segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Azul.01.08

Daily News

Sem Parar busca sócios para ampliar operação
Valor 01.08.2011 - Donda, da STP, que reúne o Sem Parar e o Via Fácil, acompanha mudanças em SP.
A Serviços e Tecnologia de Pagamentos (STP), dona dos sistemas de captura eletrônica de pagamento de pedágios Sem Parar e Via Fácil, está à procura de mais sócios. Com a chegada de novos acionistas, a empresa busca ampliar seus serviços de cobrança automática, transformando a tecnologia em uma espécie de cartão de crédito para pagamento em postos de gasolina e fretes de caminhoneiros. Cerca de seis fundos de "private equity" avaliam comprar uma fatia da STP, apurou o Valor.
Hoje, a empresa tem como sócios as principais empresas de concessões rodoviárias do país: CCR (38,25%), CCBR Catel (35%), Ecorodovias (12.75%), GSMP (9,32%) e OHL Brasil (4,68%).
Segundo o Valor apurou, as concessionárias não devem sair do negócio. O novo sócio deve ficar com uma fatia significativa da companhia, tomando um pouco da dianteira das discussões na empresa, que hoje estão bastante descentralizadas. Para alguns interessados na operação, a manutenção das concessionárias é necessária pelo entendimento que elas possuem do trânsito nas estradas.
"Para fazer essas ampliações, podemos buscar especialistas nesses setores, que terão competências para agregar ao negócio", diz Pedro Donda, presidente da STP.
A abertura de capital na bolsa de valores também chegou a ser analisada pela companhia. O plano, porém, encontrou como dificuldade um cenário mais difícil para as ofertas de ações.
Atualmente, mais de e 2,9 milhões de veículos utilizam o sistema, que é responsável, em média, por 38% das passagens nos pedágios, e já ultrapassa 70% em algumas praças.
No início da semana passada, o governo de São Paulo divulgou estudos realizados por um grupo de trabalho sobre o pedágio eletrônico. Além de anunciar testes para começar a fazer cobrança por quilômetro rodado, informou que deverá haver mudanças que podem afetar o atual modelo do Sem Parar para a cobrança nos pedágios.
A empresa faz a cobrança em estradas que são concessões. O serviço funciona por meio de um dispositivo (tag) instalado no vidro dianteiro dos automóveis. Com o aparelho, o veículo não precisa parar nos pedágio - nem fazer os pagamentos nos caixas dos shoppings que oferecem os serviços.
O negócio, na visão de analistas, é comparado ao de um cartão de crédito. Quando instala o dispositivo, o usuário paga uma taxa e depois também são cobradas mensalidades.
Essa forma de cobrança entrou no radar do governo paulista. No caso dos pedágios em rodovias, a cobrança automática garante uma renda extra à empresa. A avaliação é que essa receita está sendo obtida fora dos parâmetros da concessão, que prevê a cobrança dos pedágios, mas não o ganho com as taxas cobradas pelo Sem Parar.
O grupo de trabalho informou que está em estudo transformar também o pedágio eletrônico em uma concessão. Por estar ciente de que poderá ser alvo de alguma mudança regulatória, a STP procura formas de expandir seus negócios para outros segmentos. "O desafio é criar serviços de maior valor agregado para que as pessoas queiram pagar pelo sistema", diz um executivo que participa das negociações em torno da STP.
Donda informa que a STP está acompanhando os trabalhos do grupo de estudo do governo paulista e que nada do que foi anunciado surpreendeu a empresa. Ele afirmou que ainda não está decidido se o serviço passará a ser oferecido por meio de uma concessão.
"Se for uma concessão, ou se for aberta algum tipo de concorrência, vamos participar do processo", afirma o executivo. "Temos anos de experiência e todas as condições de vencer", diz.
Ele afirma que o governo deseja uma tecnologia mais moderna e barata para o serviço. "O usuário poderá deixar de pagar pelo tag, por exemplo. Mas, se ele não pagar, haverá outra solução. O governo poderá fornecê-la, por exemplo. A empresa não vai deixar de contar com essas receitas", diz Donda, reforçando que está aguardando a definição do novo modelo de cobrança e remuneração por parte do governo.

Setor de serviços domina IPOs no Brasil
GPdeLondrina 30.07.2011 - Metade das empresas que abriram seu capital no primeiro semestre são prestadoras de serviços. Demanda, aumento de renda e redução do desemprego explicam fenômeno
Mercado interno aquecido, aumento da renda e redução do desemprego a níveis recordes foram uma combinação ideal para que a demanda por serviços aumentasse. Em momento de alta na taxa de juros, as empresas do setor driblaram o crédito caro e foram reforçar o caixa no mercado de ações: das 18 ofertas públicas iniciais (IPOs, na sigla em inglês) registradas na BM&FBovespa entre o início de 2010 e julho de 2011, a metade envolveu prestadoras de serviços.
“Como as empresas não estavam preparadas para um aumento tão grande da demanda, elas tiverem de captar recursos para investir. Optaram pela bolsa porque é mais barato, ainda mais em um cenário de alta do juro”, diz Osmar Camilo, analista da corretora Socopa. As companhias do segmento que abriram capital no período foram: Aliansce, Multiplus, OSX Brasil, Ecorodovias, Mills, BR Insurance, Sierra Brasil, Time For Fun e Qualicorp.
Para o economista José Góes, da WinTrade, essa “corrida” pelo IPO é natural. “O setor de serviços elevou a participação no Produto Interno Bruto, e a maioria das ações da Bolsa ainda é de uma época em que a indústria era o maior setor”, diz. Em 2010, os serviços representaram quase 70% do PIB nacional.
Analistas afirmam que as perspectivas são, em geral, positivas. “A demanda doméstica cresceu e essas empresas são na maioria voltadas para o mercado interno”, diz Camilo. Além disso, como o setor de serviços não concorre com os importados, fica mais fácil para as empresas reajustar preços.

Multigrain toma US$ 500 milhões
Valor 01.08.2011 - Empréstimo foi desembolsado em menos de 1 mês, diz Canineu, do ING.
Em meio ao cenário global conturbado, algumas empresas encontram brechas para fechar operações de captações externas. É o caso da trading de grãos Multigrain, cujo controle foi adquirido pela japonesa Mitsui em maio, que fechou na semana passada um empréstimo sindicalizado de US$ 500 milhões. A linha de pré-pagamento à exportação, uma das maiores já liberadas para uma empresa de agronegócios no país, tem prazo de 19 meses e será usada para capital de giro e refinanciamento de dívida.
A demanda dos bancos para participar da operação - que levou menos de um mês entre o lançamento e o desembolso - chegou a US$ 740 milhões, de acordo com Samuel Canineu, vice-presidente para a área de empréstimos sindicalizados para as Américas no ING, que liderou o negócio, ao lado de ABN Amro e Credit Agricole. A operação contou ainda com outras oito instituições financeiras.
A taxa obtida pela companhia na operação não foi revelada, mas Canineu diz que as condições seriam melhores se o prazo para os bancos participarem do empréstimo fosse estendido. Apesar da forte procura, a Multigrain acabou optando por não elevar o valor nem reduzir o preço porque queria fechar o negócio logo para não ter de se sujeitar à volatilidade do mercado. "Diante do interesse demonstrado, a demanda poderia chegar a US$ 900 milhões", estima.
As condições do empréstimo acabaram agradando aos bancos. Segundo Canineu, o mercado não tem visto muitas operações do tipo com prazo mais curto e, como não contou com garantia do controlador, o prêmio foi considerado atrativo.
A participação dos bancos no negócio teve ainda uma motivação estratégica. Como a Multigrain passa por um momento de transição após a reestruturação societária, é provável que a companhia volte logo a mercado. "Os bancos que entraram no empréstimo certamente desejarão participar de uma possível colocação de bônus da companhia no futuro", afirma.
A Multigrain é um dos principais negócios da Mitsui no Brasil, ao lado da participação no bloco de controle Vale. Os japoneses entraram no capital da trading - que atua principalmente nos mercados de soja, milho e algodão - em 2007. Neste ano, a Mitsui pagou US$ 274 milhões pela fatia de 44,2% no capital da companhia que pertencia à americana CHS e os 10% das ações que estavam em poder da PMG Trading, do empresário Paulo Garcez.
Incertezas à parte no exterior, as empresas brasileiras continuam a acessar o mercado, seja em busca de recursos ou para sondar o interesse do investidor. Na quinta-feira, o conselho de administração da Usiminas aprovou a contratação de uma linha de crédito rotativo de US$ 750 milhões. As condições da operação não foram reveladas pela siderúrgica.
Nesta semana, o Banco Safra agendou uma série de reuniões com investidores de bônus nos Estados Unidos e em Londres, segundo informações da agência Bloomberg. Os encontros serão intermediados por J.P. Morgan e UBS. Algumas empresas, no entanto, optaram por interromper os processos de captação por causa do ambiente ainda incerto no mercado internacional, que atrapalha a definição de preços para as operações.

Vilma Alimentos chega ao PR e planeja verticalização
Valor 01.08.2011 - "Vamos otimizar a estrutura de silagem para operar com soja", diz Tavares.
A Vilma Alimentos, uma das maiores empresas de massas de Minas Gerais, com faturamento de R$ 429 milhões em 2010, vai fincar seus pés no Paraná, maior produtor nacional de trigo. A empresa colocará em funcionamento neste mês um complexo de silos para estocar e segregar o cereal. A estratégia com o complexo, localizado em Cambé, é garantir a separação das diferentes variedades do grão de acordo com as necessidades específicas da indústria.
Os planos da Vilma para o Paraná não se limitam à armazenagem. O projeto é verticalizar a produção com a construção de um moinho de trigo e de uma fábrica de macarrão. A empresa planeja ainda ocupar com soja os armazéns que ficarem ociosos na entressafra do trigo. Até agora, foram aplicados R$ 17 milhões para implantar os silos. Todo o projeto no Paraná deve demandar cinco anos e um aporte de mais de R$ 60 milhões.
Com dois moinhos em Contagem (MG), a Vilma decidiu se estabelecer no Paraná por dois motivos, segundo o vice-presidente de Vendas de Marketing da Vilma, Cezar Tavares. O primeiro foi a necessidade de aumentar o volume de farinha de trigo para atender à demanda da fábrica mineira de macarrão que, em 2010, foi ampliada de 5,5 mil toneladas mensais para 10 mil toneladas.
A segunda razão é a necessidade de separar os diversos tipos de cereal no Paraná de acordo com o produto fabricado na indústria, conta ele. "A farinha que usamos para a panificação vem de um cereal diferente da que é usada para produzir macarrão ou mistura para bolo", exemplifica o executivo.
E o Brasil, afirma Tavares, produz todos os tipos de trigo que a empresa precisa. No entanto, eles chegam na fábrica misturados. "Por isso, resolvemos ir até a área de produção e fazer a separação". O complexo será equipado com laboratório que fará análise da variedade caminhão por caminhão.
Do Paraná vem 120 mil toneladas de trigo, do total de 200 mil toneladas demandados por ano pela empresa. Em torno de 40 mil toneladas são trazidas da Argentina e o mesmo volume, das áreas triticultoras de Minas Gerais.
Nesta primeira fase, o complexo terá capacidade estática para armazenar 36 mil toneladas de cereais, distribuídos em seis silos. Outros seis armazéns receptores também serão instalados. Assim, até o fim de 2012 a empresa pretende atingir estocagem de 100 mil toneladas no Paraná.
"A estrutura está preparada para limpar e secar grãos e, por isso, estamos nos preparando para otimizar a operação com soja", diz Tavares. Ele afirma que a empresa ainda não bateu o martelo sobre como será a atuação com esse grão. "Podemos apenas exportar, ou produzir óleo e farelo e até biocombustível", afirma o executivo. A intenção é começar a operar com soja já na próxima safra de verão.
A partir da produção no Paraná, a Vilma quer expandir suas vendas de macarrão para o Sul do país, onde praticamente não atua. "Nosso mercado está mais concentrado em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Goiás".
A empresa também anunciou a construção do terceiro moinho de trigo, em Contagem. Com isso, a capacidade mineira de processamento do cereal será estendida de 17 mil toneladas mensais para 21 mil toneladas. O consumo anual de trigo vai aumentar para 250 mil toneladas a partir de outubro.
A atual capacidade de estocagem de trigo em Minas Gerais é de 60 mil toneladas. Recentemente, a Vilma construiu dois silos de 7 mil toneladas cada, ampliando para 74 mil toneladas a capacidade. "Com a silagem do Paraná, de 36 mil toneladas, já estamos agora com 110 mil toneladas de capacidade", diz.

O Boticário quer 3º lugar no mercado da venda direta
DCI 01.08.2011 - Apesar de ser recente, a criação da Eudora pelo grupo líder do ramo de franquias de cosméticos, O Boticário, a perspectiva é audaciosa: conquistar o terceiro lugar no ranking de venda de cosméticos no mercado de porta a porta, liderado por Natura, Avon e Jequiti. A nova empresa, que pretende atingir um nicho de 14,5 milhões de mulheres em apenas quatro meses de operação, acumula capital notável: mil representantes de venda concentrados no Estado de São Paulo.
Com uma estratégia diferente, a Eudora conta ainda com quatro lojas paulistas, duas no Rio de Janeiro e duas em Minas Gerais. São 250 seus produtos, como perfumes, cremes e maquiagem. Nos planos, abertura de pontos de venda na Região Nordeste e ampliação do portfólio para 700 itens, diz a diretora de Marketing da Eudora, Helena Garcia de Gracia. Otimista, a executiva acredita que há grande potencial no segmento. "As brasileiras mal começaram a usar maquiagem", diz.
O público-alvo da Eudora são as "mulheres do século XXI de cerca de trinta anos". Outro dado levantado por estudos d' O Boticário mostra que 70% dos cosméticos são vendidos de porta a porta no Brasil. "A venda direta e as franquias trazem a sofisticação dos cosméticos, como acontece na Europa e nos Estados Unidos. O que é uma compra normal para a classe A, pode ser um objeto aspiracional da C", observa Helena. A mercadoria mais cara do portfólio custa R$ 120. Segundo Helena, o projeto da Eudora surgiu há três anos nos bastidores da companhia que a criou. "A empresa nasceu quando O Boticário decidiu firmar seu posicionamento com vendas diretas."

Pátria capta fundo de R$ 1 bi para imóveis
Valor 01.08.2011 - "Os bancos dão recursos para as empresas por prazos curtos, de três a quatro anos. Podemos financiá-las por até dez anos, em torno de 12% ao ano com o fundo", afirma Matarazzo, sócio do Pátria.
O Pátria Investimentos acaba de concluir a captação de um fundo de R$ 1 bilhão para aplicar em ativos imobiliários. No radar da gestora, estão empreendimentos que possam ser alugados por grandes empresas, como escritórios, centros de distribuição e fábricas.
Com o novo fundo, o Pátria quer colocar a área imobiliária como um de seus principais negócios, seguindo o modelo de seu novo sócio, a americana Blackstone, que em setembro de 2010 comprou 40% da gestora brasileira. Dentro os US$ 124 bilhões que a Blackstone tem sob gestão, US$ 26,5 bilhões estão em fundos imobiliários, sendo que os hotéis Hilton, por exemplo, estão em seu portfólio.
"Esse fundo cristaliza nossa atuação em imóveis, que veio para ficar", diz Olímpio Matarazzo Neto, sócio do Pátria, que administra R$ 7,1 bilhões. Até agora, a experiência do Pátria com imóveis estava limitada a um fundo de R$ 150 milhões. A fase agora é de desinvestimento, tendo vendido até agora três de seus dez empreendimentos.
"O objetivo do Pátria é oferecer soluções imobiliárias para as empresas, principalmente para aquelas que queiram se desmobilizar para levantar recursos de longo prazo", diz Matarazzo.
As companhias podem vender seus imóveis para o fundo e passar a pagar um aluguel fechado em contratos de longo prazo. Além disso, os recursos do fundo podem ser usados para construir e posteriormente locar o empreendimento para a empresa, sem que ela desembolse recursos de seu caixa para o investimento inicial.
Algumas companhias têm partido para o uso de seus ativos imobiliários como fonte de recursos para investimentos. No ano passado, a operadora Oi, por exemplo, adiantou R$ 1,6 bilhões em recursos por meio de uma operação envolvendo seus imóveis.
"Os bancos dão recursos para as empresas por prazos curtos, de três a quatro anos. Podemos financiá-las por até dez anos, em torno de 12% ao ano com o fundo", afirma Matarazzo.
Entre as operações que o fundo pode fazer estão a compra de prédios de escritórios e a construção com posterior locação de indústrias, centros de distribuição. São as chamadas transações de "build to suit" e "sale and lease back".
Mesmo antes de concluir a captação do fundo, que levou mais de dois anos, o Pátria já começou a investir os recursos. Cerca de R$ 280 milhões estão aplicados em quatro projetos: o edifício Lagoa Corporate, no Rio, a construção de uma unidade da faculdade Ibmec, também no Rio, e dois centros de distribuição da Gerdau, um no Rio e outro em São Paulo.
O fundo ainda tem três anos para realizar as aplicações e outros quatro para sair dos projetos. Na distribuição geográfica, cerca de 50% do portfólio do fundo deve ficar alocado entre São Paulo e Rio de Janeiro.
O apetite do Pátria está voltado para transações em torno de R$ 150 milhões. Mas o poder de fogo do fundo deve ser dobrado, segundo Matarazzo, com o uso de parcelas de dívida.
A captação do fundo envolveu duas etapas. Em 2008, em meio à crise, o Pátria optou por concentrar os esforços entre investidores brasileiros, com a ajuda dos bancos Itaú e Citi. Já no ano passado, o dinheiro passou a ser buscado no exterior. No fim, estrangeiros e nacionais são responsáveis cada um por 50% do fundo.
De acordo com Matarazzo, o Pátria tem planos de levantar novos fundos imobiliários, mas isso só poderá ser feito depois que 75% dos recursos do atual veículos já estiverem aplicados. Entre os planos futuros da gestora, estão os investimentos em shopping center, hotéis e até florestas.
Neste momento, segundo o Valor apurou, a gestora está em meio à captação de um fundo bilionário para aplicar em imóveis e parte desse dinheiro pode vir para o Brasil, já que não tem limitações geográficas. Isso abriria espaço para o Pátria ampliar suas aplicações para além do R$ 1 bilhão do atual fundo. A informação, porém, não é confirmada pelo Pátria.
Não são apenas os fundos de participação em empresas ("private equity") que estão atingindo cifras bilionárias no Brasil. Além do Pátria, em outubro de 2010, a Prosperitas concluiu a captação de um fundo de R$ 1 bilhão para investir no setor imobiliário.

Impasse pode vetar fundo para construção civil
Folha 01.08.2011 - Um impasse entre a equipe econômica e o setor de construção pode deixar de fora da nova política industrial a criação de um fundo para inovação na área.
O governo quer compensar os impactos da valorização do real e fazer a taxa de investimento, de 18,4% do PIB em 2010, atingir 24% até 2015.
Os fundos setoriais eram uma alternativa. Estavam em estudo também a redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), mais rapidez na devolução de créditos tributários, desoneração da folha de pagamento e outros estímulos à inovação.
As propostas, que serão anunciadas amanhã, foram fechadas neste fim de semana após duas reuniões com a presidente Dilma Rousseff.
Segundo técnicos, não foi possível estruturar os fundos a tempo. O da construção era dos mais adiantados, mas representantes do setor são contra.
O governo quer manter reduzidas as alíquotas para vários itens da construção e criar uma contribuição para formar o fundo. Outro impasse era a desoneração da folha.

CVM identifica segundo caso de erro em informações sobre derivativos
Valor 01.08.2011 - A estratégia da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de checar as informações que as empresas divulgam nos balanços sobre uso de instrumentos derivativos começa a dar resultados.
Já se tinha conhecimento de que a Saraiva havia feito uma divulgação incorreta sobre o uso desses instrumentos, e agora o órgão regulador informou que o mesmo problema ocorreu também nos demonstrativos financeiros da Celulose Irani.
Nos dois casos, as companhias disseram nas notas explicativas dos informes referentes ao primeiro trimestre de 2010 que não usavam nenhum tipo de derivativo. Ao cruzar a informação com os registros de operações feitos na Cetip, a CVM identificou que as empresas usavam instrumentos ligados à taxa de câmbio.
Os volumes eram baixos. O valor nocional - equivalente a exposição cambial - era de R$ 1,6 milhão no caso da Saraiva e de R$ 4 milhões na Celulose Irani.
Mesmo assim, a CVM entendeu que foram cometidas irregularidades, já que as empresas afirmaram expressamente, nas notas explicativas, que não usavam esse tipo de contrato.
Segundo a autarquia, o cruzamento dessas informações se intensificou após os episódios de grandes perdas com derivativos na crise financeira de 2008.
Conforme comunicado de sexta-feira da CVM, o diretor financeiro e de relações com investidores da Celulose Irani, Odivan Carlos Cargnin, vai pagar R$ 90 mil à autarquia para pôr fim ao processo pelo erro de informação. Em maio, o diretor financeiro da Saraiva aceitou pagar R$ 100 mil para acabar com a investigação.
A Deloitte, que audita as duas companhias, foi julgada e inocentada no caso da Saraiva, devido ao baixo valor dos contratos.

Petrobrás quer ser a maior produtora de etanol no Brasil até 2015
Estadão 29.07.2011 - Estatal ocupa, atualmente, o terceiro lugar, com 5,3% da produção no País; a Cosan-Shell lidera, com 7%. O presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, afirmou nesta sexta-feira, 29, que a empresa planeja se tornar a maior produtora de etanol no Brasil até 2015, alcançando 12% do mercado nacional. Atualmente, a companhia ocupa o terceiro lugar, com 5,3% da produção no País. A Cosan-Shell lidera, com 7%.
"Em 2010, 51% do mercado brasileiro de combustíveis era de etanol. Como é que a maior produtora de gasolina vai ficar longe desse mercado?", questionou o executivo. "Temos que aumentar a produção de todos os combustíveis e, por isso, estamos fazendo aquisições de plantas de etanol", completou.
O Plano de Negócios 2011-2015, anunciado na última sexta-feira, prevê investimentos de US$ 4,1 bilhões em biocombustíveis até 2020, dos quais US$ 1,9 bilhão voltados para a produção de etanol. "Claro que o álcool é rentável, os usineiros estão dominando o Brasil a 450 anos", completou Gabrielli.
Diesel: O Brasil deverá se tornar autossuficiente em diesel até 2015, chegando à mesma situação em relação à gasolina em 2018 ou 2019, afirmou o presidente da Petrobrás. Até lá, completou, a companhia continuará importando o combustível para dar conta da crescente demanda do País.
"A Petrobrás pode importar e vai importar, porque tem compromisso de não deixar faltar gasolina. Este ano já importamos o equivalente a 3 dias de abastecimento e no segundo semestre vamos importar mais", reafirmou o executivo.
Segundo ele, as refinarias da empresa - que detém 100% do refino no País - estão operando no limite, a 92% da capacidade instalada. "A demanda por gasolina cresceu 19% em 2010, este ano já aumentou 7%. Cresce mais do que o PIB", acrescentou.
Para Gabrielli, o estrangulamento da produção é uma das "boas dores do crescimento econômico". De acordo com ele, os estoques de combustível no País estão em níveis adequados, mas, de qualquer forma, o consumidor não é afetado pela importação.
Fertilizantes: Gabrielli afirmou que a companhia também tem planos de expandir a produção de fertilizantes nitrogenados no País. O executivo, porém, evitou comentar as negociações da empresa com a Vale a respeito da produção de potássio em Sergipe.
"Não podemos falar de negociações potenciais, mas estamos fazendo três plantas de produção de ureia e amônia, que vão levar o Brasil a ser autossuficiente em amônia em 2015 e reduzir pela metade a importação de ureia no mesmo ano", afirmou Gabrielli, citando empreendimentos nos Estados do Mato Grosso, Minas Gerais e Espírito Santo.
Segundo ele, elevar a produção de fertilizantes é estratégico para o mercado de gás natural no Brasil. "Atualmente, mais da metade do mercado nacional de gás depende da expectativa de chuva, então você não tem certeza nunca qual é a quantidade de gás que vai ser usada em termoelétricas. O objetivo é melhorar a rentabilidade para a Petrobrás", completou. Produzir fertilizantes seria uma forma de otimizar o consumo do gás produzido pela própria Petrobrás.

Analistas apostam em união de Dasa e MD1 sem restrições
Valor 01.08.2011 - O parecer da Procuradoria Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), inicialmente contrário à união entre MD1 e Dasa, pode trazer alguma pressão às ações da companhia de laboratórios pelo poder que terá em adiar a conclusão do negócio. No entanto, na visão do mercado, o relatório que balizou o parecer contém algumas inconsistências. Portanto, os analistas acreditam que a operação não deverá ser suspensa.
As ações da Dasa subiram 4,3% na sexta-feira, para R$ 19,25. Assim, reduziram as perdas acumuladas na semana para 2%.
Para os analistas Rafael Frade e Carlos Firetti, do Bradesco BBI, o processo de análise deve levar mais tempo, o que pode adiar benefícios esperados pela empresa, em particular a amortização de ágio da incorporação da MD1. Inicialmente, esperava-se que esse benefício fiscal já apareceria nos resultados do terceiro trimestre. Em termos de sinergias, acreditam os analistas, o principal ganho viria de renegociações com fornecedores, o que já foi absorvido.
O parecer da Procuradoria do Cade aponta concentração em diversos mercados, especialmente no Rio e em São Paulo, onde a empresa alcançaria uma participação de mais de 50%. Como exemplo, cita 55% no segmento de exames por imagem no Rio e, em outros casos, de quase 100%.
O analista do Itaú BBA Marcio Osako afirma que o relatório não é muito claro e "parece apresentar algumas inconsistências que poderiam reverter o parecer, caso confirmado".
Em primeiro lugar, afirma, a taxa de concentração apontada de mais de 50% parece ser elevada, mesmo no Rio de Janeiro, onde a MD1 tem forte posição.
Nos cálculos do analista do Itaú, a participação da Dasa-MD1 seria de aproximadamente 38%. Para chegar a esse percentual, ele somou as receitas de ambas em 2010 no Estado - R$ 450 milhões para MD1 e R$ 150 milhões para Dasa. Ele comparou esse somatório com o tamanho do mercado carioca, que seria de R$ 1,6 bilhão, considerando um mercado brasileiro de diagnósticos de R$ 12,2 bilhões e uma participação de 13%, que é a fatia do Rio no segmento de planos de saúde.
Em segundo lugar, afirma o relatório do Itaú, já que a MD1 não tem presença em São Paulo, a operação não apresentaria nenhuma alteração em termos de concentração, conforme diz o parecer.
Para os analistas, essas inconsistências podem ter surgido porque no relatório do parecer não existe uma definição de concentração de mercado (ou seja, quais parâmetros foram levados em consideração, como equipamentos, receita, região geográfica) e pelo fato de a definição de grupo econômico em questão poder estar incorreta, que é o principal argumento da Dasa, conforme comunicado.
Edson Bueno, fundador da Amil, tem o controle dessa companhia, com 65%. Além dessa posição, conforme observam os analistas JC Santos e Pedro Montenegro, do BTG Pactual, ele tem participações minoritárias em outros negócios de saúde: fatia de 8,8% na Dasa-MD1 e de 10% na Medise, que tem direitos sobre a marca D'Or e reúne os hospitais Copa D'Or e Quinta D'Or.
O parecer pode ter considerado erroneamente algumas (ou todas) as operações da D'Or (incluindo o Hospital São Luiz, que possui operações em São Paulo). A D'Or é, na verdade, a principal concorrente no Rio e foi adquirida pelo Fleury. A potencial má interpretação pode ter ocorrido por conta dessa fatia de Bueno na Medise. O Grupo FMG era o acionista controlador dos hospitais Copa D'Or e Quinta D'Or e mais tarde adquiriu o São Luiz.
Para o BTG, Bueno, que é o principal link entre as empresas, está sendo considerado pelo parecer do Cade como um único grupo econômico. Mas como ele tem controle da Amil e participações minoritárias em outras instituições, qualquer possibilidade de avaliação de que um monopólio estaria sendo formado estará minada. Em relatório, analistas do J.P. Morgan também não acreditam que a operação tenha de ser desfeita. Embora observem que a notícia é negativa para as ações, no curto prazo.

Odontoclinic
Folha 01.08.2011 - A Odontoclinic vai abrir 30 clínicas odontológicas até o final deste ano.
As principais inaugurações serão em cidades do interior de São Paulo, do Rio de Janeiro e nas capitais do Paraná e de Minas Gerais.
No ano passado, a companhia passou a ser controlada pelo fundo de investimentos Bravia Capital.
"Nosso DNA é a baixa renda. Por isso, queremos manter o foco nesse público, que deve ter um aumento considerável de renda nos próximos anos, antes de partirmos em busca de clientes no exterior", diz Carlos Leão, gestor da Bravia Capital e presidente da Odontoclinic.
Os principais atrativos das redes de odontologia popular são o tratamento ortodôntico e a facilidade de parcelamento do pagamento dos procedimentos.
Números: R$ 200 mi é a projeção de receita da rede para este ano. 164 clínicas deverão estar em funcionamento até o final de 2011; hoje são 134, segundo a Odontoclinic.

Preços mandam na escolha das farmácias
Valor 01.08.2011 - Facilidade para estacionar, tempo na fila, qualidade do atendimento e disponibilidade do produto importam pouco na hora de escolher uma farmácia quando comparados ao peso dos preços, das promoções e da formas de pagamento. Os clientes das drogarias estão duas vezes mais preocupados com os custos do que com aspectos relacionados a benefícios, segundo pesquisa da consultoria CVA Solutions com 5.281 brasileiros.
O impacto dos custos na escolha de farmácias, de 67%, é o terceiro maior entre 25 canais de venda de produtos e serviços analisados pela CVA. Só perde para seguradoras de automóveis e bancos de varejo. Para se ter uma ideia, o peso dos custos na decisão de onde comprar eletrodomésticos é bem inferior, de 41%, e na escolha do bar para uma cerveja com os amigos, de apenas 38%.
"O benefício pesa mais quando a compra envolve prazer. A farmácia está mais associada à doença. Quando o benefício pesa pouco, o cliente olha para o custo", diz o sócio-diretor da CVA, Sandro Cimatti. Depender somente do preço para conquistar o cliente, entretanto, põe em risco a rentabilidade da drogaria. "Para o benefício pesar mais, é preciso conversar com o consumidor, fazer com que ele deixe de ser anônimo, e oferecer serviços inteligentes", aponta.
Cimatti sugere o modelo de drogarias dos Estados Unidos, que acompanham de perto grávidas e doentes crônicos, clientes de compras rotineiras e que, por isso, são muito rentáveis. "Quando faltam dois comprimidos para acabar a caixa, a farmácia manda outra", conta. A empresa pode ligar ou enviar uma mensagem de celular para confirmar o desejo do cliente.
O consultor também sugere parcerias para oferecer cartões de crédito com bandeira da drogaria. Nesse caso, a farmácia pode conhecer melhor o perfil de consumo do cliente, além de aproveitar a fatura mensal para enviar informativos de promoções.
O conforto também pode ser proporcionado pela venda on-line. O canal, no entanto, é usado só por 18,2% dos entrevistados. E apenas 5,2% dos consumidores apontam a entrega rápida no domicílio como motivo para concentrar as vendas em uma drogaria. Mesmo assim, Cimatti afirma que a tendência é esses serviços ganharem peso. "Seja pela internet ou pelo telefone, o mercado de entregas será cada vez mais importante. Se você não entrar na casa do consumidor, o seu concorrente vai".
Para agregar prazer à compra, outra tendência é oferecer itens de higiene e beleza. Depois dos medicamentos, com 69,6% do total, essa é a categoria de produtos que mais tem impacto na escolha da drogaria para 7,4% dos entrevistados. A oferta de cosméticos também soma em rentabilidade, já que as margens costumam ser maiores do que as de remédios.
A pesquisa também apontou que apenas 7,8% dos consumidores fazem a maior parte de suas compras de medicamentos nas farmácias de supermercados. Elas foram consideradas mais caras por 32,1% deles e com menos variedade de produtos por 17,3%.
A pesquisa também pediu aos consumidores que avaliassem as farmácias que mais frequentam segundo os critérios de custo e benefício. A melhor pontuação foi obtida pela Ultrafarma, principalmente pelos quesitos preço e promoções. A rede é a opção de metade dos entrevistados que compra remédios on-line.
No ranking de força da marca, a campeã foi a cearense Pague Menos, com a maior "atratividade líquida" (diferença entre opiniões positivas e negativas). A parcela que disse ser essa a melhor drogaria (19,2%) menos a que disse ser a pior (1,1%) resulta em 18,1%. O indicador ficou bem acima do da segunda colocada, a Ultrafarma, com 7,7%. O preço atraente foi um motivo apontado por 66,5% dos clientes para comprar na Pague Menos.
A Drogasil e a Droga Raia - que negociam uma fusão para formar a maior empresa do setor- ficaram em terceiro e quarto lugar no ranking de força da marca. A Drogaria São Paulo, que anunciou a compra do Drogão há pouco mais de um ano, aparece em quinto. A amostra da CVA inclui 43 farmácias. "Esse mercado é muito pulverizado e existem muitas chances de consolidação. Quem não comprar vai ser comprado", considera o sócio-diretor da CVA, Sandro Cimatti.

O quase 'rei' dos genéricos enxerga longe
Valor 01.08.2011 - Carlos Sanchez não é uma unanimidade. Mais temido do que admirado no mercado, o presidente do conselho de administração do laboratório EMS não gosta de holofotes. Seu trabalho está nos bastidores para que sua empresa, a maior farmacêutica de capital nacional e a sexta da América Latina, torne-se até o fim do ano líder na produção de genéricos do Brasil.
Seu estilo discreto contrasta com a estratégia barulhenta da EMS. A empresa colocou nas ruas um exército para distribuir, em primeira mão, as cópias da famosa pílula azul, o Viagra, da americana Pfizer, que perdeu a patente no fim do primeiro semestre do ano passado. O resultado deu certo e o genérico do Viagra caiu na boca do povo.
A ordem veio de cima para baixo. Carlos Sanchez aparece pouco, mas cobra muito. O empresário tem colocado muita pressão em cima de seus principais executivos para não perder um milímetro que seja de participação de mercado e não deixar que sua principal concorrente, a Medley, controlada pela francesa Sanofi-Aventis, dispare na liderança de genéricos.
Embora ninguém da EMS confirme esse clima de tensão no ar, todo o mercado acompanha de perto qual será o próximo passo do grupo, que decidiu pôr em prática este ano um investimento milionário para ganhar mais escala e avançar em cada espaço onde a EMS ainda não está presente. Avesso à imprensa, o Valor insistiu durante um mês, mas o empresário recusou-se a conceder entrevista.
Companhia, com faturamento bruto de R$ 3,3 bilhões, resiste a constantes assédios de multinacionais
Serão quase R$ 400 milhões para construir três novas fábricas para fazer frente à concorrência e à crescente demanda por medicamentos. A primeira delas será erguida em Manaus, na região da Zona Franca, beneficiada pelos subsídios do Estado, com aportes de R$ 180 milhões. A estratégia é avançar no Norte do país e penetrar em todos os grotões onde a EMS ainda não conquistou. Apenas nesse local deverão ser fabricados 1,5 bilhão de comprimidos por mês. O terreno já foi adquirido e as obras deverão começar até o fim do ano.
Ao lado da sede da farmacêutica, em Hortolândia (SP), a empresa também vai levantar uma nova unidade de embalagem de medicamentos sólidos. As obras já começam neste mês e as operações estão previstas para o início de 2012. Outros dois projetos também deverão sair do papel nos próximos meses. A EMS está estudando área para construir uma fábrica em Brasília, em local ainda a ser definido, para antibióticos e hormônios, com um investimento de R$ 150 milhões, e uma unidade menor em Jaguariúna (SP), com aporte de R$ 30 milhões, para produzir suplementos alimentares.
"O Carlinhos tem uma maneira diferente de ver as coisas." A frase que tanto pode ser um elogio como uma crítica é na verdade as duas coisas. Foi dita por um empresário do setor farmacêutico, abatido pela EMS no meio do caminho.
Polêmico, Carlos Sanchez está sempre comprando uma briga. A mais recente foi com a AstraZeneca, que foi parar na Justiça. A farmacêutica, braço de genéricos da suíça Novartis, quer impedir que a EMS comercialize a versão genérica do remédio Crestor (para colesterol). A empresa entrou na Justiça contra a Germed, uma das empresas do grupo EMS, pedindo a revogação do registro sanitário concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a fabricação do rosuvastatina cálcica (substância utilizada no medicamento). A AstraZeneca alega que a autorização fere seu direito de propriedade industrial, enquanto a Germed argumenta que a multinacional não protegeu a molécula, apenas a fórmula, e a formulação do genérico não é a mesma. Em julho, a EMS conseguiu derrubar a liminar no Tribunal de Justiça de São Paulo, que impedia a venda do remédio. Mas essa disputa ainda vai longe.
É por esse e outros fatos que não são poucos os "adjetivos" atribuídos a Sanchez. "O cara é muito duro", "Tem sede de poder" e "Não tem muito amor pelas pessoas", apenas para citar alguns deles. Mas até mesmo os mais críticos reconhecem a força interna do empresário, que assumiu o grupo aos 26 anos, após a morte de seu pai, Emiliano Sanchez, em 1988. Economista, formado e pós-graduado pela USP (Universidade São Paulo), Carlos Sanchez hoje, aos 49 anos, estruturou um império nacional dos medicamentos, a sexta maior farmacêutica da América Latina, com faturamento de R$ 3,37 bilhões e cobiçada por grandes multinacionais.
Os negócios da família tiveram início nos anos 50, quando seu pai, que era farmacêutico, começou com uma pequena farmácia, a Santa Catarina, localizada em Santo André, na região do ABC paulista. Em 1964, Emiliano fundou a indústria de medicamentos EMS. A primeira fábrica da família foi instalada em São Bernardo, que continua até hoje em operação.
A EMS começou a ganhar projeção nacional no fim dos anos 90, com a aprovação da Lei dos Genéricos, em 1999. "Embora tenha muitas críticas ao modus operandi do Carlos Sanchez, uma coisa é inegável. Ele soube aproveitar o vácuo dos genéricos quando ninguém apostava que esse segmento iria dar certo", afirma um empresário do setor.
A estratégia de Sanchez foi agressiva para avançar nesse segmento, hoje a menina dos olhos de grandes multinacionais que querem expandir seus negócios no Brasil. O grupo tem sob o guarda-chuva da holding de Sanchez as empresas EMS, Legrand, Germed, Nova Química e Topz, da área farmacêutica, e ACS, de construção.
Para ganhar espaço em genéricos, o grupo utiliza suas empresas farmacêuticas para registrar um mesmo medicamento na Anvisa. Com isso, após a aprovação da agência, tem um mesmo medicamento nas mãos de várias de suas empresas. Fica mais fácil multiplicar as vendas.
"Ele herdou uma única empresa do pai e cresceu do nada", conta outro executivo concorrente. A velocidade de crescimento da companhia nos últimos dez anos foi tão grande que rivais tratam ironicamente a EMS pelo acróstico "Empresa do Ministro Serra", referindo-se a José Serra, àquela época, no fim dos anos 90, ministro da Saúde e idealizador da Lei dos Genéricos.
Em 1999, a EMS inaugurou em Hortolândia um complexo industrial de medicamentos. Três anos depois, o centro de pesquisa e desenvolvimento (P&D) do grupo começou a operar no mesmo local. É dali que a EMS trabalha no desenvolvimento das moléculas para compor a versão genérica de seus produtos. Atualmente, a produção de comprimidos soma 40 milhões de caixas por mês apenas neste local. Na unidade do ABC, fica a produção de hormônios, e, em Jaguariúna, funciona a Topz, de cosméticos e linha de varejo e linha para bebês.
Casado e pai de dois filhos, Carlos Sanchez não participa mais do dia a dia da empresa. O empresário faz reuniões mensais com as empresas coligadas para discutir resultados. Assim, Sanchez fica mais solto, como presidente do conselho de administração da EMS, para pensar em estratégia de crescimento do grupo. No ano passado, passou por problemas de saúde e teve que fazer tratamento fora do país. Para fazer frente aos desafios do mercado farmacêutico, que nos últimos dois anos vive um forte movimento de concentração, Carlos Sanchez cerca-se de pessoas de sua confiança para tocar os projetos de expansão. Waldir Eschberger, vice-presidente de mercado do grupo, foi pinçado do mercado para colocar a EMS nos holofotes. Há três anos na companhia, Eschberger, que passou pelo Aché e foi presidente da italiana Zambon no Brasil, é o responsável pela área de prescrição do grupo. A cargo de Luiz Borgonovi, presidente do grupo, fica a área de genéricos, que responde por 60% do faturamento do grupo.
"Em genéricos, estamos brigando para assumir a liderança até o fim do ano", diz Eschberger. "Decidimos investir em novas fábricas porque percebemos que o crescimento do grupo está acima do previsto. Em 2010, a expectativa era crescer 30%, mas tivemos uma expansão de 38%", observa. "Estamos produzindo 40 milhões de unidades de medicamentos ao mês. Se estivéssemos fazendo mais, venderíamos mais." A empresa não planeja ir à Bolsa. E é constantemente assediada por concorrentes. A gigante israelense Teva, por exemplo, vive sondando o grupo. Carlos Sanchez, no entanto, até agora, não dá indícios de que queira se desfazer do negócio.
O setor farmacêutico no Brasil movimentou US$ 20,6 bilhões em 2010, dos quais US$ 3,56 bilhões são genéricos, segundo dados da consultoria IMS Health.
No ano passado, a EMS se destacou das demais companhias do setor ao apostar pesado nas moléculas que perderam a patente. O Viagra (para disfunção erétil) pode ser até o caso mais emblemático, mas outros medicamentos também ajudaram a impulsionar suas vendas. Entre junho de 2010 a abril de 2011, o sildenafila (princípio ativo do Viagra) do EMS faturou R$ 133,1 milhões, com vendas de 7,71 milhões de unidades, de acordo com dados da empresa, com base na IMS Health. Nesse período, a fatia em reais do EMS ficou em 49,61% e, em unidades, em 50,57%.
O Lipitor (que combate o colesterol elevado), outro "blockbuster" (campeão de venda) da Pfizer, também tem rendido dividendos para a empresa. A venda da EMS do atorvastatina (princípio ativo do remédio), desde o lançamento, em agosto de 2010, até o mês de abril de 2011, ficou em R$ 40,5 milhões, com 568 mil unidades negociadas. Nesse período, a participação em reais da EMS ficou em 28,27% e em unidades comercializadas, 39,1%.
Sem considerar outros lançamentos importantes da EMS desde o fim do ano passado, que fizeram menos barulho, mas com relevância no mercado. É o caso do Olanzapina (medicamento Zyprexa, da americana Eli Lilly para esquizofrenia e transtorno bipolar), que movimenta em torno de R$ 280 milhões em vendas no país, além do Valsartana (remédio Diovan, da Novartis, para hipertensão), com faturamento de R$ 125 milhões, e o Rosuvastatina cálcica (medicamento Crestor, que resultou em processo contra a EMS), com vendas no mercado brasileiro de R$ 255 milhões.
Nos últimos dois anos, a farmacêutica EMS avançou em medicamentos que perderam a patente e geravam receita entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões ao ano no país. Em 2012, outros medicamentos com receita menor devem perder a patente.
O grupo conduzido por Carlos Sanchez não quer focar seus negócios apenas em genéricos, hoje o filé mignon da empresa. Segundo Eschberger, a EMS também quer avançar na área hospitalar, em OTC (remédios isentos de prescrição médica), na qual ainda tem participação pouco relevante, além de remédios biológicos. "Estamos indo para Manaus por causa disso. Temos parceria com várias universidades", diz o executivo.
Fora do Brasil, o grupo obteve a patente do Toragesic nos Estados Unidos no início de 2011, com certificado fornecido pelo United States Patent and Trademark Office, escritório federal do governo americano para a concessão de patentes e registros de marcas. No fim de 2009, já tinha obtido patente nos EUA para produto para tratamento de doenças gástricas. No exterior, a EMS tem 61 patentes concedidas e quer avançar ainda mais.
"Carlos Sanchez enxerga boa oportunidade e vai à luta. Seu excesso de agressividade gera ciumeira [no mercado]. Eu mesmo não nado na mesma raia que ele", diz um amigo que preferiu não se identificar.

Concessionárias de ferrovia pedem mudança
DCI 01.08.2011 - Para injetar competitividade, e, com isto, baixar o preço dos fretes, o governo tem feito a temperatura subir no setor ferroviário, com debates acalorados entre líderes do ramo. "Temos capacidade de investir R$ 10 bilhões em melhorias e em novas linhas nos próximos 5 anos, mas só o faremos se os contratos firmados forem respeitados", afirmou Rodrigo Vilaça, da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, que representa concessionárias como América Latina Logística (ALL), Transnordestina, e MRS, entre outras.
Já o presidente da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga, Luiz Henrique Teixeira Baldez, tem outra visão. "Havia postura imperial das concessionárias antes das novas regras. Elas se portavam como donas das linhas", diz. Tanta disputa no mercado se dá porque o modal ferroviário caminha - a passos lentos, porém seguros - rumo a se tornar o meio de transporte de carga dominante no Brasil. Hoje, 58% do transporte de cargas no País são feitos por rodovia, e 25%, por trem.
No transporte de passageiros, ficou para novembro o edital do primeiro dos dois leilões da concessão do Trem de Alta Velocidade (TAV) que ligará Campinas-São Paulo-Rio de Janeiro.

PAL vai ao Cade no processo da Latam
Valor 01.08.2011 - A companhia aérea chilena Aerolínea Principal (PAL) deve protocolar hoje no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) um parecer sobre o impacto da fusão entre a sua conterrânea LAN e a brasileira TAM, que pretende criar a Latam Airlines.
A informação é do advogado da PAL, o brasileiro Carlos Paiva, especialista no setor aéreo. De acordo com ele, o documento conterá informações sobre a operação da Pal na América do Sul e os reflexos da união da LAN com a TAM no mercado chileno.
"Nosso objetivo não é impedir a negociação, mas queremos que ela seja realizada com extremo cuidado", afirma o advogado da empresa aérea chilena. "O interesse nacional deve prevalecer, pois a TAM está sendo comprada pela LAN", acrescentou. A TAM afirma que o projeto com a LAN é de uma fusão.
Além dos dados da sua operação na América do Sul, a PAL vai incluir no parecer ao Cade informações sobre o impacto da Latam sobre a sua própria operação. Paiva cita como exemplo a rota Santiago do Chile-Córdoba (Argentina).
O advogado informa que a PAL entrou nessa rota em meados de 2010, com agressiva política de preços. As passagens aéreas entre Santiago e Córdoba, diz ele, chegaram a ficar 78% mais baratas. Mas a LAN, que já operava nessa linha, teria feito uma concorrência acirrada, forçando a PAL a sair desse mercado seis meses depois.
A PAL foi fundada em 2003 e tem atualmente uma frota de seis aeronaves, todas da fabricante americana Boeing. A companhia opera voos regulares entre seis cidades chilenas. Também oferece voos fretados para destinos turísticos do Brasil, da Argentina, da Venezuela e da África do Sul.
A PAL tem sido a principal crítica da negociação entre a LAN e a TAM no Chile. A empresa já enviou ao órgão antitruste chileno, o Tribunal de Defensa de la Libre Competencia (TDLC), um documento similar ao que pretende protocolar hoje no Cade.
A criação da Latam, anunciada em agosto do ano passado, está em compasso de espera porque está sob análise das autoridades chilenas e brasileiras. No Chile, o TDLC está colhendo informações para emitir um parecer, previsto para meados de agosto. A conclusão do negócio poderá se estender até março de 2012, se a LAN resolver recorrer à Corte Suprema do Chile.

Como a Vale foi bloqueada pelas siderúrgicas brasileiras, suas novas rivais
Exame 01.08.2011 - Fatia do Brasil nos negócios da Vale permanece estagnada, devido à concorrência de seus próprios clientes.
A vida já foi mais fácil para a Vale no mercado brasileiro. No seu auge, a companhia chegou a fornecer 70% do minério de ferro consumido pelas siderúrgicas locais. Hoje, a fatia é de 50%, e a própria companhia admite que a tendência é que a queda continue. O motivo é bem simples: seus clientes, as siderúrgicas, passaram também a ser seus maiores concorrentes. Isto porque estão investindo cada vez mais na autoprodução de minério de ferro.
“A autossuficiência das siderúrgicas cortou a fatia da Vale no mercado interno”, disse Pedro Galdi, analista da SLW. Os números do segundo trimestre mostram que, com isso, a fatia do Brasil nos negócios da Vale tem andando de lado. No segundo trimestre do ano passado, o Brasil respondeu por 12,1% das vendas físicas de minério de ferro e pelotas. No mesmo período deste ano, o número praticamente empata: 12,3%. Enquanto isso, a China continuou avançando: de 39,5% para 41,7% no mesmo período.
O reajuste de preços promovido pela Vale, e que contribuiu com boa parte do aumento de receitas e lucros do trimestre, também não ajudou muito a avançar no Brasil. Há um ano, o país respondia por 17% da receita operacional – agora, está um ponto percentual maior, 18%. Como exemplo, a China avançou quatro pontos percentuais, de 27% para 31%.
Concorrente local: Tudo isso reflete a forte disposição das siderúrgicas de reduzirem sua dependência da Vale – algo bom para elas, mas ruim para a mineradora, obviamente. O próprio presidente da Vale, Murilo Ferreira, queixou-se da atuação das siderúrgicas na teleconferência sobre os resultados do trimestre. “As siderúrgicas no Brasil não investem em aço, tentam ser mineradoras”, disse Ferreira.
Muitas siderúrgicas locais investem em mineração, como a Usiminas. Em 2010, a empresa uma joint venture com o grupo japonês Sumitomo Corporation e criou um um braço de mineração. A produção é destinada ao consumo próprio nas plantas siderúrgicas da Usiminas e também à exportação.
A Gerdau acredita que, nesse ano, deve conseguir suprir aproximadamente 75% da sua necessidade de minério de ferro. A empresa projetou, para 2012, a autossuficiência em minério de ferro na sua unidade de Ouro Branco, em Minas Gerais (Gerdau Aço Minas). A necessidade da companhia é de cerca de 7 milhões a 7,5 milhões de toneladas por ano.
A CSN, por sua vez, é praticamente autossuficiente em minério de ferro. Ela é dona da Casa de Pedra, uma das melhores minas do país – que produz hoje cerca de 30 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, e pretende produzir 84 milhões de toneladas de minério de ferro em 2015. A produção da Vale de minério de ferro no primeiro semestre foi de 151,8 milhões de toneladas.
Ser ou não ser siderúrgica: Essa perda de participação, porém, não indica necessariamente que a Vale deve construir uma siderúrgica no país, segundo Galdi, da SLW.  “A Vale é fomentadora de siderúrgica no Brasil, entra como sócia, como fez com Usiminas, Thyssen...”, disse. A Vale tem uma participação de 26,87% na ThyssenKruppCSA Siderúrgica do Atlântico. O objetivo da siderúrgica é cinco milhões de toneladas por ano de placas de aço.
“Hoje o Brasil é um dos lugares mais caros do mundo para produzir aço”, disse Galdi. Além disso, a produção siderúrgica no Brasil gera excedente - cerca de 20% da produção é exportada, segundo Galdi. Mais um motivo para tornar a mineração um bom negócio – inclusive para as siderúrgicas, para desgosto da Vale.

Minério de ferro ainda caro deve garantir novo lucro recorde para Vale
Valor 01.08.2011 - A notícia dada em conferência telefônica pela Vale na sexta-feira de que os elevados preços do minério de ferro no segundo trimestre devem permanecer estáveis no terceiro deixou animados gestores e analistas que acompanham a mineradora.
Eduardo Roche, chefe de análise do Modal Asset, já trabalha com a expectativa de um resultado melhor para a Vale no período de julho a setembro, depois do lucro recorde registrado no segundo trimestre deste ano.
Mesmo com as incertezas do cenário internacional, Roche acredita que o mercado de minério tende a continuar apertado e a China vai permanecer como o motor das vendas da Vale.
Segundo Roche, a geração operacional de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) deste trimestre que já começou pode superar os R$ 14, 8 bilhões alcançados no anterior. Isso porque, no mix de exportação da companhia, deve haver mais minério de Carajás (PA), que tem maior teor de ferro (66%), e portanto é mais caro que o de Minas Gerais. No segundo trimestre, as chuvas no Norte do país reduziram os embarques do minério de Carajás, o que resultou numa média de preços menor.
O chefe de análise do Modal Asset acredita que o preço do minério no terceiro trimestre pode superar os US$ 145,30 atingidos no segundo. "Os analistas previam um preço entre US$ 152 e US$ 154 a tonelada, mas isso não aconteceu." O fato acabou impactando negativamente o Ebitda e a margem Ebitda no balanço divulgado na quinta-feira. Apesar da margem Ebitda ter vindo muito forte (59%), ela ficou aquém das expectativas e frustrou o mercado, que previa algo como 62%. "Isso se refletiu na ação preferencial da Vale", disse Roche. Na sexta-feira, o papel teve queda de 1,43%, sendo cotado a R$ 45,61.
Em relatório, a corretora Ágora ressaltou o bom desempenho operacional da Vale no segundo trimestre, mas considerou como fator negativo o pagamento (na sexta-feira) de R$ 5,8 bilhões referente ao processo judicial sobre a inclusão de receitas de exportação na base de cálculo para incidência da contribuição social sobre o lucro líquido. O montante não influiu no lucro líquido do segundo trimestre, pois estava provisionado.
Roche calcula, porém, que esse valor vai incidir sobre a geração operacional de caixa do terceiro trimestre, bem como os R$ 2 bilhões anunciados para a oferta pública de aquisição da Vale Fertilizantes e mais os US$ 3 bilhões anunciados como remuneração extra aos acionistas. "A alavancagem pode aumentar um pouco sobre o Ebitda, mas a geração de caixa será maior, garantindo um melhor resultado. A Vale tem estrutura de capital confortável para absorver essas novas despesas."
Os analistas da Concórdia Corretora avaliaram o balanço da Vale como muito positivo. E destacaram o fato de que o bom resultado foi impulsionado pela ótima performance de minerais ferrosos, que levou a Vale a registrar a maior margem Ebit (71,4%) de sua história.

Até quando o Santander Brasil vai sustentar o grupo?
Exame 01.08.2011 - Com queda de 70% no lucro provocada pela crise mundial, o banco espanhol depende cada vez mais da operação brasileira – o problema é que ela também precisa de ajustes
Santander: 25% do lucro do grupo vem do Brasil. A atual crise da Europa e dos Estados Unidos fez com que o grupo espanhol Santander passasse a enxergar o Brasil como um porto-seguro para suas operações. No primeiro semestre do ano, o lucro do grupo caiu 21%, aos 5,08 bilhões de dólares. Por aqui, apenas no segundo trimestre do ano, a operação brasileira saltou 18%, aos 2 bilhões de dólares. “O grupo está satisfeito com a participação do Brasil e um crescimento maior é sempre bom”, diz o espanhol Marcial Portela, presidente da unidade brasileira. O tal crescimento mencionado por ele, aliás, tende a acelerar nos próximos meses. O Brasil corresponde hoje a 25% do lucro total do grupo, 2 pontos percentuais a mais do que no semestre passado.
Para manter o grupo saudável, naturalmente o Brasil se tornará cada vez mais importante por conta da estabilidade da economia. Mas o Santander precisa reagir. “Anteriormente o banco se contentava com uma posição coadjuvante, mas agora com os abalos no grupo, a operação brasileira precisa arrumar a casa e ganhar mais destaque”, diz o analista Rodolfo Amstalden, sócio da consultoria Empiricus. “Não há opção para o Santander, a não ser se concentrar no Brasil. O problema é que a estratégia deles não está clara. Eles querem ser fortes onde? Varejo, crédito para empresas?”, questiona Amstalden.
Atrás dos rivais - O próprio Portela admite que, apesar do peso da operação brasileira, há muito o que fazer. “O desempenho do banco está abaixo dos concorrentes. Isso é um fato. Nossa visão é de construção de longo prazo. Estamos num momento de investimentos em tecnologias e aberturas de novas agências”, diz ele. Na opinião de Sandro Cimatti, sócio diretor da CVA Solutions, empresa de pesquisa de mercado e consultoria, a trajetória do Santander tende a ganhar mais destaque no mercado brasileiro. “A transição da operação com o Real, que era o mais difícil, o Santander já fez. Em comparação com os outros bancos, o espanhol tinha muito mais para arrumar na sua integração”, avalia.
Apesar dos bons resultados no país, o crescimento da carteira, por exemplo, foi menor e a inadimplência aumentou, chegando a 6,4% -- o que não chega a ser um problema, já que o banco está capitalizado depois do IPO realizado há dois anos. O crescimento da carteira no ano passado foi de 19% e deve se manter no mesmo patamar neste ano. “Como não há muitas opções para aquisições, os bancos investirão no crescimento orgânico. Todos vão competir com as mesmas armas”, diz Cimatti.
Questionado sobre o conservadorismo do Santander em comparação com seus concorrentes, o presidente do banco, Marcial Portela, afirma: “O crescimento do banco vai acompanhar o mercado. Nós queremos crescer também dentro de nossa capacidade. O bom momento da economia brasileira nos faz ficar tranquilos sobre onde podemos crescer”. Agora cabe ao banco avaliar se um crescimento mais lento e sustentável permitirá uma maior participação do que se arriscar numa estratégia mais agressiva.

Para conselheiro do Cade, formação de grandes grupos beneficia o mercado
Correio Braziliense 31.07.2011 - O aumento da renda do brasileiro tornou o mercado nacional ainda mais atraente nos últimos anos, acelerando os processos de concentração. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) está atento a esses movimentos, como as recentes tentativas de fusão entre os varejistas Pão de Açúcar e Carrefour e as aéreas Gol e Webjet. Para Olavo Chinaglia, advogado e conselheiro da autarquia ligada ao Ministério da Justiça, além das leis e dos controles públicos, o comportamento do consumidor também ajuda a definir o nível de competição nos negócios locais. “O Brasil é um lugar em que uma pessoa é capaz de se endividar para ter uma bolsa de marca”, ilustra.
Nesta entrevista ao Correio, ele defende que o país pode e deve aprender com o sistema antitruste norte-americano, que tem como maiores aliados os próprios consumidores e a Justiça. “A cobrança do cidadão é um fator em progresso no Brasil”, sublinha. Chinaglia, um dos responsáveis pela solução final para o caso Brasil Foods (BRF) — união entre Sadia e Perdigão —, esclarece que há momentos em que o Estado pode sacrificar a concorrência em nome de outras prioridades, como o ganho de escala, a resistência ao domínio estrangeiro e a universalização dos serviços. “A concentração é só um dos aspectos a serem avaliados pela defesa da concorrência. O importante é ter regras e instrumentos para coibir abusos”, sustenta.
O crescimento do número de grandes fusões no Brasil nos últimos anos preocupa o Cade?
Sem dúvida. Em mercados como aviação civil, cimento, serviços médico-hospitalares e petroquímico, percebemos que não há só concentração horizontal, com união de empresas no mesmo segmento, mas também integração vertical de competidores para atuar em diversas etapas da cadeia de produção. Nesses casos, nosso cuidado é redobrado. Mas também precisamos entender que a concentração ocorre no mundo todo e só enxergaremos com clareza os motivos desses movimentos daqui a anos. Grandes corporações não são necessariamente ruins. Se houver mecanismos de controle eficientes, em benefício da sociedade, a solução pode ser a melhor possível.
Toda concentração de mercado é vista com desconfiança pelo Cade?
A concentração é só uma das variáveis a serem consideradas. Há outras circunstâncias que podem eventualmente atenuar a chance de dano à coletividade. Um mercado concentrado nas mãos de poucas empresas pode até favorecer o consumidor, caso exista grande rivalidade. É o melhor dos mundos quando empresas com condições de investir, inovar e oferecer diversidade sabem que seus concorrentes de igual porte estão prontos para abocanhar fatias do mercado. Setor concentrado não significa necessariamente exercício coordenado de poder de mercado.
Então a preservação da concorrência não é vista pelo conselho como valor intocável?
As agências de concorrência não existem para proteger interesses de um concorrente em particular, mas da competição como instrumento para o desenvolvimento e o bem-estar social. Apesar disso, a concorrência não é o único valor a ser perseguido. Pode ter outros interesses em determinados momentos, igualmente legítimos, que precisam ser defendidos. Em dado momento, houve a percepção de que havia necessidade de privatizar certos serviços, porque o Estado não tinha capacidade de investir. Para que essa transição pudesse ser bem sucedida e que outros objetivos fossem alcançados, o governo optou por sacrificar a concorrência num primeiro momento, para dar tempo para as empresas se capitalizarem e realizarem investimentos. Só depois a concorrência foi restabelecida.
O objetivo da Ambev era mesmo reagir à globalização e levar a cerveja brasileira ao mundo?
A ideia de criar “campeões nacionais” para disputar o mercado internacional é debatida em várias partes do mundo. É até compreensível o argumento de que empresa com maior escala, escopo e capacidade de investimento tem condições para disputar qualquer mercado. Mas tem o outro lado. Uma empresa que não sofre competição doméstica intensa, talvez sequer tenha apetite para se internacionalizar, pois já tem sua rentabilidade assegurada no mercado local. Foi o que ocorreu no Brasil. Quando a economia foi aberta, muitas companhias descobriram que não tinham condições de competir fora e de barrar a entrada de estrangeiros. A concentração nessa hipótese é movimento de defesa, para fazer frente à competição externa.
A atuação das agências de concorrência depende do perfil de cada país?
Sem dúvida. O que nos diferencia dos Estados Unidos é que lá existe uma cultura consolidada de concorrência. O consumidor norte-americano está acostumado a exigir de seus fornecedores que atuem no nível máximo de competição possível. A isso se soma uma diferença institucional importante: as decisões são tomadas pelo Judiciário. É uma vantagem em relação a nosso sistema, passível de demoradas revisões por outras instâncias.
O Brasil tem apetite de consumo semelhante ao dos EUA. Por que o brasileiro não é exigente?
Uma coisa é o que o brasileiro quer ter à sua disposição. Outra coisa é quanto ele está disposto a pagar. Nossa sociedade se formou em cima de uma elevadíssima concentração econômica, da época do Império. E isso se reflete até hoje, nos comportamentos de consumo. Aqui, a capacidade de pagar caro por um produto é vista como status. O Brasil é um lugar em que uma pessoa é capaz de se endividar para ter uma bolsa de marca e ignorar outras necessidades mais urgentes. A demanda reprimida por décadas pode ter contribuído para a angústia do consumidor em ter acesso a bens acima de seu poder de compra. Mas se compararmos a situação atual com a época em que o Cade foi transformado em autarquia, é visível a evolução. Cidadãos têm se organizado para exigir das empresas comportamento condizente com a realidade do país.
Mas elas parecem mais preocupadas com danos de imagem do que com multas.
Discordo. A nossa legislação permite a aplicação de multas muito pesadas. No chamado cartel do oxigênio, uma única empresa foi multada em R$ 2 bilhões. Não acho que o problema seja o rigor com relação à aplicação das penas, mas sim a capacidade limitada da agência de concorrência em identificar todas as estruturas anticompetitivas. Temos projeto de reforma do órgão tramitando no Congresso, mas no lugar de se discutir se deve haver ou não aumento da estrutura de fiscalização, o debate tem sido voltado para a redução das penas. É uma clara inversão de valores.
Qual é sua avaliação sobre o desfecho da fusão entre Sadia e Perdigão, que criou a Brasil Foods?
Nós nos perguntamos como o veto a essa operação seria efetivo. Buscamos a intervenção que produzisse efeito imediato, colocando parcela de responsabilidade no próprio mercado. Avaliamos uma empresa grande, com escala e escopo imensos, e que conseguia montar cadeia de produção e distribuição sem precedentes, com marcas muito fortes — o pior possível para a concorrência. O que fizemos foi construir, na medida do possível, um agente com porte equivalente. Criamos um bloco de ativos produtivos integrados e tiramos, pelo menos por enquanto, a barreira imposta por duas marcas fortes. Agora, cabe a quem assumir esses ativos trabalhar com o mínimo de competência para se estabelecer no mercado. Não é nosso papel criar negócio sem risco.

Bancos de investimento chineses enfrentam grandes do ocidente
Valor 01.08.2011 - A Guosen Securities Co., maior subscritora de ofertas públicas iniciais de ações na China, mais do que dobrou o quadro de funcionários na unidade de Hong Kong neste ano, em mais um sinal de que os bancos de investimento chineses começam a desafiar, fora de seu mercado doméstico, nomes como Goldman Sachs Group Inc. e Morgan Stanley.
A unidade, Guosen Securities (HK) Financial Holdings Co. agora tem cerca de 200 funcionários, em comparação aos menos de cem que tinha no fim de 2010, afirmou o executivo-chefe da corretora e banco de investimento, Lu Xiao Ning, em entrevista em 20 de julho. A firma pretende expandir a área de escritórios que ocupa nos edifícios One Exchange Square e no Li Po Chun Chambers, na região central de Hong Kong, segundo o executivo-chefe.
A expansão chega em meio ao aumento na concorrência pelas operações de administração de vendas de ações, que reduz as comissões pagas pelo serviço em Hong Kong, e aos alertas do rival UBS AG sobre o aumento na remuneração dos executivos de banco de investimento e o consequente declínio nas margens de lucro.
A comissão média pela subscrição de uma oferta inicial em Hong Kong caiu para 2,2% do capital levantado, em comparação aos 3,5% que se pagavam em 2001, de acordo com dados reunidos pela "Bloomberg".
"Contratar não é fácil, mas as pessoas estão vendo as boas perspectivas das empresas chinesas", disse Lu. "Há muitas empresas chinesas interessadas em vender ações em Hong Kong ou em investir fora da China. São oportunidades grandiosas, que gostaríamos de capturar."
A Guosen Securities, com sede em Shenzhen e controlada pela prefeitura da cidade, trabalhou em ofertas públicas iniciais de ações no valor de 18,7 bilhões de yuans (US$ 2,9 bilhões) na China neste ano, mais do que qualquer outra firma, segundo dados da "Bloomberg". As comissões recebidas por essas transações foram, em média, de 4,6% dos fundos levantados.
A unidade de Hong Kong, que em abril obteve licença para subscrever lançamentos de ações, até agora ainda não trabalhou em nenhuma emissão na cidade.
A Guosen Securities planeja fazer sua própria oferta pública inicial de ações na China ainda neste ano, segundo o executivo-chefe. Depois da listagem, a empresa também pode estudar lançar ações em Hong Kong, acrescentou.
A Guosen Securities apresentou lucro de 3,1 bilhões de yuans em 2010, com receita de 7,8 bilhões de yuans, de acordo com números disponíveis no site da firma. Em 2010, a corretora contratou Cheng Gang, que era do HSBC Holdings Plc, para chefiar sua unidade de banco de investimento, disse o executivo-chefe. Lu espera ver a unidade de Hong Kong lucrativa ainda neste ano, mas não quis adiantar planos de mais contratações na cidade.
"Estamos trabalhando em várias transações de ofertas iniciais de ações e negociando com algumas empresas sobre a emissão de bônus 'dim sum' [como são conhecidos os bônus em yuans lançados em Hong Kong]", afirmou. "Nossa empresa controladora tem 4 milhões de clientes na China e podemos oferecer os serviços que eles precisam quando querem buscar financiamento ou investimentos no exterior."
A Guosen Securities se beneficiará de seus laços com empresas na China, com a possibilidade de levá-las a Hong Kong para lançar ações, disse o executivo-chefe.
O Goldman Sachs, maior subscritor de ofertas públicas iniciais em Hong Kong, está entre os bancos de investimento globais que vêm cortando empregos para lidar com a estagnação das receitas com operações de corretagem e as regras de capital mais rigorosas, que reduzem a lucratividade. Ao mesmo tempo, as corretoras chinesas concorrem para antecipar-se às rivais estrangeiras e assessorar as empresas locais em ofertas de ações e aquisições internacionais.
Neste ano, a Haitong International Securities Group Ltd. elevará em pelo menos 50% o quadro de sua equipe da área de banco de investimento em Hong Kong, de 75 funcionários, afirmou o executivo-chefe da firma, Lin Yong, em entrevista em abril. Lin disse que "pagará o necessário" para contratar executivos sênior.
A ICBC International Holdings Ltd., unidade de corretagem do maior banco mundial em valor de mercado, contratou dez diretores-gerentes ou diretores-executivos de seus rivais internacionais neste ano, disse a executiva-chefe adjunta da firma, Mary MacLeod, que veio do Deutsche Bank AG, em janeiro, em entrevista concedida em 6 de julho.
O controle estatal da Guosen Securities limita sua capacidade de atrair executivos de banco de investimento com altos pacotes de remuneração em Hong Kong, disse Lu. "Isso poderia criar uma diferença muito grande" com as operações domésticas da firma, afirmou. "Os executivos de banco de investimento são profissionais, portanto, podem julgar se somos a melhor plataforma para seu progresso."
A primeira auditoria de dívidas de governos locais na China detectou passivos de 10,7 trilhões de yuans no fim de 2010, sendo 79% em empréstimos bancários, segundo o Gabinete de Auditoria Nacional informou em junho. Até 30% dos empréstimos dos veículos de financiamento de governos locais podem ter problemas, tornando-se o maior componente das dívidas inadimplentes dos bancos, segundo a Standard & Poor's.
As finanças dos governos chineses locais estão "mais sólidas do que as pessoas imaginam", porque o ritmo de urbanização é alto o suficiente para assegurar que honrem seus compromissos com dívidas, diz Lu. "A China é um país grande e há apenas um ou dois pequenos governos locais que encontraram problemas", disse. "É preciso ver as probabilidades. Se alguém morrer atravessando a rua, você vai deixar de atravessar?"

HSBC vende 195 sucursais dos EUA ao First Niagara
Exane 01.08.2011 - Operação entre as duas empresas nos Estados Unidos sairá por cerca de US$ 1 bilhão. O fim da operação, que ainda precisa ser aprovada pelas autoridades bancárias, está previsto para o início do ano que vem.
O banco britânico HSBC cederá 195 de suas sucursais nos Estados Unidos ao First Niagara por cerca de 1 bilhão de dólares, anunciaram as duas empresas neste domingo.
Segundo os termos do acordo, a First Niagara comprará as sucursais, localizadas sobretudo no estado de Nova York, por 6,67% do valor total de seus depósitos, que em 31 de maio eram de 15 bilhões de dólares, indicaram as duas empresas em seus comunicados.
As 195 sucursais também contavam nesse momento com 15 bilhões de dólares em ativos, dos quais 2,8 bilhões em empréstimos, indica o HSBC.
A operação reflete "a estratégia atual de se concentrar nos serviços bancários a empresas e comércios", afirma o banco britânico.
O fim da operação, que ainda precisa ser aprovada pelas autoridades bancárias, está previsto para o início de 2012.
A emissora de TV Sky News informou na quinta-feira que o gigante bancário britânico prepara o corte de até 10.000 postos de trabalho em todo o mundo, o equivalente a 3% de seus efetivos.
Segundo a emissora, que cita fontes próximas do grupo, essas supressões de emprego são contempladas no ambicioso programa de ajuste apresentado em maio. Esse plano prevê reduzir de 2,5 a 3,5 bilhões de dólares até 2013 os custos de funcionamento.

Com moratória nos EUA, investidor pode optar pelo Brasil
DCI 01.08.2011 - O Brasil enfrenta problemas com as indefinições quanto à ampliação do teto da dívida dos Estados Unidos, segundo o analista Creomar de Souza. E o maior risco é a entrada de capitais especulativos, que viriam em busca de maior segurança e de juros mais elevados.
Na opinião de Souza, professor de Relações Internacionais do Ibmec, além da corrida dos investidores em busca de mercados menos turbulentos, o Brasil também detém títulos da dívida norte-americana, que sofrerão rebaixamento das agências de classificação de risco. "Isso significa que o País irá perder com esses títulos", diz o analista. O governo brasileiro adquiriu mais US$ 4,5 bilhões em títulos do governo americano, segundo o Departamento do Tesouro dos EUA. Em um ano, o crescimento foi de 30,89%, o que levou o Brasil à posição de quinto maior credor, com US$ 211,4 bilhões.
Outro fato a que, segundo Souza, o governo brasileiro precisa ficar atento, é o modo como uma moratória temporária dos EUA pode afetar os investimentos norte-americanos no País. "O que nos interessa é a entrada de capital produtivo no Brasil. Mas também precisamos ter em mente que os investimentos em andamento podem sofrer interferência, com paralisações temporárias ou suspensões", diz.
Até o fechamento desta edição, um acordo final não havia sido alcançado, mas o líder democrata no Senado, Harry Reid, apoiou o plano para elevar o teto da dívida que a Casa Branca negociou com republicanos.

EUA: acordo eleva teto da dívida em pelo menos US$ 2,1 trilhões
Exame 01.08.2011 - É o suficiente para chegar a 2013. Em contrapartida, haverá cortes de 2,5 trilhões de dólares no orçamento.
Um acordo de última hora entre os líderes dos partidos Republicano e Democrata dos Estados Unidos permitirá aumentar em 2,1 trilhões de dólares o teto da dívida do país - o suficiente para chegar a 2013- e realizar cortes de gastos de 2,5 trilhões de dólares em duas etapas, disse neste domingo um alto funcionário.
A fonte, que pediu para não ser identificada, disse que os cortes serão no setor militar e em outros programas, com pelo menos 350 bilhões em cortes no orçamento de Defesa nos próximos 10 anos.
Ao apresentar os termos do acordo, o alto funcionário disse que Obama e os líderes do Congresso estabeleceram "quase" 1 trilhão de dólares em cortes a serem aprovados imediatamente para os próximos 10 anos.
Uma comissão integrada igualmente por republicanos e democratas terá depois a tarefa de recomendar cortes de mais 1,5 trilhão para 23 de novembro, e o Congresso deverá aprová-los  em 23 de dezembro.
Se o Congresso não votar para essa data, cortes pelo mesmo valor entrarão em vigor automaticamente em 2013, divididos igualmente entre Defesa e não-Defesa.
A fonte da Casa Branca disse que a Segurança Social e o Medicare, programa de saúde para os idosos, não serão afetados pelos cortes automáticos.
O acordo ainda deve ser aprovado pelo Congresso, onde vários legisladores manifestaram preocupação durante as longas negociações do final de semana para evitar uma moratória a partir de 2 de agosto.



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