a partir de investi­mentos das empresas de te­lefonia fixa e móvel.
Nos últimos meses, Bernardo negociou direta­mente com as teles e donos de TVs.
Pelo acordo, as teles ficam fora da produção de conteúdo, enquanto as TVs ficam proibidas de deter mais do que 50% de empre­sas de distribuição de conteúdo de TV.
Primeiro a classe A: Apesar dos esforços do governo, as teles seguirão seu próprio cronograma. A Folha apurou que Oi e Telefônica partirão para cima da Net investindo em fibras ópticas.
O objetivo será atender as cidades de maior poder aquisitivo -público-alvo da Net- com pacotes quatro-em-um (internet de 100 Mbps, TV, telefone fixo e celular).
Cerca de mil cidades cobertas pela Oi terão "ofertas-padrão" (três-em-um) pelo cabo. Os 4.000 municípios restantes só terão internet e TV por satélite (DTH).
Para levar conexão por cabo, seria preciso investir muito acima do que hoje é possível para a companhia.
A Telefônica ainda está traçando seu plano, mas já definiu que fará mais investimentos para expandir sua rede de fibra óptica.
A Folha apurou que a maior parte dos R$ 27,5 bilhões de investimentos nos próximos cinco anos será para banda larga e TV.


Lei permite consolidação de teles
Valor 18.08.2011 - Com as mudanças nas regras da TV por assinatura, espanhóis e mexicanos vão avançar mais algumas casas no jogo da consolidação das telecomunicações no Brasil.
A Embratel, controlada pelo mexicano Carlos Slim, já tem acordo para adquirir o controle da Net, que pertence às Organizações Globo. A espanhola Telefônica também tem a opção de compra dos ativos de TV a cabo da TVA, hoje nas mãos do Grupo Abril. Esses movimentos, já esperados, terão consequências muito além do mercado de televisão paga.
Ao assumir o controle da Net, a América Móvil poderá levar adiante o plano - há muito alentado - de reestruturar seus ativos no país. Os mexicanos planejam integrar a operadora de TV a cabo, a Embratel e a Claro. O grupo já trabalha no desenho dessa estrutura, que poderá resultar em economias fiscais e proporcionar uma oferta combinada de telefonia fixa, celular, banda larga e TV.
Mais adiantada nesse processo, a Telefônica poderá concluir sua reorganização. A operadora já unificou suas estruturas de telefonia fixa e móvel com a incorporação da Vivo. Agora, poderá fazer o mesmo com a TV. Os espanhóis já são donos de 100% dos ativos de MMDS (micro-ondas) da TVA, mas têm 49% dos ativos de cabo fora de São Paulo e 19,9% dentro do Estado, como a lei permitia até agora.
Para as operadoras, ter uma estrutura integrada é sinônimo de ganhos de escala e de uma estrutura fiscal mais vantajosa.
O projeto de lei (PLC 116), que foi aprovado na terça-feira no Senado e ainda será sancionado, permite a entrada das teles e de investidores estrangeiros no controle de empresas de TV a cabo. A regra também proíbe que uma empresa atue na produção e na distribuição de conteúdo - o que exige que a Globo venda o controle da Net.
O vice-presidente corporativo da Globo Comunicação e Participações, Jorge Nóbrega, disse ao Valor que a área jurídica da empresa avalia os próximos passos. "Não sabemos se vigora de imediato. Estamos estudando para entender os detalhes. Mas o texto aprovado ontem nos obriga sair", afirmou.
No entanto, os termos do acordo estão acertados desde 2004, quando os mexicanos adquiriram 49% das ações da Net com direito a voto. O contrato estabeleceu que Slim teria a opção de comprar os 2% que faltavam para ter o controle assim que a legislação mudasse. O preço também foi definido naquela época: R$ 9,42 por papel.
A dúvida, agora, é se a Globo vai vender também o restante de sua participação na Net. Segundo Nóbrega, ainda não há decisão tomada. "Nada nesse sentido foi definido no contrato. Em termos comparativos, apesar de ser uma empresa de capital fechado, não saímos da Sky ", disse. A Globo tinha participação minoritária na DirecTV, que se uniu à Sky, e mantém hoje uma fatia de 7% no capital da Sky.
Procuradas pelo Valor, a Embratel não se pronunciou sobre o assunto; a Telefônica o Grupo Abril também não concederam entrevistas até o fechamento desta edição.
O diretor de regulamentação da Oi, Paulo Mattos, afirmou que a nova regra é positiva e fortalece os concorrentes. "O cenário competitivo não muda, mas em termos societários e de gestão eles vão poder fazer a lição de casa", disse.
A Oi já atua de forma integrada e oferece TV via satélite, mas tem interesse em operações de cabo e televisão via fibra óptica. Segundo Mattos, a companhia planeja, agora, acelerar a construção de redes de fibra óptica. "A abertura do mercado era fundamental para que as teles pudessem rentabilizar as redes de fibra. Vai haver um boom de investimentos", ressaltou.
A fibra óptica permite a oferta de banda larga em altíssima velocidade. De forma geral, as teles se manifestaram a favor do PLC 116 e um dos motivos é a possibilidade de transmitir vídeos por meio des
Operadora de TV via satélite, a Sky criticou a nova lei. Por meio de uma nota, a empresa declarou que "as teles já atuam no segmento de TV por assinatura há bastante tempo e têm uma participação significativa de mercado".


Para a Globo, mudanças propiciam ganho
Folha 18.08.2011 - Durante anos, as emissoras de TV resistiram ao projeto que abriria o mercado de TV a cabo para as teles. Ontem, as Organizações Globo consideraram a mudança positiva.
Segundo Jorge Nóbrega, diretor de Gestão Corporativa das Organizações Globo, houve um ganho com a divisão da cadeia de valor da TV paga, que separou as áreas das teles e a dos radiodifusores.
As teles, pela lei aprovada pelo Senado, não poderão controlar produtoras de conteúdo nem programadoras (que montam os canais). Podem ter até 30% dessas empresas.
Isso para impedir que elas usem seu poder financeiro para controlar a produção de conteúdo. Elas só poderão fazer a distribuição dos canais.
Já os radiodifusores ficarão impedidos de ter mais de 50% do capital de empresas de TV a cabo.
A Globo, que tem 50,01% do capital com direito a voto da Net Serviços, vai transferir o controle para o grupo mexicano Telmex.
Ainda não está definida a data dessa transferência. Mas, segundo o diretor, a Globo continuará acionista minoritária da Net, a exemplo da Sky.
O ponto negativo, segundo Nóbrega, é a instituição do sistema de cotas para conteúdo nacional.
A Globo considera uma forma inadequada de estimular a produção independente.
Divergências: A aprovação do projeto trouxe um problema para a Rede Bandeirantes. Dona da TV Cidade, ela terá de vender o controle da empresa de TV a cabo.
A emissora defendia a criação de mecanismos para que nenhum grupo , nacional ou estrangeiro, tivesse sozinho mais de 20% dos canais, uma forma de impedir o domínio da Globo. A reivindicação não foi contemplada.
Já o SBT e a Record foram contra o percentual de publicidade (25% do tempo total da programação) autorizado para a TV paga, o mesmo da TV aberta.
Elas entendem que as TVs pagas já têm a receita da venda de assinaturas e vão tirar publicidade das TVs abertas. A Globo defende que não haja limite para a publicidade.


TBA funde parte de seus negócios com Benner
Valor 18.08.2011 - Severino Benner será o executivo-chefe da nova companhia; Cristina Boner assumirá a presidência do conselho: 1,5 mil funcionários e 800 clientes
Uma fusão que será anunciada ao mercado oficialmente hoje vai marcar a união de dois dos mais conhecidos nomes do setor de tecnologia da informação (TI) no Brasil: os de Cristina Boner e Severino Benner. Sob o acordo, o grupo TBA, comandado pela empresária, vai unir duas de suas unidades - a Globalweb e a MS-Sequoia - com a Benner Sistemas. O resultado da aliança é a Globalweb Corp., que vai fornecer softwares próprios e de terceiros, além de serviços que variam de nota fiscal eletrônica até segurança da informação.
A previsão é de que a Globalweb Corp. encerrará o ano com faturamento de R$ 240 milhões. A meta é chegar a R$ 500 milhões ao fim de três anos, diz Cristina Boner, o que envolve crescimento orgânico e aquisições. A estrutura herdada pela nova companhia inclui a sede em São Paulo, sete filiais distribuídas pelo país e uma unidade americana, com escritórios na Flórida.
A empresa nasce com cerca de 800 clientes e 1,5 mil funcionários. Não estão previstas demissões. "Ao contrário, temos cem vagas abertas, que esperamos preencher nos próximos 90 dias", diz Benner.
O negócio terá participação igual para cada grupo de sócios: a Gestione Participações, que reúne os sócios da Benner, ficará com 50% da empresa; a Peachtree, que agrupa os acionistas da TBA, vai assumir a outra metade. A diferença é que a fusão engloba todas as operações da Benner, enquanto para a TBA a união inclui uma parte dos negócios - as unidades orientadas ao setor privado. Os negócios voltados ao setor público permanecem fora da fusão.
A gestão já foi definida. As operações do dia a dia ficarão sob o comando de Severino Benner, que assume o cargo de executivo-chefe da Globalweb Corp. Cristina Boner ficará na presidência do conselho de administração. Após dois anos, pode ter início um revezamento de cargos.
Uma empresa de consultoria - cujo nome não é revelado por enquanto - foi contratada para ajudar na composição do conselho de administração, com a indicação de diretores independentes, diz Cristina. A consultoria também vai acompanhar o plano estratégico da empresa. A ideia, desde já, é preparar a Globalweb para uma eventual oferta de ações em bolsa.
A aproximação que deu origem à fusão começou de maneira despretensiosa. Há seis anos, o grupo TBA decidiu reimplantar o sistema de ERP usado em suas unidades e a escolha recaiu sobre os softwares da Benner. Essa relação cliente-usuário ganhou novos contornos quando Cristina Boner percebeu que faltava uma peça importante à sua unidade Globalweb, que começou a ser desenhada em 2008 e entrou em atividade no ano passado. A companhia já prestava serviços de TI, mas não contava com softwares próprios para oferecer aos clientes. "Tínhamos só a metade do corpo", diz a empresária. Satisfeita com os produtos da Benner, que já usava internamente, ela viu a oportunidade de somar forças para criar um novo negócio. As conversas evoluíram até a fusão, concluída na segunda-feira.
Agora, os dois empresários poderão trabalhar lado a lado, literalmente. A sede da Globalweb ficará na av. Paulista, mas os sócios terão salas vizinhas em um escritório, no bairro do Itaim, zona sul de São Paulo. O espaço é separado por uma parede "retrátil" de vidro e madeira, que pode ser "aberta" para criar uma única sala.
Ambos têm experiência em criar e conduzir negócios. Severino Benner é o fundador da terceira maior fornecedora nacional de software de gestão empresarial. Cristina tornou-se conhecida em meados dos anos 90, com um episódio que parece saído de um filme de Hollywood. Durante uma visita de Bill Gates ao Brasil, ela mandou um avião circular pelos lugares por onde passaria o então chefe da Microsoft. Gates viu a faixa de saudação e mandou agendar um encontro com Cristina. O resultado é que a TBA conseguiu um contrato de exclusividade que, mais tarde, renderia uma série de processos contra as duas empresas. No início da década passada, Cristina voltou a movimentar o setor ao trazer da Índia a gigante de terceirização Tata Consultancy Services (TCS), com uma joint venture da qual sairia mais tarde, vendendo sua participação aos indianos.


Accor
A rede Accor fechou contrato de R$ 12 milhões para abrir seu primeiro hotel no Acre. Com bandeira Ibis, a unidade será instalada em Rio Branco e inaugurada no segundo semestre de 2013.
Folha 18.08.2011 - Até 2015, a rede terá investido R$ 120 milhões no Norte do país e construído outros oito hotéis na região.
Manaus irá receber quatro das novas unidades. As outras ficarão em Belém (PA), Palmas (TO), Porto Velho (RO) e Santarém (PA).


Fundo da Vinci comprará dívida de infraestrutura
Valor 18.08.2011 - O hiato entre o banco de fomento e o mercado de capitais começa a ser preenchido, mas não é por bancos de atacado. Criada por sócios oriundos do Banco Pactual, a gestora independente Vinci Partners lança um fundo com R$ 1,2 bilhão para financiar a longo prazo projetos de infraestrutura.
Segundo Alessandro Horta, sócio que esteve à frente da criação do Vinci Crédito e Desenvolvimento 1, a aplicação terá uma dinâmica semelhante à empregada pelos Fundos de Investimento em Participações: assim como os FIPs aplicam seus recursos em empresas quando ainda não estão prontas para irem à bolsa, o novo fundo vai prover crédito de longo prazo para projetos em estágio anterior à emissão pública de dívida.
"É uma forma de suprir essa defasagem, essa necessidade de financiamento de longo prazo no Brasil", explicou Horta em entrevista na sede da Vinci, no Leblon, bairro da zona sul do Rio que vem se tornando o endereço de diversas firmas de investimento. "No meio do caminho, tinha dificuldade de encontrar financiamento que coubesse entre o capital e o banco de fomento", acrescentou, referindo-se principalmente ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A estrutura utilizada pela Vinci é a de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). Na sua versão mais comum, os FIDCs são montados em torno de uma carteira diversificada de créditos que, securitizados e convertidos em cotas, são distribuídos publicamente e, assim, antecipados. Santander e Credit Suisse já utilizaram essa estrutura para gerar novos créditos, mas a Vinci inverteu a ordem dos fatores. Em vez de captar e integralizar os recursos no fundo para depois fornecer crédito, a Vinci reuniu investidores, que subscreveram as cotas do fundo, mas os recursos só serão integralizados na medida em que os financiamentos que vão compor a carteira do FIDC sejam montados.
"É o que chamamos fundo por compromisso", disse Horta. Compromisso que foi assumido por 92 cotistas, distribuídos em três classes diferentes de cotas. Na cota sênior, que só admitirá ativos com classificação de risco de pelo menos "AA-", estão, entre outros, todos os 28 investidores institucionais, como fundos de pensão e seguradoras, que subscreveram um total de R$ 900 milhões. Para esses, o compromisso é de uma rentabilidade de 8% ao ano, além do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ao longo dos oito anos de duração da aplicação.
Na cota subordinada preferencial estão mais R$ 210 milhões, subscritos por diversos tipos de investidores, entre os quais "family offices" e o capital dos sócios da própria Vinci, que sempre investem nos produtos que oferecem a terceiros. Os sócios da gestora também subscrevem a cota subordinada ordinária, de R$ 90 milhões. Nessa parcela do fundo, cabem riscos de até "BB -" e a remuneração se beneficia do que exceder os 8% mais IPCA.
Mas os projetos serão selecionados criteriosamente por uma equipe de cinco pessoas dedicadas exclusivamente ao fundo. Segundo Horta, esses profissionais vão a campo e não se limitam a avaliar sob o ponto de vista do crédito, mas do projeto em si. Nesse processo, a Vinci se torna também originadora desses créditos, ajudando a compor sob medida o crédito do qual o projeto necessita.


Anac confirma leilão de aeroporto no RN no dia 22
Estadão 17.08.2011 - Todas as empresas que apresentaram propostas à agência irão participar do leilão.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou nesta quarta-feira, 17, que todas as empresas que apresentaram propostas para participar do leilão do aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN) estão habilitadas para a disputa, marcada para a próxima segunda-feira (dia 22). A Anac não informa, no entanto, a quantidade de propostas que recebeu nem o nome de empresas ou consórcios que manifestaram oficialmente intenção de participar do leilão do novo aeroporto potiguar.
As propostas das empresas (ou consórcios) foram entregues na última segunda-feira (dia 15), na BM&FBovespa, em São Paulo, onde também será realizado o leilão. De segunda-feira até agora, a Anac fez uma checagem das propostas, identificando eventuais problemas que poderiam provocar a retirada de empresas da disputa. A Anac não detectou nenhum impedimento e todos os interessados vão participar.
Conforme informou ontem a Agência Estado, o Grupo MPE, do Rio de Janeiro, é uma das empresas que participará do leilão. "A minha estimativa é que teremos uns cinco ou seis concorrentes", disse o presidente do Grupo MPE, Renato Abreu.
A Anac destaca que o lance mínimo será de R$ 51,7 milhões e o vencedor do leilão terá três anos para construir os terminais. O prazo para exploração é de 25 anos e o contrato poderá ser renovado por, no máximo, mais cinco anos, quando o aeroporto retornará ao poder público. Segundo a agência, a estimativa é de que o consórcio vencedor do leilão invista R$ 650 milhões na construção dos terminais e na operação do aeroporto. A previsão de movimento no aeroporto estimada pelo governo é de 3 milhões de passageiros em 2014; 4,7 milhões, em 2020; e 7,9 milhões, em 2030.
Pelas regras do leilão, as propostas serão abertas na Bolsa de Valores de São Paulo na próxima segunda-feira. Depois serão chamadas para uma disputa "viva-voz" a empresa que apresentar a maior proposta e as que apresentarem o segundo e terceiro maior lance, desde que esses valores sejam até 15% inferiores ao que ficou em primeiro lugar. Caso não tenham empresas nessas condições, serão chamadas para o leilão viva-voz as empresas que apresentarem os três maiores lances, independentemente da diferença porcentual entre eles.


Aeroportos não atenderão demanda da Copa, diz Ipea
Valor 18.08.2011 - O coordenador de Infraestrutura do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Carlos Campos, disse que as obras de ampliação dos aeroportos para a Copa do Mundo não darão conta da demanda em 2014 em pelo menos dez locais. O pesquisador comparou as projeções de ampliação dos aeroportos feitas pela Infraero com um crescimento anual de 10% - um cálculo "conservador", segundo Campos.
Para o coordenador do Ipea, as ampliações dos aeroportos não conseguirão atender a essa demanda. Segundo ele, "o atual plano de investimento não vislumbrou uma projeção adequada para o aumento da demanda".
Os cálculos de Campos não incluem terminais provisórios. "Os terminais provisórios podem ser uma solução para a demanda. Eu investiria muito esforço em terminais provisórios, para que o investimento definitivo possa ser feito de maneira mais robusta", disse.
As previsões do Ipea são pessimistas. De acordo com o pesquisador, nove aeroportos que deveriam ser usados durante a Copa do Mundo de 2014 não estarão prontos para o evento, se mantida a média de duração das obras de infraestrutura do país.
O presidente da Infraero, Gustavo do Vale, disse que "respeita" as projeções do Ipea, mas defendeu os cálculos da estatal. "Posso garantir que os investimentos vão atender não só a demanda da Copa do Mundo, mas a de hoje e a dos brasileiros em 2014."


Produção sente efeito de recuo econômico
DCI 18.08.2011 - Um dos principais indicadores do ritmo da indústria brasileira, os fabricantes de embalagem já sentem efeitos da desaceleração em 2011. De acordo com a Associação Brasileira de Embalagens (Abre), no segundo trimestre o setor ficou praticamente estável, com pequena alta de 0,98% em relação a igual período do ano passado. Nos três primeiros meses do ano, o aumento chegou a 5%. Diante dos dados, o setor já revê suas previsões para uma pequena expansão de 1% neste ano, bem abaixo do ritmo de 2010, quando subiu 10,13%, num ano considerado "atípico" pelo setor. "Claramente, esse número elevado não pode se sustentar por muito tempo", afirma Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A projeção é de que a indústria continue reduzindo o ritmo de crescimento no terceiro trimestre de 2011, podendo cair até 2% no período. "Já esperávamos uma acomodação do setor", afirma Luciana Pellegrino, diretora-executiva da Abre.
Também ontem, o Banco Central confirmou a tendência de arrefecimento da economia, com a divulgação do seu IBC-Br. Segundo o levantamento, houve um recuo de 0,26% no mês de junho, em relação a maio. É a primeira queda mensal da atividade econômica desde dezembro de 2008.
O economista da Tendências ConsultoriaRafael Bacciotti explica que a queda do IBC-Br em junho já era um movimento esperado. "A retração da produção industrial acabou se refletindo neste resultado, que está em linha com o que esperávamos", diz ele, ao se referir ao cálculo da consultoria que previa uma ligeira alta da atividade econômica de 0,1%.
Para especialistas, o indicador deve reforçar a tendência de manutenção da taxa de juros pelo Banco Central em 12,50% até o fim deste ano, e até mesmo abriria espaço para um início de corte da taxa básica, talvez em 2012.
Outro indicador importante é o Índice de Clima Econômico, medido pelo Instituto alemão IFO e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com empresários na América Latina. Este indicador ficou abaixo da média histórica dos últimos dez anos pela segunda vez consecutiva no Brasil. O ICE caiu de 5,9 pontos, para 5,8 pontos de abril para julho - a média histórica é de 6 pontos. A piora das perspectivas de investimento e também do consumo interno puxam a queda.


Derrocada do mercado mais uma vez surpreende analistas de ações
Valor 18.08.2011 - Os analistas de ações parecem ter sido pegos mais uma vez por uma alteração tectônica no panorama econômico, realçando potenciais armadilhas nos modelos de lucros desenvolvidos por profissionais muito bem remunerados de Wall Street e da City de Londres.
Há meses empresas e lares dos dois lados do Atlântico vêm enviando uma mensagem clara de uma economia já fraca que vem se desacelerando rapidamente, mas as previsões de lucros futuros das empresas mal mudaram.
Analistas consultados pela Thomson Reuters ainda apontam para um crescimento de 15,3% dos lucros das companhias americanas nos próximos 12 meses, com um crescimento de 11,6% para as empresas da Europa. Agora, os dois números parecem destinados a fracassar. Se isso ocorrer, os preços das ações poderão não se mostrar tão baratos quanto estão parecendo.
Lucros inesperadamente vigorosos no primeiro semestre tiveram papel importante no aumento das esperanças até recentemente. Mas, conforme as casas de investimentos alertam, o desempenho passado não é garantia de resultados futuros e muitos investidores estão agora imaginando quando esses lucros começarão a cair.
Hoje, o quadro das previsões de lucros é parecido com o de 2008. Na ocasião, foi só o Lehman Brothers entrar em colapso para os analistas finalmente reduzirem suas projeções, apesar da crise anterior no Bear Stearns e dos fortes sinais de alerta emitidos pela economia.
Este ano, assim como em 2008, tanto o índice dos gerentes de compras do Institute for Supply Management, dos EUA, como o Purchasing Managers Index, da zona do euro - medidas da economia real -, caíram rapidamente muito antes de qualquer movimentação nas previsões de lucros.
A confusão nos mercados globais, motivada por temores em relação ao crescimento, mostra que os investidores não estão botando fé nos lucros corporativos, na esteira da decisão da agência Standard & Poor's (S&P) de reduzir a classificação da dívida dos Estados Unidos e da continuidade da crise da dívida da Europa.
Então, por que os analistas de ações aparentemente não computaram essas grandes mudanças macroeconômicas nas previsões de lucros das empresas?
Um motivo é que, além de seres racionais, eles também são seres sentimentais, segundo afirma David Tuckett, da University College London, que conduziu um estudo psicoanalítico dos mercados após entrevistar gestores de fundos que controlam mais de US$ 50 bilhões. "Os mercados financeiros são mercados dentro de histórias e os analistas financeiros são muito influenciados pelo contexto do clima do momento", diz. "Ao mesmo tempo, eles tendem simplesmente a extrapolar para o futuro o que já aconteceu e tendem a fazer isso em grupo, já que há muito o que perder ficando fora da multidão. Eles querem se destacar um pouco, mas não muito."
Tuckett descreve esse fenômeno como um sentimento de grupo. "É a mesma coisa que o pensamento em grupo, exceto que é baseado na vontade de se sentir como todo mundo, em vez de querer se sentir perigosamente fora da multidão. Isso naturalmente torna difícil para essas pessoas mudar rapidamente, a menos que todo mundo mude."
Os vencedores ao prever o cenário de lucros corporativos após a quebra do Lehman Brothers nos Estados Unidos e Europa incluíram o Bank of America Merrill Lynch, Goldman Sachs, Credit Suisse e UBS, segundo a empresa de pesquisas Starmine.
Daniel Beunza, professor de administração da London School of Economics, diz que as incertezas políticas que estão no coração da atual crise são particularmente difíceis de serem inseridas nos modelos dos analistas.
Beunza tem um artigo analisando um exemplo específico de política confundindo os analistas mais experientes, quando o comissário de competição da Europa Mario Monti bloqueou o takeover da Honeywell International pela General Electric em 2001.
De uma maneira parecida, analistas do setor de petróleo subestimaram as consequências políticas do derramamento de petróleo pela BP no Golfo do México em 2010. "Normalmente, os participantes do mercado erram quando precisam colocar no preço fatores políticos", diz Beunza. "A crise da dívida soberana exige um conhecimento de política que, na maioria das vezes, eles não têm."

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