sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Azul.CA.05.08

Daily News

Captação do Safra
Valor 05.08.2011 - O banco Safra concluiu captação externa em reais no valor de R$ 800 milhões.
A operação, com prazo de cinco anos, foi coordenada pelos bancos UBS Investment Bank e J.P. Morgan, entre outros. A taxa de retorno fechou em 10,25%. As ordens de compra atingiram R$ 1,8 bilhão.

Caixa lança fundos de crédito para fundações e capta R$ 860 milhões
Valor 05.08.2011 - De olho na demanda crescente dos fundos de pensão de Estados e municípios por produtos que garantam o cumprimento das metas atuariais, a Caixa Econômica Federal diversificou a oferta de fundos de investimento. Com foco inicial em ativos de crédito privado e, mais recentemente, em linhas de capital protegido, os novos fundos do banco captaram R$ 860 milhões apenas este ano.
A gestão dos recursos dos institutos de previdência estaduais e municipais - que reúnem patrimônio da ordem de R$ 50 bilhões - tem sido alvo de disputa entre as instituições financeiras. Ao lado do Banco do Brasil, a Caixa é um dos líderes no segmento, com um total de R$ 14,5 bilhões sob administração. A maior parte desse valor atualmente está alocada em fundos DI e renda fixa.
Para convencer as fundações, tradicionalmente conservadoras na alocação do portfólio, a Caixa criou fundos que aplicam preponderantemente em depósitos a prazo com garantia especial do Fundo Garantidor de Créditos (DPGE), afirma o gerente nacional de investimentos corporativos da Caixa, Sérgio Bini.
Os títulos que compõem a carteira dos fundos são emitidos por bancos de médio porte, como Cruzeiro do Sul, BMG e Mercantil do Brasil, e têm prazo de cinco anos. Como não há possibilidade de resgate do DPGE antes do vencimento, não há possibilidade de resgate durante esse período.
Para atender a necessidade das fundações, os papéis são corrigidos pelo IPCA e pagam uma remuneração adicional média de 7,5%. Segundo Bini, a remuneração da NTN-B (título público atrelado à inflação) de mesmo prazo é de aproximadamente 6%.
"O DPGE paga um bom prêmio, mas com risco muito baixo por contar com o suporte do FGC", compara. A exposição máxima dos fundos a um único DPGE é de R$ 20 milhões, limite garantido na operação. Os fundos têm apresentado ainda menor volatilidade em relação aos indicadores de referência de mercado, como IMA-B (que replica uma carteira de títulos atrelados ao IPCA), segundo o executivo.
A decisão do Banco Central de reduzir gradativamente o uso do FGC a partir do ano que vem acabou se tornando um argumento adicional de venda do produto, segundo o gerente da Caixa. "Tra-ta-se de uma oportunidade que tem data para acabar, tanto que a demanda dos cotistas hoje é maior do que a oferta de emissões de DPGE", diz.
A Caixa decidiu criar a família de fundos a partir da resolução nº 3.922 do Conselho Monetário Nacional (CMN), editada em novembro do ano passado, que possibilitou a aplicação de até 5% do patrimônio dos institutos em carteiras de crédito privado.
Com o amparo da mesma resolução, que permitiu uma alocação de 5% em fundos multimercados, a Caixa fechou na semana passada a captação do primeiro fundo de capital protegido voltado especificamente para as fundações. Em um único dia, o banco concluiu a meta de captação, com R$ 118 milhões.
Com prazo de 24 meses, o fundo é composto de sete diferentes cenários dependendo do comportamento do Ibovespa. No pior deles, o investidor obtém rentabilidade mínima equivalente à projeção para o IPCA no período com base no boletim Focus do Banco Central, que na semana anterior ao fechamento do fundo era de 10,97%.
"O produto atende ao desejo das fundações de buscar alternativas à renda fixa sem comprometer o capital", diz. Para o gerente da Caixa, diante da queda recente, a bolsa ficou barata e, apesar do risco de piora no cenário, o espaço para valorização hoje é maior.

Justiça suspende efeitos da venda da Schincariol
Valor 05.08.2011 -  Os minoritários da Schincariol venceram o primeiro round na disputa envolvendo o controle da companhia. No fim da tarde de ontem, a juíza Juliana Bicudo, da 1ª Vara Cível da Comarca de Itu, deferiu parcialmente o pedido de ação cautelar do escritório Teixeira Martins Advogados, que defende os irmãos José Augusto, Daniela e Gilberto Schincariol Jr, donos da Jadangil, que tem 49,55% da fabricante de bebidas.
Pela decisão da juíza, ficam suspensos os efeitos da venda da Aleadri - empresa dos irmãos Adriano e Alexandre Schincariol, que têm 50,45% da fabricante - para a japonesa Kirin. Os minoritários da Jadangil também poderão ter acesso ao histórico de negociações entre a Aleadri e a Kirin. Mas ficaram de fora da decisão outros pedidos dos minoritários, como a restrição do acesso da Kirin às dependências da Schincariol.
O escritório Mattos Filho, que defende a Aleadri, tem dez dias para recorrer da decisão.
"O litígio já era esperado e recebemos a notícia com serenidade, assim como a Kirin, que já foi informada", disse ao Valor o advogado Eduardo Munhoz, da área de contencioso e arbitragem do escritório Mattos Filho.
A venda à Kirin não foi suspensa ou cancelada pela Justiça. Mesmo porque, depois da ação cautelar pedida pelo Teixeira Martins, o Mattos Filho enviou à juíza uma notificação em resposta, com o comprovante de pagamento, feito pela Kirin à Aleadri, e a cópia do contrato assinado entre as duas. Mas os efeitos da venda ficaram suspensos com a decisão, ou seja, a Kirin pagou pela empresa, mas não pode tomar posse dela.
No entanto, Adriano Schincariol continua como presidente da companhia e com poder suficiente para destituir diretores, como o seu primo Gilberto Schincariol Jr, atual diretor comercial da Schincariol, e, segundo interlocutores, o mais inconformado com a venda do controle da empresa aos japoneses. Essa semana, Gilberto Júnior enviou um e-mail aos funcionários dizendo que iria lutar pela empresa da família.
Na defesa da Aleadri, o Mattos Filho deve argumentar que a Jadangil não tem capacidade para exercer o direito de preferência para obter o controle da Schincariol. Isso porque os minoritários nunca fizeram uma proposta formal e, em caso positivo, dificilmente arranjariam em 30 dias, tempo previsto no estatuto da empresa, capital equivalente ao que foi pago pela Kirin para obter o controle da empresa: R$ 3,95 bilhões.

Minoritários da Schin negam busca de recursos para compra da empresa
Estadão 04.08.2011 - Segundo nota, minoritários não haviam recebido qualquer proposta de venda por parte dos outros acionistas e não sabiam da proposta feita pela  japonesa Kirin
O irmãos José Augusto Schincariol, Daniela Schincariol e Gilberto Schincariol Junior, acionistas minoritários detentores de 49,55% da fabricante de bebidas Schincariol, negaram que tenham procurado, sem sucesso, fontes para financiar a compra da parte de Adriano e Alexandre Schincariol, vendida nessa semana para a empresa japonesa Kirin, por R$ 3,95 bilhões. "Até porque, jamais receberam qualquer proposta de venda por parte dos demais acionistas e jamais tiveram conhecimento da proposta feita pela Kirin que acabou resultando na operação", disseram os minoritários, por meio de comunicado ao mercado enviado pelos seus advogados, do escritório Teixeira, Martins & Advogados.
Segundo a nota, os minoritários igualmente dispõem de condições para estruturar uma operação financeira que lhes permita exercer o direito de preferência. No documento, outras questões foram rebatidas por eles. "Em momento algum Alexandre e Adriano se preocuparam com o grupo Schincariol. Primeiro, porque passaram por cima do Estatuto Social, que é o documento fundamental da sociedade", afirmam. E em um segundo momento, porque "o contrato de compra e venda por eles firmado parte da premissa de que a Kirin passa a ser a única proprietária do grupo, com a possibilidade de alocar funcionários do grupo para atender Adriano e Alexandre em um 'family office', alterar a diretoria e promover outras modificações relevantes no grupo."
O comunicado ainda reforça o argumento de violação do direto de preferência detido pelos minoritários, conforme adiantando pela Agência Estado em matéria de ontem. Além disso, esclarece que José Augusto, Gilberto e Daniela jamais colocaram suas ações à venda. "Pleo contrário, sempre deixaram claro, inclusive por meio de duas notificações encaminhadas a Alexandre e Adriano, a última com cópia para Kirin e outros supostos interessados, que iriam exercer o direito de preferência que lhes é assegurado."
Ao final do comunicado, os minoritários, com base na previsão do pagamento pela Kirin de um adicional de R$ 100 milhões aos vendedores do controle da Schincariol conforme performance do Ebitda da empresa deste ano, acusam Adriano e Alexandre Schincariol de "ampliar seus ganhos com base no trabalho realizado por todos os acionistas e trabalhadores e, ainda, corre-se o risco de que venham a tomar decisões equivocadas no período em que permanecem nas funções de direção do grupo."

Aspen expande no Brasil com aquisição de medicamentos
Valor 05.08.2011 -  Alexandre França, CEO da Aspen no Brasil, diz que a companhia quer reforçar posição em remédios fitoterápicos.
O grupo farmacêutico Aspen , com sede na África do Sul, adquiriu seis medicamento do laboratório paulista Myrallis. O investimento foi da ordem de R$ 35 milhões, reforçando a posição da companhia no segmento fitoterápico, afirmou ao Valor Alexandre França, CEO da Aspen.
A expectativa da multinacional é de que, com essa transação, R$ 16 milhões sejam incrementados ao faturamento anual do grupo. A partir deste mês, a companhia passa a comercializar os medicamentos recém-adquiridos Triativ, Fluijet, Ecosensive, Gynax, Licovit e Prev-Kel.
Segundo França, a empresa eleva sua participação no segmento de fitoterápicos, com os produtos Triativ (combate depressão) e Fruijet (mucofluidificante e broncodilatador), e entra no segmento de dermocosméticos, com o Ecosensive, linha composta de talco cremoso e sabonete líquido 100% orgânico. Completam o portfólio do laboratório o gel de silicone Prev-Kel (previne o aparecimento de queloides), o Gynax N (ginecológico) e Licovit (suplemento alimentar antioxidante). O segmento de fitoterápicos representa 15% do mercado mundial de medicamentos e 8% no Brasil.
Esta é a primeira aquisição de produtos da Aspen em 2011 no Brasil, sob a gestão de França, nomeado CEO da companhia este ano. Antes de assumir a presidência do grupo, o executivo dirigia as áreas comercial e de marketing da multinacional sul-africana no país.
França está coordenando a unificação da gestão do grupo no Brasil para promover a expansão no setor farmacêutico. A estratégia de crescimento será focada, em um primeiro momento, na compra de produtos estabelecidos no mercado. O executivo informou que não interessa adquirir laboratórios no país. No ano passado, a Aspen também adquiriu produtos da farmacêutica Hebron, com sede em Pernambuco.
O grupo, com faturamento global de US$ 1,1 bilhão, quer expandir seus negócios nos países do Hemisfério Sul. Maior fabricante de medicamentos do continente africano, a empresa chegou ao Brasil em junho de 2008 depois de comprar 51% da Cellofarm, que desde 2002 estava nas mãos da indiana Strides Arcolet. Em junho de 2009, a Aspen adquiriu, da companhia indiana, os 49% restantes da companhia, que em medicamento similar. O valor do negócio, à época, foi US$ 100 milhões. No Brasil, a Aspen possui um laboratório em Serra (ES) e sede no Rio de Janeiro.

OSX
Folha 05.08.2011 - A OSX, empresa de construção naval, do empresário Eike Batista, aprovou o plano de atividades para o período de 2011-2015.
Os principais focos da companhia serão a construção do estaleiro no Rio de Janeiro, o atendimento prioritário da demanda de equipamentos de produção de petróleo e gás para a OGX e o atendimento a potenciais demandas adicionais de novos clientes.
A OGX é o braço de petróleo e gás do grupo EBX.
O estaleiro, localizado no norte do Estado do Rio, tem área total de 3,2 milhões de m2, da qual serão utilizados 2,6 milhões de m2 na primeira fase de desenvolvimento.

Transnordestina fecha primeiros acordos de cargas
Valor 05.08.2011 - Responsável pelo projeto da ferrovia Transnordestina, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) começou a fechar os primeiros contratos de transporte de cargas para a estrada de ferro de 1.728 quilômetros de extensão. Apesar de o início parcial das operações estar previsto somente para o fim do ano que vem, a empresa já assinou memorandos de entendimento para a movimentação de até 16 milhões de toneladas anuais de granéis líquidos, especialmente minério de ferro e gipsita.
Segundo apurou o Valor, o principal acordo foi fechado com o grupo Bemisa, braço minerador do Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas. A empresa detém os direitos de exploração de uma vasta área no sudeste do Piauí, no entorno do município de Paulistana. A exploração da reserva, estimada em 1 bilhão de toneladas, só se tornou economicamente viável com a chegada da ferrovia, que passará pela região.
Trata-se do principal acordo firmado até agora pela Transnordestina Logística (TLSA), empresa controlada pela CSN. Contudo, já há também entendimentos com fabricantes de gesso da região de Araripina, em Pernambuco. Segundo Edison Pinto Coelho, diretor-executivo da TLSA, os memorandos, somados, preveem uma movimentação inicial de 2 milhões de toneladas por ano, podendo chegar a 16 milhões de toneladas anuais quando a ferrovia estiver operando a plena capacidade.
Ele explicou que o preço elevado do minério de ferro no mercado internacional tem encorajado a exploração do solo piauiense, que ainda não começou. "O cenário positivo incentivou e o mercado está se movimentando para ter essa opção logística. A surpresa positiva é que esse movimento está bem maior do que o estimado inicialmente", afirmou o executivo, que se disse impedido de revelar os nomes dos clientes.
Por meio de nota, a Bemisa informou apenas que sua produção no Piauí será iniciada em 2015, com 5 milhões de toneladas, atingindo o dobro deste volume dois anos mais tarde. Fundada em 2007, a empresa tem seus principais projetos em Mato Grosso (fosfato), Goiás (níquel), Bahia (minério de ferro) e Minas Gerais (minério de ferro).
Segundo Coelho, as perspectivas favoráveis de mercado acabaram promovendo o minério ao posto de carga mais significativa no portfólio da Transnordestina, superando a produção de grãos no cerrado do Piauí e do Maranhão, que cresce ano após ano. Além desses dois produtos, a estrada de ferro irá movimentar frutas, derivados de petróleo, fertilizante e álcool. A Transnordestina será capaz de movimentar até 30 milhões de toneladas por ano, volume que poderá ser dobrado com a instalação de pátios intermediários e novas locomotivas.
A projeção atual da TLSA aponta para novembro de 2012 o início das operações do trecho que ligará o município de Eliseu Martins (PI) ao porto de Suape (PE). Segundo o diretor da TLSA, o ramal está com 37% das obras concluídas, bem a frente da ligação entre Missão Velha (CE) e o porto de Pecém (CE), com apenas 2% de conclusão e obras praticamente paralisadas. A previsão de inauguração desse ramal varia entre abril e junho de 2013.
Além dos atrasos causados pela morosidade do processo de desapropriação, o trecho cearense sofre com a escassez de recursos. Segundo Coelho, a demora do governo federal em liberar os financiamentos adicionais, referentes ao reajuste no custo final da ferrovia, está atravancando as obras. Orçada em R$ 5,4 bilhões em 2008, a Transnordestina teve o custo atualizado para R$ 6,5 bilhões, especialmente em razão do custo maior de mão de obra e material.
Ocorre que o novo valor ainda não foi referendado pelo Ministério da Integração Nacional, o que impede que o repasse do montante correspondente ao reajuste. "Está em análise o aumento proporcional dos financiamentos, o que está impondo algumas dificuldades", diz o executivo.
Pela engenharia financeira definida, a CSN arcaria diretamente com 25% do custo total. O governo federal entraria com 18,2% em forma de participação direta no capital da TLSA. Os 56,8% restantes seriam financiados por BNDES (4,2%), Banco do Nordeste (3,3%) e Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (49,3%).

Infraestrutura terá maratona de leilões federais
Exame 04.08.2011 - Até dezembro, devem ocorrer cerca de 10 certames, que vão desde as inéditas concessões de aeroportos aos já conhecidos leilões de energia
O governo preparou um cardápio variado de projetos na área de infraestrutura para oferecer a investidores nos últimos meses do ano.
Até dezembro, devem ocorrer cerca de 10 certames, que vão desde as inéditas concessões de aeroportos aos já conhecidos leilões de energia e de novas linhas de transmissão.
E os investimentos são elevados. Excluindo-se os leilões de posições de satélites e de energia nova, para os quais ainda não há expectativa sobre o investimento que vão gerar, as demais licitações deverão desencadear investimentos de ao menos 12 bilhões de reais, segundo dados do governo.
Somente nos aeroportos, a expectativa é de que as quatro concessões a serem oferecidas este ano gerem investimentos de cerca de 3,25 bilhões de reais.
Segundo especialistas ouvidos pela Reuters, há apetite por investimentos em concessões, especialmente na área de energia.
Em um momento de incerteza na economia da Europa e dos Estados Unidos, setores regulados podem ser particularmente atrativos pelo fato de serem mais estáveis e terem rendimentos relativamente previsíveis.
"Se você comparar, por exemplo, as ações das empresas de transmissão de energia com o movimento geral da Bovespa, é nítido que houve resistência desses papéis. São papéis defensivos", destaca o economista Fernando Camargo, da consultoria LCA.
A próxima licitação de energia deve ocorrer no dia 17 deste mês. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai realizar o leilão de energia nova para entrega a partir de 2014 (o chamado A-3) e, no dia seguinte, o leilão de energia de reserva.
Ainda na área elétrica, em 2 de setembro é a vez do leilão de novas linhas de transmissão que deve gerar investimento de 2,8 bilhões de reais na construção de mais de 2 mil quilômetros de novas linhas.
"O leilão A-3 está interessante, porque são basicamente duas fontes, eólica e gás. As duas somam praticamente 80 por cento dos empreendimentos cadastrados", afirma o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires.
Camargo, da LCA, espera que os leilões da área elétrica atraiam investidores interessados na relativa segurança que existe nesse setor.
"O caso da energia é quase uma renda fixa", diz. O consultor calcula que no leilão A-3 devem ser fechados contratos para a venda de 2 mil megawatts (MW) a 2,5 mil MW de potência, sendo a maior parte proveniente de centrais eólicas.
"Em energia o risco é baixíssimo e não há problemas. Você faz a prospecção e toda e a energia é contratada", afirma o presidente do conselho de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José de Freitas Mascarenhas.
Não está ainda confirmado, mas em dezembro deve ser realizado um leilão de energia nova para entrega em 2016 (A-5) que envolverá a construção de novas hidrelétricas.
Também até o fim do ano deve haver um outro leilão de linhas de transmissão para conectar novos projetos de usinas no Mato Grosso ao Sistema Interligado Nacional, com investimento estimado em 3,8 bilhões de reais.
Aeroportos: De olho na Copa do Mundo de 2014, nas Olimpíadas de 2016 e na forte alta da demanda por viagens aéreas, o governo aposta na concessão de aeroportos para atrair investimentos e garantir a ampliação da capacidade dos terminais.
No dia 22 deste mês será feita a licitação do aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN). O resultado desse leilão pode pautar o modelo que o governo vai fechar para oferecer, em dezembro, a concessão de terminais bem maiores, dos aeroportos de Guarulhos e Viracopos (SP) e de Brasília (DF).
Para Mascarenhas, da CNI, o sucesso do resultado dos leilões dos maiores aeroportos, no fim do ano, vai depender dos editais.
Segundo ele, é necessário dar a investidores liberdade para explorar amplamente as concessões, oferecendo serviços como hotéis, restaurantes e centros de negócios. "Essa é a liberdade que tem de dar ao setor privado para agregar negócios a essas concessões. Se ficar restringindo, fica complicado."
Camargo, da LCA, diz que apesar da regulação dos aeroportos ainda não estar consolidada como a de outros setores, a demanda crescente deve garantir o interesse das empresas. "No caso dos aeroportos não dá para falar que existe risco de demanda. Existe é risco de oferta."
Petróleo e Gás: Em meio a todos esses leilões, existe ainda pressão por parte da iniciativa privada para que o governo realize este ano a 11a Rodada de licitação de áreas de produção de petróleo e gás da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) autorizou a Rodada em abril passado, mas até o momento a licitação ainda não foi autorizada.

Veja os leilões de infraestrutura previstos para 2011
Exame 04.08.2011 - Veja a seguir as datas e o que será oferecido aos investidores em cada diferente setor. O governo federal realizará até o fim do ano uma série de leilões na área de infraestrutura.
Veja a seguir as datas e o que será oferecido aos investidores em cada diferente setor.
Telecomunicações: A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) realiza em 23 de agosto licitação do direito de exploração de quatro posições orbitais para satélites. O preço mínimo de cada "vaga" é de 3,945 milhões de reais. Os satélites serão usados para transmitir dados na Copa do Mundo de 2014.
Energia: Em 17 de agosto a Agência Nacional de Energia Elétrica realiza leilão de energia nova para fornecimento a partir de 2014 (o chamado A-3)
No dia seguinte, 18 de agosto, a Aneel promove leilão de energia de reserva. Inscreveram-se para participar no A-3 e no leilão de reserva 582 empreendimentos, entre usinas hidrelétricas, centrais eólicas e usinas movidas a biomassa e gás natural. Somadas, essas usinas teriam capacidade para gerar cerca de 27.561 megawatts (MW), quase o dobro da potência da hidrelétrica de Itaipu. Mas a maior parte desses empreendimentos não deve ser habilitada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para efetivamente entrar na disputa.
Em 2 de setembro a Aneel realiza, em São Paulo, leilão de concessão de novas linhas de transmissão. Estarão em disputa 12 lotes de linhas que somarão, quando construídas, 2.051 quilômetros de extensão. O investimento na construção dessas redes é estimado, pela Aneel, em 2,8 bilhões de reais.
O governo pretende realizar em dezembro --ainda sem data marcada-- leilão de energia nova para abastecimento em 2016 (A-5). A expectativa é de que investidores disputem pelo menos cinco novas hidrelétricas: São Manoel e Sinop (MT) e três na bacia do Parnaíba (PI).
Além disso, o governo planeja realizar ainda em 2011 mais um leilão de linhas de transmissão para a energia a ser gerada em novas hidrelétricas no Mato Grosso. As linhas deverão ter 1,5 mil quilômetros de extensão e devem exigir investimentos de 3,8 bilhões de reais.
Aeroportos: A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) marcou para 22 de agosto o leilão de concessão do aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN). Trata-se da primeira concessão desse tipo no país. O lance mínimo foi fixado em 51,7 milhões de reais e a expectativa da Anac é de que o vencedor invista 650 milhões de reais na construção de terminais e operação do aeroporto.
O governo anunciou que quer leiloar em 22 de dezembro as concessões de outros três aeroportos, todos de grande porte: Guarulhos e Viracopos (SP) e Brasília (DF). Os vencedores deverão investir cerca de 2,6 bilhões de reais nos três aeroportos até 2014.
Rodovias: A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deve realizar até o fim de novembro o leilão de concessão do trecho capixaba da BR 101. O vencedor deverá investir 2,14 bilhões de reais na estrada.

CAB busca investidores para projetos de R$ 1,5 bilhão
Valor 05.08.2011 -  Besse, diretor-geral: investidor não é acostumado com negócio de saneamento.
Após cancelar a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no Bovespa Mais em março - devido ao baixo preço proposto pelo mercado -, a Companhia de Águas do Brasil (CAB Ambiental) decidiu redesenhar sua estratégia para os próximos quatro anos. A empresa de saneamento do Grupo Galvão (também dono da Galvão Engenharia e da Galvão Energia) manteve o sonhado IPO nos projetos, mas incluiu a procura por outros tipos de investidores para concretizar seus planos. Até 2015, a companhia planeja multiplicar por seis vezes seu faturamento - para R$ 700 milhões - conquistando contratos que demandam R$ 1,5 bilhão em investimentos.
Segundo o presidente da companhia, Yves Besse, o investidor estratégico almejado pela empresa pode ser o International Finance Corporation (IFC, braço financeiro do Banco Mundial) e o BNDESPar (sociedade gestora de participações do banco estatal de fomento brasileiro). Além de impulsionar os projetos de expansão da companhia, uma eventual parceria com essas instituições serviria para dar credibilidade à empresa frente ao mercado - já que há uso de capital intensivo por parte da empresa e, geralmente, retorno a longo prazo. "Esse tipo de investidor [da Bolsa] não está acostumado com a complexidade das empresas de saneamento", defende-se Besse.
Segundo ele, o IPO continua nos planos e está programado para 2013. Fontes ligadas ao setor, no entanto, questionam a possibilidade da execução da oferta nos próximos anos.
Embora os investidores estratégicos - como o IFC e o BNDESPar - possam ajudar a empresa em seu processo de IPO, o principal objetivo almejado pela empresa é o de dar suporte aos investimentos programados.
BNDESPar e IFC são potenciais alvos e podem ajudar no processo de IPO, além de impulsionar pacote de investimentos
O número alcança R$ 1,5 bilhão em quatro anos e serão aplicados em projetos da CAB em formato de parcerias público-privadas (PPPs) e concessões com o poder público - nas quais a empresa foca suas atenções. Desde que foi criada a companhia, a empresa nunca firmou contratos de tratamento com entes privados, ao contrário de outras empresas do setor. O primeiro foi em 2007, com uma concessão no município paulista de Palestina
A empresa pretende disputar projetos de PPPs e concessões nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Alagoas, Rio de Janeiro e Pernambuco e passar de quatro milhões de pessoas atendidas para 10 milhões em quatro anos. Segundo o Valor apurou, entre os contratos de PPPs alvos de interesse da empresa está um em análise pelo Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André. A intenção é que uma empresa privada realize toda a captação e entrega de água para o município da Região Metropolitana de São Paulo. Esse contrato pode gerar R$ 60 milhões anuais, em média, de faturamento e os investimentos demandados nos primeiros cinco anos de execução somam R$ 300 milhões.
Além disso, pelo menos outras duas PPPs estão em estudo pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp. Outro exemplo de oportunidade é Cuiabá (MT), onde está prevista uma concessão de serviços para entrega de água e tratamento de esgoto. O contrato exige um investimento inicial, por parte da companhia vencedora de R$ 540 milhões.
Há também uma proposta de PPP para a companhia de saneamento de Alagoas, a Casal, em avaliação desde 2009. O projeto prevê o fornecimento de água para dez municípios do agreste alagoano. O projeto demanda um investimento de aproximadamente R$ 300 milhões e alcançaria 80 mil pessoas.
A CAB também segue uma política de propor PPPs ao poder público. De acordo com a legislação, uma empresa pode sugerir um projeto de PPP ao governo. Uma vez autorizada sua realização, abre-se a licitação e a empresa que propôs o estudo disputa o contrato com outras interessadas. Se perder, os custos com os estudos são reembolsados pela vencedora.

Entidade pede ao ministro Lobão que Petrobras fique fora de leilão
Valor 05.08.2011 -  Tirar a Petrobras do próximo leilão de energia nova de curto prazo (A-3), que será realizado no dia 17, se tornou um dos objetivos da Associação Brasileira de Geração Flexível (Abragef). A condição para que ela dispute, segundo documento enviado pelo presidente da Abragef, Luiz Alberto Amoroso, para o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, é que o governo tome algumas medidas que tragam isonomia à disputa.
Os empreendedores se irritaram, no início da semana, quando descobriram, por meio de uma portaria do Ministério de Minas e Energia (MME), que a Petrobras declarou inflexibilidade zero para uma térmica que pretende construir em Seropédica (RJ), enquanto impôs nos contratos com outros consumidores uma inflexibilidade mínima de 30% e máxima de 70%.
Ou seja, os interessados terão que pagar pelo menos por 30% do gás contratado, mesmo quando suas usinas fiquem paradas. E sem essa obrigação, a térmica da Petrobras será mais competitiva. Da forma como está regulamentado o setor hoje, uma térmica totalmente flexível, como a que a Petrobras pretende construir no Rio, pode gerar energia apenas quando o preço for adequado, com menos custos quando estiver parada.
"A única conclusão [a que] se pode chegar é que a planta da Petrobras, pelos níveis de garantia física obtida e sem a cláusula de 'take-or-pay', passa a desfrutar de condições de fornecimento de gás natural em condições muito mais favoráveis do que aquelas que ela própria impôs ao mercado, constituindo, tal procedimento, em verdadeiro e indisfarçável abuso de poder de mercado gerando flagrante desequilíbrio no certame com a quebra do princípio isonômico porque será fornecido o gás natural em condições privilegiadas", diz um trecho da carta enviada pela Abragef para o ministro Edison Lobão à qual o Valor teve acesso.
No documento, também assinado por executivos das empresas Global, Servtec e Genpower, foram propostas medidas que, no entendimento da associação, tornarão o leilão mais isonômico. Entre elas está obrigar a Petrobras a suprimir dos contratos de compra e venda de gás as cláusulas de "take-or-pay"; e a autorização para reabertura das inscrições na Empresa de Pesquisa Energética (EPE), de modo que os interessados possam alterar as declarações de inflexibilidade.
Além disso, pedem que o MME autorize a EPE a recalcular a garantia física, o custo de operação (COP) e o custo econômico (CEC) e que seja publicada nova portaria atribuindo os novos valores decorrentes dessas mudanças. Por último, querem a Petrobras, como única fornecedora de gás, fora do leilão.
Ontem a assessoria do ministro Edison Lobão informou que ele marcou uma audiência com a Abragef na próxima semana para. O imbroglio coloca a Petrobras em situação delicada. A estatal teve enormes perdas por causa do colapso das usinas do grupo Bertin, já que construiu instalações para suprimento de gás, incluindo um terminal de GNL no Ceará que está operando abaixo da capacidade. Apesar de estar evitando o assunto agora, a diretora de gás e energia da Petrobras, Graça Foster, explicou em abril que não era certa a participação nesse leilão. A área comanda por ela vai investir US$ 13,2 bilhões nos próximos cinco anos, dos quais US$ 2,8 bilhões em energia elétrica.

Vendas da Gerdau crescem, mas custos em alta derrubam lucro
Valor 05.08.2011 -  André Johannpeter, presidente da Gerdau: câmbio desfavorável e custo Brasil.
A recuperação da demanda por aço no mundo elevou as vendas da Gerdau no segundo trimestre, mas não foi suficiente para compensar o aumento dos custos dos insumos, que pressionou a rentabilidade e as margens operacionais. O lucro líquido da companhia no período caiu 41%, para R$ 503 milhões, ante um ganho de R$ 856 milhões reportado um ano atrás.
O lucro ficou no piso das estimativas dos analistas, que projetavam resultado no intervalo entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões. Porém, veio melhor que o valor apurado no primeiro trimestre, de R$ 409 milhões.
O resultado operacional, medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também apresentou recuo significativo, de 24% - saiu de R$ 1,7 bilhão no segundo trimestre de 2010 para R$ 1,3 bilhão entre abril e junho desse ano, reduzindo a margem de 21% para 15%.
Em relação aos primeiros três meses, o Ebitda ficou 19% acima. O crescimento ocorreu, sobretudo, por causa do uso de sucata estocado que tinha preço antigo. Além disso, uma parada técnica fez a Açominas, maior usina de aço do grupo Gerdau, consumir menos minério de ferro e carvão mineral.
Segundo o executivo André Gerdau Johannpeter, presidente da organização, o câmbio desfavorável e o alto custo de produção no Brasil contribuíram fortemente para a redução dos números.
"A desindustrialização da cadeia produtiva do aço e a valorização do real no país provocam a perda da competitividade", disse Johannpeter ontem em teleconferência com jornalistas para comentar os números do balanço.
Osvaldo Schirmer, vice-presidente executivo de finanças, controladoria e relações com investidores da Gerdau, também destacou o aumento de preços das matérias-primas no segundo trimestre como fator determinante na queda das margens. Minério de ferro subiu 33% e o carvão mineral teve alta de 18%. Já o preço da sucata subiu 2% no Brasil e 6% nos Estados Unidos.
Os resultados não surpreenderam analistas. "É o cenário do mercado de aço hoje. A indústrias não conseguem aumentar preços por causa do dólar depreciado, que ainda favorece as importações", avalia Pedro Galdi, analista-chefe da corretora SLW.
Nos cálculos de Galdi, o preço médio praticado pela Gerdau ficou estável no segundo trimestre. Como a companhia vendeu 8% mais no período (R$ 9 bilhões) em relação aos primeiros três meses do ano, a margem Ebitda pulou de 13% para 15%.
Apesar dos resultados relativamente fracos, as perspectivas são positivas. "O segundo trimestre apresentou números piores em relação ao mesmo período de 2010 porque a base de comparação é maior. O segundo trimestre do ano passado foi o melhor para a companhia desde o início da crise", diz Johannpeter.
Durante a teleconferência, o executivo anunciou que a companhia deve investir de R$ 183 milhões, até 2012, na expansão de duas usinas siderúrgicas instaladas São Paulo. Um projeto será a implantação de um novo forno de reaquecimento na usina de Pindamonhangaba. O outro é a ampliação da capacidade de produção da usina de Mogi das Cruzes, de 216 mil toneladas anual para 270 mil toneladas por ano.
Esses recursos se somam aos R$ 718 milhões que a Gerdau havia anunciado em maio para a expansão das unidades siderúrgicas no Estado, também nas cidades de Pindamonhangaba e Mogi das Cruzes, além de Araçariguama.
Os estudos de ampliação da capacidade produtiva da usina Colina, no Chile, também foram retomados. "O mercado segue com tendência positiva. Apesar da revisão de expansão do PIB brasileiro, o crescimento ainda é importante. A demanda está aqui no país", diz Johannpeter. "E os países da América Latina, como Argentina e Chile, voltaram a crescer, em alguns casos, mais que o Brasil", diz.

B2W tem prejuízo de R$ 20,9 milhões no 2o tri
Estadão 04.08.2011 - A B2W apresentou nesta quinta-feira prejuízo líquido de 20,9 milhões de reais para os três meses até junho, comparado a ganho de 17,9 milhões de reais no segundo trimestre de 2010.
A média de quatro previsões de analistas obtidas pela Reuters apontava para lucro de 7,4 milhões de reais para a empresa de comércio eletrônico no período.
No trimestre passado, a dona dos sites Americanas.com, Submarino e Shop Time teve Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 120,2 milhões de reais, enquanto um ano antes a geração de caixa operacional havia sido de 122,4 milhões. A margem, por sua vez, passou de 12,8 para 12,2 por cento.

Sem novo sócio, Casa & Video decide subir o morro
Valor 05.08.2011 - Fabio Carvalho, presidente da Casa & Video, uma das maiores varejistas do Rio, negociou com "Eike Batista" nas últimas semanas. Nada a ver com o megaempresário brasileiro, citado pela revista "Forbes" como a oitava pessoa mais rica do mundo. O "Eike Batista" com quem Carvalho fechou contrato é o codinome de José dos Santos, dono de vários imóveis na comunidade Santa Marta, no Morro Dona Marta, zona sul carioca. A favela, primeira a receber uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), será a primeira também a sediar o novo modelo de loja compacta da Casa & Video, instalada em um dos imóveis do "Eike Batista".
Enquanto aguarda a decisão do banco BTG Pactual, que há pelo menos seis meses avalia a possibilidade de se tornar sócio do negócio, a Casa & Video dá início a uma nova fase de expansão, com lojas menores em comunidades pacificadas. A empresa está investindo este ano R$ 8 milhões em cinco novas lojas, duas delas em favelas onde foram instaladas UPPs. A primeira será na Santa Marta, a ser inaugurada em setembro. A segunda ainda está sendo negociada, mas pode ser nas comunidades do Alemão, Mangueira, Salgueiro ou Cidade de Deus.
"Existe uma grande oportunidade nas UPPs, espaços conquistados militarmente pelo governo do Rio, que ainda não foram ocupados pela iniciativa privada", diz Fabio Carvalho. A proposta das lojas "mini" é um espaço entre 20 e 200 metros quadrados (os pontos convencionais têm 800 metros), abastecido pela "loja mãe", convencional, mais próxima. O estoque será mínimo: celulares, utilidades domésticas e itens sazonais como ovos de Páscoa ou brinquedos. "O ponto terá um mostruário reduzido de eletroportáteis e todo o nosso mix estará em um terminal virtual, conectado ao nosso sistema, e também em um catálogo em papel na loja", diz.
O modelo é semelhante ao das lojas virtuais do Magazine Luiza. Na loja "mini" da Casa & Video, vão trabalhar entre quatro e seis vendedores - contra 55 na "loja mãe", em Botafogo. "A ideia é usar a própria comunidade para fazer as entregas de produtos", diz Carvalho. A rede tem 68 lojas. Uma unidade foi inaugurada este ano, no Shopping Via Brasil. Outras duas serão abertas no Jardim Guadalupe Shopping e em Duque de Caxias.
A empresa, que faturou R$ 1,3 bilhão em 2010, está em recuperação judicial e acaba de quitar um empréstimo de R$ 40 milhões com o BTG, obtido há um ano, via emissão de debêntures. Carvalho já havia pago R$ 10 milhões e levantou os R$ 30 milhões restantes com a venda de recebíveis de operações com cartão de crédito, ou seja, do caixa. Com isso, ele calcula ter economizado cerca de R$ 5 milhões em juros. "O pagamento antecipado me abriu linhas de crédito, usadas como capital de giro". Em sua opinião, a operação foi vantajosa: "O custo médio de capital da companhia hoje, 18 meses após o início da recuperação judicial, é substancialmente inferior ao custo de capital na época da emissão das debêntures".
A decisão sobre a aquisição ou não do controle da Casa & Video está com o "merchant banking" do BTG, área que esteve envolvida no desenho da operação que criaria o Novo Pão de Açúcar, fusão entre o Grupo Pão de Açúcar e o Carrefour Brasil, que acabou frustrada.

Lojas Americanas fecha 2o tri com lucro de R$43,4 milhões
Estadão 04.08.2011 - A Lojas Americanas encerrou o segundo trimestre com lucro líquido de 43,4 milhões de reais, após ganho de 43,2 milhões de reais no mesmo período do ano passado, conforme dados divulgados nesta quinta-feira.
A média de quatro estimativas obtidas pela Reuters com analistas indicava lucro de 43 milhões de reais para a varejista no período.
Já a geração de caixa operacional, medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), alcançou 300 milhões de reais entre abril e junho, contra 244,8 milhões de reais em igual trimestre de 2010, sendo que a margem passou de 11,5 para 12,3 por cento.

Multiplus amplia lucro em 250% no trimestre
Valor 05.08.2011 - A Multiplus, empresa que administra o programa de fidelidade da companhia aérea TAM, divulgou ontem lucro líquido de R$ 81,2 milhões no segundo trimestre, 251% acima dos R$ 23,1 milhões do mesmo período do ano passado, com margem líquida de 28,5%. No trimestre anterior, o ganho foi de R$ 70,9 milhões e, no acumulado do primeiro semestre, de R$ 152 milhões.
O faturamento da Multiplus com a venda de pontos no segundo trimestre alcançou R$ 354,6 milhões, o que representou um crescimento de 34,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. A receita líquida da Multiplus ficou em R$ 285,1 milhões, ante R$ 93,5 milhões do segundo trimestre de 2010 e R$ 242 milhões de janeiro a março.
"Os bons resultados do segundo trimestre se devem basicamente ao aumento de participantes. São 1,4 milhão de participantes a mais", afirmou Eduardo Gouveia, presidente da companhia.
A Multiplus encerrou o segundo trimestre com 8,6 milhões de participantes, uma expansão de 19,5% na comparação com o segundo trimestre de 2010, quando eram 7,2 milhões de pessoas. Em relação ao primeiro trimestre de 2011, o aumento foi de 4%.
A Multiplus também emitiu 18,5 bilhões de pontos, com crescimento de 51,4% diante do segundo trimestre do ano passado e aumento de 9,2% na comparação com o primeiro trimestre de 2011. A Multiplus acrescentou que realizou uma redução de capital social de R$ 600 milhões, conforme havia anunciado no primeiro trimestre. De acordo com a empresa, esse montante foi pago aos acionistas no dia 22 de junho.
"A nossa percepção é superpositiva em relação a crescimento. Estamos trabalhando com um conceito novo, uma rede que administra programas de fidelidade", diz Gouveia, ao ser questionado sobre as projeções da Multiplus para o fim de 2011.
O executivo acrescenta que a perspectiva da empresa é que os negócios vão evoluir cada vez mais a partir da melhor percepção dos consumidores do conceito da empresa.
A Multiplus fez uma oferta pública inicial de ações em fevereiro de 2010. Naquela época, a empresa levantou na Bovespa R$ 723 milhões. A partir dessa experiência, a TAM S.A, holding da TAM Linhas Aéreas e acionista majoritária da Multiplus, planeja fazer o mesmo com outras duas divisões do grupo, a TAM Manutenção e a rede de lojas da TAM Viagens.

TAM conclui auditoria para avaliar 31% da Trip
Valor 05.08.2011 - A TAM informou ontem que concluiu, "de forma satisfatória", a auditoria (due dilligence) para apurar o valor de 31% do capital da regional Trip, operação anunciada no dia 30 de março. No dia 5 de abril, o Valor apurou que o valor dessa fatia estava avaliado entre US$ 200 milhões e US$ 250 milhões. As duas empresas não comentam a informação.
"A TAM manterá seus acionistas e o mercado em geral informados a respeito da eventual conclusão das negociações e voltará a comentar o assunto caso seja concretizado qualquer fato que deva ser divulgado, de acordo com a lei e a regulamentação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários)", informa o comunicado da TAM.
A TAM também declarou que a Trip deverá concluir, nesta semana, a implantação de uma nova plataforma de reservas, vendas e check-in. No dia 23 de setembro de 2010, a Trip comunicou a escolha do sistema "SabreSonic Customer Sales and Service" para o seu sistema de reservas, vendas e check-in, investimento de US$ 30 milhões.
A Trip é a maior companhia aérea regional brasileira, com 3,4% do fluxo de passageiros transportados no país em junho. Em setembro de 2008, a aérea regional americana Skywest comprou 20% das ações da companhia por US$ 30 milhões. A Trip tem 47 aeronaves e fechará 2011 com 55 aviões.
A Azul está atenta ao movimento de consolidação do setor aéreo no mercado brasileiro, mas descarta num primeiro momento protagonizar alguma aquisição para reagir à investida das concorrentes TAM e Gol.
A avaliação foi feita ontem por dois executivos da Azul, o vice-presidente comercial, de marketing e tecnologia da informação (TI), Paulo Nascimento, e o diretor de comunicação e marca, Gianfranco Beting. Os dois anunciaram o novo slogan da companhia: "Azul. Você lá em cima" substitui o "Tudo novo. Tudo Azul".
Tanto Nascimento quanto Beting afirmaram que a Azul vai seguir sozinha para crescer organicamente. A Azul responde atualmente por 8,6% do fluxo de passageiros transportados no país. No entanto, os executivos revelaram que aquisições não estão completamente fora do radar da companhia. "Nós chegamos a olhar a Pantanal, mas achamos que ela não valia a pena", afirma Beting. A TAM comprou a Pantanal por R$ 13 milhões, em dezembro de 2009.

Semestre deverá ser difícil para aéreas brasileiras
DCI 05.08.2011 - O recuo que as companhias aéreas devem enfrentar neste segundo semestre pode ser antecipado pela reação das empresas do setor, que saem a público para negar piora de sua situação financeira, como a Azul, ou para argumentar que esperam a implementação das recentes fusões e aquisições, caso das líderes, TAM e Gol. Ontem, executivos da Azul, por exemplo, rechaçaram informações de supostas dificuldades. "Temos R$ 300 milhões em caixa, prontos para serem usados", disse seu diretor de Comunicação e Marca, Gianfranco Beting.
"Não estamos sem dinheiro, nem atrasados com o recebimento de novos aviões", garantiu. Ele atribui os boatos a interessados em prejudicar uma possível abertura de capital da Azul. A reação da Azul marca o início de um período que promete ser duro para as companhias aéreas nacionais, em especial a vice-líder, Gol. A alta do preço do combustível, somada à guerra de tarifas e dificuldades administrativas, levou a companhia da família Constantino a revisar, para baixo, na semana passada, a sua expectativa de desempenho em 2011.
Nesta semana ainda houve forte reestruturação do alto escalão da TAM, com a saída de diretores. Em declaração ao DCI, no entanto, Marco Antonio Bologna, presidente da holding TAM, adiantou: "Estamos confiantes na aprovação da fusão com a Lan e continuaremos empenhando todos os nossos esforços na criação da Latam, que será um dos maiores grupos de companhia aérea do mundo. A fusão é fruto de uma visão estratégica de que a consolidação da aviação comercial no mundo é inexorável."

Gestoras apostam contra Anhanguera
Valor 05.08.2011 - Uma carta da gestora de recursos carioca Squadra para seus cotistas está circulando no mercado e tem ajudado a alimentar o nervosismo dos investidores em ações.
Na carta, a Squadra começa descrevendo a atuação de quem se posiciona apostando na queda de uma ação (fica "short", no jargão do mercado). Para que um gestor tome essa decisão, diz o texto, a companhia deve ter administração ruim, fundamentos mal compreendidos, balanços alavancados e ações que negociam a múltiplos altos.
A Squadra avalia que há companhias no Brasil que têm feito uso da contabilidade agressiva - também conhecida na literatura como criativa ou gerenciamento de resultados.
A gestora, sem citar o nome de nenhuma companhia, descreve alguns exemplos que classifica como casos em que uma empresa pode lançar informações em seu balanço, como reversão de provisões ou alongamento de carteiras de recebíveis, que podem inflar seu resultado.
A carta, datada de 18 de julho, se espalhou pelo mercado, que se ocupou de identificar empresas que poderiam se encaixar nessa descrição, em uma semana marcada pelo péssimo cenário internacional e queda das bolsas no mundo todo. Duas empresas, em especial, foram afetadas por essas especulações, a Hypermarcas, de bens de consumo, e Anhanguera Educacional.
A Squadra não citou nome de nenhuma empresa e tampouco divulga em quais papéis está "short". O Valor apurou que tanto a Hypermarcas quanto a Anhanguera estariam se preparando para tomar medidas contra a Squadra porque consideram que a gestora não colocou nomes na carta para não se comprometer, mas teria, em conversas telefônicas com investidores, dito seus nomes para ganhar mais com a queda das ações.
Haveria também a possibilidade de a carta da Squadra estar sendo usada como bode expiatório por muitos do mercado que estavam vendidos na ação.
Procurada pelo Valor, a Squadra não concedeu entrevista. Hypermarcas e Anhanguera, alegando estar em período de silêncio para divulgação de resultados, também não comentaram.
Do ponto de vista de alguns analistas, a gestora, ao fazer sua análise deveria ter divulgado tanto o nome das companhias quanto se estava "short" nessas ações. No mercado americano, por exemplo, existem fundos dedicados apenas a montar esse tipo de estratégia. Esses gestores divulgam relatórios abrindo as posições e justificando suas escolhas. Em muitas ocasiões iniciam debates com outros investidores que estão na ponta oposta - e acreditam na alta das ações ("long", no jargão do mercado)
Alexsandro Broedel, diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esclarece que não existe censura às manifestações. "Assim como os gestores de fundos escrevem nas suas cartas que estão comprando ações das empresas e justificam essas decisões, eles podem explicar para os cotistas em quais empresas estão 'short' e por quais razões", diz Broedel, esclarecendo que o relatório divulgado por esses fundos é diferente dos publicados por analistas de bancos que fazem recomendações de ações.
"O gestor apenas está justificando o que está fazendo com o dinheiro de seus cotistas. E o mercado pode ter acesso e concordar ou discordar dessa análise", diz o diretor da CVM. Ele ressalta ainda que, a princípio, esta é a avaliação possível. Embora, se julgar necessário, a CVM, que está atenta às movimentações de mercado, poderá analisar casos específicos e punir, se identificar, tentativas de manipulação do mercado.
Para as empresas que viram suas ações apanhar no mercado nesta semana, a CVM deveria ter uma ação mais dura nesses casos, porque elas ficam de mãos atadas para se defender de boatos quando estão em período de silêncio, um exigência da própria CVM. E, por outro lado, como a carta da gestora aponta problemas, mas não dá nome aos bois, ela abre campo para a especulação
Nesta semana quem sofreu mais foi a Anhanguera. Apenas ontem, a ação desvalorizou 13,69%, ante perdas de 5,7% do Ibovespa, 4,75% da Estácio e 7,49% da Kroton. Desde segunda-feira, os papéis da Anhanguera acumulam baixa de 26,89%.
Analistas afirmam que antes da onda vendedora, o papel da Anhanguera tinha valor maior do que o das concorrentes no mercado. A queda muito acentuada e com muito volume ontem, que levou o papel a R$ 22,00, já começou a render avaliações no mercado de que as vendas estão excessivas e que este pode ser um momento para começar a comprar a ação.
Os rumores afetaram muito os papéis da Anhanguera porque, semanas antes da carta da Squadra, Jonathan Myles Rosenthal, gestor da Newfoundland Capital Management, questionou em seu relatório práticas contábeis da empresa. Entre elas, a forma como ela contabiliza suas contas a receber, e os ajustes que tem feito em seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda). Nesta semana, executivos da companhia estiveram reunidos com investidores nos Estados Unidos e o analista do BTG Pactual JC Santos comentou, em relatório, que a empresa teve de responder a muitas perguntas sobre os ajustes que faz em seu Ebitda. A companhia detalhou a contabilização de ganhos de capital com a venda de imóveis e sobre os seus custos com fusões e aquisições.
Um dos pontos discutidos foi o fato de ter elevado de seis meses para dois anos o prazo para fazer provisão de seus recebíveis. No setor, a Anhanguera é a única que trabalha com esse prazo mais longo. A justificativa da Anhanguera é que, quando usava o prazo de seis meses, fazia uma provisão fiscal que dá direito a desconto no Imposto de Renda. Mas a empresa não paga IR e, em seu histórico, num prazo maior que seis meses consegue receber o devido por seus alunos. Se ela dá baixa nessa perda em seis meses, e logo depois recupera o dinheiro, acaba pagando PIS e Cofins. Por essa razão, optou por fazer, desde o segundo trimestre do ano passado, uma provisão econômica pelo período de dois anos, para deixar de ser tributada na recuperação dos créditos.
"Sobre esse assunto o debate é longo. Vemos os recebíveis como uma questão para a indústria da educação, uma vez que essa conta vem crescendo, mas conforme os resultados apresentados pela empresa, estamos confortáveis com os critérios usados para as provisões", diz o analista.
Um outro ponto questionado pelo mercado é o fato de a Anhanguera somar ao Ebitda as receitas obtidas com a cobrança de multas de mensalidades em atraso. Nesse caso, a prática é comum também às concorrentes Estácio e Kroton.
No caso da Hypermarcas, os comentários que a associam à carta da Esquadra se referem a empresas que fazem aquisições de outras que são fechadas e divulgam resultados pro forma, quase nunca auditados, e incluem os números das adquiridas em seus exercícios anteriores. A partir daí, divulgam lucros ajustados pro forma. A carta também fala de provisões e sinergias da operação.
Um analista lembra que o propósito da Hypermarcas ao abrir capital sempre foi o de crescer via aquisições. E acrescenta que a empresa detalha, na divulgação de seus resultados, os ajustes que faz em suas linhas - pelo fato de realizar muitas compras tem, por exemplo, muitos custos não recorrentes, como as taxas que paga aos bancos de investimento que assessoram as operações.
Para ampliar a volatilidade com essa ação, surgiram no mercado rumores de que a Hypermarcas estaria novamente preparando uma aquisição.
O analista Iago Whately, da Fator Corretora, escreveu em relatório que, apesar dos rumores que circularam no mercado, a Hypermarcas não tem dificuldades em cumprir os seus compromissos financeiros no curto prazo e que a situação financeira da companhia não é motivo de preocupação.

Educação perde peso no orçamento da classe alta
Folha 05.08.2011 -  A concentração dos gastos das famílias de classe AA com educação ficou menor nos últimos anos, segundo estudo da FGV Projetos, com base em dados do IBGE.
A educação representava 3,78% dos gastos dos domicílios da classe AA em 2002 e 2003. A participação caiu para 2,2% em 2008 e 2009.
No grupo que envolve todas as classes também houve queda, porém, menos significativa. A educação equivalia a 3,61% dos gastos e passou para 2,28%.
"Um dos fatores que pode explicar a mudança é demográfico. A queda do número de dependentes nos domicílios de classes mais elevadas foi maior, de mais de 11%, ante cerca de 9,7% nas outras classes", diz Fernando Blumenschein, professor e coordenador do estudo.
Outro fator citado foram as mudanças na economia, que realocaram gastos e rearranjaram o padrão de consumo.
"Surgiram também novos produtos eletrônicos, como celulares inteligentes." O estudo também aborda o peso dos impostos.
O item "outras despesas correntes", que inclui impostos, previdência, serviços bancários e outros, afeta com mais força os que têm alto padrão de consumo.
"A população mais rica tem em média 12,76% da despesa corrente comprometida com pagamento de impostos. Nos domicílios em geral o percentual não passa de 5%."
A definição de classe AA usada no estudo levou em conta renda per capita de cerca de R$ 15 mil.

Ediouro investe em ensino e bíblias
Valor 05.08.2011 - Após um 2009 turbulento, quando o lucro caiu pela metade, a Ediouro organizou a casa no ano passado e agora tem planos ambiciosos para 2014. Até lá o grupo editorial quer dobrar de tamanho e atingir um faturamento de cerca de R$ 600 milhões. Para conquistar tal meta, a Ediouro promoveu uma série de mudanças no grupo que conta com gráfica, editora, revistas, impressão de livros sob demanda, palavras cruzadas e gibis.
Entre as novidades, está a entrada da Ediouro na área de educação, mais precisamente no segmento de sistemas de ensino (apostilas). O grupo editorial firmou parceria com o Mackenzie, que desde 2006 tem um sistema de ensino próprio. "A meta é atender 200 mil alunos de escolas públicas e privadas nos próximos dois anos", disse Luiz Fernando Pedroso, diretor geral da Ediouro. "Nosso sistema de ensino tinha um viés religioso porque o Mackenzie é uma instituição de ensino presbiteriana. Mas nessa nova fase estamos criando um novo sistema de ensino sem esse viés religioso", explicou Debora Muniz, gerente de educação básica do Mackenzie, que será responsável pela produção do conteúdo das apostilas. A negociação com as escolas ficará a cargo da Ediouro.
Outra novidade é a associação com a gráfica mineira Esdeva, cuja parceria hoje se resume em compras em conjunto de insumos e tintas, mas pode se tornar uma fusão no futuro. A Esdeva é uma das maiores gráficas do país com receita na casa dos R$ 300 milhões, praticamente o dobro da gráfica da Ediouro. A gráfica mineira é um dos negócios da holding dona do jornal " A Tribuna de Minas " e a rádio " Solar FM ".
Na área editorial, a Ediouro vai entrar no segmento de bíblias por meio da Thomas Nelson do Brasil, a líder em venda de bíblias nos Estados Unidos e cuja operação brasileira está nas mãos do grupo carioca desde 2006. "Esperamos chegar em 2013 com cerca de 700 mil bíblias vendidas em parceria com editoras locais que já atuam nesse segmento religioso", diz Pedroso.
Outra frente de atuação é a Duetto, editora de revistas que até 2008 tinha o controle acionário compartilhado com a Segmento. Neste primeiro semestre, foram lançados 11 títulos e uma das principais novidades para o próximo ano deve ser o lançamento de uma revista da apresentadora Ana Maria Braga, nos mesmos moldes da revista da apresentadora americana Oprah Winfrey. Pedroso confirmou que haverá a publicação e a tiragem prevista é de 100 mil exemplares por mês.
Pedroso acredita que as novidades comecem a dar resultado neste ano. A previsão é faturar R$ 304 milhões. Em 2010 a receita líquida foi de R$ 229,7 milhões e o lucro líquido, R$ 15, 4 milhões.

Gasto com INSS cairia cerca de 45% com mudanças
Valor 05.08.2011 - A mudança de cobrança de contribuição ao INSS da folha de salários para o faturamento deve ter efeito positivo médio de 1,5 ponto percentual nas margens líquidas das companhias abertas dos setores beneficiados, conforme estimativa feita pelo Valor a partir de dados dos balanços de 2010.
Entre as empresas pesquisadas, apenas para a Arezzo a mudança não geraria uma economia evidente com tributos, numa situação quase equivalente.
Nesse exercício, o gasto com a contribuição patronal do INSS de dez empresas cairia pouco menos de 45% e geraria uma economia de R$ 227 milhões.
A maior parte das empresas não divulga quanto gasta com contribuição de INSS, o que torna difícil esse tipo de exercício. Procuradas pelo Valor, várias delas disseram que não terminaram as contas para poder dizer com segurança quanto economizariam com a mudança no sistema de cobrança. Outras alegaram estar em período de silêncio, que antecede a divulgação de resultados, e não quiseram comentar o impacto da Medida Provisória nº 540, publicada na terça-feira no Diário Oficial, no âmbito do plano Brasil Maior.
A simulação feita pelo Valor envolveu Alpargatas, Arezzo, Grendene, Vulcabras (do setor de calçados), Springs, Le Lis Blanc, Hering, Marisol e Guararapes (do setor têxtil) e Totvs (de tecnologia da informação) e considerou uma alíquota de 20% sobre o montante que essas empresas dizem ter pago como salários diretos a empregados nos dados consolidados da Demonstração do Valor Adicionado (DVA) de 2010.
A conta não é precisa, entre outros motivos, por conta do alcance restrito do benefício fiscal. No caso de uma empresa que fabrica vários produtos, haverá mudança de cobrança somente sobre a parcela da receita ligada aos itens que foram listados na MP. Em outras palavras, se somente 40% da receita vem dos produtos beneficiados, a mudança só ocorrerá sobre 40% da contribuição do INSS.
No setor têxtil, por exemplo, apenas o segmento de vestuário foi incluído no pacote, sendo que as áreas de cama, mesa e banho ficaram de fora.
No caso de empresas de tecnologia da informação (TI), é preciso que a empresa só se dedique a isso para ter o benefício - não há a possibilidade de uso proporcional da mudança tributária.
Outra diferença é que na área de TI a alíquota que incidirá sobre o faturamento bruto será de 2,5%, enquanto para os segmentos de vestuário, calçados e móveis o índice será de 1,5%.
Em uma conta simples, para as empresas desses últimos três segmentos, a medida beneficia aquelas em que o gasto com pessoal representa mais de 7,5% da receita bruta.
No caso das companhias de tecnologia da informação, a nova regra é vantajosa pra quem gasta mais de 12,5% do faturamento com salários de empregados.
Para aquelas que terceirizam a maior parte da produção, a mudança, que é obrigatória, pode não ser vantajosa, explica Luciana Moya, da área de consultoria trabalhista e previdenciária da Hirashima. "As empresas vão ter que fazer simulações pra saber se vale a pena ou não. Se a folha de pagamento for muito grande, vale a pena", afirma.
Segundo Fernando Lima, sócio da área tributária da Grant Thornton, as regras trazidas pela lei podem levar algumas empresas a realizar planejamento tributário. "Para uma empresa que tem uma área de tecnologia da informação, mas também outras atividades, pode ser interessante fazer uma cisão, para ter uma entidade pura de TI", afirma.
Em outro exemplo, ele cita um grupo que faça tanto a confecção como a venda de vestuário. "Se as atividades são feitas em empresas separadas, pode ser interessante juntar", diz Lima, ressaltando que seria importante ponderar outros aspectos que teriam motivado a estrutura anterior.
Outro ponto citado por Lima se refere a um outro benefício que as empresas de TI possuíam para exportar, previsto na Lei 11.774, que não poderá ser usado em conjunto com o novo sistema de contribuição ao INSS, que entra em vigor em dezembro deste ano e valerá até o fim do ano que vem, em caráter experimental. Nesse incentivo da Lei 11.774, por exemplo, as empresas de call center foram incluídas entre as beneficiadas, o que não ocorreu na MP editada nesta semana.
Sobre esse ponto, Vitor Almeida, sócio-diretor da divisão trabalhista e previdenciária da BDO RCS, chama atenção para o fato de que, durante a tramitação da medida no Congresso Nacional, pode mudar a lista dos setores contemplados pelas medidas.
Ele lembra ainda que a parcela de 20% do INSS - atacada pela medida do governo - não representa toda a carga sobre a folha de salários. Existe ainda uma cobrança de 5,8% que é repassada ao Sistema S (incluindo Sesi, Senai etc) e também uma alíquota variável de 1% a 3% referente ao risco de acidente de trabalho.
Segundo os especialistas, o governo quer fazer um teste com essa medida e notar seus impactos tanto na arrecadação quanto na formalização da contratação de mão de obra, para saber se estende a regra para mais setores.

CCP recebe aporte de R$ 200 mi de fundos
Valor 05.08.2011 - "Eles tinham o direito de colocar mais R$ 100 milhões cada e optaram por fazê-lo, inclusive uma parte já começa a ser investida", explica Perroni, presidente da CCP
A Cyrela Commercial Properties (CCP), empresa de renda da Cyrela que atua em shoppings, prédios comerciais e galpões logístico, receberá um aporte de R$ 200 milhões para aplicação direta em projetos. Os recursos provém de dois grandes fundos de private equity que já são sócios da empresa: o GIC Real Estate, braço imobiliário do governo de Cingapura, e o CPPIB, subsidiária do fundo de pensão canadense Canada Pension Plan.
Em 2009, os dois fundos e a CCP formaram uma joint venture e capitalizaram a companhia com R$ 400 milhões, 75% dos fundos (37,5% de cada) e 25% da CCP. "Eles tinham o direito de colocar mais R$ 100 milhões cada e optaram por fazê-lo, inclusive uma parte já começa a ser investida", explica Roberto Perroni, presidente da CCP.
Os fundos entram diretamente nas SPE's (sociedade de propósito específico), empresas criadas para cada empreendimento, normalmente com metade cada - mas não obrigatoriamente nessa proporção. Ainda que os fundos tenham participação majoritária, a CCP é a chamada "general partner" e faz a gestão das SPE´s.
Os fundos terão 75% do Shopping Tietê Plaza, na região de Pirituba, Zona Oeste de São Paulo, que está em fase de aprovação. Com 9 mil metros quadrados de área, o shopping na Marginal Tietê deve ser entregue em 2013. Também participaram com 50% do projeto de prédios de escritórios que a empresa erguerá na região da Faria Lima, em São Paulo, e 75% de um empreendimento comercial, com duas torres corporativas, lojas e salas comerciais na Barra da Tijuca.
O Canadian Pension Plan também entrou na área de galpões logísticos, no qual a CCP já é sócia da americana Prologis (que fez uma fusão com a também americana AMB Property, que havia fechado originalmente o negócio com a CCP). Com a entrada do fundo canadense, o segmento de galpões passa a ter 50% de participação da Prologis, 25 % da CCP e mais 25% do fundo canadense. A companhia tem três galpões adquiridos em 2007 e outros quatro projetos ainda em desenvolvimento.
Ontem, a CCP divulgou os resultados do segundo trimestre. A empresa teve lucro líquido de R$ 38,68 milhões no período, uma alta de 130% na comparação com o mesmo trimestre de 2010. No acumulado do primeiro semestre, o resultado final da companhia ficou em R$ 58,17 milhões, crescimento de 64,6% sobre os primeiros seis meses do ano passado.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) subiu 46,4% na mesma base de comparação, para R$ 45,87 milhões. A margem Ebitda, contudo, caiu 21,1 pontos percentuais, de 72,9% no segundo trimestre do ano passado para 51,8% no mesmo intervalo de 2011. A margem Ebitda ajustada (sem as vendas) foi de 74,6%.
A queda na margem, segundo a CCP, deve-se ao resultado reconhecido com incorporação imobiliária e vendas de propriedades. "Isso acontece porque a margem de venda é menor do que a margem de locação, embora tenhamos vendido com lucro", afirma o presidente da companhia. As vendas da parte remanescente dos edifícios Londres e Universe, ambos na Barra da Tijuca, somou R$ 51 milhões.
Por conta da depreciação dos papéis, a companhia também anunciou ontem um segundo programa de recompra de ações. Serão destinados até R$ 75 milhões para a aquisição de até 10% das ações ordinárias em circulação no mercado.
No fechamento do mercado ontem, marcado por uma forte volatilidade, os papéis ON subiram 1,66%, para perdas de 5,72% do Ibovespa e de 5,72% do Imob. A ação foi cotada a R$ 13,40. Nos últimos 12 meses, o papel sobe 24,33%, para uma queda de 22,69% do Imob. No mesmo período, o Ibovespa acumula perda de 22,64%. "Apesar da alta, achamos que a avaliação é muito baixa em relação ao valor e qualidade dos ativos", diz Perroni. O valor de mercado da companhia fechou ontem em R$ 1,2 bilhões, abaixo da avaliação do portfólio, calculada entre R$ 2,45 bilhões e 2,57 bilhões pela CB Richard Ellis.

BB analisa aquisição de banco colombiano
Estadão 05.08.2011 - O vice-presidente do Banco do Brasil Allan Toledo, que participa do I Fórum de Investimento Colômbia-Brasil, afirmou há pouco que o BB está analisando a aquisição de um banco colombiano. Ele não quis adiantar o nome da instituição, mas informou que o perfil do banco que poderá ser adquirido está entre o 5º e o 10º lugar no ranking local.
A ideia de adquirir uma instituição financeira é para que o BB passe a fazer operações diretas naquele país, informou Toledo, que é vice-presidente da área de Atacado, Negócios Internacionais e Private Banking do Banco do Brasil. Enquanto a negociação está em curso, o BB já aprovou internamente a abertura de uma agência de fomento na Colômbia, para atender empresas colombianas interessadas em investir no Brasil e brasileiras interessadas na Colômbia.
Questionado se estava atendendo a um pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que hoje na abertura do Fórum sugeriu que o BB abrisse uma agência neste país, Toledo afirmou: "O presidente sempre tem razão, talvez ele quisesse que o BB estivesse mais presente na Colômbia". E citou que o banco já tem parceria com sete instituições correspondentes no território colombiano. *O repórter viajou a Bogotá a convite da Proexport, Agência de Promoção do Turismo, Investimento e Exportação do Ministério do Comércio e Indústria e Turismo da Colômbia.

Banco médio perde espaço e lucro deve cair
DCI 05.08.2011 - O sistema bancário nacional tem como destaque os quatro bancos de maior lucratividade e número de clientes (Bradesco, Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Santander) e o atual cenário deve permanecer estável nos próximos meses. Para analistas entrevistados pelo DCI, a expectativa é de desaceleração do crescimento dos bancos médios no primeiro semestre de 2011, como consequência do alto custo na captação de recursos e gradativa competitividade no consignado e middle market (pequenas e médias empresas). Apesar das dificuldades, o negócio continua a ser rentável para investidores, principalmente nas ações do BicBanco, Banrisul e ABC Brasil, indicaram analistas de corretoras.
No primeiro trimestre de 2011, o BicBanco apresentou lucro líquido de R$ 81,9 milhões, com crescimento da carteira de crédito em 33,1% em 12 meses, de R$ 10,601 bilhões para R$ 14,113 bilhões. O Banrisul teve lucro líquido de R$ 211,3 milhões nos três primeiros meses, acréscimo de 73,4% sobre mesmo período anterior. O ABC Brasil (Arab Banking Corporation) obteve lucro líquido de R$ 56,7 milhões no primeiro trimestre de 2011, aumento de 20,8%. O lucro do Daycoval foi de R$ 75,2 milhões no segundo trimestre, alta de 17,1%.

Governo reconhece crise após queda brusca da Bolsa
DCI 05.08.2011 - A queda das bolsas mundiais e também da BM&F Bovespa levou ontem a presidente Dilma Rousseff a revelar sua preocupação com a crise financeira mundial. Ao mesmo tempo, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, também declararam que novas medidas para conter o câmbio valorizado serão lançadas em breve, em conjunto com a permanente atenção do governo para que a crise nos Estados Unidos e na Europa não pressione a inflação brasileira.
"A crise financeira global deixou de ser uma gripe para virar uma pneumonia crônica", afirmou Dilma, depois de reunião com representantes sindicais sobre a nova política industrial.
O ministro da Fazenda disse que o governo brasileiro precisa ficar alerta aos acontecimentos no mercado internacional, principalmente no que diz respeito à situação norte-americana. "É claro que sempre haverá consequências para o Brasil, como a queda da Bolsa [de Valores] e [da cotação] do dólar. Mas o País enfrentará com o mínimo de danos possível."
Para completar, Tombini declarou que o Banco Central continuará adotando medidas para evitar que a valorização do real frente ao dólar ameace a estabilidade econômica.
Contudo, nos últimos dois dias de tensão do mercado financeiro, os gestores de fundos de investimentos retiraram R$ 8 bilhões do mercado, em virtude do pânico gerado pela queda brusca de 5,72% registrada ontem. A captação líquida dos fundos de investimentos no mês de julho foi a menor do ano (R$ 761,52 milhões), segundo a Anbima.
Em linha com os acontecimentos, o Banco Central Europeu (BCE) reativou duas de suas mais potentes medidas anticrise em uma tentativa de impedir que a crise de dívida atinja a Itália e a Espanha. O presidente da instituição, Jean-Claude Trichet, disse que fará um leilão de créditos de seis meses, de tamanho ilimitado, na próxima semana.
Também ontem, o Banco do Japão decidiu ampliar seu programa de compra de ativos até os 441 bilhões de ienes (R$ 8 bilhões), para estimular o crescimento e manter o juro interbancário entre zero e 0,1%.

Bancos derretem
Valor/Bloomberg 05.08.2011 - Em mais um dia tenso nos mercados europeus, as ações dos bancos fecharam em forte queda por conta dos temores em relação à economia mundial e dos problemas fiscais que agora ameaçam contagiar Espanha e Itália. Na Bolsa de Madri, onde o índice Ibex-35 recuou 3,89%, os papéis do Santander registraram baixa de 4,43%.
Nos últimos 30 dias, a instituição perdeu 26% em valor de mercado. Outros bancos, como o BBVA, também apresentaram quedas expressivas. Em Milão, o Intesa Sanpaolo fechou em forte baixa de 10,35%, a maior entre as ações que compõem o índice FTSE MIB - que recuou 5,16%. A queda das bolsas europeias foi acentuada após a leitura do mercado de que o programa de compra de bônus de países endividados enfrenta resistências dentro do Banco Central Europeu (BCE). Ontem, a autoridade monetária manteve o juro na zona do euro em 1,5%.

Crédito imobiliário
Folha 05.08.2011 - O estoque de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) cresceu 96% nos últimos 12 meses na Cetip.
O instrumento saltou de R$ 12,3 bilhões, em junho de 2010, para R$ 24,1 bilhões em igual mês deste ano. A instituição foi responsável por 86% dos registros desse ativo em 2010.
Já o estoque de CCIs (Cédulas de Crédito Imobiliário) subiu 87% na mesma comparação, de R$ 15 bilhões para R$ 28,5 bilhões. As CCIs são papéis que representam o financiamento imobiliário e servem de lastro à emissão de CRIs, título negociado no mercado de capitais.

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