terça-feira, 2 de agosto de 2011

Azul.CA.02.08

Daily News

Kirin, do Japão, paga R$ 4 bi pelo controle da Schincariol
Valor 02.08.2011 - Fábrica japonesa da Kirin, que faturou US$ 26,7 bilhões em 2010 e assumirá metade da dívida líquida da Schincariol.
Nem a holandesa Heineken, nem a sul-africana SABMiller, muito menos a inglesa Diageo. Quem levou o controle da cervejaria brasileira Schincariol foi a japonesa Kirin. Na noite de ontem, às 8h da manhã no Japão, a Kirin informou ter pago R$ 3,95 bilhões para ter 50,45% da Schincariol, a segunda maior cervejaria do país, depois da Ambev.
A participação vendida pertencia aos filhos do fundador Nelson Schincariol, Adriano e Alexandre. O mandato de venda estava com o banco BTG, enquanto o escritório Mattos Filho foi o assessor jurídico. Do lado dos compradores, operaram Citi e Tozzini Freire.
Com a compra do controle da Schincariol, a Kirin amplia tremendamente a sua presença no Brasil, onde fatura cerca de R$ 30 milhões vendendo a marca de sakê Tozan. "A Kirin viu no Brasil a taxa de crescimento do mercado consumidor", disse o sócio para fusões e aquisições do banco BTG, Marco Gonçalves. A negociação com os japoneses levou quatro meses. Para ele, trata-se do maior investimento japonês em uma aquisição dos últimos 20 anos no Brasil. "Os japoneses têm excesso de poupança e buscam investimentos."
O valor depositado ontem pela Kirin vai direto para os bolsos de Adriano e Alexandre, filhos de Nelson Schincariol, fundador da companhia e morto em 2003. Adriano vai continuar no comando da companhia por pelo menos um ano, informou Gonçalves. O irmão Alexandre, que deixa o conselho de administração, não exercia função executiva.
Os primos Gilberto Jr e José Augusto Schincariol, filhos de Gilberto (irmão de Nelson), apoiados pelo banco Morgan Stanley, não tinham interesse em vender a sua parte. Ficam na empresa, com fatia de 49,5%. Gilberto Jr ocupa a vice-presidência, com foco na parte comercial. José Augusto é membro do conselho e não exerce função executiva.
No Brasil, a Kirin também importa outros produtos japoneses, como missô e shoyu. "Com a Schincariol, os japoneses estão comprando o canal de distribuição no Brasil, para emplacar outros produtos do seu portfólio", diz o consultor Adalberto Viviane. Além de cerveja, a Kirin fabrica, fora do Brasil, vinhos, uísques, águas, sucos, chás, além de ter uma divisão de alimentos e outra de saúde. Tem operações em dez países.
Faz parte dos planos da cervejaria japonesa "apoiar a futura expansão da Schincariol, fortalecendo as marcas existentes e introduzindo novos produtos de maior valor agregado". A principal marca é a Nova Schin, seguida da Devassa. Ao todo, são nove marcas de cerveja, três de refrigerantes, uma de suco e uma de água.
Em 2010, a Kirin faturou US$ 26,7 bilhões (2,2 trilhões de ienes) e registrou lucro líquido de US$ 139,8 milhões. A belgo-brasileira AB Inbev, a maior cervejaria do mundo e controladora da Ambev, faturou US$ 36,3 bilhões e o lucro líquido foi de US$ 5 bilhões, no ano passado.
Fundada em 1983, a Schincariol tem 13 fábricas no país, 10 mil empregados e 15% do mercado de cervejas, segundo a Kirin, que cita dados da Euromonitor em relatório divulgado ontem. O mercado de cerveja no Brasil gira em torno de R$ 57 bilhões e o de refrigerantes, R$ 58 bilhões.
 A cervejaria brasileira fechou 2010 com receita líquida de R$ 2,8 bilhões, lucro líquido de R$ 54 milhões e Ebitda de R$ 509 milhões, segundo comunicado divulgado ontem pela Kirin. A dívida líquida, informou Gonçalves, do BTG, está em R$ 1,1 bilhão. Metade dela será assumida, agora, pela Kirin.

Kirin planeja elevar vendas da Schincariol em 10% ao ano
Exame 02.08.2011 - Cervejaria japonesa já chega como a segunda maior do mercado brasileiro. A Kirin, nova dona da Schincariol, é mais uma a engrossar a lista de desafiantes da AmBev no Brasil. A lista inclui ainda a holandesa Heineken e a mexicana Femsa, dona da Kaiser. E a Kirin não está para brincadeiras: a cervejaria japonesa espera elevar as vendas da Schincariol ao ritmo de 10% ao ano.
Para isso, a empresa aposta em duas estratégias. Em uma apresentação ao mercado, divulgada na noite desta segunda-feira (1/8), a companhia informa que pretende, primeiro, reforçar as marcas já existentes da Schincariol, como a Devassa e a Nova Schin.
Outra frente de trabalho será o lançamento de novos produtos, de maior valor agregado. A Kirin não esclarece, na apresentação, se esses produtos viriam de seu atual portfólio, que conta com marcas como a cerveja Ichiban e bebidas não-alcóolicas, à base de chá.
De qualquer modo, ao comprar 50,45% da Schincariol por 3,95 bilhões de reais, a Kirin já estreia no mercado brasileiro como a segunda maior cervejaria, com uma participação estimada em 15%. Os japoneses também passarão a deter 5% do mercado de bebidas não-alcóolicas, o que lhes garantirá o terceiro lugar. O negócio foi antecipado por EXAME.
A Schincariol encerrou 2010 com uma receita líquida de 2,854 bilhões de reais. Seu ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) foi de 509 milhões de reais, com lucro líquido de 54 milhões. Sua dívida líquida era de 828 milhões, segundo dados apresentados pela Kirin.

Japonesa Kirin compra Schincariol por R$ 3,95 bilhões
Estadão 01.07.2011 - O grupo japonês afirma que a compra da Schincariol faz parte de sua estratégia de expansão territorial como forma de ganhar mercado.
A cervejaria japonesa Kirin anunciou nesta segunda-feira a compra de uma participação de 50,45% na brasileira Schincariol, terminando com meses de especulações sobre a venda da vice-líder do mercado nacional de cerveja, com cerca de 11% de participação. O grupo japonês adquiriu todas a ações de Alexandre e Adriano Schincariol por R$ 3,95 bilhões.
O valor será pago nesta terça-feira, de acordo com comunicado divulgado pela empresa japonesa. A Kirin afirma que angariou o valor por meio de recursos próprios e empréstimos. "A compra dá à Kirin uma sólida base no mercado brasileiro, que cresce rapidamente, e se soma à base que a companhia já detém na Ásia e na Oceania."
O grupo japonês afirma que a compra da Schincariol faz parte de sua estratégia de expansão territorial como forma de ganhar mercado. "O mercado brasileiro (de bebidas) deverá manter crescimento estável por conta da expansão econômica do Brasil e da contínuo aumento da renda pessoal da população", afirma.

Rússia cobra explicação para fim de embargo
Valor 02.08.2011 - O embargo russo às carnes brasileiras, em vigor desde 15 de junho, parece ter ficado mais longe de uma suspensão imediata como anunciado pelo Ministério da Agricultura. Mais do que isso, restringiram os embarques, a pedido do próprio ministério, de 37 unidades frigoríficas. E avisaram às autoridades brasileiras, apurou o Valor, que vão impor "restrições adicionais" a produtos fora das exigências e normas sanitárias.
Algumas empresas, como JBS e BRF, foram surpreendidas pela restrição a algumas de suas indústrias. Uma delas informou ter 3 mil toneladas em produtos embarcados após a apresentação voluntária de uma lista de 103 indústrias impedidas de exportar à Rússia.
Em correspondência enviada na semana passada, o Serviço Federal de Controle Veterinário e Fitossanitário da Rússia condicionou o fim das restrições a "maiores esclarecimentos" das autoridades brasileiras e à apresentação de "documentos adicionais", além da tradução para o russo de textos entregues pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA).
Uma comitiva brasileira esteve em Moscou no dia 6 de julho. A SDA apresentou uma lista de 103 plantas com impedimentos de embarque. Mas os russos apontaram que 15 unidades não constavam de relação aprovada anteriormente por eles. Além disso, 21 já estavam embargadas por inconformidades em partidas exportadas. Outras 30 indústrias tiveram seus embarques suspensos a partir de 15 de junho, quando começou a valer o embargo aos três Estados.
O vice-chefe do serviço russo, Alexey Saurin, afirmou às autoridades brasileiras que manterá as restrições até que sejam resolvidas essas pendências. Os russos apontaram irregularidades como a falta de comprovação de controle em 32 empresas listadas pela SDA. Também apontaram a inclusão de unidades frigoríficas sem aprovação prévia na lista enviada pelo Brasil a Moscou. Também notaram a inclusão de empresa autorizada a vender frangos como habilitada a exportar suínos.
Na correspondência, os russos apontaram problemas em 13 unidades. E listaram ter encontrado bactérias coliformes, micro-organismos e salmonelas em várias cargas exportadas. O serviço russo pediu "investigação" para explicar a presença de substâncias "proibidas e nocivas" nos produtos recebidos. Alexey Saurin afirmou que os "fatos citados" e os "resultados insatisfatórios da inspeção" comprovam "controle insuficiente" de produtos fornecidos à Federação da Rússia.
Confrontado com as reservas feitas pelo serviço russo, o diretor de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos de Oliveira, rejeitou as evidências: "Não é bem isso, não. Essa história que os russos não estão satisfeitos não é totalmente verdade", disse em rápida declaração, por telefone, de Porto Alegre. Oliveira está na linha de frente da negociação sanitária com os russos. O secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim, acompanha a evolução das tratativas. Os exportadores alertaram para problemas: "Ao entregar a lista aos russos, o governo não deixou claro quem poderia continuar exportando. Isso gerou uma confusão nos produtores", disse o presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto.
O governo brasileiro entende que o embargo russo não está ligado às negociações da Rússia em ingressar na Organização Mundial do Comércio (OMC). O diretor do Departamento Econômico do Itamaraty, ministro Paulo Mesquita, disse ontem que "em nenhum momento" os russos usaram o embargo para ganhar apoio na OMC. "O embargo tem pista própria longe de discussões sobre a OMC. Isso quer dizer que nós não vamos condicionar nosso apoio ao fim do embargo e nem esperamos que com o apoio ele seja retirado", disse Mesquita.
O diretor do Itamaraty informou que os termos do acordo na OMC estão sendo finalizados e que, nessa última etapa, as tarifas e quantidades de exportações podem ser alteradas. "Existe um grande esforço da Rússia em concluir, ainda neste semestre, seu ingresso na organização e isso significa que as negociações com o Brasil devem estar concluídas", disse Paulo Mesquita.

Embaré estreia no segmento de longa vida
Valor 02.08.2011 - Após cinco décadas vendendo leite em pó sobretudo para o Nordeste, a mineira Embaré estreou um novo produto para reforçar sua presença no Sudeste. Com investimento de R$ 24 milhões, a fábrica de laticínios começou a produzir leite UHT e quer atrair mais clientes em Minas Gerais, Espírito Santo e interior do Rio. Três praças onde a empresa já tem participação com outros produtos. Em um ano e meio, a meta da empresa é que o leite em caixinha da marca Camponesa represente 20% de seu faturamento - previsto para R$ 650 milhões em 2001.
Sediada em Lagoa dos Patos, centro-oeste mineiro, a Embaré é a terceira maior produtora de leite em pó do país, atrás de Nestlé e Itambé. O produto, que representa quase 70% do faturamento, começou a ser vendido nos anos 60 no Norte e Nordeste. Pernambuco, Paraíba e Alagoas são os maiores compradores. "Há alguns anos, temos avançado mais no Sul e Sudeste e sentimos a necessidade de oferecer o leite UHT", disse ao Valor, Hamilton Antunes, vice-presidente de gestão e finanças da Embaré. Em outubro, a companhia começou a discutir a estratégia para fabricar leite UHT. Fechou com a Tetra Pak o fornecimento de embalagens para a nova linha, e ampliou a planta de 32,5 mil m² para 34 mil. O projeto prevê a abertura de 100 novos postos de trabalho. A empresa tem hoje 1.350 funcionários. A expansão permitiu o aumento da capacidade instalada de 1,7 milhão de litros de leite e derivados/ dia para cerca de 2 milhões.
A empresa produz além do leite em pó da marca Camponesa, o carro-chefe, leite condensado, bebidas lácteas, creme de leite e manteiga. A ideia, numa primeira fase, é ampliar o cardápio de produtos com o leite em caixinha para o varejo onde a marca já tem alguma entrada - Minas, Espírito Santo e Rio. O produto chega às prateleiras em caixa do tipo longa vida com tampa de rosca. "Vamos concorrer com marcas líderes", diz Antunes.
A história da Embaré começou há 76 anos. Conduzida pela família Antunes (e presidida por Haroldo Antunes, pai Hamilton e de Alexandre Antunes, que ocupa o cargo de vice-presidente de operações industriais), a empresa registrou aumento médio no faturamento anual de 18,5% entre 1994 a 2007, diz Alexandre. De 2008 e 2009, praticamente nenhum avanço e 2010, um salto do faturamento de 21%, ficando em R$ 616 milhões.
A expectativa é que, em um ano e meio, a fábrica use sua capacidade total de produção de leite UHT, de 300 mil litros/dia, respondendo por cerca de 20% do faturamento.
A indústria de leite e derivados em Minas movimenta entre R$ 12 bilhões e R$ 13 bilhões por ano, segundo o Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Silemg). São 8 bilhões de litros por ano. Mais de 50% da produção é vendida para outros Estados. A indústria é responsável por 25 mil empregos diretos. As maiores fábricas de leite em pó, UHT e iogurtes do Estado são as da Itambé, Nestlé, Danone, Embaré e Lácteos do Brasil (LBR).

Controlador do Minerva fica com 45% de emissão de debêntures
Valor 02.08.2011 - Além de ter colocado R$ 100 milhões a menos do que os R$ 300 milhões pretendidos em sua oferta de debêntures, o frigorífico Minerva vendeu 45% dos papéis ao seu controlador, algo que não estava previsto inicialmente. Para tanto, o prospecto da emissão teve que passar por mudanças de última hora. Os papéis também foram vendidos abaixo do valor de face e, com isso, o controlador garantiu condições mais favoráveis tanto na conversão como na remuneração.
Na semana passada, em conversas reservadas, representantes da companhia chegaram a informar que a operação havia fechado pelo valor de face, o que não se confirmou. O Minerva não comentou.
O preço por debênture foi definido em R$ 950 após o processo de coleta de intenções de investimento (bookbuilding), enquanto que o valor nominal - sobre o qual será aplicada a conversão em ações -, era de R$ 1.000. O preço ficou abaixo do piso definido pelos bancos coordenadores - entre R$ 970 e R$ 1.030. No total, as instituições vinculadas, incluindo também os bancos coordenadores, ficaram com pelo menos 66% da emissão.
A VDQ Holdings, controladora do Minerva, investiu R$ 85,5 milhões nas debêntures, mas poderá converter R$ 90 milhões em ações da companhia. A compra dos papéis impedirá ainda uma diluição maior do principal acionista do frigorífico, cuja participação - de 67,5% - poderia cair para pouco mais de 51% após a conversão, segundo estimativas. O Goldman Sachs, que liderou a emissão, e o Banco Fator, contratado para participar da emissão, também ficaram com parte das debêntures. O Goldman não comentou.
Além de balizar a conversão em ações, o valor nominal será usado como base para a remuneração das debêntures. Isso significa que, além da variação do CDI prevista na emissão, os debenturistas receberão um prêmio de 5% - ao longo dos quatro anos de prazo - referente ao desconto obtido na definição do preço.
Em comunicado, o Minerva informa que as ordens das pessoas vinculadas foram realizadas "a mercado", ou seja, não influenciaram diretamente o preço da emissão, que foi estipulado pelos demais investidores que participaram do bookbuilding. A companhia reconhece, porém, que a entrada "pode ter promovido a má formação na taxa de remuneração final e/ou dos preços de conversão das debêntures", já que a definição das condições se deu com um universo de investidores menor.
Originalmente, o Minerva pretendia captar R$ 300 milhões no mercado. Os acionistas, inclusive, haviam desistido do direito de preferência assegurado em emissões de debêntures conversíveis. Diante da baixa procura, a empresa adiou em um dia a definição do preço e depois reduziu o valor inicial da operação para R$ 200 milhões.
A emissão do frigorífico atraiu a atenção do mercado por resgatar o mecanismo de debêntures conversíveis, praticamente esquecido e restrito nos últimos anos a operações privadas. Durante o processo, a empresa enfrentou problemas entre os acionistas minoritários, que enxergaram na emissão uma forma de serem diluídos.
Segundo analistas, o discurso do Minerva foi o contrário, ou seja, de que a operação permitiria a diluição no futuro em condições melhores. Os investidores poderão converter as debêntures em ações a um preço de entre R$ 6 e R$ 8. Dentro dessa linha, a companhia fará uma oferta para recomprar os bônus de subscrição em circulação no mercado. No pregão de ontem, as ações subiram 3,82%, a R$ 5,71, mas ainda estão abaixo da cotação anterior ao anúncio da emissão, que era de R$ 6,36.

Com aposta em diversificação, Algar Telecom aumenta lucro
Valor 02.08.2011 - A aposta em novos serviços e a expansão geográfica de sua área de cobertura garantiram à Algar Telecom uma melhora em seus resultados no segundo trimestre deste ano. O lucro líquido cresceu 58,4% na comparação com o mesmo período do ano passado, ficando em R$ 46,2 milhões. Boa parte do desempenho deveu-se à melhora nos indicadores operacionais da companhia, embora o reconhecimento de créditos fiscais no valor de R$ 10 milhões também tenha contribuído para o resultado final. A operadora descontou o imposto de renda diferido relativo aos anos em que teve prejuízo.
 "O período foi bom. A empresa continuou registrando incrementos no varejo com a venda de pacotes de serviços", afirmou ao Valor o presidente da Algar Telecom, Divino Sebastião de Souza.
O executivo comemorou o fato de que a operadora conseguiu crescer até mesmo na telefonia fixa - um segmento do mercado de telecomunicações cuja tendência é declinante. A Algar, que atua com a marca CTBC, fechou o mês de junho com 844 mil linhas em serviço, um aumento de 13,8% em relação ao fim do segundo trimestre de 2010.
Essa expansão tem duas explicações. Uma delas é a diversificação geográfica da companhia. A Algar - cuja área de concessão abrange 87 municípios do Triângulo Mineiro, de São Paulo, do Mato Grosso do Sul e de Goiás - tem ampliado sua presença em outras cidades. Nessas novas localidades, o foco da operadora são os serviços voltados para o mercado empresarial, especialmente telefonia fixa e banda larga. Outro fator para o crescimento da base de telefones fixos é a venda de pacotes que combinam vários serviços: voz, acesso à internet, telefonia móvel e TV por assinatura. "A demanda por vídeos e banda larga desperta o interesse pela telefonia fixa", diz Souza.
A Algar Telecom obteve receita líquida de R$ 536,3 milhões no segundo trimestre, 16,5% superior à cifra contabilizada no mesmo período do ano passado. Além da área de telefonia, a unidade de serviços de tecnologia da informação (TI) também ajuda a compor o faturamento.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) cresceu 9,2% e ficou em R$ 100,1 milhões. A margem operacional, no entanto, recuou 2,1 pontos percentuais, para 23,8% da receita.

Cielo fecha com Credicard e passa a aceitar Diners
Valor 02.08.2011 - A Cielo fechou parceria com a Credicard e já está aceitando em suas máquinas transações com o cartão Diners Club International, bandeira da americana Discover e que o Citi tem licença para operar no Brasil. O acordo também contempla a captura de operações com os cartões da própria Discover, com cerca de 50 milhões de clientes no mundo, prevista para ser incorporada na rede da Cielo na segunda quinzena do mês.
Com esse movimento, a Cielo praticamente fecha o rol de aceitação das bandeiras mais importantes para o mercado brasileiro, passando a ser a única credenciadora a capturar, além de Visa e Mastercard, American Express (Amex), Elo e, agora, Diners. Antes, os cartões emitidos pela Credicard, subsidiária do Citi, só passavam pela Redecard, parceira de longa data na qual deteve participação acionária até março de 2009.
Diante desse quadro, a pergunta inevitável: se o cartão Diners passa a ser aceito nas máquinas da Cielo, quando o Amex poderá ser capturado pela Redecard? A depender da disposição dos agentes de mercado, o fim da exclusividade entre bandeira e credenciadora está longe de ter um fim.
"Hipercard movimenta um volume financeiro maior que Amex, já tivemos conversas no passado mas eles preferiram esperar", rebate Rômulo Dias, presidente da Cielo. O cartão Hipercard é emitido pelo Itaú Unibanco, dono da Redecard, maior concorrente da Cielo.
Um ano após extinta a exclusividade da Cielo com a Visa e da Redecard com a MasterCard, o que se vê no mercado é uma abertura parcial. Por isso, a adesão da Credicard à rede da Cielo pode ser vista como mais uma quebra de barreira - até porque a Credicard formou recentemente uma "joint-venture" com a americana Elavon para atuar como credenciadora, concorrendo com Cielo e Redecard.
"Como representante do Diners no Brasil, não deveríamos diminuir a competitividade do produto", observa Leonel Andrade, presidente da Credicard. Pelo raciocínio do executivo, a Credicard não só estaria garantindo aos clientes uma maior rede de aceitação como também dando a eles vantagem extra em relação ao cartão Amex, cuja transação só pode ser efetuada na máquina da Cielo. "No fundo, acho que 100% dos produtos deveriam ser abertos a 100% das redes. Nessa disputa de acionistas, quem perde é consumidor."
Uma fonte conta que o governo já estaria atento à questão da abertura parcial do mercado de cartões e que foram, inclusive, emitidos ofícios para as empresas do setor, cerca de 15 dias atrás, com pedidos de explicação sobre as restrições para a captura de algumas bandeiras, incluindo aí os cartões-benefícios. Visa Vale, por exemplo, só passa pela rede da Cielo.
Um argumento comumente ventilado por executivos do setor de cartões é que a abertura para bandeiras pequenas, com participação de mercado inferior a dois dígitos, não faria sentido dada a pouca relevância econômica - alegação contraditória, já queque vai de encontro à própria parceria firmada entre Credicard e Cielo. O Diners conta com uma base de 500 mil cartões e participação de mercado inferior a 5%.
Uma abertura total do mercado seria inviável, porém, em menos de seis meses, tempo mínimo para que as empresas consigam adaptar seus sistemas para aceitar mais bandeiras.

Recém-criado, iFood recebe aporte de fundo
Valor 02.08.2011 - Criadores do iFood, a partir da esquerda: Felipe Fioravante, Patrick Sigrist, Eduardo Baer e Guilherme Bonifácio.
Depois do telefone, a internet. O empresário Patrick Sigrist, que criou o Disk Cook, serviço de "delivery" (entrega) para restaurantes de alto padrão, aposta agora que o consumidor usará cada vez mais a web para pedir refeições para comer em casa. Com mais três sócios, ele lançou em maio o iFood, uma espécie de praça de alimentação on-line, com cardápios de 230 estabelecimentos que vão de Pizza Hut e Bob's ao sofisticado Antiquarius.
O site acaba de receber um novo investidor, o Warehouse, fundo de venture capital brasileiro voltado para as áreas de tecnologia, comércio eletrônico e projetos "verdes", como de reciclagem e bioenergia. Foi feito um primeiro aporte, de R$ 3,1 milhões, com o objetivo de expandir a operação do iFood para as principais capitais do país. Hoje, o serviço está disponível nas cidades de São Paulo, Santos e Rio de Janeiro.
Segundo Felipe Fioravante, diretor e sócio do iFood, em um prazo de cinco anos, a intenção é estar presente em todos os Estados, contar com uma oferta de 7 mil restaurantes e movimentar R$ 150 milhões por ano em pedidos. Hoje o iFood recebe 12,5 mil pedidos, que geram um movimento de R$ 800 mil ao mês aos estabelecimentos.
"O Brasil tem muito a crescer no mercado de alimentação fora do lar. Aliado a isso, perdeu-se o medo de comprar pela internet", diz Fioravante. Com o aumento da renda, o setor de alimentação fora do lar (que inclui o "delivery" de refeições) dobrou de tamanho em seis anos, para R$ 185,5 bilhões em 2010. Este ano, deve crescer entre 15% e 16%, segundo a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia).
Pelo modelo de negócio do novo site, os estabelecimentos pagam uma comissão de 10% sobre o valor de cada compra realizada. Em casa ou no escritório, o consumidor faz a escolha dos itens do cardápio, fecha a conta pela internet e a descrição do pedido sai em um tíquete impresso no restaurante por uma maquineta sem fio semelhante às usadas nas operações de cartão de crédito. Além de fornecer a plataforma tecnológica para realização das transações, o iFood desenvolve ações de marketing e relacionamento. O restaurante se encarrega da entrega do pedido.
"O iFood é uma evolução do Disk Cook", diz Patrick Sigrist. Criado em 1997, o Disk Cook responde pelo serviço de entrega de cerca de 100 restaurantes no Rio e em São Paulo. O estabelecimento só precisa preparar e embalar a comida. A experiência levou a empresa a gerir toda a operação de entrega de terceiros, como as lojas da Pizza Hut na Grande São Paulo, além dos pedidos recebidos via Disk Cook.
A internet começou a ser trabalhada em 2000, como uma opção aos pedidos por telefone. Ganhou força em 2009, com a entrada de Felipe Fioravante e outros dois sócios - Eduardo Baer e Guilherme Bonifácio -, que começaram a desenvolver mais o braço on-line da companhia. Naquele ano, 16% dos pedidos do Disk Cook eram feitos por esse novo canal. Hoje são 42%.
Em clientes como a Pizza Hut em São Paulo, a internet já responde por 20% dos pedidos de "delivery". Pelas estimativas de Jorge Aguirre, diretor-geral da Internacional Restaurantes do Brasil, franqueada da rede americana para a Grande São Paulo, essa fatia deve subir para 35% até 2012. Dos 17 restaurantes da bandeira na região, 8 têm serviço de entrega. "Há algum tempo, não só está havendo uma migração do telefone para a internet, como há novos consumidores [jovens mais afeitos às novas tecnologias] aderindo a essa conveniência", diz Aguirre. Segundo ele, com mais tempo para escolher do que numa chamada telefônica, o cliente da web faz pedidos com tíquete médio 20% maior.

Vendas de veículos devem crescer até 12% em 2012, dizem consultorias
Folha 02.08.2011 - As vendas de automóveis e veículos comerciais leves no Brasil devem crescer até 12% no próximo ano.
Segundo cálculos da Tendências Consultoria, o crescimento é maior que os cerca de 5% estimados para este ano, número que carrega os reflexos de uma desaceleração nas vendas devido ao aperto nas condições de financiamento.
"As medidas restritivas ao crédito vão começar a se dissipar no ano que vem", diz Roberta da Veiga, economista da Tendências.
"Voltará o crescimento na média dos anos anteriores, talvez um pouco acima por causa da base de comparação baixa deste ano."
A RC Consultores, por sua vez, projeta para o ano que vem crescimento de 7% nas vendas internas somadas as importações, chegando a 4,1 milhões de veículos comercializados no país.
As importações devem apresentar o maior avanço, de 20%, atingindo mais de 1 milhão de veículos, segundo previsão da RC.
A produção, entretanto, deve crescer cerca 3%, para 3,39 milhões de novas unidades em 2012, de acordo com a Tendências.
"Vai ter um descompasso inicial por causa do crescimento das importações e do tempo de maturação dos investimentos", diz Veiga.
Em 2013, quando começar a operação das fábricas da Hyundai e da Chery no país e o câmbio atingir patamar razoável, o crescimento deve chegar a 14,7%, diz Veiga.

Eztec e Queiroz Galvão são estreantes na Carteira Valor
Valor 02.08.2011 - Estreantes na Carteira Valor, as ações ordinárias (ON, com direito a voto) da construtora Eztec se destacam entre as recomendações para agosto após queda de 11,61% em julho, embora ainda acumulem alta de 9,58% no ano até o mês passado.
Presente no portfólio recomendado pela Octo Investimentos, a construtora afirmou em sua prévia operacional que 61% dos lançamentos estimados para este ano já foram concluídos, apesar da fraca velocidade de vendas no trimestre. "A Eztec apresenta margens muito acima da média do setor e baixa alavancagem", lembra Fernando Góes, analista da corretora. A empresa deve divulgar o balanço do segundo trimestre no dia 8.
Após queda de 6,47% em julho, as ordinárias da sucroalcooleira São Martinho também passaram a figurar entre as indicações para agosto. No ano, os papéis têm desvalorização de 19,94% até julho. De acordo com Rossano Oltramari, analista-chefe da XP Investimentos, a empresa reportou crescimento de lucro de 37,2% em 12 meses e as perspectivas seguem boas para o setor sucroalcooleiro. "A continuidade dos atuais preços de açúcar e etanol em níveis elevados tendem a beneficiar o desempenho da empresa nos próximos balanços."
Com alta de 7,49% em julho, as preferenciais (PN, sem direito a voto) da Telesp estão entre as poucas ações recomendadas que conseguiram fechar o mês no azul. No fim de julho, a Telesp, que reúne Vivo e Telefônica, anunciou lucro líquido de R$ 1,14 bilhão no segundo trimestre do ano, alta de 30% ante o mesmo período de 2010. No acumulado do ano, o lucro líquido chegou a R$ 2,27 bilhões - valor 45,9% maior que o apresentado no mesmo período do ano passado.
A aposta em Telesp se deve pela ação se mostrar "defensiva" em momentos de turbulência, assim como pelo crescimento do mercado de celulares, afirma Carlos Firetti, chefe da área de análise da Bradesco Corretora. "Acreditamos que a plataforma móvel (Vivo) deve continuar apresentando bom crescimento, compensando o declínio no negócio de linha fixa" afirma. "Os fundamentos da empresa permanecem sólidos e a ação deve continuar tendo bom desempenho por ser uma ação defensiva, boa pagadora de dividendos".
Também estreantes na Carteira Valor aparecem as ONs da empresa de petróleo e gás Queiroz Galvão. Em julho, a empresa registrou alta de 9,26%, embora desde o seu lançamento na bolsa, em 8 de fevereiro, até o mês passado, a queda seja de 6,84%. Em relatório, a Planner diz acreditar que a companhia tem uma estratégia diferenciada de atuação no setor e fortes fundamentos financeiros para sustentar sua campanha exploratória. "Consideramos que seu preço esteja atrativo para compra e que as ações podem reagir a importantes fatores de curto prazo, como a evolução na perfuração dos poços e avaliação dos recursos". A empresa deve divulgar os números relativos ao balanço do segundo trimestre no dia 10.
Com desvalorização de 13,37% no ano, as ONs do Banco do Brasil lideram a lista de indicações, com quatro recomendações. Apenas em julho, a queda das ações somou 6,11%. De acordo com Firetti, do Bradesco, o setor bancário brasileiro se mostra atraente devido à consistência dos resultados. No caso do BB, as ações vêm sendo negociadas com desconto entre 25% e 30% em relação aos papéis do Bradesco e Itaú Unibanco, pela percepção de risco político. "Em nossa opinião, o desconto é excessivo, especialmente no ambiente atual, em que o governo não precisa mais do BB acelerando o crédito", diz.
Com três indicações aparecem as preferenciais classe A da Vale. No fim de julho, a empresa reportou lucro líquido de R$ 10,2 bilhões no segundo trimestre, valor 54,9% superior aos R$ 6,6 bilhões do mesmo período do ano passado. A geração de caixa da mineradora medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) alcançou R$ 14,2 bilhões, abaixo do projetado pelos especialistas, mas recorde para um segundo trimestre, tendo crescido 41,9% ante os R$ 10,4 bilhões do segundo trimestre de 2010.
Segundo Góes, da Octo, as ações da mineradora sofreram bastante com todo o processo de ingerência política no troca do comando da empresa, com a substituição de Roger Agnelli por Murilo Ferreira na presidência. "Mas acreditamos que os papéis da Vale já incorporam todos os riscos referentes à desaceleração global, ao impacto sobre os preços das commodities, à política anticíclica da China e mesmo aos riscos políticos no Brasil e à mudança do presidente." Em julho, os papéis PNA subiram 2,17%, embora no ano a queda seja de 4,11% até o mês passado.
Completam as recomendações as PNs do Itaú Unibanco, que divulga balanço hoje. A queda de 13,72% somente em julho, elevando a perda no ano para 19,55%, oferece uma boa oportunidade de compra, avalia Góes, da Octo. O analista lembra que as medidas macroprudenciais adotadas pelo Banco Central nos últimos meses trouxeram expectativas de desaceleração nas operações de crédito de curto prazo. "Entretanto, essa redução não está ocorrendo como o esperado", diz. "Temos visto apenas uma estabilização no volume e pouca piora na inadimplência."

BR Malls vê lucro crescer 56% no segundo trimestre, para R$ 115 milhões
Exame 02.07.2011 - Área bruta locável cresceu quase 20% em relação ao mesmo período do ano passado. A BR Malls encerrou o segundo trimestre com lucro líquido de 115,4 milhões de reais. A cifra é 56,3% maior que a do mesmo período do ano passado. Já a receita líquida avançou 62,1% e somou 199,4 milhões de reais.
A administradora de shopping centers encerrou junho com área bruta locável total de 1,260 milhão de metros quadrados. O número é 19,7% maior que o do mesmo período de 2010. Deste total, 674.115 metros quadrados são de espaços próprios.
O ebitda da companhia (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) foi de 159,225 milhões de reais, com crescimento de 58,8% sobre o segundo trimestre de 2010.
A empresa encerrou junho com três projetos greenfield em construção e nove expansões em curso. Com eles, a BR Malls espera alcançar 1,452 milhões de metros quadrados de área bruta locável em 2013, dos quais, 789.600 metros quadrados de área própria.

Betim terá shopping conjugado a rodoviária
DCI 02.08.2011 - Chegou a vez dos mineiros circular por centros de compras construídos em anexos a terminais rodoviários e estações de metrô, a que os paulistas já estão acostumados. Trata-se do Metropolitan Garden Shopping, cujo aporte soma R$ 270 milhões a serem aplicados em 94 mil metros quadrados na cidade de Betim.
A empresa Tenco Realty, junto de outros parceiros, vai gerir, em setembro de 2012, aquele que considera o maior complexo comercial do estado, por meio inclusive de uma parceria público-privada (PPP). A obra está sendo construída na BR-381 (Fernão Dias), km 481, no sentido Betim-Belo Horizonte, e será interligada a um terminal rodoviário interestadual, com contrapartida de R$ 70 milhões provenientes da Prefeitura de Betim. O empreendimento terá espaço para 300 lojas, nove salas de cinema, hipermercado e boliche, afirma Eduardo Gribel, presidente da Tenco Realty. A previsão mensal é ter cerca de 1,5 milhão de passageiros na nova estrutura rodoviária, com transporte interestadual, intermunicipal e metropolitano.

ViaQuatro vai faturar R$ 540 mi por ano
Valor 02.08.2011 - Valença, presidente da ViaQuatro: "Todas as concessões têm atenção dos acionistas".Primeira empresa concessionária de metrô controlada pelo grupo CCR, a ViaQuatro deverá atingir um faturamento estimado em R$ 540 milhões por ano com as tarifas oriundas da operação da Linha 4-Amarela, em São Paulo, quando ela estiver concluída (com previsão para 2014). Mesmo que o valor seja somado às chamadas receitas acessórias - com a exploração de lojas nas estações, à qual a empresa tem direito -, o montante é só uma parte do que pode vir a ser a geração de receita do grupo com este modal.
Embora descarte a atuação em novos projetos por parte da empresa - que tem propósito específico para a Linha 4 - e não comente as estimativas de receita que correm no mercado, o presidente Luís Valença admite que os acionistas têm interesse em novas concessões de metrô no país. Isso pode fazer com que outras empresas semelhantes à ViaQuatro sejam criadas para explorar as oportunidades.
Para Valença, o 'know-how' adquirido pela ViaQuatro na operação de metrô é uma vantagem criada pela empresa aos sócios. "Os acionistas têm interesse em novos projetos em metrô. De nossa parte, podemos transferir conhecimento sobre tecnologia e pessoal, inclusive", explica.
Atualmente, o grupo CCR é o maior acionista da ViaQuatro, com 58% de participação, e tem entre seus principais sócios grandes empreiteiras do país (Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht). O grupo já acumula controle ou participação em 16 empresas. Nove delas são administradoras de concessões rodoviárias.
Hoje, a única concessão de metrô com participação do grupo CCR é a Linha 4-Amarela, em São Paulo, por meio de um contrato de operação e manutenção com prazo de 30 anos com a ViaQuatro. O portfólio pode aumentar com duas novas concessões atualmente em fase de estudos pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (o Metrô), estatal do governo paulista - conforme informou no último mês ao Valor o presidente do Metrô, Sérgio Avelleda. Além disso, as potenciais oportunidades são complementadas por investimentos em estudo para construção de novas linhas em cidades como Curitiba e Fortaleza. Perguntado sobre o interesse do grupo nesses projeto e no trem-bala, Valença dá uma resposta padrão: "Todas as concessões em transportes têm atenção dos acionistas", diz ele.
Ao todo, o investimento inicial a ser feito pela ViaQuatro na linha que administra, para sua entrada em operação, será de R$ 1,4 bilhão - um montante dividido em duas fases. Na primeira, a ViaQuatro deverá investir R$ 750 milhões, que incluem a entrega de 14 trens da coreana Hyundai (ao todo, estão previstos 29). Com capacidade para transportar cerca de 2 mil passageiros por viagem, permitem passagem livre entre os carros, ligações de celular e acesso à internet sem fio. Os trens operarão sem operadores - o sistema 'driverless' permite a operação sem a presença do condutor dentro do trem. Segundo Valença, as velocidades são programadas previamente por uma pessoa com o auxílio de um software - sendo eventualmente reguladas de acordo com a necessidade. Todas as funções são comandadas diretamente do Centro de Controle Operacional (CCO). Além disso, seis estações entrarão em operação ao fim da etapa, quando a linha transportará 750 mil passageiros diariamente. São os pontos Paulista, Faria Lima, Butantã, República, Luz e Pinheiros. Na segunda fase, outros 15 trens da fabricante serão adquiridas. A previsão é que a etapa de investimentos seja concluída até 2014, com a entrada em funcionamento de mais cinco estações: Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, Fradique Coutinho, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia. Nesta etapa, será aplicado um montante de R$ 650 milhões.
Nas últimas semanas, a empresa anunciou que operará uma linha de ônibus que ligará o município de Taboão da Serra, na Região Metropolitana de São Paulo, à estação Vila Sônia. A previsão é que o serviço já em 2014, ano de inauguração da estação.
Além da CCR, a ViaQuatro tem participação de quatro sociedades. Uma delas é a Montgomery Participações (sociedade brasileira detida por um fundo de investimento em participações administrado pelo Banif, com participação da Odebrecht e voltado a atividades relacionadas a investimento em infraestrutura de transportes e logística).
Há ainda participação da Mitsui Co. (empresa japonesa pertencente ao grupo Mitsui, que atua globalmente nos setores de logística e transporte, dentre outros), da Benito Roggio (sociedade argentina do grupo Roggio, de transporte e concessões de vias) e da RATP (sociedade francesa do grupo RATP, que atua em transporte público de passageiros como operador ou assistente técnico de operações).

Indústria naval deve ter R$ 9 bi em financiamento
Valor 02.08.2011 - Eugenia Melo, da Caixa, que analisa 9 projetos que estão em fase final e somam R$ 5 bilhões: "Queremos ser o banco da indústria naval brasileira"
As operações sindicalizadas tendem a ganhar força entre os agentes financeiros do Fundo da Marinha Mercante (FMM), fonte de financiamento de longo prazo para a indústria naval e "offshore" no país. A parceria entre os bancos permite reduzir a exposição ao risco em grandes projetos, como a construção de novos estaleiros. Só o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e a Caixa têm, juntos, 16 projetos em análise que somam cerca de R$ 9 bilhões em financiamentos para o setor.
Este mês a Caixa vai contratar a primeira operação como agente financeiro do fundo. É um financiamento de R$ 390 milhões para a construção de navios utilizados no transporte de derivados de petróleo. O nome da empresa que vai contratar o empréstimo foi mantido em sigilo. Esse e outros nove projetos para o setor, que estão em fase final de avaliação na Caixa, somam R$ 5 bilhões, conta Eugenia Regina de Melo, superintendente regional da área de petróleo e gás da instituição.
Neste mês, completa-se um ano desde que uma resolução deu à Caixa a possibilidade de atuar como agente financeiro do fundo. No total, o banco está avaliando 23 projetos, 9 deles em fase adiantada. O banco federal montou área específica, incluindo a criação de superintendência no Rio para avaliar projetos de óleo e gás.
A estrutura permite concentrar esforços para fazer a análise em até 180 dias. Uma resolução do Ministério dos Transportes, a quem o fundo está ligado, prevê que a prioridade de financiamento tem de ser contratada em até um ano. Na última reunião do conselho diretor do fundo, em maio, foram aprovados R$ 8,7 bilhões em prioridades. A prioridade é o primeiro passo para uma empresa buscar financiamento junto aos agentes financeiros do fundo. "Queremos ser o banco da indústria naval brasileira", diz Eugenia.
Após um ano de operação como agente do fundo, o objetivo da Caixa, para o segundo ano, é repetir os valores de financiamento hoje em análise no banco. A executiva diz ver o BNDES como parceiro nessas operações e afirmou que hoje já há operações sendo sindicalizadas entre os agentes do fundo.
Roberta Ramos, gerente do departamento de gás e petróleo do BNDES, afirma que o banco já fez uma operação sindicalizada com o Banco do Brasil, outro agente do fundo. O financiamento foi para a construção de navios de apoio offshore.
"Vemos com bons olhos as operações sindicalizadas", disse Roberta. Segundo ela, o BNDES tem 7 ou 8 projetos para o setor em análise, os quais somam financiamentos de cerca de R$ 4 bilhões. Ela acredita, porém, que pode haver projetos sobrepostos entre o BNDES e a Caixa. Isso significa que empresas interessadas no financiamento do fundo podem ter apresentado o mesmo projeto às duas instituições financeiras.
Entre as empresas do setor, a concorrência entre os agentes do fundo é bem vista pois pode contribuir para a redução do custo final dos financiamentos. O custo médio de um financiamento do fundo fica em 9,5% ao ano se o indexador for a TJLP (6% ao ano) mais o spread do agente, de 3,5%. Mas há ainda a possibilidade de contratar o empréstimo atrelado à variação do dólar, opção que pode servir a empresas cujas receitas também são em moeda americana.
Roberta prevê que, em 2011, o BNDES deve aprovar um número menor de operações do que no ano passado, mas, em 2012, deverá haver uma recuperação. O nível menor de aprovações este ano se relaciona ao fato de que, em 2010, o conselho diretor do FMM não se reuniu para aprovar novas prioridades de financiamento. Em 2010, o BNDES aprovou R$ 9,7 bilhões em financiamentos para o setor e liberou R$ 2,55 bilhões.

Veloce Logística cresce 20% e analisa entrar em novos mercados
DCI 02.07.2011 - Com 15 unidades operacionais no Brasil e na Argentina, a Veloce Logística, braço do Pátria Investimentos no ramo de transporte de carga para os setores automobilístico e de bens de consumo, deve fechar o ano com um faturamento até 20% superior ao de 2010, com a projeção de alcançar cerca de R$ 160 milhões.
A perspectiva de Paulo Guedes, presidente da Veloce, é ampliar a atuação da companhia, em breve. O assunto é analisado, e segmentos ascendentes, como o de eletroeletrônicos, podem ser o novo filão da empresa, diz ele.

Vale Fertilizantes lucra R$ 115 milhões
Valor 02.08.2011 - Maior fabricante nacional de matérias-primas para a produção de fertilizantes, a Vale Fertilizantes registrou um resultado líquido positivo de R$ 115 milhões no segundo trimestre de 2011, revertendo o prejuízo de R$ 4 milhões de igual trimestre de 2010. No primeiro trimestre deste ano, o lucro foi de R$ 114 milhões.
A receita operacional da companhia foi de R$ 1,241 bilhão, 124% maior do que os R$ 552 milhões registrados no segundo trimestre do ano passado. O desempenho da empresa vem sendo impactado pelos preços mais altos dos produtos vendidos. Segundo balanço da companhia, o fosfato bicálcico, por exemplo, foi comercializado no segundo trimestre deste ano a preços médios 15,3% mais altos do que no trimestre anterior.
Além dos preços, os volumes também cresceram. Somente os fosfatados de baixa concentração tiveram aumento de 48,7% no segundo trimestre em relação ao primeiro.
O lucro antes de juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) também cresceu no segundo trimestre de 2011. A geração de caixa atingiu R$ 267 milhões no período, 236% maior do que os R$ 79 milhões registrados em igual intervalo de 2010. A margem Ebtida cresceu para 24,7% no segundo trimestre, ante os 16% de igual intervalo do ano passado.
A avaliação da companhia, divulgada em seu balanço, é a de que após a queda significativa da demanda global de fertilizantes entre os anos de 2008 e 2009, e da recuperação em 2010, o ano de 2011 tem sido de consolidação da demanda, suportada pela forte recuperação dos mercados tradicionais e pelo sustentado nível de consumo dos emergentes.
Votorantim planeja levantar R$ 1,22 bi com três fundos de private equity
Exame 01.08.2011 - Gestora vai buscar oportunidades em geração de energia e fontes renováveis. Hidrelétrica no Brasil: Votorantim busca investimentos na geração de energia.
A Votorantim Asset Management planeja levantar 1,220 bilhão de reais através da criação de três fundos de private equity que investirão em companhias que atuem no setor de energia, especificamente no segmento de geração elétrica e de fontes renováveis ou sustentáveis.
Segundo três prospectos preliminares enviados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), cada fundo oferecerá 210.000, 310.000 e 700.000 cotas, respectivamente, sendo o valor de cada cota fixado em 1.000 reais. O Banco Votorantim atuará como coordenador líder da distribuição das cotas de primeira emissão que serão objeto da oferta que, por sua vez, será também coordenada pela BB Gestão de Recursos. Segundo a Votorantim, todas as cotas serão negociadas em bolsas de valores ou mercado de balcão organizado. Os três fundos foram constituídos em 18 de fevereiro de 2011.

Asiáticos invadem mercado de máquinas e acirram disputa
Valor 02.08.2011 - Victor Yuan, presidente da Sany no Brasil: "O Brasil entrou na rota de internacionalização da Sany pelas perspectivas de grandes projetos de infraestrutura".
Se todos os planos anunciados até agora saírem dentro dos prazos estabelecidos, quatro gigantes asiáticos da indústria de máquinas pesadas de construção vão desembarcar no Brasil nos próximos dois anos.
Juntas, as companhias sul-coreanas Hyundai e Doosan mais as chinesas Sany e Xuzhou Construction Machinery Group (XCMG) planejam aplicar o total de US$ 610 milhões na instalação de fábricas no país.
O motivo que levou essas empresas a apostar no mercado brasileiro é bem conhecido: a necessidade de o país realizar robustos investimentos em obras nos próximos anos para minimizar seu déficit habitacional, corrigir gargalos no setor de infraestrutura, explorar cada vez mais recursos minerais para atender à demanda global por commodities e, ainda, estar preparado para a realização de dois megaeventos esportivos - a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.
A presença das máquinas desses fabricantes nos canteiros de obras espalhados pelo Brasil, contudo, já não é uma novidade. Antes mesmo de começar a produzir no país, as marcas asiáticas encontraram no mercado local as condições favoráveis - real forte e consumo crescente - para deslocar parte da produção que deixou de ter abrigo nos países desenvolvidos após a crise financeira.
Importações brasileiras já respondem por 37% das máquinas pesadas para insfraestrutura e extração mineral.
Seja pela ocupação de espaços deixados pela falta de tecnologia nacional seja pelo ganho de competitividade permitido pela valorização do real e taxas de câmbio subvalorizadas em seus países de origem, as importações já suprem 36,7% do consumo brasileiro de máquinas e equipamentos usados em atividades de construção e extração mineral - entre as quais se inserem retroescavadeiras, carregadeiras, motoniveladoras e tratores de esteira, conhecidos como a linha amarela do setor de bens de capital.
Há seis anos, a fatia abocanhada pelas importações nesse setor era bem menor: preenchiam 21,4% do mercado, conforme estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O movimento trouxe um novo ambiente de competição, no qual os fabricantes tradicionais já instalados no país - caso de Caterpillar, Case New Holland (CNH) e Komatsu - são pressionados a rever as políticas comerciais e adotar ações de marketing mais agressivas na defesa de suas posições de mercado.
Uma das conseqüências desse cenário tem sido o menor espaço para imposição de preços. Compradores de máquinas relatam que o avanço das importações ajudou a segurar o preço do produto nacional. "Os chineses forçaram uma mudança na postura da indústria brasileira de reajustar seus preços todo mês", diz Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema, associação ligada ao mercado de construção pesada, e também sócio da Escad Rental, empresa de locação de máquinas.
Mesmo sem o acesso às linhas de financiamento mais atraentes do BNDES - que exigem conteúdo nacional mínimo de 60% na fabricação desses produtos - e a incidência de alíquotas de importação de 14%, as máquinas asiáticas estão conseguindo chegar ao Brasil em condições competitivas.
A questão cambial, avaliam fontes do setor, explica apenas parcialmente essa situação porque a capacidade asiática de concorrer e abastecer mercados internacionais também está relacionada à excepcional escala de produção conquistada por seus fabricantes.
O braço de equipamentos de construção da Hyundai Heavy Industries, por exemplo, tem capacidade de fabricar 22 mil máquinas a cada ano em Ulsan, na costa leste da Coreia do Sul. Tratas-e de um volume suficiente para suprir praticamente 80% do consumo total de máquinas da linha amarela no Brasil neste ano, previsto em 27,35 mil unidades pela Sobratema.
No ano passado, as vendas de máquinas da Hyundai no Brasil mais do que triplicaram, sendo o país um dos destaques nos resultados da companhia.
O bom desempenho obtido no país levou o grupo sul-coreano a anunciar recentemente o plano de investir US$ 150 milhões na construção de uma fábrica de maquinário pesado em Itatiaia, no sul do Rio de Janeiro. A unidade, com inauguração prevista para o fim de 2012, deverá produzir cerca de 5 mil máquinas anualmente, entre escavadeiras, retroescavadeiras e carregadeiras.
Os novos investimentos no Brasil estão em linha com a renovação do estoque brasileiro de máquinas e a necessidade de atender critérios de nacionalização para tirar um melhor proveito dessa tendência. Há uma expectativa de que a população de equipamentos com menos de quatro anos de uso dobrará até 2015.
Victor Yuan, presidente no Brasil da Sany - grupo chinês que pretende erguer uma fábrica em Jacareí, interior de São Paulo - projeta que o mercado de linha amarela, somado a equipamentos para elevação e bombas de concreto, deverá crescer pelo menos 33% até 2013.
"O Brasil entrou na rota de internacionalização da Sany pelas perspectivas de grandes projetos de infraestrutura, como estradas, ferrovias, hidrelétricas, além do boom vivido pela construção civil", afirma Yuan.
Após atuar apenas como importador no Brasil, a Sany, desde janeiro, monta kits de escavadeiras e guindastes em São José dos Campos, também no interior de São Paulo. Dentro de um programa de investimentos da ordem de US$ 200 milhões, a empresa prevê para 2013 o início das operações da fábrica de Jacareí.
Além de Sany e Hyundai, já foram divulgados investimentos de US$ 200 milhões da XCMG em Pouso Alegre (Minas Gerais) e de US$ 60 milhões da Doosan em Americana (São Paulo).

Itaú fecha acordo e vira líder em gestão de fortuna no Chile
Estadão 01.08.2011 - Joint venture com o MCC, um dos maiores bancos do mercado chileno, nasce com uma carteira de ativos de US$ 2 bilhões.
Em linha com sua estratégia de internacionalização, o Itaú assinou nesta segunda-feira, 1º, um acordo para criação de uma joint venture com um dos maiores bancos chilenos, o Munita, Cruzat & Claro (MCC). A parceria foi feita com o objetivo de desenvolver a gestão de patrimônio no Chile, com operações de private banking - serviço prestado timidamente pelo branco brasileiro naquele país.Com a joint venture o Itaú vira líder na administrações de fortunas no mercado chileno.
O Itaú está no Chile desde 2006, quando comprou o BankBoston local (ver ao lado). De lá para cá, manteve uma atuação voltada para o varejo e com uma carteira relativamente pequena de clientes com alta renda, alvos do private banking. Com a sociedade, o banco une os US$ 300 milhões que tinha sob gestão com o US$ 1,7 bilhão do parceiro chileno.
"Com a sociedade, aumentamos a carteira de clientes hispânicos em 25%", disse João Medeiros, diretor do Itaú Private Bank International. "Os clientes chilenos passam a representar um terço da nossa carteira na América Latina, encostando nos argentinos, que até então tinham a participação mais relevante, depois do Brasil."
Medeiros acredita que, em três ou quatro anos, é possível dobrar a carteira de ativos no Chile, chegando aos US$ 2 bilhões. Entre os fatores que levaram o Itaú a apostar no país vizinho, além da oportunidade, está o potencial de crescimento da economia chilena, que tem dado saltos de 6% ao ano. "É um mercado que tem condições muito favoráveis, com crescimento sustentável e um ciclo de criação de riquezas estável", diz Medeiros. "Com riqueza acumulada, temos investidores em busca de oportunidade de investimento."
A parceria promete também facilitar o acesso de investidores chilenos ao País. "A sociedade nos amplia a oportunidade de oferecer produtos mundiais e especialmente do Brasil, que é o país dos Brics com maior potencial", diz Alberto Munita, um dos sócios fundadores do MCC. O banco, especializado em gestão de patrimônio, tem 28 anos de atuação.
Marca. As partes não divulgaram suas participações no negócio mas disseram que os sócios da instituição chilena continuarão à frente da operação. O Itaú terá um representante no conselho de administração da joint venture, que atuará sob a bandeira do MCC. As negociações em torno dessa sociedade começaram há um ano e foram concluídas ontem, com a assinatura do acordo, no Chile.
Na América Latina, o Itaú também está presente na Argentina, no Paraguai e no Uruguai. O banco é líder em private banking no continente, com mais de US$ 80 bilhões de ativos sob gestão.
Com atuação em 21 países nas Américas do Sul e do Norte, na Europa, no Oriente Médio e na Ásia, o banco brasileiro está desde 2006 com uma forte estratégia de internacionalização, por meio de aquisições e, principalmente, crescimento orgânico. "Nós achamos que temos oportunidade de originar negócios. Queremos crescer aproveitando nossa presença nesses mercados locais e algumas oportunidades. O foco, no entanto, continua sendo o Brasil", diz João Medeiros.

Bancos veem efeito das medidas de corte do crédito a veículos
DCI 02.08.2011 - As chamadas medidas macroprudenciais, anunciadas pelo Banco Central no final do ano passado, começam a aparecer nos resultados dos bancos. E podem servir de exemplo para o Banco Central, caso a autoridade monetária decida tomar medidas semelhantes para outros segmentos, dizem especialistas.
Os resultados divulgados por dois grandes bancos privados referentes ao primeiro semestre de 2011 reforçam a tendência de desaceleração. O saldo da carteira do Bradesco totalizou R$ 250,834 bilhões em junho de 2011, com R$ 101,462 em pessoa física. O saldo do segmento de financiamento de veículos chegou a R$ 26,753 bilhões, queda de 0,04% ante março deste ano, que foi de R$ 25,763. Em relação ao último trimestre de 2010, período anterior aos reflexos das medidas macroprudenciais do governo, o crescimento foi de 7,80%.Na comparação do segundo trimestre de 2010, de R$ 21,328 bilhões, com dezembro de 2009, a elevação chegou a 14,16%.
A elevação nas carteiras para pessoas físicas do Santander Brasil em junho, foi de 23,4% ante o primeiro semestre de 2010, para R$ 56,647 bilhões. No ramo veículos, houve acréscimo de 3,9%, de R$ 23,466 bilhões para R$ 24,384 bilhões. Já ante março de 2011, com total de R$ 24,291 bilhões, o crescimento foi de 0,38%. Segundo números do Banco Central, o saldo total em pessoa física em junho chegou a R$ 158,063 bilhões, acréscimo de 10,6% em relação ao de janeiro, de R$ 142.197 bilhões. Em 2010, a alta foi de 16%.

Defesa com mercado interno
Valor 02.08.2011 - A crença de que o cenário externo continua nebuloso faz com que o crescimento do mercado interno seja a melhor defesa para os investidores em bolsa. Com a economia brasileira ainda aquecida, a forte queda de alguns papéis de consumo no mês passado transformou-os em oportunidades de compra. Essa é a tônica das recomendações das dez corretoras participantes da Carteira Valor para agosto.
Embora um acordo para elevar o teto de endividamento dos Estados Unidos tenha sido alcançado, não há razões para otimismo com a economia americana, que dá sinais de fraqueza, diz Carlos Firetti, chefe da área de análise da Bradesco Corretora. "O cenário continua difícil, apesar da possibilidade de uma recuperação no curto prazo por conta do acordo entre os líderes dos Estados Unidos", afirma.
Na Europa, o pacote de socorro à Grécia é positivo, mas não há garantias de que outros países altamente endividados não venham a precisar de ajuda. Mesmo no Brasil, lembra Firetti, há a percepção de alguns economistas de que a política macroeconômica deteriorou-se, com a visão de que o Banco Central pode ter informalmente abandonando o objetivo de trazer a inflação para o centro da meta em 2012.
Em julho, o mau humor do mercado trouxe prejuízos para a Carteira Valor, que registrou perda de 8,17% - maior que a desvalorização de 5,74% do Índice Bovespa. No acumulado do ano, o portfólio cai 12,28%, para uma queda de 15,12% do índice.
Para agosto, a maioria dos portfólios sugeridos pelas corretoras traz papéis que caíram muito, embora devam continuar beneficiadas pela expansão da economia doméstica. São seis novas ações que passaram a integrar o portfólio recomendado para o mês de agosto: Hypermarcas, AmBev, Telesp, Queiroz Galvão, Eztec e São Martinho. Completam a carteira Banco do Brasil, Vale, Itaú Unibanco e Petrobras, que já estavam entre as indicações para julho.
Com queda de 18,91% somente em julho, as ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Hypermarcas - uma das maiores companhias de bens de consumo - ingressaram na Carteira Valor com duas indicações. No acumulado do ano, até julho, a empresa perde 46,79%. Outro papel que passou a integrar o portfólio recomendado, também com duas citações, são as preferenciais (PN, sem direito a voto) da companhia de bebidas AmBev, que caíram 10,04% no mês passado e, no ano, 7,32%.
A Planner foi uma das que colocaram as ações da Hypermarcas no portfólio recomendado para agosto. Segundo relatório da corretora, os fundamentos da empresa não condizem com as cotações atuais da ação, e a queda no ano se mostra "um ótimo ponto de entrada". Para a Planner, a estratégia de tentar capturar as sinergias das aquisições realizadas neste ano, em vez de partir para novas compras, se mostra adequada. "A empresa está muito bem inserida no setor farmacêutico, sendo um dos principais laboratórios hoje do país, o que acreditamos ser positivo devido à projeção de envelhecimento de nossa população aliada a um aumento de renda".
A Planner ressalta que entende o fato de a empresa ainda ter números decepcionantes de margens e lucratividade. A razão seria o descompasso entre o tamanho das aquisições realizadas e o tempo de captura das sinergias. "Não vemos nenhuma empresa hoje na bolsa com o potencial de crescimento que possui Hypermarcas sendo negociada abaixo do valor patrimonial." A previsão é de que a empresa divulgue os números relativos ao segundo trimestre no dia 15, quando vence o prazo para que as companhias reportem seus resultados.
As preferenciais da AmBev compõem a carteira recomendada pela Octo Investimentos - formada pelos sócios da Link Investimentos depois da venda da corretora para o UBS. Segundo Fernando Góes, analista da corretora, com consistente geração de caixa, a AmBev se destaca pelo histórico positivo de remuneração aos acionistas, que atingiu R$ 5 bilhões em 2010. "Recomendamos compra pelo viés de consumo interno, perspectivas do aumento da renda disponível e consistência nos resultados operacionais", afirma. A AmBev deve divulgar balanço no dia 11.

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