sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Azul.C.A.19.08

Daily News


Argentina TGLT prepara oferta de BDRs para 2012
Valor 19.08.2011 - A incorporadora argentina TGLT pretende captar recursos no mercado brasileiro em 2012. A companhia já solicitou análise, na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), de emissão de Brazilian Depositary Receipts (BDRs) - desde 2007 nenhum companhia faz uma oferta pública desse tipo de papel na BM&FBovespa.
Federico Weil, fundador da TGLT, sem precisar os valores, afirma que a oferta será significativamente maior do que os US$ 55 milhões captados pela companhia no ano passado, quando listou-se na Bolsa de Buenos Aires.
"Naquele momento não era conveniente para nós fazer uma operação maior. Mas, como estamos crescendo a níveis acima do esperado, entendemos que a partir do ano que vem teremos necessidades de novos recursos."
Neste ano, os lançamentos da TGLT devem somar cerca de US$ 240 milhões, um crescimento de 100% em relação a 2010. Para 2012, a expectativa é que o crescimento continue, embora não em níveis tão elevados.
Os planos de lançar papéis no Brasil existiam desde a abertura de capital. "A liquidez na bolsa argentina é muito pequena e buscamos maior exposição e liquidez no mercado brasileiro", afirma Weil. Na oferta, a maioria dos investidores foi de estrangeiros, americanos, brasileiros e chilenos. "Hoje nossa liquidez está concentrada mais nos ADRs nível 1, colocados no mercado de balcão americano", explica Weil.
Segundo ele, o argentino não tem tradição de comprar ações. "Os principais investimentos sempre foram dólar e imóveis. Como o dólar não anda muito favorável, este é mais um fator para se apostar na demanda do argentino por imóveis", diz. A TGLT é focada em média e alta renda e, conforme o executivo, o governo argentino tem intenção de incrementar o crédito em particular para a média renda no país.
Weil conta que as exigências do mercado argentino são menores do que as brasileiras, mas a companhia não terá problemas em ofertar papéis por aqui. Em seu estatuto, já buscou replicar regras do Novo Mercado - possui apenas uma classe de ações e prevê prêmio de controle (tag along). Esse tipo de preocupação é uma das influências de sua principal acionista, a brasileira PDG, que entrou no capital da TGLT em 2007 e é considerada um sócio estratégico.
Após a oferta inicial de ações, a PDG ficou com 27% da TGLT e Weil, com 22%. O restante está em circulação no mercado.
A TGLT está presente nas maiores cidades argentinas e também em Montevidéu, no Uruguai. Nessas cidades, explica, o crescimento tem acontecido via revitalização de áreas portuárias. Weil acredita que a companhia atrairá novos investidores por oferecer essa exposição ao crescimento imobiliário previsto para esses dois países.


Nordeste atrai os líderes do mercado de porta a porta
DCI 19.08.2011 -  A Avon viu a cidade pernambucana de Araripina ser campeã de vendas, com 2.500 vendedores, o que comprova como o impulso econômico do nordeste alavanca o varejo de porta a porta.
"Estamos em uma região com poucas opções de varejo, e o folheto de oferta da Avon é como um shopping", disse Juliana Muniz Ferreira, gerente de setor da Avon na região. Outra de olho nessa área geográfica é a Eudora, do grupo O Boticário, que se dirige a Fortaleza (CE), Salvador (BA) e Recife (PE) e, além da venda direta, quer ter lojas lá no quarto trimestre. "O nordeste tem alta aderência ao consumo de cosméticos", crê o diretor de Trade e Canais de Eudora, Ivon Neves. O presidente da marca Jequiti, Lásaro do Carmo Jr., também é entusiasta da região, "que consome mais em perfumaria".


Recompra de ações amortece queda da bolsa
Valor 19.08.2011 - Se não fossem as recompras de ações realizadas pelas empresas, provavelmente o desempenho do Índice Bovespa seria muito pior. No ano, até ontem, o Ibovespa acumula desvalorização de 23,33%. Diante da derrocada de preços, muitas companhias estão aproveitando para adquirir papéis próprios no mercado. E enquanto as empresas compram, o investidor local bate em retirada.
Dados da BM&FBovespa mostram que, no ano, até o dia 16, o saldo líquido (compras menos vendas) das empresas está positivo em R$ 5,862 bilhões. Só neste mês, as companhias realizaram compras no valor de R$ 1,360 bilhão até o dia 16, já que os dados da bolsa têm defasagem de dois dias.
Ontem, a Saraiva engrossou a lista de empresas que anunciaram programa de recompra. A empresa vai adquirir até 150 mil ações preferenciais (PN, sem voto) de sua própria emissão. O total corresponde a 0,8% dos papéis que estão em circulação no mercado (18,5 milhões de ações PN). Com isso, sobe para 48 o número de companhias com programas de recompra de ações em andamento.
Mas enquanto as empresas aproveitam o momento para comprar ações mais baratas, o investidor local parece não estar disposto a esperar para ver como essa crise vai acabar. As pessoas físicas, por exemplo, já retiraram pelo menos R$ 5,052 bilhões da bolsa no ano, dos quais R$ 444,926 milhões somente em agosto, até o dia 16. Em número de investidores, a bolsa já perdeu no ano 12.682 aplicadores, passando de 610.915 no início do ano para os atuais 598.233.
É bastante preocupante haver fluxo positivo apenas por parte das empresas, avalia César Crivelli, analista técnico da Citi Corretora. "Hoje, existem várias ofertas de recompra de ações em andamento e, quando essas recompras cessarem, quem vai segurar o mercado? Ninguém", diz ele.
O mesmo movimento de venda de ações é visto entre os institucionais - fundos de pensão e seguradoras -, que já retiraram R$ 2,371 bilhões no acumulado do ano, dos quais R$ 918,559 milhões somente em agosto, até o dia 16.
Os investidores externos também registram saídas, embora em níveis bem menores do que os aplicadores locais. O saldo dos estrangeiros no ano está negativo em R$ 54,321 milhões, mas foi apenas nos últimos dias que as vendas superaram as compras. No mês, as saídas somavam R$ 343,170 milhões, até o dia 16.
Embora a chance de novas quedas não possa ser descartada, há oportunidades no mercado e esta pode ser a hora de o investidor ir às compras. É preciso, no entanto, separar o joio do trigo, comprando com muito cuidado e critério. "Do contrário, o investidor corre o risco de comprar um papel com fundamentos frágeis, só porque ele registra uma queda acentuada", diz um gestor que preferiu não ter o seu nome citado.
Para se ter ideia, entre os papéis que compõem o Ibovespa, 12 caem mais de 40% no ano. Dentro desse grupo estão ações que caíram injustamente e, portanto, podem esboçar uma boa recuperação assim que o mercado melhorar. "Mas também há papéis que possuem motivos de sobra para terem apanhado com a recente deterioração da bolsa", diz o gestor. "Tem papel que ficou barato e que merece ficar ainda mais."
Na avaliação dele, as ações de Vale, Lojas Renner, B2W e algumas elétricas, como a Cesp, têm plenas condições de se recuperar e, portanto, se mostram como opções interessantes neste momento. Já papéis de companhias como Gol, TAM, Natura, Hypermarcas e Marfrig não possuem fundamentos suficientes para embarcar numa recuperação, diz ele. O investidor deve estar disposto a arriscar mais, comprando papéis como Gol e TAM, em momentos em que o mercado é mais fácil, diz o gestor. "Já em fases mais complicadas, em que tudo cai, não faz sentido arriscar tendo ações de empresas muito mais seguras valendo tão pouco."
No mercado futuro, a maior parte dos estrangeiros acredita na queda do Ibovespa. Até ontem, as posições vendidas (que apostam na desvalorização do índice) superavam as compradas (que apostam na alta) em 105.473 contratos. Já as pessoas físicas tinham posição vendida em 285 contratos. Os institucionais, por sua vez, apostavam na alta e tinham posição comprada de 95.858 contratos.


Renova investirá R$ 725 mi em projetos vencedores do A3
Exame 18.09.2011 -Após o A-3, a Renova passa a ter um total de 1.069 MW em projetos com energia vendida.
A Renova Energia investirá cerca de 725 milhões de reais para viabilizar os 9 parques eólicos, com 212,9 MW de capacidade instalada, que venceram o leilão A-3 de energia realizado na última quarta-feira, disse à Reuters o diretor administrativo e financeiro e de Relações com Investidores, Pedro Pileggi, nesta quinta-feira.
Após o A-3, a Renova passa a ter um total de 1.069 MW em projetos com energia vendida.
A empresa vendeu energia a preços abaixo de 100 reais por MWh no leilão de quarta-feira, representando uma redução de cerca de 20 por cento no preço da energia dos projetos da companhia vendidos em leilão em 2010, ressaltou Pileggi.
"Nós vemos o setor se consolidando e então percebemos que as variáveis para ser competitivo é um capex (investimento) baixo, bons sites (locais para instalação de eólicas) e custo de dinheiro barato", disse Pileggi, acrescentando que há uma competição acirrada entre os fornecedores de equipamentos.
A Renova fechou um pré-contrato com a General Electric para o fornecimento de turbinas para os parques vencedores no leilão, que serão instalados na Bahia.
A empresa pretende financiar até 75 por cento de cada projeto por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
No leilão de Reserva desta quinta-feira, a Renova não chegou a vender energia, embora tenha participado. A companhia vendeu 50 por cento do total de potência habilitada para os dois certames.
Segundo Pileggi, a empresa ainda tem 2 mil MW em portfólio para futuro desenvolvimento, em diferentes estágios.
A Light fechou um acordo com a Renova em julho para aquisição de 26,2 por cento do capital total da companhia de energia eólica.


Legislação impede Bunge de expandir área de terra no País
Estadão 18.08.2011 - Pela atual legislação sobre a propriedade de terras por estrangeiros, a companhia não poderia construir novos greenfields.
Os investimentos da Bunge no Brasil até 2016 estão concentrados para expansão industrial e suas oito usinas porque, pela atual legislação que versa sobe propriedade de terras por estrangeiros, a companhia não poderia construir novos greenfields. A informação é do presidente da Bunge Brasil, Pedro Parente. Ele explicou que a legislação atual limita a posse de terra por empresas de capital estrangeiro e que, para a construção de novos greenfields, é necessária a expansão da área de terra, e a Bunge já atingiu o limite permitido pela lei.
"Mudanças na lei estão sendo discutidas e a presidenta Dilma Rousseff, com quem nos encontramos hoje, mostrou a maior boa vontade em realizar ajustes para incrementar a matriz energética renovável do Brasil", disse Parente. O executivo ressaltou, contudo, que enquanto o quadro jurídico atual não permitir a expansão das terras, os investimentos serão feitos na expansão industrial e em cana de açúcar de fornecedores.
O presidente mundial da Bunge, Alberto Weisser, disse que a expectativa é de que as oito usinas da Bunge cheguem a um processamento de cana de 40 milhões de toneladas, sendo 5 milhões de toneladas em cada uma. O plano de negócios divulgado hoje, que vai até 2016, prevê a expansão da atual capacidade de moagem de 21,5 milhões de toneladas para 30 milhões de toneladas de cana por ano. "Os outros 10 milhões de toneladas seriam expandidos depois de 2016", disse Weisser.
O executivo destacou a importância do Brasil nos investimentos mundiais da Bunge. Segundo ele, em 2012,  a companhia investirá US$ 1,2 bilhão a nível mundial, dos quais US$ 500 milhões serão na área de cana do Brasil.
Parente disse também que a Bunge do Brasil vai passar de um ciclo de investimentos de US$ 400 milhões ao ano realizados nos últimos quatro anos para um novo ciclo de investimentos de US$ 500 milhões ao ano nos próximos cinco anos. "Com os investimentos anunciados hoje, a Bunge terá investido US$ 4,5 bilhões no setor sucroalcooleiro do Brasil até 2016", afirmou.
Operações logísticas: Segundo o presidente da Bunge Brasil, a companhia também está preparada para expandir suas operações logísticas de acordo com o crescimento da sua oferta de açúcar e etanol. Parente disse que investimentos devem ser realizados nos terminais portuários da empresa.
Sobre a reunião com a presidente Dilma Rousseff realizada hoje em São Paulo, Weisser disse que temas mundiais importantes foram abordados e que a presidente mostrou-se muito preocupada com a responsabilidade que o Brasil tem na oferta de alimentação para o mundo. O presidente mundial da Bunge disse ainda que Dilma mostrou-se comprometida em contribuir para que o setor sucroalcooleiro consiga elevar a oferta de etanol.


Bunge planeja expansão de US$ 2,5 bi em açúcar e álcool
Valor 19.08.2011 - Weisser (esq.), ao lado de Parente: "Estamos buscando comprar indústrias desse segmento, e nossos alvos estão na Tailândia, Índia leste da África e Austrália".
A multinacional americana Bunge anunciou ontem que vai investir US$ 2,5 bilhões no Brasil entre 2012 e 2016 para elevar a capacidade de moagem de cana-de-açucar de suas oito usinas no país das atuais 21 milhões de toneladas para 30 milhões. Com isso, informou o brasileiro Alberto Weisser, presidente mundial da Bunge, a produção de etanol e de açúcar da empresa deverá crescer 50%, enquanto a cogeração de energia com bagaco de cana aumentará seis vezes.
Antes desse anúncio, realizado em São Paulo paralelamente a encontro da cúpula da companhia com a presidente Dilma Rousseff, a Bunge já contabilizava investimentos em cana-de-açucar no Brasil da ordem de R$ 5 bilhões, ou algo próximo de US$ 2 bilhões. Assim, o novo aporte significará para a multinacional mais que dobrar o que já foi aplicado até agora nesse segmento no país.
De acordo com Weisser, quase a totalidade desses recursos programados até 2016 virá do próprio caixa da empresa. Ele diz que está descartada a emissão de novas ações - a empresa é lista na bolsa de Nova York. No máximo, admite, a companhia poderá aumentar um pouco sua dívida com o lançamento de títulos no mercado, como bonds.
Segundo Weisser, crescer em açúcar e bioenergia no Brasil é estratégico para a multinacional, daí o montante de investimentos previsto. A empresa, no entanto, procura oportunidades para expandir sua produção de açúcar também fora do país, como já tentou fazer este ano na Austrália ao tentar adquirir uma empresa local de produção de açúcar. "Estamos buscando comprar indústrias desse segmento, e nossos alvos estão na Tailândia, na Índia e no leste da África, além da Austrália", adiantou o executivo.
Na Argentina, a empresa também estuda implantar uma usina de etanol de milho, nos moldes das duas unidades que tem nos Estados Unidos. "Ainda estamos estudando esse projeto. Principalmente por causa do câmbio no Brasil, o custo de etanol de milho está mais baixo do que o de cana aqui", diz.
Ele não descartou investimentos em usinas novas ou aquisições no período entre 2012 e 2016, quando a ampliação das unidades já existentes estará em curso. Mas ressaltou que as oito unidades em operação da multinacional ainda têm potencial para crescer acima de 30 milhões de toneladas de capacidade. "Poderemos, sim, a partir de 2015 continuar o plano de expansão e elevar a capacidade de moagem dessas unidades em mais 10 milhões de toneladas, totalizando 40 milhões de toneladas", avisa.
Sobre construção de usinas novas, o presidente da Bunge no Brasil, Pedro Parente, pondera que neste momento ainda não há viabilidade econômica nesse tipo de projeto. "Serão necessários estímulos governamentais para que eles aconteçam, e acredito que o governo já esteja trabalhando neles", afirmou Parente, poucos minutos após reunião de mais de duas horas com a presidente Dilma. Referindo-se à restrição de compra de terras por estrangeiros, ele acrescenta que as multinacionais terão essa dificuldade adicional para construírem "greenfields", uma vez que usinas novas demandam pelo menos uma parcela de canaviais em terras próprias para oferecer garantia mínima de oferta da material-prima.
Os dois executivos não descartam novos investimentos em logística para suportar o crescimento programado de 50% na produção de açucar e etanol. Afora os aportes recém anunciados em cana, a Bunge em 2011 está aplicando no país cerca de US$ 350 milhões nessa área, sobretudo já para elevar em mais 70 mil hectares seus canaviais.


Por que a Bunge vai investir US$ 2,5 bi no Brasil, em seis respostas do CEO mundial
Exame 18.09.2011 - Alberto Weisser e Pedro Parente, CEO do Brasil, justificam os US$ 2,5 bilhões que a Bunge investirá no país.
A Bunge anunciou, nesta quinta-feira (18/8), que vai investir 2,5 bilhões de dólares no Brasil até 2016. A dinheirama servirá para que a empresa se torne autossuficiente em energia, além de gerar excedente de energia para vender a clientes.
Os planos da Bunge para os próximos cinco anos no Brasil nos setores de açúcar e bioenergia têm um propósito fundamental: fazer a companhia crescer em um setor no qual ela ainda não mantém a liderança.
Em entrevista a EXAME.com, Alberto Weisser, presidente do conselho de administração e CEO mundial da Bunge, e Pedro Parente, presidente da Bunge no Brasil, os executivos afirmaram que há interesse comercial na operação e que o retorno previsto é maior que a cifra bilionária que a empresa vai investir.
Confira, a seguir, trechos da entrevista concedida por eles por telefone:
EXAME.com – O que significa para a Bunge deixar de ser consumidora a geradora de energia no país?
Alberto Weisser – Estamos muitos orgulhosos com esse investimentos, além do lado sustentável da operação , há também o interesse comercial da operação. Não dá para falar de valores, ainda, mas a equação fundamental que podemos fazer é que o retorno é maior que o que vamos investir, senão não valeria a pena.

EXAME.com – Qual a meta de produção de energia? Até 2014, vocês querem ser autossuficientes, correto?
Pedro Parente – A nossa produção hoje é 250 GWh por ano, mas consumimos GWh por ano. Até 2016, estimamos que nossa produção chegue a 1500 GWh. A combinação será perfeita, pois reduzirá os custos da companhia, além do retorno.
EXAME.com – Por que o setor de açúcar e energia é importante para Bunge?
Weisser – Entramos nesse segmento recentemente, em 2006, e é um dos únicos que ainda não somos líderes. Já somos muito grandes em outros setores, como óleo e fertilizantes.  Queremos crescer com velocidade neste a partir de agora. 
EXAME.com – Os investimentos contemplam a construção de alguma nova unidade fabril?
Parente – Não. Vamos investir na ampliação das nossas oito usinas já existente. Nossa meta é ampliar capacidade. Queremos chegar a capacidade de 50 milhões de toneladas ano nos próximos cinco anos.
EXAME.com – Os recursos utilizados virão de onde?
Weisser – Vamos utilizar recursos próprios da companhia. Os primeiros investimentos que fizemos não geraram muito retorno, pois eram greenfield (começado do zero), mas a partir de agora será cada vez melhor, os custos já são fixo.
EXAME.com – Há outros investimentos como esse feito pela Bunge em outras partes do mundo?
Weisser – Nessas proporções não. Acreditamos no potencial do mercado brasileira para avançar neste setor.


Bunge vai investir US$ 2,5 bi em etanol
Folha 19.08.2011 - Mais da metade do investimento será destinada ao plantio e à renovação de canaviais e à compra de máquinas.
Companhia pretende ampliar em 50% a capacidade de produção nas suas oito usinas de açúcar e de etanol. Uma das maiores processadoras de alimentos do país, a Bunge Brasil anunciou ontem um investimento de US$ 2,5 bilhões (R$ 3,95 bilhões) em aumento de capacidade de produção de açúcar, etanol e energia elétrica.
Cerca de 55% desse total será destinado à parte agrícola: plantio e renovação de canaviais, aquisição de máquinas, entre outros.
O anúncio acontece um dia depois de a Petrobras -em meio a críticas sobre a falta de capacidade do setor de atender a demanda pelo etanol- divulgar investimentos de R$ 520,7 milhões em Goiás em parceria com o grupo São Martinho.
Desde a crise de 2008, praticamente não foi feito nenhum grande investimento em plantio e ampliação de capacidade no setor. A crise pegou diversas usinas com alto endividamento, e muitas entraram em recuperação judicial ou foram vendidas.
O plano de investimentos da Bunge, anunciado pelo presidente mundial da companhia, Alberto Weisser, em reunião de duas horas com a presidente Dilma Rousseff e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em São Paulo, compreende os anos de 2012 a 2016.
Ele deverá ampliar em 50% a capacidade de processamento de cana-de-açúcar das oito usinas do grupo -de 21 milhões de toneladas para 30 milhões de toneladas.
Segundo o presidente da Bunge Brasil, Pedro Parente, os investimentos em plantio e renovação de canaviais deverão acompanhar a ampliação da capacidade de moagem.
Atualmente, as usinas operam aquém da capacidade por falta de cana. "Os investimentos que estamos fazendo neste ano já nos permitirão alcançar a capacidade atual de moagem."
Entre expansão de novas áreas e renovação de canaviais, só em 2011 serão 70 mil hectares, dos quais 50 mil hectares de área própria.
Mesmo com esse investimento, Parente não descarta a possibilidade de importar etanol de milho das usinas do Grupo Bunge nos EUA.
Segundo o executivo, a ampliação de capacidade até 2016 visa atender o mercado doméstico, mas também poderá ter como destino o exterior.
"Temos flexibilidade de atuar nas duas pontas, exportando ou importando, de acordo com a necessidade de cada mercado", diz Parente.
No encontro de ontem à tarde, Parente diz que a presidente Dilma demonstrou preocupação em manter um suprimento regular de etanol para não abalar a confiança do consumidor.
Cogeração: O investimento anunciado ontem elevará em seis vezes a cogeração de energia do Grupo Bunge.
Quando estiver em plena capacidade, a energia gerada será capaz de atender a demanda de uma cidade de 4 milhões de habitantes.
Hoje, a Bunge consome cerca de 700 GWh por ano em suas operações.
A intenção é tornar-se autossuficiente até 2014 e comercializar o excedente.


Aneel estuda usar Encargo no incentivo à hídricas existentes
Estadão 18.08.2011 - O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, afirmou que a agência deve publicar uma resolução em que permite do uso Encargo de Serviços de Sistema (ESS) para remunerar os geradores que invistam na ampliação da capacidade das hidrelétricas existentes. "Isso seria classificado como serviço anciliar, permitindo que seja remunerado pelo ESS", afirmou o executivo, após coletiva de imprensa sobre o resultado do leilão de energia de reserva.
Nos estudos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o sistema precisará, nos próximos anos, que a geração térmica seja despachada para atender a demanda durante os horários de pico. Para evitar o encarecimento da conta de luz dos consumidores, já que a geração térmica é mais cara, o operador defende que o governo federal estimule os investimentos para ampliar a capacidade instalada das hidrelétricas existentes. Com base em levantamento produzido pela Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), o ONS informou que o potencial para ampliação das usinas existentes chegaria a 5 mil MW.
Muitas hidrelétricas do País, como algumas da Cesp e da Chesf, foram construídas com espaço para a colocação de novas unidades geradoras. Contudo, esse investimento não foi feito porque a adição das novas máquinas não acrescentaria volumes significativos de energia assegurada, que é aquilo que efetivamente as empresas podem comercializar no mercado. A adição de novas turbinas, na prática, adicionaria apenas capacidade instalada.
Hoje, o despacho das térmicas também é remunerado por meio do ESS. Hubner afirmou que o estudo em curso na Aneel é para verificar se seria mais econômico ao consumidor usar o ESS para remunerar as térmicas no horário de ponta ou a expansão das hidrelétricos existentes. "Devemos fechar uma proposta sobre essa questão em breve e colocá-la em audiência pública para discussão", afirmou Hubner, dizendo que a decisão deve sair ainda em 2011.
Para o regulador, contudo, essa é apenas uma solução intermediária. Hubner explicou que a medida definitiva seria a criação de um contrato de potência, que remuneraria o gerador pela potência adicional instalada. Isso, contudo, depende de uma decisão do Ministério de Minas e Energia (MME).


Funcef aprova compra de mais 2,5% em Belo Monte
Com a decisão tomada, o fundo, que já é sócio da usina, deve agora fechar negócio com alguns dos parceiros que devem deixar o projeto.
Hoje, a Funcef tem uma participação, direta e indireta, de 3,75 por cento na Norte Energia, concessionária de Belo Monte.
A diretoria da Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal, aprovou a compra de mais 2,5 por cento de participação no projeto da hidrelétrica de Belo Monte, disse um executivo.
Com a decisão tomada, o fundo, que já é sócio da usina, deve agora fechar negócio com alguns dos parceiros que devem deixar o projeto.
"Temos alguns vendedores, que somam muito mais do que 2,5 por cento à venda. De quem nós vamos comprar divulgaremos mais à frente", disse nesta quinta-feira à Reuters o diretor de investimento do fundo, Demosthenes Marques.
Hoje, a Funcef tem uma participação, direta e indireta, de 3,75 por cento na Norte Energia, concessionária de Belo Monte. O fundo tem 2,5 por cento de cota direta e mais um quarto do Fundo de Investimento em Participações (FIP) que possui outros 5 por cento do empreendimento, o Caixa FIP Cevix.
Assim, com a efetivação da compra, a fatia direta e indireta detida pela Funcef aumentará para 6,25 por cento, mas, como destacou Marques, incluindo o FIP, o fundo de pensão estará dentro de um grupo que deterá 10 por cento do projeto.
Uma fonte na Norte Energia já havia dito à Reuters na semana passada que uma fatia de até 12,27 por cento do projeto de Belo Monte deve mudar de mãos até o fim deste mês.
Os vendedores de cotas são as empreiteiras que entraram como sócias do projeto. Segundo essa fonte, entre elas estariam a OAS e o grupo Queiroz Galvão, que possuem cada uma 2,51 por cento da Norte Energia, consórcio administra o projeto.
Os demais 7,25 por cento referem-se às participações de seis outras construtoras cujas fatias já vêm sendo negociadas há alguns meses: J. Malucelli Construtora (1 por cento), Galvão (1,25 por cento), Cetenco (1,25 por cento), Contern (1,25 por cento), Serveng (1,25 por cento) e Mendes Júnior (1,25 por cento).
Com potência de 11,2 mil megawatts (MW), a usina de Belo Monte, no rio Xingu (PA) é o maior projeto de energia elétrica do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).


Energia eólica já é mais barata do que a térmica a gás no Brasil
Folha 19.08.2011 - Foram contratados quase 2.000 MW por menos de R$ 100 por MWh; preços surpreendem.
Governo diz que os dois leilões desta semana revelam novo paradigma para as energias renováveis. O custo da energia eólica no Brasil, uma das principais fontes renováveis do mundo, já é menor do que o da energia elétrica obtida em termelétricas a gás natural.
O governo classificou essa situação como o novo paradigma do setor elétrico brasileiro. Em alguns casos, a energia eólica também tem custo inferior ao das usinas movidas a biomassa de cana.
Esse foi o principal resultado dos dois leilões realizados pelo governo entre quarta e ontem, em São Paulo.
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) organizou leilões para garantir a oferta de energia às distribuidoras a partir de 2014. Foram contratados 1.929 MW em nova capacidade, que terá de ser montada em três anos.
Hoje, dos 110.000 MW de potência instalada no Brasil, 5.700 MW são provenientes de energia eólica.
Os preços dessa energia surpreenderam. Os valores por MWh (megawatt-hora) oscilaram entre R$ 99,54 e R$ 99,57 (a térmica a gás, em geral, está acima de R$ 120). Em leilões anteriores, o preço da eólica estava acima de R$ 130 o MWh.
Há pouco mais de dois anos, o valor passava de R$ 200 por megawatt-hora.
Aerogeradores: A situação do setor começou a virar neste ano. Só com a contratação de ontem, o Brasil viabilizou a montagem de mil aerogeradores.
Segundo Maurício Tolmasquim, presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), existem quatro empresas produzindo aerogeradores no Brasil.
"Nós nos certificamos se essa demanda contratada nos dois leilões poderia ser atendida pela indústria local. E a resposta é que há capacidade para atender", diz.
As quatro fábricas têm capacidade anual para montar 2.800 MW em aerogeradores, ou 1.400 unidades.
Além dessas fábricas, o governo informou que outras quatro empresas discutem com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a instalação de unidades industriais.
O consumidor será beneficiado com essa redução de preço, mas o efeito ainda será residual na conta de luz.


Crise empurra estrangeiros para leilões no Brasil
Valor 19.08.2011 - Ricardo Simões, presidente da ABeólica, diz que margens de investidores e fornecedores caíram fortemente
Enquanto os mercados financeiros derretem mundo afora em função da crise que atinge Europa e Estados Unidos, o setor elétrico brasileiro nada contra a corrente e colhe frutos da fuga de capitais desses países. Em dois dias, o governo federal realizou leilões de energia que vão movimentar R$ 10 bilhões em investimentos diretos no país em um espaço de dois anos e meio. Cerca de 80% desse total será de investimento privado. Do capital privado, 25% virá de grupos de energia europeus como Abengoa, Endesa, Enel, Gestamp e Voltalia.
Mas a participação estrangeira não parou por aí. Empurrados pela crise, os fornecedores mundiais de equipamentos de energia eólica - sem chance de vender em seus mercados tradicionais pelos próximos anos - voltaram seus olhos para o país de forma agressiva e foram os grandes responsáveis pela queda dos preços desse tipo de energia nos leilões que aconteceram nos últimos dois dias. A eólica foi negociada abaixo de R$ 100 o MWh e passou a ser comparável com a energia hidrelétrica.
O presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABeólica), Ricardo Simões, diz que esse é um movimento claro dos fornecedores, já que 70% do investimento em um parque eólica é feito em equipamentos. "Mas investidores e fornecedores baixaram margens", diz Simões. Os fornecedores que mais venderam equipamentos foram a americana GE, a espanhola Gamesa e a argentina Impsa. Todos eles com produção local. As duas últimas fecharam contratos com o consórcio liderado pela Rio Bravo Investimentos e que tinha a Eletrosul como sócia. A competição no Brasil no setor de energia eólica surpreendeu até mesmo o governo federal, que não esperava um deságio tão grande no leilão.
Leilões também foram marcados pela estreia das brasileiras Rio Bravo e Odebrecht Energia no setor eólico
"É uma quantidade alucinante de fornecedores entrando no país porque os mercados europeus e americanos não compram mais equipamento eólico", diz um importante executivo de uma firma estrangeira que também produz equipamentos no país. O número de fornecedores com fábricas no Brasil já chega a uma dezena. Os preços baixaram tanto que o diretor da Rio Bravo Investimentos, Fábio Okamoto, diz que se descobriu, com esse leilão, que é possível comprar equipamento produzido no Brasil com preços melhores do que os chineses. "Chinês não leva vantagem em tudo", diz Okamoto. A Rio Bravo foi a grande vencedora da parte eólica do leilão. A empresa é majoritária em todos os parques vendidos em conjunto com a Eletrosul e também em parques vendidos com a Servitec no Nordeste. Ao todo, o fundo de investimentos vai erguer mais de 500 MW e investir cerca de R$ 2 bilhões.
As estatais da Eletrobras participaram com afinco do leilão, mas sempre em posição minoritária para manter as sociedades como empresas privadas. Além da Eletrosul, Furnas e Chesf venderam energia. Furnas em parceria com o consórcio Famosa (BMG e Ventos Tecnologia) e a Chesf em sociedade com o grupo francês Voltalia. O leilão também foi marcado por estreantes. Além da Rio Bravo, a Odebrecht Energia vendeu a produção de parques que terão capacidade de 120 MW, com fornecimento de equipamentos da francesa Alstom.
Dos R$ 10 bilhões totais em investimentos nos mais de 3 mil MW de capacidade instalada negociada, cerca de R$ 6,5 bilhões serão aplicados nos parques eólicos, que juntos terão 1,9 mil MW. Outros R$ 2 bilhões vão ser investidos pela Petrobras e MPX Energia que venderam energia de termelétrica movidas a gás natural e juntas têm capacidade de 1.000 MW.
Outro destaque do leilão foi a Renova Energia que vendeu parques com capacidade de 212 MW. O diretor da empresa, Pedro Pileggi, aponta três motivos para conseguir baixar preço: o câmbio que caiu 10% em relação ao leilão do ano passado, as sinergias dos parques da empresa que vão somar 1.000 MW todos no Nordeste do país e ainda a forte competição dos fabricantes de equipamentos. "Esses fornecedores precisam viabilizar o volume para justificar a produção local e precisamos de índice de nacionalização para o financiamento do BNDES", diz Pileggi.


BR Insurance quer dobrar aquisições até o fim do ano
Valor 19.08.2011 - Padilha, presidente: "Quando acabar o dinheiro da oferta, usaremos o caixa"
A maratona de aquisições a que BR Insurance deu largada no início deste ano deve fazer a holding de seguros chegar a dezembro com 39 empresas, 12 a mais do tinha quando estreou na bolsa em outubro do ano passado. De janeiro para cá, a companhia comprou seis corretoras, totalizando um gasto de R$ 128 milhões. O objetivo é, até o fim do ano, aplicar mais R$ 100 milhões em outras seis aquisições.
"Existem atualmente 60 operações em andamento. Mas cada empresário tem o seu 'time' ", afirma o presidente da companhia, Bruno Padilha.
Segundo o executivo, as compras devem permanecer em ritmo acelerado em 2012, ano em que o gasto previsto com esse tipo de negócio deve ficar por volta de R$ 200 milhões.
A BR Insurance atua em sete ramos de seguros - garantia, automóveis, transportes, grandes riscos, vida, saúde e bens. Somente esses dois últimos segmentos representam 65% do negócio. "São as áreas mais rentáveis e com maiores perspectivas de crescimento", aponta Padilha. Por isso, os segmentos de bens, saúde e vida serão o foco principal das novas aquisições.
O dinheiro levantado na oferta primária da abertura de capital da holding (R$ 350 milhões), no entanto, não deve ser suficiente para concretizar os planos até 2012. "Quando acabar o dinheiro, começaremos a usar o nosso caixa", explica Padilha.
Os resultados da companhia no primeiro ano de operações têm surpreendido os analistas. O lucro da empresa dobrou, para R$ 24 milhões, no segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. A comparação simula como se, já naquele período, as corretoras estivessem unidas em uma só gestão.
O HSBC, que acompanha a companhia, destaca um efeito imediato à integração das operações da holding. "Os custos operacionais tiveram queda de 2,1% em relação ao primeiro trimestre, mostrando que a execução das estratégias de custos da administração começou a trazer benefícios antes do esperado", aponta relatório da instituição divulgado na segunda-feira.
Os bons números da companhia refletem outros dois fatores: o compartilhamento de carteiras de clientes entre corretoras de diferentes segmentos e o aumento do poder de barganha das comissões passadas das seguradoras aos corretores.
Na prática, a BR Insurance consolidou-se como a primeira holding em um mercado pulverizado, que conta com 65 mil agentes de corretagem dispersos, incluindo autônomos e empresas de pequeno e médio porte. "Conseguimos aumentar em 15% o valor das comissões praticadas", diz Padilha.
Ex-diretor da área de mercado de capitais do Unibanco, o executivo tem apenas 36 anos. Em maio, saiu do conselho de administração para assumir a presidência da BR Insurance.
Ao lado de José Ricardo Fausto, atual diretor de operações da holding, Padilha era sócio da Gulf Investimentos quando visualizou o modelo da BR Insurance. Hoje, o fundo tem 17% do capital da companhia.
Em boa medida, o negócio foi inspirado no formato da BR Brokers, holding de imobiliárias - também formatada pela Gulf Investimentos - que abriu o capital em 2007. "Por si só, o setor de seguros cresce 20% ao ano."
Ontem cotados a R$ 17,10, os papéis da BR Insurance acumulam alta de 27% desde a sua estreia na bolsa. O valor de mercado da companhia é de R$ 1,54 bilhão.
Em julho, cada ação da empresa foi dividida em cem. Esse desdobramento deve ampliar o acesso de pessoas físicas à companhia, que fez oferta pública inicial apenas para investidores qualificados. "A meta é atingir um volume de R$ 6 milhões de negociações diárias até o fim do ano", diz Padilha. A liquidez média, no segundo trimestre, foi calculada em R$ 4,4 milhões ao dia, alta de 33% em relação aos três primeiros meses do ano.
O HSBC calcula preço-alvo em 12 meses de R$ 26,30 para os papéis da BR Insurance, enquanto o BTG Pactual aponta para R$ 26,50 e o Morgan Stanley, para R$ 31. A recomendação das três instituições é de compra. Neutro, o JP Morgan tem preço-alvo de R$ 19.


Fundo de "private equity" da Gávea pode chegar a US$ 2 bi
Valor 19.08.2011 - A Gávea Investimentos, gestora fundada pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, concluirá nos próximos dias a captação de um fundo de "private equity" de pelo menos US$ 1,8 bilhão.
O volume, que é o maior já registrado na indústria de fundos de participações em empresas no Brasil, ainda poderá engordar um pouco, alcançando até R$ 2 bilhões. Isso porque a Gávea ainda aguarda a definição do aporte de dois investidores. O último fundo da gestora foi de US$ 1,2 bilhão.
Esse é o quarto fundo de private equity da Gávea, sendo que os anteriores acumulam um portfólio de cerca de 20 empresas, como a companhia aérea Azul, a produtora de álcool e açúcar Cosan e a editora Santillana, somando R$ 5 bilhões.
Segundo Christopher Meyn, gestor da Gávea, os investidores do quarto fundo são praticamente os mesmos que já aplicaram nos anteriores.
"São quase que 100% estrangeiros, que já viram, pelo menos parcialmente, o desempenho dos fundos anteriores", diz ele.
Ou seja, esse novo fundo ainda não contou com o poder de captação da Highbridge, gestora de ativos alternativos do J.P. Morgan que comprou 55% da Gávea em outubro do ano passado por US$ 270 milhões.
Apesar de a captação ainda não estar totalmente concluída, o novo fundo já fez seu primeiro investimento. A Gávea mais as gestoras Vinci e Kinea compraram 47,2% da locadora de carros Unidas em junho deste ano. Cada um dos fundos desembolsou R$ 100 milhões na empresa. O objetivo dos investidores é fazer da Unidas uma consolidadora do mercado de aluguel de carros e de terceirização de frotas.
Segundo Meyn, o novo fundo da Gávea vai procurar companhias que possam tirar proveito, de alguma forma, do crescimento do consumo no Brasil. É uma tese que já foi perseguida pelos outros três fundos da gestora.
Na ponta dos desinvestimentos, a Gávea também tem se mostrado bastante ativa. Desde dezembro do ano passado, em um período conturbado para as ofertas de ações, a gestora já levantou R$ 1 bilhão por meio da abertura de capital de três empresas: as farmácias Droga Raia, a empresa de entretenimento Time for Fun e a Arcos Dorados, rede de franquias do McDonald's.


Banco Cruzeiro do Sul paga R$ 5,5 milhões em dividendos
Brasil Econômico 18.08.2011 - O Banco Cruzeiro do Sul aprovou o pagamento de dividendos, relativos ao exercício social de 2011, no montante de R$ 5,5 milhões.
O valor corresponde a R$ 0,0406301431 por ação ordinária e R$ 0,0406301431 por ação preferencial.
O pagamento será efetuado em 30 de agosto de 2011 àqueles acionistas que estiverem inscritos nos registros da companhia até esta quinta-feira (18/8).
A partir de 19 de agosto de 2011, as ações da instituição financeira passarão a ser negociadas "ex-direito" aos dividendos


Sem data, leilão da ANP pode ficar para 2012
Valor 19.08.2011 - A 11ª Rodada de Licitações de blocos de petróleo pode ficar para 2012 - a última aconteceu em 2008. Isso vai ocorrer se a rodada não for aprovada nos próximos dez dias pelo Poder Executivo, informou o diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Helder Queiroz. Ele disse que tanto a agência reguladora, como as empresas, estão "loucas" pela realização da rodada, que agora depende apenas do governo federal.
Apesar de a realização da rodada ter sido decidida pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), não houve ainda o aval da presidente Dilma Rousseff, o que explica o atraso. Sem publicação da ata do CNPE no "Diário Oficial", não há como marcar o leilão.
"A partir do momento em que é publicada a determinação, a ANP sai a campo. Existe uma série de procedimentos a serem adotados, como a chamada para audiência pública. Apertando todos os prazos, precisamos de cem dias", disse Queiroz. O diretor disse que o processo não depende da ANP, pois falta a decisão do Executivo.
Queiroz lembrou que, "apesar de as rodadas não serem feitas com o objetivo de arrecadação", a realização da licitação gera uma arrecadação a partir dos bônus de assinatura cobrados das petroleiras, "o que seria bom para o país". Apesar dos elevados volumes de recursos envolvidos, o diretor da ANP não acredita que a atual crise econômica internacional seja um fator de pressão para que a rodada fique para o ano que vem porque a indústria de petróleo trabalha sempre com o longo prazo.
Enquanto Dilma não aprova a decisão do CNPE sobre a nova rodada, a ANP está em pleno processo de notificação das nove concessionárias que vão receber multas de R$ 30 milhões por descumprimento das regras de conteúdo local previstas nos contratos de concessão da 4ª e 5ª rodadas.
O valor cobrado da anglo-holandesa Shell, da dinamarquesa Maersk, da angolana Sonangol Starfish, das portuguesas Partex e Petrogal e das brasileiras Petro Synergy, Quantra e Aurizônia é igual aos R$ 29,196 milhões que estão sendo cobrados da Petrobras por descumprimento do conteúdo local na fase de exploração de 44 blocos localizados em Campos, Santos e Foz do Amazonas, nas áreas marítimas, e em Potiguar, Recôncavo e Espírito Santo, entre as áreas em terra.
Florival Rodrigues de Carvalho, diretor da ANP, informou que praticamente todas as empresas que participaram das Rodadas de Licitação de blocos de petróleo em 2003 e 2004, na 5ª e na 6ª rodadas, serão multadas pelo não cumprimento do conteúdo local exigido. Ontem as empresas começaram a receber notificações da agência. Nas próximas semanas, de oito a dez empresas devem ser autuadas. Até agora, só a Petrobras foi notificada da multa.
Carvalho admitiu que há uma divergência entre Petrobras e ANP envolvendo o desconto do valor da multa. Tanto o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, quanto o diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, já afirmaram que ela é possível. A procuradoria jurídica da agência, por sua vez, interpreta que, em função das multas estarem previstas nos contratos de concessão, não se aplica a norma da ANP que prevê desconto de 30%, se a empresa não contestar a multa e decidir pagar.
A Petrobras já apresentou a defesa e a ANP achou que os argumentos oferecidos não foram suficientes para a mudança do veredito. "A nossa compreensão é de que não tem desconto, são R$ 29 milhões e acabou", disse Carvalho.
A política de conteúdo local é definida pelo Ministério de Minas e Energia. A ANP dá apenas uma diretriz, além de regular e fiscalizar. O conteúdo local era preponderante para conseguir realizar a oferta por um campo, e o percentual ofertado era levado em conta na concorrência. "Mas as empresas sabiam do risco que corriam", disse o diretor da ANP.


Cervejarias japonesas iniciam corrida por aquisições
Valor 19.08.2011 - Armadas com crédito barato e fortalecidas pela solidez do iene, as grandes cervejarias japonesas correm para expandir a presença no exterior por meio da aquisição de marcas de alcance local, especialmente, na região da Ásia-Pacífico.
Na operação mais recente, a Asahi Breweries, segunda maior cervejaria do país em vendas acertou a compra da Independent Liquor, empresa líder em coquetéis prontos para beber na Nova Zelândia, por 1,5 bilhão de dólares neozelandeses (US$ 1,2 bilhão).
É a quarta aquisição da Asahi no ano, em seus esforços para alcançar a arquirrival Kirin.
A cervejaria concorrente anunciou duas compras no ano - na China e no Brasil [a aquisição da Schincariol, anunciada este mês] -, depois de uma série de investimentos nos últimos anos, que deram à líder em vendas do setor no Japão maior presença fora de seu mercado doméstico.
A Suntory, terceira maior em vendas e dona da Orangina Schweppes, que tem sede na Europa, e do Frucor Group, da Nova Zelândia e Austrália, deverá ficar sob novas pressões para tentar outras aquisições, depois de ter perdido a disputa pela Independent Liquor, segundo executivos de bancos de investimento.
As cervejarias japonesas entraram em uma corrida frenética por aquisições no exterior, para compensar a situação do mercado interno, afetado pelo declínio na população. Além de trazer o crescimento que lhes foge no Japão, a expansão internacional deve permitir às cervejarias do país usar sua experiência, como em controle de qualidade e desenvolvimento de produtos, para elevar o valor das operações adquiridas e dos próprios grupos.
A rede de fábricas e centros de distribuição absorvidos com as empresas adquiridas em regiões relativamente próximas deverão tornar as cervejarias mais eficientes. A Asahi destacou que as 15 fábricas e 27 centros de distribuição às quais o grupo terá acesso deverão melhorar a eficiência na gestão de sua cadeia de abastecimento na região da Ásia-Pacífico.
A inconstância dos consumidores e a feroz concorrência no mercado interno deixam as cervejarias japonesas sob constante pressão para lançar novos produtos, alguns dos quais ficam no mercado menos de um ano.
"Temos muitas gavetas das quais tirar novos produtos", diz um representante da Kirin.
"Na Ásia, que é um mercado em crescimento, essa capacidade pode trabalhar a seu favor", afirmou o analista Tokushi Yamasaki, especializado no setor de cerveja na Daiwa Capital Markets, em Tóquio.
A Kirin trabalha com a Fraser and Neave, maior cervejaria na Malásia e Cingapura, na qual comprou participação em 2010, e com a Lion, sua subsidiária na Austrália, em lançamentos que reunirão a capacidade de desenvolvimento de produtos dos três grupos, segundo um representante da empresa.
Com a Lion, por exemplo, cujas operações concentram-se no setor de leite, a Kirin trabalha para desenvolver uma série de produtos prontos para beber não alcoólicos, segundo a empresa.
A Asahi apontou como motivo para a nova aquisição a possibilidade de usar a experiência da Independent Liquor em coquetéis prontos para beber, à base de vodca e uísque bourbon, para desenvolver novos produtos no mercado japonês.
Outra área em que as empresas japonesas acreditam ter capacidade para agregar valor a suas aquisições é a tecnologia.A falta de experiência das empresas do Japão em administrar grupos estrangeiros significa que "eles não conseguiriam realmente agregar muito em termos de gestão às aquisições internacionais", disse o analista Nigel Muston, que cuida do setor de bens de consumo no Crédit Agricole, em Tóquio.
"Não temos visto muita coordenação internacional [...] na troca de capital intelectual", afirmou Muston. Isso poderia ajudar a explicar em parte porque o valor de mercado da Kirin não aumentou em US$ 14 bilhões - que é o valor aproximado gasto pela companhia em fusões e aquisições -, desde que entrou na onda de compras, destacou.
"Ainda está por ser visto se [os grupos de bebidas japoneses] serão bem-sucedidos no exterior", disse Yamasaki. Mas "eles não têm escolha", acrescentou.
"Não será fácil concretizar o cenário sonhado, mas está claro que se eles se restringirem a seu mercado doméstico, simplesmente encolherão."


Pisando firme
Folha 19.08.2011 - A fabricante japonesa de produtos esportivos Asics abrirá sua primeira loja no Brasil no final deste mês.
A empresa pretende investir R$ 50 milhões no país e inaugurar outras 19 lojas nos próximos seis anos.
"Queremos ser a terceira marca do segmento no país", diz o vice-presidente da subsidiária da Asics no Brasil, Giovani Decker.
Hoje, a empresa atua no país apenas com fabricação e distribuição de produtos.
A abertura das unidades faz parte de um movimento internacional da marca. "Lojas também serão abertas em outros países", afirma o presidente da subsidiária, Osamu Sasada.
A primeira loja brasileira, será na Oscar Freire, em SP. Os atendentes serão formados em educação física.


Metrô bate marca dos 4 milhões de passageiros por dia
Estadão 18.08.2011 - Recorde histórico foi alcançado na sexta-feira, quando 4.150.447 usuários foram transportados; nº já inclui movimento da Linha 4.
Cada vez mais cheio, o Metrô de São Paulo bateu o número de 4 milhões de passageiros transportados diariamente. Na sexta-feira da semana passada, 4.150.447 pessoas usaram o sistema, um recorde histórico. O número leva em conta todas as linhas da rede, inclusive a 4-Amarela, que é administrada pela concessionária ViaQuatro. Nos primeiros meses do ano, a média diária era de 3,7 milhões.
E se plataformas e trens já estão lotados, a previsão do governo do Estado é que a quantidade de usuários cresça ainda mais a partir do mês que vem, quando começam a funcionar as estações de integração República e Luz da Linha 4. O diretor de Operações do Metrô, Mário Fioratti Filho, atribui o grande volume registrado há uma semana ao Dia dos Pais. "Muito provavelmente, houve um movimento maior na região central em função do comércio", disse.
Além disso, segundo ele, a demanda voltou a crescer após as férias do meio do ano - quando o uso da rede naturalmente diminui -, período em que o sistema não sofreu todo o reflexo da ampliação do horário da Linha 4 até as 21h, no fim de junho. Antes, o ramal funcionava apenas até as 15h, o que não abrangia o horário de pico da tarde.
O recorde anterior ao de sexta-feira passada havia sido registrado no dia 8 de outubro de 2010, também uma sexta-feira, véspera do fim de semana prolongado do Dia da Criança. Na ocasião, segundo o Metrô, 3,91 milhões de passageiros foram transportados nas quatro linhas gerenciadas pelo Metrô (Linhas 1,2, 3 e 5).
Naquela época, a Linha 4-Amarela, com uma extensão menor do que a atual e operando só até o meio da tarde, transportava relativamente poucos usuários, não causando tanto impacto no restante da rede. Por isso, o número de passageiros não foi levado em conta.
Queixas. Quem anda todo dia de metrô está descontente com a falta de conforto. "No começo da manhã e no fim da tarde é muito aperto para conseguir entrar no vagão. E o trem está parando muito entre as estações, deixando a viagem lenta", diz a bancária Paola da Glória Barros, de 24 anos, que diariamente usa a Linha 3-vermelha.
A auxiliar de limpeza Gianny Campos, de 39 anos, também reclama. "Acho um absurdo pagar R$ 2,90 pelo serviço e ter de esperar três trens para poder embarcar", diz. Na opinião do vendedor Ricardo Batista, de 34 anos, a organização dos passageiros nas plataformas lotadas deveria ser um pouco melhor. "Do jeito que está é um empurra-empurra entre os que saem e quem está entrando no trem."
Alguns trechos das linhas 1-Azul e 3-Vermelha chegam a ter oito pessoas por metro quadrado no interior dos trens nos horários de pico, limite considerado aceitável pelo próprio Metrô. Na Linha 2-Verde, entre as Estações Paraíso e Brigadeiro, em alguns momentos do dia a lotação é de 7,2 passageiros por metro quadrado.
Segundo o Metrô, a situação deve melhorar a partir do fim do ano na Linha 2, quando um novo sistema de sinalização e operação de trens, o CBTC, entrar em operação. Ele possibilitará um intervalo menor entre as composições, deixando as estações menos lotadas nas horas do rush. Essa inovação será levada para as Linhas 1 e 3 no segundo semestre do ano que vem.
Crítica. O rápido crescimento do número de passageiros transportados pelo metrô acontece porque a potencial demanda é grande e a rede demora para se expandir, avalia Altino de Melo, presidente do Sindicato dos Metroviários.
"Enquanto não criarem mais linhas e novas conexões entre elas a curto e médio prazo, o metrô vai superlotar e bater um recorde atrás do outro", diz o sindicalista. Para ele, os investimentos do governo do Estado na ampliação da rede deveriam ser maiores.
Vale estuda vender participação na empresa de cabotagem Log-In
Valor 19.08.2011 - A Vale estuda se desfazer das ações que detém na Log-In, empresa da área de navegação de cabotagem na qual a mineradora tem 31,31% do capital. Essa participação equivale a cerca de R$ 190 milhões considerando-se o valor de mercado da empresa ontem, de R$ 604,4 milhões. A decisão sobre uma possível venda dessa participação acionária ainda não foi tomada, mas a análise coincide com o projeto da Vale de criar uma nova empresa para o setor de logística.
Ainda não há definição sobre a saída da Vale da Log-In, mas uma pessoa a par afirmou que o tema vem sendo avaliado. Até ontem, a ação da Log-In acumulou perda de 36,63% no ano, bem acima da queda do Ibovespa no período, de 23,33%. Executivo da área de navegação disse que a ideia da Vale sempre foi estruturar a Log-In, construir os navios necessários à sua operação, e vender sua participação acionária. "Não é o [o negócio principal] da Vale."
O estatuto da Log-In permite que a Vale venda sua participação sem necessidade de fazer uma oferta pública de ações (OPA). Pelo estatuto, a OPA só seria necessária se algum acionista adquirir mais de 35% das ações da companhia.
Além da Vale, os outros sócios com maiores participações são Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), com 12,80%; Fama Investimentos, com 14,7%; e Eton Park Management, com 8,35%. Outros acionistas detêm 26,20%. Há ainda 6,64% de ações em Tesouraria.
Segundo um executivo que conhece a empresa, antes da crise financeira de 2008, a Log-In chegou a contratar o banco Credit Suisse para buscar um comprador. Outra pessoa disse que naquela ocasião sua empresa foi procurada por bancos oferecendo a participação da Vale na Log-In. A dificuldade na transação estaria no alto preço pedido.
Até o momento, não há banco contratado para fazer uma potencial operação de venda da empresa. Mas um executivo do setor afirmou que a Vale continua interessada em vender a Log-In. A Vale, por meio de sua assessoria, disse que não comenta rumores de mercado.
Entre pessoas que acompanham a empresa há quem entenda que a Log-In não tem um projeto claro e que até agora não cumpriu parte dos propósitos originais para os quais foi criada e que incluíam crescimento via aquisições.
Em relação às críticas do mercado ao projeto da Log-In, a mineradora afirmou por e-mail que "a Log-In é um projeto de longo prazo e a Vale, como acionista, acredita em seu plano de negócios. Desde sua criação, a Log-In fez um trabalho de preparação de mercado. Este ano a empresa começou a entregar suas primeiras encomendas. Em mais um ano, a empresa encerra sua fase pré-operacional, conforme previsão original, com a entrega total dos novos navios. A Vale acredita na capacidade da Log-In de gerar valor para seus acionistas".
Vital Lopes, presidente da Log-In, disse que a empresa vem fazendo o que se espera dela. "Desde o início a Log-In era um projeto que passava pela construção de uma frota", disse.
O plano da Log-In inclui a construção de cinco navios de contêineres, dos quais o primeiro deles já entrou em operação e o segundo vai se tornar operacional ainda este ano, além de dois navios graneleiros, previstos para começarem a operar em 2012.
Um executivo do setor avaliou que a Log-In errou ao encomendar os navios em momento em que os preços estavam no pico do mercado, afirmando que hoje esses mesmos navios valem 30%, 40% menos.
Para Lopes, o comentário é "maldoso": "Pagamos o preço do mercado à época", disse.
Um dos fatores que contribuíram para as margens apertadas que vem sendo apresentadas pela Log-In foram os navios antigos alugados para começar a operar, que tiveram paradas não programadas, problema que será resolvido com a configuração da frota, projeto que estará concluído em 2014.
Mesmo assim, o mercado tem cobrado resultados do ponto de vista da rentabilidade.
Recentemente, a empresa encerrou contrato de venda dos serviços ferroviários do chamado Trem Expresso que tinha com a Ferrovia Centro Atlântica (FCA), da Vale. Lopes explicou que a empresa não conseguiu gerar valor a esse contrato porque o transporte via caminhão mostrou-se mais agressivo.
Quando a Log-In foi criada, em 2007, os analistas tinham grandes expectativas em relação ao crescimento da empresa no negócio de cabotagem. Eles acreditavam que a companhia, que captou R$ 848,2 milhões na abertura de capital, poderia capturar um pedaço do mercado de logística dominado por caminhões. Estima-se que a partir de 1,5 mil quilômetros é mais vantajoso para as empresas usar o serviço de navios para transportar mercadorias do que as rodovias, mas abaixo dessa distância é difícil competir com o caminhão.
A competição tem sido mais acirrada, porém, do que a empresa provavelmente previu. E suas margens operacionais são menores do que os analistas estimavam. Segundo analistas, a Log-In ainda não conseguiu convencer o cliente de que a cabotagem pode ser uma alternativa. Isso estaria associado, sobretudo, ao fato de o transporte rodoviário ainda sair mais em conta em curtas distâncias.
Lopes discorda: "À frente vamos ter maior rentabilidade, que é o projeto que o investidor comprou". Segundo ele, entre 2007 e 2010 a taxa de crescimento da Log-In na cabotagem foi de 28% ao ano.


Vale cria empresa de logística
Valor 19.08.2011 - A Vale trabalha na criação de uma nova empresa de logística para abrigar ativos e contratos que envolvem a prestação de serviços para carga geral, um mercado em expansão no Brasil. O projeto em discussão na mineradora prevê a abertura de capital dessa nova empresa no Novo Mercado da BM&F Bovespa até 2012. A Vale deverá ter uma participação em torno de 30% na Vale Logística, como vem sendo chamada a futura companhia, dependendo do apetite do mercado na oferta pública de ações.
O perfil de negócio da Vale Logística será bem diferente da Log-In Logística Intermodal, empresa de capital aberto, na qual a Vale é sócia com 31,3%. A mineradora vem estudando se desfazer da Log-In, que é focada no transporte de carga em contêineres na costa brasileira, a chamada navegação de cabotagem.
Os serviços de logística garantem à Vale uma receita importante. Em 2010, esses serviços geraram uma receita de R$ 3,2 bilhões, com aumento de 14% ante 2009. Em média, cerca de 80% desse valor corresponde ao transporte de carga geral, que inclui produtos como soja, combustível, madeira e siderúrgicos.
No segundo trimestre deste ano, o faturamento com serviços de logística alcançou R$ 950 milhões, com crescimento de 6% em relação ao mesmo período de 2010. A receita total da Vale no trimestre foi de R$ 25,6 bilhões.
A rentabilidade do negócio de logística, porém, está em queda. A margem Ebit, que é a relação entre o lucro antes de juros e impostos e a receita líquida do segmento, caiu de 23,5% no segundo trimestre de 2010 para apenas 0,5% agora. Segundo a companhia, houve crescimento dos custos nas operações ferroviárias, principalmente por causa da contratação de pessoal, do aumento de preços e volumes de combustíveis e de serviços de manutenção.
A Vale Logística deverá reunir sob seu guarda-chuva as estradas de ferro Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e Ferrovia Norte-Sul (FNS), o terminal portuário da Ultrafértil, no porto de Santos, que pertence hoje à Vale Fertilizantes, e mais os contratos de carga geral com terceiros que venham a ser firmados para transporte na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e na Estrada de Ferro Carajás (EFC).
Os ativos indicam que a estrutura da Vale Logística pode ser mais competitiva do que a da Log-In, cujo plano de negócios é visto com ceticismo por parte do mercado. Na visão de uma fonte, a nova empresa atuará em um nicho de mercado, o transporte de carga geral via ferrovias, que vem crescendo a taxas importantes no país.
O projeto ainda está em fase de formatação e modelagem. E é alvo de consultas jurídicas sobre processos de transferência de ativos da Vale para a futura Vale Logística. No caso, os ativos envolvidos são as ferrovias FCA e FNS e o terminal do porto de Santos.
A FCA tem malha ferroviária com mais de 8 mil quilômetros que atravessa sete Estados do país, incluindo as regiões Sudeste e partes do Nordeste e Centro-Oeste. Já na FNS a Vale tem uma subconcessão com a estatal Valec pela qual a mineradora tem direito a explorar 720 quilômetros dessa estrada de ferro, que serve o Centro-Oeste e liga-se ao Nordeste (Maranhão) via Estrada de Ferro de Carajás.
A atividade de carga geral não é prioridade da mineradora, apesar de ser considerada rentável. A ideia da Vale, segundo fontes próximas da companhia, é dispor de recursos do mercado acionário para esse negócio, enquanto destina o dinheiro do caixa para custear os projetos de mineração, foco da empresa.
Só no segundo trimestre deste ano, a receita de transporte ferroviário de carga geral foi de R$ 757 milhões. O resultado foi influenciado pelo início da safra agrícola no Brasil, no segundo e terceiros trimestres.
De abril a junho, as ferrovias da Vale (Carajás, Vitória a Minas, Centro Atlântica e Norte-Sul), além da fatia proporcional de participação na MRS Logística, transportaram 7,043 bilhões de toneladas por quilômetro útil (TKU) de carga geral para os clientes. Os portos e terminais da companhia movimentaram 6,643 milhões de toneladas de carga geral no período.
As principais cargas transportadas pelas ferrovias da Vale, no segundo trimestre, foram produtos agrícolas (48%), insumos e produtos siderúrgicos (33%), materiais de construção e produtos florestais (11,3%), combustíveis (6,7%) e outros (1%).
A performance da carga geral reforça o plano da mineradora de ter uma empresa na bolsa operando esse tipo de negócio, avaliam analistas


Atlas Transportes e Logística
A Atlas Transportes e Logística vai investir R$ 18,5 milhões até o final deste ano em renovação da frota, ampliação de centros de distribuição e em tecnologia para rastreamento via satélite.
Folha 19.08.2011 - Cerca de 80% dos recursos serão destinados à aquisição de 30 veículos, o que elevará a frota própria para 340 carros até dezembro.
Com sede em São Paulo e 54 filiais no país, a transportadora vai abrir centros de distribuição em Pouso Alegre (MG) e Ji-Paraná (RO).
Estão previstas ampliações dos centros de Recife, João Pessoa, Fortaleza, Teresina e Rio de Janeiro.
"A demanda no Nordeste tem crescido muito, em um ritmo maior que o da média nacional", diz o presidente da companhia, Lauro Megale Neto, da terceira geração dos fundadores.
Produtos eletroeletrônicos, farmacêuticos e autopeças estão entre os que tiveram os maiores crescimentos da demanda na região, de acordo com Neto.
A companhia prevê aumento de 20% no faturamento deste ano, que deve atingir R$ 575 milhões.


CEVA planeja investimento no mercado brasileiro
Valor 19.08.2011 - Pattullo, presidente: planos no país incluem, em vez de prospectar novos clientes, concentrar atenções nos cem maiores - como GM e Fiat
Na semana em que sua empresa divulgou números de queda no faturamento global do segundo trimestre - em comparação ao mesmo período do ano passado - o presidente da CEVA Logistics, John Pattullo, desembarcou no Brasil para uma série de reuniões com clientes. Hoje, o país é estratégico para a empresa, sendo o sexto maior gerador de receita. "Acredito que, em poucos anos, conseguiremos elevar o Brasil para o quarto lugar entre os melhores mercados" - diz ele, que planeja investimentos para crescer no país, principalmente em contratações de pessoal.
Depois de testemunhar aumento no faturamento anual em todo o mundo de 2006 a 2010 - a exceção ocorreu em 2009, ano de crise mundial -, a CEVA anunciou o primeiro recuo de faturamento no ano - de 1,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Para Pattullo, ainda é cedo para saber se a queda nos números da quarta maior empresa global de logística, presente em 170 países, é devida a uma retração da economia mundial - e por isso descarta, por enquanto, qualquer tipo de reposicionamento no mercado global devido ao atual cenário econômico.
Mesmo assim, ele já dá pistas de que a lista de maiores fontes de faturamento da empresa está se modificando. Acima do Brasil, em ordem de faturamento, estão atualmente os Estados Unidos (maior gerador de receitas), seguidos por China, Reino Unido, Itália e Tailândia. Segundo o presidente, há possibilidade de o Brasil render nos próximos anos um faturamento superior ao da Itália - que passa por uma crise fiscal. Atualmente, o Brasil representa de 5% a 10% na receita global da companhia - que em 2010 chegou a € 6,84 bilhões (ou cerca de R$ 15 bilhões).
Para crescer no Brasil, a empresa "importou" nos últimos anos uma estratégia já executada em outras regiões: focar menos em prospecção de novos clientes e direcionar as atenções aos principais. "Queremos nos concentrar em nossos cem melhores clientes e oferecer todo o serviço de logística a eles, o chamado one-stop-shop", explica. Entre as cem melhores contas da empresa (as "century accounts", como diz Pattullo), estão representantes do setor automotivo (como GM, Fiat, Chrysler e Ford), tecnologia (Lenovo), energia (Cameron) e saúde (Medtronics).
Além de focar as atenções nos melhores clientes, a empresa quer cortar custos no Brasil. Conforme Pattullo, no entanto, os investimentos em profissionais serão mantidos. Já foi aprovado um investimento de € 3 milhões (R$ 6,8 milhões) até 2013 para contratações. "O número será bem maior que isso, certamente, tanto em outras áreas como em recursos humanos. Mão de obra representa uma grande parte dos custos em todo o mundo e isso não é diferente por aqui."
As três Américas representam a maior fatia das receitas, com € 2,07 bilhões. Em seguida, vêm Ásia (€ 1,65 bilhão), sul da Europa (€ 1,55 bilhão) e a região formada por Oriente Médio, norte da Europa e África (€ 1,24 bilhão). Embora a indústria represente a maior parte das receitas, a CEVA tem entre seus clientes no Brasil empresas dos setores automotivo e pneus, tecnologia, indústria de base e máquinas, energia, além de varejo e bens de consumo. A companhia foi criada em 1984, pela junção da TNT e da EGL.


Gigantes americanas de limpeza vão brigar no País
DCI 19.08.2011 - Gigantes norte-americanas especializadas em franquias de limpeza comercial, a Jan-Pro e a Jani-King devem polarizar o setor no mercado brasileiro, estimulado pelo movimento de terceirização e responsável por movimentar R$ 15 bilhões, aproximadamente. Com contratos firmados para a limpeza de áreas como restaurantes, hotéis, indústrias, laboratórios, escolas e shoppings, segundo a Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp), o setor é concentrado no sul e sudeste, além do Distrito Federal, devido as estruturas governamentais.
Para o diretor-comercial da Jan-Pro no Brasil, José Cabral, além de atuar nos EUA e em mais 20 países, a empresa estava em busca de novas regiões e o Brasil era um mercado com forte demanda. "Este ano a ideia é entrar em mais três países: Austrália, Brasil, e talvez Peru", comenta.


Playcenter desconhece que terreno onde está instalado esteja à venda
Exame 19.08.2011 - Parte da área comprada pela PDG não é mais ocupada pelo parque há pelo menos seis anos. Playcenter: área ocupada pelo parque não está sendo negociada.
O Playcenter afirmou, nesta quinta-feira (18/8), que desconhece que a parte do terreno onde o parque, uma área equivalente a 85.000 metros quadrados, está instalado pode ser vendido para a PDG.
De acordo com comunicado do parque, os 12.000 metros quadrados vendidos à incorporadora já não são mais ocupados pela empresa desde 2005.  A coluna Primeiro Lugar, da edição 998 da revista EXAME, antecipou que a PDG pagou 35 milhões de reais pelo terreno, onde deverão ser construídas torres residenciais. Ainda de acordo com a revista, a PDG tem o direito de comprar o restante da área nos próximos seis meses, caso o Playcenter não iguale a oferta.
Segundo o comunicado do parque, na hipótese de venda, o Playcenter tem prioridade no negócio. "Somos inquilino há mais de 30 anos e nosso contrato de aluguel prevê renovações automáticas", disse a nota.
Há tempos, o parque, que até meados da década 90 viveu seus anos dourados, vem enfrentando uma série de problemas financeiros. Resta saber se terá caixa para bancar a compra da área que ocupa, ou encerrar suas atividades.


Infraero cede e muda plano de obras no Afonso Pena
GPdeLondrina 18.08.2011 - Novo cronograma prevê obras de madrugada durante a semana e das 20h15 de sábado até 12h15 de domingo. Alteração atende apelo das companhias aéreas
Após apelos de entidades de turismo e viagens e das companhias aéreas, a Infraero anunciou ontem readequações no cronograma de obras na pista do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais. As intervenções, antes previstas para começarem no dia 12 de setembro, iniciarão uma semana depois, dia 19. As principais mudanças, porém, referem-se aos horários das obras, que ocorrerão de segunda-feira a sábado, da 0h15 às 6h15, e das 20h15 de sábado até as 12h15 de domingo.
Na programação inicial, o terminal teria pousos e decolagens interrompidos das 23h30 às 6 horas, de segunda a quinta-feira, e das 14 horas de sábado às 12 horas de domingo. A previsão era que 118 voos por semana fossem afetados no período de obras. A Infraero não tem ainda a quantia exata dos voos que terão de ser remanejados ou cancelados com o novo cronograma, mas afirma que os novos horários foram escolhidos em acordo com as empresas aéreas, justamente por afetarem o menor número de viagens.
Em Londrina, reforma inicia 12 de setembro. A Infraero também divulgou ontem o cronograma de obras no Aeroporto José Richa, em Lon­­drina, que terá a pista de pousos e decolagens reformada por completo. O aeroporto ficará fechado de segunda a sexta-feira, da meia-noite às 6 horas, e das 19 horas de sábado às 11 horas de domingo. O período foi estipulado em acordo com as companhias aéreas.
As obras começarão dia 12 de setembro e devem seguir até março do ano que vem. Assim como no Aeroporto Internacional Afonso Pena, durante os feriados e no período entre o fim deste ano e início do ano que vem, as obras serão suspensas e os voos ocorrerão normalmente.
Segundo a Infraero, o Aeroporto de Foz do Iguaçu também deve passar por obras até o fim deste ano. Os terminais de passageiros serão reformados e ampliados. As intervenções, porém, não devem afetar os voos. O investimento será de R$ 65 milhões.
Segundo o superintendente do Afonso Pena, Antonio Pallu, mesmo com as mudanças e o adiamento do início das obras, as intervenções devem ser concluídas em nove meses, como previsto anteriormente. Os serviços incluem substituições das luzes do eixo da pista, recapeamento da pista, sinalização luminosa, sinalização horizontal e vertical. O investimento será de R$ 19,3 milhões.
Remanejamento: “É uma obra muito delicada, com um investimento alto. Mas são intervenções importantes que vão prolongar a utilização da pista por vários anos e garantir melhores níveis de segurança pa­­­ra as operações aéreas”, relata Pallu.
O remanejamento e cancelamento dos voos afetados pelo fechamento da pista, assim como a troca de passagens e ressarcimento dos passageiros, ficarão a cargo das empresas aéreas. Antes da apresentação do novo cronograma, as duas maiores companhias aéreas do país – TAM e Gol – infor­­maram que já tinham 90 mil reservas de passagens para o período de obras estipulado inicialmente. Para esclarecer as mudanças, a Infraero irá lançar uma campanha de orientação aos usuários, com mensagens reforçando os horários de interrupção dos voos em painéis espalhados pelo Afonso Pena.









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