quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Azul.CA.10.08

Daily News

Walmart quer 100% do Carrefour BrasilValor 10.08.2011 - A rede Walmart tem um antigo interesse em adquirir a operação do Carrefour no Brasil, mas há questões que impedem um avanço maior nas negociações entre as redes. De acordo com fontes ligadas às empresas, a cadeia americana não abre mão da compra do controle total do negócio do Carrefour no país. Também não aceita que os franceses permaneçam como acionistas minoritários da subsidiária brasileira.
O Carrefour, por sua vez, quer esgotar todas as suas possibilidades em torno de uma fusão, nos moldes do que havia proposto Abilio Diniz, do Pão de Açúcar, que teve sua proposta rechaçada pelo sócio francês Casino. O Carrefour também avalia vende uma parte de seus ativos no país, antes de aprofundar as conversas com o Walmart.
Os franceses resistem à ideia de sair do Brasil neste momento, e não querem, a princípio, se desfazer do Atacadão, o melhor negócio que o Carrefour já fez no país até hoje. Representantes do Walmart têm afirmado a pessoas próximas que a rede só aceita tratar do assunto se o acordo envolver o Atacadão. "No mínimo, eles [o Walmart] esperam ficar com algumas lojas que o Carrefour tem fechado em algumas capitais, nessa reestruturação que estão fazendo na empresa", afirma uma fonte próxima da cadeia americana.
A cadeia americana deixou o Carrefour a par do seu interesse nos negócios no país em outubro do ano passado, quando vazaram as informações de que o Carrefour no Brasil havia registrado um rombo contábil bilionário.
A rede francesa busca uma saída para a sua operação local por conta da pressão de um grupo de acionistas que busca rentabilizar o investimento feito na rede em 2007. A perda contábil de €550 milhões na filial brasileira, descoberta em 2010, acabou sendo um fator a mais nesse processo.
O comando do Carrefour no Brasil está reorganizando a operação local, e isso tem levado a rede a fechar lojas, mudar as bandeiras dos pontos e a demitir pessoal. Esse movimento faz parte de um conjunto de medidas tomadas para melhorar o desempenho da rede, que registra níveis de rentabilidade operacional abaixo do registrado pelo líder Pão de Açúcar.
Entre julho e agosto, o Carrefour demitiu 410 funcionários em São Paulo, segundo Robson Eduardo Andrade Rios, gerente jurídico do Sindicato dos Comerciários de São Paulo. Grande parte foi de empregados de lojas. Entre maio e a primeira semana de agosto, foram 808 pessoas. Neste mês, mais 48.
Lojas foram fechadas e outras estão mudando de bandeira. Parte dessas lojas pode ser negociada num pacote de pontos a ser vendido para o Walmart.
A assessoria de imprensa do Carrefour informa que há um movimento de desligamento de pessoal na rede, mas explica que há lojas de hipermercados sendo fechadas para receberem a bandeira Atacadão - os empregados desses pontos serão reaproveitados.
O Valor apurou que o escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados foi contratado pela varejista americana para assessorá-la nas negociações com a subsidiária brasileira da rede francesa. O escritório não se manifestou sobre o assunto. As cadeias Walmart e Carrefour informam que não comentam rumores de mercado.

Cambuhy tem US$ 1 bi para aquisições Valor 10.08.2011 - Barbará, Bodin, Medeiros e Moreira Salles: Cambuhy vai operar com capital próprio, sem prazos para fechar negócios, sem obrigação de diversificação
Pedro Moreira Salles, presidente do conselho de administração do Itaú Unibanco, e mais três sócios, todos com larga experiência no mercado financeiro, estão montando uma companhia de investimentos com capital inicial de US$ 1 bilhão a ser aplicado na compra de empresas ou de participações. Os outros três são Pedro Bodin, sócio não-executivo do grupo Icatu, Marcelo Barbará e Marcelo Medeiros, ambos ex-Garantia e atualmente da LanxCapital Investimentos.
Juntos, integram o comitê de investimentos da nova companhia, batizada de Cambuhy , numa referência à fazenda da família Moreira Salles onde foi selado o acordo entre eles. Moreira Salles e Medeiros serão co-CEOs.
A criação da empresa, que deve estar formalmente criada em mais duas semanas depois de cerca de um ano de negociações, não significa a saída de Moreira Salles das suas funções no conselho do Itaú Unibanco. Ele vai se dividir entre as duas atividades. "Me dediquei à integração dos dois bancos [Itaú e Unibanco], às questões de governança, criação de comitês, à criação de uma 'cultura' empresarial do grupo e à formação de mão de obra. Agora isso já está feito e consigo abrir espaço na minha agenda para outras atividades", disse Moreira Salles ao Valor, enfatizando que seu compromisso com o grupo Itaú, do qual é um dos principais acionistas, "continua o mesmo".
A Cambuhy vai operar com capital próprio, sem prazos para fechar negócios ou para sair deles, sem regras obrigatórias de diversificação das aplicações e sem restrições de onde investir, exceto o setor financeiro. Pela participação de Moreira Salles no Itaú Unibanco, não serão feitos investimentos em nenhuma área do sistema financeiro. A proposta é a compra de empresas em operação, de qualquer setor da economia, em que sejam identificadas oportunidades de crescimento pela aplicação das experiências dos quatro sócios. Não está excluída a possibilidade de compra de participações minoritárias, mas não é este o propósito central. A intenção é mesmo comprar o controle de empresas e influir na sua administração por prazos longos.
Os recursos já estão 'separados'. Virão dos sócios e das suas famílias. A Cambuhy não fará gestão de recursos - ou seja, até o momento do investimento, o dinheiro vai continuar aplicado onde está no momento, como na LanxCapital Investimentos, sob a gestão de André Lara Rezende. Não se pretende captar recursos de terceiros, embora investidores possam eventualmente vir a se juntar ao grupo na compra de uma determinada empresa.
A ideia é ter "total liberdade", na expressão de Medeiros, para escolher a empresa em que investir e o momento da aplicação, já que a companhia não terá que prestar contas a fundos ou investidores que exigem resultados a curto prazo. "Achamos que temos capacidade para olhar oportunidades de investimento sob uma ótica diferente. Não temos pressa em tomar decisões", explicou Moreira Salles.
O início das operações da Cambuhy - que deverá ter uma equipe pequena, cerca de oito pessoas no primeiro momento, incluindo os quatro sócios - coincide com a crise dos mercados financeiros internacionais, mas isso pode até ajudar os negócios. Investir em "momentos de exuberância" é muito mais arriscado, momentos de mais realismo são melhores para a avaliação dos ativos", disse Bodin. Por ser uma companhia que mira o longo prazo, não será também a queda das cotações das ações nas bolsas de valores ou a desvalorização dos ativos de uma empresa no curto prazo que tornará o negócio mais interessante.
Os quatro sócio são amigos de longa data, estão em momentos de vida similares, todos com pelo menos 25 anos em funções executivas relevantes e com "valores, ideias parecidas e mesma faixa etária". Pedro Moreira Salles está com 51 anos e é carioca como o economista Pedro Bodin de Moraes, de 55 anos, que, além das funções no Grupo Icatu, integra o conselho do Itaú Unibanco. Ex-diretor do Banco Central no começo dos anos 90, Bodin foi citado várias vezes como uma opção para presidente do BC, inclusive antes da nomeação de Henrique Meirelles no governo Lula.
O caçula do grupo é também carioca: Marcelo Barbará, de 48 anos, é CEO da RB Capital, empresa de securitização na área imobiliária. Ele continuará a exercer essas funções por pelo menos dois anos, até que a gestão da empresa passe para as mãos de uma nova geração. Marcelo Medeiros é o único paulista, tem 51 anos, está à frente do DLJ South American Partners, um fundo de private equity que já alcançou a maturação de seus investimentos e está na fase de desinvestir. Por isso mesmo, Medeiros terá mais tempo para tocar a Cambuhy junto com Moreira Salles. "Não basta termos afinidade, é importante termos complementaridade", para o sucesso da nova empresa. Não queremos botar capital em uma empresa para vê-la seguir no mesmo ritmo, queremos ser transformadores", diz ele. E o foco é, sem dúvida, Brasil.
A empresa a ser comprada pode até ter sede fora, mas o que importa é o negócio no Brasil, porque eles estão convencidos de que hoje o país tem regras estáveis, um mercado consumidor relevante e perspectivas favoráveis para investimentos em projetos de longo prazo.
 
Área agrícola puxa lucro da ALL no trimestreValor 10.08.2011 - Rodrigo Campos, diretor: "Vamos crescer nos bons e nos maus momentos".
A América Latina Logística (ALL) fechou o segundo trimestre do ano com lucro de R$ 185,6 milhões, 19,9% maior que os R$ 154,8 milhões registrados em igual período de 2010. O resultado foi obtido mesmo com aumento de 16,8% nas despesas financeiras líquidas, que somaram R$ 222,3 milhões, e do prejuízo de R$ 16,7 milhões da operação da Argentina. De abril a junho, o volume de transporte ferroviário da empresa cresceu 9,6% no Brasil, puxado pela área agrícola.
No primeiro trimestre, a ALL havia enfrentado um fraco mercado agrícola, devido a chuvas e atrasos na colheita de soja. No segundo, conseguiu aumento de 13% em volume no segmento e sua participação nos portos onde opera passou de 63% para 68%. Na divisão industrial, o volume cresceu 1,4%. Houve aumento de 9,2% no transporte intermodal, em especial de madeira, papel e celulose, mas foi registrada queda de 3,9% no puramente ferroviário, como óleo vegetal (-61,1%) e construção civil (-4,8%). A receita líquida da companhia no trimestre foi de R$ 931,7 milhões, 13,1% maior que em igual período do ano passado.
Rodrigo Campos, diretor financeiro e de relações com investidores, disse que no médio e no longo prazo a empresa tem como objetivo um incremento de cerca de 10% ao ano no volume transportado, mas pode haver variações trimestrais. "Vamos crescer nos bons e nos maus momentos", afirmou, sobre o nervosismo na economia mundial. Segundo ele, a empresa carrega um bom caixa (R$ 2,4 bilhões) para não sofrer com volatilidade no mercado de crédito e garantir investimentos e pagamento de sua dívida, cujo valor líquido está em R$ 3,16 bilhões. A empresa informou que o aumento nas taxas de juros do CDI teve impacto sobre as despesas financeiras.
A ALL apresentou em separado o resultado da Brado Logística, criada recentemente para atuar no mercado de contêineres. A empresa teve receita líquida de R$ 47,4 milhões e lucro de R$ 3,2 milhões. A Brado obteve linha de crédito de R$ 165 milhões para colocar em prática seu plano de investimentos e encomendou 145 vagões e 2 locomotivas, que devem custar cerca de R$ 50 milhões. A companhia vai precisar de mais aporte de recursos. "Estamos vendo o melhor caminho", diz Campos.
No próximo trimestre, serão contabilizados em separado também os resultados da Ritmo, formada em julho em sociedade com a paranaense Ouro Verde, voltada ao segmento rodoviário.

União Química e Biolab vão desfazer participação cruzadaValor 10.08.2011 - Fernando de Castro Marques, controlador da União Química, está fazendo apostas em novos medicamentos.
O controlador da farmacêutica União Química, Fernando de Castro Marques, está negociando a compra da participação de seus dois irmãos, Cleiton e Paulo, na companhia. O montante de ações de ambos soma cerca de 36% da farmacêutica. O empresário contratou o Deustche Bank para assessorá-lo nessa operação. O BTG Pactual está intermediando as conversas para Cleiton e Paulo.
Os três irmãos têm participação societária cruzada nos laboratórios União Química e Biolab. Cleiton e Paulo controlam, juntos, a farmacêutica Biolab, da qual Fernando também é acionista, com fatia relevante de 27,3%. Ao Valor, Fernando informou que tem interesse em comprar a parte de seus irmãos na União Química, mas não quer vender sua participação na Biolab. Procurado, Cleiton de Castro Marques, presidente da Biolab, confirmou que as negociações para desfazer as participações cruzadas estão em andamento, mas que ainda estão bem no início.
A gestão das duas farmacêuticas era feita pelos três irmãos, mas após um desentendimento entre eles, as empresas, que dividiam a mesma sede na capital paulista, foram separadas. A expectativa é de que a negociação entre os irmãos seja concluída em cerca de 60 dias. Fernando não informou qual o valor que será desembolsado pela participação de Cleiton e Paulo.
União Química está em auditoria para a compra de duas empresas, uma na área de saúde humana e outra animal
Com receita bruta de R$ 431,1 milhões em 2010, o laboratório União Química, com três fábricas no país, atua em saúde humana e animal e tem sofrido assédio de grandes multinacionais. Igualmente cobiçada por grandes farmacêuticas, a Biolab, fundada há 13 anos, com receita em torno de R$ 600 milhões em 2010, não descarta firmar parceria com grupos estrangeiros para expandir seus negócios. No ano passado, a Biolab associou-se à alemã Merz , para explorar toxina botulímica, e poderá fazer novas joint ventures em outros segmentos.
A participação cruzada dos acionistas nas duas empresas torna-se, então, um empecilho para os planos de crescimento de ambas as companhias.
A União Química está em processo de "due dilligence" (auditoria) para comprar duas empresas de pequeno porte, nos segmentos de saúde animal e humana, informou Fernando. A companhia também está fazendo suas apostas no lançamento de dois medicamentos, em fase adiantada de desenvolvimento, que poderão colocar a farmacêutica no mapa internacional, aposta o empresário.
Nos próximos meses, a União Química deverá colocar no mercado dois importantes medicamentos. O primeiro deles, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais, combate hipertensão arterial, sobretudo no caso de eclampsia. A segunda pesquisa em andamento, com apoio da União Química e sob coordenação da farmacêutica Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, do Instituto Butantã, tem como base a saliva do carrapato, que produz um anticoagulante e que testados em ratos foi capaz de reduzir drasticamente tumores cancerígenos. Esse segundo projeto fazia parte de um consórcio formado entre os laboratórios Biolab, Aché e União Química para a produção de futuros medicamentos, mas Fernando afirmou que a União Química decidiu assumir sozinha as pesquisas com o Instituto Butantã.
"São medicamentos importantes, que alçariam a União Química do campeonato nacional para a competição internacional", afirmou Fernando, sobre a importância do lançamentos dos dois produtos em desenvolvimento. Os produtos podem chegar ao mercado em 2013.
Fundada em 1936, a União Química (ex-Laboratório Prata) era administrada por João Marques de Paulo, pai de Fernando, Cleiton e Paulo. Com forte posição em medicamentos contraceptivos no país, a divisão farma da companhia também atua nos segmentos de produtos similares, OTC (um dos carros-chefes é o produto Vodol), genéricos, oftalmo, entre outros.
Para 2011, a expectativa do empresário é que a União Química encerre com faturamento de R$ 550 milhões. No ano passado, o grupo adquiriu por R$ 18 milhões a empresa Tecnopec, de saúde animal, o que permitiu à companhia entrar no segmento de reprodução e hormônios.

Brasil Ecodiesel aprova incorporação da VanguardaValor 10.08.2011 - Por três votos a dois, o conselho de administração da Brasil Ecodiesel aceitou a recomendação do comitê de avaliação e aprovou ontem a proposta de incorporação da produtora de soja Vanguarda. Hoje, a empresa deve divulgar o edital de convocação da assembleia de acionistas que decidirá se aprova a operação, em 26 de agosto.
A Brasil Ecodiesel tem capital pulverizado, com mais de 25 mil acionistas, e só ações ordinárias (que dão direito a voto) na bolsa.
A proposta de incorporação é aprovada cerca de três meses depois que a Vanguarda se tornou motivo de divergências entre os maiores acionistas da Brasil Ecodiesel - o investidor espanhol Enrique Bañuelos e o empresário brasileiro Silvio Tini.
Tini questionava a incorporação, apresentada por Bañuelos, que também é dono de 50% da Vanguarda, e a instalação de um comitê de avaliação porque sua participação seria diluída e por entender que a operação era muito grande para ser feita principalmente depois da aquisição da Maeda, aprovada em dezembro de 2010.
O comitê, então, foi constituído depois como parte de um acordo entre Tini e Bañuelos, que destituiu o conselho de administração, nomeou novos integrantes em chapa única e reduziu de sete para seis o total de assentos.
Pelo acordo, segundo apurou o Valor, Tini cedeu espaço no conselho de administração, enquanto Bañuelos vendeu participação na empresa, então de 20%. Isso permitiu a entrada do empresário Helio Seibel, hoje dono de 17,8% da Brasil Ecodiesel. Seibel é dono da Leo Madeiras, sócio da rede de materiais de construção Leroy Merlin e um dos maiores acionistas da Duratex, uma das maiores fabricantes de louças e metais sanitários e de painéis de madeira da América do Sul. Com a incorporação, Bañuelos passará a deter de 27% da Ecodiesel.
Os votos contrários à incorporação da Vanguarda no conselho de administração foram de Joel Rennó e de José Ferraz, braço direito de Silvio Tini. Seibel, sua representante Kátia Costa e Juliano Malara, indicado pela Veremonte, empresa de investimentos de Bañuelos no Brasil, foram os votos favoráveis.
A aprovação da operação parece ter sido bem recebida pelo mercado. A Brasil Ecodiesel fechou ontem em R$ 0,54, alta de 5,9%. No ano, porém, acumula queda de 46%.

Light entra na usina de Belo Monte Valor 10.08.2011 - A Light, distribuidora e geradora de energia que tem a estatal mineira Cemig como principal acionista, vai entrar na sociedade investidora da usina hidrelétrica de Belo Monte. A empresa vai assumir 5% hoje pertencentes a pequenas construtoras que compõe o capital da controladora Norte Energia e com isso se comprometer com investimentos de cerca de R$ 1,5 bilhão. Sem aplicar a correção em alguns contratos, o investimento total da usina está previsto em R$ 26 bilhões.
Com a entrada da Light, a nova formação de Belo Monte fica totalmente diferente da configuração resultante do leilão no ano passado e muito mais robusta, como desejava o governo federal. Neoenergia, Vale, os fundos de pensão Petros e Funcef, além da Eletrobras e suas subsidiárias, compõem hoje o capital da empresa. Apenas duas construtoras terão participação como investidoras: Queiroz Galvão e OAS. Todas as outras, Contern, Serveng, Cetenco, Galvão Engenharia, J. Malucelli e Mendes Junior, deixam a sociedade. Juntas elas detém 7,5% do consórcio: 5% vão para a Light e 2,5%, para o fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal (Funcef).
A Cemig não entrou diretamente na sociedade porque a ideia é manter o caráter privado do empreendimento. Apesar de a estatal ser a controladora da Light, a empresa tem a maior parte do capital na mão de um fundo de investimentos criado para financiar a aquisição da companhia pela Cemig. Mesmo não usando sua marca diretamente, a entrada dos mineiros nesse que é o principal projeto do governo federal - defendido pessoalmente pela presidente Dilma Rousseff, que ontem mesmo em sua coluna "Conversa com a Presidenta", publicada em alguns jornais, tocou no assunto - dá chancela política importante ao empreendimento, já que o governo de Minas, dono da Cemig, é comandado por Antonio Anastasia, do PSDB.
Uma fonte importante ligada às negociações lembra, entretanto, que a "costura" da negociação passou pela Andrade Gutierrez, que lidera a construção da usina, e tem mais de 30% do capital da Cemig. Além disso, a empreiteira já havia manifestado sua vontade de participar também como investidora da usina, que agora deterá indiretamente. Para a Light, a participação em Belo Monte vai representar um crescimento de 65% em sua capacidade instalada, saltando de 855 MW no final de 2010 para 1.400 MW quando a usina estiver em pleno funcionamento. Em termos de energia assegurada, serão acrescentados à empresa 220 MW médios.
A Light informou que não iria se pronunciar sobre o assunto, nem o Norte Energia. Mas o anúncio oficial da entrada da companhia deve ocorrer nos próximos dias e encerra a novela societária em torno de Belo Monte. Chegou-se a cogitar que a Neoenergia elevasse sua participação no empreendimento e a ideia estava sendo construída pelo presidente da empresa, Marcelo Correa. Mas a Previ, acionista junto com o grupo espanhol Iberdrola, vetou o negócio. Entre os motivos estava o fato de que o fundo acabaria mais exposto ao projeto que seus pares, Petros e Funcef, e ainda que não teria nenhuma vantagem como um poder maior na sociedade que os outros sócios, como uma nova diretoria ou um assento no conselho de administração.

Unidade de fertilizante em MG será abastecida por SPValor 10.08.2011 - A aquisição da Gás Brasiliano Distribuidora, que atende 375 municípios em São Paulo, criou uma nova oportunidade para a Petrobras abastecer a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 5 (UFN 5), que será construída na cidade mineira de Uberaba. Agora, a companhia decidirá entre um gasoduto de transporte, de alta pressão, e um duto de distribuição, de baixa pressão. "Se for assim, será a primeira integração entre dois Estados via gasoduto de distribuição", disse a diretora de gás e energia da Petrobras, Graça Foster.
Para que esse cenário se concretize será necessário entendimento entre a subsidiária da Petrobras e a Gasmig, que atende o mercado mineiro. A diretora disse que a Petrobras avaliará os prós e contras da opção pelo gasoduto de transporte, regido pela legislação federal, e da escolha pelo duto de distribuição, que tem regulação estadual.
Caso a opção seja pelo gasoduto de distribuição da rede da Gás Brasiliano, será construída uma ligação de 91 quilômetros do Gasbol com a rede da empresa paulista a partir de Boa Esperança do Sul. A Gás Brasiliano construiria então outros 151 quilômetros até Minas, onde outros 8 quilômetros erguidos pela Gasmig levariam o gás em rede de baixa pressão até a UFN 5.
A alternativa do gasoduto de transporte significará a construção de 256 quilômetros de duto de alta pressão a partir do Gasbol, em São Calos, até a UFN 5.
A expectativa da companhia é de que a UFN 5 entre em operação em setembro de 2015, com capacidade de produzir 519 mil toneladas de amônia por ano.
A UFN 3, em Três Lagoas (MS), com capacidade de produção de 1,210 milhão de toneladas de ureia por ano entrará em operação em 2014 e a UFN 4, que será um complexo gásquímico, deverá iniciar a produção em junho de 2017.
A diretora comemorou o recebimento, ontem, dentro do prazo, das três propostas técnicas e financeiras para construção de uma unidade flutuante de liquefação de gás natural. Os envelopes foram entregues pelos consórcios formados por Technip, Modec e JGC; e SBM e Chiyoda; além da proposta enviada pela Saipem. As ofertas serão abertas dia 25, quando a companhia começará o processo de escolha do FSO - sigla em inglês para uma embarcação que, além da liquefação, é capaz de armazenar e transferir o gás liquefeito -, que terminará em 31 de outubro.
O objetivo inicial do projeto era a implantação nos blocos BM-S-9 e BM-S-11, na bacia de Santos, mas a necessidade de aproveitar o etano no Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) levou a companhia a optar pela construção de um gasoduto até Maricá ou Cabiúnas, no norte do Rio.
Graça informou que os investimentos da área para o período 2011-2015 são de US$ 12,9 bilhões e não os US$ 13,2 bilhões inicialmente divulgados.

Petrobras cogita vender ações de refinaria no Japão, diz agência Exame 09.08.2011 - Segundo a agência japonesa Kyodo, verba da operação será usada em investimentos em águas profundas.
Segundo a agência, a informação foi confirmada por José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras.
A Petrobras está considerando vender parte das ações da refinaria japonesa Nansei Sekiyu KK, informou a agência de notícias Kyodo, citando uma entrevista com o presidente da estatal brasileira, José Sergio Gabrielli.
A empresa usará a renda para investir no desenvolvimento dos projetos em águas profundas, disse o presidente da Nansei Sekiyu, Osvaldo Kawakami, segundo a agência

Térmica da Petrobras é menos competitiva, diz Graça Foster Valor 10.08.2011 - Acusada pela concorrência de suprir gás em condições privilegiadas para sua própria térmica no próximo leilão de energia, a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Graça Foster, disse que as condições estabelecidas para o suprimento da térmica de Seropédica, que foi habilitada para o leilão de curto prazo (A-3), são mais arriscadas para a companhia.
É o contrário do que acusa a Associação Brasileira de Geração Flexível (Abragef), que pediu ao ministro Edison Lobão, de Minas e Energia, que proíba a Petrobras de participar do leilão marcado para 17 de agosto. O mercado reclama que a Petrobras se beneficia do seu monopólio. Lembram que ela exigiu de todos os agentes contratados que assinassem cláusulas de "take or pay" mínimo de 30% e máximo de 70% para garantir o suprimento de gás, com descontos progressivos quanto maior fosse a inflexibilidade.
Esse tipo de cláusula, também em funcionamento no contrato com a Bolívia, implica em pagar um valor mínimo pelo gás, mesmo quando essas usinas fiquem paradas, sem gerar energia. Na avaliação do mercado, por não ter essa obrigação, a térmica de 512 megawatts (MW) da Petrobras em Seropédica (RJ) será mais competitiva que as outras. Graça Foster discorda e diz que ocorre justamente o contrário.
"Perco valor quando tenho térmica inflexível. Não considero isso como falha do ponto de vista regulatório que tenha potencial de prejudicar o concorrente. Eu perco, no meu conjunto, se tenho térmica inflexível, e não é por ser autoprodutor", disse Graça. "Qualquer inflexibilidade piora meu parque gerador", continuou, complementando que precisou "se explicar" na Petrobras por ter optado por esse desenho.
Pelo raciocínio da executiva, que prometeu "falar tudo" depois do leilão para não abrir a estratégia da Petrobras, a opção pela inflexibilidade aumenta o risco de o Índice de Custo Benefício (ICB) da usina de Seropédica ficar maior que o dos concorrentes. E pela fórmula da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), disse Graça, quanto mais inflexível for uma térmica, mais barato são o gás e a garantia física. "Eu tenho receio desse leilão. Receio de perder", completou ontem, ao detalhar o plano de negócios da sua área até 2015.
A polêmica do preço do gás no próximo leilão envolve fórmulas complexas que trazem diversos cenários de chuvas e custos de operação e manutenção das usinas. Especialista no assunto, Marco Tavares, diretor da empresa de consultoria Gas Energy, calcula que a térmica da Petrobras terá um Índice de Custo Benefício (ICB) menor que os concorrentes que compraram gás dela.
"Com esse preço a Petrobras só vai competir com a usina da MPX, no Maranhão, que vai ter gás próprio fornecido pela OGX. Será uma competição entre dois produtores de gás", antecipa Tavares.
Graça Foster, que já ocupou o cargo de secretária de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia (MME) quando a presidente Dilma Rousseff era ministra, também criticou abertamente a decisão da EPE de fazer um leilão em que usinas térmicas e eólicas competem entre si. Ela fez o comentário ao detalhar a atual capacidade instalada da Petrobras de gerar energia térmica a gás, atualmente de 6,1 gigawatts (GW), com a projeção de que serão necessários mais 1,9 GW até 2015, gerados pela Petrobras ou por terceiros, tendo a estatal como supridora.
"Temos de olhar como vai ficar essa competição. Porque quando se coloca eólica com gás, aí é muito difícil. Não sei qual é a lógica do negócio. Não é assim que se constrói uma matriz energética. Matriz é uma coisa que se planeja, (que) vai entrar tanto de eólica, de biomassa, tanto de gás, não vai entrar mais óleo", disse Graça.
Segundo ela, o objetivo é a modicidade tarifária, que ela considera "ótima". Mas ela diz ter dúvidas sobre se esse objetivo será alcançado.

Bradesco SaúdeFolha 10.08.2011 - As principais seguradoras do país apresentaram crescimento durante o primeiro semestre deste ano. O faturamento da Bradesco Saúde teve alta de 23%, ante o mesmo período de 2010. Com a alta, a seguradora faturou R$ 3,7 bilhões nos seis primeiros meses de 2011.
No mesmo período, a Porto Seguro Saúde teve crescimento de 20% e os prêmios recebidos pela companhia somaram R$ 402 milhões. A receita do segmento de saúde e odontologia da SulAmérica, por sua vez, foi de R$ 2,9 bilhões, o que representou aumento de 18,9% em relação ao primeiro semestre do ano passado.

Liquidante avalia se Samcil vai à falência ou se ativos serão vendidosValor 10.08.2011 - Em regime de liquidação extrajudicial desde junho, a operadora de planos de saúde Samcil deve ter o seu o destino definido daqui cerca de cinco meses. Nesse período, será decidido se a Samcil vai à falência ou entra em autoliquidação.
No caso de autoliquidação, tenta-se vender ativos para pagar as dívidas. "Estamos analisando se o ativo cobre o passivo para tomar uma decisão. Ainda há muito trabalho pela frente porque é um caso complexo", explicou Sidnei Christo, liquidante nomeado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e responsável pelo processo na Samcil.
Normalmente, quando o passivo é superior ao ativo decreta-se a falência da empresa. As dívidas da operadora somam aproximadamente R$ 330 milhões. Nesse montante, estão incluídos, por exemplo, débitos com bancos, fornecedores e passivos trabalhistas.
A Samcil tem como ativo cerca de sete hospitais, que poderiam render entre R$ 200 milhões e R$ 450 milhões com a venda, segundo José Roberto Mazetto, advogado da Samcil. Porém, seis hospitais tinham sido colocados como garantia de empréstimos bancários. "Até o fim de maio estávamos negociando a venda desses hospitais para pagar as dívidas. Mas fomos surpreendidos com a decisão da ANS de liquidação extrajudicial. Com isso, tudo foi interrompido", explica Mazetto.
Dos sete hospitais da Samcil, o mais bem avaliado é o Panamericano, localizado em Alto de Pinheiros, bairro nobre de São Paulo. Segundo o Valor apurou, os hospitais Albert Einstein e São Luiz chegaram a analisar o Panamericano.
Em maio, a GreenLine comprou a carteira de clientes da operadora que contava com 280 mil beneficiários. Desse total, 193 mil beneficiários eram da Samcil e 87 mil pertenciam à Serma, plano de saúde adquirido pela Samcil em 2008. O valor da negociação ficou entre R$ 35 milhões e R$ 40 milhões.
Até 2008, a Samcil se posicionava como um grupo consolidador na área da saúde. Nos últimos três anos, porém, vinha apresentando prejuízos seguidos. Em abril, o fundador da Samcil Luiz Roberto Silveira Pinto foi encontrado morto em seu escritório. A polícia registrou o caso como suicídio.

CSN obtém crédito de R$ 2,2 bilhões com a CaixaEstadão 10.08.2011 - Sobre o assunto, a Caixa diz considerar o empréstimo 'uma operação normal e que faz parte do portfólio do banco'
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou há pouco a contração de uma operação de Crédito Especial Empresa - Grandes Corporações, por meio da emissão de Cédula de Crédito Bancário no valor de R$ 2,2 bilhões. A operação será feita com a Caixa Econômica Federal e tem prazo final de amortização é de 108 meses.
Com isso, a CSN deverá passar a figurar entre os maiores devedores da Caixa Econômica Federal. Em uma única operação, a siderúrgica passa a deter, segundo balanço do primeiro trimestre de 2011, cerca de 1,2% da carteira de crédito da instituição federal. Enquanto a CSN obteve R$ 2,2 bilhões, o maior devedor da Caixa, que é a Petrobras, tinha R$ 5,71 bilhões a pagar em março, o último dado disponível (o que representava 2,9% da carteira do banco).
Segundo a assessoria de imprensa da Caixa, a operação anunciada hoje com a CSN não foge da estratégia do banco e é considerada "normal" pela instituição. "A Caixa considera que o empréstimo foi uma operação normal e que faz parte do portfólio do banco".
Os números da Caixa chamam a atenção quando comparados com os de outros bancos. Enquanto no banco federal o maior devedor era responsável por 2,96% de toda a carteira de crédito em março, o maior devedor do Itaú, por exemplo, responde por apenas 0,7% das operações. Na teoria econômica, a concentração de grandes empréstimos a poucos devedores representa maior risco à instituição financeira.
Na Caixa, os dez maiores devedores somam 9,83% de todos os empréstimos. O valor é próximo do observado no Banco do Brasil, onde a proporção é de 8,7%, segundo balanço do segundo trimestre divulgado hoje. No Itaú, a participação dos dez maiores devedores ficou em 5,1% no segundo trimestre.
Não é a primeira vez que a Caixa anuncia grandes empréstimos a grandes empresas em momentos de turbulência financeira internacional. No fim de 2008, em meio ao então pior momento da crise, o banco estatal concedeu financiamento de cerca de R$ 2 bilhões para a Petrobras. Na época, com o fechamento das linhas de crédito tradicionais no exterior, a petrolífera teve de buscar ajuda emergencial na Caixa para fechar o caixa. No caso da Petrobras, o dinheiro obtido com o banco federal foi destinado a operações corriqueiras, como pagamento de impostos e tributos.

Vale estuda montar uma fábrica de trilhos em Minas Gerais Valor 10.08.2011 - O Brasil poderá voltar a fabricar trilhos ferroviários pelas mãos da Vale. A mineradora estuda montar uma usina em Governador Valadares (MG) com capacidade para produzir 500 mil toneladas anuais de trilhos destinados a abastecer suas próprias ferrovias e ao mercado em geral. Atualmente, todos os trilhos utilizados no país são importados. Além da Vale, o grupo Gerdau também examina produzir trilhos, aproveitando o laminador de perfis que possui desde 2002 na usina siderúrgica de Ouro Branco (MG), a Açominas).
O projeto da Vale já virou notícia na imprensa mineira, embora a empresa, consultada, prefira não falar do assunto. O subsecretário de Política Mineral e Energética da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais, Paulo Sérgio Machado Ribeiro, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o projeto existe, mas "ainda não está detalhado".
A ideia de a Vale construir uma usina siderúrgica para fabricar trilhos em Governador Valadares está inserida na política introduzida pelo ex-governador Aécio Neves (PSDB) de agregar valor à produção mineral do Estado, a maior do Brasil. No caso específico, a fábrica seria uma contrapartida à liberação do Projeto Apolo para a produção de minério de ferro na Serra da Gandarela, entre os municípios de Caeté e Santa Bárbara.
O Brasil não produz trilhos desde 1996, quando a CSN desativou seu laminador de perfis em Volta Redonda (RJ)
Outro projeto inserido na mesma política é o da construção de uma siderúrgica em Juiz de Fora pela mineradora Ferrous, em troca da licença para construir um mineroduto destinado a escoar até 50 milhões de toneladas de minério de ferro por ano por um porto a ser construído no Sul do Espírito Santo. Embora a Ferrous esteja negociando a compra de terreno na cidade da Zona da Mata mineira, o projeto ainda não decolou.
O Brasil não produz trilhos desde 1996, quando a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), recém-privatizada, desativou seu laminador de perfis em Volta Redonda (RJ) por falta de demanda. A indústria ferroviária do país vivia uma profunda crise, que, naquele ano, levou à privatização de suas várias malhas. Com a retomada dos projetos de expansão nos últimos anos, como o da conclusão da Ferrovia Norte-Sul e o de construção da Transnordestina, o assunto voltou a entrar em pauta.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva considerava "um absurdo" que o país dependesse exclusivamente de importação de um insumo fundamental para seu projeto de ampliação da malha ferroviária do país e estimulou estudos para que o Brasil voltasse a fabricar trilhos.
O problema é que dos 29,7 mil quilômetros de malha ferroviária existentes atualmente no país, cerca de dois terços não estão sendo utilizados, segundo cálculos do próprio governo. O porte previsto para a fábrica de trilhos da Vale é o mínimo considerado viável para a instalação de um laminador de perfis. A Vale é a maior operadora ferroviária do Brasil e a cidade de Governador Valadares é cortada pelos trilhos da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), de propriedade da mineradora.
Em 2009, as concessionárias de ferrovia do país e a estatal Valec, que montou a Norte-Sul e está instalando a Oeste-Leste, gastaram US$ 170,1 milhões com a importação de 147,2 mil toneladas de barras de aço (trilhos). No ano passado, com a queda de preço, esse volume mais que triplicou, saltando para 496,4 mil toneladas. Foram gastos US$ 429 milhões com entrada de trilhos.
Especialistas do setor estimam que uma fábrica de trilhos de 500 mil toneladas pode custar US$ 1,5 bilhão
O material é procedente de países da Europa, como a Polônia, e da Ásia, com destaque para China.
A cidade mineira sempre reclamou da falta de investimentos da Vale. Logo que assumiu a prefeitura, há dois anos, Elisa Maria Costa (PT), procurou costurar uma "agenda positiva" com a mineradora, ainda na gestão do então presidente Roger Agnelli. O projeto da construção de uma fábrica de trilhos, divulgado agora pelo governo mineiro, chegou a ser conversado e proposto a Elisa na ocasião, mas até hoje estava em "banho maria".
Do que foi acertado com a prefeita, em 2009, a única coisa que saiu do papel foi a obra de construção de uma grande passagem de nível no centro da cidade. Outras duas estão em andamento, uma no bairro Sotero Ignacio Ramos (SIR) e outra no bairro Santa Rita. A população de Valadares ainda passa por cima dos trilhos da Vitoria a Minas nesses bairros, correndo risco de vida.
Outras promessas da Vale, agendadas com a Prefeitura local, são a de fazer um parque municipal ao pé da Pedra de Ibituruna, um dos locais mais famosos de Valadares e revitalizar a Praça da Estação.
O valor do investimento não foi revelado, mas em reportagem do Valor sobre o tema este ano, um ex-dirigente da Valec informou que uma fábrica de trilhos exige investimentos em torno de US$ 1,5 bilhão. A produção das barras de aço carbono exige tratamento refinado para evitar riscos de fragilidade do material. No processo de fabricação, o trilho demanda, por exemplo, por tratamento térmicos especiais, como a vácuo.

Westfield, da Austrália, compra 50% da Almeida JrValor 10.08.2011 - Steven Lowy, Co-CEO da Westfield, e o sócio Jaimes Almeida Junior: valor da aquisição foi de R$ 740 milhões.
A australiana Westfield Shopping Center anunciou ontem a compra de 50% da brasileira Almeida Júnior, empresa que controla quatro shoppings no sul do país e é líder de mercado em Santa Catarina. Dessa forma, a Westfield, dona de 119 centros de compras no mundo, e fundada pelo homem mais rico da Austrália, entra no mercado brasileiro.
A Almeida Junior foi avaliada em R$ 1,48 bilhão e a Westfield pagou R$ 740 milhões por 50% da companhia brasileira. O empresário Jaimes Almeida Junior, que será o CEO da Westfield Almeida Junior Shopping Centers SA, disse ontem, por telefone de Sidnei, que R$ 400 milhões vão para o caixa da companhia e R$ 340 milhões, para os acionistas da Almeida Junior.
"Nos próximos 90 dias, a diretoria vai definir o uso desse dinheiro, mas não temos necessidade de fazer pré-pagamentos de dívidas", disse o executivo brasileiro. O endividamento da empresa, segundo ele, é inferior a R$ 400 milhões.
"O namoro [com a Westfield] começou em março deste ano", disse Jaimes, que foi assessorado pelo banco Rothschild e pelo escritório de advocacia Mattos Filho.
A nova empresa não se limitará a Santa Catarina. "Não deixaremos de avaliar oportunidades no Paraná, em São Paulo, no Rio Grande do Sul", disse Jaimes, dando exemplos. Aquisições poderão ser feitas, mas o objetivo é continuar fazendo projetos "green field" (construção a partir do zero).
O empresário chegou em Sidnei no domingo à noite, "no meio do furacão", disse, referindo-se à crise global. "Mas não se pode administrar com base em humores do mercado. Nosso negócio é baseado em ativos reais", disse Jaimes, que está otimista. Acredita que terá maior acesso a crédito.
O conselho administrativo da companhia será composto por três membros indicados pela Almeida Junior e outros três pela Westfield, que indicará o executivo financeiro. "Esta parceria é um ótimo começo para as nossas operações na região e planejamos expandir significativamente nossos negócios no Brasil por meio de desenvolvimento de projetos e aquisições", informou em comunicado Steven Lowy, Co-CEO da Westfield, grupo com negócios nos EUA, Reino Unido e Nova Zelândia.
Em nota, o fundador da Westfield, Frank Lowy, o homem mais rico da Austrália, informou que a operação no Brasil foi a primeira em um novo mercado desde que a companhia começou a operar no Reino Unido, em 2000. "Isso surge na sequência da reestruturação do grupo no final de 2010 e expande nossa franquia global para uma região em franco crescimento".
De acordo com comunicado das empresas, a Westfield possui mais de 119 shopping centers na Austrália, nos EUA, no Reino Unido e na Nova Zelândia, que reúnem 10,5 milhões m² de área bruta locável e mais de 23 mil lojas. Os ativos administrados têm valor de mercado estimado em mais de US$ 58,2 bilhões.
Em 2009, os shoppings do grupo Almeida Junior movimentaram R$ 798 milhões em vendas, de acordo com a companhia. Atualmente, a empresa controla quatro shopping centers e um quinto, Continente Park Shopping, deve ser inaugurado no primeiro semestre de 2012.
A Almeida Junior detém 55% do mercado de shopping centers em Santa Catarina, em área bruta locável. Com mais de 30 anos de atuação, ela informa que atingirá 1.138 lojas e 180 mil m² de área bruta locável em 2012.
Lucro da BM&FBovespa cai 3,6% para R$ 294,2 milhões no 2º trimestre
Estadão 09.08.2011 - A geração de caixa da bolsa brasileira caiu 8,9%, para R$ 313,2 milhões no período.
A BM&FBovespa registrou lucro líquido societário de R$ 294,2 milhões no segundo trimestre deste ano, o que representa uma queda de 3,6% em relação a igual período de 2010. Já o lucro ajustado, que desconsidera despesas sem efeito no caixa, como amortização de ágio e plano de opções de ações, cedeu 3,6%, para R$ 409,1 milhões, na mesma base de comparação.
A geração de caixa, medida pelo Ebitda, caiu 8,9%, para R$ 313,2 milhões. A margem Ebitda ficou em 67%, mostrando redução quando comparada com a margem de 72,3% do mesmo período de 2010. A receita líquida da bolsa cedeu 1,7% no segundo trimestre, para R$ 467,6 milhões.
As receitas das atividades de negociação e liquidação no segmento Bovespa somaram R$ 240,6 milhões no segundo trimestre do ano, respondendo por 46,1% do total registrado pela bolsa no período. Na comparação com o mesmo intervalo do ano passado, essas receitas do segmento mostraram queda de 7,2%. Segundo a Bolsa, a retração se deu basicamente devido à queda de 7,1% dos volumes em relação ao mesmo período de 2010 e à queda na margem média de receitas para o segmento, de 6,131 bps para 5,862 bps.
Conforme a Bolsa, a queda do volume negociado de opções sobre ações (que geram margem superior à média) e o crescimento dos volumes negociados pelos investidores de alta frequência, os quais possuem descontos nas tarifas, foram os principais responsáveis pela queda das margens do último trimestre.
O aumento no número de ofertas públicas e a liquidação de leilões especiais (registradas na linha Outras) foram fontes de receita que compensaram parcialmente as quedas de volume e margem.
No segmento BM&F, as receitas totalizaram R$ 191,1 milhões, respondendo por 36,7% do total. Nesse segmento, houve evolução de 3,8% em relação a receita do mesmo período do ano passado.
As receitas operacionais não relacionadas às atividades de negociação e liquidação somaram R$ 89,6 milhões (17,2% da receita operacional bruta), um crescimento de 4,7% sobre o mesmo período do ano anterior. Entre essas receitas, os destaques foram empréstimos de ações (+39,3%, para R$ 17,2 milhões); as receitas depositárias (+3%, para R$ 22,9 milhões); e as receitas com Vendors (+3,1% e somaram R$ 16,3 milhões)

Boom dos IPOs traz à tona jovens prósperos e sinaliza novos tempos
Valor 10.08.2011 - Os milionários brasileiros estão concentrados nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e na região Sul. São, em sua maioria, homens, profissionais liberais, vindos do mercado financeiro, ou advogados e executivos, na faixa etária de 55 anos e com perfil conservador. Nos últimos anos, ganharam a companhia crescente das mulheres, que avançam na gestão de patrimônio e, sobretudo, de uma parcela mais jovem e com tendências arrojadas em suas decisões de investimento, em um quadro que aponta para uma tendência de rejuvenescimento do cliente private nos próximos anos.
Os dados cruzam levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capital (Anbima) e dos cinco maiores bancos do país e traçam um perfil do cliente private brasileiro. Juntos, os 64.260 clientes tinham R$ 412,83 bilhões em ativos sob gestão, segundo os números mais recentes, de junho. São somas que não param de crescer - representam alta de 28% ante o mesmo período do ano passado - e que apontam para uma disputa acirrada entre as instituições financeiras dentro do chamado wealth management.
"O cliente mais jovem é a principal novidade no segmento private. Há alguns anos, as contas milionárias eram restritas a uma faixa etária de 50 ou 60 anos. Hoje, temos clientes com 35 ou 40 anos de idade", compara o diretor do Bradesco Private, João Albino Winkelmann. A mudança de perfil revela a estabilidade da economia brasileira, o boom de IPOs dos últimos anos e os salários e bônus pagos no mercado financeiro e nas grandes corporações, na visão do executivo.
Para o head do Private Wealth Solutions Brasil do Itaú, Charles Ferraz, com a estabilidade e o crescimento econômico nos últimos anos, muitos empresários monetizaram patrimônios. Essa alteração de perfil, por consequência, trouxe novas demandas aos departamentos private dos bancos. Para Ferraz, os clientes mais jovens passaram a buscar a parceria do banco na gestão de seu patrimônio e seus empreendimentos.
Assim, o private não é mais visto apenas como caixa-forte para a alocação de capital, mas como um auxílio à gestão de investimentos e ativos financeiros ou não-financeiros. O Itaú oferece, por exemplo, uma assessoria exclusiva para IPO. "São perfis mais ousados não apenas na gestão do próprio patrimônio como também na busca por levar o país a outro patamar. São empreendedores", explica.
A mesma tendência é verificada em outros bancos. Na análise por grupo econômico, a média de idade do cliente Santander é de 55 anos, mas com claro viés de rejuvenescimento dessa base, explica a diretora de private bank, Maria Eugênia Lopez. "Essa faixa etária já foi superior e verificamos que os entrantes são mais jovens", explica. A tendência reflete uma busca por aplicações menos conservadoras e a oferta de alternativas que possibilitem ao cliente maior rentabilidade do que na renda fixa. Há migração, por exemplo, para investimentos em ativos como ouro.
Com 71% de sua base de clientes formada por homens, o Santander também vê crescer o número de mulheres gerindo o próprio patrimônio. "Elas se dedicam mais à análise de apólices e patrimônios", revela Maria Eugênia.
A mesma tendência é verificada no Banco do Brasil, com a participação das mulheres atingindo 25% da carteira de clientes no primeiro trimestre de 2011. A explicação do gerente geral da Unidade Private Bank, Osvaldo de Salles Guerra Cervi, é que elas são mais disciplinadas do que os homens e com maior disposição para aplicações em previdência ou caderneta de poupança. "No mais, administram melhor a ansiedade do mercado financeiro e tendem a mexer menos nos investimentos", analisa.
As 12 mil contas de milionários administradas pelo Banco do Brasil são, em média, de executivos, advogados e profissionais liberais em geral, na faixa de 50 a 55 anos e perfil conservador. "São clientes que construíram suas fortunas com trabalho", avalia Cervi.
Cerca de 15% dos clientes private do banco investem em ações, percentual crescente mas ainda abaixo do verificado nas instituições financeiras da Europa e dos Estados Unidos. Conforme Cervi, o Brasil oferece oportunidades em ativos de maior risco e é natural sugerir ao cliente arriscar um pouco mais em seus investimentos. "Mas os riscos ainda incomodam", aponta.
No HSBC, 50% dos clientes têm entre 35 e 55 anos e 36% estão acima dessa faixa etária. "São clientes maduros, empresários e profissionais liberais que ainda produzem renda. Começamos a enxergar neles também a administração de patrimônios como imóveis, utilizados como investimento", revela a diretora do HSBC Private Bank, Andréa Moufarrege. Os outros 14% da base são clientes entre 26 e 35 anos de idade que administram pelo menos R$ 2,5 milhões, capital mínimo exigido no segmento private do banco.
A diretora também verifica o surgimento de uma forte base de jovens que passa a gerenciar o patrimônio dos familiares. "São geralmente jovens da segunda geração de clientes que entram no processo decisório das finanças da família. Eles são bastante informados e o papel do banco é agregar valores em suas formas de pensar o investimento", conta.

Normas criam polêmica com provedores de internet Valor 10.08.2011 - A aprovação do projeto de lei complementar (PLC) 116 entra em conflito com a proposta de revisão da Norma 4/95 do Ministério das Comunicações e pode se tornar um problema, principalmente para provedores de internet, dizem especialistas.
O projeto de lei complementar estabelece, entre outras coisas, que empresas de radiodifusão, produtoras ou programadoras não poderão controlar operadoras de telecomunicações e vice-versa.
O Ministério recomendou à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) enquadrar o provimento de acesso à internet como um serviço de telecomunicações. Atualmente, esses serviços são tratados como valor adicionado. A assessoria de imprensa da Anatel informou que a revisão está em discussão e que não poderia dar detalhes sobre as novas regras.
Se os provedores de acesso se tornarem empresas de telecomunicações, não poderão atuar também como provedores de conteúdo. Existem no país em torno de 700 provedores de pequeno porte que seriam afetados pelas novas regras. Mesmo o grupo Globo está presente nesse mercado, por meio do Globo.com. Procurada pelo Valor, a Central Globo de Comunicação informou que não faria comentários sobre projetos de lei.
A Associação Brasileira da Internet (Abranet) posicionou-se contra a mudança na Norma 4/95. "A partir da Norma 4/95 criou-se um mercado competitivo de provedores. Mudar a regra do jogo vai afetar principalmente os pequenos provedores", afirma Eduardo Parajo, presidente do conselho consultivo da Abranet.
"As novas regras favorecem as teles na área de TV, mas impedem que os pequenos provedores possam ofertar conteúdo", observa a advogada Regina do Valle, do escritório TozziniFreire Advogados.

Setor de TV paga aguarda impacto de novas regras Valor 10.08.2011 - Para o senador Eduardo Braga, ainda há risco de que se desfaça o equilíbrio que sustenta o acordo em torno do PLC 116.
O mercado de TV por assinatura cresceu como nunca nos últimos anos, impulsionado pela demanda por vídeos e banda larga. Mas as operadoras já se preparam para duas mudanças regulatórias que prometem mudar ainda mais a cara do setor: o projeto de lei complementar (PLC) 116, que elimina as restrições à atuação das teles nesse mercado, e o regulamento da TV a cabo, que acaba com a limitação ao número de outorgas para o serviço.
O PLC 116 pode ser votado hoje pelo plenário do Senado, depois de dez anos de tramitação no Congresso. "Não é o PLC dos sonhos de nenhum dos segmentos, mas é o que foi possível concluir", afirmou, ontem, o presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado, Eduardo Braga (PMDB/AM).
O senador reconheceu que ainda existe o risco de que se desfaça o "frágil equilíbrio" que sustenta o acordo em torno do PLC. No entanto, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, defendeu uma "aprovação rápida" da legislação. "O projeto remove obstáculos de uma regulamentação defasada, que tratava telecomunicações e TV como coisas separadas", afirmou o ministro, na abertura do ABTA 2011, congresso do setor de televisão paga.
Entre outros pontos, o PLC 116 acaba com as restrições existentes ao capital estrangeiro e extingue o limite à participação das operadoras de telefonia nas empresas de TV a cabo - as teles já atuam, sem barreiras, na TV paga por meio das tecnologias de satélite (DTH) e micro-ondas.
Depois de dez anos de tramitação no Congresso, PLC 116 pode ser votado hoje no plenário do Senado
Em outra frente, a Anatel prepara a versão final do regulamento da TV a cabo, que acaba com o limite ao número de outorgas para o serviço e estabelece em R$ 9 mil o preço das novas licenças. O documento já passou por consulta pública e precisa da chancela do conselho diretor para entrar em vigor. As primeiras licenças devem ser emitidas no começo do próximo ano.
Com essas mudanças, a estimativa da Anatel é de que o número de assinantes de TV dobre até 2015, chegando a 22 milhões de conexões. A projeção é de que o serviço chegará a 32,08% dos domicílios brasileiros em cinco anos e a 49,84% em 2022.
Entre os fatores que têm incentivado o crescimento da TV paga, estão o ganho de poder aquisitivo da população, a criação de pacotes mais baratos por meio de melhores negociações com os produtores de conteúdo e até uma maior exposição das ofertas disponíveis nas operadoras, dizem executivos do setor. "A TV por assinatura vem ganhando mais espaço na mídia", disse Antônio Félix, presidente da Net.
Ontem, o tom de otimismo se manteve, apesar da perspectiva de crise internacional. Para Alberto Pecegueiro, diretor-geral da Globosat, hoje as empresas têm estruturas de capital mais sólidas, o que dá mais segurança para investimentos. "Com a crise enfrentada pelo setor em 2002 e 2003, foram criados melhores equilíbrios em todos os elos que compõem o setor", disse.
Segundo Paulo Cesar Teixeira, presidente da unidade de mercado individual da Telefônica, a TV por assinatura terá um desempenho semelhante ao da telefonia celular. "Quando atingir uma penetração de 25%, ou 30% (da população), a adoção terá um crescimento ainda mais acelerado", afirmou. Segundo o executivo, um de seus desafios será convencer os acionistas da Telefônica a colocar mais dinheiro em TV. "O mercado está aí. Precisamos investir", disse.
A perspectiva de crescimento do mercado brasileiro tem atraído a atenção dos estúdios internacionais. A Disney anunciou um acordo de distribuição com a rede Telecine exclusivo para o país, quebrando uma tradição dos produtores de fazer negociações regionais. Já a americana NBC Universal quer ampliar o conteúdo distribuído por meio das parcerias que mantém com a Globo e com a Record. "Para crescer, precisamos ampliar nossa presença internacional. E não podemos ignorar o Brasil nesse processo", disse Jeff Shell, presidente da NBC Universal International.
O cenário, no entanto, causa apreensão entre pequenas operadoras de TV por assinatura, que temem a competição com as empresas de telefonia. "No longo prazo, este é um setor para grandes empresas. Os quatro grupos já existentes (Sky, Net/Embratel, Telefônica e Oi) vão acelerar a competição e limitar as oportunidades para as empresas menores", afirmou Marcelo Lacerda, fundador da Blue Interactive, que controla a operadora Viacabo.
Para enfrentar a concorrência, Lacerda aposta na união com outras pequenas operadoras, via aquisições ou fusões. "Formaríamos uma única companhia, reunindo os acionistas dessas empresas", destacou.
O superintendente de comissão de massa da Anatel, Ara Minassian, disse, porém, que pequenos investidores representam a maior parte dos pedidos de licenças para explorar o serviço de TV a cabo. Desde o início da década, a agência não libera novas outorgas e as solicitações acumuladas já somam 1.350. Desse total, 784 empresas mantêm o interesse em obter as autorizações, afirmou.

Com ações em queda, empresas valem menos na Bolsa que seu patrimônioEstadão 09.08.2011 - De acordo com levantamento da Economática, a Eletrobrás lidera esse ranking de defasagem, com um valor de mercado equivalente a apenas 29,8% do seu patrimônio
O pessimismo dos investidores nas últimas semanas, intensificado pelo rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos na sexta-feira, fez o valor de mercado das empresas de capital aberto derreter. Das 61 companhias negociadas no Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa), 22 estão com o preço abaixo do patrimônio líquido (ativos menos passivos), conforme dados da Economática, empresa de informação financeira.
A lista poderá subir ainda mais ao final da safra de balanços na semana que vem, já que algumas comparações foram feitas com base no patrimônio do primeiro trimestre, afirma o gerente de relacionamento institucional da Economática, Einar Rivero, responsável pelo levantamento. Um dos casos é o da Eletrobrás, cujo valor de mercado nesta terça-feira, 9, correspondia a 29,8% do patrimônio registrado no primeiro trimestre de 2011. É a pior relação entre as 22 empresas levantadas.
Fibria e Marfrig aparecem em seguida, com 41,7% e 49,5%, respectivamente. Segundo especialistas, essa relação pode ser um indicador importante para avaliar se as ações das empresas estão caras ou baratas. Ter o preço abaixo do patrimônio, significa que a ação está com um desconto grande, afirma a chefe da área de análise da Ativa Corretora, Luciana Leocádio. Em outras palavras, as empresas estão ficando baratas na bolsa.
Isso não significa, entretanto, que o valor de mercado esteja refletindo os fundamentos econômicos das companhias. Em momentos de extrema volatilidade, como o dos últimos dias, afirma Luciana, cria-se muitas distorções no mercado, que antecipam possíveis prejuízos no futuro. Entre as empresas com preço abaixo do patrimônio, exemplifica ela, está a Petrobrás, uma companhia robusta e saudável. A relação da petroleira, conforme a Economática, é de 84,5%. Outro caso é a Gerdau, cujo preço representa 69,8% do patrimônio.
Mas também há empresas com problemas específicos que estão na lista. A Marfrig, por exemplo, está altamente alavancada por causa das últimas aquisições e seus custos aumentaram de forma expressiva nos últimos meses. No caso da Eletrobrás, o problema pode ser político. Segundo analistas, a estatal não tem bom contato com o mercado. Os cronogramas de apresentação dos balanços nunca são cumpridos e sempre faltam informações sobre a empresa.
Na prática, a queda dessa relação pode provocar a perda de capacidade da empresa de fazer novos negócios, afirma o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo, Ernesto Lozardo. Ele explica que a redução do valor de mercado naturalmente diminui a possibilidade da companhia de alavancar recursos no mercado, conseguir garantias e fazer investimentos.
"Se você tem um valor de mercado acima do patrimônio líquido, você tem mais condição de obter recursos e financiamentos", explica o professor. Quanto mais alto o valor por ação, maior o volume de recursos que a empresa pode levantar no mercado, completa a equipe de análise da XP Investimentos.
Recompra. Outro reflexo da desvalorização das companhias de capital aberto deverá ser a ampliação do movimento de recompra de ações iniciado no fim do ano passado. Quem tiver dinheiro em caixa poderá comprar as ações por preços bastante atraentes, afirma o gestor dos fundos de ações da Capitânia, Eduardo Miziara. Hoje há mais de 20 companhias com processo de recompra em aberto na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

HSBC negocia venda da área de cartões nos EUA para Capital One
Valor 10.08.2011 - O HSBC está próximo de vender seu negócio de cartões de créditos nos Estados Unidos, avaliado em cerca de US$ 30 bilhões, ao banco americano Capital One, afirmaram fontes próximas às negociações nesta terça-feira.
O HSBC confirmou que negocia a venda do negócio, mas não informou o nome do potencial comprador. O negócio poderá ser fechado em breve, segundo as fontes.
Caso o acordo seja concretizado, esta será a segunda vez nos últimos meses em que o Capital One avança sobre ativos de um banco europeu que quer sair dos Estados Unidos.
O Capital One, com sede no estado americano da Virginia, informou em junho que estava comprando o negócio de banco online do grupo holandês ING nos Estados Unidos por US$ 9 bilhões em dinheiro e ações.
Em maio, o HSBC disse que buscava compradores para a divisão de cartões nos Estados Unidos, que tem cerca de US$ 31 bilhões em empréstimos, como parte de uma radical reestruturação e de um plano de corte de custos de US$ 3,5 bilhões, coordenados pelo novo presidente executivo da empresa Stuart Gulliver.
O Capital One tem sido considerado um potencial comprador, à medida que a instituição financeira busca aumentar os ativos depois do negócio com a ING.
Fontes já haviam informado anteriormente que o banco Wells Fargo também estaria interessado em comprar o portfólio de cartões do HSBC.
"Essas discussões estão em andamento e nenhuma decisão foi tomada para que possamos proceder com qualquer transação", disse o HSBC em um comunicado nesta terça-feira. Na semana passada, o presidente Gulliver havia dito que o banco estava progredindo nas negociações.
O HSBC, maior banco da Europa, informou na semana passada que encerrará operações em quase metade de sua rede bancária nos EUA, com a venda de 195 filiais para o First Niagara Financial Group, por US$ 1 bilhão, e o fechamento de outras 13 agências.
O HSBC tem sido criticado por ter avançado em muitas frentes, reunindo cerca de 95 milhões de clientes em 87 mercados, e Gulliver almeja agora colocar o foco na rentabilidade do negócio e ao invés da expansão geográfica.

Para empresários, crise é de confiança, mas governo precisa agirValor 10.08.2011 - O presidente da Usiminas, Wilson Brumer, recomenda o corte dos juros para incentivar o investimento empresarial.
Embora considerem grave a crise econômica, que ganha cada vez mais corpo nos Estados Unidos e na Europa, empresários brasileiros não estão intimidados com os efeitos que o Brasil possa sofrer. Para eles, a crise é de confiança e ainda não chegou à economia real. Ao mesmo tempo, executivos de empresas médias e grandes, ouvidos pelo Valor, pedem atenção ao governo e cobram medidas para que o país não fique muito vulnerável. As sugestões são conhecidas: redução dos juros, corte de impostos e cuidados com o câmbio excessivamente valorizado.
Wilson Brumer, presidente da Usiminas, é o primeiro a defender a queda imediata da Selic. Para ele, a dose foi alta demais com os cinco aumentos seguidos da taxa básica de juros. "Antes de pensar em medidas só para elevar o consumo, o país teria de focar em medidas para elevar os investimentos internos, pois tornou-se muito caro fazer investimentos aqui", reclama. Brumer diz que o Brasil está menos vulnerável do que no passado, e que a crise é muito mais de confiança nas lideranças das principais economias.
Na opinião de Luiz Antônio Ferraz, presidente da Paranapanema, fabricante de produtos de cobre, caso a crise se abata sobre o Brasil o governo deve retomar mecanismos de desoneração fiscal. Ele mencionou setores cujos produtos têm "gordura tributária elevada": carros, geladeiras, fogões, materiais de construção.
Os planos para a instalação da nova fábrica da Fiat em Pernambuco não serão influenciados pelos ventos externos, garantiu o presidente para a América Latina da montadora, Cleodorvino Belini. "As crises não afetam nossos investimentos por uma razão simples: elas são passageiras, e nós estamos falando de investimentos de longo prazo, para 2014", disse Belini, que destacou a atuação do governo brasileiro. "Nosso país tem um potencial de mercado interno muito grande, e o governo está justamente orientando, fortalecendo esse mercado para não sofrer os reflexos dessa crise externa."
Na mesma linha, o CEO da unidade brasileira da montadora chinesa Chery, Luis Curi, informou que o cronograma de investimentos de US$ 400 milhões na construção de uma fábrica de automóveis em Jacareí, no interior de São Paulo, não sofrerá alterações. O que mais o preocupa são os "efeitos psicológicos" que podem ser criados com os desdobramentos negativos da turbulência econômica nos países desenvolvidos. "Tanta notícia negativa gera efeitos psicológicos, que podem levar o consumidor interno a começar a se resguardar", avalia Curi.
O diretor corporativo de relações com investidores do grupo Randon, Astor Schmitt, é mais pessimista. "Ainda não temos diagnóstico claro da situação", disse o executivo da fabricante de implementos rodoviários, peças, vagões ferroviários e veículos especiais com sede em Caxias do Sul (RS).
Schmitt disse ter ficado "um pouco chocado" com o comportamento dos mercados nos últimos dias. Mesmo assim, ele tem expectativa que o Plano Brasil Maior, lançado há poucos dias pelo governo federal, possa atenuar eventuais impactos da crise no mercado doméstico. No entanto, avalia, a forte oscilação da bolsa nos últimos dias deve-se mais a um comportamento "emocional" dos investidores do que a uma análise dos fundamentos das companhias brasileiras.
Jarbas Castro, presidente da Opto Eletrônica, fabricante de equipamentos óticos e médicos localizada em São Carlos (SP), diz que a previsão de faturamento de R$ 100 milhões em 2011 está mantida. O executivo confia na classe C para sustentar seu negócio. "Podemos ter uma dificuldade nas exportações, porque o mercado externo pode cair. Mas estamos ancorados na nova classe C, que antes estava só preocupada em sobreviver, mas agora quer consumir muito, inclusive saúde, que é o nosso nicho."
Valdemir Dantas, presidente da Latina Eletrodomésticos, acredita que, apesar do nervosismo no mercado em razão da crise, haverá pouco impacto na economia real do país. "O crédito ao consumidor final, importante para os produtos da Latina, não deve ser afetado e isso deve propiciar maior volume de vendas este ano." Entre os produtos da fabricante de eletrodomésticos estão purificadores de água, lavadoras de roupa, bebedouros e ventiladores de teto.

FuiiiFolha 10.08.2011 - Preço do terreno, melhora da malha viária e incentivo fiscal leva indústrias instaladas na cidade de São Paulo para regiões ainda mais distantes no interior do Estado.
As indústrias, que antes migravam para cidades com distância de até 50 km da capital, agora já se instalam em municípios a 100 km, segundo a Binswanger Brazil.
"Regiões industriais da cidade perderam espaço para residências. Entre elas, Vila Leopoldina e Jurubatuba", diz Erwin Tuband, da consultoria imobiliária.
O principal atrativo do interior são os terrenos, com o m2 em algumas cidades a R$ 100, segundo a Binswanger.

Previsões para elevação do PIB em 2011 mudam pouco Valor 10.08.2011 - A deterioração do cenário externo não provocou revisões expressivas nas estimativas da maior parte dos analistas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano -há mais mudanças nas previsões para 2012, mas tampouco são abruptas. Para 2011, a maioria dos bancos e consultorias ainda mantém as projeções no intervalo de 3,5% e 4%, principalmente pela força do setor de serviços. Há, porém, quem já tenha feito uma revisão mais expressiva - caso do Credit Suisse, que reduziu a previsão de 3,8% para 2,9%.
Para as estimativas de 2012, há um movimento um pouco mais amplo de revisões, refletindo o impacto da expectativa do crescimento global mais fraco sobre o Brasil. Os mais cautelosos apostam em expansão de 3%, mas há quem veja um avanço perto de 4%.
O economista Aurélio Bicalho, do Itaú Unibanco, manteve a sua previsão de um crescimento de 3,6% neste ano, reduzindo ligeiramente a projeção para 2012, de 3,8% para 3,7%. Segundo ele, essa redução para a estimativa do ano que vem foi feita antes do forte nervosismo que tomou conta dos mercados nos últimos dias, mas já pressupõe um avanço mais modesto da economia global. Em vez de crescer 4,1% em 2011 e 2012, o Itaú passou a apostar em 3,9% neste ano e em 3,7% no ano que vem. O crescimento mais forte do setor de serviços, amparado na robustez do mercado de trabalho, é um trunfo importante para a atividade neste ano. Bicalho estima que os serviços crescerão 3,9% em 2011, bem mais que os 2,4% esperados para a indústria ou o 1,7% estimado para a agropecuária.
O economista do Itaú Unibanco diz, porém, que a sua previsão tem viés de baixa. Ele já trabalha com um cenário mais pessimista, em que o mundo cresceria 3,3% em 2011 e 2,6% em 2012, que pode se concretizar, caso a atividade nos EUA e na Europa fraqueje ainda mais. Nesse cenário, o PIB brasileiro avançaria 3,1% neste ano e 3,2% no ano que vem. "Mas não é um quadro de ruptura, em que poderia haver paralisia dos mercados de crédito. Se isso ocorrer, o crescimento será bem menor."
O economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, mantém um crescimento de 3,4% para este ano, mas diz que o número pode ser revisado para baixo, caso a tensão que dominou os mercados nas últimas duas semanas demore mais 30 ou 45 dias. "Caso isso se concretize, pode haver algum impacto sobre as decisões de consumo e investimento na economia, levando pessoas físicas e empresários a adiá-las por algum tempo", avalia ele.
Para 2012, Borges reduziu a estimativa de alta de 4% para 3,7%. A economia global crescerá menos, afetando as exportações, e os bancos tendem a ser mais rigorosos na concessão de crédito, aposta Borges. Já se houver um aprofundamento da crise global, com a turbulência europeia atingindo os bancos do continente, o crescimento neste ano do PIB brasileiro pode ficar na casa de 2,5% - número que só não seria pior, porque mais da metade do ano já se passou.
A economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thaís Marzola Zara, mantém por enquanto a aposta num crescimento de 4% neste ano, num cenário que não contempla uma desaceleração abrupta da economia global e muito menos uma paralisia do mercado internacional de crédito. "O mercado interno continua dinâmico, com emprego e renda ainda fortes." A força dos serviços compensariam a fraqueza da indústria, afetada pelo câmbio valorizado, que barateia importações e dificulta exportações. Para 2012, porém, ela reduziu a sua estimativa de 4% para 3%, por conta do impacto de um crescimento global menor, que tenderia a desacelerar o PIB brasileiro.
O economista Juan Jensen, da Tendências Consultoria, manteve as previsões em 3,9% para 2011 e de 3,7% em 2011. Para ele, ainda não há motivos para alterar as estimativas. "Até o momento, essa crise é diferente da de 2008. Não há uma redução do crédito global."

Mercado se realinha, mas cautela persisteDCI 10.08.2011 - Depois do pânico da segunda-feira, primeiro dia útil depois do rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela agência Standard & Poor's, ontem os investidores ajustaram suas posições e as bolsas de todo o mundo voltaram a subir. No entanto, sinais de cautela ainda estão presentes, como a valorização do dólar, e principalmente o patamar recorde do ouro, que está muito próximo ao da platina, algo impensável há alguns meses.
Os contratos futuros de ouro negociados na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex) para dezembro subiram US$ 29,80 (1,74%), fechando a US$ 1.743,00 por onça-troy. Enquanto isso, o contrato para outubro da platina fechou a US$ 1.756,40 a onça-troy. A diferença de preço entre os dois ativos diminuiu 80% desde 2000.
Já o dólar terminou em alta de 1,12% ontem, cotado a R$ 1,628, segunda alta consecutiva. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, registrou avanço de 5,10%, para 51.150 pontos, na maior valorização diária desde 2009.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam em forte alta, depois de uma sessão volátil, em que investidores digeriam comentários negativos dos membros do Federal Reserve sobre a economia e a promessa do banco central norte-americano de manter os juros perto de zero pelo menos até meados de 2013. Na França, o ministro do Orçamento, Valerie Precesse, disse que o país deve cumprir seus planos de melhora das finanças públicas se quiser assegurar o rating "AAA".
Na Inglaterra, a convulsão econômica já tomou proporções sociais. A onda de violência causou sua primeira vítima nesta terça, quando um homem de 26 anos, baleado na noite de segunda-feira em Croydon, subúrbio do sul de Londres, morreu no hospital.

Estrangeiro oferece plataforma globalValor 10.08.2011 - Sérgio Kimio: UBS retorna e "quer ficar bem posicionado nos emergentes".
Experiência, credibilidade e capacidade de oferecer uma plataforma global de investimentos. São com essas armas que os bancos estrangeiros buscam conquistar mais espaço no seleto mercado de private banking nacional. Apesar das incertezas quanto ao futuro da economia global, os principais bankers acreditam no poder de recuperação e evocam a filosofia de trabalho do financista Warren Buffett, na qual "deve-se ter medo quando os outros são gananciosos e ser ganancioso quando os outros estão com medo".
Desde 1960 no Brasil, o JP Morgan foca sua atuação em um público mais sofisticado e estabelece, como entrada, recursos líquidos de US$ 2 milhões. Celso Portasio, diretor de private da instituição, admite que a participação de conhecidos bancos locais de varejo, que operam com faixas mais reduzidas, provocam "certo desequilíbrio" no cenário, mas não considera este fator como preocupante. Nosso diferencial é ter uma atuação local com forte presença internacional."
Com base em investidores de outros países, Celso Portasio classifica o brasileiro como alguém "agressivo em seus negócios, mas conservador em seus investimentos pessoais".
Já o Credit Suisse Hedging-Griffo , no país desde 1990 como Credit Suisse, adquiriu desde então o Banco Garantia e se associou à Hedging-Griffo, na época líder no mercado brasileiro de administração de recursos de terceiros e private banking.
Segundo informações da própria instituição, hoje o Credit Suisse Hedging-Griffo ocupa a segunda posição no ranking nacional, atrás apenas do Itaú Unibanco. "O mercado está muito aquecido, dobramos desde 2009, devemos crescer 35% em 2011", diz Marco Abrahão, diretor de private banking da instituição.
O aporte mínimo de recursos exigidos é de R$ 3 milhões e a área de private conta com cerca de 6 mil clientes, atendidos por 90 bankers em quatro capitais, responsáveis pela gestão de cerca de R$ 36 bilhões.
O banco também abriu no final do ano passado a opção para financiar aeronaves, com o registro até agora de três operações. Segundo Abrahão, com este leque de serviços e produtos já é possível falar em fidelização do cliente de private.
Com as perspectivas de crescimento, bancos que já foram fortes até tempos atrás buscam reconquistar seu espaço. É o caso do UBS, que teve expressiva participação entre 2006 e 2009, quando mantinha o controle do Pactual. Dois anos após a venda para a BTG, o UBS promete retornar com força ao mercado.
Segundo Sérgio Kimio, responsável pela area de wealth management, o banco pretende atuar na faixa do topo da pirâmide, com produtos customizados.
"O UBS quer ficar bem posicionado nos emergentes, ainda que com crescimento diferenciado. Há uma experiência positiva baseado em crescimento na Ásia". No mundo, o UBS administra recursos estimados em US$ 975 bilhões e não projeta números para o Brasil.
Com larga experiência no private em 10 países, o Santander consolidou sua posição no país após a aquisição do ABN Amro e hoje atende cerca de 7 mil pessoas físicas e 4 mil empresas. Segundo Maria Eugênia Lopez, diretora de private banking da instituição, o banco exige investimento mínimo de R$ 3 milhões, mas atua de forma diferenciada para todas as faixas de maior poder aquistivo.
"Trabalhamos dentro do conceito de advisory, no qual enxergamos o cliente de forma global para atender suas expectativas", afirma. Segundo ela, "um cliente de R$ 3 milhões valoriza o termo private, já o de R$ 50 milhões prefere mais discrição", afirma.




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