quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Azul.CA.11.08

Daily News


Brado vai investir R$ 150 milhões para ampliar capacidade
Valor 22.08.2011 - Demeterco, presidente: "Temos 2% do mercado de contêineres transportados e um grande caminho de crescimento".
Enquanto a crise mundial suspende os planos de expansão de empresas nos mercados europeu e norte-americano, no Brasil companhias dão sinais de que continuarão executando investimentos. É o caso da Brado, especializada em movimentação de contêineres em ferrovias. Controlada pela América Latina Logística (ALL), a companhia investirá R$ 150 milhões nos próximos doze meses - quantia a ser aplicada em novos terminais, além de aquisição e reforma de locomotivas e vagões. Em cinco anos, a empresa pretende investir R$ 1 bilhão e conquistar 12% do mercado de transporte de contêineres.
"Hoje, temos aproximadamente 2% do mercado de contêineres transportados, então temos uma grande caminho de crescimento a percorrer nos próximos cinco anos", diz o presidente da companhia, José Luis Demeterco. No segundo trimestre, a empresa registrou lucro líquido de R$ 3,2 milhões e tem metas de multiplicar seu mercado por pelo menos seis nos próximos cinco anos. Para sustentar os planos de crescimento, os investimentos serão aplicados principalmente em material rodante - cerca de 80% do total programado. Serão adquiridas duas locomotivas da GE Transportation - estas, por um custo aproximados de R$ 4 milhões cada uma - além de 145 vagões tipo spinning de 80 pés da AmstedMaxion. A empresa chegou a cogitar o uso dos vagões tipo double stack (que transportam dois contêineres, um sobre o outro), mas desistiu pelo investimento que seria necessário para adaptar pontes e túneis ao longo da malha.
Os ativos serão entregues ao longo do último trimestre deste ano e dos primeiros três meses de 2012. Com o investimento, a Brado passará a contar com 1710 vagões e 27 locomotivas - parte da frota será compartilhada com a controladora, a ALL. O executivo diz que os recursos tiveram financiamento do Programa de Sustentação ao Investimento, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
Além de material rodante, a companhia programou investimentos em terminais logísticos. O objetivo é construir unidades em Araraquara, no Estado de São Paulo (segundo Demeterco, região com potencial de transporte de cargas em contêineres como açúcar, suco de laranja, carne e papel) e em Telêmaco Borba, no Paraná (papel e madeira) - além de investir na unidade de Cubatão, no litoral paulista (para receber cargas diversas de Mato Grosso, como carne, papel e algodão).
Hoje, a Brado Logística possui seis unidades de armazenagem para produtos frigorificados e secos, localizadas em Esteio, no Rio Grande do Sul; Itajaí, em Santa Catarina; Cambé e Colombo, no Paraná; e Cubatão e Bauru, em São Paulo. As cargas movimentadas são escoadas pelos portos de Santos, Paranaguá, Rio Grande, Itajaí e São Francisco do Sul - além de um fora do território nacional, na Argentina.
A companhia concluiu sua fusão com a Standard somente em abril e agora está totalmente operacional. No segundo trimestre do ano, o EBITDA da Brado atingiu R$ 8,4 milhões e a receita líquida alcançou R$ 47,4 milhões. A ALL detém uma participação de 80% no capital da Brado, enquanto os antigos acionistas da Standard detêm 20%. Nos próximos anos, de acordo com Demeterco, os investimentos serão direcionados também a material rodante e terminais.


Copel tem lucro líquido de R$257,5 mi no 2o tri
Estadão 10.08.2011 A Copel teve lucro líquido de 257,5 milhões de reais no segundo trimestre deste ano, alta de 2,4 por cento em relação a 251,4 milhões de reais registrados no mesmo período do ano passado.
A média das projeções dos analistas consultados pela Reuters estimou um lucro de 309 milhões de reais para a companhia paranaense de abril a junho .
A geração de caixa medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de impostos, depreciação e amortização) foi de 464,7 milhões de reais no segundo trimestre de 2011, contra 405,5 milhões do período entre abril e junho de 2010.


Taurus sob nova direção
Valor 22.08.2011 - A Forjas Taurus escolheu Dennis Braz Gonçalves como o novo diretor-presidente da companhia, em substituição a Luiz Fernando Costa Estima, que permanecerá como presidente do conselho de administração e acumulará o cargo de diretor de relações com investidores - antes ocupado por Estima - até a conclusão do processo de seleção de um profissional para a área.
Gonçalves foi presidente da Paranapanema e atuou com interventor judicial da Parmalat. As mudanças fazem parte do processo de reestruturação da Taurus, que aprovou, em maio, a incorporação da até então holding controladora Polimetal (controlada por Estima), junto com uma dívida financeira de R$ 165 milhões.


Receita de serviços do UOL cresce 48% no 2º tri
Folha  22.08.2011 - Aquisição ajudou a consolidar resultado. A receita bruta de serviços do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha, cresceu 48,2% no segundo trimestre ante o mesmo período no ano passado, atingindo R$ 398,4 milhões.
Boa parte desse desempenho se explica pela alta de 89,6% nas receitas de publicidade. O resultado também se explica a partir do crescimento orgânico da companhia principalmente após a incorporação da Diveo.
Adquirida por quase R$ 700 milhões no fim de 2010, a Diveo é especializada na oferta de serviços relacionados a centros de dados e hospedagem de sites e telecomunicações para empresas.
Outro destaque no trimestre foi a receita líquida, que fechou em R$ 308,9 milhões, uma alta de 55,7% em relação ao mesmo período de 2010.
O Ebitda (lucro antes do pagamento de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou R$ 82,8 milhões, alta de 84,5%. Já no primeiro semestre de 2011, foram R$ 165,4 milhões, aumento de 95,6% em relação ao mesmo período de 2010.
No segundo trimestre deste ano, o UOL registrou prejuízo líquido de R$ 7 milhões. No semestre, o lucro chegou a R$ 18,06 milhões, com redução de 66,5% ante os primeiros seis meses de 2010.
Segundo o Ibope/NetRatings, o portal é líder em acessos. Até junho, foram registrados cerca de 31,6 milhões de visitantes, que acessaram 4,6 bilhões de páginas, além de conteúdos e serviços do UOL. O número de visitantes teve alta de 9% em relação ao mesmo período de 2010.


Dafiti investe R$ 35 milhões e ganha presença no varejo on-line
Valor 22.08.2011 - Os sócios: Lecuyer (esq.), Povel, Huffmann e Horeyseck (de camisa xadrez).
Por trás de um discreto portão de um edifício sem marca na fachada, em um bairro nobre de São Paulo, cresce com velocidade a Dafiti. A empresa começou a vender sapatos pela internet em janeiro com a ambiciosa meta de chegar ao final do ano como líder brasileira no comércio on-line de moda. O investimento para consolidar a marca completa em setembro R$ 35 milhões.
Em menos de um ano, a Dafiti entrou para o grupo das maiores varejistas on-line do país. Segundo a empresa, somente em julho, foram 5,6 milhões de acessos. Dados do DoubleClick Ad Planner, ferramenta do Google, apontam que em junho o site teve 4,7 milhões de visitantes únicos, mais do que o site do Ponto Frio, por exemplo, com 4,2 milhões. A novata também se aproxima rapidamente da Netshoes, líder na venda on-line de vestuário e calçados esportivos há mais de dez anos no mercado - em junho teve 8,3 milhões de acessos.
A Dafiti tem hoje 230 funcionários, bem mais do que os 60 contratados em janeiro. No fim de 2010 eram apenas quatro, que confabulavam em quartos de hotel. A incubadora de empresas alemã Rocket Internet promoveu o encontro entre os quatro sócios que administram o negócio - o brasileiro Philipp Povel, o francês Thibaud Lecuyer e os alemães Malte Horeyseck e Malte Huffmann. Uma seleção de cérebros entre 28 e 31 anos, formados em escolas renomadas como Harvard, nos EUA, e Insead, na França, e passagens por bancos e consultorias internacionais.
A Dafiti, que começou pelos calçados, agregou acessórios em abril e roupas em julho. Hoje vende 7 mil modelos diferentes de produtos. "Vamos chegar a pelo menos 28 mil até janeiro", afirma Horeyseck. A empresa já se prepara para vender, a partir de setembro, 10 a 12 marcas de roupas íntimas. Óculos e relógios também estão nos planos.
O negócio, que começa por calçados e avança para outros itens, replica o modelo do site que inspirou a Dafiti: o alemão Zalando, que também é incubado pela Rocket.
O site brasileiro tem parcerias com 140 marcas, que incluem CNS, Dumond, Capodarte, Puma, Ellus, Calvin Klein e Tommy Hilfiger. A ideia é chegar a 200 fornecedores em janeiro. A Dafiti não faz consignação. Ela compra os produtos, estocados até a venda em uma estrutura de 7 mil metros quadrados, em Jundiaí (SP).
Um estúdio próprio, com capacidade para 400 fotos diárias, produz imagens detalhadas de cada item, que são acompanhadas de textos explicativos. "Fazemos a descrição da sola, da costura, do tecido. Procuramos responder todas as perguntas que o cliente possa ter em frente à tela", diz Lecuyer. O produto pode ser devolvido em até 30 dias, com frete grátis.
O atendimento ao cliente e a tecnologia de informação são próprios. Seis pessoas analisam os números do site (qual o produto mais vendido, por exemplo). "Infelizmente a logística ainda é terceirizada", diz Lecuyer. "Mas vamos ter surpresa para o Natal", diz.
Os sócios fazem mistério sobre a taxa de conversão (parcela dos visitantes que faz uma compra) e a expectativa de faturamento. Povel diz que, mantido o ritmo de crescimento, já seria possível lucrar com o negócio em 2012, mas a intenção não é essa. "Estamos montando uma máquina grande para operar muitos produtos e ela tem custo fixo alto. Não temos meta de lucro rápido".


Vendas na web para Dia dos Pais devem crescer 20%
GPdeLondrina 10.08.2011 - A previsão é de que as vendas por meio da internet entre os dias 31 de julho e 13 de agosto atinja R$ 625 milhões.
O faturamento das empresas de comércio eletrônico deve crescer 20% durante as duas semanas que antecedem o Dia dos Pais, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a e-bit, consultoria de informações de comércio eletrônico. A previsão é de que as vendas por meio da internet entre os dias 31 de julho e 13 de agosto atinja R$ 625 milhões.
A e-bit prevê que as categorias de eletrônicos (de grande e pequeno porte, como televisores, MP3 players e câmeras digitais) artigos de informática e acessórios automotivos puxem as vendas. O tíquete médio este ano deve fechar em torno de R$ 330 00, ante R$ 363,00 da mesma data do ano passado.


Indefinição leva operadoras a adiar projetos de expansão
Valor 22.08.2011 -  Ariel Dascal, da OiTV: "Esperar o PLC é melhor porque é uma solução definitiva, mas trabalhamos com dois cenários".
Com potencial para impulsionar o crescimento do mercado de TV por assinatura no Brasil nos próximos anos, as mudanças regulatórias previstas no projeto de lei (PLC) 116 e as novas regras da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para a TV a cabo têm criado incertezas para as operadoras.
"Eu coloco rede, mas não sei se vou poder oferecer o serviço", disse André Borges, diretor institucional e regulatório da Net, durante painel realizado ontem na ABTA 2011, congresso do setor de TV paga. A operadora, que atua em 94 cidades do país, está expandindo a rede para as cidades de Recife, Niterói e Salvador com os serviços de internet e telefonia, já que não tem licenças de TV nesses locais.
O PLC estava na pauta do Senado ontem, mas não havia sido votado até o fechamento desta edição. A votação do projeto se arrasta por dez anos. A demora em sua aprovação e as dúvidas sobre o regulamento da TV a cabo - que, para muitos, tenta antecipar discussões pertinentes ao PLC 116 - têm levado as operadoras a reter projetos até que as indefinições sejam resolvidas.
"Os clientes exigem a oferta dos serviços de TV, telefone e internet", avaliou Roberto Nogueira, presidente da Brisanet, que atua na região Nordeste. Nos próximos dois anos, a operadora pretende investir em redes de fibra óptica em cidades de pequeno porte dos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. O modelo de negócios, segundo Nogueira, baseia-se em internet e telefone. Mas a oferta de TV é um complemento importante.
O novo regulamento da TV a cabo, que recebeu mais de 400 contribuições durante a consulta pública, está em análise pela Anatel e ainda depende da aprovação definitiva do conselho diretor. De acordo com o superintendente de comunicação de massa da agência, Ara Minassian, a expectativa é de que o texto passe a vigorar entre outubro e novembro e que as primeiras licenças sejam expedidas entre dezembro e janeiro.
Mas, até lá, o PLC ainda não terá entrado em vigor - mesmo com uma aprovação imediata -, o que cria uma situação de instabilidade jurídica para o setor, segundo os empresários. Diante do descompasso, a Anatel pretende estabelecer um prazo para que as operadoras que obtiverem licenças de TV a cabo nesse intervalo possam se adaptar às mudanças na legislação.
Para as empresas que renovarem seus contratos haverá a opção de escolher entre as normas do PLC e a Lei do Cabo. A evolução para o novo marco regulatório, no entanto, será compulsória no futuro.
Com uma eventual rejeição do PLC, as empresas terão a opção de comprar licenças usando o novo regulamento da agência, ou esperar por uma nova investida para aprovação e posterior regulamentação do PLC. "A sociedade cobrava que a Anatel se mexesse para liberar novas licenças. Estamos fazendo isso. Podemos ser culpados por dez anos de atraso. Mas não queremos ser culpados pelos próximos anos, caso o projeto de lei não seja aprovado logo", reforçou o superintendente.
Essas incertezas colocam as operadoras em compasso de espera. "Não vou fazer um pedido de novas licenças sem saber o que vem pela frente (com o PLC)", afirmou Borges, da Net. Na avaliação do executivo, a aprovação do projeto de lei será positiva para dissipar as dúvidas e acelerar a obtenção das outorgas.
"Depois da aprovação do PLC, a agência vai fazer um novo regulamento para o setor? Não sei se faz muito sentido", observou Mariana Filizola, diretora-executiva da NeoTV, associação que reúne 127 operadoras de TV por assinatura de pequeno e médio porte.
Segundo Mariana, a estratégia da Anatel deixa questões em aberto e pode inibir, principalmente, os pedidos de licença de novas prestadoras. Para ela, um ponto ainda não esclarecido diz respeito às regras para o aluguel da infraestrutura das grandes operadoras. "Os pequenos dependem da contratação de links e da rede das teles, que passarão a ser concorrentes diretos. A Anatel tem que deixar claro como isso vai ser feito", afirmou. "Nossa principal preocupação é como se dará a garantia de acesso à infraestrutura."
Segundo a Anatel, 1.350 pedidos de licenças de TV a cabo aguardam avaliação. Do total, 784 empresas reiteraram recentemente o interesse nas autorizações.
As grandes operadoras ainda não se manifestaram. A Oi, por exemplo, planeja esperar a aprovação do PLC. Tratas-e da única das três grandes empresas de telefonia que poderia adquirir licenças de TV a cabo com base no regulamento da Anatel e sem depender da aprovação do PLC. O projeto de lei pode acabar com a proibição ao capital estrangeiro no controle das empresas de cabo, e somente a Oi tem acionistas majoritários brasileiros (a Telefônica é espanhola e a Embratel é controlada pela mexicana América Móvil).
"Esperar o PLC é melhor porque é uma solução definitiva", afirmou o diretor-geral da OiTV, Ariel Dascal. "Mas estamos trabalhando com os dois cenários." Em princípio, a ideia é esperar a votação do projeto de lei para depois solicitar as outorgas, mas a operadora poderá mudar de estratégia se a decisão do Senado demorar.
A Oi acompanha as mudanças no marco regulatório enquanto reformula seu serviço de TV. "Começamos com a classe C, mas agora queremos atender todos os segmentos", afirmou o executivo. A empresa vai lançar novos pacotes e planeja "melhorar a integração" entre os serviços de banda larga e vídeo - o que fica mais fácil por meio da rede de cabo, que é bidirecional. Hoje, a Oi só atua com essa tecnologia em Belo Horizonte. Nos demais mercados, oferece TV via satélite, que não tem essa característica.
Na avaliação de Paulo Saad, vice-presidente institucional e de TV por assinatura da Bandeirantes, a agência deveria estabelecer regras que ajudem as pequenas empresas a competir com os grandes grupos. "Como um operador de menor porte vai disputar mercado com uma Oi que tem faturamento anual de R$ 20 bilhões? As grandes operadoras vão passar como um trator por cima das companhias menores", disse.


Prejuízo do Groupon dobra e chega a US$ 102,7 mi no 2º trimestre
Reuters 11.08.2011 - O prejuízo do Groupon no segundo trimestre mais que dobrou, depois que a empresa contratou mais de mil funcionários.
O faturamento da companhia de cupons de desconto via internet subiu a US$ 878 milhões (R$ 1,4 bilhão) no segundo trimestre, ante US$ 644,7 milhões (R$ 1 bilhão) no primeiro trimestre e US$ 87,3 milhões (R$ 141 milhões) no mesmo período em 2010.
Os números mostram que o ritmo de crescimento da companhia se desacelerou. A receita cresceu 36% no segundo trimestre, enquanto no primeiro havia saltado 63%.
O prejuízo líquido do período foi de US$ 102,7 milhões (R$ 166 milhões), em linha com o do primeiro trimestre e mais que o dobro do que os US$ 36,8 milhões (R$ 60 milhões) do segundo trimestre de 2010. Em junho, o Groupon entrou com registro para levantar US$ 750 milhões (R$ 1,2 bilhão) em uma oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês).
Alguns analistas questionam o modelo de negócios vulnerável à concorrência de empresas como o Google e que depende de uma equipe de vendas grande e dispendiosa.
O número de assinantes saltou de 83,1 milhões no primeiro para 115,7 milhões no segundo trimestre.


Pernambucanas e Marisa veem R$ 14 bi da classe C
DCI 11.08.2011 - Abocanhar uma fatia dos cerca de R$ 14,02 bilhões que deverão ser gastos este ano pela classe C apenas em vestuário é a meta de redes como Pernambucanas e Marisa, que se armam com o lançamento de coleções e campanhas de mídia, e garantem investir cada vez mais em pesquisa de tendências para fidelizar as consumidoras, que estão exigentes.
Ano passado, a classe C gastou R$ 12,8 bilhões em roupas - fora calçados e acessórios -, e a projeção deste ano é ainda maior, crê o publicitário Renato Meirelles, do instituto Data Popular. Ele projeta incremento mínimo de 10% do volume a ser comercializado este ano. "O aumento do investimento em vestuário tem a ver com a ascensão das mulheres ao mercado de trabalho", estima.
Já Renato Shibukawa, gerente do núcleo de moda da Pernambucanas, é enfático: "A nova coleção para a classe C tem a tônica do otimismo. O vestuário já ocupa mais de 50% do espaço das lojas".


Papa John's, dos EUA, vai vender pizza no Brasil
Valor 22.08.2011 -  Schnatter, da Papa John's: "Estamos prontos para abrir o negócio no Brasil".
Terceira maior rede de pizzarias do mundo, a Papa John's vai entrar no mercado brasileiro por meio da abertura de franquias de restaurantes. "Estamos trabalhando com o Departamento de Comércio dos Estados Unidos para identificar investidores potenciais. Achamos que estamos prontos para abrir o negócio no Brasil", disse John Schnatter, presidente e fundador da rede, com 3,7 mil pontos que faturam US$ 1,1 bilhão em 32 países no mundo. "O país será uma prioridade para nós nos próximos anos".
Em entrevista ao Valor, por e-mail, o empresário preferiu não detalhar os planos. Porém, de acordo com investidores que estiveram com Schnatter em maio, quando ele visitou o país pela última vez, a primeira loja pode ser inaugurada no primeiro semestre de 2012. E a cidade de São Paulo deve receber os investimentos iniciais.
A decisão de vir ao Brasil é parte de uma estratégia de crescimento internacional da rede, braço do negócio que cresce a um ritmo nove vezes superior à velocidade de expansão nos EUA. As vendas da cadeia fora do país-sede cresceram 21,3% de janeiro a junho, acima dos resultados nos mercados internacionais das líderes Pizza Hut e Domino's, as duas maiores redes de pizzarias do mundo.
A Papa John's cresce de forma mais rápida fora dos EUA do que a Domino's. E dentro do mercado americano, a sua taxa de crescimento é maior do que os franqueados da Pizza Hut, a maior rede de pizzarias do mundo, com mais de 13 mil pontos. Em 2010, a Papa Jonh's entrou no Chile, Colômbia, Marrocos, Panamá e Filipinas.
Por aqui, a disputa pelo mercado é uma das mais pesadas do mundo (São Paulo só produz menos pizzas do que Nova York) e essa rivalidade cresceu depois que Pizza Hut e Domino's ajustaram as suas operações locais na década passada. Juntas, as duas somam 94 unidades no Brasil. Ambas aprenderam com os erros na gestão, adequaram os produtos ao paladar do brasileiro e conseguiram sobreviver num setor em que microempresários travam forte disputa em grandes capitais.
Não há dados oficiais, mas a última Feira Internacional da Pizza estimou que existam cerca de seis mil pizzarias só na cidade de São Paulo. Mais seis mil padarias também vendem pizza na capital.
Schnatter diz que sabe dessa ampla pulverização do setor e afirma que conhece o passado das rivais no Brasil. Conta ainda que, nesse cenário, terá que começar a operar por aqui "com os olhos bem abertos".
A rede deve explorar uma estratégia de construção de marca que em algumas cadeias de "fast food" deu certo. No Brasil, a Papa John's vai dizer que ninguém tem uma pizza com ingredientes tão bons quanto ela. Vai abusar do slogan "Better ingredients. Better pizza". Anos atrás, o Burger King gastou uma bolada tentando colocar na cabeça do cliente brasileiro que seu hamburguer era melhor do que o do McDonald's. A Papa John's quer fazer isso com o queijo e o molho, por exemplo.
O empresário dá a entender ainda que pode adotar uma linha mais agressiva de preços para ocupar terreno. "Nós vamos avaliar a competição para determinar a nossa estrutura de preços", diz. A cadeia terá que ser competitiva sem uma grande escala inicial e, provavelmente, com baixos índices de nacionalização do negócio nos primeiros anos.
Neste ano, Pizza Hut e Domino's lançaram promoções e chegaram até a mexer nas tabelas. A Domino's reduziu o valor da pizza grande de R$ 36 para R$ 24. Em São Paulo, a Pizza Hut entrega em casa duas pizzas grandes por R$ 59. Lá fora, a Papa John's vende pela internet uma pizza grande por US$ 10, cerca de R$ 16.


Venda da Nestlé desacelera no Brasil
Valor 22.08.2011 -  A Nestlé anunciou ontem que seu lucro foi afetado no primeiro semestre pela alta dos preços de matérias-primas e do franco suíço forte. A América Latina registrou crescimento sólido, mas o Brasil só teve alta de um dígito, comparado à expansão de dois dígitos em outros mercados. No primeiro trimestre, a expansão no mercado brasileiro também havia sido de dois dígitos.
A empresa teve lucro líquido de 4,7 bilhões de francos (USS 6,48 bilhões) entre janeiro e junho. No cálculo de analistas, isso significa queda de 24% nos ganhos na consolidação em francos suíços, mas uma alta de 30% em dólar. No pregão de ontem, a ação encerrou o dia com queda de 2,89%.
Para o segundo semestre, a companhia espera condições difíceis, diante da "instabilidade política e econômica, a volatilidade dos custos das matérias-primas e o baixo nível de confiança dos consumidores nos países desenvolvidos". Ainda assim, a Nestlé avalia que alcançará crescimento orgânico entre 5% e 6% e aumento da margem.
Paul Bulcke, principal executivo da Nestlé, deixou claro que a força do franco suíço e o custo das commodities entre abril e junho tornou o ambiente extremamente duro, volátil e competitivo. O nível recorde da moeda suíça reduziu as vendas no semestre em 13,8%, e desinvestimentos resultaram em redução de 6,6%. Juntos, superaram o maior volume de vendas e o aumento e preços, o que levou à queda de 12,9% nas vendas, de 41 bilhões de francos (US$ 48,8 bilhões).


Minupar quer incorporar o Nova Araçá
Valor 22.08.2011 -  A Minupar Participações, controladora da Companhia Minuano de Alimentos, com sede em Lajeado (RS), está negociando a incorporação do frigorífico Nova Araçá, localizado na cidade gaúcha de mesmo nome. A empresa divulgou ontem a assinatura de um memorando de entendimentos sobre o assunto e pretende concluir a operação em até 90 dias, disse o assessor de relações com investidores, Décio Schnack.
Se concretizada, a aquisição será feita mediante troca de ações entre a Minupar e a Agostinho Carrer Participações, que também controla o frigorífico Nicolini, de Garibaldi. "Não haverá desembolso", disse Schnack. Segundo ele, a incorporação ampliará a produção de alimentos elaborados e de carne suína e de aves com a marca Minuano e elevará o suprimento de rações para a planta de Passo Fundo, no norte do Estado.
O Nova Araçá tem capacidade para abater 160 mil aves e 500 suínos por dia e produzir 700 toneladas de industrializados e 15 mil toneladas de rações para aves por mês. O faturamento do frigorífico não foi revelado, mas a Minupar informou em comunicado que a incorporação também proporcionará melhores condições de compras de matérias-primas e permitirá uma política de preços mais competitiva.
A Minupar abateu 46,6 milhões de cabeças de aves para terceiros em 2010, 13,9% menos que em 2009. Também produziu 5,5 mil toneladas de carne de frango com marca própria (alta de 71,7%), além de 12,8 mil toneladas de industrializados em Arroio do Meio (RS) e Jaraguá do Sul (SC), com expansão de 13,6%. A empresa prestava serviços para a Doux Frangosul na planta de Passo Fundo até maio de 2010 e abate 150 mil aves por dia na unidade de Lajeado para a BRF Brasil Foods, com quem tem contrato até meados de 2012.
A receita líquida consolidada da Minupar foi de R$ 119,3 milhões em 2010, queda de 2,7% ante 2009. No mercado interno, a receita bruta somou R$ 96,6 milhões, baixa de 6%, enquanto as exportações cresceram 6,6%, para R$ 34,2 milhões. Os embarques ao exterior, basicamente ao Oriente Médio, absorvem toda a produção de Passo Fundo, que hoje abate de 60 mil a 70 mil aves por dia e deve chegar a 100 mil neste segundo semestre, conforme Schnack.
No ano passado a Minupar reduziu o prejuízo líquido de R$ 54,3 milhões para R$ 30,4 milhões. A companhia também diminuiu o endividamento financeiro bruto em 8,6%, para R$ 31,2 milhões, a maior parte de curto prazo, e promoveu uma capitalização privada de R$ 39,4 milhões, que permitiu a redução do patrimônio líquido negativo de R$ 14,4 milhões para R$ 5,3 milhões.


Melitta aposta no café do Brasil e avalia aquisições
Exame 11.08.2011 - Multinacional alemã deverá investir cerca de 60 milhões de reais no Brasil em 2011.
A multinacional alemã Melitta aposta no Brasil, seu segundo mercado após a Europa, para manter crescentes suas vendas de café num ambiente de crise e também tem uma visão de longo prazo para o mercado brasileiro, onde deverá investir cerca de 60 milhões de reais em 2011.
Os investimentos, em pesquisas, ações junto a consumidores e clientes e em fábricas, não incluem eventuais gastos em aquisições, as quais os principais executivos da empresa consideram possíveis ainda neste ano.
Excluindo o dinheiro a ser investido nas unidades produtoras, pouco menos de 10 milhões de reais, o montante previsto é mais do que o dobro que a empresa aplicou no país entre 2008 e 2010.
"O Brasil ainda é um dos países menos afetados pela crise financeira... Então não planejamos reduzir investimentos aqui... O Brasil é um dos nossos mercados favoritos", afirmou o presidente do Grupo Melitta, Thomas Bentz, em visita ao Brasil.
O grupo espera um crescimento de 5 a 7 por cento em seu faturamento global em 2011, ante os 3 bilhões de reais registrados no ano passado, e prevê uma alta semelhante nas vendas no mercado brasileiro, onde faturou 740 milhões de reais em 2010.
Do total faturado no Brasil, cerca de metade vem das vendas de café --a companhia também comercializa outros produtos relacionados ao setor, sendo líder na comercialização de filtros de café, com 45 por cento do mercado em que foi pioneira.
"Parte do aumento em faturamento (esperado) é puxado por preços melhores nas vendas de café", disse Bentz, neto dos fundadores da companhia, acrescentando que a empresa tem conseguido repassar pelo menos 60 por cento dos custos maiores com a commodity para os consumidores --o café registrou máxima de mais de 30 anos na bolsa de Nova York neste ano.
O executivo ponderou que, não fosse a crise financeira atual, as vendas da Melitta poderiam ser ainda melhores para 2011, mas ressaltou que é difícil estabelecer uma conexão entre o consumo de café e os problemas econômicos.
"Eu seria cuidadoso em construir qualquer correlação sobre isso", afirmou, acrescentando que o consumo de café está estagnado na Europa, diferentemente do Brasil, onde há um crescimento estável da demanda.
Em volumes, as vendas totais de café do Grupo Melitta em todo o mundo devem crescer entre 2 e 3 por cento em 2011, sobre as 114 mil toneladas registradas no ano passado, quando a companhia vendeu no Brasil 45,6 mil toneladas.
Aquisições: No Brasil, onde a companhia diz ter a segunda posição no mercado de café, atrás da Pilão, da norte-americana Sara Lee, a empresa prevê atingir um faturamento de 1 bilhão de reais em 2017, quando provavelmente o país já figurará como o maior consumidor global, superando os Estados Unidos, segundo meta da indústria nacional.
O crescimento do faturamento ocorreria por meio dos investimentos realizados --que permitirão um aumento das vendas 25 a 30 por cento--, mas também há a possibilidade de empresa realizar aquisições para se fortalecer no mercado nacional.
"Nossa tarefa é encantar mais e mais os consumidores. E esse projeto tem dois pilares: inovação e possíveis aquisições", disse Bernardo Wolfson, presidente-executivo da operação no Brasil, lembrando que a Melitta é a primeira marca nacional em café a vácuo, "o segmento que mais cresceu nos últimos anos" e que representa cerca de 30 por cento do mercado.
Ele não deu mais detalhes sobre o plano de aquisições.
A empresa aposta também em cafés especiais para ampliar seus negócios.
Qualidade do café: Wolfson disse que a qualidade da produção de café do Brasil tem melhorado nos últimos anos, e está especialmente boa na temporada atual. "O mais importante é que a qualidade da safra será excelente", disse.
Do total das compras globais de café realizadas pela Melitta anualmente, a fatia do Brasil corresponde a 75 por cento, acrescentou o Bentz, comentando ainda que em função dos custos elevados do café colombiano a Melitta suspendeu as compras do produto da Colômbia desde o ano passado.
Mas ele não especificou quanto o grão brasileiro pode ter ocupado em espaço nas compras da companhia em função disso.

Preço do café verde deve seguir elevado, diz Melitta
Valor 22.08.2011 -  Mesmo com as ameaças de uma recessão mundial, Thomas Bentz, presidente global da Melitta, ratifica previsão para crescimento da companhia no Brasil
Apesar da queda recente nas bolsas e do aumento da oferta após a colheita no Brasil, os preços do café verde devem se manter altos nos próximos meses. A avaliação foi feita ontem pelo presidente da Melitta no Brasil, Bernardo Wolfson, durante encontro do CEO global da companhia, Thomas Bentz, com jornalistas.
Wolfson disse que o desembolso para a compra da matéria-prima subiu de 20% a 80%, de acordo com o blend utilizado, e que o custo ainda não foi totalmente repassado para o produto final. "Nos esforçamos para não repassar esse aumento ao consumidor, mas ainda podemos fazer ajustes."
Os preços do café praticamente dobraram desde 2010, reflexo de uma demanda aquecida e do enxugamento dos estoques nos países produtores. Nas últimas semanas, os contratos da commodity negociados em Nova York cederam, reflexo do avanço da colheita no Brasil e das turbulências no mercado financeiro. Mas Wolfson vê pouco espaço para uma queda sustentada no mercado interno.
Segundo ele, o Brasil está colhendo uma safra de "ótima qualidade", o que deverá estimular as exportações e a competição pelo produto. Além disso, por causa do ciclo bianual da cultura, a produção será menor do que a de 2010. Os embarques de café verde cresceram 9% nos sete primeiros meses do ano, mas devem perder força no segundo semestre, por causa da oferta menor. Já em julho, o volume embarcado caiu 17%.
Apesar da ameaça de uma recessão mundial, Wolfson e Bentz ratificaram suas previsões para o crescimento da Melitta no Brasil em 2010. As marcas da companhia deverão registrar um crescimento de 10% no volume de vendas, ritmo similar ao dos últimos anos. Em 2010, a Melitta faturou R$ 740 milhões no país. Em todo o mundo, a expectativa é crescer entre 5% e 7%. "Vamos ter estagnação no resto do mundo e um crescimento econômico menor no Brasil, mas é muito difícil traçar uma correlação entre crise financeira o consumo de café", disse Bentz. Segundo ele, o Brasil continua sendo um alvo preferencial de investimentos. "Vemos oportunidades de crescimento atraentes e sustentáveis para os nossos produtos aqui, influenciadas pela Copa e pelas Olimpíadas."
O Brasil é a maior operação da Melitta fora da Europa, responsável por 29% da receita global com café. A empresa está investindo R$ 51 milhões em marketing, além de R$ 7 milhões em aumento de capacidade. O objetivo é aumentar a receita local em 35% até 2013. Até lá, a companhia espera alcançar os dois dígitos de participação no mercado brasileiro de café, que hoje é de 9%. A empresa é ainda líder em filtros de papel, com uma fatia de 45% do setor.
Bastante assediados sobre o tema, Wolfson e Bentz foram evasivos sobre a disposição da Melitta em adquirir outras empresas no Brasil. "Estamos sempre atentos ao mercado, mas por ora não temos nada a anunciar", afirmou Bentz. Questionado sobre o motivo da visita do CEO global, Wolfson despistou: "O dr. Bentz sempre me visita no meu aniversário."
Das três maiores empresas de café no país, a Melitta tem sido a mais recatada no que diz respeito a novas aquisições em um mercado sob intensa concentração. A última vez que a companhia foi ao mercado foi em 2006, quando adquiriu o café Bom Jesus, do Rio Grande do Sul. Suas concorrentes no andar de cima, Sara Lee e 3 Corações, têm sido mais agressivas.


Vendas da linha marrom crescem 2% no 1º semestre
GPdeLondrina 10.08.2011 - A desaceleração das vendas em relação ao desempenho consolidado de 2010, quando o faturamento deste segmento cresceu 28% frente a 2009, é resultado da forte base de comparação, já que a Copa do Mundo puxou as vendas de televisores no ano passado
As vendas no Brasil de produtos da chamada linha marrom, que englobam televisores, som e vídeo, cresceram 2% no primeiro semestre deste ano, segundo levantamento da GfK Retail and Technology. O faturamento do varejo com a comercialização destes produtos somou R$ 9,414 bilhões. O destaque ficou por conta dos televisores de tela fina, que responderam por 71% das vendas, enquanto no primeiro semestre do ano passado representavam 65%.
A desaceleração das vendas em relação ao desempenho consolidado de 2010, quando o faturamento deste segmento cresceu 28% frente a 2009, é resultado da forte base de comparação, já que a Copa do Mundo puxou as vendas de televisores no ano passado.
O levantamento apontou que as vendas de televisores de tela fina no Brasil cresceram 14% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado, seguido pelos aparelhos de som para casa (+9%) e DVD (+5%). Já os televisores de tubo e as filmadoras apresentaram retração, respectivamente, de 60% e 21% nas vendas.
Segundo a GfK, as vendas no Brasil de linha marrom são incentivadas pela redução nos preços. Em relação ao primeiro semestre do ano passado, os preços de aparelhos de DVD recuaram 8%, enquanto de Blu-Ray caíram 22% e de HDMI retraíram 17%.
No caso dos televisores Full HD, a pesquisa aponta que desde o lançamento no País, há quatro anos e meio, os preços destes aparelhos diminuíram 75%. No primeiro semestre deste ano, as TV Full HD representaram 30% das vendas no Brasil, sendo ultrapassadas pelas de LED, que responderam por 33%. Na sequência seguem as Smarth TV (17%) e 3D (4%). A diferença de preços entre um televisor de HD em relação a um 3D, considerado o mais avançado tecnologicamente, chega a 96% no Brasil.
A GfK divulgou que as vendas no mundo este ano de aparelhos eletrônicos, como televisores, computadores e celulares, deverá crescer 6% em relação ao ano passado, somando 668 bilhões de euros. A expectativa é de que a América do Sul puxe este crescimento, com alta projetada de 27% frente ao ano passado, seguido da China (9%). Em razão do tsunami de março, as vendas do Japão este ano devem recuar 18%, reduzindo as projeções globais desta indústria.
Na América Latina, a projeção da GFK é que os telefones móveis respondam este ano por 19% das vendas, seguida por televisores LCD (17%), notebooks (16%), smartphones (15%), desktops (6%) e câmeras digitais (5%).


Médicos vão suspender atendimento a 12 planos
Valor 22.08.2011 -  Os médicos de São Paulo prometem interromper o atendimento a 12 planos de saúde a partir de 1º de setembro. Os convênios médicos afetados pela paralisação são: Ameplan, Assefaz, Cetesb, Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), GreenLine, Intermédica, Mediservice, Notredame, Porto Seguro, Pró-Saúde, Vale e Volkswagen.
Esses planos de saúde não enviaram propostas efetivas de negociação para reajuste de remuneração dos médicos, segundo a Associação Paulista de Medicina (APM). As entidades que representam a categoria reivindicam pagamento de R$ 80 por consulta. Hoje, a remuneração média varia de R$ 25 a R$ 40. "Estamos recebendo propostas de R$ 60. Se a proposta contemplar uma remuneração progressiva, que chegue aos R$ 80, poderemos aceitar", disse Florisval Meinão, vice-presidente da APM.
Chamam atenção na lista dos convênios ameaçados de ter o atendimento interrompido os planos de autogestão - aqueles ligados a empresas e que costumam oferecer uma remuneração um pouco maior. "Muitas autogestões estavam negociando diretamente com os médicos e não com a APM. Agora, estamos orientando que elas se manifestem à associação", disse Rosana Lima, diretora de integração da Unidas, entidade que reúne os planos de autogestão. "Nos últimos dez anos, as operadoras negociaram diretamente com os médicos, mas elas têm mais poder de barganha e hoje temos essa defasagem na remuneração", disse Meinão, da APM.
A Cetesb informou que enviou ontem à APM uma contraproposta para reajustar o valor atualmente praticado, que é de R$ 42 por consulta médica.
Já a Pasa, associação que administra o convênio médico da Vale, e a Assefaz, plano dos servidores do Ministério da Fazenda, informaram que não receberam notificação da associação médica.
Porto Seguro, Intermédica e NotreDame estão em negociação, mas não encaminharam propostas firmes. A Volkswagen informou que não vai se pronunciar sobre a interrupção no atendimento ao seu plano de saúde. A GreenLine, que comprou a Pró-Saúde (Samcil), não retornou à solicitação da reportagem.


Big Dutchman traz matriz para o interior paulista
DCI 11.08.2011 - São Paulo conseguiu atrair matriz da alemã Big Dutchman Brasil, a maior empresa do mundo na fabricação e venda de equipamentos para criação de aves e suínos, que estava instalada em Caxias do Sul (RS). Araraquara, cidade do nordeste paulista, foi escolhida para sediar o empreendimento, que recebeu aporte de R$ 30 milhões e ocupa 100 mil metros quadrados.

Indústria acumula estoques indesejados
Valor 22.08.2011 - A indústria começou o segundo semestre com estoques elevados - e, em alguns casos, crescentes, como no setor automobilístico. O acúmulo de inventários indesejados é mais um fator a apontar para um desempenho fraco da atividade industrial nos próximos meses, que já sofre com a feroz concorrência do importado e com a dificuldade em exportar, devido ao câmbio valorizado, e terá de enfrentar um período de maior incerteza na economia global.
Com informações quantitativas sobre o nível de estoques, os setores de automóveis e de distribuição de aço mostram um quadro pouco animador. Números da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) revelam que, em julho, os inventários atingiram o nível recorde de 367,1 mil unidades, 25 mil a mais do que no mês anterior.
"Isso representa um número crítico, equivalente a 36 dias de vendas", nota o economista-chefe da corretora Convenção, Fernando Montero. Segundo o economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, estoques normalizados correspondem a cerca de 27 dias de vendas.
Montero diz que esse volume de inventários "obrigará um primeiro ajuste na produção, transitório, que leve os estoques a níveis mais condizentes com as vendas projetadas". Ele observa ainda que o" fato de os estoques estarem aumentando 25 mil carros por mês significa uma produção rodando esse tanto acima da demanda final [considerando aí as vendas internas e externas, excluindo as importações]." O cenário, segundo ele, é de mais desaceleração. A produção de veículos automotores, que cresceu 24% em 2010, aumentou no primeiro semestre 6,2% sobre igual período do ano passado.
No setor de distribuição de aço, a situação também não é das melhores em termos de estoques. Em junho, os inventários equivaliam a 3,7 meses de vendas, somando 1,213 milhão de toneladas. Segundo o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro, estimativas preliminares apontam que, em julho, esse número caiu para 3,4 meses, ainda assim um nível elevado. "O mais confortável, para nós, é que os estoques sejam equivalentes a algo como 2,5 meses de vendas", diz ele. Esse é o nível que vigorava em setembro de 2008, quando a economia real ainda não havia sentido com força o impacto do agravamento da crise global e o Brasil crescia de modo robusto.
"Tudo o que o setor não precisa agora é de uma nova crise", diz Loureiro, observando, porém, que ainda não se sabe a extensão da nova turbulência, por ora bem menos grave que a de 2008. De qualquer modo, a expectativa para os próximos meses é que o setor tente ajustar os inventários, o que acena com desempenho ruim para o segmento. Loureiro estima hoje um crescimento de apenas 5% para a distribuição de aço em 2011. Na virada do ano, ele chegou a projetar um aumento de 15%.
Indicadores qualitativos sobre estoques também apontam para um acúmulo indesejado de inventários nos últimos meses. É o caso do índice da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que compara o estoque efetivo com o planejado pelas empresas. Ele subiu de 51 pontos, em maio, para 53 pontos em junho - acima de 50, o número indica que mais companhias relatam ter inventários acima do planejado do que abaixo. O indicador da CNI mostra que o acúmulo de estoques indesejados foi mais expressivo nas empresas de grande porte - o número subiu de 51,4 em maio para 54,2 pontos em junho -, mas também se deu nas companhias de pequeno e médio porte.
Dos 26 setores acompanhados pela sondagem da CNI, 17 registraram um indicador superior a 50 pontos. Houve forte acúmulo de estoques em setores como os de têxteis, calçados, máquinas e equipamentos, material elétrico e de comunicação e material de transporte e outros equipamentos de transporte. Alguns deles são os que têm sofrido muito com a competição do produto importado, como é o caso dos quatro primeiros.
A Sondagem da Indústria de Transformação da Fundação Getulio Vargas (FGV), por sua vez, indicou a continuidade do acúmulo de estoques em julho. A fatia de empresas que informaram ter inventários acima do desejado subiu de 5,3% em junho para 6,6% em julho. Ao mesmo tempo, a parcela das que relatam estoques insuficientes caiu de 3,3% para 2,2%.
O comportamento dos estoques aponta para um terceiro trimestre difícil para a indústria, que pode ficar ainda mais complicado caso a crise de fato se agrave e ganhe proporções maiores. Depois de crescer 10,5% em 2010, a produção industrial deve ter uma expansão muito mais fraca neste ano. Montero considera um número na casa de 2% como factível - no primeiro semestre, houve alta de 1,7% sobre igual período de 2010.
Depois do fraco resultado da indústria em junho, quando houve recuo de 1,6% em relação a maio, feito o ajuste sazonal, o economista Alexandre Antunes, da MCM Consultores Associados, revisou a sua estimativa para o setor de 3,8% para 2,5%. O efeito negativo do câmbio valorizado, o aumento do custo da mão de obra e a fraqueza das economias desenvolvidas apontam para um cenário difícil para a indústria, que terá de lidar com estoques elevados.


Lupatech sofre prejuízo de R$ 3,8 milhões no trimestre
Brasil Econômico 10.08.2011 - Receita líquida da companhia chegou em R$ 171,8 milhões no período.  A Lupatech, fornecedora de equipamentos para o setor de petróleo e gás, divulgou nesta quarta-feira (10/8) um prejuízo líquido de R$ 3,84 milhões referente ao segundo trimestre do ano.
No acumulado do primeiro semestre, o prejuízo totaliza R$ 12,7 milhões, inferior à perda de R$ 30,1 milhões do mesmo intervalo em 2010.
A receita líquida da companhia chegou em R$ 171,8 milhões no período, um crescimento de 8% ante o ano passado, graças às vendas do segmento de petróleo e gás.
O termômetro de geração de caixa medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 28,4 milhões no trimestre, um avanço de 15%.


Região de Viracopos terá novo centro de logística
Folha 22.08.2011 - De olho no movimento e na anunciada expansão do aeroporto de Viracopos, a Racional Engenharia vai construir um parque logístico em uma área de 172 mil m2, em Indaiatuba (SP).
No valor de R$ 150 milhões, atualmente em fase de desenvolvimento, o Centeranel Viracopos será vizinho do aeroporto, quando ampliado.
Com área de 90 mil m2 para ser locável, em módulos a partir de aproximadamente 1.800 m2, o empreendimento será o segundo da empresa no setor. A Racional construiu e administra outro centro de distribuição no Rodoanel, que antes de ser concluído foi ampliado.
Newton Simões, presidente da companhia, afirma ainda não ter sentido retração na contratação de novas obras.
"Já temos R$ 1,2 bilhão em carteira para 2012. São grandes projetos que dificilmente serão paralisados", diz. "Não sei como fica agora com esse cenário de crise", acrescenta o empresário que afirma, no entanto, não ter sentido reação no mercado.
Segundo Simões, na área de engenharia, que constrói para grandes clientes, são 16 obras em andamento, com valor médio de R$ 100 milhões. Há cerca de oito ou nove anos, eram de R$ 50 milhões, lembra ele.
O crescimento do setor de shopping centers continua responsável por boa parte da receita da companhia, que constrói atualmente seis centros de compras. A área de incorporação deve a partir deste ano gerar quase metade do caixa da empresa.


GWI perde PL
Valor 22.08.2011 - O patrimônio líquido de alguns fundos da GWI Investimentos registrou quedas muito acentuadas no dia 8, por conta da desvalorização de 25% das ações da Marfrig.
A gestora mantinha posições alavancadas na ação e teve de desmontá-las. O patrimônio do fundo GWI Private, que segundo pessoas do mercado reúne os recursos do investidor Mu Hak You, recuou, do dia 1º de agosto para o dia 5, de R$ 181 milhões para R$ 92 milhões.
Em 8 de agosto, finalizou o dia com apenas R$ 1,9 milhão. O patrimônio do GWI Leverage diminuiu de R$ 54, 2 milhões no dia 5 para R$ 22,2 milhões no dia 8. Ontem, as ações da Marfrig voltaram a apresentar perda acentuada, de 6%, encerrando o pregão a R$ 8,45.


Setor financeiro expõe efeito da crise em seus balanços trimestrais
DCI 11.08.2011 - Mais duas empresas do setor financeiro apresentaram em seu balanço os efeitos da crise financeira, mas de maneiras distintas. O BicBanco adotou uma postura mais conservadora, segurou o ritmo de concessão de crédito e aumentou as provisões contra inadimplência. A BM&F Bovespa sentiu a queda do volume de negócios na Bolsa no primeiro semestre.
O lucro líquido do BicBanco totalizou R$ 66,9 milhões, queda de 18,4% na comparação com o primeiro trimestre. Na soma semestral, o valor chegou a R$ 148,8 milhões, recuo de 16,6% ante o período de janeiro a junho de 2010, quando ficou em R$ 178,4 milhões. A rentabilidade anualizada (Roae) chegou a 13,9% no trimestre, retrocesso de 3,7 pontos percentuais ante o período anterior. O Roae semestral também apresentou queda, de 5,1 p.p., de 20,6% para 15,5% em 2011.
No balanço trimestral detalhado ontem por seus executivos, a BM&FBovespa reportou lucro líquido de R$ 294,12 milhões, 3,8% menor que o do mesmo período de 2010. Além do volume menor no segmento Bovespa, a Bolsa sentiu também a falta de uma estrutura tecnológica para aumentar o volume de high-frequency trading, o que aumenta a velocidade das ordens, e impulsiona o volume de negócios pelos investidores.
A Bolsa ontem apresentou leve alta, de 0,48%, aos 51.395 pontos, mesmo com a queda nas bolsas da Europa. O dólar também fechou em leve queda, a R$ 1,625.


BTG Pactual vê bolsa barata mesmo com queda de lucros
Valor 22.08.2011 -  A bolsa brasileira continuará barata ainda que o cenário para o lucro das companhias em 2012 se deteriore entre 10% e 15%. Essa é a conclusão dos estrategistas do BTG Pactual Carlos Sequeira, Bernardo Miranda e Antonio Junqueira, em estudo divulgado ontem. Nessa situação, o Índice Bovespa seria negociado numa relação entre preço e lucro projetado entre 9 vezes e 9,5 vezes.
Atualmente, essa relação caiu para 8,1 vezes, após as fortes perdas com o estresse internacional gerado pelo corte na nota de crédito dos Estados Unidos.
Segundo os especialistas do BTG, a força da economia doméstica frente aos pares globais leva a uma preferência por ativos expostos ao cenário interno. Neste momento, eles destacam a aplicação nas telefônicas Telesp e TIM, nas varejistas Lojas Americanas e Hering, na empresa de bebidas Ambev, no banco Bradesco, na companhia elétrica Cemig, na concessionária de rodovias CCR, na construtora MRV e na empresa de combustíveis e química Ultrapar.
A seleção deles para este momento leva em conta a combinação de uma posição competitiva no ramo de negócio, receitas recorrentes e baixa dependência do mercado externo.
Diante da piora no cenário internacional, os analistas fizeram um teste de estresse sobre os lucros das empresas, projetado para 2012. Nesse caso, no lugar da estimativa atual de crescimento de 12%, haveria uma queda consolidada nos ganhos de 0,6% - praticamente a devolução do que as empresas avançaram nos 12 meses anteriores.
Nessa nova situação, os lucros das companhias relacionadas com economia doméstica aumentariam em média 7%, enquanto aquelas ligadas a commodities sofreriam com uma redução de 9% dos ganhos. Na projeção anterior, antes do recrudescimento da crise, as empresas expostas ao mercado local teriam alta do lucro em torno de 17% e as atividades ligadas às commodities registrariam aumento de 6% nos ganhos.
Sequeira, Miranda e Junqueira também realizaram alguns outros estudos, focados nas preocupações comuns de situações de nervosismo nos mercados.
De acordo com o levantamento, as ações da Petrobras estão entre aquelas que normalmente têm um desempenho superior ao Índice Bovespa em crises. Também estão nesse grupo Ambev, Ultrapar, Itaú, Copel e Vale (a preferida deles entre as exportadoras).
Por fim, mais um exercício nessa linha é a seleção de uma carteira altamente defensiva, com empresas com prêmio de dividendo e baixa alavancagem. Nesse grupo, a preferência dos especialistas é por Transmissão Paulista, Geração Tietê, Equatorial, Light e Telesp - todas de energia e telefonia, afetadas apenas pela economia doméstica. Os cálculos do BTG Pactual para a relação entre preço e lucro consideram o ganho projetado.
Estudo realizado pelo Valor Data com base no lucro acumulado nos últimos 12 meses mostra que o Índice Bovespa está ligeiramente mais barato neste retorno da crise de 2008 do que na crise original. Após as quedas, a relação entre o preço e o ganho das empresas está em 8,8 vezes, ante a 9,1 vezes do fim de 2008.
O setor de consumo, mesmo após três anos sucessivos entre as preferências dos investidores, também está mais vantajoso neste momento, comparado ao fim de 2008 - 17,2 vezes frente a 18,1 vezes. Ainda assim, o indicador mais do que duas vezes maior do que a média do Ibovespa denota a concentração das apostas. O levantamento do segmento de consumo considerou 26 companhias do Índice de Consumo da BM&FBovespa, excluídas as expostas a mercados externos.


Suíça e Alemanha fecham acordo sobre sigilo fiscal
Valor 22.08.2011 - Os bancos suíços vão pagar uma fatura de 2 bilhões de francos suíços (R$ 4,4 bilhões) ao governo alemão por um acordo bilateral, colocando fim a um conflito sobre o sigilo bancário e abrindo as portas do mercado financeiro alemão.
O acordo fiscal entre a Suíça e a Alemanha coincide com pressões adicionais dos EUA sobre mais bancos suíços acusados de ajudar milionários americanos a evadir somas do fisco.
Com os países desenvolvidos em plena crise da dívida, a cobrança sobre os paraísos fiscais se torna mais aguda. A diferença agora é que os governos preferem soluções mais imediatas, para tentar recuperar bilhões de dólares de seus cidadãos pouco rigorosos com os impostos.
As estimativas são de que os alemães esconderam até € 180 bilhões nos cofres suíços. Com o acordo anunciado ontem, eles serão submetidos à taxação de até 34% da fortuna para regularizar o passado.
A partir daí, os futuros rendimentos de capitais alemães depósitos na Suíça vão ser taxados, e o dinheiro transferido ao fisco alemão, sem porem que os bancos suíços revelem a identidade de seus clientes. Berlim espera já recuperar alguns bilhões de dólares de receita fiscal.
Mas o governo alemão cobrou uma taxa de 2 bilhões de francos como pagamento antecipado. Foi o preço a pagar pelos bancos suíços. Essa dita garantia inicial que os bancos vão pagar foi o ponto mais polêmico nas longas negociações entre os dois governos. Alguns bancos pequenos da Suíça resistiam, alegando que sua clientela estrangeira era mínima e não ia pagar por problemas do passado dos grandes bancos. As cifras iniciais chegavam a 10 bilhões de francos.
Para a Associação de Bancos Suíços, foi vantajoso de toda forma. Com isso, os bancos e seus empregados serão "descriminalizados "na Alemanha, criando uma "sólida base para crescimento de futuras atividades transfronteiras" com a Alemanha. Os bancos dizem que a implementação do acordo lhes custará mais 500 milhões de francos.
Para os suíços, o segredo bancário está parcialmente poupado. Mas a intenção dos EUA é de desmontá-lo. Em agosto de 2009, a pressão de Washington levou o governo suíço a transferir os nomes de 4.450 clientes americanos. Até então, os alvos eram o UBS e o Credit Suisse.
Mas agora as autoridades americanas estão procurando impor pesadas multas contra outros cinco bancos helvéticos, acusados de oferecer estratégias a milionários americanos para escapar dos impostos e abrir contas secretas na Suíça.


BC da Suíça tenta segurar franco, mas ação mostra-se limitada
Valor 22.08.2011 - O Banco Central da Suíça fez ontem a segunda intervenção no mercado em uma semana para frear a extraordinária alta do franco suíço. Mas a questão ao final do dia era: quando será a próxima intervenção?
Até aqui, o efeito das ações do BC suíço mostra-se limitado. Ontem, o franco freou a alta, mas manteve-se em níveis elevados. No final do pregão em Nova York, a moeda suíça perdia 0,78% frente o dólar, para US$ 1,376. Mas, no início dos negócios, na Ásia, já sinalizava ligeira alta, de 0,01%.
A frágil recuperação econômica dos EUA e desaceleração na Alemanha e China, combinadas com a crise da dívida na zona euro, fizeram o dólar desaparecer do radar dos mercados como porto seguro e ter seu status de reserva global questionado. Nesse contexto, o franco suíço passou a ser visto como uma moeda de segurança. Depois de primeira intervenção do BC, na semana passada, a moeda helvética se valorizou mais 6%. Na noite de segunda-feira, chegou à paridade com o euro.
Ontem, o BC reagiu expandindo as operações de liquidez no mercado monetário em mais 40 bilhões de francos, após os 50 bilhões de francos da semana passada. Vai fazer swaps de divisas suplementares (troca de fluxos financeiros), um instrumento de criação de mais liquidez, que foi usado pela última vez pelo BC suíço durante a crise financeira global de 2008.
Os exportadores estão implorando para o BC intervir no mercado de câmbio. "Com o euro abaixo de 1 franco, é extremamente difícil a Suíça exportar", concordou o economista chefe do UBS, Andreas Hoefert.
Ocorre que intervenção no câmbio desde 2008 não deu resultado. O balanço do BC mudou drasticamente, com os investimentos em reservas externas aumentando de 50 bilhões de francos para mais de 210 bilhões de francos - em moedas que estão se desvalorizando.
Para Emile Cardon, analista do Rabobank, da Holanda, o BC suíço está consciente de que, sem uma sólida solução na crise da dívida soberana na Europa, será difícil convencer os investidores a abandonarem o franco suíço. O presidente do BC, Philipp Hildebrand, insistiu que política monetária não dá resultados de imediato e é preciso dar tempo. Mas ele dizia a mesma coisa na semana passada.


Medo de contágio cresce e abala bancos europeus
Valor 22.08.2011 - Uma tempestade de pânico atingiu os bancos europeus, ontem, fazendo despencar as ações de grandes instituições, numa ilustração de que os mercados financeiros esperam mais trepidações e, provavelmente, mais contágio da crise da dívida soberana que tomou conta de vários países da zona do euro.
A pressão sobre a França vem aumentando e os bancos franceses foram especialmente castigados, com o Société Générale chegando a ver suas ações caírem 14,74% ontem, 36,15% no mês de agosto e 50,79% nos últimos doze meses. As do BNP Paribas também perderam valor, com queda de quase 10% ontem, 21,68% no mês e 36,41% em doze meses.
Apesar das declarações das três principais agências de rating (Standard & Poor's, Moody's Investor Service e Fitch Ratings), reafirmando o grau de investimento 'AAA' da França e da garantia de que o país não perderá seu rating antes da eleição presidencial do ano que vem, a percepção entre investidores deteriorou-se.
O presidente Nicolas Sarkozy interrompeu as férias e fez reunião de crise em Paris com ministros e o presidente do Banco Central francês. As declarações oficiais se multiplicaram para garantir que o governo fará todo o necessário para reduzir seu déficit. No entanto, nenhuma medida concreta foi anunciada, fazendo o mercado manter a pressão.
Os spreads de 5 anos de CDS (contratos de credit-default swaps) da França subiram para 175 pontos-base (8,23%), mais do que o dobro do custo de proteção contra o risco de um default da dívida alemã, de 86 pontos-base.
Como os bancos são os maiores detentores dos títulos públicos dos países sob risco de default, o clima de temor se abateu duramente sobre eles, aliado a também a novas inquietações sobre a Grécia e o Chipre.
O Société Générale, segundo maior banco francês, no começo da noite pediu a autoridade de vigilância do mercado para investir a especulação que deflagrou o declínio de quase 15% em suas açôes. O banco reafirmou sua capacidade de "sólidos resultados no futuro'" e negou qualquer problema.
Vendas maçicas de ações atingiram também o BNP Paribas, o maior banco do país. O Credit Agricole perdeu 11,8%, a seguradora AXA, 10,6%, e o Credit Nationale 9%.
Ações de bancos da Itália e Espanha e de outros países europeus também afundaram, em meio ao ceticismo sobre a capacidade das autoridades europeias resolverem tão cedo a crise da divida, com o cenário negativo se ampliando com o atual nivel de desemprego e pouco consumo.
O mercado mostrou também sua desconfiança na capacidade dos bancos italianos se financiarem. As ações de Intesa Sanpaolo e Unicredit, muito volateis, chegaram a ser suspensas. UniCredit perdeu 9,37% e o preço de sua ação caiu abaixo de um euro pela primeira vez desde a crise de 2008. Intesa Sanpaolo teve pesada perda, de 13.7%, o Ubi Banca veio em seguida, com queda de 10,17% nas suas ações.
Em uma única sessão, os dois maiores bancos da Espanha foram os que mais perderam valor: Santander 8,3% e BBVA 7,8%.
"Claramente há o temor de que o contágio seja não apenas sobre os países, mas sobre o sistema financeiro", afirmou Andreas Hoeferd, economista chefe do UBS, em Zurique. Se isso ocorrer, será um novo round das turbulências que até agora decorrem da percepção que as dívidas soberanas são impagáveis, mas que pode se transformar numa crise de crédito.
O mercado reage a cada rumor, mas o fato é que os analistas e investidores consideram que as ações do Banco Central Europeu (BCE), até agora, apenas compraram tempo para que as lideranças políticas da zona do euro tentem solucionar os problemas fiscais que resultaram das políticas de aumento do gasto público quando da crise de 2008.
Hoje, a principal pergunta que o mercado se faz é se essa situação vai ou não ser respondida com um novo Plano Brady, que na crise da dívida externa dos anos 80, que assolou as economias em desenvolvimento. O Plano Brady permitiu o desconto e a reestruturação das dívidas por 30 anos.


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