quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Azul.CA.17.08

Daily News


Grupo faz oferta por aeroporto
Valor 17.8.2011 - O grupo MPE, da área de serviços de engenharia e montagem, entrou sozinho na disputa pela concessão do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. "Não podíamos ficar de fora", disse Renato Ribeiro Abreu, diretor-presidente do MPE. O grupo se habilita por atuar como operador do aeroporto de Valença, no sul da Bahia, focado no turismo e no tráfego de passageiros.
Abreu disse que o MPE conseguiu garantia-fiança de "primeira linha" e que apresentou proposta "competitiva". Na segunda-feira devem ser abertos os envelopes com as propostas. Entre as empresas que apresentaram propostas estão Triunfo Participações e Investimentos e Engevix. Abreu não descarta a possibilidade de parceria com alguma empresa caso venha a ganhar a licitação. "Vamos analisar caso a caso."
Segundo ele, o grupo tem quase 40 anos de história nos aeroportos brasileiros. Participou das obras do aeroporto do Galeão, incluindo montagem eletromecânica e eletrônica, e depois estendeu suas atividades no setor para outros aeroportos como Cofins (MG), Cumbica (SP) e Manaus (AM).
"Continuamos fazendo manutenção desses aeroportos até hoje", disse Abreu. O grupo tem, segundo ele, cerca de 1,5 mil homens ligados a serviços de manutenção em diferentes aeroportos. Ele afirmou que os cálculos do grupo, com a ajuda de consultores, indicaram uma rentabilidade para o projeto de São Gonçalo do Amarante de 9% ao ano, acima dos 6% apontados por grandes construtoras e operadoras internacionais.


Helibras estuda três novos centros de serviços no Brasil
Exame 17.08.2011 - Com Copa do Mundo e Olimpíadas, fabricante brasileira de helicópteros também projeta aumento de vendas para o governo.
Helibras: a previsão é que a planta esteja pronta no final desse ano e entre em operação em março de 2012.
Enquanto termina de construir sua segunda fábrica no Brasil, a Helibras faz planos de ampliar o número de centros de serviços. Atualmente, a fabricante de helicópteros conta com dois centros – um em Itajubá (MG), onde ela possui uma fábrica e está construindo outra – e um em São Paulo.
A Helibras estuda a instalação de novos centros de manutenção no Rio de Janeiro, no centro-oeste e no nordeste. “Estamos completando os estudos, como o investimento na fábrica (que está em construção) é alto, temos que pensar”, disse Eduardo Marson Ferreira, presidente da Helibras. O investimento nesse tipo de centro varia entre 10 e 15 milhões de dólares.
Outro mercado que a Helibras vê com interesse é o governamental – que engloba polícia civil e bombeiros, por exemplo. “Imaginamos que deve crescer muito com Copa do Mundo e Olimpíadas”, disse Ferreira. O Brasil tem 120 helicópteros de governo desse tipo e a expectativa do executivo é que o número dobre até a Copa do Mundo. A Helibras tem 80% desse mercado – seu faturamento em 2010 foi de 395 milhões de reais.
Nova fábrica: A nova fábrica que a empresa está construindo em Itajubá será destinada, inicialmente, a helicópteros para o mercado offshore, mas ela pode produzir também outros modelos. A empresa investe cerca de 430 milhões de reais na unidade. O contrato foi fechado em dezembro de 2008 e a previsão é que a planta esteja pronta no final desse ano e entre em operação em março de 2012.
A planta vai produzir helicópteros para 19 passageiros – como o da presidência – modelo chamado de EC225 na versão civil e de EC725 na versão militar, que tem o mesmo espaço da civil, mas pode levar 30 passageiros. A fábrica terá 11 mil metros quadrados. Hoje, a única unidade da Helibras possui 3 mil metros quadrados e produz 40 helicópteros por ano. Com a nova unidade, a expectativa é dobrar a produção.
A meta da empresa é, até 2020, ter um helicóptero projetado no Brasil. Por enquanto, eles são projetados na Europa. “O que falta é conhecimento para chegar a um projeto”, disse Ferreira. A empresa está enviando 94 funcionários para a França para treinamento para a produção do EC725 na nova planta. A Helibras é associada ao Grupo Eurocopter.


Atacadão já representa 75% do lucro e 50% das vendas do Carrefour no País
Estadão 17.08.2011 - Rede comprada há quatro anos por R$ 2,2 bilhões cresce a um ritmo de 20% ao ano e deve ganhar cada vez mais importância dentro do grupo.
A rede popular Atacadão já é responsável por metade das vendas e perto de 75% do lucro do Carrefour no Brasil - o que representa uma mudança profunda no perfil da rede francesa conhecida globalmente por seus hipermercados. No primeiro trimestre, o Brasil tornou-se o segundo maior mercado da varejista no mundo.
Os números foram divulgados por Lars Olofsson, presidente mundial da varejista. O executivo encontrou-se com jornalistas em sua primeira visita ao País depois da mal sucedida tentativa de fusão com o Pão de Açúcar.
De acordo com Olofsson, o Carrefour se divide em dois no Brasil: há os hipermercados e há o Atacadão. O primeiro formato, nas palavras dele, "não cresce" como eles gostariam e passa por um processo de reestruturação. Já o segundo é classificado como "um ótimo negócio", com taxa de crescimento superior a 20%. "O Atacadão é a rede de varejo que mais cresce no Brasil hoje", diz Olofsson. "Por isso, a cadeia vai ser mais e mais importante nas nossas vendas."
Adquirido há quatro anos por R$ 2,2 bilhões, o Atacadão tem um modelo voltado para as classes C e D, com a venda de alimentos tanto para pequenos comerciantes como para o consumidor final. Para manter os custos baixos, os supermercados da rede são modestos: o ambiente é escuro, os produtos são acomodados em estrados e empilhadeiras transitam pelos corredores. Na hora de levar as compras para casa, o consumidor precisa encontrar caixas de papelão vazias pela loja.
Expansão. Hoje, a cadeia francesa tem 108 hipermercados e 49 mercados de bairro com a marca Carrefour no Brasil. Sob a bandeira Atacadão, são 74 lojas. Até o fim deste ano, serão abertos 17 novos pontos da cadeia popular. Desse total, seis são antigas lojas Carrefour transformadas em Atacadão. Segundo Olofsson, outras quatro ou cinco lojas ainda devem passar pelo mesmo processo. "Estamos acelerando o crescimento nesse formato. No ano passado, abrimos 12 lojas do Atacadão", diz.
A experiência brasileira animou tanto os franceses que já teve início o processo de expansão internacional do Atacadão. Hoje, a rede tem quatro lojas na Colômbia e vai abrir a segunda na Argentina em novembro. No início do ano passado, Olofsson chegou a cogitar estender o modelo do Atacadão para os hipermercados franceses - as lojas mais tradicionais e problemáticas da rede. O projeto não vingou, porém, porque a regulamentação francesa não permite a venda, em uma mesma loja, para pessoas físicas e jurídicas. Agora, o pleno é adaptar o Atacadão para as operações do Carrefour na Ásia.


Carrefour não quer sair do Brasil, diz CEO
Valor 17.8.2011 - Olofsson, presidente mundial do Carrefour, diz que eventual proposta de fusão envolvendo a operação brasileira pode interessar: "O crescimento está de volta ao Brasil"
O grupo Carrefour quer consolidar o processo de reestruturação do negócio no Brasil, comandado por um grupo de novos executivos formado no último ano. Nesse cenário, está descartada a hipótese de a varejista sair do país e vender a subsidiária brasileira, afirmou ontem o presidente mundial do Carrefour, Lars Olofsson, em visita ao Brasil.
O executivo falou ao Valor sobre a sua visão a respeito da origem dos rumores sobre o assunto. Inverteu o raciocínio e diz que, se alguém quiser vender algo, são eles que podem comprar. E fez um desabafo sobre a fase delicada que a empresa atravessou no país no último ano.
"Eu não estava satisfeito com o desempenho no Brasil, eu não estava feliz. Era preciso mudar. O Brasil precisava abraçar o novo projeto que o grupo Carrefour passou a ter para o mundo".
Nos dois dias em que esteve em São Paulo, Olofsson reuniu-se com o comitê executivo da empresa e esteve por uma hora e meia em auditório na sede, na zona sul de São Paulo, conversando com funcionários, incluindo gerentes e diretores. Respondeu dúvidas sobre um possível interesse do Walmart na aquisição da operação brasileira. "É parte do meu trabalho avaliar todas as propostas que chegam à empresa", disse ele. "Mas não vamos vender nada, nem uma parte do negócio. Afinal, por que faria isso? Não precisamos de capital e temos um grande negócio nas mãos", disse ao Valor, pouco antes do encontro com jornalistas, em São Paulo.
Olofsson diz que não conversa sobre esse assunto com a rede americana desde 2009, quando surgiram comentários sobre interesse da rede em se desfazer de negócios em países emergentes. Há informações no mercado de que o Walmart contratou um grupo de advogados e o banco UBS para assessorá-lo nesse processo. Na semana passada, o Valor publicou que o Walmart só aceitaria hoje comprar 100% da rede Carrefour, e não quer uma fusão com os franceses. As conversas não avançaram.
Mas o Carrefour poderia vender lojas que têm sido fechadas, na esteira da reestruturação que vem sendo feita há um ano no Brasil, para o Walmart. Ontem Olofsson disse que pontos fechados podem ser negociados com competidores. E confirmou que continua a achar interessante a ideia de uma fusão no Brasil dentro de algumas condições. "Nós não precisamos nos fundir com ninguém [no país], mas se essa proposta chegar até nós e ela gerar valor para os acionistas, vamos analisar".
Em junho, Abilio Diniz, presidente do conselho do Grupo Pão de Açúcar (GPA), defendeu proposta de fusão com Carrefour. O Casino, sócio do GPA, foi contra o negócio. Desde então, o interesse do Walmart no Carrefour teria renascido.
Olofsson diz desconfiar da origem desses rumores. Fala da perda de valor do Carrefour, com a crise na Europa e com o esgotamento do velho modelo de hipermercados. Com isso, a rede francesa passou a ficar mais interessante aos olhos de concorrentes.
Na passagem pelo país, Olofsson comentou que não seria contra a ideia de ter Abilio Diniz no grupo de acionistas da cadeia francesa. "Ele [Diniz] é um ótimo profissional, só ganharíamos com Abilio lá", teria afirmado em uma conversa. Há informações no mercado de que, após o sócio Casino assumir o controle do Grupo Pão de Açúcar em 2012, Diniz poderia vender a sua participação no GPA e, com isso, comprar ações do Carrefour, tornando-se sócio da cadeia. Diniz não comenta.
Na conversa com o Valor, Olofsson ressaltou detalhes do projeto de fortalecimento da rede no país. Ele disse que a companhia cresceu 12% de janeiro a junho no Brasil. Aos jornalistas, afirmou que o lucro operacional da rede cresceu 40% no primeiro semestre no país. "Até então, não estávamos crescendo rápido o bastante e não éramos tão lucrativos como poderíamos ser", disse. "Ao mesmo tempo que não íamos tão bem, nós descobrimos um problema contábil no Brasil no ano passado", disse. "Descobrir isso foi desapontador. Houve uma quebra de confiança ali. Era hora de mudar", conta.
"Quando eu tenho que passar a cuidar de problemas contábeis e deixo de ver estratégia, eu estou perdendo tempo". Em 2010, a rede apurou perdas de €550 milhões na operação local por erros na contabilidade, ou pela "contabilidade criativa", como disse Olofsson.
Para o executivo, "o crescimento está de volta ao Brasil". O presidente do Carrefour no país, Luiz Fazzio, não dá muitos detalhes a respeito das mudanças. Ele conta que seis hipermercados Carrefour estão sendo transformados em Atacadão (responsável por metade dos resultados na subsidiária), e que já foram reduzidos custos internos e despesas neste ano, em relação a 2010. Afirma que as lojas de hipermercados e supermercados estão sendo remodeladas, e algumas unidades começam a seguir ideias do formato de lojas Planet, existente na Europa, que conta com foco maior em serviços e investimentos no visual dos pontos.


Walmart sempre quis comprar o Carrefour no país, diz rede francesa
Folha 17.08.2011 - O americano Walmart sempre esteve interessado em comprar a operação brasileira do Carrefour, mas o grupo de hipermercados não está à venda no país, disse ontem Lars Olofsson, presidente mundial da rede francesa.
Aguardado no Brasil desde antes do fracasso da fusão com o Pão de Açúcar, o executivo repetiu ontem aos funcionários e ao mercado varejista que não pretende vender a unidade brasileira.
No ano passado, o Carrefour descobriu um rombo contábil de € 500 milhões no Brasil e substituiu a diretoria local. Desde então, especula-se que os acionistas pressionem pela venda da filial.
Além do Walmart, o Carrefour é cobiçado pela rede chilena Cencosud, que adquiriu o GBarbosa e a Bretas.
Olofsson disse que o Brasil faz parte do "coração" da estratégia do Carrefour.
O executivo confirmou que o Walmart fez uma proposta em 2009, que foi rejeitada porque significaria a saída do Carrefour do Brasil. Desta vez, Olofsson nega que o Walmart tenha feito outra proposta.
"Não existe negociação em curso, mas estamos abertos para oportunidades", disse.
No caso, a oportunidade seria um negócio em que o Carrefour continuasse no Brasil, como a proposta de fusão com o Pão de Açúcar, que gerou a ira do rival Casino.


Luiza Trajano aceita convite para ministério
Valor 17.8.2011 - Empresária comanda terceira maior rede varejista do país, com 600 lojas e faturamento de R$ 5,3 bilhões em 2010.
Quatro meses e meio depois de enviado ao Congresso, começou a avançar ontem na Câmara o projeto que cria a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, para a qual o governo convidou a presidente do Magazine Luiza, empresária Luiza Helena Trajano, de 61 anos. Segundo informações do Planalto, ela aceitou o convite, mas pediu tempo para preparar a transição ao setor público.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, confirmou pela manhã que a presidente Dilma Rousseff fez o convite, mas disse que não sabia se a empresária tinha aceitado. "Sei que há um contato da presidenta com a Luiza. Espero que ela tenha aceitado, vai ser uma figura importante para nós", disse o ministro ao jornal "O Globo".
Luiza Helena Trajano ficou famosa pelo sucesso no comando da rede de lojas fundada pelos tios em 1957. Ela começou no grupo com balconista aos 12 anos de idade e subiu na hierarquia da empresa até ser escolhida pela tia, Luiza Trajano Donato, como sucessora em 1991. A empresária é formada em Direito pela Universidade de Franca (SP), cidade onde ela e a rede nasceram, e fez cursos de administração.
Sob sua gestão, o Magazine Luiza se tornou a terceira maior varejista do país, atrás apenas do Grupo Pão de Açúcar, dono das bandeiras Extra, Casas Bahia e Ponto Frio, e da Máquina de Vendas, proprietária das marcas Insinuante e Ricardo Eletro. A rede, que faturou de R$ 5,3 bilhões em 2010, emprega 21 mil pessoas e tem mais de 600 lojas em seis Estados.
Para que ela tome posse, porém, o ministério ainda precisa do aval do Congresso. O governo pediu urgência constitucional na sexta-feira para a votação do projeto, que só ontem ganhou seu primeiro relator na Câmara, o deputado Eudes Xavier (PT-CE), da Comissão de Trabalho, de Administração e de Serviço Público.
O projeto com o novo ministério terá de receber emendas ou a futura ministra receberá um cargo esvaziado. Na proposta enviada em março, no último dia legal para criação de cargos no setor público, a estrutura prevista não inclui órgãos de peso, como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) ou a Agência de Promoção de Exportações (Apex). Sem consenso na burocracia sobre o formato do novo ministério, a presidente decidiu mandar um projeto genérico, a mudado depois.
Da forma original, o projeto prevê que a Secretaria da Micro e Pequena Empresa terá um secretário-executivo e dois secretários para auxiliar a ministra, e, abaixo deles, pouco mais de 65 funcionários com cargos em comissão. Serão transferidos para a nova pasta funcionários e acervos do Ministério do Desenvolvimento hoje encarregados de microempresa, empresa de pequeno porte e artesanato; e as atividades do Ministério do Trabalho relacionadas com cooperativismo e associativismo urbanos.
Com o pedido de urgência, foi aberto prazo de cinco sessões para que o projeto receba emendas, e, após 45 dias, ele passa a "trancar a pauta", impedindo aprovação de qualquer outra matéria enquanto não for votado.
Apesar do pedido de urgência, o tema não consta da pauta de prioridade dos líderes governistas. Parlamentares ligados ao Planalto informaram ao Valor que há pouca chance do projeto ser votado antes do fim de setembro. devido a insatisfação da base aliada com as mudanças nos ministérios provocadas por denúncias de corrupção.


CCDI revisa custos de obras e tem prejuízo no trimestre
Valor 17.8.2011 - O reconhecimento de estouro do orçamento de obras atingiu em cheio os resultados do segundo trimestre da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI), o braço de construção imobiliária do grupo Camargo Corrêa. A CCDI apurou prejuízo líquido de R$ 90,9 milhões, contra lucro de R$ 25 milhões registrado no segundo trimestre do ano passado.
O resultado do segundo trimestre foi afetado por uma revisão de todos os orçamentos de custos dos empreendimentos lançados pela empresa, que representou um efeito negativo de R$ 90,1 milhões na linha final do balanço no período.
Segundo comunicado da CCDI, a revisão significou um aumento de custos de R$ 141,1 milhões, o que representa 4,9% do total de custos orçado anteriormente.
Desse volume, R$ 92,3 milhões foram reconhecidos no balanço. Como o prejuízo garantiu à CCDI uma reversão de imposto de renda e contribuição social equivalente a R$ 2,2 milhões, o efeito negativo foi de R$ 90,1 milhões.
Portanto, ainda resta o valor de R$ 48,8 milhões para ser reconhecido nos resultados da empresa.
A revisão do orçamento teve impacto, principalmente, sobre o custo dos empreendimentos lançados entre 2007 e 2008. Segundo a companhia, o ajuste nos lançamentos de 2007 significou um impacto de R$ 47,5 milhões no resultado final, enquanto o de 2008 representou um efeito negativo de R$ R$ 38,4 milhões. Os lançamentos feitos entre 2009 e 2011 responderam por uma parcela menor, de R$ 4,1 milhões.
Os empreendimentos do segmento de baixa renda - desenvolvidos pela HM Engenharia - não sofreram complemento de custos, o que mostra que as obras mais problemáticas estão no mercado direcionado ao público de média e alta renda.
Em razão dos ajustes, a companhia registrou prejuízo antes de juros, impostos, depreciação e amortização de R$ 88,8 milhões, ante lucro de R$ 36,6 milhões no segundo trimestre de 2010. A margem operacional acompanhou a retração, passando de um patamar positivo de 16,7% para um percentual negativo de 48,5%.
A receita líquida caiu 16,4% no trimestre, para R$ 183,2 milhões. O segmento de baixa renda apurou receita de R$ 72,4 milhões, 6,2% mais que o valor reportado em igual período de 2010. Esse incrementou elevou a participação do segmento na receita consolidada de 25,8% para 39,5% em um ano.
Os custos com construção aumentaram em um ano, sobretudo por causa da maior atividade da companhia. Os custos subiram 29%, para R$ 176,5 milhões. No período, a CCDI concentrou esforços na entrega de imóveis, registrando o maior volume de entrega na história da companhia. A CCDI entregou 1.523 unidades, equivalente a R$ 209,3 milhões em volume geral de vendas. Desde sua fundação, em 2006, até o fim de 2010, a companhia entregou 3.263 unidades.


JBS investirá 50% menos em 2012 para reduzir alavacangem
Valor 17.8.2011 - Wesley Batista, presidente da JBS, vislumbra mercado aquecido no Mercosul e maior oferta de bovinos para abate.
A JBS, que fechou o segundo trimestre do ano com um prejuízo de R$ 180,8 milhões, vai reduzir investimentos em 2012 como uma das medidas para diminuir sua alavancagem.
Wesley Batista, presidente-executivo, disse que os investimentos em 2012 ficarão abaixo do pouco de mais de R$ 1 bilhão deste ano.
"O orçamento ainda não está definido, mas deve haver redução significativa dos níveis para 2012", afirmou em teleconferência com analistas ontem para divulgar o balanço da empresa, uma das maiores de carnes do mundo. "Pode cair para a casa dos R$ 500 milhões", disse.
Esses investimentos são destinados a ampliação de unidades, melhorias de processos, modernização e manutenção. "Podemos investir menos porque já estamos em fase de finalização de alguns projetos", afirmou. A JBS também espera uma melhora nos resultados da Pilgrim's Pride, sua operação de aves nos EUA, a partir do quarto trimestre, o que contribuirá para a desalavancagem.
No segundo trimestre, a JBS teve uma receita líquida de R$ 14,62 bilhões (alta de 3,6% sobre igual intervalo de 2010). Conforme a empresa, todas as unidades de negócios - espalhadas por Brasil, EUA, Austrália e Argentina - tiveram crescimento da receita no período, em moeda local, reflexo do aumento dos preços médios e da forte demanda nos países emergentes.
Já o lucro antes dos juros impostos e depreciação (Ebitda) caiu 41,2% no segundo trimestre em relação ao mesmo intervalo de 2010, para R$ 587,7 milhões. Explicam o recuo, segundo a JBS, o resultado negativo da Pilgrim's e o desempenho ruim da operação de carne bovina nos EUA.
Com um endividamento líquido de R$ 9,8 bilhões no fim do segundo trimestre (aumento de 6,5% sobre o trimestre anterior), a JBS viu sua alavancagem crescer entre abril e junho deste ano.
A relação entre a dívida líquida e o Ebitda ficou em 3,2 vezes. No trimestre anterior, estava em 2,9 vezes. Os cálculos excluem a Pilgrim's. Segundo a JBS, os números refletem o fraco desempenho da unidade de carne bovina dos EUA (JBS USA) e a maior necessidade de capital de giro nas operações em decorrência da alta das matérias-primas e insumos.
Apesar de o dólar desvalorizado beneficiar as exportações a partir dos EUA, tanto as operações de aves quanto a de bovinos da JBS no país ficaram aquém do esperado no trimestre. Segundo Batista, o negócio de carne bovina sofreu impacto da marcação a mercado do hedge referente à posição comprada de bois no mercado americano. Além disso, houve perda de receita na operação da Austrália (que faz parte da JBS USA) devido à alta do dólar australiano.
No caso da Pilgrim's, pesaram a alta nos preços dos grãos e a demanda fraca para alguns cortes de aves vendidos no mercado interno. "Estamos tomando várias medidas para reverter os resultados da Pilgrim's. Fechamos a unidade de Dallas para ganhar eficiência e estamos reduzindo a produção para equilibrar oferta e demanda."
Um das operações que tiveram resultado positivo foi a do Mercosul, cujo Ebitda ficou em R$ 427,9 milhões no segundo trimestre, alta de 27,9% sobre igual intervalo de 2010. Batista disse estar otimista com a operação nessa região, uma vez que a demanda está aquecida e a perspectiva é de aumento da oferta de bovinos para abate, principalmente no Brasil.
Com um caixa de R$ 5 bilhões no fim do segundo trimestre, a JBS não comenta eventual interesse em adquirir os ativos colocados à venda pela BRF Brasil Foods. Segundo Batista, a JBS não manifestou formalmente interesse nem a BRF ofertou formalmente os ativos que pôs à venda como condição imposta, em julho, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para sua criação.
Também ontem, a JBS informou que concluiu a emissão de títulos de dívidas de longo prazo no montante superior a US$ 2 bilhões por meio da JBS USA para pagar dívidas mais caras no Brasil, outra medida para reduzir sua alavancagem.
Assim com outras empresas exportadoras, as ações da JBS têm sofrido na bolsa. Ontem os papéis caíram 3,29%. No mês, a queda é de 11,21% e em 12 meses, de 47,98%. Atualmente, a BNDESPar, braço de participação em empresas do BNDES, tem uma fatia de 30,4% do capital social da JBS. A participação era de quase 17% e cresceu após a subscrição de debêntures mandatoriamente conversíveis em ações da companhia.


Cooperativas querem se agroindustrializar
DCI 17.08.201 - As cooperativas agropecuárias brasileiras começam a se organizar para iniciar uma nova fase no setor: a agroindustrialização. O intuito é estimular fusões entre os grupos, para fortalecer as ações, minimizar custos, e riscos e atrair pequenos e médios produtores.
Apesar de o setor agropecuário não representar mais os 70% de todas as cooperativas formadas no País -como já aconteceu nas décadas de 1960, 1970, e em meados da de 1980-, o cooperativismo no setor agrícola brasileiro ainda lidera esse mercado, com 23% de participação, segundo dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
Atualmente, o País possui mais de 1,5 mil cooperativas, que agregam 943 mil produtores. Para Maurício Landi Pereira, assessor estratégico da OCB, no passado a formação de cooperativas buscava receber incentivos governamentais para a área rural, movimento este que gerou forte endividamento dos grupos menos competentes administrativamente e gerou uma seleção natural ao final dos anos 1980. "A palavra agora é agroindustrializar."


À espera de uma oferta
Valor 17.8.2011 - Marcos Flesch, do Souza, Cescon: ofertas de compra por pulverizadas no Novo Mercado traz risco de discussão jurídica.
A crise deixou bancos de investimento, fundos de "private equity" e butiques financeiras alvoroçados. Todo mundo está com um número na cabeça: o Brasil já tem quase 50 companhias com capital disperso na bolsa. Para eles, são, em tese, 50 oportunidades de negócio.
A queda nas cotações tornou as empresas sem controlador mais vulneráveis a aquisições, tanto por companhias concorrentes quanto por fundos de private equity - seja por ofertas negociadas com a administração ou hostis.
Porém, por aqui, dispersão do capital nem sempre significa a completa pulverização das ações na bolsa. Quase sempre há um grupo com uma participação acionária relevante, entre 20% e 40%, o que pode ser mais desafiador.
O número de pulverizadas, em termos absolutos, ainda é pequeno. Mas representa avanço significativo nos últimos dez anos. De acordo com dados da BM&FBovespa, são exatas 47 empresas com mais de 51% das ações circulando em bolsa de um total de 125 no Novo Mercado - ou 37,5%.
"A tendência é que essas operações aumentem. O problema é que a volatilidade do mercado atua contra as oportunidades, pois afeta o sentimento corporativo", destacou Luiz Muniz, presidente do Rothschild no Brasil, a respeito das ofertas de aquisição.
Pedro Marcílio, sócio da BR Partners, afirma que o crescimento desse tipo de transação depende não só da existência de ativos disponíveis, mas do desenvolvimento de um mercado de financiamento especializado. Além disso, lembrou que a atual crise afeta a disponibilidade de crédito no mundo todo.
Seguindo raciocínio semelhante, Marcos Pinto, sócio de private equity da Gávea, ressaltou que falta no Brasil uma taxa de juros mais atrativa. Ele lembrou que essas transações costumam ser alavancadas. "Com uma taxa de juros cara, fica mais difícil."
A novidade desse tipo de estrutura de capital no Brasil faz com que seja pouco desenvolvida a especialização da indústria financeira para lidar com essas operações. Porém, os especialistas consultados concordam que em termos estruturais não falta nada no país para o aumento dessas operações. "Estamos maduros para isso", acredita o sócio da Gávea.
Por isso, apesar de todas as dificuldades de uma modalidade nova num país de dinheiro caro, aos poucos, a indústria de fusões e aquisições começa a atentar para essas possibilidades. E as próprias administrações das companhias cujo capital é disperso também observam as crises com outro olhar, e ficam mais receosas pela queda nas cotações em bolsa.
Na segunda-feira, a BR Malls anunciou que pretende colocar uma cláusula de proteção de sua dispersão acionária. Na prática, a empresa quer colocar no seu estatuto um gatilho para que o investidor que alcançar participação de 20% no capital fique obrigado a lançar oferta pública para todos os acionistas. Sem controlador ou mesmo um grupo de acionistas predominante, a companhia está entre as mais pulverizadas na bolsa. A decisão será tomada pelos acionistas em assembleia agendada para 30 de agosto.
Além da novidade de BR Malls, os investidores tiveram, nesta semana, uma outra oportunidade de avaliar as discussões sobre ofertas hostis. A construtora e incorporadora Gafisa foi alvo de boatos a respeito de uma potencial oferta desse tipo, pelos desafios que enfrenta no momento. O tema foi, inclusive, questionado na teleconferência de resultados. Há poucos meses, a empresa inseriu uma cláusula em seu estatuto semelhante a proposta pela BR Malls, mas com gatilho em 30%.
As pílulas de veneno - mecanismos semelhantes ao de Gafisa e à sugestão da BR Malls, porém mais severos - são um dos fatores que podem dificultar as ofertas de aquisição de controle. No auge das aberturas de capital, essas regras foram incluídas nos estatutos das companhias que abriam capital por repetição, como forma de oferecer ao controlador um conforto de que a tomada do controle seria difícil.
O advogado especializado em fusões e aquisições Marcos Flesch, do escritório Souza, Cescon, Barrieu & Flesch, destacou ainda que há preferência do próprio comprador de que as propostas sejam negociadas. Segundo ele, as ofertas hostis, por vezes, são malvistas.
Outra questão que afeta as potenciais ofertas por companhias pulverizadas são as facilidades de outras operações no Brasil. Segundo Marcílio, incorporações e aquisição de fatias relevantes - que não o controle - são potencialmente mais baratas e atrativas para os compradores.
Flesch destacou que ofertas por companhias do Novo Mercado trazem um risco de discussão jurídica. Isso porque há uma regra no regulamento que determina oferta por valor justo, baseado em laudo independente, no caso de saída da companhia do segmento especial. De acordo com o especialista, isso pode encarecer o negócio. "Nem sempre a cotação estar baixa na bolsa significa que o negócio pode sair barato", disse.
O diretor de regulação de emissores da BM&FBovespa, Carlos Alberto Rebello, explicou que uma oferta para compra de controle não precisa seguir essa regra logo de cara. Segundo ele, a empresa pode lançar a proposta pelo preço que julgar conveniente desde que no edital da oferta especifique o que fará caso a fatia do capital em circulação na bolsa deixe de atender a exigência do Novo Mercado, de um mínimo de 25%. A empresa pode optar por sair do Novo Mercado, lançando uma segunda oferta seguindo as regras citadas por Flesch, ou recompor a quantidade mínima de papéis na bolsa.
Marcílio acredita que há uma saída mais simples para esse tipo de situação. Segundo ele, empresas que não possuem nenhuma pílula de veneno podem ser alvo de ofertas apenas por 75% do capital. "Enquanto o Novo Mercado não criar uma regra que permita a saída da empresa no caso de uma oferta bem sucedida, será mais vantajoso comprar 75%. A decisão racional será pior para o investidor."


Paquetá aumenta produção no exterior
Valor 17.8.2011 - A Paquetá concluiu a transferência da produção de calçados da fábrica de Sapiranga (RS), onde fica a sede do grupo, para sua unidade na República Dominicana. A migração começou em 2010, logo após a inauguração, em março, da planta centro-americana, que agora teve a produção ampliada de 1,5 milhão para 4,5 milhões de pares por ano destinados ao mercado internacional, informou o diretor corporativo da empresa, Jorge Strassburger.
Segundo o executivo, a mudança foi provocada pela perda de competitividade das exportações a partir do Brasil, com a valorização do real. A nova política industrial anunciada pelo governo, que prevê, entre outras medidas, a desoneração da folha de pagamento dos setores calçadista e têxtil é vista como positiva, mas foi implementada "muito tarde", afirmou.
Os produtos exportados pela Paquetá a partir da República Dominicana levam marcas de terceiros. Dois terços do volume vão para os Estados Unidos, favorecidos por um acordo comercial entre os dois países que reduz o imposto de importação de calçados pelo mercado americano. O restante é embarcado para a Europa.
A produção anualizada da planta centro-americana corresponde agora a 43% do volume total estimado pela Paquetá para 2011, de 10,5 milhões de pares (500 mil a mais do que em 2010), incluindo as outras oito fábricas no Rio Grande do Sul, Ceará, Bahia e Argentina. Desses, 7,5 milhões de pares serão feitos para terceiros, como Adidas e Clarks, e o restante com as marcas próprias Capodarte, Dumond, Ortopé e Lilly's Closet.
A desativação da linha em Sapiranga, na região metropolitana de Porto Alegre, resultou na dispensa de mais de 400 trabalhadores, mas eles foram imediatamente absorvidos pela Ramarim, que também alugou o prédio e comprou os equipamentos locais. Segundo o diretor administrativo-financeiro da companhia Jakson Wirth, mais 300 pessoas foram contratadas na nova filial da empresa.
A Paquetá manteve na cidade a sede administrativa e as áreas comercial e de desenvolvimento de produtos, com cerca de 800 funcionários. O grupo emprega agora 12,5 mil pessoas no Brasil, incluindo as operações de varejo (redes Paquetá, Paquetá Esportes, Gaston e Esposende) e outros segmentos como administração de cartões de crédito, agronegócios e empreendimentos imobiliários.
No exterior já são mais de mil empregados na Argentina e outros mil na República Dominicana, onde o quadro vai dobrar até o fim de 2012, informou Strassburger. De acordo com ele, número equivalente aos funcionários demitidos em Sapiranga deverá ser contratado no Brasil até o fim do ano com a expansão das redes de varejo de 150 para pelo menos 160 lojas. O grupo prevê faturamento de quase R$ 1,9 bilhão em 2011 e está negociando a aquisição da calçadista Via Uno, de Novo Hamburgo (RS).
A Ramarim, que tem sede em Nova Hartz (RS) e duas unidades em Jequié (BA), prevê uma produção anualizada de 1,2 milhão a 1,5 milhão de pares em Sapiranga. No acumulado de 2011 a empresa que emprega agora 7,5 mil pessoas, estima um volume total de 11 milhões de pares, dos quais apenas 7% a 8% serão destinados ao mercado externo.


Números da Anhanguera decepcionam; ações caem 11%
Valor 17.8.2011 - As ações da Anhanguera Educacional estiveram mais uma vez entre as maiores perdas da bolsa ontem - desta vez por conta dos números do segundo trimestre considerados fracos pelos analistas. Os papéis caíram 11%.
Conforme observou o banco Itaú BBA, em relatório, o resultado foi negativamente afetado pela queda de receitas com cursos prepara preparatórios para concursos públicos, que praticamente não aconteceram no trimestre passado. Além disso, houve aumento nas despesas com marketing.
O lucro líquido da companhia caiu 10% e somou R$ 8 milhões no trimestre passado, na comparação com o mesmo intervalo de 2010.
Apesar das últimas semanas turbulentas para os papéis da empresa na bolsa, a Anhanguera mostrou-se otimista com o segundo semestre. Revelou que está com 11 memorandos assinados para realizar novas aquisições. No total, elas poderão agregar 100 mil alunos à Anhanguera, - quantidade semelhante ao total da concorrente Kroton.
Também informou que o momento de nova instabilidade financeira global não preocupa. Acredita que seus níveis de provisão estão mais do que adequados e não sente aumento da inadimplência. A Anhanguera aposta que, nos próximos meses, serão retomados os concursos públicos, em destaque as vagas para INSS, Polícia Federal e AGU.
"Concursos não estão ligados a situações econômicas. Quando são lançados, as pessoas se inscrevem. Também temos nossos alunos matriculados, o que nos dá certa previsibilidade ao negócio", afirmou ao Valor Alex Dias, principal executivo da Anhanguera. Ele também destacou que na crise de 2008-2009, os negócios foram pouco afetados.
Tanto em seu comentário de desempenho quanto na teleconferência, a Anhanguera detalhou longamente alguns dos aspectos de seu balanço. Partes de sua contabilidade vinham sendo questionados nas últimas semanas pelo mercado, entre eles itens não recorrentes, aspectos de sua forma de realizar provisões e baixas contábeis, cobrança de aluguéis, ganhos com imóveis e seu programa de remuneração aos executivos - todos esses pontos foram amplamente detalhados em conferência com investidores durante quase duas horas.
Dias avalia que "os boatos que influenciaram as cotações" da Anhanguera já foram dissipados. A empresa divulgou um relatório de 30 páginas com mais detalhes sobre a contabilização de seus resultados. Em três páginas, esclareceu sobre os itens que considera não recorrentes. Destacou custos e despesas relacionados a fusões e aquisições, a projetos, além de despesas de vendas e marketing que classifica como não recorrentes.
No segundo trimestre, houve um gasto de R$ 4,3 milhões com o lançamento de uma ferramenta, o Google Apps. No passado, a empresa já considerou uma campanha para informar alunos sobre a criação do Novo FIES, um programa de financiamento como uma despesa de marketing não recorrente.
A empresa também considera dessa forma os custos com as fusões e aquisições, atividade permanente em anos recentes e que tende a ser ainda mais presente nos próximos meses. Dias lembra que essa é a prática adotada pela maioria das empresas no Brasil. "O desejo é de permitir ao investidor realizar uma melhor análise do negócio", afirma Dias.
A Anhanguera também descreve receitas operacionais não recorrentes com a venda de imóveis - essas negociações, em alguns trimestres, apesar de não operacionais, contribuíram para aumentar o resultado da empresa.
O lucro ajustado divulgado pela Anhanguera foi de R$ 34 milhões. A receita líquida cresceu 10% no segundo trimestre e atingiu R$ 267,5 milhões. O Ebitda foi de R$ 50 milhões, em alta de 5,5%. A empresa manteve sua estimativa de Ebtida para o ano entre R$ 285 milhões e R$ 315 milhões.


Despesas financeiras ampliam prejuízos da Abril Educação
Valor 17.8.2011 - A Abril Educação apurou prejuízo líquido de R$ 37,2 milhões no segundo trimestre do ano, de acordo com o primeiro demonstrativo de resultados divulgado após a abertura de capital na bolsa, realizada em julho, em que captou R$ 351,2 milhões na oferta primária. A perda foi 81% maior em relação ao prejuízo de R$ 20,6 milhões registrado em igual período de 2010.
O resultado tem efeito do aumento das despesas financeiras, que somaram R$ 18,5 milhões. No segundo trimestre do ano passado, a empresa havia apurado receita de R$ 800 mil. Essa reversão ocorreu em razão de financiamentos tomados pela Abril Educação para concretizar aquisições.
Em abril, a companhia adquiriu a rede de escolas e os cursos do grupo pH, com atuação no Rio de Janeiro, e as Escolas Técnicas do Brasil (ETB), que têm operação no Estado de São Paulo.
A receita líquida teve crescimento expressivo no período, atingindo R$ 80 milhões. No ano passado, a receita somou R$ 16,8 milhões. A expansão considera a incorporação do sistema de ensino Anglo, realizada no ano passado.
O Anglo contribuiu com receita de R$ 43,4 milhões. O grupo pH incorporou R$ 14,8 milhões de receita ao consolidado da companhia, enquanto a ETB somou R$ 900 mil.
As Editoras Ática e Scipione, negócios mais antigos da Abril Educação, acrescentaram, juntas, R$ 15,5 milhões. A Abril Educação ainda contabiliza a receita do sistema de ensino Ser, lançado em 2008, de R$ 5,5 milhões.
O reconhecimento das despesas das empresas incorporadas ao negócio da Abril Educação também tiveram impacto significativo no total das despesas gerais e administrativas, que somaram R$ 68,1 milhões no segundo trimestre. Esse valor ainda inclui o reconhecimento de outorga de opção de ações para a administração, de R$ 7,8 milhões.
A geração de caixa da Abril Educação, medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos amortização e depreciação) ficou negativa em R$ 14,2 milhões. Um ano atrás, o Ebitda foi negativo em R$ 28,5 milhões.
No encerramento do primeiro semestre, o endividamento líquido consolidado da Abril Educação totaliza R$ 535,2 milhões.
Antes mesmo da estreia na bolsa de valores, a Abril Educação já tinha adquirido uma participação minoritária (5,9%) no capital da Livemocha, uma das maiores empresas de ensino de idiomas à distância do mundo, com sede em Seattle, nos Estados Unidos.
A empresa tem cerca de 10 milhões de usuários cadastrados, dos quais 2,5 milhões no Brasil.
Segundo o release divulgado, até o fim de 2011, a empresa deve finalizar os acertos para uma parceria com a Livemocha para explorar com exclusividade seus serviços no Brasil.


Lucro da Brazil Pharma
Valor 17.8.2011 - A rede de drogarias Brazil Pharma registrou lucro líquido consolidado de R$ 1,04 milhão no segundo trimestre, revertendo prejuízo de R$ 582 mil registrado em igual intervalo de 2010. No acumulado do semestre, a companhia registra prejuízo de R$ 648 mil.


Norueguesa SN Power adquire 40,65% da Desenvix por R$ 700 milhões
Exame 16.08.2011 - A transação também inclui a participação de 50 por cento da Desenvix na Enex, empresa especializada na operação e manutenção de usinas de geração
Os ativos da Desenvix incluem hidrelétricas, dois parques eólicos e uma central de biomassa em construção.
A companhia norueguesa SN Power anunciou nesta terça-feira a aquisição de 40,65 por cento da Desenvix Energias Renováveis por 706 milhões de reais, na maior transação já realizada pela empresa de desenvolvimento de projetos de energia renovável no mundo.
A Desenvix é o braço de geração de energia da empresa de engenharia Engevix.
Com o acordo, firmado no último dia 12, SN Power e Jackson Empreendimentos, que ficará também com 40,65 por cento da companhia, terão controle conjunto da Desenvix, enquanto a Funcef --fundo de pensão da Caixa Econômica Federal-- irá manter participação de 18,69 por cento.
A transação também inclui a participação de 50 por cento da Desenvix na Enex, empresa especializada na operação e manutenção de usinas de geração.
"A conclusão da transação deve ocorrer nos próximos meses, após aprovação dos órgãos reguladores brasileiros", afirmou a SN Power, em comunicado.
A Desenvix tem uma carteira de ativos de energia renovável de 162 megawatts (MW) em operação, 176 MW em construção e um portfólio de projetos em desenvolvimento de cerca de 1.600 MW. Os ativos incluem hidrelétricas, dois parques eólicos e uma central de biomassa em construção.
A SN Power informou ainda que, como parte do acordo de entrada na empresa, a companhia e os atuais proprietários da Desenvix desenvolveram um plano de negócios conjunto que visa alcançar 1.000 MW até 2018.
A Desenvix havia entrado com pedido de registro de companhia aberta no final de outubro de 2010, mas solicitou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a interrupção do processo de análise de uma oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês) no início de março.
A SN Power, joint-venture entre as empresas Statkraft e Norfund, opera exclusivamente em mercados emergentes, com projetos e operações na Ásia, América Latina e África. A companhia tem como objetivo desenvolver uma carteira com cerca de 3.000 MW de capacidade instalada até 2015.


Olam e Renuka se associam para investir em cana
Valor 17.8.2011 - O grupo Olam International, de Cingapura, e a indiana Shree Renuka Sugars, firmaram parceria no Brasil para investir em açúcar e etanol. Segundo apurou o Valor, o acordo não inclui compartilhar ativos já pertencentes à companhia indiana, mas apenas a atuação conjunta em novos projetos e aquisições sucroalcooleiras no país. O primeiro alvo da dobradinha asiática são os ativos do grupo Clealco, com duas usinas em São Paulo que somam capacidade industrial para moer 9 milhões de toneladas de cana por safra.
De acordo com fontes ouvidas do mercado, a Olam não definiu o valor a ser investido no segmento sucroalcooleiro do Brasil. O objetivo é entrar e estabelecer uma posição no mercado brasileiro de cana-de-açúcar.
Globalmente, a atuação da Olam - que em 2010 faturou US$ 8,6 bilhões - vai de originação de commodities, passa por processamento em algumas cadeias do agronegócio e inclui também logística. No Brasil, a empresa até agora só opera como trading mas, segundo as fontes, tem em seu plano entrar em outros elos de algumas cadeias de agronegócio no país, estratégia que não se limita ao segmento de cana-de-açúcar.
Do outro lado da parceria está a indiana Shree Renuka Sugars, com faturamento global de US$ 1,7 bilhão na temporada 2009/10. A companhia investiu pesado nos últimos dois anos no Brasil comprando quatro usinas de açúcar e etanol - duas em São Paulo e duas no Paraná - pelas quais pagou cerca de R$ 600 milhões e assumiu dívidas da ordem de R$ 1,5 bilhão.
A indiana administra também investimentos em ampliações industriais e agrícolas no país que ultrapassam R$ 400 milhões. Atualmente, das cerca de 20 milhões de toneladas de cana que a empresa processa, 13,6 milhões estão no Brasil e o restante, na Índia.
Agora, diante da venda da Clealco - sua vizinha em uma das unidades de São Paulo -, a Renuka não quer perder a oportunidade estratégica de agregar mais esses ativos, dizem fontes.
Com a Olam, a indiana fica mais forte para brigar pela Clealco que também é disputada por gigantes do setor, entre eles, a Raízen (Cosan / Shell), Guarani / Petrobras Biocombustíveis e a petroleira francesa Total. Procuradas, Olam, Renuka, Clealco e Guarani não comentaram. Executivos da Total não foram encontrados. A Raízen apenas confirmou que está na negociação.
Tanto a Olam como a Renuka têm capital aberto em bolsas de valores na Ásia (Cingapura e Mumbai, respectivamente).
Fora do Brasil, a Olam chegou a conversar com o grupo francês Louis Dreyfus Commodities no ano passado sobre uma possível fusão. Mas em fevereiro deste ano, a companhia de Cingapura informou que foram encerradas as negociações, colocando fim às especulações de que as duas empresas poderia se associar, segundo reportagem publicada no começo deste ano pelo "Wall Street Journal".
A Clealco é considerada uma das últimas oportunidades de ativos sucroalcooleiros de médio porte à venda no Centro-Sul. A decisão de se desfazer do negócio se deveu a discordâncias entre os sócios. Com administração profissionalizada, o grupo teve na última safra, a 2010/11, lucro de R$ 60,2 milhões, 130% maior do que o resultado líquido, também positivo, registrado na temporada anterior.
A dívida com empréstimos e financiamentos da Clealco cresceu 7,4% até 31 de março deste ano para R$ 447,5 milhões, dos quais R$ 83,1 milhões no curto prazo e R$ 354,4 milhões no longo.
Além das duas usinas - localizadas nos municípios paulistas de Clementina e Queiroz (uma delas com cogeração de energia) -, o grupo também negocia um projeto de outra usina no município de Tupã, distante 50 quilômetros das outras duas unidades. Ainda entram no pacote mais dois projetos greenfield (construção a partir do zero) no mesmo "cluster" de produção. As terras das usinas e a cana, que atende cerca de um terço da demanda das unidades, não entraram na negociação.
Segundo fontes de mercado, a Clealco estima que seus ativos valem cerca de US$ 150 por tonelada de cana de capacidade instalada, o equivalente a R$ 2,2 bilhões. A empresa estendeu para esta sexta-feira o prazo para entrega das propostas definitivas, uma vez que as pretendentes já concluíram auditorias nos ativos e balanços do grupo. A expectativa do mercado é de que um escolhido seja anunciado até o fim deste mês.


Aneel aprova aquisição de projetos de energia da Bertin pela MPX
Os projetos das térmicas MC2 Joinville e MC2 João Neiva, adquiridas em junho, tem autorização para instalar 680 MW em capacidade de geração.
A transferência dos projetos corresponde à segunda saída do grupo Bertin de um projeto de energia em 2011.
A aquisição dos projetos termelétricos de gás natural da Bertin pela MPX Energia foi aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta terça-feira. Os projetos das térmicas MC2 Joinville e MC2 João Neiva, adquiridas em junho, tem autorização para instalar 680 MW em capacidade de geração.
A MPX construirá as térmicas no complexo do Parnaíba, no interior do Maranhão, com investimentos de cerca de R$ 980 milhões. O gás natural para os empreendimentos será fornecido pelos blocos terrestres na região, operados pela OGX Maranhão.
"O complexo do Parnaíba será um importante pólo de geração de energia para o Brasil, já que temos 3.722 MW já licenciados", afirma o presidente da MPX, Eduardo Karrer, em comunicado. A entrada em operação dos empreendimentos está prevista para janeiro de 2013 e o processo de implantação das usinas começa nas "próximas semanas", de acordo com a MPX.
As usinas venderam energia para o mercado regulado no leilão A-5 realizado em 2008, por meio de contratos com duração de 15 anos para fornecimento de 450 MW médios. A receita fixa anual dos projetos é de R$ 393,5 milhões.
A transferência dos projetos corresponde à segunda saída do grupo Bertin de um projeto de energia em 2011. No início do ano, a Vale anunciou que vai assumir a fatia de 9% que a Gaia Energia, empresa do grupo Bertin, tinha no projeto da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.


Polêmica dos contratos de gás da Petrobras chega à SDE
Valor 17.8.2011 - O suprimento de gás da Petrobras para as térmicas que irão disputar um contrato no leilão de energia (A-3) levou Claudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, a se reunir ontem com o secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Vinícius Carvalho, em Brasília. "Falamos sobre a questão eloquente de falta de isonomia competitiva nesse leilão", disse Sales.
A impressão do executivo é que o assunto chamou a atenção de Carvalho. "O preço do gás para a térmica da Petrobras é mais barato do que o preço que ela cobrou dos outros compradores que são concorrentes dela. Eu diria que isso é um chute na canela dos conceitos da boa concorrência", critica o executivo do Acende Brasil.
Além de disputar com usinas eólicas e com o gigantismo da Petrobras, os geradores a gás terão como forte concorrente a MPX, empresa de geração de energia do empresário Eike Batista. Ela recebeu ontem sinal verde da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para adquirir duas usinas do grupo Bertin, a MC2 Joinville e MC2 João Neiva.
As duas são parte das usinas do Bertin que venceram o leilão de energia promovido pela Aneel em 2008 e que nunca saíram do papel. Originalmente as duas plantas, com capacidade de gerar 680 megawatts (MW), foram projetadas para serem construídas no Espírito Santo usando gás natural liquefeito (GNL) como combustível. Agora elas serão transferidas para o Maranhão, onde a MPX, junto com a OGX e a Petra, descobriram gás.
Segundo comunicado da empresa, a construção das duas plantas vai exigir investimentos de R$ 980 milhões e o início da operação está previsto para janeiro de 2013. Depois da descoberta de reservas prováveis estimadas em 11 trilhões de pés cúbicos (TCF) de gás (incluindo o não convencional, mais difícil de extrair) na bacia do Parnaíba (MA), o grupo adotou uma estratégia arrojada que garante receita para as duas empresas, simultaneamente. Ele projetou a construção de térmicas a gás de grande porte para viabilizar o desenvolvimento da produção de gás no local, que não tem infraestrutura de escoamento do insumo para distribuição a terceiros, incluindo a distribuidora Gasmar.
As usinas do Bertin compradas pela MPX já têm contratos para geração de 450 megawatts médios durante 15 anos e vão garantir uma receita anual de R$ 393,5 milhões, como informou a empresa ontem. A aquisição de térmicas que já têm contrato de venda de energia desobriga a MPX de disputar esses 680 MW em leilões. Mas a empresa de Eike Batista já tem licença ambiental para gerar até 3.722 MW no Maranhão e credenciou 1.200 MW para o leilão.
Além da Petrobras e da MPX, vão disputar hoje o direito de construir novas térmicas a francesa EDF e a portuguesa EDP, além de Promon, Queiroz Galvão e GenPower.


Leilão de longo prazo pode incluir térmicas
Valor 17.8.2011 - O leilão de energia de longo prazo deste ano, conhecido como A-5 (lê-se A menos cinco, em referência ao prazo de entrada em operação), deve também licitar termelétricas a gás. De acordo com o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, há uma clara sinalização de que as hidrelétricas com licenciamento ambiental não serão suficientes para suprir a demanda. "Mas pode ser que também as eólicas possam disputar", diz Tolmasquim, aumentando a polêmica em torno do leilão de hoje, de curto prazo, que vai permitir a disputa entre as duas fontes de energia.
O governo ainda está cauteloso em relação à demanda, em função de não ter ainda uma visão mais precisa dos impactos da crise na necessidade futura de energia. Ontem, em evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), alguns executivos de grandes indústrias disseram ao Valor estarem com projetos de expansão paralisados até segunda ordem. Mesmo assim, o leilão de curto prazo, que acontece hoje, não deve mostrar os impactos da crise como no passado. Esse leilão é conhecido como A-3 (lê-se A menos três, e faz referência ao prazo de três anos em que a energia deve ser entregue).
A grande expectativa do leilão se concentra na participação de Jirau. A hidrelétrica teve a permissão para expandir sua obra e com isso pode vender 190 MW no leilão de hoje. O preço é de R$ 102 o MWh e pode fazer com que a Energia Sustentável do Brasil venda apenas parte dessa expansão no leilão. As pequenas centrais hidrelétricas podem concorrer com Jirau, mas custam mais caro e estima-se que não tenham competitividade.
Na segunda parte, serão vendidos os projetos eólicos e termelétricos, que estão gerando grande disputa entre empreendedores das duas fontes. Foi cadastrada oferta de mais de 14 mil MW pela EPE para o leilão, sendo 6 mil de eólicas e 4.300 MW de térmicas. A mesma quantidade está cadastrada também para o leilão de reserva, que tem características diferentes do A-3 e basicamente serve para dar segurança ao fornecimento.
Por ano, o país perde uma potência de cerca de 18 mil MW, número que deve subir para 19 mil neste e no próximo ano, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS). Essa perda acontece em função de paralisações da operação ou de máquinas em determinadas usinas, e também por restrição elétrica, quando reforços estão sendo realizados em determinadas linhas de transmissão.
De acordo com Hermes Chipp, é esperada uma grande operação de usinas termelétricas para 2013 em função dessa situação. "É preciso ter reserva de potência", diz Chipp. A partir daquele ano, o parque termelétrico instalado será de 7,3% da capacidade total de geração do país, contra 3,9% atualmente. O problema é que a maior parte é de usinas movidas a óleo combustível e boa parte delas pertence ao grupo Bertin, que tem menos de um ano e meio para colocar suas térmicas em operação.
Apesar de a operação já vislumbrar uma maior necessidade de térmicas, o Plano Decenal de Energia apresentado pela EPE neste ano não prevê contratação de mais térmicas. Mas o próprio presidente da EPE já sinalizou uma mudança de postura, ao abrir a possibilidade para as térmicas no leilão de longo prazo.
A competição entre as térmicas tende a ser grande, já que muitos projetos estão represados desde 2008, quando, em meio à crise, o governo contratou mais de 3 mil megawatts em térmicas de apenas um empreendedor. Esse problema ainda não foi resolvido e ainda é possível haver concentração. De acordo com o presidente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Luiz Eduardo Barata, os leilões de hoje e amanhã não terão esse problema, pois o número de empreendedores está bastante pulverizado. Em eólicas são mais de 200. Mas em térmicas a gás, com oferta de 4.300 MW, são apenas dez empreendedores.


Localiza investe R$ 2,7 bi em frota
Valor 17.8.2011 - Eugênio Mattar, vice-presidente da companhia, diz que a maior parte dos recursos virá da venda de carros usados.
A Localiza Rent a Car, a maior locadora de automóveis do país, vai investir R$ 2,7 bilhões nos próximos 18 meses para a compra de 100 mil veículos, sendo 90 mil para a empresa e 10 mil para a rede de franquias. O investimento é o maior da Localiza em volume de dinheiro e quantidade de carros em 38 anos de atividades. Os recursos serão utilizados para a renovação e o aumento da frota, com 103.517 unidades no primeiro semestre, sendo 92.154 da Localiza e 11.363 de franqueados.
O vice-presidente executivo da Localiza, Eugênio Mattar, conta que a maior parte dos recursos para o investimento recorde será obtida com a venda de carros usados. Como exemplo, o executivo lembra que no ano passado a empresa obteve uma receita de R$ 1,3 bilhão com esse tipo de negócio e gastou R$ 1,9 bilhão com aquisição de veículos novos.
Outra parcela do investimento será obtida com caixa próprio, que em 30 de junho estava em R$ 484,2 milhões. Captações no mercado, como a emissão de debêntures não conversíveis realizada no dia 10 de junho no valor de R$ 500 milhões, são outra fonte de recursos para a Localiza.
Cerca de 60% do total da emissão tinha como destino o alongamento da sua dívida, de R$ 1,4 bilhão no primeiro semestre. Os 40% restantes foram usados para recompor o caixa e investir em ampliação de frota. A relação dívida líquida ante lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da empresa é uma das menores do setor de locação, de 1,8 vez. "Não podemos ter uma renovação de frota muito demorada. A idade média da nossa frota é de 6,6 meses", afirma Mattar. De acordo com ele, o cenário de crise na Europa e nos Estados Unidos ainda não refletiu nos dois principais negócios da empresa, a locação de carros e a terceirização de frotas para empresas. "A crise tem mais impacto em setores voltados para a oferta de crédito", acrescenta o executivo.
Nesse sentido, ele afirma que a Localiza começa a sentir algum receio dos consumidores na compra de carros usados, mas diz que ainda é cedo para afirmar se essa é uma tendência por causa do clima de contenção de gastos devido ao cenário de crise.
Cerca de dois terços do faturamento da Localiza é gerado pela locação de automóveis, o foco principal de negócios da empresa. O um terço restante é obtido com a terceirização de frotas. "Essa relação mostra que o nosso grande foco é a locação de carros", afirma Mattar. De acordo com ele, não há intenção de aumentar a participação da terceirização de frota nos resultados da empresa.
No ano passado, a receita líquida consolidada da Localiza foi de quase R$ 2,5 bilhões, o que representou um aumento de 37,2% na comparação com o ano anterior. No primeiro semestre de 2011, a receita ficou em R$ 1,3 bilhão, o equivalente a um aumento de 24,4% em relação ao mesmo periodo do ano passado.
Do total de 100 mil automóveis que serão adquiridos, 62,9% serão modelos econômicos e 37,1% serão carros médios, executivos e utilitários. A Localiza compra veículos das montadoras Fiat, Ford, General Motors (GM), Peugeot, Renault e Volkswagen.
Fundada em 1973 com seis Fuscas usados, a Localiza vai comprar modelos de carros que ainda não havia incorporado na sua frota, como o Novo Uno (Fiat), o Focus Hatch 1.6 e o Fusion (Ford), o Logan 1.0 e o Fluence (Renault), e o Peugeot 408. A compra responde ainda por 2,9% da produção total de automóveis e veículos leves da indústria automotiva prevista para este ano.


Xerox negocia aquisição no Brasil
Valor 17.08.2011 - Yoram Levanon, presidente da Xerox no país: compra visa acelerar expansão da companhia na área de serviços.
A Xerox negocia uma aquisição no Brasil para acelerar sua expansão no segmento de terceirização de processos de negócios (BPO, na sigla em inglês). A compra faz parte da estratégia mundial da companhia para consolidar os negócios de serviços, que atualmente representam em torno de 45% da receita da empresa.
No ano passado, a Xerox adquiriu, por US$ 6,4 bilhões, a Affiliated Computer Services (ACS). A meta era fortalecer a área de serviços, tendo em vista que globalmente esse segmento cresce mais rapidamente que as vendas de impressoras. A ACS é uma das maiores empresa de terceirização de processos de negócios do mundo, mas tem pouca participação no Brasil.
No país, a Xerox oferece esse tipo de serviço a grandes grupos, como General Motors (GM), Motorola e Michelin, como parte de contratos globais. "A aquisição contribuirá para acelerar o processo de crescimento nessa área", afirmou ao Valor Yoram Levanon, presidente da Xerox no Brasil.
A Xerox negocia com companhias locais nas áreas de BPO, terceirização de tecnologia da informação (ITO) e call center, que são negócios relacionados à atuação da ACS. De acordo com o executivo, a aquisição deve ser concluída até o início de 2012.
Levanon diz que a demanda no país por terceirização de processos de negócios cresce sobretudo entre companhias de transportes, telecomunicações e governos estaduais que se preparam para sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014. O executivo não informa quanto cresceram as vendas no segmento neste ano. Diz apenas que essa área, somada à terceirização de impressão, representa em torno de 45% da receita da Xerox no Brasil e pode chegar a 66% do faturamento em dois anos.
Cristiana Lannes, diretora executiva de marketing e estratégia da Xerox, afirma que parte desse crescimento virá com a oferta de BPO para companhias de grande porte que já fazem a terceirização de impressão.
Em evento realizado ontem em São Paulo para aproximadamente 300 distribuidores, a Xerox apresentou uma nova linha de impressoras de baixo custo de impressão, voltada a pequenas e médias empresas. No país, a empresa vende em torno de 1 milhão de impressoras por ano, mas tem como principal foco atender a grandes companhias e gráficas.
"No ano passado, a empresa reforçou as vendas de impressoras de alto valor agregado. Neste ano, o foco serão as vendas de impressoras para pequenas e médias empresas", afirmou o diretor executivo da Xerox, Villy Fine. No primeiro semestre, as vendas de impressoras de grande porte - foco da companhia em 2010 - tiveram incremento de 7%, enquanto o mercado total de impressoras avançou 15%.
Para o ano, Fine prevê expansão de 9% nas vendas de impressoras no país. Em 2010, as vendas cresceram 40%. "As empresas estão reduzindo custos em função da crise internacional", diz o executivo. Para o próximo ano, afirma, a previsão é de que o mercado volte a crescer a taxas próximas de 15%. A Xerox não divulga dados financeiros relativos à operação brasileira. No mundo, a empresa encerrou o primeiro semestre com incremento de 8% na receita, para US$ 11,08 bilhões, e aumento de 205% no lucro líquido, para US$ 616 milhões.


Para ministro, TV paga vai ficar mais barata e melhor
Estadão 17.08.2011 - O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, avaliou que a aprovação no Senado do projeto de lei (PLC) 116 foi uma boa notícia não só para o governo - que apoiava abertamente a proposta - como para a indústria do entretenimento, uma vez que muitas novas empresas devem passar a atuar no mercado de TV a cabo. "Vai haver uma expansão dos serviços e isso vai baratear os preços", afirmou o ministro. "Além disso, a banda larga de qualidade vai ser muito beneficiada, porque você tem que colocar fibras ópticas, permitindo velocidades acima de 5 megabits por segundo (Mbps)", completou.
Bernardo destacou que a aprovação da lei que abre o mercado de TV a cabo às operadores de telecomunicações levará à "interiorização efetiva" do serviço no Brasil. "Com certeza irá haver disputa por clientes e isso se reverterá em preço e qualidade", afirmou.
O ministro também citou as cotas de conteúdo nacional na programação das emissoras, determinadas pela nova lei. "Será um impulso para indústria cultural criativa, e isso significa emprego e renda", completou.
Bernardo comentou ainda a disposição dos partidos de oposição no Senado de entrar com uma Ação de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF). "A oposição faz o papel dela e temos que respeitar, mas tecnicamente não vejo nenhum problema na lei", concluiu.
Telebrasil: As novas regras para o mercado de TV a cabo, aprovadas hoje pelo Senado, devem levar à redução dos preços para os assinantes, na avaliação da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil). A entidade considera que medidas como a abertura do mercado às teles e o fim da limitação de capital estrangeiro nessas empresas incentivarão a concorrência no setor.
Em nota, a Telebrasil também destaca a possibilidade de ampliação na oferta de serviços convergentes, que reúnem telefonia, internet banda larga e TV por assinatura, estimulando investimentos na área. Segundo estimativa da associação, serão necessários R$ 144 bilhões para massificar o acesso à banda larga no País até 2020, triplicando o número de conexões atuais.
"A retirada de barreiras legais é imprescindível para ampliar a cobertura dos serviços e expandir o número de usuários, restritos hoje a pouco mais de cinco milhões, e ofertado em apenas 242 municípios brasileiros", acrescenta a entidade.
A Telebrasil também destaca que a obrigatoriedade de conteúdos nacionais nas grades de programação das emissoras fomentará a produção audiovisual brasileira, gerando empregos no setor.


Congresso libera TV a cabo para as teles
Folha 17.08.2011 - Com a mudança, as operadoras de telefonia fixa vão poder controlar empresas de televisão por assinatura.
Nova lei também acaba com restrição a estrangeiros; Embratel poderá assumir Net, e Telefônica, a TVA.
O Senado aprovou ontem o projeto de lei que abre o mercado de TV a cabo para as empresas de telecomunicações nacionais e estrangeiras e define cotas nacionais de programação.
O texto vai a sanção presidencial. O projeto unifica a regulamentação de TV por assinatura, seja via satélite, cabo ou micro-ondas, e derruba a legislação específica para TV a cabo hoje em vigor. A atual lei do cabo proíbe que teles estrangeiras controlem TV a cabo. As nacionais também eram proibidas, mas a Anatel estava mudando essa determinação.
Agora, as teles ficarão legalmente liberadas para controlar empresas do setor. Com isso, o governo espera ampliar a competição de TV por assinatura, baratear o serviço e usar o negócio como um vetor de crescimento de conexões à banda larga.
As empresas de telefonia fixa poderão vender os chamados "combos" de TV paga, telefone e banda larga. O projeto, porém, mantém as teles fora do processo de produção de conteúdo.
O projeto de lei define ainda cotas para produção nacional. Os canais deverão veicular três horas e meia por semana de conteúdo produzido no Brasil das 18h às 22h.
Há ainda a determinação de que metade da cota nacional seja produzida por empresas que não sejam vinculadas a grupos de radiodifusão. Será um total semanal de uma hora e 45 minutos de programação independente.
O texto, que tramitava havia quatro anos, determina à Ancine a função de verificar o cumprimento dessa meta de veiculação de conteúdo brasileiro e independente. O papel da agência foi a principal crítica da oposição.
O senador José Agripino Maia (DEM-RN) afirmou que, apesar de votar a favor do projeto, entrará com uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra a atribuição de tarefas à Ancine.
O relator do projeto, senador Walter Pinheiro (PT-BA), afirmou que não há delegação de funções novas à Ancine, que já tem a tarefa de regulação do setor.
O texto foi aprovado no Senado sem modificações. O projeto acaba com o limite de participação estrangeira no setor de TV a cabo no país, que era limitado a 49%.
Consolidação: O mercado já aposta em mudanças no setor com a aprovação da lei. O negócio mais esperado é a troca de comando na Net, hoje controlada pelas Organizações Globo. O empresário mexicano Carlos Slim e dono da Embratel, sócio na TV a cabo, deve assumir o controle da empresa.
A Telefônica deverá assumir o controle da TVA. Para a empresa, o cliente ganhará com a maior concorrência. "O principal beneficiado será o consumidor, que terá à disposição um leque maior de opções de provedores ofertando TV por assinatura", diz a empresa. Net e Oi não se pronunciaram.


Estados perdoam parte da dívida tributária da GVT
Folha 17.08.2011 - Com isso, empresa começará a recolher o ICMS por todo o serviço de internet. A GVT aceitou a proposta do Confaz (Conselho de Política Fazendária) de renegociação da dívida do ICMS. Assim, a empresa começa a recolher o tributo não pago aos Estados a partir deste mês.
Carlos Marques de Santana, coordenador do Confaz, disse que não há como saber o valor de redução do débito, pois as alíquotas do ICMS variam de acordo com o Estado.
Em média, a alíquota de ICMS do setor é de 25%. Do total que deveria recolher, a GVT vai pagar com alíquotas de 9% sobre a dívida até 2008, de 16% sobre a de 2009 e de 19% sobre a de 2010. O valor devido a partir de janeiro deste ano será pago integralmente (alíquota cheia).
O convênio publicado no "Diário Oficial da União" é só uma autorização para que cada Estado prepare uma regulamentação específica.
Segundo Santana, em alguns será necessário apenas um decreto do governador. Em outros, será preciso enviar projeto de lei para a Assembleia Legislativa. Por isso, o início do pagamento vai variar de acordo com o local.
A empresa diz aguardar contato das secretarias da Fazenda para se pronunciar. A Folha apurou que a empresa deve pagar o equivalente a 63% do total da dívida, de cerca de R$ 900 milhões.
A GVT fatiava o preço do serviço de internet, afirmando que entre 70% e 90% dele se referia a aluguel de infraestrutura, sobre o qual não há cobrança de ICMS.


Vendas online faturam R$ 8,4 bi no 1º semestre, alta de 24%
Estadão 17.08.2011 - Segundo a consultoria e-bit, previsão é de que o comércio online deve faturar R$ 10,3 bilhões no segundo semestre.
O comércio virtual encerrou a primeira metade deste ano com faturamento de R$ 8,4 bilhões, montante 24% superior ao registrado em igual intervalo de 2010, segundo o relatório WebShoppers da consultoria e-bit.
A previsão da e-bit é de que o comércio online deve faturar R$ 10,3 bilhões no segundo semestre, de forma que o e-commerce pode encerrar 2011 com faturamento de R$ 18,7 bilhões, o que representa uma expansão de 26% ante 2010.
Um dos destaques do primeiro semestre é a participação da baixa renda, que representa 61% dos novos entrantes no mundo de compras online com renda familiar de até R$ 3 mil. "Estamos presenciando uma consolidação do setor, tendo em vista o grande número de entrantes nesse primeiro semestre, contribuindo para o faturamento do período", afirmou o diretor geral da e-bit, Pedro Guasti.
Na análise por segmento, o grupo eletrodomésticos permaneceu na liderança da preferência dos consumidores virtuais, representando 13% do volume total de pedidos. Em seguida, vem o setor de informática, com uma fatia de 12%. Saúde, beleza e medicamentos contribuiu com uma participação de 11%.
Em contrapartida, o setor de livros, assinaturas de revistas e jornais, ficou como quarto colocado, com 8%. Eletrônicos completam o grupo dos cinco primeiros mais bem posicionados no varejo eletrônico, com parcela de 6%. Segundo a e-bit, o tíquete médio do período foi de R$ 355,00.
Projeção: A e-bit espera dobrar a base de consumidores online este ano. Para 2011, a e-bit projeta faturamento de R$ 18,7 bilhões para o e-commerce, o que representaria um avanço de 26% perante o exercício de 2010, quando o segmento faturou R$ 14,8 bilhões. "Pretendemos fechar este ano com 32 milhões de pessoas que já fizeram pelo menos uma compra online", disse o diretor de marketing e produtos da e-bit, Alexandre Umberti. Segundo ele, eram 17,6 milhões de "e-consumidores" em 2009.
As vendas do comércio online devem manter o ritmo de crescimento na segunda metade do ano, conforme previsões da e-bit. A empresa estima que o faturamento do setor alcance os R$ 10,3 bilhões no período, superior aos R$ 7,8 bilhões registrados no primeiro semestre do ano passado.
Mais da metade das vendas anuais (55%) acontece entre 1º de julho e 31 de dezembro, de acordo com consultoria de comércio online. Na cifra estão excluídas receitas com compras coletivas, automóveis, passagens aéreas e sites de leilão virtual.
Além disso, a e-bit espera que no segundo semestre de 2011 sejam registrados 29 milhões de pedidos.


Mudança de norma na web vai preservar provedor, diz Bernardo
Folha 17.08.2011 - Necessidade de contratar empresa para acessar internet via telefonia fixa será flexibilizada. Ministro descarta concentração e afirma que provedores vão continuar a ter acesso ao mercado.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, em entrevista ao programa 'Poder e Política', parceria entre Folha e UOL.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse ontem que o governo pretende preservar a competição no mercado de provedores de acesso à internet.
Em breve será alterada uma norma desse setor. Deve ser flexibilizada a obrigatoriedade de contratar provedor de acesso para quem tiver uma conexão à web via empresas de telefonia fixa.
Hoje, o serviço é dividido em duas partes: 1) a conexão por meio da linha com o sinal; e 2) o provedor de acesso, que faz o trabalho de conexão lógica, reconhecendo o computador conectado e outros dados.
Ao comprar um serviço de internet, o usuário precisa ter um provedor de acesso. Paga pela conexão e tem de escolher esse provedor -que hoje já pode ser gratuito.
Essa regra (norma 4) será alterada pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) por sugestão da pasta das Comunicações.
Sem a norma 4, o setor de telefonia poderá vender conexão à internet sem o provedor de acesso. Basicamente, Telefônica (São Paulo) e Oi (restante do país) dominarão o mercado. Os provedores argumentam que essa alteração inviabilizará cerca de 5.000 empresas que atuam na área.
Compromisso: "Essas empresas [provedores] têm que continuar tendo acesso [ao mercado], seja qual for a definição que façamos. Assumimos esse compromisso. Não queremos fazer concentração. Não queremos eliminar um setor inteiro que atua na economia", disse Bernardo, em entrevista ao programa "Poder e Política", parceria entre a Folha e o UOL, portal do Grupo Folha, que atua como provedor de acesso.
Para o ministro, "não é razoável asfixiar as empresas que atuam para que as teles fiquem com o serviço todo". Bernardo disse que uma opção em estudo seria determinar que as teles continuem a fornecer, como fazem agora, os dois produtos (conexão e provedor de acesso) por meio de empresas separadas.
Ele faz uma ressalva: "Temos que trabalhar pensando no usuário. Não é razoável falar para o cara pagar para alguém lhe dar acesso quando isso não é necessário" do ponto de vista tecnológico.
Ou seja, pela definição de Bernardo, o provedor poderá continuar sendo necessário, mas a custo zero para o usuário final. As empresas do setor teriam de se viabilizar vendendo a conexão repassada pelas empresas de telefonia.

Febraban critica proposta que limita correspondentes
GPdeLondrina 17.08.2011 - Entidade participa na tarde desta terça-feira (16) de uma audiência pública para discutir o tema e apresentar sua avaliação.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) criticou a proposta do deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) que limita a atuação dos correspondentes bancários (como lotéricas, correios e farmácias). A entidade, que representa as instituições financeiras, participa na tarde desta terça-feira (16) de uma audiência pública para discutir o tema e apresentar sua avaliação de que os correspondentes ajudam na inclusão bancária e também a desenvolver localidades em que não há agências de bancos.
Para a Febraban, seria um retrocesso extinguir esse modelo. A entidade rebate a tese dos bancários de que o modelo prejudica a categoria e torna o trabalho precário, afirmando que, de 2006 a 2010, houve aumento não só de agências e de profissionais contratados pelos bancos, mas também porque a categoria teve aumento real de salário e benefícios.
Para as instituições financeiras, os correspondentes são passos iniciais para que novos negócios bancários sejam feitos nas localidades atendidas.
Nos bastidores, a percepção de fontes da entidade é que o deputado Berzoini faz um movimento político para ganhar mais influência junto ao sindicato dos bancários, sua principal base eleitoral. Apesar dos sinais de lideranças do governo de que o projeto não deve prosperar, a entidade acompanha o assunto de perto e vai fazer a disputa política para evitar que a ideia avance.

Crises serão frequentes no cenário mundial
DCI 16.08.2011 - O ciclo de crises financeiras  mundiais deve diminuir para uma a cada 3 ou 5 anos. A afirmação foi feita pelo CEO da New York Stock Exchange Euronext (Nyse-Euronext), Duncan Niederauer, em conferência internacional promovida pela Fundação Dom Cabral.
"Os países emergentes vão crescer nos próximos 25 anos, mas esses países serão mais voláteis e imaturos", justificou Duncan Niederauer.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o governo trabalha com cenário de crise econômica mundial de longa duração em razão da demora dos países da União Europeia a adotar as medidas necessárias para resolver seus problemas.

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