sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Azul.CA.12.08

Daily News

Direcional Engenharia separa R$ 35 mi para recomprar ações
Exame 12.08.2011 - Empresa irá adquirir os papéis por até 60 dias, informa comunicado.
A Direcional Engenharia (DIRR3) irá separar até 35 milhões de reais para recomprar as próprias ações em circulação no mercado, mostra comunicado ao mercado enviado na noite de quinta-feira à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
De acordo com o documento, serão adquiridas até 4,5 milhões de ações, ou seja, aproximadamente 5,57% dos papéis do total disponibilizado na Bovespa. O prazo para as compras é de 60 dias, a partir desta sexta-feira (12).
As ações serão mantidas em tesouraria para posterior cancelamento ou alienação, “com o fim de maximizar o valor aos acionistas”. O BTG Pactual irá intermediar as operações. As ações da Direcional têm queda de 31,73% no ano.


Novas linhas de financiamento visam inclusão das classes C, D e E
Valor 12.08.2011 - Luiz Ros: BID quer apoiar empresas à procura de modelos de negócios que contemplem a população mais vulnerável.
Bancos e fundos de investimentos criam novos modelos de negócios e linhas de financiamento para facilitar a inclusão social das classes C, D e E. No Brasil, essas faixas econômicas hospedam 140 milhões de pessoas ou mais de 80% da população.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) acaba de liberar US$ 10 milhões para o distribuidor paulista Tenda Atacado aplicar na capacitação de 10 mil pequenos empreendedores do setor de alimentação. O fundo Vox Capital, especializado em empresas que atendem a população de baixa renda, quer ter dez novas companhias no seu portfólio nos próximos cinco anos.
Segundo Luiz Ros, gerente de oportunidades do BID e um dos debatedores da Conferência Ethos 2011, uma das metas da instituição é apoiar o setor privado na busca de novos modelos de negócios que possam incluir a população mais vulnerável.
"Há 360 milhões de pessoas na América Latina que ganham menos de US$ 300 ao mês", diz o executivo, mestre em relações internacionais e economia ambiental, baseado em Washington. "Hoje, temos US$ 250 milhões para apoiar empresas que desejam incluir a base da pirâmide em seus planos de desenvolvimento".
Nos últimos três anos, o BID já ofereceu US$ 160 milhões em transações de crédito e mantém 24 operações privadas em 15 países. Um dos novos modelos de empréstimo do banco, que passa por fase de testes, é voltado para os "negócios inclusivos". O banco tem três ações importantes nessa linha e inaugurou, no mês passado, sua primeira operação do gênero, no Brasil.
Em Guarulhos (SP), o grupo atacadista Tenda Atacado vai oferecer capacitação e linhas de crédito para pequenos empreendedores. Serão beneficiados 20 mil empresários da área de alimentação com crédito para financiamento de capital de giro e até 10 mil pessoas farão cursos gerenciais, de manipulação de alimentos e processos de formalização. "Todos pertencem às classes D e E. Isso vai ajudá-los a fidelizar clientes e fechar mais negócios".
Na Colômbia, a Empresas Públicas de Medellín (EPM), de serviços de gás, energia e telecomunicações, recebeu US$ 10 milhões que serão transformados em créditos para clientes considerados bons pagadores. O dinheiro poderá ser usado para comprar aparelhos domésticos com consumo energético mais eficiente e em melhorias habitacionais. "60% dos mais de 2 milhões de clientes da EPM não têm conta bancária", diz Ros.
Até maio, a empresa já havia financiado, com a ajuda do BID, quase 55 mil consumidores, que representam uma carteira de US$ 39,2 milhões. 87% do total de usuários vêm das classes D e E, com uma renda de menos de US$ 250 ao mês. A EPM quer chegar a mais de 200 mil beneficiados até 2015, o que representaria um lote de cerca de US$ 140 milhões em novos financiamentos.
Em maio de 2010, o BID e o grupo mexicano Cemex, um dos maiores fabricantes de cimento do mundo, assinaram um acordo de garantia de crédito de US$ 10 milhões que vai permitir à empresa aumentar o número de famílias inscritas no programa de pavimentação "Mejora tu Calle" (Melhora Sua Rua). "Sem vias pavimentadas, a população tinha os imóveis desvalorizados e não recebia serviços de coleta de lixo e segurança".Com o novo modelo de financiamento, 60 municípios mexicanos ganharão obras executadas pela Cemex - as prefeituras pagam 50% dos projetos e a população entra com o restante. "Como os moradores são de baixa renda, a Cemex, por meio do BID, oferece crédito para as famílias participarem da operação".
Até dezembro de 2010, o programa já havia beneficiado 15 mil famílias, criando uma carteira de US$ 8,8 milhões. "Apesar de a população pagar o custo de uma operação que seria de responsabilidade do poder público, a iniciativa antecipa melhorias urbanas que levariam anos para serem feitas". O objetivo é envolver 95 mil famílias até 2015.
"Os problemas globais podem ter soluções locais, se usarmos mais criatividade financeira", concorda Antônio Moraes Neto, sócio e co-fundador do Vox Capital, fundo de capital que investe em empresas que contribuem para a redução da pobreza. "Somos o primeiro fundo de impacto social do Brasil", diz o executivo, formado em administração pública e herdeiro do grupo Votorantim.
Uma das mais recentes transações do Vox Capital, que já fez três investimentos diretos em três anos, foi o aporte de R$ 550 mil na rede de lan houses CDI Lan, da organização não governamental Comitê para Democratização da Informática (CDI). "Há mais de 100 mil lan houses no Brasil e 90% dos clientes são das classes C, D e E. Essas lojas podem se transformar em centros de inclusão digital."


Lucro da Cyrela vai para R$ 96 milhões no segundo trimestre
Exame 12.08.2011 -A Cyrela já havia informado no início de julho que teve vendas contratadas de 1,67 bilhão de reais e lançamentos de 1,65 bilhão de reais no segundo trimestre
No acumulado do primeiro semestre, a companhia alcançou 35 por cento dos lançamentos e 37 por cento das vendas estimadas
A construtora e incorporadora Cyrela Brazil Realty apresentou nesta quinta-feira lucro líquido de 96 milhões de reais no segundo trimestre do ano, queda de 42,8 por cento em relação aos 167 milhões de reais obtidos no mesmo período em 2010.
A média de previsões de oito analistas consultados pela Reuters estimava ganho de 105,7 milhões de reais para a empresa no período.
A geração de caixa operacional da companhia, medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), somou 141 milhões de reais nos três meses até junho, enquanto um ano antes havia sido de 223 milhões de reais.
A margem Ebitda passou de 18,5 para 10,2 por cento na mesma base de comparação.
A Cyrela já havia informado no início de julho que teve vendas contratadas de 1,67 bilhão de reais e lançamentos de 1,65 bilhão de reais no segundo trimestre, altas de 8,3 e de 46,7 por cento, respectivamente, contra igual período do ano passado.
Com isso, a empresa apurou receita líquida de 1,4 bilhão de reais entre abril e junho, volume 14,7 por cento maior ano a ano.
No acumulado do primeiro semestre, a companhia alcançou 35 por cento dos lançamentos e 37 por cento das vendas estimadas para o ano.


Japonesa Oji Paper poderá estrear no mercado da AL
Valor 12.08.2011 - Kazuhisa Shinoda, presidente: 2010 foi o primeiro ano de transformação no portfólio de negócios da companhia.
O grupo japonês Oji Paper, tradicional produtor de papéis na Ásia e acionista da fabricante de celulose mineira Cenibra, poderá fincar os pés no mercado papeleiro latino-americano nas próximas semanas. Caso feche a compra da fábrica de papéis especiais da Fibria, instalada em Piracicaba (SP), por US$ 313 milhões, a Oji Paper assumirá seu primeiro ativo de papel na América Latina e o segundo nas Américas. Ontem, conforme comunicado, firmou acordo de exclusividade para aquisição do ativo da Fibria.
O negócio já era esperado, pois em 2007 a japonesa firmou um acordo estratégico de fornecimento de tecnologia com a antiga Votorantim Celulose e Papel (VCP) justamente na área de papéis especiais. Quando a Fibria, que nasceu da fusão entre VCP e Aracruz, colocou à venda a unidade de Piracicaba, em meados de 2010, fontes da indústria apontaram que a Oji era forte candidata.
Logo depois, a Fibria confirmou a intenção de se desfazer de todos os ativos na área de papel - a unidade paulista é a última da lista - e avisou que a decisão de venda de Piracicaba poderia ser anunciada em meados deste ano. A exclusividade das negociações com a Oji Paper está fixada até 29 de setembro. Até lá, irá realizar uma auditoria (due diligence) da unidade, que confirmará, ou não, o valor acordado e a transação. Após essa data, perde o direito.
A fábrica de Piracicaba é a maior unidade produtiva de papéis especiais na América Latina e lidera os mercados de papéis térmicos e autocopiativos (utilizados, por exemplo, em impressoras fiscais) no país, com participação de 74% a 78%. Neste mercado, os três maiores produtores respondem por 88% dos negócios. A venda do ativo faz parte do reposicionamento estratégico da Fibria, que decidiu concentrar os negócios em celulose branqueada de eucalipto. No início do ano, a companhia já havia vendido para a Suzano Papel e Celulose, por R$ 1,5 bilhão, a fatia de 50% que detinha no Conpacel mais a distribuidora de papéis KSR.
Com mais de 130 anos de atividades, o grupo Oji Paper detinha 190 mil hectares de florestas no Japão e 240 mil hectares fora em 2009. A meta, até 2015, é chegar a 300 mil hectares de florestas em solo estrangeiro. No Brasil, por meio da Cenibra, possui florestas plantadas e produz uma parte da celulose que abastece suas fábricas na Ásia. A participação na Cenibra, que está apta a produzir 1,15 milhão de toneladas por ano em Belo Oriente (MG), se dá por meio do consórcio Japan Brazil Paper and Pulp Resources Development (JBP), no qual possui 39,84% de participação.
Nas Américas, o grupo opera ainda uma unidade de produção de celulose no Canadá e outra de papéis especiais nos Estados Unidos. No mercado asiático, no entanto, a atuação da Oji é bastante diversificada e inclui produção e vendas de papéis para imprimir e escrever, embalagens, papel absorvente (tissue), entre outros. No ano passado, registrou vendas líquidas de mais de US$ 12 bilhões.
Em mensagem aos acionistas da companhia, em relatório anual publicado em setembro, o presidente do grupo Oji, Kazuhisa Shinoda, definiu 2010 como "o primeiro ano de transformação no portfólio de negócios", com a promessa de várias estratégias de crescimento e em diferentes áreas. Em 2009, o grupo contava com mais de 300 subsidiárias e empresas afiliadas. Somente no Japão, operava pelo menos 20 grandes fábricas de papel.
Esse é o segundo negócio de valor relevante firmado por companhias japonesas no Brasil este mês. Na semana passada, a cervejaria Kirin anunciou a compra de 50,45% da Schincariol por R$ 3,95 bilhões. Conforme dados do Banco Central, o investimento estrangeiro direto japonês no país totalizou US$ 2,336 bilhões entre janeiro e junho deste ano, ante US$ 2,5 bilhões em todo o ano passado.


Controladora AB Inbev tem resultado 26% maior
Valor 12.08.2011 - A AB Inbev, grupo mundial com sede na Bélgica e do qual a cervejaria brasileira faz parte, fechou o segundo trimestre com lucro líquido de US$ 1,45 bilhão, com elevação de 26,2% em relação ao ganho de US$ 1,15 bilhão dos mesmos três meses de 2010. Excluindo fatores excepcionais, o lucro foi de US$ 1,6 bilhão, ou 11,3% superior ao US$ 1,44 bilhão registrado um ano antes. A receita aumentou 8,5%, alcançando US$ 9,95 bilhões.
O volume de cerveja vendida caiu 2,6 % no Brasil e 1,4 % na América do Norte. "O fraco desempenho do volume e preços no Brasil é decepcionante", comentou Dirk Van Vlaanderen, analista da Jefferies International, em Londres.
Nos seis primeiros meses de 2011, o lucro da companhia foi de US$ 2,41 bilhões e a receita alcançou US$ 18,95 bilhões, com alta de 48,6% e 8,3%, respectivamente, no comparativo com igual intervalo do calendário anterior.
A dívida líquida no fim de junho estava em US$ 40,1 bilhões, com alta de US$ 400 milhões em relação à posição de dezembro de 2010. Conforme apontou a empresa, isso está ligado à sazonalidade no fluxo de caixa e ao impacto das flutuações do câmbio, notadamente a apreciação do euro e do real em relação ao dólar.


Cervejaria 'aperta cinto' e aumenta as margens
Valor 12.08.2011 - Nelson Jamel, vice-presidente financeiro e de relações com investidores da companhia: O ajuste da frota de caminhões à queda sazonal na demanda por bebidas ajudou a Ambev a fazer uma economia de quase R$ 30 milhões no segundo trimestre. No período, as despesas com vendas, gerais e administrativas (excluindo depreciação e amortização) da companhia no Brasil caíram 2,8% para R$ 1,03 bilhão, em relação ao segundo trimestre de 2010. Entre abril e junho de 2010 versus o mesmo período de 2009, essas despesas haviam crescido 12,3%.
Segundo o vice-presidente financeiro e de relações com investidores da companhia, Nelson Jamel, a empresa passou a adotar novas medidas no segundo trimestre deste ano para compensar a queda no volume de vendas, que foi de 0,9% no mundo e de 1,6% no Brasil. No país, a retração no volume foi puxada pelo reajuste nos preços, que absorveram o aumento dos impostos federais (PIS/Cofins e IPI) sobre as bebidas. Nas cervejas, o reajuste ficou entre 1,5% e 2,5%. Não estão previstos novos aumentos de preço este ano, segundo Jamel.
Entre as iniciativas, está a redução da frota fixa, de 2,6 mil para 2,3 mil caminhões após o verão, período de diminuição da demanda. "Apertamos um pouco o cinto para enfrentar o último trimestre, quando também houve uma desaceleração da economia como um todo", diz o executivo. Segundo ele, a retração no volume global também se deve à base de comparação elevada, uma vez que no segundo trimestre de 2010 as vendas foram puxadas pela Copa do Mundo.
Diminuir o custo logístico é fundamental para a fabricante de bebidas, que tem a maior parte da suas plantas no Sudeste do país. No Nordeste, região estratégica para a companhia e onde a Ambev enfrenta concorrência maior da vice-líder Schincariol, as apostas se concentram na nova fábrica de Itapissuma (PE), que será inaugurada este ano.
Além do ajuste da frota própria de caminhões, a empresa vem estendendo o uso do leilão eletrônico na negociação com fornecedores. "No começo, usamos essa ferramenta apenas para compra de insumo, mas estamos ampliando para outras negociações, como contratação de frete e produção de propaganda", diz. Medidas administrativas, como a compra de passagens aéreas com maior antecedência para aproveitar descontos, também estão sendo tomadas.
Os cortes não devem se intensificar, diz ele. "Já fizemos os ajustes de despesas necessários para manter a rentabilidade", afirma. "Se o aperto fosse maior, não faríamos investimentos importantes, como o lançamento da Budweiser". A marca da cerveja mais consumida do mundo já está sendo fabricada no Brasil, em Jacareí (SP), e deve chegar ao varejo ao fim desse mês.
A empresa mantém os investimentos anunciados de R$ 2,5 bilhões no Brasil este ano. Já foram aplicados até o momento R$ 1,4 bilhão nas fábricas de Piraí (RJ), Cebrasa (GO), Sete Lagoas (MG), Aquiraz (CE) e Passo Fundo (RS).
Com operações que vão do Canadá à Argentina, a Ambev espera que, no Brasil, o consumo volte a acelerar em 2012, com o aumento de 7,5% no salário mínimo esperado para o início do próximo ano.
No segundo trimestre, a receita líquida da companhia cresceu 2,3%, para R$ 5,81 bilhões, em relação ao mesmo período de 2010. O Brasil representa 67% desse total. Considerando o crescimento orgânico, a alta na receita líquida foi de 6,2%. O lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização (Ebitda) no período foi de R$ 2,57 bilhões, com alta de 7,1%. A margem Ebitda avançou de 42,4% para 44,4%. O lucro líquido subiu 21,3% no trimestre, para R$ 1,83 bilhão. O lucro líquido "normalizado", que exclui receitas e despesas especiais, cresceu 20,4%.
"A empresa manteve o seu nível de rentabilidade elevado, mesmo com o volume menor e o preço maior", diz o analista Rafael Cintra, da Link. No segundo trimestre, a empresa registrou ligeira queda na participação de mercado em cervejas no país: de 70,6% para 69%.


Friboi fecha curtumes e demite mil pessoas
DCI 12.08.2011 - O JBS-Friboi fechou três unidades de couros em São Paulo e Mato Grosso do Sul.
As demissões chegam a mais de mil funcionários, contando com desligamentos em um frigorífico.


Brasil Foods tem lucro líquido 190% maior no 2o tri
GPdeLondrina 11.08.2011 - A companhia atribuiu o resultado no trimestre à combinação de bom desempenho operacional, apropriação de juros de capital e venda da antiga sede, da Vila Anastácio, em São Paulo, que gerou ganho de 50 milhões de reais
A Brasil Foods, maior processadora de aves e suínos do país, apresentou nesta quinta-feira lucro líquido de 498 milhões de reais no segundo trimestre, volume 190 por cento superior ao registrado em igual período do ano passado.
A companhia, maior exportadora mundial de aves, atribuiu o resultado no trimestre à combinação de bom desempenho operacional, apropriação de juros de capital e venda da antiga sede, da Vila Anastácio, em São Paulo, que gerou ganho de 50 milhões de reais.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no segundo trimestre foi de 786 milhões de reais, alta de 28 por cento ano a ano. "Apesar da pressão provocada pelos custos de grãos, a margem Ebitda atingiu 12,5 por cento, recorde para este período", comentou a companhia.
A Brasil Foods obteve no mês passado aprovação pelos órgãos reguladores no Brasil da união Perdigão-Sadia, que criou a empresa.
A empresa informou nesta quinta-feira que entrou em "nova fase" após a aprovação do negócio e que vai começar a executar o plano de cerca de 200 ações com o objetivo de obter ganhos de 500 milhões de reais por ano em sinergias, a partir de 2012.
"Estamos liberados para tocar o negócio. Ganhos de escala e escopo já estão acontecendo", afirmou em comunicado o vice-presidente de Finanças, Administração e Relações com Investidores da companhia, Leopoldo Saboya.
A receita líquida trimestral da empresa subiu 14 por cento, para 6,3 bilhões de reais. Deste total, 3,7 bilhões de reais foram contabilizados no mercado interno e 2,6 bilhões, no externo.
A Brasil Foods reforçou a meta de elevar o faturamento este ano em entre 10 e 12 por cento ante 2010. A projeção de investimento total também foi mantida em entre 1,6 bilhão e 1,8 bilhão de reais.
Nova unidade no exterior: A empresa informou ainda que vai construir uma fábrica de processados no Oriente Médio, com investimento de 120 milhões de dólares e capacidade para produzir 80 mil toneladas por ano, quando estiver a plena capacidade.
O início das operações da nova unidade está previsto para o final de 2012.
"O Oriente Médio é estratégico dentro do processo de internacionalização da BRF e deverá se constituir num importante pólo para consolidar a posição de liderança da companhia, contribuindo para o fortalecimento das marcas, da distribuição e das vendas no mercado externo, além de alavancar o acesso a novos mercados", informou a empresa.
A região responde atualmente por mais de 30 por cento das vendas externas da Brasil Foods.


Taurus quer elevar eficiência e reverter quedas das ações
Valor 12.08.2011 - Dennis Braz Gonçalves, novo presidente da empresa, fala em necessidade de aquisições para aumentar vendas.
Anunciado nesta semana como novo diretor-presidente da Forjas Taurus, o executivo Dennis Braz Gonçalves assumiu o cargo com a tarefa imediata de aumentar os níveis de eficiência do grupo para melhorar a percepção do mercado e reverter a queda nas cotações das ações registrada a partir da reestruturação acionária aprovada no fim de maio. Desde o dia 27 daquele mês, as ações ordinárias (com direito a voto) da empresa recuaram 46,4%, para R$ 1,90, enquanto as preferenciais (sem voto) caíram 27,8%, para R$ 1,87. No período, o Ibovespa recuou 17%.
Um dos projetos mais imediatos é vender a controlada Wotan, que produz máquinas industriais em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre. Adquirida em 2004, a empresa vem apresentando resultados negativos e está fora do foco prioritário do grupo, que também fabrica capacetes para motociclistas e forjados. "A decisão foi tomada", reforça o presidente do conselho de administração, Luiz Fernando Costa Estima, que até agora também exercia a presidência-executiva da Taurus.
No primeiro semestre, a Wotan apurou receita de R$ 14,6 milhões (queda de 49,2% sobre igual período de 2010), o equivalente a apenas 4,6% das vendas líquidas consolidadas do grupo. O resultado bruto da controlada fechou negativo em R$ 1,4 milhão e o prejuízo antes dos impostos somou R$ 11,9 milhões, prejudicando o desempenho global da Taurus, que no mesmo intervalo apurou uma queda de 79,6% no lucro líquido consolidado, para R$ 6,9 milhões.
A Taurus já recebeu ofertas de compra pela controlada, mas os nomes dos interessados não são revelados. Gonçalves também não arrisca prever um prazo para a conclusão do negócio. Ex-presidente da Valesul Alumínio (de 1993 a 1996) e do grupo Paranapanema (de 1996 a 2003), ele sabe que as negociações podem se estender e até lá pretende minimizar a "drenagem" de recursos provocada pela Wotan.
Outro plano de longa data é aumentar a internacionalização da produção de armas, segmento que teve crescimento de 7,1% na receita no primeiro semestre, para R$ 223,8 milhões, o equivalente a 70% do total apurado pelo grupo. Parte dos produtos vendidos nos Estados Unidos, o principal mercado da empresa no segmento, já é fabricada localmente e a intenção da Taurus também é ter base industrial na Europa.
"A Taurus é compradora", afirma Estima. Conforme Gonçalves, a demanda mundial de armas curtas é "inelástica" e apresenta apenas crescimento vegetativo, o que obriga as empresas do setor a fazer movimentos de consolidação para ganhar musculatura e sobreviver no mercado. "Existem vendedores no mundo", afirma. De acordo com ele, o aprofundamento da internacionalização também é um caminho para driblar os efeitos negativos da valorização do real.
O câmbio foi um dos fatores que contribuíram para a queda do lucro líquido no semestre, apesar da alta de 2,7% na receita líquida, para R$ 318,4 milhões. As exportações, que cresceram 7,7% em dólar, para US$ 107 milhões, recuaram 3,8% em reais, somando R$ 173,3 milhões, e junto com o aumento dos custos das matérias-primas das armas e capacetes contribuíram para a redução da margem bruta de 44,2% para 37,6% no período.
A contratação de Gonçalves como diretor-presidente, com mandato fixado inicialmente até 2013, faz parte do processo de reestruturação da Taurus, que incluiu a incorporação da até então holding controladora Polimetal, junto com uma dívida financeira de R$ 165 milhões. A Polimetal era controlada por Estima, que após a operação teve a participação sobre o total de ações ordinárias (ON), diretamente e por intermédio da holding familiar Invespar, reduzida de 94,1% para 43,8%.
O conselho de administração também foi ampliado de seis para sete integrantes, com quatro representantes do controlador, dois dos minoritários e um escolhido de comum acordo. A companhia ainda adotou o "tag along" de 100% para os minoritários e em julho aderiu ao Nível 2 de governança corporativa da BM&FBovespa. Em até dois meses será contratado um novo diretor de relações com investidores, cargo que até lá será acumulado por Gonçalves.
Mesmo assim, a reestruturação não agradou a todos os acionistas e alguns deles exerceram o direito de recesso de até R$ 3,30 por ação. O banco de investimentos Geração Futuro, por exemplo, reduziu sua participação em ações preferenciais (PN) de cerca de 34% para 24,9% e recebeu 12,2% dos papéis com direito a voto A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, manteve a posição original em ações PN (29,4%) e recebeu 14,4% das ON. Os papéis correspondentes ao direito de recesso foram incorporados à tesouraria, que hoje acumula 6% das 47,1 milhões de ações ON e 10,2% dos 94,3 milhões de títulos PN.
A nova política de governança da Taurus passou a incluir também a divulgação de projeções trimestrais de desempenho e, no fim do ano, a empresa admite apresentar o "guidance" para todo o exercício de 2012. Na divulgação dos resultados do segundo trimestre, a previsões informadas para os três meses seguintes incluem receita líquida consolidada de R$ 197 milhões, ante os R$ 167,1 milhões apurados no mesmo período de 2010. O lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) é estimado em R$ 30 milhões, com alta de 127,3%, e os investimentos previstos são de R$ 10 milhões, com redução de 21,7%.


Moagem das usinas sócias poderá subir 28% até 2015
Valor 12.08.2011 - Atualmente com capacidade industrial para processar 115 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra, as 48 unidades associadas da Copersucar tocam projetos - em fases diferentes, de planejamento a execução - para ampliar a capacidade de suas unidades já existentes em mais 32 milhões de toneladas até 2015.
Como se trata de ampliação de usinas já estabelecidas, os investimentos previstos são de US$ 80 por tonelada instalada, em torno de metade do custo de implantação de usina nova, explica Luís Roberto Pogetti, presidente do conselho de administração da Copersucar.
Os projetos, mapeados pela companhia, também contemplam a ampliação de canaviais para pôr fim à ociosidade do parque fabril que, na safra 2011/12 será de 15 milhões de toneladas de cana.
Já a entrada de novas sócias está suspensa, por enquanto, sem previsão de reabertura, diz Pogetti. A empresa pretende rever essa política, o que passará certamente por aumento do valor de entrada na sociedade. "A empresa adquiriu uma condição logística que agregou muito valor à companhia. O próprio valor que o mercado atribuiu à Copersucar neste processo de ida à bolsa de valores também tornou a associação mais cara", acrescenta.
A Copersucar foi fundada em 1959 e atualmente 60% de suas associadas são fundadoras. "Há uma relação consistente", afirma o executivo quando questionado sobre a garantia de oferta de açúcar e etanol no longo prazo. As outras entraram no negócio ao longo dos anos seguintes e, de acordo com ele, há baixa rotatividade.
As saídas mais significativas foram a do grupo São Martinho, em 2008, que abriu capital um ano antes e deu direcionamento próprio para sua estratégia de comercialização. Em 1999, saiu o grupo São João (USJ) e em 2004, a Santa Cruz. O trio, que soma capacidade para moer 23 milhões de toneladas de cana, criou em 2008 um consórcio de comercialização, a Allicom, que está em fase de extinção neste mês.
Por outro lado, desde 2008, quando deixou de ser uma cooperativa e se transformou em uma S.A., a Copersucar atraiu 16 novos grupos sucroalcooleiros para seu modelo e agregou produtos finais (açúcar e álcool) equivalentes à moagem de 45 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Na época, a empresa tinha 33 usinas com moagem de 70 milhões de toneladas.
"Vínhamos crescendo a uma taxa média de 23% em termos de capacidade de moagem das sócias", diz o executivo.


Petrobras Biocombustível prevê US$570mi para aquisições
GPdeLondrina 11.08.2011 - Empresa vai atuar principalmente em projetos greenfield, voltados para a construção de novas usinas.
A Petrobras Biocombustível, braço da estatal para combustíveis renováveis, prevê investir 30 por cento do orçamento de 1,9 bilhão de dólares que dispõe para etanol --ou cerca de 570 milhões de dólares-- em aquisições no setor, afirmou o presidente da subsidiária, Miguel Rossetto.
Segundo ele, para expandir a produção de etanol a empresa vai atuar principalmente em projetos greenfield, voltados para a construção de novas usinas. Mas também haverá investimento em aumento da capacidade de moagem de unidades já existentes e em renovação de canaviais, para elevar a produtividade.
Os investimentos serão realizados prioritariamente a partir das parcerias já feitas com as empresas Guarani, Nova Fronteira e Total Agroindústria Canavieira, informou Rossetto.
O objetivo é chegar em 2015 com produção de 5,6 bilhões de litros de etanol contra a produção de 1,5 bilhão de litros em 2011, um crescimento de 273 por cento.
No próximo dia 26, a empresa inaugura no interior de São Paulo a destilaria São José, da Guarani, uma das parceiras da Petrobras Biocombustível (PBio). A unidade terá capacidade para produzir 100 mil metros cúbicos de etanol.
"Nosso plano de negócios deixou uma mensagem clara, vamos aumentar nossa capacidade de produção para abastecer o mercado nacional nos próximos anos", disse o executivo, reforçando a projeção de atingir 12 por cento do mercado até 2015, da posição de 5,3 por cento.
No final de julho a Petrobras anunciou em seu Plano de Negócios 2011-2015 que a PBio iria investir 4,1 bilhões de dólares no período, sendo 1,9 bilhão de dólares para etanol, o mesmo volume de recursos previsto no plano anterior, de 2010 a 2014.
A logística para etanol receberá 1,3 bilhão de dólares e os programas de biodiesel e o de pesquisa e desenvolvimento da empresa receberão 600 e 300 milhões de dólares respectivamente.
A meta é atingir produção de 855 mil metros cúbicos de biodiesel até 2015, alta de 16 por cento ante a produção atual. Rossetto informou que a PBio pretende concentrar a produção de biodiesel no Estado do Pará a partir da palma.
"Vamos produzir (biodiesel) a partir do óleo de palma no Pará e queremos também acessar o mercado europeu através de Portugal", disse o executivo, que já tem uma parceria com a Galp.
Ampliação em Goiás: Rossetto informou que até a primeira quinzena de setembro será concluído estudo para ampliação da usina Boa Vista, no município de Quirinópolis, em Goiás, que integra a Nova Fronteira, empresa formada pela parceria entre a Petrobras Biocombustível e o Grupo São Martinho.
Ele disse no entanto que ainda não foi decidido o volume que será adicionado à produção atual de 200 mil litros do biocombustível.
"Ainda estamos avaliando o tamanho da ampliação, mas vai ser um investimento forte", alertou.
A empresa planeja também aproveitar a usina da Guarani em Moçambique, hoje produtora de açúcar, para fazer etanol voltado para o mercado africano.
"Moçambique disciplinou o estanol a partir de 2012 e estamos analisando entrar nesse mercado", explicou.
Ele negou que a ida para Moçambique tenha um apelo do governo brasileiro, e não uma decisão empresarial.
"Todos os projetos da PBio devem responder a uma taxa mínima de rentabilidade", afirmou.
Já o Japão, país que motivou o incremento do programa de etanol da Petrobras anos atrás, mas cujos projetos nunca saíram do papel, continua na mira da PBio, afirmou Rosseto, que vê no mercado nipônico um grande potencial para energia renováveis após o terremoto que danificou a usina nuclear de Fushukima.


Sem IPO, Copersucar mantém o plano 'B'
Valor 12.08.2011 - "O plano continua. Mas não conseguiremos acelerá-lo e nem aproveitar novas oportunidades que já estávamos antevendo", diz Souza (dir.), ao lado de Pogetti
Frustrada a operação para captar pelo menos US$ 1 bilhão no mercado de capitais para financiar seu crescimento, a Copersucar, maior comercializadora de açúcar e álcool do país, mantém, resignada, seu plano "B" de investir com dívida e capital próprio. O programa vai demandar R$ 2 bilhões para projetos de infraestrutura e logística até 2015. Para os próximos 12 meses, o orçamento contempla investir R$ 300 milhões.
Entre os projetos está a construção de um etanolduto por meio da Logum, empresa da qual a Copersucar é sócia, a conclusão da primeira fase de expansão do terminal de açúcar do porto de Santos (SP), de 5 milhões para 8 milhões de toneladas, e a construção de um terminal de tancagem em Paulínia (SP) com capacidade para armazenar 400 milhões de litros de etanol, que será um ponto de recebimento e distribuição para os mercados interno e externo.
Em torno de 70% dos R$ 300 milhões serão financiados com linhas de longo prazo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o restante, com dinheiro próprio. "Os planos continuam sem o IPO, mas com ele, poderíamos acelerar os já existentes e aproveitar outras oportunidades em logística para as quais já estamos com o radar ligado", lamenta Paulo Roberto de Souza, CEO da Copersucar.
Aumentar o endividamento também não é algo apreciado internamente na empresa. Atualmente, a relação entre dívida líquida (R$ 961 milhões) e Ebitda - lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (R$ 407 milhões) está em 2,36 vezes, em linha com que os grandes grupos do setor sucroalcooleiro vinham registrando antes de fazerem parcerias estratégicas.
Diante de um Ebitda que dobrará no próximo ano para R$ 800 milhões, prevê a empresa, essa relação com a dívida líquida vai subir para cerca de 2,7 vezes com o acréscimo de dívida de R$ 300 milhões, segundo Souza.
Ainda que em níveis técnicos aceitáveis, elevar endividamento não é algo desejado pelos acionistas da Copersucar, que são conservadores em sua política de riscos. Por isso, o mercado acredita que até 2015 a empresa deve buscar alternativa para financiar esse investimento total de R$ 2 bilhões.
Apesar da desistência do IPO, motivada pela conjuntura negativa do mercado, abrir capital não saiu do radar da companhia, diz Luís Roberto Pogetti, presidente do conselho de administração da Copersucar. Foram quatro meses de trabalhos e gastos de R$ 3 milhões com auditorias e advogados para explicar a mais de 200 investidores que aplicam recursos no agronegócio mundial um modelo de negócio incomum. A Copersucar é uma trading que tem como sócios seus fornecedores, ou seja, as usinas de açúcar e etanol.
Essas unidades são regidas por um contrato de duração de 10 anos que, a partir do quinto ano, é renovado automaticamente por mais cinco anos. Há uma cláusula que prevê o aviso antecipado de cinco anos para sua rescisão. Assim, a partir do sexto ano ele terá vigência até o 11º ano, e assim sucessivamente, caso não haja o pré-aviso. Em caso de descumprimento, há multa de 3% sobre a receita bruta, penalidade que tem que ser paga por ano durante todo o período em que vigoraria o contrato.
Nesse acordo, as usinas fornecem 100% da produção de açúcar e etanol. Para definir o preço, o volume total produzido é dividido por 12, para distribuí-lo ao longo do ano, e é aplicada mês a mês a cotação média Esalq. "Não negociamos preço com os sócios. Ele já é pré-definido", detalha Pogetti.
Mas as sócias não se mantêm presas pelo contrato, diz Souza. Há, na avaliação dele, vantagens que minimizam rotatividade de sócias. Além de dispensar investimentos e infraestrutura próprias de comercialização e logística, as sócias recebem ao fim da safra os dividendos resultantes dos ganhos de comercialização e logística.
Desde 2009, seu primeiro ano como S.A., a Copersucar distribui anualmente às usinas sócias dividendos equivalentes a um valor 7% acima do preço médio Esalq. Quando era uma cooperativa, esse percentual - no sistema cooperativo chamado de "sobras" - foi historicamente entre 4% e 5%.
Essas margens, esclarece Pogetti, não podem ser comparadas com as de usinas sucroalcooleiras, que ficam entre 25% e 30% (Ebitda). Mas também, continua o executivo, não demanda o mesmo volume de investimentos dessa indústria, tampouco sofre com riscos climáticos e oscilações de preços do açúcar e do etanol. "Se o preço está baixo é um prejuízo da usina, assim como se está alto, é um lucro dela. A margem da Copersucar vem da negociação acima do preço Esalq e da eficiência logística", explica Pogetti.
No entanto, pondera ele, para obter retorno de 25% de usinas com o porte que atingirão as sócias da Copersucar em 2015 (200 milhões de toneladas de cana), o investidor precisa aplicar em torno de US$ 30 bilhões. "Para ter o retorno de 7% no modelo Copersucar, esse valor cai para US$ 1,5 bilhão, que é o investimento projetado para atingirmos sócios com 200 milhões de toneladas de cana".


Executivo assume comando de 21 usinas
Valor 12.08.2011 - Graduado em Engenharia Metalúrgica pela Universidade Federal Fluminense, Jefferson De Paula assumiu no início do mês passado o cargo de vice-presidente executivo na ArcelorMittal e de CEO de negócios de aços longos nas Américas, divisão responsável por 11,3% do volume de vendas da líder mundial do aço.
Com a nomeação, o executivo passou a ser o brasileiro com o posto mais avançado na direção do maior grupo siderúrgico do mundo, passando a se reportar diretamente a Michel Wurth, responsável global dos negócios de aços longos. Wurth compõe a diretoria executiva da empresa, comandada pelo principal acionista, presidente e chairman da empresa, o indiano Lakshmi Mittal.
O contato de De Paula com o universo siderúrgico ocorreu já na infância em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, quando seu pai trabalhava como advogado na CSN.
Antes de assumir o comando da divisão de aços longos nas Américas, o executivo esteve durante quase onze anos a serviço de operações do grupo no exterior. De 2001 a 2008, ocupou cargos na diretoria da usina na Argentina, a Acindar.
Após isso, foi para a Europa, onde passou por cargos de comando em operações na Espanha, na República Tcheca, na Polônia, em Luxemburgo e no Marrocos, chegando também a fazer parte do Comitê Executivo da ArcelorMittal. No cargo atual, sucede o também brasileiro Gerson Menezes, que se aposentou.
Juntos, os negócios de aços longos da ArcelorMittal nas Américas e na Europa faturaram US$ 12,55 bilhões no primeiro semestre, com vendas de 12 milhões de toneladas de produtos.
No total, a ArcelorMittal obteve receita de US$ 47,3 bilhões de janeiro a junho, com alta de 26% sobre os US$ 37,6 bilhões apurados em igual período de 2010.
A área de aços longos do grupo nas Américas abrange 21 usinas siderúrgicas, distribuídas pelo Brasil, Estados Unidos, Canadá, México, Argentina, Costa Rica e Trinidad e Tobago. Juntas, somam capacidade instalada de 15 milhões de toneladas/ano.


CCR tem queda de 21,6% no lucro líquido do segundo tri
Exame 11.08.2011 - Entre abril e junho, a empresa teve lucro líquido de 162,9 milhões de reais, queda de 21,6 por cento em relação ao mesmo período do ano passado.
Apesar de mostrar crescimento em tráfego nas rodovias sob concessão, além de receita líquida e Ebitda maiores, a Companhia de Concessões Rodoviárias registrou queda no lucro líquido do segundo trimestre.
Entre abril e junho, a empresa teve lucro líquido de 162,9 milhões de reais, queda de 21,6 por cento em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo a CCR, o recuo ocorreu pelo maior estoque da dívida em função da aquisição da concessionária SPVias, além de um efeito não-recorrente do aumento de despesa com juros sobre empréstimos e financiamentos de 110,9 milhões de reais.
O Ebitda --sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização-- totalizou 661 milhões de reais, crescimento de 20,9 por cento na comparação anual. A margem Ebitda da CCR, por sua vez, cresceu de 60,8 por cento para 61,2 por cento.
A receita líquida da companhia --que inclui os impactos de Controlar, ViaQuatro e SPVias, incorporadas recentemente ou em fase de implantação-- cresceu 20,1 por cento ano a ano, para 1,1 bilhão de reais.
O tráfego consolidado, enquanto isso, cresceu 12,3 por cento entre abril e junho. Nos nove trechos sob concessão da CCR, 45,3 por cento do tráfego correspondeu a veículos leves, e 54,7 por cento a veículos comerciais, como caminhões.
A CCR informou ainda que o crescimento da arrecadação de pedágio através dos meios eletrônicos foi de 29,9 por cento, enquanto que a participação deste meio na arrecadação de pedágio atingiu 64,9 por cento.
Na Controlar, empresa responsável pela inspeção veicular na cidade de São Paulo, a quantidade de veículos inspecionados cresceu 268,2 por cento em relação ao ano anterior, atingindo 753,2 mil unidades. A CCR possui 45 por cento do controle da empresa.
Já na ViaQuatro, empresa que será responsável pela operação e manutenção da Linha 4 do metrô na cidade de São Paulo, foram transportados 2,981 milhões de passageiros no segundo trimestre. A CCR detém 58 por cento do controle da ViaQuatro.
A CCR encerrou junho com endividamento líquido de 5,6 bilhões de reais, gerando uma relação entre dívida líquida e Ebitda de 2,2 vezes.


Grupo Votorantim fará nova fábrica no Uruguai
Valor 12.08.2011 - Em parceria com a estatal uruguaia Ancap, de produção de cimento, álcool e petróleo, e o grupo espanhol Molins, a Votorantim Cimentos anunciou ontem no fim do dia plano de construir uma fábrica de cimento no Uruguai. O Proyecto Treinta y Três - nome da região onde será instalado o empreendimento, terá investimento de US$ 146 milhões e tem previsão de iniciar produção no início de 2014. Além do mercado local, a nova cimenteira planeja abastecer a região sul do Estado do Rio Grande do Sul.
O projeto será conduzido pela fabricante local, Cimentos Artigas, empresa controlada pelo grupo Molins, com 61,6% do capital. A VC, desde janeiro do ano passado é sócia da empresa, com 38,4%. A Artigas, que já opera fábrica integrada de 400 mil toneladas na região de Montevidéu e tem metade do mercado de uruguaio, será dona de 60% da nova instalação. A VC ficará com 20% e a Ancap com os outros 20%.
A nova fábrica nascerá com capacidade de 750 mil toneladas de cimento por ano, volume equivalente ao de todo o mercado uruguaio. A principal concorrente da Artigas no país é a própria Ancap, que detém 50% das vendas. O excedente de produção tem como alvo mercados do Sul do Brasil.
Walter Schalka, presidente da cimenteira do grupo Votorantim, destacou que as vendas de cimento no Uruguai vem crescendo fortemente nos últimos anos. Para 2001, a previsão é de alta de 15%.
Segundo o executivo, a entrada da VC no Uruguai começou bem antes - há cerca de dez anos - quando comprou uma enorme jazida de calcário (matéria-prima do cimento) na região Treinta y Tres - distante 250 km da fronteira com o Brasil. Com cerca de 100 milhões de toneladas de reservas, a jazida será suficiente para abastecer a fábrica por um século.
Segundo Schalka, o Rio Grande do Sul, onde a VC opera duas fábricas (em Porto Alegre e Pinheiro Machado), não possui mais jazidas de calcário de qualidade.
O investimento no Uruguai é mais um passo na estratégia de expansão internacional do grupo, lançada em 2001 no Canadá e EUA e acelerada na América Latina a partir de 2008. Nesse ano, comprou participação acionária de 15,2% na Cementos Bío Bío, do Chile., e no início do ano passado adquiriu 38,4% da Avellaneda, na Argentina, e da uruguaia Artigas. Também investiu no Peru, numa fábrica nova, ao ficar com 29,5% da peruana Cementos Portland.


Eletropaulo corta em 50% os dividendos
Valor 12.08.2011 - A AES Eletropaulo, uma das mais tradicionais pagadoras de dividendos, reduziu a proporção de lucro a ser distribuída para os acionistas pela metade. No balanço do segundo trimestre, a empresa afirmou que o chamado "payout" cairá de 100% para 50% do lucro líquido registrado no primeiro semestre, de R$ 291 milhões. O dividendo será de R$ 1,8041 para ações preferenciais (PN, sem voto) e de R$ 1,64 para ordinárias (ON, com voto), pago dia 22 de setembro.
A redução teve impacto forte na avaliação da ação PN, que perdeu 5,42% ontem, para R$ 29,61. O corte, segundo relatório da corretora Ágora, era esperado apenas para este semestre, quando a empresa deverá apresentar um ganho não recorrente de R$ 450 milhões, afirma o analista Filipe Acioli.
Segundo ele, apesar da redução do "payout", o ganho extra previsto fará o dividendo distribuído em relação a 2011 "ainda ser bem acima da média do mercado, entretanto, a mensagem é de que os próximos anos serão desafiadores". A Ágora estima o retorno em dividendos para este ano de 18,5% e de 12,6% para 2012.


Magazine Luíza divulga lucro de R$ 4,6 mi em seu primeiro balanço
Exame 11.08.2011 - De acordo com o diretor financeiro e de Relações com Investidores, Roberto Bellissimo, os resultados ainda não refletiram todo o benefício do IPO
A companhia também destacou a aquisição da rede nordestina Lojas Maia, que teve um crescimento de 80,6% em sua receita bruta
A varejista Magazine Luíza registrou um lucro líquido de R$ 4,6 milhões no segundo trimestre de 2011 e um total R$ 16,9 milhões no primeiro semestre, informou comunicado submetido à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) na noite desta quinta-feira (11).
O crescimento da receita bruta consolidada no semestre foi de 44,5%, totalizando R$ 3,44 bilhões; enquanto no segundo trimestre foi de 38,2%, alcançando R$ 1,74 bilhão. No primeiro semestre, o EBITDA consolidado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 19%, alcançando R$ 155,9 milhões.
De acordo com o diretor financeiro e de Relações com Investidores, Roberto Bellissimo, os resultados ainda não refletiram todo o benefício da oferta primária de ações (IPO), finalizada em junho de 2011. “Mesmo assim, nosso lucro foi obtido considerando as reformas das lojas do Nordeste e as despesas administrativas com o escritório de São Paulo”, explicou no comunicado. Este é o primeiro balanço submetido pela companhia desde sua abertura de capital.
Segundo o documento, as vendas pela internet cresceram 39,9% no segundo trimestre deste ano. A companhia também destacou a aquisição da rede nordestina Lojas Maia, que teve um crescimento de 80,6% em sua receita bruta, alcançando R$ 490,7 milhões no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. “A Lojas Maia alcançou níveis de rentabilidade (EBITDA) do Magazine Luiza já no primeiro ano de operação”, diz Bellissimo


Com DNA chinês, Laser Eletro resiste à consolidação
Valor 12.08.2011 - Loja da Laser Eletro, do sino-pernambucano Tzeng Uen: presença em todo o Nordeste, com exceção de Piauí e Maranhão
Nos últimos 12 meses, a região Nordeste viu duas de suas maiores varejistas de eletrodomésticos serem incorporadas por gigantes nacionais do setor. Por centenas de milhões de reais, a paraibana Lojas Maia e, mais recentemente, a pernambucana EletroShopping foram adquiridas por Magazine Luiza e Máquina de Vendas, respectivamente. Entre as poucas "sobreviventes" da região, a Laser Eletro promete fazer o possível para se manter independente. A estratégia é uma mescla de agressividade e discrição, bem ao estilo de seu proprietário, o sino-pernambucano Tzeng Uen ou, simplesmente, "Ricardo".
Nascido em Taiwan há 51 anos, ele deixou o país asiático aos 12. O pai, comerciante do ramo de cereais, andava aflito com as repercussões internas da chamada "Diplomacia do Ping-Pong", implantada pelo presidente americano Richard Nixon (1969-1974) e que marcou a reaproximação entre os Estados Unidos e a China comunista. Na dúvida entre Austrália e Estados Unidos, a família acabou desembarcando em São Paulo, onde ficou até 1981. "Todo o inverno a minha mãe ficava doente. Como tínhamos alguns amigos em Recife, decidimos mudar para o Nordeste", relembra Ricardo, nome recebido de um colega de colégio e que acabou adotado pelo empresário.
Apesar de se considerar "praticamente brasileiro", devido à naturalização, Ricardo não abre mão de um traço oriental nos negócios, especialmente no quesito disciplina. Uma das palavras de ordem na Laser Eletro é trabalhar com endividamento zero, motivo pelo qual a rede paga seus fornecedores em, no máximo, 15 dias, bem abaixo do que se pratica no mercado, onde os prazos chegam a 90 dias. "Dessa forma eu consigo comprar sem juros, o que me ajuda a reduzir o preço final", diz ele. A prática da rede foi confirmada por um grande fornecedor de eletrodomésticos do Nordeste, que preferiu não ter seu nome publicado.
Outra característica marcante do empresário refletida em seu negócio é a discrição. Apesar das 105 lojas, 2,3 mil funcionários e dos R$ 550 milhões de faturamento previstos para 2011, a Laser Eletro não é afeita a grandes investimentos em publicidade, optando por direcionar esses recursos para a redução de preços dos produtos. "A gente deixa o concorrente ficar gritando na televisão. Nossa guerrilha é dentro da loja e no boca a boca da rua", afirmou Ricardo, que também costuma evitar entrevistas e aparições públicas.
É com essa receita que ele vem tentando resistir ao assédio das gigantes sobre a sua rede, criada em 1992. A Laser Eletro surgiu de uma pequena loja de artigos esportivos, aberta em 1988 com os US$ 23 mil que ganhou do pai como presente de casamento. O comércio de bolas e chuteiras ainda sobreviveu paralelamente ao de eletrodomésticos até 1994, quando o otimismo gerado pelo Plano Real se refletia em um aquecimento do mercado bens duráveis. "Vi que era a hora de apostar só neste segmento", conta.
Diante dos bons resultados obtidos com as primeiras lojas, todas localizadas em shopping centers da capital pernambucana, o empresário abriu a primeira unidade de rua no centro do Recife e não parou mais de crescer. A décima filial foi inaugurada em João Pessoa (PB), marcando o primeiro passo da expansão da Laser Eletro para além das fronteiras de Pernambuco. Hoje há lojas em todos os Estados do Nordeste, com exceção de Piauí e Maranhão.
E a rede só não está nesses dois Estados devido a uma batalha judicial que trava com os antigos donos do Armazém Nordeste, varejista piauiense adquirida no ano passado. Sem querer se aprofundar no tema, Ricardo contou apenas que está lutando na Justiça para tomar posse das 31 lojas adquiridas, algumas das quais estão no Maranhão e no Ceará. Antes dessa operação, a Laser já havia comprado outras redes menores da região (Marajá e Ponte Magazine). No fim de 2010, arrematou 11 lojas da Tradição Móveis, varejista com forte atuação no sertão pernambucano.
Segundo Ricardo, ainda há muitas oportunidades de aquisição de pequenas e médias varejistas nordestinas, porém ele preferiu não adiantar eventuais alvos ou negociações. "Não é porque são redes menores que eu vou dizer que estão à venda. Tenho muito respeito por todos eles. Já fui pequeno um dia", afirmou o empresário, com a cautela que lhe é peculiar.
Da mesma forma, ele diz respeitar a estratégia das gigantes nacionais, mas garante que vai "matar um leão por dia" para não ser absorvido. Para isso, está investindo quase R$ 45 milhões na troca de sistemas de gestão, modernização de lojas e construção de um grande centro de distribuição no Grande Recife. Até o fim do ano, quer iniciar vendas on-line.
"Tenho que continuar crescendo para continuar no mercado. Não passa pela minha cabeça vender. Não digo que não vai acontecer nunca, mas estou trabalhando para evitar que aconteça", disse Ricardo. O chinês admite já ter recebido algumas propostas para vender a Laser Eletro, mas não revela o nome dos interessados. A devoção oriental com que ele defende a empresa evitou que as negociações avançassem muito. "Não chegou nem ao ponto da proposta financeira", disse.


Valdac cria marca mais popular
Valor 12.08.2011 - Oliveira, presidente do Grupo Valdac: "Nova marca será responsável por 70% do crescimento da nossa empresa até 2015".
Dono das grifes de moda Siberian e Crawford, o Grupo Valdac atravessa a sua maior reestruturação em 30 anos de atividade. A empresa, que agora passa a ser uma holding denominada Valdac Global Brands (VGB), vai investir R$ 450 milhões até 2015. Esse recurso será destinado à criação de uma nova marca de vestuário voltada paras as classes B e C, expansão das lojas e possíveis aquisições.
Com a combinação desses fatores, a Valdac prevê para daqui quatro anos um faturamento de R$ 2,7 bilhões, valor semelhante à receita líquida registrada pela gigante Renner no ano passado. A Valdac não divulga sua receita atual. Segundo cálculo feito pelo Valor Data, que levou em consideração os percentuais anuais de crescimento divulgados pela empresa, o faturamento da Valdac gira em torno R$ 400 milhões.
A mola propulsora desse desempenho será a nova marca de roupas - batizada de memove - e focada em um público ainda não desbravado pela dona das grifes Siberian e Crawford, que atendem as classes A e B. "A nova marca será responsável por cerca de 70% do crescimento da nossa empresa até 2015. Acredito muito na expansão do poder de compra da classe popular", disse Dácio Oliveira, fundador e presidente da Valdac, em uma de suas raras entrevistas à imprensa.
Acionista majoritário da Valdac, Oliveira entrou na área do varejo em 1981 ao comprar uma pequena loja no shopping da Lapa, na zona oeste da cidade de São Paulo. "Eu e minha mãe compramos uma loja bonitinha, chamada Butique Castelinho. Mas localizada em um péssimo ponto no shopping. Para aumentar as vendas, fechei uma parceria com o sorveteiro. Quem comprava na loja, ganhava uma bola pequena de sorvete", contou o empresário, de 51 anos. Alguns anos depois, a Butique Castelinho mudou seu nome para Colours, grife feminina que fez grande sucesso na década de 80.
A Siberian, carro-chefe da Valdac, foi aos poucos tomando lugar da Colours, extinta em 1988. "Eram duas grifes, com pequenas lojas, preferi ter uma marca só com unidades 'megastore'", disse Oliveira, que em 1995 criou a marca masculina Crawford.
A meta para a holding de moda é chegar ao fim do ano com 119 lojas, sendo 73 da Siberian, 40 da Crawford e seis da memove. Em quatro anos, o número de pontos de venda da Valdac saltaria para 389 unidades. Deste total, 120 serão lojas da memove. Um dos diferenciais da Valdac é que suas lojas são próprias. No varejo de moda, é comum as grifes atuarem por meio de franquia ou multimarcas.
Outra frente de atuação da holding é a criação de uma área voltada para fusões e aquisições, que deverá entrar em operação a partir de 2014. "Não é mais possível ser pequeno no varejo. Para ter boas áreas de logística, TI, jurídico, financeiro ou marketing é preciso ter um faturamento grande para pagar essas despesas essenciais e ganhar sinergia", afirmou Oliveira, que no fim de 2006 iniciou uma profissionalização para criar essas plataformas. "Acreditamos que agora temos condições para crescer de forma sustentada", disse.
Oliveira tem recebido propostas de fundos de private equity e varejistas internacionais para vender uma participação minoritária de sua empresa. O empresário não descarta receber aportes para levantar os R$ 450 milhões para seu plano de expansão. Mas ressalta que tem outras opções: caixa próprio, financiamento da banca privada ou do Banco nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); ou abrir o capital em bolsa.


Fazenda recomenda aprovação de fusão entre TAM e LAN ao Cade
Estadão 11.08.2011 - Segundo fontes, o aval de Secretaria do Ministério sobre a união das aéreas estava pronto há mais de um mês.
A Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda divulgou parecer nesta quinta-feira, 11, recomendando ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que aprove a união entre as companhias aéreas TAM e LAN sem restrições. O negócio entre uma aérea brasileira e outra chilena cria a maior companhia aérea da América Latina e uma das dez maiores do mundo. O levantamento da Secretaria identificou sobreposições nos mercados de transporte aéreo de passageiros, em três rotas, e de cargas, em dez rotas. "Contudo, as condições de rivalidade no setor sugerem a tendência de práticas de preços em moldes competitivos. Por isso, a Seae recomenda ao Cade que a operação seja aprovada sem restrições", trouxe o parecer.
Segundo fontes, o aval da Seae sobre a união das aéreas estava pronto há mais de um mês. Quando estava em processo de finalização para ser divulgado, houve uma nova avaliação de que o parecer da Secretaria estava incompleto, porque abordava apenas o segmento de transporte de passageiros. Foi necessário mais um período de tempo para que a equipe se debruçasse sobre o setor e analisasse também o serviço de carga aérea.
De acordo com a Seae, a união entre LAN e TAM gerará sobreposição de mercados de passageiros em três rotas ligando São Paulo a Santiago (Chile), Buenos Aires (Argentina) e Lima (Peru), . No caso do segmento de cargas, são 10 as linhas que apresentam problemas, na avaliação da Secretaria: Brasil e Europa; Brasil e Estados Unidos, Brasil e Venezuela, Brasil e Chile, Brasil e Peru, Brasil e Argentina, Brasil e Uruguai e, internamente, São Paulo/Manaus; São Paulo/Recife e São Paulo/Fortaleza.
Conforme a secretaria, apesar dessa sobreposição de mercados, a rivalidade no setor sugere que os preços sigam competitivos. Por isso, recomenda ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que aprove o negócio sem restrições. Antes de ir para o Cade, o documento passará pela Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça.
Em todos os casos de sobreposição, segundo a Seae, há concentração de mercado superior a 20%, o que apontou para a necessidade de a Secretaria analisar a probabilidade de abuso de posição dominante. O parecer explica que, se por um lado, algumas rotas poderiam apresentar dificuldade para novas empresas entrantes, especialmente pela grande capacidade ociosa das companhias já existentes, por outro, os demais fatores mostraram-se favoráveis à rivalidade. Entre eles estão acesso à infraestrutura e disponibilidades de slots.
A Seae acredita que é possível haver um redirecionamento de rotas de empresas já existentes e, até mesmo, potencial entrada de novos competidores. "Assim, mesmo com poucos ofertantes efetivos, as ameaças dos entrantes potenciais são críveis e sugerem a tendência de práticas de preços em moldes competitivos", explicaram os técnicos no parecer. Para o caso do transporte de cargas, a questão é menos restritiva ainda, na opinião da Secretaria. "Se é viável para uma empresa operar no mercado de passageiros em uma determinada rota, é muito provável que também será viável transportar cargas naquela rota", trouxe o documento.
A íntegra da versão pública do documento estará disponível na internet na quinta-feira da semana que vem. Hoje, foi divulgada a versão sumária. O documento completo será encaminhado à Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça. Tradicionalmente, por um acordo entre as duas secretarias, a SDE deve acompanhar a recomendação da Seae. Na sequência, o parecer é enviado ao Cade.
Há um ano, em 13 de agosto, a TAM anunciou que havia assinado um memorando de entendimentos para se unir à chilena LAN. O grupo passou a ser conhecido como Latam Airlines. Na ocasião, em nota para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o grupo informou que ofereceria serviços de transporte aéreo de passageiros para 115 destinos em 23 países. Além disso, atuaria no segmento de serviços de transporte de carga para toda a América Latina e o mundo. Juntas, as empresas contam com mais de 40 mil funcionários.
Pelo acordo, a TAM fará oferta pública de permuta de ações para fechar seu capital e seus acionistas passarão a deter 0,9 ação da LAN para cada papel em mãos da empresa brasileira. Com isso, a TAM deixará de ser listada nas Bolsas de Valores de São Paulo e Nova York, enquanto a LAN seguirá sendo negociada nos pregões do Chile, Estados Unidos e Brasil.
CADE: As companhias se comprometeram a manter as marcas separadas, o que deve facilitar a aprovação do negócio pelo Cade. Segundo uma fonte do órgão antitruste, em princípio, a operação é vista como algo simples. "É preciso analisar, porém, a documentação da Seae para verificar se não há sobreposições prejudiciais à concorrência", disse a fonte.
A situação vem sendo observada de forma diferente pelo órgão antitruste no caso da compra da WebJet pela Gol. Como a Gol já avisou que pretende acabar com a marca WebJet, possivelmente o Cade proporá às empresas um Acordo de Preservação da Reversibilidade da Operação (Apro). Isso significa que, até o julgamento, as empresas terão de continuar a atuar separadamente.
A administração da Latam será feita de forma compartilhada, conforme as empresas. O vice-presidente do conselho de administração da TAM, Mauricio Rolim Amaro, ficará com a presidência do conselho da nova companhia. Já o vice-presidente da LAN, Enrique Cueto, será o chefe-executivo (CEO) e vice-presidente executivo da Latam.
A operação também está sendo avaliada pelas autoridades antitruste do Chile. Apesar de protestos contra a união da companhia de associações de consumidores, há a expectativa de que o Tribunal de Defesa da Livre Concorrência (TDLC) julgue o caso este mês. Esta semana, a Corte Constitucional do Chile informou que também vai analisar a fusão, respondendo a um pedido da Pal Airlines, rival da Lan.


Apostas são padronizar governança e R$ 300 mi em 12 novos hospitais
Folha 12.08.2011 - Hospitais da rede também são foco de Amil, Prevent Senior e D'Or; corte de custos é principal objetivo
Com cerca de 18 milhões de clientes, 110 mil médicos cadastrados e uma lista razoável de queixas para solucionar pelo Brasil, a Unimed quer se reinventar.
Cooperativa médica mais antiga do país com 44 anos de idade, a companhia está apostando em uma espécie de "choque de gestão" para melhorar a qualidade das operações e da imagem.
"A competição e as novas regulamentações da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), que aumentam a exigência sobre os planos, obrigam as cooperativas a se repaginar", diz Eudes Freitas, presidente da Unimed do Brasil, que engloba as 372 Unimeds no país.
Pelo modelo da Unimed, médicos se reúnem em cooperativas regionais, administram as receitas, remuneram os prestadores de serviços e dividem os resultados. Cada unidade é independente.
Para padronizar a gestão, as regionais estão investindo em princípios de governança corporativa, com treinamento de dirigentes e metas preestabelecidas. A expectativa é que a nova estrutura entre em vigor no início de 2012.
Gestão é atualmente um dos principais problemas das regionais. A Unimed Paulistana, por exemplo, com 910 mil beneficiários, ficou sob intervenção da ANS de setembro de 2009 a março de 2011 e, junto com a Unimed Rio, é uma das dez operadoras de plano de saúde com mais reclamações no órgão.
Hospitais próprios: Melhorar a distribuição do atendimento também está na pauta, com o aumento do número de Unimeds regionais. Hoje elas cobrem 83% do território nacional, mas têm mais unidades nas regiões Sul e Sudeste.
"Há sedes em Belém e Macapá, por exemplo, mas as distâncias do Norte comprometem o atendimento. Estudamos mais unidades para estar mais próximos dos clientes", afirma Freitas.
Ainda com o objetivo de melhorar a eficiência operacional, a Unimed vai ampliar a rede de hospitais próprios.
"As despesas de remuneração a estabelecimentos conveniados dispararam na última década e a medida ajuda a controlar os custos",diz. Com investimentos de R$ 300 milhões, a companhia vai inaugurar até 2012 ao menos 12 hospitais próprios e ultrapassar 120 unidades.
Concorrente: Com 132 mil clientes no Brasil, a Prevent Sênior, especializada no atendimento de idosos, também tem modelos mistos, mas pretende ampliar até março de 2012 sua rede de hospitais próprios.
A sexta unidade será inagurada no Alto da Mooca e terá 106 leitos.
Outras redes que investem em hospitais próprios são a Amil -com 22 unidades- e a Rede D'Or, hoje com 20.


ICMS pode afetar preço de genéricos em SP
Valor 12.08.2011 - Geraldo Monteiro: "Impacto vai variar conforme o mix entre genéricos e remédios de referência da indústria e do comércio".
Uma mudança na forma de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por substituição tributária para medicamentos deve entrar em vigor a partir de outubro. Na avaliação de fabricantes de remédios e representantes do segmento varejista de medicamentos, a alteração vai elevar a carga tributária dos genéricos e pode provocar elevação de preços ao consumidor estimada entre 10% e 25%. Em nota, a Secretaria de Fazenda de São Paulo diz que a nova forma de cálculo é "justa e equânime, pois utiliza como base de cálculo preços efetivamente praticados nas farmácias".
A substituição tributária é a sistemática pela qual o ICMS devido pelo varejista e distribuidor são pagos antecipadamente pela indústria. Para isso geralmente são aplicadas margens estimadas de valor agregado sobre o preço dos fabricantes.
Atualmente, esse imposto antecipado sobre medicamentos em São Paulo é calculado com base em margens sobre o preço faturado pela indústria, explica Douglas Rogério Campanini, da ASPR Auditoria e Consultoria. A nova regulamentação da Fazenda paulista, porém, estabelece que a partir de outubro esse imposto antecipado será recolhido com base nos preços máximos ao consumidor fixados pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed).
Como os preços praticados pelas farmácias estão abaixo dos preços máximos, a nova portaria permite a aplicação de descontos nos valores da Cmed. Sobre os valores com descontos é que deve ser calculado o ICMS devido na substituição tributária.
Os descontos variam entre tipos de medicamentos. No caso dos genéricos, os descontos vão de 24,53% a 28,7%. Os fabricantes, porém, dizem que, na prática, os descontos para os genéricos são maiores do que os estabelecidos pela Fazenda. Por isso, com a mudança, o ICMS antecipado passará a ser calculado com base em um valor maior do que o praticado.
"Os descontos comerciais dos genéricos variam de 50% a 75%", diz Francisco Alves de Souza Junior, diretor de contabilidade e custos da Germed, do grupo EMS. Segundo Junior, a empresa fabrica genéricos e remédios de referência. Os genéricos representam cerca de 75% das suas vendas.
Segundo cálculos da Germed, o ICMS da substituição tributária em um genérico com desconto comercial de 65% chega atualmente a 12,34% do preço da fábrica. Com a nova forma de cálculo, e levando em consideração os genéricos com desconto de 28,7% estabelecidos pela Fazenda, esse imposto saltará para 32,69% do preço da fábrica.
Para Souza Junior, essa elevação deverá resultar num aumento de 10% a 25% no preço praticado ao consumidor final. Para os medicamentos de referência não deverá haver aumento de carga tributária. "É possível que nesses casos haja redução do ICMS." Pedro Zidoi, presidente da ABCFarma, que reúne o comércio farmacêutico, diz que o varejo não poderá absorver o aumento de carga tributária sobre genéricos e deverá repassar ao consumidor o aumento de custo. Zidoi lembra que a nova forma de cálculo entraria em vigor a partir de agosto. A Fazenda, porém, adiou a mudança para outubro.
"Nós já pleiteamos alteração na nova regulamentação à Fazenda", diz. "O impacto ao consumidor vai variar conforme o medicamento e o mix entre genéricos e medicamentos de referência da indústria e do comércio", diz Geraldo Monteiro, diretor-executivo da Abradilan, que reúne os distribuidores de medicamentos.
Em nota, a Fazenda paulista diz que a mudança procura espelhar a realidade de preços praticados no varejo. Segundo a secretaria, o prazo para o novo cálculo foi adiado a pedido do segmento farmacêutico, apenas para "adaptação operacional".
A Fazenda nega que a mudança prejudica os genéricos. A margem de valor agregado para os genéricos atualmente, diz o órgão, é de 68% enquanto no mercado a margem, em muitos casos, supera 200%. O aumento de preços, diz a Fazenda, depende do processo de negociação entre a indústria e o varejo. "Eventualmente a indústria poderá comprimir suas margens, de até 200%, para acomodar a nova forma de tributação do ICMS. Em outros casos, tanto a indústria quanto o varejo poderão reduzir suas margens de forma a não alterar o preço ao consumidor."
A arrecadação de ICMS no setor de medicamentos, incluídos remédios genéricos, similares e de referência, será de cerca de R$ 3,3 bilhões em 2011, incluindo fabricantes e atacado.

Falta farmacêutico no varejo em consolidação, diz setor
Folha 12.08.2011 - Em tramitação no Senado, um projeto de lei para reduzir a carga horária de farmacêuticos pode pôr em risco a saúde do varejo de farmácias, que está em processo de consolidação no país, segundo a Abrafarma (associação de redes de farmácias e drogarias).
Os profissionais, cuja presença nas lojas é obrigatória pela legislação, já são escassos no mercado, afirma Sérgio Barreto, presidente-executivo da entidade.
Uma diminuição de 44 horas para 30 horas por semana agravaria a situação e acarretaria elevação da folha de pagamento, de acordo com a Abrafarma.
"Inviabilizaria o custo. O reflexo seria maior para farmácias pequenas e médias."
O impacto econômico para estabelecimentos de menor porte tem relevância em um momento de consolidação deste mercado, em que grandes redes se unem ou compram menores.
Com as atuais 44 horas semanais, o mercado dispõe de 101.417 profissionais, mas precisaria de 265.574.
Se a carga horária for reduzida, a Abrafarma estima que serão necessários 307.624 farmacêuticos.
Para a Fenafar (federação de farmacêuticos), "uma profissão da área da saúde, que lida com pacientes, precisa estar em boas condições de repouso".
"Eles alegam que faltam profissionais, mas o problema é que há estabelecimentos demais", diz Célia Chaves, presidente da entidade. O número de profissionais, segundo ela, supera 160 mil hoje.


Negociação entre Fazenda e instituições financeiras está parada
Valor 12.08.2011 - As negociações entre o mercado e o Ministério da Fazenda em torno da medida provisória 439 - dos derivativos cambiais - estão paralisadas. Desde a edição da MP, no dia 26 de julho, a direção da BM&FBovespa, da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e da Cetip se mobilizaram para mudar o que consideram equívocos ou decisões de difícil implementação. A bolsa preparou uma contraproposta e enviou ao governo, mas as conversas ainda não avançaram.
Dentre as sugestões feitas pelo mercado, uma é que, para fazer os cálculos sobre a variação das posições vendidas em dólar dos bancos, não se considere só as operações com derivativos, mas o conjunto da exposição cambial das instituições. Os técnicos do Ministério da Fazenda temem, porém, que uma alteração dessa natureza acabe gerando vazamentos.
Para não ter que pagar o IOF de 1% sobre a variação das posições vendidas em câmbio, empresas e bancos estão evitando mudar tanto suas posições compradas quanto as vendidas, congelando-as. O resultado é que o mercado, que faz o elo entre as empresas e os investidores, está travado. O receio é de que no dia 5 de outubro, prazo que o governo deu para começar a recolher o tributo que está sendo calculado diariamente, nada estará pronto.
A Fazenda, por outro lado, não está sensibilizada com a possibilidade de se exportar o mercado de derivativos cambiais. Considera-se que o movimento de empresas que vão migrar com suas operações para outros países será pequeno. A MP entrou em vigor poucos dias antes do agravamento da crise internacional e, conforme a evolução dos problemas na Europa e Estados Unidos, ela poderá ter sido um tiro no pé.


Derivativos de real crescem no exterior
Valor 12.08.2011 - Em meio à indefinição regulatória no Brasil, os negócios com derivativos cambiais atrelados ao real no exterior começam a ganhar corpo, apesar da liquidez ainda restrita. Especialistas temem uma migração dos negócios para o exterior, onde os mercados são menos regulados, por conta da decisão do governo de taxar a exposição vendida em dólar e se conceder poderes para mudar as regras a qualquer momento.
Na bolsa de Chicago (CME), os negócios com o futuro de real são incipientes, mas no início do ano a liquidez era zero. No último dia 10 de agosto, havia 22662 contratos em aberto, o equivalente a R$ 2,266 bilhões - cada contrato em Chicago representa R$ 100 mil. A CME realiza ainda a compensação de operações realizadas fora da bolsa, que atingiram R$ 981 milhões no acumulado dos primeiros dez dias deste mês.
"Já percebemos um crescimento espantoso desse mercado", afirmou o diretor presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, que subiu o tom na quarta-feira e classificou as medidas cambiais como uma "violência".
Além das operações em bolsa, os investidores têm se valido dos negócios de balcão, realizados diretamente entre as partes. Segundo Edemir, o volume de opções de dólar contra o real no mercado de balcão americano aumentou 75% no segundo trimestre em relação aos três primeiros meses do ano.
Edemir teme uma repetição do que ocorreu com a incidência da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) sobre o mercado de ações, que drenou a liquidez da bolsa brasileira e levou várias empresas nacionais a listar recibos de ações (ADR, na sigla em inglês) em Nova York. Já a avaliação do governo é que não há risco de migração dos negócios, já que todas as operações com derivativos precisam ser registradas no país.
Enquanto governo e as entidades de mercado tentam chegar a um acordo, as empresas exportadoras permanecem fora do mercado e interromperam as operações de proteção (hedge) à espera da promessa de isenção na taxação sobre as posições vendidas em derivativos. Já quem assumiu posições nos últimos dias aproveitando a alta do dólar não sabe dizer se estará sujeito ao imposto nem quanto deve ao fisco.
Segundo Edemir, após o anúncio das medidas, várias companhias procuraram a bolsa para fazer contas, e concluíram que o eventual ganho na taxa de câmbio não seria suficiente para compensar o tributo sobre o hedge.
Com 75% das vendas destinadas à exportação, a subsidiária local da gigante americana Cargill decidiu manter inalterada a exposição no mercado de derivativos desde o anúncio das medidas cambiais. A empresa é naturalmente uma vendedora de dólar futuro, já que possui receitas atreladas à moeda americana e custos em reais.
A Cargill pretende aguardar por uma posição do governo até o final deste mês, segundo o tesoureiro para América Latina da companhia, Luiz Pretti. "Já informamos a matriz dos riscos de não fazer hedge, mas acreditamos que o governo resolverá logo a questão", diz. Assim como a Cargill, várias exportadoras deixaram de operar vendidos no câmbio, segundo profissionais de mercado.
Pretti elogia a iniciativa do governo de defender a moeda nacional, mas defende a exclusão das empresas que operam no câmbio com o objetivo exclusivo de fazer hedge da incidência do imposto. "O exportador tem sofrido com a valorização excessiva do real", afirma. Para ele, o principal receio é que o IOF acabe tirando ainda mais a competitividade dos produtos nacionais no exterior. Pretti descarta, contudo, transferir as operações de hedge para o exterior por conta da tributação.
A avaliação do executivo da Cargill é compartilhada pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que reúne as principais empresas do setor. "A tributação vai onerar uma operação que faz parte do comércio exterior", diz o secretário-geral da Abiove, Fábio Trigueirinho. Pelos cálculos da entidade, o agronegócio da soja deve exportar US$ 22,8 bilhões este ano.


Novas regras para o Supersimples entram em vigor apenas em 2012
Folha 12.08.2011 - Projeto que amplia benefícios às empresas deverá ser votado pelo Congresso em setembro.
Com mudanças, teto do faturamento para as micro e pequenas se enquadrarem no Supersimples sobe 50%.
As novas regras do Supersimples devem começar a vigorar somente em janeiro de 2012. O projeto ainda precisa ser votado pelo Congresso, mas a expectativa da Frente Parlamentar Mista das Micro e Pequenas Empresas é que isso ocorra até setembro.
Na terça-feira o governo anunciou um pacote de medidas para beneficiar os micro e pequenos empresários dos setores de comércio, serviços e indústria.
Entre as principais mudanças está o aumento de 50% do teto de faturamento para as micro e pequenas empresas se enquadrarem no Supersimples.
Com essa modificação, as empresas que estavam no Supersimples e que tenham tido aumento de receita ao longo do tempo poderão continuar no programa.
Já as empresas que antes não podiam aderir ao regime, por terem faturamento acima do limite, agora poderão participar do programa.
As novas regras elevam o faturamento anual máximo das pequenas empresas de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões. Para as microempresas, a receita bruta passou de R$ 240 mil para R$ 360 mil.
O governo também elevou o limite de faturamento dos microempreendedores individuais em 67%. Com isso, a receita bruta anual passará de R$ 36 mil para R$ 60 mil.
Outra mudança prevista é a possibilidade de as micro e pequenas empresas parcelarem em até 60 meses as dívidas com a Receita.
O pacote também traz benefícios às empresas de pequeno porte que exportam. As companhias com faturamento de até R$ 3,6 milhões no mercado interno poderão ter receita igual com as exportações sem o risco de serem excluídas do Supersimples.
Pela proposta, os micro e pequenos empresários não precisarão mais fazer a declaração anual de IR. A Receita irá, ao final de cada ano, juntar as informações enviadas mensalmente e transformá-las na declaração anual.
Todas as mudanças são automáticas -o micro e pequeno empresário que já está no programa não vai precisar entrar em contato com a Receita para saber se sua alíquota será modificada.
Os que querem ingressar devem entrar no site www.receita.fazenda.gov.br/simplesnacional e preencher um formulário com algumas informações.
Se a empresa já existir, só poderá entrar no programa em janeiro. Se a empresa for nova, poderá ingressar no sistema a qualquer momento.


Receita vai refiscalizar nove empresas envolvidas em caso de corrupção
Estadão 11.08.2011 - Operação Paraíso fiscal detectou uma rede de auditores acusados de criar uma organização para fraudar fiscalizações; sonegação poderia chegar a R$ 3 bilhões
A Justiça Federal determinou a refiscalização de 9 empresas citadas na Operação Paraíso Fiscal, que flagrou uma rede de auditores da Receita acusados de integrarem organização criminosa para venda de fiscalizações e corrupção. A ordem é do juiz Márcio Ferro Catapanni, da 2.ª Vara Federal Criminal em São Paulo.
A Paraíso Fiscal, desencadeada há uma semana, prendeu 8 investigados, incluindo 5 auditores. A revisão de ações fiscais foi sugerida pela Polícia Federal. O delegado Otávio Russo suspeita de fraudes nos procedimentos. A ordem judicial atinge inicialmente Rehau Indústria Ltda, Natural Chemicals Laboratório de Bioativos Ltda, Leste Marine Importação e Exportação Ltda, Osram do Brasil Lâmpadas Elétricas Ltda, RR Donnelley Editora e Gráfica, Frenesius Hemocare Brasil, Rudnik Comércio de Produtos Químicos, Gráfica Megabox e Electro Plastic.
As empresas mantêm sede ou área de produção na região de Osasco e Cotia (Grande São Paulo). Os auditores atuavam na Delegacia da Receita de Osasco - Rogério Cesar Sasso, José Geraldo Martins Ferreira, Kazuko Tane, José Cassoni Rodrigues Gonçalves e João Francisco Nogueira Eisenmann. O doleiro Carlos Dias Chaves faz companhia ao grupo. O filho e a mulher do auditor Cassoni foram detidos temporariamente.
Os auditores reduziam o valor de multas ou excluíam empresas do cadastro de devedores de tributos. Teriam vendido cerca de 100 fiscalizações e amealhado R$ 200 milhões. A Receita estima em R$ 3 bilhões o montante sonegado por empresas.
O relatório da PF descreve uma vida suntuosa dos auditores. Foram confiscados na residência dos acusados R$ 12,9 milhões em dinheiro vivo. Eles foram vigiados por oito meses. Os federais fizeram imagens e gravaram telefonemas dos auditores negociando com empresários.
Para o juiz, "ficou evidente a intervenção dos servidores em procedimentos fiscais, em favor das empresas, com o objetivo de burlar a fiscalização e o consequente pagamento de tributos".
No caso da Osram, a PF reconhece que "não é possível afirmar que houve irregularidade no término desta fiscalização", mas pediu nova ação fiscal. A Osram informou que a fiscalização aconteceu "de forma oficial, a partir do recebimento do Mandato de Procedimento Fiscal". "A Osram é sempre solícita às exigências dos órgãos que compõem o governo, em suas diferentes esferas, e esclarece que foi acionada por vias autênticas e recebeu os auditores durante visitas formais e de rotina, apresentando prontamente todos os documentos solicitados."
Segundo a Osram, a fiscalização não encontrou nenhuma irregularidade. "Todas as etapas dessa fiscalização, considerada suspeita pela Corregedoria da Receita, estão devidamente documentadas e podem facilmente ser apresentadas à PF."
A Rehau negou categoricamente "qualquer relação" com a Paraíso Fiscal. Em nota, a empresa destaca que sua atuação tem "a transparência e o respeito integral à legislação vigente como regras básicas de atuação". "A Rehau não foi requerida ou intimada pelas autoridades para nenhum tipo de esclarecimento, não está sob nenhum tipo de fiscalização, nem respondendo por qualquer tipo de irregularidade perante instâncias judiciais ou policiais."
A contadora Maura Soon Cheng, que trabalha para a Gráfica Megabox, confirmou ter se encontrado com o auditor Eisenmann, mas negou que tenha tratado de propinas. "É um absurdo. A empresa foi autuada. A refiscalização pode até ser boa para a empresa, porque não concordamos com a autuação."
Maura admitiu ter ido à Luvamac Equipamentos, empresa de Eisenmann. "É até normal a gente se encontrar com o fiscal na Receita ou em outro lugar. Como pessoa, (Eisenmann) é excelente. Ele sugeriu que eu passasse (na Luvamac). É caminho para a casa de minha mãe. Pensei: posso tomar um cafezinho. Não quer dizer que tenha havido tratativas."
Não foram localizados os responsáveis pela Natural e Leste Marine. As outras empresas não responderam os contatos feitos pela reportagem.


Mercado interno aquece o mercado de fusões
DCI 12.08.2011 - O mercado interno liderado pelos setores de telecomunicações deve sustentar o ritmo dos negócios com fusões e aquisições, mas o volume de negociações não deve superar o recorde de R$ 184,8 bilhões de 2010.





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